#2091 ANO 40 24/01/2018 2,35€ (CONT.) 40 anos

DIRETOR PEDRO CORRÊA MENDES O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES >> autosport.pt RALI DE MONTE CARLO GUIA COMEÇA 2018 HOJE WRC

SAIBA TUDO SOBRE O MUNDIAL DE RALIS

SEGUNDO TRIUNFO DO ESPANHOL NO DAKAR

CARLOS SAINZ FOI 17 TRIUNFOS KTM NAS MOTOS DE NOVO A VEZ DE MATTHIAS WALKNER ‘EL MATADOR’

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EDIÇÃO #2091 SIGA-NOS EM 24/01/2018 I/ INSTANTÂNEO >> autosport.pt f facebook.com/autosportpt l twitter.com/AutoSportPT

José Luís Abreu DIRETOR-EXECUTIVO [email protected]

esde o momento da apresen- tação que Marc Coma avisou que este Dakar seria duro. E ele lá sabia do que falava. Foi realmente uma prova muito complicada. Não deve ter ha- Dvido um único dia sem um ‘incidente’ entre as principais equipas de cada uma MERECIDO Carlos Sainz conquistou a sua segunda vitória no Dakar e o seu filho, numa carta aberta, revelou alguns dos motivos das categorias, e, nesse aspeto, histórias que o levaram a esta conquista. Muitos podem não ter acreditado, mas ele acreditou e isso, por vezes, move montanhas... de dunas foi ‘coisa’ que não faltou. Do muito que vi e revi, houve um caso que me impres- sionou de sobremaneira, e que espelha bem o que estes autênticos heróis pas- sam numa prova destas. Trata-se do motard francês Bruno Scheurer, que SEMÁFORO EM DIRETO surge num vídeo, completamente de- S/ “Não sei se voltarei no sesperado, a dizer que já não levantava próximo ano”, Stéphane mais a moto, já o tinha feito 50 vezes num só dia e já não tinha forças. Desatou Peterhansel, depois de um dos a chorar, mas acabou por agarrar na seus piores Dakar na América do Sul moto e aí foi ele. É impressionante o esforço a que estes heróis se sujeitam “Pai, termino, e não te em prol da sua paixão. Passam ali 15 preocupes, só espero ter dias muito difíceis, mas que os molda deixado claro a admiração para a vida. Sendo verdade que o Dakar que os teus filhos têm por que Thierry Sabine idealizou, há mais ti como pessoa e como de 40 anos, mudou muito ao longo do desportista, mas acima de tempo, e mesmo que hoje em dia pilotos tudo, digo que, como pai, és privados conseguem comer bem, dor- PARADO A ARRANCAR A FUNDO um exemplo com quem não mir minimamente e tomar banho, há ainda uma fatia de concorrentes para Sergey Sirotkin Mundial de Ralis Dakar 2018 foi dos deixamos de aprender todos quem o Dakar continua a ser o mesmo confirmado pela arranca em Monte mais duros de sempre, os dias”, Carlos Sainz Jr, em carta que Sabine idealizou. Gosto de seguir a Williams. Dupla tão Carlo com grande 55% do total de aberta para o seu pai prova (tenho do fazer, naturalmente) jovem em linha com expectativa concorrentes ficaram ambições da equipa? pelo caminho… mas não gosto menos de falar com “O Carlos [Sainz] fez uma quem traz consigo as histórias de que corrida perfeita, com um se sabe pouco. trabalho muito bom. Estou Mas se o Dakar já lá vai, no mundo dos feliz por ele”, Stéphane ralis hoje já se vão ouvir os motores O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES NA ERA DIGITAL Peterhansel, reconhecendo o mérito no shakedown do Rali de Monte Carlo do seu colega de equipa e tudo indica que o WRC 2018 vai ser um prolongamento do que foi 2017. Se calhar, ainda mais equilibrado. Já na Siga-nos nas redes sociais e saiba velocidade, no próximo fim de semana, tudo sobre o desporto motorizado no em Daytona, cinco dos melhores pilotos computador, tablet ou smartphone via nacionais vão tentar trazer-nos vitórias, facebook (facebook.com/autosportpt), que não estiveram longe o ano passado. twitter (AutosportPT) ou em Boa sorte para eles, nós por cá estamos >> autosport.pt a torcer… /DAKAR 2018 4

REGRESSO DE EL MATADOR

Carlos Sainz e Lucas Cruz venceram Dakar é para gente resiliente, que mesmo Peterhansel arrancou uma roda do seu Peugeot, ficando o seu segundo Dakar, fruto duma ‘derrotada’ vezes a fio, volta ainda com mais aí na frente do rali, liderança que não mais perdeu, mes- prova em crescendo. Quando vontade, pois só com perseverança se derrota o mo tendo apanhado dois sustos pelo caminho. Depois, chegaram à liderança, não mais a ‘monstro’. E que Adamastor foi este Dakar, com ainda se ‘enervou’ com o caso do piloto do quad, mas largaram, oferecendo à Peugeot a um Cabo das Tormentas ultrapassável apenas ultrapassou o facto com mestria, pois sabia ter a razão sua terceira vitória em quatro anos, para alguns, e um acima de todos, Carlos Sainz. do seu lado. na despedida, até ver, do Dakar. ODepois de vários Dakar em que teve muito pouca sorte, A Peugeot nem de perto dominou como no ano passado, Depois do azar de Peterhansel, os com abandonos consecutivos, poucos acreditavam que apesar de haver aqui alguma nuance. Os triunfos nas Toyota completaram o pódio, numa Sainz ainda fosse a tempo de vencer novamente, estando 13 etapas foram divididos entre a Peugeot e a Toyota, prova desastrada para a Mini claramente, na bolsa de apostas, quase ao nível de Cyril mas esse equilíbrio foi mais virtual do que real, pois os Després. Teve alguns contratempos, como a todos suce- homens dos carros japoneses venceram quando menos deu, mas ao saber fugir bem da maioria das armadilhas, importava e quando o desenho da prova já estava quase José Luís Abreu venceu com todo o mérito, terminando com mais de 40 terminado. [email protected] minutos de avanço face aos homens da Toyota. FOTOS OFICIAIS Córdoba mostrou-se uma vez mais agradável para Sainz, MELHOR CARRO pois chancelou ali a sua segunda conquista no Dakar, Os responsáveis da Peugeot entraram nesta prova com curiosamente o mesmo palco onde em 2004 assegurou o a dúvida relativamente ao que os novos regulamentos seu último triunfo no WRC, há 14 anos. Depois de ganhar iriam influenciar na competitividade relativa dos carros, em 2010 e cinco abandonos mais tarde, nova vitória, mas depressa se percebeu que não era por aí que iam tornando-se também o mais velho piloto de sempre a ter problemas, ainda que a diferença se tenha esbatido. vencer o Dakar nos autos. Qualquer um dos seus quatro pilotos poderia vencer a Teve alguma sorte na etapa maratona, em que Stéphane prova, se bem que o favoritismo inicial pertencia mais >> autosport.pt 5

C/ CLASSIFICAÇÃO

1 CARLOS SAINZ/LUCAS CRUZ PEUGEOT 49H16M18S 2 NASSER AL-ATTIYAH/MATTHIEU BAUMEL TOYOTA +00:43:40 3 GINIEL DE VILLIERS/DIRK VON ZITZEWITZ TOYOTA +01:16:41 4 STEPHANE PETERHANSEL/JEAN PAUL COTTRET PEUGEOT +01:25:29 5 JAKUB PRZYGONSKI/TOM COLSOUL MINI +02:45:24 6 KHALID AL QASSIMI/XAVIER PANSERI PEUGEOT +04:20:58 7 MARTIN PROKOP/JAN TOMANEK FORD +07:20:49 8 PETER VAN MERKSTEIJN/MACIEJ MARTON TOYOTA +07:41:28 9 SEBASTIAN HALPERN/EDU PULENTA TOYOTA +09:08:10 10 LUCIO ALVAREZ/ROBERT HOWIE TOYOTA +09:18:46 11 ALEJANDRO YACOPINI/MARCO SCOPINARO TOYOTA +12:39:15 12 ANTANAS JUKNEVICIUS/DARIUS VAICIULIS TOYOTA +12:49:18 13 BORIS GARAFULIC/FILIPE PALMEIRO MINI +12:49:42 14 MARCO BULACIA/EUGENIO ARRIETA FORD +13:08:29 15 ERIC BERNARD/ALEXANDRE VIGNEAU SODICAR +13:58:55 16 JERÔME PELICHET/EUGENIE DECRE TOYOTA +14:59:43 17 PATRICK SIREYJOL/FRANCOIS-XAVIER BEGUIN BUGGY +16:07:22 18 VAIDOTAS ZALA/SAULIUS JURGELENAS TOYOTA +16:12:42 19 MIKKO HIRVONEN/ANDREAS SCHULZ MINI +16:20:28 20 ORLANDO TERRANOVA/BERNARDO GRAUE MINI +18:54:01 31 CYRIL DESPRES/DAVID CASTERA PEUGEOT +45:19:10

REGRESSO

a Peterhansel e a Loeb. O nove vezes vencedor do WRC um nível mais baixo. Em determinada altura os três O único Mini no top 10 foi o discreto Jakub Przygonski, que caiu num tipo de buraco em que era impossível sair so- Toyota lutaram pelo pódio, ficando claro que em termos terminou em quinto. O polaco limitou-se a andar o que zinho, e para cúmulo, Daniel Elena lesionou-se. Quanto a de andamento puro as Toyota deram um bom pulo. podia, mas não conseguiu melhor do que ficar a quase Peterhansel, teve um Dakar estranho, parecendo já um Veja-se por onde andaram os Mini, para o perceber três horas do vencedor. Os carros alemães andaram DE EL MATADOR pouco saturado, cometeu erros pouco vistos nele, e foram melhor. No top 10 ficaram cinco Hilux e isso diz muito sempre arredados dos lugares da frente. O segundo Mini esses erros que o tramaram e abriram o caminho a Sainz. da resistência do carro. foi o de Boris Garafulic e do português Filipe Palmeiro, na Num dia tinha meia hora de avanço, no dia seguinte já Giniel de Villiers terminou no pódio, mas já não mostra a 13ª posição, a quase 13 horas do vencedor. tinha uma hora de atraso. É assim o Dakar. mesma garra que lhe permitiu vencer o Dakar em 2009. Mikko Hirvonen e Orlando Terranova fecharam o top Depois, Peterhansel estava a mostrar que se iria facil- É um bom piloto, ‘certinho’, comete poucos erros, mas já 20 - não passaram do 19º e 20º lugares - mais um pouco, mente desenvencilhar dos Toyota, mas partiu a direção não brilha como antes. Bem melhor esteve o holandês quase a um dia do vencedor. Foi demais. Não foi só azar, do Peugeot na penúltima etapa, depois dum toque numa Berhard ten Brinke, que embora não chegando ao fim, longe disso. Uma equipa que vence todos os Dakar entre árvore, e nem ao pódio foi, sendo este o seu pior Dakar bem merecia, pois fez uma bela prova, mostrando que 2012 e 2015 e agora nem pelo pódio luta? Mau demais. em muito tempo. Quanto a Cyril Després, desde a etapa é uma boa aposta da Toyota. Andou na luta com os seus Daqui para a frente ficaram os concorrentes privados, com 4, quando caiu para lá do top 5, passou a ser apenas um colegas de equipa, e se não teve andamento para Attiyah, Khalid Al Qassimi à cabeça, com um Peugeot 3008 DKR mochileiro de luxo. Terminou no 31º lugar. podia perfeitamente ter batido de Villiers. Sem a Peugeot do ano passado. Terminou em sexto, três horas na frente no Dakar para o ano, se não aparecer outro projeto forte, de Martin Prokop, sétimo, piloto que teve um Dakar cheio TOYOTA MAIS FORTE a Toyota será super-favorita, pois não temos sequer ideia de aventuras e problemas, mas sempre com o top 10 à Ficou claro para todos que os Toyota estiveram neste de como a Mini vai dar a volta ao texto relativamente ao vista, algo que ficou claro desde muito cedo. Do oitavo ao Dakar mais perto do andamento dos Peugeot, mas que lhe sucedeu neste Dakar. 12º lugar, cinco Toyota Hilux, um carro que é hoje em dia aqui a diferença fez-se na qualidade dos pilotos e neste o mais seguro para um privado fazer o Dakar. momento só Nasser Al-Attiyah tem capacidade e an- MINI ULTRAPASSADO E assim caiu o pano sobre, senão o mais duro, um dos damento para se opor aos homens da Peugeot. Teve Ficou claro que, mesmo evoluído, o Mini parece estar mais, mesmo contanto com os primeiros anos em África. alguns azares, como dois furos e quebra da suspensão ultrapassado (ou então são os pilotos que estão longe), As dificuldades que Marca Coma e a ASO colocaram aos da Hilux que o deixaram algo atrasado e depois já não e o novo projeto buggy Mini da X-Raid está ainda muito concorrentes fizeram deste um Dakar que em nada deveu conseguiu recuperar, especialmente face a Sainz. Tentou verde para o que quer que seja. O carro irá testar e rodar aos africanos, que valha a verdade, também tiveram anos sempre, nunca deixou de tentar manter a pressão, mas muito em 2018, e por isso tudo poderá ser bem diferente de nos fazer adormecer. Neste Dakar, isso foi impossível, não chegou, terminando no segundo lugar. para o ano que vem. Este Dakar, para a Mini, se não foi vejam lá que até apareceu um holandês ‘alucinado’ a dizer O seus dois colegas de equipa estiveram bem, mas a um desastre, não andou lá longe. que passou por ele um Peugeot a voar... /DAKAR 2018 6 CAMIÕES KAMAZ: 14 VITÓRIAS EM 18 EDIÇÕES duard Nikolaev (Kamaz) venceu o para a frente da classificação geral virtual, uma quebra muito grave na transmissão reabastecido numa zona de neutrali- Dakar nos Camiões com 3h57m17s parou na pista ao km 79, abandonando. dianteira e pensei que o nosso Dakar zação, o que é proíbido pelas regras. A de avanço para Siarhei Viazovich Antes, depois de um duelo sempre muito tinha terminado”, disse Nikolaev. polémica estava lançada, mas como E(Maz), mas estes são números total- equilibrado, e de um começo menos bom No dia seguinte, Villagra e Nikolaev ter- no dia seguinte Villagra abandonou, mente enganadores já que a categoria de do argentino da Iveco, Villagra passou para minaram a etapa de 523 km separados o caso ‘morreu’ aí. Foi pena que tudo pesos pesados só ficou resolvida a favor a frente da corrida na Etapa 11, aproveitan- por 1m08s, o que significava que a lide- terminasse dessa forma, com os russos do russo quando Federico Villagra cedeu do dois furos que demoraram mais tempo rança passava novamente para a posse a alegar que o argentino só conseguiu na etapa 13, isto depois de ter arrancado que o normal a serem mudados do lado de Nikolaev… por um segundo. Até que andar mais depressa porque o seu ca- para essa tirada a... um segundo do líder. dos russos, com Villagra a liderar com na etapa 13 o argentino ficou parado. mião estaria mais leve, devido a levar Tudo se precipitou nessa tirada, quando o 1m07s de avanço: “Pensei que tombar o Ironicamente, no dia anterior, tinha menos combustível no depósito. O que piloto da Iveco, que já liderava virtualmen- camião na etapa 5 tivesse sido o principal surgido um vídeo feito pelos russos fica para a história são as 14 vitórias em te a especial ao km 46, e tinha passado desafio, mas não foi. Terça-feira tivemos em que se via o Iveco de Villagra a ser 18 edições desde 2000, da Kamaz.

C/ CLASSIFICAÇÃO

1 EDUARD NIKOLAEV/ EVGENY YAKOVLEV/ VLADIMIR RYBAKOV KAMAZ - MASTER 54H 57M37S 2 SIARHEI VIAZOVICH/ PAVEL HARANIN/ANDREI ZHYHULIN MAZ-SPORTAUTO + 03H57M17S 3 AIRAT MARDEEV/AYDAR BELYAEV/DMITRIY SVISTUNOV KAMAZ - MASTER + 05H22M34S 4 ARTUR ARDAVICHUS/ SERGE BRUYNKENS/MICHEL HUISMAN TEAM DE ROOY IVECO + 06H38M22S 5 MARTIN MACIK/FRANTISEK TOMASEK/MICHAL MRKVA BIG SHOCK RACING + 07H58M45S SIDE BY SIDE SÓ ‘DÁ BRASIL’ A VEZ DE REINALDO VARELA

Depois de várias participações com Gugelmim, o seu navegador de sempre, pouco sucesso nos autos, Reinaldo chegando a um merecido triunfo, o Varela venceu o Dakar nos Side by Side, segundo consecutivo para o Brasil, depois dominando por completo uma prova muito da vitória de Leandro Torres e Dourival difícil, ainda mais para os pequenos SxS. Roldan o ano passado. Aos 59 anos, é O brasileiro teve um começo de Dakar notável, passar 72h44m06s dentro do algo difícil, até à terceira etapa, mas carro ‘neste’ Dakar é obra! Curiosamente, quando chegou à liderança, na quinta é o único vencedor deste ano no Dakar tirada, já não mais a largou, aumentando que não tem qualquer ligação à Red paulatinamente a vantagem para os Bull. “Estou muito emocionado. Dedico seus adversários, passando depois a esta vitória à minha família, que está controlar o seu andamento e a fugir sempre ao meu lado, ao meu navegador das armadilhas. O que perdia num dia Gustavo Gugelmin, que fez uma navegação recuperava no seguinte, vencendo cinco perfeita, e à equipa South Racing Can-Am/ especiais, chegando a Córdoba com Divino Fogão, que proporcionou o melhor um avanço de quase uma hora para o UTV e a melhor estrutura possíveis. O Can- francês Patrice Garrouste, que ainda deu Am Maverick X3, mais uma vez, mostrou um ar da sua graça na segunda metade que está pronto para qualquer coisa”, da prova, mas pouco pôde fazer para disse. almejar a mais. Depois de ter feito o Dakar Como se sabe, os dois portugueses, sozinho em 2013 num UTV, Varela dividiu Pedro de Mello Breyner e Pedro Velosa, agora o cockpit do Can-Am com Gustavo desistiram cedo, devido a acidente. >> autosport.pt 7 O DAKAR 2018 EM NÚMEROS PAÍSES VISITADOS CASO ENSOMBROU O DAKAR Peru, Bolívia e Argentina QUILÓMETROS PERCORRIDOS Kees Koolen, piloto dos quads, 8793 km, dos quais 4047 km despoletou uma situação neste cronometrados, ao longo de 14 Etapas Dakar que poderia ter redundado em e 13 Especiais grande complicações, e apesar do VITÓRIAS EM ETAPAS assunto ter ficado aparentemente MARCAS solucionado, a forma como o holandês 7 Peugeot 3008 DKR Maxi falou inicialmente levava a crer que 6 Toyota Hilux algo se tinha realmente passado, PILOTOS mas pelos vistos ‘a montanha pariu 4 Al-Attiyah (ES1, ES3, ES12, ES13) um rato’. 3 Peterhansel (ES5, ES8 e ES10) Tudo sucedeu na etapa 8 quando 2 Sainz (ES6 e ES7) o holandês se queixou de ter 1 Loeb (ES4) sido atropelado por Sainz e que 1 Després (ES2) Peterhansel não parou para ajudar. O 1 Ten Brinke (ES11) caso foi analisado e Sainz penalizado 1 De Villiers (ES14) em 10 minutos. O holandês queixou- COMANDANTES DO RALI se de não ter sido ouvido pelo CCD Al-Attiyah (ES1) (entidade que é externa à ASO) Després (ES2) acrescentando que que podia ter Peterhansel (ES3 a ES6) morrido, ameaçando ir até às últimas Sainz (ES7 a ES14) consequências, tendo mesmo falado Mas Kees Koolen não se ficou: “Se bateu no quad. Pode ver-se que o meu TEMPERATURA AMBIENTE MAIS ELEVADA em possível processo crime. houver uma penalização séria ficarei Quad tem muito estrago. Mas ele diz 35º (ES13) A Peugeot recorreu e Bruno Famin satisfeito. Se não houver, todos sabem que não me tocou.” TEMPERATURA AMBIENTE MAIS BAIXA disse inicialmente: “Não existe nada que tenho acesso a bons advogados, A Peugeot forneceu depois a 6º (ES6) de concreto no processo e tudo se talvez os melhores do mundo. Tomarei telemetria do carro do espanhol, ALTITUDE MÁXIMA MAIS ELEVADA resume à palavra de um contra a medidas, irei instaurar um processo analisou o tracking da ASO e decidiu 4786M (ES8, Uyuni-Tupiza) de outro. Está bastante claro que crime alegando que estive a 20 cm anular a penalização: “Eles puderam não existiu contacto entre o quad de ser morto. Olhas em volta quando comparar os dados e certificar-se e o carro. Os Comissários puniram ouves o Sentinel e depois tens 10 ou 20 de que o Carlos estava correto”, o Carlos por não ter parado, ainda segundos para decidir o que fazer. Ouvi disse Famin. Desde esse momento que não tenha havido choque”, disse. o Sentinel, olhei à volta e nesse mesmo não se voltou a ouvir Kees Koolen. O Carlos Sainz disse: “A versão dos momento vi-me a voar. Penso que ia a que não sabemos é se a ‘retirada’ foi acontecimentos do piloto do quad não 20 km/h, o Peugeot ia a 120, 150, 180… estratégica ou pura e simplesmente corresponde à realidade.” Foi inacreditável e tive muita sorte. Ele ‘engoliu em seco’...

