CARLOS MIGUEL FERNANDES RODRIGUES

A CIDADE DOS SÍFRAGOS

Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Porto | 2015

CARLOS MIGUEL FERNANDES RODRIGUES

A CIDADE DOS SÍFRAGOS

Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Porto | 2015

© 2015 Carlos Miguel Fernandes Rodrigues TODOS OS DIREITOS RESERVADOS CARLOS MIGUEL FERNANDES RODRIGUES

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Tese apresentada à Universidade Fernando Pessoa como parte integrante dos requisitos para a obtenção do grau de Doutor em Ciências Sociais, especialidade de Antropologia, sob a orientação do Professor Doutor Álvaro Campelo. A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

ANEXOS A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

ANEXO I SOCIOFONIAS E ECO SONS DA CIDADE DO PORTO A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

SOCIOFONIAS E ECO SONS DA CIDADE do PORTO na banda sonora dos filmes, antes e depois de 1960 Evolução tecnológica Método OEL_F Página Filme - 01 PORTO DA MINHA INFÂNCIA, Manoel de Oliveira, 2000, (1908-2000) ...... II

Filme - 02 PIONEIROS, PALAVRAS E IMAGENS DA MEMÓRIA, Maria Fátima Nunes, 2007 (Entrevista no filme, 1930-1955)...... X

Filme - 03 ANIKI-BÓBÓ, Manoel de Oliveira, 1942...... XI

Filme - 04 CAPAS NEGRAS, Armando de Miranda, 1947...... XVI

Filme - 05 O LEÃO DA ESTRELA de Arthur Duarte, 1947...... XIX

Filme - 06 O PINTOR E A CIDADE de Manoel de Oliveira 1956...... XXII

Filme - 07 A COSTUREIRINHA DA SÉ, Manuel Guimarães, 1958...... XXVIII

Filme - 08 O PASSARINHO DA RIBEIRA, Augusto Fraga, 1959...... XXXV

Filme - 09 JAIME, António Pedro Vasconcelos, 1999...... XL

Filme - 10 CORPO E MEIO, Sandro Aguilar, 2001...... LIV

Filme - 11 CANÇÃO DISTANTE, Pedro Serrazina, 2001...... LVII

Filme - 12 ACORDAR, T. Guedes & F. Serra, 2001...... LXII

Filme - 13 AS SEREIAS, de Paulo Rocha, 2001...... LXV

Filme - 14 RUSGA, parte i, Paula Mota Santos 2001...... LXVIII

Filme - 15 RUSGA, parte ii, Paula Mota Santos 2001...... LXXI

Filme - 16 PIONEIROS, PALAVRAS E IMAGENS DA MEMÓRIA, Maria Fátima Nunes, 2007 (Filme) ...... LXXIV

I

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

FILME – 01

Filme, Porto da Minha Infância, Manoel de Oliveira, 2000

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:00:00 O maestro regendo uma O maestro de costas para a câmara Presente O som da música de uma orquestra ouve- 00:03:05 orquestra que não está rege uma orquestra que não está se o que parece um prelúdio. visível visível. 00:03:05 O mar com créditos em As ondas do mar, sobrevoadas por Presente Som do mar tempestuoso 00:03:46 sobreimpressão, depois gaivotas, batem nos rochedos e texto em fundo negro surgem no ecrã créditos em letras em sobreimpressão, depois em fundo negro aparece um texto. 00:03:46 Um casarão em ruínas A câmara em ligeiro contrapicado Presente Ouve-se a voz de Manoel de Oliveira 00:07:18 capta, por alguns segundos, sem fazendo a narração, depois uma senhora movimentação alguma, um casarão canta à capela, uma canção com um em ruínas, depois muda algumas poema de Guerra Junqueiro, após mais vezes, o flanco do plano da filmagem, curtas narrações, a senhora continua com câmara estática, surge depois entoando a mesma canção, a câmara fita- uma imagem picada do quebrar o e faz-se ouvir o mar, a senhora continua manso de ondas do mar, a câmara cantando, seguida da voz do narrador. regressa ao plano inicial do casarão. Um homem canta uma a canção de Bizet El Toreador e o plano altera-se. 00:07:18 O anúncio Carmen na A frontaria de um teatro de ópera no Presente Um homem começa a trautear El 00:08:15 frontaria de um teatro Porto, Carmen e Miss Diabo Toreador e ouve-se depois a voz de um artista acompanhado de orquestra, depois a voz do narrador. 00:08:15 Um salão e alguém Um assaltante força a entrada no Presente Ouve-se um vidro sendo partido, vozes 00:12:33 forçando a entrada salão onde estava uma menina, o dos protagonistas, o assaltante pega numa assaltante convence-a a conversar. O viola dedilha-a e canta um fado. homem pega numa guitarra, canta um fado e os planos vão-se alternando pela frisa do teatro.

II

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Porto da Minha Infância, Manoel de Oliveira, 2000

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:12:33 Jardim da cordoaria, árvore As imagens vão acompanhando a Passado, Voz do narrador, cascos dos cavalos da 00:15:52 da forca, uma rua estreita, narrativa que a voz vai enunciando: nos guarda nas pedras da calçada, voz do entrada do teatro frisa no teatro, Torre dos Clérigos, inícios narrador, música do filme, parece ser a árvore da forca no jardim da do mesma peça da parte inicial do filme. cordoaria, rua 9 de julho, rua estreita século onde morava, vigilância da guarda a XX cavalo de noite, automóvel parado à entrada do teatro, o automóvel a avançar por ruas estreitas, iluminadas por candeeiros a gaz, Manoel no banco de traseiro aprecia o trajeto. 00:15:52 Placa com o nome da rua A câmara mostra o nome da rua onde Passado, Voz do narrador 00:16:34 onde morou, estátua de D. Manoel viveu, explica a razão dessa nos Pedro o libertador designação, 9 de julho. inícios do século xx 00:16:34 Ao fundo da Avenida dos A câmara vai mostrando o perfil da Passado, Sons distintos de motores de carros a 00:17:43 Aliados e depois subindo Avenida dos Aliados desde o Palácio nos acelerar o movimento, vozes da presença sempre, junto à Câmara das Cardosas até à Câmara Municipal. inícios de muitas pessoas nos passeios, voz do Municipal, estátua de do narrador recitando textos de Almeida Almeida Garrett século Garrett. xx 00:17:43 Regresso ao casarão em Grande plano em câmara fixa de Presente Voz do narrador. 00:17:51 ruínas mostrado no início do algumas janelas do casarão. filme 00:17:51 Rua do Palácio da Bolsa, As imagens vão acompanhando os Passado, Ouve-se a voz do narrador, sons de 00:19:40 saída da igreja, Manoel factos no discurso do narrador, nos motores de carros em registo discreto, evocado à janela, estátua do passando sucessivamente pela rua do inícios ouviu-se a voz evocada do narrador pedreiro, muralha Palácio da Bolsa, saída da igreja, do dezenas de anos atrás, o narrador Fernandina do Porto Manoel evocado à janela, estátua do século descreve o refrão do canto chão dos pedreiro, muralha Fernandina do xx pedreiros arrastando as pedras com barras Porto. de ferro como quem rema de modo ritmado: Pedrinha ou…pedrinha ei…pedrinha ou…pedrinha ei…

III

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Porto da Minha Infância, Manoel de Oliveira, 2000

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:18:28 Praça dos Leões, interior da A memória refere canas apresentando Passado, Sons de motores primitivos, elétrico voz …Naquela época, na rua 00:19:05 confeitaria Oliveira uma praça do Porto e o interior de nos do narrador. e ao vivo ouvir-se-ia: uma confeitaria. inícios gente conversando, do negociando ou apregoando, sons do século elétrico, motores xx primitivos, carros puxados a cavalos com rodas de ferro 00:19:05 Confeitaria Oliveira Interior da confeitaria Oliveira Passado, Sons da presença de muita gente dos 00:19:14 nos factos, vestidos, passos e murmúrios, na inícios rua o som do que parecia um carro do modelo T. A voz de Manoel de Oliveira século evocada desde essa época, voz do XX narrador 00:19:14 Exterior da pastelaria Aspeto atual da pastelaria Oliveira Presente Som de trânsito intenso no local, vozes de 00:19:29 pessoas na rua.

00:19:29 Escalada da torre Um alpinista escala com aparente Passado, Presença de centenas de pessoas e o 00:22:10 facilidade a Torre dos Clérigos nos dobrar dos sinos da torre. inícios do século XX 00:22:10 Palácio de Cristal Exposição de flores, passeio na Passado, Sons de música no ambiente e sons da 00:25:33 avenida das tílias. nos presença de centenas de pessoas, vozes e Um ecrã negro com um texto, inícios movimentos, voz do narrador, música e identificando os poetas José Régio e do vozes da multidão na Av. das tílias, voz Fernando Pessoa. século das senhoras falando na rua, voz do XX narrador repetindo a voz de um outro narrador auxiliar, sons de música 00:25:33 Palácio de Cristal e rua 31 Exposição de carros, Passado, Som de um motor de automóvel primitivo 00:29:38 de Dezembro Sucursal da Pastelaria Oliveira na rua nos que entra no recinto, som de um carro 31 de Dezembro, os boémios. inícios atravessando rapidamente o plano, voz do do narrador, 3 boémios conversando, século e rindo, voz do narrador. XX

IV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Porto da Minha Infância, Manoel de Oliveira, 2000

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:29:38 Rua 31 de Dezembro Aspeto atual da pastelaria Oliveira Presente Som dos passos dos transeuntes, ruído 00:29:45 branco do tráfego possivelmente noutras ruas. 00:29:45 Quinteto de cordas e sopros Um quinteto inicia a execução de um Passado, Som do quinteto, sons da presença de 00:36:14 do Club Palace charleston, vista dos clubes, Palace, nos pessoas no clube, movimentos, conversas, Clube do Porto, Primavera. inícios risos, danças, loiça, copos de vidro, do garrafas, mesas, arrastar de cadeiras, século diálogos com as damas, voz de narradora XX (Agustina Bessa Luís) recitando um texto, a orquestra arranca com um tango (“Sem delitos não há cultura “diz Agustina). 00:36:14 Lado direito ascendente da Localização do Café Central (história Presente Voz do narrador, esvoaçar de um bando 00:36:37 Av. dos Aliados da experiência de vida ligada a esse de pombas, sons estáveis da pressão local) encontros com jovens de vida sonora do trânsito local. universitária. 00:36:37 Rua de Santa Catarina Café Localização do Café Majestic Presente Voz do narrador, falatório das pessoas no 00:38:11 Majestic do arquiteto João (história da experiência de vida ligada e inícios lugar. Queirós a esse local) num dos cantos do café do escreveu quase toda a planificação do século filme Gigantes do 1934, que o XX Estado Novo não permitiu a sua realização. 00:38:11 Localização do Café Café Paladium instalado no rés do Presente Voz do Narrador 00:38:25 Paladium, Rua de Santa chão do magnífico edifício dos embora Catarina Grandes Armazéns Nascimento, fosse edifício da autoria do Arquiteto apresen- Marques da Silva a imagem é tada apresentado com uma gravura. uma gravura dos anos trinta.

V

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Porto da Minha Infância, Manoel de Oliveira, 2000

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:38:25 Ruas da cidade velha, e Um grupo de rapazes: Adolfo Casais Passado, Voz do narrador, passos do grupo pela 00:40:30 escultura de Soares dos Monteiro, Rodrigues de Freitas, nos calçada. Reis, o Desterrado. António Silva e Manoel de Oliveira inícios Grande plano da cabeça do caminham pelas ruas escuras estreitas do desterrado de longa duração e sinuosas da cidade. século a propósito das perseguições XX injustas a muitos dos desse grupo de amigos de Manoel de Oliveira. 00:40:30 O maestro, a mesma A voz do narrador funcionando mais Presente Voz do narrador e música acusmática da 00:44:28 imagem do início do filme como imagem do que como som, tem E orquestra que o maestro vai regendo. continua regendo a por fundo o maestro regendo a passado, orquestra captado por orquestra e o grupo percorrendo uma nos câmara fixa. calçada da cidade velha, que vai dar inícios Calçada da cidade velha ao Douro. do desembocando no rio que o século grupo continua a percorrer. XX

VI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Porto da Minha Infância, Manoel de Oliveira, 2000

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:44:28 O rio Douro com a ponte Outro desterrado foi Agostinho da Passado, Voz do narrador, música do filme, piar Poder-se-ia ouvir o 00:45:43 Luiz I e a ponte de D. Maria Silva, o narrador continua propondo nos das gaivotas, o som das velas ao vento, som do comboio na em fundo. imagens em discurso, tendo como inícios som do comboio passando na ponte D. ponte de D. Maria, o fundo o rio Douro e a ponte. do Maria som dos carros pesa- século dos e dos elétricos na XX rua da Alfândega, o som que as rodas das carroças com rodas de ferro fazem nas pedras da calçada, o som dos barcos a va- por, o cortar das águas pelos remos, os gritos dos traba- lhadores fluviais, um ou outro pregão, o manuseamento de pás, baldes, caldei- ros, carrinhos de mão caixotes e ces- tos, as correrias, as mães gritando pelos miúdos, a inquietude dos animeis sacudin- do os arreios, espe- rando pela carga, vozes com ordens gritadas dos capa- tazes dos carros pesados dos fretes, os passos do andar carregado dos car- regadores pelos passadiços de barco em barco, o som das gaivotas, os sibilos do vento nas velas dos barcos grandes.

VII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Porto da Minha Infância, Manoel de Oliveira, 2000

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:45:43 O filme volta à imagem O narrador continua testemunhando Passado, Voz do narrador, voz da senhora 00:47:39 inicial do casarão em ruínas num flashback dramatizado, a propor nos entoando a mesma canção de Guerra que se imaginem realidades, tendo inícios Junqueiro como base as imagens que do criteriosamente escolhe: aqui foi século escolhida a do regresso ao casarão e o XX momento em que Carlitos (Aniki- Bóbó) queria fugir para longe. 00:47:39 Rua de Santa Catarina Imagens do filme de Aurélio Paz dos Passado, Voz do narrador, passam carruagens A primeira sala de 00:49:12 Reis, as costureiras saindo da fábrica Nos puxadas por cavalos, som de uma cinema do Porto o na Rua de Santa Catarina. inícios projeção antiga, carroças de carga de High-Life do lavradores puxadas por vacas, muita século gente caminhando devagar, homens com XX barris à cabeça. 00:49:12 O cinema Batalha foi construído no Presente Voz do narrador e pressão sonora própria 00:50:08 Paz dos Reis aparece numa lugar onde estava o cinema High- do tráfego nas grandes cidades. dramatização, filmando na Life, Aurélio Paz dos Reis aparece rua com a máquina de filmando com Manoel de Oliveira, filmar mecânica muito jovem ainda, ao lado dele. Estão a ser filmadas as obras da Porto 2001 Capital Europeia da Cultura. 00:50:08 Imagens das águas do rio Imagens das águas do rio Douro e Música do filme e rumorejar de água, voz 00:50:52 Douro, câmara fixa. aspeto geral da Ribeira do Porto nos de Carlitos de outro filme Aniki -Bóbó nossos dias. falando com Teresinha, música do filme, som discreto dos motores diesel dos rabelos de turismo. 00:50:52 Estátua e imagem do A câmara vai percorrendo o trajeto Presente Música do filme. 00:53:33 aquaviaduto de Massarelos, entre a Alfândega e Massarelos, faz com a ponte da Arrábida ao uma paragem junto ao painel do fundo Infante D. Henrique na parede da igreja e continua até à ponte da Arrábida 00:53:33 Imagem de um portulano e A câmara sugere imaginários com Presente Música do Filme. 00:54:21 do Infante, passando para o imagens dos portulanos, do olhar do farol da Foz Infante e do mar.

VIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Porto da Minha Infância, Manoel de Oliveira, 2000

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:54:21 Imagens de títulos de obras A câmara filma lombadas de obras da Presente O som do mar, sereias de barcos, e com o 00:55:06 literárias portuguesas e do literatura portuguesa, as ondas farol faiscando de noite sobre o mar mar embatendo nos rochedos, volta ao enfurecido, a senhora (que soube ser a visionamento de mais lombadas, ao esposa de Manoel de Oliveira), volta a farol da Foz visto de noite. entoar a sua canção. 00:55:06 O farol e o mar Imagem já difusa do farol e do mar à Presente O som do mar, o canto da senhora, uma 00:57:48 desvanecem-se noite, desvanecem-se, ouve-se o guitarra portuguesa. trinado de uma guitarra portuguesa e o filme acaba.

FIM

IX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

FILME 02

Filme, Pioneiros, Palavras e Imagens da Memória, Maria Fátima Nunes, 2007 (Entrevista)

(Análise ao conteúdo da entrevista do filme.)

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:00:00 O Senhor Fernando Tsu dá Som do rádio da Emissora Nacional, Décadas O som do fado, na rua. A sonoridade musical, 00:04:10 uma entrevista à constituindo a mais natural e 20 a 50 O som da multidão pelos passeios. avulsa, e habitual nas antropóloga permanente sonoridade musical, nas do séc. Sons dos cascos, chocalhos e apupos de ruas do Porto de hoje ruas, sobretudo, em certos locais e a xx quem os conduzia. em dia é certas horas. As carroças com rodas de ferro eram essencialmente As ruas tinham muita gente muito barulhentas. provocada pelos Nas ruas caminhavam também muitos Os automóveis que havia nesta época músicos de rua, animais de tiro. eram muito barulhentos. sobretudo em certos Circulavam muitas carroças. As carroças fizeram a transição dos sítios e a certas horas. Carroças com as rodas de ferro rodados de ferro para pneu entre 1940 e Havia poucos automóveis. 1950), o som e os estragos diminuíram (Apregoavam-se Uma lei obrigava as carroças a nas ruas. também jornais, colocarem rodas de borracha, pneu, Havia muitos pregões e pregoeiros. revistas, brinquedos em vez de ferro, as carroças eram peixe, arranjos de barulhentas e danificavam os passeios guarda chuvas, de e o empedrado das ruas. facas e de tesouras) Nas ruas, havia muita gente a fazer negócio, havia pois muitos pregões. Apregoavam-se: broas de Avintes, velhotes (Pãezinhos doces) de Vila Nova de Gaia, pãezinhos de leite, sorvetes, castanhas, quentes e boas são batatonas.

FIM

X

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage FILME - 03

Filme Aniki-Bobó, Manoel de Oliveira, 1942

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:00:00 Mãe e Carlitos em casa Mãe no quarto de Carlitos arranja-o para Presente A voz da mãe e a voz do Carlitos, o som Em casa, não se ouvem 00:02:16 ir para a escola. de um boneco de barro que quebra ao os sons da rua. cair ao chão. 00:02:16 Mãe e o Carlitos à porta de Mãe chama o Carlitos, fala com ele e Presente A voz da mãe. Não se ouvem outros 00:02:35 casa entrega-lhe os livros e cadernos, sons para além da música esquecidos em casa. do filme. 00:02:35 O Carlitos, na rua, em Carlitos travessa a estrada, saltando da Presente O som do motor de uma camioneta de Ouvem-se apenas estes 00:02:51 frente à casa frente dos carros. carga com reboque e o de um automóvel dois veículos. que buzinam. 00:02:51 Na rua Caminha distraído pelo passeio choca Presente Ouvem-se os gritos de um grupo de Não se ouvem outros 00:03:19 com o polícia e depois com o candeeiro. miúdos que vai para a escola e depois, sons. Junta-se ao grupo que corre. já à vista, correm na rua, mas sempre a gritar. 00:03:19 A cena passa para dentro O lojista, de dentro da loja, fica a ver os Presente Ouve-se o som da queda súbita de Na loja, não se ouve o 00:03:41 da loja movimentos dos miúdos na rua. caixas e objetos no chão da loja; a voz som da rua. do lojista e a do empregado. 00:03:41 A cena passa para a rua Os miúdos correm. Presente Ouve-se o som da música do filme os Música e vozes da 00:04:36 com o grupo de miúdos A Teresinha aparece à janela. gritos dos miúdos e os risos devido à narrativa, nenhum outro O Eduardo acena-lhe. queda do Carlos. som da rua à margem da O Carlitos devagar vai sempre olhando narrativa Teresinha, ciumento, o Eduardo empurra- o com força. 00:04:36 À porta da escola O grupo entra na escola. Presente Ouve-se o som da música do filme. (SOSMN) 00:05:05 Sem outro som à margem da narrativa. 00:05:05 À porta da escola Pistarim tropeça e cai várias vezes. Presente Ouvem-se, para além da música do SOSMN 00:05:25 filme, o som dos socos no empedrado, que parece uma sonoplastia efetuada com uma caixa de percussão. 00:05:25 Na sala de aula Pistarim entra na sala de aula. Presente As vozes do professor e dos alunos, as SOSMN 00:08:44 pancadas do professor no tampo da secretária, o bater do arremesso da fisga Na sala de aula não se do Eduardo e a pancada da vara do ouve o som da rua professor no chapéu de jornal do Pistarim, a música do filme. Não se ouvem os passos, nem o miar declarado de um gato que aparece na janela da sala.

XI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme Aniki-Bobó, Manoel de Oliveira, 1942

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:08:44 Rua Os miúdos saem a correr da escola, um Presente O alarido dos miúdos a saírem em SOSMN 00:10:12 grupo de 3 tocadores e um cantor canta correria da escola, depois o som dos uma cantiga na beira da rua, onde não instrumentos e a voz do cantor, passaram carros. acompanhado pelos garotos que cantam, em coro. 00:10:12 Escadas ao longo do casa- Teresinha desce as escadas, encontra o Presente Ouvem-se vagamente sons de miúdos Não se ouvem sons 00:12:21 rio desembocando, na rua Carlitos e depois o Eduardo. por perto, a voz da Teresinha da vindos do lado do rio, junto ao rio Carlitos e do Eduardo. nem passos nem automóveis.

SOSMN 00:12:21 No rio Os miúdos vão nadar, Eduardo sobe ao Presente Ouvem-se as vozes do Pistarim e do Não se ouvem outros sons 00:14:09 alto de uma Grua e mergulha. Carlitos, as braçadas na água do vindos do lado do rio ou Eduardo a nadar. A música do filme da estrada. acompanha a ação, dando o devido relevo com um rufo, quando Eduardo se SOSMN prepara para mergulhar lá do alto. 00:14:09 No rio Os miúdos continuam brincar com a água Presente Ouvem-se as vozes dos diálogos e SOSMN 00:16:42 do rio. Pistarim não quer entrar na água altercações. como o Eduardo lhe pede, há rixa, Carlos Ouve-se sempre a música do filme. acode, chega o polícia e todos fogem. Carlos foge pela água, com ajuda do Pistarim. 00:16:42 Frente à loja das tentações Teresinha vai às compras e encontra Presente Ouvem-se as vozes das crianças a SOSMN 00:19:21 Carlos e o Pistarim e ficam todos a olhar a conversar, e a música do filme. boneca, na montra da loja das tentações.

00:19:21 Sala de aula Eduardo atira, com a fisga, um papel, Presente As vozes das crianças recitando a SOSMN 00:19:55 embebido em tinta, à cara do Carlos. tabuada em coro. 00:19:55 Junto ao rio Carlos conversa com Pistarim, ao fundo, Presente As vozes dos diálogos e a música do SOSMN 00:21:01 miúdos chapinham na água e Eduardo filme mergulha, mais à frente um barco rabelo atravessa a cena.

XII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme Aniki-Bobó, Manoel de Oliveira, 1942

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:21:01 Do rio a casa do Pistarim e Carlos quer comprar a boneca à Presente As vozes dos diálogos e a música do Junto ao rio, na casa do 00:21:32 ida à loja. Teresinha. Não tem dinheiro, o Pistarim filme. Pistarim e na loja, não se decide partir o mealheiro dele vai a casa e ouviam outros sons da depois à loja para tentar comprar a cidade. boneca. 00:21:32 Entra um cliente na loja Comprar tecido. Presente As vozes dos diálogos. SOSMN 00:22:34 00:22:34 Junto ao rio Carlitos e Pistarim conversam. Presente Ouvem-se vozes, sons de motores, um Os sons que se ouvem 00:23:55 som que evocava o elétrico, quando o para além do diálogo são Pistarim se vai embora, ouve-se a sons fora de campo, música do filme. deixando adivinhar a natureza do local e o bulício da cidade. 00:23:55 Loja das tentações Carlitos aproveita a situação do Presente Ouvem-se os sons do diálogo SOSMN 00:27:04 atendimento do cliente para poder roubar a boneca. 00:27:04 No rio junto ao barco Eduardo encontra-se com Teresinha junto Presente Os sons das vozes em diálogo. SOSMN 00:28:10 ao barco. 00:28:10 Junto ao rio O lojista fica desconfiado a olhar para o Presente Ouve-se a música do filme, mas não se SOSMN 00:29:48 Carlitos. Passa uma grande carroça ouve o estrelouço das rodas de ferro da puxada por uma junta de bovinos. carroça dos bois, no empedrado da rua. Ouve-se a música do filme. 00:29:48 Ao longo, a margem do rio Eduardo e Teresinha caminham. Presente Ouvem-se as vozes em diálogo, e o SOSMN 00:31:32 chapinhar dos pés na água. Ouvem-se, ao longe vozes, percebem-se mais crianças e pessoas, por perto. Ouve-se também a música do filme, na parte final da cena. 00:31:32 Na rua, à beira do rio Carlos e Pistarim ficam a olhar Eduardo e Presente Ouve-se a música do filme SOSMN 00:32:21 Teresinha passando de braço dado. 00:32:21 Na cidade, no meio do O grupo da escola, da mesma classe do Presente Ouvem-se as vozes dos diálogos, os SOSMN 00:35:38 casario, largo dos Grilos Carlos e do Eduardo, combina deitar uma passos das correrias e, de vez em estrela ao ar, no dia seguinte, em vez de ir quando, a música do filme. à escola. Ali mesmo, os miúdos organizaram um jogo de polícias e ladrões.

XIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme Aniki-Bóbó, Manoel de Oliveira, 1942

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:35:38 Nos telhados Carlitos entra no quarto e atravessa Presente Ouvem-se as horas no relógio, e os Há a sugestão de um 00:41:39 alguns telhados para ir entregar a boneca passos do Carlos por cima das telhas. pesado silêncio noturno, à Teresinha. às 3 horas da manhã. 00:41:39 Na praia, junto ao rio. Juntam-se para construir uma estrela, Presente Ouvem-se as vozes em diálogo e a SOSMN 00:46:46 Na loja Eduardo vai à loja comprar o papel. música do filme. Na sala de aula Na sala de aula, o professor dá por falta Perto da linha do comboio. de alguns alunos, O lojista vende o papel ao Eduardo mas segue-o desconfiando que talvez ele tivesse roubado a boneca. 00:46:46 Perto da linha do comboio O grupo canta, Carlos e Eduardo bulham. Presente Ouvem-se os cantos dos garotos, o SOSMN 00:48:31 Ouve-se o comboio, correm para o ver de apito do comboio a aproximar-se e cima de uma trincheira. Eduardo quando Eduardo cai, ouvem-se os escorrega e cai pela ribanceira para a rodados do comboio passar perto da linha do comboio. Fica a impressão de cabeça, ouve-se a música do filme. que Carlos o empurrou. 00:48:31 Do cimo da trincheira e Teresinha grita e os miúdos olham Presente O Apito do comboio, o resfolegar da SOSMN 00:49:44 depois ao fundo da atónitos, Eduardo estendido no fundo da máquina locomotiva, os rodados das trincheira onde se encaixa a trincheira, uns homens acorrem em carruagens nos carris de ferro, o grito linha do comboio. socorro e o lojista carrega-o para a da Teresinha e, no tempo restante, a ambulância do hospital. música do filme. 00:49:44 Ambulância, à porta do A ambulância chega ao Hospital de Santo Presente A sirene da ambulância e a música do SOSMN 00:50:20 hospital António e Eduardo é levado de maca para filme. dentro pelos bombeiros, acompanhados pelo lojista. 00:50:20 Junto a um barco, no rio, os O grupo comenta o acontecido, Presente As vozes dos miúdos a conversar e a SOSMN 00:51:56 mesmos miúdos da cena convencidos que Carlitos tinha música do filme. anterior empurrado o Eduardo. 00:51:56 À porta do hospital Os homens que socorreram Eduardo Presente As vozes das pessoas que conversam e SOSMN 00:52:12 comentam o sucedido com o lojista. a música do filme. 00:52:12 À noite, num pátio, os Conversam tecendo ideias sobre para Presente Os sons do homem do escadote, que SOSMN 00:54:43 miúdos encontram-se juntos onde vão as almas dos mortos e sobre o acende os candeeiros na rua e lhes (Rua do Lampião) diabo. chama a atenção.

XIV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme Aniki-Bóbó, Manoel de Oliveira, 1942

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:54:43 À noite, no quarto do Encenações oníricas que ocorrem em Um Num remoinho silencioso, de fogo e SOSMN 00:56:35 Carlitos, vozes vindas de sonho, que o culpabilizam de uma série tempo e água, surgem o som do avançar do um local onírico, a cena de erros: de ter empurrado o Eduardo e de um local comboio, a boneca que faz tic tac como passa-se durante o sono. ter roubado a boneca, figuras como o onírico os ponteiros de um relógio, a voz do professor, a Teresinha, o lojista, a algures professor, a voz do lojista e o riso do passagem do comboio na imagem de um num Eduardo, o chamamento de Teresinha, remoinho. passado o lojista que roda a manivela de uma muito organeta, tudo sobre o som do fundo recente musical do filme. Finalmente o som da voz da mãe chama-o à realidade e ouve- se a água do jarro a encher o lavatório. 00:56:35 Sala de aula e entrada do O professor tece considerações sobre as Presente Ouve-se a voz do professor, a música SOSMN 00:59:09 hospital faltas à escola e ao mal que se faz e do filme, depois à porta do hospital, declara que podem ir visitar o Eduardo ao quando as crianças chegam, ouvem-se hospital. vagamente vozes ao longe e o chiar dos freios do elétrico. Ouve-se a voz de Teresinha e do lojista a conversar. 00:59:09 À beira do rio, no porto Carlitos passeia, encaminhando-se para Presente Ouve-se o som da caldeira do barco a SOSMN 01:04:08 fluvial um barco a vapor. A cena volta ao lojista vapor, as vozes da criança falando com a falar com a Teresinha e depois regressa o lojista e depois o som forte da sereia ao vapor onde o Carlos entrou. do barco a apitar, o som das vozes do Carlos com os marinheiros, seguidos de uma série de toques de buzinas de barcos a vapor. Ouve-se uma cantilena dos miúdos gritando que não foi o Carlitos, ouve-se a música do filme. 01:04:08 Na loja das tentações Carlitos entrega a boneca roubada e Presente Ouvem-se as vozes das pessoas a SOSMN 01:06:50 recebem rebuçados, o lojista atirou com o conversar e o som do gato a berrar gato ao empregado. 01:06:50 Junto ao rio Carlos acompanhado de Pistarim entrega Presente Ouve-se a música do filme até final SOSMN 01:08:00 de novo a boneca a Teresinha.

FIM

XV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage FILME - 04

Filme, Capas Negras, Armando de Miranda, 1947

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:00:00 Sem obs. Sem obs. Sem Sem obs. Sem obs. 00:51:42 obs. Apenas uma parte da ação deste filme decorre na cidade do Porto, será esse o segmento a ser analisado. 00:51:42 Ponte de Luiz I e o rio Entra-se no Porto, a câmara mostra Década Ouve-se a música do filme, as vozes dos 00:54:48 Douro, a baixa de cidade, imagens que identificam bem esta de 40 do atores e, em fundo, o som indecifrável de seguido do que parece ser cidade, a ponte, o rio, a Av. dos Séc. xx uma banda sonora em muito mau estado um escritório com uma sala Aliados. de conservação. de espera Entra alguém no escritório de um advogado para lhe pedir que colabore num espetáculo de beneficência a favor de um hospital, cantando o fado. 00:54:48 O espetáculo da O doutor José Duarte no espetáculo a Tempo A voz dos protagonistas falando e a voz 00:57:58 beneficência favor do hospital presente do cantor cantando no espetáculo e no SOSMN Em casa, algumas admiradoras do filme rádio. ouvem na Emissora Nacional o mesmo fadista cantando. 00:57:48 Sem obs. Sem obs. Sem Sem obs. Sem obs. 01:06:14 obs. (Ação fora da cidade do Porto) 01:06:14 Ponte de D. Maria, e depois Doutor José Duarte recorda. Tempo Ouve-se música do filme e cantores SOSMN 01:10:06 ponte de Luiz I, um rabelo de cantando o fado. passando no Areinho memó- ria

XVI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Capas Negras, Armando de Miranda, 1947

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 01:10:06 Chega à estação de S. Bento O Cocabichinhos chegou ao Porto Presente Ouve-se a música do filme e o cantar o (As cenas do filme 01:16:50 no Porto para ir estudar na faculdade de fado. no Porto passam-se Farmácia. essencialmente em salões, onde se

ouve a música do

filme e diálogos, não foram identificados quaisquer sons do exterior à margem da narrativa). 01:16:50 A câmara acompanha uma A protagonista vai percorrendo o Presente Enquanto o mar espalha a água das ondas (Neste ano foi 01:20:25 das protagonistas local de filmagem em passos curtos e pelas arestas vivas das rochas, “Amália” estabelecido o ao som do fado ou da música do canta um fado, mas nunca se ouve o som contacto telefónico filme, na Foz do rio Douro, passeia à do mar. entre e os beira do mar. Países Baixos, foi

também neste ano que os Espanhóis fizeram a demonstração do autogiro o 1º helicóptero da história).

XVII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Capas Negras, Armando de Miranda, 1947

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 01:20:25 Estação de S. Bento no A Tuna de Coimbra, vinda da Presente Diálogos e música do filme. Nesta época os 01:38:40 Porto e Tribunal de S. João digressão artística, regressa a Portugal Ouvem-se as guitarras e o cantar o fado. automóveis eram Novo desembarcando na estação de S.Bento Não se ouvem quaisquer somns para além raros e os comboios no Porto. dos implicados na narrativa. mesmo parados A tuna segue depois para o enchiam os espaços julgamento de “Amália” no tribunal de S. João Novo com a respiração profunda das altas pressões dos seus motores a vapor, durante o movimento e dependendo dele, faziam ouvir a característica batida cardíaca das rodas de ferro, esmagando as descontinuidades dos carris. Era esta uma das melodias com que o progresso se fazia anunciar. O filme Capas Negras não tem para além da sonoridade diretamente implicada na narrativa, nenhum sinal acústico do cenário enquanto tal, tanto do urbano no Porto e em Coimbra, como natural árvores, jardins e mar.

XVIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

FILME – 05

Filme O leão da estrela, Arthur Duarte, 1947

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code Este filme vai ser analisado do ponto de vista da observação 00:00:00 ########## ############### ####### ########################## acústica OEL apenas na duração mediada entre: 00:38:32 e 01:28:30, tempo durante o qual a ação se passa no Porto. 00:38:32 Fundo da avenida de Gaia A família Anastácio, a criada, e o Presente Ouve-se a música do filme, o trânsito 00:39:57 atravessando a ponte para motorista do Casaca atravessam a ponte fica muito congestionado o lado do Porto de Luís I para o lado do Porto em direção e o ambiente fica insuportável com o ao estádio do Lima (Constituição). som dos motores e sobretudo dos apitos dos carros. 00:39:57 O carro leva a família para O chauffeur encaminha o carro para casa Presente A música do filme, a buzina do 00:41:17 casa do Barata do Barata e para o que parece ser um automóvel, a voz das pessoas e o bater jardim junto da vivenda. das portas. Ouve-se, de novo, a música do filme e dentro da casa Barata, os passos da criada interna. As vozes dos protagonistas conversando. 00:41:17 A família Anastácio Encontram-se todos na sala e conversam Presente Ouvem-se as vozes dos protagonistas 00:43:29 apresenta-se em casa da serve-se o chá. conversando. família Barata 00:43:29 No estádio do Lima A ação decorre no estádio do Lima num Presente Som da vozearia da assistência ao 00:46:12 (Antas, Dragão desafio entre o Porto e o Sporting, Barata desafio de futebol Porto - Sporting com Constituição) para assistir arma algumas encrencas, mas vai-se estádio cheio, voz do protagonista ao desafio Porto Sporting. desculpando enquanto o jogo evolui no falando com alguns espetadores, apito relvado. do árbitro, discussão entre o Anastácio e o Barata que ainda se não conhecem, gritaria no estádio com as jogadas e o árbitro, protagonistas falam entre si.

XIX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme O leão da estrela, Arthur Duarte, 1947

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:46:12 No estádio, a radiodifusão A ação decorre no estádio do Lima, Presente Junto com o som do estádio, ouvem-se 00:48:20 ouvem-se as vozes dos locutores das as vozes dos locutores relatando o jogo rádios, fazendo o relato, Anastácio arma para os seus emissores, o Anastácio e o algumas encrencas, mas vai-se Barata vão implicando um com o outro desculpando enquanto o jogo evolui no de vez em quando. relvado, o Sporting marca um golo e a primeira parte do desafio fecha com o Sporting a ganhar 1 a 0. 00:48:20 Numa esplanada, o Os dois namorados entram numas Presente Ouvem-se, em fundo, uma música 00:51:12 chauffeur e a criada. esplanadas sentam-se e conversam, ouve- ambiente repetitiva, vozes de pessoas se o trinar de uma guitarra fazendo ouvir conversando, os dois protagonistas a música de um fado, um dos namorados conversando, a música aclara-se e recita um poema improvisado por um ouvem-se os trinados de uma guitarra deles: interpretando um fado, ouve-se o recitar Entre as flores, a mais formosa de um poema. Não contando o malmequer É a flor quando é rosa E a Rosa quando é mulher. 00:51:12 De volta ao estádio O jogo continua a decorrer, Anastácio Presente Imagem e vozes dos locutores fazendo 00:52:20 continua a armar contenda com os o relato de futebol. vizinhos, mas as coisas lá se vão Som do estádio com grande vozearia, resolvendo de qualquer jeito. um jogador apanha uma canelada e ouve-se um vendaval de protestos. 00:52:20 Em casa do Barata Os protagonistas conversam, as meninas e Presente Os protagonistas conversam. 00:53:37 o Eduardo vão dar uma volta pelo jardim.

00:53:37 No estádio O jogo decorre com aplausos protestos e Presente Assobios, vozearia, imagem e som dos 00:55:16 assobios. O Sporting ganha o jogo. relatadores do jogo para a rádio nacional. 00:55:16 Anastácio dirige-se a casa Em casa do Barata, o Anastácio Presente Ouve-se a música do filme, o falar dos 01:09:01 do Barata apresenta-se e ambos têm que engolir as protagonistas, o bater das portas do peripécias entre os dois, ao longo do jogo carro. Dentro de casa, ouve-se a voz de futebol. dos protagonistas e o som da música do filme, sons de passos de loiça, de malas de portas, música do filme

XX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme O leão da estrela, Arthur Duarte, 1947

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 01:09:01 No cabaré Barata leva Anastácio a um lugar de Presente Som da música do cabaré, o carro a 01:11:20 diversão noturna na cidade do Porto parar o bater das portas, os comentários que os protagonistas fazem ao local, som de palmas, uma coristas espanhola inicia a conversa com o Barata e arranja companhia para o Anastácio. 01:11:20 Os protagonistas que Encontram-se sentados em grupos. Os Presente Sentados, ouve-se uma canção cantada 01:14:15 ficaram em casa do Barata mais velhos e os mais jovens vão pelos mais jovens com acompanha- conversando e os mais jovens cantam mento do som acusmático de uma uma canção. Mais tarde, vão todos orquestra. As jovens ficam no quartos a descansar conversar. 01:14:15 ############# Em Lisboa assaltam a casa do ###### ######################## ################# 01:16:16 comandante. 01:16:16 À saída do cabaré Os amigos regressam muito bêbados e na Presente Muito embriagados cantam 01:22:17 E na manhã seguinte manhã seguinte desculpam-se, inventando De manhã, conversam à mesa. patranhas Os protagonistas conversam. Os jovens saem para visitar o Porto. 01:22:17 Em casa do Barata Conversas para deslindar as contínuas Presente Os protagonistas conversam. 01:28:44 patranhas que pregam uns aos outros. 01:28:44 No Jardim dos Baratas, As famílias despedem-se, instalam-se no Presente Vozes, sons da música do filme bater de regresso a Lisboa automóvel e iniciam a viagem de portas. regresso. Duração ########## A ação passa agora para Lisboa. ###### ####################### ############### fílmica: 01:28:30

FIM

XXI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

FILME - 06

Filme O pintor e a cidade, Manoel de Oliveira, 1956

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code

00:00:00 Créditos parte inicial Parte protocolar. Presente Coro Madrigalistas com temas da 00:01:18 cidade do Porto. 00:01:18 Em casa do pintor O pintor prepara o seu estojo para sair. Presente Silêncio até ao fim da cena. 00:01:53 António Cruz 00:01:53 Abre a porta e sai. A Abre a porta e sai Presente Coro Madrigalistas com temas da 00:02:10 câmara fica dentro do cidade do Porto. quarto 00:02:10 No quarto do pintor e O pintor sai com o estojo às costas mas a Presente Ouve-se o trap-trap rítmico dos rodados 00:02:29 depois na rua (linha do câmara fica e foca um quadro com um de ferro nos carris, a expulsão do fumo comboio) comboio a circular numa trincheira e do vapor e o assobio da locomotiva a urbana. Cena na rua inicia-se com o vapor. comboio a passar na área das Fontainhas. 00:02:29 Um quadro da ponte D. O filme faz anteceder, dos locais com os Presente Ouve-se, em fundo, a uma certa SOSMN 00:03:09 Maria. A ponte D. Maria quais constrói os planos, imagens que o distância, o som sibilante, contínuo e real e, em ambas, a pintor constrói nos seus quadros, o enrolado da locomotiva a passar na presença do comboio a comboio vai passando sempre que está ponte de D. Maria puxando 4 atravessar. As imagens representado nas gravuras do pintor. carruagens repetem-se em vários E o comboio volta a ouvir-se em ângulos no filme e nos passagens recorrentes, quadros aproximadamente, pelos mesmos lugares. 00:03:09 Barcos no rio, remos e Os remadores de um barco a remos vão Presente Ouvem-se o som dos remos na água, o 00:04:13 Rabelo e o comboio a descendo o rio, dois rabelos aparecem a deslizar do barco pelo rio e a música do chegar à estação deslizar, enquanto um comboio se vai coro, ouve-se o som de um comboio a ouvindo na linha, ali perto, o comboio transitar na linha enquanto 2 rabelos passa o túnel e aproxima-se da estação. deslizam no rio e depois o comboio, cujo som se estava já a ouvir. Enquanto o comboio mais lentamente, passa no túnel perto da estação, o som fica mais cavo e a buzina a vapor menos doplerizada.

