Srs. Deputados Muito Bom Dia. Agradecia Que Ocupassem Os Vossos Lugares Para Iniciarmos a Nossa Sessão

Srs. Deputados Muito Bom Dia. Agradecia Que Ocupassem Os Vossos Lugares Para Iniciarmos a Nossa Sessão

Reunião Plenária de 26 de Janeiro de 2010 Sr. Presidente, 1º Vice-Presidente, Júlio Correia: - Srs. Deputados muito bom dia. Agradecia que ocupassem os vossos lugares para iniciarmos a nossa Sessão. Passo a palavra ao Sr. Secretário da Mesa para confirmar as presenças. Sr. Secretário da Mesa, Eduardo Monteiro: - Afonso Silva Mendes da Fonseca Ivete Helena Ramos Delgado Silves Agostinho António Lopes Ferreira Alberto Alves Janine Tatiana Santos Lélis Alexandre Ramos Jean Emanuel da Cruz Ana Augusta Vasconcelos Joana Gomes Rosa Antero Teixeira Joanilda Lúcia Silva Alves António Alberto Mendes Fernandes João Baptista Ferreira Medina António Delgado Monteiro João Carlos Cabral Varela Semedo António Pascoal Silva dos Santos João Lopes do Rosário António Pedro Pereira Duarte Joel Amarante Ramos Silva Barros Aristides Raimundo Lima Jorge Arcanjo Livramento Nogueira Arlindo Tavares Silva Jorge Pedro Maurício dos Santos Armindo Cipriano Maurício José Domingos António Lopes Austelino Tavares Correia José Luís Lima Santos Carlos Alberto Barbosa José Manuel Afonso Sanches Clemente Delgado Garcia José Manuel Gomes Andrade David Hopffer de Cordeiro Almada José Maria Vaz de Pina Domingos Mendes de Pina Joselito Monteiro Fonseca Eduardo Monteiro Júlio Lopes Correia Emanuel Pereira Garcia Almeida Justiniano Jorge Lopes de Sena Ernesto Che Guevarra Mendes Justino Gomes Miranda Barbosa da Silva Libéria das Dores Antunes Brito Eurico Correia Monteiro Lídio de Conceição Silva Eva Verona Teixeira Ortet Manuel Amaro Rodrigues Monteiro Felisberto Henrique Carvalho Cardoso Manuel Gomes Fernandes Fernanda Fidalgo de Pina Burgo Maria da Ressurreição Lopes da Silva Fernando Elísio Leboucher Freire de Mário Gomes Fernandes Andrade Mário Ramos Pereira Silva Fernando Lopes Vaz Robalo Miguel António Costa Filipe Baptista Gomes Furtado Miguel da Cruz Sousa Filomena de Fátima Ribeiro Vieira Moisés Gomes Monteiro Martins Nelson do Rosário Brito Filomena Maria Frederico Delgado Nilton Rocha Dias Silva Orlanda Maria Duarte Santos Ferreira Francisco António Dias Orlando Pereira Dias Hermes Silva dos Santos Pedro Amante Ramiro Furtado Hermínia Gomes da Cruz Curado Rui Alberto Figueiredo Soares Ferreira Rui Mendes Semedo Humberto André Cardoso Duarte Vanusa Tatiana Fernandes Cardoso 88 Reunião Plenária de 26 de Janeiro de 2010 Sr. Presidente: - A Assembleia tem quórum, com 52 presenças e 20 faltas. [Eram 09 horas e 39 minutos.] Anuncio o Período de Antes da Ordem do Dia. Há pedidos de declaração política, nos termos do artigo 96º do Regimento, pelo que solicito o representante da UCID a se dirigir à Tribuna para fazer a declaração política. Sr. Deputado Lídio Silva (UCID): - Sr. Presidente da Assembleia Nacional, Sras. e Srs. Deputados, Sra. Ministra, Excelências: Num país onde as leis dão cobertura ao sistema democrático, a cultura tem que ser entendida como um pilar fundamental, pelo que deve ser preservada, sistematicamente promovida e colocada como referência do país real. Nesse contexto, há que tudo fazer para enaltecer os criadores, divulgando as suas obras nas mais variadas vertentes, porque toda essa diversidade patrimonial, seja de que natureza for, é que suporta o Estado, as suas referências, os seus valores, que torna o país mais rico culturalmente pela sua diversidade. Daí a importância também em preservar o património cultural edificado como referência dos homens e feitos do passado que marcaram épocas gloriosas que devem ser preservadas, valorizando assim as memórias e, por conseguinte, a história do país. Assim sendo, vem a UCID, através dos seus Deputados, lançar um apelo ao Governo e à Câmara Municipal de São Vicente mesmo sabendo que o município não é sujeito parlamentar, ele pode ser parte da solução, quanto mais não seja na cedência ou não do ex-matadouro municipal e é nesse sentido que vai essa referência, de preservar o edifício que foi residência e propriedade do Dr. Adriano Duarte Silva. Se levarmos em conta a época em que ele viveu, tem ainda mais valor os seus feitos, pelo que deve ser considerado um verdadeiro herói e, por isso, a UCID é da opinião que a melhor forma de reconhecer tudo que ele fez por Cabo Verde é manter a sua residência como casa de memória, recuperando-a mesmo que seja para funcionar só como residência oficial do delegado de saúde de São Vicente. Sras. e Srs. Deputados, é nossa opinião de que não podemos ignorar o articulado do artigo 78º, porque não só é claro no seu nº 3, passo a citar: “Para garantir o direito à cultura incumbe especialmente ao Estado: alínea c) promover a salvaguarda e a valorização do património cultural, histórico e arquitectónico”. Sras. e Srs. Sujeitos Parlamentares, é neste contexto que a UCID quer reforçar o seu apelo a todos, no sentido da preservação desse património, quanto a nós, histórico pela memória do Dr. Adriano Duarte Silva, pela traça da sua arquitectura e ainda pela sua majestosa escadaria única na Cidade do 89 Reunião Plenária de 26 de