55% DE ABANDONOS

EUGENIO AMOS BRILHOU O jovem italiano Eugenio Amos, piloto que veio dos GT para se estrear no Dakar, foi uma “LEVANTEI A MOTO 50 VEZES...” das revelações da prova. Aos comandos do A dureza deste Dakar ficou bem espelhada em duas situações das competitivo Buggy SMG, brilhou na quarta inúmeras que aqui podiam ser dadas como exemplo. Bruno Scheurer, um etapa com um quinto lugar que o levou à Mais de metade dos concorrentes deste Dakar ficou pelo francês de 47 anos que se estreou no Dakar, estava desesperado por mais sexta posição da geral, caindo para sétimo caminho. Quem sofreu mais foram os Quads e a categoria uma vez ter ido com a moto ao chão: “Não consigo levantar mais a moto. na etapa seguinte devido a ter apanhado com menos abandonos foi a dos Camiões. Levantei-a 50 vezes ontem. Não consigo mais. Já não posso! É pesada. Já percursos demasiado rápidos para o seu Só por curiosidade, o primeiro a desistir foi o alemão tinha desistido, mas recebi tantas mensagens que continuei. Fiz 18 horas carro. O piloto só atirou a toalha ao chão na Juergen Droessiger, que bateu com a sua moto KTM num na moto ontem, cheguei às 10, saí às 4 da manhã” disse, antes de desatar sétima etapa, depois de ter ‘faltado o ar’ ao carro particular, na ligação para a primeira etapa, entre a chorar convulsivamente. Lá prosseguiu, não sabemos por quanto mais motor atmosférico do seu carro na altitude Lima e Pisco. Depois de tanto esforço, é brutal nem à tempo, provavelmente até ter ido ao chão novamente... da Bolívia e ter visto queimar a embraiagem, primeira etapa chegar... Noutro registo, os irmãos Tim e Tom Coronel rodaram num dos dias 150 chegando demasiado tarde ao bivouac, já km a 40 km/h, com o seu Jefferies Buggy com a caixa de velocidades presa MOTOS QUADS CARROS CAMIÕES SXS TOTAL não partindo por isso no dia seguinte: “Foi INÍCIO 139 49 92 44 11 335 em primeira: “Foi o dia mais duro de todo o rali”. Mas terminaram a prova, pena, pois estivemos muito bem no Peru e DESCANSO 110 41 62 23 10 246 no 35º lugar a quase... três dias de Sainz. São apenas dois exemplos dos ansiávamos pelas rápidas pistas Argentina, FINAL 85 32 43 18 6 184 muitos que podiam ser dados, porque dos 335 concorrentes que iniciaram mas já não chegámos lá”, disse. PERCENTAGEM 61% 65% 47% 41% 54% 55% o Dakar, todos eles levam muitas histórias para contar... 8

DAKAR 2018

esde 2001 que, nas motos, o Rali cular desta edição, pode estender-se a Dakar só conheceu uma mar- ideia à Áustria em toda a linha. ca no lugar mais alto do pódio. Este ano o golpe de asa ficou guardado Falamos, claro está, da KTM. para a 10ª etapa. Aí grande parte dos favo- Parece mentira, mas é mes- ritos à vitória final não conseguiram en- SONHO mo assim. Apesar deste ser um contrar o derradeiro waypoint do dia, na- Devento tão duro e com tantos imprevistos quele que foi um erro de navegação como adjacentes, as motos laranjas não colocam há muito já não se via. Entre as grandes o ‘pé em ramo verde’ pelo que chegar ao trutas deste pelotão de heróis sobraram fim em primeiro já é visto como um sim- Matthias Walkner e Adrien Van Beveren, ples bocejo. que era líder à partida para essa etapa e PERFEITO Parece que no início de cada ano civil assumia-se como o grande favorito à vi- Pelo 17º ano consecutivo a KTM venceu o Rali Dakar, a assistimos à pura demonstração da fa- tória. Porém, o piloto da Yamaha caiu a três mais dura prova de todo o terreno do mundo. Em novo mosa teoria das espécies, onde, como quilómetros do final do setor seletivo e foi triunfo eis que a insígnia de Mattighofen escreveu mais todos sabemos, apenas aquelas que para casa mais cedo de forma amarga. um capítulo de sucesso nesta contagem que parece não melhor se adaptam ao meio ambien- Sobrou o são e salvo Matthias Walkner que ter fim. A marca austríaca, pela primeira vez, conquistou te conseguem a sua sobrevivência. E é bem se pode dizer, estava no sítio certo à a corrida com um piloto originário da Áustria. De seu precisamente isso que a KTM vai fazen- hora certa. Sorte dirão uns, mas a verda- nome: Matthias Walkner do de forma exímia. Os rivais ameaçam de é que esta protege os audazes. Nesse e cria-se no ar a sensação de que este mesmo dia, Walkner venceu a tirada, a Alexandre Melo ano é que vai ser, mas no final a história única que conquistou em 2018, e assumiu [email protected] acaba da mesma forma. Se o futebol é em definitivo o comando da prova orga- um jogo de 11 contra 11 e no final ganha nizada pela Amaury Sport Organisation. a Alemanha, como diz o ‘ditado’, aqui, no Com minutos e mais minutos de vanta- Dakar, ganha a KTM ou, no caso parti- gem sobre os ‘desaparecidos em com- >> autosport.pt 9 QUADS IGNACIO CASALE VENCEDOR INCONTESTÁVEL

Quatro anos após a sua primeira vitória no Dakar na categoria de quads, Ignacio Casale alcançou este ano a sua segunda vitória na prova, numa edição vista como a mais difícil dos últimos anos. Depois do chileno ter sido segundo em 2017 e sofrido duas desistências em 2015 e 2016, Ignacio Casale foi o único dos vencedores de 2018 que assumiu o comando no primeiro dia e nunca mais o largou. Uma prova perfeita, terminando to- das as etapas entre os quatros primeiros. A par desta performance, ao seu domínio também ajudou o abandono prematuro de Sergei Kariakin, vencedor da edição de das motos e quads: “É verdadeiramente 2017, que deixou Casale mais à vontade na perigoso para os pilotos de quads e é uma liderança da prova. decisão que tem de ser repensada, já que Na última semana o piloto chileno aca- os rasgos fundos que os camiões e os bou por gerir a prova e a distância que o carros deixam no terreno são um perigo separava dos seus mais diretos adversári- para as motos e quads. Em alguns casos os de forma a não correr riscos. No final, tal levou mesmo a situações como a que à chegada a Córdoba, onde terminou a vivi, em que um piloto de um carro, per- 40ª edição do Dakar, o piloto chileno afir- dido, apareceu-me de frente, num leito de mou: “Foi uma prova muito dura, contudo, um rio, e passou a 20 metros de mim, não soubemos fazer as coisas bem. Esta tinha mais.” Ignacio Casale torna-se assim num de ser uma corrida com muita cabeça e à dos grandes pilotos do Dakar sul-america- qual chegámos bem preparados. É incrível no, ao conquistar duas vitórias em quads, a emoção de voltar a vencer, porque rep- depois de em 2010 ter participado de bate’, Walkner apenas limitou-se a gerir a ‘modernice’, acabou por ser uma das resenta muito trabalho e muito sacrifício camião, em 2011 de moto e desde então, os acontecimentos até ao final da corri- velhas armas do Dakar antigo a resolver. e mostra que todo o sacrifício acaba por aos comandos de um quad, já chegou por da, onde a partir da 10ª tirada nunca ficou Isto é, a navegação, elemento fundamental ser premiado. Foram precisos quatro anos duas vezes ao triunfo. O piloto chileno es- abaixo do oitavo lugar em etapas. para o bom sucesso neste tipo de provas. para voltar a vencer e estou muito con- pera estar na edição de 2019 que ao que O piloto da KTM tornou-se assim no pri- Sem esta componente nada feito. Que o tente com esta vitória”, afirmou o piloto tudo indica vai regressar ao Chile: “Vamos meiro austríaco a vencer o Dakar nas duas digam Joan Barreda Bort, Toby Price, Kevin chileno. Apesar da vitória, Ignacio Casale ter o regresso do Dakar ao Chile, de onde rodas e ofereceu à nova e ultra fiável 450 Benavides, Ricky Brabec e Antoine Méo, não deixou de criticar a organização do nunca deveria ter saído e por isso vamos Rally, que venceu sete etapas, uma es- tudo pilotos que caíram num erro que Dakar por ter feito com que em algumas ter de nos preparar bem para mais um treia de sonho. Curioso que já havia sido promete ficar para a história do evento etapas carros e camiões largassem antes Dakar em 2019”, finalizou. FM Walkner a dar a este protótipo o seu pri- concebido por Thierry Sabine. meiro triunfo. Estávamos então no mí- Numa corrida pintada de laranja, o melhor tico Rali de Marrocos, que decorreu em dos outros foi Kevin Benavides. O piloto outubro de 2017 e encerrou o Mundial de argentino, que esteve ausente do último no final de duas semanas de competição Husqvarna apenas à oitava posição. Os Cross Country e Ralis da última época. Dakar por lesão, foi o porta-estandarte da tivemos cinco construtores diferentes re- diversos problemas mecânicos na nova Ainda no campo das estatísticas, notá- Honda, que mais uma vez falhou um triun- presentados no top 10: KTM, Honda, Gas FR 450 Rally, algo que não é muito habi- vel o facto da KTM ter chegado ao triunfo fo que já foge desde 1989. Basta dizer que Gas, Husqvarna e Hero. E seis nos 11 pri- tual, travaram as elevadas ambições do pelo quarto ano consecutivo com o quarto dos cinco pilotos oficiais que estiveram à meiros se quisermos acrescentar a Sherco. piloto chileno. Mesmo assim ficou a salvo piloto diferente - Marc Coma, Toby Price, partida para este Dakar apenas dois che- No quarto posto ficou o também regressa- um lugar no top 10. Sam Sunderland e Matthias Walkner. garam ao fim numa onda de abandonos do Antoine Méo. O piloto gaulês levou para Dani Oliveras foi nono e permitiu à privada Uma dinastia, que tem diversos prínci- que arrastou consigo Joan Barreda Bort, casa duas vitórias em etapas e conseguiu Himoinsa Team colocar dois pilotos entre pes a despontar. vencedor de três etapas, Ricky Brabec e também ele o seu melhor resultado na os 10 melhores, depois do quinto posto de Curioso que num Dakar tão duro, o mais Michael Metge. Ainda antes da partida competição. O experiente Gerard Farrés Gerard Farrés Guell. Oliveras terminou exigente desde que a prova mudou-se ficou de fora Paulo Gonçalves. Guell terminou o seu último Dakar em quatro etapas entre os oito mais rápidos para a América do Sul, mas já virado para Regressando a Kevin Benavides, o piloto moto no quinto posto, depois de ter sido e registou a sua melhor classificação em da Honda tornou-se no primeiro argentino terceiro em 2017, e foi o melhor piloto pri- cinco participações num Dakar. a liderar a corrida nas duas rodas e obte- vado. A experiência contou e muito para O chileno José Ignacio Cornejo, que subs- ve a sua melhor classificação no Dakar. mais um resultado de grande nível num tituiu o lesionado Paulo Gonçalves, foi 10º C/ CLASSIFICAÇÃO O pódio ficou completo com o regressado evento onde os cinco primeiros ficaram após uma corrida onde esteve sempre a Toby Price, piloto que estava há um ano separados por pouco mais de uma hora. cheirar tal objetivo e acabou por estar à sem competir. Price realizou uma prova O ‘endurista’ Johnny Aubert foi sexto num altura de um desafio tão exigente. Para 1º MATTHIAS WALKNER (KTM) 43H06M01S 2º KEVIN BENAVIDES (HONDA) + 16M53S em crescendo, nomeadamente em ter- regresso muito positivo por parte da es- brilhar Cornejo ficou de fora Joan Pedrero, 3º TOBY PRICE (KTM) + 23M01S mos físicos, e garantiu a vitória em duas panhola Gas Gas, sendo secundado pelo que quedou-se pelo 11º posto. O piloto da 4º ANTOINE MÉO (KTM) + 47M28S etapas. Tal como Benavides, pagou muito também surpreendente Oriol Mena, que Sherco desiludiu na fase inicial da corri- 5º GERARD FARRÉS GUELL (KTM) + 1H01M04S caro o erro da 10ª etapa. liderou a Hero MotoSports após o aban- da, mas esteve a um excelente nível na 6º JOHNNY AUBERT (GAS GAS) + 1H53M53S dono de Joaquim Rodrigues e foi o melhor segunda semana, ainda que tal tenha 7º ORIOL MENA (HERO) + 2H22M52S 8º PABLO QUINTANILLA (HUSQVARNA) + 2H24M05S DIVERSIDADE estreante em prova. sido insuficiente para entrar no comboio 9º DANI OLIVERAS (KTM) + 2H37M20S Apesar de nas cinco primeiras posições Já o bicampeão do mundo de cross cou- dos 10 magníficos, onde já ficou por três 10º JOSÉ IGNACIO CORNEJO (HONDA) + 2H42M36S termos tido quatro KTM a verdade é que ntry e ralis, Pablo Quintanilla, levou a sua ocasiões. /DAKAR 2018 10

Córdoba, na Argentina, e concluir assim esta edição do Dakar. FAUSTO “As etapas na Bolívia foram muito duras, muito por causa da lama que acabou por criar alguns problemas com a me- MOTA cânica e fazer perder muito tempo. Já ao longo dos dias de prova na Argentina, a missão era gerir para poder chegar ao final desta 40ª edição do Dakar, que foi TERMINA a mais dura em que participei, e assim concretizar um dos meus objetivos”, afirmou Fausto Mota. Sempre na luta O DAKAR e a progredir na classificação geral, o piloto de Marco de Canavezes acabou oncluir pela terceira vez o Dakar por terminar o Dakar na 43ª posição não é fácil e muito menos para da geral a 13h42m17s do vencedor, pilotos que estão longe de ter um não conseguindo assim concretizar C apoio como aquele que é prestado o segundo objetivo deste Dakar que aos pilotos de fábrica. passava por terminar no top 30. “O Fausto Mota, apesar das dificuldades cancelamento de duas etapas acabou porque passou na passagem da pro- por me penalizar, como já tinha acon- va pela Bolívia, acabou por chegar a tecido em 2017, já que estas decisões

acabam por penalizar os pilotos mais a retificar”, sublinhou Fausto Mota na regulares, que é o meu caso, impedindo chegada a Córdoba onde terminou a de ganhar mais umas posições na 40ª edição do Dakar. Apesar de não classificação. Mas a verdade é que este ter terminado entre os 30 primeiros foi um Dakar muito duro, e chegar ao da classificação geral, Fausto Mota foi final é bastante positivo, mas fiquei um o único piloto luso a concluir a edição pouco longe do objetivo, o top 30, devi- de 2018 do Dakar nas duas rodas, o do também a alguns problemas com a que lhe deixa boas perspectivas para mota, que levámos demasiado tempo regressar em 2019. FM DÁ-LHE GÁS Depois de dois anos de ausência, a marca colheu os saborosos frutos disso mesmo. espanhola, agora detida pela Torrot, Ganhando cada vez mais confiança com o regressou ao maior evento de todo o passar dos dias, o piloto gaulês foi subindo terreno do mundo com um conjunto oficial. na classificação geral e nas últimas três Na linha de partida estiveram três Gas etapas nunca ficou abaixo do sétimo lugar. Gas, que na prática eram três KTM Rally Quanto a Jonathan Barragán, chegou a versão 2017, que foram pilotadas por Johnny brilhar na primeira semana ao lutar pela Aubert, o estreante Jonathan Barragán e por liderança entre os estreantes em prova e Cristian España. estar à porta do top 10. Porém, a segunda A equipa Gas Gas, comandada de forma semana de competição foi mais difícil para sublime pelo antigo piloto Giovanni Sala, o piloto que chegou do Mundial de Enduro. foi uma das agradáveis surpresas do Dakar Ainda assim, Barragán terminou esta de 2018. No final da prova, Johnny Aubert aventura em 15º e como o segundo melhor fechou a corrida num sensacional sexto ‘rookie’. lugar nesta que foi, apenas, a sua segunda Cristian España foi o mais discreto dos três participação na corrida, onde se estreou em pilotos Gas Gas e quedou-se pela 30º posição. 2012, com um 12º lugar. Porém, ajudou o chefe de equipa, Giovanni Sala, Bicampeão do mundo de enduro (2008 e a cumprir o objetivo de manter a equipa 100% 2009), Aubert fez uma corrida imaculada e intacta na chegada a Córdoba. AM >>motosport.com.pt 11

A RAINHA DO DAKAR m 2015 a piloto da KTM tornou-se na segunda piloto feminina a terminar o Dakar entre os 10 primeiros, na categoria moto, e obteve, até Eao momento, a melhor classificação de uma mulher no maior evento de todo o terreno do mundo. A partir dessa altura o foco na múltipla campeã do mundo de enduro e trial passou a ser maior. A verdade é que se nas últimas duas participações no Dakar, Laia Sanz esteve mais discreta, em 2018 a piloto espanhol voltou a exibir-se ao seu melhor nível. Com o privilégio de ser piloto oficial da KTM e estar aos comandos da nova 450 Rally, Sanz fechou a corrida num positivo 12º lugar, que representa o seu segundo melhor desempenho em oito partici- pações no Dakar. Resultado de uma corrida em crescendo e onde o conhecimento perfeito dos seus limites foi meio nunca desistiu no evento organizado pela Amaury categoria moto, que levaram de vencido o percurso. caminho para chegar com sucesso a Córdoba. Nem Sport Organisation. Nesta 40ª edição do Dakar, E já se fala numa passagem da piloto espanhola para mesmo duas aparatosas quedas travaram a aguer- Laia Sanz e a holandesa Mirjam Pol foram as únicas os autos. rida catalã que nas já referidas oito participações duas senhoras, em quatro que estiveram à partida na Seguirá as pisadas de Jutta Kleinschmidt? AM TRISTE SINA Em evidente ponto de maturação do seu as pisadas dos compatriotas Stéphane mais recente projeto nas maratonas Peterhansel e Cyril Despres. internacionais, a Yamaha chegou ao Dakar Porém, na 10ª etapa tudo mudou. Ao contrário de 2018 com um objetivo bem ambicioso: de grande parte dos favoritos à vitória, em quebrar o domínio da rival KTM. Para tal conjunto com Matthias Walkner, o piloto da contava com uma competente equipa, ainda Yamaha descobriu o caminho das pedras que sem o lesionado Hélder Rodrigues, e com para o famoso sétimo waypoint. Contudo, uma nova WR450F. dentro da sorte chegou o azar, pois a E a verdade é que desde o início da corrida três quilómetros do fim da especial uma que a Yamaha, por intermédio de Adrien Van violenta queda atirou Adrien Van Beveren O HERÓI Beveren, mostrou estar em condições de e as esperanças da Yamaha para o lixo. O lutar pela vitória final, que escapa desde o francês, que abandonou pela primeira vez DA HERO longínquo ano de 1998. o Dakar, juntou-se aos colegas Xavier de O piloto gaulês, a cumprir a sua terceira Soultrait e Franco Caimi, nesta edição de Antes do Dakar as expectativas da Piloto com raízes no enduro, Mena presença no Dakar, foi uma das grandes 2018, nesse doloroso desfecho. A equipa da equipa indiana estavam depositadas realizou uma corrida muito consistente e figuras, se não a maior, da primeira semana Yamaha foi assim da euforia à depressão total no ‘nosso’ Joaquim Rodrigues, que sempre em crescendo. O piloto espanhol de corrida e o único que segurou o comando num instante. Restou no triplo diapasão o tanto impressionou no Dakar de 2017. espremeu da melhor forma a nova moto por dois dias consecutivos. Começava a ‘aguadeiro’ Rodney Faggotter que segurou as Porém, uma violenta queda logo na da Hero (Speedbrain), que se revelou ganhar força que o múltiplo vencedor do pontas até Córdoba e obteve o 16º lugar final. primeira etapa conduziu ao amargo muito fiável, e esteve a um alto nível na Enduropale du Touquet poderia vir a seguir Escasso, mas o Dakar não perdoa. AM abandono do piloto luso. Desta forma segunda semana de prova, onde fechou a Hero MotoSports teve de abordar as quatro etapas entre os 10 primeiros. duas semanas de competição com o O quarto lugar na dura 10ª etapa foi estreante Oriol Mena e o ‘filho’ da casa o seu melhor desempenho. Como CS Santosh. Muito pouco, pensaram resultado final, o piloto catalão fechou muitos, mas a verdade é que a Hero o Dakar num sensacional sétimo lugar cerrou fileiras e fechou o Dakar com nota e com mais de 50 minutos de vantagem muito positiva. para o segundo melhor ‘rookie’, que foi o No campo de Santosh, o piloto indiano também ‘endurista’ Jonathan Barragán. completou o objetivo mínimo de terminar Um “sonho realizado” segundo Mena, a corrida, tendo sido o 34º, naquela que em conjunto com Joaquim Rodrigues que foi a sua melhor participação em deixam antever um futuro muito risonho quatro Dakar já realizados. Já Oriol Mena para a Hero MotoSports, formação sucedeu ao argentino Franco Caimi como que está a conquistar o seu espaço na o melhor piloto estreante no Dakar. mítica maratona. AM >> autosport.pt 12