XXII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme O pintor e a cidade, Manoel de Oliveira, 1956

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:04:13 O comboio, na linha, Um comboio de passageiros entra na Presente Ouve-se o som do comboio que se 00:05:15 depois na estação. estação de Campanhã, onde já estão aproxima da entrada, na estação. O som outros comboios. Muitos passageiros suaviza-se, o comboio fica mais lento e saem das carruagens, veem-se as pessoas o som mais grave. Quando o comboio aglomeradas no hall de saída da estação. para a estridência do vapor continua a Seguidamente um quadro do pintor ouvir-se, saem muitos passageiros mas aparece com a representação de uma rua não se ouve nenhum som produzido por com muita gente eles. No hall de saída da estação ouvem-se as vozes da presença de muitas pessoas e longe, em fundo suave, o som sibilante da libertação contínua do vapor da locomotiva. Aos planos com um quadro de pintor representando a animação da rua, corresponde o som do coro de vozes de pessoas e um pregão, por voz feminina. 00:05:15 Em frente ao mercado A câmara vai filmando como se fosse um Presente Um chiar de travões, som de vento ou 00:05:58 Ferreira Borges pintor, procurando temas para pintar, a movimente o motor de um carro e o rua, a praça, a igreja, o movimento, os rodar de outros. No plano seguinte, o cruzamentos e outras globalidades filme apresenta um quadro do pintor dinâmicas. com carruagens puxadas a cavalos, a Ferreira Borges, Mouzinho da Silveira, o que corresponde um som de trote pela Carmo. calçada, ouvindo-se sons de vozes de pessoas. À fachada da igreja corresponde o som do coro. 00:05:58 Igreja do Bonfim A câmara parece procurar temas para Presente Ouve-se ao longo de todos os planos, 00:07:37 Igreja de Nossa Senhora, pintar, percorre em planos, com até chegar à Sé o dobrar dos sinos, as Fontainhas, Clérigos, rua enquadramentos de estilo pose da pintura vozes do coro entoando música dos Caldeireiros, Torres Holandesa do Renascimento, várias litúrgica, ouvindo-se nas ruas mais da igreja da Sé igrejas da baixa e na Sé, os sinos dobram, movimento as um som discreto de fazendo ouvir o forte som metálico por comboio ou de motor com vozes de cima das vozes do coro. Dos sinos a pessoas misturadas, ajudando a criar a câmara percorre os vitrais até ao pináculo volumetria e a animação da rua. No da Sé, tempo em que o pintor, num plano último plano, no acabamento da pintura que contém uma tela, remata, pintando a da imagem na tela, ouvem-se ainda os auréola, uma pomba numa imagem de coros. Nossa Senhora, sempre acompanhado pelo som do coro.

XXIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme O pintor e a cidade, Manoel de Oliveira, 1956

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:07:37 Imagens de rua, na Planos em ângulo picado, captando o Presente Sons do trânsito com prevalência. 00:08:23 avenida dos Aliados elétrico e as pessoas ou planos gerais Param os do elétrico, pessoas que falam transmitindo a ideia sincrética do alto, sobrepujadas pela música do filme movimento da rua. 00:08:23 Ao fundo da Avenida dos Séries de planos com pessoas nos Presente Som do tipo trompeta olímpica, 00:08:56 Aliados passeios, carros e camionetas no trânsito, imagem do pintor, vozes de senhora elétricos, o bulício típico de uma grande falando alto tipo comércio de rua, sons cidade. de motores de carros no trânsito, sons dos elétricos, apito do polícia de trânsito, motores de pesados de carga, sons de cargas e de metais manipulados. 00:08:56 Aspetos modernos do Planos com um edifício moderno, o Presente Ouve-se, em fundo, o coro e a voz de 00:10:11 edificado da cidade, o pintor aparece na rua com a sua tela e alguém que apregoa ou solicita a pintor. pincéis, rodeado de gente que o quer atenção, um ruído compacto de uma observar. multidão de pessoas andando a pé, som O plano passa depois para a Praça dos misturado, da acústica reverberante de Leões. muitos motores de carros, na rua, de pessoas, de falatório, de um pregão monocórdico do tipo do cego que pede esmola. Na praça, som da água do repuxo, música do filme. 00:10:11 Aspetos de construções A câmara comporta-se como um Presente Musica orquestral ligeira, sons com 00:11:24 com arquitetura moderna, transeunte e vai passando de uns passeios frequências muito batidas e reverbera- praça da Boavista e para outros das da sonoridade imanente de grupos imediações. de diversos tipos de motores em mar- cha, segmentos de diálogos de rua, apitos dos polícias, sons dos elétricos, som maciço do calçado de muitas pessoas a andar, o vento, sons da música coral do filme. 00:11:24 Rua nas imediações da Sé O pintor desce a rua com multidão de Presente Uma mancha acústica formada pelo 00:14:30 transeuntes que fazem comércio ou se som do vento, vozes das pessoas pelos deslocam de uns lados para os outros, o passos e pela manipulação de objetos plano de uma tela representando esse diversos.Sons distintos de vozes de lugar. crianças, e sempre presente o som da música coral do filme. O repicar dos sinos das torres da Sé.

XXIV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme O pintor e a cidade, Manoel de Oliveira, 1956

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:14:30 Rua do Muro na Ribeira, O pintor caminha pela rua do Muro da Presente Ouvem-se distintamente passos que 00:15:16 telas com representações Ribeira. podem ser o pintor descendo as de cenas históricas da Surgem planos com várias telas: a ponte escadas, volta a ouvir-se a música coral Ribeira como o desastre das Barcas, o desastre, os cavalos dos do filme com as imagens de telas, da da ponte das Barcas invasores, barcos fundeados no Douro, ponte das Barcas, das invasões telas com outras perspetivas da ponte das Napoleónicas, do desastre da ponte das barcas, da ponte Luiz I. Barcas, e esta tela é acompanhada por uma sonoridade dramática de gritos, vozearia, sons do relinchar de cavalos, corpos a cair na água, passos de cavalos a galope, e volta-se ao som da rua com sons de objetos manuseados, baldes, caldeiros, ferros, pás, caixotes, etc. 00:15:16 Ribeira, ponte Luiz I, em O pintor caminha pelo tabuleiro inferior Presente Ouve-se uma espécie de carrinho de 00:16:50 fundo da ponte Luiz I, enquanto a câmara vai mão, elétricos passando no tabuleiro dando planos diversos da ponte e do seu superior da ponte, buzinas roucas de movimento. carros, sons de bicicletas motorizadas e a mancha acústica compósita de vento, motores, falatório e movimentação manipulada de objetos. Ouve-se som reverberante e forte do tráfego que passa no tabuleiro superior, enquanto o pintor caminha pelo tabuleiro inferior e olha na direção dessa sonoridade, outros transeuntes olham também. 00:16:50 O pintor está do lado de O pintor passa para o lado de Vila Nova Presente Ouve-se a voz do coro dos 00:19:50 Vila Nova de Gaia de Gaia, onde monta o seu tripé com o Madrigalistas, e o som do motor de um olhando o Porto material e começa a pintar, aparecem barco a vapor, que depois parece iniciar várias telas e a paisagem vai mudando uma manobra sempre em fora de plano a plano… campo. Ouvem-se sons de outros barcos a vapor e várias buzinas, depois de iniciar as primeiras pinceladas aparece um barco grande em manobras e dois pequenos passando, fica o pintor em fora de campo e ouve-se o coro sempre com o som dos vapores em fundo.

XXV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme O pintor e a cidade, Manoel de Oliveira, 1956

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:19:50 O pintor junto ao rio Vamos vendo barcos e telas, em planos Presente Motores de barcos, buzinas a vapor, 00:20:16 Douro do lado de Vila sucessivos e alternados. gritos de gaivotas, o som do mar. Nova de Gaia, a imagem O barco maior desce o rio até à Foz em passa para o dique da Foz planos com movimentos de panorâmica, do Douro, fazendo um seguidos, a que se sucedem imagens em plano com um bando de tela… gaivotas. 00:20:16 No jardim público do O jardim, um soldado e namorados Presente O som de rolas a arrulhar, música 00:21:44 Palácio de Cristal sentados no banco, pessoas passeiam, popular, o som de uma banda no coreto. gente aglomera-se ao redor do coreto para ouvir a banda, aparecem telas com representações de cenas dessas. 00:21:44 Na entrada do quartel da Um grande grupo de guardas a cavalo Presente Ouvem-se clarins, toques de caixa e 00:22:50 GNR no Carmo, seguido está a sair do quartel, no pátio um grupo sons de muitos cascos progredindo de um pátio no bairro da de pequenos brinca às paradas, militares lentamente pela calçada, ao toque de Sé. acabando com uma bulha com o miúdo uma caixa fora de campo, uma dúzia de da frente. miúdos marca passo em duas filas ordenadas, ouvem-se ainda, gritos de crianças e passos de corridas. 00:22:50 Jogo de futebol com o No estádio de futebol cheio, desenrola-se Presente Gritos dos espetadores, grande 00:23:10 estádio cheio um jogo, seguidamente o estádio vazio sonoridade humana em torno do com umas senhoras subindo as bancadas, estádio, o estádio fica em silêncio depois um plano com uma tela quando é exibida uma tela que o representado uma vista do estádio. representa, começando-se a ouvir uma sirene fora de campo, enquanto a cena passa para uma praça deserta no Porto. 00:23:10 À praça e sua À praça, quase deserta, o plano apresenta Presente Não se ouvem sons. 00:23:49 representação em tela, um a uma tela com essa mesma praça, passa-se para planos que depois ao som de um clarim que toca ao sugerem o fim do dia recolher sob o flutuar de uma bandeira nacional, o filme passa a apresentar planos do pôr do sol que sugerem que o dia chegou ao fim.

XXVI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme O pintor e a cidade, Manoel de Oliveira, 1956

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:23:49 Uma fábrica à luz fraca e De início uma fábrica, a passagem do Presente Som dos mecanismos, chaminés 00:25:41 enevoeirada da manhã comboio, as pessoas caminham expulsoras de gaz, e sirenes da fábrica, pode sugerir o início de apressadas em grupos, o modo ritualizado passos da progressão de grupos de um novo dia. da saída das pessoas das ilhas, tudo indica pessoas a pé, som de bicicletas, um o início de um novo dia de trabalho. comboio a vapor passa no viaduto da rua Soares do Reis, em Gaia, por cima dos telhados das caves de Gaia volta a ouvir-se a voz do coro dos Madrigalistas, e o som de barcos grandes a vapor no rio Douro, sons suaves de gente falando sons de campo, ervas com o vento. 00:25:41 O pintor do lado de Gaia O pintor passeia lentamente junto ao Presente O som do coro entoando vários trechos 00:26:44 olha para o Porto muro, observando o rio para o lado do musicais. Porto, numa tela em vários planos que sucessivamente se altera com os mais variados aspetos com vistas do Porto e do rio Douro, sugerindo a rápida sucessão das horas do dia. 00:26:44 Torre dos Clérigos, em A câmara mostra um plano com a Torre Presente Som de orquestra e percussões. 00:26:58 perfil, no contra luz do dos Clérigos em contra luz vermelho. lusco-fusco do dia, Uma orquestra inicia sons com anoitece na cidade. instrumentos de sopro e um rufo…o filme acaba.

FIM

XXVII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage FILME - 07

Filme A costureirinha da Sé, Manuel Guimarães, 1958

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:00:00 A ponte, o rio, os barcos, Cena contemplativa das imagens que Presente Ouve-se uma cantora que canta a Música 00.03.33 as barraquinhas das desfilam no ecrã. primeira canção do filme. SOSMN vendedeiras da beira-rio 00:03:33 No rio, junto ao pilar da Um acordeonista prepara-se para tocar e Presente Ouve-se o acordeonista cantando uma SOSMN 00:06:55 ponte pênsil cantar mais uma canção, veem-se os canção ao som do seu acordéon. trabalhos a decorrer na margem do rio, o acordeonista sobe às Fontainhas e vai dar ao largo da Sé.

00:06:55 No mercado A multidão, no mercado, fazendo Presente Ouve-se os sons dos passos, do remexer O bulício circunvizinho 00:07:30 compras, de seguida e já fora do mercado, nas coisas do mercado e o linguajar das da cena central. o acordeonista pergunta pela menina pessoas. Aurora, a costureirinha que vai a passar na altura. 00:07:45 À porta do barbeiro Sai a filha do barbeiro a menina Leonor Presente Ouve-se a música do filme e o falar das Ouvem-se vozes de 00:08:44 também costureira para o trabalho. pessoas por perto mas fora de cena, as pessoas em espaços por vozes da mãe e do pai da Leonor, e o perto, dando ideia de um bater da porta pela vizinha de cima. lugar muito habitado e concorrido. 00:08:44 Os dois camionistas junto Um deles tenta pôr o motor da camioneta Presente Ouve-se o falar de pessoas nas Ouvem-se pessoas nas 00:09:11 das suas camionetas, um a trabalhar. imediações, e o girar da manivela a redondezas. deles é o acordeonista tentar colocar o motor a trabalhar. 00:09:11 O ateliê de costura 10 costureiras costuram e falam e uma Presente Ouvem-se as vozes das costureiras que SOSMN 00:10:35 meia dúzia de máquinas de costura falam, mas não se ouve o som das trabalha. máquinas de costura, ouve-se a música do filme. 00:10:35 Avenida dos Aliados Dois taxistas conversam, e um deles dá Presente As vozes dos taxistas a conversar com 00:13:20 boleia a duas costureiras até à Sé. as costureiras, a senhora do ateliê no cimo da varanda, um som vago e discreto que sugere os motores que passam, ouve-se a música do filme. Não se ouve o motor do táxi quando arranca, costureiras e taxista falam dentro do carro.

XXVIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme A costureirinha da Sé, Manuel Guimarães, 1958

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:13:20 À porta do barbeiro, a O pai de Leonor sentado à porta tenta Presente Ouvem-se as vozes a falar, conversar 00:16:12 cena termina na barbearia fazer um poema. ou altercar e o som discreto do motor O taxista chega a casa, com a costureira do táxi que chega, trazendo Leonor. Leonor, as duas vizinhas discutem. 00:16:12 No mercado e subindo a Aurora atravessa o mercado, evita falar Presente Ouve-se o rumorejar das vozes no 00:16:47 rua até ao largo onde com o acordeonista que lhe queria falar. mercado, depois a voz do acordeonista moram Leonor e Aurora e subindo a rua, a música do filme. 00:16:47 Na barbearia Chegam dois clientes com muita Presente Ouvem-se os sons da vozes das pessoas SOSMN 00:18:05 intransigência na ordem de atendimento e que falam, o barbeiro e sua mulher são atendidos simultaneamente, chega a cantando Fígaro, e o som do canário. Aurora. 00:18:05 Aurora e mãe na sala Conversam. Presente Vozes que conversam. SOSMN 00:18:34 00:18:34 Frente à casa de Armando De manhã, Armando sai da casa ao som Presente Som de um rancho musical, vozes que SOSMN 00:20:06 até à rua da Alfândega de um grupo, que executa música em falam, arranque com audição forte do plena rua, vai no seu táxi até à rua da som do motor, Orlando e o taxista Alfândega a partir daí dá boleia ao falam dentro do carro, ouve-se no fundo acordeonista. o som do trabalhar do motor do táxi. 00:20:06 Ateliê de costura Aurora com as janelas do ateliê abertas Presente Som de uma cantiga, acompanhada do SOSMN 00:23:37 (4º andar) canta, e um grande grupo de som acusmático de uma orquestra, som pessoas interessadas, para para escutar a de vozes de pessoas que falam entre si. canção. 00:23:37 Avenida dos Aliados e A mãe de Aurora chama a atenção de Presente Inicialmente ouve-se o som de rua: SOSMN 00:25:12 interior do táxi de Orlando acerca das suas boas intenções motores com sons graves, sibilantes e Armando. com o amor de Aurora, este assegura-lhe fricativos bem como o rumorejar de que apenas deu uma boleia a Leonor, tal vozes próximas. Ouve-se o som das como a pode dar agora a ela mesmo, que suas vozes a conversar. Não se ouve o é a mãe, e seguem os dois no táxi do som do motor do táxi a arrancar. Armando. 00:25:12 Na barbearia O barbeiro, pai da Leonor, conversa Presente Ouvem-se os sons das vozes que SOSMN 00:28:04 enquanto faz a barba, entra a mulher, conversam, o som da voz da mulher, do ouve-se o chilrear de um canário. barbeiro que pergunta pela filha e sai à Entretanto, na rua, chega o Armando no rua para comentar o passageiro do táxi táxi com a mãe da Leonor. de Armando, que fica a conversar com o acordeonista.

XXIX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme A costureirinha da Sé, Manuel Guimarães, 1958

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:28:04 Rua dos Clérigos Passa o carro do Armando e Aurora faz Presente Um leve som de carros a passar como SOSMN 00:28:40 um sinal de indiferença. um todo indistinto e vozes de passe- antes num tom suave. 00:28:40 No exterior da camioneta O acordeonista fala com um Presente Som de pessoas a falar. SOSMN 00:29:00 do acordeonista companheiro. 00:29:00 Junto ao mercado de rua Aurora desce a rua e o acordeonista Presente Som das vozes das pessoas que falam, SOSMN 00:29:51 aborda-a. som discretos de um som que pode ser identificado como som de rua. 00:29:51 Em casa de Leonor na sala Conversa com os pais. Presente Vozes a conversar e disparos de uma SOSMN 00:30:57 arma de pressão de tiro ao alvo que o pai usa na sala por divertimento. 00:30:57 Avenida dos Aliados Leonor conversa com uma amiga e depois Presente Vozes que conversam, som de fundo 00:33:07 com o Armando. indistinto e suave que pode ser identificado como som de rua. 00:33:07 Em casa de Leonor. Armando vai tratar de esclarecimentos Presente Vozes que conversam, sons de disparos 00:35:51 Junto à camioneta que com os pais da Leonor, encontra a família de espingardas de feira. levará os pais de Aurora à da Aurora que vai à feira popular. Sons de pratos que se partem ao cair, feira popular música do filme, sons de fundo indistintos em baixo volume que podem ser identificados como sons de rua, som da porta da camioneta a fechar, som da manivela de colocar o motor a trabalhar, som do motor e som do motor a arrancar. 00:35:51 Na feira popular, junto ao Pessoas passeiam na feira. Presente Som de muita gente presente, motores Não se ouvem os sons 00:40:14 Palácio de Cristal que circulam e altifalantes que emitem vindos dos carrosséis, música para o recinto da feira sugerindo nem os pregões de outras alto volume, protagonistas que barracas de diversões. conversam, sons da barraca de tiros, sorriso exagerado de um dos fregueses, conversas. Música contínua dos altifalantes do recinto com canções em várias línguas. 00:40:14 O tanque das Fontainhas e O acordeonista, num ponto alto, Presente Ouve-se uma orquestra que acompanha SOSMN 00:43:08 os percursos das avistando-se o Douro e a ponte D. Maria, a canção cantada em coro pelo lavadeiras canta uma canção acompanhado pelo acordeonista e pelas lavadeiras. acordéon e pelas lavadeiras, transporta-as depois pela cidade. XXX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme A costureirinha da Sé, Manuel Guimarães, 1958

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:43:08 O acordeonista no Jornal Encontra-se com uns senhores que lhe Presente Ouve-se, em fundo e fora de campo, o 00:43:54 de Notícias fazem uma proposta. som recorrente, suave, indistinto e acusmático como sugestão de carros a passar e o falar de pessoas que passam ou estarão por perto, sons de protagonistas que conversam. 00:43:54 Perto da camioneta do O acordeonista conta o que combinou Presente Ouvem-se as vozes dos protagonistas a 00:46:25 amigo do acordeonista e à com os senhores do JN e a mãe da Aurora conversar e o chilrear do canário do porta do barbeiro assusta-se com o colador de cartazes. barbeiro ouve-se na rua. Ouve-se, em fundo e fora de campo, o som recorrente, suave, indistinto e acusmático como sugestão de carros a passar e o falar de pessoas que passam ou estarão por perto. 00:46:25 À porta do barbeiro Chegam uns forasteiros Presente Ouve-se o som do motor do carro a 00:50:09 chegar, o som da voz dos protagonistas a conversar, o canário da loja do barbeiro, as crianças a brincar com o carro, antes do carro chegar ouve-se o som da rua. (Ouve-se em fundo e fora de campo, o som recorrente, suave, indistinto e acusmático como sugestão do falar de pessoas que passam ou estarão por perto). 00:50:09 É de noite. Aurora canta na varanda a linda Presente Ouvem-se a vozes dos protagonistas SOSMN 00:53:57 A Aurora na Varanda da costureirinha, o acordeonista com o som que conversam e Aurora canta a linda casa dela, o acordeonista de toda a orquestra no acordéon, costureirinha, acompanhada pelo sentado em baixo numa acompanha-a. Os pais da Leonor recebem acordéon com som de orquestra, o som pedra, e em casa da o vestido para fazer batota na festa, chega leve da partida do carro dos forasteiros vizinha, a Leonor e os pais o noivo de Aurora, senta-se junto ao para o passeio com os vizinhos. (Ouve- acordeonista, que continua a tocar. se em fundo e fora de campo, o som recorrente, suave, indistinto e acusmático como sugestão do falar de pessoas que passam ou estarão por perto).

XXXI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme A costureirinha da Sé, Manuel Guimarães, 1958

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:53:57 Na manhã seguinte O pai de Leonor pergunta pelos Presente Ouve-se a música do filme, a voz dos 00:55:54 forasteiros e Leonor vai ter com o mais protagonistas que conversam. novo à praça D. João IV, onde este lhe A cena passa para a praça D. João IV. declara amizade e lhe quer oferecer uma (Ouve-se, em fundo e fora de campo, o lembrança. som recorrente, suave, indistinto e acusmático contendo a sugestão de carros a circular e do falar de pessoas que passam ou estarão por perto). Uma multidão compacta circula pela rua de Santa Catarina sem sonoridade de multidão. 00:55:54 Imagem global da cidade: Apresentação dos espaços e ocasiões Presente Ouve-se em fundo e fora de campo, o 00:59:15 Aliados, câmara, ruas festivas da cidade. som recorrente, suave, indistinto e principais, estádio das acusmático contendo a sugestão de Antas e Porto à noite, para carros a circular e do falar de pessoas vir a desembocar no salão que passam ou estarão por perto. de festas do vestido de Exclamações e aplausos no estádio das chita Antas. 00:59:15 Salão de Festas Decorre a festa do vestido de chita das Presente Ouvem-se os protagonistas a falar ao 01:12:41 costureirinhas do Porto longo de toda a festa, em vários lugares especiais específicos. O Rancho de Gulpilhares dança uma modinha, ouvem-se danças ao som de uma pequena orquestra, os protagonistas continuam, nas mesas, os seus diálogos da trama da história, uma fadista canta um fado, ouvem-se, de vez em quando, os aplausos do público presente, uma orquestra toca um trecho jazzístico. Há um apresentador que anuncia as concorrentes com uma voz neutral, composta e calibrada para o efeito, os protagonistas continuam a desenrolar os diálogos da trama da história.

XXXII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme A costureirinha da Sé, Manuel Guimarães, 1958

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 01:12:41 À entrada do edifício onde Aurora e o noivo procuram Júlia, uma Presente Continua a ouvir-se a música do interior 01:13:10 está o salão de festas amiga de Aurora com problemas do Salão de Festas. amorosos. 01:13:10 Regresso ao salão de O desfile está em curso e o júri toma Presente Ouve-se a voz do locutor e os aplausos SOSMN 01:13:12 festas notas sobre os vestidos de chita exibidos das pessoas presentes. para atribuir pontuações e ver quem ganha. O locutor anuncia um pouco depois a ordem das pontuações. 01:13:12 Regresso ao exterior junto Aurora e o namorado continuam à Presente Pode inferir-se um pesado silêncio nas SOSMN 01:14:47 ao salão de festas procura de Júlia, que passa a correr junto ruas, o carro chega, ouvindo-se o motor da casa africana, quando é apanhada por e o chiar dos travões. Armando e Aurora. Ouvem-se as vozes dos protagonistas De seguida, levam-na a casa. falando. 01:14:47 De novo no salão de festas O locutor entrega os prémios pela ordem Presente Ouve-se o falar dos protagonistas, o 01:19:54 de pontuação e ouvem-se os aplausos locutor e os aplausos e a canção que a constantes e o falar ocasional dos rainha da festa canta, no final, com o protagonistas, a vencedora recebe o coro das colegas costureiras. primeiro prémio e canta uma canção com a orquestra na sala. 01:19:54 De volta ao Bairro da Sé Com muitos risos e alegria o barbeiro e a Presente Ouvem-se risos, a música do filme e SOSMN 01:21:31 família regressam a casa, no carro dos vozes dos comentários dos forasteiros, Leonor beija Filipe protagonistas. apaixonadamente. 01:21:31 O carro dos forasteiros Parados junto a uma ourivesaria estudam Presente Pode inferir-se silêncio absoluto na rua SOSMN 01:21:48 a planta da casa. 01:21:48 Junto à barbearia e no Um cliente da barbearia vem lendo um Presente Ouve-se o ardina apregoando o título 01:26:15 ateliê das costureiras jornal e traz uma notícia que vai alertar principal do jornal, ouvem-se os toda a vizinhança. Os protagonistas, na protagonistas conversando, ouve-se ao barbearia e no ateliê de costura, sair do ateliê, um rumorejar de vozes comentam essa notícia, os forasteiros fora de campo, o que marca a natureza afinal eram ladrões de ourivesarias. pública do espaço, ouve-se, no final, quando Júlia fica sozinha, o som da música do filme. Ouve-se a patroa do ateliê ler uma carta conciliadora do marido.

XXXIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme A costureirinha da Sé, Manuel Guimarães, 1958

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 01:26:15 Na barbearia, Avenida dos Um oficial de diligências faz perguntas ao Presente Na barbearia a mulher do barbeiro 01:32:21 Aliados, na camioneta do barbeiro e a mulher, na Avenida dos chora, nos Aliados Sentem-se mais acordeonista. Aliados o acordeonista e Armando forte os motores dos carros que passam À porta da Pensão da Sé desconfiam que algo de anormal se passa. muito perto, e ouve-se em fundo e fora Junta-se uma multidão à porta da pensão, de campo, o som recorrente, suave, chega Leonor ao bairro e os vizinhos indistinto e acusmático contendo a iniciam as reconciliações. Aurora sugestão de carros a circular e do falar descobre que o acordeonista é o seu pai. de pessoas que passam ou estarão por perto. Dentro da camioneta, ouve-se o som do motor. Junto da pensão ouve-se o rumorejar forte de vozes de uma pequena multidão aglomerada. Ouvem-se os protagonistas a conversar e a dar vivas. 01:32:21 Na barbearia e à mesa na O barbeiro faz a barba ao vizinho e Presente Ouve-se o canário a cantar, os sons de 01:36:08 sala de jantar depois vão jantar todos juntos. talheres e de cozinha, os discursos de circunstância, os aplausos e os diálogos dos presentes. 01:36:08 Em casa da Aurora depois O acordeonista que vinha a ser o pai da Presente Ouve-se o acordéon do pai da Aurora SOSMN 01:40:13 do jantar. Aurora acompanha com o acordéon, com o som de toda a orquestra e a voz Aurora que canta uma canção, enquanto de Aurora a cantar. desfila no ecrã uma série de belas imagens representativas de alguns dos lugares da cidade do Porto.

FIM

XXXIV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

FILME - 08

Filme, O passarinho da Ribeira, Augusto Fraga, 1959

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:00:00 Imagem aérea do Porto a Um cantor canta a cantiga: “Porto dos Presente Ouvem-se duas canções populares. 00:05:14 partir da ponte Luiz I, meus pais”. seguida de uma imagem Ouve-se, no final da canção, a buzina de de carvoeiras uma locomotiva a vapor e um grupo coral descarregando um barco de carvoeiras, na Ribeira, entoa outra de carvão canção: “São tão bonitas as carvoeiras”. 00:05:14 Um barco de carvão no Um grupo de mulheres a carregar carvão Presente Ouvem-se sons de roldanas e rodados 00:05:30 rio e uma camioneta a ser do barco para a camioneta para, pousa as pequenos que chiam nos carris; buzinas carregada por raparigas cestas para ir almoçar. a vapor, sons surdos que parecem de motores a vapor, sons de correntes de ferro, gritos de gaivotas, pesos que caem à água, sons de ferramentas sendo usadas ou atiradas para algum lado, vozes de raparigas, e um conjunto de vozes várias falando próximo. 00:05:30 No interior das arcadas da Micas e o senhor AS encontram-se, este Presente Ouvem-se as vozes dos protagonistas 00:07:22 Ribeira propõe-lhe um lucrativo negócio de meias falando de negócios e, em fundo, um de vidro de contrabando, para o qual rumorejar composto por pessoas que precisa de quinhentos escudos. falam por perto.

00:07:22 Na sala da casa de um Filho e pai conversam, o pai tenta Presente Ouvem-se as vozes dos protagonistas SOSMN 00:07:49 protagonista rico convencer o filho que o casamento que falando. ele quer não presta. 00:07:49 Na Ribeira, esperando o A mãe traz à PR o almoço, senta-se e Presente A sonoridade ambiente é recorrente: 00:09:36 almoço. rejeita o namoro com o Carlos, entretanto ouvem-se sons de roldanas e rodados este chega e fica só falando com PR. pequenos que chiam nos carris; buzinas a vapor, sons surdos que parecem de motores a vapor, sons de correntes de ferro, gritos de gaivotas, pesos que caem à água, sons de ferramentas sendo usadas ou atiradas para algum lado, vozes de raparigas e um conjunto de vozes várias, falando próximo.

XXXV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, O passarinho da Ribeira, Augusto Fraga, 1959

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:09:36 Em outra área da Ribeira, O pai do Carlos e a mãe Presente Sons de uma multidão em movimento, 00:12:03 onde passa muita gente da PR encontram-se. Ambos querem o falando, e apitos de buzinas e de fim desse namoro, mas como nem um motores, em esforço, de camionetas, nem outro o conseguiram, acabam vozes dos protagonistas e das pessoas insultando-se um ao outro. que se vão chegando incluindo um guarda. 00:12:03 No mesmo local Alguém chega, dizendo que o guarda quer Presente Gritos falatórios altos, cestos e tapetes 00:12:40 alternando com o lugar prender a mãe da PR. pelo ar, o pai do Carlos, vão mandando onde Carlos e a Junta-se uma multidão de mirones que prendam a mãe da PR, a música, no Passarinho da Ribeira armando grande burburinho. filme, faz masking ao burburinho (PR) conversam sonoro, provocado pela multidão que se juntou. 00:12:40 No horizonte, um navio No bar do barco, pedem a entrega de um Presente Ouve-se o som das conversas dos 00:13:52 navega tranquilamente, a tabuleiro ao camarote B do Sr. João protagonistas, a buzina do barco e a cena passa-se dentro do Alberto de Sousa, um milionário. música do filme, os passos do steward barco pelos corredores, e o desdobrar do jornal pelo passageiro. 00:13:52 Num bote salva vidas do Um passageiro clandestino sai de Presente Ouve-se a música do filme e a voz dos 00:16:21 Santa Maria e no um salva vidas do navio Santa Maria e protagonistas a conversar. Camarote de João de corre para o camarote de João Alberto de Sousa Sousa. 00:16:21 Em casa da Micas, mãe da Uma grande quantidade de vizinhas Presente Ouvem-se as vozes das pessoas, as 00:18:06 PR aguarda as notícias do que terá acontecido conversas dos protagonistas e a música à Micas no posto da Guarda. do filme. 00:16:06 Em casa do pai do Carlos Carlos e o pai conversam sobre o Presente Ouvem-se as vozes do Carlos e do pai, 00:18:31 sucedido com a Micas. altercando. 00:18:31 João Alberto de Sousa e o João diz ao clandestino que, afinal, era Presente Ouve-se a voz de João e do clandestino 00:18:59 clandestino no bar do um fiel, mas muito pobre amigo, que se amigo a conversar. navio Santa Maria meteu no barco para poder ir com ele, que comprará muitas herdades para a filha e ele será o seu secretário particular, e assim poderá ganhar dinheiro. 00:18:59 Junto ao rio, no mesmo Carlos e a PR conversam. Presente Ouvem-se as vozes do Carlos e da PR a 00:22:14 local das lavadeiras conversar, uma peça de roupa cai ao rio e Carlos cai, ao tentar agarrá-la, ouvindo-se os risos em coro das lavadeiros e o som da música do filme.

XXXVI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage Filme, O passarinho da Ribeira, Augusto Fraga, 1959

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:22:14 Cais do porto de Lisboa João Alberto e o clandestino Presente Ouvem-se as vozes do João e do 00:22:47 desembarcam e mandam despachar as clandestino amigo a conversar e o som bagagens para o Porto, apanham depois de presença de pessoas e de trabalhos, um carro para o Porto. por perto, apitos e sons de motores e a música do filme. 00:22:47 No café O Sr. Barata contrabandista, espera que o Presente Ouvem-se as vozes do dono do café e 00:23:56 guarda saia para conversar com o dono do do Sr. Barata a conversar. café. 00:23:56 ### ### ### ### Esta cópia do filme a 00:26:52 que tive acesso ara trabalho de análise sonora, deve ter sido gravada de um programa do canal SIC, pelo que, não obstante a interrupção da publicidade, vou continuar com as mesmas cronometragens. Assim, de 00:23:56 até 00:26:52 é tempo que o programa ocupou com publicidade no canal. 00:26:52 No embarcadouro, junto à Micas embarca para ir à terra dela tratar Presente Ouvem se as vozes das pessoas que 00:27:35 ponte Luiz I de alguns assuntos e receber alguns falam alto, porque o local é ruidoso, dinheiros. ouvem-se motores de barcos a vapor, impactos de corpos pesados, o bater dos remos, buzinas a vapor. 00:27:35 Na Ribeira Chega o carro, transportando o brasileiro Presente Ouvem-se motores, buzinas de carros 00:28:34 e o João Alberto. Alberto vai mandar o som de atividades várias brasileiro tentar encontrar a Micas e a indiferenciadas, som indiferenciado filha. devido à presença ativa de muitas pessoas. 00:28:34 Em casa do pai do Carlos Por ter caído ao rio, Carlos está Presente Ouvem-se as vozes dos protagonistas a 00:29:16 constipado e agasalhado em casa, onde conversar e a espirrar. discute com o pai.

XXXVII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, O passarinho da Ribeira, Augusto Fraga, 1959

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:29:16 Na Ribeira, junto do Depois de ter saído à procura da Micas e Presente Ouvem-se as vozes das pessoas que 00:31:14 automóvel do João Sousa da filha, o amigo encontra em casa a PR e conversam e a música do filme. e em casa da Micas onde marca-lhe um encontro num hotel para só está a filha esclarecer as relações, Barata acha que se calhar deve ser por causa do contrabando. O amigo brasileiro do João corre a dar-lhe a nova de que as localizou. 00:31:14 Na Ribeira, junto do O clandestino ou o brasileiro ou o amigo, Presente Ouve-se o som dos carros a passar, som 00:32:05 automóvel do João Sousa ou o secretário, conta ao João como indistinto da presença de muitas correu a procura. pessoas em atividade e a voz dos protagonistas a falar. 00:32:05 Na Ribeira das descargas Carlos conversa com Madalena até aqui a Presente A sonoridade ambiente neste local é 00:32:54 do carvão menina PR, sobre o enigmático convite recorrente: ouvem-se sons de roldanas, para comparecer no hotel. e rodados pequenos que chiam nos carris; buzinas a vapor, sons surdos que parecem de motores a vapor, sons de correntes de ferro, gritos de gaivotas, pesos que caem à água, sons de ferramentas sendo usadas ou atiradas para algum lado, vozes de raparigas, e um conjunto de vozes várias falando próximo. 00:32:54 No quarto do hotel Madalena e uma amiga comparecem no Presente O som das vozes dos 4 protagonistas a SOSMN 00:36:14 hotel indicado, onde João Sousa os recebe conversar. como se fosse o procurador do marido da Micas. 00:36:14 No café do costume O guarda está no café, Barata, o Presente Ouve-se as vozes dos protagonistas a 00:37:31 contrabandista esconde-se atrás do Jornal. conversar e no final a música do filme. Carlos procura o Barata para lhe encomendar um serviço. 00:37:31 Na entrada do hotel Carlos aparece para tirar satisfações da Presente Ouve-se o barulho indistinto da rua e as 00:40:16 presença de Madalena no quarto dos vozes altercantes dos protagonistas e a brasileiros. música do filme.

XXXVIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, O passarinho da Ribeira, Augusto Fraga, 1959

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:40:16 No largo da Sé Carlos espairece. Presente Ouve-se a música do filme e os sinos do 00:40:44 relógio da torre da Sé. 00:40:44 De novo no hotel João Alberto de Sousa declara que é pai Presente As vozes dos protagonistas e a música SOSMN 00:42:14 de Madalena. do filme. 00:42:14 Primeiro a caminho com Carlos passa por uma estação de serviço e Presente O Motor do carro e o chiar dos travões. 00:47:59 paragem na estação de segue para Pedorido, vai contar a Micas As vozes dos protagonistas. serviço, depois em ou à Maria do Rosário o que estava a A música do filme. Pedorido, onde está Micas acontecer no Porto. a tratar dos seus assuntos A restante parte do filme decorre em Lisboa.

FIM

XXXIX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

FILME - 09

Filme, Jaime, António Pedro Vasconcelos, 1999

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:00:00 Madrugada, ainda noite. Um grupo de operários, entre os quais Presente Motores elétricos de baixo ruído, 00:01:51 Uma panificadora alguns menores, trabalha na panificação tabuleiros que deslizam, movimentação industrial fabrica grandes na manipulação de uma das máquinas. dos operários no espaço de trabalho, quantidades de pão Um dos menores fica com uma mão baques de máquinas de formação de entalada no aço da máquina. farinha, o pousar dos tabuleiros cheios de pão em massa que irão para os fornos. 00:01:51 Madrugada, ainda noite Um grupo de companheiros da Presente Vozes dos companheiros, a voz do 00:02:31 Na panificadora, junto a panificadora e o patrão acercam-se do patrão e o contínuo som das máquinas uma máquina, Luís, um menor, ferido pela máquina para cuidar em atividade e de vários motores menor sai magoado por dele. elétricos. uma máquina de formatar farinha, rodeado por alguns companheiros 00:02:31 Madrugada, ainda noite. Muito zangado e assustado, Gil, o patrão Presente À entrada da fábrica um letreiro diz: “É 00:05:23 O Gil, patrão da da panificadora e um amigo do ferido, proibido fazer barulho”. panificadora, Jaime, um levam o menor Luís para casa, no seu Há 3 sons dominantes: o som forte do amigo do Luís, o ferido, próprio automóvel, procurando o pai do motor do carro a trabalhar, a voz no automóvel passam por ferido para que este entregue o Luís no zangada do Gil a falar, e os ais do Luís, casa de Vieira, o pai do hospital, sem colocar a panificadora em com os dedos cortados. Na frente da ferido, atravessando uma causa, a troco de uma indemnização. casa do Luís, Gil grita pelo Vieira e parte da cidade falam em voz alta sem que àquela hora se oiça outro som por perto. Durante a viagem, Luís e Vieira falam acertando a conveniência dos factos.

XL

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage Filme, Jaime, António Pedro Vasconcelos, 1999

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:05:23 De madrugada, ainda de Gil diz ao Jaime que dadas as Presente Ouvem-se as vozes do Jaime e do Gil a 00:06:56 noite. circunstâncias não pode continuar a falar, o motor do carro, o bater da No interior do carro de trabalhar na panificadora, dá-lhe algum portas e os passos do Jaime que se Gil, Jaime é mandado para dinheiro e manda-o para casa, ele afasta a correr, um fraco som de fundo casa. Encaminha-se para encaminha-se para lá, parando no bairro de motores de carros que se afastam ou lá e para no largo da Sé da Sé. que passam, ou as alterações sonoras devido às mudanças da caixa de velocidades. Jaime encosta-se a um muro para acertar as contas, num caderninho e ouvem-se os sinos do relógio da torre, o som do manuseamento do caderninho e os passos quando decide caminhar por cima de um muro. 00:06:56 De madrugada, ainda No bairro da Sé, Jaime encontra um casal Presente Ouve-se o bater da porta de um carro, 00:08:40 noite no bairro da sé. com quem troca algumas palavras e do outro lado do muro e o pulo que recebe um convite para fazer de caddy. Jaime dá para o chão para espreitar. Ouve-se depois o cantarolar de uma jovem, sentada no capô de um carro, a voz da jovem falando com o Jaime e a de uma outra personagem, ouvem-se as suas vozes falando algum tempo. No final da cena, o som do motor do carro o da capota automática a fechar. 00:08:40 De madrugada ao nascer o O carro do casal parte e Jaime vai a correr Presente Ouvem-se os passos de corrida do 00:10:00 dia, Jaime corre para a em direção a casa. Jaime, na Ribeira ouve-se a vassoura do Ribeira, onde mora homem a varrer a praça e o som surdo oscilante, contínuo e forte dos motores a funcionar nas imediações, A pá do cantoneiro a despejar e embater nos contentores do carrinho, o som do carro a lavar a rua com um jato de água, o Jaime a assobiar no beco, troca de palavras com outra personagem que arruma caixas de cerveja, e o embate das caixas quando são arrumadas.

XLI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage Filme, Jaime, António Pedro Vasconcelos, 1999

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:10:00 Jaime chaga a casa ao Jaime chega a casa ao romper do dia, Presente Ouvem-se os passos cautelosos a subir 00:14:24 nascer do dia entra cautelosamente, esconde o dinheiro as escadas da entrada, o ranger num carrinho, descansa um pouco e toma cauteloso do abrir a porta, os sons dos o pequeno-almoço com a mãe, que movimentos de Jaime, o gorjeio de uma encontrou a dormir com o namorado, criança ensonada e continuam os sons depois sai com a mãe. cautelosos da atividade de Jaime no seu quarto, conversa com a mãe já à luz do dia. Pela janela aberta, ouve-se o falar das pessoas na rua, como se estivessem lá paradas ou então muitos vizinhos. 00:14:24 Em casa, de manhã cedo. Jaime sai com a mãe, levando cada um ao Presente No beco: um miúdo deixa cair um 00:16:07 Jaime acorda as irmãs e colo uma menina, para deixar em casa de montão de objetos com que estava a sai com a mãe por um uma vizinha que toma conta delas. brincar. Ouve-se um bebé a chorar a beco para a casa de uma plenos pulmões, ouvem-se, junto à vizinha. varanda em que a vizinha fala, o Na rua, Jaime caminha ao chilrear de pássaros, sons indistintos de lado da mãe pessoas em atividade. Em casa da vizinha: sons do balbucio de algumas crianças, presentes, na sala, onde a vizinha toma conta delas, gritos de crianças incomodadas, a voz dos personagens trocando palavras, sons dos passos das pessoas ao movimentarem-se. Já, na rua, ouvem-se as vozes deles altercando. 00:16:07 Na ponte Luiz I Jaime passa a ponte Luiz I, a correr, para Presente Ouvem-se os passos do Jaime a correr, 00:17:13 o lado de Gaia e atravessa com um o barulho intenso dos carros que estão trânsito intenso, sempre a correr vai dar a num sentido ou dos que passam em uma oficina de bicicletas motorizadas, sentido inverso, as buzinas persistentes, onde tenta comprar uma mota. os gritos das gaivotas. Ouvem-se, persistentemente, os sons dos motores dos carros. Ao chegar à oficina, ouve-se o latido de um cão e os gritos das gaivotas, ouvem-se claramente as variações dos ruídos dos motores em esforço sob a ação das variações de caixa.

