Material Digital do Professor Bem-vindo

Mosaico Arte: Ancestralidade – 9º ano Ensino Fundamental – Anos Finais Componente curricular: Arte Manual do Professor

BEÁ MEIRA Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP. Foi professora-assistente da PUC-Santos e do curso de Multimeios da PUC-SP. Trabalhou como ilustradora, artista gráfica e cenógrafa em projetos na área de Educação e Teatro. Foi, entre 2010 e 2015, coordenadora pedagógica na Universidade das Quebradas, curso de extensão da UFRJ. Autora de livros didáticos e paradidáticos na área de Arte. RAFAEL PRESTO Graduado em Artes Cênicas pela ECA-USP. Atuou como professor de teatro e percussão em escolas públicas e particulares. Realizou oficinas no Caps do SUS e no Serviço de Medida Socioeducativa em São Paulo. Teatrista do Coletivo de Galochas e membro do Coletivo DAR. Autor e ilustrador de livros na área de Arte e Teatro. SILVIA SOTER Graduada em Artes pela PUC-RJ e em Dança pela Universidade de Paris 8. Mestra em Teatro pela Unirio. Doutora em Educação pela UFRJ. Dramaturgista, crítica de dança e professora da Faculdade de Educação da UFRJ. Organizadora e autora de diversas publicações na área de Corpo e Dança. TAIANA MACHADO Graduada em Música pela Unirio. Mestra em Educação pela UFRJ. Professora em escolas particulares e em projetos culturais na rede municipal do . Professora associada ao Instituto d’O Passo. Preparadora vocal e professora de canto em grupos teatrais e corais. RICARDO ELIA Graduado em Cinema pela PUC-RJ. Mestre em Educação pela Uerj. Ministrou oficinas de criação artística em locais diversos, como o sertão de Alagoas, a Amazônia paraense e a Rocinha, no Rio de Janeiro. Escritor e músico, com diversas obras publicadas na área de Música. Percussionista do Tupife, banda de pífanos e percussões.

2ª edição – São Paulo, 2018

Material Digital do Professor Bem-vindo

Licença aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC 3.0BR) Material digital desenvolvido pela Editora Scipione como parte integrante do Manual do Professor do livro Mosaico Arte: Ancestralidade – 9º ano. São permitidas a adaptação e a criação a partir deste material para fins não comerciais desde que os novos trabalhos atribuam crédito ao autor e que licenciem as criações sob os mesmos parâmetros, sendo permitido fazer o download ou a redistribuição da obra da mesma maneira que na licença anterior.

Direção geral: Guilherme Luz Direção editorial: Luiz Tonolli e Renata Mascarenhas Gestão de projeto editorial: Mirian Senra Organização: Laís Tubertini Gestão de área: Alice Ribeiro Silvestre Coordenação: Cláudia Letícia Vendrame Santos Edição: Fernanda Bottallo Responsável editorial: Bianka de Andrade Silva e Fernanda Barbosa Moraes (avaliações), Heloísa Pimentel, Cristiane Buranello de Lima, Michelle Yara Urcci Gonçalves e Diego Ruiz Ferreira (sequências didáticas), Daniela Viegas, Gabriela Degen e Diogo Oliveira (audiovisuais) Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga Planejamento e controle de produção: Paula Godo, Roseli Said e Amanda Nogueira Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Kátia Scaff Marques (coord.), Rosângela Muricy (coord.), Emilia Yamada e Heloísa Schiavo Arte: Antonio Cesar Decarli, Daniela Amaral, Erik Yukio Taketa, Gláucia Correa Koller, Guilherme Filho, Gustavo Vanini, Marisa Inoue Fugyama e Tatiane Porusselli Iconografia: Sílvio Kligin (ger.), Denise Durand Kremer (coord.) e Evelyn Torrecilla (pesquisa iconográfica) Licenciamento de conteúdos de terceiros: Thiago Fontana (coord.), Flavia Zambon (licenciamento de audiovisuais), Liliane Rodrigues (licenciamento de textos), Erika Ramires e Claudia Rodrigues (analistas adm.) Tratamento de imagem: Cesar Wolf e Fernanda Crevin Ilustrações: Avits Estúdio Gráfico e Ilustra Cartoon Cartografia: Alexandre Bueno, Eric Fuzii, Mouses Sagiorato e Robson Rosendo da Rocha

Editora Scipione S.A. Avenida das Nações Unidas, 7221, 1º andar, Setor D – Pinheiros – São Paulo – SP CEP 05425-902 | Tel.: 4003-3061 | www.scipione.com.br | [email protected]

Material Digital do Professor Arte – 9º ano Apresentação

O livro impresso do Manual do Professor apresenta a estrutura da coleção, assim como os pressupostos teórico-metodológicos que nortearam a elaboração do conteúdo, e reúne, página a página, orientações sobre as atividades a serem trabalhadas no Livro do Estudante. Este conteúdo, o Material Digital do Professor, complementa o impresso com o objetivo de organizar e enriquecer o trabalho do docente, de modo a contribuir para sua contínua atualização e oferecer subsídios para o planejamento e o desenvolvimento de suas aulas. Ele é composto de: • Planos de desenvolvimento • Sequências didáticas • Fichas de acompanhamento das aprendizagens • Material audiovisual

Planos de desenvolvimento O objetivo dos planos de desenvolvimento é explicitar os objetos de conhecimento e as habilidades a serem trabalhados em cada bimestre e apresentar a disposição desses indicadores no Livro do Estudante. Também são sugeridas práticas de sala de aula capazes de contribuir para a aplicação da metodologia adotada pela coleção. Os planos de desenvolvimento abordam os seguintes tópicos:

• Indicação dos objetos de conhecimento e respectivas habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) específicos do plano de desenvolvimento. • Sugestão de atividades recorrentes na sala de aula, que favorecerão o desenvolvimento das habilidades propostas para o bimestre. • Relação entre a prática didático-pedagógica e as habilidades a serem desenvolvidas pelos alunos. • Orientação sobre a gestão da sala de aula diante das habilidades a serem trabalhadas no período. • Orientação sobre o acompanhamento constante das aprendizagens dos alunos e as abordagens diferenciadas que necessitem de maior investimento para que todos tenham condições de avançar nas aprendizagens esperadas. • Sugestão de fontes de pesquisa voltadas para o uso em sala de aula ou para apresentação aos alunos. • Proposta de projeto integrador para o bimestre. Cada plano de desenvolvimento está disponível no menu correspondente ao bimestre, por exemplo, 1º bimestre, no tópico Plano de desenvolvimento.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano Apresentação

Sequências didáticas De acordo com a proposta de distribuição do conteúdo da obra, conforme detalhamento apresentado nos planos de desenvolvimento, foram sugeridas três sequências didáticas por bimestre, as quais abordam, seletivamente, objetos de conhecimento e habilidades previstos para o período. Cada sequência didática foi elaborada segundo a estrutura detalhada a seguir: • Definição de objetivos de aprendizagem que explicitam os objetos de conhecimento e as habilidades da BNCC a serem desenvolvidos. • Planejamento aula a aula, abordando a organização dos alunos, o espaço e o tempo por atividade proposta. • Indicação de atividades complementares às presentes no Livro do Estudante. • Sugestão de diferentes maneiras de acompanhar o desenvolvimento das aprendizagens dos alunos, com a apresentação de questões que podem auxiliar o professor na avaliação do desenvolvimento das habilidades relacionadas nas sequências didáticas. Cada sequência didática está disponível no menu correspondente ao bimestre, por exemplo, 1º bimestre, no tópico Sequência didática.

Ficha de acompanhamento das aprendizagens De acordo com a proposta de distribuição do conteúdo da obra, conforme detalhamento apresentado nos planos de desenvolvimento, e para auxiliar o monitoramento das aprendizagens dos alunos, são fornecidas Fichas de acompanhamento das aprendizagens. Elas devem ser preenchidas a cada bimestre e podem ser usadas como subsídio em reuniões de conselhos de classe e de atendimento aos pais ou responsáveis sobre o desenvolvimento das habilidades de cada estudante.

As fichas de cada bimestre estão disponíveis no menu correspondente ao bimestre, por exemplo, 1º bimestre, no tópico Ficha de acompanhamento das aprendizagens.

Material audiovisual O material digital audiovisual é direcionado aos alunos e tem o objetivo de favorecer sua compreensão sobre relações, processos, conceitos e princípios e de permitir a visualização de situações e experiências da realidade. Além disso, pode servir como ferramenta para o aprofundamento de conceitos, para a síntese de conteúdos e para o estabelecimento de relações com o contexto cultural do estudante. Para o professor, constitui uma ferramenta de auxílio complementar alinhada ao conteúdo do livro impresso.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano Apresentação

Para favorecer o uso de cada audiovisual, são apresentados os seguintes elementos:

• Indicação da referência do Livro do Estudante e do bimestre sugeridos para uso. • Categoria (áudio, vídeo ou videoaula) e duração (em minutos). • Unidade temática, objetos de conhecimento e habilidades da BNCC relacionados. • Orientações didáticas, com os objetivos do audiovisual e sugestão de abordagem em sala de aula (antes, durante e após a apresentação do audiovisual). O material audiovisual e as respectivas orientações de uso estão disponíveis no menu Outros recursos educacionais, no tópico Audiovisuais e orientações de uso.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento

Este Plano de desenvolvimento contém informações complementares ao Manual do Professor (impresso). O Plano apresentado explicita os objetos de conhecimento e habilidades a serem trabalhados no bimestre e sua disposição no Livro do Estudante, bem como sugere práticas de sala de aula que contribuam para a aplicação da metodologia adotada. Este Plano é composto dos seguintes tópicos:

1. Objetos de conhecimento e habilidades da BNCC

2. Atividades recorrentes na sala de aula

3. Relação entre a prática didático-pedagógica e o desenvolvimento de habilidades

4. Gestão da sala de aula

5. Acompanhamento do aprendizado dos alunos e indicação das habilidades essenciais para a continuidade dos estudos

6. Fontes de pesquisa para uso em sala de aula ou para apresentar aos alunos

7. Projeto integrador

1. Objetos de conhecimento e habilidades da BNCC Referências no Unidades Objetos de material Habilidades temáticas conhecimento didático Artes visuais Contextos e práticas (EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético. Artes visuais Contextos e práticas (EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos Introdução visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço. Artes visuais Contextos e práticas (EF69AR03) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos etc.), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos etc.), cenográficas, coreográficas, musicais etc. Artes visuais Materialidades (EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etc.).

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Artes visuais Processos de criação (EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais. Dança Contextos e práticas (EF69AR09) Pesquisar e analisar diferentes formas de expressão, representação e encenação da dança, reconhecendo e apreciando composições de dança de artistas e grupos brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas. Música Contextos e práticas (EF69AR18) Reconhecer e apreciar o papel de músicos e grupos de música brasileiros e estrangeiros que contribuíram para o desenvolvimento de formas e gêneros musicais. Artes integradas Contextos e práticas (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética. Artes integradas Matrizes estéticas e (EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e culturais políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.). Artes integradas Patrimônio cultural (EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas. Artes visuais Contextos e práticas (EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético. Artes visuais Contextos e práticas (EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço. Artes visuais Contextos e práticas (EF69AR03) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens Capítulo 1 audiovisuais (cinema, animações, vídeos etc.), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos etc.), cenográficas, coreográficas, musicais etc. Artes visuais Materialidades (EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etc.). Artes visuais Processos de criação (EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.

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Artes visuais Processos de criação (EF69AR07) Dialogar com princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios imagéticos e processos de criação nas suas produções visuais. Artes integradas Contextos e práticas (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética. Artes integradas Matrizes estéticas e (EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e culturais políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.). Artes integradas Arte e tecnologia (EF69AR34) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável. Artes visuais Contextos e práticas (EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço. Artes visuais Contextos e práticas (EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas. Artes visuais Processos de criação (EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais. Artes visuais Processos de criação (EF69AR07) Dialogar com princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios imagéticos e processos de criação nas suas produções visuais. Artes visuais Sistemas da linguagem (EF69AR08) Diferenciar as categorias de artista, artesão, produtor cultural, curador, designer, entre outras, estabelecendo relações entre os profissionais do sistema das artes visuais. Capítulo 2 Dança Contextos e práticas (EF69AR09) Pesquisar e analisar diferentes formas de expressão, representação e encenação da dança, reconhecendo e apreciando composições de dança de artistas e grupos brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas. Música Contextos e práticas (EF69AR16) Analisar criticamente, por meio da apreciação musical, usos e funções da música em seus contextos de produção e circulação, relacionando as práticas musicais às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética. Música Contextos e práticas (EF69AR18) Reconhecer e apreciar o papel de músicos e grupos de música brasileiros e estrangeiros que contribuíram para o desenvolvimento de formas e gêneros musicais. Música Contextos e práticas (EF69AR19) Identificar e analisar diferentes estilos musicais, contextualizando-os no tempo e no espaço, de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética musical.

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Música Notação e registro (EF69AR22) Explorar e identificar diferentes formas de musical registro musical (notação musical tradicional, partituras criativas e procedimentos da música contemporânea), bem como procedimentos e técnicas de registro em áudio e audiovisual. Música Processos de criação (EF69AR23) Explorar e criar improvisações, composições, arranjos, jingles, trilhas sonoras, entre outros, utilizando vozes, sons corporais e/ou instrumentos acústicos ou eletrônicos, convencionais ou não convencionais, expressando ideias musicais de maneira individual, coletiva e colaborativa. Artes integradas Contextos e práticas (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética. Artes integradas Matrizes estéticas e (EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e culturais políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.). Artes integradas Patrimônio cultural (EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas. Artes integradas Arte e tecnologia (EF69AR35) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.

2. Atividades recorrentes na sala de aula Neste bimestre vamos trabalhar o tema “ancestralidade”, que será desenvolvido ao longo de todo o 9o ano. As artes visuais e a música serão as linguagens artísticas praticadas. Os conceitos de narrativa visual e de patrimônio serão fundamentais para as atividades propostas nas aulas.

Roda de conversa

Estabelecer a roda de conversa como prática cotidiana é uma maneira simples e produtiva de incentivar os estudantes a compartilhar suas impressões, o que sentiram e pensaram durante as atividades. A prática da comunicação é um exercício muito importante nessa faixa etária. Nessas rodas de conversa, eles podem exercitar a expressão oral (Como dividir com os colegas o que pensei e senti?) e a escuta (O que meus colegas perceberam?).

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A roda de conversa permite trabalhar com algumas das Competências gerais da BNCC previstas para as aulas de Arte. Por exemplo: o exercício da crítica, a problematização por meio de exercícios artísticos e o desenvolvimento do trabalho colaborativo.

A troca de ideias entre os alunos pode aprofundar a compreensão sobre a ancestralidade. Eles vão perceber os traços culturais que têm em comum, e também as diferenças entre eles. Conceitos complexos, como o de globalização, podem ser mais bem entendidos a partir dessas conversas. É possível que sejam mobilizadas aprendizagens de outros componentes, como História e Geografia. O debate sobre proibição e preservação, proposto no Capítulo 2, é complexo e revelador – você pode ajudar os alunos na investigação desse assunto.

Produção de desenhos e pinturas com diversos materiais e superfícies variadas

O aluno do Ensino Fundamental II encontra-se em um momento interessante. Se na infância o desenho e a pintura ocorrem como uma brincadeira, é nessa fase da escolarização que o aspecto lúdico pode ser combinado com um trabalho de aprofundamento das habilidades. Para isso, é importante que a turma possa experimentar diferentes materiais (lápis, tinta, caneta e giz de cera) em superfícies variadas (como o papel, o chão, a tela ou a madeira). Ao final do Capítulo 1, há uma atividade em que cada aluno pode escolher a forma de realizar seu retrato cotidiano – é um momento para colocar em prática a autonomia e as diferentes possibilidades aprendidas até agora.

A experimentação dessas variações também aguça a sensibilidade do aluno nos momentos de fruição. A obra de arte passa a ser observada em seus aspectos materiais, e o aluno consegue imaginar o processo produtivo percorrido pelo artista. Conhecer as diversas possibilidades técnicas é uma maneira de valorizar as escolhas de cada obra.

É claro que cada escola dispõe de certos materiais e esta coleção entende que você vai adaptar as propostas à sua realidade, em diálogo com os recursos oferecidos pela instituição e com as possibilidades dos alunos.

Vivências com elementos de linguagem

Ao vivenciar atividades com música, dança e teatro, deve-se deixar clara a função dos variados elementos da linguagem, como a audição, o canto, o corpo, o gesto. É importante que cada estudante tome consciência de seu corpo, suas possibilidades e suas limitações.

Ao longo dessas atividades, faça-os perceber que alguns estudantes ficam mais à vontade para enfrentar o público, outros são mais tímidos, mas podem aos poucos vencer os medos para atuar, dançar ou cantar diante de um público. Todos devem ter as mesmas possibilidades de experimentação,

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que os levará a ganhar autoconfiança. Para os alunos mais tímidos, procure funções alternativas dentro de cada atividade, como cuidar do som, do cenário e do figurino, ou ser o responsável pelo registro de fotos ou vídeo.

Leitura e atividade oral em sala normal

A compreensão de um texto é uma habilidade essencial para todas as dimensões da vida. O aluno desenvolve diariamente, durante o Ensino Fundamental II, sua capacidade de leitura e escrita. Para que esse processo seja menos solitário, a leitura coletiva em voz alta de textos do livro é uma atividade privilegiada.

Uma estratégia eficaz é propor que cada aluno leia um parágrafo. É importante estabelecer um ambiente de solidariedade, em que alunos com maior dificuldade de leitura não se sintam excessivamente expostos. Afinal, o que está em pauta é a compreensão coletiva das ideias do texto, e não um julgamento sobre a velocidade de leitura de cada um deles.

Após a leitura de cada parágrafo, incentive os alunos a compartilhar impressões e dúvidas. Essa é uma maneira de exercitar a expressão oral e de garantir que os debates sobre a Arte oferecidos por esta coleção criem um repertório comum a todos.

Pesquisa em casa com familiares, na biblioteca ou na internet As atividades de pesquisa visam ao desenvolvimento da autonomia do aluno. É importante que cada aluno entre em contato com seus próprios interesses, curiosidades e dificuldades. A arte é um assunto privilegiado nesse sentido: o aluno está cercado por manifestações culturais diversas e pode trazer para a sala de aula essa riqueza. Incentive os alunos a buscar informações em diferentes fontes de pesquisa: entrevistas com familiares, consulta a livros na biblioteca da escola, pesquisa em sites da internet. É importante ressaltar que eles devem procurar sites confiáveis. Você pode sugerir páginas que já conhece, e também incentivá-los a trocar endereços de sites entre si. Um procedimento útil a ser ensinado é o de verificar as informações coletadas e comparar as diferentes fontes. Ao circular por fontes diversas de conhecimento, o aluno aprende onde pode buscar informações nas próximas consultas. Cada uma delas oferece diferentes tipos de informação, por meio de linguagens próprias. Dessa forma, o aluno vai aprender a valorizar tanto a memória oral de manifestações populares como as inovações trazidas pela tecnologia. Ao final do capítulo 1, há a proposta de uma pesquisa que visa estimular os estudantes a trazerem quadrinhos de casa. É possível que nem todos disponham desse material. Você pode incentivá-los a realizar a pesquisa na casa de amigos e familiares, ou mesmo em uma biblioteca.

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Apresentação e compartilhamento da pesquisa Se, ao pesquisar, o aluno desenvolve a autonomia, o momento de apresentação e compartilhamento é fundamental para coletivizar suas descobertas. É nesse momento que ele pode valorizar o que aprendeu e também o que os colegas aprenderam. Não se trata de competição, mas de colaboração: a turma toda cresce com as trocas. No componente curricular Arte, as apresentações podem assumir os mais variados formatos: exposições variadas em parede e varais pela sala ou pela escola, apresentações musicais, teatrais ou de dança e seminários. A coleção oferece propostas diferentes, de acordo com a especificidade de cada pesquisa.

Observação de imagem Observar uma imagem pode parecer algo óbvio ou inato, mas não é. É com o trabalho continuado que se aprende a analisar os diferentes aspectos de uma obra visual. Passamos a ler o seu tema ou as imagens retratadas, bem como os detalhes das escolhas formais: cores, formas, luz e sombra, materiais utilizados. Também é possível tecer relações entre essas diferentes escolhas e o sentido da obra como um todo.

Para desenvolver esse olhar aguçado, é interessante oferecer à turma imagens bastante diferentes entre si. Além disso, deve-se incentivar a troca: a leitura torna-se mais profunda quando somam-se as observações individuais em um olhar coletivo. Por fim, vale relacionar a observação com as atividades práticas. Conforme um novo material for experimentado, por exemplo, a observação para a utilização desse material torna-se mais qualificada.

Utilização de exemplos com música (internet/CD)

A música frequentemente faz parte do dia a dia do aluno de Ensino Fundamental II. Muitas vezes, parte de sua identidade se constrói também a partir de seus gostos musicais. Acolher esse interesse pode enriquecer muito a sala de aula.

Ao mesmo tempo, oferecer à turma materiais musicais diferentes dos habituais é uma tarefa essencial. A escola serve aqui como um lugar de encontro com o diferente e o desconhecido. A música passa a ser entendida não apenas como objeto de gosto pessoal (uma postura de consumo muito estimulada pelos meios de comunicação), mas como linguagem artística complexa. Escutar uma música em sala de aula permite fruição e análise coletivas de seus traços formais e das escolhas feitas por compositores, arranjadores e intérpretes, abrindo espaço para diversos debates. Os alunos podem perceber semelhanças e diferenças entre as obras, em um constante exercício de análise em cada uma das linguagens artísticas.

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No Capítulo 2 será estudado o conceito de patrimônio cultural. Nesse momento, a escuta das canções indicadas possibilita a compreensão de como a música brasileira é um patrimônio imaterial importante da cultura nacional.

3. Relação entre a prática didático-pedagógica e o desenvolvimento de habilidades O desenvolvimento de habilidades nas aulas de Arte acontece sem linearidade ou hierarquia. Diferentemente das aulas de outros componentes curriculares, como Matemática, em que a aquisição de um conhecimento é necessária para o desenvolvimento do próximo, em Arte as habilidades se desenvolvem em espiral: uma mesma habilidade aparece diversas vezes ao longo do ano, de maneira cada vez mais aprofundada. Este Plano de desenvolvimento busca auxiliar você nesse planejamento.

Existem educadores formados em Artes Visuais, Música, Dança e/ou Teatro. Por esse motivo, você talvez se sinta mais à vontade quando atua na linguagem com a qual tem mais afinidade. Longe de ser um problema, essa particularidade pode enriquecer a troca com os alunos – que percebem que aquilo que você divide com eles é objeto de pesquisa interessada. Ao mesmo tempo, o livro serve de apoio para que você inclua em seu planejamento o trabalho com as demais linguagens artísticas.

É você quem conhece a realidade em que atua: as características da comunidade escolar, os interesses dos alunos, as práticas culturais do entorno. Esta coleção pretende ser uma ferramenta útil para o dia a dia na sala de aula. Além das especificidades de linguagem, existem questões temáticas tratadas no livro que podem ecoar de diferentes maneiras no contexto em que você atua. As seções apresentam propostas de debates diversas, que você poderá conduzir levando em consideração o seu conhecimento sobre a comunidade escolar. Esta coleção frequentemente sugere atividades a serem realizadas em computadores. Se a sua escola não tiver uma sala de informática (ou horários disponíveis para sua utilização), você pode verificar que outras possibilidades de acesso à internet os alunos teriam. Alguns deles podem não ter computadores ou acesso à internet em casa. Por isso, deve-se estimular a turma a dividir os recursos disponíveis, consultando a internet em pequenos grupos. Caso boa parte dos alunos tenha computadores ou internet em casa, que possa ser acessada de equipamentos móveis como smartphones e tablets, peça à turma que se organize para compartilhar esses recursos. Também vale verificar se existe algum equipamento público na região que ofereça uma sala de informática. Nesse caso, lembre-se de organizar uma visita coletiva a essa sala de informática para realizar a atividade. A BNCC prevê seis dimensões de conhecimento para o componente curricular Arte: criação, crítica, estesia, expressão, fruição e reflexão. Esta coleção foi elaborada lidando com essas dimensões que se interpenetram, pois as atividades propostas frequentemente mobilizam mais de uma dessas dimensões. Desenvolvê-las é importante não apenas para a aquisição das habilidades previstas em Arte, mas para o crescimento global de cada aluno. Estimular a criação, por exemplo, pode reverberar

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positivamente no desempenho escolar nas demais disciplinas e também na relação mais ampla do aluno com diversos aspectos de sua vida. Compreender o aluno como um sujeito cultural e valorizar as características da cultura local podem enriquecer muito o processo educativo. O ensino da Arte alia-se ao desenvolvimento da socialização e interação dos alunos com a comunidade escolar e do entorno. Nos anos finais do Ensino Fundamental, o aluno pode vivenciar um alargamento de suas relações, inclusive familiares. A Arte é uma das maneiras de diálogo frutífero do jovem com o mundo à sua volta. É importante lembrar que a expressão artística de cada aluno é única. Na medida do possível, é preciso evitar comparações. O trabalho coletivo pode incentivar a colaboração, mais do que a competição: um aluno pode ter facilidade em Música e dificuldades em Artes Visuais, por exemplo. Ele pode obter ajuda de um colega em uma linguagem artística, e oferecer apoio em outra. Vale evitar a ideia prejudicial do “dom”: as habilidades variam de aluno para aluno, e por meio do trabalho todos podem desenvolvê-las. É fundamental que a turma perceba que, nas atividades propostas, o processo de aprendizagem interessa mais do que o produto final. As afinidades e interesses de cada aluno devem ser estimuladas por você. A prática e a fruição artísticas podem ultrapassar os limites da sala de aula e compor de maneira intensa o cotidiano do aluno. O Ensino Fundamental II é um momento-chave para o desenvolvimento do aluno como indivíduo, e dar continuidade aos estudos de Arte pode contribuir particularmente para a formação de sua identidade.

4. Gestão da sala de aula Incluímos aqui algumas reflexões que podem auxiliar na organização do dia a dia. As propostas desta coleção envolvem certas aventuras. Há atividades que não cabem no formato tradicional da sala de aula – carteiras enfileiradas voltadas para o professor. Um processo de educação artística pode ser muito enriquecido com experiências culturais extraclasse, o envolvimento da comunidade e a incorporação de novas tecnologias. A oportunidade de que cada aluno se expresse artisticamente conduz a caminhos imprevisíveis e interessantes. Para possibilitar tudo isso, você precisa ter seu próprio espaço de autocuidado e de reflexão.

Gestão de atividades fora da sala de aula As atividades propostas frequentemente sugerem que os alunos trabalhem em espaços escolares fora da sala de aula. A quadra, o pátio, os corredores podem se tornar espaços de criação e de exposição. A BNCC prevê essa exploração, que pode ajudar a tornar a escola um espaço de pertencimento dos alunos. Seguem algumas orientações para lhe auxiliar nessa empreitada.

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Cuide da comunicação A escola é um espaço comum. É possível que na sua escola já se pratique a utilização criativa dos espaços, mas talvez seja necessário um processo coletivo de adaptação, para que esse hábito não atropele o cotidiano dos demais funcionários e alunos. É interessante começar por uma conversa com a coordenação. Iniciar esse processo com a ciência dos coordenadores lhe ampara em suas escolhas. É importante conhecer as normas e práticas de sua escola: alguns espaços podem precisar de uma reserva antecipada, sendo necessário o preenchimento de formulários para isso; outros têm sua chave sob responsabilidade de determinada pessoa. No caso da quadra, é importante também consultar o professor de Educação Física. Se sentir que a reunião de professores é um ambiente propício, você pode levantar ali a pauta da utilização dos espaços da escola. É possível que você encontre parceiros em seus projetos – podem surgir ideias interessantes para trabalhar em conjunto com professores de outros componentes curriculares. A sala dos professores também é um bom lugar para a elaboração dessas trocas. Vale conversar com os funcionários da secretaria, da cantina, da portaria.

O importante é deixar claro que as exposições e criações artísticas fora da sala de aula não vão desrespeitar o trabalho de seus colegas. Pelo contrário, elas pretendem cultivar a alegria e uma relação construtiva dos alunos com a comunidade escolar.

Construa um passo a passo na experimentação dos espaços

Trabalhar fora da sala de aula pode ser muito estimulante, mas a saída da rotina exige bastante a sua disposição e a dos alunos. Sugerimos que você conquiste gradativamente os diferentes espaços da escola. Você pode começar pela quadra ou por um pequeno pedaço do pátio, por exemplo, e trabalhar gradativamente ao longo do ano até que a turma consiga se distribuir por todo o pátio mantendo a atenção na atividade proposta.

O tempo de aula reservado para isso pode crescer conforme o amadurecimento da turma – de 10 minutos até uma aula inteira fora da sala de aula. A concentração, como qualquer outra habilidade, tende a melhorar quando praticada regularmente. Aos poucos, os alunos vão percebendo que a aula que ocorre fora da sala é tão importante quanto a que ocorre dentro da sala. É também na prática cotidiana que se encontram as melhores maneiras de ocupar o espaço da escola respeitando as outras turmas. É necessário estar atento ao som produzido; em certos locais a exploração sonora é bem- vinda, em outros locais precisa ser evitada para não atrapalhar as demais aulas. Trata-se de um exercício criativo de convivência no espaço público – que pode acolher a todos!

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Fomente a socialização das produções dos alunos

O espaço da escola é público. Planejar a exposição de produções das turmas é uma prática que aumenta a qualidade das aulas de Arte. Criar uma obra sabendo que ela será compartilhada com espectadores agrega muito mais consistência à experimentação artística.

É importante conversar com as diversas turmas para que os momentos de socialização sejam também de troca, e não de superexposição ou de competição. Os alunos devem apresentar seus trabalhos à medida que se sentirem à vontade para tanto. Pode ser interessante dividir em espaços coletivos trabalhos em processo, e não apenas as obras finalizadas. Cultivar o prazer no compartilhamento das produções é um aspecto importante para o seu trabalho. Se for possível, incentive a realização de conversas sobre as apresentações. A Arte pode tornar-se um catalisador de reflexões e bons encontros entre toda a comunidade escolar e a não escolar.

O Capítulo 2 propõe que os alunos façam a curadoria de exposições com diferentes temas. Essa é uma boa oportunidade para agregar as outras turmas, convidando a comunidade escolar para fazer visitas. Você pode aproveitar para conversar com os alunos do 9º ano sobre a recepção: como pessoas de idades variadas vivenciaram cada exposição?

Experiências culturais extraclasse

A Arte pode agregar muito ao espaço da escola. Ao mesmo tempo, a realização de visitas planejadas torna a vivência cultural da turma mais significativa. Esse trânsito entre escola e cidade por meio da Arte tem muito a contribuir com as aulas.

É verdade que existem desafios envolvendo a saída da escola em horário de aulas. Mudanças no cotidiano trazem novos receios, assim como novas alegrias e bons encontros. Oferecemos aqui algumas sugestões para tornar esse processo menos solitário.

Alimente sua própria vivência cultural

As visitas planejadas partem do seu repertório. É interessante que você conheça a programação cultural de sua cidade e da região em torno da escola. Essa investigação não precisa ser encarada como uma tarefa pesada – ela deve partir de seus interesses, de suas disponibilidades e de seu desejo.

Vale lembrar que o museu é um espaço importante, mas não é a única alternativa para as visitas planejadas. Algumas cidades não possuem museus, mas a cultura brasileira é muito rica e muito diversa! Você pode investigar os centros culturais, feiras de cultura regional, sítios de patrimônio histórico, teatros, praças que abriguem eventos de arte de rua. A dica é valorizar a cultura local!

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Dialogue com a coordenação e com os demais professores

As visitas planejadas são importantes para o desenvolvimento global do aluno, e não apenas para o componente curricular Arte. Explorar a cidade com um olhar interessado provoca aprendizagens de todos os tipos. É possível que professores de outros componentes se interessem por construir a visita em parceria com você. A coordenação também pode ter boas sugestões e lhe ajudar nos acertos com a instituição escolar.

Dividir a responsabilidade das saídas com outro professor alivia bastante as preocupações com a turma. Além disso, abre o olhar dos alunos para uma maior complexidade: o professor de Geografia pode incluir no roteiro perguntas sobre a organização da cidade, o professor de História pode atentar para as mudanças da cidade ao longo do tempo, e assim por diante.

Articule os detalhes da visita com o espaço, com os alunos e com os pais ou responsáveis

É importante que o espaço a ser visitado esteja preparado para receber os seus alunos. Alguns centros culturais podem oferecer visitas guiadas; em certos espaços é necessário fazer reservas com antecedência. Em outros casos, a visita é espontânea – o importante é conhecer como funciona cada espaço. Privilegie atividades gratuitas. Se alguma atividade cobrar ingressos, é importante conferir se isso é viável para os alunos (tomando o cuidado de não expor nenhum deles).

Vale conversar com os alunos sobre a organização da visita. Entrar em acordo com antecedência sobre os detalhes da saída torna o dia em si muito mais gostoso! Combine os horários de saída e de chegada, o modo de transporte, veja se será o caso de fazer uma pausa para comer em algum momento e peça que os alunos tragam um lanche, se for o caso.

Outro passo fundamental é informar os pais ou responsáveis dos alunos sobre essa visita. Geralmente cada escola tem um modelo de autorização que deve ser enviada a eles e devolvida assinada. Esse documento é importante porque atesta que os responsáveis estão cientes da saída da escola. Se sua escola tiver uma Associação de Pais e Mestres ativa, você pode fomentar as conversas sobre as visitas nesse espaço.

Busque a calma e as parcerias para lidar com imprevistos

Sair do cotidiano traz novas questões, e não é possível controlar todas as variáveis. Mudanças no clima, atrasos, trânsito fazem parte! Se você estiver acompanhado de outro professor, aproveite essa parceria para resolver os problemas. Dependendo do equipamento cultural, podem existir monitores ou funcionários que estarão ali para lhe auxiliar. Vale também aceitar a colaboração dos próprios alunos. Manter a comunicação com a escola ajuda: em caso de atrasos, por exemplo, vale telefonar para informar a secretaria. O importante é manter o cuidado com a turma e cultivar o prazer das descobertas.

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Uso de recursos tecnológicos

A questão do uso de computadores já foi abordada no item 3 (Relação entre a prática didático- pedagógica e o desenvolvimento de habilidades). Também será debatida no item abaixo – Registro das atividades. Seguem algumas observações específicas sobre o trabalho com equipamentos tecnológicos.

Conheça os equipamentos da escola – o que ela oferece e quais os procedimentos de utilização Os equipamentos eletrônicos estão cada vez mais acessíveis, e as escolas têm se tornado progressivamente mais equipadas. É interessante que você conheça o que a sua escola oferece e quais são os procedimentos para a sua utilização. Existe uma sala de vídeo, um projetor, uma sala de informática, equipamentos de som? É preciso reservar com qual antecedência? Aproveitar os recursos disponíveis na escola pode ajudar muito no trabalho proposto nesta coleção, especialmente na seção “Hora da troca”.

Trabalhe com os recursos dos próprios alunos Cada vez mais jovens utilizam telefones celulares, mas nem todos possuem um. É preciso lidar com essa questão com delicadeza. Ninguém é obrigado a ter um celular. É importantíssimo que os alunos não entrem em competição a respeito de quem tem o melhor celular. É necessário que os telefones não sejam uma presença constante nas aulas – diversas atividades precisam de concentração exclusiva, e esse objeto pode provocar distrações.

Ao mesmo tempo, celulares e computadores serão ferramentas úteis para diversos processos. É possível filmar, fotografar, editar vídeos e áudios, pesquisar referências. A chave aqui é a não competição e, na medida do possível, o compartilhamento dos recursos entre os alunos.

Encontre uma maneira confortável de dispor de seus próprios recursos É comum que, em certas atividades, você ofereça seu próprio celular ou computador para facilitar alguma etapa criativa ou registro. Certos professores decidem trazer outros materiais de casa, quando a escola não dispõe de determinado recurso. O importante é que isso não se torne uma obrigação ou um peso a mais para você. A sugestão é que você experimente em quais situações se sente confortável para disponibilizar objetos pessoais no trabalho. Estabeleça as possibilidades e os limites conforme se sentir bem. Respeitar-se é fundamental para a sua saúde e para sua relação com os alunos.

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Registro das atividades A questão do registro das atividades escolares encontra-se hoje em um território complexo. Por um lado, as novas tecnologias têm invadido o cotidiano: tudo vira fotografia, qualquer ocasião pede uma filmagem. Esses recursos (frequentemente oferecidos pelos telefones celulares), quando bem utilizados, são preciosos. Por outro lado, gerar imagens em excesso não significa necessariamente elaborar a experiência vivida. As aulas de Arte podem auxiliar os alunos nesta reflexão sobre o registro.

O Capítulo 2 trabalha a questão da notação musical, e propõe uma atividade interessante de criação, registro e execução de partituras não convencionais. Você pode aproveitar essa atividade para aprofundar a reflexão sobre as diferentes formas de registrar uma obra de arte.

Valorize as produções artísticas em si

Um desenho, uma coreografia, uma canção ou uma cena teatral condensam nelas mesmas uma série de reflexões. Converse com a turma sobre essa capacidade de a obra de arte materializar debates, sentimentos, sensações. Recomende aos alunos que organizem suas produções e registros ao longo de todo o ano. Ao juntar o trabalho do ano inteiro, o aluno pode perceber seu crescimento e lembrar das experimentações vividas. Ressalte que vivenciar essas experiências é mais importante que documentá-las.

Incentive a escrita como forma de registro

Ao longo de cada ano as experiências nas aulas vão mobilizar diversos temas e procedimentos formais. Vale privilegiar o antigo recurso de registro que é a escrita. É interessante que cada aluno tenha um diário de bordo, um caderno, de preferência sem pauta, no qual ele possa anotar pensamentos e sentimentos. As informações contidas nesse caderno não precisam ser avaliadas; não se trata, nesse caso, de um mecanismo de controle sobre a aprendizagem. Pelo contrário, o caderno pode ser um lugar livre, de elaboração do que está sendo vivido.

Nesse sentido, pode ser interessante que você também tenha seu próprio diário de bordo. Pode ser um caderno com subdivisões para cada turma, ou um pequeno bloco para cada sala. O interessante é que você também encontre, entre tantos alunos e tantas turmas, o espaço para registrar e pensar sobre o dia a dia.

Reflita coletivamente sobre como utilizar filmagens, fotografias e gravações de voz

Uma fotografia pode ser uma obra de arte. Um vídeo ou a gravação de uma canção também. É interessante discutir as diferenças entre a fotografia artística e a fotografia como simples forma de registro, e pensar sobre gradações e nuances entre essas categorias.

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Partindo do pressuposto de que o processo interessa mais que o produto, é possível combinar maneiras criativas de registrar as etapas das criações em Arte. Pode haver, por exemplo, um aluno responsável por registrar cada processo (em cada capítulo ou atividade) em forma de fotografias. Isso evita a banalização dos materiais – é a vez de aquele aluno fotografar, e ele vai valorizar cada escolha.

No caso das artes performativas, é importante valorizar o momento presente. O espectador deve viver o aqui e agora da obra. Filmar uma peça teatral ou uma apresentação de dança pode prejudicar essa experiência de ser espectador, pois se olha através de câmeras o que se poderia ver ao vivo. É possível escolher quando e o que filmar.

Por fim, reflita coletivamente sobre a melhor maneira de socializar esses registros. As redes sociais apresentam certa tentação de tornar tudo público. Vale escolher o que se deseja socializar, e com qual mediação. Trata-se inclusive de um pacto de confiança: resguardar o que diz respeito apenas àquele coletivo, e compartilhar o que for acordado.

5. Acompanhamento do aprendizado dos alunos Acompanhar a aprendizagem em Arte demanda um olhar sensível e atento ao processo de cada aluno. Aqui não existe o momento específico da prova. É o processo, e não o produto, que é seu objeto de avaliação.

A avaliação de um aluno não se dá pela comparação com os demais, e sim com o estágio em que ele próprio se encontrava no bimestre anterior. A ausência de uma única resposta “correta” para cada atividade abre a possibilidade de o aluno se desenvolver trilhando diferentes caminhos. Oferecer propostas diversificadas, como as sugeridas pelo livro, é uma maneira de potencializar as múltiplas possibilidades de criação.

Uma das especificidades da Arte (que é explorada nesta coleção) é que esse componente curricular inclui quatro linguagens diferentes. Isso gera um dado interessante: o mesmo aluno pode ter facilidade em uma linguagem e dificuldade em outra. Conversar sobre isso contribui muito para o dia a dia na sala de aula. Quando um aluno enxergar um obstáculo, vale lembrá-lo de sua tranquilidade para criar em outra linguagem artística. As trocas entre os indivíduos são aqui muito ricas: você pode incentivar os alunos a colaborar uns com uns outros, equilibrando suas aptidões.

Como mencionamos no item 3 deste Plano, o componente curricular Arte frequentemente é cercado pela problemática noção de “dom”. É importante desconstruir essa ideia, que possui um fundo aristocrático: pressupõe que certas pessoas nascem com determinada habilidade, e que as demais jamais vão desenvolver aptidões artísticas. Você deve esclarecer que as habilidades são fruto de trabalho e que, para desenvolvê-las, é necessário realizar processos formativos em Arte. Claro que existem facilidades e dificuldades apresentadas inicialmente por cada indivíduo. No entanto, por meio do exercício cotidiano, dificuldades iniciais podem ser superadas, abrindo espaço para a Arte como veículo de expressão e comunicação.

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Mesmo sem a aplicação de provas, existem critérios para a avaliação em Arte. Deixe claro quais são esses critérios para que o aluno compreenda o que se espera dele e dos seus colegas. Dessa forma, a turma também ganha confiança na sua condução e nas suas propostas. Devem-se avaliar: a disponibilidade para cooperação e para colaboração; o interesse e a busca por desempenho cada vez melhor nas atividades propostas; a disposição de experimentar, ousar, o entendimento de que o erro pode ser bem-vindo em Arte; a capacidade de investigar, buscar soluções, copiar e modificar os modelos; ter disposição para se colocar nos debates de forma legítima; respeitar e incluir as ideias dos outros nos trabalhos coletivos. Você pode incluir mais critérios ou modificar a formulação destes para respeitar seu método de trabalho e o contexto escolar em que você atua.

Uma ferramenta que complementa o Plano de desenvolvimento é a Ficha de acompanhamento das aprendizagens. Nela, você poderá registrar como cada aluno lidou com cada habilidade trabalhada ao longo do bimestre. Esse registro pode lhe auxiliar no planejamento das aulas e também ser utilizado nas reuniões avaliativas (tanto reuniões de professores como reuniões com os familiares dos alunos).

Recomendamos três formas de avaliação em Arte: a avaliação individual, a avaliação coletiva e a autoavaliação, como se verá a seguir.

Avaliação individual

A avaliação individual, que em outros componentes é a mais frequente, aqui só deve ser utilizada nos casos em que o aluno não estiver acompanhando a turma. Um aluno tímido, com dificuldades de se expressar, pode demandar esse formato em alguma ocasião. Não se trata de penalizá-lo, e sim de acolhê-lo. Vale incentivá-lo a participar das atividades coletivas nas próximas ocasiões.

É essencial acompanhar de forma próxima os alunos que necessitem de maior investimento na aquisição das habilidades previstas, para que todos tenham condições de avançar em suas aprendizagens. Claro que você é responsável por toda a turma e precisa dividir suas atenções. Mas a abertura para a conversa, nos momentos em que a dinâmica da sala de aula permitir, contribui muito para a qualidade do processo educativo.

Avaliação coletiva

A criação em Arte muitas vezes acontece em grupo; existem grupos de teatro, companhias de dança, conjuntos musicais, coletivos de criação em Artes Visuais. Na sala de aula, as atividades em grupo contribuem para a socialização dos alunos. Elas também oferecem uma maneira mais solidária (e menos solitária) de enfrentar os desafios.

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É interessante variar a maneira de dividir os grupos. Dessa forma, os alunos aprendem a se organizar por conta própria, reunindo-se com pessoas com as quais têm afinidade e interesses parecidos. Por outro lado, nos momentos em que você organiza os grupos, os alunos podem exercitar a habilidade de trabalhar em equipe com parceiros diversificados. Em todos os casos, o aluno desenvolve sua capacidade de expressão e também de escuta do outro – o senso de alteridade.

Autoavaliação

A autoavaliação é uma maneira de o próprio aluno perceber em quais aspectos ele se aprimorou e quais dificuldades ainda merecem ser enfrentadas. Esse instrumento avaliativo explicita para a turma que a comparação entre produtos finais não é fundamental; para o componente curricular Arte, o que interessa é como cada aluno pode se desenvolver. É essencial que a autoavaliação seja realizada por escrito, a partir de questões norteadoras propostas por você. Ao lidar com um enunciado claro, o aluno encontra contornos que o auxiliam a refletir sobre o próprio processo de aprendizagem. No Livro do Estudante existem seções dedicadas à autoavaliação. Nelas, são apresentadas perguntas específicas relacionadas com a atividade realizada no capítulo. Sugerimos aqui algumas questões adicionais, que podem ser reformuladas de acordo com o seu método de ensino e o contexto específico em que você leciona:

• Como foi a sua participação em aula? • Como foi a sua participação nos trabalhos em grupo? (Você colaborou para a realização das propostas? Escutou e incluiu as propostas dos colegas?) • Em quais aspectos você se desenvolveu ao longo do bimestre? • Quais foram as suas maiores dificuldades? • Como foi a sua frequência? (Você esteve presente na maioria das aulas? Ou teve muitas faltas?) • Como foi a sua participação nas visitas planejadas? (Caso tenham ocorrido visitas neste bimestre.)

6. Fontes de pesquisa para uso em sala de aula ou para apresentar aos alunos Neste bimestre, é explorado o tema “ancestralidade”, além dos conceitos de narrativa, patrimônio cultural e curadoria. As artes visuais são trabalhadas a partir da ideia de contar histórias, inclusive com os quadrinhos. Também é desenvolvido o tema da notação musical. Seguem algumas fontes extras para trabalhar com os alunos.

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A CAVERNA dos sonhos esquecidos. Direção de Werner Herzog. Alemanha, França: Creative Differences, 2010 (90 min.). Disponível em: . Acesso em: 29 out. 2018. Estudamos as pinturas rupestres no Capítulo 1. Este documentário de Werner Herzog apresenta imagens da caverna de Chauvet, no sul da França, sítio arqueológico que reúne pinturas de 30 mil anos atrás. Também são entrevistados diferentes profissionais que trabalharam no estudo dessas imagens.

BARROS, Manoel de. Os 10 melhores poemas de . Revista Bula, [s.d]. Disponível em: . Acesso em: 29 out. 2018. Neste bimestre, os alunos estudaram as pinturas de Portinari e o tema da infância. O poeta Manoel de Barros é conhecido por trabalhar lindamente com o assunto. Seus escritos são cheios de ludicidade. No link estão disponíveis trechos de alguns de seus poemas. Você pode encontrar muitos outros na internet ou em livros publicados pelo autor.

McCLOUD, Scott. Desvendando os quadrinhos. Tradução de Helcio de Carvalho e Marisa do Nascimento Paro. São Paulo: Makron Books, 1995. O livro Desvendando os quadrinhos é um excelente estudo sobre as possibilidades expressivas da linguagem dos quadrinhos, e é escrito, também, todo em quadrinhos. Suas explicações podem complementar aquelas oferecidas no Capítulo 1.