F1 FÓRMULA 1 /

SERGEY SIROTKIN ERA A PEÇA QUE FALTAVA XADREZ DA F1 muito feliz e agradecido a todos os que talento, o feedback técnico e a ética de me ajudaram. O resultado de todo o nosso trabalho, tanto na fábrica, quanto na pista, esforço combinado ajudou-me a cum- nos treinos em Abu Dhabi. Estou muito COMPLETO… prir o meu sonho. Deixo aqui a garantia satisfeito por ele se juntar à Williams. à equipa que podem confiar em mim, Temos uma dupla emocionante para 2018, Com o anúncio de Sergey Sirotkin para a vaga porque me vou esforçar ao máximo”, que acreditamos nos ajudará a maximizar da Williams, fechou-se o mercado de pilotos na F1. disse Sergey Sirotkin. o potencial do FW41”, finalizou Paddy O russo ganhou a ‘corrida’ a Kubica, que fica como Já do lado da Williams, Claire afirma: “A Lowe, diretor técnico da equipa. piloto de desenvolvimento da equipa de Grove filosofia da Williams sempre foi promover e desenvolver jovens talentos e o Sergey KUBICA PILOTO DE TESTES encaixa-se diretamente nisso. Temos Um dia depois, a equipa confirmou tam- Jorge Girão Mas o panorama não é bom… uma dupla de pilotos talentosa e estamos bém que seria o piloto de [email protected] É certo que se o carro ajudar, isso poderá confiantes que vamos ter bons resultados testes e desenvolvimento, confirman- mascarar um pouco o nível dos pilotos, para a equipa.” do-se assim o meio-regresso do piloto novela do segundo piloto da mas tudo leva a crer que os homens de “Realizámos um rigoroso e exaustivo polaco à Fórmula 1. O polaco vai partici- Williams chegou ao fim. Du- Grove não vão ter vida fácil. processo de avaliação de pilotos. Em úl- par nos testes de Barcelona, e em vários rante muito tempo, Sergey Não que o que fez Lance Stroll o ano pas- tima análise, o Sergey impressionou a treinos livres, anunciou ainda a equipa. Sirotkin e Robert Kubica esti- sado tenha sido mau, longe disso, já que equipa com o seu ritmo de pilotagem e A experiência do piloto polaco vai ser veram em avaliação, a Williams teve uma evolução que se pode considerar muito importante, e como se percebe, realizou testes comparativos positiva, mas a este nível, na F1, faria todo vai estar ‘logo ali’ para o que der e vier: Apara ter uma base sólida para tomar a o sentido ter a seu lado, como sucedeu “Estou extremamente feliz por me jun- sua decisão, e optou pelo russo. Contudo, em 2017, um piloto experiente, mas não é tar à Williams como piloto de reserva e embora não o admita, isso foi apenas mais isso que vai suceder este ano. A verdade desenvolvimento em 2018. Sinto-me na um dado nesta complexa equação, em é que também não havia. Sirotkin tem melhor forma física que já estive, mas que o ‘dote’ de cada um dos pilotos teve tudo para aprender, e se ninguém duvida tenho tido muito trabalho para chegar uma forte palavra a dizer. que é um piloto rápido, vamos ver como onde estou agora. Gostaria de agradecer Depois de testes e análises dos respon- se sai em corrida. à Williams pelas oportunidades que me sáveis - às finanças de cada um e às suas O comunicado em que a Williams con- deram até aqui e por apostarem em mim qualidades em pista - a Williams deci- firma Sirotkin diz que o piloto de 22 com este compromisso. Gostei de estar de diu-se pelo russo, que vai assim correr anos impressionou a equipa nos testes volta ao paddock da F1 nos últimos meses, este ano ao lado de Lance Stroll. Para da Pirelli, em Abu Dhabi. O russo pilotou e agora estou ansioso para trabalhar com uma equipa que quer recuperar o seu pela primeira vez para a Williams nesse a equipa técnica da Williams, tanto na estatuto na F1, e que há pouco mais de teste, mas já tinha alguma experiência fábrica, quanto na pista, para realmente 12 meses tinha no seu line-up Valtteri de Fórmula 1, devido aos dois anos como ajudar a avançar com o desenvolvimento Bottas e Felipe Massa, é um risco enorme piloto de testes da . “Estou feliz e do FW41. O meu objetivo final continua a dois jovens com tão pouca experiência orgulhoso por me juntar a uma equipa tão ser correr novamente na F1 e este é ou- na F1, mas foi esta a decisão tomada e famosa como a Williams. Tive de trabalhar tro passo importante nessa direção: mal agora há que esperar pelso resultados. muito para chegar aqui e estou mesmo posso esperar para começar”, disse. GUIA 2018 WRC APRESENTAÇÃO WRC 2018 EQUIPAS PILOTOS CALENDÁRIO ESTATÍSTICAS O QUE MUDA RALI DE PORTUGAL

O MELHOR DE SEMPRE? 14

WRC ANTEVISÃO /

MAIS E MELHOR! Em 2017 a nova era do WRC redundou em sete vencedores diferentes das quatro equipas em competição. Este ano, sem grandes alterações regulamentares, podemos ambicionar uma época ainda melhor? Tudo está a caminhar nesse sentido… Fábio Mendes com José Luís Abreu [email protected]

no novo, vida nova, novo cam- ta e para o comprovar basta olhar para INGREDIENTES CERTOS igual ao doutras equipas, a luta não será peonato de ralis. Arranca hoje, a estatística. Há mesmo uma grande expetativa para tão desigual e a M-Sport poderá dar se- em Monte Carlo, o WRC 2018, Os novos carros, mais potentes, mais rá- que 2018 possa ser, na pior das hipóteses, quência ao magnífico trabalho que fez em numa época que se espera, pidos, mais agressivos e com mais apoio a sequência do que foi a competição em 2017. A saída de Ott Tanak para a Toyota no mínimo, tão competitiva aerodinâmico - ao contrário do WTCC 2017. Portanto, mais do mesmo espera- pode ser um aspeto negativo - o estónio quanto a anterior. 2017 foi um onde essa fórmula ‘arrasou’ com o cam- mos nós, e se calhar um pouco melhor, até. não quis ficar novamente na sombra de Aano de ‘retoma’ para o WRC, que vinha peonato (fruto de um domínio exagerado Começando pelos campeões. A M-Sport Ogier - mas Elfyn Evans já mostrou que de épocas de algum marasmo, devido à da Citroën) - foram o suficiente suficiente regressou às vitórias e aos títulos, depois é claramente um bom piloto, capaz de previsibilidade dos resultados, decor- para passarmos a ter uma competição de um esforço (e um risco) muito grande ganhar ralis se tiver as mesmas armas rente do domínio da VW. Era preciso um bem mais aberta e imprevisível. Todas de Malcolm Wilson para contratar Ogier. que os adversários, e este ano tê-las-á. murro na mesa e ele surgiu na forma de as equipas ganharam ralis, sete pilotos Ainda aturou algumas ‘birras’ do francês Ter o galês como segundo piloto tem o novas regras, revolucionárias, que leva- diferentes chegaram aos triunfos e o - um campeão é sempre muito exigen- condão da equipa poder-se concentrar ram a que tudo partisse novamente do campeonato esteve equilibrado quase te com a máquina - mas é quando são em Ogier, sabendo que em Evans terá um zero. A juntar a isso, por coincidência, a até à última prova. Ogier acabou por ser pressionadas, que as pessoas crescem, piloto que assegura resultados e pontos Volkswagen decidiu sair, e o melhor pi- novamente o vencedor, mas este foi um e a aposta rendeu, pois a equipa juntou- importantes para a luta nos construtores. loto, Sébastien Ogier, foi para a equipa triunfo que nada teve a ver com os ante- -se toda à volta do exigente Ogier. Agora, A Toyota teve um ano de estreia mui- com menos meios, e em cima da hora. riores, na VW, pois aí era o melhor piloto, para além de manter Ogier, ainda tem to interessante, embora com algumas Isto levou a que esta ‘mistura’ redundas- com a melhor equipa e um carro que se também mais apoio da Ford. Por isso, e ‘dores de crescimento’ típicas da juven- se numa competição muito mais aber- não era o melhor, não andava longe disso. mesmo sabendo que o orçamento não é tude do carro e da equipa. Ainda assim, >> autosport.pt 15 tiveram resultados muito interessan- tes. Jari-Matti Latvala foi claramente o melhor piloto da equipa, Juho Hanninen misturou uma grande dose de azar com outras exibições menos conseguidas e Esapekka Lappi mostrou que é um ta- que obteve em 2017. Craig Breen mantém- mas a sua experiência ainda pode valer lento, não de futuro, mas para já, assim -se, ao contrário de Stéphane Lefebvre, bons pontos e Paddon tem de recuperar que tiver mais experiência em todas as que vai ajudar a Citroën no WRC2 com de um ano mau, que se queria de afirma- provas e não só em algumas. Com a en- o novo C3 R5. Mesmo assim, o irlandês ção, mas onde apenas foi uma sombra trada de Tanak, a Toyota tem uma tripla ainda terá que ceder o lugar a Sébastien do que já mostrou. Espera-se que atire de pilotos de luxo, em que qualquer um Loeb, que regressa para disputar três o Monte Carlo de 2017 definitivamente deles poderá assumir-se na luta pelas provas - México, Córsega e Catalunha. Se para trás das costas. vitórias, assim o carro o permita, o que testar o suficiente será candidato às vitó- Se tivéssemos que fazer apostas, diremos em condições normais sucederá, pois rias. Mads Ostberg também vai fazer pelo que no grupo da frente vão andar Ogier, não faltam meios a Tommi Makinen para menos uma prova (Suécia) com a Citroën. Neuville e Latvala; Mikkelsen e Tanak resolver o que esteve menos bem, espe- A Hyundai, por seu lado, é uma certeza. vão estar logo ali, Meeke também; de- cialmente a fiabilidade. Se Neuville não tem perdido os primeiros pois há Evans e Lappi, com Breen a ter, ralis da forma como perdeu, o desfecho e claramente, mais dificuldades para obter REGRESSO DE LOEB o desenrolar do campeonato poderia ter tantos quintos lugares; por fim, Loeb, que Na Citroën, a era pós- Loeb tem sido mais sido claramente outro. Aprendeu com os vem para fazer ‘estragos’, provavelmente, complicada do que o esperado e 2017 foi erros e voltou mais forte, chegando mes- ganhar provas. Claro que tudo isto depen- um ano fraco. Esperava-se muito mais da mo a recuperar a diferença pontual para de das provas. Há ralis em que uns pilotos máquina e dos pilotos. Kris Meeke come- Ogier. Depois teve alguns contratempos se saem melhor que outros, por exem- çou mal, recuperou o ânimo no México, mecânicos e Ogier ‘fugiu’ decisivamente… plo, Monte Carlo é para Ogier, Suécia para apesar do susto, mas a partir daí foi sem- Latvala, Neuville pode ganhar em qual- pre a descer, sendo até ‘encostado’, para se HYUNDAI MAIS FORTE quer lado, e por aí em diante. reerguer depois. O britânico é muito rápi- A Hyundai apresentou claramente um Em termos de equipas, a Hyundai pa- do e tem talento para se bater com Ogier, carro muito competitivo e os resultados rece o conjunto (pilotos, carro, estrutu- mas peca na força mental e na capacida- comprovam-no. Foi a equipa que mais ra) mais forte, mas a M-Sport Ford tem de de evitar o erro. Precisa por vezes de vezes venceu. Com Andreas Mikkelsen o campeão do seu lado. A Toyota estará dosear mais o esforço e fazer apenas os agora a tempo inteiro a equipa será clara- mais forte, especialmente do lado dos pi- mínimos, sem cometer erros - ia perden- mente mais consistente nos resultados e lotos e da Citroën espera-se muito mais do no México de forma escandalosa. Mas terá dois pilotos para lutar pelas vitórias, que em 2017. a verdade é que Meeke sofreu com um o que não aconteceu em 2017. É tudo isto que dá ânimo aos fãs da moda- carro ‘difícil’, especialmente ao nível do Dani Sordo e Hayden Paddon vão dividir lidade. O regresso da incerteza, da expe- diferencial central e das suas afinações, o calendário e tentar provar que mere- tativa de novo campeonato muito equili- e se isso for resolvido, há que contar com cem continuar no WRC a este nível. Sordo brado. 2017 foi um ano muito bom e 2018 Meeke para mais do que as duas vitórias está já na fase descendente da carreira, poderá ser ainda melhor. Venha ele... WRC/CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS 16

centrais, algo que não sucedia desde 2010, numa altura em que muitas das técnicas dos ralis eram diferentes. A técnica dos carros pode ser da maior DETETIVE HOLMES relevância e importância, mas conti- Martin Holmes nuam a ser os pilotos que causam as [email protected] AÍ ESTÁ O maiores surpresas entre os adeptos e observadores do fenómeno. A relação da Citroën com a magia de Sébastien Loeb continua a ter grande efeito na sua estratégia, e a muitos parece lógico, não existindo outra boa solução, que WRC 2018! Craig Breen tenha que dar o seu lugar Como animais e açafrões a emergir da hibernação aos primeiros sinais da primavera, ao ‘Maestro’ em três provas. Também o Mundial de Ralis acordou para 2018 no Autosport International Show, com o certame houve surpresa com o regresso de Mads a marcar a apresentação oficial do WRC. Para os media, e para os adeptos, foi uma Ostberg, para já pelo menos por um ocasião especial que esperemos que possa ser repetida no futuro evento. Decisão tardia? Tudo foi deci- dido mesmo em cima do começo da apresentação. Se na Citroën vai haver algumas mu- danças durante o ano, já na Toyota tudo será bem mais linear, com a confirmação stá dado o tiro de partida do Mundial de Ralis - Ford, Citroën, Hyundai este ano, para além duma sistemática dos seus três pilotos nas 13 provas do WRC 2018, este ano com pompa e Toyota - naquela que foi a primeira evolução dos apêndices aerodinâmicos WRC. Voltando à irregularidade, depois e circunstância no no Autosport oportunidade para perceber quais fo- dos carros. Ao fim ao cabo a nova ‘era’ de terem percebido que faltava consis- International Show. Colocar ram os seus ‘facelifts’ aerodinâmicos. do WRC só arrancou há 12 meses e as tência à equipa, com a entrada definitiva em palco os responsáveis das Sim, porque quanto a novas decorações, equipas ainda estão a aprender, sendo de Andreas Mikkelsen, Dani Sordo e equipas e pilotos na frente dos todas as equipas deram, basicamente, que há um denominador comum entre Hayden Paddon passaram a ter que fa- Eadeptos revelou-se uma plataforma continuidade ao que já foi visto o ano elas, o diferencial central. Sem exceção, zer ‘turnos’ para continuarem ambos a ideal para todos ficarmos a saber com passado. Houve também a oportunidade quando questionados sobre que ponto correr nos ralis ao mais alto nível. o que se pode contar quando mais logo de ver os novos protótipos dos novos R5, do carro pode requerer mais atenção Na M-Sport Ford, também existe al- os motores se fizerem ouvir no arranque especialmente os Volkswagen e Proton. este ano, todas elas referem o diferen- guma incerteza, já que apesar de se do Rali de Monte Carlo. Em conversa com ‘players’ do WRC, cial central como estando no topo das saber que a Ford vai incrementar o seu Interessante foi também fazer alinhar depressa se tornou claro que não são suas prioridades técnicas. 2017 foi o ano apoio à equipa de Malcolm Wilson, o pela primeira vez os quatro carros do esperadas grandes evoluções técnicas que marcou o regresso dos diferenciais seu line-up de pilotos continua incerto, >> autosport.pt 17

já que Teemu Suninen está de destinos que teriam sido mais evi- confirmado em oito pro- dentes, como a China, ou mesmo a Índia, vas com o terceiro carro da Estados Unidos, Indonésia, Paquistão, M-Sport/Ford, desconhe- Brasil e por aí fora. Hoje em dia o país cendo-se para já quem vai mais populoso que está no WRC é o guiar o carro nas restantes, México. A Turquia é o 19º país com mais para além da já confirmada população no mundo e continua bem presença de Bryan Bouffier respeitado no WRC, depois de vários no Monte Carlo. eventos realizados em locais distintos Com a Toyota a ser a única do país, há 10 anos. Este ano, uma nova equipa do WRC que não tem a localização, que pelo que se viu da prova correr carros da categoria R5, candidata, parece muito cénica. este ano temos uma situação Nos últimos anos foram variadíssimos curiosa em que as restantes os nomes de países que circularam para três equipas oficiais - Citroën, entusiasmar os adeptos, nem tanto as Hyundai e M-Sport/Ford - equipas, como se de um novo Mundo têm a possibilidade de ofe- do WRC estivesse prestes a chegar. Um recer atividades alternativas possível regresso ao Quénia é um mito, com os seus R5 aos seus pi- perpetrado por quem não tem conhe- lotos em part-time. cimento prático do Mundial de Ralis. Até que os novos R5 cheguem, O recente caso do Rali da Croácia de- o Volkswagen e o Proton, as pressa desapareceu, depois da FIA ter listas de inscritos vão conti- proposto um rali de terra num país que nuar a ser ‘povoadas’ por car- tem maioritariamente troços de asfalto. ros muito parecidos uns com Depois o Chile, que acabou por ser mais os outros, entre a primeira e o entusiasmo dos media locais que outra a segunda categoria, exceção coisa qualquer a fazer chegar tão longe feita, claro está, aos inúmeros o assunto. apêndices aerodinâmicos. Há Agora surge o Japão. Diz-se que um dos uns anos, quando estava no seus eventos nacionais fez um acordo poder, o antigo Presidente da com a Toyota para apoiar um regresso FIA, Max Mosley entendia que ao país do Sol Nascente. O Shinshiro CALENDÁRIO 2018 os carros de ralis deviam po- Rally é um típico no Japão, com troços C/ der ter kits que lhes permitis- cuja distância média é de apenas 6 km. O se mudar de categoria com Japão tem sido uma espécie de miragem facilidade, como acontecia ou alucinação para o WRC. As equipas SÃO POUCAS AS ALTERAÇÕES NO CALENDÁRIO DESTE ANO DO WRC. SAI A POLÓNIA, ENTRA A TURQUIA, EM SETEMBRO, E NÃO JUNHO COMO ERA O CASO DA PROVA POLACA. nos velhos tempos da Fórmula 2. Uma ficaram contentes quando foi anunciado CATALUNHA E GRÃ-BRETANHA TROCARAM AS SUAS DATAS. NA TABELA EM BAIXO PODE boa ideia dos velhos tempos... que o WRC iria para lá em 2004, mas VER O NÚMERO DE VEZES QUE AS PROVAS FIZERAM PARTE DO WRC, BEM COMO TODOS depressa perceberam que o rali só seria OS PAÍSES QUE JÁ RECEBERAM A COMPETIÇÃO. NOVA VIDA PARA TANAK possível na ilha de Hokkaido, comple- A única grande mudança no line-up tamente fora do radar dos media locais, 2018 PROVA RALI DATA Nº VEZES ANOS de pilotos deste ano teve a ver com a para lá de servir apenas um nicho de 1 MONTE-CARLO 25 - 28 JANEIRO 40 (1973 - 2017) passagem de Ott Tanak para a Toyota, fãs locais, pois a ilha fica bem longe dos 2 SUÉCIA 15 – 18 FEVEREIRO 41 (1973 - 2017) depois de vários anos na M-Sport, sendo grandes centros. Apesar de ter no país 3 MÉXICO 8 – 11 MARÇO 13 (2004 - 2017) 4 FRANÇA 5 – 8 ABRIL 38 (1973 - 2017) ele o primeiro piloto não finlandês da bons construtores que já passaram pelo 5 ARGENTINA 26 – 29 ABRIL 35 (1980 - 2017) nova equipa, a Toyota Gazoo Racing. WRC (agora só há a Toyota), aguentou 6 PORTUGAL 17 – 20 MAIO 38 (1973 - 2017) Substituiu Juho Hanninen e vai pilo- apenas seis anos no WRC. 7 ITÁLIA/SARDENHA 7 – 10 JUNHO 13 (2004 - 2017) tar ao lado de Jari-Matti Latvala e de Houve também alterações na liderança 8 FINLÂNDIA 26 – 29 JULHO 44 (1973 - 2017) 9 ALEMANHA 16 -19 AGOSTO 15 (2002 - 2017) Esapekka Lappi. dos ralis no seio da FIA, com o Diretor de 10 TURQUIA 13 – 16 SETEMBRO 6 (2003 - 2010) Depois, claro, o regresso do grande se- Ralis da FIA, Jarmo Mahonen, a ‘aligei- 11 GRÃ-BRETANHA 4 – 7 OUTUBRO 44 (1973 - 2017) nhor e da estranha saga de Sébastien rar’ o seu trabalho, sendo agora apenas 12 CATALUNHA/ESPANHA 25 – 28 OUTUBRO 26 (1991 - 2017) Loeb. Do lado dos navegadores, a Vice-Presidente de… Carlos Barbosa, na 13 ÁUSTRALIA 15 – 18 NOVEMBRO 24 (1989 - 2017) HISTÓRIA maior alteração passa pelo regresso Comissão do WRC. O novo Presidente da GRÉCIA/ACRÓPOLE 38 (1973 - 2013) de Claudio del Barrio, que substitui Marc Comissão de Ralis da FIA é o neozelan- NOVA ZELÂNDIA 31 (1977 - 2012) Marti ao lado de Dani Sordo. Do lado dês Wayne Christie. SAFARI 29 (1973 - 2002) dos managers, Kai Lindstrom (nave- Para além disso, o WRC vai também mu- SAN REMO 29 (1973 - 2003) COSTA DO MARFIM 15 (1978 - 1992) gador de Tommi Makinen há 15 anos e dar de empresa fornecedora de resul- CHIPRE 8 (2000 - 2009) mais recentemente navegador de Juho tados e tracking. Pertencia à espanhola JAPÃO 6 (2004 - 2010) Hanninen) pendurou o capacete e tor- SIT, agora passará para a Australiana POLÓNIA 6 (1973 - 2017) nou-se Diretor Desportivo da Toyota RallySafe. FRANÇA/ALSÁCIA 5 (2010 - 2014) CANADÁ - QUEBEC 3 (1977 - 1979) Gazoo. Por fim, depois de vencer a penúltima JORDÂNIA 3 (2008 - 2011) prova do WRC 2017 por intermédio de MARROCOS 3 (1973 - 1976) CALENDÁRIO MUDOU POUCO Elfyn Evans, a DMack vai reduzir o seu EUA - OLYMPUS 3 (1986 - 1988) BRASIL 2 (1981 - 1982) Os Promotores continuam incessante- envolvimento no pináculo do WRC, leia- INDONÉSIA 2 (1996 - 1997) mente à procura de novos locais para le- -se, deixar de ter um carro ‘próprio’ IRLANDA 2 (2007 - 2009) var a caravana do Mundial de Ralis, mas como teve este ano, com a empresa a NORUEGA 2 (2007 - 2009) apesar de se terem falado de múltiplos preferir dedicar-se mais ao desenvol- EUA - PRESS ON REGARDLESS 2 (1973 - 1974) ÁUSTRIA 1 (1973) possíveis destinos, a única novidade do vimento de pneus. A Pirelli passa a ser BULGÁRIA 1 (2010) calendário para este ano foi a saída do a fornecedora oficial de pneus para o CANADÁ - RIDEAU 1 (1974) Rali da Polónia e a entrada do Rali da WRC3 e Mundial Júnior. É o que temos CHINA 1 (1999) Turquia. Continua sem haver notícias para si do WRC em 2018! WRC/CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS 18 WRC 2018 156 BONS MOTIVOS... O WRC 2018 encerra José Luis Abreu uma curiosidade muito [email protected] interessante. O total de vitórias do plantel unca na história do previsto para esta Campeonato do Mundo de temporada ascende a Ralis o somário de triunfos 156, algo nunca visto das provas dos pilotos que vão na história da prova. participar na competição foi Curiosamente, metade tão elevado como em 2018. É delas, 78, pertencem a Nverdade que Sébastien Loeb, só à sua um só, Sébastien Loeb. As conta, tem metade dessa ‘contabilida- restantes... são de todos de’, mas ainda assim é notável que 12 os ‘outros’ juntos.. pilotos do WRC 2018 tenham, pelo me- nos, um triunfo no seu currículo. Os ralis fazem-se de números, e por isso vamos colocar em contexto os atuais pilotos do WRC e confrontá-los com a história, re- cuperando alguma da muita estatística do Mundial de Ralis, competição que nasceu em 1973.