XLII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage Filme, Jaime, António Pedro Vasconcelos, 1999

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:17:13 Dez horas da manhã. Jaime percorre o espaço entre Presente Ouve-se o que parece ser vento, todos os 00:17:23 Do lado de Gaia, junto aos barracões, perto do rio para ir ter com sons são fora de campo: um cão a ladrar barracões, onde o pai de o pai. e, vagamente, motores, os gritos das Jaime se abriga gaivotas, sons de algo de madeira a embater num obstáculo e raspagens, provavelmente, alguém a trabalhar, sons de vozes muito amalgamadas com a restante sonoridade. 00:17:23 No barracão onde mora o Jaime entra no barracão onde o pai Presente Voz do Jaime chamando o pai, apitos ao 00:21:26 pai mora, dá-lhe tabaco, começa a longe, sons do tropeçar em objetos, preparar o pequeno-almoço, enquanto garrafas espalhadas no chão, sons da vai conversando com ele, depois sai movimentação e da atividade, plásticos, mas a câmara não acompanha Jaime passos e água a correr, ouve-se Jaime a na saída e continua ainda uns falar com o pai, Jaime deixa o pai e ouve- momentos no interior se o bater da porta do barracão, a cena continua dentro do barracão. Lá dentro, ouvem-se, ao longe, as gaivotas, ouve-se o som do que parece ser uma serra mecânica, dá um pontapé a um objeto que faz estrondo ao embater, o vibrar da cadeia de ferro que serve de fecho à porta. 00:21:16 Na escola Jaime está na escola, adormece e a Presente O som de um dicionário deixado cair pela 00:23:17 professora acorda-o deixando cair de professora, na carteira, para acordar alto um livro, acorda um outro aluno, Jaime, sons da fala do protagonista, a também, a dormir na sala, ambos generalidade da turma que ri. No recreio, trabalham num emprego. Vão para o os sons dos passos dos miúdos a correr e recreio, Jaime pergunta ao outro se a vozearia do recreio num registo muito arranja emprego no sítio onde ele suave, bem como continuo movimento de trabalha, entretanto aparece um automóveis ao longe, o som da inspetor e ambos fogem. campainha para entrar, a conversa entre Jaime e o amigo. 00:23:17 Ao fim do dia, em casa, num No quarto, dorme Jaime e mais duas Presente O balbuciar de qualquer coisa por uma SOSMN 00:23:57 quarto, onde dorme Jaime a meninas pequenas, Jaime vai sair, das meninas, som do interruptor a as duas irmãzinhas sossega as meninas, apaga a luz e sai. desligar a luz e a voz de Jaime a sossegar as irmãs pequeninas, depois sai ouvindo- se o som da porta a fechar.

XLIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage Filme, Jaime, António Pedro Vasconcelos, 1999

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:23:57 Na rua, noite fechada, uma Jaime e o condutor de uma carrinha Presente Ouve-se o som do motor da carrinha, o 00:25:55 carrinha avança com os avançam em direção a um armazém, ladrar de um cão, de dentro, ouvem bater faróis acesos onde há já gente a preparar a carga, à porta, o som da porta de madeira a abrir roupa preparada essencialmente por e as vozes dos protagonistas que mão de obra infantil, a câmara passa começam a falar, os queixumes das para dentro do armazém e ouve-se crianças que trabalham nas confeções, o bater à porta, Jaime e o condutor da som de muitas máquinas de costura a carrinha entram. No final, Jaime funcionar, o som de caixas e caixotes a entra, discretamente, no seu quarto serem cheios ou arrumados, a voz de para descansar. Jaime, altercando com o amigo, que lhe intermediou o emprego. 00:25:55 Numa rua que desce para a Jaime desce, com a mãe, uma rua e Presente Ouve-se, em fundo, uma espécie de ruído 00:26:37 Ribeira depois encaminha-se para a escola. branco que deverá ser a pressão sonora causada pela circulação contínua de carros, em ruas vizinhas, o falar de pessoas, o chilrear de pássaros, o vento, a voz dos protagonistas falando. 00:26:37 Nas instalações do campo de Jaime e o amigo vão ao campo de Presente Ouvem-se as vozes dos protagonistas a 00:28:49 golfo golfe trabalhar como carregadores de falar, o chilrear de pássaros, som de sacos de golfe, Jaime conhece mais algumas vozes de quem conversa não uma pessoa, o Sr. Garcês. muito longe, som do bater de cadeiras da esplanada, som contínuo de pássaros e passos sonoros de pessoas no passadiço. 00:28:49 Noite fechada, Jaime vai Jaime acompanha o condutor de uma Presente Ouve-se o barulho do motor do exterior, 00:29:47 com o condutor carregar as carrinha que vai carregar as ouvem-se cães a ladrar, depois ouve-se o confeções para a fábrica. confeções, adormece e o encarregado barulho do motor do interior da carrinha, ralha com ele, chegam à fábrica, a um som mais cavo e o condutor ralha carrinha entra. com Jaime. 00:29:47 Noite, junto às portas de um De noite, Jaime junta-se a um grupo Presente Ouvem-se sons de máquinas a trabalhar, 00:30:02 recinto de obras de que vai entrar no turno de noite, em fora de campo e num registo construção numas obras de construção e pergunta moderado, o som dos portões de cano e se não há lugar para mais um, mas o rede a fecharem-se, o som dos encarregado não o deixa entrar. protagonistas que fala, os passos quando se afastam, ouvem-se vozes ao longe em FC e sons da circulação de carros também em FC.

XLIV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage Filme, Jaime, António Pedro Vasconcelos, 1999

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:30:02 Manhã, Jaime caminha para Jaime vai para a escola, mas para ao Presente Ouvem-se vozes, longe, o som persistente 00:31:08 a escola, com a mochila ver o inspetor do trabalho a falar com de uma campainha e a tensão sonora o companheiro. própria da circulação de trânsito, sons das vozes de muito miúdos juntos, perto da escola.

00:31:08 Ao fim da manhã, Jaime caminha com o caderno dos Presente Sons de passos de pessoas a andar, sons 00:36:42 na rua da Ribeira e nas assentos e encontra o inspetor que lhe de atividades inidentificáveis e fora de Fontainhas faz uma série de perguntas a que ele campo, som contínuo de gaivotas junto ao não responde, ameaça ir perguntar à rio, som próprio da pressão sonora mãe, depois de teimar em não reveladora da circulação automóvel responder, o inspetor dá-lhe 24 horas contínua, sons dos passos de Jaime a para lhe responder e deixa-o ir. correr. Som das vozes do inspetor a falar Encaminha-se, então para casa do com Jaime, em fundo, ouve-se a pressão companheiro de trabalho, para sonora, agora, em registo real da esclarecer o que terá dito ao inspetor. circulação automóvel, no tabuleiro inferior da ponte Luiz I. Jaime corre e ouvem-se, no meio de um indistinto mas bem audível som do trânsito, os sons dos passos da corrida, do falar dos miúdos e dos seus jogos e de atividades várias. 00:36:42 Ao fim da tarde Jaime desce do elétrico em Presente Som forte dos rodados e do motor do 00:38:02 O elétrico, a rua, o andamento, corre pela rua e entra no elétrico, apitos de outros carros, sineta de supermercado supermercado, procura a mãe, sinalização do elétrico, som do chiar de encontra-a com o chefe, conversam travões, nível de pressão sonora muito um pouco e saem os dois. forte do trânsito intenso e próximo, som de motores que aceleram e som ocluso de muitos carros parados num semáforo. No supermercado, sons acusmáticos, musicais e vozes, o falar de muitas pessoas, em espaço fechado com muita reverberação, o som das movimentações, o som do Jaime conversando com a mãe, com música em fundo e ambiente com muita sonoridade.

XLV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Jaime, António Pedro Vasconcelos, 1999

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:38:02 De noite, em casa Jaime entra em casa e sai muito Presente Sons eróticos vindos do quarto da mãe. 00:38:23 discretamente quando ouve sons eróticos vindos do quarto da mãe. 00:38:23 De madrugada, na fábrica No interior de uma fábrica a ser Presente O altercar do encarregado com Jaime, os 00:39:36 desmantelada, Jaime e o companheiro diálogos do Jaime e do companheiro e o vão ajudar a levar caixotes. de outros personagens, o som dos objetos a serem transportados, o som de um carro e de uma carrinha que abandonam a fábrica com as máquinas, à porta, uma manifestação de trabalhadores da fábrica aos gritos de fascistas, enquanto se ouvem também os motores dos carros que avançam. 00:39:36 Noite alta, as carrinhas em No interior de uma carrinha, Jaime, o Presente Conversa do Jaime e o companheiro com 00:40:45 andamento encaminham-se companheiro e o condutor conversam. o condutor, os sons fortes dos carros para um armazém, onde As cerca de 8 carrinhas, com as carregados, entram. máquinas da fábrica desmantelada, A voz dos protagonistas que falam e Ruas noturnas, entrada de chegam a um armazém onde o fiel transmitem ordens uns aos outros. Os um armazém manda entrar para contar as caixas sons do portão de metal do armazém a uma a uma. abrir-se e o bater das portas dos carros 00:40:45 De manhã, no armazém de O carro entra no armazém com o Presente O som do portão de metal de correr a 00:43:06 recolha, o patrão vai num patrão ao volante estabelecem as abrir, o motor do carro que entra, o fiel Ferrari fazer negócio condições e o preço do negócio, após diz bom dia, ouvem-se as vozes dos dissensões o negócio fecha-se e o protagonistas que fazem negócio, o som patrão o Sr. Garcês, sai. de uma bofetada amigável que o patão dá a Jaime alguns gritos de protagonistas e o som contínuo de motores a funcionar. 00:43:06 Manhã bem cedo, na Ribeira Presente No geral, a atmosfera é silenciosa, o bater 00:48:27 de asas de pombas que voam, o assobiar do Jaime, os sons dos passos pela escadaria. Chegada a casa, o rodar da chave para abrir a porta, seguido do bater da porta, diálogo com a mãe. Inicia a preparação do pequeno-almoço, sons de loiça, mãe chora, ranger de madeira quando entra o brasileiro, vozes de pessoas e crianças no exterior, burburinho e sons de objetos rolando quando entra o homem do talho. Discussão em voz alta.

XLVI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Jaime, António Pedro Vasconcelos, 1999

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações Code 00:48:27 Manhã Jaime vai correndo para casa do pai. Presente Som contínuo do transito, passos, 00:48:36 Jaime corre pela ponte de gritos das gaivotas, baques, surdos e Luiz I fortes fora de campo, não identificados.

00:48:36 Manhã Presente Sons do diálogo do pai e do Jaime, som 00:50:36 Em casa do pai metálico da caixa de ferramentas ao ser poisada na mesa, ouve-se a música do filme, o som do bater da porta quando o pai sai, som do isqueiro ao acender o cigarro, som leve do choro do Jaime. 00:50:36 Na rua perto do talho de S. Jaime sobe a rua do talho, o homem Presente Sons de vozes fora de campo, som 00:51:07 Victor do talho oferece-lhe um pão com fricativo, vento, som contínuo e bifes, Jaime responde mal e prossegue longínquo da circulação do trânsito, som o caminho. de motores próximos, fala com o homem do talho, som sempre audível da pressão sonora do trânsito. 00:51:07 O brasileiro em casa de O brasileiro está em casa a ver Presente Som de um programa de televisão e risos 00:52:35 Jaime a ver televisão televisão, encontra os 20 contos do do brasileiro, som do Jaime a entrar no Jaime, no carrinho, espera que ele compartimento, discussão com o volte e anuncia-lhe o que acabou de brasileiro, sons do conflito físico, o bater descobrir, fica-lhe com o dinheiro e da porta quando Jaime sai, quando se faz Jaime sai desesperado. silêncio ouvem-se os sons indistintos de vozes de muitas pessoas pela rua e o som, em fundo, ao longe, do trânsito automóvel. 00:52:35 Na rua, perto do Jaime sai para ir ter com a mãe, desce Presente Som intenso do tráfego, som dos freios do 00:52:50 supermercado onde a mãe do elétrico em andamento e encontra- elétrico chiadeira de carros pesados, o trabalha, Jaime encontra-a a na rua em companhia do chefe, arranque de uma moto de grande na companhia do seu chefe. numa moto em que ambos arrancam potência. com rapidez. 00:52:50 Ao fim da tarde, em casa A mãe chega e vê que Jaime se Presente Sons da vozearia do conflito e dos objetos 00:54:05 prepara para sair de casa, queixa-se mexidos. que o brasileiro lhe roubou o dinheiro, ralham e sai sem fazer o que a mãe lhe pediu.

XLVII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Jaime, António Pedro Vasconcelos, 1999

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:54:05 Ao anoitecer, nos Guindais Jaime sentado numa pedra olhando o Presente Vago som de vento ou de trânsito 00:54:45 rio sente-se revoltado com o longínquo, voz de Jaime ao falar, música brasileiro, rasga as páginas das contas do filme. no caderninho dos assentos e declara que o brasileiro pagará o mal que fez. 00:54:45 Ao início da noite, junto ao Jaime vai correndo ao encontro do pai Presente Música do filme e sons dos passos de 00:56:16 rio do lado de Gaia que está ao pé de outros pescadores, Jaime a correr, pequenos sons de pescando no rio Douro, saúda-o e contactos ao chegar, fala com o pai, pergunta-lhe se pode dormir em casa música do filme, o som do estrebuchar do dele. peixe apanhado, o silvo da linha quando Jaime a lança à água, o som das suas vozes conversando. 00:56:16 No campo de golfo Jaime está a servir de carregador de Presente Sons de grilos, voz sussurrada do 00:57:55 tacos de golfo nos jogos, aparece o companheiro e do Jaime, voz do jogador, companheiro do trabalho para lhe dar Jaime e o companheiro conversam já à notícias de casa, da escola e da mãe. parte, sons de pássaros do campo a cantar. 00:57:55 Num jardim, junto da Jaime e o companheiro vão ter com a Presente Sons ondulantes e contínuos do tráfego a 00:58:26 senhora que pode arranjar senhora que arranja os empregos para correr, sons mais próximos de carros que empregos para os miúdos os miúdos, a senhora não nega mas passam, sons de motores de pesados que diz-lhes que só fala sobre isso em circulam, vozes dos miúdos e da senhora casa. a falar. 00:58:26 Na casa onde vive a Algumas pessoas, incluindo Jaime e o Presente Som de pássaros, cães a ladrar, pouco 00:59:20 senhora, várias pessoas amigo esperam, numa varanda que dá audível mas presente como pano de querem falar com ela para o quintal, vez para falar com a fundo, a pressão sonora do tráfego senhora que arranja empregos para os intenso não muito longe, o piar de miúdos. pintainhos, sons dos passos e da bengala da senhora ao andar, sons pouco discriminados de um galinheiro, vozes dos presentes que vão falando. 00:59:20 No armazém e no escritório Jaime vai ao armazém procurar o Sr. Presente Ouve-se o bater forte de uma porta de 01:02:13 do armazém Garcês, encontra um empregado metal quando Jaime a fecha, depois de que vai lavando os carros do patrão, entrar no armazém, as vozes a falar do Jaime como ouviu falar da falência Jaime e do empregado do armazém, o da fábrica de calçado do Pinto, nas tocar de um telefone, a voz do patrão, Sr. Antas, vai tentar vender-lhe essa Garcês, a falar com Jaime e com o informação, o patrão aparece ficam a empregado, o apito de um carro, o som de conversar no escritório do armazém e objetos a serem usados, som de bofetada depois saem. amigável dada pelo patrão.

XLVIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Jaime, António Pedro Vasconcelos, 1999

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 01:02:13 Junto dos barracões onde Jaime vai ao barracão onde o pai vive, Presente Som fora de campo, de gaivotas e um 01:03:16 vive o pai não está mas no chão vê um recado ruído que parece vento, o ronronar de um levado ali pela mãe, para entregar o motor em funcionamento. O som do abrir Jaime ou vai fazer queixa à polícia. e fechar da pesada porta de madeira. A voz de Jaime lendo um recado que a mãe meteu debaixo da porta. 01:03:16 À beira do rio, junto às Jaime encontra o pai junto ao rio à Presente Barulho do marulhar das águas do rio, 01:05:47 lavadeiras e ao ponto de espera de um barco de pesca, sons das gaivotas, som percutivo de atracagem dos barcos de conversam, o pai carrega, ajudado por alguém trabalhando ali perto, nos pesca Jaime, um cesto cheio de peixe vindo estaleiros do rio Douro, sons de vozes de do barco, aparece a mãe, há uma alguém a chamar ou cumprimentar de discussão severa e Jaime afasta-se a longe, som de barco com pescadores correr, o pai fica a apanhar os peixes aproximando-se da margem, vozes de do cesto entornado. mulheres, a mãe aparece, som de uma discussão entre os três. Ouve-se a música do filme. 01:05:47 Ao fim do dia, na Ribeira, Jaime aparece a correr, na cena Presente Ouvem-se os passos de Jaime a correr, a 01:06:24 vê-se ao fundo a ponte de deserta, apenas os carros passam música do filme e piar de algumas Luiz I e as luzes acesas continuamente no tabuleiro superior. gaivotas. 01:06:24 No barracão, onde o pai vive Jaime entra no barracão, Presente Entra, cautelosamente, ouvem-se-lhe os 01:06:51 cautelosamente, chama o pai, um passos, a voz dele a chamar o pai e uns passo à frente vê-o dependurado de passos à frente o silêncio da morte. uma trave da barraca já sem vida. 01:06:51 No cemitério Caixão sendo enterrado por dois Presente Ouve-se as chaves e a terra caindo sobre 01:07:21 homens. Jaime tira do bolso as chaves o caixão. Das árvores em volta chega o que lança para cima do caixão. som de alguns pássaros. 01:07:21 Noite, um local com bebidas Jaime parte um vidro e entra num Presente Ouve-se o partir de um vidro, o som de 01:09:59 e uma piscina local, onde ele e o companheiro garrafas a serem levadas, junto de uma retiram algumas garrafas de bebidas, piscina, o som das garrafas a serem vão para a piscina, bebem, atiram as atiradas para a piscina, o som da água e garrafas para a piscina e tomam dos corpos na água, as vozes dos dois a banho, depois Jaime dá ao falar. companheiro a notícia de que o pai morreu, e acusando a mãe de o ter matado saem os dois a correr.

XLIX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Jaime, António Pedro Vasconcelos, 1999

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 01:09:59 De noite, Jaime e o Jaime vai a casa procurar a mãe, mas Presente O som dos passos, entra e chama pela 01:11:51 companheiro já a casa estava vazia, a mãe tinha-se ido mãe, responde a voz do brasileiro, há em casa do Jaime embora, o brasileiro apanhado de silêncio, e ouvem-se os pés pisando o surpresa também, queixava-se e chão da casa, pontapés em caixas que chorava desesperado, Jaime mal estão pelo chão, o som do Jaime a disposto vomita e sai a correr de casa. vomitar, o chorar do brasileiro, passos de corrida grito do brasileiro. 01:11:51 Nas obras de construção Jaime vai trabalhar com mais dois Presente Som do trabalho de pás, do areão 01:13:47 civil companheiros para uma obra de roldanas, ferramentas de metal, serras construção, aparece o inspetor do elétricas, esmeris, o martelar de um trabalho. Escondem então os miúdos martelo em metal, voz do encarregado da num buraco escavado por uma obra. escavadora e esquecem-se lá deles. 01:13:47 Ao fim do dia, dentro do Escondidos no buraco profundo, Presente Os miúdos gritam por socorro, 01:14:06 buraco no estaleiro das deixado aberto pela escavadora, os ouvem-se trovões e o cair copioso da obras miúdos, ali esquecidos, passam muito chuva, os miúdos gemem de frio e de ml a noite toda, no buraco enlameado, incómodo. com muita água e muito frio. 01:14:06 De manhã, o buraco do O empregado esquece os miúdos, no Presente Sons de máquinas a trabalhar, betoneiras, 01:14:17 estaleiro onde estão os buraco, onde passam a noite em a voz do encarregado dando ordens. miúdos condições horríveis, de manhã a betoneira ia enchendo de betão o buraco se o encarregado não gritasse a tempo, quando se apercebeu da presença deles. 01:14:17 À saída dos estaleiros das Jaime e os companheiros encontram- Presente Som de motores de carros nas 01:15:45 obras se com o inspetor, Jaime fica a falar imediações, sons dos estaleiros das obras com ele e acaba por acompanhá-lo à que ficam perto, sons de meninas de rua a cidade, o inspetor quer mostrar-lhe falar, som das vozes de Jaime e do algo. inspetor de trabalho, som do bater de portas quando entram os dois no carro e o do motor quando arranca. 01:15:45 O inspetor e o Jaime num O inspetor leva o Jaime a um recinto Presente Som fora de campo, da presença de 01:18:38 recinto de engraxadores de de engraxadores de sapatos, onde fica pessoas conversando e mexendo em sapatos. a saber que um deles trabalhou nas objetos, voz acusmática anunciando obras 16 anos e foi despedido, sendo coisas e música, vozes do inspetor e dos substituído pelo próprio filho da idade presentes, ouve-se a música do filme, o do Jaime, ainda garoto e mão de obra som do jornal a ser desdobrado e o dos bem mais barata. passos de Jaime que se afasta.

L

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Jaime, António Pedro Vasconcelos, 1999

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 01:18:38 Na rua e em casa do Jaime vai a casa do companheiro, Presente Ouve-se a música do filme, os sons dos 01:21:15 companheiro conversam, encostados numa cama miúdos no recreio de uma escola, a falar, com o irmão drogado a dormir ao a gritar e a brincar. lado, Jaime vai sabendo coisas da Em casa, o som de um caixa de jogos vida do amigo. eletrónicos portátil, e a voz da mãe do companheiro que entra no compartimento, ouve-se o ronco prolongado de um motor no exterior e vozes de pessoas fora, a voz dos dois miúdos a conversar. 01:21:15 De manhã, nos estaleiros Voltam ao estaleiro das obras, é Presente Tábuas a serem empilhadas, som 01:22:25 das obras preciso passar um passadiço a grande contínuo do vários motores a funcionar, altura do chão, o companheiro tem passos dos miúdos no passadiço de vertigens, não quer passar e acaba por tábuas, vozes dos trabalhadores, gritos cair. dos trabalhadores. 01:22:25 No hospital Jaime vai ao hospital para saber do Presente Som do deslizar de uma maca, presença 01:24:15 amigo, encontra a mãe e ficam na sala de pessoas falando baixo, o respirar de de espera a conversar, consegue um doente ensonado, bater de portas de entrar no quarto de Ulisses, mas uma vai e vem, som das vozes de Jaime e da enfermeira diz-lhe que não pode mãe do companheiro a falar, o chiar de continuar ali. uma cadeira de rodas, os silvos dos sapatos caminhando num chão encerado, o som do vigia eletrónico dos sinais vitais, no quarto de Ulisses, a enfermeira falando com o Jaime. 01:24:15 Armazém do senhor Garcês Jaime procura o senhor Garcês no Presente O abrir da porta de metal pesada do 01:27:29 armazém, do escritório vêm sons armazém do senhor Garcês, sons eróticos eróticos, aproxima-se e a cena vindos do escritório, voz da senhora, termina, o Sr. Garcês fala com Jaime, vozes do Jaime e do senhor Garcês que aparece a senhora, depois entram no ficam a conversar, som do isqueiro e das escritório e consegue que ele lhe dê fumaças do cigarro do patrão, campainha um emprego. de telemóvel, um motor funcionando ao ralenti, a buzina de uma carrinha à porta do armazém, campainha de porta, som pesado da porta de metal do armazém a deslizar para abrir.

LI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Jaime, António Pedro Vasconcelos, 1999

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 01:27:29 Uma pequena praça e o O antigo empregado está sentado à Presente Sons longínquos da circulação do tráfego, 01:30:51 armazém do senhor Garcês beira da porta à espera que o sons do correr das portas de metal ao armazém abra, Jaime abre o armazém abrir o armazém, vozes do antigo e inicia o trabalho de limpar e polir os empregado e do Jaime a conversar, sons carros do patrão, o antigo empregado breves de crianças em fora de campo, entra e vai conversando com o Jaime, passos e o pousar do balde da limpeza, ele fica a saber por que foi que o impacto da escova na chapa do carro empregado foi despedido. esporadicamente, som de carro a aproximar-se, som mais forte quando o carro entra na garagem, o som das portas a abrir e a fechar, vozes do patrão falando com o Jaime, o antigo empregado afasta- se e ouve-se a música do filme. 01:30:51 Na Ribeira Jaime avança pela Ribeira, depois vai Presente Ouve-se a música do filme, chutos num 01:33:00 ao hospital, à entrada, encontra o pacote enquanto avança, piar de gaivotas, inspetor, mas não falam, lá dentro vê passos de corrida no corredor do hospital, vazia a cama onde esteve Ulisses e no ouve-se a música do filme, a mãe de corredor a mãe dá-lhe as sapatilhas do Ulisses conversa com Jaime no corredor, filho, com as sapatilhas debaixo do ouve-se a música do filme braço, corre ao supermercado e pergunta pela mãe. 01:33:00 No supermercado Jaime pergunta pela mãe a empregada Presente Voz de Jaime falando com a colega da 01:34:05 da caixa e vai de seguida a casa da mãe, música do filme, voz de Deolinda Deolinda onde a empregada disse que falando com Jaime, sons de crianças a a mãe estava, encontra a mãe deitada chorar, Jaime a falar com a mãe, a mãe com ar doente e com tosse tem tosse. 01:34:05 No armazém do Garcês Jaime procura o patrão para retomar o Presente Som do motor do carro a avançar pelo 01:35:54 emprego, ele obriga-o a dizer: Eu empedrado da rua, chiar dos pneus nas quero ficar com o emprego do velho, pedras ao travar, bater de portas, ouve-se Garcês volta a dar-lho. Chegam o som contínuo do trânsito numa rua carrinhas para descarregar e Jaime próxima fora de campo, sons de carrinhas fica encarregado do controlo da aproximando-se do armazém, o chiar dos operação. travões perto da porta, a voz do Jaime falando com o patrão e depois dando ordens aos descarregadores das mercado- rias, sons das embalagens de plástico a serem descarregadas, sons de impactos de caixotes de papelão sendo manuseados.

LII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Jaime, António Pedro Vasconcelos, 1999

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 01:35:54 Em casa de Deolinda Jaime trata da mãe, prepara-lhe um Presente Sons de loiça enquanto Jaime prepara 01:39:06 chá, conversam, a mãe conversa algo para a mãe, ouvem-se, ao longe, sons também com Deolinda em casa de fracos de presença de pessoas a falar, som quem está. de água da torneira a correr, vozes de Jaime e da mãe a falar, sons de loiça à refeição, sons macios de roupa da cama, sons de uma bebida a ser tomada e mexida em chávenas, uma criança a choramingar, vozes de Marta e da Deolinda a falar. 01:39:06 No Talho A mãe de Jaime vai ao talho e alia-se Presente Sons suaves da presença de pessoas e 01:40:18 ao homem do talho aceitando o crianças a falar, máquina elétrica de corte emprego de caixa na loja. de carne

01:40:18 Na garagem do Garcês Jaime sai devidamente equipado com Presente Música do filme sons da porta que se 01:42:44 uma mota vermelha acelerando pela fecha, com as chaves na fechadura, uma rua estreita. mota a trabalhar, e arranca pela rua, música do filme.

FIM

LIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

FILME – 10

Filme, Corpo e Meio, Sandro Aguilar 2001

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code

00:00:00 Um quarto, cubículo Num quarto que parece ser um Presente Através da pequena janela, ouve-se uma Esta análise foi 00:05:35 pequeno e baixo escuro, cubículo pequeno, muito escuro e pressão sonora contínua que deve orientada pelo uma pessoa sentada que se baixo, onde se vislumbra uma janela corresponder à sonoridade do tráfego na cronómetro incluso no vai mexendo pequena, com vidros sujos e uma rua, de vez em quando ouve-se mais ecrã do filme não pelo televisão acesa, na qual não se veem nitidamente o som de um motor do leitor de DVDs, imagens, o rapaz mexe-se, compõe o manobrando ou acelerando. No interior considerei apenas os cobertor nos ombros, acende um do quarto, o som dos seus movimentos, o marcadores das horas cigarro, empurra a janela, sintoniza o riscar do fósforo para acender o cigarro, a dos minutos e o dos aparelho de televisão. tosse, o som de um sobrescrito e de papel segundos. de carta sendo manipulados, o poisar de objetos, ouvindo-se um baque ao poisar no chão. 00:05:35 A porta do quarto está O pequeno corredor no primeiro Presente O rapaz, mexendo numa mala ou num Sempre que o rapaz 00:06:59 aberta, o rapaz plano, deixa ver o quarto pequeno e caixote, provoca uma sonoridade forte de está no quarto ouve- sai e fecha a porta, desce escuro com a janelita no fundo, o percussões em madeira, ao sair ouve-se, se, fora de campo, um lanço de escadas e rapaz levanta-se, sai e volta para forte, o bater da porta, sentem-se os um som surdo, encaminha-se para um fechar a porta, desce um lanço de passos quando desce o lanço de escadas, contínuo e bem lavatório escadas e passa por um lavatório puxa uma porta em grelha por uma calha audível de um pequeno encaixado num vão da para a encostar ao batente, sentem-se-lhe mecanismo parede, vê-se-lhe a cara a um espelho os passos ao encaminhar-se para o motorizado, com gasto e sujo lavatório, ambiente muito escuro, ouve-se algumas variações a água a correr, o som da lavagem das como se alguém mãos e da cara. estivesse a usar a máquina para fazer algum trabalho manual. 00:06:59 Salão, mesa junta ao fogão Uma sala do que parece ser uma Presente A senhora abre a porta ouvindo-se da rua 00:09:57 a lenha pensão barata, desalinhada sem brilho forte pressão sonora do tráfego, ouve-se o e muito escura, uma senhora entra, frufru dos sacos de plástico que traz apanha roupa, numa mesa junto a um consigo, os passos caminhando no salão, fogão a lenha, o rapaz toma o tira o casaco e veste um avental, o pequeno almoço a senhora entrega- crepitar do lume dentro do fogão a lenha, lhe umas peças de roupa lavadas e o sons de madeira solta, enquanto a senhora rapaz sai para a rua. apanha a roupa do estendal, a voz da senhora falando com o rapaz, este pega nuns sacos, na roupa dobrada e sai pelo mesmo lugar por onde a senhora entrou. LIV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Corpo e Meio, Sandro Aguilar 2001

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:09:57 Uma pequena chaminé O rapaz caminha, pesadamente, ao Presente Um som contínuo de máquinas em 00:10:34 fumegante, o perfil de longo da marginal logo a seguir à funcionamento, ao logo da marginal a prédios de muitos andares ponte de Dona Maria para o estaleiro pressão sonora do tráfego e das máquinas em construção, o rapaz das obras. aumenta. desloca-se ao longo da marginal na avenida Gustavo Eiffel

00:10:34 O estaleiro onde decorrem O rapaz entra no estaleiro em Presente Na rua, enquanto caminha sente-se a 00:13:35 as obras de construção. conjunto com outros, e encaminha-se forte pressão acústica dos motores que para um piso térreo escuro e alagado, circulam, ao entrar no estaleiro a esta para um ponto onde parece estar algo pressão sonora soma-se a das máquinas de semelhante a um cacifo pessoal. que lá estão estacionadas trabalhando, a sonoridade vai variando conforme o local de onde é ouvida mais sonora ou mais átona, ouvem-se as estridentes rebarbadoras numa nuvem de faíscas metálicas incandescentes. 00:13:35 No estaleiro, as máquinas o O rapaz opera com uma rebarbadora, Presente Som contínuo de alta intensidade de 00:15:14 trabalho por algum tempo, depois do exterior motores e máquinas de trabalho, em transporta com os braços alguns tubos pleno estaleiro, o som é insalubre. de ferro, prega uns pregos numa bancada e volta à rebarbadora rodeado por uma chuva de faíscas. 00:15:14 Regresso ao local do cacifo. Tira una peça branca de roupa banca Presente O som intenso, fora de campo dos 00:16:13 Camioneta de caixa aberta de um saco, depois regressa numa motores das máquinas, vai abrandando, onde viaja de regresso camioneta de caixa aberta. na camioneta de transporte da rua, ouviam-se motores e a pressão sonora em alta intensidade. 00:16:13 O salão da pensão onde terá Entra e atravessa o salão cheio de Presente Falatório muito sonoro no salão cheio de 00:17:28 alugado um quarto comensais, sem falar com ninguém, gente. Na cozinha, ouvem-se os sons dos para junto da cozinheira que de instrumentos da cozinha a serem lavados manhã lhe serviu o pequeno almoço, e arrumados. mas não trocam qualquer palavra.

LV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Corpo e Meio, Sandro Aguilar 2001

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:17:28 De novo no quarto Depois de uma pequena paragem Presente Vozes de pessoas, em fundo. 00:17:53 sentado ao fundo das escadas, apenas se consegue ver o seu rosto iluminado destacando-se da restante escuridão, depois sobe, percorre um pequeno corredor e entra de novo no cubículo do quarto, pequeno sujo e escuro. 00:17:53 No quarto Deita-se, o televisor parece estar Presente Vozes de pessoas, em fundo, batem à 25:00:00 Na cozinha ligado, batem à porta, a cozinheira porta. veio chamá-lo para jantar, na cozinha, senta-se numa mesa iluminada pela luz fraca de algumas velas e come.

FIM

LVI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

FILME - 11

Filme, Canção Distante, Pedro Serrazina, 2001

Time code Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações

00:00:00 Imagens de um canal de A imagem, na entrada de um canal de Presente Som de um piano durante toda a cena, o Esta análise foi 00:00:40 navegação holandês em navegação junto do que parece ser piar das gaivotas, o som do motor diesel orientada pelo Roterdão uma eclusa, um barco progride ao de um barco passando, som da massa de cronómetro incluso no longo do canal, plano geral do que água que o barco desloca ao andar ecrã do filme não pelo parece ser um canal na Holanda, em do leitor de DVDs, Roterdão. considerei apenas os marcadores das horas dos minutos e o dos segundos. 00:00:40 Uma sala junto de uma O protagonista escreve de pé, numa Presente Som do mesmo piano que continua 00:01:41 janela e um espaço que escrivaninha, uma mensagem que tocando, som da esferográfica do papel e parece ser uma loja num deixa ficar presa por um pisa papéis, do, pisa papéis. Vozes em diálogo breve edifício elegante alguém vai buscar uma ramo de flores numa florista. à senhora de uma loja num edifício elegante. 00:01:41 Ao princípio da noite. Ao princípio da noite. Presente Continua a ouvir-se o mesmo piano, a 00:01:56 A loja e a rua no percurso A florista prepara-se e sai, florista sai, ouve-se um sibilar contínuo até casa. encaminha-se para casa, na rua, há mas discreto do som do tráfego. bastante trânsito.

00:01:56 Em casa A florista entra em casa, lê a Presente Continua ouvindo-se o mesmo piano. 00:02:23 mensagem ouvindo-se o mexer no papel e no pisa-papéis.

00:02:23 Bar de música ao vivo, o Noite dentro. Presente O piano continua a ouvir-se mas agora 00:05:19 pianista parece estar casado Bar ou clube noturno de música ao vê-se o pianista que executa, o pianista com a cantora vivo, a floristas entra e dirige-se ao termina então a execução, o público bate microfone esperando pelo sinal do palmas, então a cantora inicia a pianista, ouvem-se as palmas, o interpretação: My funny Valentyne, ouve- pianista faz sinal e a cantora inicia se a cantora acompanhada ao piano, o pouco depois a canção. público bate palmas.

LVII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Canção Distante, Pedro Serrazina, 2001

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:05:19 Noite dentro A cantora, no final do concerto, vai Presente No camarim, ouvem-se os passos do 00:06:42 Café concerto. para um camarim, o pianista segue-a pianista andando, ambos dialogam, no No camarim da cantora, a e pede-lhe que fique um pouco mais percurso para casa ouvem-se sons de rua do percurso até casa para uma bebida, mas ambos decidem música longínquos, sons de baixa ir para casa. frequência que tanto poderia ser proximidade do mar, como trânsito intenso nas imediações, as vozes da cantora e a do pianista conversando, ouvem-se sons de trânsito fora de campo, e regressam os arpejos do piano. 00:06:42 Entram em casa e ouvem O pianista entra em casa, escolhe um Presente Já em casa ouvem-se sons de piano que já 00:07:43 música disco jazz mas a cantora vem, são a música do filme, os sons dos passos escolheu outro e ficam a ouvir rap, do pianista andando pela casa escolhe um disco de jazz e fica a ouvir, a cantora quer ouvir outro tipo de música, vem à sala e escolhe outro disco e ficam a ouvir, algo que parece rap. 00:07:43 De manhã. Depois de um plano geral do canal, Presente Ouve-se o piano da música do filme, 00:08:41 Plano geral do canal, sala de entra-se na sala de ensino de piano, e depois o som de piano de alguém que está ensino de piano, loja da depois na loja da florista, em qualquer a aprender em casa do pianista, som do florista dos planos ouve-se sempre o mesmo movimento da menina levantando-se e som de piano. De regresso à sala de dando lugar a outra que parece ser sua ensino, onde um jovem está a iniciar- irmã gémea, na loja da florista, ouve-se o se. mesmo som de piano, da janela vê-se a rua e ouvem-se sons sibilantes de baixa frequência do tráfego. 00:08:41 Fim do dia A cantora esta tomando chá? Na sala Presente Ouve-se a voz de um locutor no rádio, os 00:12:25 Sala de refeições, sala do entra o pianista, cumprimenta-a, sons das peças de loiça, ouve-se de novo piano em casa. dialogam sobre como correu o dia e o piano da música do filme, diálogo entre depois a atenção ficou presa numa o pianista e a cantora, o pianista sai, e canção que apareceu no rádio, ouve-se uma canção francesa da Belle Canção da minha terra distante. La Époque, vinda de um aparelho de rádio, chanson qui ne veut rien dire. o pianista e a cantora dialogam depois, ouve-se o piano, a cantora quer capturar a canção que ouviu para cantar e o pianista esforça-se por fazer e escrever o arranjo, para a Canção da minha terra distante. La chanson qui ne veut rien dire.

LVIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Canção Distante, Pedro Serrazina, 2001

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code

00:12:25 Sala de ensino de piano O pianista está na sala de ensino do Presente O som do piano e a voz da cantora 00:13:25 piano mas a canção que a cantora interpretando a canção, as executantes escolhera no dia anterior não lhe sai revezam-se ouvindo-se o som do da cabeça, embora os alunos sigam mobiliário mexido nos movimentos. nas suas execuções, em memória surge-lhe a voz da cantora interpretando essa melodia: Canção da minha terra distante. 00:13:25 Na loja da florista, sala de O pianista na sala com os alunos ouve Presente Na sala, ouve-se sempre a voz da cantora 00:14:53 ensino de piano apenas o seu arranjo em construção e e acompanhada pelo piano, a voz do Rua do percurso da loja a voz da cantora, em montagem (Tempo pianista dirigindo-se brevissimamente aos para casa alternada vemos a lojista (a cantora) virtual) alunos, na rua, sente-se o ronronar Loja de discos atendendo o último cliente e sai para discreto dos sons da rua, a voz da cantora, a rua onde passam muitos elétricos, dialogando com o vendedor da loja de para numa loja de discos talvez para discos e sempre presente o som da canção comprar a Canção da minha terra acompanhada ao piano. O homem da loja distante, La chanson qui ne veut rien dos discos encontra o disco que ela pede, dire. trocam algumas palavras 00:14:53 O pianista, em casa, ao (Montagem alternada) O pianista está Presente Em casa, som do piano, diálogo entre os 00:16:38 piano em casa tentando concluir o dois, paralelamente na rua um elétrico acompanhamento da canção, um passa em frente a um edifício, continuam elétrico passa em frente a um edifício dialogando, trauteando e teclando no monumental e em casa dialogam os piano. dois sobre a música que tentam adaptar para eles. 00:16:38 Noite A cantora canta a canção em francês Presente A cantora canta a Canção Distante. 00:17:54 No palco do Clube enquanto no ecrã passam imagens muito granuladas da cidade do Porto. Passado (Ima- gens do Porto em memó- ria)

LIX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Canção Distante, Pedro Serrazina, 2001

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:17:54 Em casa, junto ao piano. A cantora reclinada no sofá, o Presente As vozes em diálogo, o som do piano e 00:18:30 pianista ao piano, falam do modo paralelamente e sem deixar de se ouvir o como o dia correu, o pianista inicia piano, vemos os elétricos a passar na rua, uma interpretação enquanto vemos os com o som do elétrico em modulação elétricos a passar na rua. fílmica. 00:18:30 Noite A cantora canta a sua canção Presente A voz da cantora cantando. 00:19:07 De novo no palco do Clube enquanto no ecrã vão passando Depois no camarim imagens muito granuladas da zona histórica da cidade do Porto, e a cena Passado repete-se no camarim. (Ima- gens do Porto em memó- ria) 00:19:07 Noite A cantora surge no clube entoando a Presente 00:20:33 No Clube Segredo de uma Canção distante, e da canção Qui ne particularidade veux rien dire, passa para melodias cuja música se exprime apenas com Passado vocalizos intermináveis e expressivos (Ima- até ao fim da interpretação. No ecrã, gens do continuam a desfilar imagens de Porto memória do centro histórico do Porto. em memó- ria) 00:20:33 Noite Cantora e pianista dialogam, o Presente As vozes em diálogo, pianista, cantora e o 00:21:17 No camarim pianista acha que quando ela quiser admirador. improvisar seria melhor avisar primeiro. Chega um admirador, conquistado pelo estilo, que lhe traz um ramo de flores, o pianista propõe um período de férias, ficou assim acordado. 00:21:17 Dia Pessoas passam calmamente nas suas Presente Ouve-se o som do piano, a voz da cantora 00:22:09 Na rua a caminho do bicicletas, passam elétricos, o par de falando com o taxista, enquanto viaja de aeroporto músicos apanha um táxi para o táxi, continua a ouvir-se o piano, depois o Chegada ao aeroporto Sá aeroporto, e chegada ao aeroporto. som filmicamente modulado a partir do Carneiro exterior do avião na aterragem.

LX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Canção Distante, Pedro Serrazina, 2001

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:22:09 No Porto Noite Presente Na rua, ouve-se o som do tráfego em 00:23:17 Chegados ao aeroporto, do Porto registo suave e vozes distantes de pessoas apanham um táxi para a cidade, Hotel na rua e o som do piano executando Peninsular. sempre a mesma canção. 00:23:17 Porto No quarto do hotel, ela arruma uma Presente Ouvem-se os sons dos carros na rua e 00:23:53 mala. vagamente o som de uma telefonia, o som zumbido tratratrá, do velho elevador do hotel, as portas que se fecham quando ela sai e a campainha denunciadora de presenças. 00:23:53 Ribeira do Porto Depois de sair do hotel, a cantora Presente Ouvem-se vozes de senhoras falando A partir destes planos 00:24:55 desce a escadaria dos Guindais. muito alto umas com as outras, cães que inicia-se a observação ladram, com a presença contínua de vozes acústica do filme humanas fora de campo e a música do referente à cidade do filme em fundo, assobios, um som Porto. acusmático do canto de um fado, casais de rolas arrulhando com energia, vozes das pessoas sobretudo de senhoras falando muito alto. 00:24:55 Ribeira do Porto A cantora recorda o tempo em que Tempo Som do piano em toada dramática, voz do 00:25:14 Uma esplanada trabalhou no Porto, a dureza do da dono da esplanada ralhando rudemente. trabalho e a dureza do trato. memó- ria 00:25:14 Ribeira do Porto A cantora vê-se numa situação Tempo O piano acaba o trecho e a voz do dono 00:35:42 A esplanada execrável, olha para si mesma paga a da da esplanada ressoa, gritando-lhe despesa com algumas moedas, deixa memó- impropérios. as flores que traz no cabelo em cima ria da mesa e sai exprimindo alívio, pombas esvoaçam à sua frente.