MUSEU da Imigração: exposições temporárias. Disponível em: . Acesso em: 29 out. 2018. As exposições do Museu da Imigração de São Paulo são referências disparadoras de questões sobre ancestralidade, patrimônio e curadoria. No link sugerido estão disponíveis exposições virtuais. Confira!

NARRADORES de Javé. Direção de Eliane Caffé. Brasil: Bananeira Filmes, 2004. Disponível em: . Acesso em: 29 out. 2018. O filme brasileiro Narradores de Javé, dirigido pela cineasta Eliane Caffé, discute a forma como parte do patrimônio cultural se reproduz pela oralidade. É um ótimo complemento aos estudos do Capítulo 2.

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7. Projeto integrador A pesquisa proposta no projeto interdisciplinar visa estimular uma ação autônoma dos estudantes diante do saber. Os temas sugeridos propõem pensar sobre diversos assuntos e fazer levantamentos com base em fontes confiáveis, para, ao final, produzir uma síntese em uma linguagem artística. É possível trabalhá-los com a colaboração de professores de outras disciplinas.

Alguns projetos sugerem uma busca pessoal ou no cotidiano, outros apontam para o uso da linguagem artística e científica. Todos podem ser modificados, por você ou pelos grupos, em seus objetivos ou linguagens.

Slam, a escrita de si

Tema A valorização de culturas locais e seus aspectos éticos e estéticos dentro da história

Problema central Como vincular culturas locais com arte considerando a ancestralidade? enfrentado

Produto final Realizar um slam, concurso de poesia falada

Justificativa

O projeto integrador Slam, a escrita de si oferece a oportunidade de abordar manifestações culturais contemporâneas que trazem valores para a comunidade, revisitando narrativas históricas e refletindo sobre seus desdobramentos no presente. O projeto estimula a pesquisa de imagens e manifestações culturais que contam sobre relações ancestrais, para que seja feito um paralelo crítico com o dia a dia da comunidade escolar. Além disso, direciona o olhar e a prática para o convívio da diversidade dentro do ambiente escolar, uma vez que apoia os estudantes a escrever sua própria história e discutir padrões éticos e estéticos, analisando, simultaneamente, elementos da linguagem escrita, falada e visual.

O projeto reúne habilidades de Arte, Língua Portuguesa e História, para desenvolver a leitura, a escuta, a fluência e a produção de textos e imagens, ampliando o compartilhamento e a reflexão dos estudantes mediante sua própria cultura. A realização de um slam, competição de poemas recitados ou lidos, é um formato atual para apresentar e debater temáticas urgentes. A apresentação final é um evento que proporciona uma plataforma de reunião, intervenção e posicionamento da arte no mundo contemporâneo.

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Com este projeto, os alunos serão incentivados a: pesquisar sobre histórias ancestrais vividas em culturas locais; refletir sobre narrativas hegemônicas e o olhar histórico, contextualizando pontos de vista de quem narra a história; e valorizar a escrita de si como parte constituinte e atuante na transmissão, produção e manutenção da arte e da cultura. Este projeto também favorece o desenvolvimento de algumas competências gerais presentes na BNCC, pois permite:

1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.

2. Compreender as relações entre as linguagens da Arte e suas práticas integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação, pelo cinema e pelo audiovisual, nas condições particulares de produção, na prática de cada linguagem e nas suas articulações.

Este projeto integrador desafia os estudantes a enxergar na arte e na cultura o reflexo de um momento histórico que ainda podem ser sentidos nos dias atuais e, por meio do trabalho coletivo, ele também possibilita o desenvolvimento de relações interpessoais e o compartilhamento de desafios entre os estudantes, indo ao encontro da seguinte competência geral:

8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.

Objetivos gerais

• Pesquisar histórias e narrativas locais como forma de revisitar acontecimentos históricos. • Produzir e escutar textos e cartazes de maneira autônoma com conteúdo inédito e crítico a aspectos políticos, estéticos e sociais. • Conversar sobre diferenças éticas, econômicas, sociais e de crenças a partir da ancestralidade. • Refletir sobre a construção da subjetividade do ponto de vista histórico, quem são as pessoas que podem e que não podem exercer sobre si esse direito. • Desenvolver um trabalho que é simultaneamente individual e coletivo, experimentando diferentes papéis dentro do corpo coletivo escolar. • Realizar um slam, concurso de poesia falada no ambiente escolar.

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Unidades Objetos de Disciplina Habilidade temáticas conhecimento (EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes Arte Artes visuais Contextos e práticas matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético. (EF69AR03) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, Arte Artes visuais Contextos e práticas vídeos etc.), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos etc.), cenográficas, coreográficas, musicais etc. (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às Arte Artes integradas Contextos e práticas diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética. O processo de redemocratização A Constituição de 1988 e a emancipação das cidadanias (analfabetos, indígenas, negros, jovens etc.) A história recente do Brasil: transformações (EF09HI23) Identificar direitos civis, políticos e Modernização, políticas, econômicas, sociais expressos na Constituição de 1988 e ditadura civil-militar sociais e culturais de História relacioná-los à noção de cidadania e ao pacto da eredemocratização: 1989 aos dias atuais sociedade brasileira de combate a diversas formas o Brasil após 1946 Os protagonismos da de preconceito, como o racismo. sociedade civil e as alterações da sociedade brasileira A questão da violência contra populações marginalizadas O Brasil e suas relações internacionais na era da globalização Práticas de Objetos de Disciplina Habilidade linguagem conhecimento (EF89LP28) Tomar nota de videoaulas, aulas digitais, apresentações multimídias, vídeos de divulgação científica, documentários e afins, identificando, em função dos objetivos, Procedimentos de informações principais para apoio ao estudo e Língua Oralidade apoio à compreensão realizando, quando necessário, uma síntese final Portuguesa Tomada de nota que destaque e reorganize os pontos ou conceitos centrais e suas relações e que, em alguns casos, seja acompanhada de reflexões pessoais, que podem conter dúvidas, questionamentos, considerações etc.

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(EF09LP03) Produzir artigos de opinião, tendo em vista o contexto de produção dado, assumindo Textualização de textos posição diante de tema polêmico, argumentando Língua Produção de textos argumentativos e de acordo com a estrutura própria desse tipo de Portuguesa apreciativos texto e utilizando diferentes tipos de argumentos – de autoridade, comprovação, exemplificação, princípio etc. (EF69LP46) Participar de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de obras literárias/manifestações artísticas, como rodas de leitura, clubes de leitura, eventos de contação de histórias, de leituras dramáticas, de apresentações teatrais, musicais e de filmes, cineclubes, festivais de vídeo, saraus, slams, canais de booktubers, redes sociais temáticas (de leitores, de cinéfilos, de Reconstrução das música etc.), dentre outros, tecendo, quando Língua condições de produção, possível, comentários de ordem estética e afetiva Leitura Portuguesa circulação e recepção e justificando suas apreciações, escrevendo Apreciação e réplica comentários e resenhas para jornais, blogs e redes sociais e utilizando formas de expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs e podcasts culturais (literatura, cinema, teatro, música), playlists comentadas, fanfics, fanzines, e-zines, fanvídeos, fanclipes, posts em fanpages, trailer honesto, vídeo-minuto, dentre outras possibilidades de práticas de apreciação e de manifestação da cultura de fãs. (EF69LP55) Reconhecer as variedades da língua Língua Análise Variação linguística falada, o conceito de norma-padrão e o de Portuguesa linguística/semiótica preconceito linguístico. (EF69LP56) Fazer uso consciente e reflexivo de Língua Análise Variação linguística regras e normas da norma-padrão em situações de Portuguesa linguística/semiótica fala e escrita nas quais ela deve ser usada.

Duração

O projeto integrador Slam, a escrita de si tem duração prevista de seis aulas. Esse período engloba etapas de pesquisa, elaboração, apresentação pública do projeto e avaliação, conforme informações a seguir.

Etapa 1

• Levantamento de conhecimentos prévios e pesquisa – 2 aulas (90 min) • Compartilhamento de pesquisa – 1 aula (45 min)

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Etapa 2

• Esboço da produção de textos e imagens – 2 aulas (90 min) Etapa 3

• Apresentação do slam – 1 aula (45 min)

O projeto envolve um número expressivo de participantes, por isso, para garantir a organização da produção dos trabalhos, você deve trabalhar tendo como base o cronograma com as etapas sugeridas, uma vez que está prevista uma apresentação pública. O diálogo com a direção escolar e o corpo docente também será necessário. Em função do cronograma e para garantir um bom encaminhamento da produção individual e coletiva, você deve estimular os estudantes a desenvolver virtudes como paciência e perseverança. Estimular o trabalho coletivo e o diálogo é essencial para que a turma e os demais professores envolvidos no projeto compreendam que, embora estejam realizando pesquisas e produções individuais, todos do grupo devem participar ativamente da criação, da produção e da apresentação do slam.

Material necessário

Para a realização desse projeto é necessário o seguinte material: lápis e caneta, caderno e folhas de papel A4, microfone, amplificador de som, cartolina, revista, cola, tesoura.

Perfil do professor coordenador do projeto

O projeto envolve um número expressivo de participantes, por isso, para garantir a organização da produção dos trabalhos, você deve trabalhar tendo como base o cronograma com as etapas sugeridas, uma vez que está prevista uma apresentação pública. O diálogo com a direção escolar e o corpo docente também será necessário. Em função do cronograma e para garantir um bom encaminhamento da produção individual e coletiva, o professor deve estimular os estudantes a desenvolver virtudes como paciência e perseverança. Estimular o trabalho coletivo e o diálogo é essencial para que a turma e os demais professores envolvidos no projeto compreendam que, embora estejam realizando pesquisas e produções individuais, todos do grupo devem participar ativamente da criação, da produção e da apresentação do slam.

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Desenvolvimento

Etapa 1

Levantamento de conhecimento prévio

Esclareça algumas diretrizes do projeto com os estudantes. Fale sobre a importância de cada etapa a fim de que eles tenham a noção de como será a produção para a apresentação final do slam. Feito isso, mostre o trailer do filme Slam, voz de levante, indicado na seção Para saber mais, e estimule- os a emitir suas opiniões a respeito. Enfoque a importância de refletir sobre si como cidadão atuante dentro da própria história e como a relação com a ancestralidade pode legitimar um lugar de fala histórico. Estabeleça um paralelo entre culturas, crenças e modos de vida que, devido a guerras, ditaduras e estratégias políticas e econômicas, tiveram suas vozes e práticas invisibilizadas e até mesmo proibidas na história da arte e da literatura ocidental. Aborde a obra de Denilson Baniwa (1984- ) e de Jonathan de Andrade (1980-), artistas que, em seus trabalhos, apropriam-se de símbolos e imagens ancestrais e do passado histórico do povo indígena e da diáspora negra, para contar, com suas vozes, a compreensão sobre os fatos históricos. Os professores de Língua Portuguesa, História e Arte podem neste momento mostrar para os estudantes textos, fatos e imagens comparativas que os estimulem a desenvolver um olhar crítico, transitando no tempo histórico e reforçando o tempo presente.

Compartilhamento de pesquisa

Após a conversa em sala de aula, peça aos estudantes que pesquisem outras imagens, textos, poesias ou filmes em que o protagonismo daquele que conta a história está retratado na própria mídia escolhida para difundir as ideias. Estipule um dia para que essa troca aconteça. Esteja atento para preparar equipamentos de áudio e vídeo se necessário. No dia de compartilhamento das pesquisas, combine, de acordo com o tamanho da turma, um tempo determinado de apresentação, assim todos ouvirão as falas.

Etapa 2

Esboço da produção de textos e imagens

Estimule os estudantes a falar sobre as histórias que estão ligadas à ancestralidade de cada um. Pergunte como esses acontecimentos os influencia atualmente. Incentive-os a contar sua própria história.

Feito isso, peça que cada estudante escolha uma narrativa e o formato com que quer trabalhar: poesia, música, desenho, pintura, etc. Esclareça que o material será divulgado em uma apresentação para outras turmas da escola e professores, portanto, é importante que a história escolhida não

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exponha o estudante. Reforçe que o slam é uma maneira informal e fora dos padrões estéticos do status quo de apresentação do pensamento crítico relacionado à própria história de vida. Lembre os alunos de que a ideia de slam é ampliada para acolher, além de poesia, também desenhos, objetos e outras formas de arte. Após esses encaminhamentos, oriente-os na produção individual e estabeleça intervalos de tempo para que sejam desenvolvidas as escritas, desenhos e/ou objetos. Incentive as diferentes perspectivas trazidas pelos estudantes. Fale sobre diversidade, modos de vida e valores éticos, esclarecendo as dúvidas.

Todos os professores envolvidos nesse projeto devem trabalhar juntos e dividir tarefas e orientações aos estudantes. O professor de Língua Portuguesa pode incentivar processos de criação e a apropriação da linguagem de acordo variações linguísticas adotadas, além de trabalhar dinâmicas entre ficção e narrativas históricas. O professor de História pode explorar a pluralidade e a diversidade identitária na história contemporânea, refletindo sobre preconceito e violência. Já o professor de Arte pode assinalar a força das imagens, da tipografia, dos matérias e das cores e como elas podem construir relações com a ancestralidade.

Etapa 3

Apresentação do slam

Para a apresentação, entre em contato com a direção da escola e escolha dia e horário apropriados para que aconteça o slam. Ele pode ser realizado no teatro da escola ou na quadra, em formato circular, lembrando uma arena. Certifique-se de que a escola possa oferecer equipamento de som e microfone. Para os trabalhos visuais, organize uma parede ou outro suporte próximo ao local da apresentação ou no seu entorno. Combine com os estudantes a ordem e a dinâmica do slam, incentivando decisões coletivas e o trabalho em equipe. Oriente-os na escolha de um apresentador, explicando que pode ser, por exemplo, um professor que participou de todo o processo.

Realize um ou dois ensaios para trabalhar a confiança, a autoestima e colaboração. Estabeleça um tempo para cada apresentação e estipule o máximo de 50 minutos para que todo o evento aconteça. Explique que eventos dessa natureza contribuem para o diálogo e ampliam o conhecimento sobre diferentes temas e a maneira como a aprendizagem pode acontecer.

Proposta de avaliação das aprendizagens

Conduza uma conversa, estimulando os estudantes a falar como se sentem com relação ao processo vivido ao longo do projeto integrador. Proponha uma rodada de respostas rápidas em que cada estudante fale sobre essa questão. Anote os assuntos mais citados por eles neste primeiro momento de escuta. Depois, nomeie com a turma cada etapa do processo e situações vividas individual e coletivamente. Escreva palavras-chave em folhas de papel A4 ou na lousa para que todos vejam. Faça

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uma lista dos principais temas de interesse dos estudantes. Pergunte a eles: “Quais histórias e narrativas pesquisadas se conectam mais com a ancestralidade de cada um?”; “Como foi experimentar as linguagens escritas, orais e visuais para falar sobre si?”; “Como foram abordadas as diferentes identidades que compõem a turma?”; “Como foi a escuta individual e coletiva?”; “O que foi aprendido com o slam?”.

Para saber mais – aprofundamento para o professor

DENILSON Baniwa (site oficial). Disponível em: . Acesso em: 15 nov. 2018. Com os trabalhos de Denilson, a perspectiva indígena toma forma cosmológica e aponta para fora do pensamento ocidental.

EVARISTO, Conceição. Insubmissas lágrimas de mulheres. Rio de Janeiro: Malê, 2017. A obra da autora mineira traz relatos de mulheres que concordam em contar histórias do dia a dia de suas vidas. O livro trabalha tanto a escuta da autora mediante o relato de mulheres quanto o exercício no qual elas se colocam de narrar suas vidas.

JONATHAS de Andrade (site oficial). Disponível em: . Acesso em: 15 nov. 2018. Andrade aborda questões identitárias da contemporaneidade, afirmando lugares de fala.

SLAM das Minas. Disponível em: . Acesso em: 15 nov. 2018. O canal disponibiliza vídeos do slam que acontece na cidade do Rio de Janeiro.

SLAM, voz de levante. Disponível em: . Acesso em: 15 nov. 2018. Documentário de 2017 das diretoras Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D’Alva. O filme mostra as competições de poesia falada em algumas cidades do mundo, afirmando potência crítica e emocional.

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Escola:

Professor:

Turma:

Expectativa de aprendizagem

[Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno]

(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético. (EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço.

(EF69AR03) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos etc.), gráficas (capas de livros,

ilustrações de textos diversos etc.), cenográficas, coreográficas, musicais etc. Artesvisuais (EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas. (EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etc.).

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(EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais. (EF69AR07) Dialogar com princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios imagéticos e processos de criação nas suas produções visuais.

(EF69AR08) Diferenciar as categorias de artista, artesão, produtor cultural, curador, designer, entre outras, estabelecendo relações entre os profissionais do sistema das artes visuais.

(EF69AR09) Pesquisar e analisar diferentes formas de expressão, representação e encenação da dança, reconhecendo e apreciando composições de dança de artistas e

grupos brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas. Dança

(EF69AR16) Analisar criticamente, por meio da apreciação musical, usos e funções da música em seus contextos de produção e circulação, relacionando as práticas musicais às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética. (EF69AR18) Reconhecer e apreciar o papel de músicos e grupos de música brasileiros e

estrangeiros que contribuíram para o desenvolvimento de formas e gêneros musicais.

(EF69AR19) Identificar e analisar diferentes estilos musicais, contextualizando-os no

tempo e no espaço, de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética musical. Música (EF69AR22) Explorar e identificar diferentes formas de registro musical (notação musical tradicional, partituras criativas e procedimentos da música contemporânea), bem como procedimentos e técnicas de registro em áudio e audiovisual. (EF69AR23) Explorar e criar improvisações, composições, arranjos, jingles, trilhas sonoras, entre outros, utilizando vozes, sons corporais e/ou instrumentos acústicos ou eletrônicos, convencionais ou não convencionais, expressando ideias musicais de maneira individual, coletiva e colaborativa.

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(EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

(EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.). (EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas

Música diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas. (EF69AR35) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.

Legenda:

Atingiu plenamente: o estudante compreende e aplica os principais conceitos ou processos da habilidade.

Atingiu parcialmente: o estudante começou a compreender e aplicar os principais conceitos ou processos da habilidade.

Não atingiu: o estudante não compreendeu os principais conceitos ou processos da habilidade.

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Questões para nortear as discussões sobre a aprendizagem dos estudantes nas reuniões pedagógicas da escola

1. O aluno participa dos debates em sala de aula, fazendo reflexões sobre os temas levantados e respeitando as colocações dos colegas?

2. O aluno participa dos trabalhos em grupo, exercendo a cooperação e contribuindo para o trabalho coletivo?

3. O aluno realiza as experimentações propostas, mobilizando sua criatividade, expressividade e imaginação?

4. O aluno trabalha nas pesquisas propostas, exercendo sua curiosidade e socializando as descobertas realizadas?

5. O aluno se empenha nas atividades, superando dificuldades técnicas e desenvolvendo-se nas seis dimensões do conhecimento (criação, crítica, estesia, expressão, fruição e reflexão)?

Principais conquistas apresentadas pela turma

Principais dificuldades apresentadas pela turma

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Conteúdo a ser retomado no início do próximo bimestre

Ações de acompanhamento de aprendizagem para os alunos com maior dificuldade

Outras observações relevantes

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Teatro e ancestralidade Duração: 3 aulas Referência do Livro do Estudante: Introdução

Relevância para a aprendizagem O objetivo desta sequência didática é levar os alunos a pesquisar suas origens pessoais e relacioná-las a manifestações culturais da região onde vivem. Espera-se que eles pesquisem festas, formas de teatro popular, danças, músicas, práticas espirituais, técnicas de trabalho, produção, etc., ligados à ancestralidade pessoal e local. Em seguida, o material reunido em pesquisa deve servirde matéria-prima para uma criação teatral com ênfase na expressão corporal, buscando experimentar caminhos para uma reelaboração artística com base no universo cultural dos alunos.

Objetivos de aprendizagem • Investigar as origens pessoais e relacioná-las ao conceito de ancestralidade. • Pesquisar as manifestações culturais da região e se aproximar delas. • Compor coletivamente acontecimentos cênicos. • Estimular a criação teatral a partir da linguagem corporal.

Objetos de conhecimento e habilidades (BNCC)

Unidades temáticas Objetos de conhecimento Habilidades Teatro Processos de criação (EF69AR30) Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos (música, imagens, objetos etc.), caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sonoplastia e considerando a relação com o espectador. Artes integradas Contextos e práticas (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

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Desenvolvimento Aula 1 – Origens pessoais, ancestralidade e cultura

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula. Organização dos alunos: sentados em semicírculo, para que seja utilizada a lousa e haja debate entre os alunos e o professor. Recursos e/ou material necessário: lousa e giz.

Atividade 1 – Debates sobre origens e ancestralidade (35 minutos)

Comece a aula levando os alunos a identificar suas origens pessoais. Em um primeiro momento, busque qualificá-las: “Há alunos que se criaram em ambientes familiares?”; “Como se configuraram essas famílias?”; “Há alunos inseridos em outras configurações parentais ou que não estão inseridos em ambientes familiares?”. Com base nessa identificação prévia, leve os alunos a pensar sobre as gerações: “Quem são as pessoas que se ocuparam diretamente da educação e do desenvolvimento de cada aluno? E quem se ocupou da criação dessa pessoa? E antes dela, quem esteve nessa posição?”. Por exemplo: alunos inseridos em um ambiente familiar nuclear podem investigar o quanto conhecem e o que sabem a respeito dos avós, bisavós, trisavós, etc. Esteja atento para construir alternativas para as diferentes possibilidades de origem – o foco da atividade é o ambiente cultural dos estudantes, e não as origens biológicas ou consanguíneas.Nesse levantamento, será importante que os alunos consigam reconhecer os traços étnicos e culturais das pessoas que conseguirem identificar: “São negros, indígenas, europeus? São imigrantes?”; “Há quanto tempo e como chegaram à região em que o aluno vive e como é essa história?”. Além disso, leve os alunos a identificar se persistem ainda hoje hábitos culturais decorrentes dessa ancestralidade (na alimentação, em canções, em festas, na espiritualidade, nos hábitos cotidianos, etc.).

Incentive todos os alunos a falar e anote na lousa as informações levantadas. Leve os alunos a identificar manifestações culturais ligados a essa ancestralidade pessoal. Caso eles mencionem exemplos, assinale a recorrência e a semelhança entre as práticas e culturas descritas pelos alunos e, com base nisso, tente relacionar a conversa inicial sobre hábitos e origens familiares com um debate sobre a ideia de ancestralidade regional: “Há hábitos culturais ligados às origens pessoais que podem ser entendidos como uma manifestação cultural ligada à ancestralidade de todo um povo ou uma região?”; “Caso haja alunos migrantes, eles preservam manifestações culturais ligadas ao povo e região de onde vieram?”.

Pesquise previamente e leve para a aula um exemplo emblemático de manifestação cultural da região que revele valores ancestrais, ou seja, cuja existência dependa de transmissão entre os mais velhos e os mais novos e cuja prática, portanto, seja minimamente remota. Se possível, reúna material como fotografias, trechos de filmes, canções, quadros etc., que ajudem a turma a perceber as principais características do dado cultural e a persistência de características de uma antiguidade.

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Pode ser uma festa, um rito ligado a práticas espirituais, uma dança, um folguedo, uma forma de teatro, uma prática culinária, um ritual de trabalho, etc.

Busque também assinalar a expressão corporal com base na qual a manifestação cultural escolhida acontece. Identifique, por exemplo: passos em danças e folguedos como o cavalo-marinho e o jongo; o tipo de movimentação de bonecos no teatro de mamulengo ou nos bonecos de Olinda; a rítmica corporal no maracatu, na capoeira, o cortejo na festa do Divino Espírito Santo, etc. Caso se trate de uma prática culinária, identifique o esforço físico envolvido no preparo e o manuseio de utensílios específicos. Em práticas espirituais, identifique, por exemplo, posições corporais básicas (como a genuflexão) ou a presença de danças e seus significados. Procure mostrar como a expressão corporal em diversas manifestações culturais tem um significado importante para a construção do sentido da prática e na afirmação das identidades.

Atividade 2 – Pesquisa sobre cultura ancestral (10 minutos)

Peça que, em casa, os alunos façam uma pesquisa individual sobre manifestações culturais ligadas ao seu próprio universo e à cultura da região em que vivem. Proponha que escolham uma obra visual, uma dança, uma música, uma festividade, uma tradição teatral etc.,compreendendo suas origens, o seu funcionamento e o seu significado histórico e social. Nessa pesquisa, deverá ficar claro para o aluno algum tipo de relação com suas origens pessoais, seja porque algum ancestral ou alguém próximo se ligou a ela, seja apenas porque existem semelhanças culturais entre a manifestação e suas origens pessoais. Esclareça que, durante a investigação, os aluno deverão estar atentos às expressões corporais que marcam a manifestação cultural, levando-os identificar posturas, posições, gestos e movimentos que a caracterizam.

Aula 2 – Elaboração de formas teatrais

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula e outros espaços disponíveis da escola. Organização dos alunos: livremente pelos espaços reservados para a atividade. Recursos e/ou material necessário: pequenos pedaços de papel, lousa e giz.

Atividade 1 – Apresentação das pesquisas (25 minutos)

Comece a aula pedindo aos alunos que apresentem brevemente a pesquisa que fizeram e anote na lousa as manifestações culturais escolhidas. Para o caso de haver coincidências e similaridades entre as manifestações, selecione com a turma cinco ou seis casos utilizando um critério definido com os alunos (representatividade ou abrangência, por exemplo).

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Atividade 2 – Criação teatral (20 minutos) Peça que a turma se organize em grupos. Escreva em pequenos pedaços de papel o nome de cada uma das manifestações culturais selecionadas. Em seguida, dobre os papéis e peça que cada grupo sorteie um dos papéis. Os grupos deverão preparar uma cena sem fala, usando somente a expressão corporal que represente a manifestação cultural que sortearam. Para isso, deverão manter segredo e não comentar com outro grupo qual foi a manifestação sorteada. Se possível, nesse momento peça que cada grupo se reúna em locais diferentes da escola para que não escutem uns aos outros nas discussões de criação da cena. Percorra os grupos e ajude-os a organizar a criação. Deixe claro que a proposta não é fazer um exercício de mímica, tampouco a reprodução da manifestação cultural, mas uma cena teatral livremente inspirada na manifestação cultural que seja fundamentada na expressão do corpo. Diga, ainda, que eles podem se utilizar de sonoridades (não verbais) e inserir na cena objetos e adereços ligados ao tema. Explique aos alunos que a cena pode ter personagens desempenhando uma ação ou pode apenas contar com o corpo desenvolvendo movimentos e gestos significativos. Cuide para que as cenas tenham um tempo médio, não ultrapassando 10 minutos de duração, mas que também não sejam tão curtas de modo que seu significado não possa ser minimamente aprodunfado. Por fim, peça aos grupos que se reúnam fora do horário da aula para ensaiar a cena algumas vezes.

Aula 3 – Apresentação das cenas e discussão

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula, sala para atividades teatrais, quadra ou pátio da escola. Organização dos alunos: dispostos em espaço cênico e plateia.

Nesta aula, os alunos terão a oportunidade de apresentar a cena que conceberam, desenvolveram e ensaiaram. Calcule previamente o tempo de duração da apresentação de todos os grupos. Organize com a turma a ordem de apresentação. Logo depois de todos os grupos se apresentarem, peça que se reúnam em grupo novamente. A ideia é que cada grupo possa identificar a qual manifestação cultural cada cena se refere e consiga discutir esse significado baseado em características da cena. Ao fim das apresentações converse com a turma sobre as manifestações culturais e a elaboração teatral que os alunos criaram. Busque assinalar as ligações entre tais manifestações e a cultura da região com base na relação de ancestralidade. Chame a atenção também para as possibilidades de transformar artisticamente as manifestações. Com base nessa experiência espera- se que os alunos tenham conseguido formular composições artísticas diversas e que tenham aprendido com as manifestações e com a ancestralidade ao mesmo tempo em que ressignificam suas práticas. Por fim, converse ainda sobre o uso da expressão corporal nas cenas. Nesse sentido, a ausência de fala, que poderia parecer uma limitação, permitiu aos alunos encontrar novas possibilidades expressivas.

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Aferição do objetivo de aprendizagem A avaliação do processo de aprendizagem pode ser realizada por meio das atividades propostas nesta sequência didática e deve considerar o desenvolvimento individual de cada um dos alunos.

Em um primeiro momento, espera-se que os alunos sejam capazes de relacionar as especificidades de sua origem pessoal com a ideia de ancestralidade; que consigam perceber sua inserção cultural particular como parte de um universo cultural coletivo. Em um segundo momento, é esperado que os alunos consigam identificar manifestações culturais locais e percebê-las como parte de uma transmissão e aprendizado que pressupõem relações ancestrais; posteriormente, espera-se que os alunos consigam elaborar uma criação teatral a partir da pesquisa de manifestações culturais e perceber possibilidades de recriação estética.

Questões para auxiliar na aferição

Além das atividades propostas nesta sequência didática, algumas questões podem ser utilizadas para aferir a aprendizagem dos alunos em relação aos objetivos de aprendizagem aqui explorados. Por exemplo:

1. Defina o que você entendeu por “ancestralidade” e como ela pode aparecer em manifestações culturais.

2. Quais são as características específicas que você reconhece em uma cena criada somente pela expressão corporal?

Gabarito das questões

1. Espera-se que o aluno consiga refletir sobre a ideia de ancestralidade pensando em como existem saberes e práticas culturais que são transmitidas, desde um passado, de geração em geração e que consiga enumerar e descrever em linhas gerais algumas das manifestações culturais estudadas, identificando suas relações com o passado e com sua transmissão geracional.

2. Espera-se que os alunos consigam reconhecer o potencial expressivo do corpo, como as possibilidades de comunicação entre os atores, os desafios da criação de uma cena baseada em posições, posturas e gestos.

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Narrativas visuais Duração: 3 aulas Referência do Livro do Estudante: Capítulo 1

Relevância para a aprendizagem Esta sequência didática propicia a prática de processos criativos e a exploração da materialidade por meio da produção de uma tira, composta em três quadros. Ela será feita em grupos e vai compor um painel coletivo com todas as histórias da turma. Os alunos vão criar uma narrativa visual, usando a imaginação para fazer uma composição visual com desenhos, textos verbais ou colagens. Ao final, farão um exercício coletivo e colaborativo, em que as partes devem ser pensadas de modo que se relacionem com o todo, na montagem do painel coletivo.

Objetivos de aprendizagem • Estimular o processo criativo para elaboração de uma tira. • Explorar diversos materiais para produção de uma narrativa visual. • Desenvolver o processo criativo nas artes visuais. • Desenvolver o processo colaborativo para a produção de um painel coletivo.

Objetos de conhecimento e habilidades (BNCC)

Unidade temática Objetos de conhecimento Habilidades (EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, Materialidades dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etc.). Artes visuais (EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo Processos de criação individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.

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Desenvolvimento Aula 1 – Narrativas visuais: planejamento

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula. Organização dos alunos: em grupos. Recursos e/ou material necessário: exemplos de tiras, caderno, lápis preto ou caneta e borracha.

Atividade 1 – Apresentação do tema e análise de tiras (20 minutos)

Inicie a aula fazendo o levantamento de conhecimentos prévios dos alunos. Pergunte a eles o que entendem por narrativas visuais. Deixe que respondam livremente e, se considerar interessante, escreva na lousa algumas respostas. Em seguida, comente que narrativas visuais são formas de expressão por meio de ilustrações, pinturas, colagens, HQs, tiras, imagens em movimento, fotografias, entre outras linguagens predominantemente visuais. Diga-lhes que essas narrativas podem contar histórias com começo, meio e fim, como é o caso de muitas HQs, tiras, séries fotográficas e filmes.

Se considerar interessante, leve para eles alguns exemplos de tiras, como Mafalda, de Quino, Calvin & Haroldo, de Bill Watterson, ou tiras de jornais, como as de , Allan Sieber, etc. Comente que a tira é um gênero textual que teve origem nos Estados Unidos como passatempo dos leitores de jornal. Seu tamanho curto está relacionado ao pouco espaço destinado a elas nos jornais.

Analise algumas tiras com os alunos e leve-os a perceber como as narrativas são formadas. Por meio de imagens, com ou sem textos verbais, essas tiras, muitas vezes, são construídas em três quadros: início ou estabelecimento de uma situação; desenvolvimento ou ápice da situação; final ou quebra da expectativa construída, que gera o humor. Essa análise servirá de apoio para a produção da segunda atividade.

Atividade 2 – Planejamento de uma tira (25 minutos)

Peça à turma que se organize em grupos de quatro alunos e criem esboços de uma tira, organizada em três quadros, com início, meio e fim e, se possível, trabalhando o humor por meio da quebra de expectativa. Peça que escrevam ou desenhem suas ideias iniciais no caderno e levantem temas que lhes interessem. Comente com os alunos que essa tira poderá ser composta de texto, desenhos e colagens de jornais e revistas ou fotografias. Por isso, é importante que eles planejem quais materiais desejam usar e, caso os tenham, levem esses materiais para a escola. No caso de fotografias, é importante que tenham autorização dos pais ou responsáveis para levá-las.

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Aula 2 – Narrativa visual: materialização

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula. Organização dos alunos: sentados em grupo, para a atividade de criação. Recursos e/ou material necessário: lápis coloridos, canetas, papéis diversos para colagem, revistas, jornais, fotografias, cartolina, papel cartão, papel para desenho com gramaturas acima de 180 g, cola branca, tinta guache, tesouras de pontas arredondadas.

Peça aos alunos que formem os mesmos grupos da aula anterior e retomem as tiras que começaram. Solicite que releiam, conversem sobre elas, verifiquem se desejam alterar algo na narrativa. Você deve acompanhar esse momento para se inteirar das histórias que foram criadas e das ideias para as tiras, ajudando no processo de criação da narrativa.

Em seguida, distribua os materiais que estiverem disponíveis, como lápis, revistas, fotografias e peça que deem continuidade ao trabalho deles materializando sua concepção. Para o suporte, oriente-os a usar cartolina, papel para desenho ou papel cartão. Caso optem por fazer colagens, podem utilizar os diversos materiais disponíveis e o que eles quiserem explorar, como tinta guache ou outros materiais para colorir, criando formas e cores em suas composições.

Caso alguns grupos não se interessem em criar uma narrativa com a estrutura proposta, você pode ampliar as possibilidades e propor que produzam três imagens que se somem, compondo uma quarta, ou imagens que funcionem como um mosaico, sem sequência de tempo linear.

Lembre a turma de que as tiras criadas por eles vão compor um grande painel que será exposto na escola, para que todos possam apreciar suas histórias. Por isso, cada uma fará parte de um todo maior que será criado coletivamente.

Ao final da aula, peça que todos ajudem na limpeza e organização da sala.

Aula 3 – Criando um mural de narrativas visuais

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala com mesas e espaço na escola para abrigar o mural. Organização dos alunos: trabalhando coletivamente. Recursos e/ou material necessário: materiais para a montagem das colagens em um mural, painel ou varal de exposição.

Esta última aula será para a criação coletiva e colaborativa de um mural ou painel com as narrativas produzidas pela turma, a ideia é criar uma obra que seja uma coletânea de histórias.

Comece pedindo aos grupos que distribuam nas mesas suas tiras. Em seguida, peça que a turma percorra as mesas e conheça as histórias produzidas dos outros grupos.

Enquanto eles apreciam o que foi produzido, proponha que observem quais narrativas têm alguma ligação. Pode ser na temática, pode ser na forma, nas cores, no estilo, no uso dos materiais, etc.

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A partir desses pontos de ligação, peça ao grupo que pensem como as tiras serão organizadas para compor o mural. Estabeleça os critérios de composição. Esse é um momento muito importante de criação coletiva, assim, estimule a participação de todos, propondo ideias e garantindo que todos sejam ouvidos e respeitados.

Lembre-se de levar em consideração, para a criação do mural, o espaço no qual ele será exposto na escola e qual será a melhor forma de fixar as colagens, em um painel coletivo, varal ou outro tipo de exposição.

Ao final da montagem do painel, reúna os alunos para a apreciação coletiva e oriente uma conversa sobre as narrativas visuais realizadas, que dificuldades tiveram ao fazer o trabalho e quais foram as soluções encontradas.

Aferição do objetivo de aprendizagem A avaliação do processo de aprendizagem pode ser realizada por meio das atividades de criação propostas nesta sequência didática e deve considerar o desenvolvimento individual de cada um dos alunos nos grupos e a sua atuação no grupo e no trabalho coletivo.

Em um primeiro momento, espera-se que os alunos sejam capazes de se expressar utilizando a linguagem visual para construir uma narrativa visual. Em um segundo momento, é esperado que os alunos sejam capazes de trabalhar coletivamente de forma colaborativa.

Questões para auxiliar na aferição

Além das atividades propostas nesta sequência didática, algumas questões podem ser utilizadas para aferir a aprendizagem dos alunos em relação aos objetivos de aprendizagem aqui explorados. Por exemplo:

1. O que você entende por narrativas visuais?

2. Cite alguns exemplos de narrativas visuais.

Gabarito das questões

1. Espera-se que os alunos entendam que narrativas visuais são formas de expressão predominantemente visuais.

2. Espera-se que os alunos reconheçam que são exemplos de narrativas visuais ilustrações, tiras, histórias em quadrinhos, fotografias, desenhos animados, colagens, animações, filmes, etc.

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Patrimônio, rito e arte Duração: 3 aulas Referência do Livro do Estudante: Capítulo 2

Relevância para a aprendizagem O objetivo desta sequência didática é investigar a definição de rito, com base no caso específico do kwarup do Alto Xingu (MT). Por meio de debates e pesquisas sobre o assunto, propõe- se uma reflexão sobre um fenômeno cultural em condições de assumir a categoria de patrimônio cultural imaterial e sobre como ritos de diversas culturas podem se enquadrar neste conceito. Em seguida, propõe-se refletir sobre os intercâmbios possíveis entre o rito como fenômeno cultural e a criação artística. Isto é, refletir sobre as múltiplas possibilidades de pensar na arte como rito e, ao mesmo tempo, no rito como expressão artística e cultural integrada na sociedade em que se origina.

Objetivos de aprendizagem • Debater o patrimônio imaterial. • Investigar a ideia e o significado cultural de um rito. • Experimentar formas de criação artística com base em um rito.

Objetos de conhecimento e habilidades (BNCC)

Unidades temáticas Objetos de conhecimento Habilidades Artes integradas Contextos e práticas (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética. Matrizes estéticas e culturais (EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.). Patrimônio cultural (EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.

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Desenvolvimento Aula 1 – Ritos como patrimônio imaterial

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula. Organização dos alunos: sentados em suas carteiras, dispostas em um semicírculo, para que seja realizada a projeção na lousa e o debate com os alunos e o professor. Recursos e/ou material necessário: projetor, computador ou imagens impressas sobre o kwarup.

Atividade 1: Conversa sobre ritos e o exemplo do kwarup (25 minutos)

Inicie a aula conversando com a turma sobre a ideia de rito. Pergunte o que os alunos sabem a respeito desse conceito e como o definiriam. Peça que deem exemplos do que acham que seria um rito entre os fenômenos culturais que conhecem. Pergunte se já participaram de algo que consideram um rito e como descreveriam o acontecimento. A partir das respostas, vá delineando o conceito de rito como ação cultural eventual ou efêmera que envolve um conjunto mais ou menos ordenado de práticas que se configuram com base em formas de dança, música, poesia e representação cênica com caráter espiritual, festivo ou político.

Pergunte então se acham que um rito pode ser entendido como um patrimônio cultural (como coleções de um museu, um sítio arqueológico ou uma construção antiga). A partir deste debate, converse com os alunos sobre o conceito de patrimônio imaterial: bens culturais de natureza imaterial. Ou seja, saberes, conhecimentos, práticas, modos de fazer, celebrações e diferentes formas de expressão estética que são reconhecidos pela sociedade por meio de órgãos competentes para sua descrição e preservação. Como preservar algo que não é concreto? Pergunte como imaginam que isso é feito.

Em seguida apresente o kwarup, uma festa que ocorre entre aldeias de diversos povos indígenas do Alto Xingu (MT), ligada à memória de ancestrais célebres. Ela se dá um ano após a morte dos indivíduos e, nesta ocasião, marca-se o fim da puberdade das adolescentes, com o fim de um ritual iniciático – ou seja, a morte serve de ocasião para festejar também a vida. A celebração abrange jogos de luta, danças, festividades e preparo de comidas. Se possível, projete ou mostre no computador trechos de filmagens ou fotografias do ritual. Esse rito é uma prática dos povos indígenas do Parque Indígena do Xingu e que, além de manter vivas as culturas daqueles povos, contribui para estabelecimento de um rico intercâmbio entre os diversos grupos do Parque e para sua união. Nos limites do Parque Indígena do Xingu habitam dezesseis povos distintos: Aweti, Ikpeng, Kaiabi, Kalapalo, Kamaiurá, Kĩsêdjê, Kuikuro, Matipu, Mehinako, Nahukuá, Naruvotu, Wauja, Tapayuna, Trumai, Yudja, Yawalapiti, que conservam suas respectivas línguas, muito diferentes umas das outras. Enfatizar essa diversidade contribui para que os alunos possam construir uma visão mais ampliada acerca das diferenças culturais. Mostre como no kwarup ocorre uma integração da maioria desses distintos povos, que se unem por meio da dança, da música, do esporte, da culinária e de rituais espirituais.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 1º bimestre – Sequência didática 3

Durante muito tempo, os povos xinguanos relutaram diante das propostas de listar o kwarup como patrimônio cultural imaterial, pois temiam que isso resultasse em uma divulgação prejudicial à prática da cerimônia. Entretanto, desde 2012, lideranças Yawalapiti, Wauja, Aweti e Kamaiurá passaram a reivindicar o reconhecimento da celebração. Isso demonstra como o reconhecimento do patrimônio cultural não é estático, mas sempre envolvido em um amplo debate na sociedade.

Atividade 2: Rito e criação artística (20 minutos)

Retome os exemplos de rito citados pelos alunos no início da aula e proponha uma conversa na qual seja possível levá-los a investigar as semelhanças entre o rito e as linguagens artísticas que conhecem. O rito é uma forma de teatro? De dança? De performance? Discuta com os alunos como dificilmente os ritos se enquadram em apenas uma linguagem artística. Eles se constituem, muitas vezes, de elementos estéticos que dependem de configurações corporais, musicais, visuais, verbais e performativas, eventualmente de forma integrada. Por outro lado, a arte pode ser um tipo de ritual? Discuta com os alunos como a arte se alimenta de manifestações culturais ritualísticas para elaborá- las artisticamente, recriando e reinventado seus significados. Outras vezes, os artistas propõem reflexões sobre o lugar social da arte com base no diálogo com os ritos. Abra espaço para que os alunos falem sobre o assunto. Não é preciso chegar a nenhuma resposta definitiva.

Além de utilizar os exemplos de ritos evidenciando suas configurações estéticas, mencione obras de arte que se baseiam em ritos. Por exemplo, algumas obras que fazem referência direta ao kwarup são: o romance Quarup, do escritor Antônio Callado, escrito em 1967, que utiliza o ritual como mote para o desenvolvimento de um enredo que reflete questões políticas e sociais do Brasil. O romance também foi adaptado para o cinema pelo diretor Ruy Guerra, levando o nome de Kuarup, em 1989 (Brasil, 119 min). O ritual xinguano também aparece na base do espetáculo de dança Kuarup, dirigido por Marika Gidalli e coreografado por Décio Otero para o grupo Ballet Stagium; essa peça estreou em 1977, discutindo o genocídio indígena e a opressão dos trabalhadores e já foi dançada mais de 400 vezes. Existem casos de outras obras, entretanto, que não fazem referências explícitas aos rituais que elaboram artisticamente, apropriando-se apenas de alguns fragmentos estéticos ou performativos. Caso ache necessário, busque outros exemplos de obras baseadas nos ritos mencionados pelos alunos. Veja algumas sugestões no em Material de apoio e referências.

Organize a turma em grupos grandes, com mais de cinco alunos. Cada grupo terá a função de escolher um rito para, com base nele, propor uma ação artística na aula seguinte. Discuta com os alunos ideias de ações possíveis, por exemplo: uma performance que se configure como um ritual de celebração, uma coreografia que represente um ofertório (oferecendo algo para o público da escola), um cortejo,, uma curta peça de teatro de protesto, que denuncie algum problema da comunidade ou uma intervenção visual na paisagem da escola que seja feita como um ritual de resistência. O objetivo não é reproduzir o ritual escolhido, mas encontrar nele inspiração para criar uma manifestação artística nova com outros significados, de preferência ligados à realidade dos alunos. Para isso, cada aluno deverá pesquisar individualmente em casa outras formas de ritos e, apoiado no que encontrar, deverá formular ideias para a criação em grupo.

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Aula 2 – Preparação da ação

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula com carteiras afastadas, quadra, pátio ou teatro. Organização dos alunos: livremente pelo espaço reservado para a atividade. Recursos e/ou material necessário: papel sulfite ou caderno, caneta.

Nesta aula, os grupos deverão se reunir para organizar a ação inspirada no ritual. Oriente-os a compartilhar os resultados e as ideias que obtiveram na pesquisa. Com base nessa troca de relatos, os grupos devem definir como será a ação artística e pensar no seu desenvolvimento e produto final (a apresentação). Peça aos alunos que planejem com objetividade e tenham clareza sobre como funcionará a ação. É preciso que concebam os aspectos visuais e cênicos, as sonoridades e musicalidades, bem como a rítmica corporal e a coreografia de acordo com a proposta de ação. Incentive-os também a trabalhar com objetos e artefatos significativos para a ação ou com elementos naturais: água, terra, pedras, plantas, etc.

Os grupos deverão se dividir entre as seguintes tarefas de produção: aqueles que ficarão responsáveis pelos objetos, adereços, figurinos e organização musical; e aqueles que ficarão responsáveis por escrever um roteiro da ação. Ressalte que é importante que todas as decisões sejam tomadas em conjunto e executadas pelos responsáveis por cada tarefa. Os grupos devem se encontrar fora do horário da aula para, guiados pelo roteiro e pelas pesquisas de material, iniciar os ensaios para que a ação se concretize.

Aula 3 – Apresentação das ações

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula com carteiras afastadas, quadra, pátio ou teatro. Organização dos alunos: livremente pelo espaço reservado para a atividade. Recursos e/ou material necessário: dispositivo com câmera e gravador de vídeo (pode ser celular, tablet).

Se possível, organize um evento para apresentação e convide outras turmas da escola para assisti-lo. Combine com os grupos a ordem das apresentações. Destaque alunos de alguns grupos para que façam registros visuais das ações (podem utilizar celulares com câmera). Posteriormente, você pode expor as fotos das apresentações em algum mural da escola.

Após as apresentações, reúna a turma e converse sobre como cada grupo empregou as diversas linguagens artísticas e sobre como as ações se articularam com o sentido do rito no qual se inspiraram. Conseguiram uma unidade coletiva em torno da ação? Conseguiram articular diversas linguagens artísticas na criação? Quais os momentos de maior expressividade? Pergunte ainda aos alunos como eles se sentiram participando do rito: Quais as diferenças em relação a uma cena de teatro, uma dança ou uma expressão musical? Finalize a sequência retomando o debate sobre as especificidades de um rito e sobre as conexões possíveis com a arte. Discuta com os alunos como o patrimônio imaterial pode ser inspiração para expressões artísticas.