SÉC. XXI DOMINA... PRIMEIRO DOS ÚLTIMOS… BOM ESPELHO FRANÇA-FINLÂNDIA... OS DOIS PILOTOS COM MAIS VITÓRIAS DA HISTÓRIA DURANTE MUITO TEMPO NA SOMBRA DE SÉBASTIEN O NÚMERO DE PÓDIOS DE UM PILOTO DÁ UMA BOA DURANTE MUITO TEMPO OS FINLANDESES FORAM REIS DO WRC VÃO CORRER ESTE ANO. JARI-MATTI LATVALA LOEB, DANI SORDO É DE LONGE O PILOTO COM MAIOR IDEIA DA SUA VALIA. COM TANTO BOM PILOTO, NEM E SENHORES. MAS DESDE O INÍCIO DO SÉC. XXI QUE OS É O ÚNICO QUE PODE CHEGAR-SE À FRENTE NA LISTA DIFERENÇA ENTRE SEGUNDOS LUGARES E OS TRIUNFOS SEMPRE É POSSÍVEL VENCER... FRANCESES PASSARAM PARA A FRENTE. E DEPOIS DE DOS MAIS VITORIOSOS DE SEMPRE. QUANTO MUITO QUE OBTEVE, APENAS UM. TODOS OS PILOTOS À SUA LOEB E OGIER? ESTÃO A SURGIR UM BOM CONJUNTO DE SÉBASTIEN OGIER REDUZ A MARGEM, EQUANTO FRENTE TÊM UMA RELAÇÃO BEM DIFERENTE ENTRE O PÓDIOS FINLANDESES A ‘APONTAR’ PARA O TOPO. FRANCESES, SÉBASTIEN LOEB TEM TRÊS OPORTUNIDADES PARA NÚMERO DE SEGUNDOS LUGARES E TRIUNFOS... 1 LOEB, SEBASTIEN 116 NEM POR ISSO... OBTER NOVAS VITÓRIAS... 2 SAINZ, CARLOS 97 2º LUGARES 3 KANKKUNEN, JUHA 75 TRIUNFOS NACIONALIDADE VITÓRIAS 1 SAINZ, CARLOS 36 4 HIRVONEN, MIKKO 69 1 FRANÇA 185 1 LOEB, SEBASTIEN 78 2 KANKKUNEN, JUHA 32 5 OGIER, SEBASTIEN 65 2 FINLÂNDIA 178 2 OGIER, SEBASTIEN 40 3 HIRVONEN, MIKKO 29 6 GRONHOLM, MARCUS 61 3 SUÉCIA 43 3 GRONHOLM, MARCUS 30 3 LOEB, SEBASTIEN 29 7 LATVALA, JARI-MATTI 60 4 GRÃ-BRETANHA 42 4 SAINZ, CARLOS 26 5 SORDO CASTILLO, DANIEL 24 8 ALEN, MARKKU 56 5 ITÁLIA 30 5 MCRAE, COLIN 25 6 LATVALA, JARI-MATTI 23 9 AURIOL, DIDIER 53 6 ESPANHA 28 6 MAKINEN, TOMMI 24 7 GRONHOLM, MARCUS 22 10 SOLBERG, PETTER 52 7 ALEMANHA 17 7 KANKKUNEN, JUHA 23 8 ALEN, MARKKU 19 13 SORDO CASTILLO, DANIEL 42 7 NORUEGA 17 8 AURIOL, DIDIER 20 9 MIKKOLA, HANNU 17 20 NEUVILLE, THIERRY 27 9 QUÉNIA 8 9 ALEN, MARKKU 19 10 BURNS, RICHARD 16 23 MIKKELSEN, ANDREAS 21 10 BÉLGICA 7 10 MIKKOLA, HANNU 18 11 OGIER, SEBASTIEN 15 27 OSTBERG, MADS 16 10 ESTÓNIA 7 11 LATVALA, JARI-MATTI 17 22 NEUVILLE, THIERRY 8 34 MEEKE, KRIS 11 12 ÁUSTRIA 2 24 NEUVILLE, THIERRY 6 25 MIKKELSEN, ANDREAS 7 34 TANAK, OTT 11 12 JAPÃO 2 26 MEEKE, KRIS 5 30 OSTBERG, MADS 5 52 PADDON, HAYDEN 6 14 ARGENTINA 1 34 MIKKELSEN, ANDREAS 3 34 TANAK, OTT 4 60 EVANS, ELFYN 5 14 CANADÁ 1 38 TANAK, OTT 2 39 EVANS, ELFYN 3 14 NOVA ZELÂNDIA 1 47 EVANS, ELFYN 1 39 PADDON, HAYDEN 3 14 PORTUGAL 1 47 LAPPI, ESAPEKKA 1 66 MEEKE, KRIS 1 47 OSTBERG, MADS 1 47 PADDON, HAYDEN 1 47 SORDO CASTILLO, DANIEL 1 >> autosport.pt 19

OS MAIS RÁPIDOS DE SEMPRE FORD DESTACADA LATVALA PERSEGUE SAINZ CITROËN E FORD NA LUTA... NÃO ‘DIZ’ TUDO, MAS É UM BOM INDICADOR DA SE NO NÚMERO DE VITÓRIAS A CITROËN LIDERA, É AQUI, JARI-MATTI LATVALA CHEGOU MUITO JOVEM AO WRC E A ERA ‘LOEB’ CATAPULTOU A CITROËN PARA O TOPO DO VELOCIDADE DE CADA PILOTO, SENDO PROVAVELMENTE NOS PÓDIOS, QUE SE NOTA O EFEITO ‘LOEB’. ENQUANTO PREPARA-SE PARA SE TORNAR NO PILOTO COM MAIS NÚMERO DE VITÓRIAS POR MARCA NO WRC, MAS A A LISTA QUE MELHOR INDICA OS ‘MAIORES’ DE SEMPRE A CITROËN TEVE ESSENCIALMENTE UM ÚNICO PILOTO RALIS DO MUNDIAL... MAS SÓ EM 2019! ENTRE OS FORD É A ÚNICA QUE ESPALHA A SUA ‘CONTRIBUIÇÃO’ DO NO MUNDIAL DE RALIS... A FAZER CURRÍCULO, JÁ A FORD TEVE MAIS GENTE A PILOTOS ATUAIS, DANI SORDO ESTÁ BEM COLOCADO, PRIMEIRO AO ÚLTIMO ANO DA COMPETIÇÃO... SOMAR E NESTE PARTICULAR CONTINUARÁ FORA DE MAS JÁ ESTÁ NA FASE ‘DESCENDENTE’, ESTE ANO NEM VENCEDORES DE ESPECIAIS ALCANCE POR MUITOS MAIS ANOS... SEQUER FARÁ O CAMPEONATO TODO. E OGIER NÃO FICA VITÓRIAS MARCAS 1 LOEB, SEBASTIEN 906 MUITO MAIS TEMPO NO WRC... 1 CITROËN 98 (1999 - 2017) 2 ALEN, MARKKU 821 PÓDIOS MARCAS 2 FORD 87 (1973 - 2017) 3 SAINZ, CARLOS 756 1 FORD 354 (1973 - 2017) PROVAS NO WRC 3 LANCIA 73 (1974 - 1992) 4 KANKKUNEN, JUHA 700 2 CITROËN 241 (1973 - 2017) 1 SAINZ, CARLOS 196 4 PEUGEOT 48 (1975 - 2005) 5 MIKKOLA, HANNU 654 3 LANCIA 193 (1974 - 1993) 2 SOLBERG, PETTER 188 5 SUBARU 47 (1993 - 2005) 6 AURIOL, DIDIER 554 4 TOYOTA 149 (1973 - 2017) 3 LATVALA, JARI-MATTI 182 6 TOYOTA 45 (1973 - 2017) 7 GRONHOLM, MARCUS 542 5 PEUGEOT 133 (1973 - 2006) 4 LOEB, SEBASTIEN 169 7 VOLKSWAGEN 44 (1987 - 2016) 7 VATANEN, ARI 542 6 SUBARU 128 (1987 - 2008) 5 HIRVONEN, MIKKO 163 8 MITSUBISHI 34 (1974 - 2001) 9 OGIER, SEBASTIEN 501 7 VOLKSWAGEN 94 (1987 - 2016) 6 KANKKUNEN, JUHA 162 9 AUDI 24 (1981 - 1987) 10 LATVALA, JARI-MATTI 493 8 MITSUBISHI 76 (1974 - 2006) 7 AURIOL, DIDIER 152 10 FIAT 21 (1973 - 1981) 11 BLOMQVIST, STIG 486 9 AUDI 71 (1981 - 1992) 7 GRONHOLM, MARCUS 152 11 DATSUN/ 9 (1973 - 1988) 12 MCRAE, COLIN 477 10 FIAT 61 (1973 - 1986) 7 SORDO CASTILLO, DANIEL 152 12 HYUNDAI 7 (2014 - 2017) 13 SOLBERG, PETTER 457 11 DATSUN/NISSAN 38 (1973 - 1981) 10 MCRAE, COLIN 146 13 OPEL 6 (1975 - 1988) 14 ROHRL, WALTER 439 12 HYUNDAI 32 (2014 - 2017) 16 OGIER, SEBASTIEN 123 13 RENAULT 6 (1974 - 1989) 15 BIASION, MASSIMO 373 13 OPEL 25 (1974 - 1992) 22 OSTBERG, MADS 111 13 RENAULT-ALPINE 6 (1973) 16 MAKINEN, TOMMI 362 14 RENAULT-ALPINE 23 (1973 - 1976) 32 MIKKELSEN, ANDREAS 87 16 SAAB 4 (1973 - 1979) 24 SORDO, DANIEL 170 15 RENAULT 16 (1974 - 1990) 34 MEEKE, KRIS 85 17 3 (1987 - 1989) 27 NEUVILLE, THIERRY 134 16 SAAB 12 (1973 - 1980) 35 NEUVILLE, THIERRY 84 18 BMW 2 (1973 - 1987) 34 MIKKELSEN, ANDREAS 79 17 PORSCHE 11 (1973 - 1985) 39 TANAK, OTT 79 18 MERCEDES BENZ 2 (1979 - 1980) 34 TANAK, OTT 79 18 MAZDA 10 (1985 - 1990) 46 PADDON, HAYDEN 72 18 PORSCHE 2 (1978 - 1980) 42 MEEKE, KRIS 68 18 TALBOT 10 (1980 - 1981) 50 AL-QASSIMI, KHALID 69 18 TALBOT 2 (1980 - 1981) 44 OSTBERG, MADS 59 20 MERCEDES BENZ 9 (1979 - 1980) 53 EVANS, ELFYN 63 67 PADDON, HAYDEN 32 21 BMW 4 (1973 - 1990) 70 BREEN, CRAIG 48 68 EVANS, ELFYN 30 21 SEAT 4 (1977 - 2000) 137 LEFEBVRE, STEPHANE 34 88 LAPPI, ESAPEKKA 16 23 MINI 3 (2011 - 2012) 137 LAPPI, ESAPEKKA 29 130 BREEN, CRAIG 4 23 VAUXHALL 3 (1978 - 1989) 137 SUNINEN, TEEMU 28 130 SUNINEN, TEEMU 4 25 ALFA ROMEO 2 (1975 - 1986) 146 LEFEBVRE, STEPHANE 3 25 VOLVO 2 (1973) 27 FERRARI 1 (1982) 27 MG 1 (1985) 27 POLSKI-FIAT 1 (1973) 27 SKODA 1 (2001) 27 TRIUMPH 1 (1980) 27 WARTBURG 1 (1973)

VOAR CADA VEZ MAIS DEPRESSA... NA HISTÓRIA DO MUNDIAL DE RALIS A PROVA FINLANDESA SEMPRE FOI A QUE TEVE A MÉDIA MAIS ELEVADA. MESMO TENDO SIDO INTRODUZIDAS INÚMERAS CHICANES NO PERCURSO, A PROVA DE 2017 ENTROU DIRETAMENTE PARA O SEGUNDO LUGAR.

MÉDIA MAIS ELEVADA 1 2016 FINLÂNDIA 126.62 KM/H MEEKE, KRIS CITROEN DS3 WRC 2 2017 FINLÂNDIA 126.16 KM/H LAPPI, ESAPEKKA TOYOTA YARIS WRC 3 2015 FINLÂNDIA 125.44 KM/H LATVALA, JARI-MATTI VOLKSWAGEN POLO R WRC 4 2012 FINLÂNDIA 122.89 KM/H LOEB, SEBASTIEN CITROEN DS3 WRC FIABILIDADE E CONSISTÊNCIA POR UM ABRIR 5 2005 FINLÂNDIA 122.86 KM/H GRONHOLM, MARCUS PEUGEOT 307WRC EVO2 OLHAR PARA A NÚMERO DE VEZES QUE OS PILOTOS E PISCAR DE OLHOS... ABANDONARAM RELATIVAMENTE AO NÚMERO DE RALIS O RALI DA ARGENTINA DE 2017 ENTROU DIRETAMENTE QUE FIZERAM É UM BOM INDICADOR DA ‘FIABILIDADE’ PARA O PÓDIO DAS PROVAS MAIS EQUILIBRADAS DA ATÉ LOEB VENCEU POR POUCO... DO PILOTO. NESTA LISTA HÁ CASOS MUITO HISTÓRIA DO MUNDIAL DE RALIS, NUMA LISTA EM QUE ALGUNS CONTRATEMPOS MECÂNICOS LEVARAM A QUE O WRC 2017 NÃO INTERESSANTES, POR EXEMPLO O DE TEEMU SUNINEN... OS TRÊS PRIMEIROS LUGARES ACONTECEREM TODOS FOSSE TÃO EQUILIBRADO ATÉ FINAL QUANTO SE CHEGOU A SUSPEITAR, NOS ÚLTIMOS 10 CAMPEONATOS MAS A LUTA FOI FORTE. VEJA NA HISTÓRIA DO WRC AS TEMPORADAS RÁCIO DE ABANDONOS MAIS EQUILIBRADAS DE SEMPRE... 1 SUNINEN, TEEMU (FI) (1 / 28) MAIS EQUILIBRADAS 5 AL-QASSIMI, KHALID (6 / 69) 1 2011 JORDÂNIA 0.2S OGIER - LATVALA CAMPEONATO MAIS EQUILIBRADOS 10 OGIER, SEBASTIEN (13 / 123) 2 2007 NOVA ZELÂNDIA 0.3S GRONHOLM - LOEB ÉPOCA CAMPEÃO VICE DIFERENÇA 14 OSTBERG, MADS (13 / 111) 3 2017 ARGENTINA 0.7S NEUVILLE - EVANS 1979 WALDEGARD, BJORN MIKKOLA, HANNU -1 PT (0.9%) 15 LOEB, SEBASTIEN (21 / 169) 4 1998 PORTUGAL 2.1S MCRAE - SAINZ 2006 LOEB, SEBASTIEN GRONHOLM, MARCUS -1 PT (0.9%) 17 SORDO CASTILLO, DANIEL (20 / 152) 5 1999 ARGENTINA 2.4S KANKKUNEN - BURNS 2009 LOEB, SEBASTIEN HIRVONEN, MIKKO -1 PT (1.1%) 20 PADDON, HAYDEN (10 / 72) 5 2010 NOVA ZELÂNDIA 2.4S LATVALA - OGIER 2003 SOLBERG, PETTER LOEB, SEBASTIEN -1 PT (1.4%) 21 NEUVILLE, THIERRY (12 / 84) 5 2011 ARGENTINA 2.4S LOEB - HIRVONEN 1997 MAKINEN, TOMMI MCRAE, COLIN -1 PT (1.6%) 24 LATVALA, JARI-MATTI (27 / 182) 8 2000 ÁUSTRALIA 2.7S GRONHOLM - BURNS 1998 MAKINEN, TOMMI SAINZ, CARLOS -2 PTS (3.5%) 9 2015 CATALUNHA 3.1S MIKKELSEN - LATVALA 2007 LOEB, SEBASTIEN GRONHOLM, MARCUS -4 PTS (3.5%) 10 2003 ALEMANHA 3.6S LOEB - GRONHOLM 2011 LOEB, SEBASTIEN HIRVONEN, MIKKO -8 PTS (3.6%) 10 2014 FINLÂNDIA 3.6S LATVALA - OGIER 2001 BURNS, RICHARD MCRAE, COLIN -2 PTS (4.6%) 1991 KANKKUNEN, JUHA SAINZ, CARLOS -7 PTS (4.7%) WRC/CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS 20 M-SPORT FORD WRT

# 1 # 2 # 3 EQUIPA

A Ford abriu os cordões à bolsa e decidiu apoiar um pouco mais a M-Sport na sua tentativa de manter na sua posse os dois títulos mundiais, de pilotos e construtores, que tão brilhantemente conquistou em 2017. Ainda bem que o fez porque a M-Sport não vai ter vida fácil, pois a concorrência está aparentemente mais forte. Claro que a M-Sport não ficou parada, e quem percebeu bem as palavras de Ott Tanak quando explicou porque foi para a Toyota, percebeu que tudo vai girar, ainda mais, à volta de Ogier. Não que tenha material pior, isso não sucede, SÉBASTIEN ELFYN TEEMU de modo nenhum, mas a primazia - quando houver evoluções, se não der para os dois de OGIER EVANS SUNINEN imediato, serão sempre primeiro para Ogier - e vai permitir que o francês tenha o que gosta IDADE 34 ANOS IDADE 29 ANOS IDADE 23 ANOS PAÍS FRANÇA PAÍS PAÍS DE GALES PAÍS FINLÂNDIA para dar o melhor de si. O ano passado, apesar NAVEGADOR JULIEN INGRASSIA NAVEGADOR DANIEL BARRITT NAVEGADOR MARTIN JÄRVEOJA da sua vitória em Monte Carlo, demorou um PARTICIPAÇÃO 123 PARTICIPAÇÃO 63 PARTICIPAÇÃO 28 pouco até embalar para o título. Não foi fácil, PRIMEIRA RALI DO MÉXICO 2008 PRIMEIRA RALI DA GRÃ-BRETANHA 2007 PRIMEIRA RALI DA FINLÂNDIA 2014 mas este ano, mais entrosado, com carro e VITÓRIAS 40 VITÓRIAS 1 VITÓRIAS 0 a equipa, terá condições para repetir o feito. 2º LUGAR 15 2º LUGAR 3 2º LUGAR 0 3º LUGAR 10 3º LUGAR 1 3º LUGAR 0 Sem pressão, cinco títulos permitem-lhe isso. MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 4º Tem tudo para colocar novamente a Ford no TOTAL PÓDIOS 65 TOTAL PÓDIOS 5 TOTAL PÓDIOS 0 topo. Outro ponto interessante tem a ver com PONTOS 1749 PONTOS 324 PONTOS 37 os três confrontos com Sébastien Loeb. Elfyn DESISTÊNCIAS 13 DESISTÊNCIAS 12 DESISTÊNCIAS 1 TITULOS 5+1 (WRC PILOTOS 2013-2017 TITULOS 1 (MUNDIAL JÚNIOR WRC 2012) TITULOS 0 Evans ascende à primeira equipa e tem como +MUNDIAL JÚNIOR WRC 2008) desafio fazer melhor que em 2017, ano em que se estreou a vencer. Será uma boa ajuda para a luta pelo Mundial de Construtores. >> autosport.pt 21 HYUNDAI SHELL MOBIS WRT