Janeiro de 2010 Mindelo. Sras. e Srs. Deputados, estamos a falar de uma casa que em 1870 já existia. O professor, Dr. João Lopes Filho, historiador e antropólogo, disse num artigo publicado no jornal literário Arte e Letra, passo a citar: “Impõe-se dar maior atenção às questões da defesa, conservação e reanimação dos nossos testemunhos histórico-culturais, visto neles se entrecruzarem diversas facetas de manifestações sócio-culturais, num encontro – reencontro da memória colectiva cabo-verdiana”. Não vamos falar dos feitos do Dr. Adriano Duarte Silva. Aproveitamos, no entanto, para citar um pequeno extracto da publicação Mindelo D´outrora, da autoria do Sr. Manuel Nascimento Ramos sobre esta figura incontornável e filantrópica de Cabo Verde. Passo a citar: “Em 1937, por determinação superior, sem motivo justificado e arbitrariamente, o governo português, através do Ministro das colónias, Vieira Machado, manda encerrar o Liceu Infante Dom Henrique em São Vicente. A câmara municipal, a associação comercial, todos os clubes desportivos de Cabo Verde, variadíssimas comunidades cabo-verdianas espalhadas pelo mundo e o povo em geral, depois de se reunirem em todos os sectores e zonas onde viviam, enviaram vários telegramas ao governo português em sinal de protesto contra o encerramento do nosso liceu. Um dos textos destes telegramas ao governo português dizia que não podia acreditar que o Estado português cometesse tão grande injustiça para com os 160 mil habitantes de Cabo Verde. O Dr. Adriano que estava sempre pronto em defesa dos interesses da nossa terra teve um papel preponderante para que este estabelecimento de ensino reabrisse. Foi imediatamente a Lisboa e junto dos poderes superiores portugueses, depois de muita luta, bateu com insistência na tecla do bom senso, da razão, da justiça e da coerência até que conseguiu a grande e desejada vitória para Cabo Verde. Telegrafou de imediato para dar a boa nova de que o Liceu iria reabrir. À sua chegada a São Vicente o esforçado paladino das aspirações cabo- verdianas transmitiu logo a boa notícia de que a reabertura do nosso liceu estava decretada. Passaria a funcionar nos moldes habituais, mas com o nome de Liceu Gil Eanes em vez de Infante Dom Henrique. Assim, com toda a naturalidade o Liceu de São Vicente foi reaberto a 9 de Novembro de 1937. Se existiram bons cabo-verdianos dedicados à sua terra natal, o Dr. Adriano Duarte Silva, sem sombras de dúvidas foi um deles”. Portanto, Sras. e Srs. Deputados, esse filho de São Vicente que tanto bateu pela sua terra, Cabo Verde, deve merecer que a sua memória seja preservada e, se assim é, em nenhum outro local ela é tão patente como na sua residência. Como todos devemos estar lembrados, na Sessão Plenária de Junho do ano findo assumi pessoalmente o compromisso perante sua Excelência, o Ministro de Estado e da Saúde, em inventariar espaços alternativos, algo que em menos de 48 horas consegui e enviei de imediato, por e-mail, ao Sr. Ministro de Estado e da Saúde, posteriormente via fax ao gabinete do Sr. Ministro. São seis as alternativas apresentadas: A primeira, o espaço onde funciona o Jardim Amílcar Cabral, com três frentes, praça estrela, Rua do Coco e Rua Castilho, o que do meu ponto de 90 Reunião Plenária de 26 de Janeiro de 2010 vista é excelente e qualquer arquitecto consegue um projecto combinado para a delegacia de saúde, com entrada pela praça estrela e o referido jardim continuar com entrada pela rua de Castilho. O espaço é do Ministério da Educação. Segunda alternativa: a antiga esquadra do Mindelo, propriedade do Estado, é enorme e parede meias com o antigo matadouro municipal, propriedade da câmara municipal, ambos completamente desactivados. A terceira alternativa: Pontinha, antiga oficina do Sr. Kun na Avenida Marginal junto ao edifício onde funcionava a direcção geral de Marinha e Portos, com muito espaço e é propriedade do Estado. Quarta alternativa: o espaço na Avenida Capitão Ambrósio, entre o Hospital Velho e a OMCV, vendido pela câmara municipal nos anos 90. Quinta alternativa: espaço atrás do edifício da Alfândega do Mindelo. Sexta e última, Fonte de Meio, frente à estação da Enacol, espaço do lado esquerdo de quem sobe para Cruz. Sr. Presidente: - Anuncio aqui um período de esclarecimentos. Pergunto se algum Deputado quer pedir esclarecimentos. Tem a palavra o Sr. Deputado João Medina. Sr. Deputado João Medina (MPD): - Não será bem pedir esclarecimentos. Não sei se poderei sufragar também e apreciar algumas palavras à intervenção do Sr. Deputado que acabou de apresentar esta matéria. Sr. Presidente: - Tem tempo para isso. Sr. Deputado João Medina (MPD): - Penso que essa matéria deve interessar a todos nós, independentemente dessa situação se se circunscrever a um concelho ou a uma ilha. A história de um povo faz-se a todos os momentos e quando qualquer criança pergunta de quem é esta casa e lhe é dito como resposta que esta casa foi casa do Dr. Adriano Duarte Silva estamos a perpetuar a memória de homens valorosos que muito contribuíram para a edificação da Nação Cabo-verdiana que em 5 de Julho de 1975 se tornaria em Estado.

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