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Material de apoio e referências Bené Fonteles (verbete). Enciclopédia Itaul Cultura. Disponível em: . Acesso em 23 nov. 2018.

CALLADO, Antonio. Quarup. Rio de Janeiro: José Olympio, 2014.

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Disponível em: . Acesso em: 25 out. 2018.

INSTITUTO Socioambiental. Almanaque Socioambiental Parque Indígena do Xingu 50 anos. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2011. Disponível em: . Acesso em: 20 nov. 2018.

Lia Rodrigues. Disponível em: https://www.google.com/search?q=wellbutrin+bula&rlz=1C1GCEA_enBR801BR801& oq=wellbutrin&aqs=chrome.2.69i57j0l5.6348j0j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8. Acesso em: 23 nov. 2018.

Aferição do objetivo de aprendizagem A avaliação do processo de aprendizagem pode ser realizada por meio das atividades propostas nesta sequência didática e deve considerar o desenvolvimento individual de cada um dos alunos.

Em um primeiro momento, espera-se que os alunos sejam capazes de compreender a ideia de patrimônio imaterial e, por conseguinte, a ideia de rito e sua conexão com a cultura. Em um segundo momento, é esperado que os alunos consigam analisar e elaborar formas de criação artística inspiradas em ritos. Esse é um método para analisar e valorizar o patrimônio cultural imaterial, proporcionando uma imersão atenta aos significados que carregam em suas origens culturais que podem ser atualizados e elaborados esteticamente.

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Questões para auxiliar na aferição

Além das atividades propostas nesta sequência didática, algumas questões podem ser utilizadas para aferir a aprendizagem dos alunos em relação aos objetivos de aprendizagem aqui explorados. Por exemplo:

1. Como você definiria patrimônio cultural imaterial?

2. Quais as aproximações que você enxerga entre arte e rito?

Gabarito das questões

1. Espera-se que os alunos consigam definir patrimônio cultural imaterial como saberes, conhecimentos, práticas, modos de fazer, celebrações e diferentes formas de expressão estética que são reconhecidos pela sociedade por meio de órgãos competentes para sua descrição e preservação. Espera-se ainda que eles consigam exemplificar minimamente o conceito citando ritos, festividades, expressões artísticas, etc. que devem ser preservados.

2. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno faça conexões entre o rito e as inspirações artísticas suscitadas devido às suas configurações estéticas. Além disso, espera-se que os alunos tenham condições de mobilizar o seu próprio repertório com relação à obras desenvolvidas com base na apropriação de ritos.

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Este Plano de desenvolvimento contém informações complementares ao Manual do Professor (impresso). O Plano apresentado explicita os objetos de conhecimento e habilidades a serem trabalhados no bimestre e sua disposição no Livro do Estudante, bem como sugere práticas de sala de aula que contribuam para a aplicação da metodologia adotada. Este Plano é composto dos seguintes tópicos:

1. Objetos de conhecimento e habilidades da BNCC

2. Atividades recorrentes na sala de aula

3. Relação entre a prática didático-pedagógica e o desenvolvimento de habilidades

4. Gestão da sala de aula

5. Acompanhamento do aprendizado dos alunos e indicação das habilidades essenciais para a continuidade dos estudos

6. Fontes de pesquisa para uso em sala de aula ou para apresentar aos alunos

7. Projeto integrador

1. Objetos de conhecimento e habilidades da BNCC Referências no Unidades Objetos de material Habilidades temáticas conhecimento didático Artes visuais Contextos e práticas (EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético. Artes visuais Contextos e práticas (EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos Capítulo 3 visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço. Artes visuais Contextos e práticas (EF69AR03) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos etc.), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos etc.), cenográficas, coreográficas, musicais etc. Artes visuais Elementos da linguagem (EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas.

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Artes visuais Materialidades (EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etc.). Artes visuais Processos de criação (EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais. Artes visuais Sistemas da linguagem (EF69AR08) Diferenciar as categorias de artista, artesão, produtor cultural, curador, designer, entre outras, estabelecendo relações entre os profissionais do sistema das artes visuais. Música Contextos e práticas (EF69AR16) Analisar criticamente, por meio da apreciação musical, usos e funções da música em seus contextos de produção e circulação, relacionando as práticas musicais às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética. Música Contextos e práticas (EF69AR17) Explorar e analisar, criticamente, diferentes meios e equipamentos culturais de circulação da música e do conhecimento musical. Música Contextos e práticas (EF69AR18) Reconhecer e apreciar o papel de músicos e grupos de música brasileiros e estrangeiros que contribuíram para o desenvolvimento de formas e gêneros musicais. Música Contextos e práticas (EF69AR19) Identificar e analisar diferentes estilos musicais, contextualizando-os no tempo e no espaço, de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética musical. Música Elementos da linguagem (EF69AR20) Explorar e analisar elementos constitutivos da música (altura, intensidade, timbre, melodia, ritmo etc.), por meio de recursos tecnológicos (games e plataformas digitais), jogos, canções e práticas diversas de composição/criação, execução e apreciação musicais. Artes integradas Contextos e práticas (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética. Artes integradas Matrizes estéticas e (EF69AR33) Analisar aspectos históricos, culturais sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.).

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Artes integradas Patrimônio cultural (EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas. Artes integradas Arte e tecnologia (EF69AR35) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável. Artes visuais Contextos e práticas (EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético. Artes visuais Contextos e práticas (EF69AR03) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos etc.), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos etc.), cenográficas, coreográficas, musicais etc. Artes visuais Elementos da linguagem (EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas. Capítulo 4 Artes visuais Materialidades (EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etc.). Artes visuais Processos de criação (EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais. Artes visuais Processos de criação (EF69AR07) Dialogar com princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios imagéticos e processos de criação nas suas produções visuais. Dança Contextos e práticas (EF69AR09) Pesquisar e analisar diferentes formas de expressão, representação e encenação da dança, reconhecendo e apreciando composições de dança de artistas e grupos brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas.

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Dança Elementos da linguagem (EF69AR10) Explorar elementos constitutivos do movimento cotidiano e do movimento dançado, abordando, criticamente, o desenvolvimento das formas da dança em sua história tradicional e contemporânea. Dança Processos de criação (EF69AR12) Investigar e experimentar procedimentos de improvisação e criação do movimento como fonte para a construção de vocabulários e repertórios próprios. Dança Processos de criação (EF69AR15) Discutir as experiências pessoais e coletivas em dança vivenciadas na escola e em outros contextos, problematizando estereótipos e preconceitos. Artes integradas Contextos e práticas (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética. Artes integradas Matrizes estéticas e (EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e culturais políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.). Artes integradas Arte e tecnologia (EF69AR35) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.

2. Atividades recorrentes na sala de aula Neste bimestre, serão estudados dois movimentos muito importantes para a arte brasileira do século XX: a Antropofagia e a Tropicália. Além disso, trabalharemos com a ideia de performance e instalação, que alarga as possibilidades da arte contemporânea e embaralha as fronteiras entre arte e vida.

Roda de conversa

Estabelecer a roda de conversa como prática cotidiana é uma maneira simples e produtiva de incentivar os estudantes a compartilhar suas impressões, o que sentiram e pensaram durante as atividades, estabelecendo a prática de fazer uma roda de conversa ao final de cada aula. A prática da comunicação é um exercício muito importante nessa faixa etária. Nessas rodas de conversa, eles podem exercitar a expressão oral (Como dividir com os colegas o que pensei e senti?) e a escuta (O que meus colegas perceberam?).

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A roda de conversa permite que se trabalhe com algumas das Competências gerais da BNCC previstas para as aulas de Arte. Por exemplo: o exercício da crítica, a problematização por meio de exercícios artísticos e o desenvolvimento do trabalho colaborativo.

Este é um bimestre desafiador do ponto de vista formal: a produção de instalações e de performances oferece aos alunos liberdade e uma grande responsabilidade. É um momento em que eles terão de articular diversas aprendizagens já realizadas nas aulas de Arte ao longo do Ensino Fundamental II. As rodas de conversa poderão ser importantes para estimular os alunos a colaborar em propostas coletivas. Ao mesmo tempo, as propostas de atividades demandam que eles planejem suas obras com base em reflexões sobre a sociedade e a cultura. Esse espaço de diálogo também é importante para dar maior consistência temática às produções.

Produção de desenhos e pinturas com diversos materiais e superfícies variadas

O aluno do Ensino Fundamental II encontra-se em um momento interessante. Se na infância o desenho e a pintura ocorrem como uma brincadeira, é nessa fase da escolarização que o aspecto lúdico pode ser combinado com um trabalho de aprofundamento das habilidades. Para isso, é importante que a turma possa experimentar diferentes materiais (lápis, tinta, caneta e giz de cera) em superfícies variadas (como o papel, o chão, a tela, a madeira).

Neste bimestre, a criação da instalação e a documentação visual da performance são momentos que permitirão que os alunos optem pelos materiais e espaços de sua preferência. Claro que essa escolha só é possível graças às múltiplas experiências já vivenciadas nas aulas de Arte ao longo de todo o Ensino Fundamental.

A experimentação dessas variações também aguça a sensibilidade do aluno nos momentos de fruição. A obra de arte passa a ser observada em seus aspectos materiais, e o aluno consegue imaginar o processo criativo percorrido pelo artista. Conhecer diversas possibilidades é uma maneira de valorizar as escolhas de cada obra.

É claro que cada escola dispõe de certos materiais e esta coleção entende que você vai adaptar as propostas à sua realidade, em diálogo com os recursos oferecidos pela instituição e com as possibilidades dos alunos.

Vivências com elementos de linguagem

Ao vivenciar atividades com música, dança e teatro, deve-se deixar clara a função dos variados elementos da linguagem, como a audição, o canto, o corpo, o gesto. É importante que cada estudante tome consciência de seu corpo, suas possibilidades e suas limitações.

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Ao longo dessas atividades, faça-os perceber que alguns estudantes ficam mais à vontade para enfrentar o público, outros são mais tímidos, mas podem aos poucos vencer os medos para atuar, dançar ou cantar diante de um público. Todos devem ter as mesmas possibilidades de experimentação, que os levará a ganhar autoconfiança. Para os alunos mais tímidos, procure funções alternativas dentro de cada atividade, como cuidar do som, do cenário e do figurino, ou ser o responsável pelo registro de fotos ou vídeo.

Leitura e atividade oral em sala normal

A compreensão de um texto é uma habilidade essencial para toda a vida. O aluno desenvolve diariamente, durante o Ensino Fundamental II, sua capacidade de leitura e escrita. Para que esse processo seja menos solitário, a leitura coletiva em voz alta de textos do livro é uma atividade privilegiada.

Uma estratégia interessante é propor que cada aluno leia um parágrafo. É importante estabelecer um ambiente de solidariedade, em que alunos com maior dificuldade de leitura não se sintam excessivamente expostos. Afinal, o que está em pauta é a compreensão coletiva das ideias do texto, e não um julgamento sobre a velocidade de leitura de cada um deles.

Após a leitura de cada parágrafo, incentive os alunos a dividirem suas impressões e dúvidas. Essa é uma maneira de exercitar a expressão oral e de garantir que os debates sobre a arte oferecidos por esta coleção criem um repertório comum a todos.

Pesquisa em casa com familiares, na biblioteca ou na internet As atividades de pesquisa visam ao desenvolvimento da autonomia do aluno. É importante que cada aluno entre em contato com seus próprios interesses, curiosidades e dificuldades. A arte é um assunto privilegiado nesse sentido: o aluno está cercado por manifestações culturais diversas e pode trazer para a sala de aula essa riqueza. Incentive os alunos a buscar informações em diferentes fontes de pesquisa: entrevistas com familiares, consulta a livros na biblioteca da escola, pesquisa em sites da internet. É importante ressaltar que eles devem procurar sites confiáveis. Você pode sugerir páginas que já conhece, e também incentivá-los a trocar endereços de sites entre si. Um procedimento útil a ser ensinado é o de verificar as informações coletadas e comparar as diferentes fontes. Ao circular por fontes diversas de conhecimento, o aluno aprende onde pode buscar informações nas próximas consultas. Cada uma delas oferece diferentes tipos de informação, por meio de linguagens próprias. Dessa forma, o aluno vai aprender a valorizar tanto a memória oral de manifestações populares como as inovações trazidas pela tecnologia.

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O Capítulo 3 propõe uma pesquisa nos sites de Tarsila do Amaral e da Tropicália. Essa é uma boa oportunidade para pensar sobre como se relacionar com as ferramentas da internet. Apesar de a pesquisa ter um recorte muito claro, os alunos poderão se aprofundar na busca de pinturas e álbuns de sua preferência.

Apresentação e compartilhamento da pesquisa Se, ao pesquisar, o aluno desenvolve a autonomia, o momento de apresentação e compartilhamento é fundamental para coletivizar suas descobertas. É nesse momento que ele pode valorizar o que aprendeu e também o que os colegas aprenderam. Não se trata de competição, mas de colaboração: a turma toda cresce com as trocas. No componente curricular Arte, as apresentações podem assumir os mais variados formatos: exposições variadas em parede e varais pela sala ou pela escola, apresentações musicais, teatrais ou de dança e seminários. A coleção oferece propostas diferentes, de acordo com a especificidade de cada pesquisa.

Observação de imagem Observar uma imagem pode parecer algo óbvio ou inato, mas não é. É com o trabalho continuado que se aprende a analisar os diferentes aspectos de uma obra visual. Passamos a ler o seu tema ou as imagens retratadas, bem como os detalhes das escolhas formais: cores, formas, luz e sombra, materiais utilizados. Também é possível tecer relações entre essas diferentes escolhas e o sentido da obra como um todo.

Para desenvolver esse olhar aguçado, é interessante oferecer à turma imagens bastante diferentes entre si. Além disso, deve-se incentivar a troca: a leitura torna-se mais profunda quando somam-se as observações individuais em um olhar coletivo. Neste bimestre, as diferentes representações visuais da Primeira Missa apresentadas na coleção são uma ótima oportunidade para desenvolver a observação e a análise de imagens.

Por fim, vale relacionar a observação com as atividades práticas. Conforme um novo material for experimentado, por exemplo, a observação para a utilização desse material torna-se mais qualificada.

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Utilização de exemplos com música (internet/CD)

A música frequentemente faz parte do dia a dia do aluno de Ensino Fundamental II. Muitas vezes, parte de sua identidade se constrói também a partir de seus gostos musicais. Acolher esse interesse pode enriquecer muito a sala de aula.

Ao mesmo tempo, oferecer à turma materiais musicais diferentes dos habituais é uma tarefa essencial. A escola serve aqui como um lugar de encontro com o diferente e o desconhecido. A música passa a ser entendida não apenas como objeto de gosto pessoal (uma postura de consumo muito estimulada pelos meios de comunicação), mas como linguagem artística complexa. Escutar uma música em sala de aula permite fruição e análise coletivas de seus traços formais e das escolhas feitas por compositores, arranjadores e intérpretes, abrindo espaço para diversos debates. Os alunos podem perceber semelhanças e diferenças entre as obras, em um constante exercício de análise em cada uma das linguagens artísticas.

A escuta e a análise de músicas da Tropicália propostas no Capítulo 3 são bastante interessantes nesse sentido. Seus arranjos são repletos de informações, misturam influências internacionais e nacionais – e com isso propõem reflexões profundas sobre a história do Brasil.

3. Relação entre a prática didático-pedagógica e o desenvolvimento de habilidades As habilidades nas aulas de Arte acontecem sem linearidade ou hierarquia. Diferentemente das aulas de outros componentes curriculares, como Matemática, em que a aquisição de um conhecimento é necessária para o desenvolvimento do próximo, em Arte as habilidades se desenvolvem em espiral: uma mesma habilidade aparece diversas vezes ao longo do ano, de maneira cada vez mais aprofundada. Este Plano de desenvolvimento busca auxiliar você nesse planejamento.

Existem educadores formados em Artes Visuais, Música, Dança e/ou Teatro. Por esse motivo, você talvez se sinta mais à vontade quando atua na linguagem com a qual tem mais afinidade. Longe de ser um problema, essa particularidade pode enriquecer a troca com os alunos – que percebem que aquilo que você divide com eles é objeto de pesquisa interessada. Ao mesmo tempo, o livro serve de apoio para que você inclua em seu planejamento o trabalho com as demais linguagens artísticas.

É você quem conhece a realidade em que atua: as características da comunidade escolar, os interesses dos alunos, as práticas culturais do entorno. Esta coleção pretende ser uma ferramenta útil para o dia a dia na sala de aula. Além das especificidades de linguagem, existem questões temáticas tratadas no livro que podem ecoar de diferentes maneiras no contexto em que você atua. As seções apresentam propostas de debates diversas, que você poderá conduzir levando em consideração o seu conhecimento sobre a comunidade escolar.

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Esta coleção frequentemente sugere atividades a serem realizadas em computadores. Se a sua escola não tiver uma sala de informática (ou horários disponíveis para sua utilização), você pode verificar que outras possibilidades de acesso à internet os alunos teriam. Alguns deles podem não ter computadores ou acesso à internet em casa. Por isso, deve-se estimular a turma a dividir os recursos disponíveis, consultando a internet em pequenos grupos. Caso boa parte dos alunos tenha computadores ou internet em casa, que possa ser acessada de equipamentos móveis como smartphones e tablets, peça à turma que se organize para compartilhar esses recursos. Também vale verificar se existe algum equipamento público na região que ofereça uma sala de informática. Nesse caso, lembre-se de organizar uma visita coletiva a essa sala de informática para realizar a atividade. A BNCC prevê seis dimensões de conhecimento para o componente curricular Arte: criação, crítica, estesia, expressão, fruição e reflexão. Esta coleção foi elaborada lidando com essas dimensões que se interpenetram, pois as atividades propostas frequentemente mobilizam mais de uma dessas dimensões. Desenvolvê-las é importante não apenas para a aquisição das habilidades previstas em Arte, mas para o crescimento global de cada aluno. Estimular a criação, por exemplo, pode reverberar positivamente no desempenho escolar nas demais disciplinas e também na relação mais ampla do aluno com diversos aspectos de sua vida. Compreender o aluno como um sujeito cultural e valorizar as características da cultura local podem enriquecer muito o processo educativo. O ensino da Arte alia-se ao desenvolvimento da socialização e interação dos alunos com a comunidade escolar e do entorno. Nos anos finais do Ensino Fundamental, o aluno pode vivenciar um alargamento de suas relações, inclusive familiares. A arte é uma das maneiras de diálogo frutífero do jovem com o mundo à sua volta. É importante lembrar que a expressão artística de cada aluno é única. Na medida do possível, é preciso evitar comparações. O trabalho coletivo pode incentivar a colaboração, mais do que a competição: um aluno pode ter facilidade em Música e dificuldades em Artes Visuais, por exemplo. Ele pode obter ajuda de um colega em uma linguagem artística, e oferecer apoio em outra. Vale evitar a ideia prejudicial do “dom”: as habilidades variam de aluno para aluno, e por meio do trabalho todos podem desenvolvê-las. É fundamental que a turma perceba que, nas atividades propostas, o processo de aprendizagem interessa mais do que o produto final. As afinidades e interesses de cada aluno devem ser estimuladas por você. A prática e a fruição artísticas podem ultrapassar os limites da sala de aula e compor de maneira intensa o cotidiano do aluno. O Ensino Fundamental II é um momento-chave para o desenvolvimento do aluno como indivíduo, e dar continuidade aos estudos de arte pode contribuir particularmente para a formação de sua identidade.

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4. Gestão da sala de aula Incluímos aqui algumas reflexões que podem auxiliar na organização do dia a dia. As propostas desta coleção envolvem certas aventuras. Há atividades que não cabem no formato tradicional da sala de aula – carteiras enfileiradas voltadas para o professor. Um processo de educação artística pode ser muito enriquecido com experiências culturais extraclasse, o envolvimento da comunidade e a incorporação de novas tecnologias. A oportunidade de que cada aluno se expresse artisticamente conduz a caminhos imprevisíveis e interessantes. Para possibilitar tudo isso, você precisa ter seu próprio espaço de autocuidado e de reflexão.

Gestão de atividades fora da sala de aula As atividades propostas frequentemente sugerem que os alunos trabalhem em espaços escolares fora da sala de aula. A quadra, o pátio, os corredores podem se tornar espaços de criação e de exposição. A BNCC prevê essa exploração, que pode ajudar a tornar a escola um espaço de pertencimento dos alunos. As propostas de criação de instalações e performances poderão ser muito enriquecidas se realizadas nos mais diferentes espaços da escola. Seguem algumas orientações para lhe auxiliar nessa empreitada.

Cuide da comunicação A escola é um espaço comum. É possível que na sua escola já se pratique a utilização criativa dos espaços, mas talvez seja necessário um processo coletivo de adaptação, para que esse hábito não atropele o cotidiano dos demais funcionários e alunos. É interessante começar por uma conversa com a coordenação. Iniciar esse processo com a ciência dos coordenadores lhe ampara em suas escolhas. É importante conhecer as normas e práticas de sua escola: alguns espaços podem precisar de uma reserva antecipada, sendo necessário o preenchimento de formulários para isso; outros têm sua chave sob responsabilidade de determinada pessoa. No caso da quadra, é importante também consultar o professor de Educação Física. Se sentir que a reunião de professores é um ambiente propício, você pode levantar ali a pauta da utilização dos espaços da escola. É possível que você encontre parceiros em seus projetos – podem surgir ideias interessantes para trabalhar em conjunto com professores de outros componentes curriculares. A sala dos professores também é um bom lugar para a elaboração dessas trocas. Vale conversar com os funcionários da secretaria, da cantina, da portaria.

O importante é deixar claro que as exposições e criações artísticas fora da sala de aula não vão desrespeitar o trabalho de seus colegas. Pelo contrário, elas pretendem cultivar a alegria e uma relação construtiva dos alunos com a comunidade escolar.

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Construa um passo a passo na experimentação dos espaços

Trabalhar fora da sala de aula pode ser muito estimulante, mas a saída da rotina exige bastante a sua disposição e a dos alunos. Sugerimos que você conquiste gradativamente os diferentes espaços da escola. Você pode começar pela quadra ou por um pequeno pedaço do pátio, por exemplo, e trabalhar gradativamente ao longo do ano até que a turma consiga se distribuir por todo o pátio mantendo a atenção na atividade proposta.

O tempo de aula reservado para isso pode crescer conforme o amadurecimento da turma – de 10 minutos até uma aula inteira fora da sala de aula. A concentração, como qualquer outra habilidade, tende a melhorar quando praticada regularmente. Aos poucos, os alunos vão percebendo que a aula que ocorre fora da sala é tão importante quanto a que ocorre dentro da sala. É também na prática cotidiana que se encontram as melhores maneiras de ocupar o espaço da escola respeitando as outras turmas. É necessário estar atento ao som produzido; em certos locais a exploração sonora é bem- vinda, em outros locais precisa ser evitada para não atrapalhar as demais aulas. Trata-se de um exercício criativo de convivência no espaço público – que pode acolher a todos!

Fomente a socialização das produções dos alunos

O espaço da escola é público. Planejar a exposição de produções das turmas é uma prática que aumenta a qualidade das aulas de Arte. Criar uma obra sabendo que ela será compartilhada com espectadores agrega muito mais consistência à experimentação artística.

É importante conversar com as diversas turmas para que os momentos de socialização sejam também de troca, e não de superexposição ou de competição. Os alunos devem apresentar seus trabalhos à medida que se sentirem à vontade para tanto. Pode ser interessante dividir em espaços coletivos trabalhos em processo, e não apenas as obras finalizadas. Cultivar o prazer no compartilhamento das produções é um aspecto importante para o seu trabalho. Se for possível, incentive a realização de conversas sobre as apresentações. A arte pode tornar-se um catalisador de reflexões e bons encontros entre toda a comunidade escolar e a não escolar.

Experiências culturais extraclasse

A arte pode agregar muito ao espaço da escola. Ao mesmo tempo, a realização de visitas planejadas torna a vivência cultural da turma mais significativa. Esse trânsito entre escola e cidade por meio da arte tem muito a contribuir com as aulas.

Este é um bimestre repleto de referências de arte contemporânea, como instalações e performances. Se surgir a oportunidade de levar os alunos para conhecer uma obra desse tipo, que

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esteja sendo apresentada em sua cidade, aproveite! Ter contato com obras de arte contemporânea presencialmente pode acrescentar muito à vivência cultural dos alunos.

É verdade que existem desafios envolvendo a saída da escola em horário de aulas. Mudanças no cotidiano trazem novos receios, assim como novas alegrias e bons encontros. Oferecemos aqui algumas sugestões para tornar esse processo menos solitário.

Alimente sua própria vivência cultural

As visitas planejadas partem do seu repertório. É interessante que você conheça a programação cultural de sua cidade e da região em torno da escola. Essa investigação não precisa ser encarada como uma tarefa pesada – ela deve partir de seus interesses, de suas disponibilidades e de seu desejo.

Vale lembrar que o museu é um espaço importante, mas não é a única alternativa para as visitas planejadas. Algumas cidades não possuem museus, mas a cultura brasileira é muito rica e muito diversa! Você pode investigar os centros culturais, feiras de cultura regional, sítios de patrimônio histórico, teatros, praças que abriguem eventos de arte de rua. A dica é valorizar a cultura local!

Dialogue com a coordenação e com os demais professores

As visitas planejadas são importantes para o desenvolvimento global do aluno, e não apenas para o componente curricular Arte. Explorar a cidade com um olhar interessado provoca aprendizagens de todos os tipos. É possível que professores de outros componentes se interessem por construir a visita em parceria com você. A coordenação também pode ter boas sugestões, e pode lhe ajudar nos acertos com a instituição escolar.

Dividir a responsabilidade das saídas com outro professor alivia bastante as preocupações com a turma. Além disso, abre o olhar dos alunos para uma maior complexidade: o professor de Geografia pode incluir no roteiro perguntas sobre a organização da cidade, o professor de História pode atentar para as mudanças da cidade ao longo do tempo, e assim por diante.

Articule os detalhes da visita com o espaço, com os alunos e com os pais ou responsáveis

É importante que o espaço a ser visitado esteja preparado para receber os seus alunos. Alguns centros culturais podem oferecer visitas guiadas; em certos espaços é necessário fazer reservas com antecedência. Em outros casos, a visita é espontânea – o importante é conhecer como funciona cada espaço. Privilegie atividades gratuitas. Se alguma atividade cobrar ingressos, é importante conferir se isso é viável para os alunos (tomando o cuidado de não expor nenhum deles).

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Vale conversar com os alunos sobre a organização da visita. Entrar em acordo com antecedência sobre os detalhes da saída torna o dia em si muito mais gostoso! Combine os horários de saída e de chegada, o modo de transporte, veja se será o caso de fazer uma pausa para comer em algum momento e peça que os alunos tragam um lanche, se for o caso.

Outro passo fundamental é informar os pais ou responsáveis dos alunos sobre essa visita. Geralmente cada escola tem um modelo de autorização que deve ser enviada a eles e devolvida assinada. Esse documento é importante porque atesta que os responsáveis estão cientes da saída da escola. Se sua escola tiver uma Associação de Pais e Mestres ativa, você pode fomentar as conversas sobre as visitas nesse espaço.

Busque a calma e as parcerias para lidar com imprevistos

Sair do cotidiano traz novas questões, e não é possível controlar todas as variáveis. Mudanças no clima, atrasos, trânsito fazem parte! Se você estiver acompanhado de outro professor, aproveite essa parceria para resolver os problemas. Dependendo do equipamento cultural, podem existir monitores ou funcionários que estarão ali para lhe auxiliar. Vale também aceitar a colaboração dos próprios alunos. Manter a comunicação com a escola ajuda: em caso de atrasos, por exemplo, vale telefonar para informar a secretaria. O importante é manter o cuidado com a turma e cultivar o prazer das descobertas.

Uso de recursos tecnológicos

A questão do uso de computadores já foi abordada no item 3 (Relação entre a prática didático- pedagógica e o desenvolvimento de habilidades). Também será debatida no item abaixo – Registro das atividades. Seguem algumas observações específicas sobre o trabalho com equipamentos tecnológicos.

Conheça os equipamentos da escola – o que ela oferece e quais os procedimentos de utilização Os equipamentos eletrônicos estão cada vez mais acessíveis, e as escolas têm se tornado progressivamente mais equipadas. É interessante que você conheça o que a sua escola oferece e quais são os procedimentos para a sua utilização. Existe uma sala de vídeo, um projetor, uma sala de informática, equipamentos de som? É preciso reservar com qual antecedência? Aproveitar os recursos disponíveis na escola pode ajudar muito no trabalho proposto nesta coleção, especialmente na seção “Hora da troca”.

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Trabalhe com os recursos dos próprios alunos Cada vez mais jovens utilizam telefones celulares, mas nem todos possuem um. É preciso lidar com essa questão com delicadeza. Ninguém é obrigado a ter um celular. É importantíssimo que os alunos não entrem em competição a respeito de quem tem o melhor celular. É necessário que os telefones não sejam uma presença constante nas aulas – diversas atividades precisam de concentração exclusiva, e esse objeto pode provocar distrações.

Ao mesmo tempo, celulares e computadores serão ferramentas úteis para diversos processos. É possível filmar, fotografar, editar vídeos e áudios, pesquisar referências. A chave aqui é a não competição e, na medida do possível, o compartilhamento dos recursos entre os alunos.

Encontre uma maneira confortável de dispor de seus próprios recursos É comum que, em certas atividades, você ofereça seu próprio celular ou computador para facilitar alguma etapa criativa ou registro. Certos professores decidem trazer outros materiais de casa, quando a escola não dispõe de determinado recurso. O importante é que isso não se torne uma obrigação ou um peso a mais para você. A sugestão é que você experimente em quais situações se sente confortável para disponibilizar objetos pessoais no trabalho. Estabeleça as possibilidades e os limites conforme se sentir bem. Respeitar-se é fundamental para a sua saúde e para sua relação com os alunos.

Registro das atividades A questão do registro das atividades escolares encontra-se hoje em um território complexo. Por um lado, as novas tecnologias têm invadido o cotidiano: tudo vira fotografia, qualquer ocasião pede uma filmagem. Esses recursos (frequentemente oferecidos pelos telefones celulares), quando bem utilizados, são preciosos. Por outro lado, gerar imagens em excesso não significa necessariamente elaborar a experiência vivida. As aulas de Arte podem auxiliar os alunos nesta reflexão sobre o registro. Neste bimestre, há uma atividade dedicada à documentação visual das performances realizadas pelos alunos. Este será um ótimo momento para pensar coletivamente sobre as muitas formas de registro possíveis no campo da arte e seu uso no campo da cultura.

Valorize as produções artísticas em si

Um desenho, uma coreografia, uma canção ou uma cena teatral condensam nelas mesmas uma série de reflexões. Converse com a turma sobre essa capacidade de a obra de arte materializar debates, sentimentos, sensações. Recomende aos alunos que organizem suas produções e registros ao longo de todo o ano. Ao juntar o trabalho do ano inteiro, o aluno pode perceber seu crescimento e lembrar das experimentações vividas. Ressalte que vivenciar essas experiências é mais importante que documentá-las.

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Incentive a escrita como forma de registro

Ao longo de cada ano as experiências nas aulas vão mobilizar diversos temas e procedimentos formais. Vale privilegiar o antigo recurso de registro que é a escrita. É interessante que cada aluno tenha um diário de bordo, um caderno, de preferência sem pauta, no qual ele possa anotar pensamentos e sentimentos. As informações contidas nesse caderno não precisam ser avaliadas; não se trata, nesse caso, de um mecanismo de controle sobre a aprendizagem. Pelo contrário, o caderno pode ser um lugar livre, de elaboração do que está sendo vivido.

Nesse sentido, pode ser interessante que você também tenha seu próprio diário de bordo. Pode ser um caderno com subdivisões para cada turma, ou um pequeno bloco para cada sala. O interessante é que você também encontre, entre tantos alunos e tantas turmas, o espaço para registrar e pensar sobre o dia a dia.

Reflita coletivamente sobre como utilizar filmagens, fotografias e gravações de voz

Uma fotografia pode ser uma obra de arte. Um vídeo ou a gravação de uma canção também. É interessante discutir as diferenças entre a fotografia artística e a fotografia como simples forma de registro, e pensar sobre gradações e nuances entre essas categorias.

Partindo do pressuposto de que o processo interessa mais que o produto, é possível combinar maneiras criativas de registrar as etapas das criações em arte. Pode haver, por exemplo, um aluno responsável por registrar cada processo (em cada capítulo ou atividade) em forma de fotografias. Isso evita a banalização dos materiais – é a vez de aquele aluno fotografar, e ele vai valorizar cada escolha.

No caso das artes performativas, é importante valorizar o momento presente. O espectador deve viver o aqui e agora da obra. Filmar uma peça teatral ou uma apresentação de dança pode prejudicar essa experiência de ser espectador, pois se olha através de câmeras o que se poderia ver ao vivo. É possível escolher quando e o que filmar.

Por fim, reflita coletivamente sobre a melhor maneira de socializar esses registros. As redes sociais apresentam certa tentação de tornar tudo público. Vale escolher o que se deseja socializar, e com qual mediação. Trata-se inclusive de um pacto de confiança: resguardar o que diz respeito apenas àquele coletivo, e compartilhar o que for acordado.

5. Acompanhamento do aprendizado dos alunos Acompanhar a aprendizagem em Arte demanda um olhar sensível e atento ao processo de cada aluno. Aqui não existe o momento específico da prova. É o processo, e não o produto, que é seu objeto de avaliação.

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A avaliação de um aluno não se dá pela comparação com os demais, e sim com o estágio em que ele próprio se encontrava no bimestre anterior. A ausência de uma única resposta “correta” para cada atividade abre a possibilidade de o aluno se desenvolver trilhando diferentes caminhos. Oferecer propostas diversificadas, como as sugeridas pelo livro, é uma maneira de potencializar as múltiplas possibilidades de criação.

Uma das especificidades da arte (que é explorada nesta coleção) é que esse componente curricular inclui quatro linguagens diferentes. Isso gera um dado interessante: o mesmo aluno pode ter facilidade em uma linguagem e dificuldade em outra. Conversar sobre isso contribui muito para o dia a dia na sala de aula. Quando um aluno enxergar um obstáculo, vale lembrá-lo de sua tranquilidade para criar em outra linguagem artística. As trocas entre os indivíduos são aqui muito ricas: você pode incentivar os alunos a colaborar uns com os outros, equilibrando suas aptidões.

Como mencionamos no item 3 deste Plano, o componente curricular Arte frequentemente é cercado pela problemática noção de “dom”. É importante desconstruir essa ideia, que possui um fundo aristocrático: pressupõe que certas pessoas nascem com determinada habilidade, e que as demais jamais vão desenvolver aptidões artísticas. Você deve esclarecer que as habilidades são fruto de trabalho e que, para desenvolvê-las, é necessário realizar processos formativos em Arte. Claro que existem facilidades e dificuldades apresentadas inicialmente por cada indivíduo. No entanto, por meio do exercício cotidiano, dificuldades iniciais podem ser superadas, abrindo espaço para a arte como veículo de expressão e comunicação.

Mesmo sem a aplicação de provas, existem critérios para a avaliação em Arte. Deixe claro quais são esses critérios para que o aluno compreenda o que se espera dele e dos seus colegas. Dessa forma, a turma também ganha confiança na sua condução e nas suas propostas. Devem-se avaliar: a disponibilidade para cooperação e para colaboração; o interesse e a busca por desempenho cada vez melhor nas atividades propostas; a disposição de experimentar, ousar, o entendimento de que o erro pode ser bem-vindo em arte; a capacidade de investigar, buscar soluções, copiar e modificar os modelos; ter disposição para se colocar nos debates de forma legítima; respeitar e incluir as ideias dos outros nos trabalhos coletivos. Você pode incluir mais critérios ou modificar a formulação destes para respeitar seu método de trabalho e o contexto escolar em que você atua.

Uma ferramenta que complementa o Plano de desenvolvimento é a Ficha de acompanhamento das aprendizagens. Nela, você poderá registrar como cada aluno lidou com cada habilidade trabalhada ao longo do bimestre. Esse registro pode lhe auxiliar no planejamento das aulas e também ser utilizado nas reuniões avaliativas (tanto reuniões de professores como reuniões com os familiares dos alunos).

Recomendamos três formas de avaliação em Arte: a avaliação individual, a avaliação coletiva e a autoavaliação, como se verá a seguir.

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Avaliação individual

A avaliação individual, que em outros componentes é a mais frequente, aqui só deve ser utilizada nos casos em que o aluno não estiver acompanhando a turma. Um aluno tímido, com dificuldades de se expressar, pode demandar esse formato em alguma ocasião. Não se trata de penalizá-lo, e sim de acolhê-lo. Vale incentivá-lo a participar das atividades coletivas nas próximas ocasiões.

É essencial acompanhar de forma próxima os alunos que necessitem de maior investimento na aquisição das habilidades previstas, para que todos tenham condições de avançar em suas aprendizagens. Claro que você é responsável por toda a turma e precisa dividir suas atenções. Mas a abertura para a conversa, nos momentos em que a dinâmica da sala de aula permitir, contribui muito para a qualidade do processo educativo.

Avaliação coletiva

A criação em Arte muitas vezes acontece em grupo; existem grupos de teatro, companhias de dança, conjuntos musicais, coletivos de criação em Artes Visuais. Na sala de aula, as atividades em grupo contribuem para a socialização dos alunos. Elas também oferecem uma maneira mais solidária (e menos solitária) de enfrentar os desafios.

É interessante variar a maneira de dividir os grupos. Dessa forma, os alunos aprendem a se organizar por conta própria, reunindo-se com pessoas com as quais têm afinidade e interesses parecidos. Por outro lado, nos momentos em que você organiza os grupos, os alunos podem exercitar a habilidade de trabalhar em equipe com parceiros diversificados. Em todos os casos, o aluno desenvolve sua capacidade de expressão e também de escuta do outro – o senso de alteridade.

Autoavaliação

A autoavaliação é uma maneira de o próprio aluno perceber em quais aspectos ele se aprimorou e quais dificuldades ainda merecem ser enfrentadas. Esse instrumento avaliativo explicita para a turma que a comparação entre produtos finais não é fundamental; para o componente curricular Arte, o que interessa é como cada aluno pode se desenvolver.

É essencial que a autoavaliação seja realizada por escrito, a partir de questões norteadoras propostas por você. Ao lidar com um enunciado claro, o aluno encontra contornos que o auxiliam à reflexão sobre o próprio processo de aprendizagem.

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No Livro do Estudante existem seções dedicadas à autoavaliação. Nelas, são apresentadas perguntas específicas relacionadas com a atividade realizada no capítulo. Sugerimos aqui algumas questões adicionais, que podem ser reformuladas de acordo com o seu método de ensino e o contexto específico em que você leciona:

• Como foi a sua participação em aula? • Como foi a sua participação nos trabalhos em grupo? (Você colaborou para a realização das propostas? Escutou e incluiu as propostas dos colegas?) • Em quais aspectos você se desenvolveu ao longo do bimestre? • Quais foram as suas maiores dificuldades? • Como foi a sua frequência? (Você esteve presente na maioria das aulas? Ou teve muitas faltas?) • Como foi a sua participação nas visitas planejadas? (Caso tenham ocorrido visitas neste bimestre.)

6. Fontes de pesquisa para uso em sala de aula ou para apresentar aos alunos Este é um bimestre dedicado ao estudo da Antropofagia e da Tropicália, e também aos conceitos de instalação e de performance. Para aprofundar o trabalho com os alunos, seguem algumas fontes extras.

BITTENCOURT, Felipe. Performance diária. Disponível em: . Acesso em: 30 out. 2018. O performer Felipe Bittencourt passou um ano criando, todos os dias, uma proposta de performance e publicando-a (por meio de um desenho e uma descrição diários) em um blog. Ao final do ano, publicou um livro com as 365 ideias. Essa obra também é potente para aprofundar a discussão sobre performance e registro, por meio de um texto do artista a esse respeito.

CALIL, Ricardo; TERRA, Renato. Uma noite em 67. Disponível em: . Acesso em: 30 out. 2018. O documentário Uma noite em 67 retrata a final do III Festival da Música Popular Brasileira da TV Record, realizada em 21 de outubro de 1967. Inclui imagens do evento e depoimentos dos envolvidos, que tecem uma reflexão sobre aquele momento da cultura brasileira. Esse é um material muito interessante para pensar sobre a Tropicália.

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CARNEIRO NETO, Dib. Pecinha é a vovozinha. Disponível em: . Acesso em: 30 out. 2018. Aprendemos aqui sobre o trabalho do crítico de arte. O site é uma iniciativa do crítico Dib Carneiro Neto. A página é dedicada à publicação de críticas sobre teatro infantil e infantojuvenil. Um bom modelo para estudar esse gênero textual.

VELOSO, Caetano. Verdade tropical. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. Disponível em: . Acesso em: 30 out. 2018. O livro Verdade tropical, de , reúne uma série de reflexões sobre a Tropicália (feitas por um de seus principais artistas) e outros acontecimentos da vida cultural brasileira do século XX. É um livro extenso, mas é possível trabalhar pequenos trechos em sala de aula.

7. Projeto integrador A proposta do projeto interdisciplinar visa a estimular uma ação autônoma dos estudantes diante do saber. Os temas sugeridos propõem reflexão sobre diversos assuntos e levantamentos com base em fontes confiáveis, os quais, ao final, devem resultar em síntese numa das linguagens artísticas. É possível trabalhá-los com a colaboração de professores de outras disciplinas.

Alguns projetos sugerem uma busca pessoal ou de práticas cotidianas, outros apontam para o uso da linguagem artística e científica. Todos podem ser modificados, por você ou pelos estudantes, em seus objetivos ou linguagens.

Compor com base no Tropicalismo

Tema Música e Tropicalismo

Problema central Quais foram as motivações e o contexto histórico que deram origem ao Tropicalismo? Que enfrentado reflexos desse movimento cultural podem ser sentidos ainda hoje?

Produto final Festival de paródias

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Justificativa

Com este projeto integrador, os estudantes serão estimulados a refletir sobre o contexto histórico e cultural do Brasil nos anos 1960 e em que medida o movimento tropicalista, que caracterizou aquele momento, pode, ainda hoje, ser fonte de inspiração para a expressão e criação artística. Com isso, busca-se contemplar especialmente a seguinte competência geral da BNCC:

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

Para a realização do projeto, é necessário coordenar conteúdos de História e Arte. Dessa forma, criam-se oportunidades para a construção de um trabalho interdisciplinar, que incentiva os estudantes a observar a articulação entre a intensa movimentação cultural brasileira da década de 1960 e o momento político e social por que passava o país. O que está em consonância com a Competência geral:

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

Este projeto integrador desafia os estudantes a enxergar na arte e na cultura o reflexo de um momento histórico e a buscar traços desse movimento que ainda podem ser sentidos nos dias atuais. Por ter um caráter coletivo, possibilita a atenção para as relações interpessoais e o compartilhamento de desafios. Ações individuais também podem ser requisitadas, de acordo com as habilidades pessoais de cada aluno. Em ambos os casos, busca-se contemplar as seguintes Competências gerais:

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

O projeto Compor com base no Tropicalismo, além de uma reflexão sobre passado e presente, vai proporcionar aos estudantes uma experiência estética prazerosa – em consonância com a Competência geral:

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

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Objetivos gerais

• Correlacionar informações de diferentes fontes e períodos para uma composição artística. • Articular fatos históricos com realidades atuais para desenvolvimento de pensamento crítico por meio da arte. • Entender importantes momentos históricos do Brasil por meio de diferentes prismas, como a História e a Arte. • Promover o trabalho em grupo e a cooperação.

Unidades Objetos de Disciplinas Habilidades temáticas conhecimento (EF69AR16) Analisar criticamente, por meio da apreciação musical, usos e funções da música em seus contextos de produção e circulação, Arte Música Contextos e práticas relacionando as práticas musicais às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética. (EF69AR18) Reconhecer e apreciar o papel de músicos e grupos de música brasileiros e estrangeiros Arte Música Contextos e práticas que contribuíram para o desenvolvimento de formas e gêneros musicais. Modernização, Os anos 1960: (EF09HI19) Identificar e compreender o processo ditadura civil- revolução cultural? que resultou na ditadura civil-militar no Brasil e militar e História A ditadura civil-militar e discutir a emergência de questões relacionadas à redemocratizaç os processos de memória e à justiça sobre os casos de violação dos ão: o Brasil após resistência direitos humanos. 1946 Os anos 1960: Modernização, revolução cultural? ditadura civil- A ditadura civil-militar e militar e (EF09HI20) Discutir os processos de resistência e as História os processos de propostas de reorganização da sociedade brasileira redemocratizaç resistência durante a ditadura civil-militar. ão: o Brasil após As questões indígena e 1946 negra e a ditadura Prática de linguagem / Objeto de Disciplina Campo Habilidade conhecimento jornalístico- midiático (EF09LP03) Produzir artigos de opinião, tendo em vista o contexto de produção dado, assumindo Textualização de textos posição diante de tema polêmico, argumentando de Língua Produção de argumentativos e acordo com a estrutura própria desse tipo de texto e Portuguesa texto apreciativos utilizando diferentes tipos de argumentos – de autoridade, comprovação, exemplificação princípio etc.

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Duração

Dois meses.

Etapa 1

Pesquisa e reflexão

• Apresentação do projeto e levantamento de conhecimentos sobre o Tropicalismo – 1 aula (45 min). Etapa 2

Elaboração e materialização

• Elaboração de paródia musical à luz do Tropicalismo – 2 aulas (90 min). Etapa 3

• Apresentação das composições paródicas – 1 aula (45 min). Etapa 4

Do Festival da Música Popular Brasileira ao Festival de Paródias – 2 aulas (90 min).

Etapa 5

• Apresentação do Festival de Paródias – 1 aula (45 min). Etapa 6

• Avaliação do Festival de Paródias – 1 aula (45 min).

Material necessário

Aparelho para reproduzir áudio e vídeo; microfone; cópias da letra de “Divino, maravilhoso”, música de e Caetano Veloso; versões instrumentais de músicas internacionais; vídeos dos Festivais da Música Brasileira, qua aconteceram em São Paulo nos anos 1960; outros recursos técnicos a ser definidos pelos grupos para a apresentação das canções.

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Desenvolvimento

Etapa 1

Apresentação do projeto e levantamento de conhecimentos sobre o Tropicalismo

Nesta primeira estapa, proponha aos estudantes a realização do projeto, que será feito com base na Tropicália a fim de retomar os principais aspectos desse movimento artístico brasileiro dos anos 1960 e a revitalização que ele fez do conceito de antropofagia, cunhado pelo movimento modernista na década de 1920. Use o Capítulo 3 do 9º ano como referência teórica para esses conteúdos.

Prepare, com antecedência, o áudio da canção “Divino, maravilhoso”, composta por Gilberto Gil e Caetano Veloso (faixa 6, 9º ano). Essa canção foi interpretada pela primeira vez por , em 1968, em um programa de TV que também se chamava Divino, maravilhoso e era apresentado pelos próprios compositores. Imprima algumas cópias da letra da canção ou transcreva-a na lousa para que todos possam acompanhar.