# 5 # 4 # 6 nd

THIERRY ANDREAS DANI HAYDEN NEUVILLE MIKKELSEN SORDO PADDON IDADE 29 ANOS IDADE 28 ANOS IDADE 34 ANOS IDADE 30 ANOS PAÍS BÉLGICA PAÍS NORUEGA PAÍS ESPANHA PAÍS NOVA-ZELÂNDIA NAVEGADOR NICOLAS GILSOUL NAVEGADOR ANDERS JAEGER NAVEGADOR CARLOS DEL BARRIO NAVEGADOR SCOTT MARSHALL PARTICIPAÇÃO 84 PARTICIPAÇÃO 87 PARTICIPAÇÃO 152 PARTICIPAÇÃO 72 PRIMEIRA RALI CATALUNHA 2009 PRIMEIRA RALI DA GRÃ-BRETANHA 2006 PRIMEIRA RALI DA CATALUNHA 2003 PRIMEIRA RALI NOVA ZELÂNDIA 2007 VITÓRIAS 6 VITÓRIAS 3 VITÓRIAS 1 VITÓRIAS 1 2º LUGAR 8 2º LUGAR 7 2º LUGAR 24 2º LUGAR 3 3º LUGAR 13 3º LUGAR 11 3º LUGAR 17 3º LUGAR 2 MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º TOTAL PÓDIOS 27 TOTAL PÓDIOS 21 TOTAL PÓDIOS 42 TOTAL PÓDIOS 6 PONTOS 792 PONTOS 598 PONTOS 964 PONTOS 333 DESISTÊNCIAS 12 DESISTÊNCIAS 17 DESISTÊNCIAS 20 DESISTÊNCIAS 10 TITULOS 0 TITULOS 0 TITULOS 1 (MUNDIAL JÚNIOR WRC 2005) TITULOS 1 (MUNDIAL PRODUÇÃO WRC 2011)

EQUIPA

Sem alterações nas regras, significa que os andamentos relativos dos carros das diversas equipas se vai manter mais ou menos o mesmo, e, neste particular, se a Hyundai conseguir resolver as falhas de fiabilidade de 2017, a M-Sport Ford vai ter um adversário ainda mais forte. Relembre-se que a equipa de Alzenau foi quem mais venceu o ano passado, quatro vezes, não triunfou em Monte Carlo por mero azar e na Suécia devido a ‘azelhice’ (de Neuville). Por isso a história do Mundial poderia ter sido algo diferente. Recorde-se que Neuville, mesmo assim, chegou-se à frente do campeonato, quando duas falhas de fiabilidade no i20 WRC deitaram tudo a perder. Com Andreas Mikkelsen na equipa, se tivéssemos que apontar uma favorita ao título de construtores, seria a Hyundai. Quanto ao motivo que nos deixa ansiosos para que o WRC carro em seis ralis, no outro, Portugal, correm título de pilotos, tanto Neuville como Mikkelsen 2018 comece depressa. De resto, já se sabe, os dois na única vez em que a Hyundai terá vão tornar a vida difícil a Ogier Só mais um Dani sordo e Hayden Paddon dividem o terceiro quatro carros. WRC/CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS 22 TOYOTA GAZOO RACING WRT

# 7 # 8 # 9 EQUIPA

A Toyota pode ser uma grande surpresa este ano. Depois de ter regressado aos ralis há 12 meses, já se percebeu que o Yaris WRC pode vencer ralis e o line-up de pilotos é agora bastante melhor que há um ano. Nessa altura, apenas Jari-Matti Latvala podia lutar na frente, e fê-lo em algumas provas, alcançando um triunfo merecido na Suécia. Este ano, com Ott Tanak e Esapekka Lappi, espera-se que a Toyota cresça ainda mais, e se Tommi Makinen conseguiu resolver os problemas de fiabilidade, pelo menos Latvala será JARI-MATTI OTT ESAPEKKA um sério candidato ao título, já que está um piloto muito mais maduro do LATVALA TANAK LAPPI que há uns anos. A equipa não foi muito consistente o ano passado, sofreu com IDADE 32 ANOS IDADE 30 ANOS IDADE 26 ANOS PAÍS FINLÂNDIA PAÍS ESTÓNIA PAÍS FINLÂNDIA alguns ‘gremlins’ mecânicos, e esse pode NAVEGADOR MIIKKA ANTTILA NAVEGADOR MARTIN JÄRVEOJA NAVEGADOR JANNE FERM ser um ponto decisivo em 2018. Tendo PARTICIPAÇÃO 182 PARTICIPAÇÃO 79 PARTICIPAÇÃO 29 em conta o tempo que Makinen teve PRIMEIRA RALI DA GRÃ-BRETANHA 2002 PRIMEIRA RALI DE PORTUGAL 2009 PRIMEIRA RALI DA FINLÂNDIA 2011 para montar a equipa, não há milagres, VITÓRIAS 17 VITÓRIAS 2 VITÓRIAS 1 mas o que se viu em 2017 deixa a certeza 2º LUGAR 23 2º LUGAR 4 2º LUGAR 0 3º LUGAR 20 3º LUGAR 5 3º LUGAR 0 que este ano se vão ver ainda menos MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º diferenças face às restantes. O Yaris TOTAL PÓDIOS 60 TOTAL PÓDIOS 11 TOTAL PÓDIOS 1 recebeu alguns tweaks aerodinâmicos e PONTOS 1446 PONTOS 426 PONTOS 83 na forma como o ar irá arrefecer o motor, DESISTÊNCIAS 27 DESISTÊNCIAS 16 DESISTÊNCIAS 5 TITULOS 0 TITULOS 0 TITULOS 1 (MUNDIAL WRC2 2016, CAMPEÃO ERC 2014) o que ajudará mais na fiabilidade do que na performance. >> autosport.pt 23 CITROËN TOTAL ABU DHABI WRT

# 10 # 11 # 12 EQUIPA

Depois duma temporada muito complicada, a Citroën entra em 2018 algo pressionada. E a recente saída de Yves Matton, que foi para a FIA, substituído por Pierre Budar, também não ajuda muito a serenar os ânimos, mas a verdade é que o foco deve estar no trabalho com o C3 WRC. Se a equipa resolver os problemas do carro do ano passado, Kris Meeke é piloto para fazer melhor do que vencer duas vezes em toda a época. Talvez já não vá a tempo de lutar pelo título, mas em condições normais vai andar na luta pelos KRIS CRAIG SÉBASTIEN melhores lugares na maioria dos ralis. Só que nesta altura é difícil saber se o MEEKE BREEN LOEB trabalho no carro resultou. A equipa vai focar-se em apenas dois carros durante o IDADE 38 ANOS IDADE 27 ANOS IDADE 43 ANOS PAÍS IRLANDA DO NORTE PAÍS IRLANDA PAÍS FRANÇA ano - o segundo é para Craig Breen - e em NAVEGADOR PAUL NAGLE NAVEGADOR SCOTT MARTIN NAVEGADOR DANIEL ELENA três provas - México, Córsega e Catalunha PARTICIPAÇÃO 85 PARTICIPAÇÃO 48 PARTICIPAÇÃO 169 - terá ao volante do C3 WRC Sébastien PRIMEIRA GRÃ-BRETANHA 2002 PRIMEIRA PORTUGAL 2009 PRIMEIRA RALI DA CATALUNHA 1999 Loeb. No México talvez não, mas na VITÓRIAS 5 VITÓRIAS 0 VITÓRIAS 78 Córsega e Catalunha será candidato a 2º LUGAR 1 2º LUGAR 0 2º LUGAR 29 3º LUGAR 5 3º LUGAR 1 3º LUGAR 9 vencer. Quanto a Craig Breen o desafio é MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 3º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º fazer melhor que em 2017. TOTAL PÓDIOS 11 TOTAL PÓDIOS 1 TOTAL PÓDIOS 116 PONTOS 370 PONTOS 110 PONTOS 1625 DESISTÊNCIAS 30 DESISTÊNCIAS 15 DESISTÊNCIAS 21 TITULOS 0 TITULOS 2 (MUNDIAL JÚNIOR WRC 2011/FIA S2000 2012) TITULOS 1 (MUNDIAL S1600/2001, 9 TÍTULOS WRC, 2004 A 2012) WRC/CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS 24

O QUE FICA IGUAL... Apesar de haver equipas com três pilotos, só pontuam os dois melhores. A Power Stage premeia com 5, 4, 3, 2, 1 pontos, os cinco primeiros classificados. Na ordem de partida, o líder do campeonato abre a estrada apenas no primeiro dia de prova. Nos dois seguintes, os pilotos prioritários, P1, arrancam para a estrada em ordem inversa à classificação. Relativamente aos carros: Motores 1.6 litros turbo, 380 cv, restritor 36mm, binário 430 Nm. Peso 1.190 Kg. Caixa sequencial de seis velocidades, operada por patilhas no volante, hidráulicas. Diferenciais ‘passivos’ à frente e atrás, diferencial central ativo. O QUE MUDA EM 2018 EVOLUÇÃO NA CONTINUIDADE O ano passado foi o da José Luís Abreu para o fazer sem ‘atropelar’ a segu- cedores oficiais de pneus para o WRC ‘revolução’, que redundou num [email protected] rança. 2018. A Pirelli é o parceiro oficial do FIA sucesso. Como em ‘equipa’ Este ano, os testes de pilotos P1 passam Junior WRC e para os concorrentes do FIA que ganha não se mexe, este grande mudança operada nas a ser controlados, mesmo que não sejam WRC3 não há obrigatoriedade de mar- ano os regulamentos do WRC regras do WRC no início de inscritos por equipas oficiais. Estes pilo- ca de pneus. Ainda relativamente aos mudam pouco, tendo sido 2017 elevou muito o nível do tos não poderão testar fora da Europa, o pneus, este ano os que forem usados no feitas, simplesmente, algumas Mundial de Ralis, permitindo que já sucede com os pilotos das equipas shakedown não vão contar para o total afinações que o espetáculo melhorasse oficiais. Recorde-se que o ano passado de ‘sets’ previstos para a totalidade do rali. a olhos vistos, mas para trás houve confusão com Mads Ostberg, que Outra regra mudada este ano no Aficaram alguns pontos menos positivos, testou na Argentina e as equipas oficiais WRC tem a ver com a classificação da e são precisamente esses que foram ago- ‘franziram’ o sobrolho, queixando-se à PowerStage e com a posterior classifi- ra alterados. Nesse contexto, o Conselho FIA, que depois de analisar a questão cação final. O ano passado houve casos, Mundial da FIA aprovou um conjunto de decidiu de imediato proibir os testes de como por exemplo de Hayden Paddon alterações, que mais não são que peque- pilotos privados fora da Europa. no Rali da Finlândia, em que os pilotos nos ajustes. O WRC 2 terá novamente sete eventos, cumpriram a PowerStage, à procura de Por exemplo, as equipas privadas (ou contando os melhores seis resultados, pontos, mas depois desistiram na ligação pilotos individuais) podem correr com deixando de haver ralis ‘obrigatórios’. até ao controlo final e por isso não surgi- WRC de 2017 (os novos carros) sem a Adicionalmente, pilotos com R5 que não ram na classificação final oficial da prova, obrigação de serem inscritos por um estejam registados no campeonato, ou evitando dessa forma que as peças dos construtor (o que o ano passado era que não participem registados por uma seus carros fossem seladas nas verifi- obrigatório). O estatuto P1, de piloto prio- equipa do WRC, podem utilizar qualquer cações técnicas finais. Este ano, a FIA e ritário, será dado a todos os pilotos com marca de pneus, incluindo as que não os Comissários Desportivos vão anali- carros WRC 2017, mas estas inscrições foram nomeadas pela FIA. Este ano não sar esses casos e decidir se os pilotos a (que não sejam as oficiais) estarão sem- haverá WRC Trophy (troféu de privados) quem isso suceder mantêm os pontos da pre sujeitas a aprovação da FIA, que irá mas os WRC de 2016 continuarão a poder PowerStage ou não. Deixa, desta forma, garantir que todos os pilotos que corram pontuar nas provas. de haver a possibilidade de ‘contornar’ o com esses carros tenham capacidade DMACK, e Pirelli são os forne- espírito do regulamento... hyundai.pt Hyundai Portugal

12276 Hyundai i30 N AutoSport 230x297.indd 1 30/10/2017 17:06 WRC/CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS 26

RALI DE PORTUGAL 2018 REGRESSA O PORTO STREET STAGE A única grande novidade do Rali de Portugal 2018 passa pelo regresso do Porto Street Stage, a exceção, num rali quase decalcado a papel químico José Luís Abreu [email protected]

ela primeira vez em muito Assim sendo, a 52ª edição do Rali de tempo, o Rali de Portugal Portugal, que se realiza de 17 a 20 de não surge com uma gran- maio, sofre apenas alguns ajustes. de novidade. Todos os anos No primeiro dia, quinta-feira, man- o ACP tem trazido algo de tém-se a partida de Guimarães e a novo para o WRC, que cla- Super Especial de Lousada. A sexta- Pramente acrescenta valor ao evento. -feira é igual, com os troços de Viana Este ano não será assim, e a única no- do Castelo, Caminha e Ponte de Lima. vidade é mesmo o regresso da super A novidade surge ao final da etapa, especial na baixa do Porto, mas ainda com o regresso ao centro da cidade do assim com um percurso sensivelmen- Porto para a reedição da Porto Street te diferente do que foi visto em 2016. Stage. Duas passagens por 1.850 me- A verdade é que há fortes razões para tros de troço, com algumas pequenas que nada de radical tenha sido feito, e alterações face ao percurso de 2016. a primeira delas tem a ver com o facto A etapa de sábado permanece idên- do ACP ter encontrado um esquema tica a 2017, com os troços de Vieira do quase perfeito para a sua prova, e Minho, Cabeceiras de Basto e Ama- nesse contexto, mudar por mudar, rante a serem palco de duas passa- não vale a pena. Mas há uma segunda gens. O troço de Amarante volta a ser razão, e esta todos perceberão mais o mais longo do rali. A classificativa facilmente. É que existiram eleições de Fafe continua a ser o prato forte do autárquicas em outubro do ano pas- último dia da prova, domingo, com a sado. Tendo em conta que o ACP tem segunda passagem em formato de que lidar com várias Câmaras Mu- Power Stage. Montim passa a con- nicipais, corria o risco de que o que tar com duas passagens, enquanto fosse acordado, não fosse bem visto Luílhas disputa-se uma única vez. pela possível nova equipa autárquica, Mesmo quase sem alterações, não vai sendo bastante mais fácil uma sim- deixar de ser dos melhores, senão o ples continuidade do que já existe. melhor do mundo. Como sempre… >> autosport.pt 27 RALI DE PORTUGAL COM RETORNO DE 137 MILHÕES DE EUROS Carlos Barbosa, presidente do ACP, revelou que o Rali de Portugal de 2017 deu um retorno ao país de “137 milhões de euros”, antecipando que a edição deste ano “vai ser ainda maior”. Segundo o presidente do ACP e da Comissão WRC da FIA: “Batemos todos os recordes (em 2017), pois tivemos um retorno para o país de 137 milhões de euros, ou seja, mais sete milhões do que em 2016”, disse, acrescentando: “O Rali de Portugal é, hoje em dia, o maior evento despor- tivo e o maior evento turístico em Portugal desde o Euro 2004”. Como se sabe, a prova deste ano está agendada para se realizar entre os dias 17 e 20 de maio, novamente nas especiais a norte: “É a zona favorita, não só em termos de classificativas, como também em termos de público. No ano passado (2017) tivemos cerca de 1,2 milhões de pessoas e, portanto, é uma loucura, o rali no Norte. O ano passado entre alimentação e dormidas, em três dias, as pessoas gastaram 60 milhões de euros”, disse Carlos Barbosa, alertando para o que o estado recebe com o IVA, apesar de investir ‘apenas’ um milhão de euros, através do subsídio da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do HORÁRIO Norte: “Se não fosse o esforço das câmaras, não havia Rali de Portugal. É fundamental H/ o apoio do Estado, porque este é um evento nacional”, referiu Barbosa.

QUINTA-FEIRA, 17 DE MAIO PAREDES (SHAKEDOWN) 4,60 KM 07:30/11:30 PARTIDA GUIMARÃES 18:10 SS1 LOUSADA (SSS) 3,36 KM 19:03 SEXTA-FEIRA, 18 DE MAIO SS2 VIANA DO CASTELO 1 26,73 KM 09:15 SS3 CAMINHA 1 18,11 KM 10:12 SS4 PONTE DE LIMA 1 27,54 KM 10:52 SS5 VIANA DO CASTELO 2 26,73 KM 15:25 SS6 CAMINHA 2 18,11 KM 16:22 SS7 PONTE DE LIMA 2 27,54 KM 17:02 SS8 PORTO STREET STAGE1 1,85 KM 19:03 SS9 PORTO STREET STAGE2 1,85 KM 19:28 SÁBADO, 19 DE MAIO SS10 VIEIRA DO MINHO 1 17,38 KM 09:06 SS11 CABECEIRAS DE BASTO 1 22,22 KM 09:44 SS12 AMARANTE 1 37,60 11:03 KM SS13 VIEIRA DO MINHO 2 17,38 KM 15:08 SS14 CABECEIRAS DE BASTO 2 22,22 KM 15:46 SS15 AMARANTE 2 37,60 KM 17:05 DOMINGO, 20 DE MAIO SS16 MONTIM 1 8,64 KM 08:52 SS17 FAFE 1 11,18 KM 09:25 SS18 LUÍLHAS 11,89 KM 09:53 SS19 MONTIM 2 8,64 KM 10:52 SS20 FAFE 2 (POWER STAGE) 11,18 KM 12:18 28

E ENTREVISTA/ ÁLVARO PARENTE ÁLVARO PARENTE NON STOP... O fim da ligação de Álvaro Parente à McLaren GT foi um choque para muitos, mas não é caso para aflições, o piloto português nunca esteve tão ocupado como estará este ano. 2018 será uma ‘Super Temporada’ para o piloto do Porto!

ENTREVISTA Sérgio Fonseca [email protected] Fotos IMSA/Michael L. Levitt

plano passava por nos sentarmos à mesa com Álvaro Parente, um dos nomes proe- minentes das corridas de GT a nível mundial, antes da quadra na- talícia, mas a conver- sa foi forçosamente adiada porque muito mudou na vida des- portiva do piloto portuense nos últimos Omeses. Depois de anos a fio a represen- tar a McLaren GT, mais precisamente seis temporadas, Parente terminou a ligação com o construtor inglês para se lançar numa excitante nova aventura como 'in- dependente', representando alguns dos mais prestigiados construtores automó- veis em algumas das mais emblemáticas provas de GT do planeta. E para melhor compreender por que o piloto português trocou de ares, há que perceber o que se passou e se está a pas- sar com a McLaren nas corridas de GT. O construtor britânico vai lançar em 2019 >> autosport.pt 29

o 720S GT3, aquele que será o primeiro sem grande atividade, o que estava fora ótimo ver os carros com que trabalhei PRÓXIMA PARAGEM: DAYTONA BEACH GT3 do novo departamento de compe- de questão para quem há muito não está desde o início ganharem corridas. É um O primeiro fim de semana de 2018 foi pas- tição da McLaren Automotive. Até aqui, habituado a sucessivos fins de semana em sentimento de realização pessoal veres sado no cockpit de uma máquina nova, os McLaren de competição eram produ- casa com a família. Ao mesmo tempo, os que o teu trabalho foi bem feito e recom- o Acura NSX GT3. No 'Roar Before The zidos pela CRS GT Limited, que operava resultados obtidos ao serviço da McLaren pensado com as vitórias e campeonatos Rolex 24', a designação pomposa dos sob a entidade McLaren GT, com Andrew GT, primeiro com o MP4-12C e depois com conquistados.” dias oficiais de testes da clássica nor- Kirkaldy ao leme. o 650S GT3, tornaram-no alvo de cobiça São várias as boas memórias que Parente te-americana, Parente tomou o pulso a A chegada de Zak Brown ao cargo de no paddock e as oportunidades para se guarda das temporadas ao serviço do en- uma competição que desconhecia, a Taça Diretor Executivo da McLaren Technology manter ativo ao mais alto nível surgiram tão braço desportivo do grupo McLaren, Norte Americana de Endurance, ao carro Group, em novembro de 2016, mudou o com naturalidade. como salienta: “A vitória em Bathurst logo japonês, à equipa Michael Shank Racing, rumo da competição cliente do grupo, até “Eu tive estas três oportunidades, com à primeira e em que fiz a segunda me- aos seus novos colegas – , porque o relacionamento entre Brown e estas três equipas de topo, uma delas lhor volta da corrida. O triunfo no Pirelli Trent Hindman e A.J. Allmendinger – e ao Kirkaldy não será o melhor. sendo a K-PAX Racing com quem já cor- World Challenge na última volta tam- mesmo tempo também teve o seu pri- A United Autosports, a equipa do norte- ro há dois anos. Surgiu a possibilidade de bém será inesquecível. 2015 também foi meiro contacto com o traçado da pista -americano com base em Inglaterra, fez fazer as quatro corridas de endurance um ano que gostei muito, quando venci o de Daytona. três temporadas com os carros cons- do IMSA que eu sempre quis fazer: as 24 International GT Open com o Teo (Martín) Mas nada disto foi problemático, já que truídos em Woking, tendo Parente obti- Horas de Daytona, as 12 Horas de Sebring, em Barcelona. Mas acima de tudo, o sim- o piloto luso rapidamente se adaptou ao do uma vitória ao lado de Brown na cor- Watkins Glen e a . O Mike ples prazer de veres o carro que desen- novo ambiente, conseguindo rodar em rida de Donington Park do Campeonato Shank ligou-me, conversámos um pouco volveste, que trabalhaste e deste tudo tempos muito competitivos, sendo, sem Britânico de GT em 2012. Contudo, a United e chegámos a um acordo”, esclarece. Mas para ser o melhor possível, a acabar uma surpresa, o mais rápido do quarteto da ex- Autosports e o seu patrão nunca ficaram a história não termina aqui. “Depois sur- corrida bem classificado.” -equipa oficial da Acura no campeonato convencidos com o serviço prestado pela giu a Strakka Racing, cuja relação vem do Claro que nem tudo foram pontos altos e organizado pela IMSA. No exercício para estrutura do escocês e, com a oportu- ano passado, com os McLaren. Eles estão também houve alturas menos boas, como definir as posições das equipas nas boxes, nidade de desenvolver o novo carro 'in com este projeto novo e havia a disponi- as prestações modestas o ano passado no Parente mostrou o que vale, assegurando house', dispensaram os serviços da CRS bilidade de correr com eles em Bathurst.” Blancpain GT Sprint Cup, em que o melhor o quarto crono a menos de três décimos GT Limited. Perante estas ofertas, não havia como resultado que conseguiu foi um sexto pos- de segundo da melhor marca da classe “A McLaren está a passar um momento Parente dizer que não. Com uma carrei- to na primeira corrida em Brands Hatch. “O GTD. O primeiro contacto com a equipa de transição e para eu continuar a ganhar ra gloriosa nas fórmula de promoção, o carro nunca se adaptou tão bem ao novo sedeada em Ohio deixou-lhe uma im- experiência e enfrentar novos desafios, nosso compatriota olha para trás e faz composto da Pirelli, que era diferente da- pressão muito positiva: “Gostei muito de que é o que eu quero, considerei ser me- um balanço muito positivo dos anos em quele utilizado no Pirelli World Challenge, trabalhar com o Mike. É um verdadeiro lhor mudar de ares”, explica Parente. “O que defendeu as cores da McLaren GT. e logo aí era uma diferença muito gran- ‘true racer’. É o dono da equipa, foi piloto, nosso contrato chegou ao fim, acabou “Foi uma mudança grande na minha car- de. Não havia muito a fazer”, consente o tem também uma estrutura na Indycar e tudo bem e este foi o caminho que escolhi. reira, passar para os GT e como piloto de piloto que em 2013, ao lado de Sébastien tem este programa com a Acura. A men- Quem sabe se no futuro os nossos cami- fábrica. O trabalho que envolve ser piloto Loeb, terminou no quarto lugar no cam- talidade da equipa é muito boa, muito fo- nhos não se voltarão a cruzar...” de fábrica, o desenvolvimento do carro, peonato FIA-GT. cados”, resume. Verdade seja dita, uma eventual transição dividir os carros com outros pilotos, isto Mas o que já foi lá vai e Parente agora já É sabido que no 'Roar' as equipas prefe- para a McLaren Automotive significaria tudo faz parte do programa de fábrica. só pensa no que aí vem... as 24 Horas de rem esconder o jogo todo. Faz parte da para o piloto português uma temporada Aprendi muita coisa, gostei muito e foi Daytona. estratégia, até porque o organizador pode E/ENTREVISTA 30 ÁLVARO PARENTE

