Universidade Federal Fluminense Instituto De Arte E Comunicação Social Programa De Pós-Graduação Em Comunicação
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE ARTE E COMUNICAÇÃO SOCIAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO JOSÉ CLÁUDIO SIQUEIRA CASTANHEIRA ESCUTAS CINEMATOGRÁFICAS: Relações entre tecnologias e audibilidades no cinema Niterói, RJ 2014 JOSÉ CLÁUDIO SIQUEIRA CASTANHEIRA ESCUTAS CINEMATOGRÁFICAS: Relações entre tecnologias e audibilidades no cinema Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para a obtenção do Grau de Doutor. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Simone Pereira de Sá Niterói, RJ 2014 Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Gragoatá C346 Castanheira, José Cláudio Siqueira. ESCUTAS CINEMATOGRÁFICAS: relações entre tecnologias e audibilidades no cinema / José Cláudio Siqueira Castanheira. – 2014. 418 f. : il. Orientador: Simone Pereira de Sá. Tese (Doutorado em Comunicação) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Arte e Comunicação Social, 2014. Bibliografia: f. 394-410. Ref. filmográficas: 411-417. 1. Cinema. 2. Sonorização (Cinematografia). 3. Escuta. 4. Multimeio. I. Sá, Simone Pereira de. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Arte e Comunicação Social. III. Título. CDD 791.43 A Nilda e a José. Especialmente pelo primeiro toca-discos e pelo primeiro LP, presentes de minha mãe: Ela nem imaginava no que isso ia dar. AGRADECIMENTOS A Simone Pereira de Sá, orientadora e amiga, com quem tive o prazer de dividir este trabalho. Que venham os próximos. A Jonathan Sterne e a Carrie, pela acolhida e pelas conversas. Por me explicarem onde comprar bom café e bons queijos: afinal, isso é o que interessa! A Karine Joulie, pelo apoio incondicional. Eu não teria nem chegado perto de realizar tudo o que consegui sem o seu carinho. A Beatriz Moreira, pela amizade inabalável, apesar dos humores, do estresse cotidiano, da correria. A vida não seria tão divertida se não fosse por você. A Thais Miranda e Ana Terse e às boas energias da Bahia. Aos meus queridos Caio Andrade, Cris Lima, Marina Machado e Bianca Huguenin. Ajudaram a aquecer meus dias em Montreal. As quedas de patins, as baladas abaixo de zero e os passeios não teriam sido os mesmos sem vocês. A Zaira Zarza e Freddy Monasterio, meus amigos cubanos, por me lembrarem do quanto o calor latino faz bem quando estamos fora de casa. Aos meus queridos amigos de trabalho: Aglair Bernardo, Clélia Mello, Andrea Scansani, Marcio Markendorf e Rodrigo Garcez. Devo muito a vocês pela ajuda nessa empreitada. À querida e preciosa amiga Ana Erthal, por existir. A Dr. Who e Game of Thrones que, durante quatro meses, me ajudaram a escapar um pouquinho do mundo ensandecido da pesquisa. Acho que, acima de tudo, os sons deste mundo são tão belos em si mesmos que, se aprendêssemos a ouvi-los adequadamente, o cinema não teria a menor necessidade de música. Andrei Tarkovski Are sounds just sounds or are they Beethoven? People aren’t sounds, are they? John Cage RESUMO CASTANHEIRA, José Cláudio Siqueira. Escutas cinematográficas: relações entre tecnologias e audibilidades no cinema. Brasil, 2014. 418 f. Tese (Doutorado em Comunicação) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Arte e Comunicação Social, Niterói, 2014. Este trabalho propõe uma investigação sobre diferentes modelos de escuta ao longo da história do cinema tendo como norte as configurações materiais dos aspectos sonoros do filme. O modelo representacional, sedimentado por determinadas premissas como a noção de realismo, ainda é um dos principais motores que impulsiona os estudos tradicionais de cinema. Percebemos uma tendência de diversas correntes nos estudos do audiovisual lidarem com elementos sonoros e visuais como se estes demonstrassem naturezas opostas ou como se coabitassem o corpo do filme de maneira arbitrária e conflituosa. Nossa proposta é a de empreender uma análise da experiência cinematográfica a partir de sua dimensão sonora, abrangendo questões deixadas de lado pelas teorias mais tradicionais. De forma mais específica, esta pesquisa considera como determinadas tecnologias de som condicionaram determinadas formas de ouvir o filme. Fugindo de uma perspectiva determinística, partimos da hipótese que mecanismos históricos, sociais e culturais estão envolvidos nesse processo de descrição e fruição do filme através de seus dispositivos sonoros. Encaramos as tecnologias como cristalizações de práticas socioculturais. Esta tese parte da delimitação de um conceito de escuta, para, então, proceder a uma análise dividida em quatro grandes blocos: 1) as relações entre tecnologias de gravação e práticas sociais em um período pré-cinematográfico; 2) a constituição de uma noção delimitada de cinema a partir de tecnologias como a eletricidade, em diálogo direto com novas