Inicie a aula recordando com os estudantes o que sabem sobre o Tropicalismo, quais eram seus princípios e em que contexto ele nasceu. Considere suas respostas e utilize passagens do Capítulo 3 para contextualizar o movimento. Retome o conceito de antropofagia, destacando que, na década de 1920, os artistas já falavam sobre “se alimentar” de influências de outros países para fazer arte, assim como os tropicalistas fizeram décadas depois. Pergunte aos estudantes se essa absorção de outras culturas ainda acontece atualmente e, em caso afirmativo, como isso se dá. Peça exemplos.

Reproduza a canção “Divino, maravilhoso” após conversar com os estudantes sobre o contexto histórico em que ela surgiu. Execute a música mais de uma vez e peça a todos que acompanhem a audição lendo a letra. Depois, pergunte aos estudantes se já conheciam essa canção antes de estudá- la no livro de Arte. Em caso afirmativo, pergunte-lhes como a conheceram e quais foram suas primeiras impressões ao ouvi-la – esmiúce essas impressões em relação à letra, à música e ao arranjo da canção.

Divida a turma em grupos de cinco ou seis alunos. Dê um trecho da letra a cada um deles e peça aos estudantes que reflitam sobre qual é a mensagem ali explícita, qual é a implícita e se essa mensagem ainda é atual. Dê tempo para que os grupos elaborem suas ideias e os auxilie no que for necessário.

No fim da aula, solicite a cada grupo que apresente suas conclusões. Dê espaço para eventuais colocações dos grupos em relação ao trabalho dos outros e também para o debate de ideias.

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Etapa 2

Elaboração de paródia musical à luz do Tropicalismo

Tomando como ponto de partida o que foi estudado na aula anterior, sobre o movimento tropicalista e suas canções, que sofriam influências da música pop internacional e cujos temas tratavam da situação sociopolítica do país, peça aos estudantes que formem os mesmos grupos da aula anterior e pensem sobre dois pontos:

1. Um problema social sobre o qual tenham algum conhecimento e de que gostariam de falar, como a desigualdade socioeconômica, o machismo, a homofobia, a corrupção, etc.

2. Uma música internacional que seja de conhecimento de todos do grupo. Uma vez que tenham escolhido o problema social e a música (enfatize que eles não precisam ter necessariamente uma relação), proponha que façam uma paródia da música utilizando como tema o problema social.

Antes, porém, converse com os estudantes sobre o que é uma paródia. Se tiverem dificuldade com a resposta, proponha você uma definição – que pode ser encontrada em um dicionário. O dicionário Michaelis, por exemplo, define paródia como “imitação satírica e jocosa de uma obra literária, musical, teatral, etc.”.

Ressalte que o processo de paródia a ser realizado dialoga bastante com as ideias tropicalistas, que misturavam temáticas brasileiras com estilos musicais estrangeiros – embora essa mistura resultasse em músicas originais, e não em paródias, como será realizado nesta proposta.

Os estudantes terão duas aulas para finalizar essa etapa. Oriente-os a trabalhar na composição no tempo que resta dessa primeira aula e ajude-os no que for necessário quanto à métrica e à rima. Solicite que tragam a música escolhida para a aula seguinte e, se necessário, oriente-os a encontrar versões instrumentais das músicas a ser utilizadas. Diga-lhes que há muitas músicas disponíveis para karaokê na internet ou em aplicativos para computadores ou celulares.

Verifique as versões instrumentais escolhidas pelos grupos e converse com os estudantes sobre os recursos técnicos de que necessitarão para apresentar suas canções. Peça para que os alunos ouçam a versão original da música concomitantemente à versão de karaokê algumas vezes, para que percebam as deixas musicais para o acompanhamento vocal. Oriente-os a ensair a paródia e a versão musical de karaokê antes do dia da apresentação.

Após a finalização do trabalho, solicite aos grupos que ensaiem as composições como dever de casa para apresentação na aula seguinte.

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Etapa 3

Apresentação das composições paródicas

Com as paródias finalizadas, dê tempo para que os estudantes ensaiem sua composição uma última vez e combine com eles a ordem das apresentações.

Depois que todos os grupos mostrarem sua canção, conduza uma breve conversa com os estudantes sobre os trabalhos apresentados. Peça-lhes que comentem o processo de composição: as dificuldades, os erros e acertos; e conversem também sobre como os grupos receberam os trabalhos dos colegas: que impressões ficaram das canções apresentadas, se as mensagens eram mais ou menos diretas, que recursos cada grupo utilizou em sua composição, etc.

Etapa 4

Do Festival da Música Popular Brasileira ao Festival de Paródias

Inicie a primeira aula desta etapa falando sobre os Festivais da Música Popular Brasileira que ocorreram nos anos 1960, durante a ditadura civil-militar, e como o movimento tropicalista participou ativamente deles, trazendo não apenas uma nova sonoridade para a cena musical, bem como letras críticas, carregadas de sátira.

Exiba vídeos dos festivais para os estudantes, especialmente das apresentações de canções que marcaram a época e ficaram muito famosas, como “Alegria, alegria”, de Caetano Veloso, e “Domingo no parque”, de Gilberto Gil. Procure compartilhar com eles também algumas reportagens que tenham feito boas análises dos festivais.

Para encerrar esta aula, proponha aos estudantes a criação do Festival da Paródia, no qual poderão apresentar suas composições para toda a comunidade escolar, e converse sobre a organização do evento: a ordem de apresentação dos trabalhos, onde será montado o palco, se haverá figurino, cenário e iluminação especial, etc.

A segunda aula desta etapa deve ser utilizada para o ensaio geral, então, certifique-se de que os estudantes tenham providenciado tudo o que foi combinado na primeira aula. Se necessário, solicite a ajuda da direção para a organização do evento e a obtenção de materiais disponíveis na escola.

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Etapa 5

Apresentação do Festival de Paródias

Nesta etapa, será realizada a apresentação do festival. Verifique com antecedência se todo o material necessário está disponível e os eventuais ajustes a serem feitos antes da apresentação. Monte, com antecedência, os equipamentos necessários para a reprodução da melodia, como computadores e caixas de som.

Oriente os estudantes a escrever um texto introdutório para ser lido antes das apresentações musicais ou para ser impresso e entregue ao público. Esse texto pode conter a lista das canções que serão apresentadas e um resumo das motivações que levaram os estudantes a realizar o trabalho, além dos créditos dos autores das canções.

Certifique-se de que as apresentações sejam registradas em vídeo para que todos os estudantes possam vê-las juntos posteriormente.

Etapa 6

Avaliação do Festival de Paródias

Reserve esta aula para uma avaliação. Comece assistindo com a turma ao vídeo das apresentações e em seguida oriente uma roda de conversa sobre o trabalho realizado. Solicite aos estudantes que falem livremente sobre a experiência de estar no palco e cantar diante de outras pessoas, os desafios de compor uma canção a partir de um tema e as dificuldades encontradas no decorrer de todo o processo, mas, sobretudo, a respeito dos aprendizados alcançados.

Para saber mais – Aprofundamento para o professor

MONTEIRO, José Fernando Saroba. Festival da Record de 1967 – 50 anos, 5 set. 2017. Disponível em: . Acesso em: 11 nov. 2018.

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Proposta de avaliação das aprendizagens

Além da avaliação feita pelos próprios estudantes na etapa 6, as questões propostas a seguir podem ser utilizadas para aferir a aprendizagem em relação aos objetivos explorados neste projeto integrador. Por exemplo:

1. Você conhece alguma manifestação artística atual em que os artistas proponham debates importantes para a sociedade por meio de seus temas, como aconteceu na Tropicália? Fale sobre ela para os colegas. Como é feita? Que linguagem artística é usada? Caso não conheça, porém, que temas acredita que deveriam ser abordados pelos artistas e que linguagem eles deveriam utilizar para isso? (Resposta pessoal. O aluno deve ser capaz de correlacionar os conteúdos aprendidos com a sua realidade, traçando propostas criativas com base na realidade à qual foi apresentado.)

2. Com qual das paródias apresentadas você mais se identificou? Por quê? (Resposta pessoal).

Para saber mais – Aprofundamento para o professor

MONTEIRO, José Fernando Saroba. Festival da Record de 1967 – 50 anos, 5 set. 2017. Disponível em: . Acesso em: 11 nov. 2018.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 2º bimestre – Ficha de acompanhamento das aprendizagens

Escola:

Professor:

Turma:

Expectativa de aprendizagem

[Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno]

(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e

no espaço.

(EF69AR03) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos etc.), gráficas (capas de livros,

ilustrações de textos diversos etc.), cenográficas, coreográficas, musicais etc. Artesvisuais (EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas. (EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etc.).

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(EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais. (EF69AR07) Dialogar com princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios visuais imagéticos e processos de criação nas suas produções visuais.

Artes (EF69AR08) Diferenciar as categorias de artista, artesão, produtor cultural, curador, designer, entre outras, estabelecendo relações entre os profissionais do sistema das artes visuais. (EF69AR09) Pesquisar e analisar diferentes formas de expressão, representação e encenação da dança, reconhecendo e apreciando composições de dança de artistas e grupos brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas. (EF69AR10) Explorar elementos constitutivos do movimento cotidiano e do movimento

dançado, abordando, criticamente, o desenvolvimento das formas da dança em sua história tradicional e contemporânea.

Dança (EF69AR12) Investigar e experimentar procedimentos de improvisação e criação do movimento como fonte para a construção de vocabulários e repertórios próprios.

(EF69AR15) Discutir as experiências pessoais e coletivas em dança vivenciadas na escola e em outros contextos, problematizando estereótipos e preconceitos.

(EF69AR16) Analisar criticamente, por meio da apreciação musical, usos e funções da música em seus contextos de produção e circulação, relacionando as práticas musicais às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e Música ética.

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(EF69AR17) Explorar e analisar, criticamente, diferentes meios e equipamentos culturais de circulação da música e do conhecimento musical.

(EF69AR18) Reconhecer e apreciar o papel de músicos e grupos de música brasileiros e

estrangeiros que contribuíram para o desenvolvimento de formas e gêneros musicais.

(EF69AR19) Identificar e analisar diferentes estilos musicais, contextualizando-os no tempo

Música e no espaço, de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética musical.

(EF69AR20) Explorar e analisar elementos constitutivos da música (altura, intensidade, timbre, melodia, ritmo etc.), por meio de recursos tecnológicos (games e plataformas digitais), jogos, canções e práticas diversas de composição/criação, execução e apreciação musicais. (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social,

cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

(EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.). (EF69AR35) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, Artesintegradas apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.

Legenda:

Atingiu plenamente: o estudante compreende e aplica os principais conceitos ou processos da habilidade.

Atingiu parcialmente: o estudante começou a compreender e aplicar os principais conceitos ou processos da habilidade.

Não atingiu: o estudante não compreendeu os principais conceitos ou processos da habilidade.

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Questões para nortear as discussões sobre a aprendizagem dos estudantes nas reuniões pedagógicas da escola

1. O aluno participa dos debates em sala de aula, fazendo reflexões sobre os temas levantados e respeitando as colocações dos colegas?

2. O aluno participa dos trabalhos em grupo, exercendo a cooperação e contribuindo para o trabalho coletivo?

3. O aluno realiza as experimentações propostas, mobilizando sua criatividade, expressividade e imaginação?

4. O aluno trabalha nas pesquisas propostas, exercendo sua curiosidade e socializando as descobertas realizadas?

5. O aluno se empenha nas atividades, superando dificuldades técnicas e desenvolvendo-se nas seis dimensões do conhecimento (criação, crítica, estesia, expressão, fruição e reflexão)?

Principais conquistas apresentadas pela turma

Principais dificuldades apresentadas pela turma

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Conteúdo a ser retomado no início do próximo bimestre

Ações de acompanhamento de aprendizagem para os alunos com maior dificuldade

Outras observações relevantes

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Apropriação na arte Duração: 4 aulas Referência do Livro do Estudante: Capítulo 3

Relevância para a aprendizagem Esta sequência didática apresenta o conceito de apropriação em arte com base na análise de trabalhos de artistas brasileiros, discutindo os seus processos de criação e propondo o exercício de reinterpretação de obras, atentando para a diversidade de aspectos sociais, culturais e históricos.

Objetivos de aprendizagem

• Explorar o conceito de apropriação da obra de arte; • Discutir as especificidades de cada trabalho no que tange aos seus processos de criação; • Refletir sobre aspectos sociais, culturais e históricos de cada trabalho apresentado; • Produzir experimentações com a apropriação de uma obra de arte e objetos não artísticos;

Objetos de conhecimento e habilidades (BNCC)

Unidades temáticas Objetos de conhecimento Habilidades Artes integradas Contextos e práticas (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética. Artes integradas Processos de criação (EF69AR32) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

Desenvolvimento Aula 1 – A apropriação e a obra de Farnese de Andrade

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula. Organização dos alunos: sentados em suas carteiras, organizadas de modo que estejam de frente para a lousa e para o professor. Recursos e/ou material necessário: lousa, giz, projetor, computador ou imagens impressas.

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Atividade 1 – Farnese de Andrade: apresentação (20 minutos)

Inicie a aula conversando sobre o significado da palavra apropriação. Questione os alunos se conhecem alguma obra de arte em que outros elementos ou outras obras de arte tenham sido incorporados. Aproveite as respostas indicando que a apropriação nas artes visuais é um procedimento que se utiliza de objetos não artísticos ou de outras obras para a construção de um novo trabalho. A apropriação aproveita os significados anteriores dos objetos e de obras criadas por outros artistas e constrói novos significados. Um exemplo de apropriação de um objeto cotidiano é a obra Fonte (1917), do artista francês Marcel Duchamp (1887-1968), um exemplo de trabalho artístico que se referem à obra de outro artista é In Absentia M.D. [Sem a presença] (1983), da série Sombras projetadas, da artista gaúcha Regina Silveira (1939-), que dialoga com a obra Roue de bicyclette [Roda de bicicleta] (1913), de Marcel Duchamp.

O artista mineiro Farnese de Andrade (1926-1996) utilizou materiais encontrados na rua, em praias, depósitos de demolição, antiquários ou retirados do lixo para a construção de suas obras. A junção de diversos materiais como oratórios, ex-votos, bonecas, móveis de madeira e fotografias faz do trabalho de Farnese uma espécie de colagem do tempo, que remete à memória. A antiguidade de materiais usados e desgastados pelo tempo em arranjos e justaposições inusitadas criam novos sentidos que se associam à afetividade e a referências autobiográficas. Os temas mais recorrentes na obra do artista estão relacionados ao processo da vida: fertilidade, fecundação, gestação e morte, eventualmente associados a composições que remetem a partes do corpo como o útero ou o ventre, construídos com caixas, oratórios ou gamelas, por exemplo.

Atividade 2 – Leitura de obra (20 minutos)

Proponha aos alunos a apreciação de uma obra tridimensional de Farnese de Andrade, que explorou a apropriação para produzir objetos e assemblages. Para isso, selecione um ou dois exemplos previamente e encontre fotografias das obras na internet. Projete-as ou leve cópias impressas para que os alunos possam observar. Algumas obras emblemáticas são: Barriga, coração, memória, 1976- 1982 (objetos diversos, 90 cm × 60 cm × 35 cm. Museu de Arte Contemporânea de Niterói, RJ); Instrumentos do tempo, 1980 (objetos diversos, 33 cm × 36 cm, coleção particular) ou Oratório de mulher, 1973 (objetos diversos, 38 cm × 57,5 cm, coleção particular). Discuta com os estudantes a possiblidade de se fazer arte com materiais diversos e de como o artista, a partir de construções simbólicas, aborda experiências pessoais. Leve os alunos a observar a obra questionando-os com essas perguntas: “Quais os materiais usados nessa obra?”; “Onde podem ter sido encontrados?”; “Esses objetos contam histórias antigas?”; “Quando objetos diversos são unidos em uma obra, isso pode expressar experiências?”; “Olhando para a obra, é possível saber do que ela trata?”; “Existe apenas um significado para cada trabalho do artista?”.

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As respostas são livres, porém é importante a reflexão sobre o caráter simbólico da obra, da sua relação com a memória e, também, sobre a possibilidade de leituras variáveis para trabalhos artísticos, que estão sempre condicionadas às experiências do observador e a contexto histórico. Chame atenção também para a variedade de componentes das obras, para o significado isolado de cada objeto e para o significado que assumem no contexto da composição.

Aula 3 – Rosângela Rennó

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula. Organização dos alunos: sentados em suas carteiras, organizadas de modo que estejam de frente para a lousa e para o professor. Recursos e/ou material necessário: lousa, giz, lápis, borracha, caderno, projetor, computador ou imagens impressas.

Atividade 1 – Rosângela Rennó: apresentação (30 minutos)

Inicie a aula retomando a apropriação nas artes. Explore a recorrência do procedimento na contemporaneidade com base no trabalho da artista mineira Rosângela Rennó, que explora a linguagem fotográfica. Em suas práticas artísticas, Rosângela Rennó recorre constantemente à apropriação de fotografias impressas, outros materiais ligados à linguagem fotográfica e textos produzidos por outras pessoas, muitas vezes anônimas, realizando alterações técnicas, excluindo informações e construindo novas narrativas com as imagens. Um traço significativo da obra da artista diz respeito ao seu cunho crítico e de denúncia. Comente esse aspecto com os alunos apresentando a série Operação Aranhas/Arapongas/Arapucas (2014-2016), formada por trinta e seis impressões digitais de fotografias e organizadas em doze trípticos, que pode ser encontrada no site da artista (indicado na seção Material de apoio e referência). Essa série se apropria de fotografias anteriores, feitas por José Inacio Parente (Rio de Janeiro, 1968), Rosângela Rennó (Belo Horizonte, 1984) e pela Cia. de Foto (São Paulo, 2013). O trabalho trata da ambiguidade que as multidões e os aglomerados de pessoas carregam: se por um lado podem modificar o mundo para melhorá-lo, por outro lado perpetuam comportamentos e repelem diferenças. Para isso, a artista se apropriou de fotografias de manifestações e situações em que pessoas se aglomeram.

No momento da apresentação da obra, proponha aos alunos as seguintes reflexões: “Existe diferença entre a imagem criada pela artista e uma feita por pessoas anônimas?”; “As fotografias prontas das quais a artista se apropria ganham novo significado na nova obra?”; As fotografias conseguem preservar seu antigo significado?”.

Não existe uma reposta única para estas reflexões, mas é essencial discutir aspectos importantes da arte contemporânea como, a intersecção de linguagens, as fronteiras movediças entre arte e não arte, e a legitimação da arte por parte de mercado, críticos, curadores e instituições como museus, galerias, academias e outros espaços de prestígio, além da importância da arte para construção de uma visão crítica de acontecimentos históricos e cotidianos.

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Atividade 2 – Escolhendo uma obra para apropriação (15 minutos)

Proponha aos alunos que elaborem um projeto de apropriação com inspiração em uma obra de arte brasileira e objetos não artísticos. Essa atividade será finalizada na próxima aula e envolve, inicialmente, um trabalho de pesquisa e levantamento. Para isso, peça que a turma se organize em duplas. Cada dupla deverá buscar uma obra artística relevante para servir de ponto de partida para um trabalho de apropriação. Estimule a turma a escolher trabalhos de artistas locais ou que já tenham visto durante os estudos.

A obra escolhida deve ser significativa para a dupla e pertencer a qualquer linguagem artística. Oriente os alunos a observar todos os aspectos da obra por meio de uma análise minuciosa de suas características estéticas. Algumas questões sugeridas para esta reflexão são: “Em que linguagem ela foi realizada?”; “Qual é o título da obra?”; “Quando foi feita e o que é possível remontar de seu contexto?”; “Por que essa obra é importante?”; “Ela te causa incomodo ou comoção?”.

Durante a análise da obra, os alunos devem formular as primeiras ideias acerca da apropriação que pretendem fazer. Neste sentido, devem ser incentivados a selecionar quais são os aspectos relevantes da obra que escolheram e que deverão ser ressaltados pela apropriação. Por fim, ajude-os a conceber estratégias para essa apropriação e, sobretudo, que tipo de linguagem pretendem usar para construir a nova obra e qual significado querem criar com esse uso.

Além das obras de arte, os alunos deverão fazer uma seleção de objetos não artísticos que usarão para compor seus experimentos. Oriente-os a aproveitar objetos usados e descartados que possam ser elaborados artisticamente e cujo valor simbólico pode contribuir para a construção de um novo significado com a obra escolhida. Podem escolher objetos antigos, desgastados pelo tempo, que façam referência ao universo afetivo de cada aluno ou às suas histórias pessoais. Leve-os a identificar formas e texturas interessantes e tentar estabelecer relações de sentido entre as obras que escolheram e os objetos que selecionarão. Incentive-os a pensar e analisar diversas possibilidades de combinação. Para finalizar a aula, diga aos alunos que selecionem materiais que serão necessários para a realização do trabalho de apropriação. É importante que eles possam definir previamente o que precisarão trazer de casa.

Aula 4 – Exercício de apropriação de uma obra de arte

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula. Organização dos alunos: sentados em suas carteiras, organizadas de modo que estejam de frente para a lousa e para o professor. Recursos e/ou material necessário: lousa, giz, lápis preto, borracha, lápis de cor, giz de cera, canetinha, papel kraft, papel sulfite, fita adesiva, cola branca, tesoura com pontas arredondadas.

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Nesta aula, os alunos realizarão o exercício de apropriação da obra que escolheram na aula anterior. Para isso, peça que as duplas se organizem para apresentar brevemente a pesquisa, compartilhando com a turma a obra que escolheram, o resultado da observação e o projeto de apropriação com objetos usados. Em seguida, cada dupla deve iniciar o trabalho de elaboração da apropriação, de posse da obra escolhida e dos objetos que trouxeram.

A obra inicial deve servir de inspiração, de dispositivo de reflexão ou diálogo, mas, atenção: deixe claro que o objetivo da atividade não é copiar a obra. A dupla deve recriar uma imagem, um objeto, uma cena, modificando sua composição, trabalhando com o elemento que chamou sua atenção, repetindo transformando ou traduzindo para outra linguagem. A proposta é que se apropriem livremente de elementos, linguagens, cores, formas, movimentos e palavras para a construção de um novo significado que querem expressar. Para isso, devem usar também os objetos que trouxeram de casa para compor. Incentive-os a fazer esboços, experimentar combinações, anotar ideias e prever um título para o trabalho. A dupla deve escolher a linguagem mais adequada para o que planeja mostrar. Recomende trabalhos exequíveis, pequenos e adequados às condições de tempo e espaço da escola.

Após a execução da atividade proponha que os alunos montem uma exposição dos trabalhos visuais e organize a apresentação dos trabalhos do cênicos e corporais.

Material de apoio e referências APROPRIAÇÃO (verbete). In: Enciclopédia Itaú Cultural. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: . Acesso em: 6 jul. 2019.

ARAÚJO, André Luiz de. Farnese: a alegria difícil. Revista Eletrônica do Arquivo do Estado de São Paulo, n. 20, São Paulo, maio de 2007. Disponível em: . Acesso em: 24 out. 2018.

REGINA Silveira (site oficial). IN ABSENTIA M.D. Disponível em: . Acesso em: 22 nov. 2018.

ROSÂNGELA Rennó (site oficial). Disponível em: . Acesso em: 24 out. 2018.

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Aferição do objetivo de aprendizagem Há três aspectos desejáveis como resultados das aprendizagens pretendidas nessa sequência:

• Que os alunos reconheçam o conceito de apropriação como procedimento estético próprio da arte moderna e contemporânea e sejam introduzidos à identificação dos aspectos estéticos e conceituais de obras elaboradas por meio dele. • Que os alunos possam reconhecer a apropriação como procedimento estético em obras de artistas brasileiros contemporâneos, considerando as implicações de significado sua ocorrência em relação aos contextos sociais e históricos. • Que os alunos tenham conseguido construir experimentos de apropriação com base em obras selecionadas de seu próprio repertório, ligadas a seu interesse pessoal, atribuindo novos significados com a reutilização de objetos, de modo coletivo e colaborativo. Para isso, leve os alunos a compreender as razões que os levaram a escolher determinada obra e quanto o trabalho de apropriação foi satisfatório para cada um. Ao olhar uma obra de seu repertório de maneira crítica e se apropriar dela utilizando uma linguagem própria, o aluno experimenta uma relação de igualdade com um artista e com uma obra reconhecida. Ao executar o trabalho planejado, defronta-se com as dificuldades técnicas próprias da apropriação, como a escolha do material adequado, a ideia e a manipulação correta dos materiais e técnicas para obter os efeitos desejados. Esse processo ajuda a criar intimidade com o fazer do artista, o que certamente contribuirá para a formação de um olhar renovado diante das obras estudadas.

Questões para auxiliar na aferição

1. Como você definiria a apropriação nas artes?

2. É mais fácil trabalhar com objetos não artísticos e outras obras de arte ou construir suas próprias obras sem a referência a outras?

Gabarito das questões

1. Espera-se que os alunos consigam definir a apropriação como um termo empregado a um procedimento estético que se utiliza objetos não artísticos ou de outras obras para a construção de um trabalho novo.

2. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno tenha consciência de que a apropriação de obras e objetos não artísticos em suas experimentações demanda um trabalho com significados prévios que são explorados e reelaborados.

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Arranjo musical Duração: 3 aulas Referência do Livro do Estudante: Capítulo 3

Relevância para a aprendizagem Ouvir música é um hábito importante para a constituição da identidade cultural de um indivíduo. Além da audição, entretanto, há o fazer musical, caminho e meio de expressão artística e existencial. Nesta sequência didática, os alunos realizarão a audição de diferentes arranjos musicais e serão convidados a criar um arranjo com base em suas referências musicais.

Objetivos de aprendizagem • Trabalhar com o conceito de arranjo musical. • Criar um arranjo para uma música. • Desenvolver a expressão e a criatividade musical.

Objetos de conhecimento e habilidades (BNCC)

Unidade temática Objetos de conhecimento Habilidades Música Elementos da linguagem (EF69AR20) Explorar e analisar elementos constitutivos da música (altura, intensidade, timbre, melodia, ritmo etc.), por meio de recursos tecnológicos (games e plataformas digitais), jogos, canções e práticas diversas de composição/criação, execução e apreciação musicais. Música Materialidades (EF69AR21) Explorar e analisar fontes e materiais sonoros em práticas de composição/criação, execução e apreciação musical, reconhecendo timbres e características de instrumentos musicais diversos. Música Processos de criação (EF69AR23) Explorar e criar improvisações, composições, arranjos, jingles, trilhas sonoras, entre outros, utilizando vozes, sons corporais e/ou instrumentos acústicos ou eletrônicos, convencionais ou não convencionais, expressando ideias musicais de maneira individual, coletiva e colaborativa.

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Desenvolvimento Aula 1 – Análise de arranjos

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula. Organização dos alunos: sentados nas carteiras. Recursos e/ou material necessário: aparelho de som ou computador com caixas de som para a execução dos áudios. Lousa e giz.

Inicie a aula dizendo aos alunos que ouvirão a música “Chão de estrelas”, de autoria de Sílvio Caldas (1908-1998) e Orestes Barbosa (1893-1966), em duas versões diferentes. A primeira gravação dessa canção se deu em 1937, ano de sua composição, pela voz do próprio Sílvio Caldas. Ao longo do tempo, foi regravada diversas vezes, tornando-se um marco da canção popular. Seu gênero é a seresta, um tipo de canção sentimental cuja história se relaciona às serenatas noturnas, entoadas com voz e violão. A canção se destaca pelas imagens poéticas, que se tornaram clássicas na música brasileira e foram revisitadas muitas vezes em diferentes composições. As versões da canção propostas são: a primeira gravação e outra, feita pelo grupo de rock Os Mutantes, de 1970; ambas podem ser encontradas facilmente na internet. Selecione um modo de reproduzi-las em sala de aula e promova um momento de audição coletiva. Peça aos alunos que ouçam atentamente, com o objetivo de identificar as características principais de cada versão. Oriente-os a prestar atenção em três aspectos: ritmo, voz e instrumentos musicais.

Antes da execução das canções, desenhe na lousa a seguinte tabela e, ao longo do exercício, preencha-a com os alunos para que sistematizem a análise:

Versão Ritmo Voz Instrumentos musicais Sílvio Caldas (1937) Os Mutantes (1970)

Versão de Sílvio Caldas (1937)

Antes de tocar a primeira gravação de Sílvio Caldas, ressalte que ele foi um cantor muito popular no Brasil entre as décadas de 1930 e 1960, marcando a cena musical com serestas cantadas em um estilo muito pessoal. Caldas integrou a chamada “Era do Rádio”, época que abrange as décadas de 1930 e 1950, quando passou a ser o principal meio de comunicação de massa do país. Nesse período, muitos intérpretes, compositores e músicos ganharam reconhecimento do público, consagrando gêneros musicais como o samba, o samba-canção, a seresta e o bolero, entre outros. Os estilos ligados a esse período se tornaram passadiços com o advento de movimentos que alteraram profundamente a música brasileira, como a bossa nova, no final dos anos 1950, a Jovem Guarda e o tropicalismo, na década de 1960.

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Em seguida, peça aos alunos que ouçam de olhos fechados, pois isso contribui para uma audição mais concentrada. Se for preciso, execute ainda uma vez a canção para que possam prestar atenção em detalhes que não tenham percebido anteriormente. Após a audição, discuta com os alunos como se configura cada aspecto da canção, buscando preencher a tabela na lousa.

• Ritmo: Pergunte aos alunos como avaliam o ritmo da melodia. Ouça os comentários e ajude-os a identificar que o andamento é lento e que não há variações. O ritmo do acompanhamento, também, tem poucas variações. • Voz: Pergunte o que poderiam dizer em relação à voz. Ouça os comentários e ajude-os a identificar que, nessa versão, a voz é impostada e melancólica, o que corresponde à tristeza e à saudade que expressa. Esse tipo de canto impostado foi comum na Era do Rádio. Ele pode ser comparado ao canto lírico, à ópera e à música de concerto, porém há diferenças técnicas entre elas. A propósito dessa comparação, chame atenção para o modo como Sílvio Caldas equilibra momentos de impostação e projeção vocal em notas mais agudas e momentos de suavidade em notas mais graves. • Instrumentos musicais: Leve-os a ouvir os instrumentos musicais que acompanham a canção. Como a gravação é antiga, é provável que haja dificuldade para distinguir os timbres. Ouça os comentários e ajude-os a identificar o violão, instrumento de cordas que serve de base para a harmonia: os principais acordes que norteiam a melodia cantada são entoados com o violão. Além dele, há o acompanhamento harmônico do cavaquinho e, durante a introdução da canção, de uma flauta, instrumento de sopro que entoa um tema com notas graves que será replicado posteriormente pela melodia cantada.

Versão de Os mutantes (1970)

Toque, em seguida, a versão gravada pela banda brasileira Os Mutantes, no álbum A Divina Comédia ou Ando meio desligado, de 1970. Antes da audição, aborde a história da banda: surgida na cidade de São Paulo (SP), no final da década de 1960, integrou-se ao tropicalismo ao defender a canção “Domingo no parque” com Gilberto Gil no IV Festival da Música Popular Brasileira em 1967. Incorporou as propostas estéticas tropicalistas de agregar vasto material às composições, elaborando apropriações e releituras tanto de repertórios estrangeiros como de repertórios consagrados da cultura nacional. Essencialmente irreverentes, trabalhavam com sons não musicais e arranjos inusitados em seus primeiros álbuns. Em sua primeira fase, pela qual o grupo é mais conhecido, era um trio formado por (1947-) e os irmãos Arnaldo Baptista (1948-) e Sérgio Dias (1950-). A partir do início da década de 1970, com a saída de Rita, assumiram aos poucos a influência do rock progressivo, abandonando o humor. Peça que ouçam de olhos fechados, pois isso contribui para uma audição mais concentrada.

• Ritmo: Pergunte o que poderiam dizer em relação aos instrumentos musicais que fazem o acompanhamento. Ouça os comentários e ajude-os a identificar que nessa versão o andamento é parecido com o original, ou seja, lento, durante os primeiros minutos. Depois disso, há uma pausa que introduz um andamento mais acelerado.

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• Voz: Leve os alunos a identificar que, na primeira parte da música, o cantor Arnaldo Baptista imita o estilo impostado e melancólico da gravação de 1937, porém com certa displicência que denota uma paródia satírica. Na segunda parte da canção, o tom paródico se acentua, assumindo o deboche com intensidade. Ao final, ele emite sons vocais e fala os versos finais da canção. • Instrumentos musicais: Leve-os a ouvir os instrumentos musicais que acompanham a canção. Na primeira parte, assim como na gravação da década de 1930, há também um violão, um naipe de cordas e um instrumento de sopro que configuram arranjo típico de seresta. Após uma pausa, sons de um avião e de um helicóptero voando marcam uma ruptura, a partir da qual se inicia um arranjo orquestral circense, constantemente acrescido de fragmentos de diversas origens e outros sons não musicais, como um relógio, gritos de multidão, canto de galinha, elementos de sonoplastia de desenhos animados, etc. Ao final do exercício de audição e análise, a tabela ficará preenchida da seguinte forma:

Versões Ritmo Voz Instrumentos musicais

Sílvio Caldas (1937) Andamento lento Impostada e melancólica Flauta, violão e cavaquinho Naipe de cordas e Andamento começa lento e Sátira da voz impostada e instrumentos de sopro e, Os Mutantes (1970) depois acelera melancólica após a ruptura, orquestra e sons não musicais

Caso os alunos identifiquem alguma característica importante além das apontadas acima, inclua-as na tabela, pois isso contribuirá para as atividades posteriores. Leve-os a perceber que a versão de 1970 recupera a versão de 1937 procedendo a uma operação de deboche e sátira e, ao mesmo tempo, atualiza a canção antiga parodiando alguns procedimentos estéticos próprios e acrescentando outros. Tratava-se de um fenômeno próprio das propostas estéticas do tropicalismo: atualização do repertório clássico da canção brasileira; paródia e sátira de nomes consagrados no meio cultural; incorporação de elementos estrangeiros; e abertura à experimentação estética com elementos não musicais ou não convencionais.

Conclua a aula dizendo que a finalidade do exercício é que possam exercitar a audição de diferenças entre arranjos musicais. Enfatize que o arranjo é o conjunto mais ou menos harmônico de características obtidas pelo uso de cada elemento da música: estilos vocais, instrumentos musicais usados, ritmo e a opção por elementos não convencionais ou não musicais. Com a atualização dos arranjos, é possível fazer uma nova interpretação de uma música já existente, utilizando instrumentos musicais diferentes, alterando o ritmo ou andamento da versão mais antiga, modificando a harmonia e trechos da melodia, entre outras possibilidades.

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Aula 2 – Criação do arranjo

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula. Organização dos alunos: sentados no chão em roda. Recursos e/ou material necessário: letra da canção “Chão de estrelas”, aparelho de som, gravador ou celular que grave o áudio.

Atividade 1 – Modo de cantar (20 minutos)

Nesta aula, os alunos criarão um arranjo novo para a canção “Chão de estrelas”. Para isso, divida a turma em grupos e disponibilize impressões da letra para que possam acompanhar cantando. Execute uma versão da canção (pode ser qualquer uma de sua preferência). Peça aos alunos que acompanhem a letra e tentem, aos poucos, escolher algum trecho dela para cantar. Execute a canção quantas vezes for necessário para que os alunos se familiarizem e cada grupo consiga escolher algum trecho.

Lembre-os de que fazer um novo arranjo é tocar ou cantar de forma diferente uma música existente, com base nos elementos que a compõem. Pergunte aos alunos: “De que outra forma essa letra poderia ser cantada?”; “Será que ela poderia ser adaptada a outros gêneros musicais, como rap, sertanejo ou funk?”; “O que seria necessário alterar na canção para ela assumir um novo gênero?”; “Como a canção poderia ficar diferente?”. Incentive-os a experimentar modos de cantar, a brincar com a voz e a criar com os colegas. Incentive-os a explorar diferentes sons com a voz.

Nesse momento, não é recomendável alterar a letra da música, uma vez que isso pode desviar a atenção da experimentação. Entretanto, se sentirem que são necessários alguns ajustes, deixe-os à vontade.

Atividade 2 – Acompanhamento (25 minutos)

Neste momento, os alunos deverão criar um acompanhamento para a música. Por exemplo, caso o grupo tenha estabelecido que vai cantar a música em estilo de rap, a parte percussiva pode ser uma batida de beatbox feita com a boca. Eles podem percutir as mesas com cuidado, marcando o tempo, usar algumas partes do corpo ou bater palmas. Outra possibilidade é utilizar instrumentos de percussão caso a escola tenha disponível.

Quando o canto e o acompanhamento estiverem prontos, proponha alguns ensaios breves para que cheguem a uma forma final que não se altere mais. Depois, peça aos grupos que apresentem seus arranjos para a canção enquanto alguém faz a gravação.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 2º bimestre – Sequência didática 2

Material de apoio e referências SANTOS, Daniela Vieira dos. Do lamento à paródia: considerações histórico-musicais da canção “Chão de estrelas”. XXIII Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música, Natal (RN), 2013. Disponível em: . Acesso em: 23 nov. 2018.

Aferição do objetivo de aprendizagem A avaliação do processo de aprendizagem pode ser realizada por meio das atividades propostas nesta sequência didática e deve considerar o desenvolvimento individual dos alunos.

Verifique também se conseguiram se engajar nas atividades de audição dos arranjos e se conseguiram perceber as diferenças entre as versões. Durante as atividades de experimentação, espera-se que tenham compreendido o que é um arranjo musical, arriscando-se a explorar diferentes possibilidades musicais.

Questões para auxiliar na aferição

1. Descreva com suas palavras o que é um arranjo musical.

2. O que você mais gostou de fazer na criação do arranjo proposta nas aulas?

Gabarito das questões

1. Espera-se os alunos concluam que arranjo é o conjunto de características obtidas pelo uso de cada elemento da música: estilos vocais, instrumentos usados, ritmo e opção por elementos não convencionais ou não musicais.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos descrevam um dos processos dos quais participou.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 2º bimestre – Sequência didática 3

Performance Duração: 3 aulas Referência do Livro do Estudante: Capítulo 4

Relevância para a aprendizagem Esta sequência didática visa apresentar aos alunos a performance, mostrando que ela é uma manifestação artística que se utiliza de múltiplas linguagens. Além disso, busca incentivar o pensamento e a pesquisa sobre trabalhos diversos de performance e propõe a recriação de uma performance no contexto escolar.

Objetivos de aprendizagem • Entender as múltiplas possibilidades artísticas da performance. • Conhecer diferentes artistas da performance e pesquisar sobre suas obras. • Criar narrativas próprias no que diz respeito à composição artística por meio da performance.

Objetos de conhecimento e habilidades (BNCC) Unidades temáticas Objetos de conhecimento Habilidades (EF69AR09) Pesquisar e analisar diferentes formas de expressão, representação e encenação da dança, reconhecendo Contextos e práticas e apreciando composições de dança de artistas e grupos brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas. Dança (EF69AR10) Explorar elementos constitutivos do movimento cotidiano e do movimento dançado, abordando, criticamente, o Elementos da linguagem desenvolvimento das formas da dança em sua história tradicional e contemporânea.

Desenvolvimento Aula 1 – Conhecendo performance

Duração: cerca de 45 minutos. Local: corredor da escola, pátio ou praça próxima à escola. Organização dos alunos: distribuídos pelo espaço escolhido para a aula. Recursos e/ou material necessário: vídeos ou fotos de performance, aparelho portátil com reprodutor de vídeos.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 2º bimestre – Sequência didática 3

Atividade 1 – O que é performance? (20 minutos)

Com antecedência, escolha um lugar inusitado para a realização desta aula: um corredor da escola, o pátio, uma praça próxima ao estabelecimento de ensino ou algum outro lugar de passagem, onde os alunos possam ver os transeuntes, e estes consigam observar a aula. Depois, avise os alunos que esta aula será realizada em um lugar diferente do habitual. Para que não haja imprevistos, verifique a necessidade de autorização prévia da escola e dos responsáveis dos alunos. Você e a turma trabalharão com a performance, e a aula em si será uma espécie de performance também.

Ao chegar ao local escolhido para a aula, inicie perguntando aos alunos o que eles sabem sobre performance. Após considerar todas as respostas, dê algumas definições de performance para que os alunos possam compreender melhor os exemplos que se seguirão. Explique que há diversas definições desse conceito, e, em geral, ela combina as linguagens artística em uma obra.

Atividade 2 – Discutindo performance (25 minutos)

Em seguida, com um aparelho portátil com reprodutor de vídeos, como um celular, apresente alguns vídeos ou fotos que registrem performances para que os alunos entendam melhor esse tipo de manifestação artística. Caso não haja disponibilidade dos recursos audiovisuais, você pode mostrar imagens impressas ou relatar como ocorreram as performances que selecionou, de modo que os alunos possam compreender como cada uma delas se deu. Você pode utilizar, como exemplo, registros das seguintes performances:

• Os Amantes: A Caminhada da Grande Muralha (1989); ou The artist is presente (2010), da sérvia Marina Abramović; • O que é a arte? Para que serve? (1978-2010), do brasileiro Paulo Bruscky. Fale sobre as performances mostradas, dê um breve histórico dos artistas e faça algumas perguntas para os alunos sobre o material visto, como:

• Como você reagiria ao ver estas performances? Você participaria delas? Por quê? • Você acredita que a reação das pessoas seria a mesma, independentemente de onde ocorressem essas performances? • Quais características você considera importantes para um performer, ou seja, um artista da performance? • Para que uma performance ocorra, é preciso que haja um ambiente artístico e espectadores que entendam de arte? Ou a performance pode ocorrer em qualquer lugar e com qualquer tipo de público? • Você se sentiu tocado pelas performances que conheceu hoje? Como? Finalize com uma roda de conversa na qual os alunos devem se sentir à vontade para expor suas opiniões a respeito da aula. Deixe que falem sobre o que acharam de ter uma aula em um local diferente do habitual, o que mudou, se gostariam de repetir a experiência, em qual local gostariam que uma aula fosse realizada e por quê.

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Aula 2 – Recriando uma performance

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula. Organização dos alunos: posicionados no ambiente da performance. Recursos e/ou material necessário: papel-cartão, canetas hidrográficas, fotos da performance Escuto histórias de amor (2005-2013), de Ana Teixeira.

Atividade 1 – Recriando uma performance (15 minutos)

Nesta aula, os alunos farão uma versão da performance Escuto histórias de amor (2005-2013), da brasileira Ana Teixeira. Mostre fotos e explique aos alunos a estrutura da performance: a artista vai a um local público com duas cadeiras, lã, agulhas de tricô e uma placa com os dizeres “Escuto histórias de amor”; depois, senta-se em uma cadeira, à espera de pessoas dispostas a narrar histórias de amor. Nessa performance, realizada em diversos países, Ana Teixeira busca intervir no cotidiano das pessoas, promover uma escuta afetiva e provocar reflexões sobre os modos de vida dos participantes.

Organize a turma em trios. Os grupos deverão decidir que tipos de história gostariam de escutar. Distribua uma folha de papel-cartão para cada grupo, na qual os alunos vão escrever “Escuto histórias...” e inserir um tema pelo qual tenham interesse, como: “Escuto histórias engraçadas”, “Escuto histórias de terror”, “Escuto histórias de superação”, etc. Oriente os trios de modo que evitem temas repetidos.

Atividade 2 – A performance na prática (20 minutos)

Após a confecção dos cartazes, solicite aos trios que se dirijam com eles a diferentes pontos da escola no intervalo entre as aulas. Os integrantes dos grupos devem permanecer no local escolhido por 15 minutos e esperar que os colegas de outras turmas se aproximem e narrem histórias com os temas propostos. É importante que os alunos assumam a postura de ouvintes e deixem que os colegas falem livremente, sem interferir nas histórias que estão sendo contadas.

Comunique a turma de que imprevistos são comuns em performances. Portanto, os alunos devem estar preparados para eles e sempre pensar no objetivo da performance, que é escutar histórias de temáticas específicas.

No decorrer da atividade, percorra os locais escolhidos pelos grupos para se certificar de que todos estão realizando a performance. Solicite aos alunos que retornem à sala de aula após o tempo estabelecido.

Atividade 3 –Analisando a performance realizada (10 minutos)

De volta à sala de aula, pergunte quais foram as impressões dos alunos sobre a atividade: “Como vocês se sentiram realizando a performance?”; “Como foi a reação dos colegas?”; “Houve alunos para contar histórias para todos os grupos?”; “Os colegas que se dispuseram a conversar com vocês eram conhecidos ou desconhecidos?”. Peça também que contem como se sentiram ao participar de uma conversa apenas como ouvintes.

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Material de apoio e referência Ana Teixeira (site oficial). Disponível em: . Acesso em: 4 jul. 2019.

MARINA Abramović (site oficial). Disponível em: . Acesso em: 4 jul. 2019.

Paulo Bruscky (verbete). Enciclopédia Itaú Cultural. Disponível em: . Acesso em: 4 jul. 2019.

Priscila Rezende (site oficial). Disponível em: . Acesso em: 4 jul. 2019.

Aferição do objetivo de aprendizagem A avaliação do processo de aprendizagem pode ser realizada por meio das atividades propostas nesta sequência didática e deve considerar o desenvolvimento individual de cada aluno. A colaboração com o grupo, o respeito aos demais e o engajamento nas propostas são itens importantes para a avaliação individual.

Questões para auxiliar na aferição

Além das atividades propostas nesta sequência didática, algumas questões podem ser utilizadas para aferir a aprendizagem dos alunos em relação aos objetivos explorados. Por exemplo:

1. Como foi recriar a performance Escuto histórias de amor? Como essa recriação o ajudou a refletir sobre as outras performances com as quais você entrou em contato por meio dos vídeos ou fotos apresentados pelo professor?

2. Que tema você escolheria para uma performance no seu bairro? Como ela poderia ser? Por quê?

Gabarito das questões

1. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos destaquem o que sentiram ao realizar a performance e como essa experiência influenciou nas análises das outras performances que conheceram.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos relacionem características das performances que conheceram aos problemas e às peculiaridades do lugar onde vivem.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 3º bimestre – Plano de desenvolvimento

Este Plano de desenvolvimento contém informações complementares ao Manual do Professor (impresso). O Plano apresentado explicita os objetos de conhecimento e habilidades a serem trabalhados no bimestre e sua disposição no Livro do Estudante, bem como sugere práticas de sala de aula que contribuam para a aplicação da metodologia adotada. Este Plano é composto dos seguintes tópicos:

1. Objetos de conhecimento e habilidades da BNCC

2. Atividades recorrentes na sala de aula

3. Relação entre a prática didático-pedagógica e o desenvolvimento de habilidades

4. Gestão da sala de aula

5. Acompanhamento do aprendizado dos alunos e indicação das habilidades essenciais para a continuidade dos estudos

6. Fontes de pesquisa para uso em sala de aula ou para apresentar aos alunos

7. Projeto integrador

1. Objetos de conhecimento e habilidades da BNCC Referências no Unidades Objetos de material Habilidades temáticas conhecimento didático (EF69AR24) Reconhecer e apreciar artistas e grupos de teatro brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas, Teatro Contextos e práticas investigando os modos de criação, produção, divulgação, circulação e organização da atuação profissional em teatro. (EF69AR25) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no tempo e no espaço de Teatro Contextos e práticas modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética teatral. (EF69AR26) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, Teatro Elementos da linguagem Capítulo 5 adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários. (EF69AR27) Pesquisar e criar formas de dramaturgias e Teatro Processos de criação espaços cênicos para o acontecimento teatral, em diálogo com o teatro contemporâneo. (EF69AR28) Investigar e experimentar diferentes Teatro Processos de criação funções teatrais e discutir os limites e desafios do trabalho artístico coletivo e colaborativo. (EF69AR29) Experimentar a gestualidade e as Teatro Processos de criação construções corporais e vocais de maneira imaginativa na improvisação teatral e no jogo cênico.

