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PARECER ÚNICO Nº 1411545/2016 (SIAM) INDEXADO AO PROCESSO: PA COPAM: SITUAÇÃO: Licenciamento Ambiental 01164/2003/005/2016 Sugestão pelo Deferimento FASE DO LICENCIAMENTO: Licença de Operação - LO VALIDADE DA LICENÇA: 06 anos PROCESSOS VINCULADOS PA COPAM: SITUAÇÃO: CONCLUÍDOS: 018759/2011, 018761/2011, 003506/2012, Travessia Rodo-Ferroviária 003507/2012, 003508/2012, 003509/2012, Concedidas (Pontes e Bueiros) 014697/2012, 014698/2012 e 014699/2012 02537/2012, 02505/2012, 02506/2012, Uso Insignificante 02503/2012, 014889/2012, 014888/2012, Cadastros Efetivados 05775/2014 e 05774/2014 Aproveitamento de Potencial 02334/2011 Concedida Hidrelétrico Autorização Intervenção 02835/2011 Concedida Ambiental EMPREENDEDOR: Sigma Energia S.A CNPJ: 03.803.650/0001- 63 EMPREENDIMENTO: PCH Serra das Agulhas CNPJ: 03.803.650/0001- 63 MUNICÍPIO: Diamantina e Monjolos/MG ZONA: Rural COORDENADAS GEOGRÁFICA: UTM - 23K – WGS 84 Y: 7969322 X: 609852 LOCALIZADO EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO: INTEGRAL ZONA DE AMORTECIMENTO X USO SUSTENTÁVEL NÃO NOME: APA QUEBRA-PÉ BACIA FEDERAL: RIO SÃO FRANCISCO BACIA ESTADUAL: RIO DAS VELHAS UPGRH: SF5 SUB-BACIA: RIO PARDO PEQUENO CÓDIGO: ATIVIDADE OBJETO DO LICENCIAMENTO (DN COPAM 74/04): CLASSE E-02-01-1 Barragem de Geração de Energia - Hidrelétrica 3 E-02-04-6 Subestação de energia elétrica CONSULTORIA/RESPONSÁVEL TÉCNICO: REGISTRO: Limiar Consultoria e Projetos Ltda. CNPJ: 65.308.025/0001-00 Quebec Engenharia RELATÓRIO DE VISTORIA: Relatório de Vistoria nº. 57/2016 DATA: 21/10/2016 EQUIPE INTERDISCIPLINAR MATRÍCULA ASSINATURA Gilmar dos Reis Martins - Analista Ambiental 1353484-7 Sara Michelly Cruz – Gestora ambiental 1364596-5 Wesley Alexandre de Paula – Analista 1107056-2 Jurídico/ Diretor de Controle Processual Rodrigo Ribas / Diretor de Apoio Técnico 1220634-8

Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 2 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

1 - Introdução

A Sigma Energia S.A. protocolizou o Formulário Integrado de Caracterização do Empreendimento (FCEI) em 03/03/2016, por meio do qual em 03/03/2016 gerou o Formulário de Orientação Básica (FOBI) nº 0231961/2016 e que instrui o processo administrativo de Licença de Operação - LO. Em 16/08/2016, através da entrega de documentos, foi formalizado o processo de nº 01164/2003/005/2016 ao qual se refere este Parecer Único. A Sigma Energia S.A, empresa responsável pela PCH Serra das Agulhas possui licença de instalação concedida pelo COPAM no dia 21 de março de 2013, na 72ª Reunião Ordinária da URC Jequitinhonha, com base no Parecer Único da SUPRAM nº. 084981/2013, prorrogada por mais um ano em 31 de março de 2016. O empreendimento em tela, classificado como classe III (porte pequeno e potencial poluidor grande) segundo a DN n° 74/04 e DN COPAM 146/2010, alterada pela DN COPAM 204/2015, visa à obtenção de licença ambiental para as atividades de Barragem de Geração de Energia – Hidrelétrica (E-02-01-1) e Subestação de Energia Elétrica (E-02-04-6). Potência nominal do empreendimento é de 30 MW e a área total de intervenção ambiental é de 81,08 hectares. Nos dias 18 e 19 de outubro de 2016, foram realizadas vistorias no empreendimento para subsidiar a análise do requerimento da Licença de Operação, tendo sido gerado o Relatório de Vistoria nº. 57/2016. Em análise aos estudos apresentados e vistorias realizadas na área do empreendimento verificou-se a necessidade de Informações Complementares, que foram solicitadas através do ofício SUPRAM JEQ nº. 726/2016, e que após análise pela equipe técnica, foram consideradas satisfatórias. Assim, este parecer tem o objetivo de avaliar tecnicamente as informações referentes à solicitação de Licença de Operação para as atividades Barragem de Geração de Energia – Hidrelétrica e Subestação de Energia Elétrica.

2 – Caracterização do Empreendimento 2.1 – Barragem O barramento instalado foi executado utilizando-se a metodologia construtiva de barragem de enrocamento compactado com núcleo de argila, localizado no ponto de coordenada central Lat: 18°21’43”/ Long: 43°57’31”.

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Figura 1: Planta da barragem.

Figura 2: Seção longitudinal do barramento (linha azul), barragem de enroncamento (linha verde), vertedouro (linha vermelha) e estrutura de desvio (linha amarela).

2.2 – Vertedouro

Na margem esquerda do rio, anexo a Barragem, será posicionado o Vertedouro de Soleira Livre tipo “Bico de Pato” constituído de canal de aproximação, estrutura vertente e canal de restituição/dissipação inclinação de 10%. A estrutura vertente tem sua crista com altura máxima na cota 950,00 metros e sobre a mesma, na cota 953,50, a estrutura ainda conta com uma ponte para transposição do curso d’água no ponto do barramento com largura de 5 metros protegida por guarda-corpo. Atingida a cota 950,00 metros o reservatório ocupará uma área de 65 ha (0,65 km²) e um volume de 396.106 m³. A barragem está assentada sobre a cota 933,00 m o que implica na lâmina d’água no nível normal de 17 metros próximo ao vertedouro.

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Figura 3: Planta do vertedouro.

2.3 - Tomada d’água

A tomada de água encontra-se na margem esquerda do lago (ver figura 5), sendo construída em concreto estrutural.

Figura 4: Planta da posição da tomada d’água.

2.4 – Túnel de Adução

O túnel de adução que conduzirá as águas do lago à casa de força apresenta seção arcoretangular de 3,50 m X 3,80 m, em uma extensão de 6.832 m, e seu piso é revestido parcialmente por concreto.

2.5 - Casa de Força

A casa de força é do tipo abrigada construída em concreto armado e alvenaria, ocupando uma área de 602,54 m². A Figura 6 apresenta tais considerações.

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Figura 5: Planta da casa de força.

As duas turbinas implantadas são do tipo Pelton com Eixo Vertical de 6 Jatos, com potência nominal cada de 15 MW, totalizando 30 MW. A turbina de eixo vertical e com 6 jatos possui capacidade de operar até mesmo com 5% da vazão nominal unitária. Tal avanço permite maior eficiência em utilizar a energia disponível bem como beneficia em uma maior disponibilidade de energia da usina. A casa de força é dotada de comportas do tipo ensecadeiras. O canal de restituição de vazão, localizado imediatamente à jusante da casa de força e posterior ao curso d’água possui proteção de enrocamento a fim de minimizar os impactos das águas provenientes das turbinas.

2.6 – Acessos

Os acessos implantados na fase de instalação serão mantidos para operação do empreendimento.

2.7 – Bota Foras

Ao todo foram utilizadas 12 áreas de botas foras, ocupando uma área total de 6,35 hectares. Três das doze áreas foram implantadas em áreas a serem ocupadas pelo reservatório, seis ao longo do acesso e três na área da casa de força. O empreendedor deverá executar o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas.

2.8 – Canteiros

Os canteiros de obras implantados para instalação do empreendimento serão alvos do programa de mobilização e desmobilização de canteiros. O empreendedor deverá apresentar a comprovação da desmobilização dos canteiros e iniciar a recuperação dessas áreas.

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3 - Utilização e Intervenção em Recursos Hídricos

Quanto à intervenção em recursos hídricos, o empreendimento possui os seguintes processos de outorga:  Oito de uso insignificante com cadastros efetivados: 02537/2012, 02505/2012, 02506/2016, 02503/2012, 014889/2012, 014888/2012, 05775/2014 e 05774/2014, para consumo e humano e uso industrial;  Nove processos de Travessia Rodoferroviária (Pontes e Bueiros): 018759/2011 – Portaria 543/2013, 018761/2011 – Portaria 544/2013, 003507/2012 – Portaria 546/2013, 003508/2012 – Portaria 547/2013, 003509/2012 – Portaria 548/2013, 03506/2012 – Portaria 545/2013, 14697/2012 – Portaria 549/2013, 14698/2012 – Portaria 550/2013 e 14699/2012 – Portaria 551/2013e;  O processo 02334/2011 – Portaria 674/2012 referente ao aproveitamento de potencial hidrelétrico.

4 – Autorização Para Intervenção Ambiental (AIA)

Não haverá supressão de vegetação nativa nessa fase do licenciamento (LO), visto que a intervenção ambiental requerida no processo de AIA nº. 02835/2011 foi totalmente concluída na implantação do empreendimento.

5 – Reserva Legal

Nos termos do § 2º do art.25, inciso II da Lei Estadual nº 20.922 de 2013 não está mais sujeita à constituição de Reserva Legal as áreas adquiridas, desapropriadas e objetos de servidão, por detentor de concessão, permissão ou autorização para exploração de potencial de energia, nas quais funcionem empreendimentos de geração de energia elétrica, subestações, linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica. Porém, no Termo de Compromisso celebrado entre o empreendedor e o Ministério Público do Estado de Minas Gerais, com a interveniência-anuência do Estado de Minas Gerais, a delimitação da Reserva Legal das propriedades/posse rurais atingidas pelo empreendimento deverá ser feita na forma e no prazo estabelecido nos termos da Cláusula 6ª, in verbis:

“CLÁUSULA 6ª: Com o objetivo de contribuir para a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade e o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa, a empresa COMPROMISSÁRIA compromete-se a, em até 03 (três) anos após a eventual expedição de licença de operação, comprovar a averbação, na (s) matrícula (s) do (s) imóvel (is), junto ao (s) cartório (s) competente (s), da Reserva Legal da (s) propriedade (s) relativa (s) ao empreendimento no patamar de, no mínimo, 20% (vinte por cento) da

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integralidade da (s) propriedade (s) do (s) imóvel (is) referente (s) ao empreendimento PCH Serra das Agulhas.

PARÁGRAFO ÚNICO: Para cumprimento da obrigação prevista no caput desta cláusula, a empresa COMPROMISSÁRIA deverá apresentar ao órgão ambiental competente e ao COMPROMITENTE proposta de averbação das áreas de Reserva Legal de sua propriedade, contendo a demarcação georreferenciada das áreas, atendidas as exigências da legislação”.

Algumas das propriedades atingidas de forma parcial pelo empreendimento já estão com suas áreas de Reserva Legal devidamente demarcadas e averbadas, como é o caso da Fazenda Bueno (matrícula 10.723), Fazenda Andorinha (matrícula 6.568), Fazenda Ponte da Pedra (matrícula 10.461). Para a melhoria de acesso existente na Fazenda Ponte de Pedra (matrícula nº. 10.461), aprovado a intervenção em uma área de 0,23 hectares localizada em área de Reserva Florestal Legal. Dessa forma, foi objeto de Condicionante no PU 0844981/2013 a comprovação da efetivação da relocação da área de reserva florestal legal a ser alterada pelo empreendimento. Portanto, foi apresentado a proposta de relocação da área de reserva legal, contigua a área de reserva legal já existente na propriedade, com a mesma fitofisionomia (Cerrado). A Área de reserva legal relocada encontra-se localizada no entorno da coordenada geográfica UTM 23K WGS 84 X: 608288, Y: 7971301, conforme figura 06 Em 12/12/2016 foi firmado o Termo de Relocação de Área de Reserva Legal.

Figura 06: Reserva Legal Relocada. Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 8 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

6 – Cumprimento das Condicionantes de LI

Condicionante 1. Nas campanhas de monitoramento dos grupos faunísticos deverão ser entregues relatórios anuais, referente aos dados obtidos naquele ano e ao término da última etapa será entregue um relatório final discutido e conclusivo. Prazo: Durante a vigência da Licença de Instalação (LI) Análise: As campanhas foram trimestrais sendo apresentado os relatórios parciais após cada campanha conforme proposto no PCA e relatório final discutido e conclusivo. Status da condicionante: Cumprida

Condicionante 2. Informar os pontos de coordenadas geográficas correspondentes ao monitoramento da avifauna. Prazo: 60 dias após concessão da licença Análise: Foi protocolado documento R382129/2013 em 20/05/2013 informando as coordenadas das áreas onde seria realizado o monitoramento da avifauna. Status da condicionante: Cumprida

Condicionante 3. Informar, caso ocorra, mudança nos pontos de coordenadas geográficas dos monitoramentos da Fauna. Prazo: Durante a vigência da licença Análise: Nos relatórios parciais foram apresentadas as coordenadas onde foram executas as atividades. Foram realizadas alterações de inclusões de pontos no monitoramento em relação ao proposto para avifauna e ictiofauna. Os pontos de monitoramento da mastofauna foram alterados entre a primeira campanha e a segunda sendo mantido estes nas demais. Status da condicionante: Cumprida

Condicionante 4. Apresentar relatórios das atividades de salvamento das espécies da ictiofauna realizadas durante o desvio do rio para implantação do barramento. Prazo: 30 dias após a realização do resgate Análise: Foi apresentado relatório da atividade de salvamento das espécies da ictiofauna realizado no período de 29 de junho a 03 de julho de 2015 no sétimo relatório bimestral, apresentado em 29/10/2015. Status da condicionante: Cumprida

Condicionante 5. Apresentar os relatórios contendo as ações de preservação e conservação da ictiofauna provenientes das fases de implantação. Prazo: Anualmente Análise: Foram apresentados nos relatórios medidas de preservação e conservação da ictiofauna referente aos programas de monitoramento e resgate. Status da condicionante: Cumprida

Condicionante 6. O Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial (PACUERA) deverá contemplar a limitação da nova área de APP definida no Termo de Compromisso assinado com o Ministério Público Federal. Prazo: Na formalização da LO. Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 9 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

Análise: Na formalização do processo de licença de operação, dia 16 de agosto de 2016, o empreendedor apresentou o Plano ambiental de conservação e uso do entorno de reservatório artificial – PACUERA, contemplando a limitação da nova área de APP definida no Termo de Compromisso assinado com o Ministério Público Federal, conforme a planta anexa no plano apresentado. Status da condicionante: Cumprida

Condicionante 7. Fazer cercamento e identificação das cavidades, conforme raio delimitado neste parecer. Prazo: Antes do início das obras Análise: Em 25/04/2013 o empreendedor solicitou pedido de alteração do prazo para cumprimento da condicionante (Protocolo SIAM R375468/2013, páginas 1498-1513). A Supram Jequitinhonha decidiu pela manutenção do prazo para cumprimento da condicionante através do OF. Supram Jeq. Nº. 933/2013 de 29/05/2013 (Protocolo nº 1065305/2013, página 1883). Em 06/02/2014 o empreendedor solicitou pedido de alteração do prazo para cumprimento da condicionante (Protocolo SIAM R0030376/2014, páginas 2132 - 2133) para que o cercamento das cavidades seja realizado após a formação do reservatório em conformidade ao cronograma a ser apresentado para obtenção do LO. Em 09/04/2014 foi solicitado (protocolo SIAM nº R0113273/2014, páginas 2348 - 2349) a alteração de prazo para cumprimento da condicionante para 120 dias após o início de implantação do empreendimento. Em 09/09/2014 o empreendedor solicitou pedido de prorrogação do prazo para cercamento das cavidades de 90 dias após o termino do levantamento topográfico, com conclusão prevista para o cercamento até dezembro de 2014 (protocolo R0265201/2014, páginas 2818 – 2819). A alteração do prazo para cumprimento da condicionante foi deferida através do OF. Supram Jeq. nº. 13/2015 de 07/01/2015 (Protocolo nº 0007592/2015, página 3351). O empreendedor apresentou o relatório de cercamento das cavidades no dia 17/04/2015 (protocolo R0351751/2015, páginas 3614 -3639). Status da condicionante: Cumprida

Condicionante 8. Apresentar o programa de monitoramento de cavidades. Prazo: Até 60 dias após a concessão da licença. Análise: Em 25/04/2013 o empreendedor solicitou pedido de prorrogação de prazo para cumprimento da condicionante (Protocolo SIAM R375468/2013, páginas 1498-1513). A alteração do prazo para cumprimento da condicionante foi deferida através do OF. Supram Jeq. nº. 933/2013 de 29/05/2013 (Protocolo nº 1065305/2013, página 1883). O empreendedor apresentou o Programa de Monitoramento de Cavidades da PCH Serra das Agulhas no dia 23/07/2013 (páginas 1913 – 1924). Status da condicionante: Cumprida

Condicionante 9. Realizar o monitoramento espeleológico dos aspectos físicos e bióticos das cavidades, conforme programa aprovado pela SUPRAM. Prazo: Anualmente Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 10 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

Análise: O empreendedor apresentou dois relatórios anuais, referentes a 12 campanhas de monitoramento durante a instalação do empreendimento. As ações de monitoramento englobaram atividades para diagnosticar possíveis impactos advindos da instalação do empreendimento. Na execução do programa de monitoramento foi realizado a descrição da caverna PEA-0597 e contemplou a extensão das ações de monitoramento espeleológico a esta caverna. Como a caverna PEA – 0597, encontra-se próxima a estrada, foi formada uma barreira física por entulho de blocos e de areia provenientes da construção da pista, para evitar o aporte de agregados para o interior da caverna. O cercamento definitivo das áreas de influência das cavernas e instalada placas de aviso de restrição de acesso ao longo de todo o perímetro das áreas de influência, teve o resultado esperado, restringindo o acesso de operários e maquinas. Durante a primeira campanha de monitoramento foram instalados pontos fixos de fotografia na área de influência das cavernas para verificação de possíveis alterações das paisagens. As De acordo com os resultados não houve alteração nas condições de preservação da vegetação que impliquem em fragilização da área de influência das cavidades. As fotografias – controle internas não registraram alterações significativas no interior de nenhuma das cavernas. Durante a primeira visita de monitoramento foi realizado a limpeza de lixo seco antrópico observado no interior e nas redondezas das cavidades. Durante o monitoramento não foi observado incremento de lixo. De acordo com os estudos de caracterização espeleológica, constatou-se que a caverna PEA – 0405 possui grande instabilidade estrutural, devido ao alto grau de faturamento e a friabilidade de sua rocha matriz. Foi observado o desmoronamento de blocos na primeira campanha realizada antes do início de qualquer obra ou mobilização de maquinário. Porém, durante o monitoramento, não se discrepâncias significativas, alterando o ambiente. De acordo com o monitoramento biótico, a riqueza e abundancia da fauna cavernícola não apresentaram alterações significativas ao longo das campanhas. A biodiversidade esperada foi amostrada, constatando que são esperadas poucas espécies novas capazes de habitar os ambientes cavernícolas. O monitoramento da condição climática das cavernas, constatou alterações naturais impostas pelas variações no ambiente externo, sem registro de modificações severas. Observou-se que as temperaturas e umidade relativa de todas as cavernas são mais estáveis que o ambiente externo. Status da condicionante: Cumprida