FIM

LXI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

FILME - 12

Filme Acordar, T. Guedes & F. Serra, 2001

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:00:00 Uma praia A câmara mostra filas de barracas de Presente Música do filme, um cantor cantando Esta análise foi 00:04:06 Uma janela praia, uma menina muito sorridente Wake Up. orientada pelo fixa-nos e caminha, parando depois a cronómetro incluso no uma janela. ecrã do filme não pelo do leitor de DVDs, considerei apenas os marcadores das horas dos minutos e o dos segundos. 00:04:06 De manhã ao levantar. Um rosto de alguém que começa a Presente Continua a ouvir-se a música do filme, o 00:06:10 No quarto levantar-se lava-se vai ao automóvel som de alguém que começa a levantar-se, No carro estacionado na Ribeira do porto e o som da roupa a ser afastada, os passos segue. pelo quarto amplo, o som do chuveiro e da água a correr, o apanhar das chaves do carro e em registo muito suave o som do automóvel a passar, a música do filme nunca deixa de se ouvir. 00:06:10 À porta de um lugar onde Pedro para o carro à porta de Clara Presente O som do trânsito intenso da rua quando 00:06:45 vive alguém amigo mas de lá não sabem bem de que sai do carro, no contínuo que é a Pedro se trata e a Clara não está, sonoridade dos carros ouvem-se perguntam-lhe se ele está bem, fica acelerações mais nítidas, de vez em criada uma situação enigmática. quando, toca à porta; voz de senhora que responde às perguntas do protagonista, pequeno conflito e parte, a música do filme continua fazendo-se ouvir durante toda a cena. 00:06:45 No carro Pedro pega no carro e vai à igreja de Presente Som da música do filme até final, som do 00:07:27 Na igreja de Leça Leça onde ninguém tem conhecimen- trânsito da rua fricativo e forte, motor do to do casamento que ele procura. O automóvel a acelerar, som do mexer da enigma ficam instalado. porta da igreja quando ele entra, diálogo com o sacristão. 00:07:27 Noite Clara, sem sono, acorda Pedro e Clara a chamar por Pedro para o acordar, 00:08:49 No quarto ficam dialogando. ficam dialogando.

LXII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme Acordar, T. Guedes & F. Serra, 2001

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:08:49 Num campo de futebol Pedro aparece parado no meio de um Presente Ouve-se a música do filme, Pedro está no 00:10:28 jogo de futebol, rodeado de música, meio de um jogo de futebol, o grito de gritam com ele, a música para, como colegas zangados, faz desaparecer a que acorda e começa a jogar, depois música e joga, depois senta-se no banco e sai e vai para o banco conversar com conversa com Vasco, o amigo. Ouvem-se Vasco, o amigo dele que se vai casar as vozes dos jogadores em campo, Vasco e que o convida para padrinho do grita fazendo sinal e entra em campo. casamento. 00:10:28 De dia Pedro fala ao telefone com uma Presente Pedro fala ao telefone com uma amiga. 00:10:58 Em casa amiga que não reconhece os factos que ele refere. 00:10:58 De noite Clara vem ao encontro de Pedro. Presente Clara e Pedro ficam a conversar. 00:12:18 Em casa 00:12:08 De dia Pedro liga para alguém perguntando Presente Voz do Pedro falando com alguém ao 00:13:34 Pedro ao telefone em casa pelo Vasco, mas o Vasco afinal não telefone, som de papéis a serem afastados mora ali… intrigante. quando Pedro procura uma caneta. 00:13:34 De noite Pedro no seu quarto conversa com Presente Sons da movimentação calma de Pedro. 00:14:19 No quarto de Pedro Clara, Clara quer averiguar a solidez desta relação. 00:14:19 De manhã Pedro vai abrir a porta a Teresa e fica Ouve-se Pedro descer as escadas, abre a A história tem o seu 00:15:27 Casa do Pedro a conversar com ela, tentando ver se porta de casa a Teresa, conversa com algoritmo centrado no ela esclarece todo o sem sentido do Teresa. fator das responsabi- que lhe tem vindo a acontecer, mas lidades ou das culpa- ela descarta culpas e culpa-o a ele, bilidades, o que a eliminando a possibilidade de análise história exigiria seria e de análise cooperada. a independência dos factos para além das pessoas, cada pessoa não está só nos factos que as rodeiam. Seria ótimo uma análise cooperada. 00:15:27 De noite Pedro dorme com Clara ao lado. Presente Silêncio longo SOSMN 00:15:51 Quarto do Pedro 00:15:51 Numa sala Numa sala, com luzes psicadélicas, ao Presente Salto súbito do tempo, ouve-se o fechar 00:16:58 som de música, Pedro conversa com de uma tampa de metal e música. Teresa sobre o casamento de Vasco. Conversam e ouvem música.

LXIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme Acordar, T. Guedes & F. Serra, 2001

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:16:58 Noite Clara e Pedro estão dentro de um Presente Ouve-se, ao longe ,o som do movimento 00:18:37 Dentro de um carro carro depois de ter acontecido um de veículos a motor, e buzinas muito problema qualquer entre eles, Clara distantes, Clara fala com Pedro. fala com Pedro. 00:18:37 No que parece ser um Pedro, colocando a mão na barriga Presente Rita e Pedro conversam. SOSMN 00:19:33 restaurante grávida de Rita, pergunta se ainda não se sente nada, Rita diz que Vasco não a ama, Rita e Pedro conversam. 00:19:33 Noite Pedro deitado na cama ao lado de Presente Som da voz de Clara. 00:20:22 Quarto Clara conversam, Clara quer se saber Ouve-se o som da música do filme. se Pedro a ama. 00:20:22 Dia Pedro joga futebol, no jogo cai e Presente Continua a ouvir-se a música do filme, 00:21:36 Campo de futebol levanta-se muitas vezes, pede ao voz de Pedro dirigindo-se ao Vasco. Vasco que o substitua. 00:21:36 Noite Clara e Pedro estão no quarto, Clara Presente Música do filme. SOSMN 00:22:29 Quarto acorda primeiro e começa a vestir-se. 00:22:29 Numas escadas ao telefone Salto no tempo, Pedro telefona para o Presente Som da voz do Pedro e da Clara ao SOSMN 00:23:10 Vasco, este não está, quem atende é a telefone. Clara. 00:23:10 Dentro do carro No carro Pedro parece estar só, mas Presente Som da música do filme. 00:24:02 percebe-se que Clara está com ele, Pedro e Clara conversam. pois começa a fazer-lhe carícias. Despedem-se até ao dia seguinte. 00:24:10 Noite O som de uma banda ao vivo, o que Presente Banda ao vivo cantor cantando 00:28:12 Festa de casamento parece ser uma festa de casamento, onírico acompanhado pela música da banda. um cantor canta uma canção acompanhado pela banda. Pedro, com um ar alucinado, atravessa todo o espaço e encontra num local recatado o Vasco com a Clara. 00:28:12 Noite Pedro acorda com a respiração Presente Respiração subitamente alterada e SOSMN 00:30:00 Quarto do Pedro subitamente alterada e ofegante, ao ofegante, vozes da Clara e do Pedro lado de Clara, esta declara que o ama falando. e que ficaria ali para sempre, depois deste lhe contar que estava a sonhar que a tinha perdido. FIM

LXIV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage FILME - 13

Filme As sereias, Paulo Rocha, 2001

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code

00:00:00 Noite Dentro de um pequeno barco, no rio Presente Sons do motor de um pequeno barco, vão Esta análise, foi 00:03:25 Um pequeno barco no rio Douro, tendo a Ponte Luiz I em fundo dentro pessoas alcoolizadas, cantam, mal, orientada pelo Douro no que parece ser uma noite de S. cantigas à desgarrada, três homens e uma cronómetro incluso no João, cantam cantigas à desgarrada, mulher. ecrã do filme não pelo desafinados, em voz gritada, três do leitor de DVDs, homens e uma mulher já alcoolizados, considerei apenas os exibindo constantemente canecas ou marcadores das horas garrafões de vinho. dos minutos e o dos Lançam-se balões ao ar. segundos. 00:03:25 Plano geral sobre o rio Visão de um plano geral do Douro Presente Sons de martelinhos de S. João, som 00:03:37 Douro, com o perfil do perto da ponte de D. Maria. dominante dos motores dos veículos que tabuleiro da ponte de D. circulam na cidade, presença generalizada Maria coincidindo com o da de pessoas falando em voz alta, piar das ponte do Freixo gaivotas. 00:03:37 Ao encontro de alguém que Ao encontro de um personagem que Presente Ouve-se a música de um fado, uma voz 00:06:27 aparenta estar muito está à beira rio, cuja voz soa de um alcoolizada fala com um estranho também alcoolizado modo anómalo e o que diz raia a mais alcoolizado, vozes que soam de modo completa irrelevância, a personagem anómalo. e o seu interlocutor parecem estar ambos alcoolizados. 00:06:27 Dia Carrosséis no S. João das Fontainhas, Presente Voz de uma rapariga que fala sobre as 00:08:15 S. João das Fontainhas local com uma maquete com sereias, sons dos carrosséis com assobios Noite comboios em miniatura em buzinas com sons de um deslizar pesado Lançam-se balões. circulação. Pessoas juntam-se já noite Sons contínuos de alarmes e de buzinas, a para lançar um balão. voz da rapariga continua a falar de sereias, sons de foguetes, vozes da presença de muitas pessoas de todas as idades entusiasmadas e a falar muito alto. 00:08:15 A multidão, em noite de S. Alguém se esforça por fazer voar um Presente Começa a ouvir-se música, muitas 00:13:47 João balão, no meio da vozearia da pessoas de todas as idades, falam muito multidão e da música das colunas de alto com entusiasmo, um fundo musical alta intensidade sonora, a cena forte, ouve-se a voz de uma cantora apresenta a passagem de um grupo cantando uma canção popular, depois a folclórico com um conjunto de voz de um outro cantor, passa um grupo acordéons e cantadeiras, um balão folclórico com um conjunto de acordéons incendeia-se ali mesmo no meio da e um grupo de cantadeiras marchando a multidão. cantar, a menina a rapariga continua a sua história sobre as sereias. LXV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme As sereias, Paulo Rocha, 2001

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:13:47 Balão a arder Pés apagam o balão no chão a arder Presente Ouve-se a voz da narradora, a voz da 00:14:37 rapariga contínua a sua narrativa multidão enchendo o espetro audível tem Faz-se silêncio, um S. João alegórico os seus picos nas pessoas que, perto das e ao vivo aprecia sentado no seu tomadas de som, falam muito alto andor um engolidor de fogo que o continuamente, umas atrás das outras. lança ao ar em grandes labaredas. Um Ouve-se o relinchar de um cavalo ou outro dos que passam muito perto fazem festas ao cabritinho que o S. João tem ao colo, passa uma rusga com muitas figuras alegóricas. 00:14:37 As Rusgas passam no Um grupo folclórico com violas Presente Um grupo folclórico com violas 00:20:01 desfile nos Aliados acordéons e percussões cantam e acordéons e percussões cantam e marcham, crianças gritam: Quem é? marcham, crianças gritam: Quem é? quem é? Muitos símbolos da vida nos Muitos símbolos da vida da cidade estão bairros da cidade estão incorporados incorporados nestas rusgas de freguesias nestas rusgas de freguesias e bairros e bairros do Porto, ouvem-se violas, do Porto, ouvem-se violas, acordéons acordéons e cantadeiras relativamente e cantadeiras relativamente afinadas, afinadas, ouve-se a vozearia da multidão, ouve-se a vozearia da multidão, os os acordéons, as cantadeiras e até um ou acordéons, as cantadeiras e até um ou outro desafinado, tudo ao mesmo tempo. outro desafinado, tudo ao mesmo tempo, e sempre os martelinhos por todo o lado. 00:20:01 Esperando o fogo de Preparar para ver o fogo de artifício, Presente O som de uma multidão concentrada de 00:20:50 artifício escolher o lugar de onde se possa muitas centenas de pessoas de todas as enxergar a ponte e o Douro. idades e todas, muito entusiasmadas, vozearia, gritos, assobios, estalos e estouros, martelinhos com os infindáveis e sonoros plíiu, plíiu. A rapariga narradora continua a falar das sereias. 00:20:50 O barco dos ébrios Três ou quatro homens e uma mulher Presente O som do motor do barco, forte em 00:21:42 num barco cantam, muito animados, fundo, ébrios três ou quatros homens e deslizando pelo Douro. uma mulher cantam e bebem e não param de exibir a caneca e o garrafão, o céu noturno enche-se com o som do fogo de artifício, ao longe.

LXVI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme As sereias, Paulo Rocha, 2001

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:21:42 O grande espetáculo do Espetáculos do fogo de artifício. Presente Os espetáculos do fogo de artifício com 00:25:14 fogo de artifício do S. João Manifestações de júbilo da multidão. doses maciças de pequenas luminárias no Porto Foguetes e os apupos da multidão. alumiam, completamente, nos seus mil relampejos, a ponte Luís I. A multidão parada em baixo, grita, assobia e alguns até pulam a cada nova modalidade do variado mega foguetório. Alguns foguetes provocam no ar um milhão de assobios finos que encantam os foliões. O som dominante é o estrelejar dos foguetes e os apupos da multidão 00:25:14 De novo no barco O grupo já referido deste pequeno Presente Com um indiscritível cenário de fogo-de- 00:25:16 barco, bebe canta e apupa, enquanto o artifício na ponte, os do barco continuam barco oscila na fraca ondulação do bebendo e cantando como se o mundo rio. acabasse amanhã. 00:25:16 O fogo de artifício O fogo de artifício é mostrado nos Presente Ouve-se a multidão e os estrondos e 00:31:26 diversos ângulos em que os muitos assobios do fogo de artifício. milhares de pessoas da multidão o Buzinas de mão, gritos, assobios, apupos podem estar a ver. A cascata de fogo, exclamações de milhares de pessoas, que ocupa toda a ponte, arranca da falando alto, todas ao mesmo tempo. O multidão um entusiástico aplauso. epílogo do fogo, centenas e centenas de estouros de morteiros negros simultaneamente. 00:31:26 Barqueiro no barco Um barqueiro conduz o barco pelo rio Presente Um barqueiro conduz o barco pelo rio 00:33:21 sem passageiros e em silêncio, o fogo sem passageiros e em silêncio, o fogo já já passou; nas margens, os sons da passou, nas margens, os sons da multidão multidão são mais átonos. são mais átonos, ouvem-se vozes jovens e alguns estouros de pequenos foguetes artesanais.

LXVII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

FILME - 14

Filme, Rusga, parte I, Paula Mota Santos, 2001

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:00:00 Ecrã negro Palavras em branco sobre ecrã negro, Presente Voz do protagonista que fala ao grupo. SOSMN 00:00:44 Título anunciando o título e um comentário do autor. Voz marcando os ensaios com o grupo. 00:00:44 Sala de reunião ou encontro Em voz off, a mesma voz historia o Presente Em voz off, a mesma voz historia o SOSMN 00:01:00 ou ensaio na Junta de evento. evento. (As reuniões foram Freguesia da Sé gravadas no salão do Guindalense Futebol Clube) 00:01:09 Ensaiador sentado à beira- Ensaiador, sentado junto ao rio fala, Presente O ensaiador fala com algum dos Esta gravação dá uma 00:01:57 rio historiando a Rusga dos Guindais. comentaristas. ideia bem fiel da Ouve-se continuamente o som dos sonoridade nesse motores a passar junto ao local. Sente-se ponto da cidade e é constantemente a aceleração e muito semelhante à desaceleração dos motores ao passar. registada pelo método de observação etnoacústica dos lugares (OEL) levada a efeito por mim, neste local em 2011. 00:01:57 Sala de reuniões Ensaiador combina e indica os Presente Ensaiador na sala de ensaios dirige-se ao SOSMN 00:02:27 personagens e seus intérpretes. grupo dialogando por vezes. 00:02:27 Ensaiador sentado de novo O ensaiador fala do modo como foi o Presente O ensaiador sentado junto ao rio fala com 00:03:10 junto do rio falando início das rusgas dos Guindais. a equipa de documentário. Ouvem-se os sons dos motores a passar, alguns motores perto, outros mais distantes, mantendo uma pressão acústica constante, distante, vozes de crianças, brincando. 00:03:10 Na sala de reunião O ensaiador com o grupo combina Presente O ensaiador continua a falar nas 00:03:31 coisas. personagens da rusga e quem são ou quais poderão ser outros intérpretes para papéis não preenchidos. Ouvem-se espirros e comentários vindos da assembleia.

LXVIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Rusga, parte I, Paula Mota Santos 2001

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:03:31 Ensaiador sentado de novo O ensaiador fala das ligações da sua Presente A voz do ensaiador, os sons dos motores 00:04:16 junto do rio falando família às rusgas e o modo como ele dos veículos que passam, com ligeiro se vê ligado à história das rusgas no efeito doppler. Porto, declara-se ligado ao lugar, às suas tradições e ao seu bairrismo. 00:04:16 Outro dos responsáveis Uma cheia em 1962 obrigou muitos Presente Sons de carros que passam, 00:04:43 sentados à beira do rio fala dos habitantes da ribeira a ir instalar- continuamente, ouvindo-se, nitidamente, de si. se nos Guindais. os sons dos motores a acelerar quando passam perto do microfone. 00:04:43 Ensaiador na Sala da Junta Ensaiador apresenta, em ponto Presente Sons do bulício de crianças pequenas, na 00:05:38 de Freguesia grande, um esquema, em papel sala e o falar, em voz baixa, de alguns dos cenário, do modo como a rusga se presentes e alguns sons surdos e constituirá e a ordem do desfile das percutivos do manuseamento do figuras e das pessoas. microfone no terreno. 00:05:38 À beira do rio dois Ambos falam da colaboração Presente Ouvem-se as vozes, dando testemunho, o 00:07:44 responsáveis, um de cada excelente entre si, do modo de estar som dos carros a passar, e a oclusividade vez, falam e dão o seu pacífico e cordato, e do bairrismo, do acústica provocada pelo motor de testemunho amor pelo local e do orgulho que têm bicicletas motorizadas e, no final, uma em levar todas as figuras típicas no sirene dos bombeiros com aviso sonoro cortejo, que represente bem os estridente. Guindais e que contribua para o seu bom nome. 00:07:44 Sala de reuniões O ensaiador e o grupo na sala de Presente Conversa generalizada na sala como som 00:08:33 reuniões falam da figura da prostituta de fundo da gravação principal. no desfile, a do azeiteiro origina alguma controvérsia. 00:08:33 À beira do rio Sentado no muro junto ao rio o Presente Motores que incessantemente passam 00:09:35 ensaiador fala. junto ao microfone sem, contudo, representarem total oclusividade na discriminação auditiva. 00:09:35 Uma imagem da rusga na Gritos de frases e palavras do Presente Gritos de aclamação dos marchantes. SOSMN 00:10:15 rua e o desfecho de mais entusiasmo dos figurantes na rua. Voz do ensaiador que dá por finda a uma reunião. Voz do ensaiador que se despede de reunião. mais uma reunião, marcando a reunião seguinte.

LXIX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Rusga, parte I Paula Mota Santos 2001

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:10:15 À saída da reunião. As pessoas saem falando com papéis Presente Vozes falando, vozes se senhoras mais SOSMN 00:10:36 na mão, comentam e ouve-se um forte alto e crianças que gritam. rumorejar de vozes falando, ouvindo- se melhor algumas senhoras e crianças que gritam ou falam gritando. 00:10:36 Testemunhos de algumas Homem agradece à Rádio Festival o Presente Vozes das pessoas que expressam as suas SOSMN 00:11:45 pessoas reavivar das tradições dos bairros opiniões e dão informações. históricos do Porto. Sete outras pessoas declaram-se adeptas e amigas da organização e do desfile das rusgas. 00:11:45 Dois grupos cruzam-se na Dois grupos, de umas sete ou oito Presente Dois grupos cruzam-se e apupam-se Sublinho que se estas 00:12:14 rua. pessoas cruzam-se, na rua, e trocam mutuamente, o ambiente na rua contém pessoas que se comentários e apupos, um deles vai uma forte pressão sonora devido às falhas cruzaram na rua se para o ensaio o outro vem do ensaio. aerodinâmicas e aos motores da cidade. tivessem falado em tom dito normal, com uma intensidade de 35 a 50 Dbs, certamente não se ouviriam uns aos outros, então a intensidade com que são obrigados a falar é disfarçada de expressividade. 00:12:14 No salão da Junta de Os tocadores tocam, há um jogo de Presente Ouvem-se os acordéons, as percussões e SOSMN 00:13:11 Freguesia, para um ensaio. roda de crianças que circulam os cantos, e em voz off o ensaiador Outros ensaiam o hino da rusga. informa circunstancialidades do ensaio e da performance.

FIM (Parte i)

LXX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

FILME 15

Filme, Rusga, parte II, Paula M. Santos 2001

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:00:00 No salão, os marchantes Ouvem-se os acordéons, as Presente Ouvem-se acordéons, ferrinhos, 00:00:35 ensaiam a rusga, depois percussões e os cantos das pessoas pandeiretas e pessoas que cantam. saem conversando uns com que dançam; no final, aplaudem-se No final, os aplausos com gritos, assobios os outros uns aos outros com palmas gritos e e palmas, depois saem do salão assobios. conversando. 00:00:35 S. João As pessoas instalam-se nas barracas Presente Música em alta intensidade, gritos de 00:01:13 Imagens da rua enfeitada e ou ao serviço delas, bebem, ouvem crianças ou de pessoas que falam alto, das pessoas entretidas com a música, dançam e comem sardinha estrelejar de foguetes, no céu, na noite de festa. assada. S. João, as ruas da gravação não têm movimento automóvel. 00:01:13 Nas casas dos foliões, Todas as figuras da rusga se preparam Presente Uma voz fora off faz comentários à 00:03:05 momentos antes da rusga com afinco e nervosismo, pois a rusga preparação dos marchadores no dia da está já aí. Vozes off comentam para a rusga. gravação o afã destas horas. Na porta de saída, à varanda, ouve-se o RBF da rua e o intenso “vrrum” do trânsito automóvel da rua. 00:03:05 No pátio, com um longo Sentadas, no pátio, pessoas Presente Ouve-se a voz em off explicando 00:04:23 plano-sequência até à conversam, a câmara viaja até à circunstancialidades das horas que cozinha. cozinha, onde um cozinha, outros antecedem a rusga, a câmara viaja num preparam-se e outros ainda dançam. travelling em plano-sequência, sentindo- se um som surdo de baixa frequência de um dispositivo eletrónico a ser movido, provavelmente um microfone e o ladrar de um cão. A voz de alguém que recebe as pessoas que avançam com a câmara, e várias outras que fazem comentários, ouve-se música ambiente no ar e no interior da casa. 00:04:23 A rusga sobe uma rua no A rusga bem trajada alinhada e com Presente Ouve-se o som de um dispositivo 00:04:45 lugar a caminho da Avenida os músicos executando uma marcha, eletrónico a ser movido, os sons do dos Aliados na baixa do sobe a rua, anunciando bem a sua trânsito ao longe e, mais perto, o som de Porto presença. uma bicicleta motorizada, sobrepujando a máscara acústica, o som festivo da marcha nunca deixa de se ouvir.

LXXI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Rusga, parte II, Paula M. Santos 2001

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:04:45 Aprestam-se as rusgas. As rusgas de Miragaia, Paranhos, Presente As rusgas da cidade aprestam-se, ouve-se 00:09:20 Massarelos, Foz do Douro, Santo o intenso diálogo dos participantes, a Ildefonso, Campanhã concentram-se RBF típica do Fatalismo Acústico do no alinhamento para o início do trânsito motorizado da rua e o som desfile. contínuo de baixa frequência, provavelmente de um microfone, a ser movimentado, a vozearia da multidão circundante que libertava uma nuvem de acústica linguística intensa. Ouvem-se especialmente bem as vozes de frequência mais elevadas das crianças e das senhoras que falam muito alto, o som de um aro de metal rolado por alguém pela avenida abaixo. Por entre a vozearia, os cantos dos marchantes, os músicos, os acordéons, os pregões das figuras e cantos vários. Uma sequência enorme de pregões que se atropelam uns aos outros nas suas sonoridades cheias de entusiasmo performativo. 00:09:20 O ensaiador iniciando em O ensaiador iniciando em voz off, e Ouve-se o som compacto dos motores dos 00:10:30 voz off, e de novo sentado à de novo sentado à beira do rio tal veículos em trânsito, no momento da beira do rio tal como no como no início do filme comenta os passagem por perto do microfone o som é início do filme momentos finais da rusga dos quase oclusivo da discriminação da voz Guindais. Conta como no dia seguinte do orador. vão ouvir a Rádio Festival para ver a Embora o som da rua seja quase oclusivo, classificação da Rusga. o barco de turismo que passa perto deslizando, não nos apercebemos de qualquer som vindo do rio. 00:10:30 Em Massarelos, ouve-se a Ouve-se o genérico da estação, depois Presente Este segmento tem dois tipos distintos de 00:11:50 Rádio Festival o locutor anuncia a classificação das sonoridades, o da estação com música e rusgas segundo o júri especialmente voz gravada em ORTF provavelmente, e designado e reunido na Rádio Festival os sons das tomadas de vista das câmaras para o efeito. Como fundo, imagens de exteriores que denunciam microfones do Rio Douro e da Ribeira numa sem raycote de filtragem de vento e com imagem em panorâmica. a acústica natural das ruas do Porto, compostas essencialmente pelo masking, vindo dos motores dos veículos em circulação. LXXII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Rusga, parte II Paula M. Santos 2001

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:11:50 Ouve-se o genérico da Ouvem-se comentários e, no final, Presente Ouve-se o logo sonoro da estação A diferença entre o 00:13:10 Rádio Festival e vozes alguém apresenta a rusga como um emissora que promove as marchas. som da estação de comentando a rusga exemplo de participação efetiva. Vozes comentando o modo como rádio e o som do filme aconteceu e como decorreu a rusga, a não é simplesmente alegria dos circunstantes mais pequenos de meios técnicos é que falam, gritando e manifestando-se também do modo com grande à vontade perante as câmaras. como a atenção acústica se organiza para constituir o filme e a proteção sensorial das pessoas e dos aparelhos nas tomadas de som.

FIM (Parte 2)

LXXIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

FILME - 16

Filme, Pioneiros, Palavras e Imagens da Memória, Maria Fátima Nunes, 2007 (Filme).

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code Este filme tem cerca de 5 minutos

de som direto, ######## ######### ################ ####### ###################### rodados no Porto nas ruas da Sé, e logo no início o Sr. Fernando Tsou descreve as sonoridades da cidade do Porto relativas à praça da Batalha e rua de Santa Catrina. As anotações serão de dois tipos, um semelhante aos anteriores supra constantes neste estudo e um outro a partir, não da audição fílmica dos sons, mas das descrições orais experienciais pelo Sr. Fernando.

LXXIV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Pioneiros, Palavras e Imagens da Memória, Maria Fátima Nunes, 2007 (Filme)

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:00:00 Emissora Nacional Locutor (Fernando Pessa) anunciando Anos 30 O som na banda hertziana O filme recria, de 00:00:10 o nome da estação rádio a emitir e o Séc. XX da Emissora Nacional, certo modo, a sinal horário. a voz do locutor com o traço prosódico ambiência acústica característico dos radialistas dessa época, da época nas o som do gongo que anunciava o início décadas de 50/60 do programa ou o anúncio horário. Estes sons bem como a música vinda das em que se ouviam telefonias, frequentemente se ouviam da em alta intensidade rua vindos das casas, dos cafés, ou das a voz da Amália tavernas. Rodrigues ou outros fadistas sobretudo à hora do almoço, música que, em certos lugares, se distinguia bem do cimo ao fundo das ruas. 00:00:10 Voz do Sr. Fernando O Sr. Fernando diz que este Anos 20 Voz do senhor Fernando, 00:00:30 Som de um fado talvez rememorar é viver algo de saudoso do séc. Fado da telefonia. emitido pela Emissora em que as emoções muito pessoais xx Nacional décadas atrás nos aquecem o interior. Ouve-se, em som de fundo, um fado que parece estar a ser emitido pela Emissora Nacional muito tempo antes. 00:00:30 Ponte Luiz I O Sr. Fernando vai falando da vida Anos 30 A voz vai descrevendo a ação das ruas, SOSMN 00:03:07 R. Santa Catarina dessas ruas nas décadas de 30 a 50. a 50 do ouve-se o pregão dos castanheiros, este da Praça da Batalha séc. xx atualidade, o falar das pessoas, sons de (Som direto) motores dos automóveis da atualidade.

LXXV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Pioneiros, Palavras e Imagens da Memória, Maria Fátima Nunes, 2007 (Filme).

Time Imagem Ação (espaço) Tempo Som Anotações code 00:03:07 Imagem de pinturas da O Sr. Fernando elege o Bairro da Sé Meados Ouve-se a voz do entrevistado falando do A Associação HAN, 00:04:10 época, passando pela Sala para recordar a infância. da bairro da Sé. nome da etnia da Associação luso-chinesa década Na rua da Sé, ouvem-se os gracejos das principal chinesa, é HAN, onde decorre a de 30 do pessoas que vivem no local e palavras uma Associação de entrevista, para o local da séc. xx trocadas entre transeuntes, percebem-se Apoio aos Imigrantes descrição nas ruas da Sé mesmo as frases que dizem. Chineses. Nestas ruas, não há trânsito automóvel, o que explica o sossego acústico e a possibilidade do diálogo fluente sem ouvirmos as pessoas a gritar ou falar muito alto. 00:04:10 Sem obs. Sem obs. Sem Sem obs. Sem obs. 00:44:25 obs. (A ação do filme não decorre na cidade do Porto, mas na China).

LXXVI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

ANEXO II DOURO FAINA FLUVIAL OEL PARA SONORIZAÇÃO A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

1 00.00.00.00 Texto início do filme. Créditos e texto de Música do filme Peça de música do folclore 00.00.23.07 apresentação do filme Português do Minho. 2 00.00.23.07 O farol, close-up da O farol da Foz do rio Grande Plano O fundo musical dá uma nota aguda 00.00.31.13 luminária do farol da Douro pisca duas vezes com o primeiro lampejo do farol Foz. no que parece ser uma como que para indicar perigo…em noite muito escura. fundo som do mar sempre presente. 3 00.00.48.10 O mar Imagem do mar, em Grande Plano 00.00.51.10 Grande Plano, com ondas Ângulo picado cavadas. Muita espuma 4 00.00.51.10 O mar branca, em close-up. 00.00.53.12 5 00.00.53.12 O paredão e o farol Vê-se o lado norte do pa- Plano Geral 00.00.57.05 redão na Foz com o farol Câmara fixa posto, ao alto, no extremo final junto ao mar que pa- rece muito inquieto. As ondas batem contra o pa- redão, o refluxo das á- guas desviadas, embate com força nas vagas que estão sempre a chegar. 6 00.00.57.05 O paredão e o farol Vê-se o lado sul do pare- Plano Geral 00.00.59.17 dão e o farol, a atmosfera Câmara fixa escura o mar intranquilo. 7 00.00.59.17 O farol O alto do farol em Grande Plano Ao lado da luminária do farol havia 00.01.03.17 Grande Plano focado Ângulo contrapicado um sino, talvez para substituir a depois em desfocagem luminária em dias ou noites de gradual. denso nevoeiro. 8 00.01.03.17 Um barco de pesca Um barco de pesca, mo- Plano Geral Som do motor a vapor. A orla branca que desloca não é 00.01.08.24 vindo do mar entra no vido a vapor, onde se po- Câmara fixa Som do barco avançando nas águas. muito ampla nem muito alta, o que Douro dem adivinhar 12 homens Som do vento. pode querer dizer que o barco não a bordo, sobe o Douro de Som do marulhar do mar em pano vai muito depressa. oeste para leste em dire- de fundo. ção às Ribeiras. O barco Som de alguma gaivota. sai de cena e apenas ve- Um grito humano a distância quase mos as águas da Foz com inaudível.

LXXVIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

a margem direita ao longe.

9 00.01.08.24 O mar, a Foz do rio, o A câmara em Travelling e Plano Geral 00.01.10.02 farol e a barra dos cruza-se com o pesqueiro, Travelling pilotos deixando ver agora ao fundo o farol e a barra dos pilotos. 10 00.01.10.02 Parece ser uma lancha A câmara, posta a ré, Plano Geral Um som ouve-se por estar no 00.01.11.13 veloz, em movimento filma a turbulência na Travelling primeiro plano físico do espaço rápido, vista da ré para esteira d’água que o acústico geral, os sons, que a água barco forma ao avançar, e estiverem em segundo ou em vai mostrando a margem terceiro plano físico acústico, já se direita do rio, em plano ouvirão, descontando a perda de oblíquo. Num relance energia acústica pela distância. rápido, mostra agora e de novo o farol da Foz. 11 00.01.11.13 O farol na ponta do O farol da Foz pisca Plano Geral 00.01.12.01 paredão da Foz várias vezes Travelling 12 00.01.12.01 A água tranquila do rio A câmara, posta a ré, fil- Plano Geral 00.01.12.11 com parte da esteira do ma a turbulência de parte Travelling barco em close-up da esteira de água que o barco forma ao avançar. 13 00.01.12.11 Á área mais próxima O barco continua Grande Plano 00.01.13.12 das águas do rio que lavrando as águas. Travelling ladeiam a esteira 14 00.01.13.12 Percurso do rio já A câmara posta a ré filma Plano Geral 00.01.13.20 repetido em planos a turbulência de parte da Travelling anteriores esteira d’água que o barco forma ao avançar.

15 00.01.13.20 Regresso muito breve O barco continua Grande Plano 00.01.14.05 ao penúltimo plano. lavrando as águas. Travelling 16 00.01.14.05 Close-up da esteira do Alternando com planos Plano Geral 00.01.14.15 barco lavrando as águas anteriormente vistos, a Travelling

LXXIX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

calmas do rio câmara, posta a ré, filma a turbulência de parte da esteira d’água que o barco forma ao avançar. 17 00.01.14.15 Ainda um close-up da O que parece ser uma Close-up Existe até agora uma alternância 00.01.16.04 esteira do barco, lancha rápida, avaliando Travelling entre a sugestão de movimentos lavrando as águas pela esteira que resulta, rápidos e mais lentos ao longo da calmas do rio, mas avança pelo rio. montagem, as descontinuidades agora apanhando mais com muito curta duração seja a que as águas turbulentas da nível for induzem sempre uma ideia esteira do barco de velocidade. 18 00.01.16.04 Águas do rio, na Foz, ao O barco continua a Close-up 00.01.17.02 lado da esteira da avançar. Travelling lancha 19 00.01.17.02 O farol no paredão da Imagens do farol tomadas Plano Geral 00.01.17.08 Foz a fechar o horizonte do barco. Travelling

20 00.01.17.08 O paredão da Foz, Vê-se o lado sul do Plano Geral 00.01.18.08 Réplica do plano 6 paredão e o farol, a Câmara fixa atmosfera escura o mar intranquilo. 21 00.01.18.08 O mar e o farol vistos Permanência da imagem Plano Geral 00.01.18.21 através do corrimão do durante 0,13” Camara fixa paredão. 22 00.01.18.21 Imagem de parte da O barco avança. Close-up 00.01.21.06 esteira do barco Travelling 23 00.01.21.06 Réplica dos planos nº O barco continua avan- Plano Geral 00.01.23.24 10, 12, 15 çando, apenas uma suges- Travelling tão da imagem. na reali- dade, repete várias vezes o mesmo percurso. 24 00.01.23.24 O paredão e o farol, Vê-se o lado norte do pa- Plano Geral 00.01.26.07 Réplica do plano 5 redão na Foz com o farol Câmara fixa posto, ao alto, no extremo final, junto ao mar, que parece muito inquieto, as

LXXX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

ondas batem contra o pa- redão, o refluxo das á- guas desviadas, embate com força nas vagas. 25 00.01.26.07 Visão frontal do mar e Visão contemplativa Plano Geral 00.01.32.14 parte da areia da praia, poética do Plano de mar Câmara fixa com o horizonte apresentado. marinho a descoberto 26 00.01.32.14 Um plano cinematográ- Nas imagens, Plano Geral O barco de carga,que está acostado 00.01.36.21 fico onde se podem essencialmente marítimas Câmara fixa no 2º plano, não pode ser veleiro, distinguir 5 planos e em águas salobras, estas pois não tem os grandes mastros fotográficos: primeiras imagens dos navios com esse porte, a vapor 1.Os barcos com as suas abrangendo apenas águas parece também não ser, porque não sombras e as aves fluviais e muita terra tem a indispensável chaminé por 2. Um barco de carga, marcam uma descontinui- detrás da popa. Se a primeira de grande porte, acosta- dade onde se pode ver o locomotiva diesel entrou em do na outra margem do local a ação. Portugal após a década de quarenta, rio. fica por apurar que tipo de 3. Início do casario de locomoção possui este barco? Gaia junto ao rio. 4.O casario interior de Gaia. 5.Horizonte contendo o céu e os pontos mais altos de Gaia. 27 00.01.36.21 Cerca de sete barcos Esta é uma imagem Plano Geral 00.01.38.13 acostados no cais do contemplativa poética. Câmara fixa lado do Porto, sendo um deles a vapor, Gaia e a serra do Pilar em último plano, e a ponte Luiz I

28 00.01.38.13 Câmara, num barco, O barco avança, Plano Geral As sequências da montagem 00.01.42.03 captura imagens do cais sugerindo a visão Travelling aparentam, em muitos momen-tos, de acostagem do lado contemplativa dos locais procurar, sem fugir da rea-lidade do Porto, sem grande que a câmara documenta. das imagens, mais o efei-to estético,

LXXXI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

rigor geográfico nas na composição de um imaginário sequências mais amplo dos locais onde decorre a ação, que o rigor da descrição geográfica dos lugares. 29 00.01.42.03 Câmara num barco O barco avança sugerindo Grande Plano 00.01.47.06 captura imagens do cais a visão contemplativa dos Travelling de acostagem do lado locais que a câmara do Porto, desta vez a documenta. parte central da Ribeira do Porto onde muitos barcos remos, vela e pequenos vapores se encontram acostados 30 00.01.47.06 Um polícia no alto de O polícia permanece Plano Geral 00.01.49.19 uma escada em imóvel sugerindo o contraluz dramatismo da vigilância Contrapicado policial. 31 00.01.49.19 Réplica do plano 27 Imagem contemplativa. Plano Geral 00.01.52.06 Câmara fixa 32 00.01.52.06 O barco avança, Imagem contemplativa Plano Geral 00.01.55.18 passando debaixo da Informativa. Travelling ponte Luiz I, deixando ver parte do casario da Ribeira de Gaia 33 00.01.55.18 Ecrã negro (Durante a passagem por ……………… 00.01.56.09 baixo da ponte) 34 00.01.56.09 Recortado contra o céu O barco vai passando por Grande Plano 00.02.01.06 o espaço entre os dois baixo da ponte filmando Ângulo contrapicado tabuleiros da ponte Luiz o espaço superior entre os Panorâmica I dois tabuleiros. 35 00.02.01.06 O barco continua a Imagem entre os dois Grande Plano 00.02.09.14 avançar e a câmara tabuleiros da ponte, vem- Ângulo contrapicado filma o espaço entre os do-se no primeiro tabulei- Travelling dois tabuleiros ro movimento de peões. 36 00.02.09.14 Enfoque para os dois O plano apanha na Plano Geral 00.02.16.13 tabuleiros da ponte Luiz imagem os dois Ângulo picado

LXXXII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

I tabuleiros da ponte, Câmara fixa podendo ver-se os movimentos de peões e carros nos dois tabuleiros. 37 00.02.16.13 Imagem do quadro Imagem contemplativa Grande Plano 00.02.18.15 memorial do desastre da informativa Câmara fixa ponte das barcas 38 00.02.18.15 A mesma do plano A imagem filmada num Grande Plano 00.02.21.07 anterior ângulo diferente no qual Câmara fixa se vê já um candeeiro da rua. Imagem contemplativa. 39 00.02.21.07 Réplica do plano 37 00.02.23.06 40 00.02.23.06 Imagem que se inicia e Imagem para leitura do Grande Plano 00.02.34.10 termina em fundo nome da ponte Luiz I. Câmara fixa desfocado, mostrando a placa toponímica granítica Ponte Luiz I. 41 00.02.34.10 Imagem que se inicia e Imagem de tipo Grande Plano 00.02.42.13 termina em fundo contemplativo que Câmara fixa desfocado, mostrando permite ver as insígnias as insígnias reais da reais do rei que deu o última dinastia dos reis nome à ponte. portugueses 42 00.02.42.13 Iniciando-se em plano Vemos o portal granítico Grande Plano 00.02.47.09 desfocado mostra a de acesso ao tabuleiro da Câmara fixa entrada granítica do ponte e o movimento de portal de acesso ao peões. tabuleiro inferior da ponte Luiz I. 43 00.02.47.09 O tabuleiro superior da Vemos a totalidade do Grande Plano 00.02.49.06 ponte em toda a sua tabuleiro superior, já com Picado extensão. as linhas do elétrico e Câmara fixa movimento de peões.

LXXXIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

44 00.02.49.06 Plano Geral dos dois Veem-se em quase toda a Plano Geral 00.02.51.17 tabuleiros da ponte Luiz extensão de ambos os Picado I. tabuleiros, o movimento Câmara fixa de carros e pessoas. 45 00.02.51.17 A ponte recortada num Imagem do tipo Plano Geral 00.02.53.18 fundo com a serra do contemplativo, vendo-se, Câmara fixa Pilar e algumas casas na lentamente e em fundo, o Ribeira de Gaia movimento de carros do elétrico e das pessoas. 46 00.02.53.18 Grande Plano da Imagem contemplativa Grande Plano 00.02.56.06 estrutura do arco que informativa. Câmara fixa suporta o tabuleiro superior 47 00.02.56.06 Grande Plano da vista Imagem contemplativa Grande Plano 00.02.58.13 do lado inferior do informativa. Ângulo contrapicado mesmo arco Travelling 48 00.02.58.13 Linhas do elétrico no Imagem contemplativa Grande Plano 00.03.00.13 tabuleiro superior da informativa. Ângulo picado ponte, duas linhas de Travelling. vai e vem com cruzamento 49 00.03.00.13 O casario da Ribeira do Imagem contemplativa Grande Plano 00.03.01.23 Porto, visto através da informativa. Travelling malha de aço que constitui o guarda mãos do tabuleiro inferior da ponte 50 00.03.01.23 Fios da eletricidade que Veem-se recortados Grande Plano 00.03.02.15 alimenta o motor do contra um céu de zinco, Ângulo contrapicado elétrico os fios de eletricidade do Travelling elétrico e a estrutura que os suporta. 51 00.03.02.15 Réplica do plano 49 Imagem contemplativa Grande Plano 00.03.03.19 informativa. Travelling

LXXXIV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

52 00.03.03.19 Numa imagem, que Imagem contemplativa Grande Plano Neste ponto da análise do filme, 00.03.04.22 avança ao longo do informativa. Ângulo contrapicado acho que como técnica Manoel de elétrico, acompanham- Travelling. Oliveira tenha usado duas câmaras se os fios da eletricida- para capturar exatamente as de de suporte em supor- mesmas imagens duas vezes, ou que te ao longo de uma tenha utilizado no mesmo filme porção do tabuleiro várias cópias da mesma película superior da ponte antes do início da montagem, do rushe por exemplo. Para explicar a dupla ou tripla utilização dos mesmos planos. 53 00.03.04.22 Réplica dos planos nº Imagem contemplativa Grande Plano 00.03.05.20 49 e 51 informativa. Travelling 54 00.03.05.20 Numa imagem que Imagem contemplativa Grande Plano 00.03.07.02 avança ao longo da informativa. Ângulo contrapicado linha do elétrico, Travelling. acompanham-se os fios da eletricidade, de suporte em suporte ao longo de uma porção do tabuleiro superior da ponte 55 00.03.07.02 Imagem que Imagem informativa Grande Plano 00.03.08.09 rapidamente avança contemplativa. Ângulo levemente pela estrutura metálica contrapicado do guarda mãos do Travelling tabuleiro inferior mostrando, através da sua textura de aço, uma parte do casario da Ribeira do Porto

LXXXV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

56 00.03.08.09 Numa imagem que Imagem contemplativa Grande Plano 00.03.09.22 avança ao longo da informativa. Ângulo contrapicado linha do elétrico, Travelling acompanham-se os fios da eletricidade, de suporte em suporte ao longo de uma porção do tabuleiro superior da ponte 57 00.03.09.22 Imagem que rapidamen- Imagem informativa Grande Plano 00.03.10.17 te avança pela estrutura contemplativa. Ângulo levemente metálica do guarda contrapicado mãos do tabuleiro Travelling inferior mostrando, através da sua textura de aço, uma parte das águas do rio Douro 58 00.03.10.17 Imagem que rapidamen- Imagem informativa Grande Plano 00.03.12.21 te avança pela estrutura contemplativa. Ângulo levemente metálica do guarda contrapicado mãos do tabuleiro Travelling inferior mostrando, através da sua textura de aço, uma parte das águas do rio, um barco e parte do casario da Ribeira do Porto 59 00.03.12.21 Continua a percorrer a Imagem informativa Grande Plano 00.03.14.09 ponte com a mesma contemplativa. Ângulo levemente escala de plano, ângulo contrapicado de filmagem e Travelling movimento de câmara

LXXXVI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

60 00.03.14.09 Grande espeque de aço, Imagem contemplativa Grande Plano 00.03.14.19 que constitui um dos informativa. Câmara fixa fulcros da ponte, apoiando, de um lado, a resistência representada pelo peso do trânsito de pessoas e carros e, do outro, a potência das estruturas e dos materiais da ponte 61 00.03.14.19 Imagem esquemática de Imagem contemplativa Grande Plano 00.03.15.06 partes da ponte: portal, informativa. Câmara fixa espeque do fulcro, arco e tabuleiro inferior 62 00.03.15.06 Imagem fixa a partir da Imagem informativa Grande Plano 00.03.16.09 ponte mostrando, contemplativa. Câmara fixa através da sua textura de aço, uma parte das águas do rio, barcos e parte do casario da Ribeira, e pormenores da estrutura metálica da ponte 63 00.03.16.09 Imagem fixa a partir da Imagem informativa Grande Plano 00.03.17.14 ponte mostrando, contemplativa. Câmara fixa através da sua textura de aço, uma parte das águas do rio, barcos e parte do casario da Ribeira, e pormenores da estrutura metálica da ponte

LXXXVII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

64 00.03.17.14 Imagem fixa do verso Imagem informativa Grande Plano 00.03.18.16 do tabuleiro superior da contemplativa. Ângulo contrapicado ponte vista do tabuleiro Câmara fixa inferior 65 00.03.18.16 Imagem que avança Imagem informativa Grande Plano 00.03.24.23 dando conta do piso do contemplativa. Ângulo picado tabuleiro inferior visto, Travelling através das estruturas do descendente tabuleiro superior 66 00.03.24.23 Apresenta uma imagem Imagem informativa Plano médio da ponte 00.03.31.04 lateral oeste do perfil da contemplativa. Panorâmica ponte em ângulo Ângulo contrapicado contrapicado 67 00.03.31.04 Apresenta uma imagem Imagem informativa Plano médio da No filme Douro Faina Fluvial, o 00.03.34.23 lateral oeste do perfil da contemplativa. ponte cineasta dá prioridade na apresenta- ponte em ângulo Câmara fixa ção dos meios um por um: rio, mar, contrapicado Ângulo contrapicado barco, ponte, elétrico etc. A ideia é analítica do todo e de cada uma das partes, em alta frequência de planos por minuto e não raro até de grande frequência por segundo, dando uma ideia de meticulosidade, rapidez e exaustividade. Tem em grande linha de conta o sentido estético da fotografia. A fragmen- tação estético-analítica do objeto de cada plano parece ligar-se à corrente cubista, em voga na época, isto é, transmitir o objeto fragmentado sendo a totalidade dos fragmentos a estrutura profunda do seu sentido, como Eisenstein. 68 00.03.34.23 Imagem de pormenor Imagem informativa Grande Plano 00.03.36.00 do princípio do 1º contemplativa. Câmara fixa tabuleiro e do arco da ponte

LXXXVIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

69 00.03.36.00 Imagem do verso do Imagem informativa Grande Plano 00.03.38.00 tabuleiro inferior em contemplativa. Câmara fixa Grande Plano, mais ao longe, casas da Ribeira de Gaia e a serra do Pilar 70 00.03.38.00 Plano que sobe desde o Imagem informativa Grande Plano 00.03.38.12 tabuleiro inferior até ao contemplativa. Travelling verso do tabuleiro ascendente superior 71 00.03.38.12 Plano que mostra o Imagem informativa Grande Plano 00.03.41.09 segmento do rio entre as contemplativa. Travelling frontal duas Ribeiras perto da ponte e visões parciais das mesmas 72 00.03.41.09 Plano de transição, Imagem de transição Grande Plano 00.03.44.11 sombras na água contemplativa. Ângulo picado Travelling descendente 73 00.03.44.11 Plano de transição, Imagem de transição Grande Plano 00.03.45.11 imagem de luz, sombra contemplativa. Ângulo picado e reflexos na água Câmara fixa 74 00.03.45.11 Plano de transição, Imagem de transição Grande Plano 00.03.46.07 imagem de luz, sombra contemplativa. Ângulo picado e reflexos na água Câmara fixa 75 00.03.46.07 Plano de transição, Imagem de transição Grande Plano 00.03.48.07 imagem de luz, sombra contemplativa. Ângulo picado e reflexos na água Câmara fixa 76 00.03.48.07 Ribeira do Porto Imagem mostrando a Plano Geral 00.03.50.00 afluência e a azáfama na Ângulo picado área da Ribeira do Porto. Câmara fixa 77 00.03.50.00 Imagem próxima das Imagem mostrando a Grande Plano

LXXXIX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

00.03.53.15 pessoas, na Ribeira do afluência e a azáfama na Câmara fixa Porto área da Ribeira do Porto.

78 00.03.53.15 Imagem próxima das Passa, na rua ladeada por Grande Plano 00.03.56.08 pessoas na Ribeira do muitas pessoas em Câmara fixa Porto atividades várias, um carro de bois, descarrega- do com o condutor com a aguilhada na mão.

79 00.03.56.08 Imagem próxima das Num plano muito breve, Grande Plano 00.03.57.13 pessoas na Ribeira do vê-se um gesto de Câmara fixa Porto amizade: um homem coloca a mão no ombro de outro homem, provavelmente amigo e avançam os dois. 80 00.03.57.13 Imagem próxima das Pessoas movimentam-se Grande Plano 00.03.59.04 pessoas, na Ribeira do nas proximidades de um Câmara fixa Porto barco com carvão. 81 00.03.59.04 Imagem de pormenor de Pormenor, no ponto de Grande Plano 00.04.00.10 um barco de carga junção no topo do mastro Câmara fixa principal, das cordas e Ângulo contrapicado outros cabos de sistemas de carga e descarga. 82 00.04.00.10 Cordame de um veleiro Pormenor da visão de Grande Plano 00.04.01.22 da carga conjunto do cordame Câmara fixa lateral de um veleiro de carga. 83 00.04.01.22 Barco de bacalhau Duas mulheres dispondo Grande Plano 00.04.04.15 bacalhau em bancas. Câmara fixa 84 00.04.04.15 Banca de venda de Três mulheres em torno Plano americano 00.04.06.09 peixe de uma banca de venda Câmara fixa de peixe.

XC

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

85 00.04.06.09 Banca de venda de Uma mulher oferece uma Grande Plano Este cliente pode ser uma daquelas 00.04.07.23 peixe mão cheia de peixe a um Câmara fixa exceções de protagonista no filme possível cliente. com estatuto de observador, a câmara capta outros observadores mais pró-fílmicos, este, aparentando estatuto de protagonista, polariza, no espaço que ocupa, todos os sons daquele espaço acústico completo. 86 00.04.07.23 Gato Imagem com um gato Grande Plano 00.04.09.00 aninhado em cima de Câmara fixa uma saca de batatas. 87 00.04.09.00 Carro de bois Um carro de bois avança Plano Geral 00.04.10.10 com 4 bidões, em cima, Câmara fixa seguido do homem de Ligeiramente picado aguilhada na mão. 88 00.04.10.10 Cordas e cabos que se Imagem informativa Grande Plano 00.04.11.16 prendem, no alto de contemplativa. Ângulo contrapicado algo que se parece com Câmara fixa dois mastros concor- rentes, tendo lateral- mente encostada uma escada com degraus construídos com partes iguais de um troco, pregados a uma grande tábua reforçada 89 00.04.11.16 Em outro ângulo, Imagem informativa Grande Plano 00.04.12.21 cordas e cabos que se contemplativa. Ângulo contrapicado prendem no alto, de Câmara fixa algo que se parece com dois mastros, cujos extremos estão unidos na extremidade superior

XCI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

90 00.04.12.21 Telhado Uma placa ondulada que Grande Plano 00.04.14.21 parece pertencer à Picado cobertura de um telhado. Panorâmica frontal 91 00.04.14.21 Cesto de peixe Um cesto cheio com o que Grande Plano 00.04.17.07 parecem ser sardinhas. Panorâmica oscilante 92 00.04.17.07 Barras de ferro Barras do tipo carril, Grande Plano 00.04.18.14 empilhadas empilhadas paralelamente Câmara fixa ao eixo da lente da câmara, apresentando uma imagem de perspetiva perfeita, com origem de larga base e ponto de fuga no extremo oposto.

93 00.04.18.14 Sardinhas Sardinhas muito bem Grande Plano 00.04.19.17 alinhadas. Câmara fixa Ângulo picado 94 00.04.19.17 Textura da giga Imagem de pormenor das Grande Plano 00.04.20.11 tranças de verga que Câmara fixa constituem a giga. 95 00.04.20.11 Textura da giga Numa outra perspetiva, Grande Plano 00.04.21.05 imagem de pormenor das Câmara fixa tranças de verga que constituem a giga. 96 00.04.21.05 Peixe O que parecem ser robalos Grande Plano 00.04.21.24 muito justapostos, uns Câmara fixa sobre os outros, prontos para a venda. 97 00.04.21.24 Peixe Em sentido inverso, o que Grande Plano 00.04.22.19 parecem ser robalos muito Panorâmica justapostos uns sobre os Câmara virada ao outros, prontos para a contrário. venda. 98 00.04.22.19 Pranchas de madeira Madeira aparelhada Grande Plano 00.04.23.13 aparelhada justaposta. Câmara fixa

XCII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

99 00.04.23.13 Peixe Caixa meio cheia de peixe Grande Plano 00.04.24.13 deteriorado é lançado ao Câmara fixa rio. 100 00.04.24.13 Madeira Grandes ripas e bastões de Grande Plano 00.04.25.09 madeira aparelhados e Câmara fixa empilhados uns sobre os outros. 101 00.04.25.09 Madeira Bastões de madeira Grande Plano 00.04.26.08 aparelhados e empilhados Câmara fixa uns sobre os outros. 102 00.04.26.08 Réplica do plano 99 00.04.26.14 103 00.04.26.14 Réplica do plano 100 00.04.26.16 104 00.04.26.16 Peixes A imagem destaca dois Grande Plano 00.04.28.07 peixes. Ângulo picado Câmara fixa 105 00.04.28.07 Peixes A imagem destaca alguns Grande Plano 00.04.29.07 peixes. Ângulo picado Câmara fixa 106 00.04.29.07 Peixeira A imagem destaca uma Peixeira que 00.04.31.03 peixeira que chama a apregoa peixe, atenção, levantando a cantando o pregão. mão ao alto, exibindo um peixe, apregoando. 107 00.04.31.03 Peixeira Peixeira que dramatiza a Plano americano Verborreia da 00.04.33.08 sua frustração por não Câmara fixa peixeira e o vender o peixe que deve lançamento forte ter atraído tantas atenções do peixe ao cesto. ao ser filmado, devolvendo-o ao cesto com violência. 108 00.04.33.08 Homem Um homem quedado fixa Plano médio 00.04.33.23 qualquer coisa com o Câmara fixa olhar. 109 00.04.33.23 Duas mulheres Duas mulheres que se Plano Americano

XCIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

00.04.35.18 entreajudam, transportan- Câmara fixa do, à cabeça, o que parece uma grande folha de zinco. 110 00.04.35.18 Homem Um homem quedado fixa Grande Plano 00.04.37.12 qualquer coisa com o Câmara fixa olhar. 111 00.04.37.12 Peixe Uma peixeira exibe um Grande Plano 00.04.39.16 peixe levantando o braço. Câmara fixa 112 00.04.39.16 Homem Um homem quedado fixa Plano médio 00.04.40.20 qualquer coisa com o Câmara fixa olhar. 113 00.04.40.20 Duas mulheres Duas mulheres que se Plano Americano 00.04.42.09 entreajudam Câmara fixa transportando à cabeça, o que parece uma grande folha de zinco.

114 00.04.42.09 Duas mulheres No sentido inverso do Plano Americano 00.04.43.03 plano anterior, duas Câmara fixa mulheres que se entrea- judam transportando à cabeça, o que parece uma grande folha de zinco. 115 00.04.43.03 Homem Um homem quedado baixa Plano médio Esta personagem masculina 00.04.44.00 o olhar. Câmara fixa funciona como uma chamada ao cinema com atores, em que os gestos, os movimentos e os seus objetos são abordados de um modo metódico, com a anuência do ator, dando a entender a existência de uma direção de atores. 116 00.04.44.00 Homem Homem parado tira, Grande Plano 00.04.46.01 calmamente, uma moeda Câmara fixa do bolso do colete.

XCIV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

117 00.04.46.01 Folhas de zinco Carregadores lançam para Plano americano Folhas de zinco 00.04.46.17 um monte folhas do que Câmara fixa tombando de parece ser zinco. chapa umas sobre as outras. 118 00.04.46.17 Folhas de zinco Um carregador lança uma Plano americano Folhas de zinco 00.04.47.02 folha para um monte do Câmara fixa tombando de que parece serem folhas de chapa umas sobre zinco. as outras 119 00.04.47.02 Folhas de zinco Carregadores lançam para Plano americano Folhas de zinco 00.04.47.09 um monte folhas do que Câmara fixa tombando de parece ser zinco. chapa umas sobre as outras. 120 00.04.47.09 Folhas de zinco Carregadores lançam para Grande Plano Folhas de zinco 00.04.47.20 um monte folhas do que Câmara fixa tombando de parece ser zinco. chapa umas sobre as outras.

121 00.04.47.20 Banca de peixe Algumas moedas e um Grande Plano 00.04.48.21 peixe numa banca de Câmara fixa vendedeira.

122 00.04.48.21 Venda de peixe Um peixe é exibido, Grande Plano 00.04.50.15 numa mão ao alto, Câmara fixa recortado contra o céu, a mão baixa e a câmara continua filmando o céu. 123 00.04.50.15 Venda de peixe Numa banca, peixes e Grande Plano 00.04.53.17 moedas que são retiradas Câmara fixa com uma mão que aparece na imagem. 124 00.04.53.17 Reflexos na água A imagem do sol coado Grande Plano 00.04.55.13 pelas nuvens aparece Câmara fixa nesta imagem da água.

XCV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

125 00.04.55.13 Reflexos na água A orla d’água das Grande Plano 00.05.00.02 pequenas vagas fluviais, Travelling que o barco desloca ao andar, em cima os reflexos do espelho que a câmara vai capturando. 126 00.05.00.02 Barco O barco Neiva cruza-se Grande Plano 00.05.03.15 com o posto de filmagem. Travelling 127 00.05.03.15 Barco Um barco rebocador a Plano Geral 00.05.07.06 vapor sobe o rio. Travelling 128 00.05.07.06 Barcos Cerca de uma dúzia de Plano Geral 1930, em plena era do vapor, os 00.05.08.09 pequenos barcos a remos Câmara fixa navios vindos de outros lados de carga, e um vapor de demandando os ancoradouros do rio porte médio encontram-se Douro eram todos a vapor, com ancorados no lado do uma sonoridade que é necessário Porto, outros vapores do investigar e reproduzir no filme. mesmo tipo veem-se no lado de Gaia. 129 00.05.08.09 Vapor Um barco a vapor de Grande Plano Um barco a vapor grande em 00.05.12.16 médio calado manobra no Leves movimentos manobras no ancoradouro terá com limiar do ancoradouro. de câmara certeza uma sonoridade muito peculiar que será necessário descobrir. 130 00.05.12.16 Águas do Douro Água do Douro Grande Plano 00.05.16.07 esbranquiçando devido à Ângulo picado energia das hélices do vapor em manobra. 131 00.05.16.07 Ancoradouro Uma grande variedade de Plano médio 00.05.19.24 movimentado no rio barcos ancorados num dos Câmara fixa Douro cais que se adivinha movimentado do rio Douro. 132 00.05.19.24 Barcos à vela no Douro Um pequeno conjunto de Plano médio 00.05.30.21 barcos, com as velas Câmara fixa içadas, manobram junto à margem.

XCVI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

133 00.05.30.21 O que parece ser o cais Quatro homens descar- Plano Geral As camionetas 00.05.33.08 da Alfândega regam caixas de uma Câmara fixa desta época têm camioneta para o chão da motores de Alfândega, o que pela arrefecimento a dimensão, quantidade e água e toda uma forma como estão prote- construção eletro- gidas dá a entender que mecânica diferen- serão produtos de tes das atuais, pe- exportação. lo que devem, sem dúvida, apre- sentar sonoridade própria. 134 00.05.33.08 Vapores de carga Barcos aprestam-se no cais Plano de pormenor 00.05.34.20 para serem descarregados- Câmara fixa 135 00.05.34.20 A descarregar Três homens descarregam Plano americano 00.05.38.07 sacos de um barco. Câmara fixa 136 00.05.38.07 Movimentação de cargas Uma fila de trabalhadores Plano pormenor 00.05.40.21 vai deslocando sacos de Câmara fixa uns locais para outros, passando pelo cais e pelos navios em pranchas fortes, colocadas em passadeira, de barco em barco, do cais ao barco ou dos barcos ao cais. 137 00.05.40.21 Carregadores Homens caminham por Plano americano 00.05.42.14 uma prancha que Câmara fixa 138 00.05.42.14 improvisa a passagem de Montagem invisível 00.05.44.11 uns níveis aos outros, carregando sacos. 139 00.05.44.11 Descarga Homens caminham por Plano Geral 00.05.45.21 uma prancha que Panorâmica improvisa a passagem dos descendente barcos para o cais, carregando sacos.

XCVII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

140 00.05.45.21 Carregadores Dois barcos carregados Plano Geral 00.05.48.00 com sacos unidos entre si Câmara fixa e ao cais com tábuas largas improvisando uma ponte, vão e vêm movimentando a carga para um carro de bois, que aguarda na margem do cais. 141 00.05.48.00 Em terra Um carro de bois Plano de pormenor 00.05.59.14 transporta os sacos Ângulo picado acabados de carregar Panorâmica vindos de um barco. 142 00.05.59.14 Guindaste Um guindaste de alcance Plano de pormenor Suponho que haveria guindastes 00.06.07.03 limitado descarrega de um Câmara fixa e operados manualmente, mas barco o que parece ser Panorâmica existiriam também outros, sacos de carvão. sobretudo no cais da Alfândega, que trabalhavam, com motores a vapor. Qualquer um destes tipos de guindaste tinha sonoridades diferentes. Quais? Qual o som dos motores destas camionetas de carga de antes de 1930? 143 00.06.07.03 Guindaste Um guindaste de Plano de pormenor 00.06.13.17 funcionamento manual de Câmara fixa alcance limitado, pois só pode descarregar barcos encostados à amurada do porto, descarrega de um barco o que parece ser sacos de carvão. 144 00.06.13.17 Movimentação de cargas Homens carregam sacos às Plano pormenor 00.06.20.20 costas. Câmara panorâmica

XCVIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

145 00.06.20.20 Movimentação de cargas Homem apanha uma Plano sequência 00.06.26.09 camioneta já carregada na Panorâmica lentidão do início de marcha, ao mesmo tempo, um elétrico passa ao lado da camioneta. 146 00.06.26.09 Veleiro Visão de vários aspetos do Travelling 00.06.35.06 barco veleiro. ascendente 147 00.06.35.06 Veleiros Um conjunto de vários Panorâmica 00.06.46.08 barcos alinhados num Plano de pormenor ancoradouro do rio Douro Plano Geral que parece ser perto da Alfândega. 148 00.06.46.08 Veleiros Um conjunto de vários Plano de pormenor 00.06.48.03 barcos veleiros, com pelo Câmara fixa menos um pequeno vapor Ângulo picado misturado, alinhados num ancoradouro do rio Douro. 149 00.06.48.03 Escaler Um pequeno escaler, com Plano de pormenor Onde se situa o espetador para 00.06.57.00 adultos e crianças, traz Câmara fixa calcular se ouvirá ou não o para o barco maior o que hipotético choro da criança que parece ser algum tipo de vem no escaler? abastecimentos. 150 00.06.57.00 A despedida para uma Pelos rostos das mulheres Plano pormenor 00.07.03.12 viagem longa na faina da que ocupam o pequeno Ângulo picado pesca? barco se podem adivinhar Panorâmica lágrimas contidas. Para uma última despedida perto do barco? Uma senhora soergue um bebé até ao cimo da amurada do navio, depois vê-se nos braços de um senhor.

XCIX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

Terá sido para se despedir do pai?

151 00.07.03.12 A despedida para uma Criança já ao colo do pai. Plano médio 00.07.04.16 viagem longa na faina da Câmara fixa pesca? Montagem invisível

152 00.07.04.16 Mantimentos para a Garrafões e outros Plano pormenor 00.07.08.19 faina? vasilhames. Câmara fixa Ângulo picado 153 00.07.08.19 Preparação para a Uns catorze homens e Plano Picado 00.07.15.03 partida? algumas crianças na Panorâmica Domingo dia do Senhor? coberta de um barco, que (a escala do plano parecem ter vestido roupa vai-se alterando) lavada, mudam sacos às costas, no que parece ser bagagens internas. Será a preparação de uma partida de longa estada para a faina? 154 00.07.15.03 Navios veleiros, Grupos de mastros e mas- Plano pormenor 00.07.18.10 pormenores taréus de dois veleiros Ângulo contrapicado são mostrados num Câmara fixa ângulo contre-plongé, tendo as nuvens de um céu cinzento como fundo em meio contra luz. 155 00.07.18.10 Pormenores vistos do No primeiro plano da Plano pormenor 00.07.21.12 cais imagem, vê-se um guin- Ângulo contrapicado daste de operação ma- Câmara fixa nual, velas soltas de um navio, logo a seguir, no último plano, o mastro principal de um veleiro de porte médio, são mos-

C

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

trados num ângulo con- trapicado tendo as nu- vens de um céu cinzento como fundo em meio contra luz. 156 00.07.21.12 Veleiros e vapores, A imagem sugere-nos que Panorâmica Como se abasteciam de água os 00.07.24.04 parados paralelamente um barco a vapor abastece (A escala do plano vapores nos embarcadouros do rio em frente à Alfândega do as caldeiras de água, vai-se alterando com Douro? Porto passando um largo tubo a progressão da desde terra por cima de panorâmica) outros barcos já estacionados. 157 00.07.24.04 Veleiro entra no Douro Um rebocador conduz um Travelling 00.07.31.03 barco veleiro para um dos Plano Geral ancoradouros do Douro. (Alteração para plano de pormenor conforme filme o barco distante ou o que transporta a câmara) 158 00.07.31.03 Veleiro de velas Um barco veleiro de velas Plano Geral 00.07.34.00 enfunadas enfunadas navega solitário Travelling ou ao largo. Panorâmica

159 00.07.34.00 Descarga de peixe no Uma meia dúzia de Plano de pormenor 00.07.40.24 cais homens enche cerca de Ângulo picado uma dezena de cestos de Panorâmica peixe no cais, após o despejo de outros cestos de peixe fresco dos barcos ancorados. 160 00.07.40.24 Preparação do peixe Preparação do peixe para Plano Geral Onde ficava e quem fabricava o

CI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

00.07.44.15 venda. Vemos um cesto Câmara fixa gelo para os barcos de pesca dos cheio de peixe ser anos 30 no Douro? mergulhado num tanque de lavagem.

161 00.07.44.15 Preparação do peixe Preparação do peixe para Plano de pormenor 00.07.48.20 venda. Vemos um cesto Panorâmica cheio de peixe ser mergu- lhado num tanque de lavagem. 162 00.07.48.20 Preparação do peixe Preparação do peixe para Plano de pormenor 00.07.55.20 venda. Vemos o cesto Câmara fixa cheio de peixe que foi mergulhado num tanque de lavagem, a ser trans- portado por dois homens. 163 00.07.55.20 Preparação do peixe para Homens transportam pei- Plano de pormenor Qual a história (Etnografia) das 00.08.05.15 venda xe e gelo para a prepara- Panorâmica maquias dos barcos pesqueiros que ção das caixas usadas pe- pescam partindo e regressando ao los retalhistas. Um ho- Douro. mem de fato e gravata Que civis não trabalhadores do por entre os trabalhadores peixe acompanhavam estas tarefas? do peixe não se enquadra neste grupo, talvez fiscal? funcionário do estado/das vendas em lota? Simples curioso? Outro? 164 00.08.05.15 Condicionamento de Dois homens tiram o peixe Câmara fixa 00.08.08.16 peixe para venda de barricas de gelo e Plano de pormenor distribuem-nos por caixas até encher. 165 00.08.08.16 Condicionamento de Em outro ângulo de Plano americano 00.08.11.03 peixe para venda tomada de vista, dois Plano de pormenor trabalhadores tiram o peixe (trabalhadores e de barricas com gelo e peixe)

CII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

distribuem-nos por caixas Câmara fixa até encher.

166 00.08.11.03 Bacalhau Um homem em cima de Câmara fixa 00.08.12.23 Interior de um barco um tablado suspenso sobre Ângulo contra o porão do barco cheio de picado bacalhau, espera que al- Plano americano guém do fundo lance mo- lhos de bacalhau que ele apanha no ar e, de igual modo, os lança para fora para um terceiro. Outro companheiro, no lado oposto do tablado sus- penso, executa as mesmas tarefas. 167 00.08.12.23 Bacalhau Ao chegar ao exterior, um Panorâmica e . 00.08.20.07 Coberta do barco grupo de homens pesa o Câmara fixa bacalhau numa balança Plano Geral romana de grande formato e de prato largo constituído por uma prancha larga suspensa da balança por cordas. 168 00.08.20.07 Bacalhau O bacalhau depois de Plano de pormenor 00.08.24.18 Coberta do barco pesado é distribuído por Câmara fixa cestos para ir para uma embalagem definitiva de distribuição, conhecida como fardos de bacalhau.

CIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

169 00.08.24.18 Peixeiras na Ribeira são Na Ribeira muito perto da Plano americano Como era localmente distribuído o 00.08.27.23 ajudadas pelos zona de pesagens, pois Câmara fixa bacalhau na cidade do Porto? trabalhadores ainda se lá vê a balança, alguns homens ajudam a colocar à cabeça das mulheres canastras de bacalhau. 170 00.08.27.23 Peixeiras na Ribeira Mulher transporta à Plano de pormenor 00.08.32.07 transportam à cabeça cabeça uma canastra de Câmara fixa canastras de bacalhau bacalhau numa imagem Ângulo contrapicado seco contre-plongé tendo um céu cinza como fundo 171 00.08.32.07 Mulheres transportam Veem-se ao fundo no Câmara fixa 00.08.35.01 cestos à cabeça início do plano, as janelas Depois das casas de perfil Panorâmica clássico granítico, e por Plano médio das baixo delas, um pouco à mulheres frente, uma fila de carros de bois aguarda, no primeiro plano das imagens, mulheres levam cestos do que parece ser refeições. 172 00.08.35.01 Mulher poisa, no bordo Câmara fixa 00.08.35.12 do cais onde estão vários Plano Geral barcos atracados, um 173 00.08.35.12 Mulher pousa o cesto cesto que traz consigo, Plano de pormenor 00.08.36.13 provavelmente contendo Montagem invisível uma refeição a julgar pela alvura do pano que o cobre.

174 00.08.36.13 Mulher que aguarda no Colocando a mão Plano Procurar os sons dos vapores do rio 00.08.38.10 cais esquerda em pala sobre Americano Douro dos anos 30 os olhos para ver mais Câmara fixa

CIV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

longe, a mulher do cesto no plano anterior, sonda o horizonte fluvial procurando talvez um 175 00.08.38.10 barco que deverá estar a Close-up 00.08.39.05 chegar, enquanto um Câmara fixa. vapor cruza à sua frente, descendo o rio em direção à Foz. Montagem invisível 176 00.08.39.05 Carregador Um homem ajeita o que Plano médio Câmara 00.08.40.01 parece ser um saco de fixa carvão. 177 00.08.40.01 Mulher que aguarda no Descobrindo o que Close-up 00.08.40.14 cais procura, a mulher com a Câmara fixa mão em pala para ver mais ao longe, acena, repetidamente, gestos de chamamento. 178 00.08.40.14 Carregador Acaba de arrumar o saco Plano médio Do plano 173 ao plano 176 há 00.08.43.02 de carvão e vai ao Panorâmica montagem alternada. encontro de alguém que o chamou. 179 00.08.43.02 Hora geral de refeição Uma família com uma Plano de pormenor 00.08.44.03 criança fica junto do pai, Câmara fixa sentada nas pedras dos lancis, enquanto este se alimenta. 180 00.08.44.03 Hora geral de refeição Um homem só, junto dos Ângulo picado 00.08.46.08 seus bois e sentado no Plano de pormenor degrau de uma escada do Câmara fixa cais come num prato com um garfo, algo que pode ser massa com qualquer coisa. 181 00.08.46.08 Hora geral de refeição Uma junta de bois, jungi- Plano de pormenor 00.08.48.00 da, largada dos varais do Câmara fixa

CV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

carro, come feno de cima Ângulo picado da retaguarda do carro que puxavam. 182 00.08.48.00 Hora geral de refeição Grupo de crianças senta- Plano de pormenor 00.08.50.00 do num chão térreo, uma Câmara fixa das mais velhinhas segura Ângulo picado o biberão para o bebé beber.

183 00.08.50.00 Hora geral de refeição Uma jovem recolhe o Plano de pormenor 00.08.52.13 prato do homem também Câmara fixa ainda jovem que acabou a Ângulo picado refeição, o homem está sentado numa parede baixa de granito perto do cais e ela está sentada no chão térreo. 184 00.08.52.13 Hora geral de refeição A loiça é recolhida pela Plano de pormenor Do plano 178 ao plano 181 há 00.08.54.14 jovem, dentro de um Câmara fixa montagem alternada. pequeno cesto de vime Ângulo picado claro. 185 00.08.54.14 Amorosos Dando voltas à cabeça, Plano médio 00.08.58.18 rodando o chapéu com as Câmara fixa mãos o jovem parece ter Ângulo picado sido atraído por algo ainda não visível neste plano. 186 00.08.58.18 Amorosos Uma perna bronzeada da Plano de pormenor 00.09.00.04 moça que lhe trouxe a Câmara fixa merenda. Ângulo picado 187 00.09.00.04 Amorosos O rapaz fixa o olhar. Close-up 00.09.00.20 Câmara fixa

CVI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

188 00.09.00.20 Amorosos A câmara espraiando a Plano Geral 00.09.01.13 imagem pelo rio em Câmara fixa direção à Foz, abrangendo alguns veleiros ancorados próximo da Alfândega, vai mostrando, no primeiro plano, um espeque de atracagem que faz lembrar um falo. 189 00.09.01.13 Amorosos O mesmo olhar do rapaz, Close-up 00.09.03.00 mas agora com ar matreiro Câmara fixa e sorrindo. 190 00.09.03.00 Amorosos O mesmo olhar do rapaz, Plano de pormenor 00.09.05.14 mas agora com ar Câmara fixa matreiro e sorrindo, Ângulo picado apalpa a perna da moça, recebendo em troca o ensejo de uma bofetada. 191 00.09.05.14 Amorosos A bofetada deixa-o sério, Plano médio 00.09.10.02 mas depois, sorrindo, Câmara fixa poisa meigamente a sua Ângulo picado mão direita no ombro dela. 192 00.09.10.02 Amorosos … Então ela levanta-se e Plano médio Desde o plano 183 até ao plano 190 00.09.12.19 sorrindo senta-se junto Câmara fixa decorre uma sequência fílmica dele em cima do muro. Ângulo picado 193 00.09.12.19 Concertina Filmado pelas costas, vê- Plano de pormenor 00.09.15.23 se a sombra num soalho Câmara fixa corrido, do respirar de uma concertina sendo tocada. 194 00.09.15.23 Concertina Nas mãos do tocador, a Plano de pormenor 00.09.19.11 concertina continua a Câmara fixa emitir música no

CVII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

dedilhado do seu respirar.

195 00.09.19.11 Concertina Vê-se de novo a sombra Plano de pormenor 00.09.21.22 num soalho corrido, do Câmara fixa respirar da concertina sendo tocada. 196 00.09.21.22 Concertina Agora filmado de frente, Plano médio 00.09.25.01 vê-se, nas mãos do Câmara fixa tocador, a concertina que continua a emitir música no dedilhado do seu respirar. 197 00.09.25.01 Concertina Vendo-se apenas um Plano de pormenor Desde o plano 191 até ao plano 125 00.09.28.00 braço do tocador de Câmara fixa há outra sequência fílmica. concertina que continua a emitir música no dedilhado do seu respirar. 198 00.09.28.00 Vapores de carga Grandes vapores de carga As sereias dos vapores de carga dos 00.09.31.07 atracados em frente à estão atracados no cais da anos trinta tinham sonoridades que Alfândega Alfândega, rodeados de Plano Geral é necessário investigar e reproduzir. 199 00.09.31.07 gaivotas e de outros Travelling Montagem invisível 00.09.33.17 pequenos barcos. 200 00.09.33.17 Reflexos Reflexos polícromos da Plano de pormenor 00.09.36.03 quilha do navio no espelho Câmara fixa de água do ancoradouro. 201 00.09.36.03 Gaivotas Um pequeno bando de Plano de conjunto 00.09.42.14 gaivotas disputa, na Câmara fixa superfície das águas do rio, algo comestível. 202 00.09.42.14 Pombos Um pequeno bando de Câmara fixa 00.09.46.08 pombos debica do chão o Plano de pormenor que deverão ser grãos ou migalhas de pão, uma criança, uma menina, cruza-se no primeiro plano entre a câmara e os

CVIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

pombos. 203 00.09.46.08 Área ribeirinha do Douro No limite das águas do Plano Geral 00.09.47.19 que parece ser o ancora- Câmara fixa douro da Alfândega, uma escorrência urbana jorra de uma parede, no plano seguinte, pequenos barcos abandonados flutuam presos às amarras. No plano a seguir, vê-se o que talvez seja o edifício da Alfândega do Porto. 204 00.09.47.19 Reflexos Reflexos de quatro Plano de pormenor 00.09.49.19 pequenos barcos ancorados Ângulo picado em águas tranquilas. Câmara fixa 205 00.09.49.19 Pequenos barcos Pequenos barcos ancorados Plano de pormenor 00.09.51.21 são puxados por um Ângulo picado homem que segura os Câmara fixa cabos e os arruma mais perto do embarcadouro 206 00.09.51.21 Pequeno barco ancorado Vê-se dentro do barco o Plano de pormenor 00.09.52.20 no ancoradouro cabo (corda) meticu- Ângulo picado losamente arrumado e Câmara fixa enrolado. 207 00.09.52.20 Pequeno barco ancorado Pormenor da quilha do Plano de pormenor 00.09.53.23 no ancoradouro barco encostando nos Ângulo picado degraus de madeira do Câmara fixa embarcadouro. 208 00.09.53.23 Pequeno barco ancorado Pormenor do barco que o Plano de pormenor 00.09.54.22 no ancoradouro barqueiro faz encaixar Ângulo picado entre dois lanços de Câmara fixa escadas no espaço do embarcadouro. 209 00.09.54.22 Pequeno barco ancorado Pormenor da amarra com Plano de pormenor 00.09.56.08 no ancoradouro elos de ferro prendendo o Ângulo picado

CIX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

barquito ao suporte de um Câmara fixa dos degraus da escada do embarcadouro. 210 00.09.56.08 Pequeno barco ancorado Três homens Plano de pormenor 00.10.02.06 no ancoradouro desembarcam então do Ângulo picado pequeno barco, um deles Câmara fixa amarra o barco como o descrito no plano anterior e sobem as escadas do embarcadouro. 211 00.10.02.06 Pequeno barco ancorado …Os 3 homens sobem as Plano Geral Do plano nº 203 ao plano nº 209 há 00.10.04.07 no ancoradouro escadas até ao nível da rua, Contrapicado uma sequência fílmica um deles leva na mão um Câmara fixa cesto. 212 00.10.04.07 Descanso Um grupo de cerca de 11 Plano Geral 00.10.05.11 Rua do cais do bacalhau pessoas descansa sentado Câmara fixa no empedrado da rua que bordeja o rio. 213 00.10.05.11 Descanso Um grupo de pessoas, Plano de pormenor 00.10.06.06 Rua do cais do bacalhau conversando, descansa Câmara fixa sentado no empedrado da Ângulo picado rua que bordeja o rio. 214 00.10.06.06 Descanso Um homem descalço, Plano Geral 00.10.07.08 Cais na Ribeira resguardando os olhos do Câmara fixa sol com a mão, descansa Ângulo picado deitado num banco corrido de granito ao longo de uma parede. 215 00.10.07.08 Descanso Um homem descalço, Plano Geral 00.10.08.21 Cais na Ribeira resguardando a cara e os Câmara fixa olhos do sol com o Ângulo picado chapéu, descansa deitado em cima de uma carga de tábuas ao longo da parede granítica. 216 00.10.08.21 Descanso O que parece ser um Plano Geral

CX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

00.10.10.09 Cais na Ribeira caixote de gelo para Câmara fixa acondicionamento do Ângulo picado peixe fresco, junto de duas hélices de barco encostadas à parede do cais, jaz abandonado até que o período de descanso termine e alguém lhe volte a pegar.

217 00.10.10.09 Descanso Nas imagens deste plano, Plano pormenor 00.10.11.13 Cais junto à Alfândega vemos uma meia dúzia de Câmara fixa barcos, vogando, Ângulo picado mansamente, abandonados no cais, presos às amarras, um pequeno vapor mostra o seu ralenti com uma ténue fumarola que lhe sai da chaminé, um guindaste de operação manual ficou com a carga meio suspensa na emergência da hora da refeição…tudo espera que o descanso termine… 218 00.10.11.13 Descanso Um barco carregado, com Plano pormenor 00.10.12.23 Ribeira o que parecem sacos de Câmara fixa carvão, está imóvel sem Ângulo picado oscilações que indiquem vagas ou bulício do

CXI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

trabalho.

219 00.10.12.23 Descanso Um barco carregado, com Plano pormenor 00.10.14.04 Barco ancorado no Douro o que parecem sacos de Câmara fixa carvão, está imóvel sem Ângulo picado oscilações que indiquem vagas ou bulício do trabalho. Dentro do barco uma meia dúzia de homens espera encostados aos sacos… 220 00.10.14.04 Descanso Cerca de meia dúzia de Plano pormenor 00.10.15.16 Cais na Ribeira homens espera, encostados, Câmara fixa aos sacos empilhados no Ângulo picado cais aguardando serem carregados. 221 00.10.15.16 Descanso Sentadas na cumeeira de Plano pormenor 00.10.16.20 Barracas de abrigo de um telhado de zinco, a Câmara fixa materiais e mercadorias duas águas, várias Ângulo contrapicado mulheres parecem esperar o início da faina no cais. 222 00.10.16.20 Descanso Este plano resulta também Plano pormenor Haver photo 00.10.19.13 Ponte Luiz I num Plano Geral da área Ângulo contrapicado da Ribeira de Gaia, tendo Câmara fixa um suporte da ponte em primeiro plano. 223 00.10.19.13 Descanso Aspeto parcial da área Plano Geral 00.10.22.13 Casario da Ribeira até à residencial do Porto que Câmara fixa Sé se segue subindo da Ribeira até à Sé, e um fragmento da área do

CXII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

Douro em frente ao cais, onde ressalta uma imagem tranquila sem bulício do grande movimento do trânsito ou da atividade.

224 00.10.22.13 Descanso Tendo um céu cinzento Plano Geral 00.10.24.12 Frente Ribeirinha de como visão dominante, o Câmara fixa Gaia plano mostra um longo percurso subindo o Douro, sem movimento, sem barcos, os que se veem estão parados nas águas calmas desse dia, em perfil escuro e em segundo plano, vê-se uma colina da área de Gaia a seguir à Afurada, e ao longe, ocupando o último plano, de novo, o casario do Porto, indistinto pela névoa da canícula e pela distância. 225 00.10.24.12 Descanso Tendo, em primeiro Plano Geral 00.10.27.19 Visão de barcos plano, as correntes de um Câmara fixa

CXIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

ancorados no Douro guindaste e, em segundo, alguns barcos pequenos, ancorados do lado de Gaia, um vapor, que parece atracado de motor inerte, ocupa grande parte da imagem sobrando ao fundo uma visão do casario do Porto da Ribeira até à Sé. 226 00.10.27.19 Descanso Em ângulo picado, pode Plano Geral 00.10.29.18 Vista geral da área do ver-se uma imagem do Câmara fixa Douro junto ao Porto Porto junto ao rio, do rio Ângulo picado após a curvatura antes da Alfândega e uma quan- tidade grande de barcos ancorados em todos os ancoradouros à vista. 227 00.10.29.18 Descanso Casario do Porto medieval. Plano Geral 00.10.32.09 Porto Medieval Câmara fixa Ribeirinho 228 00.10.32.09 Descanso Casario do Porto medieval. Plano Geral 00.10.35.02 Porto Medieval Câmara fixa Ribeirinho 229 00.10.35.02 Descanso Dois terços da imagem Plano de pormenor 00.10.37.17 Porto Medieval destacam o céu com Câmara fixa Monumental nuvens, os telhados Ângulo contrapicado egrégios e monumentais dos edifícios do alto da Sé recortam-se num céu nublado mas claro. 230 00.10.37.17 Descanso Telhados da área Plano de pormenor 00.10.40.02 Porto Medieval residencial medieval do Câmara fixa Ribeirinho Porto que desce da Sé até Ângulo contrapicado à Ribeira. 231 00.10.40.02 Descanso A face superior do grande Plano de pormenor

CXIV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

00.10.42.10 Porto Medieval arco de sustentação da Câmara fixa Ribeirinho ponte Luiz I ocupa o Ângulo contrapicado primeiro plano da imagem, que mostra casa, telhados e escadarias de uma parte do casario histórico da Ribeira junto à ponte.