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(EF69AR30) Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos (música, imagens, objetos etc.), Teatro Processos de criação caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sonoplastia e considerando a relação com o espectador. (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às Artes integradas Contextos e práticas diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

(EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e Matrizes estéticas e políticos da produção artística, problematizando as Artes integradas culturais narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.). (EF69AR35) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, Artes integradas Arte e tecnologia produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável. (EF69AR03) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens Artes visuais Contextos e práticas audiovisuais (cinema, animações, vídeos etc.), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos etc.), cenográficas, coreográficas, musicais etc. (EF69AR24) Reconhecer e apreciar artistas e grupos de teatro brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas, Teatro Contextos e práticas investigando os modos de criação, produção, divulgação, circulação e organização da atuação profissional em teatro. (EF69AR25) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no tempo e no espaço de Teatro Contextos e práticas modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética teatral. (EF69AR26) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, Teatro Elementos da linguagem Capítulo 6 adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários. (EF69AR27) Pesquisar e criar formas de dramaturgias e Teatro Processos de criação espaços cênicos para o acontecimento teatral, em diálogo com o teatro contemporâneo. (EF69AR28) Investigar e experimentar diferentes Teatro Processos de criação funções teatrais e discutir os limites e desafios do trabalho artístico coletivo e colaborativo. (EF69AR29) Experimentar a gestualidade e as Teatro Processos de criação construções corporais e vocais de maneira imaginativa na improvisação teatral e no jogo cênico. (EF69AR30) Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos (música, imagens, objetos etc.), Teatro Processos de criação caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sonoplastia e considerando a relação com o espectador.

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(EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às Artes integradas Contextos e práticas diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

(EF69AR35) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, Artes integradas Arte e tecnologia produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.

2. Atividades recorrentes na sala de aula Este é um bimestre dedicado principalmente à linguagem teatral. No Capítulo 5, há um estudo sobre a Comédia e a Tragédia – desde suas origens na Grécia Antiga até debates contemporâneos envolvendo esses gêneros. Por sua vez, o Capítulo 6 é dedicado à encenação teatral, compreendida por meio de seus diferentes recursos expressivos (interpretação, cenografia, figurinos, iluminação e sonoplastia).

Roda de conversa

Estabelecer a roda de conversa como prática cotidiana é uma maneira simples e produtiva de incentivar os estudantes a compartilhar suas impressões, o que sentiram e pensaram durante as atividades, é estabelecer a prática de fazer uma roda de conversa ao final de cada aula. A prática da comunicação é um exercício muito importante nessa faixa etária. Nessas rodas de conversa, eles podem exercitar a expressão oral (Como dividir com os colegas o que pensei e senti?) e a escuta (O que meus colegas perceberam?).

A roda de conversa permite que se trabalhe com algumas das Competências gerais da BNCC previstas para as aulas de Arte. Por exemplo: o exercício da crítica, a problematização por meio de exercícios artísticos e o desenvolvimento do trabalho colaborativo.

O Capítulo 5 propõe um debate sobre o riso e o preconceito. Esse é um assunto bastante atual, que costuma ser caro aos alunos desta faixa etária. Aproveite para incluir na discussão referências trazidas pelos próprios estudantes, fomentando a construção de um olhar crítico sobre o humor produzido e consumido por eles cotidianamente.

Produção de desenhos e pinturas com diversos materiais e superfícies variadas

O aluno do Ensino Fundamental II encontra-se em um momento interessante. Se na infância o desenho e a pintura ocorrem como uma brincadeira, é nessa fase da escolarização que o aspecto lúdico

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pode ser combinado com um trabalho de aprofundamento das habilidades. Para isso, é importante que a turma possa experimentar diferentes materiais (lápis, tinta, caneta e giz de cera) em superfícies variadas (como o papel, o chão, a tela, a madeira).

A experimentação dessas variações também aguça a sensibilidade do aluno nos momentos de fruição. A obra de arte passa a ser observada em seus aspectos materiais, e o aluno consegue imaginar o processo produtivo percorrido pelo artista. Conhecer diversas possibilidades é uma maneira de valorizar as escolhas de cada obra.

É claro que cada escola dispõe de certos materiais e esta coleção entende que você vai adaptar as propostas à sua realidade, em diálogo com os recursos oferecidos pela instituição e com as possibilidades dos alunos.

Neste bimestre, os alunos vão criar projetos de cenografia e figurino por meio de desenhos. Essa é uma boa oportunidade para retomar possibilidades já experimentadas envolvendo a prática do desenho. Os alunos poderão optar pelos meios expressivos que melhor concretizem suas propostas visuais para uma peça de teatro.

Vivências com elementos de linguagem

Ao vivenciar atividades com música, dança e teatro, deve-se deixar clara a função dos variados elementos da linguagem, como a audição, o canto, o corpo, o gesto. É importante que cada estudante tome consciência de seu corpo, suas possibilidades e suas limitações.

Ao longo dessas atividades, faça-os perceber que alguns estudantes ficam mais à vontade para enfrentar o público, outros são mais tímidos, mas podem aos poucos vencer os medos para atuar, dançar ou cantar diante de um público. Todos devem ter as mesmas possibilidades de experimentação, que os levarão a ganhar autoconfiança. Para os alunos mais tímidos, procure funções alternativas dentro de cada atividade, como cuidar do som, do cenário e do figurino, ou ser o responsável pelo registro de fotos ou vídeo.

Leitura e atividade oral em sala normal

A compreensão de um texto é uma habilidade essencial para toda a vida. O aluno desenvolve diariamente, durante o Ensino Fundamental II, sua capacidade de leitura e escrita. Para que esse processo seja menos solitário, a leitura coletiva em voz alta de textos do livro é uma atividade privilegiada.

Uma estratégia interessante é propor que cada aluno leia um parágrafo. É importante estabelecer um ambiente de solidariedade, em que alunos com maior dificuldade de leitura não se

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sintam excessivamente expostos. Afinal, o que está em pauta é a compreensão coletiva das ideias do texto, e não um julgamento sobre a velocidade de leitura de cada um deles.

Após a leitura de cada parágrafo, incentive os alunos a dividirem suas impressões e dúvidas. Essa é uma maneira de exercitar a expressão oral e de garantir que os debates sobre a Arte oferecidos por esta coleção criem um repertório comum a todos.

Pesquisa em casa com familiares, na biblioteca ou na internet As atividades de pesquisa visam ao desenvolvimento da autonomia do aluno. É importante que cada aluno entre em contato com seus próprios interesses, curiosidades e dificuldades. A arte é um assunto privilegiado nesse sentido: o aluno está cercado por manifestações culturais diversas e pode trazer para a sala de aula essa riqueza. Incentive os alunos a buscar informações em diferentes fontes de pesquisa: entrevistas com familiares, consulta a livros na biblioteca da escola, pesquisa em sites da internet. É importante ressaltar que eles devem procurar sites confiáveis. Você pode sugerir páginas que já conhece, e também incentivá-los a trocar endereços de sites entre si. Um procedimento útil a ser ensinado é o de verificar as informações coletadas e comparar as diferentes fontes. Ao circular por fontes diversas de conhecimento, o aluno aprende onde pode buscar informações nas próximas consultas. Cada uma delas oferece diferentes tipos de informação, por meio de linguagens próprias. Dessa forma, o aluno vai aprender a valorizar tanto a memória oral de manifestações populares como as inovações trazidas pela tecnologia. O Capítulo 6 propõe a realização de uma pesquisa sobre grupos de teatro da cidade ou comunidade em que os alunos moram. A internet pode ser uma boa ferramenta para isso, mas também é possível que o aluno descubra sobre a existência de um grupo de teatro conversando com vizinhos, amigos e familiares. O importante é valorizar as produções artísticas locais e fomentar a troca de informações sobre elas.

Apresentação e compartilhamento da pesquisa Se, ao pesquisar, o aluno desenvolve a autonomia, o momento de apresentação e compartilhamento é fundamental para coletivizar suas descobertas. É nesse momento que ele pode valorizar o que aprendeu e também o que os colegas aprenderam. Não se trata de competição, mas de colaboração: a turma toda cresce com as trocas. No componente curricular Arte, as apresentações podem assumir os mais variados formatos: exposições variadas em parede e varais pela sala ou pela escola, apresentações musicais, teatrais ou de dança e seminários. A coleção oferece propostas diferentes, de acordo com a especificidade de cada pesquisa.

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No Capítulo 5, por exemplo, há uma proposta de pesquisa de jogos cênicos com improvisação. As descobertas deverão ser compartilhadas na prática, teatralmente, com cada grupo apresentando sua dinâmica para a turma. Lembre-se de cuidar dos alunos mais tímidos, de modo a não gerar uma exposição que os constranja. Ao mesmo tempo, incentive todos a se apresentar: a ideia é mostrar o modelo de improviso pesquisado por cada grupo.

Observação de imagem Observar uma imagem pode parecer algo óbvio ou inato, mas não é. É com o trabalho continuado que se aprende a analisar os diferentes aspectos de uma obra visual. Passamos a ler o seu tema ou as imagens retratadas, bem como os detalhes das escolhas formais: cores, formas, luz e sombra, materiais utilizados. Também é possível tecer relações entre essas diferentes escolhas e o sentido da obra como um todo.

Para desenvolver esse olhar aguçado, é interessante oferecer à turma imagens bastante diferentes entre si. Além disso, deve-se incentivar a troca: a leitura torna-se mais profunda quando somam-se as observações individuais em um olhar coletivo. Por fim, vale relacionar a observação com as atividades práticas. Conforme um novo material for experimentado, por exemplo, a observação para a utilização desse material torna-se mais qualificada.

Utilização de exemplos com música (internet/CD)

A música frequentemente faz parte do dia a dia do aluno de Ensino Fundamental II. Muitas vezes, parte de sua identidade se constrói também a partir de seus gostos musicais. Acolher esse interesse pode enriquecer muito a sala de aula.

Ao mesmo tempo, oferecer à turma materiais musicais diferentes dos habituais é uma tarefa essencial. A escola serve aqui como um lugar de encontro com o diferente e o desconhecido. A música passa a ser entendida não apenas como objeto de gosto pessoal (uma postura de consumo muito estimulada pelos meios de comunicação), mas como linguagem artística complexa. Escutar uma música em sala de aula permite fruição e análise coletivas de seus traços formais e das escolhas feitas por compositores, arranjadores e intérpretes, abrindo espaço para diversos debates. Os alunos podem perceber semelhanças e diferenças entre as obras, em um constante exercício de análise em cada uma das linguagens artísticas.

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3. Relação entre a prática didático-pedagógica e o desenvolvimento de habilidades As habilidades nas aulas de Arte acontecem sem linearidade ou hierarquia. Diferentemente das aulas de outros componentes curriculares, como Matemática, em que a aquisição de um conhecimento é necessária para o desenvolvimento do próximo, em Arte as habilidades se desenvolvem em espiral: uma mesma habilidade aparece diversas vezes ao longo do ano, de maneira cada vez mais aprofundada. Este Plano de desenvolvimento busca auxiliar você nesse planejamento.

Existem educadores formados em Artes Visuais, Música, Dança e/ou Teatro. Por esse motivo, você talvez se sinta mais à vontade quando atua na linguagem com a qual tem mais afinidade. Longe de ser um problema, essa particularidade pode enriquecer a troca com os alunos – que percebem que aquilo que você divide com eles é objeto de pesquisa interessada. Ao mesmo tempo, o livro serve de apoio para que você inclua em seu planejamento o trabalho com as demais linguagens artísticas.

É você quem conhece a realidade em que atua: as características da comunidade escolar, os interesses dos alunos, as práticas culturais do entorno. Esta coleção pretende ser uma ferramenta útil para o dia a dia na sala de aula. Além das especificidades de linguagem, existem questões temáticas tratadas no livro que podem ecoar de diferentes maneiras no contexto em que você atua. As seções apresentam propostas de debates diversas, que você poderá conduzir levando em consideração o seu conhecimento sobre a comunidade escolar. Esta coleção frequentemente sugere atividades a serem realizadas em computadores. Se a sua escola não tiver uma sala de informática (ou horários disponíveis para sua utilização), você pode verificar que outras possibilidades de acesso à internet os alunos teriam. Alguns deles podem não ter computadores ou acesso à internet em casa. Por isso, deve-se estimular a turma a dividir os recursos disponíveis, consultando a internet em pequenos grupos. Caso boa parte dos alunos tenha computadores ou internet em casa, que possa ser acessada de equipamentos móveis como smartphones e tablets, peça à turma que se organize para compartilhar esses recursos. Também vale verificar se existe algum equipamento público na região que ofereça uma sala de informática. Nesse caso, lembre-se de organizar uma visita coletiva a essa sala de informática para realizar a atividade. A BNCC prevê seis dimensões de conhecimento para o componente curricular Arte: criação, crítica, estesia, expressão, fruição e reflexão. Esta coleção foi elaborada lidando com essas dimensões que se interpenetram, pois as atividades propostas frequentemente mobilizam mais de uma dessas dimensões. Desenvolvê-las é importante não apenas para a aquisição das habilidades previstas em Arte, mas para o crescimento global de cada aluno. Estimular a criação, por exemplo, pode reverberar positivamente no desempenho escolar nas demais disciplinas e também na relação mais ampla do aluno com diversos aspectos de sua vida. Compreender o aluno como um sujeito cultural e valorizar as características da cultura local pode enriquecer muito o processo educativo. O ensino da Arte alia-se ao desenvolvimento da socialização e interação dos alunos com a comunidade escolar e do entorno. Nos anos finais do Ensino

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Fundamental, o aluno pode vivenciar um alargamento de suas relações, inclusive familiares. A arte é uma das maneiras de diálogo frutífero do jovem com o mundo à sua volta. É importante lembrar que a expressão artística de cada aluno é única. Na medida do possível, é preciso evitar comparações. O trabalho coletivo pode incentivar a colaboração, mais do que a competição: um aluno pode ter facilidade em Música e dificuldades em Artes Visuais, por exemplo. Ele pode obter ajuda de um colega em uma linguagem artística, e oferecer apoio em outra. Vale evitar a ideia prejudicial do “dom”: as habilidades variam de aluno para aluno, e por meio do trabalho todos podem desenvolvê-las. É fundamental que a turma perceba que, nas atividades propostas, o processo de aprendizagem interessa mais do que o produto final. As afinidades e interesses de cada aluno devem ser estimuladas por você. A prática e a fruição artísticas podem ultrapassar os limites da sala de aula e compor de maneira intensa o cotidiano do aluno. O Ensino Fundamental II é um momento-chave para o desenvolvimento do aluno como indivíduo, e dar continuidade aos estudos de Arte pode contribuir particularmente para a formação de sua identidade.

4. Gestão da sala de aula Incluímos aqui algumas reflexões que podem auxiliar na organização do dia a dia. As propostas desta coleção envolvem certas aventuras. Há atividades que não cabem no formato tradicional da sala de aula – carteiras enfileiradas voltadas para o professor. Um processo de educação artística pode ser muito enriquecido com experiências culturais extraclasse, o envolvimento da comunidade e a incorporação de novas tecnologias. A oportunidade de que cada aluno se expresse artisticamente conduz a caminhos imprevisíveis e interessantes. Para possibilitar tudo isso, você precisa ter seu próprio espaço de autocuidado e de reflexão.

Gestão de atividades fora da sala de aula As atividades propostas frequentemente sugerem que os alunos trabalhem em espaços escolares fora da sala de aula. A quadra, o pátio, os corredores podem se tornar espaços de criação e de exposição. A BNCC prevê essa exploração, que pode ajudar a tornar a escola um espaço de pertencimento dos alunos. Neste bimestre, as atividades envolvendo a linguagem teatral demandam, por vezes, um espaço amplo. Você pode realizar as práticas na própria sala de aula e pedir ajuda aos alunos para que afastem as carteiras. Em alguns casos, no entanto, a prática pode ser potencializada se realizada em outro espaço da escola. Você pode tomar essa decisão caso a caso, com base nas diferentes experiências vivenciadas pela turma. Seguem algumas orientações para lhe auxiliar nessa empreitada.

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Cuide da comunicação A escola é um espaço comum. É possível que na sua escola já se pratique a utilização criativa dos espaços, mas talvez seja necessário um processo coletivo de adaptação, para que esse hábito não atropele o cotidiano dos demais funcionários e alunos. É interessante começar por uma conversa com a coordenação. Iniciar esse processo com a ciência dos coordenadores lhe ampara em suas escolhas. É importante conhecer as normas e práticas de sua escola: alguns espaços podem precisar de uma reserva antecipada, sendo necessário o preenchimento de formulários para isso; outros têm sua chave sob responsabilidade de determinada pessoa. No caso da quadra, é importante também consultar o professor de Educação Física. Se sentir que a reunião de professores é um ambiente propício, você pode levantar ali a pauta da utilização dos espaços da escola. É possível que você encontre parceiros em seus projetos – podem surgir ideias interessantes para trabalhar em conjunto com professores de outros componentes curriculares. A sala dos professores também é um bom lugar para a elaboração dessas trocas. Vale conversar com os funcionários da secretaria, da cantina, da portaria.

O importante é deixar claro que as exposições e criações artísticas fora da sala de aula não vão desrespeitar o trabalho de seus colegas. Pelo contrário, elas pretendem cultivar a alegria e uma relação construtiva dos alunos com a comunidade escolar.

Construa um passo a passo na experimentação dos espaços

Trabalhar fora da sala de aula pode ser muito estimulante, mas a saída da rotina exige bastante a sua disposição e a dos alunos. Sugerimos que você conquiste gradativamente os diferentes espaços da escola. Você pode começar pela quadra ou por um pequeno pedaço do pátio, por exemplo, e trabalhar gradativamente ao longo do ano até que a turma consiga se distribuir por todo o pátio mantendo a atenção na atividade proposta.

O tempo de aula reservado para isso pode crescer conforme o amadurecimento da turma – de 10 minutos até uma aula inteira fora da sala de aula. A concentração, como qualquer outra habilidade, tende a melhorar quando praticada regularmente. Aos poucos, os alunos vão percebendo que a aula que ocorre fora da sala é tão importante quanto a que ocorre dentro da sala. É também na prática cotidiana que se encontram as melhores maneiras de ocupar o espaço da escola respeitando as outras turmas. É necessário estar atento ao som produzido; em certos locais a exploração sonora é bem- vinda, em outros locais precisa ser evitada para não atrapalhar as demais aulas. Trata-se de um exercício criativo de convivência no espaço público – que pode acolher a todos!

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Fomente a socialização das produções dos alunos

O espaço da escola é público. Planejar a exposição de produções das turmas é uma prática que aumenta a qualidade das aulas de Arte. Criar uma obra sabendo que ela será compartilhada com espectadores agrega muito mais consistência à experimentação artística.

É importante conversar com as diversas turmas para que os momentos de socialização sejam também de troca, e não de superexposição ou de competição. Os alunos devem apresentar seus trabalhos à medida que se sentirem à vontade para tanto. Pode ser interessante dividir em espaços coletivos trabalhos em processo, e não apenas as obras finalizadas. Cultivar o prazer no compartilhamento das produções é um aspecto importante para o seu trabalho. Se for possível, incentive a realização de conversas sobre as apresentações. A arte pode tornar-se um catalisador de reflexões e bons encontros entre toda a comunidade escolar e a não escolar.

Experiências culturais extraclasse

A arte pode agregar muito ao espaço da escola. Ao mesmo tempo, a realização de visitas planejadas torna a vivência cultural da turma mais significativa. Esse trânsito entre escola e cidade por meio da Arte tem muito a contribuir com as aulas.

A linguagem teatral nem sempre faz parte do cotidiano dos alunos. Em um bimestre dedicado ao teatro, ir a um espetáculo com a turma pode propiciar uma vivência especial. Ao assistir a uma peça ao vivo, diversos conceitos estudados na coleção passam a fazer muito mais sentido.

É verdade que existem desafios envolvendo a saída da escola em horário de aulas. Mudanças no cotidiano trazem novos receios, assim como novas alegrias e bons encontros. Oferecemos aqui algumas sugestões para tornar esse processo menos solitário.

Alimente sua própria vivência cultural

As visitas planejadas partem do seu repertório. É interessante que você conheça a programação cultural de sua cidade e da região em torno da escola. Essa investigação não precisa ser encarada como uma tarefa pesada – ela deve partir de seus interesses, de suas disponibilidades e de seu desejo.

Vale lembrar que o museu é um espaço importante, mas não é a única alternativa para as visitas planejadas. Algumas cidades não possuem essa oferta de museus, mas a cultura brasileira é muito rica e muito diversa! Você pode investigar os centros culturais, feiras de cultura regional, sítios de patrimônio histórico, teatros, praças que abriguem eventos de arte de rua. A dica é valorizar a cultura local!

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Dialogue com a coordenação e com os demais professores

As visitas planejadas são importantes para o desenvolvimento global do aluno, e não apenas para o componente curricular Arte. Explorar a cidade com um olhar interessado provoca aprendizagens de todos os tipos. É possível que professores de outros componentes se interessem por construir a visita em parceria com você. A coordenação também pode ter boas sugestões e lhe ajudar nos acertos com a instituição escolar.

Dividir a responsabilidade das saídas com outro professor alivia bastante as preocupações com a turma. Além disso, abre o olhar dos alunos para uma maior complexidade: o professor de Geografia pode incluir no roteiro perguntas sobre a organização da cidade, o professor de História pode atentar para as mudanças da cidade ao longo do tempo, e assim por diante.

Articule os detalhes da visita com o espaço, com os alunos e com os pais ou responsáveis

É importante que o espaço a ser visitado esteja preparado para receber os seus alunos. Alguns centros culturais podem oferecer visitas guiadas; em certos espaços é necessário fazer reservas com antecedência. Em outros casos, a visita é espontânea – o importante é conhecer como funciona cada espaço. Privilegie atividades gratuitas. Se alguma atividade cobrar ingressos, é importante conferir se isso é viável para os alunos (tomando o cuidado de não expor nenhum deles).

Vale conversar com os alunos sobre a organização da visita. Entrar em acordo com antecedência sobre os detalhes da saída torna o dia em si muito mais gostoso! Combine os horários de saída e de chegada, o modo de transporte, veja se será o caso de fazer uma pausa para comer em algum momento e peça que os alunos tragam um lanche, se for o caso.

Outro passo fundamental é informar os pais ou responsáveis dos alunos sobre essa visita. Geralmente cada escola tem um modelo de autorização que deve ser enviada a eles e devolvida assinada. Esse documento é importante porque atesta que os responsáveis estão cientes da saída da escola. Se sua escola tiver uma Associação de Pais e Mestres ativa, você pode fomentar as conversas sobre as visitas nesse espaço.

Busque a calma e as parcerias para lidar com imprevistos

Sair do cotidiano traz novas questões, e não é possível controlar todas as variáveis. Mudanças no clima, atrasos, trânsito fazem parte! Se você estiver acompanhado de outro professor, aproveite essa parceria para resolver os problemas. Dependendo do equipamento cultural, podem existir monitores ou funcionários que estarão ali para lhe auxiliar. Vale também aceitar a colaboração dos próprios alunos. Manter a comunicação com a escola ajuda: em caso de atrasos, por exemplo, vale telefonar para informar a secretaria. O importante é manter o cuidado com a turma e cultivar o prazer das descobertas.

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Uso de recursos tecnológicos

A questão do uso de computadores já foi abordada no item 3 (Relação entre a prática didático- pedagógica e o desenvolvimento de habilidades). Também será debatida no item abaixo – registro das atividades. Seguem algumas observações específicas sobre o trabalho com equipamentos tecnológicos.

Conheça os equipamentos da escola – o que ela oferece e quais os procedimentos de utilização Os equipamentos eletrônicos estão cada vez mais acessíveis, e as escolas têm se tornado progressivamente mais equipadas. É interessante que você conheça o que a sua escola oferece e quais são os procedimentos para a sua utilização. Existe uma sala de vídeo, um projetor, uma sala de informática, equipamentos de som? É preciso reservar com qual antecedência? Aproveitar os recursos disponíveis na escola pode ajudar muito no trabalho proposto nesta coleção, especialmente na seção “Hora da troca”.

Trabalhe com os recursos dos próprios alunos Cada vez mais jovens utilizam telefones celulares, mas nem todos possuem um. É preciso lidar com essa questão com delicadeza. Ninguém é obrigado a ter um celular. É importantíssimo que os alunos não entrem em competição a respeito de quem tem o melhor celular. É necessário que os telefones não sejam uma presença constante nas aulas – diversas atividades precisam de concentração exclusiva, e esse objeto pode provocar distrações.

Ao mesmo tempo, celulares e computadores serão ferramentas úteis para diversos processos. É possível filmar, fotografar, editar vídeos e áudios, pesquisar referências. A chave aqui é a não competição e, na medida do possível, o compartilhamento dos recursos entre os alunos.

Encontre uma maneira confortável de dispor de seus próprios recursos É comum que, em certas atividades, você ofereça seu próprio celular ou computador para facilitar alguma etapa criativa ou registro. Certos professores decidem trazer outros materiais de casa, quando a escola não dispõe de determinado recurso. O importante é que isso não se torne uma obrigação ou um peso a mais para você. A sugestão é que você experimente em quais situações se sente confortável para disponibilizar objetos pessoais no trabalho. Estabeleça as possibilidades e os limites conforme se sentir bem. Respeitar-se é fundamental para a sua saúde e para sua relação com os alunos.

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Registro das atividades A questão do registro das atividades escolares encontra-se hoje em um território complexo. Por um lado, as novas tecnologias têm invadido o cotidiano: tudo vira fotografia, qualquer ocasião pede uma filmagem. Esses recursos (frequentemente oferecidos pelos telefones celulares), quando bem utilizados, são preciosos. Por outro lado, gerar imagens em excesso não significa necessariamente elaborar a experiência vivida. As aulas de Arte podem auxiliar os alunos nesta reflexão sobre o registro.

Valorize as produções artísticas em si

Um desenho, uma coreografia, uma canção ou uma cena teatral condensam nelas mesmas uma série de reflexões. Converse com a turma sobre essa capacidade da obra de arte materializar debates, sentimentos, sensações. Recomende aos alunos que organizem suas produções e registros ao longo de todo o ano. Ao juntar o trabalho do ano inteiro, o aluno pode perceber seu crescimento e lembrar das experimentações vividas. Ressalte que vivenciar essas experiências é mais importante que documentá-las.

Incentive a escrita como forma de registro

Ao longo de cada ano as experiências nas aulas vão mobilizar diversos temas e procedimentos formais. Vale privilegiar o antigo recurso de registro que é a escrita. É interessante que cada aluno tenha um diário de bordo, um caderno, de preferência sem pauta, no qual ele possa anotar pensamentos e sentimentos. As informações contidas nesse caderno não precisam ser avaliadas, não se trata, nesse caso, de um mecanismo de controle sobre a aprendizagem. Pelo contrário, o caderno pode ser um lugar livre, de elaboração do que está sendo vivido.

Nesse sentido, pode ser interessante que você também tenha seu próprio diário de bordo. Pode ser um caderno com subdivisões para cada turma, ou um pequeno bloco para cada sala. O interessante é que você também encontre, entre tantos alunos e tantas turmas, o espaço para registrar e pensar sobre o dia a dia.

Reflita coletivamente sobre como utilizar filmagens, fotografias e gravações de voz

Uma fotografia pode ser uma obra de arte. Um vídeo ou a gravação de uma canção também. É interessante discutir as diferenças entre a fotografia artística e a fotografia como simples forma de registro, e pensar sobre gradações e nuances entre essas categorias.

Partindo do pressuposto de que o processo interessa mais que o produto, é possível combinar maneiras criativas de registrar as etapas das criações em Arte. Pode haver, por exemplo, um aluno

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responsável por registrar cada processo (em cada capítulo ou atividade) em forma de fotografias. Isso evita a banalização dos materiais – é a vez daquele aluno fotografar, e ele vai valorizar cada escolha.

No caso das artes performativas, é importante valorizar o momento presente. O espectador deve viver o aqui e agora da obra. Filmar uma peça teatral ou uma apresentação de dança pode prejudicar essa experiência de ser espectador, pois se olha através de câmeras o que se poderia ver ao vivo. É possível escolher quando e o que filmar.

Por fim, reflita coletivamente sobre a melhor maneira de socializar esses registros. As redes sociais apresentam certa tentação de tornar tudo público. Vale escolher o que se deseja socializar, e com qual mediação. Trata-se inclusive de um pacto de confiança: resguardar o que diz respeito apenas àquele coletivo, e compartilhar o que for acordado.

5. Acompanhamento do aprendizado dos alunos Acompanhar a aprendizagem em Arte demanda um olhar sensível e atento ao processo de cada aluno. Aqui não existe o momento específico da prova. É o processo, e não o produto, que é seu objeto de avaliação.

A avaliação de um aluno não se dá pela comparação com os demais, e sim com o estágio em que ele próprio se encontrava no bimestre anterior. A ausência de uma única resposta “correta” para cada atividade abre a possibilidade de o aluno se desenvolver trilhando diferentes caminhos. Oferecer propostas diversificadas, como as sugeridas pelo livro, é uma maneira de potencializar as múltiplas possibilidades de criação.

Uma das especificidades da Arte (que é explorada nesta coleção) é que esse componente curricular inclui quatro linguagens diferentes. Isso gera um dado interessante: o mesmo aluno pode ter facilidade em uma linguagem e dificuldade em outra. Conversar sobre isso contribui muito para o dia a dia na sala de aula. Quando um aluno enxergar um obstáculo, vale lembrá-lo de sua tranquilidade para criar em outra linguagem artística. As trocas entre os indivíduos são aqui muito ricas: você pode incentivar os alunos a colaborar uns com uns outros, equilibrando suas aptidões.

Como mencionamos no item 3 deste plano, o componente curricular Arte frequentemente é cercado pela problemática noção de “dom”. É importante desconstruir essa ideia, que possui um fundo aristocrático: pressupõe que certas pessoas nascem com determinada habilidade, e que as demais jamais vão desenvolver aptidões artísticas. Você deve esclarecer que as habilidades são fruto de trabalho e que, para desenvolvê-las, é necessário realizar processos formativos em Arte. Claro que existem facilidades e dificuldades apresentadas inicialmente por cada indivíduo. No entanto, por meio do exercício cotidiano, dificuldades iniciais podem ser superadas, abrindo espaço para a Arte como veículo de expressão e comunicação.

Mesmo sem a aplicação de provas, existem critérios para a avaliação em Arte. Deixe claro quais são esses critérios para que o aluno compreenda o que se espera dele e dos seus colegas. Dessa forma,

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a turma também ganha confiança na sua condução e nas suas propostas. Deve-se avaliar: a disponibilidade para cooperação e para colaboração; o interesse e a busca por desempenho cada vez melhor nas atividades propostas; a disposição de experimentar, ousar, o entendimento de que o erro pode ser bem-vindo em arte; a capacidade de investigar, buscar soluções, copiar e modificar os modelos; ter disposição para se colocar nos debates de forma legítima; respeitar e incluir as ideias dos outros nos trabalhos coletivos. Você pode incluir mais critérios ou modificar a formulação destes para respeitar seu método de trabalho e o contexto escolar em que você atua.

Uma ferramenta que complementa o Plano de desenvolvimento é a Ficha de acompanhamento das aprendizagens. Nela, você poderá registrar como cada aluno lidou com cada habilidade trabalhada ao longo do bimestre. Esse registro pode lhe auxiliar no planejamento das aulas e também ser utilizado nas reuniões avaliativas (tanto reuniões de professores como reuniões com os familiares dos alunos).

Recomendamos três formas de avaliação em Arte: a avaliação individual, a avaliação coletiva e a autoavaliação, como se verá a seguir.

Avaliação individual

A avaliação individual, que em outros componentes é a mais frequente, aqui só deve ser utilizada nos casos em que o aluno não estiver acompanhando a turma. Um aluno tímido, com dificuldades de se expressar, pode demandar esse formato em alguma ocasião. Não se trata de penalizá-lo, e sim de acolhê- lo. Vale incentivá-lo a participar das atividades coletivas nas próximas ocasiões.

É essencial acompanhar de forma próxima os alunos que necessitem de maior investimento na aquisição das habilidades previstas, para que todos tenham condições de avançar em suas aprendizagens. Claro que você é responsável por toda a turma e precisa dividir suas atenções. Mas a abertura para a conversa, nos momentos em que a dinâmica da sala de aula permitir, contribui muito para a qualidade do processo educativo.

Avaliação coletiva

A criação em Arte muitas vezes acontece em grupo; existem grupos de teatro, companhias de dança, conjuntos musicais, coletivos de criação em Artes Visuais. Na sala de aula, as atividades em grupo contribuem para a socialização dos alunos. Elas também oferecem uma maneira mais solidária (e menos solitária) de enfrentar os desafios.

É interessante variar a maneira de dividir os grupos. Dessa forma, os alunos aprendem a se organizar por conta própria, reunindo-se com pessoas com as quais têm afinidade e interesses parecidos. Por outro lado, nos momentos em que você organiza os grupos, os alunos podem exercitar a habilidade de trabalhar em equipe com parceiros diversificados. Em todos os casos, o aluno desenvolve sua capacidade de expressão e também de escuta do outro – o senso de alteridade.

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Autoavaliação

A autoavaliação é uma maneira de o próprio aluno perceber em quais aspectos ele se aprimorou e quais dificuldades ainda merecem ser enfrentadas. Esse instrumento avaliativo explicita para a turma que a comparação entre produtos finais não é fundamental; para o componente curricular Arte, o que interessa é como cada aluno pode se desenvolver.

É essencial que a autoavaliação seja realizada por escrito, a partir de questões norteadoras propostas por você. Ao lidar com um enunciado claro, o aluno encontra contornos que o auxiliam a reflexão sobre o próprio processo de aprendizagem.

No Livro do Estudante existem seções dedicadas à autoavaliação. Nelas, são apresentadas perguntas específicas relacionadas com a atividade realizada no capítulo. Sugerimos aqui algumas questões adicionais, que podem ser reformuladas de acordo com o seu método de ensino e o contexto específico em que você leciona:

• Como foi a sua participação em aula? • Como foi a sua participação nos trabalhos em grupo? (Você colaborou para a realização das propostas? Escutou e incluiu as propostas dos colegas?). • Em quais aspectos você se desenvolveu ao longo do bimestre? • Quais foram as suas maiores dificuldades? • Como foi a sua frequência? (Você esteve presente na maioria das aulas? Ou teve muitas faltas?). • Como foi a sua participação nas visitas planejadas? (Caso tenham ocorrido visitas neste bimestre).

6. Fontes de pesquisa para uso em sala de aula ou para apresentar aos alunos Este bimestre é dedicado aos gêneros Tragédia e Comédia, e mais amplamente, à discussão sobre o lugar social do riso e sobre as possibilidades do trágico na contemporaneidade. O conceito de encenação teatral também é estudado, além disso são propostas atividades de experimentação com os diferentes recursos expressivos do teatro. Seguem algumas fontes extras para trabalhar com os alunos.

BUARQUE, Chico; PONTES, Paulo;FERREIRA, Bibi. Gota d’água. Disco completo. 1977. Disponível em: . Acesso em: 31 out. 2018. Neste link você tem acesso ao álbum Gota d’água, lançado em 1977. Esse foi um desdobramento da obra teatral de mesmo nome, estudada no Capítulo 5. Há faixas com canções interpretadas pelo coro e pela personagem Joana, e também falas

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da mesma personagem – interpretadas pela atriz , que estrelava a montagem.

Companhia do Latão. Canções de cena. Disponível em: . Acesso em: 31 out. 2018. A Companhia do Latão, já estudada em outros capítulos, gravou em CD algumas de suas composições musicais para teatro. Neste link é possível escutar algumas faixas. Um bom material para aprofundar o estudo sobre sonoplastia.

EURÍPIDES. Medeia. Disponível em: . Acesso em: 31 out. 2018. Estudamos a peça Gota d’água, de e Paulo Pontes, e vimos que ela é baseada em uma tragédia grega: Medeia. Neste link, você tem acesso à dramaturgia completa da Medeia de Eurípides, que data de 431 a.C. O texto é extenso, mas é possível selecionar trechos para trabalhar em sala de aula.

IMPÉRIO, Flávio. Cenografia e figurino. Disponível em: . Acesso em: 31 out. 2018. Aprendemos sobre a importância da cenografia e do figurino em uma encenação teatral. Flávio Império foi um importante artista dessas áreas. Na página indicada, você acessa desenhos e fotografias de suas criações, além de textos sobre a obra e informações biográficas.

MONTYPYTHON (site oficial – em inglês). Disponível em: . Acesso em 31 out. 2018. O site traz vasta documentação sobre criações e atualidades desse grupo que se dedicou ao humor para televisão, cinema e outras mídias a partir de 1969. No site do grupo hea vasta documentaçnao sobre suas criações e atualidades.

SHAKESPEARE, William. A megera domada. Disponível em: . Acesso em: 31 out. 2018. William Shakespeare foi um dramaturgo muito importante, conhecido por produzir tragédias e comédias no contexto do teatro elisabetano. A peça A megera domada é uma de suas comédias mais famosas. Você pode escolher trechos para trabalhar com os alunos. A peça foi escrita em 1596: será possível discutir sobre as mudanças históricas envolvendo o lugar social da mulher.

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7. Projeto integrador

Pinturas vivas do Modernismo brasileiro

Tema Reprodução cênica de obras do Modernismo brasileiro

Problema central Como pensar a transposição das pinturas do Modernismo para o formato de cena? enfrentado

Produto final Pinturas vivas de quadros do Modernismo

Justificativa

O projeto Pinturas vivas do Modernismo brasileiro traduz a pintura para a linguagem teatral. Por meio da criação de uma pintura viva (ou tableau vivant, conforme se define esse tipo de representação em francês), os estudantes vão aprofundar os entendimentos sobre linguagem teatral e o Modernismo brasileiro, fazendo um exercício de tradução entre linguagens que se baseia na criação de uma cena teatral estática, a partir de uma pintura de um artista modernista.

O projeto promove a análise das obras selecionadas e estimula a criatividade e diferentes habilidades para a recriação cênica a partir dos recursos disponíveis. Durante o processo de criação e produção, os estudantes, com base na perspectiva dos modernistas, analisam temas atuais como a desigualdade social, a formação da identidade nacional e suas diferentes matrizes culturais – africana, indígena e europeia. Assim, é possível se aproximar dos diferentes pensamentos, estratégias e técnicas dos artistas da época na elaboração das obras.

Este projeto favorece o desenvolvimento de competências gerais presentes na BNCC, pois permite:

3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais – especialmente aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade brasileira –, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as nas criações em Arte.

5. Mobilizar recursos tecnológicos como formas de registro, pesquisa e criação artística.

Além disso, o projeto privilegia o trabalho coletivo e também possibilita o desenvolvimento de relações interpessoais e o compartilhamento de desafios entre os estudantes, indo ao encontro da seguinte competência geral geral:

8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.

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Objetivos gerais

• Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte. • Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes. • Explorar, conhecer, fruir e analisar, criticamente, práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social e de diversas sociedades, em distintos tempos e contextos, para reconhecer e dialogar com as diversidades. • Compreender a historicidade no tempo e no espaço, relacionando acontecimentos e processos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais, bem como problematizar os significados das lógicas de organização cronológica. • Identificar interpretações que expressem visões de diferentes sujeitos, culturas e povos com relação a um mesmo contexto histórico, e posicionar-se criticamente com base em princípios éticos, democráticos

Objetos de Disciplina Unidades temáticas Habilidades conhecimento (EF69AR26) Explorar diferentes elementos Elementos da envolvidos na composição dos acontecimentos Arte Teatro linguagem cênicos (figurinos, adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários. (EF69AR28) Investigar e experimentar diferentes Arte Teatro Processos de criação funções teatrais e discutir os limites e desafios do trabalho artístico coletivo e colaborativo. Primeira República e suas características O nascimento da (EF09HI05) Identificar os processos de urbanização e República no Brasil e os História Contestações e modernização da sociedade brasileira e avaliar suas processos históricos até dinâmicas da vida contradições e impactos na região em que vive. a metade do século XX cultural no Brasil entre 1900 e 1930 O nascimento da (EF09HI07) Identificar e explicar, em meio a lógicas A questão indígena República no Brasil e os de inclusão e exclusão, as pautas dos povos História durante a República processos históricos até indígenas, no contexto republicano (até 1964), e das (até 1964) a metade do século XX populações afrodescendentes. Integração mundial e (EF09GE05) Analisar fatos e situações para suas interpretações: compreender a integração mundial (econômica, Geografia Conexões e escalas globalização e política e cultural), comparando as diferentes mundialização interpretações: globalização e mundialização. Leitura e elaboração de (EF09GE15) Comparar e classificar diferentes regiões mapas temáticos, Formas de do mundo com base em informações populacionais, croquis e outras formas Geografia representação e econômicas e socioambientais representadas em de representação para pensamento espacial mapas temáticos e com diferentes projeções analisar informações cartográficas. geográficas

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Duração

A duração do projeto integrador Pinturas vivas do Modernismo brasileiro é de seis aulas (de 45 minutos cada) ou 1 mês e meio.

Material necessário

No fase inicial do projeto, serão necessárias fontes indicadas por você para orientar a escolha dos estudantes. As obras do Modernismo brasileiro selecionadas servirão de inspiração para a criação das pinturas vivas.

A elaboração das pinturas vivas vai demandar alguns objetos para compor as cenas sugeridas pelos estudantes. O interessante é adequar diferentes materiais, objetos ou figurinos que, eventualmente, podem ser trazidos de casa para uso dos alunos nas próprias criações. Um aparelho de som para as trilhas sonoras das cenas também será necessário.

Desenvolvimento

Etapa 1

Pesquisa

Estabeleça algumas diretrizes do projeto com os estudantes. Oriente-os a formar e, posteriormente, a trabalhar em grandes grupos. Explique que assim o processo de reproduzir cenicamente as obras selecionadas vai se tornar mais dinâmico.

Ressalte que eles devem pesquisar e selecionar uma obra do Modernismo brasileiro para realizar a transposição para uma pintura viva. Sugira alguns nomes como Tarsila do Amaral (1886- 1973), Cândio Portinari (1903-1962), Lasar Segall (1891-1957), Cícero Dias (1907-2003), Maria Martins (1894-1873), Ismael Nery (1900-1934), Vicente do Rego Monteiro (1899-1970), Guignhard (1896- 1962), Flávio de Carvalho (1899-1973), Goeldi (1895-1961), Carlos Scliar (1920-2001), entre outros.

Após a escolha da obra estimule os estudantes a pesquisar as suas características: dados sobre o autor, contexto social durante a produção, modo de execução, influências externas, propósito estético e social da obra, entre outros aspectos. Ressalte que as informações serão úteis no processo de adaptação para a linguagem cênica.

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Etapa 2

Produção

Estimule os estudantes a fazer uma análise minuciosa dos elementos que compõe a obra escolhida. Oriente-os a fazer os seguintes questionamentos na leitura e na análise da obra:

1. Sobre as personagens: Há figuras humanas ou de outros seres vivos representadas? Elas estão realizando alguma ação? Que relações elas parecem estabelecer entre si e com o ambiente a sua volta?

2. Sobre o cenário: É possível reconhecer algum espaço, paisagem ou ambiente específico na pintura? Que objeto ou elementos fazem parte da paisagem? Qual a distância que os elementos na pintura parecem ter entre si?

3. Sobre o estilo e a técnica: Que cores e formas se destacam na pintura? Os elementos representados na pintura estão retratados de uma maneira realista ou estilizada? Por que o autor escolheu essa maneira para realizar a pintura?

Etapa 3

Criação

Com base nas informações obtidas na análise da obra, oriente-os na realização da pintura viva. Reforçe que eles devem manter um elemento que faça referência à obra escolhida. Lembre-os de que os objetos e elementos também pode ser presentados por atores.

A pintura viva deve ser estática. Durante os ensaios proponha, como treinamento, que os estudantes permaneçam parados durante a execução de uma música, que pode também ser usada como trilha durante a encenação. Diga que a sonoplastia ajudará a expressar o sentido que os alunos pretendem transimtir com a criação.

Durante os ensaios, lembre-os de que os menores movimentos são percebidos pela plateia. O uso de textos e de deslocamentos pode ser opcional se ajudarem a compor o sentido que os estudantes buscam, mas insista que a pintura viva é estática. Estimule-os a fazer ajustes espaciais e a inserir elementos para compor a cena. Recorde, também, que a iluminação de determinados espaços cria diferentes efeitos visuais.

Proponha três ou quatro dias de ensaios para que os alunos possam conseguir criar os materiais que usarão em cena e tenham tempo suficiente para reorganizar e testar outras possibilidades.

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Etapa 4

Apresentação

Depois de ensaiadas e finalizadas todas as pinturas vivas, auxilie os alunos falando sobre as possíveis maneiras de expor o trabalho. Ao exibir as pinturas vivas para outras turmas ou para a comunidade escolar, lembre os alunos de disponibilizarem a pintura original para o público. É possível pensar também em registros fotográficos das pinturas vivas para exposição e posterior discussão com a turma.

Proposta de avaliação das aprendizagens

A avaliação pode ser feita a partir da relação entre a obra selecionada e sua criação e, também, sobre a criatividade empregada na exposição da cena. Você pode se orientar pelas seguintes perguntas:

1. O estudante reconhece o tema e forma utilizados na obra?

2. O estudante faz proposições criativas para a transposição da obra para a cena?

3. Como a perspectiva crítica do estudante sobre o assunto da obra influencia na criação das pinturas vivas?

4. O trabalho em grupo favorece o contato com diferentes ideias e perspectivas sobre o tema? Todos estão entendendo a obra realizada?

Para saber mais –aprofundamento para o professor

POIVERT, Michel. Notas sobre a imagem encenada, paradigma reprovado da história da fotografia?. Porto Arte: Revista de Artes Visuais, [S.l.], v. 21, n. 35, ago. 2017. Disponível em: . Acesso em: 21 out. 2018. O autor propõe reflexões acerca da noção de imagem encenada, apresentando sua história e teóricos que se dedicaram ao tema, estabelecendo também relações entre a linguagem fotográfica e a noção de teatralidade das artes cênicas.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 3º bimestre – Ficha de acompanhamento das aprendizagens

Escola:

Professor:

Turma:

Expectativa de aprendizagem

[Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno]

(EF69AR03) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos etc.), gráficas (capas de livros,

ilustrações de textos diversos etc.), cenográficas, coreográficas, musicais etc. Artesvisuais

(EF69AR24) Reconhecer e apreciar artistas e grupos de teatro brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas, investigando os modos de criação, produção, divulgação, circulação e organização da atuação profissional em teatro. (EF69AR25) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no tempo

e no espaço de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética teatral.

(EF69AR26) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos Teatro cênicos (figurinos, adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários. (EF69AR27) Pesquisar e criar formas de dramaturgias e espaços cênicos para o acontecimento teatral, em diálogo com o teatro contemporâneo.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 3º bimestre – Ficha de acompanhamento das aprendizagens

(EF69AR28) Investigar e experimentar diferentes funções teatrais e discutir os limites e desafios do trabalho artístico coletivo e colaborativo.

(EF69AR29) Experimentar a gestualidade e as construções corporais e vocais de maneira imaginativa na improvisação teatral e no jogo cênico.

