Juliana Paneczko Jurgilas Morfologia De Estruturas Cuticulares Tarsais Em Aranhas Mygalomorphae

Juliana Paneczko Jurgilas Morfologia De Estruturas Cuticulares Tarsais Em Aranhas Mygalomorphae

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS - RIO CLARO CIÊNCIAS BIOLÓGICAS JULIANA PANECZKO JURGILAS MORFOLOGIA DE ESTRUTURAS CUTICULARES TARSAIS EM ARANHAS MYGALOMORPHAE Rio Claro 2016 JULIANA PANECZKO JURGILAS MORFOLOGIA DE ESTRUTURAS CUTICULARES TARSAIS EM ARANHAS MYGALOMORPHAE Orientador: Prof. Dr. José Paulo Leite Guadanucci Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Câmpus de Rio Claro, para obtenção do grau de Bacharela e Licenciada em Ciências Biológicas. Rio Claro 2016 595.44 Jurgilas, Juliana Paneczko J95m Morfologia de estruturas cuticulares tarsais em aranhas Mygalomorphae / Juliana Paneczko Jurgilas. - Rio Claro, 2016 96 f. : il., figs., quadros Trabalho de conclusão de curso (licenciatura e bacharelado - Ciências biológicas) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro Orientador: José Paulo Leite Guadanucci 1. Aracnídeo. 2. Aranae. 3. Tarso. 4. Cerdas. I. Título. Ficha Catalográfica elaborada pela STATI - Biblioteca da UNESP Campus de Rio Claro/SP Agradecimentos Agradeço aos meus pais, Cláudia e Paulo, por insistirem que eu "apenas" visitasse o Campus de Rio Claro antes de recusar a vaga, por me apoiarem nessa escolha abrupta de mudança de cidade e em todas as demais escolhas que fiz no decorrer desses cinco anos; ao meu namorado, Matheus Armelin Nogueira, por toda paciência (amor), almoços feitos e louças lavadas durante as minhas semanas críticas, sendo sempre companheiro e minha fonte de tranquilidade e de risadas; a minha amiga Fernanda Martins, por me ensinar a lidar com o Photoshop, e, não feliz, depois ainda facilitar meu trabalho com seus atalhos de teclado mágicos; à Yopa (porque ela pediu), e a todas as minhas demais amigas: Déa, M', Giu e Nat, pelo companheirismo e pelas boas risadas, noites de estudo, desesperos e "hashtags" compartilhadas. Muito obrigada! Agradeço também ao meu orientador, José Paulo Leite Guadanucci, por ter me dado a oportunidade de trabalhar com essas incríveis (e adoráveis) criaturas, que são as aranhas, e confiado a mim a realização desta parte de seu projeto; a Monika Iamonte, técnica do Laboratório de Microscopia Eletrônica, por sempre fazer o possível e o impossível para me ajudar com o MEV; às instituições (e suas respectivas coleções) que cederam materiais para a realização deste trabalho, bem como os pesquisadores colaboradores Rafael Prezzi Indicatti e Laura Tavares Miglio, que colaboraram com o envio de algumas imagens de MEV. Finalmente, agradeço ao CNPq e à PROPe pelo financiamento deste estudo, ao Laboratório de Microscopia Eletrônica do Instituto de Biociências da UNESP, Rio Claro; e a todos que, mesmo não citados, contribuíram direta ou indiretamente para o desenvolvimento deste projeto. RESUMO Devido à uniformidade das espécies de Mygalomorphae, às poucas características confiáveis e comparáveis que possam ser utilizadas na criação de uma filogenia para o grupo, entre outros fatores, ainda não foi criada uma classificação estável para a infraordem. Atualmente, uma série de estruturas cuticulares tem sido utilizada como caráter em várias propostas filogenéticas, como tricobótrios, cerdas estridulatórias, espinhos tarsais, tufos subungueais e escópula. O tarso, por apresentar uma gama variada de estruturas cuticulares, como estruturas sensoriais, cerdas adesivas, e diversos tipos de cerdas de cobertura, além de estruturas cujas funções permanecem desconhecidas, foi escolhido como objeto de estudo. Assim, este trabalho tem como finalidade a catalogação e descrição de toda diversidade de estruturas cuticulares tarsais típicas da infraordem Mygalomorphae. Para isso, foram elaboradas e analisadas imagens de microscopia eletrônica de varredura de representantes das 16 famílias da infraordem, organizadas em pranchas para cada espécie. Foram identificados oito tipos distintos de estruturas nos tarsos dos representantes estudados, sendo elas: cerdas sensoriais, cerdas estriadas, cerdas adesivas da escópula, cerdas lisas da escópula, cerdas adesivas do tufo subungueal, ápice tarsal, espigas, cerdas de base curva, além dos tricobótrios clavados e filiformes. Estes dados contribuirão para um posterior estabelecimento de novos caracteres morfológicos, uma vez que estes, até o momento, foram descritos isoladamente para apenas algumas espécies de aranhas. Palavras chave: Mygalomorphae. Morfologia. Tarso. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 5 2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 7 3 METODOLOGIA ......................................................................................................... 8 3.1 Materiais ........................................................................................................................ 8 3.2 Preparação do material ................................................................................................ 9 3.3 Microscopia ................................................................................................................... 