ASPECTOS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO FOLHA MIR-389 - - MEMÓRIA TÉCNICA Parte 2: Sistematização de Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO DSEE-VG-US-MT-042

PLANO DA OBRA

PROJETO DE DESENVOLVIMENTO AGROAMBIENTAL DO ESTADO DE - PRODEAGRO

ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO: DIAGNÓSTICO SÓCIO- ECONÔMICO-ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA 2ª APROXIMAÇÃO

Parte 1: Consolidação de Dados Secundários Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas Parte 3: Integração Temática Parte 4: Consolidação das Unidades

Governo do Estado de Mato Grosso Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral - SEPLAN Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD)

PROJETO DE DESENVOLVIMENTO AGROAMBIENTAL DO ESTADO DE MATO GROSSO - PRODEAGRO

ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO: DIAGNÓSTICO SÓCIO- ECONÔMICO-ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA 2ª APROXIMAÇÃO

ASPECTOS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO DO SOLO - FOLHA - MIR-389 - DOM AQUINO – MEMÓRIA TÉCNICA Parte 2: Sistematização de Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO

MARCO ANTONIO VILLARINHO GOMES MÁRIO VITAL DOS SANTOS

CUIABÁ

FEVEREIRO, 2001

CNEC – Engenharia S.A.

GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO Dante Martins de Oliveira

VICE-GOVERNADOR José Rogério Salles

SECRETÁRIO DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL Guilherme Frederico de Moura Müller

SUB SECRETÁRIO João José de Amorim

GERENTE ESTADUAL DO PRODEAGRO Mário Ney de Oliveira Teixeira

COORDENADORA DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO Márcia Silva Pereira Rivera

MONITOR TÉCNICO DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO Wagner de Oliveira Filippetti

ADMINISTRADOR TÉCNICO DO PNUD Arnaldo Alves Souza Neto

EQUIPE TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO E SUPERVISÃO DA SEPLAN

Coordenadora do Módulo Biótico/Uso do Solo LUZIA IVO DE ALMEIDA ARIMA (Geógrafa)

Coordenadora do Módulo Sócio-Econômico/ Jurídico-Institucional MARILDE BRITO LIMA (Economista)

Coordenadora do Módulo Cartografia/Geoprocessamento LIGIA CAMARGO MADRUGA (Engª Cartógrafa)

Supervisores de Tema

DALILA VARGAS OLIVARES SIFUENTE (Geógrafa) LIGIA CAMARGO MADRUGA (Enga. Cartógrafa) LUZIA IVO DE ALMEIDA ARIMA (Geógrafa) JOÃO BENEDITO PEREIRA LEITE SOBRINHO (Engo; Agrônomo) MARIA APARECIDA CERCI DE PAIVA (Enga. Agrônoma)

Consultor PNUD para o Módulo Biótico/ Uso do Solo RICARDO RIBEIRO RODRIGUES (Biólogo/Botânico)

Consultor PNUD para o Módulo Sócio-Econômico/ Jurídico Institucional SÉRGIO ADÃO SIMIÃO (Engo. Agronômo)

Consultor PNUD para Geoprocessamento/ Banco de Dados EMÍLIO CARLOS BOCHÍLIA (Analista de Organização, Sistemas e Métodos de Informações – OIM)

Supervisão do Banco de Dados GIOVANNI LEÃO ORMOND (Administrador de Banco de Dados) VICENTE DIAS FILHO (Analista de Sistema)

EQUIPE TÉCNICA DE EXECUÇÃO

CNEC - Engenharia S.A.

GERÊNCIA E COORDENAÇÃO

LUIZ MÁRIO TORTORELLO (Gerente do Projeto)

KALIL A. A. FARRAN (Coordenador Técnico)

MARCO A. V. GOMES (Coordenador Técnico do Meio Sócio- Econômico/Jurídico Institucional)

MÁRIO VITAL DOS SANTOS (Coordenador Técnico do Meio Físico- Biótico)

MARIA MADDALENA RÉ (Coordenadora de Uso e Ocupação do Solo)

EQUIPE TÉCNICA DE CAMPO

ADRIANA ROZZA (Engª Agrônoma)

FRANCISCO O. DE CARVALHO (Estagiário)

GÉZA ARBOCZ (Engº Agrônomo)

LAURA CRISTINA FEINDT URREJOLA (Geógrafa)

LUÍS CARLOS BERNACCI (Biólogo)

MÁRCIA VISIBELLI (Geógrafa)

MARIA TEREZINHA MARTINS (Geógrafa)

MARTA CAMARGO DE ASSIS (Bióloga)

MÔNICA TAKAKO SHIMABUKURO (Bióloga)

NATÁLIA M. IVANAUSKAS (Engª Agrônoma)

PAULA PINTO GUEDES (Bióloga)

RENATO GOLDENBERG (Engº Agrônomo)

RUBENS ANTÔNIO ALVES BARRETO (Engº Florestal)

SALVADOR RIBEIRO FILHO (Engº Florestal)

EQUIPE TÉCNICA DE FOTOINTERPRETAÇÃO

LAURA CRISTINA FEINDT URREJOLA (Geógrafa)

MÁRCIA VISIBELLI (Geógrafa)

MARIA TEREZINHA MARTINS (Geógrafa)

PAULA PINTO GUEDES (Bióloga)

RUBENS ANTÔNIO ALVES BARRETO (Engº Florestal)

EQUIPE TÉCNICA DE GABINETE

DENISE TONELLO (Arquiteta)

EDUARDO CECONELO (Eng.º Civil)

FRANCISCO O. DE CARVALHO (Estagiário)

MADALENA LÓS (Bióloga)

MARCELO DE PAULA FERREIRA (Arquiteto)

MÁRCIA VISIBELLI (Geógrafa)

MARIA TEREZINHA MARTINS (Geógrafa)

PAULA PINTO GUEDES (Bióloga)

PENÉLOPE LOPES (Arquiteta)

VERA MÁRCIA ARRIGHI (Arquiteta)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 001

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E OPERACIONAIS ESPECÍFICOS À FOLHA DOM AQUINO 003

2.1. DOCUMENTAÇÃO 003

2.2. INTERPRETAÇÃO DAS IMAGENS 003

2.3. TRABALHOS DE CAMPO 005

2.4. INTEGRAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DOS DADOS 007

3. CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADES DE MAPEAMENTO 007

3.1. FORMAÇÕES VEGETAIS 007

3.1.1. Formações Savânicas e Campestres 007

3.1.1.1. Sd - Savana Florestada (Cerradão) 007

3.1.1.2. Sa - Savana Arborizada (Cerrado) 008

3.1.1.3. Saf – Savana Arborizada com Floresta- de-Galeria 008

3.1.1.4. Sp – Savana Parque (Campo Cerrado) 009

3.1.1.5. Spf – Savana Parque com Floresta de Galeria 009

3.1.1.6. Sgi – Savana Gramíneo-Lenhosa (Campos Úmidos) 009

3.1.1.7. Sgr – Savana Gramíneo-Lenhosa (Campos em Afloramentos Rochosos) 010

3.1.1.8. Sav/Spv – Savana Arborizada / Parque associada a Vertentes, com encraves de Matas em Grotões de drenagem 010

3.1.2. Formações Ripárias 011

3.1.2.1. Fj – Formação Justafluvial 011

3.1.2.2. Fa - Floresta Aluvial 011

3.1.3. Formações Florestais 012

3.1.3.1. Fe - Floresta Estacional 012

3.1.4. Formações de Contatos 013

3.1.4.1. FeS – Contato Floresta Estacional 013

3.1.5. Formações Antropizadas 013

3.1.5.1. Fr - Floresta Remanescente 013

3.1.5.2. Fs – Formação Secundária 013

3.2. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO 014

3.2.1. Aspectos Gerais: Ocupação e Estruturação do Território 014

3.2.2. Usos Agropecuários 017

3.2.2.1. Ap - Uso Agropecuário em Pequenas Propriedades 017

3.2.2.2. Aga – Uso Agropecuário em Médias e Grandes Propriedades com predomínio de Culturas Anuais 020

3.2.2.3. Agp – Uso Agropecuário em Médias e Grandes Propriedades com predomínio de Pastagens 020

3.2.3. Aq - Àreas de Queimada 021

3.2.4. M – Extrativismo Mineral 021

3.2.5. U - Usos Urbanos 022

3.2.6. Pu - Usos Peri-Urbanos 022

3.2.7. Ua - Uso Antrópico em Unidade de Conservação 022

4. CARACTERÍSTICAS DO MEIO FÍSICO ASSOCIADAS ÀS FORMAÇÕES VEGETAIS E AO USO DO SOLO 022

4.1. FEIÇÃO DE PAISAGEM – CHAPADA E PLANALTO DOS GUIMARÃES 026

4.2. FEIÇÃO DE PAISAGEM – BACIA DO PARAGUAI 028

4.3. FEIÇÃO DE PAISAGEM – BACIA DOS RIOS CUIABÁ E MANSO 030

5. BIBLIOGRAFIA 031

ANEXOS

ANEXO I - RELAÇÃO DAS FICHAS DE CAMPO CAMPANHA DE FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

ANEXO II – RELAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DAS FORMAÇÕES VEGETAIS

ANEXO III – RELAÇÃO DAS ÁREAS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO DO SOLO POR MUNICÍPIO

ANEXO IV – FOTOGRAFIAS

ANEXO V – FOLHA DOM AQUINO

A001 FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO DO SOLO – MIR 389

LISTA DE QUADROS

001 CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DOS PADRÕES INTERPRETADOS 004

002 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 4. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%) 018

003 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 5. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%) 018

004 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 9. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%) 019

LISTA DE FIGURAS

001 LOCALIZAÇÃO DA FOLHA DOM AQUINO NO ESTADO 002

002 LOCALIZAÇÃO DAS CAMPANHAS DE CAMPO 006

003 DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA E ELEMENTOS DE INFRA- ESTRUTURA 016

004 PRINCIPAIS FEIÇÕES DE PAISAGEM 025

1

1. INTRODUÇÃO

A presente Memória Técnica refere-se aos trabalhos de mapeamento das Formações Vegetais/Uso e Ocupação do Solo, executados na Folha Dom Aquino – MIR-389 (SD.21-Z-D) compreendida no Estado de Mato Grosso. A Folha mapeada situa-se na porção sudeste do Estado, entre os paralelos 15o00’ e 16o00’ de latitude sul e os meridianos 54o00’e 55o30’ de longitude oeste de Greenwich (Figura 001).

A Folha MIR-389 compreende, parcial ou totalmente, os municípios de , Dom Aquino, , Poxoréo, São Pedro da Cipa, Chapada dos Guimarães, , Santo Antonio do Leverger, e Nova Brasilândia. É compreendida nas bacias do Araguaia (Rio das Mortes) e do (sub-bacias dos Rios São Lourenço e Cuiabá)

A maior parte da área situa-se no Planalto e Chapada dos Guimarães, sendo a porção centro-meridional inserida nos contrafortes setentrionais do Planalto dos Alcantilados.

O uso predominante corresponde a culturas anuais e atividades pecuárias; a cobertura vegetal, muito recortada pelas zonas de ocupação, tem predomínio de Formações Savânicas, ocorrendo a sul áreas do contato destas formações com a Floresta Estacional.

A Folha MIR-389 é cruzada pela rodovia BR-070, que propicia ligação com territórios a leste e com o Estado de Goiás, e que se interliga à BR-163 (Cuiabá/Rondonópolis), na extremidade sudoeste da Folha. As rodovias BR-251 e MT-140 a oeste, e a MT-130 a leste, propiciam ligações no sentido sul-norte.

São presentes, neste território, as áreas legalmente protegidas: Área de Proteção Ambiental Chapada dos Guimarães, no município de mesmo nome, Estações Ecológicas Rio da Casca I e II (Chapada dos Guimarães e Campo Verde).

63°00' 61°30' 60°00' 58°30' 57°00' 55°30' 54° 52°30' 51°00' 49°30' 7° 7° SB 21 YD

220 8° 8° SC 20 XA SC 20 XB SC 21 VA SC 21 VB

244 245 246 247 9° 9° SC 20 XC SC 20 XD SC 21 VC SC 21 VD SC 21 XC SC 21 XD SC 22 VC SC 22 VD SC 22 XC

270 271 272 273 274 275 276 277 278 10° 10° SC 20 ZA SC 20 ZB SC 21 YA SC 21 YB SC 21 ZA SC 21 ZB SC 22 YA SC 22 YB SC 22 ZA

295 296 297 298 299 300 301 302 303 11° 11° SC 20 ZD SC 21 YC SC 21 YD SC 21 ZC SC 21 ZD SC 22 YC SC 22 YD SC 22 ZC

316 317 318 319 320 321 322 323 12° 12° SD 20 XBSD 21 VA SD 21 VB SD 21 XA SD 21 XB SD 22 VA SD 22 VB SD 22 XA

336 337 338 339 340 341 342 343 13° 13° SD 20 XD SD 21 VC SD 21 VD SD 21 XC SD 21 XD SD 22 VC SD 22 VD SD 22 XC

353 354 355 356 357 358 359 360 14° 14° SD 20 ZB SD 21 YA SD 21 YB SD 21 ZA SD 21 ZB SD 22 YA SD 22 YB SD 22 ZA

369 370 371 372 373 374375 376 15° 15° SD 20 ZD SD 21 YC SD 21 YD SD 21 ZC SD 21 ZD SD 22 YC SD 22 YD

385 386 387 388 389 390 391 16° 16° SE 20 XB SE 21 VA SE 21 VB SE 21 XA SE 21 XB SE 22 VA SE 22 VB

401 402 403 404 405 406 407 17° 17° SE 21 VD SE 21 XC SE 21 XD SE 22 VC

417 418 419 420 18° 18° SE 22 YA

433 19° 19° 63°00' 61°30' 60°00' 58°30' 57°00' 55°30' 54°00' 52°30' 51°00' 49°30'

500 100 200 300 km

CONVENÇÕES ADOTADAS

NN 00 NN Código da Base Cartográfica

000 Código MIR

Localização da Folha no Estado

Figura 001

DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICODO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA SEGUNDA APROXIMAÇÃO DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO

Localização da Folha Mir 389 no Estado

ESCALA : gráfica Fonte: CNEC Engenharia, 2000 3

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E OPERACIONAIS ESPECÍFICOS À FOLHA DOM AQUINO

A metodologia geral que norteou os trabalhos de mapeamento das Formações Vegetais / Uso e Ocupação do Solo, na escala 1:250.000, encontra-se detalhada no Relatório DSEE-VG/US-RT-001 “Uso e Ocupação do Solo e Formações Vegetais - Aspectos Gerais: Procedimentos Metodológicos e Atividades Realizadas”, onde são tratados os aspectos gerais do trabalho, tais como: dados secundários utilizados; procedimentos metodológicos seguidos no decorrer dos trabalhos; critérios de interpretação utilizados na identificação dos padrões das imagens; procedimentos específicos às diversas campanhas de campo; correlação de dados secundários e de dados relativos a outros setores de estudo relacionados ao tema.