(EF69AR30) Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos (música, imagens, objetos etc.), caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sonoplastia e considerando a relação com o espectador. (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social,

cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

(EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.). (EF69AR35) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, Artesintegradas apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.

Legenda:

Atingiu plenamente: o estudante compreende e aplica os principais conceitos ou processos da habilidade.

Atingiu parcialmente: o estudante começou a compreender e aplicar os principais conceitos ou processos da habilidade.

Não atingiu: o estudante não compreendeu os principais conceitos ou processos da habilidade.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 3º bimestre – Ficha de acompanhamento das aprendizagens

Questões para nortear as discussões sobre a aprendizagem dos estudantes nas reuniões pedagógicas da escola

1. O aluno participa dos debates em sala de aula, fazendo reflexões sobre os temas levantados e respeitando as colocações dos colegas?

2. O aluno participa dos trabalhos em grupo, exercendo a cooperação e contribuindo para o trabalho coletivo?

3. O aluno realiza as experimentações propostas, mobilizando sua criatividade, expressividade e imaginação?

4. O aluno trabalha nas pesquisas propostas, exercendo sua curiosidade e socializando as descobertas realizadas?

5. O aluno se empenha nas atividades, superando dificuldades técnicas e desenvolvendo-se nas seis dimensões do conhecimento (criação, crítica, estesia, expressão, fruição e reflexão)?

Principais conquistas apresentadas pela turma

Principais dificuldades apresentadas pela turma

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 3º bimestre – Ficha de acompanhamento das aprendizagens

Conteúdo a ser retomado no início do próximo bimestre

Ações de acompanhamento de aprendizagem para os alunos com maior dificuldade

Outras observações relevantes

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 3º bimestre – Sequência didática 1

Ação e improvisação Duração: 3 aulas Referência do Livro do Estudante: Capítulo 5

Relevância para a aprendizagem Esta sequência didática propõe exercícios de improvisação para o teatro que incentivam a pensar na criação cênica como trabalho coletivo, envolvendo atenção, interesse pelo outro e consciência das ações representadas. Com isso, o aluno deverá ter oportunidade de experimentar formas colaborativas de criação teatral fruto de jogos e exercícios de improvisação, exercitando a capacidade de trabalhar em grupo e de produzir acontecimentos cênicos.

Objetivos de aprendizagem

• Transitar por exercícios de improvisação ligados à ação objetiva. • Refletir sobre a ideia de representação no teatro. • Trabalhar coletivamente na criação de uma cena.

Objetos de conhecimento e habilidades (BNCC)

Unidades temáticas Objetos de conhecimento Habilidades (EF69AR29) Experimentar a gestualidade e as construções corporais e vocais de maneira imaginativa na improvisação Teatro Processos de criação teatral e no jogo cênico.

(EF69AR30) Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos (música, Teatro Processos de criação imagens, objetos etc.), caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sonoplastia e considerando a relação com o espectador.

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Desenvolvimento Aula 1 – Jogo de visualização

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula com carteiras afastadas, sala própria para aula de teatro, quadra ou pátio. Organização dos alunos: livremente pelo espaço reservado para a atividade.

Atividade 1 – Aquecimento: corrida em câmera-lenta (20 minutos)

Inicie a aula com este jogo de aquecimento; ele tem a função de descontrair o ambiente e trabalhar com musculaturas e articulações do corpo pouco utilizadas no cotidiano. Divida a turma em grupos de seis a oito alunos. Cada grupo deverá interpretar competidores no fim de uma corrida. Os competidores deverão se alinhar em um dos extremos do espaço e encenar a corrida até o outro extremo. Diferentemente das corridas habituais, entretanto, o vencedor desta não será quem chegar primeiro, mas quem chegar por último. Para isso, deverão seguir essas regras: 1) Dada a largada, é proibido ficar parado. Deve existir movimento por menor e mais lento que seja (quem ficar imóvel é eliminado). 2) O movimento deve ser sempre linear, em direção ao ponto de chegada. 3) Não pode haver contato com outro corredor.

Selecione no máximo dois grupos por vez, estabelecendo rodadas. Os alunos que estão assistindo devem ajudar na fiscalização e, principalmente, observar como o corpo de cada um se comporta durante a corrida, quais as dificuldades, quais os apoios mais utilizados, etc. Estabeleça um tempo máximo para cada rodada, de modo que todos os alunos tenham oportunidade de participar da corrida. Caso haja estudantes demorando em demasia, incentive-os a concluir o percurso com alguma celeridade – é preciso que haja um equilíbrio entre a lentidão do movimento e a conclusão da corrida. Conforme as rodadas se encerram, haverá vencedores. Se houver tempo hábil, promova eliminatórias entre eles, culminando em uma corrida final. Após o aquecimento, converse brevemente com a turma sobre as sensações que tiveram, quais músculos e articulações foram mais utilizados e o que foi mais difícil fazer.

Atividade 2 – Jogo de visualização (25 minutos)

Organize a turma em grupos de três ou quatro integrantes. Peça para cada grupo escolher um esporte, se posicionar diante da turma e, por dois ou três minutos, encenar o ato de assistir a uma competição deste esporte. Pode ser um jogo de futebol, uma corrida de cavalos, uma luta de boxe. Peça apenas para que os participantes assistam, sem nenhum tipo de fala. Oriente-os a se esforçar ao máximo para imaginar situações que estejam acontecendo de fato, articulando reações e emoções e não apenas representar trejeitos estereotipados.

Os alunos devem buscar envolver o corpo nos exercícios, isto é, com base na imaginação do que veem, podem deixar o corpo todo reagir com posturas, movimentos, gestos e atitudes físicas.

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Durante o exercício, sublinhe os momentos em que o corpo deve estar ativo no ato de assistir, enfatizando também os momentos em que há reações estereotipadas.

Depois que todos os grupos realizarem o exercício, converse com a turma sobre as diferenças que há entre uma imaginação e reação viva e a imitação premeditada. Assinale a força dos momentos em que o corpo esteve envolvido no ato de assistir a uma competição. Pergunte, ainda, se acham que o aquecimento da corrida em câmera lenta influenciou no jogo de visualização.

Aula 2 – Ação, espaço e personagem

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula com carteiras afastadas, quadra, pátio ou uma sala para aula de teatro. Organização dos alunos: livremente, pelo espaço reservado para a atividade. Recursos e/ou material necessário: papel sulfite ou caderno, lápis preto ou caneta.

Atividade 1 – Dois jogos de aquecimento: espera do ônibus e a máquina (15 minutos)

Forme uma roda com os alunos e peça para cada um escolher uma idade (que não seja a própria). Então, um de cada vez vai até o centro da roda e desempenha uma ação de esperar um ônibus, imaginando-se com a idade escolhida. Os alunos não devem utilizar nenhum recurso verbal, mas apenas imaginar que têm a idade escolhida e, com isso, elaborar uma postura física e uma movimentação específica, começando com a respiração. Não devem mimetizar um corpo com a idade escolhida utilizando soluções fáceis e previsíveis. Ao fim de cada atuação, pergunte à turma se foi possível deduzir qual era a idade.

Mantenha a roda e diga para um dos alunos se posicionar no centro. Ele deverá propor um movimento curto que se repita com constância e ritmo. Em seguida, outro participante entra na roda e propõe um movimento que interaja com o primeiro, criando uma sequência. Todos os alunos deverão entrar na roda e, cada um por seu turno, agregar um movimento à sequência, até que isso resulte em uma grande máquina, composta dos movimentos de todos. Então, o aluno que começou o exercício deverá sair e observar a máquina de fora, seguido pelo segundo, e assim sucessivamente até que todos tenham saído e a máquina se desfaça.

Atividade 2 – O quê? Onde? Quem? (30 minutos)

Organize a turma de modo que forme um espaço de improvisação em uma das metades da sala e, na outra metade, ficará o público. Um dos alunos deve imaginar uma ação simples, como pintar uma parede, varrer o chão, ler um livro. Além disso, deve estar claro o espaço onde essa ação ocorrerá e, por fim, quem a realiza (personagem). O aluno que imaginou deve entrar no espaço de cena e desempenhar a ação. Enquanto os demais assistem, devem tentar entender qual é a ação, onde ela acontece e quem a executa. Quando alguém achar que já a compreende, deve entrar na improvisação

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e propor algo que componha a cena. Eles devem usar a fala só quando for estritamente necessário. A cena deve receber novos interventores até que a improvisação seja realizada por cinco alunos. Quando isso ocorrer, interrompa e comece outra improvisação com os alunos que ainda não participaram. Repita o processo até que todos participem.

Após o exercício, os alunos devem se manter nos mesmos grupos das improvisações e, no tempo restante de aula, elaborar um roteiro para uma cena, inspirada no exercício. O grupo deve definir a cena baseado nestas perguntas: Onde se passará? Quem são os participantes? Quais ações estão envolvidas? O roteiro deve ser simples e objetivo, com poucas palavras, e pode ser escrito em uma folha de papel ou no caderno.

Aula 3 – Cenas a partir do improviso

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula com carteiras afastadas, sala própria para aula de teatro, quadra ou pátio. Organização dos alunos: livremente, pelo espaço reservado para a atividade. Recursos e/ou material necessário: aparelho de fotografia e filmagem, como celular.

Divididos em grupos, os alunos devem elaborar as bases de uma improvisação. Para isso, devem planejar apenas as coordenadas que organizam a cena – onde se passa, quem são os envolvidos e quais as ações. Em seguida, organize a ordem das apresentações. Peça para que um aluno fotografe e outro filme cada cena improvisada.

No fim das apresentações, converse com a turma sobre o processo, utilizando os registros. Pergunte como foi criar uma cena coletivamente com jogos de improvisação. Assinale a amplitude de possibilidades que a cena ganha quando os parâmetros de ação, personagem e espaço estão definidos objetivamente. Peça aos alunos que apontem momentos nos quais ficaram mais claras as coordenadas das cenas e que comparem com outros momentos em que se evidenciou alguma imprecisão. Deixe que os alunos falem sobre as dificuldades de criação e sobre as descobertas que fizeram nos exercícios e na elaboração do roteiro.

Aferição do objetivo de aprendizagem A avaliação do processo de aprendizagem pode ser realizada por meio das atividades propostas nesta sequência didática e deve considerar o desenvolvimento individual de cada um dos alunos.

Em um primeiro momento, espera-se que os alunos sejam capazes de se engajar nos jogos teatrais propostos e que consigam refletir sobre a ideia de representação e improvisação a partir dessas práticas. Em um segundo momento, é esperado que os alunos exercitem um trabalho de composição teatral de forma coletiva por meio dos jogos propostos, apreendendo o significado estético da ação, personagem e espaço para a criação teatral.

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Questões para auxiliar na aferição

Além das atividades propostas nesta sequência didática, algumas questões podem ser utilizadas para aferir a aprendizagem dos alunos em relação aos objetivos de aprendizagem aqui explorados. Por exemplo:

1. Você percebe diferenças entre uma atuação preconcebida e a improvisação livre?

2. Como você se sentiu durante a improvisação? Quais elementos contribuem para o desenvolvimento de uma cena improvisada?

Gabarito das questões

1. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que a improvisação exige respostas rápidas e um esforço maior de criatividade.

2. Resposta pessoal. Espera-se que eles consigam assinalar algumas vantagens e dificuldades do improviso em cena, como o esforço colaborativo, a agilidade das respostas e a importância de se ter bem definidos a ação, o espaço e a personagem no momento da atuação.

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O personagem na cena teatral Duração: 2 aulas Referência do Livro do Estudante: Capítulo 5

Relevância para a aprendizagem Esta sequência didática propõe a criação de cenas a partir de jogos, exercitando a improvisação como campo de aprendizagem para um trabalho de interpretação teatral. Com base nesses exercícios, os alunos serão levados a identificar e criar rudimentos de configurações estéticas básicas de um personagem: sua identidade (quem é ele); sua origem (de onde ele vem) e seu objetivo (para onde ele vai). configurações básicas de um personagem.

Objetivos de aprendizagem • Experimentar jogos de improvisação teatral. • Refletir sobre o personagem e sua origem na cena. • Trabalhar coletivamente na criação de uma cena.

Objetos de conhecimento e habilidades (BNCC)

Unidades temáticas Objetos de conhecimento Habilidades (EF69AR28) Investigar e experimentar diferentes funções Teatro Processos de criação teatrais e discutir os limites e desafios do trabalho artístico coletivo e colaborativo. (EF69AR29) Experimentar a gestualidade e as construções Teatro Processos de criação corporais e vocais de maneira imaginativa na improvisação teatral e no jogo cênico. (EF69AR30) Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos (música, Teatro Processos de criação imagens, objetos etc.), caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sonoplastia e considerando a relação com o espectador.

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Desenvolvimento Aula 1 – De onde eu vim? Para onde eu vou?

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula com carteiras afastadas, sala própria para aula de teatro, quadra ou pátio. Organização dos alunos: dispostos em espaço cênico e plateia. Recursos e/ou material necessário: papel sulfite ou caderno, lápis preto ou caneta.

Atividade 1 – De onde e para onde (35 minutos)

Organize a sala de modo que os alunos fiquem sentados como plateia diante de um espaço de cena. Inicie o jogo pedindo para que um aluno de cada vez atravesse esse espaço, de um extremo ao outro, sem dizer nada. Os alunos que estiverem assistindo devem prestar atenção aos detalhes dos movimentos corporais e expressões do colega que faz a travessia. Assim que todos atravessarem, a atividade deve ser repetida com todos os alunos, um de cada vez, agora atendendo a esta orientação: devem pensar em uma resposta objetiva para a pergunta “de onde eu vim?” e então atravessar novamente o espaço de cena. Eles não precisam dizer a resposta, mas apenas tê-la em mente. O exercício deve ser repetido ainda uma vez, agora com uma resposta mental para a pergunta “para onde estou indo?”.

Depois que todos participarem, converse com a turma sobre o exercício, verificando se os alunos conseguiram identificar mudanças significativas, tanto nos colegas quanto em si mesmos, durante a execução das diferentes fases do exercício. Faça perguntas como: As respostas das perguntas ficaram evidentes em algum momento? Como? Foi possível sentir diferenças entre a primeira travessia e as outras duas? Algo mudou no corpo dos atores quando atravessaram pensando acerca de onde vieram e para onde iam?

Retome o jogo, pedindo para cada aluno realizar novamente a travessia, pensando nas respostas das perguntas. Em dado momento, peça a outro aluno que interrompa a passagem do colega, iniciando um diálogo e estabelecendo um conflito. O novo jogador deve buscar todos os meios para interceptar o trajeto do parceiro de cena, que, por sua vez, deve buscar todos os modos para seguir o seu caminho. Não se trata de um jogo de força ou uma disputa, mas uma improvisação participativa. Por isso, o interceptador deve criar um fato que interrompa a ação. Aquele que atravessa a cena não pode perder de vista seu objetivo de seguir adiante. Deixe que as improvisações sigam por um tempo após cada encontro. Quando sentir que as escolhas são frágeis, congele a cena e pergunte aos jogadores: Quem é você? Para onde está indo? De onde veio? Leve-os a ter clareza e consciência das escolhas e então retome a cena. Siga com a atividade até que todos tenham participado em pelo menos um dos papéis.

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Atividade 2 – Roteiro para cena improvisada (10 minutos)

Organize a turma em grupos de até cinco alunos e peça que desenvolvam um roteiro inspirado no diálogo decorrente de uma das improvisações do jogo. É importante que todos os integrantes do grupo participem da redação. Deve ser um roteiro simples e curto, que os alunos deverão memorizar facilmente. A cena deve ter como principais fundamentos: a) um personagem em busca de um objetivo; b) um conflito que interrompa essa busca; c) coordenadas objetivas para cada personagem: Quem é o personagem? De onde ele veio? Para onde ele vai? Por que foi interrompido? O que está fazendo para voltar ao trajeto em busca de seu objetivo? Os roteiros devem ser formulados e esboçados em sala e finalizados fora do horário de aula. Deverão estar prontos na aula seguinte, quando serão apresentados – para isso, os alunos deverão ter memorizado os diálogos da cena.

Aula 2 – Cenas improvisadas

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula ou sala própria para aula de teatro. Organização dos alunos: livremente pelo espaço reservado para a atividade. Recursos e/ou material necessário: roteiro finalizado.

Organize com os grupos a ordem das apresentações das cenas para as quais escreveram os roteiros. Depois que todos os grupos apresentarem suas cenas, converse com a turma sobre cada uma delas, na ordem em que foram apresentadas. Junto aos alunos, busque identificar quem são os personagens, o que funcionou e o que não. Em quais momentos a cena ficou frágil? Quais foram os pontos fortes? Como acham que ela poderia ser encaminhada para resolver os momentos menos interessantes?

Depois da conversa, repita as apresentações, mas agora cada grupo apresentará um roteiro criado por outro grupo. Não dê tempo para ensaio ou preparação. Apenas organize a ordem de apresentação novamente. Oriente-os a retomar a estrutura da cena, mas que a refaçam por meio de improvisação e não reproduzam o que já foi feito. Peça que se lembrem das cenas, se esforcem para fortalecer pontos frágeis e dinamizem os momentos de funcionamento mais vivo.

Quando as apresentações terminarem, reúna a turma e pergunte aos alunos como se sentiram e quais foram as semelhanças e diferenças entre as duas apresentações. Encerre a aula conversando com a turma sobre ação e improvisação no teatro. Fale sobre a importância de criar ou identificar as origens, objetivos e trajetos dos personagens e de como, em geral, a interrupção dessa trajetória gera conflitos que desencadeiam uma ação. Na construção de personagens em improvisos, é preciso, portanto, que esses critérios sejam considerados, para que a criação seja coesa e consistente. Demonstre esses aspectos com exemplos dos improvisos e dos roteiros que os alunos apresentaram, ressaltando os momentos em que havia mais consciência da situação, o jogo entre os atores fluiu melhor, os objetivos da cena e quem eram os personagens ficaram mais evidentes para a plateia etc.

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Aferição do objetivo de aprendizagem A avaliação do processo de aprendizagem pode ser realizada por meio das atividades propostas nesta sequência didática e deve considerar o desenvolvimento individual e coletivo dos alunos.

Espera-se que os alunos sejam capazes de improvisar abertamente e também de mobilizar a imaginação no jogo teatral com atenção aos outros colegas em cena. Em um segundo momento, é esperado que os alunos consigam analisar os rudimentos de um personagem, identificando sua identidade, seu objetivo e a trajetória que descreve em busca desse fim. Além disso, espera-se que o aluno tenha sido capaz de aliar essa definição básica do personagem na criação de cenas improvisadas e com roteiro.

Questões para auxiliar na aferição

Além das atividades propostas nesta sequência didática, algumas questões podem ser utilizadas para aferir a aprendizagem dos alunos em relação aos objetivos de aprendizagem aqui explorados. Por exemplo:

1. Você percebe diferenças entre uma improvisação totalmente livre, improvisações com coordenadas (identidade, origem e objetivo da personagem) e cenas com roteiros preparados?

2. Como você acha que improvisações deste tipo contribuem com o trabalho criativo de um ator?

Gabarito das questões

1. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno consiga assinalar a importância de um lastro objetivo no desenvolvimento de uma improvisação. A expectativa é que ele reconheça que a definição de configurações básicas de um personagem (identidade, objetivo e trajetória) contribuem para o desenvolvimento de uma cena mais viva.

2. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba nos jogos e nas improvisações contribuições importantes para o trabalho de atuação como: consciência do que acontece em cena (da ação e objetivos), agilidade e criatividade para improvisar, atenção aos companheiros de cena, escuta atenta para o desenvolvimento da cena.

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A criação do cenário Duração: 3 aulas Referência do Livro do Estudante: Capítulo 6

Relevância para a aprendizagem Nesta sequência didática serão trabalhados alguns princípios de cenografia e seu propósito na composição do evento cênico. Para isso, são propostas atividades que levam à reflexão sobre o cenário de eventos cênicos e proporcionam uma experiência criativa voltada para uma apresentação de dança. O trabalho se fundamenta no contato com um espetáculo profissional de dança, estimulando os alunos a pensar em possibilidades estéticas passíveis de serem aplicadas no desenvolvimento de uma ideia original com base em um estímulo espacial e visual. Além de criar um cenário, os alunos experimentarão o improviso de movimentos relacionados a ele, compondo uma coreografia própria.

Objetivos de aprendizagem • Apreciar um trabalho artístico e pensar as questões que fundamentam sua composição. • Desenvolver a capacidade de criação artística com base em estímulos visuais e espaciais. • Estimular o trabalho em grupo e o compartilhamento de pontos de vistas sobre determinado tema.

Objetos de conhecimento e habilidades (BNCC)

Unidades temáticas Objetos de conhecimento Habilidades Dança Processos de criação (EF69AR14) Analisar e experimentar diferentes elementos (figurino, iluminação, cenário, trilha sonora etc.) e espaços (convencionais e não convencionais) para composição cênica e apresentação coreográfica. Teatro Processos de criação (EF69AR30) Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos (música, imagens, objetos etc.), caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sonoplastia e considerando a relação com o espectador.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 3º bimestre – Sequência didática 3

Desenvolvimento Aula 1 – Pensando cenários para dança

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula. Organização dos alunos: Atividades 1 e 2 – sentados em suas carteiras; Atividade 3 – sentados em círculo, no chão. Recursos e/ou material necessário: aparelho reprodutor de áudio e vídeo, papel sulfite, lápis preto e canetas.

Atividade 1 – Conhecendo um cenário de dança (15 minutos)

No site da Companhia de Dança Deborah Colker, selecione previamente alguns trechos do vídeo do espetáculo 4 por 4 (2002); sobretudo, trechos do último movimento do espetáculo, intitulado “Vasos”. No momento de ver esses vídeos com os alunos, comente que, para esse espetáculo, a coreógrafa Deborah Colker (1960-) fez uma pesquisa de referências e criou coreografias que envolviam as artes visuais. No caso de “Vasos”, noventa vasos de porcelana foram dispostos no palco, compondo o cenário. Para não esbarrar nos vasos enfileirados no espaço de cena, os bailarinos teriam que fazer os movimentos com muita precisão e delicadeza. Esse fato influenciou a criação coreográfica, que precisou levar em conta esse desafio do cenário.

Inicie a aula perguntando se os alunos já viram algum trabalho de dança ou de teatro cujos elementos do cenário tenham sido marcantes e se recordam algum tipo de interação entre os intérpretes e o cenário. Após as considerações dos alunos sobre essa questão, reproduza os vídeos de 4 por 4. Caso não seja possível exibir os vídeos, procure mostrar imagens, na tela ou impressas, desse espetáculo. Depois da exibição do material, faça perguntas que ajudem os alunos a refletir sobre o espetáculo e sua relação com o cenário: Como se deu a interação dos bailarinos com o cenário? Que habilidades foram necessárias para que a cena transcorresse como planejada? Que tipo de reação no público essa cena parece provocar? O que eles sentiram ao ver as cenas?

Atividade 2 – Pensando cenários para dança (20 minutos)

Peça à turma que se organize em grupos. Cada grupo terá a tarefa de imaginar um cenário e os elementos que possam ser colocados em cena e com os quais seja possível criar uma relação específica com o corpo: delicadeza, força, cuidado, proximidade, etc. Entre esses elementos, será preciso escolher o material que vai prevalecer na construção cênica, de preferência, algum objeto em abundância e de fácil acesso. Converse com os grupos de modo a orientá-los a descartar propostas que possam expor os alunos a riscos de ferimentos. Ao orientar a interação entre corpo e elementos do cenário, comente que a relação com o corpo pode ser de delicadeza e precisão, ou pode ser muito diferente, mas que ela deve ser pensada levando em consideração o contato físico com o material disposto em cena. Os elementos escolhidos devem ser de fácil acesso e manuseio, pois em um próximo momento, precisarão ser deslocados para a sala de aula. Incentive os grupos a explorar materiais recicláveis, como plástico, pneus, papelão, ou então materiais naturais, como folha de coqueiro, cascas, sementes, etc. Os elementos podem variar dentro de um mesmo tema; por exemplo um saco

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 3º bimestre – Sequência didática 3

de estopa, um balde, um cesto ou um banquinho de casa. Após a escolha dos elementos cênicos, oriente os grupos a fazer um esboço do espaço, desenhando, em papel sulfite ou no caderno, como se dará a disposição dos elementos no cenário e suas possíveis variações, para o caso de haver mudanças ao longo da cena, etc. Nesse primeiro momento, o que importa é formular uma projeção visual de como ficará organizado o espaço.

Atividade 3 – Expondo ideias sobre cenários (10 minutos)

Peça à cada grupo que compartilhe oralmente sua ideia com toda a turma, explicando como se dará a construção da cena, quais elementos foram elencados para sua composição e como se dará a relação dos intérpretes com o cenário, com base em alguns dos princípios propostos na atividade anterior: força, delicadeza, cuidado, proximidade ou distanciamento, etc. Instrua os grupos a compartilhar seus esboços com a turma para que todos possam compreender as propostas. Instigue os alunos a elaborar perguntas de um grupo para o outro; assim você poderá verificar se as ideias foram compartilhadas de modo adequado e se foram compreendidas. Finalize a aula lembrando que os materiais selecionados para o cenário devem ser providenciados para o encontro seguinte.

Aula 2 – Criando cenários e danças originais

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula com carteiras afastadas. Organização dos alunos: distribuídos pelo espaço para execução de atividade coreográfica. Recursos e/ou material necessário: elementos para o cenário selecionados na aula anterior, aparelho reprodutor de áudio.

Atividade 1 – Materialização de cenários para dança (25 minutos)

Inicie a aula pedindo aos alunos que retomem os grupos da aula anterior e se distribuam pelo espaço. De posse do material levado para a composição do cenário, cada grupo deve construir seu espaço cênico. Então oriente os grupos a pesquisar como a relação com o cenário poderá acontecer, com base nos princípios elencados na aula anterior. Reproduza sons que representem diferentes estímulos musicais para que os grupos sejam afetados de vários modos.

Nesse momento, estimule uma pesquisa de movimentos envolvendo todos os membros do grupo. O objetivo é identificar os movimentos que melhor se enquadrem na proposta de relação com os elementos do cenário a fim de criar verbetes de movimentos específicos para a proposta de cada grupo. Monitore os grupos, auxiliando-os nesse laboratório de pesquisa. Estimule a repetição daquilo que for considerado adequado, de modo que os alunos possam fixar bem as melhores propostas de movimento. Encoraje também o compartilhamento de experiências entre os participantes: caso alguém descubra um movimento que considere bom para a proposta, essa experiência deve ser compartilhada com o restante do grupo para que todos possam opinar e se alinhar à pesquisa.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 3º bimestre – Sequência didática 3

Após algum tempo, peça que cada grupo selecione os movimentos considerados mais adequados à proposta, repetindo-os e aperfeiçoando-os. Não é necessário que seja criada uma coreografia propriamente dita, mas que tenham ciência de alguns movimentos específicos e dos motivos pelos quais foram selecionados. Nesse momento, a pesquisa toma um caráter não só coletivo como individual.

Atividade 2 – Apresentando os trabalhos desenvolvidos (20 minutos)

Organize as apresentações dos grupos, de modo que cada um deles apresente para toda a turma os movimentos criados. A turma pode sentar em volta do grupo que for se apresentar, como em um teatro de arena. O grupo pode escolher apresentar seu trabalho com ou sem áudio ou trilha sonora. A apresentação tem caráter de improvisação estruturada, uma vez que não foi construída uma sequência coreográfica, e sim uma proposta de pesquisa de interação com os elementos do cenário construído na aula.

Após a apresentação dos grupos, promova uma breve roda de conversa para que os alunos comentem as apresentações, dizendo como compreenderam a interação de cada grupo com o respectivo cenário. Peça aos grupos que, fora do horário de aula, ensaiem os movimentos criados e que, na aula seguinte, tragam novamente os elementos do cenário.

Aula 3 – Revisitando os cenários criados

Duração: cerca de 45 minutos. Local: pátio da escola, refeitório, quadra poliesportiva, etc. Organização dos alunos: distribuídos pelo espaço para execução de atividade coreográfica. Recursos e/ou material necessário: elementos de cenário previamente selecionados, aparelho reprodutor de som.

Atividade 1 –Remontar cenários e redefinir a interação (25 minutos)

Selecione previamente um lugar diferente da sala de aula para este novo encontro. Pode ser o pátio da escola, o refeitório, a quadra poliesportiva. O objetivo é proporcionar outro estímulo espacial para que os alunos repensem os cenários criados. Peça aos grupos que repitam o exercício de improviso estruturado da aula anterior. Dessa vez, porém, incentive a reflexão sobre como se darão as entradas na cena: “Todos vão entrar ao mesmo tempo?”; “Alguém sairá antes do fim?”; “Haverá duplas ou trios em cena?”; “Haverá interação entre os participantes?”. Auxilie os alunos no que for necessário para o rearranjo da cena de cada grupo.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 3º bimestre – Sequência didática 3

Atividade 2 – Apresentando a remontagem do trabalho (20 minutos)

Após o ensaio e a reconfiguração do trabalho, repita o processo de apresentação dos grupos. Em seguida, promova uma nova roda de conversa perguntando o que mudou de uma aula para outra em relação ao uso do cenário e de que modo repensar a cena modificou o trabalho. Retome alguns questionamentos da primeira aula: “Como se deu a interação do grupo com o cenário?”; “Que habilidades foram necessárias para que a cena transcorresse como planejado?”; “As cenas criaram algum tipo de reação no público?”. O que sentiram ao ver as cenas? Incentive os alunos a compartilhar suas opiniões, principalmente os que não tiverem se manifestado na aula anterior.

Material de apoio e referência Companhia de Dança Deborah Colker (site oficial). Disponível em: . Acesso em: 23 nov. 2018.

Aferição do objetivo de aprendizagem A avaliação do processo de aprendizagem pode ser produzida por meio das atividades propostas nesta sequência didática e deve levar em consideração o desenvolvimento individual dos alunos. A colaboração com o grupo, o respeito aos demais e o engajamento criativo nas propostas e no levantamento de questões e conclusões são critérios fundamentais na avaliação individual.

Questões para auxiliar na aferição

Além das atividades propostas nesta sequência didática, algumas questões podem ser utilizadas para aferir a aprendizagem dos alunos em relação aos objetivos de aprendizagem aqui explorados. Por exemplo:

1. Com base no que você conheceu do espetáculo 4 por 4, da coreógrafa Deborah Colker, e do trabalho desenvolvido com o grupo, imagine outra possibilidade de construção de cena: outros materiais e disposição de elementos, outro princípio para os movimentos e para a interação com o cenário. Desenhe como essa cena se daria e descreva o princípio utilizado para a criação de movimentos e a interação com os objetos.

2. Relembre a apresentação de algum grupo da turma. Descreva quais elementos foram usados para a composição do cenário e que movimentos os colegas criaram para a interação com a proposta. Relembre e desenhe a disposição dos elementos e de cada integrante do grupo na cena.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 3º bimestre – Sequência didática 3

Gabarito das questões

1. Espera-se que os alunos proponham alternativas originais para a criação de uma nova cena, para uma composição de dança e que eles organizem suas ideias de modo que a cena possa ser visualizada.

2. Espera-se que os alunos ativem a memória e organizem suas ideias, registrando experiências estéticas com base em seu próprio ponto de vista, fornecendo recursos para que seja possível visualizar a experiência.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 4º bimestre – Plano de desenvolvimento

Este Plano de Desenvolvimento contém informações complementares ao Manual do Professor (impresso). O Plano apresentado explicita os objetos de conhecimento e habilidades a serem trabalhados no bimestre e sua disposição no Livro do Aluno, bem como sugere práticas de sala de aula que contribuam para a aplicação da metodologia adotada. Este Plano de Desenvolvimento é composto dos seguintes tópicos:

1. Objetos de conhecimento e habilidades da BNCC

2. Atividades recorrentes na sala de aula

3. Relação entre a prática didático-pedagógica e o desenvolvimento de habilidades

4. Gestão da sala de aula

5. Acompanhamento do aprendizado dos alunos e indicação das habilidades essenciais para a continuidade dos estudos

6. Fontes de pesquisa para uso em sala de aula ou para apresentar aos alunos

7. Projeto integrador

1. Objetos de conhecimento e habilidades da BNCC Referências no Unidades Objetos de material Habilidades temáticas conhecimento didático (EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes Artes visuais Contextos e práticas matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético. (EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, Projeto 1 Artes visuais Materialidades quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etc.). (EF69AR07) Dialogar com princípios conceituais, Artes visuais Processos de criação proposições temáticas, repertórios imagéticos e processos de criação nas suas produções visuais. (EF69AR12) Investigar e experimentar procedimentos de improvisação e criação do movimento como fonte Dança Processos de criação para a construção de vocabulários e repertórios próprios.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 4º bimestre – Plano de desenvolvimento

(EF69AR14) Analisar e experimentar diferentes elementos (figurino, iluminação, cenário, trilha sonora Dança Processos de criação etc.) e espaços (convencionais e não convencionais) para composição cênica e apresentação coreográfica. (EF69AR15) Discutir as experiências pessoais e coletivas em dança vivenciadas na escola e em outros Dança Processos de criação contextos, problematizando estereótipos e preconceitos. (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às Artes integradas Contextos e práticas diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética. (EF69AR32) Analisar e explorar, em projetos Artes integradas Processos de criação temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas. (EF69AR24) Reconhecer e apreciar artistas e grupos de teatro brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas, Teatro Contextos e práticas investigando os modos de criação, produção, divulgação, circulação e organização da atuação profissional em teatro. (EF69AR25) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no tempo e no espaço de Teatro Contextos e práticas modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética teatral. (EF69AR26) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, Teatro Elementos da linguagem adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários. (EF69AR27) Pesquisar e criar formas de dramaturgias e Teatro Processos de criação espaços cênicos para o acontecimento teatral, em diálogo com o teatro contemporâneo. (EF69AR28) Investigar e experimentar diferentes Projeto 2 Teatro Processos de criação funções teatrais e discutir os limites e desafios do trabalho artístico coletivo e colaborativo. (EF69AR29) Experimentar a gestualidade e as Teatro Processos de criação construções corporais e vocais de maneira imaginativa na improvisação teatral e no jogo cênico. (EF69AR30) Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos (música, imagens, objetos etc.), Teatro Processos de criação caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sonoplastia e considerando a relação com o espectador. (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às Artes integradas Contextos e práticas diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética. (EF69AR32) Analisar e explorar, em projetos Artes integradas Processos de criação temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

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2. Atividades recorrentes na sala de aula Os dois projetos que fecham o 9º ano têm como objetos a realização de uma performance de temática feminista e a montagem de uma peça teatral. Em ambos os casos, o trabalho coletivo dará a tônica do cotidiano em sala de aula. Para isso, será necessário cultivar um ambiente de troca, escuta e criação conjunta.

Roda de conversa

Estabelecer a roda de conversa como prática cotidiana ao fim de cada aula é uma maneira simples e produtiva de incentivar os estudantes a compartilhar suas impressões, o que sentiram e pensaram durante as atividades. A prática da comunicação é um exercício muito importante nessa faixa etária. Nessas rodas de conversa, eles podem exercitar a expressão oral (Como dividir com os colegas o que pensei e senti?) e a escuta (O que meus colegas perceberam?).

A roda de conversa permite que se trabalhe com algumas das Competências Gerais da BNCC previstas para as aulas de Arte. Por exemplo: o exercício da crítica, a problematização por meio de exercícios artísticos e o desenvolvimento do trabalho colaborativo.

O Projeto 1 tem como tema a luta das mulheres na arte. O texto do livro pede atenção à escuta das meninas. O machismo é um problema de toda a sociedade e, para desconstruí-lo, é necessário ampliar o espaço de escuta das mulheres. É interessante levar a turma a fazer reflexões a respeito disso, para que possam chegar à conclusão de que o machismo pode causar sofrimento, inclusive, nos homens. Toda essa produção de pensamento deve ser expressa artisticamente, no momento da criação da performance.

No Projeto 2, os quatro grupos trabalharão autonomamente na maior parte do tempo. Assim, a roda de conversa torna-se uma oportunidade para que as equipes troquem ideias e sugestões entre si, compartilhando experiências a cada etapa, e não apenas no momento de apresentação das cenas.

Produção de desenhos e pinturas com diversos materiais e superfícies variadas

O aluno do Ensino Fundamental II encontra-se em um momento interessante. Se na infância o desenho e a pintura ocorrem como uma brincadeira, é nessa fase da escolarização que o aspecto lúdico pode ser combinado ao trabalho de aprofundamento das habilidades. Para isso, é importante que a turma possa experimentar diferentes materiais (lápis, tinta, caneta e giz de cera) em superfícies variadas (como papel, chão, tela, madeira).

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A experimentação dessas variações também aguça a sensibilidade do aluno nos momentos de fruição. A obra de arte passa a ser observada em seus aspectos materiais, e o aluno consegue imaginar o processo produtivo percorrido pelo artista. Conhecer diversas possibilidades é uma maneira de valorizar as escolhas de cada obra.

É claro que cada escola dispõe de certos materiais e esta coleção entende que você vai adaptar as propostas à sua realidade, em diálogo com os recursos oferecidos pela instituição e com as possibilidades dos alunos.

Vivências com elementos de linguagem

Ao vivenciar atividades com música, dança e teatro, deve-se deixar clara a função dos variados elementos da linguagem, como a audição, o canto, o corpo, o gesto. É importante que cada estudante tome consciência de seu corpo, suas possibilidades e suas limitações.

Ao longo dessas atividades, faça-os perceber que alguns estudantes ficam mais à vontade para enfrentar o público, outros são mais tímidos, mas podem aos poucos vencer os medos para atuar, dançar ou cantar diante de um público. Todos devem ter as mesmas possibilidades de experimentação, que os levarão a ganhar autoconfiança. Para os alunos mais tímidos, procure funções alternativas dentro de cada atividade, como cuidar do som, do cenário e do figurino, ou ser o responsável pelo registro de fotos ou vídeo.

Leitura e atividade oral em sala normal

A compreensão de um texto é uma habilidade essencial para toda a vida. O aluno desenvolve diariamente, durante o Ensino Fundamental II, sua capacidade de leitura e escrita. Para que esse processo seja menos solitário, a leitura coletiva em voz alta de textos do livro é uma atividade privilegiada.

Uma estratégia interessante é propor que cada aluno leia um parágrafo. É importante estabelecer um ambiente de solidariedade, em que alunos com maior dificuldade de leitura não se sintam excessivamente expostos. Afinal, o que está em pauta é a compreensão coletiva das ideias do texto, e não um julgamento sobre a velocidade de leitura de cada um deles.

Após a leitura de cada parágrafo, incentive os alunos a dividirem suas impressões e dúvidas. Essa é uma maneira de exercitar a expressão oral e de garantir que os debates sobre a Arte oferecidos por esta coleção criem um repertório comum a todos.

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Pesquisa em casa com familiares, na biblioteca ou na internet As atividades de pesquisa visam o desenvolvimento da autonomia do aluno. É importante que cada aluno entre em contato com seus próprios interesses, curiosidades e dificuldades. A arte é um assunto privilegiado nesse sentido: o aluno está cercado por manifestações culturais diversas e pode trazer essa riqueza para a sala de aula. Incentive os alunos a buscar informações em diferentes fontes de pesquisa: entrevistas com familiares, consulta a livros na biblioteca da escola, pesquisa em sites da internet. Nesse caso, é importante ressaltar que eles devem procurar sites confiáveis. Você pode sugerir páginas que já conhece, e também incentivá-los a trocar endereços de sites entre si. Um procedimento útil a ser ensinado é o de verificar as informações coletadas e comparar as diferentes fontes. Ao circular por fontes diversas de conhecimento, o aluno aprende onde pode buscar informações nas próximas consultas. Cada uma delas oferece diferentes tipos de informação, por meio de linguagens próprias. Dessa forma, o aluno vai aprender a valorizar tanto a memória oral de manifestações populares como as inovações trazidas pela tecnologia. O Projeto 1, A luta das mulheres na arte, propõe a organização da turma em dois grandes grupos, sendo que um deve pesquisar sobre feminismo e o outro, situações de discriminação e injustiça vividos por mulheres. A busca em fontes variadas cumpre um papel interessante. Informações coletadas em ambientes próximos (conversas com amigos e familiares, jornais de bairro, associações locais) poderão conectar os alunos à atualidade do tema e à sua pertinência em seu cotidiano. Ao mesmo tempo, a internet poderá mostrar a amplitude do problema e as formas criativas de lutar contra ele, desenvolvidas nos mais distantes lugares do mundo.

Apresentação e compartilhamento da pesquisa Se, ao pesquisar, o aluno desenvolve a autonomia, o momento de apresentação e compartilhamento é fundamental para coletivizar suas descobertas. É nesse momento que ele pode valorizar o que aprendeu e também o que os colegas aprenderam. Não se trata de competição, mas de colaboração: a turma toda cresce com as trocas. No componente curricular Arte, as apresentações podem assumir os mais variados formatos: exposições variadas em parede e varais pela sala ou pela escola, apresentações musicais, teatrais ou de dança e seminários. A coleção oferece propostas diferentes, de acordo com a especificidade de cada pesquisa. Na pesquisa sobre feminismo e discriminação às mulheres já mencionada, o compartilhamento envolve a composição de um painel com frases que expressem uma mudança necessária. Não basta diagnosticar um problema social, é preciso pensar em como transformar a realidade. Especialmente no componente Arte, o espaço para a invenção e a criação deve ser cultivado.

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Observação de imagem Observar uma imagem pode parecer algo óbvio ou inato, mas não é. É com o trabalho continuado que se aprende a analisar os diferentes aspectos de uma obra visual. Passamos a ler seu tema ou as imagens retratadas, bem como os detalhes das escolhas formais: cores, formas, luz e sombra, materiais utilizados. Também é possível tecer relações entre essas diferentes escolhas e o sentido da obra como um todo.

Para desenvolver esse olhar aguçado, é interessante oferecer à turma imagens bastante diferentes entre si. Além disso, deve-se incentivar a troca: a leitura torna-se mais profunda quando somam-se as observações individuais em um olhar coletivo. Por fim, vale relacionar a observação às atividades práticas. Conforme um novo material for experimentado, por exemplo, a observação para a utilização desse material torna-se mais qualificada.

O projeto A luta das mulheres na arte propõe a pesquisa de diferentes performances como forma de inspiração. Essa é uma oportunidade de utilizar a análise de imagens já praticada em outras ocasiões como gancho para a atividade criativa.

Utilização de exemplos com música (internet/CD)

A música frequentemente faz parte do dia a dia do aluno de Ensino Fundamental II. Muitas vezes, parte de sua identidade se constrói também a partir de seus gostos musicais. Acolher esse interesse pode enriquecer muito a sala de aula.

Ao mesmo tempo, oferecer à turma materiais musicais diferentes dos habituais é uma tarefa essencial. A escola serve aqui como um lugar de encontro com o diferente e o desconhecido. A música passa a ser entendida não apenas como objeto de gosto pessoal (uma postura de consumo muito estimulada pelos meios de comunicação), mas como linguagem artística complexa. Escutar uma música em sala de aula permite fruição e análise coletivas de seus traços formais e das escolhas feitas por compositores, arranjadores e intérpretes, abrindo espaço para diversos debates. Os alunos podem perceber semelhanças e diferenças entre as obras, em um constante exercício de análise em cada uma das linguagens artísticas.

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3. Relação entre a prática didático-pedagógica e o desenvolvimento de habilidades As habilidades nas aulas de Arte acontecem sem linearidade ou hierarquia. Diferentemente das aulas de outros componentes curriculares, como Matemática, em que a aquisição de um conhecimento é necessária para o desenvolvimento do próximo, em Arte as habilidades se desenvolvem em espiral: uma mesma habilidade aparece diversas vezes ao longo do ano, de maneira cada vez mais aprofundada. Este Plano de desenvolvimento busca auxiliar você nesse planejamento.

Existem educadores formados em Artes Visuais, Música, Dança e/ou Teatro. Por esse motivo, você talvez se sinta mais à vontade quando atua na linguagem com a qual tem mais afinidade. Longe de ser um problema, essa particularidade pode enriquecer a troca com os alunos – que percebem que aquilo que você divide com eles é objeto de pesquisa interessada. Ao mesmo tempo, o livro serve de apoio para que você inclua em seu planejamento o trabalho com as demais linguagens artísticas.

É você quem conhece a realidade em que atua: as características da comunidade escolar, os interesses dos alunos, as práticas culturais do entorno. Esta coleção pretende ser uma ferramenta útil para o dia a dia na sala de aula. Além das especificidades de linguagem, existem questões temáticas tratadas no livro que podem ecoar de diferentes maneiras no contexto em que você atua. As seções apresentam propostas de debates diversas, que você poderá conduzir levando em consideração o seu conhecimento sobre a comunidade escolar. Esta coleção frequentemente sugere atividades a serem realizadas em computadores. Se a sua escola não tiver uma sala de informática (ou horários disponíveis para sua utilização), você pode verificar que outras possibilidades de acesso à internet os alunos teriam. Alguns deles podem não ter computadores ou acesso à internet em casa. Por isso, deve-se estimular a turma a dividir os recursos disponíveis, consultando a internet em pequenos grupos. Caso boa parte dos alunos tenha computadores ou internet em casa, que possa ser acessada de equipamentos móveis como smartphones e tablets, peça à turma que se organize para compartilhar esses recursos. Também vale verificar se existe algum equipamento público na região que ofereça uma sala de informática. Nesse caso, lembre-se de organizar uma visita coletiva a essa sala de informática para realizar a atividade. A BNCC prevê seis dimensões de conhecimento para o componente curricular Arte: criação, crítica, estesia, expressão, fruição e reflexão. Esta coleção foi elaborada lidando com essas dimensões que se interpenetram, pois as atividades propostas frequentemente mobilizam mais de uma dessas dimensões. Desenvolvê-las é importante não apenas para a aquisição das habilidades previstas em Arte, mas para o crescimento global de cada aluno. Estimular a criação, por exemplo, pode reverberar positivamente no desempenho escolar nas demais disciplinas e também na relação mais ampla do aluno com diversos aspectos de sua vida. Compreender o aluno como um sujeito cultural e valorizar as características da cultura local pode enriquecer muito o processo educativo. O ensino da arte alia-se ao desenvolvimento da socialização e interação dos alunos com a comunidade escolar e do entorno. Nos anos finais do Ensino

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Fundamental, o aluno pode vivenciar um alargamento de suas relações, inclusive familiares. A arte é uma das maneiras de diálogo frutífero do jovem com o mundo à sua volta. É importante lembrar que a expressão artística de cada aluno é única. Na medida do possível, é preciso evitar comparações. O trabalho coletivo pode incentivar a colaboração, mais do que a competição: um aluno pode ter facilidade em Música e dificuldades em Artes Visuais, por exemplo. Ele pode obter ajuda de um colega em uma linguagem artística, e oferecer apoio em outra. Vale evitar a ideia prejudicial do “dom”: as habilidades variam de aluno para aluno, e por meio do trabalho todos podem desenvolvê-las. É fundamental que a turma perceba que, nas atividades propostas, o processo de aprendizagem interessa mais do que o produto final. As afinidades e interesses de cada aluno devem ser estimuladas por você. A prática e a fruição artísticas podem ultrapassar os limites da sala de aula e compor de maneira intensa o cotidiano do aluno. O Ensino Fundamental II é um momento-chave para o desenvolvimento do aluno como indivíduo, e dar continuidade aos estudos de Arte pode contribuir particularmente para a formação de sua identidade.

