www.edicoesafrontamento.pt ANDREIA AREZES em Portugal: em Tardia Antiguidade na mundoO funerário Licenciada em História, variante de Arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) em 2002. Mestre em Arqueologia pela mesma instituição (2010), com dissertação intitulada Elementos de Adorno Altimediévicos em Portugal (séculos V a VIII), obra distinguida com o 2.º prémio de «História Medieval de Galiza e Portugal 2010» e publicada na Serie Trivium da Editorial Toxosoutos (Noia, A Coruña). Em 2010, obteve uma bolsa de Doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia, que lhe proporcionou as condições necessárias para preparar a dissertação agora dada à estampa as necrópoles dos séculos V a VIII V a dos séculos as necrópoles sob a forma de livro. A tese, inicialmente designada Ocupação «Germânica» na Alta Idade Média em Portugal: as necrópoles dos séculos V a VIII, foi igualmente desenvolvida na Faculdade de Letras e defendida em provas públicas em Abril de 2015. Autora de vários artigos publicados em Actas de Congressos e em revistas científicas, assim como de capítulos integrados em obras colectivas, é atualmente Professora Auxiliar da FLUP e, desde Julho de 2015, Investigadora do CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória» COLECÇÃO «TESES UNIVERSITÁRIAS», N.º 9 (unidade de I&D 4059 da FCT). PRÉMIO CITCEM / AFRONTAMENTO 2016 Este trabalho centra-se numa das vertentes do mundo O MUNDO FUNERÁRIO funerário cristalizado no período que medeia entre os inícios do século V e os do VIII, no espaço amplo que corresponde ao NA ANTIGUIDADE TARDIA território atualmente definido como português. Concretamente, analisa as áreas de enterramento onde se O MUNDO FUNERÁRIO O MUNDO FUNERÁRIO revelou possível identificar vestígios materiais correlacionáveis NA ANTIGUIDADE TARDIA NA ANTIGUIDADE TARDIA com a presença «germânica», daí o esforço de inventariação de EM PORTUGAL: EM PORTUGAL: EM PORTUGAL: todos os sítios que, à luz dos dados atualmente disponíveis, se AS NECRÓPOLES DOS SÉCULOS V A VIII AS NECRÓPOLES DOS SÉCULOS V A VIII enquadram nos parâmetros definidos como válidos para AS NECRÓPOLES DOS SÉCULOS V A VIII assumir a diferenciação face a outros espaços de morte: aqueles que, sem fazer eco das transformações introduzidas a partir do século V, continuaram a perpetuar os modelos herdados do ANDREIA AREZES ANDREIA AREZES ANDREIA AREZES Baixo Império, num quadro plenamente «hispano-romano». Este é o ponto de partida para a reflexão em torno das ANDREIA AREZES problemáticas que marcam o período e tema abordados. O percurso trilhado passa pela reavaliação dos «velhos» paradigmas e pela confrontação com os renovados pressupostos entretanto trazidos à colação, pelo diálogo entre os contributos da arqueologia e as informações colhidas nas escassas fontes coevas, pela discussão a respeito dos fatores de etnicidade e do papel imputado às «migrações germânicas». Em paralelo, e pelo facto de a «fonte» privilegiada deste trabalho radicar em áreas funerárias e nos artefactos nelas recolhidos, procura-se «traduzir» os moldes em que funcionava o quadro mental e religioso subjacente, questionar os «fragmentos» de realidade recuperados e, em última instância, propor uma nova sistematização para o universo que corporiza o objeto de estudo. CITCEM y y O mundo funerário na Antiguidade Tardia em Portugal: as necrópoles dos séculos V a VIII Andreia Arezes Volume I Título: O mundo funerário na Antiguidade Tardia em Portugal: as necrópoles dos séculos V a VIII Autor: Andreia Arezes Design gráfico: Helena Lobo Design | www.hldesign.pt Co ‑edição: CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória» Via Panorâmica, s/n | 4150 ‑564 Porto | www.citcem.org | [email protected] Edições Afrontamento, Lda. | Rua Costa Cabral, 859 | 4200 ‑225 Porto www.edicoesafrontamento.pt | [email protected] Colecção: Teses Universitárias, n.º 9 N.º edição: 1837 ISBN: 978‑972‑36‑1583‑8 (Edições Afrontamento) ISBN: 978‑989‑8351‑81‑4 (CITCEM) Depósito legal: 428943/17 Impressão e acabamento: Rainho & Neves Lda. | Santa Maria da Feira [email protected] Distribuição: Companhia das Artes – Livros e Distribuição, Lda. [email protected] Trabalho cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) através do COMPETE 2020 – Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (POCI) e por fundos nacionais através da FCT, no âmbito do projeto POCI‑01‑0145‑FEDER‑007460. SUMÁRIO VOLUME I PRÓLOGO 7 APRESENTAÇÃO 13 AGRADECIMENTOS 17 INTRODUÇÃO 23 1. OS ESTUDOS DE ARQUEOLOGIA «GERMÂNICA»: ESTADO DA ARTE 31 1.1. Investigações na Europa 35 1.2. Investigações na Península Ibérica 44 1.2.1. Investigações em Portugal 54 2. QUADRO HISTÓRICO 67 2.1. As «invasões» na Europa 70 2.2. As «invasões» na Península Ibérica 89 3. A ETNICIDADE E AS PROBLEMÁTICAS EM TORNO DA FILIAÇÃO DOS MATERIAIS 107 3.1. As «culturas arqueológicas» e a etnicidade 116 3.2. A relação entre