Condicionante 10. Apresentar complementação dos estudos para atributo da IN 02/20098 MMA “Destacada Relevância Histórico-Cultural Religiosa” para a cavidade PEA 0411, já que foi encontrado sitio arqueológico contendo Pintura Rupestre, com o intuito de rever a classificação de relevância da cavidade. Prazo: Até 60 dias após a concessão da licença. Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 11 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

Análise: Em 25/04/2013 o empreendedor solicitou pedido de prorrogação de prazo para cumprimento da condicionante (Protocolo SIAM R375468/2013, páginas 1498-1513). A alteração do prazo para cumprimento da condicionante foi deferida através do OF. Supram Jeq. nº. 933/2013 de 29/05/2013 (Protocolo nº 1065305/2013, página 1883). Em 23/07/2013, o empreendedor apresentou documento de atendimento da condicionante (páginas 1925 – 1928). Status da condicionante: Cumprida

Condicionante 11. Comprovar a efetivação da relocação de área de Reserva Florestal Legal da Fazenda Ponte de Pedra (matrícula 10.461), nos termos do Art. 18º do Decreto Estadual 43.710/2004, onde está previsto uma intervenção necessária ao empreendimento. Prazo: Antes da intervenção na Fazenda Ponte de Pedra (matrícula nº. 10.461). Análise: Em 16/04/2014 o empreendedor solicitou pedido de alteração do prazo para cumprimento da condicionante (Protocolo SIAM R375468/2013, páginas 1498-1513), para que a comprovação da relocação da área de reserva legal seja realizada em até 180 dias após o início de implantação do empreendimento. A Supram Jequitinhonha não se manifestou sobre a solicitação. Em 15 de abril de 2014 o empreendedor solicitou a relocação da área de reserva legal, conforme o recibo de entrega de documentos nº. 0410777/2014, que gerou o processo de licenciamento ambiental – APEF nº. 2203/2014. A proposta de relocação de reserva legal foi analisada e considerada satisfatória, considerando que se tratar de uma área contigua a reserva legal já existente e possuir a mesma fitofisionomia. Portanto em 13/12/2016 foi firmado o Termo de Relocação de Área de Reserva Legal. Status da condicionante: Cumprida fora do prazo

Condicionante 12. Apresentar comprovante de quitação da Taxa Florestal e da Reposição Florestal referentes aos produtos e subprodutos florestais a serem gerados pelo empreendimento de que trata a Resolução Conjunta SEMAD/IEF nº. 1804/2013. Prazo: Antes do início da supressão vegetal. Análise: No dia 22/10/2013 o empreendedor apresentou os comprovantes de pagamento referente à taxa florestal dos produtos florestais oriundos da supressão de vegetação nativa para instalação do empreendimento (protocolo R0445222/2013, páginas 2122 a 2129). Porém, como em abril de 2013 havia sido cobrado apenas a Taxa Florestal por parte do órgão ambiental, sem a emissão do respectivo DAE para a reposição florestal, verificado tal omissão, em outubro de 2016 foram emitidos os DAEs referentes à reposição florestal. Assim, no dia 23/11/2016 o empreendedor apresentou os comprovantes de pagamento referente à taxa de reposição florestal. Dessa forma, como a omissão foi do órgão ambiental licenciador em não emitir os valores da reposição florestal, tal condicionante foi dada como cumprida, vez que o empreendedor assim que recebeu os referidos DAE’s, providenciou o seu pagamento. Status da condicionante: Cumprida.

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Condicionante 13. Apresentar documentação que comprove a negociação das áreas a serem afetadas pelo empreendimento, conforme determina a Resolução SEMAD 723/2008. Prazo: Antes do início da supressão de vegetação e/ou intervenção necessária ao empreendimento. Análise: Foi apresentado documentação em 29/04/2014 (R0136249/2014, pg.2386) que comprova a negociação das áreas afetadas pelo empreendimento (Contrato particular de promessa de cessão de direitos possessórios de imóvel rural da Fazenda Ponte de Pedras, Termo de acordo judicial referente a propriedade denominada Fazenda Andorinha e Termo de acordo judicial referente a propriedade denominada Fazenda Bueno). Status da condicionante: Cumprida

Condicionante 14. Protocolar, na Gerência de Compensação Ambiental do Instituto Estadual de Florestas, solicitação para abertura de processo de cumprimento da compensação por intervenção em área de preservação permanente, de acordo com o Art. 5º da Resolução CONAMA 369/2006. Prazo: Até 30 dias da publicação da decisão da URC que estabeleceu esta condicionante. Análise: No dia 18/04/2013 foi enviado ofício nº063/2013 junto ao Instituto Estadual de Florestas, onde foi solicitada a abertura de processo de cumprimento de compensação ambiental por intervenção em Área de Preservação Permanente (protocolo nº R0036522/2014, páginas 2195 a 2198). Primeiramente cumpre destacar, que quando da elaboração do parecer único que subsidiou a concessão da LI, o entendimento era de que tal compensação competiria ao IEF/MG, via Gerência de Compensação Ambiental- GCA. Porém , com a edição da Nota Orientativa SURA nº 02/2014, e posteriormente, com a Instrução de Serviço SEMAD nº 04/2016 ( que tornou sem efeitos a Nota Orientativa nº 02/2014), essa competência passou a ser do órgão ambiental licenciador, e nesse sentido, e em consonância com os procedimentos estabelecidos na norma em questão, foi apresentado pelo empreendedor o Projeto Técnico de Reconstituição da Flora – PTRF, de acordo com a Deliberação Normativa COPAM nº 76/2004, tendo sido o mesmo analisado e considerado satisfatório, o que culminou com a assinatura junto a SEMAD do Termo de Compromisso de Compensação Ambiental com fins de Recuperação de Áreas de Preservação Permanente – APP de fls.2196 e 2196, verso. Status da condicionante: Cumprida.

Condicionante 15. Protocolar, na Gerência de Compensação Ambiental do Instituto Estadual de Florestas, solicitação para abertura de processo de cumprimento da compensação por supressão de Mata Atlântica, de acordo com o § 4º do Art. 4º da DN COPAM 73/2004 e com o Art. 26 do Decreto Federal 6660/2008. Prazo: Até 30 dias da publicação da decisão da URC que estabeleceu esta condicionante. Análise: No dia 18/04/2013 foi enviado ofício nº064/2013 junto ao Instituto Estadual de Florestas, onde foi solicitada a abertura de processo de cumprimento de compensação por supressão de mata atlântica (protocolo nº R0036522/2014, páginas 2195 a 2197).

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Em atendimento a condicionante, o empreendedor apresentou proposta de compensação florestal para o Instituto Estadual de Florestas – IEF - Escritório Regional Alto Jequitinhonha. A proposta de Compensação Florestal foi aprovada na 71ª Reunião Ordinária da Câmara Temática de Proteção à Biodiversidade e de Áreas Protegidas - CPB do Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM, ocorrida em 07/10/2016. Em decorrência da aprovação da proposta de compensação, foi assinado com o Instituto Estadual de Florestas – IEF/MG no dia 16/12/2016 o Termo de Compromisso de Compensação Florestal, Constituição de Servidões Ambientais em Caráter Perpétuo (fls.2.255/2.231). Status da condicionante: Cumprida.

Condicionante 16. Apresentar comprovação de repasse e apresentação deste parecer juntamente com suas condicionantes a todas as empresas a serem contratadas para exercerem as atividades de implantação deste empreendimento hidrelétrico, objetivando a disseminação de informações quanto à obrigatoriedade de cumprimento das legislações ambientais e das deliberações da URC COPAM Jequitinhonha. Prazo: Antes de qualquer intervenção. Análise: Em 29/04/2014 foi protocolado junto à Superintendência Regional de Regularização Ambiental (SUPRAM) – Jequitinhonha, o ofício SA-027/14, onde é apresentado um CD contendo o Parecer Único n° 084981/2013, bem como o Plano de Controle Ambiental – PCA da PCH Serra das Agulhas, em atendimento a esta condicionante (protocolo SIAM nº R0136462/2014, páginas 2563 a 2568). Status da condicionante: Cumprida.

Condicionante 17. Apresentar confirmação da realização de convênios com respectivos órgãos governamentais competentes quanto à manutenção rotineira dos acessos entre Monjolos e as estruturas do empreendimento hidrelétrico, atendendo no mínimo as especificações da minuta do convênio apresentada em atendimento à condicionante constante no PU 021980716/2012. Prazo: Antes de qualquer intervenção em acessos. Análise: No dia 25/04/2013 foi protocolado (protocolo SIAM R375468/2013, páginas 1498 a 1513) um pedido de prorrogação do prazo para cumprimento desta condicionante. Porém, no dia 29/05/2013, a Superintendência Regional de Regularização Ambiental (SUPRAM) – Jequitinhonha, ratificou o prazo estabelecido anteriormente (protocolo 1065305/2013, páginas 1883 a 1893). No dia 06/05/2014, o empreendedor protocolou (protocolo R0145206/2014, páginas 2502 a 2503) pedido para alteração de prazo de cumprimento de condicionante para até 30 dias após o início das obras. Porém, não houve manifestação do órgão ambiental. Foi apresentado a minuta de convênio a ser firmado entre a Sigma e o DER/MG (protocolo R00145206/2014, páginas 2556 a 2562). No dia 23/06/2014 o empreendedor protocolou ofício solicitando a prorrogação do prazo para cumprimento da condicionante supracitada por 30 dias a contar do vencimento do prazo anteriormente solicitado. No dia 03/07/2014, foi apresentado o convênio firmado entre a Sigma e o

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DER/MG (protocolo R0209921/2014, páginas 2599 a 2612), referente ao atendimento integral desta condicionante. Status da condicionante: Cumprida.

Condicionante 18. Elaborar estudo de rompimento hipotético de barragem com respectiva caracterização das áreas inundáveis, devendo estudo em questão ser encaminhado á SUPRAM Jequitinhonha para ser apensado ao processo de licenciamento ambiental em pauta. Prazo: Antes da intervenção em área para implantação da barragem. Análise: Em 25/04/2013 o empreendedor solicitou pedido de alteração do prazo para cumprimento da condicionante na formalização da LO (Protocolo SIAM R375468/2013, páginas 1498-1513). A alteração do prazo para cumprimento da condicionante foi deferida através do OF. Supram Jeq. nº. 933/2013 de 29/05/2013 (Protocolo nº 1065305/2013, página 1883). Em 19/07/2016 (protocolo R0247580/2016, páginas 5976 – 6031), o empreendedor apresentou o estudo de rompimento hipotético de barragem. No dia 23/11/2016 o empreendedor apresentou a complementação do estudo (Construções atingidas pela onda gerada no rompimento do barramento – trecho entre barramento e Monjolos). De acordo com Inciso II, Art. 5º da Lei 12334/2010, a fiscalização da segurança de barragens caberá, sem prejuízo das ações fiscalizatórias dos órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) à entidade que concedeu ou autorizou o uso do potencial hidráulico, quando se tratar de uso preponderante para fins de geração hidrelétrica. Status da condicionante: Cumprida

Condicionante 19. Apresentar Outorga de Autorização da ANEEL, para o aproveitamento do potencial hidráulico, nos termos do art. 17 da Resolução ANEEL nº. 343/2008 c/c o art. 26, I da Lei Federal Nº. 9.427, 26 de dezembro de 1996. Prazo: Antes de qualquer intervenção para implantação das obras civis de engenharia (Prazo alterado pelo ofício SUPRAM JEQ n° 933/2013). Análise: No dia 25/04/2013 foi protocolado (protocolo SIAM R375468/2013, páginas 1498 a 1513) um pedido de prorrogação do prazo para cumprimento desta condicionante. No dia 29/05/2013, a Superintendência Regional de Regularização Ambiental (SUPRAM) – Jequitinhonha acatou o pedido de prorrogação de prazo da referida condicionante (protocolo 1065305/2013, páginas 1883 a 1893). No dia 26/09/2013, o empreendedor apresentou a Resolução Autorizativa da Aneel nº 4.246, de 16 de julho de 2013, que autoriza o empreendedor a implantar e explorar, sob o regime de produção independente de energia elétrica a PCH Serras da Agulhas nos municípios de Diamantina/MG e Monjolos/MG (protocolo R435141/2013, páginas 2119 a 2121). Status da condicionante: Cumprida.

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Condicionante 20. Definir nova área para implantação do canteiro de obras provisório nº. 01 devendo o mesmo ser proposto para área desprovida de vegetação e fora de área de preservação permanente ou de reserva legal, devendo constar ainda manifestação favorável do proprietário ou posseiro da área proposta. Prazo: Antes da implantação do canteiro provisório. Análise: Foi apresentado mapa de localização e estruturas referentes ao canteiro de obras provisório nº1 e fotografia da área, número de protocolo R0463892/2013 (página 2130). O local estava de acordo com o determinado na condicionante. Status da condicionante: Cumprida.

Condicionante 21. Apresentar comprovação de assinatura de convênio junto à Prefeitura Municipal de Diamantina para utilização de aterro controlado de disposição de resíduos sólidos urbanos. Prazo: Antes de qualquer intervenção. Análise: O empreendedor protocolou nesta superintendência no dia 03/04/2014, ofício SA- 022-14, referente a autorização da Prefeitura Municipal de Diamantina à destinação de resíduos não recicláveis no aterro controlado do município, em cumprimento à condicionante em questão (protocolo R0103829/2014, páginas 2303 a 2304). Status da condicionante: Cumprida.

Condicionante 22. Apresentar projeto arquitetônico com devida fundamentação de integração da área da casa de força e da subestação com o ambiente da cachoeira do Bueno. Prazo: Antes da intervenção em áreas da casa de força. Análise: No dia 24/01/2014 o empreendedor protocolou ofício AS-005-14, apresentando projeto arquitetônico com devida fundamentação de integração da área da casa de força e da subestação com o ambiente da cachoeira do Bueno (protocolo R0017317/2014, páginas 2199 a 2200). Status da condicionante: Cumprida.

Condicionante 23. Apresentado relatório informando as ações realizadas para a desmobilização dos canteiros de obra, devendo constar no mínimo à remoção e destinação de resíduos, reconformação topográfica, revegetação, cercamento e sinalização da área como “em recuperação”. Prazo: Sessenta dias após conclusão das obras de implantação Análise: Em vistoria observou-se que empreendedor já vem executando a desmobilização dos canteiros de obra. Porém, a conclusão da desmobilização e o início das atividades de recuperação encontra-se dentro do tempo para cumprimento. Portanto, a condicionante será mantida na fase de licença de Operação. Status da condicionante: Em cumprimento

Condicionante 24. Executar de todos os programas e projetos elaborados para o empreendimento, conforme cronogramas apresentados, devendo-se ainda observar as

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considerações técnicas descritas neste parecer para cada programa/projeto proposto. Prazo: Durante a vigência da LI Análise: De acordo com os documentos apresentados para o cumprimento das condicionantes, o empreendedor executou todos os programas e projetos elaborados para o empreendimento. Status da condicionante: Cumprida

Condicionante 25. Apresentar cópia do Diagnóstico, previsto no Programa de Educação Ambiental, a ser realizado junto aos proprietários trabalhadores rurais e comunidade escolar da área diretamente afetada e do entorno. Prazo: 90 dias após obtenção LI Análise: Foi protocolado em 14/08/2013 o diagnóstico do programa de Educação Ambiental – PCH Serra das Agulhas (R418440/2013, pág. 2056). O diagnóstico visava identificar os temas a serem abordados no programa de Educação Ambiental. Por meio do levantamento das escolas e entrevistas com diretora e supervisora em Conselheiro Mata e Rodeador definiu-se as escolas participantes, a forma de apresentação, o público alvo e temas a serem abordados. Foram realizadas entrevistas com os moradores e/ou proprietários das fazendas vinculadas a área de inserção do empreendimento determinando os temas, forma e horário das atividades de educação ambiental. Destaca-se que este público manifestou necessidade de ter mais informações sobre a PCH Serra das Agulhas sendo este tema incluído nas atividades a serem realizadas. A efetividade das ações será discutida na análise do relatório do programa de Educação Ambiental. Status da condicionante: Cumprida

Condicionante 26. Apresentar cópia do convênio a ser assinado com a Prefeitura Municipal de Monjolos para atendimento médico e hospitalar dos trabalhadores durante a instalação do empreendimento. Prazo: 30 dias antes do início das obras. Análise: Foi protocolado em 03/04/2014 documento R0103820/2014 convênio de cooperação entre SIGMA Energia S.A. e município de Monjolos onde a SIGMA comprometeu-se a efetuar repasse de quantia mensal fixa ao município através da secretaria municipal de saúde durante 24 meses a contar do início efetivo das obras de implantação da PCH Serra das Agulhas e a prefeitura comprometeu-se a destinar o recurso única e exclusivamente ao sistema de saúde municipal da forma disposta no Capítulo V do convênio. Status da condicionante: Cumprida

Condicionante 27. Apresentar relatórios comprovando a implantação das ações previstas nos Programas de Comunicação Social, Educação Ambiental, Saúde e Vigilância Epidemiológica, Alocação de Mão-de-obra, Segurança Pública, Proteção do Sítio Pardo Pequeno e Desenvolvimento Turístico Sustentável do Município de Monjolos. Prazo: Semestralmente após a obtenção da LI.

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Análise: o primeiro relatório foi apresentado em 26/09/2013, R435142/2013 (pág. 2110), com dados do período em que ainda não haviam sido iniciados as obras. Nesse período haviam sido realizados os diagnósticos apresentados nas condicionantes 25 e 31. O segundo relatório foi apresentado em 26/03/2014 (R0089906, pg. 2343), na época do relatório, setembro de 2013 a março de 2014, o empreendimento não havia sido implantado ainda não tendo sido executadas ações dos programas de Comunicação Social, Saúde e Vigilância Epidemiológica, Alocação de Mão de Obra, Proteção do Sítio Pardo Pequeno e Desenvolvimento Turístico Sustentável do Município de Monjolos. A partir do início das obras os programas começaram a ser executados conforme o PCA e apresentadas nos relatórios bimestrais com atualizações de dados de acordo com o cronograma do período até a protocolização do pedido de Licença de Operação. Status da condicionante: Cumprida

Condicionante 28. Apresentar relatórios comprovando a implantação das ações previstas no Programa de Gestão Ambiental. Prazo: Bimestralmente durante as obras, após semestralmente. Análise: O empreendedor apresentou 13 relatórios bimestrais, comprovando a implantação das ações previstas no programa de gestão ambiental. 1. Programa de Prevenção à Instalação de Focos Erosivos Foram realizadas duas campanhas de monitoramento abrangendo o período seco e chuvoso em toda a área de entorno imediato do futuro reservatório. De acordo com os relatórios apresentados não foram encontradas feições erosivas na ADAE do empreendimento. De acordo com os relatórios apresentados, a ausência de focos erosivos está relacionada ao isolamento da área, com poucas vias de acesso, aliado a morfologia de serras e escarpas que dificultam a acessibilidade e o emprego de atividades potenciais a instalação de processos erosivos. Em vistoria não foram observados focos erosivos.