4. Gestão da sala de aula Incluímos aqui algumas reflexões que podem auxiliar na organização do dia a dia. As propostas desta coleção envolvem certas aventuras. Há atividades que não cabem no formato tradicional da sala de aula – carteiras enfileiradas voltadas para o professor. Um processo de educação artística pode ser muito enriquecido com experiências culturais extraclasse, o envolvimento da comunidade e a incorporação de novas tecnologias. A oportunidade de que cada aluno se expresse artisticamente conduz a caminhos imprevisíveis e interessantes. Para possibilitar tudo isso, você precisa ter seu próprio espaço de autocuidado e de reflexão.

Gestão de atividades fora da sala de aula As atividades propostas frequentemente sugerem que os alunos trabalhem em espaços escolares fora da sala de aula. A quadra, o pátio, os corredores podem se tornar espaços de criação e de exposição. A BNCC prevê essa exploração, que pode ajudar a tornar a escola um espaço de pertencimento dos alunos. Nesse bimestre, tanto as performances como o ensaio e a apresentação da peça teatral podem se tornar uma experiência mais efetiva se realizados em outros ambientes que não o da sala de aula. Seguem algumas orientações para lhe auxiliar nessa empreitada.

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Cuide da comunicação A escola é um espaço comum. É possível que na sua escola já se pratique a utilização criativa dos espaços, mas talvez seja necessário um processo coletivo de adaptação, para que esse hábito não atropele o cotidiano dos demais funcionários e alunos. É interessante começar por uma conversa com a coordenação. Iniciar esse processo com a ciência dos coordenadores lhe ampara em suas escolhas. É importante conhecer as normas e práticas de sua escola: alguns espaços podem precisar de uma reserva antecipada, sendo necessário o preenchimento de formulários para isso; outros têm sua chave sob responsabilidade de determinada pessoa. No caso da quadra, é importante também consultar o professor de Educação Física. Se sentir que a reunião de professores é um ambiente propício, você pode levantar ali a pauta da utilização dos espaços da escola. É possível que você encontre parceiros em seus projetos – podem surgir ideias interessantes para trabalhar em conjunto com professores de outros componentes curriculares. A sala dos professores também é um bom lugar para a elaboração dessas trocas. Vale conversar com os funcionários da secretaria, da cantina, da portaria.

O importante é deixar claro que as exposições e criações artísticas fora da sala de aula não vão desrespeitar o trabalho de seus colegas. Pelo contrário, elas pretendem cultivar a alegria e uma relação construtiva dos alunos com a comunidade escolar.

Construa um passo a passo na experimentação dos espaços

Trabalhar fora da sala de aula pode ser muito estimulante, mas a saída da rotina exige bastante a sua disposição e a dos alunos. Sugerimos que você conquiste gradativamente os diferentes espaços da escola. Você pode começar pela quadra ou por um pequeno pedaço do pátio, por exemplo, e trabalhar gradativamente ao longo do ano até que a turma consiga se distribuir por todo o pátio mantendo a atenção na atividade proposta.

O tempo de aula reservado para isso pode crescer conforme o amadurecimento da turma – de 10 minutos até uma aula inteira fora da sala de aula. A concentração, como qualquer outra habilidade, tende a melhorar quando praticada regularmente. Aos poucos, os alunos vão percebendo que a aula que ocorre fora da sala é tão importante quanto a que ocorre dentro da sala. É também na prática cotidiana que se encontram as melhores maneiras de ocupar o espaço da escola respeitando as outras turmas. É necessário estar atento ao som produzido; em certos locais a exploração sonora é bem- vinda, em outros locais precisa ser evitada para não atrapalhar as demais aulas. Trata-se de um exercício criativo de convivência no espaço público – que pode acolher a todos!

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Fomente a socialização das produções dos alunos

O espaço da escola é público. Planejar a exposição de produções das turmas é uma prática que aumenta a qualidade das aulas de Arte. Criar uma obra sabendo que ela será compartilhada com espectadores agrega muito mais consistência à experimentação artística. É importante conversar com as diversas turmas para que os momentos de socialização sejam também de troca, e não de superexposição ou de competição. Os alunos devem apresentar seus trabalhos à medida que se sentirem à vontade para tanto. Pode ser interessante dividir em espaços coletivos trabalhos em processo, e não apenas as obras finalizadas. Cultivar o prazer no compartilhamento das produções é um aspecto importante para o seu trabalho. Se for possível, incentive a realização de conversas sobre as apresentações. A arte pode tornar-se um catalisador de reflexões e bons encontros entre toda a comunidade escolar e a não escolar. As performances e a peça teatral produzidas nos Projetos 1 e 2 são ótimas oportunidades para gerar esses encontros. A sugestão é sempre respeitar o desejo ou o receio dos alunos, para que as trocas não gerem constrangimento, e sim aprendizado e alegria.

Experiências culturais extraclasse

A arte pode agregar muito ao espaço da escola. Ao mesmo tempo, a realização de visitas planejadas torna a vivência cultural da turma mais significativa. Esse trânsito entre escola e cidade por meio da arte tem muito a contribuir com as aulas. A possibilidade de os alunos assistirem presencialmente uma performance ou uma peça teatral (caso um evento desse tipo seja apresentado em sua cidade) pode enriquecer muito a produção artística realizada na escola. É verdade que existem desafios envolvendo a saída da escola em horário de aulas. Mudanças no cotidiano trazem novos receios, assim como novas alegrias e bons encontros. Oferecemos aqui algumas sugestões para tornar esse processo menos solitário.

Alimente sua própria vivência cultural

As visitas planejadas partem do seu repertório. É interessante que você conheça a programação cultural de sua cidade e da região em torno da escola. Essa investigação não precisa ser encarada como uma tarefa pesada – ela deve partir de seus interesses, de suas disponibilidades e de seu desejo. Vale lembrar que o museu é um espaço importante, mas não é a única alternativa para as visitas planejadas. Algumas cidades não possuem essa oferta de museus, mas a cultura brasileira é muito rica e muito diversa! Você pode investigar os centros culturais, feiras de cultura regional, sítios de patrimônio histórico, teatros, praças que abriguem eventos de arte de rua. A dica é valorizar a cultura local!

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Dialogue com a coordenação e com os demais professores

As visitas planejadas são importantes para o desenvolvimento global do aluno, e não apenas para o componente curricular Arte. Explorar a cidade com um olhar interessado provoca aprendizagens de todos os tipos. É possível que professores de outros componentes se interessem por construir a visita em parceria com você. A coordenação também pode ter boas sugestões e lhe ajudar nos acertos com a instituição escolar.

Dividir a responsabilidade das saídas com outro professor alivia bastante as preocupações com a turma. Além disso, abre o olhar dos alunos para uma maior complexidade: o professor de Geografia pode incluir no roteiro perguntas sobre a organização da cidade, o professor de História pode atentar para as mudanças da cidade ao longo do tempo, e assim por diante.

Articule os detalhes da visita com o espaço, com os alunos e com os pais ou responsáveis

É importante que o espaço a ser visitado esteja preparado para receber os seus alunos. Alguns centros culturais podem oferecer visitas guiadas; em certos espaços é necessário fazer reservas com antecedência. Em outros casos, a visita é espontânea – o importante é conhecer como funciona cada espaço. Privilegie atividades gratuitas. Se alguma atividade cobrar ingressos, é importante conferir se isso é viável para os alunos (tomando o cuidado de não expor nenhum deles).

Vale conversar com os alunos sobre a organização da visita. Entrar em acordo com antecedência sobre os detalhes da saída torna o dia em si muito mais gostoso! Combine os horários de saída e de chegada, o modo de transporte, veja se será o caso de fazer uma pausa para comer em algum momento e peça que os alunos tragam um lanche, se for o caso.

Outro passo fundamental é informar os pais ou responsáveis dos alunos sobre essa visita. Geralmente cada escola tem um modelo de autorização que deve ser enviada a eles e devolvida assinada. Esse documento é importante porque atesta que os responsáveis estão cientes da saída da escola. Se sua escola tiver uma Associação de Pais e Mestres ativa, você pode fomentar as conversas sobre as visitas nesse espaço.

Busque a calma e as parcerias para lidar com imprevistos

Sair do cotidiano traz novas questões, e não é possível controlar todas as variáveis. Mudanças no clima, atrasos, trânsito fazem parte! Se você estiver acompanhado de outro professor, aproveite essa parceria para resolver os problemas. Dependendo do equipamento cultural, podem existir monitores ou funcionários que estarão ali para lhe auxiliar. Vale também aceitar a colaboração dos próprios alunos. Manter a comunicação com a escola ajuda: em caso de atrasos, por exemplo, vale telefonar para informar a secretaria. O importante é manter o cuidado com a turma e cultivar o prazer das descobertas.

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Uso de recursos tecnológicos

A questão do uso de computadores já foi abordada no item 3 (Relação entre a prática didático- pedagógica e o desenvolvimento de habilidades). Também será debatida no item abaixo – registro das atividades. Seguem algumas observações específicas sobre o trabalho com equipamentos tecnológicos.

Conheça os equipamentos da escola – o que ela oferece e quais os procedimentos de utilização Os equipamentos eletrônicos estão cada vez mais acessíveis, e as escolas têm se tornado progressivamente mais equipadas. É interessante que você conheça o que a sua escola oferece e quais são os procedimentos para a sua utilização. Existe uma sala de vídeo, um projetor, uma sala de informática, equipamentos de som? É preciso reservar com qual antecedência? Aproveitar os recursos disponíveis na escola pode ajudar muito no trabalho proposto nesta coleção, especialmente na seção “Hora da troca”.

Trabalhe com os recursos dos próprios alunos Cada vez mais jovens utilizam telefones celulares, mas nem todos possuem um. É preciso lidar com essa questão com delicadeza. Ninguém é obrigado a ter um celular. É importantíssimo que os alunos não entrem em competição a respeito de quem tem o melhor celular. É necessário que os telefones não sejam uma presença constante nas aulas – diversas atividades precisam de concentração exclusiva, e esse objeto pode provocar distrações.

Ao mesmo tempo, celulares e computadores serão ferramentas úteis para diversos processos. É possível filmar, fotografar, editar vídeos e áudios, pesquisar referências. A chave aqui é a não competição e, na medida do possível, o compartilhamento dos recursos entre os alunos.

Encontre uma maneira confortável de dispor de seus próprios recursos É comum que, em certas atividades, você ofereça seu próprio celular ou computador para facilitar alguma etapa criativa ou registro. Certos professores decidem trazer outros materiais de casa, quando a escola não dispõe de determinado recurso. O importante é que isso não se torne uma obrigação ou um peso a mais para você. A sugestão é que você experimente em quais situações se sente confortável para disponibilizar objetos pessoais no trabalho. Estabeleça as possibilidades e os limites conforme se sentir bem. Respeitar-se é fundamental para a sua saúde e para sua relação com os alunos.

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Registro das atividades A questão do registro das atividades escolares encontra-se hoje em um território complexo. Por um lado, as novas tecnologias têm invadido o cotidiano: tudo vira fotografia, qualquer ocasião pede uma filmagem. Esses recursos (frequentemente oferecidos pelos telefones celulares), quando bem utilizados, são preciosos. Por outro lado, gerar imagens em excesso não significa necessariamente elaborar a experiência vivida. As aulas de Arte podem auxiliar os alunos nesta reflexão sobre o registro.

No caso do Projeto 1, planejar a performance envolve escolher de que maneira fazer seu registro. Aproveite para retomar as discussões já realizadas sobre o tema e lembrar os alunos dos recursos de registro já experimentados nas aulas de Arte.

Valorize as produções artísticas em si

Um desenho, uma coreografia, uma canção ou uma cena teatral condensam nelas mesmas uma série de reflexões. Converse com a turma sobre essa capacidade da obra de arte materializar debates, sentimentos, sensações. Recomende aos alunos que organizem suas produções e registros ao longo de todo o ano. Ao juntar o trabalho do ano inteiro, o aluno pode perceber seu crescimento e lembrar das experimentações vividas. Ressalte que vivenciar essas experiências é mais importante que documentá-las.

Incentive a escrita como forma de registro

Ao longo de cada ano as experiências nas aulas vão mobilizar diversos temas e procedimentos formais. Vale privilegiar o antigo recurso de registro que é a escrita. É interessante que cada aluno tenha um diário de bordo, um caderno, de preferência sem pauta, no qual ele possa anotar pensamentos e sentimentos. As informações contidas nesse caderno não precisam ser avaliadas, não se trata, nesse caso, de um mecanismo de controle sobre a aprendizagem. Pelo contrário, o caderno pode ser um lugar livre, de elaboração do que está sendo vivido.

Nesse sentido, pode ser interessante que você também tenha seu próprio diário de bordo. Pode ser um caderno com subdivisões para cada turma, ou um pequeno bloco para cada sala. O interessante é que você também encontre, entre tantos alunos e tantas turmas, o espaço para registrar e pensar sobre o dia a dia.

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Reflita coletivamente sobre como utilizar filmagens, fotografias e gravações de voz

Uma fotografia pode ser uma obra de arte. Um vídeo ou a gravação de uma canção também. É interessante discutir as diferenças entre a fotografia artística e a fotografia como simples forma de registro, e pensar sobre gradações e nuances entre essas categorias.

Partindo do pressuposto de que o processo interessa mais que o produto, é possível combinar maneiras criativas de registrar as etapas das criações em Arte. Pode haver, por exemplo, um aluno responsável por registrar cada processo (em cada capítulo ou atividade) em forma de fotografias. Isso evita a banalização dos materiais – é a vez daquele aluno fotografar, e ele vai valorizar cada escolha.

No caso das artes performativas, é importante valorizar o momento presente. O espectador deve viver o aqui e agora da obra. Filmar uma peça teatral ou uma apresentação de dança pode prejudicar essa experiência de ser espectador, pois se olha através de câmeras o que se poderia ver ao vivo. É possível escolher quando e o que filmar.

Por fim, reflita coletivamente sobre a melhor maneira de socializar esses registros. As redes sociais apresentam certa tentação de tornar tudo público. Vale escolher o que se deseja socializar, e com qual mediação. Trata-se inclusive de um pacto de confiança: resguardar o que diz respeito apenas àquele coletivo, e compartilhar o que for acordado.

5. Acompanhamento do aprendizado dos alunos Acompanhar a aprendizagem em arte demanda um olhar sensível e atento ao processo de cada aluno. Aqui não existe o momento específico da prova. É o processo, e não o produto, que é seu objeto de avaliação.

A avaliação de um aluno não se dá pela comparação com os demais, e sim com o estágio em que ele próprio se encontrava no bimestre anterior. A ausência de uma única resposta “correta” para cada atividade abre a possibilidade de o aluno se desenvolver trilhando diferentes caminhos. Oferecer propostas diversificadas, como as sugeridas pelo livro, é uma maneira de potencializar as múltiplas possibilidades de criação.

Uma das especificidades da arte (que é explorada nesta coleção) é que esse componente curricular inclui quatro linguagens diferentes. Isso gera um dado interessante: o mesmo aluno pode ter facilidade em uma linguagem e dificuldade em outra. Conversar sobre isso contribui muito para o dia a dia na sala de aula. Quando um aluno enxergar um obstáculo, vale lembrá-lo de sua tranquilidade para criar em outra linguagem artística. As trocas entre os indivíduos são aqui muito ricas: você pode incentivar os alunos a colaborar uns com uns outros, equilibrando suas aptidões.

Como mencionamos no item 3 deste plano, o componente curricular Arte frequentemente é cercado pela problemática noção de “dom”. É importante desconstruir essa ideia, que possui um fundo aristocrático: pressupõe que certas pessoas nascem com determinada habilidade, e que as demais

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jamais vão desenvolver aptidões artísticas. Você deve esclarecer que as habilidades são fruto de trabalho e que, para desenvolvê-las, é necessário realizar processos formativos em arte. Claro que existem facilidades e dificuldades apresentadas inicialmente por cada indivíduo. No entanto, por meio do exercício cotidiano, dificuldades iniciais podem ser superadas, abrindo espaço para a arte como veículo de expressão e comunicação.

Mesmo sem a aplicação de provas, existem critérios para a avaliação em arte. Deixe claro quais são esses critérios para que o aluno compreenda o que se espera dele e dos seus colegas. Dessa forma, a turma também ganha confiança na sua condução e nas suas propostas. Deve-se avaliar: a disponibilidade para cooperação e para colaboração; o interesse e a busca por desempenho cada vez melhor nas atividades propostas; a disposição de experimentar, ousar, o entendimento de que o erro pode ser bem-vindo em arte; a capacidade de investigar, buscar soluções, copiar e modificar os modelos; ter disposição para se colocar nos debates de forma legítima; respeitar e incluir as ideias dos outros nos trabalhos coletivos. Você pode incluir mais critérios ou modificar a formulação destes para respeitar seu método de trabalho e o contexto escolar em que você atua.

Uma ferramenta que complementa o Plano de desenvolvimento é a Ficha de acompanhamento das aprendizagens. Nela, você poderá registrar como cada aluno lidou com cada habilidade trabalhada ao longo do bimestre. Esse registro pode lhe auxiliar no planejamento das aulas e também ser utilizado nas reuniões avaliativas (tanto reuniões de professores como reuniões com os familiares dos alunos).

Recomendamos três formas de avaliação em Arte: a avaliação individual, a avaliação coletiva e a autoavaliação, como se verá a seguir.

Avaliação individual

A avaliação individual, que em outros componentes é a mais frequente, aqui só deve ser utilizada nos casos em que o aluno não estiver acompanhando a turma. Um aluno tímido, com dificuldades de se expressar, pode demandar esse formato em alguma ocasião. Não se trata de penalizá-lo, e sim de acolhê-lo. Vale incentivá-lo a participar das atividades coletivas nas próximas ocasiões.

É essencial acompanhar de forma próxima os alunos que necessitem de maior investimento na aquisição das habilidades previstas, para que todos tenham condições de avançar em suas aprendizagens. Claro que você é responsável por toda a turma e precisa dividir suas atenções. Mas a abertura para a conversa, nos momentos em que a dinâmica da sala de aula permitir, contribui muito para a qualidade do processo educativo.

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Avaliação coletiva

A criação em arte muitas vezes acontece em grupo; existem grupos de teatro, companhias de dança, conjuntos musicais, coletivos de criação em Artes Visuais. Na sala de aula, as atividades em grupo contribuem para a socialização dos alunos. Elas também oferecem uma maneira mais solidária (e menos solitária) de enfrentar os desafios.

É interessante variar a maneira de dividir os grupos. Dessa forma, os alunos aprendem a se organizar por conta própria, reunindo-se com pessoas com as quais têm afinidade e interesses parecidos. Por outro lado, nos momentos em que você organiza os grupos, os alunos podem exercitar a habilidade de trabalhar em equipe com parceiros diversificados. Em todos os casos, o aluno desenvolve sua capacidade de expressão e também de escuta do outro – o senso de alteridade.

Autoavaliação

A autoavaliação é uma maneira de o próprio aluno perceber em quais aspectos ele se aprimorou e quais dificuldades ainda merecem ser enfrentadas. Esse instrumento avaliativo explicita para a turma que a comparação entre produtos finais não é fundamental; para o componente curricular Arte, o que interessa é como cada aluno pode se desenvolver.

É essencial que a autoavaliação seja realizada por escrito, a partir de questões norteadoras propostas por você. Ao lidar com um enunciado claro, o aluno encontra contornos que o auxiliam a reflexão sobre o próprio processo de aprendizagem.

No Livro do Estudante existem seções dedicadas à autoavaliação. Nelas, são apresentadas perguntas específicas relacionadas com a atividade realizada no capítulo. Sugerimos aqui algumas questões adicionais, que podem ser reformuladas de acordo com o seu método de ensino e o contexto específico em que você leciona:

• Como foi a sua participação em aula? • Como foi a sua participação nos trabalhos em grupo? (Você colaborou para a realização das propostas? Escutou e incluiu as propostas dos colegas?). • Em quais aspectos você se desenvolveu ao longo do bimestre? • Quais foram as suas maiores dificuldades? • Como foi a sua frequência? (Você esteve presente na maioria das aulas? Ou teve muitas faltas?). • Como foi a sua participação nas visitas planejadas? (Caso tenham ocorrido visitas neste bimestre).

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6. Fontes de pesquisa para uso em sala de aula ou para apresentar aos alunos O Projeto 1 é dedicado ao tema do feminismo e às experimentações artísticas da linguagem da performance. Já o Projeto 2 propõe a montagem de uma peça teatral e oferece três textos de dramaturgia bastante diferentes como possibilidades. Seguem algumas fontes extras para contribuir com o trabalho.

BODANZKY, Laís. Quem somos nós? [Entrevista]. Disponível em: . Acesso em: 2 nov. 2018. Estudamos a cineasta brasileira Laís Bodanzky. Nessa entrevista, organizada pela Casa do Saber, ela fala sobre sua experiência como artista mulher nesse meio.

Blogueiras Feministas. Disponível em: . Acesso em: 2 nov. 2018. A página Blogueiras Feministas reúne diversos textos de mulheres com as mais diferentes abordagens. Há muitos subtemas e visões diversas sobre eles. É uma boa sugestão para alimentar as pesquisas e os debates propostos no Projeto 1.

Grupo Galpão. Romeu e Julieta. Disponível em: . Acesso em: 2 nov. 2018. O Grupo Galpão, grupo teatral de Minas Gerais já estudado no capítulo 6 do 9o ano, realizou uma encenação não convencional de Romeu e Julieta (um dos textos sugeridos para a montagem teatral do Projeto 2). O vídeo mostra uma apresentação na íntegra de sua versão circense e popular da peça, realizada em 2012 no Globe Theatre – palco das históricas apresentações das peças de William Shakespeare.

SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida. Disponível em: . Acesso em: 2 nov. 2018. O Projeto 2 oferece três dramaturgias como possibilidades para a montagem teatral, mas abre espaço para que outros textos sejam escolhidos. No link você tem acesso à peça Auto da Compadecida, de , uma das mais montadas pelo teatro amador brasileiro. Seus protagonistas são uma dupla de palhaços clássicos, e a ação se passa no Nordeste, valorizando a cultura regional.

Teatro do Absurdo (verbete). Enciclopédia Itaú Cultural. Disponível em: . Acesso em: 2 nov. 2018. A peça A cantora careca, uma das opções oferecidas para a realização da montagem teatral, faz parte de um conjunto de dramaturgias comumente chamado de Teatro do Absurdo. Estudar esse conceito ajuda a pensar sobre a peça e a tomar decisões a respeito da encenação. O link acima oferece uma exposição clara e sucinta sobre o tema.

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7. Projeto integrador A pesquisa proposta do projeto interdisciplinar visa a estimular uma ação autônoma dos estudantes diante do saber. Os temas sugeridos propõem reflexão sobre diversos assuntos e levantamentos com base em fontes confiáveis, os quais, ao final, devem resultar em síntese numa das linguagens artísticas. É possível trabalhá-los com a colaboração de professores de outras disciplinas.

Alguns projetos sugerem uma busca pessoal ou de práticas cotidianas, outros apontam para o uso da linguagem artística e científica. Todos podem ser modificados, por você ou pelos estudantes, em seus objetivos ou linguagens.

A liberdade na dança

Tema Feminismo e as transformações na linguagem da dança

Problema central Como transformar as danças e as coreografias conhecidos pelos estudantes de maneira crítica? enfrentado

Produto final Pequenas apresentações coreografadas

Justificativa

O projeto A liberdade na dança pretende reformular danças e coreografias conhecidas pelos estudantes tendo por fundamento uma perspectiva crítica embasada em pesquisas sobre as conquistas e as principais reivindicações dos movimentos feministas nas últimas décadas. Tomando o pensamento e as propostas para a dança formulados pela bailarina Isadora Duncan como modelo, os estudantes terão a oportunidade de perceber e explorar como podem articular a linguagem da dança levando em consideração ideias de igualdade entre os gêneros e a problematização da imagem e do papel da mulher na sociedade.

Este projeto integrado favorece o desenvolvimento de competências gerais presentes na BNCC, pois permite aos estudantes:

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.

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Este projeto também privilegia o trabalho coletivo, previsto na BNCC, e possibilita o desenvolvimento de relações interpessoais e o compartilhamento de desafios, permitindo aos estudantes:

8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.

Competências gerais desenvolvidas

• Estabelecer relações entre arte, mídia, mercado e consumo, compreendendo, de forma crítica e problematizadora, modos de produção e de circulação da arte na sociedade. • Problematizar questões políticas, sociais, econômicas, científicas, tecnológicas e culturais, por meio de exercícios, produções, intervenções e apresentações artísticas. • Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo. • Identificar interpretações que expressem visões de diferentes sujeitos, culturas e povos com relação a um mesmo contexto histórico, e posicionar-se criticamente com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. • Compreender e problematizar os conceitos e procedimentos norteadores da produção historiográfica.

Objetivos

Unidades Objetos de Disciplinas Habilidades temáticas aprendizagem (EF69AR09) Pesquisar e analisar diferentes formas de expressão, representação e encenação da dança, Arte Dança Contextos e práticas reconhecendo e apreciando composições de dança de artistas e grupos brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas. (EF69AR15) Discutir as experiências pessoais e coletivas em dança vivenciadas na escola e em outros Arte Dança Processos de criação contextos, problematizando estereótipos e preconceitos. O nascimento da República no Brasil e os (EF09HI09) Relacionar as conquistas de direitos Anarquismo e História processos políticos, sociais e civis à atuação de movimentos protagonismo feminino históricos até a sociais. metade do século XX

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Duração

A duração deste projeto é de um bimestre, incluso nesse período as etapas de pesquisas, criação e ensaio das coreografias.

Material necessário

Espaços para ensaio dos grupos e apresentação das coreografias. Meios digitais para a realização da pesquisa sobre a bailarina Isadora Duncan e sua trajetória na dança.

Desenvolvimento

Etapa 1

Apresentação do projeto e pesquisa sobre Isadora Duncan

Esclareça algumas diretrizes do projeto com os estudantes. Explique que é importante que eles imaginem como será a apresentação final para pensar o processo de elaboração da coreografia. Feito isso estimule-os a responder: “O que seria dançar com liberdade?”.

Com base nas respostas, promova um debate sobre como a linguagem da dança reproduz em diversas coreografias opressões e injustiças verificadas socialmente. Proponha, então, uma pesquisa sobre as reivindicações dos movimentos feministas e sobre as conquistas obtidas.

Incentive os alunos, em seguida, a pesquisar a trajetória da bailarina Isadora Duncan (1877- 1927). Eles poderão perceber como ela propôs mudanças radicais para a estética do balé clássico: a busca de movimentos mais naturais do corpo, os figurinos leves, a execução da dança com pés descalços, entre outras modificações. Questione-os para saber o que essas mudanças representavam em relação aos padrões adotados pelo balé tradicional. Oriente-os a pesquisar e comparar fotos e vídeos do balé clássico e de Isadora Duncan e apontem as diferenças.

Proponha, então, que os alunos façam adequações em coreografias conhecidas pela maioria. Faça perguntas como: “O que eles gostariam de mudar?”; “Quais as dificuldades de executar determinados movimentos e como tornar essas danças mais acessíveis a todos e próximas dos conceitos de igualdade e liberdade?”.

Etapa 2

Ensaios

Oriente os alunos na formação de grupos para trabalhar a modificação das coreografias escolhidas. Ressalte que os ensaios são produtivos quando os grupos têm clareza do que pretendem criticar em suas danças. Auxilie-os na busca de alternativas e soluções na própria linguagem da dança.

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Contribua com sua perspectiva e faça apontamentos sobre como articular os elementos da dança de forma a tornar a crítica dos alunos evidente.

Proponha que os grupos façam modificações nas letras e nas melodias das músicas usadas como trilha contribuindo para destacar a crítica pretendida.

Etapa 3

Apresentação e debates

Para finalizar, proponha um dia de apresentações seguidas de debates. Oriente uma conversa destacando a maneira como cada grupo usou a dança para expor suas críticas. Estimule os alunos a compararem e expressarem suas perspectivas com relação às danças propostas e à versão original.

Proposta de avaliação das aprendizagens

É importante perceber o quanto os alunos são capazes de encontrar soluções na linguagem da dança para materializar suas críticas. Perceba se eles se dedicam e articulam com coerência as maneiras de resolver aquilo que eles apontam como problemas nas coreografias escolhidas mobilizando elementos da linguagem e fatores de movimento (tempo, peso, fluência e espaço) para isso.

Para que seja possível fazer as modificações, verifique também se os alunos identificam com clareza as questões consideradas problemáticas nas danças escolhidas.

Ao fim do projeto avalie o quanto o trabalho contribuiu para ampliar o conhecimento sobre o tema e como cada grupo usou o recurso da crítica.

Para saber mais –aprofundamento para o professor

DUNCAN, Isadora. Minha vida. Rio de Janeiro: José Olympio, 2012. Em sua autobiografia, Isadora Duncan fala sobre a infância, seus primeiros contatos com a dança, a paixão pela literatura, pela Antiguidade clássica, suas ideias e os diferentes momentos pelos quais passou ao longo da vida.

MUNEVAR, Lucia Lancheros. Dança moderna e feminismos. Lisboa: Universidade Técnica de Lisboa, Faculdade de Motricidade Humana, 2013. (Dissertação de mestrado). Disponível em: . Acesso em: 21 de outubro de 2018. A autora elabora uma série de reflexões e articulações envolvendo o pensamento da dança moderna e diferentes entendimentos e possibilidades de feminismo.

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Escola:

Professor:

Turma:

Expectativa de aprendizagem

[Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno] [Aluno]

(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético. (EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo,

Artesvisuais fotografia, performance etc.). (EF69AR07) Dialogar com princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios imagéticos e processos de criação nas suas produções visuais.

(EF69AR12) Investigar e experimentar procedimentos de improvisação e criação do

movimento como fonte para a construção de vocabulários e repertórios próprios.

(EF69AR14) Analisar e experimentar diferentes elementos (figurino, iluminação, cenário, Dança trilha sonora etc.) e espaços (convencionais e não convencionais) para composição cênica e apresentação coreográfica.

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(EF69AR15) Discutir as experiências pessoais e coletivas em dança vivenciadas na escola e

em outros contextos, problematizando estereótipos e preconceitos. Dança

(EF69AR24) Reconhecer e apreciar artistas e grupos de teatro brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas, investigando os modos de criação, produção, divulgação, circulação e organização da atuação profissional em teatro.

(EF69AR25) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no tempo e no espaço de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética teatral.

(EF69AR26) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus

vocabulários.

(EF69AR27) Pesquisar e criar formas de dramaturgias e espaços cênicos para o

acontecimento teatral, em diálogo com o teatro contemporâneo. Teatro (EF69AR28) Investigar e experimentar diferentes funções teatrais e discutir os limites e desafios do trabalho artístico coletivo e colaborativo.

(EF69AR29) Experimentar a gestualidade e as construções corporais e vocais de maneira imaginativa na improvisação teatral e no jogo cênico.

(EF69AR30) Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos (música, imagens, objetos etc.), caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sonoplastia e considerando a relação com o espectador.

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(EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social,

cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

(EF69AR32) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

(EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas

rtesintegradas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, A de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.

Legenda:

Atingiu plenamente: o estudante compreende e aplica os principais conceitos ou processos da habilidade.

Atingiu parcialmente: o estudante começou a compreender e aplicar os principais conceitos ou processos da habilidade.

Não atingiu: o estudante não compreendeu os principais conceitos ou processos da habilidade.

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Questões para nortear as discussões sobre a aprendizagem dos estudantes nas reuniões pedagógicas da escola

1. O aluno participa dos debates em sala de aula, fazendo reflexões sobre os temas levantados e respeitando as colocações dos colegas?

2. O aluno participa dos trabalhos em grupo, exercendo a cooperação e contribuindo para o trabalho coletivo?

3. O aluno realiza as experimentações propostas, mobilizando sua criatividade, expressividade e imaginação?

4. O aluno trabalha nas pesquisas propostas, exercendo sua curiosidade e socializando as descobertas realizadas?

5. O aluno se empenha nas atividades, superando dificuldades técnicas e desenvolvendo-se nas seis dimensões do conhecimento (criação, crítica, estesia, expressão, fruição e reflexão)?

Principais conquistas apresentadas pela turma

Principais dificuldades apresentadas pela turma

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 4º bimestre – Ficha de acompanhamento das aprendizagens

Ações de acompanhamento de aprendizagem para os alunos com maior dificuldade

Outras observações relevantes

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 4º bimestre – Sequência didática 1

Mulheres no universo da arte Duração: 4 aulas Referência do Livro do Estudante: Projeto 1

Relevância para a aprendizagem Nesta sequência didática, pretende-se apresentar aos estudantes exemplos significativos de arte produzida por mulheres em diferentes contextos culturais. Com base nesses exemplos, espera-se que os alunos participem de um exercício de performance coletiva, que vai tratar de questões relativas à banalização da imagem feminina na publicidade, à desigualdade de oportunidades entre homens e mulheres na sociedade e à violência contra a mulher.

Objetivos de aprendizagem • Apresentar performances feitas por mulheres. • Discutir a banalização da imagem feminina na publicidade. • Refletir sobre a desigualdade de oportunidades entre homens e mulheres. • Discutir sobre a violência sofrida pela mulher em diversos contextos. • Propor a elaboração de uma performance coletiva que trate dos temas abordados.

Objetos de conhecimento e habilidades (BNCC)

Unidades temáticas Objetos de conhecimento Habilidades Artes integradas Contextos e práticas (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

Processos de criação (EF69AR32) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 4º bimestre – Sequência didática 1

Desenvolvimento Aula 1 – A mulher na sociedade

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula. Organização dos alunos: sentados em suas carteiras, organizadas em semicírculo, para permitir a projeção na lousa e o debate com os colegas e o professor. Recursos e/ou material necessário: lousa, giz, lápis preto, borracha, caderno. Se possível, computador com acesso à internet.

Nesta aula, convide os estudantes a refletir sobre a presença da mulher na família, na comunidade, na escola, no trabalho, na televisão, nos filmes, na política, enfim, nos diversos papeis que ela desempenha atualmente na sociedade.

Para enriquecer a reflexão, assista com eles ao documentário brasileiro Entre mulheres (2012), de Marlom Meirelles, que pode ser encontrado na internet. O filme apresenta a história real de vida de dez mulheres em diferentes contextos sociais, enfatizando as conquistas, lutas e dificuldades que enfrentam no dia a dia.

Seguem algumas questões sobre o assunto que podem ser utilizadas como disparadoras durante a discussão:

• Qual é o papel da mulher no grupo social com o qual você convive? • As mulheres fazem a maioria dos serviços domésticos onde você mora? Por quê? • Qual é a carga de decisão da figura feminina entre as pessoas com quem você convive? • Como a mulher é apresentada e tratada nas propagandas? • Você conhece mulheres cientistas, políticas, artistas, engenheiras, etc.? Cite nomes. Se não conhece, pense no porquê e comente. • Você acha que existe igualdade de direitos entre homens e mulheres? Justifique

As respostas são livres, mas devem ser problematizadas a fim de que os alunos percebam as lutas diárias que as mulheres enfrentam para se afirmar em uma sociedade patriarcal e machista.

Na continuação, especialize o debate com a questão da atuação das mulheres na arte. Cite exemplos de mulheres artistas que tiveram dificuldades de reconhecimento justamente por ser mulheres. Se achar conveniente, mencione o caso das pintoras no Impressionismo, que, por não frequentar os mesmos ambientes que os homens, como os espaços públicos e a vida noturna, retrataram na maioria de suas obras mulheres em tarefas domésticas dentro de casa. Para apoiar essa discussão, indica-se a leitura do material da exposição A invisibilidade da mulher na história da arte, indicado à frente, na seção Material de apoio e referência.

Para encerrar a aula, proponha aos estudantes a elaboração de um texto breve sobre a experiência de uma mulher importante em sua comunidade ou em sua vida.

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Aula 2 – Mulheres artistas da performance

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula. Organização dos alunos: sentados em suas carteiras, organizadas em semicírculo, para permitir a projeção na lousa e o debate com os alunos e o professor. Recursos e/ou material necessário: lousa, giz, lápis, borracha, caderno. Se possível, computador com acesso à internet.

Atividade 1 – O que é performance e Leticia Parente (20 minutos)

Inicie a aula apresentando o conceito de performance: modalidade da arte fundamentalmente híbrida, que propõe reflexões como a relação entre arte e vida e a dissolução entre os conceitos de arte e a não-arte. Para compor seus trabalhos, os performers em geral se utilizam de linguagens artísticas, como a música, a dança, a pintura, a literatura, elementos do teatro, e utilizam o corpo como parte da obra.

Ao introduzir o tema é imprescindível apresentar aos estudantes alguns registros ou relatos de trabalhos realizados a fim de que possam compreender as diferentes criações dentro dessa linguagem.

A artista brasileira Leticia Parente (1930-1991) criou, em 1982, a performance Tarefa 1. Nessa ação, ela se deita em uma tábua de passar roupa enquanto outra mulher, passa a roupa que a artista está vestindo.

Como essa ação é facilmente encontrada na internet, se possível, apresente-a aos estudantes, e proponha uma discussão sobre ela. Seguem algumas questões que podem aquecer o debate:

• Por que a artista se deitou em uma tábua de passar e deixou que outra pessoa passasse a roupa que está vestindo? • Quem estaria passando a roupa? • Do que trata essa performance? • Qual é a diferença entre um ato cotidiano de passar roupa e a performance apresentada? • Se fosse um homem a passar a roupa, a performance teria outra leitura?

Para enriquecer a discussão, aproxime a performance das questões levantadas na aula anterior, em que se discutiu o papel da mulher na sociedade contemporânea.

Atividade 2 – Pesquisa de performances (25 minutos)

Nesta segunda atividade, proponha aos estudantes que se dividam em grupos de cinco a oito integrantes e montem um plano de uma pesquisa sobre performance na arte. Nesse momento, os alunos devem estabelecer a divisão de tarefas e tentar definir que artistas pretendem pesquisar. A pesquisa deve ser realizada fora do horário escolar e apresentada por escrito na aula seguinte.

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Enfatize que a pesquisa deve ser sobre o trabalho do performer, e não sobre sua biografia. Oriente-os a explorar as várias possibilidades de performance no decorrer da história da arte. Como estímulo, apresente alguns exemplos de artistas a ser pesquisados, como as performers brasileiras Anna Maria Maiolino (1942-), Lygia Pape (1927-2004), Lygia Clark (1920-1988), (1933-) e Sonia Andrade (1935-). Compartilhe com os estudantes algumas ações dessas artistas.

Aula 3 – Apresentação de pesquisas e proposta de criação de performance

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula. Organização dos alunos: organizados em grupos de cinco a oito pessoas. Recursos e/ou material necessário: lousa, giz, lápis, borracha, caderno com as anotações da aula anterior.

Atividade 1 – Apresentação das pesquisas (20 minutos)

Peça aos alunos que se reúnam nos mesmos grupos formados na aula anterior e apresentem as pesquisas sobre performance que realizaram. Esclareça que a apresentação deve ser um resumo do que foi pesquisado e que será o elemento propulsor na elaboração da próxima atividade.

Atividade 2 –Projeto de criação de performance (25 minutos)

Mantendo a mesma formação, proponha aos grupos que elaborem um projeto, por meio de desenhos e textos, de uma performance para ser apresentada na escola, de acordo com as seguintes orientações:

• A performance deverá versar sobre a mulher e sua luta diária na sociedade contemporânea. • Todos os integrantes do grupo devem participar da ação. • Elementos de outras linguagens artísticas poderão ser utilizados. • A ação deverá ter, no máximo, 5 minutos de duração. Antes do encerramento da aula, proponha aos grupos que compartilhem as ideias que tiveram com toda a turma, a fim de enriquecê-las com a opinião dos colegas e de tentar resolver eventuais questões que tenham surgido durante o esboço do projeto. Solicite, como tarefa de casa, que os estudantes se encontrem para terminar os projetos, reunir os objetos e/ou figurinos necessários para a ação e ensaiar para a apresentação.

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Aula 4 – Apresentação da performance

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula ou outro espaço escolhido pelos grupos. Organização dos alunos: em círculo, ou em disposição escolhida pelos grupos. Recursos e/ou material necessário: escolhidos por cada grupo dependendo das necessidades de sua apresentação.

Comece essa aula recordando os principais pontos das discussões anteriores. Em seguida, organize a ordem das apresentações e defina com os estudantes o local dessas ações. Solicite a alguns alunos que façam o registro das performances, por meio de fotos e vídeos.

Após as apresentações, reúna a turma e proponha uma roda de conversa sobre as sensações e as ideias suscitadas pelas ações apresentadas. Oriente a discussão para uma leitura crítica, sensível e individual de cada apresentação, respeitando a singularidade de entendimentos e a pluralidade de experiências e sentidos.

Material de apoio e referências Catálogo da exposição A invisibilidade da mulher na história da arte. Museu Municipal de Penamacor, Portugal. Disponível em: . Acesso em: 8 nov. 2018.

MELIM, Regina. Performance nas artes visuais. Jorge Zahar: Rio de Janeiro, 2008.

Aferição do objetivo de aprendizagem Espera-se que os estudantes sejam capazes de compreender a atuação da mulher na sociedade em diversos momentos da História e, principalmente, nos dias de hoje. Em decorrência desse entendimento, os alunos devem ampliar sua reflexão para temas relacionados como machismo, misoginia, preconceito de gênero e desigualdade de oportunidades. Outra expectativa é que os estudantes ampliem seu repertório sobre arte a partir dos conteúdos abordados nas aulas e assimilados com as pesquisas. Valorize, sobretudo, a oportunidade de refletir, discutir, criar e atuar coletivamente, respeitando as diversidades, apoiados por um olhar crítico e propositor sobre as diversas realidades.

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Questões para auxiliar na aferição

Além das atividades propostas nessa sequência didática, algumas questões podem ser utilizadas para aferir a aprendizagem dos estudantes em relação aos objetivos de aprendizagem aqui explorados. Por exemplo:

1. Você considera que as mulheres em nossa sociedade têm os mesmos direitos e condições que os homens? Argumente sobre sua resposta.

2. A partir da criação de uma performance em grupo, identifique quais foram seus maiores aprendizados e as dificuldades enfrentadas?

Gabarito das questões

1. Espera-se que os estudantes façam uma reflexão aprofundada sobre o tema, reconhecendo as desigualdades que persistem entre homens e mulheres em diversos âmbitos da sociedade, e que apontem exemplos de casos conhecidos, trazendo a reflexão para a própria experiência.

2. Trata-se de uma autoavaliação e espera-se que os estudantes façam um relato de sua experiência com o grupo na criação da ação, destacando aprendizados, dificuldades e descobertas. É importante que, nesse relato, reconheçam a necessidade do diálogo e da colaboração para um bom andamento do trabalho, assim como reflitam sobre a criação artística.

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Arte e artesanato Duração: 3 aulas Referência do Livro do Estudante: Caderno de projetos

Relevância para a aprendizagem Compreender o artesanato como uma forma de arte, na qual se expressam valores culturais, sociais e humanos, é essencial para que os estudantes ampliem sua visão de mundo e relacionem o que é produzido localmente em seu dia a dia com a arte. Nesta sequência didática, mantendo a temática da mulher na arte, propõe-se discutir o papel da artesã no cenário cultural brasileiro, apresentando artistas nacionais, para, em seguida, pesquisar sobre as artesãs locais e divulgar o resultado em um blog.

Objetivos de aprendizagem • Discutir o que é arte e artesanato. • Discutir a atuação da mulher no artesanato, dando ênfase a seu protagonismo. • Conhecer o trabalho de algumas artistas e artesãs. • Refletir os valores culturais, sociais e humanos relacionados ao artesanato brasileiro. • Pesquisar sobre artesãs da região, valorizando a cultura local.

Objetos de conhecimento e habilidades (BNCC)

Unidades temáticas Objetos de conhecimento Habilidades (EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, Artes visuais Contextos e práticas contextualizando-os no tempo e no espaço. (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes Artes integradas Contextos e práticas dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

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Desenvolvimento Aula 1 – Arte e artesanato

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula. Organização dos alunos: sentados em suas carteiras, em semicírculo, para viabilizar a projeção na lousa e o debate com os colegas e o professor. Recursos e/ou material necessário: lousa, giz, lápis, borracha, caderno, equipamento com acesso à internet.

Como preparação prévia, indica-se a leitura de textos como Arte ou artesanato? Artes sem preconceito em um mundo globalizado e Estudo sobre a presença das mulheres no artesanato: construindo caminhos entre educação e artesãs, indicados na seção Material de apoio e referência.

Comece a aula propondo algumas perguntas aos estudantes sobre o assunto que será abordado:

• O que você entende por arte? Dê exemplos. • E por artesanato? Exemplifique. • De seu ponto de vista, quais são as diferenças entre arte e artesanato? • Os produtos considerados artísticos têm mais valor econômico do que o artesanato. Você concorda com essa afirmação? Por quê? Motive-os a participar do debate expondo suas opiniões e citando exemplos. Procure dirigir a discussão de modo a flexibilizar os conceitos de arte e artesanato, sem, no entanto, reforçar a dicotomia entre eles, e abrir espaço para que se pense o artesanato como um termo com a qual se define a técnica de produção de objetos que demonstram a cultura de determinada comunidade. É importante que se levantem questões sobre o lugar do artesanato na arte contemporânea e no mundo globalizado.

Em seguida, esclareça que o tema dessa aula será o papel das mulheres no artesanato e na arte. Fale sobre o artesanato tradicionalmente feito por mulheres, como rendas, crochês e bordados e apresente, por meio de projeção, no computador ou em cópias impressas. Também cite o trabalho de mulheres que têm usado técnicas tradicionais em novas propostas artísticas, como as artistas contemporâneas Joana Vasconcelos (1971-), Karen Bazzeo (1985-) e Anne Galante (1989-).

Compartilhe com os estudantes, também, imagens das produções feitas pelas mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que utilizam uma técnica chilena de bordado chamada arpillera. Essa técnica foi muito utilizada por mulheres chilenas durante a ditadura (1973-1990) para denunciar violências e driblar a censura; no Brasil, surgiu como ferramenta para denunciar a violência contra as mulheres. Esse exemplo possibilita que os alunos reflitam criticamente e problematizem a participação da mulher na sociedade, podendo entender a arte e o artesanato como formas de resistência política e feminista.

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Em seguida, levante a questão da tradição rendeira no Brasil: “Podemos considerar a renda uma arte?”. Para subsidiar a reflexão, convide os estudantes a assistir ao vídeo Renda filé – Patrimônio da cultura de Alagoas, cujo link é indicado na seção Material de apoio e referência. Depois do vídeo, oriente a conversa sobre o papel das mulheres na construção e na manutenção desse patrimônio cultural. Chame a atenção dos estudantes para a mobilização feminina, que tem criado espaços para essa valorização, como os polos rendeiros e as associações.

Aula 2 – Mulheres artesãs e proposta de pesquisa

Duração: cerca de 45 minutos. Local: em sala de aula. Organização dos alunos: sentados em suas carteiras, em semicírculo, para viabilizar a projeção na lousa e o debate com os colegas e o professor. Recursos e/ou material necessário: lousa, giz, lápis, borracha, caderno, equipamento com acesso à internet.