232 00.10.42.10 Ainda na hora do A rua (…) é em forma de Plano de pormenor 00.10.44.10 descanso, o plano escadaria ladeada por Câmara fixa mostra-nos uma casas onde residem Ângulo contrapicado escadaria no meio do comerciantes artesãos ou casario Ribeirinho trabalhadores com alguma propriedade no rio. O tabuleiro superior da ponte Luiz I cruza a rua passando pelo ar, das janelas veem-se muitas peças de roupa a secar numa tradicional exibição de estandartes do quotidiano, à vista apenas podemos observar mulheres e crianças. 233 00.10.44.10 Ainda na hora do Duas ou três casas de Plano Geral

CXV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

00.10.47.00 descanso, o plano mostra- aspeto medieval junto às Panorâmica nos casas coladas à muralhas da cidade, e de ascendente muralha Fernandina cujas janelas pende muita roupa a secar, numa das portas estão sentadas a brincar uma meia dúzia de crianças e numa outra, em frente, olhando para elas, um homem com o casaco vestido e boné na cabeça com um balde na mão e um cãozinho que parece caminhar ao seu encontro.

234 00.10.47.00 Ainda na hora do O plano mostra-nos, ao Plano Geral 00.10.48.21 descanso, no cimo da cimo da escadaria, a Câmara fixa escadaria e debaixo de soleira de uma porta um arco medieval, duas encimada por uma janela mulheres e duas crianças aberta e duas mulheres acompanhadas por duas crianças e um gato. No meio dos planos, temos um arco medieval de média altura, as portas estão numeradas em carateres brancos, num fundo negro, previamente, pintado. As escadas e o arco bem como as casas são

CXVI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

construídas, tendo como base o que parece ser granito. 235 00.10.48.21 Dentro do espaço de Vemos o que parece ser Câmara fixa Haver photo 00.10.50.07 descanso, da hora da uma cave, com uma saída Plano Geral refeição, a imagem em ogiva que na imagem mostra-nos agora uma aparece em contraluz, espécie de cave com uma onde se parece seguir um escadaria à saída, onde espaço, depois uma outra permanecem alguns escadaria, dois homens homens e mulheres estão observando duas mulheres a lavar roupa, ao fundo das escadas e, já dentro da cave, um grupo de homens sentados voltados para a parede.

236 00.10.50.07 Num ângulo A parte superior de uma Câmara fixa 00.10.52.16 contrapicado, a câmara rua estreita, que parece Plano de pormenor mostra-nos a parte mostrar as traseiras do Ângulo contrapicado superior de uma rua do que poderá ser uma forja, mesmo tipo onde há dada a pressão com que o muito fumo fumo sai da pequena chaminé cilíndrica, e toda a atmosfera desta imagem fica diluída na fumarada. 237 00.10.52.16 Plano muito curto que Veem-se as frontarias de 2 Câmara fixa 00.10.54.02 mostra a dobra de uma velhas casas algo Plano de pormenor caleja dos umbrais das degradadas, com roupa a Ângulo contrapicado portas para cima secar nalgumas das suas janelas e o ar de imobilidade momentânea.

CXVII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

238 00.10.54.02 Plano muito curto que A casa caiada de um Câmara fixa 00.10.55.13 mostra, no primeiro branco luminoso e com Plano de pormenor plano, os escuros do roupa a secar, na janela Ângulo contrapicado final de uma estreita mais alta, contrasta com o viela, depois mostra a final de uma viela no frontaria de uma casa na primeiro plano das dobra de uma caleja imagens. 239 00.10.55.13 Ruas estreitas, casas A idade e a falta de bom Câmara fixa 00.10.56.23 envelhecidas, roupas trato enruga e tira o Plano de pormenor dependuradas caleiros e brilho às casas da área Ângulo contrapicado algerozes enferrujados histórica da Ribeira, onde abundam as vielas estreitas e empedradas a granito. Casas com dois, três ou mesmo quatro andares, que se seguram pelas vielas como se fossem velhas quase decrépitas casas de pedra familiares, amparando o empedrado das ruas.

240 00.10.56.23 Casas com roupa a secar A câmara, numa Plano de pormenor 00.11.05.07 pelas janelas. panorâmica rápida, Ângulo contrapicado mostra-nos casas em Panorâmica torno de uma pequena praça, tendo em comum uma quantidade de estendais com roupa que pende de cordões que se puxam das janelas. 241 00.11.05.07 Panorâmica de telhados A câmara dá a ver uma Plano de pormenor 00.11.15.00 das casas e uma rua série de telhados que, ao Contrapicado estreita empedrada com princípio, tapa por Panorâmica paralelos de granito completo a rua, que nem o ângulo picado da câmara

CXVIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

consegue ver, mas depois surge por entre as velhas casas e mostra-a até desaparecer do outro lado do casario. 242 00.11.15.00 Vista panorâmica dos Iniciando com uma Panorâmica 00.11.19.13 telhados da Ribeira até à chaminé e o cume de um Ângulo picado área portuária de Gaia telhado no primeiro plano, as imagens mostram depois numa panorâmica que rasa por cima dos velhos telhados, aos quais não falta uma certa regularidade geométrica, o olhar fixa-se no rio, vendo-se muitos barcos fundeados na área portuária de Gaia.

243 00.11.19.13 Fim da pausa para a Imagem informativa Câmara fixa 00.11.20.20 refeição. Uma contemplativa Plano de pormenor considerável soma de Ângulo picado cilindros forrados com o que parece papel, e regularmente empilhados nas pedras do cais

CXIX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

244 00.11.20.20 Trabalhadores Um barco acostado ao Panorâmica De onde vinham estes cilindros que 00.11.26.19 descarregam um barco cais descarrega a sua Plano de pormenor nos sugerem produtos industriais? carregado com cilindros carga composta de uma De algum barco fundeado ao largo? forrados com o que grande quantidade de Mesmo da cidade do Porto? parece papel cilindros todos iguais, De alguma localidade próxima? não se percebe de que produto se trata. 245 00.11.26.19 Descarga de sacos de um Mulheres descarregam Câmara fixa 00.11.28.11 barco sacos de um barco para o Plano de pormenor que parece ser um vagão Ângulo picado do terminal ferroviário da Alfândega. 246 00.11.28.11 Fazendo parecer um Câmara fixa Plano 00.11.30.21 ordenado carreiro de Geral formigas, todas alinhadas, Ângulo picado mulheres descarregam sacos de um barco ancorado quase no meio de rio. Para se lá chegar usam umas quantas tábuas como pontes e avançam de barco em barco até ao de destino. 247 00.11.30.21 Descarga de um barco de Mulheres carregam à Plano de pormenor 00.11.32.19 carvão cabeça cestas cheias de Ângulo picado carvão que os homens vão Câmara fixa enchendo dentro dos barcos.

248 00.11.32.19 Descarga de carvão dos Em vai e vem ordenado, Plano de pormenor 00.11.35.16 barcos esquerda e direita, uma Câmara fixa fila interminável de homens e mulheres carregam à cabeça ou aos ombros, cestas cheias de

CXX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

carvão vindas dos barcos, no rio, e carregadas para vagões no terminal da Alfândega. 249 00.11.35.16 Chegada de cestos de Duas mulheres lançam o Panorâmica 00.11.42.05 carvão cesto cheio de carvão para Plano de pormenor o amontoado em cima de Ângulo ligeiramente um vagão. picado 250 00.11.42.05 Imagens de um comboio No terminal ferroviário Câmara fixa 00.11.44.12 de mercadorias em de mercadorias da Plano Geral manobras Alfândega do Porto, um comboio executa manobras. Tem-se sobre o terminal uma imagem geral do seu equipamento, com muitas plataformas onde podem estacionar vários comboios, lado a lado. 251 00.11.44.12 Locomotiva andando Uma locomotiva passa Plano médio 00.11.49.06 frente à câmara nas linhas Panorâmica do terminal da Alfândega. 252 00.11.49.06 Frente de um carro de A câmara apresenta a parte Grande Plano 00.11.50.18 carga frontal do motor de uma Câmara fixa camioneta de carga com a sua chapa da matrícula.

253 00.11.50.18 Um boi come feno Um boi, que aparenta estar Grande Plano 00.11.52.19 preso a uma carroça, está Câmara fixa parado comendo feno, normalmente de cima da própria carroça que puxa.

CXXI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

254 00.11.52.19 Vista lateral do A câmara mostra agora um Grande Plano 00.11.54.08 pormenor da caixa do aspeto lateral da caixa do Câmara fixa motor de uma motor de um carro pesado. camioneta de carga 255 00.11.54.08 Boi que come feno Uma imagem lateral de um Grande Plano 00.11.56.09 boi, que aparenta estar Câmara fixa preso a uma carroça, parado comendo feno, normalmente, de cima da própria carroça que puxa. 256 00.11.56.09 Bois esperando Vários bois aguardam, Grande Plano 00.11.58.05 junto das carroças, que o Câmara fixa homem os venha buscar, um está comendo feno das carroças. 257 00.11.58.05 Um carro pesado em Um carro pesado por Grande Plano 00.12.00.15 manobra entre uma quantidade de Câmara fixa outros que aguardam carga, inicia uma manobra para estacionar ao lado dos outros, com o auxílio de um ajudante que caso seja preciso, acenará do lado de fora do carro. 258 00.12.00.150 Carros pesados De um outro ângulo de Grande Plano 0.12.02.10 estacionados filmagem, uma vista de 3 Câmara fixa carros pesados estacionados, vendo-se parte do casario de Gaia na outra margem.

259 00.12.02.10 Uma vintena de carros de Ronda uma vintena os Panorâmica 00.12.09.01 bois esperam alinhados carros de bois que se Ângulo picado encontram muito bem Plano de pormenor alinhados uns com os

CXXII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

outros esperando as cargas. 260 00.12.09.01 Carros de bois alinhados Duas filas bem alinhadas Grande Plano 00.12.10.16 aguardam no largo de carros puxados por Câmara fixa bois, em filas de sete ou Ângulo picado oito, aguardam carga. O plano dá-nos uma visão deste conjunto a partir da retaguarda. 261 00.12.10.16 Avião Um avião biplano passa Plano Geral Som do motor de um biplano em 00.12.12.08 no ar por cima da Ângulo contrapicado voo, (outros dados). azáfama do rio. Panorâmica 262 00.12.12.08 Imagem da água do rio Num ângulo picado de Câmara fixa Som do motor ou dos motores de 00.12.15.01 grande amplitude, surge, a Plano Geral uma lancha rápida de 1930 em grande velocidade, um Ângulo picado movimento rápido na água. barco provavelmente a gasolina, irrompe nesse espaço desaparecendo depressa e deixa ver ainda atrás de si, mesmo depois de já ter desaparecido da vista um longo rasto nas águas do rio. 263 00.12.15.01 Comboio em marcha Uma locomotiva passa Câmara fixa Som de uma locomotiva a vapor de 00.12.16.18 rapidamente no plano de Plano de pormenor 1930 rodando em grande filmagem, puxando uma velocidade série de carruagens. 264 00.12.16.18 Automóvel em grande Um automóvel irrompe em Câmara fixa Som de um automóvel, de 1930 em 00.12.17.15 marcha grande marcha e logo Plano de pormenor grande marcha pelo empedrado da desaparece. rua. 265 00.10.17.15 Carro de bois em marcha Um carro puxado por bois Câmara fixa Som das rodas da carroça de bois 00.12.19.10 passa pachorrentamente. Plano de pormenor protegidas por lâminas de ferro avançando no empedrado da rua. 266 00.12.19.10 Carro de bois em marcha Um carro puxado por bois Câmara fixa 00.12.20.12 avança lenta, mas Plano de pormenor decididamente.

CXXIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

267 00.12.20.12 Um rapaz e os bois Um rapaz, com uma Plano médio 00.12.21.05 pequena aguilhada na Câmara fixa mão, parece esperar instruções, parado em frente dos seus bois, ao fundo e, em último plano, a serra do Pilar e parte da ponte Luiz I. 268 00.12.21.05 Dois homens e uma Dois homens e uma mulher Panorâmica 00.12.22.18 mulher no trabalho fitam o mesmo objeto, Plano de pormenor preparando o próximo movimento no trabalho. 269 00.12.22.18 O avião O avião passa pela Plano Geral Vamos seguir um sequência com 00.12.24.11 Início, em terra, de um segunda vez, originando, Ângulo contrapicado montagem alternada até ao plano: pequeno acidente em terra, um incidente. 270 00.12.24.11 O avião desencadeia, em Dois homens e uma Panorâmica 00.12.25.11 terra, um pequeno mulher, que coloca uma Plano médio acidente mão em pala, fixam o céu Ângulo contrapicado olhando atentamente, 271 00.12.25.11 O avião desencadeia, em O rapaz, que toma conta Plano americano 00.12.26.12 terra, um pequeno dos bois, fixa o céu com Ângulo contrapicado acidente atenção. 272 00.12.26.12 O avião desencadeia em O rapaz dos bois continua Plano Geral 00.12.29.01 terra um pequeno à frente dos animais, Panorâmica acidente distraído e não nota que a Plano médio carroça está atravessada na retaguarda de uma camioneta de carga. 273 00.12.29.01 O avião desencadeia, em Pormenor dos controlos Plano pormenor 00.12.30.02 terra, um pequeno no posto de condução da Câmara fixa acidente camioneta. 274 00.12.30.02 O avião desencadeia, em Vê-se o condutor instalado Plano médio 00.12.30.24 terra, um pequeno no seu posto de condução. Câmara fixa acidente. 275 00.12.30.24 O avião desencadeia, em O condutor instalado põe a Plano médio 00.12.31.14 terra, um pequeno cabeça fora da janela para Câmara fixa

CXXIV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

acidente olhar o aeroplano que está no ar. 276 00.12.31.14 O avião desencadeia, em O avião, novamente, cruza, Plano Geral 00.12.32.21 terra, um pequeno no céu, o espaço aéreo da Câmara fixa acidente Ribeira. 277 00.12.32.21 O avião desencadeia, em O avião parece ter passado Câmara fixa 00.12.33.07 terra, um pequeno a rasar a área da Ribeira. Grande Plano acidente 278 00.12.33.07 O avião desencadeia, em O condutor da camioneta Grande Plano 00.12.34.01 terra, um pequeno continua, com ar interes- Câmara fixa acidente. sado, olhando o céu. 279 00.12.34.01 O avião desencadeia, em Veem-se os comandos da Plano de pormenor 00.12.35.07 terra, um pequeno camioneta com o condutor Câmara fixa acidente a evitar o deslize do veícu- lo, premindo o travão de pé. 280 00.12.35.07 O avião desencadeia, em O condutor da camioneta Grande Plano 00.12.36.03 terra, um pequeno continua, com ar interes- Câmara fixa acidente sado, olhando o céu. 281 00.12.36.03 O avião desencadeia em De novo se veem os Plano de pormenor 00.12.36.12 terra um pequeno comandos da camioneta Câmara fixa acidente com o condutor a evitar o deslize do veículo premindo o travão de pé. 282 00.12.36.12 O avião desencadeia, em Vê-se uma roda traseira da Plano de pormenor 00.12.37.09 terra, um pequeno camioneta descaindo. Câmara fixa acidente 283 00.12.37.09 O avião desencadeia, em Em pormenor, a traseira Plano de pormenor 00.12.38.01 terra, um pequeno da camioneta empurra a Câmara fixa acidente roda traseira da carroça, arrastando-a e empurrando a junta de bois.

284 00.12.38.01 O avião desencadeia, em Em pormenor, vemos o Plano de pormenor

CXXV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

00.12.38.19 terra, um pequeno condutor travando a fundo Câmara fixa acidente com o travão de pé e puxar, completamente, o travão de mão. 285 00.12.38.19 O avião desencadeia, em Neste plano, o condutor, Plano de pormenor 00.12.39.13 terra, um pequeno embraiando, encaixa a Câmara fixa acidente primeira engrenagem e arranca evitando continuar o arrastamento da carroça. 286 00.12.39.13 O avião desencadeia, em A junta de bois reage, Plano de pormenor 00.12.40.07 terra, um pequeno bramindo, agitadamente, Câmara fixa acidente deixando perceber o potencial drama. 287 00.12.40.07 O avião desencadeia, em Agora, podemos, num Plano de pormenor Ao invocar o mar este plano pede 00.12.41.14 terra, um pequeno expressivo salto além da Câmara fixa uma alteração de sonoridade acidente Foz, observar vagas furiosas erguendo-se no ar como se gritassem: Cuidado há perigo! 288 00.12.41.14 O avião desencadeia, em Os bois dos planos Plano de pormenor 00.12.41.24 terra, um pequeno anteriores, assustados, Câmara fixa acidente arrancam desabridamente, correndo com a carroça atrás e levando o rapaz a correr à sua frente. 289 00.12.41.24 O avião desencadeia, em Os bois passam a correr Panorâmica 00.12.43.11 terra, um pequeno pela frente da câmara. Plano de pormenor acidente 290 00.12.43.11 O avião desencadeia, em Um homem corre o mais Panorâmica 00.12.44.15 terra, um pequeno veloz que lhe é possível Plano de pormenor acidente para deter os animais, não vão eles parar ao rio, por cima do rapaz, que se viu obrigado a correr à frente deles.

CXXVI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

291 00.12.44.15 O avião desencadeia, em Um aglomerado de papéis Panorâmica 00.12.45.09 terra, um pequeno queimados eleva-se Plano de pormenor acidente impulsionado pela deslocação do ar. 292 00.12.45.09 O avião desencadeia, em Neste plano, vemos o que Plano de pormenor 00.12.46.22 terra, um pequeno parece o rolar de um saco Câmara fixa acidente caído da carroça…mas não é muito nítido que assim seja, de qualquer modo acentua o frémito de mau agouro que pairou na ribei- ra, algo fora de controlo… 293 00.12.46.22 O avião desencadeia, em A área mergulhada do Plano de pormenor 00.12.47.17 terra, um pequeno leme de um barco de Panorâmica acidente grande calado rasga as águas do rio, num estertor de água e espuma. 294 00.12.47.17 O avião desencadeia, em O rapaz, que aguardava Plano de pormenor 00.12.48.18 terra, um pequeno os bois, corre agora à Panorâmica acidente frente, cada vez mais veloz, tentando evitar ser atropelado, passando assim a correr à frente da câmara. 295 00.12.48.18 O avião desencadeia, em Os bois continuam a correr Plano de pormenor 00.12.50.00 terra, um pequeno pelo empedrado da Ribeira. Panorâmica acidente 296 00.12.50.00 O avião desencadeia, em A sereia de um barco, Plano de pormenor Estando duas vezes presente a sereia 00.12.51.05 terra, um pequeno fundeado no Douro, lança Câmara fixa do navio emprestando dramatismo à acidente um grito com toda a sequência fílmica, a sonoridade potência do vapor que se deverá corresponder a toda esta expele pelo tubo. circunstância. 297 00.12.51.05 O avião desencadeia, em Em um outro ângulo ouve- Plano de pormenor 00.12.52.04 terra um pequeno se de novo a sereia do Câmara fixa acidente navio. Ângulo contrapicado

CXXVII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

298 00.12.52.04 O avião desencadeia em O rapaz continua fugindo Plano de pormenor 00.12.52.17 terra, um pequeno em pânico. Câmara fixa acidente 299 00.12.52.17 O avião desencadeia, em Uma intranquilidade Plano de pormenor 00.12.53.23 terra, um pequeno profunda na superfície das Panorâmica acidente águas, como se o rapaz, os Ângulo contrapicado bois e a carroça corressem o risco de mergulhar nas águas profundas do rio. 300 00.12.53.23 O avião desencadeia, em Um bidon de metal tomba, Plano de pormenor A sonoridade deve corresponder ao 00.12.54.14 terra, um pequeno rolando pelo chão. Câmara fixa tombar do bidon acidente 301 00.12.54.14 O avião desencadeia, em O rapaz cai, ao chão, o Plano de pormenor Este rapaz, que correndo cai ao chão, 00.12.55.05 terra, um pequeno chapéu rola na queda e a Panorâmica de camisa branca e cabelo comprido acidente aguilhada salta. descendente aparenta estar bem tratado e não suado, não é o mesmo que o filme nos apresentou à frente dos bois no plano nº 269! 302 00.12.55.05 O avião desencadeia, em Os bois continuam a sua Plano de pormenor 00.12.55.17 terra, um pequeno corrida de pânico. Câmara fixa acidente 303 00.12.55.17 O avião desencadeia, em O rapaz caído olha os bois Plano de pormenor O rapaz deste plano parece de fato 00.12.56.06 terra, um pequeno que avançam, Panorâmica de ser de novo o mesmo que nos foi acidente inexoravelmente. aproximação apresentado no plano 269. Ângulo picado 304 00.12.56.06 O avião desencadeia, em Os bois continuam a Plano de pormenor 00.12.56.16 terra, um pequeno avançar. Câmara fixa acidente 305 00.12.56.16 O avião desencadeia, em Vê-se, em ângulo Plano de pormenor Tudo seria muito bem, com a sua 00.12.57.20 terra, um pequeno contrapicado, a superfície Câmara fixa inesperada realidade, se, pela aná- acidente inferior do carro dos bois, Ângulo contrapicado lise frame a frame, não se tivesse no momento em que este notado que, no momento em que passa por cima do rapaz. supostamente o rapaz é atropelado, a carroça não estivesse a ser con- duzida por um homem, ora se um

CXXVIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

homem a conduzisse, não haveria oportunidade para a narrativa. 306 00.12.57.20 O avião desencadeia, em A carroça passou e ficamos Plano de pormenor Neste plano, pela análise da roupa 00.12.58.19 terra, um pequeno a olhar o rapaz, estendido Câmara fixa do calçado das meias da camisa acidente no chão. etc., parece não se tratar do mesmo rapaz que caiu 307 00.12.58.19 O avião desencadeia, em Uma rapariga solta gritos Plano de pormenor Numa apreciação antropológica 00.12.59.22 terra, um pequeno ao ver o rapaz estendido Panorâmica de breve, tudo leva a admitir ter havido acidente nas pedras na rua, talvez aproximação direção de atores, ou esporádicos e alguém de família. breves papéis por eles desempenha- dos, instaurando alguns problemas de raccord. 308 00.12.59.22 O avião desencadeia, em O rapaz permanece inerte, Ângulo picado 00.13.00.15 terra, um pequeno caído no chão. Câmara fixa acidente Plano de pormenor 309 00.13.00.15 O avião desencadeia, em A aguilhada largada Ângulo picado 00.13.01.09 terra, um pequeno continua no chão, num Câmara fixa acidente lúgubre auspício. Plano de pormenor 310 00.13.01.09 O avião desencadeia em São reações simultâneas ou Câmara fixa 00.13.02.08 terra um pequeno quase simultâneas ao grito Plano Geral acidente da rapariga, pois este episódio fílmico está contado em montagem alternada. Um grupo de homens corre em socorro, ao lugar do acidente. 311 00.13.02.08 O avião desencadeia, em Dentro do mesmo Ângulo picado 00.13.03.06 terra, um pequeno momento de reação, três Plano de pormenor acidente homens que estavam em Câmara fixa atividade na coberta de um barco param o que estão a fazer e correm em socorro 312 00.13.03.06 O avião desencadeia, em …Homens que estavam a Ângulo picado 00.13.05.01 terra, um pequeno carregar carvão para um Plano de pormenor acidente balde de um guindaste, Câmara fixa

CXXIX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

deixam o trabalho e correm também…

313 00.13.05.01 O avião desencadeia, em A carroça dos bois, já Picado 00.13.06.12 terra, um pequeno controlada, para, oscilando, Plano médio acidente nervosamente, para frente e para trás. 314 00.13.06.12 O avião desencadeia, em Entretanto, um mundaréu Câmara fixa 00.13.07.16 terra, um pequeno de gente foi-se juntando, Plano Geral acidente fixando todos o mesmo local. 315 00.13.07.16 O avião desencadeia, em O rapaz, que tomava Câmara fixa 00.13.11.18 terra, um pequeno conta dos bois, ficou no Panorâmica acidente chão tombado pela ascendente carroça, dois homens Plano pormenor puxam-no e põem-no de Plano americano pé, um outro chega-lhe o chapéu enquanto ele permanece combalido 316 00.13.11.18 O avião desencadeia, em O rapaz coloca o chapéu Plano médio 00.13.13.22 terra, um pequeno na cabeça e olha em Câmara fixa acidente frente. 317 00.13.13.22 O avião desencadeia, em Os bois permanecem Plano médio 00.13.15.13 terra, um pequeno ainda presos à carroça. Câmara fixa acidente muito bem jungidos. 318 00.13.15.13 O avião desencadeia, em Aguilhada, ainda Plano de pormenor 00.13.17.00 terra, um pequeno abandonada no chão, Câmara fixa acidente depois do acidente. 319 00.13.17.00 O avião desencadeia, em O rapaz de repente desata Plano médio Câmara 00.13.17.18 terra, um pequeno a correr para algo que fixa acidente tinha estado a olhar. 320 00.13.17.18 O avião desencadeia, em Neste plano, o rapaz Plano americano 00.13.18.07 terra, um pequeno passa a correr por entre as Câmara fixa acidente pessoas para algum lado. 321 00.13.18.07 O avião desencadeia, em Um pouco à frente pega a Plano de pormenor 00.13.19.15 terra, um pequeno aguilhada do chão e Câmara fixa

CXXX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

acidente adivinha-se para onde irá.

322 00.13.19.15 O avião desencadeia, em Junto do jugo da junta de Plano de pormenor 00.13.22.12 terra, um pequeno bois, o rapaz dá uns Câmara fixa acidente golpes de aguilhada como Ângulo picado castigo, dando a entender aos animais que perder a calma pode ser a morte. 323 00.13.22.12 O avião desencadeia, em Polícia apercebe-se que Plano médio 00.13.23.06 terra, um pequeno algo está a ocorrer e Contrapicado acidente aproxima-se, vigiando do Câmara fixa alto do muro. 324 00.13.23.06 O avião desencadeia, em Polícia. Vemos-lhe, à Plano de pormenor 00.13.24.07 terra, um pequeno cinta, o sabre de serviço Câmara fixa acidente que também dá para armar a baioneta 325 00.13.24.07 O avião desencadeia, em Polícia em atitude de Plano médio 00.13.25.19 terra, um pequeno vigilância ativa. Contrapicado acidente Câmara fixa 326 00.13.25.19 O avião desencadeia, em Surge a frente de um Grande Plano 00.13.26.21 terra, um pequeno comboio. Câmara fixa acidente 327 00.13.26.21 O avião desencadeia, em Surge a quilha alta de um Grande Plano 00.13.28.00 terra, um pequeno barco, que avança lendo- Câmara fixa acidente se, no alto da amurada, Nereide. 328 00.13.28.00 O avião desencadeia, em Uma locomotiva puxa Plano Geral 00.13.29.04 terra, um pequeno uma composição de Câmara fixa acidente mercadorias. 329 00.13.29.04 O avião desencadeia, em Polícia. Plano médio 00.13.30.01 terra, um pequeno A autoridade continua a Contrapicado acidente manter a sua atitude Câmara fixa numa posição de vigilância ativa.

CXXXI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

330 00.13.30.01 O avião desencadeia, em O rapaz, que castigava os Plano médio 00.13.30.24 terra, um pequeno animais, olhou para cima Ângulo picado acidente para a autoridade e parou Câmara fixa o castigo.

331 00.13.30.24 O avião desencadeia, em De cima o polícia parece Plano médio 00.13.32.00 terra, um pequeno gritar: Alto lá! Alto lá! Contrapicado acidente Câmara fixa 332 00.13.32.00 O avião desencadeia, em O espaço enche-se com o Vista lateral 00.13.34.04 terra, um pequeno vapor, que se liberta de Câmara fixa acidente uma locomotiva a iniciar a Plano de pormenor marcha, 333 00.13.34.04 O avião desencadeia, em Polícia Plano médio 00.13.35.00 terra, um pequeno Continua desempenhando Contrapicado acidente a sua missão Câmara fixa 334 00.13.35.00 O avião desencadeia, O rapaz aparece, olhando Plano americano Sequência do avião que inicia no 00.13.37.11 em terra, um pequeno para o lado da autoridade, Ângulo picado plano 259 e termina no 333. acidente como quem está a ouvir Câmara fixa um conselho e acaricia os animais. 335 00.13.37.11 O mar calmo Surge o mar, agora de Grande Plano 00.13.40.13 A pequena tempestade vagas baixas, calmo Panorâmica 336 00.13.40.13 do acidente já passou cobrindo suavemente as 00.13.44.10 areias. 337 00.13.44.10 O cabrestante na proa Os homens que haviam Plano de conjunto 00.13.47.24 do barco abandonado a tarefa de Ângulo picado manobrar o cabrestante, Câmara fixa regressam agora ao barco e ao trabalho. 338 00.13.47.24 Um montão de carvão Os homens que haviam Ângulo picado 00.13.50.02 dentro do barco com abandonado a tarefa de Câmara fixa três homens muito encher de carvão o balde Plano de conjunto enfarruscados, do guindaste de carga, regressando regressam à atividade. 339 00.13.50.02 O regresso ao Os homens do cabrestante Ângulo picado 00.13.51.16 cabrestante cujas fazem oscilar as alavancas Câmara fixa

CXXXII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

alavancas oscilam com para levantar ferro. Plano de conjunto o regresso ao trabalho 340 00.13.51.16 Um balde grande de De novo, os homens Ângulo picado 00.13.53.04 guindaste e um monte deitam pás cheias de Câmara fixa do carvão dentro do carvão para dentro do Plano de conjunto barco balde. 341 00.13.53.24 O rapaz e a junta de bois O rapaz que, por ter sido 00.13.55.00 que ainda estão presos à atropelado, castigou os carroça bois, tendo sido admoestado pelo polícia Grande Plano dá agora um beijo no Câmara fixa focinho dos animais. 342 00.13.55.00 Curioso é que os bois ou 00.13.59.06 vacas devolvem o beijo ao rapaz.

343 00.13.59.06 Uma imagem do mar Águas calma. Grande Plano 00.14.02.06 Ângulo picado Câmara fixa 344 00.14.02.06 Balde de carga no navio Quatro trabalhadores Ângulo picado 00.14.03.20 enchem furiosamente o Câmara fixa balde do guindaste com pás Plano de conjunto de carvão. 345 00.14.03.20 Pranchas, estrados, Um homem coloca ao Plano médio 00.14.05.08 gente ao trabalho. Em ombro um saco de carvão. Panorâmica primeiro plano, um homem com um saco de carvão 346 00.14.05.08 O guindaste engata na Um guindaste engata na Plano de conjunto 00.14.09.13 asa do balde, já cheio, asa do balde puxa-o para o Plano de pormenor junto do monte de cais com a ajuda dos Câmara fixa carvão dentro do barco homens. Panorâmica ascendente 347 00.14.09.13 Homem transporta saco Um homem caminha com Plano americano 00.14.10.14 de carvão com uma um saco de carvão às Panorâmica

CXXXIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

camioneta de carga, já costas. carregada, com sacos de igual tipo, em plano de fundo, onde também brincam duas crianças

348 00.14.10.14 Ao alto, evoluindo, balde Ao alto, balde do Plano de pormenor 00.14.11.11 do guindaste guindaste, que avança para Câmara fixa a descarga, recortado contra o céu. 349 00.14.11.11 Homem transporta saco Um homem caminha com Plano americano 00.14.12.12 de carvão com uma um saco de carvão às Panorâmica camioneta de carga, já costas. carregada, com sacos de igual tipo em plano de fundo, onde muita gente parada olha os trabalhos e também onde já brincam duas crianças 350 00.14.12.12 Ao alto, evoluindo, balde Ao alto, balde do Plano de pormenor 00.14.13.07 do guindaste guindaste vai circulando Câmara fixa do local de carga para o da descarga. 351 00.14.13.07 Passos rápidos de um Imagem recortada no Plano de pormenor 00.14.14.03 homem descalço que se chão do cais dos passos Panorâmica movimenta rápidos de um homem descalço, que se encaminha para o seu destino de trabalho. 352 00.14.14.03 Engrenagem de bielas a Um pormenor da Plano de pormenor 00.14.14.21 funcionar engrenagem de bielas em Ângulo picado funcionamento. 353 00.14.14.21 Cabrestante enrolando Um cabrestante em Plano de pormenor 00.14.16.01 um cabo de elos de aço funcionamento, enro- Ângulo picado lando um cabo de elos de

CXXXIV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

aço, provavelmente os da âncora do navio. 354 00.14.16.01 Passos de um homem Passos rápidos, Plano de pormenor 00.14.17.10 descalço recortados contra o chão Panorâmica de um homem descalço, que caminha. 355 00.14.17.10 De novo, sistema de Um sistema de bielas Plano de pormenor 00.14.18.21 bielas em funcionamento funciona de um modo Ângulo picado regular e rápido. 356 00.14.18.21 Um homem com um saco Um homem com um saco Plano americano 00.14.19.17 às costas às costas tendo como fundo Panorâmica uma vista parcial da Ribeira e a ponte Luiz I caminha descalço para o local do esvaziamento 357 00.14.19.17 Ao alto, o balde em Ao alto, recortado contra o Plano de pormenor 00.14.20.13 movimento céu, o balde vazio, pois Panorâmica oscila muito, em movimento, para novo carregamento. 358 00.14.20.13 Um homem caminha Um homem caminha com Plano americano 00.14.21.07 com um saco às costas um saco às costas, tendo Panorâmica como fundo parte da Ribeira do Porto, imagens parciais de barcos e um guarda-fiscal que observa os trabalhos e, em terceiro plano, uma criança e um homem aparecem tranquilamente. 359 00.14.21.07 O balde a ser agarrado O balde a ser agarrado Plano Geral 00.14.22.10 por um trabalhador por um trabalhador irá Câmara fixa esvaziar no cimo de uma carruagem de transporte de carvão do comboio, na Alfândega, vendo-se ao

CXXXV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

fundo partes de Miragaia. 360 00.14.22.10 O homem poisa o saco O homem empilha o saco Plano de pormenor 00.14.22.23 de carvão de carvão por cima de Câmara fixa outros sacos e no meio de outros trabalhadores. 361 00.14.22.23 O balde do guindaste O balde do guindaste Plano de conjunto 00.14.23.11 larga a carga num monte despeja o carvão operado Ângulo contrapicado de carvão em cima da pelo trabalhador. Câmara fixa carruagem do comboio de transporte de carvão 362 00.14.23.11 Do braço do guindaste O balde do guindaste Plano de conjunto 00.14.24.00 recortado contra o céu, despeja o carvão operado Ângulo contrapicado pende o balde que um pelo trabalhador. Câmara fixa trabalhador ambara enquanto este se esvazia 363 00.14.24.00 A mesma imagem de um O balde do guindaste Plano de conjunto 00.14.24.21 outro ângulo despeja o carvão operado Ângulo contrapicado pelo trabalhador. Câmara fixa 364 00.14.24.21 De novo o esvaziar de um O balde do guindaste Plano de conjunto 00.14.25.11 balde de Carvão despeja o carvão operado Ângulo contrapicado pelo trabalhador. Câmara fixa 365 00.14.25.11 O esvaziar de um balde O balde do guindaste acaba Plano de conjunto 00.14.26.07 de Carvão de despejar o carvão Ângulo contrapicado operado pelo trabalhador. Câmara fixa 366 00.14.26.07 Engrenagem de bielas a Um Grande Plano de Plano de pormenor 00.14.27.11 funcionar engrenagem de bielas em Câmara fixa funcionamento 367 00.14.27.11 Mais um balde de carvão O balde do guindaste de Grande Plano 00.14.28.23 novo cheio de carvão, Panorâmica suspenso ao alto sobre o rio a regressar ao cais. 368 00.14.28.23 O comboio de transporte A locomotiva do comboio Plano Geral 00.14.30.02 de carvão de transporte de carvão Ângulo picado aparece à boca do plano. Câmara fixa 369 00.14.30.02 Mais um balde de carvão O balde cheio de carvão a Grande Plano 00.14.31.12 regressar ao ponto de Panorâmica

CXXXVI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

esvaziamento. 370 00.14.31.12 A passagem do comboio O comboio de transporte Plano de pormenor 00.14.38.06 num ângulo picado de carvão passa numa Ângulo picado visão em ângulo picado, Câmara fixa veem-se as carruagens Panorâmica de cheias de carvão. acompanhamento

371 00.14.38.06 Tendo, ao fundo, a A locomotiva em Plano de pormenor 00.14.40.00 estação do terminal da manobra deslisa no cais Câmara fixa 372 00.14.40.00 Alfândega, os homens e a da Alfândega. Grande Plano 00.14.43.08 continuidade em Panorâmica perspetiva dos carris, vemos os rodados da locomotiva a passar 373 00.14.43.08 Um homem pega num Um homem pega num Plano de pormenor 00.14.44.02 saco do que parece ser saco do que parece ser Câmara fixa cereal cereal para, com certeza, ser mudado para o local de carga. 374 00.14.44.02 Um homem olha para o Um homem por alguma Grande Plano 00.14.44.20 céu razão olha para o alto. Ângulo contrapicado Câmara fixa 375 00.14.44.20 Locomotiva envolta em O vento dispersa o fumo e Plano de pormenor 00.14.47.01 fumo o vapor condensado de Câmara fixa uma locomotiva deixando- a quase encoberta. 376 00.14.47.01 O pormenor da chaminé Uma locomotiva avança. Plano de pormenor 00.14.47.16 da fornalha de uma Câmara fixa locomotiva largando fumo em andamento 377 00.14.47.16 Animais puxando Os cascos dos dois Plano de pormenor 00.14.50.03 animais, cravados com Câmara fixa garra nos intervalos do

CXXXVII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

empedrado da calçada, mostram o esforço que os bois precisam de fazer para puxar a carroça. 378 00.14.50.03 Uma camioneta sobe Uma camioneta de carga Plano de conjunto 00.14.52.01 sobe e passa rápido no Câmara fixa que parece ser o mesmo trajeto dos bois. 379 00.14.52.01 O esforço dos animais A junta de bois continua Plano de pormenor 00.14.52.22 puxando, penosamente, a Câmara fixa carroça carregada. 380 00.14.52.22 Uma camioneta passa A camioneta curva na Plano de conjunto 00.14.53.11 linha de passagem pela Câmara fixa câmara, sem dificuldade alguma aparente. 381 00.14.53.11 A roda traseira da A roda traseira da Grande Plano 00.14.55.13 camioneta camioneta, de borracha Panorâmica espessa, encaixada numa jante de metal e bem atarraxada com parafusos de aço na extremidade do eixo do veículo, para ocupando o plano da filmagem. 382 00.14.55.13 A tampa do radiador da A imagem apresenta em Grande Plano A sonoridade deste veículo 00.14.56.14 camioneta único plano a tampa do Câmara fixa carregado e a subir e com a tampa radiador da camioneta, do radiador a largar vapor, deve que vai contínua e corresponder ao esforço enorme lentamente largando que o motor seguramente vai vapor, o que quer dizer fazendo que a água dentro do radiador ronda os cem graus centígrados, portanto o motor também vai em grande esforço, este sobre gasto de

CXXXVIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

energia é contudo suportado pelo próprio motor e não pelo homem. 383 00.14.56.14 Um homem carrega um Um homem verga ao Plano americano 00.14.58.20 saco peso de um saco que Plano de pormenor aparenta pesar cerca de Panorâmica 100 quilos e deixando-o cair, tomba por cima dele, em pleno cais. 384 00.14.58.20 O balde ainda cheio fica O balde para no barco, em Grande Plano 00.15.01.13 parado dentro do barco cima do monte de carvão. Panorâmica A jorna chegou ao fim 385 00.15.01.13 O homem do saco para Vê-se o semblante exausto, 00.15.02.18 arfando do homem que deixou cair o saco acabou ali a jorna do dia. 386 00.15.02.18 O rosto de um outro O semblante exausto do Grande Plano 00.15.03.13 trabalhador trabalho de um outro Câmara fixa homem. 387 00.15.03.13 Nota-se a baixa pressão A locomotiva em Plano de pormenor 00.15.04.23 do vapor da locomotiva descompressão. Câmara fixa 388 00.15.04.23 A locomotiva imobiliza- Os travões de Plano de pormenor 00.15.05.17 se imobilização da Câmara fixa locomotiva são acionados.

389 00.15.05.17 Bielas Uma série de bielas estão Plano de pormenor 00.15.07.05 ainda em funcionamento. Câmara fixa Ângulo picado 390 00.15.07.05 Homem em esforço Homem puxa um saco Panorâmica 00.15.09.24 pesado com um gancho. Plano de pormenor 391 00.15.09.24 Animais em grande Uma junta de bois puxa Plano de pormenor 00.15.10.17 esforço uma carroça, carregada Câmara fixa num rito de grande esforço. 392 00.15.10.17 Carroça ao cimo da rua Já no cimo da rua a carroça Câmara fixa 00.15.11.17 desliza melhor. Plano Geral

CXXXIX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

393 00.15.11.17 Câmara fixa 00.15.12.24 Plano Geral 394 00.15.12.24 Uma roda da camioneta Roda mais pequena que as Grande Plano 00.15.13.20 normais das carroças, Panorâmica envoltas em espessa borracha, jantes de aço e aparafusadas ao eixo do veículo. 395 00.15.13.20 Um homem Um homem, junto de um Travelling 00.15.16.16 monte de sacos Plano Geral empilhados, senta-se.

396 00.15.16.16 Veleiro ancorado Na luz do entardecer, junto Plano Geral 00.15.18.22 ao mar da Foz, um veleiro Câmara fixa ancorado exibe o seu mastro com o cordame em contra luz, numa imagem calma de fim de dia. 397 00.15.18.22 Um grande balde erguido Grande Plano 00.15.20.16 por um guindaste move-se Câmara fixa 398 00.15.20.16 de um modo enigmático, Grande Plano 00.15.21.20 parece levar homens a Panorâmica 399 00.15.21.20 Um balde grande de bordo. Plano de pormenor 00.15.23.06 carga do guindaste Câmara fixa 400 00.15.23.06 Homem de pé, no cais da Um homem de pé fica Plano de pormenor 00.15.24.22 Alfândega parado a ver o Câmara fixa movimento de um vagão que leva, sentado, um trabalhador na antepara da retaguarda. Ao fundo, uma dúzia de pequenos barcos pairam presos às amarras, no plano seguinte, outros barcos de médio porte fundeados no

CXL

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

rio e, em último plano, o casario e ancoradouros da Ribeira de Gaia. 401 00.15.24.22 Pormenor de operário na Um operário lava-se em Panorâmica 00.15.27.15 pedra do cais tronco nu, num balde de Plano de pormenor zinco cheio de água. Ângulo contrapicado 402 00.15.27.15 Pormenor da estrutura do Plano de pormenor 00.15.32.05 braço de um guindaste, Câmara fixa em cujo extremo pende Ângulo contrapicado 403 00.15.32.05 suspenso, no ar, o balde Plano de pormenor 00.15.33.09 cheio de ferramentas Câmara fixa 404 00.15.33.09 Guindaste guardadas. Grande Plano 00.15.35.00 Câmara fixa Ângulo contrapicado 405 00.15.35.00 Grande Plano 00.15.37.06 Câmara fixa Ângulo picado 406 00.15.37.06 Dois baldes de zinco No chão da estação, junto Plano de pormenor 00.15.38.15 aos carris do guindaste, Câmara fixa dois baldes de zinco Ângulo picado construídos com rebites de aço, abandonados uns ao lado do outro. 407 00.15.38.15 Via férrea Local de agulha Plano de pormenor 00.15.40.02 possibilidade do comboio Câmara fixa mudar de linha. Ângulo picado 408 00.15.40.02 Vista da estação da Vê-se parte da estação da Plano de pormenor 00.15.42.03 Alfândega Alfândega, 3 grandes Ângulo picado guindastes a vapor e Câmara fixa composições estacionadas sem locomotiva. 409 00.15.42.03 O voo da ave pairando Panorâmica 00.15.47.15 sobre a água, sobrevoa um Ângulo contrapicado 410 00.15.47.15 espaço livre, depois vai Plano de pormenor 00.15.51.00 poisar na água junto de 411 00.15.51.00 O voo da gaivota outras gaivotas e perto de

CXLI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

00.15.55.17 uns barcos pequenos 412 00.15.55.17 presos às amarras. 00.15.57.21 413 00.15.57.21 Visão geral do Visão do ancoradouro do Plano Geral 00.16.05.08 embarcadouro junto da Douro, do lado do Porto Panorâmica Alfândega junto à Alfândega, com barcos de grande calado, fundeados no meio de rio, vendo-se, em último plano, o casario de Vila Nova de Gaia.