9 3.4 Organização dos resultados ......................................................................................... 9 4 RESULTADOS ........................................................................................................... 11 5 DISCUSSÃO ............................................................................................................... 16 6 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 19 7 APÊNDICE - Pranchas .............................................................................................. 21 5 1 INTRODUÇÃO As aranhas compreendem um grupo de animais abundantes, e de alta diversidade, sendo a ordem Araneae o segundo grupo mais diverso entre os aracnídeos (CODDINGTON, 2005); com mais de 45 mil espécies descritas (WORLD SPIDER CATALOG, 2015). De acordo com Platnick & Gertsch (1976), elas estão divididas em 3 infraordens: Liphistiomorphae, da subordem Mesothelae; e os grupos irmãos Mygalomorphae e Araneomorphae, ambos da subordem Opistothelae. As Araneomorphae representam a infraordem mais diversa, com 93% das espécies descritas, enquanto que as Mygalomorphae representam 6% da diversidade, e as Liphistiomorphae, apenas 1% (PLATNICK, 2014). As Mesothelae representam o grupo com as características mais primitivas por possuírem um abdômen segmentado, e quatro pares de fiandeiras localizadas ventralmente, entre outras características (FOELIX,1996). As representantes da infraordem Mygalomorphae, também chamadas de caranguejeiras (BATES, 1962; BERTANI, 2001), costumam ser animais grandes, hirsutos, possuidores de grandes quelíceras, sendo relativamente sedentários, vivendo em tocas de onde raramente saem, dependendo minimamente da seda para a captura de suas presas (CODDINGTON, 2005). Elas possuem uma série de características consideradas primitivas (plesiomórficas) como a presença de dois pares de pulmões foliáceos (HEDIN & BOND, 2006), e quelíceras paraxiais (RAVEN, 1985), assemelhando-se mais às Mesothelae, do que às Araneomorphae (CODDINGTON, 2005). Em seu trabalho, Raven (1985) reconhece 15 famílias, no entanto, recentemente o trabalho de Bond et al. (2012) reconheceu uma 16ª família: Euctenizidae. No que se refere à filogenia e à classificação supragenérica, as Mygalomorphae tem recebido pouca atenção (BOND et al., 2012). O tema é abordado a partir de 3 trabalhos principais: Raven, 1985; Goloboff, 1993 e Bond et al., 2012; sendo que todos são unânimes em dizer que ainda não foi criada uma classificação estável para a infraordem (BOND et al., 2012). Dentre outros fatores, isto se deve à uniformidade morfológica das espécies, e às poucas características confiáveis e comparáveis que possam ser utilizadas na criação de uma filogenia para o grupo (CODDINGTON, 2005). As Mygalomorphae são consideradas um grupo monofilético por uma série de características, como: redução ou ausência das fiandeiras médias anteriores, redução ou ausência das fiandeiras laterais, presença de sigilas esternais, 6 êmbolo fundido com o tegulum, e a pseudo-segmentação do segmento basal das fiandeiras laterais posteriores (RAVEN, 1985). Muitas aranhas caçadoras possuem um tufo denso de cerdas, denominada escópula, logo abaixo das garras. Esta estrutura, em alguns indivíduos, e principalmente nas Mygalomorphae, pode cobrir toda a região ventral do tarsos e metatarsos (FOELIX, 1996). Wolff & Gorb (2012) afirmam que a morfologia específica das cerdas da escópula evoluiu em contextos diferentes, sobre a influência do tamanho corporal e das adaptações aos diferentes nichos ecológicos, e que, dependendo das demandas ecológicas, etológicas, e de sua origem filogenética, ela pode ser altamente diversa nas várias espécies de aranhas. Atualmente, a escópula tem sido utilizada como caráter em várias propostas filogenéticas, assim como várias outras estruturas cuticulares como tricobótrios, cerdas estridulatórias, espinhos tarsais e tufos subungueais (vide GOLOBOFF, 1993; RAVEN, 1985). Recentemente, foi demonstrado que outras estruturas cuticulares apresentam grande variação e podem ser informativas para a filogenia do grupo (GUADANUCCI, 2012; BERTANI & GUADANUCCI, 2013). A partir dessas informações, podemos inferir que as estruturas cuticulares são filogeneticamente informativas.

View Full Text

Details

  • File Type
    pdf
  • Upload Time
    -
  • Content Languages
    English
  • Upload User
    Anonymous/Not logged-in
  • File Pages
    98 Page
  • File Size
    -

Download

Channel Download Status
Express Download Enable

Copyright

We respect the copyrights and intellectual property rights of all users. All uploaded documents are either original works of the uploader or authorized works of the rightful owners.

  • Not to be reproduced or distributed without explicit permission.
  • Not used for commercial purposes outside of approved use cases.
  • Not used to infringe on the rights of the original creators.
  • If you believe any content infringes your copyright, please contact us immediately.

Support

For help with questions, suggestions, or problems, please contact us