mídias de comunicação; 3) modificações nos conceitos de experiência cinematográfica a partir da adoção de novos modelos de reprodução sonora e visual; 4) as interfaces entre cinema e cultura digital. Além desses blocos, dois capítulos são dedicados às noções de “realismo” e de “ruído” nas práticas cinematográficas e sonoras. Palavras-chave: Cinema. Estudos de som. Modelos de escuta. Tecnologias audiovisuais. História dos sentidos. ABSTRACT This thesis proposes a research on different models of listening throughout the history of cinema having as basis the material configurations of the sound aspects of the film. The representational model, endorsed by certain assumptions such as the notion of realism, still is one of the main forces that drives the traditional film studies. We can notice a tendency of several theories in the audiovisual studies to deal with sound and visual elements as they had opposite natures or as if they cohabited the film’s body in an arbitrary and controversial manner. Our proposal is to undertake an analysis of the cinematic experience from its sonic dimension, covering issues left aside by more traditional theories. More specifically, this research considers how certain sound technologies have conditioned certain ways of listening to films. Avoiding a deterministic perspective, we start from the hypothesis that historical, social and cultural mechanisms are involved in this process of describing and experimenting films through their audible apparatuses. We consider technologies as crystallizations of socio- cultural practices. This thesis starts with the delimitation of the concept of listening to, then, conduct an analysis divided into four major blocks: 1) the relationship between recording technologies and social practices in a pre-cinematic period; 2) the constitution of a delimited notion of cinema from technologies like electricity, and in direct dialogue with new communication media; 3) changes in the concepts of cinematic experience from the adoption of new models of audio and visual reproduction; 4) the interfaces between cinema and digital culture. In addition to these blocks, two other chapters are devoted to the notions of “realism” and “noise” in cinema and sonic practices. Keywords: Cinema. Sound studies. Listening models. Audiovisual technologies. Senses history. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Ear phonautograph de Bell e Tainter ....................................................................... 39 Figura 2: De Microcosmo Externo (Robert Fludd) .................................................................. 44 Figura 3: De Musica Mundana (Robert Fludd) ........................................................................ 51 Figura 4: Início de Berlin: die Sinfonie der Großstadt (1927) ................................................. 67 Figura 5: Lichtspiel Opus IV (1925) ......................................................................................... 68 Figura 6: Stereopticon .............................................................................................................. 96 Figura 7: Projeção de canção ilustrada ..................................................................................... 98 Figura 8: Anúncio da Victor Company .................................................................................. 117 Figura 9: Anúncio da boneca falante de Edison ..................................................................... 118 Figura 10: Cartaz da Indestructible Records .......................................................................... 124 Figura 11: Versão original da pintura de Barraud “His master’s voice” ................................ 125 Figura 12: Versão modificada, com gramofone ..................................................................... 126 Figura 13: Théâtrophone ........................................................................................................ 128 Figura 14: Théâtrophone ........................................................................................................ 130 Figura 15: Phono-Cinéma-Théâtre ......................................................................................... 141 Figura 16: Cartaz das projeções de Mendel............................................................................ 142 Figura 17 - Nikola Tesla ......................................................................................................... 159 Figura 18: Sistemas públicos de P.A. ..................................................................................... 161 Figura 19: Cartaz da Western Electric .................................................................................... 163 Figura 20: Gravação mecânica de pequena orquestra ............................................................ 164 Figura