2. Projeto de Remoção e Estocagem do Solo de Decapeamento As ações de remoção e estocagem do solo decapeado ocorreram durante a abertura de frentes de trabalho, tais como na área de implantação da casa de força, canteiros de obras, bota-foras e acessos. O substrato orgânico foi armazenado para posterior utilização em atividades de recuperação de áreas degradadas.

3. Programa de Recuperação de Áreas Degradadas De acordo com o relatório apresentado, foram realizadas ações de recuperação das áreas liberadas no acesso, trechos 1 a 5 e alças desativadas no trecho 2, com a utilização de mix de sementes, substrato orgânico e irrigação com caminhão pipa. O empreendedor deverá executar o Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas para recuperar as demais áreas alteradas para instalação do empreendimento.

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4. Programa de Monitoramento Climático Atendo o disposto o PCA, o empreendedor instalou a estação pluviométrica juntamente com as estações telemétricas nas coordenadas 18º20’53,70” S e 44º01’39,80 W, de acordo com projeto aprovado na ANA, em atendimento à Resolução Conjunta ANA ANEEL nº 3/2010.

5. Programa de Monitoramento Limnológico e da Qualidade da Água Foram realizadas 10 campanhas de monitoramento da qualidade das águas do rio Pardo Pequeno, com periodicidade trimestral. A primeira campanha foi realizada antes do início das obras no mês de abril de 2014. Os pontos de monitoramento da qualidade da água do rio Pardo Pequeno, no trecho de inserção da PCH Serra das Agulhas, estão apresentados na tabela abaixo.

Tabela 01: Descrição das estações de amostragem do programa de monitoramento limnológico e da qualidade das águas da PCH Serra das Agulhas.

X Y Os resultados das duas primeiras campanhas realizadas, nos meses de Abril de 2014, anterior ao início das obras, e Julho de 2014, representando a primeira campanha após o inicio das obras de construção do empreendimento, mostraram águas de boa qualidade, com alta taxa de enquadramento às diretrizes da DN COPAM/CERH nº 01/08. De acordo com os resultados do Índice de Qualidade das Águas – IQA, as águas das amostrais monitoradas foram classificadas como média e/ou boa, sendo que na maior parte dos casos as águas foram classificadas como de boa qualidade. Os resultados das campanhas realizadas nos meses de Outubro de 2014 e Janeiro de 2015 da etapa de implantação do empreendimento mostraram águas de média no mês de Outubro/14 e como boa no mês de Janeiro/15. De todos os parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos monitorados, os parâmetros coliformes termotolerantes, DBO, ferro solúvel, pH e óleos e graxas apresentaram ao menos uma infração aos limites legais. Os resultados das campanhas realizadas nos meses de Abril e Julho de 2015 da etapa de implantação do empreendimento mostraram águas de média e/ou boa qualidade no mês de Abril/15 e como boa no mês de Julho/15. De todos os parâmetros físicos, químicos e

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bacteriológicos monitorados, somente coliformes termotolerantes, DBO, OD, ferro solúvel, pH, fósforo total e mercúrio total apresentaram alguma infração aos limites legais. Os resultados das campanhas realizadas nos meses de Dezembro de 2015 e Fevereiro de 2016 da etapa de implantação do empreendimento mostraram águas de média qualidade no mês de Dezembro/15 e como média e/ou boa no mês de Fevereiro/16. De todos os parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos monitorados, somente coliformes termotolerantes, DBO, ferro solúvel, pH e turbidez apresentaram alguma infração aos limites legais. Os resultados das campanhas realizadas nos meses de Abril e Julho de 2016 da etapa de implantação do empreendimento mostraram águas de média e/ou ruim qualidade no mês de Abril/16 e como média e/ou boa no mês de Julho/16. De todos os parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos monitorados, somente coliformes termotolerantes, DBO, pH, sólidos em suspensão e turbidez apresentaram alguma infração aos limites legais. No geral, os resultados disponíveis das campanhas realizadas durante a etapa de implantação do empreendimento mostraram até o momento águas de média a boa qualidade, com alta taxa de enquadramento às condições e padrões de qualidade estabelecidos na Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 01/08. Em relação aos coliformes termotolerantes, constatou-se que os limites foram ultrapassados em várias amostras coletadas. Porém, observou-se que em algumas campanhas realizadas nos pontos a montante do empreendimento, os coliformes termotolerantes já estavam acima do limite estabelecido. Em relação à DBO, observou-se que nas amostras coletadas a montante do empreendimento, os limites já estavam acima do estabelecido. Os valores de pH apresentaram-se abaixo do limite estabelecido, desde a primeira campanha antes de qualquer intervenção na área do empreendimento. Na campanha realizada no mês de julho de 2015, observou-se que o parâmetro mercúrio total, encontra-se acima do limite estabelecido. Porém, constatou-se que o valor já estava acima na coleta a montante do empreendimento. Em relação à turbidez, nas campanhas realizadas no mês de dezembro de 2015 e abril de 2016, os parâmetros ficaram muito acima do limite estabelecido. Portanto, foi lavrado o Auto de Infração nº. 96511/2016. Não houve o registro de exemplares de macrófitas aquáticas com características invasoras ou que possam vir a causar problemas na operação do futuro reservatório da PCH Serra das Agulhas.

6. Projeto de Infra Estrutura de Saneamento e Desmobilização do Canteiro de Obras Para as obras da PCH Serra das Agulhas foram implantados 3 canteiros de obras, sendo um na área do barramento, um na área da casa de força e um na área da janela do túnel. Em todos os canteiros foram instalados sistemas de controle dos efluentes líquidos sanitários e industriais, drenagens pluviais e depósito para armazenamento temporário de resíduos sólidos. Em vistoria verificou-se que algumas estruturas já foram desmobilizadas. Portanto, o empreendedor deverá apresentar relatório contendo as ações de

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desmobilização adequada dos canteiro de obras utilizados na instalação do empreendimento.

7. Programa de Automonitoramento Referente às Emissões Atmosféricas, Efluentes e Resíduos Quanto ao tratamento e destinação de resíduos sólidos foram apresentadas tabelas descriminando os resíduos (origem, classe, taxa de geração) e destinação final (transportadores e disposição final) além de fotografias comprobatórios. A destinação final apresentada foi adequada. Para reduzir a poeira no canteiro de obras e próximo às residências foi realizada aspersão de água nas vias utilizando caminhões pipa em horários pré-determinados, conforme monitoramento socioeconômico esta medida não foi suficiente uma vez que foi recorrente as reclamações dos moradores quanto ao aumento da poeira. Pela redução dos veículos e pessoas durante a operação do empreendimento não será necessária continuidade deste procedimento. Foram monitorados os efluentes dos sistemas de tratamento de esgoto sendo um sistema instalado no canteiro de obras do barramento e dois sistemas de tratamento instalados no canteiro de obras da casa de força, um responsável pelos efluentes provenientes do restaurante e escritórios e outro pelos efluentes dos sanitários. Os efluentes tratados são infiltrados no solo, não sendo lançados em cursos d’água. O tratamento das fossas sépticas e caixas de gorduras foi feito com utilização do produto biodegradador de resíduos orgânicos. A fossa instalada no canteiro de obras do barramento apresentou problemas quanto à eficiência em abril de 2016 sendo feitos os devidos reparos e normalizando em julho de 2016. Os efluentes oleosos passaram por caixa separadora de água e óleo (SAO). As caixas SAO monitoradas tratam os efluentes oriundos do túnel de adução (SAO1) na área da casa de força, efluentes gerados na lavagem de betoneiras e caminhões no canteiro da casa de força (SAO2) e os efluentes drenados do túnel de adução no canteiro do barramento (SAO3). Os efluentes tratados são lançados no rio Pardo Pequeno. Os resultados mostraram que os efluentes oleosos do canteiro de obras foram lançados fora do padrão lançamento especificados na DN COPAM/CERH nº 01/08 para: pH, sólidos suspensos totais, sólidos sedimentares e surfactantes em algumas ocasiões. A caixa SAO da casa de força e dos efluentes drenados do túnel de adução no canteiro do barramento que apresentaram Quando identificados lançamentos fora do padrão foram feitas adequações no sistema visando atender à legislação ambiental, no entanto, não foi suficiente para a caixa SAO da casa de força uma vez que os sólidos suspensos totais na caixa SAO da casa de força estavam fora dos parâmetros em todas as análises exceto a de abril de 2015. Ressalta-se que estes parâmetros não estavam fora dos limites estabelecidos para classificação do curso d’água quando da análise dos dados de qualidade da água no programa Monitoramento Limnológico e da Qualidade da Água. Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 21 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

8. Projeto de Salvamento e Conservação da Flora O relatório apresentado demonstra as atividades de acompanhamento da frente de abertura e melhoria dos acessos visando a relocação de espécies da flora dentro da área diretamente afetada. A remoção dos exemplares foi feita de forma cuidadosa, visando a preservação da integridade radicular. Para isso, as plantas foram retiradas juntamente com parte significativa do substrato ao qual as mesmas se encontravam. Os transplantes foram feitos da forma mais ágil possível, imediatamente no entorno das áreas em processo de intervenção visando garantir maior sucesso na adaptação dos indivíduos. Durante os trabalhos de supressão para abertura e melhoria dos acessos foi realizada relocação de mudas encontradas na área de intervenção direta, especialmente de representantes das famílias Bromeliaceae, Orquidaceae, Cactaceae e Araceae. Foi realizada campanha para coleta de sementes na área de entorno do empreendimento. Procurou-se coletar sementes de espécies típicas de todas as fitofisionomias que ocorrem na região como a Mata ciliar/ Galeria, o Cerrado lato sensu e a Floresta Estacional Decidual. Em janeiro de 2016 foi realizada campanha para coleta de sementes disponíveis na área de entorno do empreendimento. As sementes foram coletadas em diversos indivíduos de pequis (Caryocar brasiliense), localizados ao longo do acesso que leva até o Barramento.

9. Programa de Limpeza da Área do Reservatório Objetiva apresentar os procedimentos para remoção da vegetação nativa presente na área diretamente afetada pelo empreendimento. Durante os meses de maio, junho e julho de 2014 ocorreu as atividades de limpeza das áreas destinadas às melhorias e aberturas de acessos, bem como a supressão nas áreas de infraestrutura, bota-fora e canteiro de obras de PCH Serra das Agulhas. O material lenhoso foi enleirado, para posterior destinação. No momento da vistoria, o empreendedor estava terminando a limpeza da área que será alagada.

10. Projeto de Combate e Prevenção a Incêndios Florestais da ADAE Objetiva planejar ações estratégicas para se prevenir e minimizar a ocorrência de incêndios na área de entorno e diretamente afetada pela PCH Serra das Agulhas, e de controlar sua propagação. Durante a última semana do mês de julho de 2014 ocorreram focos de incêndio na área de entorno do empreendimento. Como forma de prevenir novos focos de incêndios foi elaborada e distribuída uma cartilha para conscientização de trabalhadores da obra e moradores da ADA. A cartilha abordou as principais formas de se evitar incêndios em propriedades rurais, como a construção de aceiros e a prática da queima controlada. Para prevenir incêndios nos canteiros de obras, o tema “como prevenir incêndios florestais” foi rotineiramente abordado nos DDS- Diálogo Diário de Segurança. Conforme previsto, no mês de maio de 2015 foi realizado o treinamento da brigada de incêndio. No mês de julho de 2016 foi ofertado um curso de formação de brigada de incêndio para os moradores de Monjolos, Rodeador e Conselheiro Mata, a divulgação foi Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 22 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

feita através de cartazes e cartas formais que foram entregues para os proprietários das fazendas no entorno do empreendimento. No momento da vistoria estava ocorrendo um curso de brigada de incêndio junto ao Corpo de Bombeiros.

11. Programa de Reflorestamento das Margens do Reservatório e Implantação da Área de Preservação Permanente O programa visa restaurar a vegetação ciliar (área de preservação permanente) no entorno do futuro lago a ser formado após instalação do empreendimento. Vale ressaltar, porém, que a área da APP do reservatório do empreendimento é integralmente ocupada por vegetação nativa em bom estado de conservação. Assim, o plantio de mudas mostra-se desnecessário, de forma que ações de plantio deverão ser direcionadas para as áreas degradadas pelas obras.

12. Projeto de Monitoramento da Avifauna O programa foi realizado conforme proposto: campanha de monitoramento antes do início das obras e quatro campanhas de monitoramento trimestrais durante um ciclo hidrológico completo e relatório consolidado ao final. As áreas foram percorridas por meio da técnica de transectos de varredura e foram identificados indícios reprodutivos. A determinação dos pontos amostrais levou em consideração os pontos apresentados para atendimento da condicionante Nº 2 do Anexo I do Parecer Único 084981/2013 que propunha 11 pontos para o monitoramento mas com base nas observações “in loco” e de acordo com análise preliminar de relevância dos ambientes na área de estudo para a avifauna essa rede amostral foi ampliada para 25 pontos de observação e escuta. Com a realização de cinco campanhas de campo os resultados oferecem dados pontuais da distribuição espacial e sazonal da comunidade observada onde foram registradas espécies migratórias, endêmicas e exemplares de espécies em estado de ameaça. Durante o monitoramento foram registradas 194 espécies de aves distribuídas em 46 famílias e 20 ordens, 25 espécies foram identificadas apenas nos levantamentos qualitativos durante os deslocamentos realizados entre os pontos fixos estabelecidos. Esses valores representam 25% das espécies registradas para Minas Gerais. Foram registradas duas espécies com algum grau de ameaça a Phylloscartes Roquettei e Poospiza cinérea sendo que somente esta foi registrada nas áreas de influência direta da área de inserção da PCH Serra das Agulhas. Não houve mais registro de Augastes scutatus que foi registrada durante confecção do EIA. Embora ocorram influências antrópicas consolidadas, os Campos Rupestres da região podem ser considerados ainda em bom estado de preservação, o que permite a ocorrência de espécies campestres de comportamento mais sensível como, Polystictus superciliaris, Porphyrospiza caerulescens, Poospiza cinerea, Neothraupis fasciata, Charitospiza eucosma.

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Os registros pontuais das espécies de maior valor conservacionista podem ser utilizados como fatores elucidativos da qualidade ambiental dos ambientes. De maneira geral, a avifauna levantada indica alto valor conservacionista para os ambientes em melhor estado de conservação, que compreendem áreas de Campos Rupestres, formações de Cerrado e formações florestais. As populações mais sensíveis da avifauna do estudo são sustentadas pelos ambientes florestais, pelas capoeiras de cerrado, e pelos campos rupestres. As formações de Cerrado são as mais amplamente utilizadas pela avifauna e é a fitofisionomia predominante na área do estudo com um total de 101 registros. Durante os levantamentos de campo para elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da PCH Serra das Agulhas foram registradas espécies consideradas de interesse ecológico para a região do Espinhaço, dentre elas o beija-flor-de-gravata-verde (Augastes scutatus), espécie endêmica dos campos rupestres do setor centro-meridional da Serra do Espinhaço, bem como o papa-moscas-de-costas-cinzentas (Polystictus superciliares) e o rabo-mole-da-serra (Embernagra longicauda), que são espécies incomuns que ocorrem principalmente nos campos rupestres do sudeste do Brasil. Além destas, durante os estudos de monitoramento também se registrou a presença da Poospiza cinerea, Eothraupis fasciata, Porphyrospiza caerulescens e Charitospiza eucosma, que são espécies endêmicas do bioma do Cerrado, de hábitos sensíveis a alterações do meio ambiente segundo literatura especializada. Outra espécie evidenciada como de grande importância nos estudos de monitoramento é a Phylloscartes roquettei, que é uma espécie típica de ambientes florestais de mata seca, de ecologia muito pouco conhecida, é atualmente categorizada em níveis de ameaça em âmbito global, nacional e estadual. Quanto ao sub-programa de monitoramento de espécies endêmicas da avifauna foi registrada uma espécie considerada endêmica da Caatinga, 05 espécies consideradas endêmicas da Mata Atlântica, 08 espécies consideradas endêmicas do Cerrado e 11 espécies consideradas endêmicas do Brasil. As variações de riqueza observada entre as campanhas de campo não descrevem influência significativa das alterações ambientais promovidas com a instalação do empreendimento para a avifauna. Nas áreas de influência direta do empreendimento, os principais registros de espécies foram realizados repetidamente durante as cinco campanhas de campo. A curva do coletor apresenta um crescimento contínuo para o registro de espécies, com leve tendência à estabilização ao final das amostragens, indicando que para atingir a assíntota total da curva de acumulação faz -se necessária a continuidade das coletas de dados em campo. A curva de rarefação (número de espécies esperado baseado no número de indivíduos) representa um crescimento lento e contínuo para os registros de espécies. O grau de inclinação da curva confirma a constância nos registros das espécies mais comuns, o que permite dizer que os levantamentos de aves foram satisfatórios para os períodos de amostragens.

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Os responsáveis pelo estudo indicaram que apesar dos registros consideráveis obtidos nos estudos as estimativas alcançadas através das análises quantitativas indicam que a avifauna não foi totalmente amostrada, principalmente devido à dificuldade de detecção das espécies mais raras sendo necessária a continuidade. Foi proposto pelos responsáveis pelos estudos que durante a etapa de operação os esforços sejam direcionados ao levantamento de espécies de aves em áreas de Capoeiras de Cerrado e nos Campos Rupestres situados em áreas próximas às margens do rio Pardo Pequeno, onde, devido à alteração do ecossistema, poderão ocorrer impactos mais evidentes sobre a avifauna. Os técnicos desta superintendência entendem que podem ser incluídos novos pontos de monitoramento mas devem ser mantidos todos os pontos de monitorados durante a implantação incluindo os próximos a área de empréstimo de argila que será revegetada, próximos à casa de força e demais locais onde não haverá novas intervenções de forma a identificar os impactos após implantação e confirmar o restabelecimento da comunidades faunísticas nos locais. Considerando os dados apresentados, as campanhas após enchimento do reservatório e o início da operação deverão ser realizadas nos mesmos pontos amostrados sendo quatro campanhas semestrais durante dois anos seguindo mesma metodologia. Deverão ser elaborados relatórios parciais e um conclusivo anual que deverá ser enviado à SUPRAM Jequitinhonha após conclusão de cada etapa. O relatório consolidado deverá incluir análise entre o monitoramento no EIA, implantação e operação do empreendimento.