2.1. DOCUMENTAÇÃO

Os trabalhos de cunho regional utilizados, que abrangem a Folha MIR-389, referem- se a:

− Projeto RADAMBRASIL Folha SD.21 Cuiabá, escala 1:1.000.000.

− Na delimitação dos padrões das formações vegetais e uso do solo, foram utilizadas as imagens de satélite LANDSAT TM5 226/70 (13/08/94), 225/70 (09/10/94), 226/71 (13/08/94), 225/71 (09/10/94), composição colorida, bandas 3, 4 e 5; para definição de padrões duvidosos (nuvens, queimadas) foi também consultado o mosaico de RADAR SD.21ZD (Projeto RADAMBRASIL), todos na escala 1:250.000.

− Devido a defasagem temporal entre as imagens interpretadas (1994) e o estágio atual dos trabalhos, foi consultada a Folha Dom Aquino do trabalho – Mapa da Dinâmica de Desmatamento do Estado de Mato Grosso (1999, escala 1:250.000), elaborado pela FEMA – Fundação Estadual do Meio Ambiente. Na Folha Temática foram demarcadas as áreas desmatadas entre esta data e 1997 (imagem mais recente interpretada pela FEMA).

2.2. INTERPRETAÇÃO DAS IMAGENS

A interpretação das imagens de satélite seguiu aos procedimentos gerais explicitados no Relatório DSEE-VG/US-RT-001. De maneira geral, os processos de mapeamento foram realizados a partir de extensivos levantamentos florísticos e fitofisionômicos da vegetação e verificações do uso das terras em campo, aliados a fotointerpretação analógica de imagens de satélite Landsat TM 5.

Após a conclusão dos trabalhos comparou-se os resultados obtidos ao mapeamento realizado pelo Projeto RADAMBRASIL, verificando-se que, de modo geral, não houve relevantes diferenciações quanto à legenda das formações vegetais em relação a este. As diferenciações são advindas principalmente da escala mais aproximada dos trabalhos e da redução do estado de conservação da vegetação, pela intensificação dos processos de antropização ocorridos na região nos últimos anos.

4

As áreas situadas em chapada, consideradas no Projeto RADAM como domínio da Savana Arborizada, foram mapeadas como Savana Parque; algumas áreas situadas ao longo de drenagens, onde os padrões indicam presença de água, com lençol freático superficial, passaram de Savana Parque (RADAM) para Savana Gramíneo-Lenhosa.

As áreas mapeadas como contatos, em situações de relevo dissecado (RADAM) foram, em alguns casos, mapeadas como Savana Arborizada ou delimitadas como domínio de formações savânicas com presença de matas nos grotões de drenagem.

Em muitos pontos de checagem, os padrões de pastagem plantada e áreas cultivadas são bastante parecidos em tonalidade e textura, devido ao manejo mecanizado das pastagens e à cobertura densa de gramíneas.

Destaca-se a presença de reflorestamentos de eucaliptos e seringueiras na Folha, no entanto, o mapeamento realizado através da interpretação de imagens foi dificultado, respectivamente, pela semelhança de padrão com a vegetação natural e pela ocorrência em pequenas amplitudes em área, não sendo mapeáveis na escala de trabalho.

Foram mapeados 15 padrões relativos às formações vegetais e 8 padrões característicos de áreas antropizadas. Estes padrões foram, em situações específicas, correlacionados constituindo legendas compostas. A legenda definida pelos padrões das imagens, corroborada pelas informações de campo, é apresentada no Quadro 001, a seguir:

QUADRO 001 CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DOS PADRÕES INTERPRETADOS

LEGENDA PADRÃO DA IMAGEM OBSERVAÇÕES

FORMAÇÕES VEGETAIS Sd - Savana Florestada Tons de marrom esverdeado a verde Ocorre em pequenas manchas nas porções (Cerradão) escuro. central, sul e sudeste da Folha MIR-389; às vezes ocorre associada à Savana Arborizada. Sa - Savana Arborizada Tons de marrom esverdeado a Fisionomia associada aos interflúvios (Cerrado) marrom médio e escuro. tabulares da Chapada dos Guimarães e a Quando presentes matas ciliares, interflúvios colinosos, em níveis inferiores. Saf - Savana Arborizada com alinhamentos de verde claro ao longo Floresta de Galeria das drenagens. Sp - Savana Parque Tons marrom claro a cinza escuro, Formações também associadas a relevos (Campo Cerrado) quando associada a locais úmidos. tabulares da chapada, geralmente em Quando presentes matas ciliares, situações próximas a drenagens; também Spf - Savana Parque com Floresta alinhamentos de verde claro ao longo ocorre em relevos residuais, em áreas de Galeria das drenagens. dissecadas. Sgi - Savana Gramíneo-Lenhosa Tons de cinza escuro a preto Ocorre ao longo de rios que cortam a chapada (Campos Úmidos) e em áreas expressivas na porção nordeste da Folha MIR-389. Sgr – Savana Gramíneo-Lenhosa Tons de marrom médio. Ocorrência restrita à porção centro-sul da (Campos em Afloramentos Folha MIR-389 (leste de Dom Aquino), em Rochosos) relevo dissecado, com afloramentos rochosos; é geralmente sub-dominante. Sav/ Spv – Formação de Savana Tons de marrom esverdeado a verde Ocorre nas escarpas do Planalto dos Arborizada associada a vertentes, claro e médio. Guimarães, em seus contornos sudeste, com encraves de matas em grotões sudoeste, noroeste. de drenagem Presente, também, no Planalto dos Alcantilados Fj – Formação Justafluvial Tons de verde médio. Formação associada às linhas de drenagem. Mapeada quando com largura superior a 2 mm (250 m); quando presente com largura inferior, associada à legenda dominante. Fa –Floresta Aluvial Tons de verde escuro. Ocorre ao longo de algumas das principais drenagens. (continua...)

5

QUADRO 001 CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DOS PADRÕES INTERPRETADOS (...continuação) LEGENDA PADRÃO DA IMAGEM OBSERVAÇÕES

FORMAÇÕES VEGETAIS Fe - Floresta Estacional Tons de verde médio Ocorrência localizada, na porção central e sudeste da Folha MIR-389, próximo aos Rios Poxoréo e do Peixe. FeS - Contato Floresta Estacional / Tons de marrom-esverdeado e verde Ocorre em relevos dissecados, em vales e Savana claro a médio. meia-encostas, onde os topos são ocupados por Formações Savânicas. Fr – Floresta Remanescente Tons de verde escuro a claro. Pequenas ocorrências entre áreas de uso, a norte de Dom Aquino. Fs – Formação Secundária Tons de verde claro, textura lisa. Ocorrência restrita, entre áreas de uso (porção sul e oeste da Folha MIR-389).

USOS DO SOLO Ap - Uso Agropecuário em Padrão de tons variados, rosa claro a Ocorre a oeste e no entorno de Dom Aquino Pequenas Propriedades lilás, cinza claro, verde claro. em pequenos bolsões. Aga - Uso Agropecuário em Médias Tons de rosa médio a escuro e lilás Ocorre nos relevos de topo tabular da e Grandes Propriedades com escuro. Chapada dos Guimarães; geralmente Predomínio de Culturas Anuais entremeado por Matas Ciliares. Agp - Uso Agropecuário em Médias Tons de rosa esbranquiçado, rosa Uso com grande expressão territorial, e Grandes Propriedades com claro e verde claro. entremeado por Formações Ciliares ou com Predomínio de Pastagens remanescentes da vegetação original. Aq – Áreas de Queimada Tons de marrom muito escuro a preto. Ocorrências restritas, em ambientes savânicos. M – Extrativismo Mineral Tons esbranquiçados, pontuados ao Ocorre ao longo de algumas drenagens na longo dos cursos d’água. porção central da Folha, no município de Poxoréo. U – Usos Urbanos Tons de cinza azulado com linhas Corresponde, na Folha MIR-389, às cidades esbranquiçadas de Dom Aquino, Poxoréo, Primavera do Leste, Jaciara. Pu – Usos Peri-Urbanos Tons de rosa com alinhamentos Ocorre como extensão da área urbana de esbranquiçados. Primavera Leste. Ua – Uso Antrópico em Unidades de Tom de rosa com formas geométricas. Ocorre a oeste do encarte. Conservação FONTE: CNEC, 1997.

Na ocorrência de formações savânicas, diferentes formações encontram-se associadas em manchas não mapeáveis na escala do trabalho, tendo sido agrupadas em legendas compostas, onde o primeiro componente é dominante. Áreas de ocupação também aparecem entremeadas por remanescentes de formações florestais e savânicas. Em áreas naturais, ocorrem áreas de uso com dimensões não mapeáveis na escala de trabalho.

2.3. TRABALHOS DE CAMPO

A Folha MIR-389 foi coberta pelas seguintes Campanhas de Campo, cujos roteiros são esquematizados na Figura 002:

− 03 campanhas relativas ao mapeamento dos padrões de uso e das formações vegetais, realizadas nos meses de fevereiro-março (parte do Roteiro 12), abril (parte do Roteiro 11) e maio-junho (parte do Roteiro 7) de 1997, quando foram percorridos os eixos viários transitáveis. Foram relevados os padrões de uso e e das formações vegetais ao longo dos percursos, tendo sido amostrados, para definição dos padrões, 84 pontos, apresentados no Anexo I e locados na Folha Temática (Pontos 01 a 84).

− 02 campanhas de vegetação, correspondentes a parte da Expedição Nova Brasilândia/ , realizada no período de 05 a 13/10/97, quando

55o 30' 55o 00' 54o 00' Nova Brasilândia R io 0 o 4 15 00' V.1 1

T C MIR 389 ó M S r r u e 0 1 g 3 s 5 o 1 p 2 i G T r T o M a lh M e Nova i

V.3 r

o Xavantina

V.2

s Rio rte das Mo 1 5 2 T Campo Cuiabá M BR MT 251 Verde 070 Primavera Coronel do Leste Ponce V.4 ego Selma rr S ó ã C o o Alto Coité Jatobá ç J n o e ã r o u Dom

São o

L Aquino o ã Vicente S BR 163

o Entre Rios 373 i MT Poxoréo R

Pombas o é

São Pedro r Ap. do

Jaciara o 0 íso da Cipa 3 x Leste Rio Para o 1 o

16 00' P T MT

34

M o i 0

Juscimeira R

100 20 40 60 km

CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS

Limite Municipal CAMPANHAS DE CAMPO Limite Estadual Uso do Solo / Vegetação: Sede Municipal Roteiro 07 Distrito e/ou Localidade Roteiro 11 Viário Principal Roteiro 12 Hidrografia/Lago Vegetação: Unidade de Conservação V.1 a V.4 Área Indígena

Figura 02

DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICODO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA SEGUNDA APROXIMAÇÃO DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO

Campanhas de Campo Folha Dom Aquino - SD. 20-X-B / SD. 21-Z-D Mir 389

ESCALA : 1:1.500.000 Fonte: CNEC Engenharia, 2000 8

− foram realizadas coletas de material botânico em 3 localidades (Pontos 01, 02 e 03); parte da Campanha Chapada dos Guimarães, realizada no período de 17/02 a 03/03/97, com coletas na localidade 04, no limite ocidental da Folha MIR-389.

− A Pesquisa Sócio-Econômica-Agronômica realizou entrevistas que possibilitaram a qualificação das atividades e do perfil do produtor.

Os pontos de amostragem e coleta encontram-se espacializados na Folha Temática – Formações Vegetais/ Uso e Ocupação do Solo e sua descrição consta dos respectivos relatórios técnicos consolidados.

2.4. INTEGRAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DOS DADOS

Como descrito na Metodologia Geral (Relatório DSEE-VG/US-RT-001), na interpretação preliminar e no acompanhamento da campanha de campo foram utilizados dados de outros setores de estudo, relacionados ao tema em tela, notadamente no que diz respeito aos aspectos de solos, formas do relevo, padrões da ocupação, presença de equipamentos de infra-estrutura.

Após as campanhas de campo e a revisão do mapeamento preliminar dos padrões de uso e das formações vegetais, foi realizado trabalho de sistematização das informações de outros temas necessárias à compreensão dos processos de ocupação e à descrição das formações vegetais presentes na região. Os dados primários utilizados para o processo de correlação referem-se essencialmente às observações de campo; aos levantamentos florísticos, fitossociológicos e faunísticos; aos resultados da pesquisa Sócio-Econômica- Agronômica; aos relatórios temáticos de Clima, Geologia, Geomorfologia e Solos específicos à folha. A correlação dos dados permitiu a definição da legenda temática definitiva dos padrões que constam da Folha Formações Vegetais/Uso e Ocupação do Solo – MIR-389.

3. CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADES DE MAPEAMENTO

3.1. FORMAÇÕES VEGETAIS

3.1.1. Formações Savânicas e Campestres

3.1.1.1. Sd - Savana Florestada (Cerradão)

É a expressão florestal das formações savânicas, que se desenvolve sobre solos profundos e de média fertilidade, freqüentemente podzólicos e latossolos. As árvores que constituem o dossel possuem troncos geralmente grossos, com espesso ritidoma porém sem a marcante tortuosidade geralmente observada nas savanas. A estratificação é simples e o componente arbóreo é perenifólio. Não há um estrato arbustivo nítido e o estrato graminoso esparso é entremeado de espécies lenhosas de pequeno porte. Atinge altura em torno de 15m, podendo chegar a 18m. Tem composição florística diversificada, contendo espécies das expressões mais abertas das savanas, que assumem hábito arbóreo, e da floresta estacional, raramente presentes em outras formações savânicas. Epífitas são raras. É também denominada “Cerradão” ou “Savana Arbórea Densa”.

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São características do estrato superior espécies como: sucupira-branca (Pterodon pubescens), sucupira-preta (Bowdichia virgilioides), jatobá (Hymenaea courbaril), tingui (Magonia pubescens), pau-terra (Qualea sp), pau-santo (Kielmeyera coriacea), pau-de-sobre (Emmotum nitens), jacarandás (Machaerium sp e Dalbergia sp).

Esta fisionomia é pouco representada nesta Folha, ocorrendo a norte, junto com Savanas Arborizadas, em contato com formações florestais aluviais e de forma descontínua, devido à grande ocupação antrópica da região.