Antropologia, etnicidade e o conceito de raça 118 3.3. Definição de tribo 121 3.4. Variabilidade da interpretação: o contexto e a orientação dos investigadores 122 3.4.1. Exemplo vândalo 126 3.4.2. Exemplo visigótico 130 3.5. Uma perspetiva geral dos problemas atuais 135 3.5.1. As «grandes migrações» 137 3.6. Em suma 144 4. QUADRO MENTAL E RELIGIOSO 149 5. AS NECRÓPOLES 173 5.1. Topografias 177 5.1.1. O espaço urbano 177 5.1.2. As necrópoles rurais 179 5.1.3. Enterramentos ad sanctos e apud ecclesiam 182 5.1.4. Enterramentos em gruta 186 5.1.5. Sepulturas isoladas 188 5.2. Organização espacial, orientação das sepulturas e posicionamento dos inumados 189 5.3. Opções construtivas das sepulturas, implantação espacial e ensaio de tradução simbólica das escolhas 193 3 O mundo funerário na Antiguidade Tardia em Portugal: as necrópoles dos séculos V a VIII 5.3.1. Sepulturas com reaproveitamento de materiais 194 5.3.2. Sepulturas de lajes 195 5.3.3. Sepulturas em fossa simples 196 5.4. Reutilização tumular 197 5.5. Sinalização das sepulturas 199 5.6. Reconhecimento da utilização de caixões 201 5.7. Perspetiva global 202 6. OS SÍTIOS 205 6.1. Sítios a norte do Douro 208 6.2. Sítios entre o Douro e o Tejo 222 6.3. Sítios a sul do Tejo 258 6.3.1. O Alentejo 258 6.3.2. O Algarve 344 7. OS MATERIAIS 373 7.1. Adereços de vestuário 377 7.1.1. Placas de cinturão 378 7.1.2. Fivelas e fuzilhões isolados 383 7.1.3. Fíbulas 385 7.1.4. Botões 388 7.1.5. Apliques 389 7.2. Adornos do corpo 391 7.2.1. Anéis 391 7.2.2. Braceletes 393 7.2.3. Brincos anelares 395 7.3. Armamento ou elementos com vocação cinegética 395 7.4. Outros materiais metálicos 400 7.5. Vasilhas cerâmicas 401 7.6. Vidros 403 7.7. Outros materiais 405 7.7.1. Contas 405 7.8. Em suma 407 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 409 FONTES E BIBLIOGRAFIA CITADAS 415 VOLUME II (CD) ANEXO I – CATÁLOGO DOS MATERIAIS ANEXO II – DOCUMENTAÇÃO GRÁFICA Estampas dos materiais do Catálogo Outras ilustrações ANEXO III – CARTOGRAFIA E GRÁFICOS 4 O Danúbio «[...] A ninguém é possível sem asas Alcançar o que está mais próximo Directamente E chegar à outra margem. [...]» Hinos Tardios, de Friedrich Hölderlin (trad. de Maria Dias Furtado) PRÓLOGO Mário Jorge Barroca No passado do atual território português existem períodos mais ou menos obscuros, quer do ponto de vista histórico, quer do ponto de vista arqueológico, sobre os quais são mais as dúvidas que temos do que os dados seguros de que dispomos. Um desses períodos é, sem dúvida, o da Antiguidade Tardia, que abarca os derradeiros momentos do Império Romano, marcados, logo no início do século V, pela invasão e fixação dos Suevos, dos Ala‑ nos e dos Vândalos (Asdingos e Silingos) no espaço peninsular, a que se seguiram, algumas décadas mais tarde, os Visigodos. Alguns destes povos – como foi o caso dos Vândalos – permaneceram pouco tempo no espaço ibérico, deixando por isso escassas marcas. Mas outros estabeleceram ‑se de forma mais perene, como foi o caso dos Suevos, que se fixa‑ ram no Noroeste Peninsular, onde criaram uma unidade política autónoma relativamente estável, abarcando a Galiza e o Norte de Portugal, prolongando ‑se até às cercanias do vale do Tejo. Mas os vestígios materiais da presença destes povos – Suevos, Alanos ou Vânda‑ los – são muito escassos e esparsos, resumindo‑se a um ou outro achado arqueológico sobejamente conhecido, como é o caso da necrópole de Beiral do Lima ou da sepultura do Convento de Santa Clara de Beja. E, mesmo sobre estes exemplos, sempre convocados quando se estuda este período, continuamos a ter muitas dúvidas, até pelo facto de eles não resultarem de escavações arqueológicas, mas serem fruto de achados fortuitos. Poder ‑se ‑ia pensar que, em relação aos Visigodos, que dominaram a Península durante dois séculos, a situação seria diferente. Mas o facto de o território português se situar na periferia geo‑ gráfica da grande mancha das mais importantes necrópoles hispano‑visigodas, implanta‑ das na Meseta ibérica, agrava o nosso vazio de informação. Estas circunstâncias, aliadas à ausência (até um passado recente) de programas de investigação científica orientados para esta época, contribuiu para se difundir a ideia, demasiado generalizada, de que o passado «suevo ‑visigótico» do território português seria uma realidade com escassa expressão e representatividade. Como se a presença destes povos, ao lado dos substratos autóctones, hispano ‑romanos, tivesse tido menor espessura e densidade do que encontrou noutras zonas do espaço peninsular. Felizmente que, num passado recente, alguns projetos de investigação conseguiram começar a inverter este panorama. O estudo de Andreia Arezes, que o leitor tem entre mãos, é um deles, e um dos mais consistentes. Ele marca, verdadeiramente, uma inflexão nos nos‑ sos conhecimentos sobre a Antiguidade Tardia em Portugal.
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