13. Projeto de Monitoramento da Herpetofauna O programa foi realizado conforme programa proposto para etapa de implantação do empreendimento: campanha de monitoramento antes do início das obras e quatro campanhas de monitoramento trimestrais durante um ciclo hidrológico completo e relatório consolidado ao final. Foram selecionados 14 pontos de amostragem que compreenderam as principais drenagens inseridas nas áreas de influência do empreendimento onde se encontram corpos d’água localizados em áreas mais bem preservadas, áreas campestres de Cerrado e Campos Rupestres visando abranger os principais ambientes de ocorrência da herpetofauna. Foram registradas trinta e uma espécies, sendo vinte e um anfíbios, pertencentes a sete famílias e onze espécies de répteis pertencentes a sete famílias. Os resultados das campanhas descrevem uma área com elevada riqueza e diversidade de espécies. A composição registrada apresenta-se altamente heterogênea, onde foi verificado um grande número de espécies intolerantes as ações antrópicas em seu meio, inclusive espécies endêmicas e ameaçadas, além das espécies de ampla distribuição geográfica e tolerantes a impactos comuns em diversas localidades. Avaliando a taxocenose (um grupo de espécies com identidade taxionômica que pode ou não possuir similaridade em suas distribuições geográficas ou papéis ecológicos) observou-se que, aparentemente, encontra-se em equilíbrio populacional, pois tanto dentre

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as espécies mais abundantes quanto dentre as menos abundantes existem espécies com requisições ecológicas distintas. As espécies mais dominantes, em porcentagem, na localidade foram espécies altamente tolerantes a impactos de origem antrópica. H. albopunctatus, registradas em doze pontos e R. rubescens, registrada em dez pontos. Esse dado aponta um importante resultado, pois o monitoramento das áreas de ocorrência dessas espécies pode dar informações acerca da dispersão de espécies generalistas em áreas recém antropizadas na localidade e permite avaliar o grau de pressão populacional que vem ocorrendo na área. Algumas espécies de cunho generalista, como Hypsiboas albopunctatus e Rhinella rubescens, foram registradas em pontos onde foram realizados importantes registros, como dos anuros Thoropa megatympanum, Hypsiboas cipoensis e Bokermannohyla alvarengai. A colonização de ambientes por espécies generalistas deve ser constantemente avaliada na localidade com o intuito de se evitar a sobreposição de nichos, o que pode causar extinções locais de espécies mais sensíveis. Para se evitar pressões populacionais na área de estudo é de vital importância a manutenção de porções de hábitats naturais na área. Através da análise da curva de rarefação de espécies e acumulação, notou-se que mais espécies tendem a ser registradas na região. Dentre os anfíbios, foram registrados diversas espécies endêmicas da Serra do Espinhaço como: Hypsiboas cipoensis, Bokermannohyla saxicola; Bokermannohyla alvarengai, Bokermannohyla nanuzae, Scinax machadoi , Thoropa megatympanum, Scinax curicica e Crossodactylus bokermanni; típicas do bioma do Cerrado como a Rhinella rubescens; espécies típicas de áreas de transição entre Cerrado e Mata Atlântica como a Ischnocnema juipoca, Rhinella pombali e Leptodactylus jolyi; além de espécies de ampla distribuição geográfica encontrada em diversos biomas como a Hypsiboas albopunctatus, Dendropsophus minutus, Leptodactylus furnarius, Leptodactylus fuscus, Leptodactylus labyrinthicus, Leptodactylus latrans, Physalaemus cuvieri, Leptodactylus mystacinus e Elachistocleis ovalis. Nota-se, então, que a área amostrada possui uma grande riqueza de espécies de anfíbios endêmicas à Serra do Espinhaço, sendo assim prioritária a conservação dessas espécies. Durante as campanhas de campo foi registrada uma espécie considerada ameaçada de extinção, o anuro Hypsiboas cipoensis considerado como quase ameaçado. Entre as espécies de anuros registradas no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da PCH Serra das Agulhas foi identificada a perereca Bokermannohyla alvarengai que possui registro restrito à Cadeia do Espinhaço, foi confirmada a presença na área tendo sido registrada nos monitoramentos. A rãzinha Pseudopalodicola mineira, espécie também restrita ao Espinhaço não foi registrada durante as campanhas de monitoramento. Entre os répteis, foi registrado um lagarto do gênero Kentropix, o qual foi informado de que necessita de estudos de revisão da sistemática do grupo, podendo até ser identificada como uma nova espécie, no entanto não houve registro durante o monitoramento. Nesse estudo, foram consideradas como bioindicadoras de boa qualidade ambiental as espécies que menos toleram modificações em seu ambiente, além de espécies endêmicas Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 26 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

e ameaçadas. Neste contexto, cita-se os anfíbios: Hypsiboas cipoensis, Bokermannohyla saxicola, Bokermannohyla alvarengai, Bokermannohyla nanuzae, Scinax machadoi, Scinax curicica, Crossodactylus bokermanni , Thoropa megatympanum e Leptodactylus jolyi, que correspondem a 30% do total de espécimes encontrados, apontando para uma boa qualidade ambiental da área amostrada e para a necessidade da proteção dos hábitats dessas espécies visando a manutenção da diversidade local. O programa terá continuidade na etapa de enchimento do barramento e geração de energia seguindo a mesma metodologia. Na continuidade do monitoramento durante essa etapa espera-se identificar as espécies beneficiadas, as que eventualmente desaparecerão ou mesmo algumas novas que vierem a se estabelecer devido aos novos ambientes inundados e/ou formados.

14. Programa de Monitoramento da Mastofauna O programa foi realizado conforme programa proposto para etapa de implantação do empreendimento: campanha de monitoramento antes do início das obras e quatro campanhas de monitoramento trimestrais durante um ciclo hidrológico completo e relatório consolidado ao final. Para o monitoramento da mastofauna foram selecionados quatro pontos em campo cerrado, mata ciliar e mata aberta para o monitoramento de pequenos mamíferos; quatro pontos de armadilhagem por meio de câmeras trap em campo rupestre com cerrado arbustivo e afloramento de quartzo, mata ciliar em processo de regeneração, campo cerrado e mata ciliar visando o registro de exemplares de espécimes de médio e grande porte. Além disso, foram estabelecidos três transectos de observação e censo de vestígios de ocorrência e rastro de lontra (Lontra longicaudis) em campo cerrado e mata ciliar. Foram registradas 20 espécies de mamíferos terrestres, 10 pertencem ao grupo dos pequenos mamíferos não voadores terrestres e 10 ao grupo dos mamíferos terrestres de médio e grande porte. De acordo com a literatura especializada a riqueza registrada no estudo corresponde a 18,35% da riqueza conhecida para o Espinhaço. Os estudos apresentaram possível relação das espécies registradas com os ambientes disponíveis na área de inserção da PCH Serra das Agulhas e forte influência da estratificação vertical do ambiente na ocorrência das espécies, como é comumente observado na Serra do Espinhaço de uma forma geral. Todas estas espécies registradas nos levantamentos de campo para compor o EIA também foram registradas durante o monitoramento na etapa de implantação, são elas: Gracilinanus agilis, Monodelphis domestica, Cerdocyon thous, Cerradomys subflavus, Cavia aperea, Thrichomys apereoides, Sylvilagus brasiliensis e Callithrix penicillata. Foi confirmada a ocorrência das seguintes espécies ameaçadas de extinção apontadas como de provável ocorrência no EIA: Chrysocyon brachyurus, Lycalopex vetulus, Lontra longicaudis e Puma concolor. A confirmação destas espécies na área de inserção da PCH Serra das Agulhas é relevante constituindo bons indicadores para o monitoramento da

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mastofauna na etapa de operação e refinamento da avaliação dos impactos ambientais do empreendimento sobre o grupo. As espécies Cerradomys subflavus e Thrichomys apereoides foram registradas exclusivamente em associação às drenagens, inclusive o rio Pardo Pequeno, em cotas de altitude próximas de 1000 metros, áreas em melhor estado de conservação; Callithrix penicillata e Didelphis albiventris foram registradas exclusivamente em áreas com cotas menores de altitude (abaixo de 550 metros). Indícios de ocorrência de espécies de maior porte, como Puma concolor e Cerdocyon thous, apesar de serem espécies com ampla área de vida, também foram registradas exclusivamente em áreas mais elevadas de Campos Rupestres. Foram registradas espécies cinegéticas, que sofrem com a pressão de caça, a Hydrochoerus hydrochaeris (capivara), Dasypus novemcinctus (tatu galinha), Cavia aperea (preá), Mazama americana (veado mateiro), Dasyprocta sp. (cutia) e Kerodon rupestris (mocó), pois são utilizadas na alimentação das comunidades locais. Das espécies registradas até o momento, algumas são tidas como reservatório de doenças, são elas: Callithrix sp., C. thous, D. novemcinctus, D. albiventris e L. vetulus. Foram registradas seis espécies que figuram em alguma categoria de risco: P. concolor (sussuarana) e K. rupestris (mocó), espécies vulneráveis segundo MMA (2014); L. longicaudis (lontra), espécie quase ameaçada segundo a IUCN (2015) e vulnerável segundo COPAM – 2010; Myrmecophaga tridactyla (tamanduá-bandeira) – vulnerável segundo COPAM (2010) e MMA (2014), Lycalopex vetulus (raposinha) – Vulnerável (MMA 2014) e Chrysocyon brachyurus (lobo-guará) – Vulnerável (COPAM – 2010, MMA 2014). O tamanduá- bandeira foi registrado apenas por meio de entrevistas executadas durante a primeira campanha. Já o lobo-guará foi registrado através de entrevista durante a primeira campanha e através de pegadas na segunda campanha, e Lycalopex vetulus foi registrado através de registro indireto e visual na quarta campanha. P. concolor e L. longicaudis foram registradas por meio de pegadas e K. rupestris por meio de registro visual. Destas quatro haviam sido registradas no EIA da PCH Serra das Agulhas a Chysocyon brachyurus, Lontra longicaudis, Myrmecophaga tridactyla e Puma concolor. O tatu canastra (Priodontes maximus) foi identificado no EIA, no entanto, não foi encontrado durante o monitoramento. Foi considerado pelos executores dos monitoramentos que os levantamentos permitiram obter informações básicas, mesmo que os dados apresentados estejam subestimados, constituem elementos consistentes de análise, pois espécies bioindicadoras, ameaçadas e endêmicas foram registradas no estudo, constituindo um bom background de informações para comparações com os dados a serem obtidos durante a operação da PCH Serra das Agulhas. Na segunda etapa, durante o período de operação do empreendimento, deverão ser analisados como esse grupo reagirá frente às mudanças de seus habitats devendo ser apresentados nos relatórios propostas de medidas mitigadoras para os impactos detectados pelo monitoramento. Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 28 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

Monitoramento de pequenos mamíferos voadores – quirópteros Foram realizadas campanhas de campo nos meses de julho e novembro de 2014 e em janeiro, abril e agosto de 2015. Foram definidos pontos próximos ao barramento em quatro pontos de amostragem em áreas de Cerrado stricto sensu, Campo Rupestre, em áreas de transição entre estas duas fitofisionomias e em 11 cavidades e abrigos presentes na área de amostragem. Os morcegos capturados forma marcados com anilhas enumeradas de metal. Não foram registrados nenhum espécime nas cavidades. Devido às características da região de implantação da PCH Serra das Agulhas que fornecem uma variedade de abrigos aos quirópteros as espécies podem se dispersar e migrar para outros locais. As cavidades possuem também características que impedem o acesso do homem favorecendo a formação de inúmeras microfeições espeleológicas restritas que permanecem preservadas de possíveis distúrbios e seguras contra predadores, o que pode levar morcegos a utilizarem estes locais com maior frequência que outros ambientes de uma mesma caverna. Nas campanhas de monitoramento foram registradas 10 espécies. Observando-se a estruturação da comunidade através das guildas, foram amostradas quatro espécies frugívoras, cinco nectarívoras, uma insetívora e uma hematófaga, evidenciando a predominância de espécies frugívoras e nectarívoras. A ausência de espécie insetívoras na amostragem foi justificada pelo fato destas espécies, forrageadoras ativas, apresentarem um padrão de voo mais alto, não sendo capturadas com frequência em redes de neblina. Devendo ser utilizadas técnicas que abranjam quirópteros insetívoros na continuidade do monitoramento. Algumas das espécies registradas são consideradas bioindicadoras de ambientes menos conservados e sua abundância é relacionada a ambientes alterados, como é o caso de Anoura geoffroyi, Anoura caudifer, Glossophaga soricina, Desmodus rotundus, Platyrrhinus lineatus e Artibeus lituratus que por possuírem maior plasticidade alimentar são capazes de explorar uma maior variedade de ambientes, em comparação com espécies mais exigentes em termos de recursos, principalmente comida e abrigo. Foram registradas espécies pertencentes a gêneros intimamente associados a cavidades naturais como Micronycteris megalotis, Lionycteris spurrelli e Lonchophylla sp. que são, também, comumente registradas em ambientes com pouca ou nenhuma influência antrópica. A presença destas espécies na área de influência da PCH Serra das Agulhas deve estar mais associada a estes dois fatores, abundância de cavidades e grau de conservação da área. Cita-se também Chiroderma doriae, que incialmente era uma espécie encontrada somente na Mata Atlântica, mas que tem sido registrada em outros ambientes como o Pantanal e ambientes de Cerrado em Minas Gerais, embora a quantidade de informação disponível sobre a espécie ainda seja reduzida.

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Durante a busca por abrigos diurnos foi registrada uma colônia com indivíduos de Platyrrhinus lineatus em um forno de carvão abandonado, próximo à estrada que leva ao empreendimento. Das 10 espécies capturadas durante o monitoramento apenas Desmodus rotundus pode ser considerada de interesse econômico uma vez que é uma espécie de morcego que se alimenta de sangue de mamíferos, representa um importante vetor da raiva, principalmente para equinos e bovinos. Com base na análise na riqueza estimada para a área de estudo foi possível inferir que área abrigue uma riqueza ainda maior de quirópteros, a julgar que a guilda de morcegos insetívoros não foi amostrada com as técnicas de amostragem utilizadas. As intervenções na área do empreendimento devido às obras e supressão da vegetação podem exercer influência de maneira temporária na dinâmica das espécies uma vez que a área de implantação da PCH Serra das Agulhas possui variedade na disponibilidade de abrigos aos quirópteros, característica que pode ser considerada como um atenuante de impactos sobre os grupos, que podem encontrar abrigo em locais livres das interferências indiretas das atividades de implantação do empreendimento. Devendo voltar a padrões normais tão logo as obras finalizem e os fatores dispersivos cessem. Durante a operação serão realizados novos monitoramentos que comparados aos dados destas campanhas permitirão, durante a fase de operação, subsidiar medidas específicas de conservação quando pertinentes.

15. Programa de Acompanhamento de Desmate e Eventuais Ações de Salvamento, Triagem e Destinação da Fauna Foram apresentadas no 2º e 3º Relatório Bimestral as ações executadas. As atividades foram realizadas conforme programa proposto durante as atividades de limpeza das áreas pertinentes à construção do empreendimento e terá continuidade durante a limpeza e enchimento do reservatório. As atividades de resgate de fauna foram executadas com autorização para manejo de fauna silvestre Nº 012/2014 da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD). Foram apresentados os resultados do acompanhamento por biólogos das ações de supressão da vegetação para abertura dos acessos e das áreas de infraestrutura da PCH Serra das Agulhas, constituindo a 1º fase do programa. O afugentamento prévio da fauna foi propiciado devido à dificuldade de avanço das frentes de desmate imposta pela topografia, além das características da vegetação, predominantemente herbáceo-arbustiva, apresentando uma fauna de vertebrados associadas naturalmente pouco diversa. Durante a campanha foram verificadas tocas, abrigos e ninhos. Não foi necessário resgate de nenhum individuo, tendo sido avistado alguns animais em dispersão passiva (tatu-peba, téiu, lagarto, veado, entre outros), identificados rastros de animais e dois ninhos foram encontrados com filhotes e demarcados sendo a área liberada após verificado que os filhotes tinham dispersado passivamente. Foi encontrado um cachorro-do-mato atropelado, Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 30 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

distante da obra, que foi congelado e encaminhado para coleção de referência do Museu de Ciências Naturais da PUC-MG. As ações de acompanhamento foram retomadas com o início da supressão da vegetação na área do reservatório, agosto de 2016, com devida autorização segundo 13º Relatório Bimestral. Os relatórios desta etapa devem ser apresentados após finalização das atividades junto ao das atividades realizadas durante o enchimento do reservatório. Foi adaptado um contêiner para ser Centro de Triagem de Animais da PCH Serra das Agulhas em primeiro de agosto de 2016. Os resultados apresentados até o momento demostram que o programa cumpriu seu objetivo.

16. Programa de Capacitação da Equipe de Resgate e Prevenção Contra Acidentes Ofídicos Em fase anterior à limpeza da área destinada ao reservatório da PCH Serra das Agulhas foi realizada em parceria com o Programa de Comunicação Social uma campanha para prevenção de acidentes com animais peçonhentos com distribuição de folder e afixação de cartazes sobre prevenção de acidentes com animais peçonhentos em locais de grande visibilidade no canteiro de obras. A forma de capacitar mostrou-se eficiente uma vez que não foram registrados acidentes com animais peçonhentos no programa de saúde.

17. Programa de Monitoramento da Ictiofauna – Fase Pré – Barramento O monitoramento ocorreu seguindo o PCA, com atividades de monitoramento trimestrais, sendo as amostragens da fase de construção executadas em cinco pontos do Rio Pardo Pequeno, um no centro do futuro barramento, no remanso do barramento, próximo à barragem, a jusante da barragem e a jusante da casa de força e em dois pontos adicionais em dois córregos. Foram elaborados relatórios parciais de cada campanha e apresentado relatório final consolidado. Durante as campanhas de campo foram capturados um total de 692 exemplares de peixes, distribuídos em 35 espécies (no EIA haviam sido identificadas 31), 30 gêneros, 17 famílias e 04 ordens. Foram registradas pelo menos 25 espécies nativas da bacia do rio São Francisco, das quais 06 são espécies endêmicas e 02 são espécies migradoras. Foi registrada uma espécie exótica, a tilápia (Tilapia aff. rendalli), espécie amplamente difundida no mundo através de atividades de piscicultura e que possui facilidade em invadir ambientes onde é introduzida especialmente os lênticos. Foi registrada uma espécie contida em listas estaduais e brasileira de espécies ameaçadas de extinção, a piabanha (Brycon nattereri) que é nativa das bacias do Alto Paraná, São Francisco e Alto Tocantins, geralmente sendo encontrada em rios de porte médio com mata ciliar preservada. Dados obtidos em entrevistas com pescadores locais e proprietários de áreas próximas ao rio indicam também a ocorrência de outras espécies exóticas à bacia, tais como carpa, bagre africano e tambaqui, provenientes de tanques criadouros situados próximos às margens.