3.1.1.2. Sa - Savana Arborizada (Cerrado)

Corresponde à fisionomia savânica propriamente dita, caracterizando-se pelo aspecto xeromorfo do componente arbustivo-arbóreo e pelo expressivo estrato herbáceo, onde predominam gramíneas cespitosas (que formam touceiras). Variações fisionômicas e estruturais, decorrentes de características pedológicas diferenciadas e de perturbações antropogênicas expressam-se pela distribuição espacial irregular de indivíduos, ora com adensamento do estrato arbustivo-arbóreo, ora com predomínio do componente herbáceo. A altura varia entre 2 e 7m. Apresenta, como característica marcante, estrato arbóreo composto de exemplares de troncos e galhos retorcidos, casca espessa e folhas grandes, muitas vezes coriáceas.

Constitui uma formação vegetal relativamente aberta, geralmente manejada com fogo, podendo representar feições alteradas de Savanas Florestadas, submetidas a pressões antrópicas.

É denominada em sentido amplo de “Cerrado”. Ocorre sobre vários tipos de solos, mais freqüentemente em latossolos álicos, mas também em solos podzólicos, concrecionários e Areias Quartzosas. Espécies características: jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa), ipê-do-cerrado (Tabebuia caraiba), araticum (Annona coriacea), pequizeiro (Caryocar brasiliensis), mangaba (Hancornia speciosa), lixeirinha (Davilla elliptica), colher-de-vaqueiro (Salvertia convallariaeodora), lixeira (Curatella americana), pau-santo (Kielmeyera sp), pau- terra (Qualea sp), muricis (Byrsonima sp), entre outras. A ocorrência de lianas não se dá de forma agressiva, sendo, em sua maioria, herbáceas ou semi-lenhosas.

Esta formação está presente em praticamente toda a Folha MIR-389, associada a outras formações savânicas, em contato com áreas de uso agropecuário e, a sudeste e noroeste, com formações florestais de transição.

No município de Chapada dos Guimarães, junto à estrada Nova Brasilândia - Campo Verde, ocorre sobre solos pedregosos, tendo como espécies predominantes mangaba (Hancornia speciosa), embiruçu (Eriotheca sp), Paullinia pachypoda, Eugenia sp e Sclerolobium sp, observando-se ainda, Eschweilera nana, guabiroba (Campomanesia sp), quina (Strychnos pseudoquina), entre outras, sendo a quina também bastante comum em algumas localidades.

3.1.1.3. Saf - Savana Arborizada com Floresta de Galeria

Esse padrão é constituído pela fisionomia da Savana Arborizada associada a Formações Ripárias. Porém, devido às pequenas extensões, não é possível sua individualização através de mapeamento, na escala do trabalho.

Estas Formações Ripárias formam faixas ao longo das margens dos rios e córregos onde ocorrem espécies como: ingás (Inga sp), figueiras (Ficus sp), pinha-do-brejo (Talauma ovata), pindaíba-do-brejo (Xylopia emarginata). Ao lado destas essências tipicamente ripárias, ocorrem ainda elementos estacionais, uma vez que estas formações não estão submetidas ao

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estresse hídrico verificado no ambiente savânico. Por constituírem faixas contínuas que se destacam na paisagem de formações abertas, recebem a denominação de Florestas de Galeria ou Florestas Ciliares.

Florestas de Galeria geralmente estão presentes nas áreas dominadas pela Savana Arborizada.

3.1.1.4. Sp - Savana Parque (Campo Cerrado)

Nesta fisionomia, prevalece o componente herbáceo e arbustivo, com indivíduos arbóreos presentes de forma esparsa, compondo uma das expressões campestres das savanas, denominada também “Campo Cerrado”. É encontrada sob diversas condições, desde planícies de inundação até topos ou encostas pedregosas, podendo ter origem natural, decorrente das condições do substrato, ou ser resultante do manejo anual de queimadas para uso agropecuário.

Embora prevaleçam gramíneas no estrato herbáceo, são também freqüentes espécies de compostas e de leguminosas sendo, portanto, a composição florística bastante diversificada. Já os componentes arbustivos e arborescentes (altura entre 1 a 2 metros) constituídos de plantas características da Savana Arborizada, são pobres em espécies. Alguns dos representantes lenhosos são: cajuzinho (Anacardium humile), araticum (Annona dioica), faveira (Dimorphandra mollis), marmelo (Alibertia sp), lobeira (Solanum lycocarpum), colher-de- vaqueiro (Salvertia convallariaeodora).

Situa-se geralmente em terrenos junto a cursos d’água, fazendo limite com formações ciliares e com áreas de uso agropecuário. Ocorre também em relevos tabulares, associada à Savana Arborizada.

3.1.1.5. Spf - Savana Parque com Floresta de Galeria

Esse padrão representa áreas de Savanas Parque onde Formações Ripárias estão presentes porém, devido às pequenas extensões, não é possível sua individualização através de mapeamento, realizado na escala do trabalho.

Estas Formações Ripárias formam faixas ao longo das margens dos rios e córregos onde ocorrem espécies como: ingás (Inga sp), figueiras (Ficus sp), pinha-do-brejo (Talauma ovata), pindaíba-do-brejo (Xylopia emarginata). Ao lado destas essências tipicamente ripárias, ocorrem ainda elementos estacionais junto às regiões marginais menos atingidas pela presença da água. Por constituírem faixas contínuas que se destacam na paisagem de formações abertas, recebem a denominação de Florestas de Galeria ou Florestas Ciliares.

É freqüente, na Folha MIR-389, a ocorrência de Savana Parque associada a Floresta de Galeria.

3.1.1.6. Sgi - Savana Gramíneo-Lenhosa (Campos Úmidos)

Corresponde à vegetação presente em áreas deprimidas, sobre solos hidromórficos, onde o lençol freático aflora ou é muito superficial, geralmente em localidades caracterizadas por nascentes, lagoas, corixos e riachos. Caracteriza-se pela presença de flora hidrófila, isto é, que se desenvolve em ambientes úmidos. Também denominada de “Campos Úmidos”.

Desenvolve-se também sobre afloramentos rochosos ou solos muito rasos, freqüentemente com camada de laterita superficial, podendo-se encontrar campos úmidos onde a rocha é superficial, em topos de morros testemunhos e em alguns platôs em torno de buritizais e Florestas de Galeria.

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No período chuvoso, estes campos permanecem encharcados, impedindo o crescimento de vegetação arbóreo-arbustiva. Assim, a vegetação apresenta apenas estrato herbáceo, sendo as espécies encontradas extremamente seletivas. São muito freqüentes as ciperáceas, gramíneas, além de outras herbáceas como cruz-de-malta (Ludwigia sp), Xyris sp, jalapa (Mandevilla sp), bem como minúsculas plantas “carnívoras” do gênero Utricularia.

Localmente podem apresentar relevo constituído de pequenas elevações que favorece a presença de arbustos e arvoretas. Neste caso, recebem a denominação de “Campos de Monchões” ou “Campos de Murunduns”.

Está presente no Planalto dos Guimarães, associada à Formação Justafluvial e em terrenos deprimidos próximo a cursos d’água. Destaca-se uma significativa área a nordeste.

3.1.1.7. Sgr – Savana Gramíneo-Lenhosa (Campos em Afloramentos Rochosos)

São os “campos em afloramentos rochosos”, áreas recobertas por formações campestres de Savana sobre afloramentos em solos litólicos. Apresentam freqüentemente coloração avermelhada no imageamento em virtude da reflectância dos solos.

Nas base de rochas, onde existe acúmulo de solo, algumas pequenas árvores se desenvolvem como vinhático (Plathymenia reticulata), perdiz (Simarouba versicolor), guatambu-do-cerrado (Aspidosperma macrocarpon), entre outras. Entre as rochas predominam arbustos e subarbustos, como canela-de-ema (Vellozia sp), Microlicia sp, murici (Byrsonima sp), fruta-de-pomba (Erythroxylum sp), Mimosa sp, uma espécies de palmeira acaule do gênero Syagrus.

Bromeliáceas de pequeno porte vegetam entre as rochas e outras espécies herbáceas ocorrem em pequenas extensões, onde encontram condições para se estabelecer. Por ocasião das chuvas, podem se formar pequenos campos úmidos decorrentes do lento escoamento das águas. Neste locais é comum a ocorrência de Xyris sp, peninha (Chamaecrista sp), ciperáceas, compostas, malváceas, entre outras.

Está presente a leste da cidade de Dom Aquino, em meio à Savana Arborizada.

3.1.1.8. Sav/Spv – Savana Arborizada /Parque Associada a Vertentes, com encraves de Matas em Grotões de drenagem

Ocorrem em vertentes íngremes, às vezes com afloramentos rochosos. A Savana Parque geralmente predomina na porção superior. Na meia encosta, a fisionomia dominante é Savana Arborizada com diversos níveis de biomassa. Em locais mais encaixados da vertente- “grotões”, em associação a pequenos cursos d’água, a menor a exposição ao sol e a elevada umidade favorecem o desenvolvimento de florestas fisionomicamente semelhantes às Estacionais, denominadas “Matas de Grotão”. Estas ocorrem em pequenas áreas descontínuas, formando mosaico, não sendo possível seu mapeamento como unidades fisionômicas distintas, nessa escala de trabalho.

Entre as espécies observadas nas “Matas de Grotão” associadas às escarpas de planalto estão: gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium), tapiriri (Tapirira guianensis), ipê (Tabebuia sp), guatambú (Aspidosperma sp), canela (Ocotea sp), figueira (Ficus sp), Clusia sp, pindaíba (Xilopia sp), entre outras.

Encontram-se associadas às vertentes íngremes da Serra de São Vicente, a sudoeste, na Serra Finca Faca, na extremidade norte, nas bordas do Planalto dos Guimarães e, a centro-sul, no Planalto dos Alcantilados.

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3.1.2. Formações Ripárias

3.1.2.1. Fj – Formação Justafluvial

Compreende diversas formas de vegetação associadas a cursos d’água, que recebem distintas denominações, de acordo com suas peculiaridades, reflexo das condições do substrato onde se desenvolvem: “Veredas”, “Matas de Brejo”, “Floresta de Galeria” ou “Floresta Ciliar”.

No Domínio das Savanas (Cerrados), estas formações começam, em geral, em pequenos brejos ou nascedouros de ribeirões, sob a forma de alamedas de buritis (Mauritia sp), formando “Veredas”. Ao longo dos cursos d’água, as veredas vão progressivamente adquirindo outras espécies de árvores, dentre as quais citam-se embaúba (Cecropia pachystachya), ingá (Inga uruguensis), copaíba (Copaifera langsdorffii), tapiriri (Tapirira guianensis), congonha (Ilex sp), mulungu (Erythrina aff. mulungu), encorpando e passando a constituir faixas que margeiam as linhas de drenagem. Adquirem caráter peculiar, por se destacar na paisagem caracterizada por formações abertas e xeromorfas, e recebem a denominação de “Floresta de Galeria” ou “Floresta Ciliar”. Por vezes, passam gradualmente a ocupar as “rampas” do interflúvio, em uma transição para as formações adjacentes. Quando estas florestas se fundem no interflúvio, considera-se o fim da área nuclear do Domínio das Savanas.

Em sítios com impedimentos de drenagem formam-se matas paludosas denominadas “Matas de Brejo”, onde predominam espécies hidrófilas, como olandi (Calophyllum brasiliensis) e leiteiro (Sapium sp), pindaíba (Xylopia emarginata) e buritirama (Maurtiella armata).

Quando em domínio florestal, as Formações Justafluviais apresentam-se bem desenvolvidas , com estrutura semelhante à das florestas com as quais se associam, sendo de difícil discriminação no mapeamento. Possuem composição florística particular, sendo encontradas, além de essências da flora do interflúvio, as seguintes espécies arbóreas: cambará (Vochysia cf. divergens), anani (Symphonia globulifera), jequitibá-vermelho (Cariniana rubra), novateiros (Triplaris sp), olandi (Calophyllum brasiliense), embaúvas (Cecropia sp), leiteiro (Sapium sp) e sangra-d’água (Croton cf. urucurana) entre outras.

Formam extensas faixas ao longo de cursos d’água no Planalto dos Guimarães, onde sua ocorrência é mais expressiva. Dentre as espécies anotadas estão açaí (Euterpe oleracea), chuva-de-ouro (Cassia ferriginea), Erythroxylum pulchrum e jequitibá (Cariniana sp).

3.1.2.2. Fa - Floresta Aluvial

Ocorre seletivamente em solos aluviais, em planícies de inundação sazonal dos rios. Apresenta elementos botânicos estacionais e ombrófilos, predominando estes ou aqueles, de acordo com o domínio em que se insere. Sua composição florística, contudo, é relativamente distinta e menos diversa em relação às formações florestais de interflúvios, devido às restrições decorrentes do substrato periodicamente encharcado. Verificam-se espécies seletivas higrófilas, dentre as quais destacam-se: ingás (Inga sp), jenipapo (Genipa americana), olandi (Calophyllum brasiliensis), e leiteiro (Sapium sp). As palmeiras são indicadoras do tipo e das condições hídricas do solo, uma vez que maripá (Attalea maripa), bacuri (Attalea phalerata) e bacaba (Oenocarpus sp) dominam nas planícies aluviais. Em grotas e outros sítios de maior umidade ocorrem ainda paxiúbas (Iriartea sp) e palmiteiro (Euterpe precatoria). O baixo potencial madeireiro, a impossibilidade de exploração agrícola e a ausência de fogo, colocam este tipo de vegetação, de modo geral, em situação privilegiada em relação à sua preservação.

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É bastante expressiva no Rio Cumbuca, a nordeste e, principalmente, no Rio das Mortes, ocorrendo no sentido oeste/leste da Folha MIR-389. A ocupação agropecuária estende-se freqüentemente até suas bordas, substituindo as formações savânicas que caracterizavam a região. Localmente, esta formação é dominada por cambará (Vochysia sp).

3.1.3. Formações Florestais

3.1.3.1. Fe - Floresta Estacional

Formação pluriestratificada, apresentando dossel de 25-30m de altura, com emergentes. Tem ocorrência associada à estacionalidade climática e a solos geralmente mais férteis do que aqueles observados sob as Savanas. A maior relação com a estacionalidade ocorre na região centro/sul do Estado, onde o período seco varia entre 3 a 5 meses (maio a agosto). Na região norte esta formação está relacionada aos relevos mais dissecados onde ocorrem afloramentos rochosos e portanto solos mais rasos com menor disponibilidade de água. Apresenta grande complexidade estrutural e elevada biomassa, constituindo comunidades bastante diversas. Lianas e epífitas são freqüentes. São características, entre outras, as seguintes espécies: cedro (Cedrela fissilis), guatambu e peroba (Aspidosperma sp), cabreúva (Myroxylon peruiferum), paineira (Chorisia speciosa), mamica (Zanthoxylum riedelianum) e pau-jangada (Apeiba tibourbou).