Atividade 1 – Contextualização do assunto (10 minutos)

Inicie a aula recordando os pontos principais das discussões realizadas na aula anterior. Depois, promova uma reflexão sobre o protagonismo da mulher artesã na região em que fica a escola, levantando questões como:

• Qual é a importância das mulheres para economia de sua comunidade? • Você conhece alguma artesã? Como é o trabalho dela? • Existem pessoas que produzem algum tipo de artesanato em sua família ou em sua região? Fale sobre ele.

Atividade 2 – Proposta de trabalho (15 minutos)

Proponha aos estudantes a produção de um blog coletivo em que possam publicar as histórias das mulheres da comunidade em que vivem. Esse blog pode ser alimentado pela turma durante o ano inteiro e ser divulgado para toda a comunidade.

Para organizar o trabalho, peça aos estudantes que formem grupos de cinco a oito pessoas e esmiúce a proposta com eles. Cada grupo deverá fazer um levantamento sobre mulheres que tenham algum tipo de protagonismo na comunidade, como artesãs, artistas, líderes comunitárias, etc. Os dados coletados e as discussões iniciais devem ser utilizados para esboçar o blog.

Os integrantes dos grupos deverão se dividir entre as seguintes tarefas: escolha de layout, pesquisa, criação e montagem do blog (design e conceito), captação das imagens e dos relatos, transcrição dos relatos, edição dos textos, edição das imagens e revisão. Esclareça que existem várias plataformas gratuitas em que a construção do blog é possível.

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Se não for possível produzir o blog, como alternativa os grupos poderão criar um documentário em vídeo ou ainda histórias em quadrinhos que tragam os relatos dessas mulheres protagonistas de sua região. Nesses casos, porém, cada grupo deve produzir o próprio trabalho.

Atividade 3 – Apresentação de esboço (20 minutos)

Para finalizar essa aula, solicite a cada grupo que apresente um esboço do projeto que pretende realizar, compartilhando algumas escolhas que já puderam antecipar, como conceitos, temas, personagens, etc. Deixe que a turma toda faça comentários e levante questões a fim de ajudar no direcionamento de cada trabalho.

Por fim, solicite que os estudantes se reúnam para terminar o esboço do blog. Esclareça que os textos, por exemplo, poderão ser escritos diretamente na postagem; as imagens, os vídeos e os áudios podem ser transferidos por pendrive, e-mail ou cabo; os objetos devem ser previamente fotografados com uma câmera digital ou smartphone.

Oriente-os a fazer a pesquisa como tarefa de casa. Esclareça que a pesquisa pode incluir entrevistas, informações da internet, imagens, vídeos, áudios, objetos, etc., desde que essas informações possam ser publicadas no blog.

Aula 3 – Apresentação da pesquisa e montagem do blog

Duração: cerca de 45 minutos. Local: em sala de aula, sala de informática. Organização dos alunos: sentados em suas carteiras, em semicírculo, para viabilizar a projeção na lousa e o debate com os colegas e o professor. Recursos e/ou material necessário: lousa, giz, lápis, borracha, caderno, dispositivo com acesso à internet.

Inicie a aula solicitando aos estudantes que formem os mesmos grupos da aula anterior. Cada grupo deverá, então, apresentar o material pesquisado: textos, imagens, vídeos, áudios, objetos e o que mais tiverem reunido.

A cada apresentação, verifique com a turma, além do conteúdo das pesquisas e da viabilização dos projetos, as possiblidades de compartilhamento on-line de cada material.

Terminadas as apresentações, caso a escola tenha uma sala de informática, transfira a turma para esse espaço e auxilie os estudantes a criar um blog gratuito. Ajude-os, também, a fazer as primeiras postagens – um grupo por vez ou cada grupo em um computador. Depois, oriente a elaboração de um cronograma para postagens futuras.

Finalize a aula abrindo espaço para uma análise crítica do material pesquisado pelos grupos e do resultado. A seguir, algumas perguntas que podem fomentar o debate:

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• O trabalho apresentado retrata um aspecto importante da comunidade? • Vocês consideram que as pesquisas poderiam ser mais aprofundadas? • Existe espaço para que esse trabalho seja inserido de alguma forma na comunidade? Como? • O trabalho poderia ser ampliado para outras linguagens? Quais? Como?

Material de apoio e referências ARTESOL – Associação das Mulheres Rendeiras de Marechal Deodoro. Disponível em: . Acesso em: 9 nov. 2018.

BECKER, Márcia Regina. Estudo sobre a presença das mulheres no artesanato: construindo caminhos entre educação e artesãs. In: IX ANPED SUL – 2012. Disponível em: . Acesso em: 9 nov. 2018.

INBORDAL e Sou de Algodão. Renda Filé – Patrimônio da Cultura de Alagoas. Disponível em: . Acesso em: 9 nov. 2018.

KAREN Basseo (site oficial). Disponível em: . Acesso em: 9 nov. 2018.

RODRIGUES, Wallace. Arte ou artesanato? Artes sem preconceito em um mundo globalizado. In: Cultura visual, n. 18, dez. 2012. Salvador: EDUFBA, p. 85-95. Disponível em: . Acesso em: 9 nov. 2018.

VARELLA, Paulo. 60 obras raras de Maria Auxiliadora no MASP. In: Arte-ref, mar. 2018. Disponível em: . Acesso em: 9 nov. 2018.

ZANELLA, Andréa Vieira; BALBINOT, Gabriela; PEREIRA, Renata Susan. A renda que enreda: Analisando o processo de constituir-se rendeira. In: Educação & Sociedade, ano XXI, n. 71, jul. 2000, p. 235-252. Disponível em: . Acesso em: 9 nov. 2018.

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Aferição do objetivo de aprendizagem Em primeiro lugar, espera-se que os estudantes possam se organizar e trabalhar em grupo, dividindo igualmente as tarefas e discutindo os conteúdos a ser apresentados de maneira respeitosa. Espera-se também que realizem as pesquisas em sua comunidade, considerando a atuação e o protagonismo da mulher artesã, e ampliem desse modo seu repertório de referências de artistas mulheres. Por fim, espera-se ainda que apresentem e defendam seus projetos com argumentos embasados nas pesquisas e nos estudos até aqui realizados, abarcando a diversidade existente em todos os campos, assim como participem ativamente da realização das postagens no blog.

Questões para auxiliar na aferição

Além das atividades propostas nesta sequência didática, algumas questões podem ser utilizadas para aferir a aprendizagem dos alunos em relação aos objetivos aqui explorados. Por exemplo:

1. Comente sobre a atuação feminina em sua comunidade no que diz respeito a economia, educação, liderança e arte.

2. Quais são as funções sociais que a mulher artesã representa na vida cotidiana de sua comunidade?

Gabarito das questões

1. Espera-se que os estudantes elaborem uma resposta crítica sobre a atuação da mulher em sua comunidade, levantando as dificuldades enfrentadas no dia a dia e também as conquistas, com especial atenção à questão da desigualdade de gênero presente em nossa sociedade.

2. Espera-se que os estudantes elaborem uma resposta crítica, com exemplos de histórias que tenham ocorrido em sua família ou na comunidade e façam relação com os conteúdos abordados na sequência didática.

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Cena de teatro épico Duração: 4 aulas Referência do Livro do Estudante: Projeto 2

Relevância para a aprendizagem O objetivo desta sequência didática é levar os estudantes a pesquisar o teatro épico por meio da montagem de uma cena teatral. Espera-se que eles produzam uma cena de modo a se aproximar das formas específicas de criação teatral épica nos campos da dramaturgia, da encenação e da interpretação.

Objetivos de aprendizagem • Estudar o conceito de teatro épico; • Montar de forma colaborativa uma cena de teatro épico; • Compor coletivamente um acontecimento cênico; • Desenvolver experiências de trabalho com encenação, iluminação, cenografia e figurinos.

Objetos de conhecimento e habilidades (BNCC)

Unidade temática Objeto de conhecimento Habilidade Teatro Processos de criação (EF69AR30) Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos (música, imagens, objetos etc.), caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sonoplastia e considerando a relação com o espectador.

Desenvolvimento Aula 1 – Refletir sobre o teatro épico

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula. Organização dos alunos: sentados nas carteiras, organizadas em semicírculo, para viabilizar a projeção na lousa e o debate com os colegas e o professor. Recursos e/ou material necessário: cópias de texto teatral épico, caderno de anotações, lápis, caneta.

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Atividade 1 – O teatro épico (25 minutos)

Leia com antecedência o texto teatral Aquele que diz sim, aquele que diz não, de Bertolt Brecht (há traduções publicadas e é possível encontrar o texto na internet, mas, se preferir, escolha outro texto teatral épico). Escolha uma cena do texto e faça cópias dela para os estudantes. Em sala, promova uma leitura conjunta da cena escolhida. Após a leitura, converse com os estudantes sobre a cena: É possível identificar algo de diferente no formato da dramaturgia épica em comparação com as peças teatrais que já leram e com os filmes ou as séries a que costumam assistir? Por que acham que a peça foi escrita dessa maneira?

Busque assinalar, a partir das intervenções dos estudantes, os recursos específicos desse tipo de criação dramatúrgica, como a presença do coro, a ocorrência de trechos de caráter narrativo (e pouco dramático, portanto), a repetição (no caso do texto de Brecht). Na sequência, pergunte: Como cada um desses recursos transforma o tema tratado pela peça? Após ouvir as reflexões dos alunos, fale sobre Brecht e o conceito de teatro épico. Exponha brevemente a proposta estética do autor alemão de desenvolver uma dramaturgia que levasse o espectador a desenvolver o senso crítico em vez de criar ilusões e emoções. Enfatize o “efeito de distanciamento”, um recurso épico que fazia com que o público estranhasse as cenas e em nenhum momento deixasse de percebê-las como teatro (e não como realidade). A ideia era que se assistisse à peça como se assiste a um esporte: criticando, reclamando, comentando o que se vê, ou seja, de forma viva e ativa.

Atividade 2 – Improvisações sobre cena épica (20 minutos)

Agora, junto da turma, escreva na lousa um roteiro de ações assinalando os acontecimentos decisivos da cena que leram na atividade anterior. Tente organizar o roteiro da forma mais sintética possível. Explique aos estudantes que eles deverão memorizar o roteiro para, com base nele, desenvolver um exercício de improvisação livre. O objetivo não é reescrever o texto de dramaturgia, mas destacar as situações básicas que fazem a ação se mover e as estruturas de dramaturgia, inclusive aquelas pouco frequentes, como o coro e a narração em cena.

Após isso, forme uma roda com a turma e realize um jogo teatral. Explique que quem entrar na roda estará em cena e que qualquer um pode entrar ou sair a qualquer momento, mas que a cena não pode parar enquanto não chegar ao fim. Para isso, deverão seguir o roteiro de ação que formularam. Não há um limite de jogadores em cena, a turma toda pode estar em cena improvisando. Os estudantes podem se alternar para interpretar os personagens, como também duplicá-los, transformá-los, etc. A ideia é que seja um jogo livre de aproximação do texto e dos recursos épicos nele mobilizados.

Terminada a experimentação, reúna os estudantes e pergunte o que acharam do improviso, como se sentiram fazendo esse exercício e como a característica épica da peça determinou a forma de improvisar.

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Aula 2 – Montagem da cena épica

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula ou sala para prática teatral. Organização dos alunos: livremente pelo espaço reservado para a atividade. Recursos e/ou material necessário: caderno de anotações, lápis, caneta.

Atividade 1 – Organizando as funções (15 minutos)

Comece a aula dividindo a turma em grupos e proponha a montagem do trecho da peça lido na aula anterior. Cada grupo deverá escolher, entre seus integrantes, alguém para ser o encenador (aquele que vai construir o sentido total da peça e organizar todos os elementos para dirigir a montagem), outra pessoa para ser o cenógrafo e iluminador (ou seja, pensar na organização artística do espaço, nos elementos cenográficos, no uso da luz, etc.) e uma terceira para ser o figurinista e aderecista (conceber as vestes dos personagens, se usarão adornos, etc.). Esses três membros do grupo devem trabalhar em equipe. Cada um deve pensar especificamente em sua tarefa, mas ao mesmo tempo atender a um sentido geral do trabalho. Os outros integrantes do grupo farão parte do elenco (serão os atores da cena).

Atividade 2 – Ensaio de mesa (30 minutos)

Proponha que façam um ensaio de mesa, isto é, que se sentem juntos para reler o excerto da peça e discuti-la pormenorizadamente. Oriente-os a esboçar ideias sobre a cena, a debater sobre o sentido das falas e também a respeito das questões abordadas naquele trecho, e de como isso pode ser aproveitado. Oriente-os a falar livremente nesse momento, sem se preocupar ainda com decisões estéticas para a montagem. A partir desse ensaio de mesa, cada integrante do grupo deve dar seguimento à sua tarefa no trabalho. O encenador, o cenógrafo e o figurinista devem se encontrar para definir o caminho estético da cena; atores devem estudar e memorizar o texto.

Aula 3 – Ensaios

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula ou sala para prática teatral. Organização dos alunos: livremente pelo espaço reservado para a atividade. Recursos e/ou material necessário: objetos necessários para a cena.

Reserve essa aula para que os grupos trabalhem livremente na montagem da cena. Antes de começar o exercício, porém, fale brevemente com os estudantes sobre o sentido de um processo colaborativo. Nesse tipo de criação cada um tem uma função, que não é mais ou menos importante do que as outras. Para que o trabalho evolua é importante confiar nas escolhas de cada criador em suas diferentes funções.

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Durante os ensaios, percorra os grupos para ajudá-los na organização do tempo. Incentive-os a experimentar e aceitar as ideias vindas dos demais colegas que ficaram responsáveis por funções específicas. Oriente também os estudantes a reflitir sobre uma “interpretação épica”: Como deve se portar um ator e cada um dos elementos em uma cena épica? Qual é a diferença entre o ator dramático e o ator épico? E uma cenografia épica e outra não épica? Não dê as respostas, mas leve-os a pensar que as características do teatro épico não devem ser verificáveis apenas na dramaturgia, mas todos os elementos da peça devem se empenhar neste sentido. Relembre nesse momento os traços épicos que verificaram na primeira leitura do excerto: fruição crítica, estranhamento e abertura de debate, por exemplo e leve-os a pensar como transpor tais características para os elementos dos quais ficaram responsáveis.

Aula 4 – Apresentações

Duração: cerca de 45 minutos. Local: sala de aula ou sala para prática teatral. Organização dos alunos: organizados em suas funções para o acontecimento da apresentação e para observação da cena. Recursos e/ou material necessário: materiais necessários para a realização da cena.

No dia das apresentações, organize a ordem de entrada dos grupos e convide outras turmas da escola para assistir às cenas. Não se esqueça de filmar as apresentações para que sejam revistas por todos depois. Após as apresentações, converse com os estudantes sobre as diferenças de tratamento dado à cena pelos diferentes grupos, apesar de todos terem trabalhado com a mesma peça. Busque evitar que expressem juízos valorativos, pois não se trata de julgar quem fez melhor a tarefa. Procure manter o diálogo no campo da percepção das várias possibilidades de lidar com um mesmo material. Enfatize como formas diversas de abordagem possibilitaram significações diferentes para a mesma cena. Além disso, busque enumerar os recursos épicos utilizados e incentive os estudantes a refletir sobre eles: De que maneira recursos como o coro, por exemplo, foram utilizados pelos grupos? O que esses recursos significam na peça? E na recepção dela? Incentive ainda os estudantes a falar sobre como foi fazer a peça pensando na estrutura épica. O que perceberam de diferente? Quais foram as dificuldades e as novidades que surgiram nesse tipo de abordagem? Se houver interesse, a sequência pode se tornar um incentivo para um projeto maior no qual toda a turma se engaje na montagem da peça toda, e não apenas de um excerto.

Material de apoio e referência BERTOLT, Brecht. Aquele que diz sim e aquele que diz não. In: Teatro completo 3. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004. ______. Estudos sobre teatro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005. ROSENFELD, Anatol. O teatro épico. São Paulo: Perspectiva, 2008.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano 4º bimestre – Sequência didática 3

Aferição do objetivo de aprendizagem A avaliação do processo de aprendizagem pode ser realizada por meio das atividades propostas nessa sequência didática e deve considerar o desenvolvimento individual dos estudantes.

Em um primeiro momento, espera-se que sejam capazes de refletir, debater e reconhecer as diferenças estruturais de uma dramaturgia épica por meio da leitura, bem como proceder ao roteiro de ações identificando suas características básicas. Em um segundo momento, é esperado que consigam colocar em prática tais conhecimentos e trabalhar de forma colaborativa na montagem de uma pequena cena de teatro épico.

Questões para auxiliar na aferição

Além das atividades propostas nessa sequência didática, algumas questões podem ser utilizadas para aferir a aprendizagem dos alunos em relação aos objetivos de aprendizagem aqui explorados. Por exemplo:

1. Defina, com suas palavras, teatro épico.

2. Como a ideia de teatro épico pode mudar a forma como um ator atua?

Gabarito das questões

1. Espera-se que os estudantes consigam reconhecer a diferença estrutural com relação às formas dramáticas das peças teatrais, ou mesmo de filmes e séries televisivas. Além disso, espera-se que sejam capazes de descrever e tentar interpretar, mesmo que em linhas gerais, algumas características e/ou recursos do teatro épico, como o uso do coro, a estrutura narrativa, o efeito de distanciamento, etc.

2. A expectativa é que os estudantes consigam articular os debates sobre teatro épico com a necessidade de estar em cena de outro modo em uma peça com esse tipo de estrutura. Ou seja, que consiga visualizar no debate sobre teatro épico a questão da atuação teatral. Espera-se que consigam perceber a necessidade de uma interpretação que não seja totalmente amalgamada ao personagem, isto é, que assim como a cena épica busca criar distância da ilusão, a interpretação épica também recusa a incorporação do personagem pelo ator e tenta mostrar o personagem em vez de ser o personagem.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano Audiovisuais e orientações de uso

Audiovisual 1: Relaxamento guiado – Corpo e respiração

Referência do livro do aluno Introdução, p. 19. Bimestre 1º Duração 4 min 17 s Categoria Áudio Aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC). É permitida a adaptação e a criação a partir deste material para fins não comerciais Tipo de licença desde que os novos trabalhos atribuam crédito ao autor e que licenciem as criações sob os mesmos parâmetros, sendo permitida a redistribuição da obra da mesma maneira que na licença anterior. Unidade temática Artes integradas Objeto de conhecimento Contextos e práticas (BNCC) (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, Habilidade (BNCC) cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

Relevância para a aprendizagem Com esse áudio, os alunos terão contato com um relaxamento guiado. As instruções estimulam movimentos sensíveis percorrendo em tempo preciso e estendido diferentes partes do corpo. O áudio ativa a respiração guiando minuciosamente o percurso do ar e conectando cada aluno ao momento presente em que a ação se realiza. Ela trabalha igualmente a ideia de presença e corporeidade, orientando com uma voz suave e firme os movimentos a serem executados. A cada movimento realizado, uma nova consciência corporal é percebida, trazendo para os alunos a capacidade de reconexão com o próprio corpo e a própria individualidade. O processo de alongamento guiado é uma porta para a reflexão, fruição e autoconhecimento, podendo ser utilizado como preparação tanto para atividades relacionadas às artes do corpo (dança, teatro, performance, etc.) quanto em propostas que mobilizem reflexões relacionadas ao campo da memória, da identidade e da sensibilidade.

Objetivos de aprendizagem Com essa atividade, espera-se que os alunos possam:

• cultivar a percepção do próprio corpo em momentos e contextos específicos; • exercitar a autoconsciência; • ampliar a percepção de uma visão integrada entre corpo e mente; • oferecer ferramentas para a discussão de experiências corporais e de vivências relacionadas ao campo sensível e emocional.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano Audiovisuais e orientações de uso

Sugestão de abordagem A duração prevista para a atividade com o áudio é de 7 minutos. Sugere-se no primeiro bimestre começar uma aula de Arte por semana com esse áudio. Nos bimestres seguintes, você pode usar uma aula para conversar com os estudantes sobre essa prática. Recomenda-se ainda que você use esse áudio para anteceder a atividade “Mapa da ancestralidade” que está na introdução. Também recomenda-se utilizá-lo de modo articulado com a seção Aprender com os sentidos dos Capítulo 3 e 4.

Antes de ouvir o áudio

O áudio deve ser utilizado como material de apoio ao trabalho de sala de aula. Você pode fazer uma audição coletiva com a turma antes de introduzir o conteúdo de Arte, no começo de uma aula. É importante estabelecer um ritmo com os alunos para que o corpo compreenda uma dinâmica de pausa e atenção antes de se preparar para ser acionado cognitivamente.

Com alguma antecedência, peça aos alunos que tragam para a aula um tecido ou uma canga para colocarem no chão durante a atividade. Alternativamente, caso a escola disponha de colchões de ginástica, você pode pedi-los emprestados ao professor de Educação Física.

Antes de executar o áudio você pode posicionar os alunos de forma e confortável dentro de sala de aula. Afaste as carteiras, caso necessário, e faça uma roda.

Durante a audição

Ofereça aos alunos um ambiente aconchegante e espaçoso para que escutem o áudio. Desloque as cadeiras e carteiras abrindo espaço para fazerem o relaxamento. Peça o apoio de todos para reorganizar a sala de aula, pois com cooperação a movimentação do mobiliário será mais ágil. Peça aos alunos atenção às palavras e, sobretudo, ao ritmo trazido pela voz da narradora.

Após ouvir o áudio

Após a audição coletiva, reorganize o espaço da sala de aula e siga com as atividades de Arte programadas. Incorpore esse exercício à dinâmica da sua aula, incentivando efetivamente os alunos a se conectar de outra maneira com o próprio corpo no espaço escolar. A conexão com o próprio corpo é importante para o processo de aprendizagem. Estimule os alunos a perceber que cabeça e corpo não estão separados, refletindo com eles sobre a dicotomia frequente em ambientes escolares onde as atividades físicas são dissociadas das atividades mentais.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano Audiovisuais e orientações de uso

Ao final do bimestre faça uma roda com os estudantes e pergunte a eles: “Como se sentem após escutarem essa atividade?”; “Como seu corpo se conecta com essa atividade?”; “Ela modificou a dinâmica das aulas de Arte? Como?”. Vale ressaltar que a consciência corporal traz aprendizado sobre si mesmo e complementa o trabalho com a ampliação dos sentidos, que ajuda a construir conhecimento sobre o mundo externo.

Siga conversando com a turma e escute as colocações e observações apresentadas. Discuta a ideia de corporeidade, respiração e relaxamento. Deixe os alunos conversarem livremente. Você pode pedir a eles que registrem as respostas em folhas de papel sulfite e em seguida recolhê-las.

Leia as respostas da turma e atente para as narrativas geradas com base na experiência corporal adquirida ao longo do tempo com essa atividade. É importante compartilhar esses resultados com outros professores da escola para que essa prática possa ser avaliada também na integridade das dinâmicas de ensino.

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Audiovisual 2: Arte e cultura brasileira contemporânea

Referência do livro do aluno Capítulo 3, p. 64 Bimestre 2º Duração 5 min 50 s Categoria Vídeo Aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC). É permitida a adaptação e a criação a partir deste material para fins não comerciais Tipo de licença desde que os novos trabalhos atribuam crédito ao autor e que licenciem as criações sob os mesmos parâmetros, sendo permitida a redistribuição da obra da mesma maneira que na licença anterior. Unidade temática Artes integradas Objetos de conhecimento Matrizes estéticas e culturais (BNCC) Habilidades (EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.). Unidade temática Artes integradas Objetos de conhecimento Patrimônio cultural (BNCC) Habilidades (EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.

Relevância para a aprendizagem O vídeo trabalha questões da imaterialidade da arte e as relações e conhecimentos que ela pode trazer para a vida. Ele aponta a relação ancestral, espiritual e intelectual como importantes fatores a serem dimensionados no fazer e no perceber artístico, aciona a percepção do cotidiano ao ressaltar as conexões entre vida e arte e traz a discussão sobre as matrizes culturais que fazem parte da constituição do povo brasileiro. Essa discussão encoraja os estudantes a refletir criticamente sobre o eurocentrismo, que impede a pesquisa e a vivência da população com as culturas de matrizes africanas e indígenas.

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Objetivos de aprendizagem Com esse vídeo, espera-se que os alunos possam:

• refletir sobre a importância da ancestralidade e espiritualidade em processos artísticos; • problematizar conteúdos relacionados à arte ocidental europeia; • refletir sobre as diferentes matrizes que compõem a arte brasileira; • refletir sobre as relações entre a arte, a cultura e a vida cotidiana.

Sugestão de abordagem O trabalho com o vídeo terá em torno de 45 minutos. Para maior aproximação e envolvimento dos estudantes, busque fazer uma conversa em roda, assim todos poderão se ver e escutar como parte de um corpo coletivo.

Antes de assistir ao vídeo Reúna a turma em uma roda. Pergunte a todos: “Onde está a arte?”; “Que lugares, gestos, falas, objetos e corpos podem ser listados e reconhecidos como parte desse imaginário?”. Procure relacionar as referências de arte trazidas pelos estudantes a elementos do cotidiano, aproximando arte e vida.

Amplie o olhar da turma elencando elementos que podem ser observados no cotidiano, comofestas populares, monumentos públicos, feiras de artesanato, música que ouvimos na internet, entre outros. Procure apontar elementos regionais e locais valorizando a arte brasileira. Você pode mostrar uma imagem da obra do artista entrevistado, associando formas e materiais ao corpo, a paisagem, aos rituais, cor e textura. Depois peça aos estudantes atenção às falas do artista, que apoia a originalidade e riqueza da arte brasileira.

Durante a exibição do vídeo

As palavras Brasil e ancestralidade são dois pontos importantes no vídeo. Instrua os estudantes a, ao longo da exibição, observar as opiniões do artista relacionadas a essas palavras. “Onde está a arte brasileira?”; “Como ela se conecta em tempo e espaço com a história do Brasil e a história ocidental?”; “Onde podemos encontrar essas referências em nossas vidas hoje?”.

Diga aos estudantes que não é necessário responder a essas perguntas de maneira precisa – elas, na verdade,uma orientação temática que será a base da conversa com toda a turma depois da exibição do vídeo.

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Após assistir ao vídeo

Reúna os estudantes novamente em uma roda. Pergunte a eles quais mensagens e informações foram mais significativas na fala de Ernesto Neto. Você pode fazer uma pequena lista no quadro para que todos visualizem as respostas e sigam alinhados à conversa. Em seguida, proponha que esses temas tenham como ponto comum uma reflexão coletiva sobre a cultura brasileira e como ela se desenvolve.

Informe que Ernesto Neto desenha a trajetória da arte e da cultura brasileira com base na história do Brasil, na colonização portuguesa, na experiência moderna do século XX e na contemporânea. Indique que muitos dos posicionamentos assumidos no vídeo são opiniões do artista e devem ser entendidos como provocação para o debate e para a reflexão. Explique que, quando Ernesto Neto fala da ciência ocidental como aquela que separa e classifica, ele está simplificando um método que está na gênese dessa ciência para ressaltar que existem formas de pensar e produzir conhecimento que superam as dicotomias entre teoria e prática e que buscam uma alteridade, isto é, observar o mundo com os olhos do outro. Ressalte também que o conhecimento hoje não pode ser compreendido apenas como um acúmulo de informação, mas, principalmente, como experiência, como algo inacabado e aberto a novas complementações.

Com base na leitura do artista, você pode criar com os estudantes a trajetória da própria turma conversando sobre como cada um entende esse tema. Converse com a turma sobre os povos indígenas utilizando como apoio a entrevista de Denilson Baniwa presente na volume do 7º ano desta coleção, por exemplo. Converse sobre o processo de colonização das terras e dos povos indígenas pelos povos europeus e some a isso a riqueza das culturas africanas que foram trazidas para o Brasil em decorrência da escravização de pessoas africanas durante mais de três séculos.

Para finalizar, vocês podem tentar identificar os elementos fundamentais e constitutivos da arte no Brasil.Procure fazer dessa conversa um momento de diálogo real, em que os alunos possam falar e ouvir os colegas. Preste atenção na participação de cada estudante e busque compartilhar o tempo de fala entre eles.

Material de apoio e referências Denilson Baniwa (site oficial). . Acesso em: 22 nov. 2018.

Erenesto Neto. Fortes D’Aloia & Gabriel. Disponível em: . Acesso em: 22 nov. 2018

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Audiovisual 3: Jogo teatral – Coro cênico

Referência do livro do aluno Capítulo 5, p. 124 Bimestre 3º Duração 4 min 23 s Categoria Videoaula Aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC). É permitida a adaptação e a criação a partir deste material para fins não comerciais Tipo de licença desde que os novos trabalhos atribuam crédito ao autor e que licenciem as criações sob os mesmos parâmetros, sendo permitida a redistribuição da obra da mesma maneira que na licença anterior. Unidade temática Teatro Objeto de conhecimento Processos de criação (BNCC) (EF69AR29) Experimentar a gestualidade e as construções corporais e vocais de Habilidade (BNCC) maneira imaginativa na improvisação teatral e no jogo cênico.

Relevância para a aprendizagem Nesta videoaula, os alunos entrarão em contato com dois jogos teatrais que se valem do uso do elemento do Coro Cênico. Na experiência com esses jogos teatrais, os alunos aprenderão que o Coro é formado por um conjunto de atores que trabalham em uníssono e que ele pode ser sincrônico (todos fazerem ações idênticas ao mesmo tempo) ou diacrônico (ter um tema comum, unificador, mas cada um realizando a sua ação a seu tempo). No teatro, especialmente na escola, o Coro é um elemento fundamental porque funciona como agregador dos grupos de alunos, evitando dinâmicas de protagonismo e superexposição, permitindo que todos participem das apresentações, em uma posição mais narrativa.

Objetivos de aprendizagem Por meio da exploração desse audiovisual, espera-se que os alunos possam:

• compreender a natureza e o sentido do Coro Cênico nas manifestações teatrais, tanto em ações sincrônicas quanto diacrônicas; • experimentar, no próprio corpo, os jogos de Coro Cênico, um a partir da sincronia dos movimentos, com Corifeu, e outro a partir de temas agregadores; • questionar os diferentes usos dos elementos teatrais para uma encenação, como a utilização do Coro Cênico na representação de grupos de pessoas, que cria efeitos de povo, massa, multidão ou coletivo organizado.

Material Digital do Professor Arte – 9º ano Audiovisuais e orientações de uso

Sugestão de abordagem A duração prevista para assistir à vídeoaula e encenar os jogos propostos é de uma aula. Caso opte por aplicar a atividade complementar serão necessárias duas aulas.

Antes de assistir à videoaula

O material deve ser utilizado como ferramenta de apoio ao trabalho em sala de aula, uma vez que constitui um recorte do material didático. Por isso, é importante que os alunos já estejam inseridos no debate sobre as origens do teatro, mais especificamente sobre o teatro grego, citado no vídeo, e sobre as manifestações da teatralidade humana, independentes de contextos teatrais organizados, como festas, rituais, danças, cerimônias e dramas sociais. O olhar para a teatralidade da vida, que precede a teatralidade do teatro, pode ser estimulado por meio de questionamentos sobre os momentos da vida que são espetacularizados, representados como se fossem reais: o ato de uma pessoa contar a outra, de forma dramatizada, uma história que viveu, situações em que a mídia transforma ficções em realidades e realidades em mitos etc. Em que momentos representamos? Em que momentos somos representados coletivamente, como grupos? Debata essas questões em sala antes da exibição, com o objetivo de aguçar a curiosidade dos alunos para o tema a ser trabalhado.

Durante a exibição do vídeo

Diga aos alunos que eles poderão sanar as dúvidas após assistir ao vídeo e que os jogos teatrais podem ser jogados com variações, ou seja, que eles não precisam (e nem devem) imitar o que os atores fazem no vídeo, mas apenas compreender as regras e o foco de cada jogo. As regras estruturam o jogo, ou seja, definem o papel de cada um e o modo de ocupar o espaço e de dividir os tempos.

Por exemplo, no primeiro jogo, o foco do Corifeu é criar movimentos amplos o suficiente para que sejam observados e seguidos por todos. O Corifeu é um líder, e não um chefe autoritário ou um protagonista destacado do coro, por isso deve, com seus movimentos, guiar o coletivo. O foco do grupo, por sua vez, é formar um uníssono, formando um corpo único que se movimenta pelo espaço.

No segundo jogo, o foco passa a integrar organicamente o Coro de Feirantes, ou quaisquer elementos temáticos escolhidos. Distintamente do primeiro exercício, essa integração orgânica não significa imitar ou copiar os movimentos, mas ser um entre a massa de iguais, que tem uma identidade coletiva, mas cujas ações individuais podem ser exploradas em um determinado conjunto de regras estabelecidas a cada jogo. Aqui, não há Corifeu, mas um tema comum que organiza o conjunto.

Aponte os diferentes focos dos jogos na videoaula, se necessário pausando-a para mostrar como os atores atingem esses objetivos.

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Após assistir ao vídeo

É hora de partir para a prática. Ambos os jogos são feitos em grupo, em um espaço vazio, que pode ser uma sala de aula sem carteiras ou um espaço do pátio. Caso a turma seja muito numerosa, sugere-se dividi-la em jogadores e espectadores, de forma que os grupos se revezem e todos possam participar. Essa é uma forma de lidar com espaços pequenos e permitir aos alunos aprender por observação, numa forma de participação ativa do olhar de quem assiste.

No primeiro jogo, você pode preestabelecer uma ordem de Corifeus que guiarão o grupo ou ir “chamando” os alunos para que tomem a frente do coletivo e o comandem. O importante é que todos possam, vez ou outra, participar desse lugar de comando. Aponte como a movimentação vai sendo “decidida” organicamente pela própria dinâmica do jogo quando o deslocamento do Coro é definido pelo Corifeu ou pela Corifeia.

No segundo jogo, depois de trabalhar com alguns temas prévios que tenha selecionado, proponha aos alunos (por exemplo, os que estão na plateia, momentaneamente como espectadores) que sugiram temas para serem improvisados pelo coletivo. Aponte quando achar que determinado grupo, sob determinado tema, atingiu um bom desempenho coletivo como coro, isto é, sem destaque de ninguém, com cada um assumindo uma ação ou função igualmente relevante do todo orgânico.

Ao final, proponha uma conversa que retome a natureza e o sentido do Coro Cênico. Pergunte aos alunos se eles já viram, na televisão, em filmes ou peças de teatro e dança estruturas parecidas com o Coro Cênico. A comparação com Coro de dançarinas em programas de televisão ou com corais de igreja pode ser bem-vinda. A sincronia ou a harmonia entre os membros é um elemento comum de todos esses tipos de coralidade. No entanto, o Coro Cênico tem, no espetáculo, uma função diferente da desses exemplos citados.

Depois, peça aos alunos que identifiquem manifestações corais na vida, nas quais somos identificados ou representados não como sujeitos individuais, mas como pertencentes a grupos ou coletivos. Pessoas de movimentos políticos com ideais em comum, grupos escolares em turmas, conjunto de trabalhadores lutando por direitos e multidão de pessoas no trânsito a caminho do trabalho são todos exemplos dessas manifestações.

Atividade complementar A sugestão é propor aos alunos um novo jogo teatral de coralidade que aprofunde a experiência iniciada nos jogos anteriores. Em sala de aula, divida a turma em grupos de, aproximadamente, oito a dez alunos cada. Diga que eles agora deverão planejar um Coro Cênico com a seguinte estrutura dramatúrgica:

1. Primeiro momento: Coro de pessoas em uníssono, todas fazendo a mesma ação em sincronia.

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2. Segundo momento: algo acontece e o Coro se desestabiliza.

3. Terceiro momento: o Coro se transforma em Coro diacrônico (em que todos fazem ações diferentes, ainda que com tema parecido) ou deixa de ser coro, para ser um conjunto de pessoas em que cada uma faz algo diferente da outra. Veja alguns exemplos: • Um grupo de pessoas-máquina em uma fábrica fazendo todas as mesmas ações e mesmos movimentos. • Um alarme de incêndio dispara. • As pessoas correm, cada uma em uma direção, desesperadas. O tema é livre, e sons podem ser utilizados, mas palavras, não. Também vale usar essa mesma estrutura invertida, isto é: 1) Coro desunido; 2) acontecimento inesperado; 3) Coro unido em sincronia. Uma vez explicado o exercício, dê em torno de 20 minutos para que cada grupo eleja o tema do seu improviso. Depois, determine a ordem das apresentações. Cada grupo, diante dos demais, deverá apresentar o seu Coro Cênico.

Ao fim, faça uma roda para debater, uma a uma, as cenas de coro. Pergunte aos alunos o que viram enquanto espectadores e, enquanto atores, qual foi a ideia e se ela saiu como imaginada. Converse também sobre as dificuldades de um coro, de trabalhar em equipe, de atingir uma harmonia comum, seja em sincronia ou não.

Questão para auxiliar na aferição

1. Coros Cênicos são elementos teatrais que podem ou não ser usados em encenações. Entre as alternativas a seguir, qual é a única com uma falsa afirmação sobre os coros cênicos? a) Nas tragédias e comédias clássicas, na Grécia Antiga, já existiam coros cênicos. b) Coros cênicos são úteis dramaticamente na representação de grupos de pessoas, coletivos, massas, multidões, etc. c) Coros cênicos são apenas aqueles conjuntos de cantores e dançarinos que atuam em musicais, com o objetivo único de entretenimento das plateias. d) Os coros cênicos são, geralmente, elementos narrativos que auxiliam a contar a história e dar a visão daqueles que estão externos à ação dramática sobre o seu desenrolar.

Gabarito da questão

1. A alternativa c é falsa, pois, além do seu evidente reducionismo sobre o significado dos coros cênicos, associa a presença destes unicamente a função de entretenimento.

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Audiovisual 4: Cultura, diversidade e interculturalidade

Referência do livro do aluno Caderno de projetos Bimestre 4º Duração 5 minutos Categoria Videoaula Aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC). É permitida a adaptação e a criação a partir deste material para fins não comerciais Tipo de licença desde que os novos trabalhos atribuam crédito ao autor e que licenciem as criações sob os mesmos parâmetros, sendo permitida a redistribuição da obra da mesma maneira que na licença anterior. Unidade temática Artes Integradas Objeto de conhecimento Contextos e Práticas (BNCC) (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, Habilidade (BNCC) cultural,política, histórica, econômica, estética e ética.

Relevância para a aprendizagem Com essa videoaula os alunos poderão articular os conceitos vistos ao longo do ano na disciplina de Arte com os temas cultura, diversidade e interculturalidade. A ideia é que eles mergulhem no conceito de cultura, isto é, nas práticas, nas ações que acontecem no cotidiano e em quem eles são, com o que se identificam. Além disso, a videoaula apresenta alguns exemplos de práticas interculturais, mostrando os processos que acontecem quando culturas diversas se manfiestam num mesmo espaço ou quando há colonização e dominação cultural, em que uma cultura tenta apagar outra ou se impor sobre ela, e as reações a esse processo. Como as artes são entendidas como linguagens que atuam dentro do complexo cultural, a Arte é uma disciplina em que a discussão cultural não é apenas transdisciplinar, mas central, porque as manifestações artísticas são, muitas vezes, a expressão máxima de um povo, com todas as culturas que o formaram.

Objetivos de aprendizagem Por meio da exploração desse audiovisual, espera-se que os alunos possam:

• articular os conceitos vistos ao longo do ano, específicos das linguagens da arte, com os debates de culturalismo, multiculturalismo e interculturalidade, bem como com as discussões atuais sobre práticas decoloniais;

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• perguntar-se e refletir sobre as culturas que formam cada comunidade, em especial a comunidade em que o aluno está inserido, e as disputas e processos de opressão cultural a que estão sujeitos e de que fazem parte; • fazer conexões interdisciplinares entre a Arte e as demais disciplinas, especialmente com os conceitos de antropologia cultural e colonização, em História.

Sugestão de abordagem A duração prevista para assistir à videoaula e desenvolver o debate é de uma aula. Caso opte por aplicar a atividade complementar, serão necessárias duas aulas. Propõe-se que o vídeo, por ser curto, seja exibido até duas vezes, das quais uma integralmentte e sem pausas, e outra pausadamente, detendo-se em fragmentos sobre os quais tenha ficado alguma dúvida ou sobre os quais os alunos se queiram deter.

Antes de assistir ao vídeo

Uma vez que os temas do vídeo foram trabalhados ao longo de todo o ano letivo, propõe-se uma retomada deles na forma de um jogo, para que os alunos possam, com esta ativação do imaginário, abrir-se para as questões de que a videoaula trata.

Prepare, antes da aula, um conjunto de pequenas papeletas com conceitos-chave escritos em caixa alta (impressos ou à caneta, mas bem visíveis) que os alunos possam manipular.

Cada uma pode ter 15 cm (largura) ⨯ 4 cm (altura), em média, a variar pelo tamanho de cada palavra. Deve haver uma palavra-papeleta para cada aluno. O jogo poderá ser feito na lousa ou no chão. Atrás de cada papeleta, pode haver uma fita colante (se quiser fazer o jogo na lousa) ou não (se quiser fazê-lo no chão). Exemplos de termos a serem escritas nas papeletas são:

CULTURA COLONIZAÇÃO MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS PRECONCEITO OPRESSÃO CULTURAL POVOS ORIGINÁRIOS CULTURA AFRO ESCRAVIDÃO MISCIGENAÇÃO DOMINAÇÃO SINCRETISMO DIVERSIDADE IMIGRAÇÃO FEMINISMO GÊNERO IDENTIDADE

Cada aluno, um por vez, coloca a sua palavra na lousa (ou no chão) na posição desejada, mas deve justificar por que está colocando aquela palavra próxima, ou distante, ou em cima, ou de ponta- cabeça em relação à outra. No fim, teremos uma espécie de nuvem compostas de palavras afins, que estarão próximas, e palavras em oposição, que estarão distantes ou em posições inversas, formando uma espécie de nuvem-mapa do que foi aprendido ao longo do ano. O debate sobre o jogo e sua relação com o vídeo sucederá à primeira exibição do vídeo.

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Durante a exibição do vídeo

Como o vídeo é curto, reproduza-o primeiramente na íntegra e sem pausas. Como muitas das palavras nele já foram trabalhadas no jogo, espera-se que os alunos não tenham dúvidas sobre o significado delas. Mesmo assim, se houver, peça a eles que as guardem para depois do vídeo, no debate.

Após assistir ao vídeo

É hora de debater o vídeo. Exiba-o novamente, agora em partes fragmentadas, pausando-o, caso seja necessário e solicitado. É importante que cada questão sobre o vídeo seja debatida, de forma a servir também como um propulsor da memória dos processos vividos ao longo do ano. Indague, por exemplo, se:

• após assistir ao vídeo, os alunos desejam questionar algo ou mudar o lugar das palavras- papeleta na nuvem; • resta algum conceito que não tenha ficado claro (em caso afirmativo, estimule os outros alunos a explicar aquele conceito); • o que eles entendiam por cultura antes é diferente do que entendem agora (e, em caso afirmativo, pergunte o que mudou); As questões devem estimular os alunos a debater os conceitos e a entendê-los como conceitos em disputa, isto é, cujo sentido está sempre em negociação, em transformação, porque, afinal, os conceitos são linguagem, e a linguagem também faz parte da cultura, que está sempre se transformando. Assim, estimule esse debate evitando dar pontos finais para os conceitos e buscando demonstrar que a riqueza de muitas manifestações culturais e artísticas reside justamente em suas múltiplas influências e que, além disso, a observação das contradições culturais, muitas vezes, revela justamente o processo histórico de disputas políticas e culturais, frutos dos diferentes tipos de práticas coloniais que ocorreram pelo mundo e, em especial, no território brasileiro.

Atividade complementar A sugestão é propor aos alunos do nono ano uma pesquisa sobre diferentes manifestações artísticas, imagéticas, musicais e teatrais ligadas às diferentes religiões que existem no Brasil, de modo a provocar o debate sobre a diversidade religiosa e cultural no país. Para isso, a atividade deve ser feita em uma sala com computadores, de modo que cada dupla ou, no máximo, trio tenha acesso a um computador.

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1. Na internet, cada dupla ou trio buscará uma manifestação artística ligada a uma religião que sempre teve vontade de conhecer. Exemplos: a) Quero pesquisar o budismo, então vou pesquisar músicas e mantras budistas em português, que são cantados no Brasil. b) Quero pesquisar a tradição wicca, então vou pesquisar se há pessoas dessa religião no Brasil, seus símbolos e iconografia. c) Quero pesquisar as religiões cristãs e me interesso por arquitetura, então vou pesquisar alguns exemplos das diferentes construções das igrejas católicas e evangélicas no Brasil. d) Quero pesquisar a religião islâmica e me interesso por moda, então vou pesquisar como as pessoas que seguem essa religião se vestem no Brasil. e) Quero pesquisar a religião judaica e me interesso por culinária, então vou pesquisar alguns restaurantes judaicos no Brasil e seus pratos típicos. f) Quero pesquisar formas de espiritualidade e crenças de um povo indígena da América do Sul, como os Mapuches, e gostaria de encontrar vídeos de danças desse povo na internet. g) Quero pesquisar manifestações cênicas e festivas da umbanda, então vou pesquisar algum exemplo delas no Brasil.

Esses são, obviamente, apenas alguns exemplos dentro da diversidade de religiões e manifestações artísticas e culturais que podem ser pesquisadas. Estimule os alunos a pesquisar aquilo que eles mesmos desconhecem e gostariam de entender melhor, ou aquilo que um aluno pode até já conhecer, mas sabe ser desconhecido para os colegas. Oriente-os a escolher um vídeo, uma imagem ou uma música que lhes tenha chamado a atenção.

2. Findas as pesquisas, cada dupla ou trio apresentará, durante no máximo 3 minutos, a imagem, a música ou o vídeo para os colegas. Peça aos alunos que, primeiro, apenas mostrem o que encontraram e, depois comentem as informações sobre a manifestação. Exemplo: Nós queríamos pesquisar ____, e descobrimos que ____, embora no Brasil seja ____, e nesta(e) imagem/música/vídeo vocês podem observar que____.

3. Como uma terceira fase dessa atividade, proponha um debate para valorizar a diversidade que forma a cultura brasileira, sem apagar seus conflitos históricos internos, mas mostrando-os criticamente e buscando construir com os alunos uma forma de olhar para o diverso com curiosidade, atenção, respeito e sem julgamentos de valor.

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Questões para auxiliar na aferição

1. Falar de cultura brasileira é considerar não uma, mas diversas manifestações que nos formaram e nos formam e que: a) hoje podem ser entendidas como um todo pacífico, em que todas as culturas convivem democraticamente em harmonia. b) devem ser compreendidas como fruto de um processo de dominação, que levou determinadas formas culturais e artísticas a ser, hoje, mais importantes e valiosas que outras. c) nunca estão acabadas, pois, como nossa identidade pessoal, estão sempre em transformação, fruto de processos constantes de opressão, negociação, miscigenação e resistência. d) devem caminhar sempre para a tentativa de homogeneidade, ou seja, apagar as diferenças individuais de cada cultura, para formarmos uma única cultura brasileira sólida e estável.

Gabarito das questões

1. A alternativa correta é a c, pois considera a pluralidade de processos que formam um todo cultural brasileiro que, além de heterogêneo, nunca está pronto. A alternativa a desconsidera as lutas e conflitos culturais que existem atualmente no Brasil, a alternativa b considera que o processo de dominação consolidou o valor de determinadas práticas culturais sobre outras, e a alternativa d desconsidera a heterogeneidade e a transformação constante da cultura como características orgânicas de sua formação, e portanto estão, as três, incorretas.