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As espécies migradoras e a ameaçada registradas durante o monitoramento ocorreram apenas em pontos a jusante da casa de força da PCH Serra das Agulhas. A tilápia foi registrada na área do futuro reservatório da PCH, o que pode gerar a necessidade de programa de controle futuro uma vez que esta espécie é de fácil disseminação e possui afinidades por ambientes lênticos. Do total de espécies registradas 13 foram constantes, 14 acessórias e 08 de ocorrência acidental/rara. Entre as espécies de ocorrência acidental/rara, está o dourado (Salminus franciscanus), espécie de grande porte e migradora, que foi capturado apenas um exemplar a jusante da futura casa de força da PCH Serra das Agulhas no período de cheias. A comunidade ictiofaunística diagnosticada na área de influência direta da PCH Serra das Agulhas apresentou características comuns a rios de pequeno porte na bacia do rio São Francisco, com predominância de espécies de pequeno e médio porte e de estratégia reprodutiva sedentária. A maior riqueza e diversidade foi identificada a jusante da casa de força, fato que foi relacionado a presença de duas cachoeiras encontradas a montante destes pontos e que devem estar funcionando como barreira natural ao deslocamento ascendente dos peixes. Foi registrada a atividade reprodutiva havendo indícios de que a comunidade sedentária da área amostrada possui longo período reprodutivo desovando praticamente durante todo o ano. Os dados secundários associados às informações sobre a comunidade ictiofaunística da área de influência da PCH Serra das Agulhas indicam que a transposição poderia provocar alterações não desejáveis na estrutura da comunidade natural de peixes uma vez que ambas espécies migradoras registradas possuem ocorrência apenas a jusante da casa de força da PCH Serra das Agulhas, indicando que as cachoeiras inseridas entre a casa de força e o barramento da são barreira natural intransponível a movimentos migratórios ascendentes de peixes da bacia do rio São Francisco. Durante a operação estão previstas campanhas semestrais iniciando após o enchimento do reservatório e prosseguindo por dois anos, no entanto, a literatura científica especializada mostra que as alterações a que as assembleias de peixes são submetidas após a conclusão do enchimento dos reservatórios, se estendem por um período variável até que certa "estabilidade" seja alcançada, citando que são necessários aproximadamente 10 anos para que isso ocorra e em alguns casos, até 30 anos. Considerando, também, que a implantação de reservatórios causa mudanças permanentes nas características físico- químicas da água e no regime hidrológico. Dessa forma deve ser realizada o monitoramento após início da operação durante a vigência da licença, 6 (seis) anos, apresentando no relatório final consolidado análise da estabilidade e necessidade ou não de continuidade. Os resultados do monitoramento devem ser comparados aos resultados do período pré e pós-barramento e caso necessário adotar medidas de manejo e conservação da Ictiofauna. Deverão ser propostas e implantadas medidas de conservação e preservação da ictiofauna caso seja identificada a dominância de espécies, principalmente exóticas, e/ou extinção local de alguma espécie anteriormente Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 32 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

identificada a fim de se manter o equilíbrio da comunidade de peixes após modificações do ambiente e a conservação das comunidades em especial de B. nattereri (espécie ameaçada).

18. Programa de Salvamento e Manejo de Peixes no Trecho de Vazão Reduzida Foi apresentado relatório sobre o resgate de ictiofauna no trecho de ensecadeiras da PCH Serra Das Agulhas durante os dois desvios do Rio Pardo Pequeno, os relatórios estão no 7º e 13º Relatório Bimestral. No primeiro desvio do rio, para a realização dos procedimentos de resgate de ictiofauna, a equipe permaneceu em campo entre os dias 29 de junho, assim que a construção das ensecadeiras se iniciou, até o dia 03 de julho de 2015. Foram resgatados aproximadamente 290 peixes de 04 espécies, 04 gêneros, 04 famílias e 03 ordens. No segundo desvio do rio em junho de 2016 para a construção da ensecadeira as atividades de resgate da ictiofauna ocorreu nos dias 13 a 15 de junho, a equipe permaneceu em campo do momento de início do fechamento da ensecadeira até a finalização do selamento e abertura dos canais para o escoamento da água retida na área de ensecadeiras. Foram resgatados peixes de 02 espécies tendo sido capturados um total de 177 exemplares. Não foram resgatados animais mortos e feridos. A tilápia por não ser nativa da bacia do rio São Francisco teve seus exemplares capturados e retirados da natureza nas duas campanhas. As ações foram consideradas satisfatórias e serão repetidas durante o processo de enchimento do reservatório em todas as áreas que se fizerem necessárias com apresentação de relatório após a conclusão do resgate contemplando uma análise dos dados das duas fases do projeto.

19. Programa de Educação Ambiental (PEA) Estavam previstas no PCA ações com quatro grupos distintos: a) A população da ADAE (proprietários e trabalhadores rurais) b) Professores da Rede Pública de Ensino c) Trabalhadores d) População da AI Com os grupos a e b as ações foram divididas em quatro etapas: Diagnóstico, Preparação, Divulgação e Execução. A contratação da equipe executora do PEA estava prevista para o 1º mês após o início das obras. Definida a equipe seria realizado o diagnóstico durante o 2º mês de obras. Após o diagnóstico preparação de material para as palestras/oficinas que seriam realizadas semestralmente, sendo 2 por semestre, totalizando 4 palestras/oficinas, antes da LO junto à comunidade escolar e duas com a população da ADAE. Foi realizado novo projeto executivo para o programa de acordo com o diagnóstico realizado em julho de 2013. De acordo com este projeto seriam realizadas quatro oficinas com professores das escolas da ADAE semestralmente a partir de outubro de 2014 com os seguintes temas: programas ambientais da PCH serra das agulhas, o Rio Pardo Pequeno e a Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 33 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

conservação da água, a questão do lixo e o consumo sustentável, conservação da flora e do solo, conservação da fauna terrestre e icitiofauna. Com os moradores das fazendas próximas ao empreendimento, proprietários e não proprietários rurais da ADA e comunidade da AE, estavam previstas duas palestras uma em outubro de 2014 e outra em abril de 2015 com os seguintes temas: os programas ambientais da PCH Serra das Agulhas e técnicas de conservação ambiental na prática agropecuária e no plantio de eucalipto. Os relatórios das atividades foram apresentados junto aos relatórios bimestrais a partir do número 3, durante o período de abrangência do 7º, 10º e 11º Relatório Bimestral nenhuma atividade foi executada para o Programa de Educação Ambiental, conforme planejamento das atividades constantes no PCA. Quanto as atividades executadas junto a população da ADAE foram realizadas duas oficinas. A primeira oficina foi realizada em outubro de 2014 com o tema “Programas Ambientais da PCH Serra das Agulhas/O Rio Pardo Pequeno e A Conservação da Água”. A oficina foi realizada no auditório da Escola Estadual Silvério de Souza localizada em Conselheiro Mata tendo a participação de 5 pessoas. A segunda oficina ocorreu apenas em maio de 2016 com o tema “Energia Hidráulica”, sendo realizada em cada fazenda individualmente. Na ocasião foram distribuídas cartilhas e esclarecidas dúvidas sobre o andamento da obra. As palestras atingiram poucas pessoas e os temas ficaram restritos ao funcionamento da PCH. O público nas duas palestras foi bem abaixo do esperado que eram de 30 pessoas por oficina. Mesmo na fazenda as palestras foram feitas para uma pessoa. Segundo informações do empreendedor as alterações de tema e cronograma ocorreram por e a participação foi baixa devido a dificuldade de acesso e falta de interesse. Já para os residentes nas fazendas a participação não ocorreu devido à falta de tempo e hábito de participar deste tipo de evento. Percebe-se, por tanto, que o planejamento das atividades com esse grupo, apesar do levantamento inicial, não foi participativo e a comunicação não foi eficiente para despertar o interesse e participação das famílias da área de influência. As oficinas junto aos professores ocorreram no mês de outubro de 2014, abril de 2015, agosto de 2015 e maio de 2016. Com os seguintes temas: -1º Conservação da água: água no planeta, rio Pardo Pequeno, nascentes, água no meio rural, preservação mata ciliar, destino adequado de resíduos, destino adequado dos dejetos, uso racional da água, reuso da água e receitas para evitar a utilização de agrotóxicos nas hortas e lavouras. Realizada na Escola Estadual Dom Joaquim Silvério de Souza em Conselheiro Mata. - 2º Educando para um consumo sustentável. Realizada na Escola Estadual Imaculada Conceição em Monjolos. - 3º Fauna e flora; recursos didáticos no ensino da conservação e uso consciente da água e programas ambientais da PCH Serra das Agulhas. Realizada para os professores de Monjolos durante a atividade de visitação destes professores à PCH Serra das Agulhas em 13 agosto de 2015. Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 34 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

- 4º Energias Renováveis: a importância da questão energética para o desenvolvimento sustentável. Realizada na Escola Estadual Imaculada Conceição em Monjolos, não houve participação dos professores da Escola Estadual Dom Joaquim Silvério de Souza de Conselheiro Mata. A ictiofauna não foi discutida em nenhuma das palestras/oficinas devendo o Programa ter continuidade e abordar este tema. A abordagem da icitiofauna no PEA se deve ao atendimento a condicionante número 08, do Parecer Único Nº 462146 / 2009: “Apresentar proposta para desenvolvimento de projetos junto a Instituições de Ensino como medidas de minimizar o impacto que ocorrerá na Ictiofauna”. A proposta feita pelo empreendedor era abordar: importância matas ciliares para preservação do rio e ictiofauna, importância dos peixes para o meio ambiente, período de piracema, importância da piracema, impactos ambientais da pesca indiscriminada, penalidades aplicadas a quem pesca durante a piracema, prejuízos causados à ictiofauna mediante introdução de espécies exóticas, dados coletados durante o monitoramento da ictiofauna da PCH Serra das Agulhas. O que não foi feito, devendo ser realizado. Apesar do empreendedor ter considerado boa a participação da comunidade escolar as oficinas tiveram público abaixo do esperado sendo de 28, 14, 15 e 32 pessoas em cada uma sendo que a expectativa do empreendedor era de até 50 pessoas. Vale ressaltar que nenhum professor da escola de Conselheiro Mata participou quando o curso foi ministrado na escola ou em Monjolos. Ao final das oficinas os professores foram convidados a preencher ficha de avaliação sobre o curso e dar sugestões sem obrigatoriedade de se identificar. Os cursos foram avaliados positivamente de forma geral quanto a organização, horário, local, duração, conhecimentos e habilidades de apresentação dos palestrantes e forma de divulgação. Houveram algumas manifestações de que organização, horário e local foram regular em alguns casos. Houveram manifestações favoráveis às oficinas, sugestões pela inclusão de mais atividades práticas nas apostilas para atuar com os alunos, pedido para que houvessem mais oficinas e que houvesse maior divulgação e mais participantes. Na terceira oficina, que foi realizada apenas para os professores de Monjolos, alguns participantes manifestaram que a oficina durante a visita fugiu ao foco da visita. Há ainda manifestação no convite para participação da diretoria da Escola Estadual Dom Joaquim Silvério de Souza no 4º relatório das oficinas de educação ambiental alegando que “faltou maior articulação com a comunidade escolar” (sic). Estas fichas de avaliação deveriam ter sido utilizadas para adequação do programa, o que não foi feito, uma vez que manifestações sobre a não liberação dos professores ocorreu logo na primeira oficina e foi repetida nas demais além do pedido para que houvesse maior divulgação e articulação com a comunidade escolar. Esses pontos deveriam ter sido tratados pelo empreendedor na elaboração das propostas seguintes de forma participativa com a comunidade escolar visando atingir o maior número de pessoas. Atendendo a intenção da oficina de instruir multiplicadores do conhecimento foram distribuídos para os professores participantes e enviados às escolas material didático sobre Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 35 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

os temas como DVD’s e CD’s contendo apresentação, vídeos sobre os temas, cartilhas, apostilas entre outros. Para além das atividades previstas visando atender uma solicitação do Diretor da Escola Estadual Fortunata Vieira Ramos, localizada no distrito de Rodeador, no dia 19 de novembro de 2014, a Limiar Consultoria participou da “Semana de Educação para a Vida”, evento promovido pela referida escola, ministrando uma palestra sobre “Água”, neste evento houve também apresentação dos professores e alunos da escola. De acordo com os dados dos relatórios o empreendedor não teve uma comunicação efetiva de forma a atrair as pessoas para participarem das atividades propostas e não alinhou com a secretaria de educação para que o projeto pudesse ser realizado de forma a atingir o maior número de participantes. Deve-se, portanto, aperfeiçoar a comunicação de forma a realizar um novo programa de educação ambiental de forma integrada e participativa. O projeto com os professores deve cumprir a apresentação da ictiofauna e atingir maior número de professores. O novo programa deve ser apresentado à Supram Jequitinhonha levando em consideração as sugestões das fichas avaliativas, as oficinas não devem ser conjugadas a outras atividades como visita ao empreendimento e deverá abordar os temas de menor público novamente, além da ictiofauna, devendo ser realizado com maior articulação com a comunidade escolar para que seja realizado da melhor forma para o grupo. Quanto à educação ambiental para os trabalhadores foram apresentadas as atividades realizadas a partir do quinto relatório bimestral referente ao período de 01.02.2015 a 31.03.2015. Foram realizadas palestras sobre: Programa 5S, velocidade de veículos na cidade de Monjolos e na obra, uso de bebida alcoólica, uso de drogas lícitas e ilícitas, o envolvimento do Conselho Tutelar de Monjolos com menores e som automotivo na cidade, ministradas por palestrantes da Quebec, do Conselho Tutelar e da Polícia Militar local. Ainda, foram realizados DDS com assuntos atinentes à Educação Ambiental, tais como “comunicação e visita” para melhor receber colaboradores e visitantes, orientações quanto aos riscos dentro do canteiro e quanto à educação ambiental, coleta seletiva e seus benefícios, educação no trânsito (velocidade de veículos na zona rural e urbana), a saúde da mulher (câncer de colo de útero, câncer de mama e necessidade de prevenção) e consciência ambiental. Durante os meses de agosto e setembro de 2015 foi realizada uma campanha de segurança no trânsito. Os DDS continuarão sendo executados para os trabalhadores, e sempre que necessário serão abordados assuntos correlatos à educação ambiental. Informativo Os informativos para População da AI e os trabalhadores foram apresentados no relatório do Programa de Comunicação Social. Foram publicadas oito edições do jornal informativo “PCH Serra das Agulhas Informa”. Os jornais tiveram tiragem de 250 exemplares, foi distribuído via correio ou em mãos para uma lista de contatos que incluía: órgãos do poder público de Diamantina e Monjolos, associações e escolas de Conselheiro Mata e Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 36 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

Rodeador, órgãos ambientais da região, membros da URC COPAM Jequitinhonha, proprietários rurais, trabalhadores do canteiro de obras e Posto de Atendimento Social da PCH Serra das Agulhas. Foram enviados maior número de exemplares para a Secretária de Educação, canteiro de obras e posto de atendimento social da PCH Serra das Agulhas. Estes informativos abordaram trabalhos para a implantação da PCH, programas ambientais que acompanharam a implantação do empreendimento, oficinas de educação ambiental realizadas, informes sobre incêndios florestais, avisos de detonação e sinalização do canteiro de obras; os programas de desenvolvimento turístico do município de Monjolos, monitoramento socioeconômico, aproveitamento da mão de obra local; desenvolvimento do PACUERA; divulgação do posto de atendimento social, da parceria realizada com associação de catadores de Diamantina e parceria com escolas para construção de biblioteca e salas de informática, renovação da licença de instalação, eventos locais e e-mail para contato. Este material tem previsão de continuar a ser produzido na fase de operação do empreendimento e o cronograma será o mesmo cronograma do Programa de Comunicação Social do PCA.

20. Programa de Comunicação Social Foram definidas ações por eventos e ações contínuas. A ações definidas por eventos estão definidas para campanhas de implantação do empreendimento, enchimento do reservatório, operação, prevenção de acidentes com animais peçonhentos e saúde dos trabalhadores do canteiro de obras. Já as ações contínuas, contam com a elaboração de informativos e veiculação de anúncios de rádio abordando a evolução das obras e andamento dos programas e projetos ambientais. As ações foram elaboradas segundo o programa proposto. Foram elaborados materiais de apoio para o Programa de capacitação da equipe de resgate e prevenção contra acidentes ofídicos, projeto de combate e prevenção de incêndios florestais, programa de segurança e alerta, programa de educação ambiental e PACUERA. Na campanha de implantação do empreendimento produzidos os seguintes materiais: • Ofícios aos poderes públicos de Diamantina e Monjolos e à SUPRAM-JEQ; • 30 murais informativos abordando o tema início das obras, os quais foram afixados em pontos de grande circulação de pessoas nos municípios de Diamantina, incluindo os distritos de Conselheiro Mata, Rodeador e Monjolos. • 250 folders para distribuição aos proprietários da ADA e público da área de influência, contendo informações do empreendimento e do início das obras. Até julho de 2016 foram produzidas 8 edições do jornal informativo “PCH Serra das Agulhas Informa” e 8 spots de rádio que foram divulgados na 98FM. Os informativos e textos dos spots estão nos relatórios do processo e foram feitos de acordo com o proposto. Uma vez que está não é a emissora de rádio mais ouvida pela população da ADA, e não há uma emissora ouvida pela maioria dos entrevistados, segundo dados do monitoramento

Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 37 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

socioeconômico, recomenda-se que seja informado à população monitorada que a empresa utiliza esse meio de comunicação para divulgação de informações. As próximas ações deste programa serão durante o enchimento do reservatório e início da operação do empreendimento e serão executadas na semana que anteceder os eventos.

21. Programa de Segurança e Alerta Este programa visa reduzir a probabilidade de ocorrência de acidentes durante o período de construção e operação da PCH Serra das Agulhas, mantendo a população e trabalhadores permanentemente informados, de modo a evitar a transgressão das normas de segurança. As ações previstas neste programa para a fase de implantação foram executadas, quais sejam: sinalização dos acessos nos dois primeiros meses de obra, treinamento e palestras para os colaboradores e medidas de segurança antes das detonações. Além do previsto foi distribuído rotograma aos motoristas da Construtora Quebec, foram instalados redutores de velocidade nas vias e confeccionada cartilha “Detonações no canteiro de obras” que foi distribuída aos trabalhadores da obra, moradores da ADA e dos distritos de Rodeador e Conselheiro Mata. Uma vez que houveram reclamações por todos os moradores da ADA quanto a velocidade dos veículos da empresa, este programa não foi monitorado da melhor forma. Durante a operação devem ser tomadas medidas para reprimir esta atitude. Entendendo que durante a operação haverá redução do número de pessoas e veículos deverá ser mais fácil controlar e educar funcionários de forma que está não deve ser uma reclamação recorrente. Está prevista a continuidade deste programa com ações referentes ao enchimento do reservatório e início da operação da PCH que deverão ser executadas um mês antes e um mês após os referidos eventos respectivamente.