Esta floresta é denominada semidecidual ou decidual dependendo da densidade menor (até 50%, geralmente em torno de 20%) ou maior (acima de 50%) de espécies decíduas. Dentre as árvores que perdem total ou parcialmente as folhas no período desfavorável destacam-se: ipês (Tabebuia roseo-alba, T. serratifolia, T. impetiginosa), guatambus e perobas (Aspidosperma sp), embiruçus (Pseudobombax longiflorum e P. tomentosum), gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium), angicos (Anadenanthera macrocarpa e A falcata), e aroeira-preta (Myracrodruon urundeuva).

Há também ocorrência de palmeiras como inajá (Attalea maripa), bocaiuva (Acrocomia sclerocarpa) e babaçu (Orbignia speciosa), esta última muito favorecida com as queimadas.

Pequenas áreas de ocorrência desta formação são observadas junto a cursos d’água, constituindo remanescentes isolados ou em contato com Florestas Aluviais.

Coletas nestas formações permitiram anotar espécies como pindaíba-preta (Unonopus lindmassii), guatambu-vermelho (Aspidosperma cf. subincanum), louro (cordia cf. bicolor), Vismia guianensis, Pouteria sp, entre outras, compondo o estrato arbóreo.

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3.1.4. Formações de Contatos

3.1.4.1. FeS - Contato Floresta Estacional

Corresponde a uma formação de transição, onde ambos os tipos de vegetação se alternam em padrão de mosaico, mantendo sua identidade. A transição ocorre principalmente entre a Floresta Estacional e a Savana Florestada. Elementos de ambas as formações estão presentes, havendo também significativa contribuição de espécies que são comuns a ambas as formações vegetais. Dentre estas podem ser citadas: mandiocão (Didymopanax morototoni), gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium), maricá (Physocalymma scaberrimum), cumaru (Dipteryx sp), tarumaí (Rhamnidium elaeocarpus).

Fisionomicamente apresenta-se como uma floresta mais aberta que a Floresta Estacional, com menor quantidade de epífitas e lianas e com estratificação menos complexa. O dossel apresenta distintos graus de deciduidade, dependendo das espécies prevalecentes.

Ocorre no extremo noroeste da Folha MIR-389, na Serra do Galinho e a sudoeste, na Serra São Vicente, constituindo extensa área entremeada por uso agropecuário. Está presente ainda a sudeste, entremeada a diversas formações savânicas e compondo mosaico onde estas formações se alternam a áreas de uso agropecuário.

3.1.5. Formações Antropizadas

3.1.5.1. Fr – Floresta Remanescente

Ocorre em áreas intensamente ocupadas, onde Florestas Remanescentes estão presentes, porém com sinais de perturbações, notadamente relacionadas com a retirada seletiva de madeira. Apesar de manter elementos da floresta primária, apresenta-se com composição florística empobrecida e estrutura alterada, com redução da altura dossel, que se apresenta descontínuo e irregular. Nesta matas, espécies de valor madeireiro tornaram-se escassas.

Presente em pequenas manchas próximo ao centro urbano de Dom Aquino.

3.1.5.2. Fs – Formação Secundária

Remanescente de floresta que, devido às perturbações causadas por retirada seletiva de madeiras, abertura de clareira e efeitos de borda, não apresenta características originais de estrutura, tendo altura menor, dossel irregular e raras emergentes. A composição florística é empobrecida em relação à floresta original, prevalecendo espécies secundárias e de baixo valor econômico. Geralmente apresenta pequenas extensões e encontra-se em áreas antropizadas.

Enquanto nas florestas preservadas, as lianas tem uma ocorrência discreta, nas Formações Secundárias as perturbações favorecem seu estabelecimento nas bordas, clareiras e interior, formando cortinas e colunas sobre as árvores. Entre as lianas mais comuns encontram-se representantes das famílias Bignoniaceae, Malpighiaceae, Sapindaceae, Mimosaceae, Caesalpiniaceae, Curcubitaceae, Vitaceae, Dioscoriaceae, Apocynaceae e Convolvulaceae, entre outras.

Esta formação ocorre de forma restrita, associada às áreas de uso.

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3.2. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

3.2.1. Aspectos Gerais: Ocupação e Estruturação do Território

O território abarcado na Folha MIR-389 é compreendido nos municípios de Campo Verde, Dom Aquino, Primavera do Leste, Poxoréo, São Pedro da Cipa, Chapada dos Guimarães, Jaciara, Santo Antonio do Leverger, Juscimeira e Nova Brasilândia. Estão presentes as sedes municipais de Campo Verde, Dom Aquino, Primavera do Leste, Poxoréo, Jaciara. Constam ainda o distrito de Coronel Ponce e as localidades de Jupiara e Ponte Alta, no município de Campo Verde; os distritos Jatobá e Selma em Jaciara; os distritos de Alto Coité e Aparecida do Leste, as localidades Raizinha e Aparecidinha em Poxoréo; o distrito de Entre rios e as localidades de Pombas, Boa Sorte, Lavrinha Verde e Mutum em Dom Aquino; o distrito São Vicente da Serra (município de Santo Antonio do Leverger) – (Figura 003).

A Folha MIR-389 é cruzada, em sua porção mediana, pela rodovia BR-070, que se interliga a sudoeste à BR-163 e, a oeste, à BR-251/MT-140, acessando Chapada dos Guimarães e Cuiabá; segue a leste para General Carneiro (MIR-390) e Barra do Garças. Campo Verde assenta lindeira ao entroncamento das rodovias BR-070 e MT-251; a rodovia MT-344 liga esta cidade a Dom Aquino e a Jaciara, situada no entroncamento com a BR-163. A rodovia MT-130, orientada aproximadamente sudoeste-nordeste, cruza a porção leste do território, ligando a região a Rondonópolis (MIR-405) a sul e a Paranatinga a norte (MIR-373); as cidades de Poxoréo e Primavera do Leste encontram-se lindeiras a este eixo viário, que cruza a BR-070 na altura de Primavera do Leste.

Com grande densidade de ocupação e diversificação da estrutura produtiva, a região constitui importante polo agro-industrial no Estado, interligada a Rondonópolis e a Cuiabá. De ocupação mais recente que a Baixada Cuiabana, sediou projetos de colonização particulares e governamentais desde a década de 60.

A região é polarizada por Cuiabá a oeste e por Rondonópolis, a sul. Primavera do Leste constitui importante centro de apoio às atividades agrícolas da região, sede municipal desde 1986. Campo Verde tornou-se município em 1988.

A cidade de Dom Aquino surgiu na região, como povoado de apoio à mineração de diamante, em 1920; foi distrito de Poxoréo em 1953 e município em 1958, com uma economia hoje baseada na produção agrícola e pecuária.

Poxoréo também teve sua origem na exploração do diamante na região; em 1925, foi elevado a patrimônio; em 1935, distrito do município de Cuiabá; em 1938, município. Sua economia baseia-se nas atividades agrícolas e pecuárias e no extrativismo mineral, hoje decadente.

Jaciara, originou-se de projeto de colonização privada; tornou-se município em 1958, abrangendo áreas dos então municípios de Cuiabá e de Poxoréo. Tem sua economia baseada na agricultura de grãos e na pecuária de corte e leite.

São Pedro do Cipa, na extremidade sul, emancipou-se município em 1991, originado de projeto de colonização privada e de apoio às atividades garimpeiras.

No território da Folha ocorrem na porção sudoeste, as áreas de assentamento do INTERMAT: João Ponce Arruda (município de Campo Verde); Roncador (Chapada dos Guimarães); Vale São Vicente e Mata-Mata (Santo Antonio do Leverger); Aparecida do Leste (Poxoréu). As áreas do INCRA correspondem as glebas: Paraíso (Dom Aquino), e Perdigão (Campo Verde).

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O território mapeado apresenta duas principais tipologias de uso:

− Agricultura mecanizada de grãos, com utilização de insumos e técnicas modernas, com altos índices de produtividade, voltada para o setor agropecuário exportador, assentada no Planalto dos Guimarães;

− Pecuária extensiva de corte, em pastagens plantadas e naturais, estas com manejos rudimentares, com queimas periódicas para a manutenção das pastagens.

No conjunto, a área concentra parcela expressiva de rebanho bovino no contexto do Estado; na agricultura predomina, quanto à área cultivada, a cultura de soja podendo-se salientar ainda os cultivos do milho e arroz. Excetuando-se a pecuária e as culturas de grãos que ocupam grandes extensões do território, algumas produções ocorrem em situações delimitadas, mas relevantes no contexto estadual como a cana-de-açúcar em Dom Aquino, Jaciara e Juscimeira (significativas áreas ocupadas por canaviais) e a produção de leite em Jaciara; o polo agro-industrial, em Campo Verde; a produção de grãos em Primavera do Leste; a pecuária em Poxoréo. Esta especialização é reflexo das diferentes características regionais e dos processos de apropriação do território.

Ocorrem ainda inclusões características de produção agropecuária associada à agricultura familiar e a outros produtos agrícolas, relacionados a um sistema de produção mais tecnificado, como o algodão e a seringueira.

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CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS MUNICÍPIOS

Limite Municipal 01. Dom Aquino 02. Campo Verde Limite Estadual 03. São Pedro da Cipa Sede Municipal 04. Primavera do Leste Distrito e/ou Localidade 05. Poxoréo 06. Chapada dos Guimarães Viário Principal 07. Jaciara Hidrografia/Lago 08. Santo Antônio do Leverger 09. Cuiabá Unidade de Conservação 10. Juscimeira Área Indígena 11. Nova Brasilândia

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

01. APA da Chapada dos Guimarães 02. Estação Ecológica do Rio Casca 01 03. Estação Ecológica do Rio Casca 02 Figura 03

DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICODO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA SEGUNDA APROXIMAÇÃO DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO

Divisão Político-Administrativa e Elementos de Infra Estrutura Folha Dom Aquino - SD. 20-X-B / SD. 21-Z-D Mir 389

ESCALA : 1:1.500.000 Fonte: CNEC Engenharia, 2000 18

As áreas legalmente protegidas presentes no território concentram-se em sua porção oeste, com continuidade na Folha MIR-388. Correspondem à Área de Proteção Ambiental da Chapada dos Guimarães e às Estações Ecológicas Rio da Casca I e II.

Na Área de Proteção Ambiental da Chapada dos permanecem formações savânicas (Savana Arborizada e Savana Parque) muitas vezes pastejadas, Formações Justafluviais e Formações Secundárias. As vertentes da chapada são mais preservadas, com Savanas entremeadas por matas associadas a grotões de drenagem.

3.2.2. Usos Agropecuários

A descrição dos padrões de uso ocorrentes neste território está baseada no mapeamento resultante da interpretação das imagens de satélite, e dos resultados dos levantamentos efetuados através das campanhas de campo; sua caracterização é, ainda, baseada na Pesquisa Sócio-Econômica Agronômica, realizada junto aos estabelecimentos rurais do Estado. Os resultados desta pesquisa referem-se aos sistemas de produção agropecuária característicos de 13 Regiões Homogêneas, delimitadas com base em critérios explicitados no Relatório Técnico DSEE-VG/US-RT–002.

Do conjunto de sistemas de produção agropecuária detectados em cada uma destas Regiões Homogêneas, foram correlacionados, nesta caracterização, os sistemas predominantes quanto à expressão em termos de área ocupada pelas atividades agropecuárias e quanto à expressão representada pelo número de estabelecimentos pesquisados.

O território da Folha MIR-389 insere-se em três Regiões Homogêneas: AHP 5, que abarca a maior parte do território; AHP 4 na extremidade noroeste da folha, com pequena expressão territorial, no município de Chapada dos Guimarães; AHP 9 nas extremidades sudoeste, no município de Santo Antônio do Leverger. Estas regiões são mais abrangentes que o território mapeado, o que faz com que os dados selecionados pressuponham um grau de generalização, apenas parcialmente corrigido pelas observações de campo e pela interpretação da imagem de satélite.

3.2.2.1. Ap - Uso Agropecuário em Médias e Pequenas Propriedades

Padrão de mapeamento caracterizado pelo predomínio do uso pecuário e secundariamente pela agricultura. Na Região Homogênea AHP 5, esta tipologia de ocupação caracteriza-se por um conjunto de sistemas de produção (Quadro 003), onde predominam estabelecimentos com pecuária de baixa e média tecnologia, associada a produtores familiares e empresariais de pequeno porte econômico.

No território mapeado, esta tipologia de uso ocorre, com dimensões mapeáveis na escala do trabalho, em situações restritas, no entorno de Dom Aquino, no município de Campo Verde e a sudeste, no município de Poxoréo. Em Campo Verde, predominam produções hortifrutigranjeiras (Agrovila João Ponce), destacando-se a presença de estabelecimentos consorciados com a Sadia. Na região de Poxoréo predominam culturas de subsistência, sendo presente a cana-de-açúcar, algodão, milho, feijão e seringais; na pecuária, são presentes criações para corte e leite.

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QUADRO 002 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 4. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%) Padrão Participação em Participação em Principais Sistemas de Produção *¹ de Uso Número (%) *² Área (%) *² Ap Pecuária de média tecnologia • • • Produtor familiar de pequeno porte econômico Pecuária de tecnologia rudimentar • • Produtor empresarial de pequeno porte econômico Pecuária de média tecnologia • • Produtor empresarial de pequeno porte econômico Pecuária de baixa tecnologia • -- Produtor empresarial de pequeno porte econômico Pecuária de baixa tecnologia • • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Agricultura de baixa tecnologia • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Agricultura de média tecnologia • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Agp Pecuária de média tecnologia • • • • Produtor empresarial de médio porte econômico Pecuária de média tecnologia -- • • • Produtor empresarial de grande porte econômico Pecuária de baixa tecnologia -- • • Produtor empresarial de grande porte econômico FONTE: CNEC, 1997. (*¹) a metodologia para definição dos sistemas de produção é descrita com detalhes no Relatório Técnico (DSEE- VG/US-RT-002). (*²) intervalos de porcentagem – conforme relacionado a seguir:

QUADRO 003 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 5. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%) Padrão Participação em Participação em Área Principais Sistemas de Produção *¹ de Uso Número (%) *² (%) *² Ap Pecuária de baixa tecnologia • -- Produtor empresarial de pequeno porte econômico Pecuária de baixa tecnologia • • • • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Pecuária de média tecnologia • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Agp Pecuária de média tecnologia -- • • Produtor empresarial de grande porte econômico Pecuária de média tecnologia • • • Produtor empresarial de médio porte econômico Aga Agricultura de alta tecnologia • • • • • Produtor empresarial de muito grande porte econômico Agricultura de alta tecnologia • -- Produtor familiar de médio porte econômico Agricultura de alta tecnologia • • Produtor familiar de grande porte econômico FONTE: CNEC, 1997. (*¹) a metodologia para definição dos sistemas de produção é descrita com detalhes no Relatório Técnico (DSEE- VG/US-RT-002). (*²) intervalos de porcentagem – conforme relacionado a seguir:

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QUADRO 004 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 9. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%) Padrão Participação em Participação em Principais Sistemas de Produção *¹ de Uso Número (%) *² Área (%) *² Ap Pecuária de tecnologia rudimentar • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Pecuária de baixa tecnologia • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Pecuária de média tecnologia • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Agricultura de baixa tecnologia • • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Agricultura de média e pecuária de baixa tecnologia • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Agp Pecuária de média tecnologia -- • Produtor empresarial de grande porte econômico Pecuária de média tecnologia • • Produtor empresarial de médio porte econômico Pecuária de média tecnologia • • • • Produtor empresarial de pequeno porte econômico Pecuária de baixa tecnologia -- • Produtor empresarial de grande porte econômico Agp/ Pp Pecuária de tecnologia rudimentar -- • • • Produtor empresarial de grande porte econômico Pecuária de tecnologia rudimentar -- • Produtor empresarial de muito grande porte econômico Pecuária de tecnologia rudimentar -- • Produtor empresarial de médio porte econômico FONTE: CNEC, 1997. (*¹) a metodologia para definição dos sistemas de produção é descrita com detalhes no Relatório Técnico (DSEE- VG/US-RT-002). (*²) intervalos de porcentagem – conforme relacionado a seguir: Percentual, em número, do sistema de produção no Percentual, em área, do sistema de produção em relação total dos estabelecimentos pesquisados: ao total de área dos estabelecimentos pesquisados: -- menor que 5% -- menor que 5% • de 5% a 10% • de 5% a 10% • • de 10,1 a 15% • • de 10,1 a 15% • • • de 15,1 a 20% • • • de 15,1 a 20% • • • • Maior que 20% • • • • maior que 20% FONTE: CNEC, 1997.