lançar um novo Balanço de Performance à noite. Até parece que está de dia. Não é (BoP) antes da prova e este será sempre uma pista muito técnica, achei piada ao penalizador para quem mostre um anda- banking no início, mas a corrida será ex- mento acima da média. Já depois do teste tremamente difícil e provavelmente será as equipas da Acura ficaram a saber que decidida nas últimas horas. A corrida tem irão carregar mais 15 kg na corrida. Por as regras especiais, portanto espero ha- outro lado, o resultado do teste até pode bituar-me e levo a lição bem estudada.” nem ser o melhor barómetro para o que Sem entrar em grandes euforias e com irá realmente acontecer no próximo fim ambições realistas, Parente está cons- de semana. ciente que tudo poderá acontecer no cir- “O resultado do teste é irrelevante, pois cuito que tem como base a famosa oval da poderíamos ter chegado ao teste e feito Flórida. “Se fizermos todos um trabalho o melhor tempo e depois chegar à corrida perfeito e o carro aguentar a prova intei- e não andarmos tão bem. A temperatura ra, tenho colegas de equipa para fazer um provavelmente vai mudar, vão estar mais bom resultado”, afiança convictamente. 10 graus no fim de semana. Estava muito frio e o trabalho foi feito com zero graus. 'BENTLEY BOY' Portanto vai mudar muita coisa. As afi- Para a temporada de 2018 Álvaro Parente nações de há três semanas poderão não terá que enfrentar um outro desafio – terá funcionar, mas equipa está preparada um novo carro para conhecer e levar ao para o que vai mudar.” limite – no campeonato que lhe trouxe A adaptação ao Acura NSX GT3 - um carro notoriedade do outro lado do Atlântico. que este ano foi colocado no mercado a um Parente voltará a marcar presença no preço de 465.000 euros e que é construído Pirelli World Challenge integrando um na Performance Manufacturing Center, projeto aliciante e desafiante edificado não muito longe do quartel-general da pela K-PAX Racing, equipa com a qual se Michael Shank Racing – foi rápida. “É um sagrou campeão em 2016 e que este ano carro pequenino, com uma largura muito abdicou dos McLaren 650S GT3, mas não parecida com o McLaren. Não é muito di- renunciou ao seu piloto favorito. ferente do que estava habituado. Os pneus O português tem vindo a ser um dos prin- Continental é que mudam um pouco a cipais protagonistas daquele que é con- condução e toda a abordagem”, comenta. siderado o 'Campeonato Americano de O circuito erguido por Charles Carros de GT', conquistando ao longo de Moneypenny e William France Sr em 1959 duas temporadas 10 vitórias e 18 pódios, também não assustou Parente. “Foi a mi- mais que qualquer outro piloto, o que se nha primeira vez em Daytona. Nos Estados saldou no título da sua primeira época Unidos é tudo enorme e esta pista não é nos 'States' e o vice-título em GT Sprint exceção. É um circuito emblemático na em 2017. NASCAR e gostei imenso dos holofotes O piloto do Porto estrear-se-á aos co-

mas em situação corrida, principalmente LÁ N’AMÉRICA no tráfego, é bastante útil. Temos uma televisãozinha, com uma câmara a apontar Quando se pede a um piloto europeu para para trás. Há quem olhe, mas eu não. Oiço comparar as corridas no 'velho continente' o que me é dito e é muito engraçado. Em com aquelas realizadas nos Estados Unidos Daytona foi a primeira vez que utilizei um da América, a resposta não difere muito. spotter - ‘prototype 15 back...’ – sabes a A América que Parente descobriu não é distância que os protótipos estão atrás muito diferente daquela que antes dele lá de ti e sabes de antemão se serão ou chegaram. não capazes de te ultrapassar na curva “O espetáculo das corridas é diferente, seguinte.” principalmente nas provas com a Indycar, Mas o que na terra dos Yankees mais exalta onde há muitos espetadores. A interação o duas vezes campeão nacional de karting com o público é maior, as perguntas dos é que “apesar da mentalidade, no que fãs e o conceito dos americanos irem às respeita a ganhar corridas, ser igual, nos corridas com a família tornam especial a EUA valorizam muito o teu trabalho, quando atmosfera dos eventos. As corridas não andas muito depressa e dás tudo à equipa. são só as corridas, acabam assim por Parente destaca também “a diferença em Em Daytona, no seu primeiro contacto Não é que não valorizem na Europa, mas ser o ‘programme of the day’ para toda a algumas das regras, como os períodos do com o IMSA WeatherTech SportsCar nota-se mesmo que é diferente e há uma família”, destaca Parente que faz parte do Safety Car, que podem definir o resultado Championship, destaca os 'spotters'. “Estás aposta maior.” restrito número de pilotos lusitanos que final das corridas. Tive que me adaptar a constantemente atento ao rádio. Há quem Basta olhar para o plano de provas do competiram nos quatro cantos do mundo. estas novas situações, como por exemplo o goste, há quem não goste. Eu nos treinos e 'nosso piloto' em 2018 para compreender o Para além da atmosfera festiva das provas, recomeço das corridas.” qualificação não gosto que falem comigo, que ele quer dizer... >> autosport.pt 31

Intercontinental GT Challenge, o piloto luso irá dividir um Mercedes-AMG GT3 com os alemães Maximillian Buhk e Maximillian Götz, dois pilotos cedidos pela casa de Affalterbach. Parente terá o primeiro contacto com o carro germâ- nico precisamente no imperdoável cir- cuito australiano e até o banco será feito nas boxes localizada no cume do monte. “É um carro que nunca conduzi e só vou ter a oportunidade de conduzi-lo pela pri- meira vez em Bathurst. Vou tentar adap- tar-me depressa, apesar da abordagem a Bathurst requerer as suas cautelas. Estou mentalizado que terei de conhecer o car- ro o mais depressa possível, mas acredi- to que é um carro rápido e fiável, pois tem provas dadas em provas de endurance.” Mas nem tudo é novo para Parente. Este será um regresso às hostes da Strakka Racing, equipa que conhece da participa- ção na temporada transacta na Blancpain GT Sprint Cup. Ao fim de um ano para es- quecer, a equipa do empresário-piloto Nick Leventis, membro daquela que será a família grega mais rica a viver no Reino Unido, colocou de lado os quatro McLaren e adquiriu três Mercedes. Na equipa britânica, Parente irá reencon- trar Tom Davis, o engenheiro ex-Ocean Racing Technology, que na temporada de 2009 da GP2 Series trabalhava no mo- nolugar do seu companheiro de equipa, Karun Chandhok. A Mercedes-AMG Team Strakka Racing recebeu os carros novos em novem- bro e realizou 130 voltas num teste em Barcelona antes no final do ano, um teste em que o piloto luso não pôde marcar pre- sença por motivos contratuais. Contudo, mandos de um Bentley Continental GT3, com a equipa oficial. “Comparado com de quatro títulos de pilotos e quatro de Parente está confiante que terá em mãos que lhe apresentará algumas caracterís- outros carros mais recentes poderá ser construtores em provas de velocidade um pacote competitivo e que, na teoria, ticas novas e que nunca experimentou na uma desvantagem mas haverá pistas na terra do Tio Sam. lhe dá garantias para lutar pelos lugares sua carreira. A equipa californiana está em que será melhor que outras”, expli- “Conheço muito bem a equipa e sei o que cimeiros. a preparar os dois Continental GT3 que ca, sabendo em antemão que o BoP do são capazes de fazer”, declara sem escon- “Eles garantem-me todas as condições herdou da Absolute Racing, a que se junta campeonato, que é o mesmo utilizado der que gostaria de voltar a ser campeão. para conseguir um bom resultado”, as- um terceiro carro importado de Inglaterra. em todas as competições da SRO, lhe dá “Seria muito bom voltar a conquistar o tí- severa empolgado com este regresso. “Se Parente espera testar em breve o primeiro motivos de tranquilidade quanto à com- tulo, mas vai haver muita coisa nova e a tudo correr bem podemos obter uma boa GT3 criado pela M-Sport que conquistou petitividade do carro britânico contra os concorrência é muito forte.” classificação”, salienta, lembrando: “Este 120 pódios e 45 vitórias em várias séries vários Porsche, Ferrari, Mercedes-Benz, também é um desafio para toda a equi- de GT3 em todo o mundo. “Ainda não tes- Audi e Acura já confirmados à partida. REGRESSO À MONTANHA pa que está a trabalhar pela primeira vez tei o Bentley, mas vou testar o carro antes O Pirelli World Challenge iniciar-se-á em Depois do desafio de Daytona, Parente com os Mercedes”. do arranque da temporada. Serão dois ou São Petersburgo no segundo fim de sema- rumará direto até Down Under, para dis- O acordo com a equipa britânica é por três dias de treino antes da primeira pro- na de março, estendendo-se até ao final putar pela terceira vez na sua carreira agora apenas para esta prova, mas po- va”, diz. “É um carro diferente do McLaren, de outubro ao longo de 11 eventos. O piloto as 12 Horas de Bathurst, uma prova que derá estender-se a outras corridas, até com motor dianteiro, volante do lado direi- português é uma aposta pessoal de Jim colocará frente-a-frente Audi, Bentley, porque a Mercedes-AMG Team Strakka to e tenho a noção que é um carro muito Haughey, o dono da K-PAX Racing, que BMW, Ferrari, Lamborghini, McLaren, Racing tem garantida a presença em todas maior. Parto do pressuposto que sei as reconhece: “Parente é um piloto que nos Mercedes e Porsche. as provas o Intercontinental GT Challenge pistas em que vai funcionar muito bem, trouxe uma grande dose de sucessos nos O Circuito de Mount Panorama traz boas e do Blancpain GT Endurance Cup. como Mosport ou , e noutras dois últimos anos”. Afinal, a equipa cali- memórias ao único piloto português a que não será tão bom. Estou preparado forniana esperou seis anos para voltar a ter vencido a corrida de endurance mais MISSÃO INCOMPLETA para isso”, assegura. conquistar um título. importante da Austrália. Em 2016, contra Num calendário a abarrotar de corridas, O Bentley Continental GT3 que Parente irá O sentimento de confiança é mútuo. todas as probabilidades, Parente venceu há um fim de semana ainda por preencher conduzir está em fim de vida. A Bentley Parente sabe o que lhe espera no seio na 'Montanha' à primeira, naquele que é o na agenda de “Varinho”: 16 e 17 de Junho. Motorsport já apresentou o sucessor, mas de uma estrutura que tem na sua his- único triunfo da McLaren na prova. E se há uma corrida em que o piloto por- este apenas será visto nas pistas este ano tória 107 pódios e 43 vitórias, para além Este ano, na prova de abertura do tuense adora participar e ainda não con- E/ENTREVISTA 32 ÁLVARO PARENTE

seguiu um resultado à sua medida, essa corrida é as 24 Horas de Le Mans. Nas duas visitas ao traçado de La Sarthe, Parente mostrou toda a sua rapidez, mas os resultados ficaram aquém das suas prestações, muito por culpa de fatores exteriores ao seu controlo. Na primeira incursão pela clássica france- sa, em 2014, Parente assistiu ao abandono do Ferrari 458 Italia GTE da RAM Racing devido uma falha na caixa de velocida- des. O ano passado, agora ao volante de um Ferrari 488 GTE da Cleawater Racing, o portuense viu a bandeira de xadrez na décima-primeira posição da classe GTE- Am, muito por culpa das sucessivas vi- sitas à gravilha do inexperiente Richard 'Rocket' Wee. Todavia, apesar do resultado discreto, o andamento de Parente não passou des- percebido no paddock, tendo sido nos seus turnos de condução o piloto mais rápido da Ferrari da classe, ombreando em tempos por volta com alguns dos mais evoluídos 488 GTE de fábrica. “O ano passado andei depressa e foi uma experiência que gostei imenso e obvia- mente que gostaria de regressar”, admite com entusiasmo. “Tinha umas contas a ajustar com Le Mans, depois de ter aban- donado em 2014. Conseguimos terminar e isso foi o mais importante. Ganhei muita experiência que será muito determinante para o futuro.” Sem entrar em detalhes, até porque diz o velho ditado popular que o “segredo é a alma do negócio”, o piloto de 33 anos diz ter propostas para um eventual regres- so à prova francesa e quiçá a uma parti- cipação no Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC). dições. Hoje estou mais focado nos GT e da dessa teoria, pois quando se compete guês na Fórmula 1. “Acho que na realidade “Estou em conversações mas por agora continuo a trabalhar para me manter um ao mais alto nível, “o que vai contar mui- atual será muito difícil vermos um portu- ainda não há nada de concreto”, sublinha dos melhores pilotos de GT do momento”, to é a tua personalidade. Muito do cami- guês outra vez na Fórmula 1. Só se o pai for sem querer mostrar a mão toda. reconhece sem nunca esconder o quan- nho que irás seguir passa por conhecer milionário como o Stroll ou se for o melhor Mesmo sendo visto como um dos melho- to gostaria regressar a Le Mans, de pre- as pessoas certas e saber falar com es- amigo do Vijay Mallya. Ou então, só se apa- res pilotos de GT a nível mundial, Parente ferência, já este ano. sas pessoas certas, mostrar o empenho recer um piloto capaz de vencer todos os não afasta a possibilidade de um dia cor- e resultados. Obviamente andar muito campeonatos nas fórmulas de promoção rer com um sport-protótiopo, seja este QUAL FADINHO LUSITANO, QUAL QUÊ... depressa, realizares bem o teu trabalho no primeiro ano e mesmo assim, veja-se um LMP2 ou até um LMP1, ou o que vier a Esta será a 18ª temporada consecutiva e cometer o número mínimo possível de o caso do Robin Frijns. Infelizmente, acho seguir. “Já tive uma experiência com um de Álvaro Parente a competir nos palcos erros ajudam-te a atingir o topo.” que será mesmo muito difícil. As nossas LMP2, mas foi apenas um shakedown de internacionais de provas de automobilis- “A este nível o ser português não é re- oportunidades passaram. O Filipe, eu e três voltas no Autódromo do Estoril e com mo, ombreando com alguns dos melho- levante”, assegura, apesar de conceder o António…” pneus velhos, o que não é o cenário ideal”, res colegas de profissão, depois da estreia que “houve uma situação em que estava Acostumado a digladiar-se nas pistas recorda da sua curta experiência ao vo- em 2001 no Campeonato de Espanha de a discutir um lugar, que não era nos GT, e desde tenra idade, muito por influência do lante do Ligier JS2 que serviu para afinar Fórmula 3 proveniente do que era a exce- sei que 80% da decisão de não ter ficado pai, que foi uma presença assídua na ve- o carro da Algarve Pro Racing antes de lente escola de karting nacional. com o lugar foi por o mercado português locidade nacional há mais duas décadas, um teste de um piloto amador. Há uma ideia entre a 'afición' nacional que ser muito inferior ao mercado do piloto aos 33 anos, Parente não se vê a poisar “Eu gosto de desafios e se tivesse um de- os pilotos portugueses são muitas vezes com quem eu estava a discutir a vaga. o capacete tão cedo ou a fazer qualquer safio para guiar um LMP2 não descartava prejudicados pelo fardo da nacionalidade Nesse caso específico, o ser português, outra coisa que não seja pilotar um carro essa possibilidade dependendo das con- que carregam às costas. Parente discor- devido à dimensão do nosso mercado, não ganhador. “Se me mantiver focado e man- jogou a meu favor.” tiver a forma física, acho que conseguirei Consciente da en- andar depressa e competir ao mais alto fraquecida realidade nível por uns bons 10 anos.” "GOSTO DE DESAFIOS E SE TIVESSE UM PARA GUIAR UM LMP2 NÃO nacional, Parente não Pudera, com um calendário que poderá DESCARTAVA. MAS ESTOU MAIS FOCADO NOS GT E CONTINUO A TRABALHAR acredita que em bre- contabilizar 28 fins de semana de provas, ve possamos voltar a ter tempo para pensar em tudo o que não PARA ME MANTER UM DOS MELHORES PILOTOS DE GT DO MOMENTO" ter um piloto portu- sejam as corridas já por si é um desafio... >> autosport.pt 33 F1 É PASSADO DISTANTE

Com uma agenda tão preenchida, Álvaro Parente confessa que mal tem tempo para acompanhar os Grande Prémios como gostaria. Aliás, se o destino tivesse sido escrito por outras linhas, hoje o piloto da cidade do Porto poderia até ser um dos principais atores do 'Grande Circo'. Em 2010, Parente ficou a um pequeno passo de subir ao cume da pirâmide do automobilismo, tendo mesmo sido apresentado como terceiro piloto da então recém-nascida Virgin Racing F1. Contudo, o acordo entre o piloto luso, cuja carreira era na altura gerida pela Gestifute do empresário Jorge Mendes, e a equipa do milionário Richard Branson, que rondava uma verba de 2 milhões de euros, acabou por não se materializar. Isto, porque o Turismo E se por obra do acaso, uma “taumaturgia à Brendon de Portugal, que inicialmente se terá comprometido Hartley”, surgisse uma nova oportunidade para correr a apoiar o projeto, que incluía também a participação na categoria rainha do desporto automóvel? “Se me numa das equipas de ponta da GP2 Series, quando sentasse agora num Fórmula 1, com a preparação chegou o momento de acertar contas, abandonou o física adequada, acredito que andaria depressa. Não barco, deixando Parente sem poiso. estou com isso a dizer que iria superar o Hamilton, Para um piloto que lutou de igual para igual com o Vettel e afins. Mas, honestamente, para mim a Sebastien Vettel, suplantou Niko Hulkenberg ou Sergio Fórmula 1 é passado...” Perez, com quem teve um célebre desentendimento A primeira e única experiência de Parente com um na corrida da GP2 Series no Algarve, este percalço Fórmula 1 aconteceu em janeiro de 2008. Por ter na sua carreira poderia ter sido uma experiência vencido as World Series by Renault, Parente ganhou traumática, mas não foi. Parente há muito que atirou por direito um teste com o Renault R27 em Jerez de la este episódio desapontante para trás das costas. Frontera. Diz quem viu, que com 50 kg de gasolina e “Olhando hoje para trás e na altura estava com o pneus novos, os tempos do português deixaram com ‘mindset’ para Fórmula 1, acredito que teria feito a pulga atrás da orelha aos engenheiros da equipa um excelente trabalho, e nas condições certas francesa. Infelizmente, à época, a Renault liderada e no carro certo, poderia ter andado depressa e por Flávio Briatore tinha os lugares todos ocupados, realizado bons campeonatos. Agora não penso incluindo os dois volantes de reserva, entregues nisso, só estou focado naquilo que estou a fazer a Lucas Di Grassi e , não havendo neste momento”, afirma. espaço para mais um... 34