22. Programa de Saúde e Vigilância Epidemiológica Este programa previa ações para cuidado da Saúde do Trabalhador, Ações de Saúde Pública, ações de controle de acidentes com animais peçonhentos e de controle de vetores e doenças proliferadas pela água. No âmbito deste programa foi firmado convênio com a prefeitura de Monjolos como exposto na Condicionante 26. Quanto a saúde do trabalhador, foi implantado no canteiro de obras ambulatório em agosto de 2014 e estava disponível ambulância. Segundo os relatórios, houve maior ocorrência de cefaleia, dor muscular, curativos e procedimentos respiratórios (virose, gripe, febre) sendo baixo índice de ferimentos nos membros inferiores e superiores (entre 0 a 9 por mês). Como medidas preventivas foram realizadas campanhas de saúde junto aos trabalhadores do canteiro de obras sobre diversos temas como saúde bucal, tabagismo, hipertensão arterial, diabetes, prevenção de doenças, prevenção de acidentes de trabalho. Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 38 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

Ocorreu acompanhamento médico na obra, simulados práticos sobre resgate e primeiros socorros entre outros. Não foram registrados acidentes com animais peçonhentos o que demostra eficácia do “Programa de prevenção de acidentes ofídicos”. De acordo com os relatórios as ações previstas foram realizadas apresentando resultados satisfatórios.

23. Programa de Monitoramento Socioeconômico Estava previsto para este programa a atualização dos dados no início da implantação do empreendimento e a partir da atualização monitoramento semestral da ADA e anualmente AI. Área de Jusante seriam realizadas duas campanhas: uma até 90 dias após o desvio do rio e a segunda até 90 dias após o enchimento do reservatório. Foi realizada no mês de junho de 2014 a campanha de atualização do diagnóstico socioeconômico da Área Diretamente Afetada - ADA e da Área de Influência - AI. Durante o período também foi executada a atualização de informações secundárias dos municípios afetados – Diamantina e Monjolos – e elaboração do relatório de Atualização do Diagnóstico Socioeconômico. Entre os dias 13 e 22 de outubro de 2014 foi realizada a campanha do 1º Monitoramento Socioeconômico da Área Diretamente Afetada – ADA. No dia 13 de abril a 7 de maio de 2015 foi realizada a campanha do 2º Monitoramento Socioeconômico da Área Diretamente Afetada – ADA. Durante o mês de agosto de 2015 foi realizado o 1º Monitoramento Socioeconômico da AI da PCH Serra das Agulhas. Nos dias 12, 13 e 14 de agosto de 2015 foi realizada a campanha do 1º Monitoramento Socioeconômico a Jusante da PCH Serra das Agulhas, um mês após o primeiro desvio do rio que ocorreu em julho de 2015. Após o segundo desvio não foi realizado monitoramento socioeconômico uma vez que não houve interrupção do fluxo de água a jusante, alterações significativas na turbidez da água e não haviam residências e captação de água neste trecho. Durante o mês de novembro de 2015 foi realizado o 3º Monitoramento Socioeconômico da ADA da PCH Serra das Agulhas. Durante o mês de junho de 2016 foi realizado o 2º Monitoramento Socioeconômico da AI da PCH Serra das Agulhas. Quanto ao monitoramento da AI que é composta pelos municípios de Diamantina, Monjolos e os distritos de Rodeador e Conselheiro Mata, foram realizados levantamentos em fontes oficiais de informação, dentre as quais o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) e outros. Para os dados dos distritos foi feita a consulta de dados secundários através do IBGE, além do levantamento de dados por meio de questionários aplicados junto a responsáveis pelos setores de educação, saúde e segurança pública dos municípios.

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Quanto aos aspectos demográficos, infraestrutura social (habitação, saneamento básico, índice de desenvolvimento humano, infraestrutura econômica, assistência social, setor agropecuário, energia elétrica e organização sócio-política) foram abordados apenas no diagnóstico uma vez não existem dados após 2010 para estes parâmetros nas fontes oficiais consultadas. Os parâmetros que foram abordados nos dois relatórios foram: saúde, educação e segurança pública. Não houve alteração no serviço de saúde de Diamantina devido ao empreendimento sendo que no período de julho de 2014 a junho de 2015 ocorreu epidemias de zika vírus e chikungunha, o que ocorreu em todo o país, e houve aumento dos atendimentos ambulatoriais. Em Monjolos não houve alteração no período de 2014 a 2015 na quantidade de atendimentos ambulatórias. Quanto a educação foi analisado o número de matriculas, não foram conseguidos dados de 2015, em relação a 2013 e 2014 houve redução do número de matriculas nos dois municípios. Quanto à segurança pública foi apurado os casos de registro e encaminhamentos realizados em período anterior à obra e durante a obra. Em Diamantina o período de maior incidência de crimes foi de outubro de 2015 a março de 2016 ligados a furto, crimes contra a pessoa, lesão corporal e agressão. Nos anos de 2015 a 2016 houveram mais crimes do que no período de maio 2013 a junho de 2014. Em Monjolos a maior incidência de crimes foi de 46 que ocorreu em dois períodos em outubro e dezembro de 2015, com aumento dos casos de crime contra o patrimônio, furto consumado e lesão corporal e no período de abril a junho de 2016, com aumento dos crimes contra pessoa, contra patrimônio e vias de fato/agressão e redução de lesão corporal e furto consumado. O número total de casos em Monjolos no período de julho de 2015 a junho de 2016 foi inferior ao período de maio de 2013 a junho de 2014. Foi apresentado relatório sobre a absorção de mão de obra pelo empreendimento no qual é possível perceber que a admissão ocorreu de forma gradativa a partir de maio de 2014 atingindo pico entre os meses de setembro e outubro quando permaneceu o número de funcionários praticamente estável. O quadro de funcionários é dinâmico havendo no período de maio de 2014 a março de 2016 pico de 253 trabalhadores e total de 330 demissões, sendo os períodos de maior demissão novembro a dezembro de 2014 (43), junho a julho de 2015 (64) e fevereiro a março de 2016 (47). A relação de origem dos funcionários mostrou que inicialmente foram contratados apenas funcionários da região da PCH Serra das Agulhas, aqui considerada como os município de Corinto, , Diamantina, Felixlândia, Monjolos e Santo Hipólito, sendo dessa região o maior percentual de contratações durante todo o período de implantação do empreendimento, a área de influência (Diamantina e Monjolos) teve média de 21% das contratações e o percentual de contratações fora do estado de Minas Gerais foi também de 21%. Percebe-se, por tanto, que não houve pressão da instalação do empreendimento sobre o sistema público de saúde. Os dados sobre educação são inconclusivos por não abrangerem o período de maior contratação e demissões. As variações na ocorrência de violência foram nos mesmos períodos de contratações e próximo aos períodos de demissões podendo ter sido influenciada pelo empreendimento. Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 40 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

O monitoramento da população a jusante foi realizado por meio de entrevista domiciliar. Foram identificadas cinco propriedades rurais na área considerada para monitoramento que é de 10km abaixo do barramento, o mapa com localização das propriedades está junto ao relatório. Não foram levantados o número de moradores residentes nas fazendas uma vez que se considerou que o impacto sobre a população a jusante se deve aos efeitos decorrentes do carreamento de materiais sólidos para o leito do rio durante a etapa de desvio do rio e de enchimento do reservatório que poderiam influenciar no uso da água nas propriedades. Segundo o levantamento apresentado duas fazendas utilizam o rio e não relataram alterações no período pós desvio, são elas : na margem direita, fazenda Árvore Verde de propriedade da senhora Maria Emília Ribeiro Curi que utiliza a água do rio Pardo Pequeno para irrigação de 11ha de mogno e banana; e na margem esquerda fazenda denominada ME01 pertencente ao senhor Silvio onde residia um funcionário a três semanas na época de aplicação do questionário, o mesmo relatou que a água do rio Pardo Pequeno é utilizada para consumo humano e dessedentação animal, quanto alterações após o desvio do rio que ocorreu antes de sua mudança não é possível ter opinião. Na margem direita tem ainda a fazenda Riacho Doce de propriedade do senhor Robson Eustáquio Duarte que não utiliza o rio para nenhuma atividade de sua propriedade. E na margem esquerda tem-se a propriedade do senhor Otto Miranda de Oliveira, Fazenda Bueno, nesta propriedade também não utilizam o rio e não forma mencionadas alteração devido ao desvio e fazenda São Geraldo de propriedade do senhor Wellington Oliveira, que não utiliza o rio e não percebeu mudanças. Houveram, no entanto, reclamações quanto alterações na área de entorno das propriedades referentes a: degradação das estradas, aumento da poeira com afirmação de que caminhão pipa não passa todos os dias, alta velocidade dos carros da empresa com solicitação de quebra-molas, e que população tem dúvidas sobre o empreendimento.

As fazendas alvo do monitoramento da população da ADA durante a implantação do empreendimento estão no quadro abaixo:

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Os relatórios apresentados caracterizaram as famílias residentes, seu modo de vida e atividades desenvolvidas nas fazendas. Foram relatados pelos entrevistados problemas enfrentados e alterações percebidas no decorrer da implantação do empreendimento. Quanto a benefícios foram relatados a geração de emprego e melhorias nos acessos. Por outro lado o empreendedor gerou prejuízos aos moradores tendo sido relatada que houve porteira quebrada, caminhão arrebentou a fiação de uma casa deixando a família sem telefone, ocorreram danos às vias, fissuras na residência do senhor Glaubert (Fazenda Campo Cruzeiro). Foi declarada dificuldade de encontrar mão de obra para propriedade após início das obras; reclamações quanto a veículos trafegando em alta velocidade, funcionários transitando sem identificação e aumento de poeira. Quanto a fissuras na casa do senhor Glaubert foi informado pelo empreendedor que na ocasião da reclamação do foi realizada uma vistoria por um engenheiro da empresa responsável pela Engenharia do Proprietário da SIGMA ENERGIA, juntamente com a equipe do Posto de Atendimento Social – PAS, com objetivo de avaliar se as fissuras foram provindas da movimentação de máquinas ou por problemas estruturais da residência, não foi possível obter uma análise precisa sobre a real causa das fissuras, porém a equipe da SIGMA ENERGIA continuou acompanhando as possíveis evoluções das fissuras. Com o andamento das obras foi constado que as fissuras não evoluíram e o próprio morador

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realizou os reparos. Foi apresentada declaração de Glaubert de que os problemas estruturais haviam sido solucionados. Os relatórios não apresentaram as medidas tomadas diante das reclamações, mas em vistoria foi possível perceber por entrevistas que foram resolvidas com exceção da poeira sendo percebido que os caminhões pipa não estavam molhando as vias e velocidade dos veículos, no entanto, com a redução da frota espera-se que este seja melhor controlado. Os próximos relatórios devem trazer as medidas tomadas diante dos problemas encontrados.

24. Programa de Aquisição de Terras e Benfeitorias Segundo Parecer Único nº 084981/2013, as questões relativas a esse programa deverão ser abordadas pelo Plano de Assistência Social - PAS, analisado e aprovado, respectivamente, pela Secretária Estadual de Desenvolvimento Social e pelo Conselho Estadual de Assistência Social. O relatório final do PAS foi aprovado na 212ª Plenária Ordinária, ocorrida no dia 17 de junho de 2016, por meio da Resolução nº 569/2016 – CEAS/MG, publicada no Minas Gerais em 24.07.2016.

25. Programa de Alocação de Mão de Obra Foram apresentados nos relatórios o número de trabalhadores por período, local de origem, número de trabalhadores admitidos e demitidos tanto os funcionários que possuem vínculo direto com a Quebec como aqueles que são terceirizados. Foi relatado que após a contratação, os funcionários passam por um treinamento de integração, quando são passadas as principais diretrizes e normas da empresa (Treinamento das ITGI – Instrução Técnica Gestão da Qualidade, treinamento de capacitação na função específica) e Diálogos Diários de Segurança (DDS) em integração com o Programa de Saúde e Vigilância Epidemiológica e o Programa de Educação Ambiental. O cronograma de construção da PCH Serra das Agulhas previa um prazo total de 24 meses de obras, desde o início da mobilização das obras civis até a entrada em operação, envolvendo cerca de 350 trabalhadores no pico da fase construtiva. O máximo de funcionários, próprios e terceirizados, foi de 255 o que ocorreu em dezembro de 2015. Segundo os relatórios durante o período das obras, maio de 2014 a julho de 2016, a média de aproveitamento da mão de obra local foi de 21,31%, sendo média de 3,48% AE (Conselheiro Mata e Rodeador) e 17,64% funcionários da AI (Diamantina e Monjolos) atingindo até 52% da AI e 10,65% AE. O efetivo de funcionários contou com 80,71% do estado de Minas Gerais, sendo que os primeiros funcionários contratados foram de Santo Hipólito, Monjolos, Corinto e Rodeador. Atenção especial aos municípios Santo Hipólito, Corinto, Curvelo e Felixlândia, próximos ao empreendimento, que não foram considerados como Área de Influência do EIA, mas foram considerados nos relatórios como “região do

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empreendimento” e somaram, em média, 23% de contratações, faz parte, portanto, da área real de influência do empreendimento. Diante dos dados apresentados o aproveitamento da mão de obra local foi abaixo do previsto assim como a contratação total que seria de 350 trabalhadores e estimada contratação de 60% de mão-de-obra local. A menor contratação diminui os impactos negativos do deslocamento de pessoas para a região principalmente a pressão sobre os serviços públicos, por outro lado, reduziu a criação de empregos na região.

26. Programa de Desenvolvimento Turístico Sustentável do Município de Monjolos. Os objetivos deste programa é realizar ações de incentivo ao ecoturismo na área da APA Quebra Pé, além de potencializar os efeitos positivos da implantação do empreendimento para o setor turístico no município de Monjolos, através de ações conjuntas com a Prefeitura Municipal de Monjolos e com as instituições atuantes locais, como forma de tornar o município mais representativo no âmbito de sua inserção regional. Os produtos previstos eram: Cartilha de Ecoturismo com parte conceitual e interlocução com a realidade local; Mapa Turístico de Monjolos, com enfoque para a área inserida na APA Quebra Pé e Estudo de Proteção Cultural da Cachoeira do Bueno. Foi elaborado o mapa de desenvolvimento do município de Monjolos que será distribuído para população junto com cartilha com detalhes sobre os pontos turísticos. A cartilha contém, além dos pontos turísticos, calendário de festas e eventos, informações sobre a APA Quebra Pé e Trilha Verde da Maria Fumaça. Foram confeccionados 100 (cem) exemplares do material que foram enviados para Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo de Monjolos em agosto 2016 para distribuição. Durante o período de instalação do empreendimento foi realizado levantamento previstos de informações ligadas aos aspectos turísticos em parceria com a prefeitura de Monjolos. O levantamento abrangeu informações sobre atrativos já explorados e potenciais atrativos do município, caracterização e identificação da estrutura do município para receber turistas, e a participação do município em Circuitos Turísticos. O resultado da pesquisa foi consolidado em um relatório que abordou o município de Monjolos, a Estrada Real, o Circuito Turístico dos Diamantes, a Trilha Verde da Maria Fumaça e a APA Quebra Pé. Durante as pesquisas de campo foram identificados cerca de 23 (vinte e três) atrativos turísticos dentre reais e potenciais, distribuídos nas seguintes classificações: Atrativo Natural, Atrativo Cultural e Eventos Programados. Além destes, ainda foram identificados outros atrativos que estão em terrenos de particulares e os proprietários não autorizaram a entrada, são eles: Lapa de Santo Antônio, Gruta dos Espeleotemas, Gruta Junia, Gruta Cintilante, Gruta do Arco e Gruta Velha Nova. Foi identificada cachoeira denominada Cachoeira da Usina durante as obras do empreendimento sendo esta inclusa no mapa criado, o acesso se dá por meio de estrada aberta para construção do empreendimento que tinha previsão de ser fechada.

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Foram identificados 25 (vinte e cinco) comércios entre bares, restaurantes, trailers, lanchonetes e padarias. Além disso, identificou também a estrutura pública municipal administrativa, turística, de saúde, segurança, educação e meios de hospedagens existentes no município. Destaca-se que quanto aos meios de hospedagem, o município possui o Programa Municipal de Hospedagem Domiciliar, criado em janeiro de 2014 sob a direção e orientação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo da Prefeitura Municipal de Monjolos. Atualmente o programa possui 10 famílias cadastradas e é desenvolvido em módulos, que acontecem trimestralmente tendo como objetivo a capacitação permanente destas famílias para o recebimento de hóspedes. As reservas de diárias são realizadas pelo grupo gestor do programa, formado pelas próprias anfitriãs. Além do Programa Municipal de Hospedagem Domiciliar, há 3 (três) pensões, que também funcionam nos moldes da Hospedagem Familiar, no entanto, não estão cadastradas no programa.

27. Projeto de Proteção ao Sítio Pardo Pequeno 1 Durante a fase de Diagnóstico Arqueológico na área de implantação da PCH Serra das Agulhas foi identificado o Sítio Arqueológico Pardo Pequeno 1 na área de inundação do reservatório. De acordo com relatório de diagnóstico e prospecção o sitio arqueológico está localizado a 100 metros do leito do Rio Pardo Pequeno, trata-se de um abrigo de 2m de altura e 9m de comprimento, apresentando 2m de profundidade. Apresenta figurações rupestres filiadas a Tradição Planalto onde as figuras são monocromáticas vermelhas, apresentando além de grafismo puros (formas indefinidas) apenas um zoomorfo (peixe). Foi criado o projeto para proteção deste sítio arqueológico que foi aprovado pelo IPHAN OFÍCIO/GAB/IPHAN/MG nº 1073/2016, anexo ao 12º relatório bimestral. Para proteção do sítio será construída aterro de alteamento ao redor do sítio, evitando-se possibilidades de inundação da área em virtude de uma cheia do rio Pardo Pequeno. Dessa forma o enchimento do reservatório só poderá ocorrer após a construção do aterro de alteamento.

28. Programa de Segurança Pública Este programa previa realização de um diagnóstico da situação da segurança pública quanto ao índice e motivos de ocorrências policiais, avaliar se a infraestrutura de segurança pública era capaz de atender às demandas existentes e identificar as deficiências no município de Diamantina e Monjolos. Foi apresentado diagnóstico, documento R423146/2013 (pg. 2089) e realizado o monitoramento da segurança pública dentro do programa de Monitoramento Socioeconômico. Foram coletadas informações de segurança pública na campanha de atualização dos dados socioeconômicos realizada em Junho/2014, 1ª campanha de monitoramento realizada em Junho e Agosto/2015 e na 2ª campanha de monitoramento realizada em Junho/2016.

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Segundo os dados apresentados em Diamantina houve aumento na quantidade de registros no período de julho de 2015 a junho de 2016 (período de implantação do empreendimento) em relação ao período de maio de 2013 a junho de 2014 (período anterior a implantação do empreendimento), passando de 4435 ocorrências para 5805. As principais ocorrências foram o crime contra a pessoa deteve 34,38% do total, seguido de 22,13% de crimes contra o patrimônio e 11,53% de furto consumado. No período anterior, as taxas de crimes contra à pessoa não eram altas. Devido a extensão do município considera-se que diversos fatores podem ter interferido além da implantação do empreendimento. Já no município de Monjolos os períodos de pico de contratações apresentaram maiores índices de ocorrências policiais principalmente crimes contra a pessoa seguido de o crime contra o patrimônio e furto consumado. Vale destacar baixo índice de acidentes de trânsito urbano e rodoviários em todo período analisado de 2013 a 2016. Entretanto, o número total de ocorrências diminuiu sendo 166 registros no período de maio de 2013 a junho de 2014 e 157 de julho de 2015 a junho de 2016. Status da condicionante: Cumprida.