As principais características dos sistemas de produção predominantes na Folha MIR- 389, obtidas na Pesquisa Sócio-Econômica-Agronômica e constantes dos Quadros 002, 003 e 004 são:

− Nos estabelecimentos de pecuária com manejo rudimentar, há utilização das pastagens naturais, com pequena aplicação de capital e baixo padrão zootécnico do rebanho;

− A pecuária, quando de baixa tecnologia, caracteriza-se pela utilização de pastagens naturais ou plantadas, com rebanhos de baixo padrão zootécnico. O manejo incorpora pequena aplicação de capital, podendo haver melhorias quanto ao uso de insumos e preparação das terras;

− Na agricultura de baixa tecnologia, a atividade é marcada pela força de tração manual, eventualmente complementada pela tração animal. Há uma baixa utilização de insumos, denotada pela qualidade das sementes e pelo nível de utilização de fertilizantes químicos e de calcário, com pequena aplicação de capital no manejo, melhoramento e conservação das terras e lavouras;

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− Quando de média tecnologia, a atividade pecuária é marcada pela presença de pastagens plantadas, sendo que as atividades, de forma geral, incorporam o uso de insumos e melhor padrão zootécnico do rebanho. Caracteriza-se pela média aplicação de capital nas técnicas de manejo, melhoramento e conservação das terras e pastagens;

− A agricultura de alta tecnologia é realizada com práticas que refletem um alto nível tecnológico, marcado pela força de tração mecânica. Caracteriza-se pela alta aplicação de capital nas técnicas de manejo, melhoramento e conservação do solo e das lavouras, com um alto uso de insumos, denotado pela qualidade das sementes e pelo nível de utilização de fertilizantes químicos e de calcário. A gestão destes empreendimentos é de caráter empresarial, com a atividade produtiva realizada por empregados permanentes contratados, eventualmente complementadas por empregados temporários;

− Nas gestões onde o caráter é familiar, a maior parte da força de trabalho é fornecida pelos familiares do produtor, eventualmente complementada por empregados permanentes ou temporários. Nos sistemas onde a gestão é empresarial, a maior parte da força de trabalho é contratada, constituída por empregados permanentes, eventualmente complementada por empregados temporários;

− Em todos os sistemas associados a estas categorias de uso, os estabelecimentos de pequeno rendimento econômico têm receitas anuais médias inferiores a R$ 15.000,00. Nos estabelecimentos de porte econômico médio, a receita anual situa-se entre R$ 15.000,00 e 60.000,00; entre R$ 60.000,00 e 300.000,00 nos de grande porte econômico; é superior a R$ 300.000,00 nos de muito grande porte econômico (valores de dezembro de 1996).

3.2.2.2. Aga - Uso Agropecuário em Médias e Grandes Propriedades com Predomínio de Cultura Anual

Padrão de mapeamento caraterizado pelo predomínio de culturas agrícolas (soja, milho, arroz, cana-de-açúcar). É predominante na Chapada dos Guimarães (Aga 5), na região de Primavera do Leste, Campo Verde e Jaciara, estendendo-se em pequena parcela da Região Homogênea AHP 9.

Na Região Homogênea AHP 5, caracteriza-se pelo predomínio da agricultura mecanizada (grãos, com menor participação de cana-de-açúcar), correspondendo a um conjunto diversificado de sistemas de produção e estabelecimentos com agricultura de alta tecnologia associados a produtores empresariais de muito grande porte econômico (Quadro 003), assim como a produtores familiares de grande e médio porte econômico. Ocorre de forma extensiva, em grande parcela do território da Folha MIR-389, na área drenada pelo Rio das Mortes, com grande alteração dos ambientes naturais.

3.2.2.3. Agp - Uso Agropecuário em Médias e Grandes Propriedades com Predomínio de Pastagens

Padrão de mapeamento caracterizado pelo predomínio de pastagens, sendo inexpressiva a participação de culturas. Esta tipologia de ocupação é caracterizada por um conjunto diversificado de sistemas de produção que ocorrem, de forma diferenciada, nas três Regiões Homogêneas.

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Na Região Homogênea AHP 5, que ocupa a maior parte do território mapeado, este padrão de uso tem expressão territorial significativa no trecho compreendido na bacia do Rio Paraguai e a norte, com zonas de ocupação entremeadas por formações savânicas, geralmente alteradas, destacando-se a participação de grandes e médios estabelecimentos. Na Região Homogênea ocorrem diversos sistemas de produção (Quadro 003), onde predominam estabelecimentos com pecuária de média tecnologia, associados a produtores empresariais de médio e grande porte econômico.

Na área mapeada, este padrão de uso é também associado a estabelecimentos rurais com baixo grau de exploração ou com exploração das pastagens nativas. A diversificação de manejos é decorrência da diversidade de ambientes ocorrentes no território; na porção norte da Folha MIR-389, na Chapada dos Guimarães, predominam grandes propriedades com pastagens plantadas e utilização dos campos naturais nos ambientes savânicos. A sul, no Planalto dos Alcantilados e nas bacias dos Rios São Lourenço e Poxoréo, as zonas de uso ocorrem de forma descontínua, em ambientes savânicos e de contato com a Floresta Estacional, com pastagens plantadas e utilização dos campos naturais.

As Regiões Homogêneas AHP 4 e AHP 9 abrangem pequena porção do território desta Folha, respectivamente nas extremidades noroeste (município de Chapada dos Guimarães) e sudoeste (município de Santo Antônio do Leverger). As áreas de ocupação aqui presentes ocorrem de forma descontínua, devido à presença de áreas legalmente protegidas e o relevo movimentado, predominando estabelecimentos com pastagens plantadas e, localmente, o manejo dos campos naturais (Quadros 002 e 004).

Nas três Regiões Homogêneas são também presentes pequenas propriedades, não mapeáveis na escala do trabalho, correspondendo a estabelecimentos com manejos de média e baixa tecnologia e rudimentares, associados a produtores familiares de pequeno porte econômico.

3.2.3. Aq - Áreas de Queimada

Áreas de queimada, comumente utilizadas para a abertura de áreas com vegetação natural (desmatamento) e como sistema de manejo de pastagens durante a estação seca foram localizadas nas regiões norte e sul da MIR-389.

3.2.4. M – Extrativismo Mineral

A mineração de ouro e diamante é atividade antiga na região, ligada ao seu histórico de povoamento. O extrativismo mineral ainda persiste, principalmente no município de Poxoréo, nos vales dos Rios Poxoreozinho, Coité e Poxoréo, sendo a principal atividade econômica do município. Apesar do declínio do garimpo de diamante, continua a extração de cascalho e areia feita com dragas.

No âmbito da Folha MIR-389, encontra-se delimitado o distrito Mineiro Aurífero de Alto Caitê de onde vem sendo extraído diamante por processos de garimpagem. No geral, os garimpos são atualmente decadentes e têm provocado alterações ambientais relevantes na região, identificáveis no imageamento. Em alguns locais nas proximidades de Poxoréo, têm sido executados trabalhos de recuperação, através de terraplenagens.

No quadrante noroeste da Folha MIR-389 estão também delimitados os distritos mineiros diamantíferos do Rio Quilombo e da Bacia Hidrográfica do Rio Roncador. No quadrante sudeste, há cadastro de fontes de água mineral.

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3.2.5. U - Usos Urbanos

Os núcleos urbanos mais relevantes ocorrentes na Folha são constituídos pelos municípios de Campo Verde, localizado a oeste da Folha, Dom Aquino, Jaciara e Poxoréo, situados ao sul e Primavera do Leste, na porção centro-leste. A rede urbana é polarizada por Primavera do Leste que caracteriza-se por deter a maioria das funções urbanas, com densidades diferenciadas de equipamentos e estabelecimentos, assim como Jaciara e

3.2.6. Pu – Usos Peri-Urbanos

Esta legenda é formada pelos usos peri-urbanos localizados no entorno de núcleos urbanos mais representativos como no caso, as cidades de Dom Aquino, Primavera do Leste Poxoréu. Estes são formados por áreas pouco adensadas, com grande número de vazios urbanos e presença significativa de vegetação ruderal.

3.2.7. Ua - Uso Antrópico em Unidades de Conservação

Manchas de desmatamento foram verificadas no interior do A.P.A. da Chapada dos Guimarães e E.E. Rio da Casca II, denotando a pressão antrópica ocorrente sobre estas áreas na região.

4. CARACTERÍSTICAS DO MEIO FÍSICO ASSOCIADAS ÀS FORMAÇÕES VEGETAIS E AO USO DO SOLO

O território da Folha MIR-389 abrange parte das bacias do Araguaia e do Alto Paraguai. As nascentes do Rio das Mortes (bacia do Araguaia) situam-se na porção sudoeste da Folha; o rio percorre, em seu alto curso, um traçado aproximado sul-norte e progressivamente oeste-leste, cruzando a Folha em posição mediana. Seus principais tributários são os Rios Cumbuca e Sangradourozinho e os Córregos Mambeca, Jacuba, Galheiro, Esparramo e Chimbica.

A extremidade noroeste da Folha MIR-389 é drenada por formadores e afluentes do Rio Cuiabá, Rio da Casca e Aricá; a porção centro-sul e sudeste pelos Rios São Lourenço e Poxoréo, afluente do Rio Vermelho(Bacia do Rio Paraguai).

A região situa-se em domínio de Clima Tropical Continental, alternadamente seco e úmido, ocorrendo variações locais, função de diferentes situações de relevo e de seu posicionamento em relação à circulação atmosférica.

O fator altitude e o relevo aplanado de cimeira do Planalto dos Guimarães, que se estende na maior parte da região, condiciona climas frios no contexto do Estado, com temperaturas médias anuais entre 21,4 - 23,0oC. Os valores médios da pluviosidade são relativamente elevados, entre 1.700 – 2.100mm. A duração e intensidade da seca estacional é atenuada; encontram-se os menores valores regionais de deficiência hídrica, entre 75 - 200mm; os excedentes hídricos são de moderados a elevados (800 – 1.000mm). Dentro deste extenso conjunto de terras altas, com clima mesotérmico úmido, ocorrem diferenciações locais em função da altitude, com situações mais frias e úmidas nas regiões topograficamente mais elevadas.

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Na porção centro-sul da Folha MIR-389, na bacia do alto Rio São Lourenço, a pluviosidade anual média é pouco mais reduzida, variando entre 1.600 – 1.800mm, com 4 meses secos, também de junho a setembro e deficiências hídricas entre 150 - 250mm. O excedente hídrico médio é de 700 - 800mm, entre novembro e abril. As áreas dos planaltos e serras desta região sudeste do Estado têm, como um dos controles climáticos mais importantes, a posição e o deslocamento da frente polar, que pode acarretar irregularidades no ritmo anual e sazonal da pluviosidade.

Na extremidade noroeste da Folha MIR-389, na Bacia do Rio Manso, a variação pluviométrica média é também mais reduzida, entre 1.600 – 1.700mm, permanecendo o período de seca de inverno de 4 meses. A deficiência hídrica é entre 200 - 250mm por ano, com um excedente de moderado a elevado (600 - 900mm).

A maior parte do território está compreendido na morfo-estrutura do Planalto e Chapada dos Guimarães; a porção sudeste, no Planalto dos Alcantilados.

O planalto e a pequena porção da Chapada dos Guimarães compreendida na Folha MIR-389 correspondem a um sistema de aplanamento, com diferentes graus de dissecação, com formas sustentadas principalmente por litologias areníticas da bacia do Paraná, destacando-se as Formações Marília, Botucatu e Furnas. Nesta região, predomina um relevo aplanado, na área de influência do Rio das Mortes, com declividades de oeste para leste (níveis altimétricos entre 580 - 700 m). Localmente ocorre espessa cobertura argilosa, correspondente a Superfícies Peneplanizadas Terciárias. Nesta ampla superfície que se estende na porção centro-norte do território mapeado, são expressivos os sistemas de agradação fluvial e lacustre, ao longo dos principais cursos d’água, afluentes do Rio das Mortes.

Na porção sudoeste da Folha MIR-389, ainda no Planalto dos Guimarães, ocorrem sistemas mais dissecados, com colinas e morros também elaborados sobre litologias do Grupo Cuiabá e sobre rochas graníticas da Suíte São Vicente. Este relevo está associado à Serra de São Vicente, que alcança níveis altimétricos entre 500-900 m.

Relevos estruturais estão associados ao Planalto dos Alcantilados, na porção meridional, onde ocorrem formas preservadas e diferentes graus de dissecação, em altitudes entre 400-700 metros. Estes relevos, também elaborados em substratos da Bacia do Paraná, estão associados a diversas litologias das Formações Furnas, Ponta Grossa, Aquidauana, Palermo, Botucatu e Marília.

Nas chapadas, em relevo plano a suave ondulado, com ambiente savânico, desenvolveram-se Latossolos Vermelho-Escuros, enquanto nas áreas mais dissecadas, com relevo suave ondulado a muito acidentado, desenvolvem-se solos podzólicos, cambissolos, Areias Quartzosas e litólicos, revestidos por ambientes savânicos e florestais.