V VELOCIDADE/ - 24 HORAS DAYTONA

24H DE DAYTONA É NO FIM DE SEMANA COMEÇAR

Acura da Penske, com grandes nomes petitivo (nº 78), numa excelente equipa O ANO EM ao volante como Montoya, Castroneves, e com a possibilidade de vencer a geral. Pagenaud, Rahal e Taylor. Um projeto que vai certamente dar que falar durante GTLM EQUILIBRADO a época. Do ano passado transitam os Os GTLM são apenas 9, mas um caso cla- Nissan nº 2 e nº 22 e a Mazda que conta ro de qualidade em detrimento da quan- GRANDE agora com o apoio da Joest, os mesmos tidade. No ano passado a Ford festejou a senhores que ajudaram a Audi a domi- vitória, mas foram espetaculares as lu- Depois dos motores já se terem ouvido no ‘Roar Before The nar Le Mans. tas nesta classe. Para este ano teremos Rolex 24’, no próximo fim de semana é a ‘sério’, com as 24 2 Ford, 2 Corvette, 2 Porsche, 2 BMW e 1 Horas de Daytona. Cinco portugueses em pista legítimam O QUE FARÁ ALONSO? Ferrari. Grandes nomes marcarão pre- aspirações a lugares de destaque na geral e na cat. GTD Nos LMP2, destaque para a United sença, como é habitual, numa das cate- Autosports (2 carros: nº 23 e nº 32), equipa gorias que mais interesse tem suscitado de Filipe Albuquerque no ELMS, que vem no mundo do endurance. Ford, Porsche Fábio Mendes Para este ano teremos 4 ‘Caddy´s’ (mais a Daytona com nomes bem conhecidos e Corvette apresentam-se na máxima [email protected] um que no ano passado) e dado o anda- como Paul Di Resta, , Lando força, enquanto a BMW vai colocar em FOTOS IMSA/Richard Dole, mento evidenciado no ROAR serão estes Norris e . É a 2ª expe- pista o novo M8 GTLM que dá os primei- Jake Galstad e Michael L. Levitt os teóricos candidatos ao triunfo. Em 2017 riência ‘extra-F1’ do espanhol em menos ros passos na competição. foi o Cadillac nº 10 Konica Minolta a vencer de um ano, depois da Indy 500. O objetivo Daytona International de forma polémica, depois de ter tocado do piloto da McLaren é o de tomar pulso LAMY E PARENTE NOS GTD Speedway vai ser o palco da no nº 5 de Filipe Albuquerque nos últimos ao endurance e perceber se quer fazer já Os GT3 estarão muito bem representados 56ª edição da prova america- minutos da corrida, provocando um pião este ano as 24 de Le Mans, onde pare- (neste caso GTD), com 21 carros inscritos na que desde 1991 é conhecia e acabando com as esperanças de uma ce ter uma vaga aberta na Toyota. Mas e um leque de máquinas e pilotos de so- como Rolex24. vitória lusa. O nº 5 da Action Express será a United não é a única equipa a apostar nho: Lamborghini, Lexus, Audi, Mercedes, 2018 é uma das edições mais uma das máquinas que mais atenção irá forte em Daytona e a Jackie Chan DC Ferrari, Porsche, BMW e Acura estarão Aaguardadas pela elevada competitivi- suscitar aos fãs portugueses, com João Racing, que disputou o titulo do WEC até em pista e o lote de pilotos também é dade e pela extensa lista de pilotos. Os Barbosa e Filipe Albuquerque a faze- ao final, traz dois carros (nº 78 e nº 37) e de excelência, mas destacaremos ape- melhores pilotos de endurance irão ter a rem novamente equipa com Christian também uma lista de luxo com nomes nas dois: Álvaro Parente e Pedro Lamy. companhia dos melhores nos GT assim Fittipaldi. Para além do nº 10 e do nº 5 tere- como Alex Brundle, Felix Rosenqvist, Parente, que sessou a sua ligação com como de algumas estrelas da F1. Serão mos o ‘Caddy’ nº 31 (Whelen Engineering Daniel Juncadella, Robin Frijns, Lance a McLaren, irá continuar a sua apos- 20 protótipos, 9 GTLM e 21 GTD. Racing) e o nº 90 Spirit of Daytona Racing, Stroll e… António Félix da Costa. Da Costa ta nos campeonatos americanos, onde uma estreia este ano. não estará ao comandos do M8 mas, em vai participar na PWC e na Taça Norte PORTUGUESES EM DESTAQUE Outra novidade é a entrada dos dois novos compensação, vai estar num carro com- Americana de Endurance, com a Michael Nos protótipos teremos 10 LMP2 e 10 DPi, Shank Racing, cuja a primeira prova é a que celebram o primeiro aniversário de Daytona. desde a sua introdução, na prova de Lamy contará com os seus habituais Daytona do ano passado. Correm na companheiros de equipa (Mathias Lauda mesma classe pois os DPi não são mais e Paul Dalla Lana, a quem se junta Daniel do que LMP2 a quem foi dada a liber- Serra) mas a máquina será o Ferrari 488 dade de fazer algumas alterações no GT3 nº 51 da Spirit of Race. , de forma a que os fãs possam É motivo de grande orgulho a lista de pi- identificar mais facilmente a marca a lotos lusos presentes nesta edição das que pertencem, além de terem a possi- 24h de Daytona. Cinco nomes que os- bilidade de usarem motores próprios, ao tentaram a bandeira verde e vermelha contrário das regras mais estritas dos e mais que isso, cinco candidatos à vi- LMP2. Esta miscelânea de máquinas já tória nas respetivas classes (Barbosa e competiu em conjunto no IMSA do ano Albuquerque são favoritos à vitória geral, passado e os Cadillac DPi mostraram com Félix da Costa a poder intrometer- ser as máquinas mais competitivas. -se nessa luta). O QUE NOS DISSE O ROAR BEFORE THE ROLEX 24 O teste que antecede a tão ansiada prova todas as sessões de testes e Felipe Nasr depósito de combustível e um aumento no a evolução dos NSX da Michael Shank Racing. serve de aperitivo e dá-nos já algumas colocou o seu nº 31 no primeiro lugar da diâmetro do restritor de reabastecimento Mas o equilíbrio foi mesmo nota dominante. dicas do que poderemos esperar no evento. tabela na qualificação. Os Acura foram - o que implica reabastecimentos mais As alterações resultantes do BoP ditaram São várias as conclusões depois de três crescendo assim como os Mazda e os Nissan rápidos - em relação ao usado no teste. Os que os Mercedes AMG GT3 irão perder 15 dias, sete sessões de testes e uma pré- estiveram abaixo do desejado. Os ‘Caddy’ - Acura e os Nissan terão também aumentos kg, enquanto os Acura ganharão 10K kg - qualificação, embora seja perigoso assumir que este ano estreiam um motor novo, mais nos depósitos - o Nissan terá também um compensando com o aumento da capacidade que a corrida será uma repetição do que se pequeno em relação ao antecessor - serão aumento nas pressões do turbo - e os Mazda do depósito. Os Lamborghini e Audi serão viu. penalizados pelo BoP, com uma diminuição terão menos 15 kg, tornando-se no protótipo ligeiramente prejudicados enquanto os Para já, o favoritismo dos Caddilac parece de 0.6mm no restritor de ar, contrabalançado mais leve da grelha - contrabalançado pela Ferrari e especialmente os BMW terão estar acima de qualquer dúvida. Lideraram com um aumento de 1L na capacidade do diminuição das pressões do turbo. aumentos no depósito e na pressão do turbo Nos LMP2, as máquinas da Jackie Chan DC - este último exclusivamente para o M6. Racing foram as que mais se evidenciaram. Em relação às prestações portuguesas, Os Ligier da United Autosports não Albuquerque foi quase sempre dos mais mostraram capacidade de lutar pelos lugares rápidos, juntamente com Barbosa, Félix da cimeiros e os chassis Oreca pareceram mais Costa adaptou-se bem e ainda conseguiu fortes que os Ligier. ser o mais rápido da sua equipa num par Em GTLM o equilíbrio foi nota dominante. de sessões, deixando bons apontamentos Melhor a Ford, perto os Porsche e Corvette, para o que aí vem. O Ferrari de Lamy alternou mais atrás o Ferrari da Risi. Para a BMW entre o bom e o mau. Em qualificação o há muito trabalho pela frente ao nível de português foi o mais rápido da equipa, afinação da máquina e o BoP vai ao encontro mas apenas chegou ao 14º posto. Nada disso, com uma diminuição do peso mínimo que assuste o experiente piloto que sabe em 10 kg, aumento no depósito em 6L assim que as corridas de endurance são muito como do restritor de reabastecimento do M8 mais do que fazer os melhores tempos nos GTE. Tudo para que se possa aproximar mais cronometrados. Parente foi outro dos pilotos dos adversários que tiveram aumentos nos que mais se destacou. Teve de adaptar-se ângulos mínimos da asa (Ford e Corvette) a uma realidade nova, com um novo carro e e diminuição da capacidade do depósito uma pista desconhecida, mas ainda assim (Porsche). Em GTD, os Lamborghini da Grasser conseguiu crescer a cada sessão e foi Racing Team foram as máquinas que mais se mesmo um dos mais rápidos. Promete ter evidenciaram embora tenhamos de destacar uma estreia em grande. 36

VVELOCIDADE /

KIA PICANTO GT CUP NOS CIRCUITOS E RAMPAS O novo troféu da CRM Motorsport, o Kia Picanto GT Cup, vai disputar-se, ao contrário do que estava previsto inicialmente, nos circuitos e rampas num calendário que contempla sete eventos de velocidade e montanha. Para os ralis haverá um kit disponível como extra (homologação R1B) José Luís Abreu [email protected]

tenta às necessidades do mer- Ralis e certificarem-se de que terão um mais experientes, ou entusiastas que HOMOLOGAÇÃO R1B cado e aos desejos e anseios carro vencedor na categoria. até aqui nunca tivessem tido contacto “Por outro lado, a criação de um kit de dos pilotos, a organização do com o desporto motorizado, pudessem ralis com homologação R1B permitirá Kia Picanto GT Cup procedeu a MAIS ABRANGENTE fazê-lo através do Kia Picanto GT Line que o Kia Picanto GT Line utilizado no alterações no calendário des- As alterações realizadas acabam por desenvolvido para o Kia Picanto GT Cup”, troféu seja encarado como uma solução portivo inicialmente divulgado. tornar o Kia Picanto GT Cup ainda mais refere João Seabra, diretor-geral da Kia competitiva por uma importante fatia AÀs provas nos circuitos de Braga, Estoril, inclusivo, convidando miúdos e graúdos Portugal. de pilotos unicamente interessada nesta Portimão e Vila Real juntam-se as rampas a juntarem-se aos mais de 20 pilotos que “Acredito que o novo calendário e alte- modalidade e que não se reviam no pro- da Falperra e do Caramulo, integradas nos já confirmaram a sua presença no novo rações efetuadas reforçarão o interesse grama inicialmente proposto”, concluiu campeonatos nacionais de Velocidade e troféu nacional que tem apoio oficial evidenciado à partida no troféu, mas o responsável da marca. Montanha. da FPAK, abrindo caminho para que também no carro de competição que se Os ralis não foram, no entanto, esquecidos, outros jovens ou veteranos possam encontra a ser desenvolvido em parceria com a Kia Portugal e a CRM Motorsport a exprimir o seu desejo pela competição, com a CRM Motorsport. No plano com- juntarem esforços na criação de um pa- por intermédio dos ralis: “Desde o início petitivo, as provas de velocidade e de CALENDÁRIO cote técnico que permitirá ao Kia Picanto deste ambicioso projeto que a intenção montanha definidas para este primeiro C/ KIA PICANTO GT CUP GT Line ser homologado como viatura da Kia Portugal foi sempre a de criar as ano do Kia Picanto GT Cup colocarão R1B. Os pilotos que já manifestaram o seu melhores condições para o surgimento certamente em evidência a destreza ao 6 DE MAI. ESTORIL DELIVERY DAY interesse neste kit poderão, deste modo, de novos talentos do automobilismo volante de todos os concorrentes, bem 11 A 13 DE MAI. RAMPA DA FALPERRA participar no Campeonato Nacional de nacional. Mas também para que pilotos como as suas apetências comunica- 23 A 24 DE JUN. RACING WEEKEND VILA REAL (C/ WTCC) cionais, em eventos tradicionalmente 14 A 15 DE JUL. RAMPA DO CARAMULO marcados pela enorme adesão do pú- 15 A 16 DE SET. RACING WEEKEND BRAGA 2 blico e enquadrados em calendários 26 A 28 DE OUT. RACING WEEKEND PORTIMÃO 16 A 18 DE NOV. ESTORIL RACING FESTIVAL desportivos internacionais. São disso exemplo as rampas da Falperra e do Caramulo, tal como a passagem pelo circuito de Vila Real”, acrescenta. >> autosport.pt 37

Ciente da relevância deste novo qua- dro desportivo, também Tiago Raposo Magalhães acredita que as mudanças operadas só vieram reforçar o interesse na competição: “Após termos recebido inúmeros contactos de pilotos interes- sados em participar no Kia Picanto GT Cup, mas que, por motivos distintos, não se encontravam plenamente satisfeitos com o calendário desportivo anunciado, optámos, em conjunto com a Kia Portugal, pela sua reformulação. O novo programa reúne o maior equilíbrio entre o interesse desportivo e mediático definido à partida, e reduz ainda mais os custos de participação no troféu”, explica o responsável da CRM Motorsport. “Do mesmo modo, o desenvolvimento e disponibilização de um kit de ralis de- monstra a abrangência do Kia Picanto GT Cup e ainda o desejo da organização em torná-lo o mais versátil possível, caso único no atual quadro do desporto moto- rizado português”, sublinha o promotor do mais recente troféu monomarca do automobilismo nacional. “Pelo trabalho que se encontra a ser reali- zado na transformação do Kia Picanto GT Line para troféu, estamos certos de que a versão de ralis pesará menos do que os 1030 kg a que obriga o regulamento, o que nos permitirá assegurar uma melhor distribuição do conjunto. Junte-se a isso as indicações do propulsor e o investi- mento efetuado no reforço da estrutura da carroçaria, e temos todos os motivos para estarmos confiantes na qualidade do resultado final”, salienta João Seabra.

PRIMEIRO CONTACTO EM FEVEREIRO Além do apoio da Kia Portugal e da CRM Motorsport, muitos são os parceiros por- tugueses que têm contribuído para o de- senvolvimento da versão de competição do Kia Picanto GT Line — um trabalho determinante para o sucesso da imple- mentação do Kia Picanto GT Cup como o mais relevante troféu monomarca do desporto motorizado nacional. O rigoroso programa de atividades defini- do à partida tem sido escrupulosamente cumprido dentro do tempo previsto, re- forçando, desta forma, as opções técnicas que foram delineadas no início do projeto: “Não posso deixar de manifestar o meu especial agradecimento a todos os que se juntaram a nós neste projeto e têm contri- buído para fazer do Kia Picanto GT Line um grande carro de competição. Deixa-nos particularmente orgulhosos o facto de se tratarem de empresas portuguesas que espelham o que de melhor se faz interna- mente no departamento da competição automóvel”, destaca João Seabra. Os dois protótipos que se encontram desde 3 de janeiro a serem construídos terão o seu primeiro contacto com a pista a 7 de fevereiro, no traçado do Circuito do Esto- ril, durante um teste privado organizado conjuntamente pela Kia Portugal, a CRM Motorsport e restantes parceiros. 3838 FPAK/

GALA DOS CAMPEÕES 2017 DIA DE CONSAGRAÇÃO

FOTOGRAFIA Paulo Maria/FPAK Portugal não registava o envolvimento a nível oficial de três construtores e 2 3 eve lugar no passado fim de este novo ciclo permite-nos encarar semana, no Centro Cultural o futuro de forma ainda mais otimista e de Congressos de Aveiro, e acreditar, até, que outras marcas Ta Gala dos Campeões FPAK poderão seguir-lhes as pisadas mui- 2017, evento que reuniu todos os to em breve.” O Presidente da FPAK campeões de 2017, no epílogo duma assegura: “Desde a nossa tomada de temporada interessante, com cam- posse, há pouco mais de seis meses, peonatos resolvidos nos últimos que temos vindo a trabalhar no sentido metros em algumas competições. de criar condições para que as marcas Como é habitual, a FPAK fez algumas representadas em Portugal se sintam distinções adicionais, homenageando motivadas a investir no desporto au- personalidades ou entidades que pela tomóvel. Já conseguimos assegurar sua ação se destacaram na promo- apoios de novos patrocinadores que ção do desporto automóvel nacional. nos vão permitir, em 2018, dar maior Este ano, a Direção da FPAK destaca: visibilidade, em termos de comunica- Adrian Malheiro (Piloto); Pedro Lamy ção e de divulgação, às competições 5 6 (Piloto); Bruno Magalhães (Piloto); do calendário da FPAK. Mas ainda am- Hugo Magalhães (Navegador); Pedro bicionamos mais”, referiu, garantindo de Almeida (Diretor de Prova); Carlos ainda uma aposta mais forte no ‘berço’ Decq Motta (Comissário Desportivo); do desporto motorizado: “Uma das José Ribeiro (Jornalista, durante muitos grandes apostas deste Executivo da anos, chefe de redação do AutoSport); FPAK vai incidir no karting, tendo em Rally4Now (Aplicação Mobile para vista a descoberta de novos valores Ralis); Valvoline (Patrocinador) e AFN para o desporto automóvel, daí que já (Patrocinador). No seu discurso, Ni tenham sido canalizados meios signi- Amorim, Presidente da FPAK, enalte- ficativos, designadamente financeiros, ceu “todos aqueles que contribuíram, para desenvolver esta modalidade ao com o seu empenho e determinação, longo de 2018”, assegurou, finalizando para dignificar o desporto automóvel. com a promessa de muito trabalho: Parabéns a todos”, disse destacando “Pela parte da FPAK, estamos cons- ainda a chegada de três novos cons- cientes de que ainda há muito a fazer, trutores ao automobilismo português, até ao final do nosso mandato, para algo inédito nos últimos anos: “Há vencer os novos desafios deste nosso 7 8 muito que o desporto automóvel em desporto.” >> autosport.pt 39

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1 Ni Amorim, Presidente da FPAK 2 Carlos Vieira e Jorge ‘Jet’ Carvalho, Campeões Nacionais de Ralis 3 Bruno Magalhães e Hugo Magalhães, Vice-Campeões Europeus de Ralis 4 Ricardo Porém, Hugo Magalhães (1º); Alexandre Franco e Rui Franco (2º); Rui Sousa e Carlos Silva (3º, Campeões de T2) no Nacional de Todo o Terreno 5 A jovem ‘família’ de Campeões do Karting 12 6 Os premiados do Campeonato Nacional de Montanha 7 Os homens da Velocidade Nacional, no caso os premiados dos Clássicos, Legends...

8 Os premiados no Campeonato Nacional de Off-Road, Ralicross, Kartcross e Super Buggy

9 Ni Amorim, Presidente da FPAK, entrega o Prémio de Homenagem a José Ribeiro, jornalista há 37 anos, ex-Chefe de Redação do AutoSport

10 É muito grande a importância do Karting na criação de jovens talentos, como o de José Maria Gouveia (na imagem) 13

11 Piloto de Karting, Joana Lima foi uma das jovens promessas do desporto nacional distinguidas no certame 12 O Centro Cultural e de Congressos de Aveiro foi o palco da Gala dos Campeões FPAK 2017 13 Pedro de Almeida (Diretor do Rali de Portugal) recebeu das mãos de Ni Amorim, Presidente da FPAK, um Prémio de Homenagem pelo seu trabalho em prol do desporto automóvel

14 A FPAK distinguiu e homenageou personalidades que pela sua ação se destacaram na promoção do desporto automóvel nacional, como foi o caso de Pedro Lamy (Piloto); Bruno Magalhães (Piloto); Hugo Magalhães (Navegador); Pedro de Almeida 14 (Diretor de Prova) e na foto, o jovem piloto de Karting, Adrian Malheiro 40

DAN GURNEY UMA ÁGUIA AMERICANA A comunidade automobilística chora a morte de , considerado como um dos melhores pilotos americanos de sempre e até mesmo da história do desporto automóvel. Um ‘gentleman’ dentro e fora das pistas, fundador de uma bem-sucedida equipa e engenheiro de renome. Tudo feitos da vida de um homem singular que merecem ser devidamente lembrados