Condicionante 29. Apresentar relatórios referente o Índice de Aproveitamento de Mão-de- obra local. Prazo: Trimestralmente após a obtenção da LI. Prazo alterado no OFICIO SUPRAM JEQ 933/2013 (pg. 1883): Trimestralmente após início das obras. Análise: Os relatórios foram apresentados junto aos relatórios bimestrais referentes à condicionante n° 28. O empreendedor tinha expectativa de contratar 60% de mão de obra local, segundo os relatórios durante o período das obras, maio de 2014 a julho de 2016, a média de aproveitamento da mão de obra local foi de 21,31%, sendo média de 3,48% AE (Conselheiro Mata e Rodeador) e 17,64% funcionários da AI (Diamantina e Monjolos). Somando a este valor os municípios próximos não relacionados na área de influência pelo EIA foram empregados pelo empreendimento em média 43% de mão de obra local. Estes municípios são Santo Hipólito, distante 15km, Corinto distante 70 km, Curvelo 68 km e Felixlândia 123 km. Tabela 02: Alocação de mão de obra durante a implantação. Nº Funcionários AE Nº Funcionários AI Período Nº Funcionários (Conselheiro Mata, (Diamantina, Rodeador) Monjolos) 1º relatório 33,33% apenas de 12 funcionários 8,3% Maio a julho de 2014 Monjolos 2º relatório 17 52,94% apenas de Julho a setembro de 0% Início efetivo obras Monjolos 2014 3º relatório 108 0% 32,48% 15/09 a 14/11 de 2014 69,2% de Minas Gerais 4º relatório 122 15/11 /2014 a 10,65% 17,21% 83,6% de Minas Gerais 31/01/2015

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Fevereiro: 221 5º relatório Março: 249 8,57% Fevereiro a março de 13,57% 80,71% do estado de Minas 2015 Gerais Abril :186 6º relatório Maio: 215 6,97% 13,57% Abril a maio de 2015 70,23% do estado de Minas Gerais Junho: 217 7º relatório Julho: 216 5,55% 12,96% Junho a julho de 2015 79,62% de Minas Gerais 8º relatório Agosto: 223 Agosto a setembro de Setembro: 239 4,6% 13,38% 2015 79,49% de Minas Gerais 9º relatório Outubro: 238 Outubro a novembro Novembro: 253 4,74% 14,22% de 2015 81,02% de Minas Gerais 10º relatório Dezembro: 255 Dezembro de 2015 a Janeiro: 251 4,7% 14,9% janeiro de 2016 81,27% de Minas Gerais 11º relatório Fevereiro: 241 Fevereiro a março de Março: 245 4,48% 15,10% 2016 81,63% de Minas gerais Abril:237 12º relatório Maio 238 4,2% 16,8% Abril a maio de 2016 78,153% de Minas Gerais Junho: 241 13º relatório Julho: 229 2,48% 19,08% Junho e julho de 2016 76,41% de Minas Gerais

Status da condicionante: Cumprida.

Condicionante 30. Apresentar manifestação do IPHAN sobre Programa de Resgate Arqueológico. Prazo: Formalização do LO. Análise: No dia 16/08/2016 foi formalizado o processo de Licença de Operação e apresentado a Superintendência Regional de Regularização Ambiental (SUPRAM) – Jequitinhonha a manifestação do IPHAN a respeito do Programa de Resgaste Arqueológico, sendo que este foi considerado adequado (página 1448). Verifica-se a inexistência de sítios arqueológicos na ADA, sendo que segundo o empreendedor, “o sítio Pardo Pequeno 1, localizado próximo à área de inundação do reservatório será protegido e não sofrerá ações de resgaste.” Status da condicionante: Cumprida.

Condicionante 31. Apresentar relatório, conforme previsto no Programa de Segurança Pública, do Diagnóstico de Segurança Pública de Diamantina e Monjolos e respectivos

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distritos de Conselheiro Mata e Rodeador contemplando as medidas necessárias e respectivo cronograma de execução. Prazo: 120 dias após obtenção da LI. Análise: Foi protocolado documento em 09/09/2013 com o diagnóstico do Programa de Segurança Pública da PCH Serra das Agulhas (R423146/2013, pg. 2089) sobre o município de Diamantina e Monjolos e respectivos distritos de Conselheiro Mata e Rodeador. Buscou-se o registro de ocorrência da PMMG, 3º Batalhão da PMMG de Diamantina e batalhão – Fração da PMMG de Monjolos como forma de verificar as principais causas de acionamento da polícia na região e nível de violência existente e entrevista com atores da segurança pública da região. Foi diagnosticado que seria necessário aumento do número de rondas para atendimento aos distritos de Rodeador e Conselheiro Mata que ocorria quinzenalmente sendo essa medida alvo de tratativas entre empreendedor e batalhão. Status da condicionante: Cumprida fora do prazo.

Condicionante 32. Apresentar os relatórios do Programa de Monitoramento Socioeconômico atentando para os seguintes prazos: - Os relatórios referentes às campanhas de atualização dos dados socioeconômicos da área diretamente afetada e área de influência deverão ser entregues até o primeiro mês de implantação das obras. - Os relatórios referentes às campanhas da área a jusante do barramento, nos períodos de desvio do rio e enchimento do reservatório, deverão ser entregues um mês após a realização da campanha. Caso constatada a ocorrência de impactos, como por exemplo, a alteração da qualidade da água a jusante do barramento, o respectivo relatório deve constar ainda as medidas mitigadoras adotadas pelo empreendedor. - Os demais relatórios das campanhas previstas terão periodicidade semestral. Prazo: Conforme texto da condicionante. Análise: Os relatórios referentes às campanhas de atualização dos dados socioeconômicos da área diretamente afetada e área de influência foram entregues 31/07/2014 (R0228891/2014) dois meses após o início primeiras intervenções com melhoria dos acessos que ocorreram em maio de 2014 e no mês de início efetivo obras que foi em julho de 2014, fora do prazo por tanto. Foi realizado uma campanha em agosto de 2015 com a população a jusante do barramento após o primeiro desvio do rio que ocorreu no período de 01 e 02 de julho de 2015. O referido relatório foi entregue em 05/01/2016 (R0000956/2016) cinco meses após realização, fora do prazo por tanto. Não foi constatada ocorrência de impactos. Os relatórios das campanhas de monitoramento foram apresentados nos relatórios bimestrais 3, 6, 8, 9, 12 e 13 da condicionante 28, sendo apresentados relatórios com periodicidade maior do que indicada, porém de acordo com PCA. Status da condicionante: Cumprida fora do prazo.

Condicionante 33. Enviar informação dos dados de fornecedores e prestadores de serviços cujas atividades sejam sujeitas ao licenciamento. Prazo: Durante a vigência da LI.

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Análise: No dia 11/03/2016 o empreendedor apresentou protocolou os Certificados de dispensa nº. 237219/2013 e 1730440/2013 das empresas responsáveis pelas atividades de transporte de resíduo não perigoso e não inerte (lodo retirado de fossa séptica) e serviços de transporte e limpeza de fossas sépticas, caixas de gordura, serviços de sucção em geral e coletas em caixas separadoras. Status da condicionante: Cumprida

Condicionante 34. O empreendedor deverá atentar para as condicionantes descritas na anuência prévia n° 004/2013/SUPES/MG – BIOMA MATA ATLÂNTICA. Prazo: Conforme determinação do IBAMA Análise: As condicionantes da anuência prévia foram atendidas. Status da condicionante: Cumprida.

Condicionante 35. Formalizar processo de licenciamento ambiental da linha de transmissão de cerca de 7 km a ser utilizada pela PCH Serra das Agulhas em conformidade com os Projetos e Programas componentes do Plano de Controle Ambiental – PCA da LI, quando conexos, condicionada à apresentação de estudos ambientais pertinentes ao porte do empreendimento, considerando os impactos cumulativos positivos e negativos apontados no EIA/RIMA que subsidiou a viabilidade ambiental do empreendimento PCH Serra das Agulhas já aprovada na Licença Previa. Prazo: 180 dia. Análise: Em 12/09/2013, através da entrega de documentos, foi formalizado o processo de nº 01164/2003/003/2013 - Licença Prévia concomitante com Licença de Instalação – LI (LP+LI), referente a Linha de Transmissão de Energia. Status da condicionante: Cumprida.

Condicionante 01 do anexo de prorrogação de validade da licença de instalação (li) nº 0308711/2016. Apresentar a comprovação da destinação do material lenhoso proveniente da supressão de vegetação. Prazo: Na formalização da LO. Análise: No dia 23/11/2016 o empreendedor apresentou os contratos firmados com as empresas e pessoas que irão receber a lenha. Status da condicionante: Cumprida fora do prazo.

Pelo cumprimento fora do prazo das condicionantes nº. 11, 31, 32 e nº. 1 do anexo de prorrogação de validade da licença de instalação nº. 0308711/2016, foi lavrado o Auto de Infração nº 96510/2016.

7. Compensações

Compensação por Intervenção no Bioma Mata Atlântica

Em atendimento a condicionante nº 15 da licença de instalação nº. 108/2013, o empreendedor apresentou proposta de compensação florestal para o Instituto Estadual de Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 49 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

Florestas – IEF - Escritório Regional Alto Jequitinhonha, referente a supressão de vegetação nativa localizada em área de Refúgio Vegetacional em estágio médio de regeneração natural. Portanto, foi elaborado o Parecer Único ERAJ/GCA Nº 0006/2016, baseado nas vistorias de campo e análise da proposta de compensação florestal apresentada pelo empreendedor. A proposta de Compensação Florestal foi aprovada na 71ª Reunião Ordinária da Câmara Temática de Proteção à Biodiversidade e de Áreas Protegidas - CPB do Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM.

Compensação por Intervenção em Área de Preservação Permanente

Conforme a condicionante nº 14 da licença de instalação nº. 108/2013, o empreendedor apresentou proposta de compensação por intervenção em área de preservação permanente para instalação do empreendimento, atendendo a Resolução CONAMA nº. 369 de 2006. O empreendedor apresentou o Projeto Técnico de Reconstituição da Flora – PTRF, de acordo com a Deliberação Normativa COPAM nº 76. A proposta de compensação é referente a intervenção em 45,67 ha de área de preservação permanente para instalação da PCH Serra das Agulhas e intervenção 1,726 ha para instalação da linha de transmissão, totalizando 47,396 ha. A área de compensação está localizada na Fazenda Santa Maria, próxima ao município de monjolos, nas margens do Rio Pardo Pequeno. A área de preservação permanente proposta para compensação possui 59,21 ha, composta por pastagem, áreas degradadas e alguns fragmentos de vegetação nativa. O empreendedor irá utilizar técnicas de plantio, enriquecimento e condução da regeneração natural. Ao todo serão plantadas 29.119 mudas (Plantio: 17.636 mudas; Enriquecimento: 8.836 mudas; Possíveis perdas (10%): 2.647 mudas). A área proposta para compensação foi vistoriada e considerada apta. O empreendedor deverá executar o Projeto Técnico de Reconstituição da Flora – PTRF de acordo com o cronograma apresentado. O empreendedor firmou junto a SEMAD um Termo de compromisso de compensação florestal.

Compensação por Supressão de indivíduos de espécies ameaçadas de extinção, e de Espécies Imunes de Corte

Conforme consta no Parecer Único nº. 084981/2013, o empreendedor apresentou um Projeto Técnico de Reconstituição da Flora, com o objetivo de compensar as espécies florestais protegidas por lei e ameaçadas de extinção, suprimidas para implantação do empreendimento. O projeto prevê o plantio de 2.910 mudas de Pequizeiro (Caryocar brasiliense) com proporção de 1:10, de 695 mudas de Ipê-amarelo (Tabebuia ochraceae) com proporção de 1:5, de 40 mudas de Pau-d’arco (Tabebuia áurea) com proporção de 1:5, de 15 mudas de Gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium) com proporção de 1:5 e de 65 mudas de Amescla Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 50 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

(Protium heptaphyllum) com proporção de 1:5. O plantio das mudas será realizado na área de preservação permanente do reservatório, podendo ainda ser utilizadas as áreas destinadas à instituição de Reserva Florestal Legal. Portanto, ficará condicionado ao empreendedor a apresentação da comprovação da execução do plantio compensatório referente a supressão dos indivíduos das espécies protegidas por lei e ameaçadas de extinção. O empreendedor deverá apresentar relatórios semestrais de monitoramento do desenvolvimento das mudas por um período de 05 anos, conforme cronograma executivo.

Compensação da Lei do SNUC (Art.36 da Lei Federal nº 9.985/2000)

A compensação ambiental de que trata o Art. 36 da Lei Federal nº. 9.985/2000 e Decreto Estadual nº. 45.175/2009 e suas alterações, foi objeto de condicionante do parecer da Licença Prévia (Condicionante nº. 06 do Parecer Único nº. 462146/2009). Portanto, em 02 de agosto de 2011 foi firmado o Termo de Compromisso de Compensação Ambiental nº. 2101010505411 com o Instituto Estadual de Florestas – IEF/MG (fls.2.199/2.200), bem como, o comprovante de pagamento da compensação (fls.2.202/2.205).

8. Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial - PACUERA O PACUERA é definido como o conjunto de diretrizes e proposições com o objetivo de disciplinar a conservação, recuperação, o uso e ocupação do entorno do reservatório artificial. Visa indicar os principais tipos de usos que poderão ser desenvolvidos no reservatório e seu entorno, possibilitando a integração do público usuário com o novo cenário. O PACUERA da PCH Serra das Agulhas foi elaborado de acordo com as diretrizes legais e a caracterização dos aspectos físico, biótico e socioeconômico da região de inserção da PCH Serra das Agulhas, sendo que propõe o zoneamento socioambiental. Este zoneamento disciplinará o uso do curso d’água e a ocupação de seu entorno. As características físicas, socioeconômicas e biológicas foram integradas buscando o desenvolvimento sustentável da região. Os objetivos do PACUERA é promover a integração da comunidade com o novo ambiente instalado e estabelecer o zoneamento e respectivas diretrizes e recomendações de usos do corpo d’água e entorno. O Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial – PACUERA foi elaborado de acordo com as diretrizes da Lei Estadual 20922/2013, Resolução CONAMA nº. 302/2002 e demais legislações pertinentes ao plano Público Alvo O público alvo é composto por proprietários cujas propriedades são lindeiras ao reservatório e propriedades do entorno cuja superfície de domínio possa ter participação relevante para o reservatório, o empreendedor, os órgãos da administração pública Estadual e Municipal, representantes da sociedade civil organizada e outras partes interessadas.

Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 51 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

No dia 25 de novembro de 2015, quarta-feira, foi realizada a Consulta Pública para a apresentação do PACUERA da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Serra das Agulhas no Distrito de Conselheiro Mata, em Diamantina. O evento foi realizado no Auditório da Escola Estadual Dom Joaquim Silvério de Souza e contou com a participação de 52 pessoas. Em Monjolos, a Consulta Pública para a apresentação do PACUERA da PCH Serra das Agulhas aconteceu no dia 26 de novembro de 2015, quinta-feira. O evento foi realizado no Auditório da Câmara Municipal de Monjolos e contou com a participação de 76 pessoas. Com as consultas públicas houve a instituição de uma comissão em Conselheiro Mata e outra em Monjolos, com participação de membros das comunidades, com o objetivo de melhor avaliar a proposta do PACUERA e executarem uma visita no local do empreendimento. Como resultados de ambas as comissões foram emitidos pareceres com críticas e sugestões ao plano: Conselheiro Mata: • Redução da largura dos acessos com execução do PRAD na área reduzida: entende-se que trecho a que o grupo de trabalho se referiu é aquele referente ao acesso definitivo para o barramento, pois o acesso para a janela já possui a largura reduzida. Nesse caso, não é possível a redução na largura dos acessos, visto que o mesmo será utilizado por veículos pesados e por vezes articulados para manutenções na área do barramento. • Construção de mirante na atual área do canteiro de obras da janela: a construção de um mirante na área que atualmente é ocupada pelo canteiro de obras da janela de acesso ao túnel criará uma área vazia, onde atualmente pretende-se aplicar o PRAD, podendo incentivar o estacionamento de veículos e a visitação do local por maior número de pessoas, o que poderá contribuir para um turismo mais predatório, em detrimento de um turismo de contemplação e que contribua para a preservação local. Outro aspecto de receio é fato de que o espaço aberto, aliado à facilidade do acesso e a possibilidade de estacionamento de veículos, incentive a utilização do local para aglomeração de maior número de pessoas, sendo que práticas como acendimento de fogueiras para churrascos e utilização de bebidas em excesso poderão por em risco a integridade física dos visitantes e do meio ambiente, dada a possibilidade do fogo se alastrar para as áreas com vegetação nativa. Assim, a princípio a sugestão de construção do mirante não será acatada para fins de composição do PACUERA, visto que sua concepção vai no sentido contrário à preservação do ambiente local e utilização da área para práticas de turismo sustentável; • Utilização da cachoeira do Candonga acompanhado de funcionários da PCH: trata-se de uma área de risco operacional, cujas vazões poderão sofrer alterações significativas em função do vertimento de água na barragem da PCH Serra das Agulhas, de forma que a utilização da cachoeira do Candonga não é recomendável; • Acesso ao reservatório: o acesso ao reservatório poderá ser realizado a partir de trilhas existentes que conduzem ao remanso do reservatório, notadamente em sua margem direita, respeitados os direitos dos proprietários das terras pelas quais as trilhas atravessam. Monjolos:

Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 52 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

• A comissão de Monjolos para avaliação do PACUERA emitiu o PARECER 001/2016 manifestando-se favorável à continuidade do acesso à “Cachoeira da Usina”, desde que o mesmo seja permanentemente controlado, tendo em vista a conservação do local.

Diagnóstico socioambiental A definição da Área de Abrangência (AA) do PACUERA será aquela delimitada a partir dos primeiros topos de morros, abrangendo dessa forma a Área de Preservação Permanente do Reservatório da PCH Serra das Agulhas, áreas adquiridas pelo empreendedor, tais como do canteiro de obras, áreas de empréstimo, bota-fora e todas as propriedades rurais diretamente afetadas (alvo do processo de negociação de terras), além do trecho de vazão reduzida. Esta área representa aquela que exerce influência direta ao reservatório e totaliza uma área de 1.916,01 ha. Embora a Trilha Verde da Maria Fumaça não esteja inserida na Área de Abrangência do presente PACUERA, a mesma circunda todo seu limite Norte, representando uma importante opção para se acessar os atrativos presentes na área para fins turísticos. O PACUERA contemplou o diagnostico socioambiental apresentado no PACUERA, contemplou informações sobre o meio socioeconômico (campanha de atualização do diagnóstico socioeconômico - Programa de Monitoramento Socioeconômico), meio biótico (fauna e flora) e meio físico da área de influência do empreendimento.