Os Latossolos Vermelho-Escuros e Vermelho-Amarelos que predominam no Planalto dos Guimarães, em grandes extensões a sudoeste e centro-norte da Folha MIR-389, são geralmente utilizados nas lavouras mecanizadas de grãos. Estes solos apresentam condições físicas favoráveis ao aproveitamento agrícola, tendo nas características químicas, elevado grau de acidez e baixa fertilidade natural, suas principais limitações. Os Latossolos Vermelho- Amarelos apresentam, em algumas unidades de mapeamento, caráter plíntico.

Solos podzólicos álicos e distróficos, com baixa fertilidade natural, ocorrem associados a cambissolos (álicos, a norte de Dom Aquino), a solos litólicos e a afloramentos rochosos, em relevo acidentado. Com caráter eutrófico, com média a alta fertilidade, são presentes na porção sul da Folha MIR-389, em relevo plano a acidentado; têm textura média e argilosa, podendo apresentar cascalhos. As limitações ao uso agrícola são representadas pela

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susceptibilidade à erosão e pela dificuldade ao uso de implementos agrícolas, quando em relevo acidentado.

Solos do tipo cambissolos apresentam freqüentemente concreções e cascalhos, ocorrendo com baixa, média e alta fertilidade natural (eutróficos). São presentes a sul e sudeste do território, ora como dominantes, ora associados a podzólicos, litólicos e concrecionários. Sua potencialidade agrícola é variável, função das condições de relevo, da presença de cascalhos ou concreções, da fertilidade natural; têm geralmente forte susceptibilidade à erosão. No território mapeado estão geralmente associados a atividades de pecuária.

Areias Quartzosas ocorrem, em extensões consideráveis, nas porções sul e noroeste do território, em situações de relevo de plano a suave ondulado. Ocorrem em ambientes savânicos, geralmente utilizados em pastagens, ocasionalmente com culturas permanentes e reflorestamentos. Têm graves limitações ao uso agrícola, pela baixa fertilidade natural, textura arenosa e drenagem excessiva.

Solos concrecionários ocorrem de forma dispersa, com pouca expressão territorial, na porção sudeste da Folha MIR-389, associados a Areias Quartzosas e a cambissolos. Têm baixa fertilidade natural e restrições quanto ao uso agrícola, pela presença de concreções ferruginosas. Solos litólicos, geralmente cascalhentos ou concrecionários, ocorrem de forma esparsa com maior ocorrência nas porções sul e noroeste do território mapeado. São impróprios ao aproveitamento agrícola, em virtude do relevo acidentado, da pequena profundidade, presença de cascalhos, alta susceptibilidade à erosão e baixa fertilidade natural.

Nas planícies fluviais dos principais Rios do Planalto dos Guimarães, com maior expressão ao longo da calha do Rio das Mortes e de seus principais afluentes, ocorrem solos aluviais, orgânicos e Gleis pouco Húmicos. A ocorrência de plintossolos é relacionada a zonas com escoamento deficitário das águas pluviais e fluviais. Ocorrem na porção nordeste da Folha MIR-389, em relevos planos, em ambientes de Savana Parque, formando os chamados “campos de murunduns”. Estes solos estão geralmente associados a Latossolos Vermelho- Amarelos plínticos; têm fortes limitações ao uso agrícola, pelas condições de drenagem e baixa fertilidade natural; estas áreas são geralmente utilizadas como pastagens, aproveitando os campos naturais.

Estas características do território dão suporte a diferentes ambientes e formas de apropriação das terras. Conforme esquematizado na Figura 004, podem ser consideradas três feições de paisagem, com características homogêneas quanto aos aspectos naturais e de ocupação:

− As áreas do Planalto dos Guimarães, em sua maior parte relacionadas às áreas drenadas pelo Rio das Mortes, ocupando grande extensão territorial na Folha MIR-389 em sua porção centro-norte e oeste;

55o 30' 55o 00' 54o 00' Nova Brasilândia Paranatinga R io 0 o 4 15 00' 1

T C MIR 389 ó M S r r u e 0 1 g 3 s 5 o 1 p 2 i G T r T o M a lh M

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LEGENDA

Chapada e Planalto dos Guimarães - Casca Chapada e Planalto dos Guimarães - Chapada Planície e Pantanais do Guaporé - Planície Fluvial Planalto dos Alcantilados - 1 Nível Planalto dos Alcantilados - 2 Nível Frente de Cuesta Escarpa Erosiva

Figura 04

DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICODO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA SEGUNDA APROXIMAÇÃO DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO

Principais Feições dade Paisagem Folha Dom Aquino - SD. 20-X-B / SD. 21-Z-D Mir 389

ESCALA : 1:1.500.000 Fonte: CNEC: Compartimentação Geomorfológica Preliminar do Estado de Mato Grosso, 1997 27

− As áreas de relevo ondulado, que caracterizam a área drenada pelos Rios São Lourenço e Poxoréo (Bacia do Rio Paraguai), na porção centro-sul e sudeste da Folha MIR-389;

− As áreas de relevo dissecado, ondulado a suave ondulado na porção oeste da Folha MIR-389, correspondendo aproximadamente à bacia dos Rios Manso e Cuiabá.

4.1. FEIÇÃO DE PAISAGEM – CHAPADA E PLANALTO DOS GUIMARÃES

É uma zona característica de chapada, abrangendo áreas drenadas pelo Rio das Mortes, cruzada pela rodovia BR-070, limitada a oeste pela BR-251; o relevo é tabular, com topos planos, onde predominam Latossolos Vermelho-Escuros e Vermelho-Amarelos. É posicionada em cotas altimétricas entre 760-600 m, chegando a 800 m na Serra do Finca Faca, com declives em direção nordeste. Caracteriza-se como uma superfície aplanada muito conservada, elaborada em arenitos, com baixa densidade de drenagem. É delimitada a noroeste (Serras da Baronesa, Dourada, do Galinho), a oeste (Serras de São Lourenço, do Roncador) e na porção centro-sul (Serras Grande, do Morcego, das Parnaíbas), por escarpas erosivas e ressaltos topográficos.

Localmente, principalmente a nordeste, em função das declividades muito baixas e das características locais de solo e drenagem, ocorrem depressões úmidas com solos hidromórficos, com presença de vegetação com fisionomia de Savana Parque com campos de murunduns. A rede de drenagem tem fundo plano e raso, com rios de cursos meândricos em planícies aluviais, onde estão presentes veredas.

A cidade de Campo Verde situa-se na porção oeste da feição e Primavera do Leste na porção oriental; são interligadas pela rodovia BR-070, que delimita aproximadamente a feição a sul. São ainda presentes as rodovias BR-251 a oeste e MT-130, a leste. Apesar da presença relativamente restrita de infra-estrutura viária e de núcleos urbanos, esta região apresenta uma ocupação extensiva, com grande alteração dos ambientes naturais.

Esta ocupação ocorreu há aproximadamente 20 anos, após o desenvolvimento da tecnologia agrícola para o cerrado. A partir de então, a cobertura vegetal, em toda a porção centro-sul foi, em sua maior parte, substituída pela agricultura mecanizada.

Originalmente revestida por ambientes savânicos (Savanas Arborizada e Parque, localmente Savana Florestada), formações vegetais mais extensas ocorrem apenas na porção setentrional, em áreas ainda não apropriadas pelos usos, ou onde as formações campestres são pastejadas. Remanescentes de maiores extensões apresentam bordas com recorte geométrico, indicativo de contato abrupto com áreas de uso antrópico. Relacionam-se com Formações Justafluviais ou Campos Úmidos (Savana Gramíneo-Lenhosa), presentes ao longo do Rio das Mortes e de seus afluentes, onde a elevada umidade dos solos favorece a presença de vegetação hidrófita. Subordinadamente, a nordeste e centro-sul, Campos Úmidos encontram-se presentes. Por toda a extensão da Chapada ocorrem manchas de vegetação isoladas, pequenas e em contato com áreas agrícolas.

São, porém, expressivas as formações aluviais e justafluviais que acompanham os cursos d’água e que constituem praticamente os únicos remanescentes na zona ocupada pela agricultura mecanizada.

A região situa-se num contínuo da expansão da agricultura em moldes modernos da região de Rondonópolis. Caracteriza-se como uma zona de ocupação consolidada, com agricultores em sua maioria provenientes de Estados do sul do país e marcada pela presença e

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tendência de expansão da agricultura comercial. Predominam médios e grandes estabelecimentos, com força de trabalho assalariado. Esta ocupação está associada a solos adequados à agricultura mecanizada (latossolos) sendo também presente a pecuária em pastos plantados. Neste padrão agrícola, permanecem bolsões de pequenas propriedades produtivas e de subsistência, com destaque para a produção de leite.

Nas culturas, são geralmente adotadas técnicas de rotação dos plantios, de forma a aumentar a produtividade e propiciar um manejo de solo mais adequado, que auxilia no controle à erosão, presente nas áreas planas com cobertura de latossolos. Neste contexto, observam-se processos de erosão laminar, ravinamentos localizados e assoreamento das drenagens; foram constatadas também grandes áreas de voçorocas em lavouras mecanizadas. Em Primavera do Leste e ao longo da BR-070 o fenômeno é menos observado, provavelmente devido à ocupação mais recente.

Primavera do Leste é importante núcleo polarizador da região, desenvolvido a partir da agricultura moderna, contando com beneficiadoras de soja e arroz e significativa estrutura do setor terciário de apoio às atividades agrícolas, com destaque para a armazenagem.

Na região de Campo Verde, também desenvolveu-se a agropecuária empresarial capitalizada; nas propriedades são utilizados equipamentos agrícolas, com presença de vários silos e armazéns, e uso intensivo de insumos. Apesar de uma relativa homogeneidade nas características da ocupação, ocorrem diferenciações locais, com especificidades de manejo e produção.

No vale do Rio da Casca, próximo a Campo Verde, estão as instalações da Sadia, empresa que influencia a dinâmica da produção no município e arredores. No imageamento pode-se observar as áreas de incubadoras e criatórios da própria Sadia e, nos arredores, são inúmeras as propriedades que trabalham em sistema consorciado com esta empresa, na transição entre as feições 4.2 e 4.3.

A leste de Campo Verde encontra-se a Agrovila João Ponce, núcleo rural com pequenas propriedades produtoras de hortifrutigranjeiros que abastacem a região de Cuiabá; a sudeste, em direção a São Vicente, culturas temporárias e pastos cultivados ocupam todo o topo do tabuleiro, aproximadamente limitado pela BR-364.

Neste território, a atividade pecuária é organizada em médias e grandes propriedades, com pastagens bem manejadas e capins do gênero Brachiaria, além das atividades agrícolas tecnificadas; a atividade pecuária é dominante entre São Lourenço de Fátima e a BR-364. Neste trecho, nas proximidades da rodovia, é também relevante a presença dos canaviais que abastecem usinas de açúcar e álcool em Jaciara. Estas áreas canavieiras apresentam-se em expansão em relação à época do imageamento.

A porção norte desta feição apresenta um uso mais descontínuo. A oeste, na região cruzada pela rodovia MT-140, região de influência de Nova Brasilândia (MIR-373), passam a predominar pastagens plantadas, apenas entremeadas por propriedades com culturas mecanizadas.

Fato marcante nestas áreas de chapada está relacionado aos afloramentos do lençol freático, quando ocorrem pequenas matas de brejo dominadas pelo buriti (Mauritia flexuosa) ou constituídas por várias espécies arbóreas adaptadas a estas condições edáficas. A diferença na composição florística destas matas de brejo está provavelmente associada a diferenças na fertilidade do solo e no nível do lençol freático.

São expressivas, nesta região, as formações residuais de Savana Arborizada, secundada pela Savana Parque, que entremeiam as zonas de uso principalmente na

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extremidade centro-norte. Em correspondência à Serra Finca-Faca, as escarpas apresentam formações de Savana Parque e Savana Arborizada entremeadas por matas nos grotões de drenagem. Na porção nordeste, volta o predomínio das lavouras anuais mecanizadas; também são significativas as Formações Justafluviais, destacando-se a que acompanha o Rio Cumbuca (matas e campos úmidos) e os campos de murunduns. Nesta porção do território, as formações savânicas são, em sua maioria, manejadas pelo fogo e utilizadas como pastagens naturais.

Apesar do alto grau de ocupação da região, áreas desmatadas no período 94/97, relevadas no trabalho do FEMA, ocorrem como expansão das zonas com lavoura mecanizada, nas poucas áreas remanescentes entre as áreas de uso, em ambientes de Savanas Parque e Arborizada e mesmo nos campos úmidos (Savana Gramíneo-Lenhosa) lindeiros ao córrego Chico Nunes, afluente ao Rio das Mortes. A norte, permanecem amplas áreas sem uso, e algumas desmatadas, pela extensão das áreas ocupadas por lavouras anuais e por pastagens.

4.2. FEIÇÃO DE PAISAGEM – BACIA DO PARAGUAI

Abrange a maior parte da área drenada pelos Rios São Lourenço e Poxoréo e o contato entre o Planalto dos Guimarães e dos Alcantilados. É região com cobertura pedológica de latossolos de textura média e de Areias Quartzosas álicas e distróficas, que caracterizam a área drenada pelo Rio Poxoréo, com relevo suave ondulado, formas dissecadas e topos tabulares.

Esta região, de ocupação relativamente antiga, ligada à atividade de mineração e à expansão da pecuária, tem uma infra-estrutura viária bem estruturada, com núcleos urbanos concentrados a oeste, ao longo do Rio São Lourenço - Dom Aquino, Jaciara e inúmeras localidades e Poxoréo, Alto Coité, Aparecida do Leste na área de influência do Rio Poxoréo. Em ambas as situações, é muito forte o contraste entre esta região e a ocupação agrícola do Planalto, apesar da grande alteração deste território pela ocupação. Predominam atividades de pecuária empresarial em grandes e médias propriedades, com bolsões de pequenas propriedades dedicadas à produção de leite e a lavouras de subsistência.

Salienta-se o bom padrão da pecuária desenvolvida na região, caracterizada pela engorda do gado, em pastagens bem manejadas, formadas predominantemente com gramíneas do genero Brachiaria.

Neste território predominam formações savânicas, sendo expressiva a presença de formações florestais de contato entre a Floresta Estacional e a Savana, principalmente na porção sudeste.

É freqüentemente observada a utilização das formações savânicas campestres manejadas pelo fogo para disseminação das gramíneas nativas. Com isso a cobertura vegetal apresenta alto grau de fragmentação, sendo poucos os remanescentes bem conservados.