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de atingir 222 km/h, alinhando poste- riormente em inúmeras provas locais. No entanto, em 1952 foi chamado para prestar o serviço militar e enviado para a Guerra da Coreia, onde passou ano e meio como mecânico de baterias an- tiaéreas. Mais maduro, o jovem Dan re- gressou aos EUA em 1954 decidido a recomeçar, agora de uma forma bem mais séria, a competir. Porém, o que o atraía mais não eram as provas em pis- tas ovais nem propriamente os drags- ters, mas as competições em circuito, tão típicas da Europa, que ele seguia passo a passo através das melhores revistas da especialidade. Deste modo, embora não esquecendo os seus pro- tótipos artesanais, Gurney começou a competir nas provas de sport locais em 1955. Mas o dinheiro não abundava. No entanto, o nova-iorquino não demorou a mostrar talento e, depois da aventura com o ‘Frankenstein de quatro rodas’ – o Arciero Special, baseado num Ferrari, com motores Maserati e suspensões Jaguar – que Shelby considerava inguiá- Guilherme Ribeiro vel, Gurney imediatamente brilhou e em [email protected] 1957 foi convidado por Carl Bailey para pilotar o seu Chevrolet Corvette quan- do o seu piloto principal, Bob Drake, não té à década de 50 a compe- estava disponível. Com uma mecânica tição nos Estados Unidos ba- competitiva e alinhando em provas mais seava-se essencialmente nas afamadas, Dan mostrou todo o seu ta- acirradas competições em lento nos circuitos, batendo-se de igual pistas ovais, tanto asfaltadas para igual com as estrelas mais consa- como em terra, que compu- gradas dos Sport americanos - Carroll Anham as diversas categorias dos mid- Shelby, Walt Hansgen, Masten Gregory, gets, dirt e sprint cars, assim como o entre outros. Deste modo, numa só tem- próprio campeonato IndyCars, na altura porada ‘profissional’, Gurney chamou a sob a égide da AAA. Por outro lado, po- atenção de Luigi Chinetti, o importador pularizavam-se cada vez mais as provas da Ferrari para os EUA e dono da con- de ‘stock-cars’, desde que o primeiro ceituada North American Racing Team, campeonato NASCAR foi disputado, em encarregue de inscrever as máquinas 1949, assim como os habituais dragsters. de Maranello no continente americano. As provas em circuito ou em estrada Encantado pelas suas performances aberta eram muito raras e só nos prin- ao volante de um Ferrari de Bob Drake, cípios dessa década é que os carros de Chinetti convidou Gurney para pilotar Sport e GT fizeram a sua gradual en- pela NART em 1958, ao mesmo tempo trada nos ‘States’ e se popularizam os que lhe daria a hipótese de se estrear primeiros circuitos, como Watkins Glen, na Europa. Laguna Seca, Sebring e Riverside. Foi assim, aos 27 anos, que Daniel Sexton É neste contexto que nasce Daniel Gurney atravessou pela primeira vez Sexton Gurney, nos arredores de o Atlântico para competir no mundo Nova York, a 13 de abril de 1931. Filho que tanto o atraía. E nada melhor que de Jack Gurney, um barítono na Ópera começar… nas 24 Horas de Le Mans Metropolitana de Nova Iorque, e de Roma de 1958, ao volante de um imponente Sexton, o jovem Dan cedo se interes- Ferrari 250 Testa Rossa. Infelizmente, sou pelo desporto motorizado e pela quando rodava no quinto posto, o seu mecânica, muito graças aos seus tios, colega Bruce Kessler envolveu-se num todos eles formados em engenharia, e violento acidente que acabou com a às muitas provas de dirt cars que assis- corrida de ambos. As poucas provas tiu durante o início da Segunda Guerra. de Gurney na Europa não produziram Deste modo, quando a família se estabe- resultados de relevo, mas as perfor- leceu na Califórnia, em 1948, a mudan- mances foram suficientes para que ça agradou imenso ao jovem Gurney, já a Scuderia o convidasse a testar em que a costa oeste era, sem dúvida, o polo Modena e lhe propusesse em segui- mais atrativo da competição durante da um contrato profissional para 1959, o período do pós-Guerra. E foi nos hot tanto para os Sport-Protótipos como rods e nos dragsters que Dan Gurney para a F1. A aventura começou nas 12h iniciou-se na competição, construin- de Sebring, prova onde Gurney/Daigh do um desses carros aos 19 anos, capaz rodavam em segundo lugar quando lhes 42

foi ordenado que cedessem o seu carro travões e despistou-se violentamen- por isso a marca de Zuffenhausen teve à principal equipa, Hill/Gendebien, que te, resultando num braço partido e na que recorrer a um motor de F2 ‘vitami- haviam desistido. Como estes levaram o morte de um comissário de pista. Este nado’ para a temporada de 1961. Se bem carro de Gurney à vitória, este partilhou acidente fez Dan mudar o seu estilo de que ninguém estava ao nível da Ferrari, as honras da mesma, sem dúvida um condução, tornando-se muito mais sua- Gurney e Moss (no Lotus de Rob Walker) bom começo de temporada. De segui- ve para a mecânica. E, no final da épo- foram aqueles que mais lutaram pelos da, Dan continuou a brilhar no Mundial ca, fechou as contas com zero pontos. bons resultados atrás da tripla encarna- de Endurance, embora sem resultados Porém, a época na Endurance foi bem da. O Porsche era extremamente fiável, de relevo, e em Le Mans o duo Gurney/ mais favorável e fez muito para que o daí que Gurney terminou quase todos os Behra estava a fazer uma prova brilhan- americano se estabelecesse definiti- Grandes Prémios nos pontos, incluindo te até que a transmissão quebrou pela vamente como uma das estrelas do seu três segundos lugares - França (derro- nona hora. Na Fórmula 1 os resultados tempo. Tendo assinado pela Camoradi de tado por Baghetti em cima da linha de foram bem melhores já que, depois de Lucky Casner para pilotar os seus mag- meta), Itália e Estados Unidos - termi- uma estreia falhada em França, foi se- níficos Maserati “Birdcage” de 2.9 litros, nado assim o campeonato em quarto, gundo no único G.P. da Alemanha dis- Gurney e Gregory dominaram os 1000 ao mesmo tempo que fazia também putado no velocíssimo e temível circuito Km de Buenos Aires até a caixa quebrar, algumas provas de Sport com a equi- de AVUS, terceiro em Portugal e quarto e depois repetiu a dose, desta vez acom- pa germânica. E, em 1962, chegou o no- em Itália. Porém, a Ferrari não estava panhado por Stirling Moss em Sebring, víssimo Porsche 804 com o seu motor disposta a oferecer-lhe um contrato mais uma vez abandonando, desta vez Flat-8, mas os problemas de fiabilidade na F1 a full-time, e Gurney optou por com o motor partido. No entanto, o su- fizeram-se sentir nas primeiras provas. deixar a Scuderia, assinando pela BRM. cesso chegaria finalmente nos 1000 Km Só em França, no circuito de Rouen, é que mos. Já na Endurance, Gurney venceu Se a BRM tinha finalmente vencido o de Nürburgring, em que Moss/Gurney Gurney conseguiu finalmente romper a as 3h de Daytona e foi segundo com Jo seu primeiro Grande Prémio em 1959, obtiveram uma das suas mais emble- ‘malapata’ e alcançar a sua primeira vi- Bonnier no Targa Florio, após mais uma as supostas melhorias da equipa de máticas vitórias nos Sport-Protótipos. tória na F1. No entanto, 1962 foi um ano performance brilhante. Bourne não foram suficientes para dar Ninguém duvidava agora que Gurney era extremamente árduo para a Porsche O problema é que a Porsche anunciou a Gurney e aos seus colegas de equipa uma estrela e em 1961 ele assinou pela porque o desenvolvimento do Flat-8 foi demasiado tarde as suas intenções de se um carro competitivo para 1960. Além Porsche, que depois de dois anos a ali- mais complicado do que o esperado, o retirar, e Dan viu-se sem grandes opor- de não estar entre os mais rápidos, o nhar com carros de Fórmula 2, apresen- que motivou a marca a deixar a cate- tunidades de arranjar lugar numa boa novo BRM P48 era assustadoramente tava finalmente o seu primeiro F1 para goria-rainha no final de 1962, para se equipa, restando-lhe a novata Brabham pouco fiável e muito frágil, e no G.P. da o regulamento de 1500 cm3. No entan- dedicar por inteiro aos carros de Sport, – Jack Brabham saiu da Cooper no final Holanda Dan ficou subitamente sem to, o novo V8 ainda não estava pronto, com o sucesso que todos nós conhece- de 1961 para criar a sua própria equipa >> autosport.pt 43

e, após um ano de aprendizagem, pre- que culminaria com cinco pódios nas tendia ter uma equipa de dois carros em últimas cinco provas, deixando-o em 1963. Gurney e Brabham entenderam-se quarto no final da época, com 25 pon- na perfeição, e rapidamente a equipa co- tos, até então o seu melhor resultado. meçou a progredir e a acompanhar os Ao mesmo tempo, Gurney não tinha homens da frente, conseguindo o pri- deixado a Endurance e, a partir de 1963, meiro pódio com um terceiro lugar na envolveu-se no projeto Shelby Cobra, Bélgica e depois um segundo lugar na gerido pelo seu amigo Carroll Shelby, Holanda e outro nos EUA, terminando sob o beneplácito da Ford, que queria o campeonato em quinto lugar, à frente uma máquina capaz de derrotar os om- do seu colega de equipa e patrão. nipresentes Ferrari 250 GTO. A fiabilidade melhorou substancialmen- Em 1964, a luta tornou-se mais séria te em 1964, e os Brabham passaram a graças ao espetacular Coupé Cobra ser candidatos à vitória, com Gurney a Daytona, vencendo os GT em Le Mans conseguir as suas primeiras pole-po- com a dupla Gurney/Bondurant, e no sitions na Holanda e na Bélgica. Se na ano seguinte o título daquela catego- Holanda abandonou, na Bélgica fez uma ria, embora Gurney/Grant tivessem das suas melhores provas da carreira, abandonado em Le Mans. Mas a luta tendo dominado facilmente até ficar entre a Ford e a Ferrari não iria ficar sem gasolina em Stavelot e entregar a pelos GT – a Scuderia tinha recusado a vitória a Clark. Contudo, na prova se- compra por parte da Ford, e a marca da guinte, novamente em Rouen, Gurney oval azul decidiu-se a bater a equipa de conseguiu a sua segunda vitória depois Maranello no seu próprio terreno, gra- de, desta vez, ter sido Clark a abando- ças aos possantes Ford MkII de 7.0 litros. nar com o motor partido quando lide- Gurney e Shelby foram logo chamados rava. Ainda assim, a época foi muito para este programa, e em 1966 Gurney/ marcada por problemas de fiabilidade, Grant dominaram umas 12h de Sebring perdendo uma possível vitória em Itália disputadas debaixo de chuva torrencial, quando sofreu problemas de injeção, e apenas para um problema de motor os outra nos Estados Unidos, desta vez com obrigar a encostar na última volta e a uma fuga de óleo. caírem para o segundo lugar, e depois No entanto, no México, novamente à abandonaram em Le Mans, novamente custa de uma falha no motor de Clark, quando comandavam. Dan averbava mais uma vitória, termi- Em 1967, naquela edição que foi cha- nando o campeonato em sexto, com 19 mada de ‘A Corrida do Século’, tanto a pontos. E, em 1965, a progressão conti- Ford como a Ferrari inscreveram toda nuou claramente, apesar de um início a sua ‘artilharia’ disponível, e Gurney de época para esquecer. Quando, em pilotava o Ford MkIV vermelho com o Inglaterra, Gurney conseguiu levar o número 1, ao lado da estrela das ovais Brabham finalmente aos pontos, iniciou americanas, A.J. Foyt. Este não conhecia uma fabulosa sequência de resultados Le Mans nem a Endurance, mas o que é 44

conceituada Corrida dos Campeões, uma prova extra-campeonato, mas o carro, se bem que andasse ao ritmo dos melhores em qualificação, não era minimamente fiável, o que aliás leva- ria à saída abrupta do segundo piloto da equipa, Richie Ginther. No entanto, no G.P. da Bélgica os astros alinharam-se finalmente para a Eagle e Gurney, e depois de ter falhado a parti- da, rapidamente recuperou posições e, quando Clark foi às boxes, viu-se na luta pela liderança com Jackie Stewart. Após uma disputa fantástica, Gurney tomou o comando e venceu brilhantemente a prova, concluindo assim uma semana certo é que a dupla funcionou como um de Anglo-American Racers. Quanto ao pela nova fórmula – daí que as primei- de sonho, já que a prova de Spa dispu- relógio e foi o único Ford a passar sem nome dos monolugares, foram batiza- ras provas foram disputadas com um tou -se uma semana depois de Le Mans. percalços, depois de uma prova desa- dos de Eagle, em homenagem à águia, motor Climax de 2.7 litros. Esta vitória foi a primeira conseguida por pontante para a marca norte-ameri- o símbolo americano. Para 1966 entra- A época seria marcada pelos tradicio- um piloto americano ao volante de um cana, que quase ficou completamen- va em vigor um novo regulamento que nais problemas de crescimento, com o carro americano na Europa desde que te à mercê da Scuderia. Gurney e Foyt permitia motores de 3.0 litros na F1, e carro a sofrer inúmeras falhas de fiabi- Jimmy Murphy ganhou o G.P. do ACF de viriam mesmo a bater o record de pro- a Eagle avançou com um carro dese- lidade, e a chegada do motor Weslake 1921 com um Duesenberg. Infelizmente, va, vencendo a uma espantosa média nhado por Len Terry e com motores só os agravou, pelo que Gurney termi- aparte um pódio no Canadá, Gurney e o de 218,038 km/h, e no pódio, pela pri- V12 concebidos por Harry Weslake. No nou o ano com apenas quatro pontos. Eagle não mais terminariam um Grande meira vez, abriram as suas garrafas de entanto, estes não estavam prontos no Esperava-se melhor para 1967 com o Prémio em 1967. champanhe e deram o respetivo banho início da época – aliás, quase todas as novo Eagle T1G, e a época europeia co- Tudo se tentou em 1968 para fiabilizar à multidão, algo que se tornaria um há- equipas foram apanhadas de surpresa meçou muito bem com uma vitória na de vez o Eagle-Weslake, e Gurney fal- bito comum no automobilismo passado poucos anos. Por esta altura, Gurney tinha em mãos um projeto bem mais apaixonante. GURNEY NOS EUA Depois de se ter estreado a vencer na Fórmula 1 no G.P do México de 1965 com Desde 1959 até à sua retirada em 1970 a carreira de Gurney noutras rondas do campeonato USAC. E, na qualidade de o Honda de Richie Ginther, a Goodyear foi essencialmente centrada na Europa. Mas tal não quer dizer construtor, assistiu à vitória de Gordon Johncock, em 1973, e de queria a todo o custo um projeto que que Dan tivesse sempre ignorado as competições tradicionais Bobby Unser, em 1975. Gurney correu também no campeonato se tornasse vitorioso em Indianápolis americanas. Em primeiro lugar, o piloto alinhou à partida das NASCAR, primeiro com a Holman & Moody (1962 e 1963) e e contactou Carroll Shelby. No entanto, 500 Milhas de Indianápolis de 1962 com um Thompson-Buick, depois com a Woord Brothers. Embora também tenha feito as o californiano estava demasiado ocu- convidando Colin Chapman para assistir à mítica prova. Foi aí Daytona 500, conseguindo o seu melhor resultado em 1963 pado com o programa Ford e os Cobra, que Dan convenceu Chapman que os novos carros derivados com um quinto lugar, a sua atividade na NASCAR centrou-se e entregou o dossier a Gurney, que há dos F1 com motor traseiro facilmente bateriam os tradicionais sobretudo na prova de Riverside, a sua terra adotiva, e à data, a já algum tempo manifestava intenções roadsters americanos, o que levou a Lotus a inscrever-se única prova em circuitos convencionais daquele campeonato, de, à imagem de Jack Brabham, criar a em 1963. Gurney secundou Clark para terminar no quinto vencendo em 1963, 1964, 1965, 1966 e 1968. Disputou ainda, sua própria equipa. A única condição posto, abandonando depois em 1964 e 1965. Em 1966, com o com sucesso, algumas provas do campeonato Trans-Am, mas imposta por Gurney era que o progra- seu primeiro Eagle de IndyCars, foi eliminado na gigantesca foi na Can-Am que mais se celebrizou, obtendo a sua primeira ma abrangesse também a construção carambola ainda antes da primeira curva, e abandonou de novo vitória em 1966 ao volante de um Lola-Chevrolet da All American de um monolugar de Fórmula 1. Assim, em 1967, mas em 1968 a Eagle conseguiu uma dobradinha, com Racers, trocando o Lola pela McLaren em 1968. Em 1970, devido no final de 1965, Gurney e Shelby cria- Bobby Unser a vencer, seguido do patrão Dan. Gurney (a primeira à morte de Bruce, foi mesmo chamado à equipa de fábrica vam a , que geria vitória de um Eagle e de um motor turbo em Indianápolis) foi da McLaren, vencendo as duas primeiras rondas, mas depois todo este projeto, embora a equipa de quinto em 1969 e terceiro em 1970, despedindo-se assim da problemas contratuais obrigaram Teddy Mayer a dispensar os Fórmula 1 estivesse inscrita sob o nome mítica oval, embora também tivesse competido ocasionalmente seus serviços. E, no final do ano, disse o adeus definitivo. >> autosport.pt 45

tou mesmo a algumas provas para tes- tar mais o carro, mas o financiamen- to da Goodyear havia diminuído e os problemas nunca conseguiram ser re- solvidos, daí que Dan optou por alugar um McLaren para as últimas três pro- vas, conseguindo um quarto lugar nos Estados Unidos, a sua única pontuação naquela temporada. No final do ano, os constrangimentos financeiros e a falta de resultados levaram a Eagle a deixar definitivamente a Europa, e Gurney re- tirou-se da F1 e começou também a ensaiar a sua própria retirada da com- petição. No entanto, o americano viria a regressar à Europa em 1970, infeliz- mente devido a circunstâncias trágicas, respeito, surgiram os célebres autoco- depois da morte do seu grande amigo lantes ‘Dan Gurney for President’, am- Bruce McLaren. Teddy Mayer apelou a plamente difundidos pela comunidade Gurney para que substituísse Bruce na automobilística, em particular em pe- equipa de Fórmula 1 e Dan acedeu, dis- ríodo eleitoral nos EUA. No entanto, se putando três provas, tendo como me- houve erro que Dan tivesse cometido lhor resultado o sexto lugar em França. foi o de estar sempre nas equipas er- Infelizmente, a McLaren, patrocinada radas na altura errada, como quando pela Gulf, não podia manter o contrato saiu da Ferrari após um ano, em 1959. com um piloto apoiado pela rival Castrol, A manter-se na Scuderia, Gurney po- e Gurney voltou de vez para os EUA, re- deria facilmente ter aguentado o ano de tirando-se no final dessa temporada. transição de 1960 para se tornar numa Depois da sua retirada, Gurney dedicou- das estrelas em 1961, quando a Scuderia -se totalmente à gestão da All American dominou por completo o campeonato. Racers, que cedo se estabeleceu como Na BRM, 1960 foi um ano negro, mas GURNEY NOS EUA uma das melhores equipas americanas, a partir de 1961 e até finais da década nomeadamente nos IndyCars na era de 60, a equipa de Bourne foi sempre USAC e nos primeiros tempos da CART, teou um rolamento em 1905 e os seus vel. Tal como os seus contemporâneos uma força a ter em conta na luta pelos mas também nos primeiros tempos da três tios eram engenheiros. O próprio Richie Ginther e Phil Hill, nunca se in- títulos, vencendo mesmo em 1962 com Fórmula 5000. De seguida, Gurney partiu Gurney começou a correr com o seu teressou muito pela competição típica Graham Hill. para o campeonato IMSA, onde os Eagle próprio hot-rod, e nos seus primeiros americana – à exceção de Indianápolis Já a Porsche nunca deu uma oportuni- foram também claramente dominadores tempos dos sports modificou alguns (ver caixa) – e sonhou com a Europa, dade séria ao seu monolugar, privando em 1992 e 1993. A Eagle viria a regres- carros, tal como era habitual nos EUA. conseguindo uma carreira brilhante. assim Gurney de uma equipa que se sar ainda aos Champ Cars em meados Depois de se retirar da competição, adi- Aliás, após a trágica morte de Jim Clark estava a tornar vitoriosa, e a mudan- da década de 90, mas desta vez não foi cionou aos Champ Cars uma peça aero- em abril de 1968, conta-se que o pai do ça para a Brabham apanhou o período capaz de replicar os sucessos, deixan- dinâmica para o carro não levantar voo malogrado escocês terá dito a Gurney de crescimento desta equipa, mas Dan do a competição no final de 1999 e, gra- e melhorar a sua eficiência, o ‘Gurney que ele era o único piloto que o filho abandonou-a para fundar a Eagle preci- dualmente, Gurney passou a liderança flap’. Basicamente uma tira montada realmente temia. samente antes de a Brabham se tornar da escuderia aos seus filhos. Ainda em no vértice superior da asa traseira, este Com o seu carácter de ‘gentleman’, res- na força dominante do Mundial de F1. vida do seu criador, a Eagle destacou-se dispositivo rapidamente deu uma van- peitado por tudo e todos dentro e fora Um pouco à semelhança de Chris Amon, por ter estado por detrás da construção tagem aos Eagle e não tardou a ser am- das pistas, Gurney nunca fez muito alar- faltou-lhe mesmo estar no sítio certo no do DeltaWing, entre outros projetos. plamente copiado no meio automobi- de desta confissão, e só muito mais tar- momento certo. É de salientar que Gurney sempre teve lístico, e, posteriormente, na aviação. de a mencionou, brevemente, aos jor- Ainda assim, tudo o que conseguiu den- uma veia de inventor, talvez uma he- Sem dúvida que este homem eclético nalistas. E, desde a década de 60 que, tro e fora das pistas é mais do que digno rança familiar, já que o seu avô paten- deu e fez muito pelo desporto automó- primeiro por brincadeira e depois por de respeito e nota. + BMW » 320D TOURING M SHADOW VALOR (SEMPRE) SEGURO É uma das carrinhas-referência no seu segmento e tem razões para isso. Agora numa nova edição, M Shadow, ainda mais arrebatadora, com importantes argumentos tecnológicos e ainda melhores atributos dinâmicos, a BMW 320d Touring é aquilo a que se pode designar de um “Valor Seguro”; e em valorização permanente!

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Dando cumprimento ao estabelecido no n° mais importantes provas de desporto au- leitores uma informação atual, rigorosa abordagem e de análise dos factos noti- 1 do artigo 17° da Lei 2/99, de 13 de Janeiro, tomóvel disputadas em território nacional e de qualidade, opinando sobre tudo o ciosos, com total abertura à interatividade Lei da Imprensa, publica-se o Estatuto e no estrangeiro, relata acontecimentos que se passa na área do automóvel e dos com a sua comunidade de leitores. 4. O Editorial da publicação periódica AutoSport: ligados à competição automóvel, bem como automobilistas, numa perspetiva plural, re- AutoSport pratica um jornalismo pautado 1. O AutoSport é um semanário dedicado temas que versam o automóvel como bem cusando o sensacionalismo e respeitando pela isenção, sem comprometimentos E/ ao automóvel e aos automobilistas, nas de consumo, tanto na área industrial como a esfera da privacidade dos cidadãos. 3. ou enfeudamentos, tendo apenas como suas mais distintas vertentes: desporto e comercial. O AutoSport pauta as suas opções edito- pressuposto editorial facultar a melhor competição, comércio, indústria, segurança 2. O AutoSport está comprometido com riais por critérios de atualidade, interesse informação e a melhor formação aos seus ESTATUTO e problemática rodoviária. O AutoSport o exercício de um jornalismo formativo e informativo e qualidade, procurando apre- leitores, seguindo sempre as mais elemen- EDITORIAL edita, semanalmente, conteúdos sobre as informativo e procura oferecer aos seus sentar aos seus leitores a mais completa tares normas deontológicas.

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