414 00.16.05.08 Vapor estacionado no Tendo, no primeiro Plano Geral 00.16.06.13 Douro plano, o gancho de um Câmara fixa guindaste e um passadiço de madeira, vê-se no plano seguinte, logo após vários pequenos barcos presos, um vapor de grande calado. 415 00.16.06.13 Tês vapores Três pequenos vapores Panorâmica 00.16.07.18 encontram-se atracados, Plano Geral junto à margem do lado de Gaia já perto da Afurada. 416 00.16.07.18 Grandes veleiros Barcos veleiros deixam Câmara fixa 00.16.09.09 ver os seus mastros e Ângulo contrapicado 417 00.16.09.09 cordames, em contra luz, Plano de pormenor 00.06.11.02 uma imagem de pacífico entardecer 418 00.16.11.02 Nesse dia, no entardecer 00.16.12.23 calmo das águas do 419 00.16.12.23 Douro, vemos elegantes

CXLII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

00.16.14.01 formas verticais, que em 420 00.16.14.01 terra, mas junto do rio, a 00.16.14.16 luz prolongava pelas Câmara fixa 421 00.16.14.16 águas como em um Ângulo picado 00.16.16.03 espelho tremeluzente, Plano de pormenor 422 00.16.16.03 misturando muitos 00.16.17.21 requebros de forma e 423 00.16.17.21 cambiantes de cor, num 00.16.19.17 Reflexos espetáculo de reflexos 424 00.16.19.17 plácidos e calmos, que a 00.16.21.09 câmara vai mostrando em 425 00.16.21.09 artísticas combinações de 00.16.22.23 composição fílmica. 426 00.16.22.23 00.16.23.10

427 00.16.23.10 00.16.23.21

428 00.16.23.21

00.16.25.14

429 00.16.25.14 Reflexos 00.16.26.01

430 00.16.26.01 00.16.26.24 431 00.16.26.24 00.16.30.24 432 00.16.30.24 Reflexos na água de Pequenos barcos Panorâmica 00.16.35.17 quilhas de pequenos ancorados refletem as Plano Geral barcos suas quilhas na água calma. 433 00.16.35.17 Veleiros Barcos veleiros, 00.16.40.16 fundeados no Douro, apresentam toda a sua elegância e beleza náutica. 434 00.16.40.16 Ré de grande barco Imagem da ré de um Câmara fixa

CXLIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

00.16.42.12 grande barco fundeado, Plano de pormenor com dois barqueiros próximos da amurada do barco, no último plano, o perfil e m contra luz, da área da Ribeira do Porto. 435 00.16.42.12 Cordame de barco Enxárcias e cordame Câmara fixa 00.16.44.12 presos à antepara da Plano de pormenor amurada de um barco. 436 00.16.44.12 Dois marinheiros junto Vendo a quase totalidade Câmara fixa Este não é um filme de rostos, 00.16.45.06 ao mastro principal da escada de corda e Plano de pormenor pode dizer-se que quase não há cordame do mastro de um Ângulo contrapicado rostos ou que estes nunca são grande veleiro, dois centralidade dos planos fílmicos. marinheiros olham o ho- Sendo este documentário uma rizonte, um deles com o obra-prima, consegue ele mesmo braço em pala por cima ser um rosto, onde se podem rever dos olhos para evitar o todos os outros, nenhum outro tipo encandeamento da luz do de rosto enquadraria bem o tom olhar. semântico desta narração descritiva. 437 00.16.45.06 Estibordo e cordame de Em contra luz, o cordame Câmara fixa 00.16.48.03 um barco e a visão parcial de Plano de pormenor estibordo do veleiro, dão Ângulo ligeiramente a ideia de silêncio e de picado que vai anoitecendo. 438 00.16.48.03 Barcos alinhados no Em contra luz, vapores Câmara fixa 00.16.51.06 Douro alinhados no Douro, Plano de pormenor ocupando quase todos os Ângulo ligeiramente planos da imagem, contrapicado transmitem-nos a ideia de que o dia, numa cidade ribeirinha e com grande atividade portuária, está dando o seu lugar à noite. 439 00.16.51.06 Barco em atividade, Um barco com homens no Câmara fixa 00.16.54.08 fundeado, em contra luz convés está ainda em Plano de pormenor

CXLIV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

atividade, mas a totalidade Ângulo ligeiramente geral da luz da cena é contrapicado quase noturna.

440 00.16.54.08 Homens no convés de Um barco, com homens Câmara fixa Os planos no Método OEL não são 00.16.57.11 um barco fundeado no no convés, está ainda em Plano de pormenor planos de câmara de tomada de Douro atividade, mas a Ângulo ligeiramente vistas, mas sim planos acústicos, totalidade geral da luz da contrapicado indicam o domínio de um cena é quase noturna, os determinado tipo de sons dentro da homens têm atitude de mesma sequência acústica. quem espera. Assim, os números de plano equivalem ao número de planos acústicos. Os campos acústicos têm todos, como foco de melhor audição, a objetiva da câmara filmar, a menos que haja alguém com o estatuto de observador e que a câmara esteja a ver. Contudo, se a câmara está a ver, também, e regra geral, quase sempre significa que também tem que estar a ouvir. 441 00.16.57.11 Um barco desce o rio ao Anoitece. Um barco Panorâmica Sei que este barco está na Foz do rio 00.17.11.05 anoitecer pesqueiro a vapor está na Plano Geral Douro perto do mar e é nesse sentido Foz do rio Douro, perto do que com os seus cerca de 16 homens mar e é nesse sentido que avança. Noutras situações da análise com os seus cerca de 16 fílmica, não me foi difícil identificar homens, possivelmente os lugares. Isto porque habito no avança para mais uma Porto há 23 anos, e é esta também faina noturna. Estes uma boa razão porque escolhi esta

CXLV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

regressarão, com certeza, tese, pois também acompanhei atento na madrugada seguinte a evolução da cidade este tempo com os tanques cheios de todo. peixe fresco, e toda a azáfama na venda dos peixes, recomeçará. 442 00.17.11.05 O barco afasta-se para o O barco continua a afastar- Panorâmica 00.17.20.10 mar se, esfumando-se com a Plano Geral parca luz do anoitecer já avançado.

443 00.17.20.10 Barcos fundeados na Foz As figuras negras, Panorâmica 00.17.29.20 do Douro tonalidade emprestada Plano Geral pelo contraluz de um céu quase noturno, de cerca de uma dezena de barcos permanecem em alinhamentos regulares, fundeados na Foz junto ao mar. 444 00.17.29.20 Dois homens num bote Dois homens num bote, Panorâmica 00.17.31.14 parado ao largo da Plano Geral Afurada parecem estar em pesca noturna.

445 00.17.31.14 O Farol O farol acende de noite Câmara fixa Plano 00.17.34.14 como sinalização da Geral costa. A figura do farol aparece

CXLVI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

escuro, em contra luz, recortado contra um céu de cinza escuro, e ladeado pelas sombras escuras dos muros do passadiço granítico.

446 00.17.34.14 Céu de chumbo escuro, Vagas alterosas embatem Câmara fixa 00.17.35.13 mar alteroso com violência nas rochas Grande Plano 447 00.17.35.13 da costa, dando bem a Câmara fixa 00.17.36.15 ideia de quanto deve ser o Grande Plano desamparo de um pequeno pesqueiro na faina do mar alto. 448 00.17.36.15 O farol O farol acende de noite Plano de pormenor 00.17.38.12 como sinalização da costa. Ângulo contrapicado A figura do farol aparece escura, em contra luz, recortado contra um céu de cinza escuro, quase noturno. A imagem em ângulo picado mostra-nos apenas a luzerna com o segmento superior do torreão do farol, e uma nuvem negra que vela a parte posterior da torre do farol, a imagem sugere o valor destas luminárias para os barcos que demandam a costa em

CXLVII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme, Douro Faina Fluvial, Manoel de Oliveira, lançamento mundial em 19 de setembro de 1931

Nº Plano Time code Imagem Ação (espaço) Câmara Campos acústicos Sons & Sonoridades Anotações Previsão sonora sincrética

dias ou noites turbulentas e de baixa visibilidade.

449 00.17.38.12 A luz guia Na noite de breu, a 00.17.50.14 imagem mostra apenas a luz do farol rodeada dos reflexos metálicos da estrutura da iluminação. A luz do farol incandesce, intermitentemente, os espaços que cruza, servindo de guia. 450 00.17.50.14 Fim O ecrã exibe a palavra: 00.18.01.00 Fim 451 00.18.01.00 Ecrã negro E as imagens esgotam-se 00.18.07.03 com a aparição de um ecrã completamente negro. Utilizando uma linguagem fonética, há imagens morfema e imagens semantema. As imagens morfema, de que este filme é pródigo, estão na sua qualidade de materiais fonéticos, para o sentido da palavra que designam como outros, os morfemas, que só contribuem para o corpo linguístico da palavra. As imagens morfema estão mais ligadas á formação geral do corpo da filmagem, as imagens semantema ao seu significado.

CXLVIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

ANEXO III OEL TIPO F AO ENSAIO FÍLMICO: CIDADE AQUI E ALÉM A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

SOCIOFONIAS URBANAS OEL tipo F ao ensaio fílmico: Cidade aqui e além Rodado em outubro de 2013

Fig.1 Cena do filme Douro Fig. 2 Vista geral da Ribeira Fig. 3 Pontes, Luiz I e ponte Fig. 4 Ribeira da cidade Faina Fluvial do Porto Pênsil de Gaia De Manoel de Oliveira 1930

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & Anotações gerais e plano code acústicos sua previsão sincrética itens de som Nota do autor – Inicial A realização e os estudos deste filme vão no espírito, na métrica e no modo de ver e olhar neorreal do filme de Manoel de Oliveira, Douro Faina Fluvial, rodado em 1930. Realizei uma Análise OEL-F ao Douro Faina Fluvial com fim metodológico de obter um resumo fílmico para que através dessa sistemática fosse possível a construção de um ensaio de sonorização desse resumo, que já foi realizado. Este OEL_C agora, é apenas um estudo fílmico em tese, que possibilitará no futuro a realização de um outro filme de maior metragem e que será, a faina fluvial de Manoel de Oliveira mas desta vez, vista em 2015. 1 00.00.00 Nascer do sol O nascer do sol por cima da Câmara O movimento A resultante matinal dos Som como patine 00.03.20 no Douro Visto ponte do Infante, vista da ponte fixa, automóvel primeiros carros do dia a ambiental da cidade da ponte Luiz I Luiz I, com o rio Douro ao plano avenida Gustavo circular, os primeiros àquela hora. fundo. geral Eiffel em baixo, o barcos, o elevador o (imagem inicial do filme) elevador dos Metro e as pessoas que Música do filme guindais e o passam fazendo duo de música Metro na ponte exercícios de corrida clássica de violas Luiz I matinal Nota a, do Plano 1

Fig. 5 Ribeira da cidade do Porto Fig. 6 Ponte Luiz I Fig. 7 Capela do Senhor d’Além Gaia Serra do Pilar A Ponte Luiz I, popularmente também chamada Ponte D. Luís foi construída sobre o rio Douro, unindo, hoje, as duas cidades do Porto e Vila Nova de Gaia. Está equipada com dois tabuleiros, atualmente o tabuleiro superior está reservado ao trânsito pedonal e do Metro do Porto, já o inferior é destinado ao trânsito viário de qualquer veículo automóvel e peões. A ponte construída entre os anos 1881 e 1888 é um projeto do engenheiro Teófilo Seyrig, discípulo e seguidor de Gustavo Eiffel, tendo já colaborado com ele na construção da ponte ferroviária D. Maria, e só depois que Gustavo Eiffel se retirou Seyrig concordou em construir a ponte, entrou em pleno funcionamento em 1888. A ponte Luiz I tal como a torre Eiffel em Paris, é constituída por uma série de estruturas metálicas e tem dois tabuleiros o superior com uma extensão de 442 Metros e o inferior com 172. (Couto, Júlio (1997). O Porto em 7 dias. Porto, Editora Campo das letras SA). Nota b, do plano 1

Fig. 8 - Elevador dos Guindais, foto da autoria de http://mjfsantos.blogs.sapo.pt

Elevador dos Guindais – O dos Guindais construído em 1891, ficou, devido a um dramático acidente, desativado em 1893 até aos nossos dias. Foi, então, em paralelo com as obras de construção do Metro do Porto, reconstruído e após ultrapassadas algumas dificuldades de exploração comercial, entrou em funcionamento praticamente ao mesmo tempo que o Metropolitano de superfície sob a administração da empresa do Metro do Porto. O seu trajeto oferece uma excelente e privilegiada vista panorâmica, sobre o Douro, a ponte Luiz I e a cidade de Vila Noda de Gaia. (Nota do autor)

CL

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & Anotações gerais e plano code acústicos sua previsão sincrética itens de som 2 00.03.21 Iluminação no No tabuleiro superior da ponte Câmara Linha de vai e Sobretudo o som do vai e Vento 00.04.10 solo da ponte Luiz I, a câmara mostra um fixa, vem do Metro na vem do Metro Motores de barco Luiz I candeeiro baixo, de iluminação grande ponte entre Gaia e ao longe do solo, que ilumina sem plano Porto Falar isolado de atingir o olhar das pessoas que pessoas passam ou das que viajam de Metro. Música do filme 3 00.04.11 O Metro em O Metro inicia a travessia do Câmara Linhas do Metro Som do andamento do Som do motor e das 00.06.16 andamento na rio pela ponte Luiz I desde fixa, na ponte Metro rodas do Metro nos ponte Gaia para o lado do Porto plano carris geral 4 00.06.17 De novo o O pequeno botão de luz marca Câmara Linhas do Metro Som do andamento do Vento e a velatura 00.08.03 candeeiro de pontos de estética e de luz no fixa, na ponte Metro acústica ambiental iluminação do tabuleiro superior da ponte grande solo onde apenas transita o Metro plano do Porto no seu movimento de vai e vem de Gaia ao Porto e do Porto a Gaia 5 00.08.04 A fila dos Fila de pequenos botões de luz Câmara Linhas do Metro Som do andamento do Vento 00.09.14 mesmos marcam pontos de estética e de fixa, na ponte Metro e ecosons Música do Filme pequenos luz no tabuleiro superior da plano (MF) candeeiros de ponte onde apenas transita o geral, iluminação da Metro do Porto no seu ângulo ponte movimento de vai e vem de normal Gaia ao Porto e do Porto a Gaia, bem como peões que vão de uma cidade à outra a pé 6 00.09.15 Ribeira do Ribeira do Porto vista do Câmara Uma pequena Som do andamento do Som do Metro 00.12.00 Porto tabuleiro superior da ponte fixa plano conversa entre um Metro e ecosons Pessoas a correr Luiz I. Esta imagem tem geral grupo de Pessoas a andar de sobrimpresso o título do filme brasileiros será bicicleta 7 00.12.01 Barcos rabelos Ribeira do Porto, com alguns Câmara reproduzida Som do andamento do Cruzamento de 00.13.14 atracados na barcos atracados, vista do fixa, aquando da Metro e ecosons Metros Ribeira do tabuleiro superior da ponte plano de exibição do título, Porto Luiz. Esta imagem tem pormenor, ao som de uma (Uma pequena sobrimpresso o título do filme picado composição de conversa entre um 8 00.13.15 Ribeira do Ribeira do Porto e do Douro Câmara viola clássica, e Som do andamento do grupo de brasileiros 00.16.02 Porto e do até próximo Foz, visto do fixa, alguns sons do Metro e ecosons será reproduzida no Douro até tabuleiro superior da ponte plano de ambiente plano 8) próximo Foz Luiz I. Esta imagem tem geral, utilizando 3 ou 4 (MF) sobrimpresso o título do filme picado faixas de som

Nota - Plano 8

Fig. 9 - Barco Rabelo O barco rabelo é a mais típica embarcação do rio Douro tradicionalmente servia para transportar as pipas do precioso vinho do Porto até às caves em Vila Nova de Gaia. Este barco foi sendo construído pelos seus barqueiros segundo as caraterísticas, da corrente do Douro. Não tem quilha, o comprimento variava entre 19 e 23 metros e cerca de 4,5 metros na sua parte central. Era armado com uma vela quadrada no único mastro de popa e usava como leme um logo vigamento de madeira com o formato de um remo que ia desde o alto do castelo da popa até à água, a espadela. Se por ventura as condições da corrente não ajudavam a navegação, o barco era puxado por homens e por animais, por carreiros feitos pelo calcorreamento sucessivo das vezes em que era necessário que animais ou mesmo homens puxassem para fazer o barco avançar, eram os caminhos de sirga. (Nota e foto do autor) 9 00.16.03 Cadeiras Cerca de uma dúzia de cadeiras Câmara Esplanadas dos O som das esplanadas Vassouras 00.17.05 desarrumadas de uma esplanada estão fixa, bares e não é muito diferente de Aspiradores de uma empilhadas até a sua reabertura plano de restaurantes uma para as outras, há Arrastar de cadeiras esplanada pormenor Espaço Comercial uma tonalidade comum Drapejar dos externo muito nítida guarda-sóis 10 00.17.06 Rio Douro e Som uma luz matinal Plano O rio matinal Barcos e vento ruas e Patine ou velatura 00.19.20 ribeira vistos alaranjada a câmara mostra por geral, avenidas sonora ambiental por entre o entre o gradeamento de travelling (Música o Rio Barcos ao longe gradeamento do proteção de pessoas do frontal Matinal) Vento tabuleiro tabuleiro superior da ponte o ângulo Falar superior da rio Douro e a Ribeira do Porto picado Andar ponte até à ponte da Arrábida Pedalar

CLI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & Anotações gerais e plano code acústicos sua previsão sincrética itens de som 11 00.19.21 Três esplanadas Três esplanadas da Ribeira do Câmara Sons do acordar Vassouras 00.20.25 da Ribeira do Porto ainda encerradas, com fixa da Ribeira Aspiradores Porto ainda muito poucas pessoas, ao Ângulo contudo a pressão Arrastar de cadeiras encerradas fundo lado esquerdo, um picado acústica Drapejar dos quiosque de venda de mapas da plano dominante e que guarda-sóis cidade geral faz masking à Música dos cafés sonoridade local é o som do trânsito na rua principal do túnel paralela à Ribeira

Fig.10 - Elevador da Lada, foto da autoria de Tiago Lessa Elevador da Ribeira – Este ascensor também conhecido por elevador da Lada, é o número 66 do largo dos Arcos da Ribeira e liga o este Largo ao Barredo, funcionava das oito até às dezanove horas, e a sua utilização era gratuita. Do miradouro do elevador da Lada poder-se-ia apreciar uma bela paisagem da ponte Luiz I, a Serra do Pilar e a Ribeira de Gaia. (Nota do autor)

12 00.20.26 De novo o Imagem do nascer do sol no Plano Espaço de vista Patine ambiental e 00.23.08 nascer do sol lado oriental da ribeira, no 1º geral, aérea, música do filme terço inferior, ponte do Infante câmara contrapicado, a Gaivotas e ponte Dª Maria com o rio em fixa, sonoridade será o baixo, e nos 2 terços superiores ângulo espaço aéreo que (MF) o sol alaranjado e normal se ouve da resplandecente num céu superfície terreste matinal, onde ainda a noite se de onde se adivinha observa

13 00.23.09 Gaivota em Gaivota juvenil em cima do Câmara Sons do cais, sob 00.24.06 cima do muro muro do cais tendo em frente o fixa o efeito de embarcadouro de Gaia dos angulo masking do grandes barcos hotel fluviais normal movimento grande rodoviário da rua plano do túnel Se o masking não 14 00.24.07 Mesas Mesas de uma esplanada ainda Grande Os sons do espaço Predefinir um conjunto existisse, ouvir-se- 00.25.28 empilhadas de encerrada estão empilhadas e plano, comercial com estes sons, pois são iam: uma esplanada encaixadas umas nas outras, câmara uma constante, ou seja até fixa, fazem parte dos seus e angulo ,das sonoridades o varrer normal abrir toldos arrumar cadeiras conversar música acusmática dos cafés a montagem das barracas dos vendedores ambulantes … 15 00.25.29 Equipamento de O equipamento de venda de Câmara Área de Montagem dos 00.28.01 venda de bilhetes para os cruzeiros de fixa, montagem dos equipamentos, montagem bilhetes para barco no rio Douro, encontra- ângulo equipamentos de das esplanadas, limpeza cruzeiros no se ainda encerrado, fora de normal venda de bilhetes dos lugares, ou se está Douro serviço. No espaço envolvente Plano e mapas e de muito perto ou ficam sob não se vê ainda ninguém geral arrumo de barcos o efeito de mascaramento e esplanada dos sons rodoviários de alta energia que são continuamente produzidos na rua do túnel, paralela à ribeira, ou na rua ribeirinha no lado de Gaia

CLII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & Anotações gerais e plano code acústicos sua previsão sincrética itens de som 16 00.28.02 Vista de um Em grande plano o rio Douro Plano Os sons do rio e rio 00.30.00 embarcadouro em toda a sua largura de Gaia Geral, as duas ribeiras. motores de barcos de rabelos de ao Porto, o embarcadouro dos ângulo No ambiente privados turismo e vista Rabelos de turismo, normal, matinal há ainda ambulantes preparando parcial do lado plataformas de acostagem e câmara muitos sons que as bancas de Gaia pontões de acesso dos fixa se ouvem antes vendedores de bilhetes passageiros. que a pressão dos barcos preparando o Do lado de Gaia, salienta-se o sonora rodoviária quiosque embarcadouro dos grandes atinja o seu pico bicicletas barcos hotel, a casa Ramos de intensidade pessoas fazendo jogging Pinto, os telhados das caves do vinho do Porto, os hotéis Holliday In bem no alto, e o Yetman perfeitamente integrado na paisagem 17 00.30.01 Gaivota em Gaivota juvenil em cima do Câmara Sons do cais, sob Se o masking não 00.32.03 cima do muro. muro do cais tendo em frente o fixa o efeito de existisse, ouvir-se- embarcadouro de Gaia dos angulo masking do iam: grandes barcos hotel fluviais normal movimento O varrer grande rodoviário da rua Abrir toldos plano. do túnel arrumar cadeiras conversar música acusmática dos cafés a montagem das barracas dos vendedores ambulantes … 18 00.32.04 Um homem Caminhando pela rua do Muro Ângulo Ao longo da rua As conversas entre as Os que vão sendo 00.33.06 caminha pela um homem vai contemplando normal, do Muro se vendedoras da feira e os identificados como rua do Muro em baixo os largos da ribeira câmara podem arrumadores que caraterísticos das com dezenas de vendedores fixa plano contemplar desde preparavam as manhãs de abertura ambulantes que, nesse dia, geral um plano superior esplanadas na Ribeira do Porto preparavam as suas bancadas praticamente Ciclistas que passavam para as vendas de pequenos todos os largos ou muito devagar, os artigos e artesanato, de cortiça esplanadas e mais contemplativos, ou tecidos, madeiras, metais, etc. embarcadouros da dado haver muito pouca Ribeira do Porto, gente aglomerada no de onde nos local, ou mais depressa podemos os mais desportivos, aperceber de os sinos das igrejas todos os sons assinalando a hora do audíveis vindo de culto religioso do baixo domingo, os táxis, as carrinhas De transporte de bagagens de comerciantes e feirantes 19 00.33.07 Embarcadouro No céu azul em outubro de um Ângulo Sons do rio Vento Gaivotas 00.34.06 de Rabelos dia soalheiro, do outono em normal, (quando a prevalência na (MF) vistos na Portugal, a câmara capturou câmara imagem é a representação contraluz do sol neste e no plano seguinte a fixa plano do rio, o som deverá ter matinal imagem de um embarcadouro geral esse referente) 20 00.34.07 Um pormenor de Rabelos de turismo, na 00.36.01 do plano contraluz matinal onde se anterior no percebe que o negro e o claro embarcadouro da luminosidade na imagem, dos Rabelos, são encimados pelo azul onde a imagem intenso do céu mais acentua a contraluz 21 00.35.02 - Réplica do plano nº 7 - - - - 00.38.00 22 00.38.01 Rua do Muro, Nas águas furtadas de uma das Câmara Em baixo a área Os que vão sendo 00.42.00 roupa a secar casas da rua do Muro um plano fixa, do grande identificados como de pormenor, de roupa a secar angulo movimento da caraterísticos das manhãs numa corda à varanda e um Contrapi- Ribeira é o lugar de abertura na Ribeira do candeeiro de iluminação cado, de produção de Porto pública plano de todos os sons das pormenor pessoas que lá estão ou que por lá passam

CLIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & Anotações gerais e plano code acústicos sua previsão sincrética itens de som 24 00.44.17 Um homem da Os homens do café Peter da Câmara Rua central da Os que vão sendo 00.46.21 esplanada inicia Ribeira do Porto iniciam a fixa, Ribeira do Porto, identificados como a sua preparação da esplanada para plano onde toda a ação caraterísticos das manhãs preparação para começar a faina do dia. geral, da faina diária se de abertura na Ribeira do o início do dia ângulo vai desenrolando Porto normal ao longo do dia. 25 00.46.22 Uma mulher No extremo oeste da rua do Câmara Em baixo a área Os que vão sendo 00.48.21 abre um dos Muro uma senhora inicia a fixa, do grande identificados como toldos da preparação da esplanada para ângulo movimento da caraterísticos das manhãs esplanada receber os turistas ao longo do normal, Ribeira é o lugar de abertura na Ribeira do dia, vendo-se do lado de lá do plano de de produção de Porto rio a cidade das caves pormenor todos os sons das pessoas que lá estão ou que por lá passam

26 00.48.22 Uma mulher Na rua central da Ribeira uma Câmara Rua central da Nesse dia havia uma feira 00.52.25 limpa os vidros mulher cuida do aspeto e da fixa, Ribeira do Porto, de artesanato que se do restaurante funcionalidade do restaurante, ângulo onde toda a ação desenrolaria ao longo de limpando os vidros da porta da normal, da faina diária se todo o dia, o que trazia entrada plano de vai desenrolando um novo colorido sonoro pormenor ao longo do dia. ao local muito madrugador 27 00.52.26 Pontão de Um homem abre os portões Câmara Os campos Neste local será O varrer 00.55.25 acesso à antiga largos do local onde guarda fixa, acústicos nesta necessário estar bem O falar ponte pênsil. uma quantidade de bicicletas ângulo área da Ribeira, perto do produtor desse Arrumo de cadeiras com que realiza o seu negócio normal, perto do local da som para escutar os Sons acusmáticos de Rent a Bike plano de ponte pênsil, são acontecimentos acústicos dos cafés pormenor mais abrangidos Turistas que passam pelo efeito de Pessoas que fazem masking, quer jogging devido ao trânsito Discussões em rodoviário do torno de orientações tabuleiro inferior nos mapas da da ponte Luiz I, cidade quer da rua Carrinhas de principal quer do mercadorias dos da Av. Gustavo feirantes e Eiffel, quer comerciantes locais mesmo dos sons Táxis de transporte do lado de lá do de pessoas. Motas rio na cidade das carrinhos de mão de caves vendedores

Nota plano 27 Fig. 11 Ponte Pênsil / Ponte D. Maria II - Foto da autoria de Melanie Antunes A ponte pênsil, originalmente apelidada de Ponte D. Maria II, foi construída entre 1841 e 1843, para comemorar o aniversário da coroação de D. Maria II. Foi substituída pela Ponte Luiz I, sendo desmontada em 1887. Atualmente restam os pilares da ponte e as ruínas da casa de guarda militar, que assegurava a ordem na ponte e o pagamento de portagens para a sua travessia. http://dourovalley.eu/pagegen.aspx - [Consultado em 30 -10-2013]

CLIV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & Anotações gerais e plano code acústicos sua previsão sincrética itens de som 28 00.55.26 A senhora no Vendo-se, ao longe, em último Câmara Rua do muro O varrer 00.57.23 extremo oeste plano, algumas das grandes fixa, plano superior à O falar da Rua do Muro caves do vinho do Porto, da Ângulo rua central da Arrumo de cadeiras acaba de cidade das caves, do lado de cá Contrapi- Ribeira do Porto Sons acusmáticos instalar um a senhora acabou de instalar o cado dos cafés guarda-sol último guarda-sol da Turistas que passam Esplanada Pessoas que fazem 00.57.24 Pormenor do Num tom predominantemente Câmara Rua central da jogging 29 00.59.01 tampo da mesa azul, um cartaz de publicidade fixa, Ribeira do Porto Discussões em de um café do Porto Cruz está estampado ângulo torno de orientações com grande elegância no Contrapi- nos mapas da tampo da mesa de um café cado, cidade plano de Carrinhas de pormenor mercadorias dos feirantes e comerciantes locais Táxis de transporte de pessoas. Motas carrinhos de mão de vendedores, arrumos de caixotes cestos e caixas Carros de utilização privada, e carros alugados … 30 00.59.02 Preparando os Uma mulher de uma empresa Câmara Rua central da 01.01.22 Segways turística de aluguer de Segways fixa Ribeira do Porto junta-os num local, onde os Ângulo turistas se vão reunir para os normal utilizar; próximo os feirantes Plano estão ainda numa fase de picado preparação das bancas Nota – Plano 30 Fig. 12 - Um Segway

O Segway PT O Segway PT é um equipamento elétrico, de origem E.U.A, ecológico, robusto e simples de utilizar. Alimentado por duas baterias de Lithium-Ion, sem efeito de memória, o Segway tem uma autonomia até 38 km e uma velocidade máxima de 20 km/h. Para segurança do utilizador a redundância de sistemas é amplamente utilizada, havendo variados sistemas e alarmes para evitar problemas. A tecnologia Segway Smart Motion ™ consiste numa inteligente rede de sensores, mecanismos e sistemas de controlo, que permite ao Segway PT o auto-equilíbrio e deslocar-se em duas rodas paralelas. No momento que sobe para o Segway PT, cinco micro giroscópios e duas placas de controlo analisam o terreno e a sua posição 100 vezes por segundo – mais rápido que o nosso cérebro. http://www.Segway.com.pt/- Segway [Consultado em 30 de outubro de 2013]. 31 01.01.23 Ao lado da Câmara fixa, plano de Rua central Neste plano este 01.03.23 placa memorial pormenor, ângulo normal da Ribeira OEL-F (filme) do desastre da do Porto poderia conter ponte das informações da barcas, um OEL-L, isto é, empregado do (obras literárias que restaurante contenham coloca no chão referências sobre um tapete verde este assunto) ou seja relva, um estudo aos sons preparando o das memórias, e o estabelecimento que elas para receber os possibilitam. clientes

CLV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & Anotações gerais e plano code acústicos sua previsão sincrética itens de som Nota - Plano 31

Fig.13 - A ponte das barcas no séc. XIX

A Ponte das Barcas sobre o rio Douro no Porto, construída com objetivos duradouros, foi projetada por Carlos Amarante e inaugurada a 15 de Agosto de 1806. Era constituída por vinte barcaças ligadas entre si por cabos de aço. Sobre essas barcaças estava disposta uma plataforma de pranchas que permitia a travessia. Aqui se verificou um famoso acidente, a 29 de março de 1809, durante a Guerra Peninsular. A população, em pânico perante as tropas francesas, procurava refúgio atravessando o rio. No entanto, a ponte não aguentou o peso da multidão e ruiu, provocando a morte de cerca de cinco mil pessoas. Ponte das Barcas. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. [Consultado em. 3 de novembro de 2013]. Disponível na www:

32 01.03.24 Passam dois Dois ciclistas passam à frente Câmara Rua central da 01.06.03 ciclistas da câmara no seu exercício fixa, Ribeira do Porto matinal, ao fundo um ângulo empregado vai arrumando e normal, alinhando as mesas da plano de esplanada preparando-se para o pormenor trabalho, este bar está prestes a abrir 33 01.06.04 O homem do O homem da loja de aluguer de Câmara Junto ao acesso ao Do plano 27: 01.07.07 Rent a Byke bicicletas continua a organizar fixa, lugar da ponte Os campos o material para ser alugado ângulo pênsil acústicos nesta área pelos turistas que desejem normal, da Ribeira, perto do passear de bicicleta plano de local da ponte pormenor pênsil, são mais abrangidos pelo efeito de masking, quer devido ao trânsito rodoviário dos tabuleiros, sobretudo do inferior da ponte Luiz I, quer da rua principal, quer do da Av. Gustavo Eiffel, quer mesmo dos sons do lado de lá do rio na cidade das caves

CLVI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & Anotações gerais e plano code acústicos sua previsão sincrética itens de som 34 01.07.08 Um Um encarregado das Segways Câmara Um dos largos Com certeza que as O que refiro em 01.09.15 encarregado das de aluguer continua levando-as fixa, centrais da Segway deverão ter um relação aos motores Segways de aos pares para o local à beira angulo Ribeira. motor com algum das Segways aluguer rio onde os turistas as irão picado, zumbido elétrico, porém tornados continua procurar para utilização plano nunca se conseguiram inexistentes, devido instalando o geral ouvir, mesmo estando ao efeito de sítio. muito perto, contudo masking do tenciono colocar no filme fatalismo acústico, o som desses pequenos será aplicado a motores recorrendo pela muitos outros definição de fatalismo pequenos sons que acústico, à convenção da a pressão sonora Audição Digital ambiental não deixa ouvir, máquina das pipocas, assadores de castanha, passagem de bicicletas, o som dos diversos passos

35 01.09.16 A colocação do O encarregado da loja rent a Câmara Junto ao acesso ao Idem Idem 01.10.08 anúncio nas bike, depois de ter aberto a fixa, lugar da ponte bicicletas porta do pequeno armazém e angulo pênsil de ter alinhado algumas normal, bicicletas cá fora, coloca junto, plano um cartaz bem legível dizendo: geral RENT A BIKE

36 01.10.09 Mais duas Ainda com as esplanadas todas Câmara Rua principal da 01.14.01 Segways por abrir, mas já com grande fixa Ribeira do Porto seguem para o parte da feira exterior de ângulo devido local artesanato em afanosa levemente preparação das bancas um picado, encarregado do Rent a Segway plano Encaminha mais um par para o geral devido local de espera. Vê-se no primeiro plano do lado direito a escadinha de acesso à rua do Muro. Ao fundo no último plano do lado esquerdo os navios hotel que circulam no Douro e alguns fazem navegação de cabotagem 37 01.14.02 Uma senhora Uma senhora com um balde e Câmara Área vizinha da Semelhante ao referido 01.15.29 varre a entrada água lava a entrada da sua loja, fixa, antiga ponte para o plano 33 da sua loja, tendo atrás de si as escadinhas ângulo pênsil tendo atrás de si de um acesso à rua do túnel, normal, as escadinhas um trio de ciclista e parte do plano de um acesso à célebre painel de azulejos. A americano rua do túnel, Ribeira Negra, de Júlio Pomar. o objeto um trio de Não obstante aquela hora do central da ciclista e parte dia desta atividade ser muito imagem do célebre inicial e o trânsito muito ocupa o painel de reduzido, ocupa contudo uma seu terço azulejos, A área perto da ponte pênsil com inferior Ribeira Negra, as características já referidas, a de Júlio Pomar ação de varrer desta senhora não se ouve nas gravações, ou quase não se ouve, contudo ficará explícito na pista sonora do filme, de acordo a indivi- dualidade física deste som e da importância dada a esta tarefa. 38 01.15.30 Cartaz Rent a Em grande plano de pormenor Câmara Área vizinha da Semelhante ao referido 01.18.09 Bike vê-se o cartaz nem legível do fixa, antiga ponte para o plano 33 Rent a Bike, junto de 3 aspetos ângulo pênsil importantes da Ribeira: O normal acesso à antiga ponte pênsil Plano de logo ao lado do cartaz, o pormenor, acesso à rua central da Ribeira E a passagem num plano mais elevado e logo a seguir ao casario, a rua do Muro

CLVII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & Anotações gerais e plano code acústicos sua previsão sincrética itens de som 38 01.18.10 A esplanada da Exatamente junto à antiga Câmara Área vizinha da Semelhante ao referido 01.20.29 ponte pênsil ponte pênsil, está encostado fixa, antiga ponte para o plano 33 um bar com a sua esplanada Ângulo pênsil sobre o rio Douro, que no contra- momento da rodagem, o picado empregado lavava com uma Plano de mangueira e vassouras pormenor, deixando a água escorrer para O objeto o cais área central até ao 3ºterço superior 39 01.20.30 Alinhando as A senhora tendo acabado de Câmara Rua do Muro Em baixo a área do 01.24.12 mesas de uma abrir o último guarda-sol, fixa, plano superior à grande movimento da esplanada no alinha as mesas umas com as angulo rua central da Ribeira é o lugar de estremo oeste outras, vê-se ao fundo a cidade normal Ribeira do Porto produção de todos os da rua do Muro das caves, V.N. de Gaia plano sons das pessoas que lá geral estão ou que por lá passam 40 01.24.13 Mercearia Uma loja, mercearia e Câmara Do plano 26: Nesse dia havia uma As conversas entre 01.16.05 garrafeira já se garrafeira, já se encontra aberta fixa, feira de artesanato que se as vendedoras da encontra aberta e a funcionar. Tem, no exterior, Ângulo Rua central da desenrolaria ao longo de feira e os e a funcionar uma bancada com cestinhos normal, Ribeira do Porto, todo o dia, o que trazia arrumadores que com frutas da época, maçãs, plano onde toda a ação um novo colorido sonoro preparavam as peras e laranjas, e a vitrina geral da faina diária se ao local muito esplanadas completa com garrafas de vai desenrolando madrugador Ciclistas que vinho do Porto, ao lado, numa ao longo do dia. passavam ou muito outra loja uma senhora limpa devagar os mais os vidros do exterior contemplativos, ou dado haver muito pouca gente aglomerada no local mais depressa talvez os mais desportivos, os sinos das igrejas assinalando a hora do culto religioso do domingo, os táxis, as carrinhas de transporte de bagagens de comerciantes e feirantes. 01.26.06 Algumas das Sob uma luz matinal m barco Câmara Cais do rio Douro Motores de barcos da Nota- Plano 41 01.27.14 plataformas de rabelo de turismo, ainda fixa, água das marés e da acostagem e inativo, espera no cais a ângulo correnteza do rio 41 embarque de chegada dos turistas para dar Contrapi- passageiros, do início aos cruzeiros no rio cado, rio Douro na Douro plano Ribeira do geral Porto Nota- plano 41 Uma senhora cega que comigo colaborou num estudo antropológico sobre a sonoridade urbana da cidade do Porto pelo testemunho de cegos, disse que, ao contrário de uma autoestrada ou avenida, o rio que é aquele espaço que se prolonga, e de onde emana uma presença feita de silêncio, aqui no Porto esse é o rio Douro 42 01.27.15 Um cidadão em Uma pessoa passa em corrida Câmara Rua central da 01.31.03 Jogging desportivamente equipada, pela fixa, Ribeira do Porto, rua principal da Ribeira quase ângulo onde toda a ação deserta com os feirantes ainda picado, da faina diária se em fase de preparação das plano vai desenrolando bancadas e no início da geral ao longo do dia abertura das lojas e das esplanadas 43 01.31.04 O que parece O que parece ser o primeiro Câmara Cais do rio Douro Motores de barcos, da 01.33.27 ser o primeiro cliente entra num barco fixa, água das marés e da cliente entra atracado, vê-se já um piloto Angulo correnteza do rio, turistas num barco ocupando a ponte de pilotagem Contrapi- e marinheiros na atracado cado, plataforma de acostagem plano e de em-barque. Sons das geral ativi-dades de recreio no rio Douro.

CLVIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & Anotações gerais e plano code acústicos sua previsão sincrética itens de som 44 01.33.28 Preparação da O iniciar, aparecem as Câmara Ribeira do Porto, 01.36.09 feira de carrinhas que transportam Fixa onde toda a ação artesanato pessoas e mercadorias, e os Angulo da faina diária se feirantes preparam as bancas Normal, vai desenrolando de vendas plano ao longo do dia geral 46 01.36.10 Um barco Reflexos da extremidade Câmara Cais do rio Douro 01.37.22 posterior de um barco rabelo fixa, colorido, nas águas tranquilas ângulo do Douro picado Plano de pormenor

47 01.37.23 Venda de O quiosque de venda de Câmara Ribeira do Porto, 01.41.01 bilhetes dos bilhetes para os cruzeiros no fixa, onde toda a ação barcos rio Douro acaba de abrir o ângulo da faina diária se empregado indica muito normal, vai desenrolando gentilmente o local da entrada plano de ao longo do dia para o barco em causa pormenor 48 01.41.02 Barcos Dois barcos rabelos Câmara Cais do rio Douro 01.43.17 acostados no encontram-se acostados no cais fixa, cais e esperam os passageiros, a ângulo senhora segue sozinha para a picado, entrada do barco que o plano empregado lhe indicou geral 49 01.43.18 Turistas Um grupo de turistas encontra- Câmara Cais do rio Douro 01.44.22 compram se junto ao quiosque para fixa, bilhetes para os comprar os bilhetes para as ângulo cruzeiros viagens de cruzeiro. picado, plano médio 50 01.44.23 Senhora A senhora, da nossa narrativa, Câmara Cais do rio Douro 0147.22. caminha ao continua a sua marcha ao longo fixa, longo da da plataforma do cais, ângulo plataforma de procurando a entrada certa para normal, acostagem e o barco plano de embarque pormenor 51 01.47.23 Gaivotas na No extremo da plataforma Câmara Cais do rio Douro 01.48.06 plataforma algumas gaivotas poisaram ao fixa, sol já intenso da manhã ângulo normal, plano de pormenor 52 01.48.07 Saída do O primeiro Rabelo de turismo Câmara Cais do rio Douro 01.49.10 primeiro barco cheio de turistas larga pelo rio fixa, ângulo normal, plano de pormenor

53 01.49.11 O movimento já Um grupo de ciclistas muito Câmara Cais do rio Douro 01.51.12 o sol vai alto devagar ou com a bicicleta à fixa, mão segue pela rua principal ângulo atrás das muitas outras pessoas normal, plano geral 54 01.51.13 Mais um barco Tendo a cidade das Caves do Câmara Cais do rio Douro Ver plano 41 01.52.17 que vai partir Douro, Vila Nova de Gaia fixa, com turistas a como fundo das imagens, este ângulo bordo rabelo de turismo vai partir normal, com turistas a bordo, no plano plano médio no rio, antes da cidade geral de Gaia, um iate privado navega devagar para jusante 55 01.52.18 Um marinheiro Um marinheiro devidamente Câmara Cais do rio Douro Ver plano 41 01.55.15 solta as amarras fardado, solta a ré, as amarras fixa, de um barco de um barco rabelo de turismo ângulo pronto a partir. picado, plano de pormenor

CLIX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & Anotações gerais e plano code acústicos sua previsão sincrética itens de som 56 01.55.16 Outro Um outro marinheiro Câmara Cais do rio Douro Ver plano 41 01.58.19 marinheiro na devidamente fardado, solta à fixa, amurada da popa, as amarras de um barco ângulo popa larga as rabelo de turismo pronto a picado, restantes partir. plano de amarras pormenor

57 01.58.20 Em contra luz Um barco rabelo de turismo da Câmara Cais do rio Douro Ver plano 41 02.03.22 um barco larga empresa Porto Cruz larga da fixa, da plataforma plataforma de acostagem para ângulo um cruzeiro no Douro picado, plano de pormenor 58 02.03.23 Um semáforo Um semáforo e uma bicicleta Câmara 02.04.27 surgem como imagens fixa, Paragem do intercalares, entre os barcos ângulo elétrico histórico rabelos e a paragem do elétrico normal, na rua Nova da histórico, onde uma pequena plano Alfandega multidão de turistas aguarda geral

59 02.04.28 Uma bicicleta Câmara Bicicleta 02.05.25 fixa, encostada em ângulo frente do painel de contrapi- azulejos, A cado, Ribeira Negra plano de pormenor Nota do plano 60 - Alfandega do Porto

Fig. 14 - Anos 30 do séc. XX Fig. 15.1 - Anos 90 do séc. XX O terminal ferroviário da Alfandega foi inaugurado em 1888 e desativado em 1989 Edifício de tipologia neoclássica, construído no âmbito da linha anglo-palladiana, no século XIX, segundo projeto do engenheiro Jean F. G. Colson. Apresenta duas fachadas, uma virada para o Douro e outra para a cidade. De salientar as soluções estruturais que recorreram à utilização do ferro em conjugação com outros materiais - pedra, tijolo ou madeira - consoante a funcionalidade dos diferentes espaços. Em 1987 foi decidida a instalação no edifício do futuro Museu dos Transportes e Comunicações, pertencente à Associação com o mesmo nome. Como tal, foram iniciadas obras de restauro e adaptação, de acordo com o projeto do arquiteto Eduardo Souto Moura. A Associação para o Museu dos Transportes e Comunicações (A.M.T.C) disponibiliza ainda um Centro de Congressos e Exposições, distribuído pelos vários espaços da Alfândega, e um Centro de Formação. 60 02.05.26 Paragem do Paragem do elétrico histórico, Câmara 02.07.25 elétrico na rua Nova da Alfândega uma fixa, histórico, na rua pequena multidão espera ângulo Nova da Alfân- normal dega uma pe- plano quena multidão geral da espera. paragem 61 02.07.26 O elétrico apro- O elétrico aproxima-se mas Câmara 02.10.11 xima-se não vai parar junto aos pas- fixa, A linha no sageiros, vai primeiro ao extre- ângulo sentido do mo da linha, a uns Metros dali, normal Passeio Alegre largar as pessoas e depois irá plano O elétrico ar- inverter a marcha para então geral da ranca para um regressar para a primeira pa- paragem novo percurso ragem do percurso 62 02.10.12 A estação do Uma perspetiva da linha que 02.12.02 plano nº 60 vê- corre ao longo da Rua Nova da se sob vários Alfândega 63 02.12.03 ângulos O elétrico do terminal de S. Câmara 02.14.12 Francisco, arranca para um fixa, novo percurso com início na ângulo paragem que o plano nº 60 normal documenta plano geral

CLX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & sua Anotações gerais e plano code acústicos previsão sincrética itens de som 64 02.14.13 Os autocarros up on up off, Câmara 02.15.20 estacionam normalmente para fixa, receber levas de turistas num ângulo espaço reservado em frente à normal estação do elétrico plano geral dos au- tocarros 65 02.15.21 Plano de pormenor dos 02.17.14 mesmos autocarros City tours, ou, up on up off, que estacionam em frente ao elétrico 66 02.17.15 O elétrico no Terminal junto à Câmara 02.19.17 igreja de S. Francisco prepara- fixa, se para parar na estação onde ângulo os turistas esperam normal plano de pormenor do elétrico

69 02.23.05 Regresso ao elétrico histórico Câmara 02.25.25 do Porto referido inicialmente fixa, no plano nº 60, as pessoas ângulo formam uma longa fila para normal entrar na carruagem. plano de pormenor

72 02.25.26 O guarda freios do elétrico Câmara 02.27.03 histórico ocupado na venda de fixa, bilhetes aos turistas. ângulo normal plano de pormenor do guarda freios do elétrico 73 02.27.04 Turistas muito descontraídos Câmara 02.28.01 ocupam o s andares superiores fixa, do autocarro City tours up on ângulo up off, do outro lado da estrada normal da paragem do elétrico plano de pormenor dos autocarros City Tours 74 02.28.02 Um último turista que chega Câmara 02.28.28 com a lotação do elétrico já fixa, esgotada ângulo 75 02.28.29 O turista excedente fica na normal 02.30.00 paragem vendo o elétrico plano de afastar-se, ouvi o guarda-freio pormenor dizer-lhe: Dentro de 5 minutos do estará aqui outro elétrico… guarda- mas acho que o turista não freio e do falava Português turista 76 02.30.01 O elétrico afasta-se para iniciar Câmara 02.31.03 o percurso até ao Passeio fixa, Alegre, quando todos os ângulo autocarros City Tours já normal partiram cheios de turistas plano descontraídos disparando geral do máquinas fotográficas e vídeo elétrico records 77 Pormenor em um dos lados de um autocarro Cyti Tours: -Two days – up on up off - 02.31.04 Porto - World heritage since idem 02.33.03 1996

CLXI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & sua Anotações gerais e plano code acústicos previsão sincrética itens de som 78 02.33.04 À saída do túnel A câmara em movimento Câmara 02.34.05 da Ribeira vê-se avança saindo do túnel da em o painel de ribeira, passando pelos painéis travelling, azulejos: A de azulejo angulo Ribeira Negra normal planos gerais 79 02.34.06 Acesso pedonal Antiga rua de acesso Câmara 02.35.15 à ponte Luiz I rodoviário ao tabuleiro fixa, superior da ponte Luiz I, angulo atualmente este tabuleiro da contra- ponte está reservada apenas à picado, circulação do Metro do Porto. plano No plano passa um pequeno geral comboio urbano de transporte de crianças e turistas em geral 80 02.35.16 Elevador dos No plano o elevador dos Câmara 02.39.21 Guindais guindais sobe à parte alta das fixa, margens do Douro na cidade ângulo picado plano geral 81 02.39.22 Entrada no Rua do túnel que dá acesso ao Câmara 02.42.20 tabuleiro tabuleiro inferior da Ponte Luiz em inferior da I pedonal e rodoviário e travelling ponte Luiz I também à avenida Gustavo frontal, Eiffel grandes planos ângulo contra- picado 82 02.42.22 Peões Peões com trajes de verão, Câmara m 02.44.21 avançando no avançam pelo passeio do travelling, tabuleiro tabuleiro inferior da ponte uns ângulos inferior vindo de Gaia outros vão para normal lá planos gerais 83 02.44.22 Peões com trajes de verão, Câmara m 02.47.18 Peões avançam pelo passeio do travelling, avançando no tabuleiro inferior da ponte uns ângulos tabuleiro vindo de Gaia outros vão para normal inferior lá planos gerais 84 02.47.19 Peões Peões com trajes de verão, Câmara m 02.49.15 avançando no avançam pelo passeio do travelling, tabuleiro tabuleiro inferior da ponte uns ângulos inferior vindo de Gaia outros vão para normal lá planos gerais 85 02.49.16 Guarda-sóis Guarda sois de uma esplanada Câmara 02.54.18 abertos, em baixo na esplanada em cheia de gente os turistas travelling, aguardam o almoço talvez âgulo normal plano geral Fig. 15.2 - Painel de Azulejos Ribeira Negra de Júlio Resende O painel de azulejos da autoria de Júlio Resende conhecido pelo nome A Ribeira Negra, representa cenas da vida quotidiana da Ribeira Portuense, vida de miséria dura e sofrida com muito trabalho e dignidade. A sua construção foi iniciada pelo mestre em 1984 e que deveria funcionar em sintonia e paralelismo com a obra musical de Álvaro Salazar (Porto 1938), o painel Ribeira Negra tem uma extensão de 5 Metros de altura por 41 Metros de comprimento, e foi inaugurado em 21 de junho de 1987. O Túnel da Ribeira foi inaugurado em 1956, era uma ligação muito importante, que o Porto estava já a necessitar, sobretudo desde a entrada em funcionamento do tabuleiro inferior da Ponte Luiz em 1888, este túnel constituiu uma ligação providencial entre a rua do Infante e a avenida Gustavo Eiffel ao tabuleiro inferior da ponte Luiz I. Nota do autor e foto retirada a partir do Blogue: http://portojofotos.blogspot.pt, [Consultado em 6 de novembro de 2013] Fig. 15.3 - Túnel da Ribeira, à saída para o lado da ponte Luiz I

CLXII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & sua Anotações gerais e plano code acústicos previsão sincrética itens de som 86 02.54.19 Rua do Infante Descendo a rua do Infante, Câmara 03.04.10 vista geral das esplanadas da fixa, praça do Cubo e do rio até angulo Gaia a cidade das caves. normal plano geral 87 03.04.11 Pestana Hotel e Na rua do Infante vê-se um Câmara 03.05.11 uma esplanada plano com uma explanada fixa, onde se está a acendendo um churrasco para ângulo assar o que assar o que parece ser um normal, parece ser um porco inteiro de considerável Plano porco inteiro. tamanho, vê-se a frontaria do geral Pestana Hotel parte da praça do cubo da Ribeira e uma parte margem de Gaia 88 03.05.12 Esplanada junto Turistas aguardam na mesa que Câmara 03.06.14 ao Pestana alguém venha atendê-los fixa, Hotel ângulo normal, Plano geral 89 03.06.15 Grande plano Grande plano do porco no Câmara 03.07.25 do churrasco espeto rotativo onde irá a assar fixa referido no no churrasco, aceso ao lado, Plano de plano nº 87 passa entretanto um outro pormenor, empregado com um cesto de ângulo plástico cheio de pão, as normal chamas do churrasco elevam- se 90 03.07.26 Uma esplanada Alguns turistas na grande Câmara 03.10.10 na praça do esplanada aguardam serviço fixa Cubo Plano de pormenor, ângulo normal 91 03.10.11 As esplanadas Um outro aspeto das Câmara 03.12.03 perto da hora do esplanadas da praça do Cubo fixa almoço na Ribeira do Porto Plano de pormenor, ângulo normal 92 03.12.04 Porco no Imagem do porco referido no Câmara 03.13.14 churrasco plano nº 87 fixa, grande plano ângulo normal 93 03.13.15 Hora de almoço Armazém do sal, um Câmara 03.14.13 um restaurante restaurante da ribeira do Porto fixa, da Ribeira do grande Porto, plano ângulo contra- picado 94 03.14.15 Hora de Grandes planos das esplanadas Câmara 03.15.17 almoço, da Ribeira fixa, Esplanadas da grande 95 03.15.18 Ribeira plano 03.16.27 ângulo normal 96 03.16.28 Mapa e Uma senhora traz na mão um Câmara 03.18.20 fotografia mapa e uma máquina fixa, fotográfica, com a qual vai grande tirando fotografias plano ângulo normal 97 03.18.21 Desportos Duas meninas, turistas, Câmara 03.19.21 fluviais sentadas no rebordo granítico fixa, do cais da Ribeira ficam ângulo olhando 3 atletas que deslizam picado pelo rio remando de pé em plano cima das suas pirogas de geral competição

CLXIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & sua Anotações gerais e plano code acústicos previsão sincrética itens de som 98 03.19.22 Turistas Um grupo de turistas de pé no Câmara 03.21.05 observando a muro do cais vão observando fixa, Ribeira do os barcos e a feira de ângulo Porto artesanato que se estende pela normal, rua acima pelo rio estão plano passando os barcos e do lado geral de Gaia também há movimento visível 99 03.22.06 Imagem de Vê-se neste plano o pratear das Câmara 03.26.25 pequenos águas à luz do sol do meio dia fixa, veleiros no Outono em Portugal, dois ângulo passando do veleiros deslizam placidamente normal, lado de Gaia ao longo da outra margem do plano rio, em contra luz, a cidade de geral Gaia perfila-se numa imagem sugerindo harmonia 100 03.26.27 Abordo o pintor Há já longos momentos de Câmara 03.29.11 pedindo-lhe olhares e pinceladas, que fixa autorização um pintor japonês está ângulo para gravar e instalado, sentado ao modo ligeirame filmar oriental rodeado dos seus nte apetrechos de pintura no picado, ensolarado muro do cais ao plano de fundo da rua capelinha do Ó. pormenor 101 03.29.12 O pintor anui e O movimento de descontração, Câmara 03.32.04 reinicia o desportivo e de entretenimento fixa trabalho que é grande ao longo de ambas as ângulo estava a fazer margens. ligeirame Os barcos Rabelos de turismo nte chegam e voltam a partir picado, cheios de turistas, e pequenas plano de multidões passam lentas e pormenor 102 03.32.05 Perto um grupo pendulares quase com a Câmara 03.32.24 de turistas olha regularidade das idas e vindas fixa, o rio os barcos relativas às atividade, dos angulo e a feira de a barcos e dos autocarros e das normal, feira de horas do dia plano artesanato geral 103 03.32.05 O pintor Câmara 03.35.13 levantando o fixa olhar observa a ângulo paisagem e ligeirame continua a nte pintura picado, plano de pormenor 104 03.35.14 Um barco Câmara 03.37.25 Rabelo de fixa turismo cheio ângulo de turistas, ligeirame prepara a nte manobra de picado, atracagem plano de pormenor 105 03.37.26 Visto do lado Câmara 03.40.20 do rio o pintor fixa pinta a sua tela ângulo ligeirame nte picado, plano de pormenor

CLXIV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & sua Anotações gerais e plano code acústicos previsão sincrética itens de som 106 03.40.21 O barco com Os restantes turistas ou os Câmara 03.43.03 turistas autóctones, quase nem vêm o fixa prossegue a pintor na sua atividade e este ângulo preparação da vai pintando e olhando como ligeirame manobra de se estivesse só naquele local. nte atracagem Abordei o pintor na única picado, linguagem que ambos plano de conhecíamos sofrivelmente, a pormenor 107 03.43.04 Dois homens linguagem internacional da Câmara a) 03.44.03 praticantes de gesticulação analógica… enfim fixa, ciclismo, pedi-lhe se me deixava gravar angulo devidamente e filmar tanto a ele como ao normal equipados seu trabalho, ele olhou a perche plano param ali perto armada de raycote depois a médio para observar o câmara e disse que sim com a rio e o seu cabeça de um modo muito movimento persuasivo após momentos de 107 03.44.04 Reflexos do filmagem pedi à sua esposa Câmara b) 03.45.22 barco rabelo solicitasse ao marido um fixa, parado no cais comentário sobre esta sua angulo pintura, minutos depois estava picado, a gravar o testemunho do plano pintor que falou em bom tom pormenor 108 03.45.23 Um barco de de voz e com gestos rasgados Câmara 03.47.27 competição de Neste início de tarde com cerca fixa cor verde desce de 25 graus de um glorioso dia ângulo rapidamente o sol de outono em Portugal, o ligeirame rio para o lado pintor japonês vai continuar nte da Foz com instalado na pedra do cais picado, uma tripulação sobranceiro ao rio, executando plano de 4 atletas a a sua pintura geral remar Permitindo que eu aproxime o 109 03.43.28 Dois turistas raycote o pintor exprime o seu Câmara 03.49.09 procuram a comentário na sua língua fixa bilheteira dos materna angulo barcos normal, plano geral 110 03.49.10 Um barco de Câmara 03.51.09 competição a fixa remos de 2 ho- ângulo mens altera o ligeirame ritmo do remo nte próximo do picado, local onde se plano de encontra o pormenor pintor japonês 112 03.51.10 Pintor fala para Câmara 03.54.04 o microfone fixa ângulo ligeirame nte picado, plano médio 1 13 03.54.05 Barco Duas meninas instaladas no Câmara 03.59.12 aproxima-se paredão granítico do cais, fixa para acostar observam um rabelo cheio de ângulo turistas que se prepara para picado, acostar plano geral 114 03.59.13 O Rabelo aproxima-se Câmara 04.04.06 rapidamente das plataformas fixa de acostagem com muita gente ângulo a bordo ligeira- Aproximação mente do rabelo picado, plano geral 115 04.04.07 O barco rabelo passa agora em Câmara a) 04.07.02 frente da câmara, fixa, ân- gulo no- rmal, PP

CLXV

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & sua Anotações gerais e plano code acústicos previsão sincrética itens de som 115 04.07.03 O pintor O pintor japonês utilizando os b) 04.09.04 continua pincéis, as bocas das bisnagas, cuidando da com os dedos vai executando a tela sua obra 116 04.09.05 Um ciclista Um ciclista equipado a rigor, Câmara 04.10.07 passa passa de bicicleta no que fixa, deverá ser possivelmente um angulo exercício habitual, em frente a normal um quiosque de venda de plano de bilhetes para os cruzeiros no pormenor rio Douro 117 04.10.08 O rio as Uma vista sobre uma das Câmara 04.07.18 plataformas os plataformas de acostagem fixa, atletas vazias, e uma fila de atletas de ângulo pé nas pirogas de competição normal remando rio abaixo em direção planos ao mar. gerais 118 04.17.19 O pintor O pintor japonês sempre Câmara 04.23.14 japonês no cais sentado ao modo oriental fixa, continua a sua obra angulo normal 119 04.23.15 Passeio nos Um grupo de turistas com Câmara 04.27.21 Segways Segways seguem o guia para fixa, um tour à cidade ângulo normal plano geral 120 04.23.22 Turista Uma turista binóculos de Câmara 04.35.24 observando e câmara fotográfica vai fixa, fotografando o observando e fotografando o plano de espaço em volta espaço em redor pormenor, ângulo normal 121 04.35.25 O pintor O pintor japonês no cais Câmara 04.39.26 japonês no cais continua cuidando a tela fixa, ângulo ligeirame nte picado, plano de pormenor 122 04.39.27 Um turista Um turista com uma máquina Câmara 04.42.05 fotografa barcos fotográfica, vai fotografando os fixa, no Douro motivos no douro, agora ângulo fotografa um pequeno barco ligeirame veleiro de competição que sobe nte o rio ao longo da margem picado, harmoniosa do lado da cidade plano de Gaia médio 123 04.42.06 Pormenor de Pormenor de um torso que se Câmara 04.43.10 um torso recorta contra o rio, uma fixa, plataforma de acostagem e ângulo mais ao longe contra o perfil da ligeirame área ribeirinha da cidade de nte Gaia picado, plano médio 124 04.43.11 Grupos de Tendo como fundo duas das Câmara 04.44.21 turistas esperam seis pontes do Douro junto ao fixa provavelmente Porto, Infante e Luiz I, e por angulo um barco detrás de uma feira ocasional ligeirame de artesanato, grupos de nte turistas, sentados nas pedras do contra- cais ou em pé apanhando sol, picado, esperam muito provavelmente plano um barco rabelo para o geral cruzeiro das seis pontes.

CLXVI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & sua Anotações gerais e plano code acústicos previsão sincrética itens de som 125 04.44.22 Movimento no Tendo no primeiro plano da Câmara 04.55.01 Douro fotografia parte final de um fixa, corrimão de ferro forjado, ângulo alguns atletas remam de pé em normal, e pirogas de competição, um planos veleiro acompanha-os, cruzam- gerais se e com um barco rabelo de turismo que avança em sentido contrário. Ao fundo os hotéis Holliday In e o Yetman bem como as caves Sandeman destacam-se com a rua ribeirinha, no lado de Vila Nova de Gaia, e depois muitas casas residenciais dissimuladas na paisagem ordenada de Gaia. 126 04.55.02 Turistas Turistas deambulam na tarde Câmara 04.57.15 deambulam quente descontraídos, na praça fixa, principal da Ribeira ângulo normal, plano geral 127 04.57.16 O rio e o cais de Um casal jovem de turistas Câmara 05.02.10 Gaia descontraídos e quase despidos fixa, sentados nas pedras do cais ângulo contemplando o rio os atletas normal, que passam remando de pé nas plano pranchas flutuantes, um rabelo geral de turismo acostado esperando clientes e o lado de Gaia que mostra ao sol um dos seus cais 128 05.02.11 A câmara mostra partindo da Ligeiro 05.14.24 pedra do cais até às plata- travelling Desembarque formas de acostagem um frontal, de turistas desembarque de turistas que plano de regressam de um dos cruzeiros pormenor 129 05.14.25 das seis pontes. Sobem a rampa Câmara 05.19.24 de acesso e caminham pelo fixa, cais angulo normal, plano de pormenor 130 05.19.25 Pormenor de Um moinho de vento azul gira Câmara 05.21.05 loja coma brisa da tarde, pormenor fixa, de um objeto de venda na ângulo esplanada exterior de uma loja normal da rua principal da Ribeira plano de pormenor 131 05.21.06 Memoriais Turistas leem uma placa de Câmara 05.23.19 históricos da informação histórica da cidade, fixa, Ponte das ao lado do memorial ao ângulo Barcas desastre da ponte das barcas normal, plano geral 132 05.23.20 Contra luz no Contra luz sobre o douro, um Câmara 05.26.18 Douro pequeno barco de pesca desce fixa, o rio frente a uma plataforma ângulo de acostagem de rabelos ligeira- mente contrapica do, plano geral 133 05.26.19 Turistas Dois turistas ainda jovens, Câmara 05.28.12 fotografando numa plataforma do cais, fixa, recortados contra o prateado ângulo das águas do rio, tiram ligeira- fotografias mente picado, plano de pormenor

CLXVII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & sua Anotações gerais e plano code acústicos previsão sincrética itens de som 134 05.28.13 Memorial ao Grande plano da placa Câmara 05.30.16 desastre da comemorativa do desastre da fixa, ponte das ponte das barcas ângulo barcas levemente contra- picado, grande plano 135 05.30.17 Pormenor da Moinho de vento azul rodando Câmara 05.31.19 rua com o vento contra o plano fixa, elevado das casas que estão por ângulo detrás na rua do muro contra- picado, plano de pormenor 136 05.31.20 Uma viela A risca de céu azul de uma Câmara 05.32.14 viela da ribeira fixa ângulo contrapica do, plano de pormenor 137 05.32.15 Elevador da O topo do elevador que sobe da Câmara 05.33.09 Ribeira Ribeira ao bairro da Sé fixa ângulo contrapica do, plano de pormenor 138 05.33.10 Início do Estrutura da entrada para o Câmara 05.34.01 tabuleiro início do tabuleiro inferior da fixa inferior da ponte Luiz I ângulo ponte Luiz I contrapica do, plano de pormenor 139 05.34.11 Ponte pênsil e Escadas de acesso ao que resta Câmara 05.35.04 Luiz I da antiga ponte pênsil, fixa estrutura da parte inicial do ângulo lado do porto da ponte Luiz I e contrapica os reflexos de um vidro que do, plano delimita um café que se de encaixa numa dessas estruturas pormenor 140 05.35.05 Ponte Luiz I Estruturas de aço da ponte Luiz Câmara 05.36.10 I do lado do Porto fixa ângulo contrapica do, plano de pormenor 141 05.38.11 Tabuleiro Vista do tabuleiro inferior da Idem 05.40.18 inferior da ponte Luiz I vendo-se ao fundo ponte Luiz I o convento da Serra do Pilar em Vila Nova de Gaia 142 05.40.19 Aspeto do A câmara mostra o aspeto de Câmara 05.41.19 entrelaçado de pormenor da disposição dos fixa ferro da vigamentos de aço que ângulo estrutura da constituem a estrutura da ponte contrapica ponte Luiz I Luiz I do, plano de pormenor 143 05.41.20 Peões Peões avançam no passeio do Câmara 05.42.29 caminhando no tabuleiro superior da ponte fixa passeio da Luiz I, pela cor azul esmaecida ângulo ponte do céu e pela iluminação contrapica incidente no verso do tabuleiro do, plano superior a imagem revela que o de por do sol já não vem longe pormenor

CLXVIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & sua Anotações gerais e plano code acústicos previsão sincrética itens de som 144 05.42.30 Anoitece no Pessoas caminham no tabuleiro Câmara 05.45.09 Douro superior reservado apenas para fixa, o trafego de comboios do angulo Metro e para peões e bicicletas. normal Os candeeiros botões de luz na num ponte estão já acesos plano baixo paralelo ao solo, plano de pormenor 145 05.45.10 Imagem da Plano geral da ribeira do Porto Câmara 05.46.24 Ribeira do ao anoitecer fixa, Porto ao ângulo anoitecer contra- picado Plano geral 146 05.46.25 Imagem da Imagem de pormenor da Câmara 05.49.11 Ribeira do Ribeira do Porto que com o fixa, Porto ao anoitecer se vai esvaziando de ângulo anoitecer multidões contra- icado Plano pormenor 147 05.49.12 Anoitece na Do alto da ponte Luiz I tomada Câmara 05.51.27 Ponte Luiz I de vistas sobre do Douro, com em a cidade do Porto de um lado e travelling a de Gaia do outro, o sol a com esconder-se no último plano da ângulo fotografia, alguns peões picado e passam entre a câmara e um plano botão de luz no chão do geral tabuleiro da ponte 148 05.51.28 Noite na ponte Todos os botões de luz da Câmara 05.50.00 ponte acenderam dois peões fixa, passam junto à câmara ângulo levemente picado com um ângulo baixo paralelo ao solo, Plano 149 05.54.01 Imagens Em plena noite a câmara capta Câmara 05.58.20 noturnas do rio aspetos parciais das ribeiras da fixa, Douro cidade do Porto e da cidade de ângulo Gaia contra- picado Plano geral 150 05.58.21 Montra de Na rua perto do palácio da Câmara 06.01.10 restaurante à bolsa a câmara mostra um fixa, noite aspeto de um restaurante ângulo antigo, património da cidade normal Plano geral 151 06.01.11 Rua do Infante Um grupo de turistas desce a Câmara 06.02.18 rua o Infante em direção à fixa, noite da Ribeira ângulo contra- picado Plano geral 152 06.01.19 Câmara 06.04.24 fixa, ângulo contra- picado Plano médio

CLXIX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & sua Anotações gerais e plano code acústicos previsão sincrética itens de som 153 06.04.25 Turista dentro Turista dentro de uma loja de Câmara 06.06.16 de uma loja de artesanato e souvenirs, fixa, artesanato e observando uma coleção de ângulo souvenirs postais ilustrados normal, plano de pormenor 154 06.06.17 Hora de jantar Muita gente a esta hora se Câmara 06.08.00 instala nas esplanadas para fixa, jantar ângulo normal, plano de pormenor 155 06.08.01 Deambulando Grupos de pessoas deambulam Câmara 06.09.14 pelas ruelas da pelas esplanadas da ribeira fixa, Ribeira à hora apinhadas de gente a jantar, ângulo de jantar procurando o restaurante e o normal menu que mais lhes agradar plano de geral 156 06.09.15 Luz no guarda Aspeto dos guardas sois à Plano 06.10.18 sois à noite noite, iluminados pela picado iluminação pública, em frente à câmara esplanada os feirantes guardam fixa plano a mercadoria pormenor 157 06.10.19 Reflexos da Aspeto noturno do rio junto à Ângulo 06.11.28 ponte à noite ponte Luiz I, a profusão de normal, reflexos plano geral câmara fixa 158 06.11.29 Turista aguarda Sentada numa amarra de Câmara 06.13.08 alguém barcos, uma menina solitária fixa, aguarda alguém, é noite angulo fechada a feira esta quase normal, desfeita plano pormenor

159 06.13.09 A noite daquele Uma quantidade profusa de Câmara 06.18.23 dia no rio reflexos provocados pelas fixa Douro luzes das margens que Ângulo repercutem o rio e os seus levemente objetos picado plano geral 160 06.18.24 Músico de rua Quase já passada a hora de Idem 06.22.13 jantar, um músico de rua brasileiro canta, algumas canções de cantores brasileiros muito conhecidos

161 06.22.14 Turistas jovens Um grupo de turistas jovens Câmara 06.24.06 à noite está por ali ouvindo a música fixa, dos músicos de rua e angulo incorporando-se na animação normal, geral do lugar plano americano 162 06.24.07 Cruzeiro Um barco hotel com turistas a Plano 06.34.06 noturno bordo avança pelo rio para um geral, cruzeiro noturno com câmara animação e turistas fixa, angulo normal 163 06.34.07 Turistas na Um grupo de turistas fica de pé Câmara 06.36.00 ribeira no cais, conversando e olhando fixa, os barcos que de noite no rio ângulo Douro normal, plano pormenor 164 06.36.01 O músico de O músico de rua brasileiro Câmara 06.37.14 rua brasileiro continua, de modos muito fixa, afetados e pose de grande ângulo interpretação, cantando e normal, tocando para os transeuntes e plano gente nas esplanadas pormenor

CLXX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time code Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & sua Anotações gerais e plano acústicos previsão sincrética itens de som 165 06.37.15 Banca de feira Aqui e ali uma banca de feira Câmara 06.42.26 de souvenirs continua ainda a vender fixa, lembranças aos turistas ângulo normal, plano pormenor 166 06.42.27 Dois músicos Dois músicos de rua com um Câmara 06.46.04 de rua com um acordeão e percussão tocam fixa, acordeão e músicas populares conhecidas ângulo percussão apoiados ainda por um normal, tocam pequeno amplificador plano sintetizador pormenor 167 06.46.05 Hora de jantar À hora de jantar dois jovens Câmara 06.50.15 em frente a uma esplanada fixa, onde alguns turistas jantam, ângulo sentam-se num banco público, normal, olhando o rio plano pormenor 168 06.50.16 A feira continua Turistas passam por entre Câmara 06.54.29 a desfazer-se feirantes que desfazem as suas fixa, bancas de venda ângulo normal, plano pormenor 169 06.54.30 Jantando Uma pequena esplanada de um Câmara 06.56.16 restaurante na rua do muro fixa, com um grupo musical, vai ângulo servindo os clientes ao som da normal, música plano pormenor 170 06.56.17 Arrumando a Um casal de feirantes arruma a Câmara 06.57.10 banca sua banca de vendas, desta fixa, feira ocasional na Ribeira do ângulo Porto normal, plano pormenor 171 06.57.11 Arrumando as Outros feirantes um pouco Câmara 06.59.23 bancas mais abaixo arrumam também fixa, as mercadorias para regressar ângulo normal, plano pormenor 172 06.59.24 A esplanada ao Local da feira já vazio, alguns Câmara 07.01.00 fim da noite turistas nas esplanadas fixa, gozando a aragem da noite ângulo normal, plano geral 173 07.01.01 Turistas Numa explanada da rua do Câmara 07.02.00 acabando de Muro, alguns turistas acabando fixa, jantar de jantar ângulo normal, plano pormenor 174 07.02.01 A noite vai A noite vai avançando na Câmara 07.03.17 avançando na ribeira vê-se o rio e o local da fixa, ribeira feira onde de manhã se iam ângulo erguendo as barracas dos normal, feirantes, algumas esplanadas plano da rua principal estão já geral desfeitas e com as cadeiras empilhadas o rio cheio de reflexos de luz e a tonalidade da Ribeira compõem um local animado de grande beleza urbana e romântico 175 07.03.18 Arrumando as Os comerciantes locais iniciam Câmara 07.06.00 esplanadas e o arrumo das esplanadas e a fixa, recolhendo os recolha dos mobiliários e ângulo mobiliários outros materiais de rua normal, resguardando-os para passar a plano noite até ao dia seguinte geral

CLXXI

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Nº do Time Imagem Espaço e ação Câmara Campos Sons e sonoridades & sua Anotações gerais e plano code acústicos previsão sincrética itens de som 176 07.06.01 A recolha Em outros locais onde ainda Câmara 07.08.07 passam turistas que gostam da fixa, noite, feirantes arrumam ainda ângulo as tendas normal, plano pormenor 177 07.08.08 A noite avança O espaço vai ficando cada vez Câmara 07.10.11 na ribeira com menos gente e menos fixa, atividade, aspeto parcial da rua ângulo principal da Ribeira do Porto normal, plano geral 178 07.10.12 Telefonar Sentada num banco público Câmara 07.11.19 uma senhora telefona a alguém fixa, ângulo normal, plano pormenor 179 07.11.20 Abandonando o Um casal com as mercadorias Câmara 07.15.26 local de num carrinho de mão fixa, negócio preparam-se para abandonar o ângulo recinto da feira normal, plano pormenor 180 07.15.27 Vista do rio O rio cheio de reflexos e Câmara 07.17.16 para o lado da serenidade apresenta um aspeto fixa, foz a horas tranquilo sem movimento com ângulo mortas as luzes das caves ao longo do normal, rio acesas plano geral 181 07.17.17 Acabam de Um casal com as mercadorias Câmara 07.20.10 passar com o num carrinho de mão fixa, carrinho de mão preparam-se para abandonar o ângulo recinto da feira normal, plano pormenor 182 07.20.11 Quadros e Este vendedor chagado já Câmara 07.23.06 telefonema depois da feira ter acabado, fixa, utiliza o banco público como ângulo bancada para vender os seus normal, quadros, ao fundo uma jovem plano fala com alguém ao telefone. pormenor

183 07.23.07 Outros feirantes Este vendedor de bijutaria, tal Câmara 07.25.05 como o vendedor de quadros fixa, instalaram as suas vendas já ângulo depois da feira ocasional de picado, artesanato ter acabado, contudo plano vão tendo alguns clientes por pormenor entre os notívagos que gostaram da noite na ribeira 184 07.25.06 Noite no cais No primeiro plano da 07.29.21 fotografia, barcos rabelos de Câmara turismo no lado do Porto, fixa, repousam encostados às ângulo plataformas de ancoragem, no normal, plano seguinte uma mancha de plano reflexos na água do lado de geral Gaia e a ponte de Luiz I iluminada com as luzes públicas, ao fundo iluminada também, a ponte rodoviária do Infante

185 07.29.22 Plano longo do Longo plano sequência do rio Câmara rio Douro Douro inundado de reflexos de fixa, inundado de luz, dando uma ideia de ângulo reflexos de luz descanso e tranquilidade picado, plano pormenor

CLXXII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Fig. 17 Barco Rabelo de cruzeiros do Douro

Nota final, para referir apenas alguns fatores, da indústria turística ligadas às Ribeiras do Porto Gaia, os mais visíveis e que emprestam colorido som e movimento às duas zonas ribeirinhas.

Os barcos dos cruzeiros no Douro Os barcos de cruzeiro de arredores como o das 6 pontes, Os navios hotel Fig.18 Os passeios de helicóptero Navio Hotel do Douro

Depois os aviões, ascensores, teleférico de Gaia etc. os hotéis de diversas tipologias, as caves do vinho do Porto, os museus, E os muitos bares e restaurantes…. Compõem a atmosfera de receção aos nossos visitantes, e também a dos autóctones, que trabalham e são garantes do funcionamento de todas estas estruturas. Fig. 19 Elétrico histórico http://www.visitporto.travel

[Consultado em 4 de novembro de 2013]

Fig. 20 Helicóptero de excursões no Douro

F I M

Fig. 21 Combóio Alfa Pendular

Fig.22 Metropolitano de superfície do Porto

Fig.23 Avião de passageiros

Fig. 24 Teleférico de Gaia sobre o Douro

CLXXIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

ANEXO IV APRESENTAÇÃO SUMÁRIA DOS FILMES EM ANEXO NA TESE

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

APRESENTAÇÃO SUMÁRIA DOS FILMES EM ANEXO NA TESE

Filme 1 AYLLU

O filme dá conta da identidade dos músicos, dos seus sonhos, da origem dos seus skills musicais, o que acham das suas encenações e também um pouco dos seus pensamentos sobre os temas urbanos que observam do dia a dia. A rodagem foi iniciada em setembro de 2009, no início da primeira temática de estudos, que pretendíamos desenvolver, “músicos e músicas migrantes nas sonoridades da cidade do Porto”. Fazemos constar este filme nos anexos, pois foi através da sua realização e sobretudo das gravações sonoras implicadas que nos apercebemos, de facto, da complexidade sonora que imperava nas ruas da cidade. É um documento que, de um modo algo tacteante, pretende realizar uma etnografia dos músicos de rua, dando especial relevância às sonoridades que pretendíamos gravar. Foi na rodagem deste filme que nos começamos a aperceber do que era e como funcionava a convenção digital, a observação etnoacústica e a sonoridade de búzio que a cidade mantinha.

Produção| CARLOS MIGUEL RODRIGUES Realização| CARLOS MIGUEL RODRIGUES Imagem| MARIA FÁTIMA NUNES Som | captação edição e montagem| CARLOS MIGUEL RODRIGUES com| EFRAIN HENRIQUEZ, FABIAN ALBARAN, OSCAR LEMA Género | DOCUMENTÁRIO ETNOGRÁFICO, CURTA-METRAGEM Duração | 22' 11'' Ano | 2009

CLXXVII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme 2 AGUDA…O MAR AFASTA-SE…

A curta-metragem evidencia o problema do pequeno porto de pesca da Aguda e de algumas das razões que assistem aos pescadores na sua reivindicação. Acabado de rodar no mês de outubro de 2011, comparamo-lo com a viagem de Geertz à ilha de Bali. Geertz ia estudar questões ligadas à religião e acabou por fazer um estudo sobre a luta de galos. Na verdade, a nossa presença na aldeia piscatória da Aguda tinha a intenção inicial de realizar uma etnografia com as canções do mar, que as mulheres dos pescadores cantavam, na rua, enquanto uma peixaria ia sendo construída. Porém, os pescadores conseguiram, sem termos que abandonar totalmente o nosso propósito inicial, que nos dedicássemos aos problemas da acumulação de areias ao espaço de praia destinado ao embarque e ao desembarque da faina, assoreamento que, no entender deles, era devido à construção desastrada de um molhe de proteção erguido, ali, na praia da Aguda. O filme foi apresentado no II Encontro Anual da AIM na qualidade de o real como cinema, e também como o início de uma nova atitude etnográfica aplicada, a que chamamos de cooperação metódica.

Produção| CARLOS MIGUEL RODRIGUES Realização| CARLOS MIGUEL RODRIGUES Imagem| MARIA FÁTIMA NUNES Som | captação edição e montagem| CARLOS MIGUEL RODRIGUES com| pescadores da Aguda, em especial JOAQUIM CANHOLA e JOAQUIM QUINITA | vendedeiras de peixe, em especial D. MANUELA, D. GLÓRIA, TI AURORA Género | DOCUMENTÁRIO ETNOGRÁFICO, CURTA-METRAGEM Duração | 09’53’’ Ano | 2011

CLXXVIII

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

Filme 3 CÂMARA DO OUVIR CÂMARA DO OLHAR

O filme Câmara do olhar Câmara do ouvir é uma tentativa da Antropologia Visual e no âmbito da Antropologia Sonora para construir um documento audiovisual em que se sonorizam as vozes diegéticas não diegéticas, fora de campo ou não, que se encontravam condenadas a não se ouvir, pois nessa época as gravações sonoras eram praticamente impossíveis. O esforço mais evidente, na sonorização deste resumo fílmico foi, sem dúvida, o da experimentação formal do método de Observação Etnoacústica dos Lugares na modalidade de memória, socorrendo-nos de sons de arquivo, análises de outros filmes, consulta de grupos etnológicos, de monografias do Porto, jornais da época, revistas, etc. Foi esse material resultante da investigação que nos possibilitou sonorizar este resumo do filme Douro, Faina Fluvial de Manoel de Oliveira. Os sons dos motores a vapor que se ouvem no filme, por exemplo, são gravações de máquinas idênticas presentes, ainda, hoje, em museus da Austrália ou da América. Alguns pregões são de hoje, de pregoeiras ainda resistentes, ou de grupos etnográficos, como o do Museu do Carro Elétrico do Porto.

Produção| CARLOS MIGUEL RODRIGUES Realização| CARLOS MIGUEL RODRIGUES Imagem| Extraídas do filme Douro faina fluvial de 1930 de Manoel de Oliveira para constituir um resumo Som | Observação Etnoacústica, trabalho sonoplástico, edição e montagem | CARLOS MIGUEL RODRIGUES Género | DOCUMENTÁRIO ETNOSONOGRÁFICO, CURTA-METRAGEM Duração | 08’40’’ Ano | 2013

CLXXIX

A CIDADE DOS SÍFRAGOS Tentativa de reescrita da sinfonia 4 33 de John Cage

FILME 4 CIDADE AQUI E ALÉM

O ponto geográfico do filme Cidade aqui e além, rodado por nós em 2014, é rigorosamente o mesmo do seu referente Douro Faina Fluvial rodado em 1930 por Manoel de Oliveira. Oito décadas e meia desenham as diferenças que indelevelmente alteraram as imagens nos cenários que o olhar das câmaras foi percorrendo. As cenas, no documentário, evidenciam o efeito do passar dos anos, a evolução, o desenvolvimento, as

transformações, as culturas, as tecnologias, as pessoas… Sendo um documentário de vocação etnosonográfica ambiental, o espetador dificilmente esquecerá que a realização se esforça por deixar ouvir os sons gerados na atmosfera urbana. A música do filme pretende representar a fruição humana que o ambiente propicia, dentro de um país em profunda crise económica. Vinte e quatro horas na vida das áreas Ribeirinhas de Gaia e do Porto, o mesmo tempo de duração que o filme, Douro Faina Fluvial também tinha. Este ensaio fílmico é pois um estudo que se destinava à realização de um outro mais circunstanciado e com uma escrita fílmica mais cuidada, uma média metragem, com o mesmo título, documentando os mesmos objetos. Porém, circunstancialismos de agenda da vida académica na universidade, sujeita ela também, a constrições de ordem administrativa, não tornou possível finalizar a sua realização. Este filme faz o aproveitamento, sem depuração editorial de sons diegéticos, ainda que tenham que ser apresentados sob forma de fatalismos acústicos, da Convenção Digital de ambos os processos: o eletrónico e o da observação etnoacústica, ou seja, o som que se apresenta é exatamente o som do terreno, ressalvando o efeito das convenções indicadas.

Produção| CARLOS MIGUEL RODRIGUES Realização| CARLOS MIGUEL RODRIGUES Imagem| MARIA FÁTIMA NUNES Som | Observação Etnoacústica, trabalho sonoplástico, edição e montagem | CARLOS MIGUEL RODRIGUES Género | DOCUMENTÁRIO ETNOSONOGRÁFICO, CURTA-METRAGEM Duração | 07’37’’ Ano | 2013

CLXXX