Contudo, remanescentes florestais de contato com formações savânicas ainda têm presença significativa no vale do Rio Poxoréo, associados a relevos mais acidentados. Encontram-se disseminados por grande parte da área, notadamente nas porções central e sudeste da Folha MIR-389, entremeados por formações de Savana Parque e por áreas de agricultura, formando um complexo mosaico, onde se alternam formações florestais e savânicas, sempre alteradas por perturbações antrópicas.

As formações vegetais residuais, associadas ao relevo dissecado e aos solos podzólicos desta região, caracterizam-se pela presença de lianas e de espécies seletivas típicas de formações florestais estacionais. A vegetação savânica restringe-se a pequenas

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manchas em locais de afloramentos rochosos ou de solos muito superficiais, apresentando formações de Savana Arborizada. Por serem de pequenas extensões, não são passíveis de mapeamento. Assim, esta região caracteriza-se pelo contato em mosaico de savanas e florestas, essas últimas ocorrendo como matriz, onde estão encraves savânicos.

De um modo geral, os fragmentos de Floresta Estacional nessa região encontram-se melhor conservados nos locais afastados de centros urbanos e rodovias, ocupando partes elevadas do relevo. Nas proximidades das zonas de uso, essa vegetação apresenta-se muito degradada.

Em correspondência a relevos mais acidentados, as formações savânicas (Savana Arborizada a Savana Parque) estão associadas a formações florestais instaladas nos grotões de drenagem e, localmente, à Savana Gramíneo Lenhosa (campos rupestres) quando da presença de afloramentos rochosos.

Destaca-se, neste padrão, o vale do Rio São Lourenço. O contato entre o Planalto dos Guimarães e o Planalto dos Alcantilados é fortemente dissecado, com um relevo variando de suave a fortemente ondulado. Predominam solos Podzólicos Vermelho-Escuro e vegetação de contato entre a Savana e a Floresta Estacional. Após a descida da escarpa do tabuleiro, situa-se o núcleo rural Coronel Ponce, com pequenas propriedades de colonos. Com horticultura em estufas, plantações de frutas, legumes, piscicultura, granjas, este núcleo abastece as cidades vizinhas com um sistema de produção familiar medianamente capitalizado. Entre Coronel Ponce e o núcleo urbano de Dom Aquino predominam as propriedades de pequeno e médio porte com pastagens cultivadas, destacando-se a produção de leite.

As pequenas propriedades com cultivos de lavouras tradicionais concentram-se sobre os solos podzólicos e próximas aos principais eixos rodoviários e aos núcleos urbanos. Verifica-se uma tendência à concentração fundiária, com a venda das chácaras e sítios que produziam alimentos para grandes proprietários, que passam a desenvolver a atividade pecuária, substituindo as roças por pasto.

As regiões a sudeste de Poxoréo e a leste de Dom Aquino (Serra das Parnaibas) e na porção sudoeste da Folha MIR-389 (Serra de São Lourenço / Serra de São Vicente) correspondem a relevos dissecados com solos podzólicos e cambissolos. Na atividade pecuária, predomina a recria e engorda de gado de corte, em pastagens cultivadas.

Em algumas situações, o alto grau de dissecação do relevo sugere na imagem, parcelamento do solo, fato que não ocorre no local, onde predominam grandes e médias propriedades, com áreas de uso descontínuas, entremeadas por formações naturais, tanto de ambientes savânicos como de contato com a Floresta Estacional.

A oeste da sede municipal de Dom Aquino, ocorrem seringais bastante antigos, em ambas as margens do Rio São Lourenço. De Dom Aquino para o sul, em direção a Jaciara, além de pastagens, estão presentes canaviais cuja produção abastece a Usina Jaciara, instalada há muito na região.

Vale ressaltar a presença de extensas áreas de mineração no vale do Rio Poxoréozinho e de seus principais afluentes, imediatamente a norte da cidade de Poxoréo, apresentando-se os rios, nesta região, muito assoreados.

Nesta feição, as áreas desmatadas no período 94/97 (trabalho FEMA) são pouco expressivas na porção centro-oeste e meridional. Têm maior ocorrência na porção noroeste, no contato com o Planalto dos Guimarães, expansão de áreas de uso agropecuário em ambiente de Savana Arborizada.

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4.3. FEIÇÃO DE PAISAGEM – BACIA DOS RIOS CUIABÁ E MANSO

Corresponde à extremidade oeste do território mapeado inserido, em sua porção centro-sul, no Planalto dos Guimarães no contato com a Depressão Cuiabana; a oeste e a norte, na Chapada dos Guimarães. É cruzado pelas rodovias BR-251 (Campo Verde – Chapada dos Guimarães) e BR-364 / 163 (Jaciara – Cuiabá).

Caracteriza-se pela expressão de usos agropecuários, com grande alteração dos ambientes naturais, apesar da presença de áreas legalmente protegidas (APA da Chapada dos Guimarães, Estações Ecológicas Rio da Casca I e II). A sul e na porção setentrional, a presença de formações serranas (Serra de São Vicente, na extremidade sudoeste da Folha MIR-389, Serras do Descavado, da Baronesa, Dourada, do Lava-Porco e Galinha a norte) condicionam uma ocupação mais rarefeita onde predominam, nas escarpas, formações savânicas (Savanas Arborizada e Parque) entremeadas por matas associadas aos grotões de drenagem.

Na porção central, aproximadamente a oeste de Campo Verde, unidade de relevo anterior, são presentes bolsões de pequenas propriedades nas áreas de assentamentos Perdigão e Mata-Mata.

A sul, entre Jaciara e Águas Quentes, o relevo é acidentado, no contato entre o Planalto e a Baixada Cuiabana (Serra de São Vicente). Neste trecho predominam solos litólicos, com cobertura vegetal de cerrado e contato deste com a Floresta Estacional, entremeada por babaçuais, decorrentes de queimadas freqüentes.

A norte (sub-bacia do Rio Manso) é ainda expressiva a presença de formações savânicas (Savana Arborizada e Savana Parque) em relação às áreas de uso. Estas formações estão associadas a Formações Justafluviais ao longo das drenagens e à presença de matas nos grotões das vertentes das serras. Nesta região também ocorrem, de forma restrita, formações de contato entre a Savana e a Floresta Estacional. De modo geral, as formações savânicas campestres são utilizadas como pastos naturais, manejados pela queima anual.

Áreas desmatadas no período 94/97 (FEMA) são pouco representativas a sul, ocorrendo de forma esparsa e com pequenas proporções, em ambientes savânicos; são pouco mais expressivas, quanto à área e concentração das ocorrências a norte, na área drenada pelo Rio Roncador, afluente do Rio da Casca.

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5. BIBLIOGRAFIA

BITTENCOURT, M. D. & PIVELLO, V. R., 1998. SIG e sensoriamento remoto orbital auxiliando o zoneamento ecológico. Investigaciones Geográficas, 36, 42p. BRASIL – Dep.Nacional de Produção Mineral. Projeto RADAMBRASIL, 1982 – Levantamento de Recursos Naturais. Folha Cuiabá (SD-21). Rio de Janeiro. EMPAER. Diagnóstico do município de Canarana-MT. Cuiabá: EMPAER, 35p. 1997. IBGE, 1992. Manual técnica da vegetação brasileira/Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. - Rio de Janeiro: 92p. VELOSO, H.P., RANGEL-FILHO, A.L.R, LIMA, J.C.A. 1991. Classificação de vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. IBGE. Rio de Janeiro. 124 p. MATO GROSSO.

ANEXOS

ANEXO I - RELAÇÃO DAS FICHAS DE CAMPO CAMPANHA DE FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

MIR 389 Padrão de Imageamento Roteiro Ponto US Coord. Relevo Solo * (1:1.500.000) Vegetação Uso Cor Tonalidade Textura 799.646 plano a Latossolo Vermelho beje 25 clara escura mosqueada rugosa mata aluvial pasto limpo 11 8.298.509 suave ondulado Amarelo verde 803.623 plano a Latossolo Vermelho mosqueada 14 cinza verde clara média mata estacional pasto limpo (branquiarão) 11 8.309.593 suave ondulado Amarelo a rugosa 809.809 plano a Latossolo 16 verde média rugosa lisa a mosqueada aluvial, mata estacional ... 11 8.319.044 suave ondulado Verm. Amarelo 805.048 Latossolo 15 plano verde média rugosa lisa a mosqueada cerrado ... 11 8.317.340 Verm. Amarelo 774.031 83 ondulado areia quartzosa cinza clara mosqueada campo cerrada em encosta ... 11 8.236.950 785.090 66 areia quartzosa verde clara mosqueada campo cerrada em encosta pasto sujo 11 8.245.912 ondulado 786.411 areia quartzosa verde clara 11 67 8.250.067 ondulado mosqueada ... pasto sujo 788.687 (maracujá) areia quartzosa verde 11 68 8.252.321 ondulado média mosqueada floresta estacional (degradada) agric.peq.propriedade 792.149 69 areia quartzosa verde escura rugosa cerrado ... 11 8.254.549 ondulado 795.116 70 areia quartzosa verde escura rugosa floresta estacional ... 11 8.255.321 suave ondulado e forte ondulado 798.147 71 areia quartzosa verde clara amarelada mosqueada domínio cerradão ... 11 8.255.041 suave ondulado 800.604 areia quartzosa verde 11 72 8.254.660 suave ondulado escura rugosa cerrado pasto com árvores 806.035 73 areia quartzosa verde clara mosqueada domínio cerrado 11 8.252.739 suave ondulado ... 812.525 clara acinzentada 74 areia quartzosa verde mosqueada ... pasto sujo 11 8.256.072 suave ondulado 809.122 latossolo vermelho mosqueada 11 48 8.262.970 suave ondulado amarelo rosa média / escura clara ... pasto sujo 794.158 latossolo vermelho verde/preta 11 46 8.278.836 suave ondulado a plano amarelo rosa clara acinzentada rugosa mosqueada formação ciliar agricultura mecanizada (arroz) 797.479 latossolo vermelho 11 27 8.280.477 suave ondulado a plano amarelo roxa clara acinzentada mosqueada ... 801.459 latossolo vermelho verde/preta 11 47 8.273.139 suave ondulado a plano amarelo média escura rugosa formação ciliar e área alagada agric.mecanizada, soja e arroz 779.022 latossolo vermelho lisa a 43 verde ... pasto sujo 11 8.276.024 suave ondulado a plano amarelo clara mosqueada 768.362 latossolo vermelho arroxeada 11 42 8.276.353 suave ondulado a plano amarelo rosa mosqueada ... agricultura mecanizada (sorgo / milheto) 809.563 lisa 7 17 8.316.879 plano a suave ondulado LVda cinza escura campo úmido ... 809.987 formação florestal 7 08 8.320.299 plano a suave ondulado LVda verde rosa média azulada rugosa mosqueada em área úmida agricultura mecanizada (milheto) 810.179 À direita da BR.Transpantaneira (If 7 09 8.323.132 plano a suave ondulado LVda roxa escura mosqueada (contin.) núcleo rural (Carazinho) 813.557 lisa a 7 10 8.331.945 plano a suave ondulado LVda preta ... mosqueada campo úmido (queimado na época) agricultura mecanizada (milho) 707.777 Latossolo Vermelho 7 05 8.338.690 plano a suave ondulado amarelo marron escura esverdeada mosqueada cerrado ... 704.308 Latossolo Vermelho 7 04 8.330.391 plano a suave ondulado amarelo verde muito escura mosqueada cerrado 704.308 mosqueada 7 04 8.330.391 rosa clara a rugosa pasto sujo com árvores 702.910 plano a latossolo vermelho agric.mecan. (milho e área preparada)+ 7 03 8.320.680 suave ondulado amarelo roxa / rosa média / clara mosqueada ... pastp limpo 700.106 suave ondulado latossolo vermelho 7 02 8.326.534 a plano amarelo marron muito escura mosqueada cerrado pasto limpo c/árvores 691.710 verde escura a muito escura mosqueada floresta estacional + cerrado + 7 01 8.325.837 ondulado Litólico campo cerrado ... 700.590 Latossolo Vermelho 7 12 8.315.919 plano Amarelo roxa média rugosa ... agricultura mecanizada (milheto) 700.590 7 12 8.315.919 rosa clara mosqueada domínio florestal estacionbal soja e milho + pasto limpo (Faz.Floresta) 797.836 ondulado a suave 11 84 8.232.263 ondulado areia quartzosa verde clara esbranquiçada mosqueada domínio florestal estacionbal pasto limpo com árvores 794.013 ondulado a suave 11 75 8.240.275 ondulado areia quartzosa verde clara esbranquiçada mosqueada --- pasto limpo com árvores 778.989 11 63 8.249.662 suave ondulado areia quartzosa branca ... mosqueada cerrado área de empréstimo 782.382 11 64 8.254.534 suave ondulado areia quartzosa verde / branca média lisa ... áreas degradadas 786.167 areia quartzosa 11 65 8.258.408 plano hidromófica branca ... rugosa lisa a mosqueada domínio cerradão mineração diamante / areia / cascalho 782.038 11 45 8.266.033 suave ondulado areia quartzosa rosa / verde média mosqueada cerrado pasto limpo com árvores 779.738 cerradão a campo 11 44 8.273.859 suave ondulado areia quartzosa verde média mosqueada cerrado (encosta) ... 795.174 plano a latossolo vermelho 11 26 8.289.287 suave ondulado amarelo rosa / verde média rugosa lisa a mosqueada --- agricultura mecanizada (milho / soja) 761.946 suave ondulado a Latossolo Vermelho formação florestal 11 41 8.277.132 ondulado Amarelo verde média a acinzentada mosqueada em área úmida ---

759.817 suave ondulado latossolo vermelho agricultura mecanizada 11 40 8.277.951 a plano amarelo rosa acinzentada mosqueada --- (soja / milho), pasto sujo 756.316 suave ondulado latossolo vermelho 11 38 8.276.711 amarelo verde clara amarelada mosqueada domínio cerradão --- 751.900 suave ondulado 11 36 8.278.292 Concrecionário verde média rugosa cerrado pasto limpo com árvores (braquiária) 757.389 suave ondulado lisa a agricultura permanente 11 39 8.273.781 a plano Concrecionário verde escura mosqueada cerrado (cultivo coco) 756.293 11 37 8.272.716 ondulado Concrecionário verde média mosqueada floresta estacional --- 751.501 latossolo vermelho 11 24 8.283.799 plano a suave ondulado amarelo rosa amarelada mosqueada ...... 735.882 latossolo vermelho 11 23 8.281.593 plano a suave ondulado amarelo roxa média mosqueada ...... 726.165 reflorestamento (antigo 11 35 8.277.303 plano a suave ondulado Concrecionário verde clara acinzentada mosqueada domínio cerradão pasto (seringueira) 723.732 11 34 8.273.290 plano a suave ondulado Concrecionário verde média mosqueada cerrado agricultura mecanizada (milho) 721.418 podzólico vermelho 11 33 8.270.241 ondulado amarelo verde esverdeada mosqueada domínio florestal estacional pasto sujo 721.118 suave ondulado podzólico vermelho 11 78 8.232.285 a ondulado amarelo cinza clara mosqueada domínio floresta estacional ... 749.750 suave ondulado 11 80 8.231.162 a forte ondulado areia quartzosa rosa clara amarelada mosqueada domínio cerrado pasto limpo com palmeiras 754.817 pasto limpo e agricultura mecanizada 11 81 8.231.738 ondulado a forte ondulado areia quartzosa verde média escura mosqueada cerrado (cana) 757.096 11 82 8.236.576 suave ondulado areia quartzosa verde clara rugosa campo cerrado de encosta pasto sujo (braquiária) 762.365 11 61 8.245.401 suave ondulado areia quartzosa verde clara escura mosqueada cerrado pasto limpo com árvores 767.752 11 62 8.251.741 suave ondulado areia quartzosa verde clara amarelada mosqueada rugosa domínio cerradão pasto limpo com árvores 756.475 11 60 8.253.001 suave ondulado areia quartzosa verde média mosqueada cerrado pasto limpo 753.063 11 59 8.255.845 suave ondulado areia quartzosa verde / marron média lisa afloramento com pasto natural pasto limpo 750.189 11 58 8.256.136 suave a forte ondulado areia quartzosa verde média rugosa área de contato ... 664.730 Latossolo Vermelho transição cerradão/floresta 12 18 8.284.515 plano Amarelo verde média lisa aveludada estacional ...