Definição da APP do Reservatório O Plano ambiental de conservação e uso do entorno de reservatório artificial – PACUERA, contemplou a limitação da nova área de APP definida no Termo de Compromisso assinado com o Ministério Público Federal, conforme a planta anexa no plano apresentado e figura abaixo.

Figura 07: APP do Reservatório. Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 53 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

Zoneamento, Diretrizes e Recomendações De acordo com as diretrizes legais e a caracterização dos aspectos físico, biótico e socioeconômico da região de inserção da PCH Serra das Agulhas foi proposto um zoneamento socioambiental. Este zoneamento buscou disciplinar o uso do curso d’água e a ocupação de seu entorno. Ao zonear e disciplinar o uso múltiplo da área foram priorizadas estratégias e recomendações para preservar e principalmente recuperar o entorno do curso d’água sem prejudicar os aspectos socioeconômicos. O empreendedor se responsabilizará em recuperar (via regeneração passiva e/ou plantio) ou preservar (fragmentos já existentes) toda a faixa de APP no entorno do reservatório que compreende áreas marginais do reservatório variando de 30 metros a 100 metros.

 Zoneamento Socioambiental Do Reservatório (Corpo D’água) O reservatório (corpo d’água) foi dividido em três zonas: Zona de Uso Restrito, Zona de Uso Múltiplo e Zona Reserva da Ictiofauna. A Zona de Uso Restrito refere-se às áreas que por segurança da PCH não podem ser utilizadas para outros fins que não sejam a operação, manutenção e execução de projetos ambientais do empreendimento. São estipuladas a partir dos pontos que ofereçam riscos aos usuários, considerando-se os aspectos operacionais do empreendimento (Área compreendida entre o barramento e o limite de 400 metros dentro do reservatório, a montante da tomada d’água; Limite de 1000 m a jusante do barramento, dentro da calha do rio; Limite de 900 m a jusante da casa de força, dentro da calha do rio). A Zona de Uso Múltiplo refere-se às áreas que poderão ser utilizadas para a Dessedentação, Abastecimento, Recreação, Turismo e Lazer, e outras atividades historicamente já desenvolvidas pelos proprietários antes da formação do reservatório.

Abastecimento É permitida a captação de água do reservatório para abastecimento humano e irrigação, desse que respeitadas as normas e legislações ambientais e prévia comunicação a PCH Serra das Agulhas.

Pesca A pesca poderá ser uma das atividades praticadas no reservatório, respeitando-se as diretrizes estabelecidas no Zoneamento do Corpo D’Água, no Zoneamento do Entorno do Reservatório e as limitações decorrentes de ações normativas do órgão ambiental, de caráter permanente ou transitório.

Navegação

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Devido às dimensões reduzidas do reservatório da PCH Serra das Agulhas, não será permitida a navegação na mesma, à exceção para execução de projetos ambientais, manutenção da usina ou situações de emergência.

Recreação, Turismo e Lazer Os usos para recreação e lazer abrangem o desenvolvimento de atividades de cunho turístico. Essas atividades deverão considerar aspectos de segurança do uso do lago e trecho de vazão e os limites estabelecidos nas leis e normas ambientais.

A Zona de reserva da ictiofauna abarca as áreas localizadas nos remansos do reservatório da PCH Serra das Agulhas, compreendidas pelas ramificações mais rasas do mesmo, as quais serão reservadas à proteção da Ictiofauna. Nestas áreas não serão permitidos os usos para pesca e lazer em geral pela população da área de entorno, à exceção das atividades de cunho científico e de monitoramento ambiental.

 Zoneamento Socioambiental do Entorno do Reservatório A Zona Administrativa se limita somente aos usos necessários à instalação e funcionamento da PCH sendo proibida a utilização das estruturas para fins que não o de geração de energia ou que não estejam associadas ao empreendimento e suas ações ambientais. A Zona de Preservação tem como objetivo a manutenção das fontes naturais de propágulos para otimizar o processo de regeneração natural e proteger as cavidades naturais subterrâneas PEA 405, 406, 407, 409, 410 e 411. É proibido qualquer uso ou intervenção que altere esta zona, permitindo-se atividades de pesquisa e monitoramento científicos. A Zona de Recuperação são áreas que foram necessárias à implantação das estruturas do empreendimento e que foram desativadas para restauração ambiental. A Zona de Flutuação é toda área compreendida pela AA do PACUERA, que não está inserida na APP do reservatório e pertencentes a terceiros com algum uso antrópico consolidado (agrícola, pecuária, silvicultura, etc.). A Zona com Potencial para Preservação representa as áreas pertencentes às propriedades da área de entorno do empreendimento, com cobertura vegetal nativa e/ou que por sua natureza já apresentam diretrizes legais para conservação, como APPs, apresentando com isso, potencial para preservação. Qualquer revisão do zoneamento e das diretrizes apresentadas neste Plano, deverão ser encaminhadas para análise da SUPRAM.

Ações em Execução com Interface com o Pacuera Em interface com o PACUERA serão executados o Programa de Gerenciamento Participativo do Entorno do Reservatório, Programa de Reflorestamento das Margens do Reservatório e Implantação da Área de Preservação Permanente, Sinalização da APP e do Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3532-6650 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1411545/2016 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 13/12/2016 Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Pág. 55 de 62 Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha

Reservatório, Comunicação Social e Educação Ambiental e Programa de Desenvolvimento Turístico. A comissão formada na consulta pública realizada no município de monjolos (PARECER 001/2016) manifestou favorável à continuidade do acesso à “Cachoeira da Usina”, desde que o mesmo seja permanentemente controlado, tendo em vista a conservação do local. Portanto, não óbice em manter os acessos uma vez que será benéfico a polução proporcionando aumento do potencial turístico da região. Sendo assim, somos pelo deferimento do Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial apresentado a este órgão ambiental. O empreendedor deverá apresentar relatório contendo as ações executadas no âmbito do PACUERA.

9. Controle Processual

Trata-se de análise do pedido de Licença de Operação do empreendimento Sigma Energia S.A para a atividade de barragem de geração de energia e subestação de energia elétrica do empreendimento denominado PCH Serra das Agulhas, localizado nos municípios de Diamantina/MG e Monjolos/MG. Primeiramente cumpre destacar a reorientação do enquadramento do empreendimento para a classe 3, com fundamento na Deliberação Normativa COPAM nº 146, de 30 de abril de 2010, alterada pela Deliberação Normativa COPAM nº 204, de 19 de agosto de 2015, que trouxe alteração no conceito de Pequena Central Hidrelétrica - PCH. Tal entendimento foi chancelado pela Diretoria de Apoio Técnico e Normativo – DATEN, conforme documentos de fls.1.716/1.1717 dos autos do processo em questão. O art. 8º, inciso III da Resolução CONAMA nº 237/97 define a licença de operação como a licença ambiental que autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. No mesmo sentido, é o disposto no art.9º, inciso III do Decreto Estadual nº 44.844/2008. Dessa forma, em atendimento às disposições acima, foi apresentado relatório de cumprimento de condicionantes e análise dos programas de controle ambiental até aqui implantados para o projeto em questão. Da análise dos documentos que compõem o referido relatório e do que consta nos autos do presente parecer, e que merece destaque, está o status de cumprimento fora do prazo estabelecido das Condicionantes nº 11, 31 e 32 da LI. Em que pese o cumprimento

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fora dos prazos estabelecidos, foram atendidas as obrigações impostas nas condicionantes, sem qualquer prejuízo de natureza ambiental (o descumprimento não ensejou em poluição ou degradação ambiental), o que, portanto, não obsta a continuidade da análise e deliberação da LO em questão. Em decorrência do descumprimento observado, foi devidamente lavrado pela equipe técnica responsável, o Auto de Infração nº 96510/2016, com fundamento no art.83, Anexo I, Código 103 do Decreto Estadual nº 44.844, de 2008. Em relação as demais condicionantes impostas, cumpre destacar o atendimento das compensações previstas no art.36 da Lei Federal nº 9.985, de 2000 (Lei do SNUC), no art.5º, §§ 1º e 2º da Resolução CONAMA nº 369, de 2006 e art.17 da Lei Federal nº 11.428, de 2006 c/c art.26 do Decreto Federal nº 6.660, de 2008. Em relação ao Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial – PACUERA, que encontra previsão legal no art.23 da Lei Estadual nº 20.922, de 2013 e na Resolução CONAMA nº 302, de 2002, cumpre destacar, a realização de consultas públicas nos municípios abrangidos pelo empreendimento, em atendimento ao disposto no art. 23, § 4º da lei estadual em referência, com ampla divulgação e participação, conforme demonstram os documentos acostados ao presente processo, como, por exemplo, ofícios dirigidos aos chefes dos poderes executivos e membros dos legislativos dos municípios atingidos pelo empreendimento, conselheiros da URC/COPAM/Jequitinhonha, representantes do Ministério Público Estadual, proprietários/posseiros do imóveis rurais abrangidos pelo PACUERA, membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Das Velhas, Polícia Militar de Minas Gerais, comprovantes de divulgação em rádios, faixas e cartazes afixados em locais públicos como escolas e praças, além da apresentação das atas das reuniões das consultas públicas realizadas nos referidos municípios, além das listas de presenças. Nota-se ainda, que o PACUERA apresentado contemplou o conjunto de diretrizes e proposições com o objetivo de disciplinar a conservação, a recuperação, o uso e a ocupação do entorno do reservatório artificial, compostas de diagnóstico socioambiental, zoneamento socioambiental e programa de gerenciamento participativo do entorno do reservatório, bem como respeitou os limites da APP acordado como o Ministério Público Estadual, conforme Condicionante nº 06 da Licença de Instalação, não havendo, portanto, questões legais para inviabilizar a sua aprovação.

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Oportuno advertir, ainda, ao empreendedor, que qualquer alteração do PACUERA, apresentado sem a devida e prévia aprovação da SUPRAM JEQ, tornam o empreendimento em questão passível de autuação. Quanto a competência para a aprovação do PACUERA, esta deve ser aferida pela recente alteração normativa promovida pela Lei Estadual nº 21.972, de 2016, fazendo-se necessário verificar o enquadramento da atividade no que tange ao seu porte e ao potencial poluidor. Nesse sentido, a classificação do empreendimento em classe 3, traz a competência para a Superintendência Regional de Regularização Ambiental – Jequitinhonha, nos termos das disposições contidas no Decreto Estadual nº 46.967, de 2016, alterado pelo Decreto Estadual nº 46.973, de 2016 c/c o art.54, Parágrafo único do Decreto Estadual nº 47.042 de 2016. Quanto aos demais programas/projetos de controle ambiental foram os mesmos analisados, conforme se constata do presente parecer. Frisa-se ainda, que o empreendimento possui autorização da Aneel, conforme Resolução Autorizativa nº 4.246, de 16 de julho de 2013, para explorar, e, portanto, operar a PCH Serra das Agulhas. Nota-se ainda, que foi apresentado o OFÍCIO/GAB/IPHAN/MG nº 1073, datado de 25 de abril de 2016, que aprovou a proposta de proteção do sítio arqueológico “ Pardo Pequeno 01”, identificado na fase anterior do licenciamento ambiental, com a obrigação de monitoramento arqueológico do sítio, quadrimensalmente pela duração de 01 (um) ano após a emissão da LO (fl.1.448). Quanto aos aspectos formais do licenciamento, nota-se que foi apresentado a publicação do requerimento de LO em jornal de grande circulação (fl.1678), bem como da concessão da licença anterior (fl.1.677), e ainda a publicação do requerimento de LO no “ Minas Gerais” (fl.1.704), de acordo com a Deliberação Normativa COPAM nº 13, de 1995. Quando da formalização do processo foram apresentadas as Certidões Negativas de Débitos Ambientais (fls.1.681/1.682), nos termos da Resolução SEMAD nº 412, de 2005, bem como comprovante do Cadastro Técnico Federal – CTF, válido até 05/03/2017 (fl.2.258), nos conforme exigência da Lei Federal nº 6.938, de 1981. Em decorrência das disposições da Lei Federal nº 12.334, de 2010, que estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens, o empreendedor deverá observar os

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procedimentos da Resolução Aneel nº 696, de 2015, que estabelece critérios para a classificação, formulação do Plano de Segurança e realização da Revisão Periódica de Segurança em barragens fiscalizadas pela ANEEL, especialmente, às disposições do Parágrafo único do art.4º e § 3º do art.7º. Em relação aos custos de análise, esses deverão ser integralmente quitados, nos termos da exigência contida no art. 7º da Deliberação Normativa COPAM nº. 74, de 2004, e conforme Resolução Conjunta SEMAD/IEF/FEAM nº 2.125, de 2014. Diante das alterações promovidas pela Lei Estadual nº 21.972, de 2015, e regulamentadas pelo Decreto Estadual nº 46.967, de 2016, alterado pelo Decreto Estadual nº 46.973, de 2016 c/c o art.54, Parágrafo único do Decreto Estadual nº 47.042, de 2016, a competência para decidir sobre processos de licenciamento ambiental classe 3, é das Superintendências Regionais de Meio Ambiente – SUPRAM’s. Nesse sentido a competência para decidir sobre a licença ambiental em discussão é do Superintendente Regional de Meio Ambiente – Jequitinhonha, porém, em decorrência do gozo de suas férias regulamentares, essa competência será da Diretora Regional de Administração e Finanças, conforme designação contida na Resolução SEMAD nº 2.437, de 15 de dezembro de 2016, publicada no D.O.E do dia 16/12/2016, no Diário do Executivo, pág.41. Diante de todo o exposto, encerra-se o presente controle processual.

10. Conclusão A equipe interdisciplinar da Supram Jequitinhonha sugere o deferimento desta Licença Ambiental na fase de Licença de Operação, para o empreendimento PCH Serra das Agulhas S.A. para a atividade de “Barragem de geração de energia - hidrelétrica”, nos municípios de Diamantina e Monjolos, MG, pelo prazo de 6 anos, vinculada ao cumprimento das condicionantes e programas propostos. As orientações descritas em estudos, e as recomendações técnicas e jurídicas descritas neste parecer, através das condicionantes listadas em Anexo, devem ser apreciadas pelo Superintendente Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha. Oportuno advertir ao empreendedor que o descumprimento de todas ou quaisquer condicionantes previstas ao final deste parecer único (Anexo I) e qualquer alteração, modificação e ampliação sem a devida e prévia comunicação a Supram Jequitinhonha, tornam o empreendimento em questão passível de autuação. Cabe esclarecer que a Superintendência Regional de Meio Ambiente do Jequitinhonha, não possui responsabilidade técnica e jurídica sobre os estudos ambientais apresentados nesta licença, sendo a elaboração, instalação e operação, assim como a

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comprovação quanto a eficiência destes de inteira responsabilidade da(s) empresa(s) responsável(is) e/ou seu(s) responsável(is) técnico(s). Ressalta-se que a Licença Ambiental em apreço não dispensa nem substitui a obtenção, pelo requerente, de outras licenças legalmente exigíveis. Opina-se que a observação acima conste do certificado de licenciamento a ser emitido.

11. Anexos Anexo I. Condicionantes para Licença de Operação (LO) da PCH Serra das Agulhas. Anexo II. Relatório Fotográfico da PCH Serra das Agulhas.

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ANEXO I

Condicionantes para Licença de Operação (LO) da PCH Serra das Agulhas

Empreendedor: Sigma Energia S.A. Empreendimento: PCH Serra das Agulhas CNPJ: 03.803.650/0001-63 Municípios: Diamantina e Monjolos Atividade(s): Barragem de geração de energia - hidrelétrica Código(s) DN 74/04: E-02-03-8 Processo: 01164/2003/005/2016 Validade: 6 anos Item Descrição da Condicionante Prazo* Apresentar uma via do Termo de Compromisso de Compensação Florestal por intervenção em área de 60 dias a partir da 1. preservação permanente registrada no cartório de Títulos e concessão da LO Documentos. Efetuar a averbação do Termo de Relocação de Área de 60 dias a partir da 2. Reserva Legal no Cartório de Títulos e Documentos concessão da LO competente e apresentar uma via a Supram Jequitinhonha. Apresentar relatórios semestrais de acompanhamento do Durante a vigência 3. plantio compensatório para espécies imunes de corte citadas da Licença de neste parecer. Operação Durante a vigência Apresentar relatório anual de acompanhamento da da Licença de 4. recuperação das áreas alteradas pelo empreendimento. Operação supressão. Apresentar relatório, contendo análise técnica das Anualmente atividades/ações realizadas no âmbito dos Programas e 5. durante a vigência Projetos a serem executados na fase de operação do da LO empreendimento. Apresentar junto ao relatório do Programa de Acompanhamento de Desmate e Eventuais Ações de 01 (um) ano, após a 6. Salvamento, Triagem e Destinação da Fauna as ações concessão da LO. executadas durante a supressão da vegetação na área do reservatório. Apresentar novo programa de educação ambiental para 60 dias após 7. concessão da comunidade escolar de acordo com instruções deste parecer. licença Apresentar a manifestação da ANEEL quanto ao protocolo do 01 (um) ano, após a 8. Plano de Segurança de Barragem e/ou Plano de Atendimento concessão da LO. Emergencial, nos termos da Lei Federal 12.334/2010 e

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Resolução ANEEL nº 696/2015.

Apresentar relatório comprovando a construção do aterro de Antes do alteamento ao redor do sítio arqueológico conforme projeto 9. enchimento do aprovado pelo IPHAN OFÍCIO/GAB/IPHAN/MG nº 1073/2016, reservatório incluindo a data de finalização da obra. Informar a Supram Jequitinhonha, através de oficio, a data de inicio de enchimento do reservatório. O enchimento do Antes do barramento só poderá ser realizado após construção do aterro 10. enchimento do de alteamento ao redor do sítio arqueológico conforme reservatório projeto aprovado pelo IPHAN OFÍCIO/GAB/IPHAN/MG nº 1073/2016. * Salvo especificações, os prazos são contados a partir da data de publicação da Licença na Imprensa Oficial do Estado.

O empreendedor deverá executar os programas de controle ambiental e de automonitoramento de acordo com os cronogramas e prazos estabelecidos, porém, a comprovação da execução deverá ser feita através de protocolo único de um relatório analítico consolidado, contendo análises e considerações a respeito do cumprimento das ações, abrangendo as ações realizadas no período do ano anterior, tendo como base os dias 1 de janeiro a 31 de dezembro do ano anterior, sendo que o envio do relatório ocorrerá até o dia 28 de fevereiro do ano subsequente às ações.

Obs. Eventuais pedidos de alteração nos prazos de cumprimento das condicionantes estabelecidas nos anexos deste parecer poderão ser resolvidos junto à própria Supram, mediante análise técnica e jurídica, desde que não altere o seu mérito/conteúdo.

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Anexo II. Relatório Fotográfico da PCH Serra das Agulhas.

Relatório Fotográfico

Foto 01: Vertedouro/barramento Foto 02: Vista geral barramento

Foto 03: Vertedouro/barramento Foto 04: Tomada d’água

Foto 05: Janela do túnel Foto 06: Casa de Força

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