Página 1 de 2 MIR 389 Padrão de Imageamento Roteiro Ponto US Coord. Relevo Solo * (1:1.500.000) Vegetação Uso Cor Tonalidade Textura 689.565 Latossolo Vermelho (Padrão Geométrico = Retângulos) 12 19 8.284.231 suave ondulado Amarelo rosa média lisa transição estacional / cerrado agropecuária média escala (granja) 681.544 Latossolo Vermelho floresta estacional s.d. aluvial 12 29 8.266.297 suave ondulado Amarelo rosa amarronzado lisa (degradada) ... 675.762 Latossolo Vermelho (Padrão Geométrico = Retângulos) (domínio) transição cerrado / 12 28 8.277.039 suave ondulado Amarelo rosa vários tons lisa estacional pastp sujo 676.695 Latossolo Vermelho (domínio) transição cerrado / agropecuária pequena escala Agrovila 12 50 8.259.041 suave ondulado Amarelo rosa acinzentada lisa estacional (c/form.ciliar) João Ponce) 665.938 floresta estacional s.d. 12 49 8.249.591 forte ondulado Litólico verde escura rugosa (degradada)( pasto limpo 679.072 Latossolo Vermelho 12 51 8.250.316 suave ondulado Amarelo rosa clara lisa (domínio) cerrado ... 680.987 Latossolo Vermelho 12 53 8.242.792 suave ondulado Amarelo rosa clara lisa (domínio) cerrado pasto limpo 680.711 Contato Lítolico e Areia domínio cerrado / afloramento 12 76 8.236.255 suave ondulado Quartozosa rosa clara/ escura mosqueada calcáreo ... Contato Lítolico / 681.130 Latossolo Vermelho 12 77 8.234.864 suave ondulado Amarelo verde azulada (escura) lisa (domínio) cerrado agricultura mecanizada (cana) 690.560 Latossolo Vermelho (domínio) transição cerrado / 12 20 8.292.886 plano Amarelo rosa média lisa estacional agricultura mecanizada (soja e milho) 694.307 Latossolo Vermelho (domínio) transição cerrado / agric.mecanizada (soja e milho) sede das 12 21 8.284.844 plano Amarelo rosa média lisa estacional propriedades) 698.465 (domínio) transição cerrado / 12 11 8.309.274 plano Areia Quartzosa rosa clara lisa estacional pastp limpo 709.833 12 13 8.318.764 plano Areia Quartozosa marron clara a média lisa a rugosa campo cerrado pasto sujo 722.368 Latossolo Vermelho 12 6 8.324.590 suave ondulado Amarelo rosa escura lisa (domínio cerrado) agricultura mecanizada (soja e milho) 721.781 Latossolo Vermelho 12 7 8.323.882 suave ondulado Amarelo marron avermelhada mosqueada campo cerrado ... 704.563 Latossolo Vermelho (domínio) transição cerrado / 12 30 8.275.554 suave ondulado Amarelo rosa média a clara lisa estacional agropecuária média escala (pasto) 714.266 Concrecionário / (domínio) transição cerrado / 12 22 8.281.898 ondulado Podzólico rosa e verde média mosqueada estacional agropecuária pequena escala 711.824 Concrecionário / (domínio) transição cerrado / 12 31 8.277.444 ondulado Podzólico verde acinzentada rugosa estacional agrop.média / grande (pasto c/ árvore) 719.651 Concrecionário / 12 32 8.269.214 ondulado Podzólico verde escura lisa (média) Transição estacional / cerrado agrop.média / grande (pasto c/ árvore) * SEPLAN - MT, Prodeagro. Mapa Exploratório de Solos. Escala 1:1.500.000

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ANEXO II – RELAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DE VEGETAÇÃO

ANEXO III – RELAÇÃO DAS ÁREAS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO DO SOLO POR MUNICÍPIO

RELAÇÃO DAS ÁREAS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO POR MUNICÍPIO - MIR 389 FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E MUNICÍPIO ÁREA (km²) OCUPAÇÃO DO SOLO Aga 5 90,88 Aga 5 + Agp 5 169,00 Aga 5 + Agp 5 + Fj 1.215,31 Aga 5 + Fj 655,37 Agp 5 264,59 Agp 5 + Aga 5 83,29 Agp 5 + Aga 5 + Fj 445,75 Agp 5 + Fj 185,78 Agp 5 + Sa 51,34 Ap 5 35,02 Aq 9,56 Fa 9,79 Fe 7,07 FeS + Agp 5 38,52 Fj 139,44 Fj + Sgi 20,21 Fj + Sp 0,14 Sa 79,29 Sa + Agp 5 57,48 CAMPO VERDE Sa + Aq 10,29 Sa + Sp 22,28 Saf 177,81 Saf + Agp 5 390,86 Saf + Sd 91,80 Saf + Sp 24,51 Sd + Sa 35,43 Sd + Saf 5,20 Sgi + Fj 71,21 Sgi + Sa 8,81 Sp 13,70 Sp + Agp 5 21,88 Sp + Saf 6,13 Spf 54,35 Spf + Agp 5 61,71 Spf + Sa + Aq 89,82 Spf + Saf + Agp 5 19,93 Spv 22,43 Spv + Sav 0,31 U 2,78 Aga 4 4,19 Aga 4 + Agp 4 13,89 Aga 4 + Agp 4 + Fj 43,44 Aga 4 + Fj 36,15 Agp 4 240,52 Agp 4 + Aga 4 95,38 Agp 4 + Fj 298,25 Agp 4 + Sa 7,05 Agp 4 + Saf 30,30 Ap 4 4,68 Aq 18,19 Aq + Sa 8,37 Aq + Sp 5,73 Fe 8,83 FeS 41,65 FeS + Agp 4 89,85 Fj 71,34 CHAPADA DOS GUIMARAES Fs 6,72 Sa 14,63 Sa + Agp 4 0,10 Sa + Sp + Agp 4 3,48 Saf 333,63 Saf + Agp 4 126,36 Saf + Agp 4 + Sp 66,20 Saf + Sp 14,25 Sav 48,02 Sav + Agp 4 62,15 Sp 20,04 Sp + Agp 4 7,44 Sp + Aq 25,04 Spf 46,85 Spf + Agp 4 0,66 Spf + Saf + Agp 45,08 Spf + Saf + Agp 4 146,11 Spv 5,87 CUIABA Spf 0,14 Aga 5 16,33 Aga 5 + Agp 5 + Fj 234,62 Aga 5 + Fj 146,74 Agp 5 75,24 Agp 5 + Aga 5 + Fj 122,40 Agp 5 + Fj 566,48 DOM AQUINO Agp 5 + Sa 121,23 Ap 5 81,68 Aq 5,92 Aq + Saf 28,13 Fa 24,49 FeS 10,96 FeS + Agp 5 79,66

Página 1 de 3 RELAÇÃO DAS ÁREAS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO POR MUNICÍPIO - MIR 389 FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E MUNICÍPIO ÁREA (km²) OCUPAÇÃO DO SOLO Fj 52,65 Fj + Sgi 20,72 Fr 5,87 Fs 2,21 M 8,94 Sa 54,21 Sa + Agp 5 14,80 Saf 45,41 Saf + Agp 5 48,36 Saf + Sav 3,32 Saf + Sp 11,87 DOM AQUINO Saf + Sp + Agp 5 134,48 Sav + Sgr 57,49 Sd 12,12 Sd + Fj 24,38 Sd + Sa 6,65 Sd + Saf 68,75 Sgi 49,37 Sgi + Sa 0,09 Spf 7,43 Spv + Agp 5 48,72 U 1,98 Aga 5 65,47 Aga 5 + Agp 5 + Fj 383,33 Aga 5 + Fj 55,16 Agp 5 13,88 Agp 5 + Aga 5 + Fj 241,92 Agp 5 + Fj 193,31 Agp 5 + Fs 1,50 Agp 5 + Sa 24,76 Agp 5 + Spf 17,52 JACIARA Ap 5 0,39 Fs 2,15 Sa 3,71 Saf 49,36 Saf + Agp 5 35,55 Saf + Sav 68,33 Saf + Sd 3,15 Sav + Agp 5 15,46 Spf 29,07 U 4,52 Aga 5 0,16 Agp 5 1,75 Agp 5 + Fj 90,34 Agp 5 + Fs 11,49 FeS 5,52 FeS + Agp 5 45,82 JUSCIMEIRA Fs 0,35 Fs + Agp 5 3,09 L 0,01 Sav + Agp 5 4,23 Sd + Sa 8,19 Sgr + Agp 5 4,54 Sp + Saf 2,77 Agp 4 52,79 Agp 4 + FeS 10,17 Agp 4 + Fs 13,08 Sa 0,20 NOVA BRASILANDIA Saf + Agp 4 18,50 Spf + Agp 4 0,20 Spf + Sa 3,88 Spv 0,04 Spv + Sav 62,14 Aga 5 3,00 Aga 5 + Fj 617,86 Agp 5 123,92 Agp 5 + Fj 584,63 Agp 5 + Fj + Sa 76,66 Agp 5 + Fs 343,26 Agp 5 + M 8,42 Agp 5 + Sa 43,42 Agp 5+ Fj 15,85 Aq 16,66 Fe 14,47 FeS 243,15 POXOREO FeS + Agp 5 248,34 Fj 76,17 Fj + M 6,19 Fj + Sgi 0,02 L 0,29 M 31,54 Sa 85,34 Sa + Agp 5 19,97 Sa + Sd 24,01 Sa + Sgr 9,38 Saf 101,14 Saf + Agp 5 124,63

Página 2 de 3 RELAÇÃO DAS ÁREAS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO POR MUNICÍPIO - MIR 389 FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E MUNICÍPIO ÁREA (km²) OCUPAÇÃO DO SOLO Saf + Sp 79,20 Sav 8,79 Sav + Agp 5 2,64 Sav + Sgr 0,43 Sd 16,61 Sd + Fj 11,34 Sd + Sa 42,56 Sd + Saf 77,79 Sgi 13,73 Sgi + Spf 2,56 POXOREO Sp 17,88 Sp + Aq 25,57 Sp + Sa 19,48 Sp + Saf 1,14 Sp + Sgi 0,30 Spf 88,27 Spf + Sa 44,52 Spf + Sa + Agp 5 75,56 Spv + Sav + Agp 5 24,71 U 0,90 Aga 5 40,31 Aga 5 + Fj 2.162,60 Agp 5 19,71 Agp 5 + Aga 5 + Fj 60,46 Agp 5 + Fj 54,97 Agp 5 + Sa 4,95 Fa 23,37 FeS 2,54 Fj 125,73 Fj + Sgi 82,60 Fj + Sp 0,08 L 0,40 Pu 0,75 Sa 52,67 Sa + Agp 5 10,31 PRIMAVERA DO LESTE Saf 39,29 Saf + Agp 5 67,43 Sd 27,42 Sd + Fj 10,67 Sd + Saf 2,26 Sgi 75,27 Sgi + Fa 19,01 Sgi + Spf 3,41 Sp 8,32 Sp + Sa 12,75 Sp + Sgi 27,26 Spf 30,45 Spf + Sa 14,86 Spf + Sgi 85,71 U 7,31 Aga 9 + Agp 9 + Fj 75,08 Aga 9 + Fj 21,29 Agp 9 13,31 Agp 9 + Aga 9 + Fj 42,47 Agp 9 + Fj 65,34 Agp 9 + Fs 35,06 Agp 9 + Saf 3,47 FeS 99,04 SANTO ANTONIO DO LEVERGER FeS + Agp 9 118,74 Fj 1,90 Sa + Agp 9 10,48 Saf 21,87 Sav 22,64 Spf 35,88 Spf + Agp 9 31,41 Spv 42,35 U 0,10 Aga 5 20,69 Agp 5 12,33 Agp 5 + Fj 147,87 Agp 5 + Fs 12,56 Aq 6,60 Fa 1,90 SAO PEDRO DA CIPA FeS 13,01 FeS + Agp 5 64,71 M 0,30 Sd 7,82 Sp + Saf 23,13 Spv + Sav + Agp 5 3,73 FONTE: CNEC, 2001

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ANEXO IV – FOTOGRAFIAS

ANEXO V – FOLHA DOM AQUINO

RELAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DE VEGETAÇÃO

VEGETAÇÃO Expedição Nova Brasilândia/ Planalto da Serra, realizada no período de 05 a 13/10/1997. Coletas de material botânico nas seguintes localidades: V.01 - Município de Chapada dos Guimarães. Estrada Nova Brasilândia – Campo Verde (MT 140), cerca de 20km de Nova Brasilândia. Coordenadas UTM 707.990, 8339.170. V.02 - Município de Campo Verde. Estrada Nova Brasilândia – Campo Verde (MT 140), cerca de 32km de Nova Brasilândia. Coordenadas UTM 704.186, 8327.881. V.03 - Município de Campo Verde. Estrada Nova Brasilândia – Campo Verde (MT 140), cerca de 31km de Nova Brasilândia. Coordenadas UTM 704.202, 8329.725.

Campanha de Vegetação Chapada dos Guimarães, realizada no período de 17.02 a 03.03.97, tendo-se coletado na seguinte localidade, no limite da Folha: V.04 – Coordenadas UTM 662.606, 8274.724. FONTE: CNEC, 199