Avaliação Estratégica Das Condições De Desenvolvimento Do Concelho De Alcobaça

Avaliação Estratégica Das Condições De Desenvolvimento Do Concelho De Alcobaça

Avaliação Estratégica das Condições de Desenvolvimento do Concelho de Alcobaça Março 2004 SaeR – Março 2004 - 1 SaeR – Março 2004 - 2 ÍNDICE 0. INTRODUÇÃO: POSIÇÃO DO PROBLEMA....................................................... 7 I. FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA ESTRATÉGIA ............................................. 53 A. POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO DAS CIDADES................................................................53 B. GEOPOLÍTICA DAS CIDADES, RELAÇÕES DE INFLUÊNCIA E RELAÇÕES DE COOPERAÇÃO ....................................................................................................................................64 C. A DIMENSÃO ESTRATÉGICA DE ALCOBAÇA: UM PROJECTO CONFIGURANTE A PARTIR DE UM EQUIPAMENTO DE DIMENSÃO MUNDIAL......................................................76 D. A CIDADE COMO GERADOR ESTRATÉGICO: A MOTIVAÇÃO DOS AGENTES................98 E. O MUNICÍPIO COMO AGENTE CONFIGURADOR: A ESTRATÉGIA DOS AGENTES POLÍTICOS.........................................................................................................................................103 II. ACTIVIDADE ECONÓMICA, SOCIAL E POLÍTICA................................... 109 A. CARACTERIZAÇÃO SOCIAL, CULTURAL E POLÍTICA DO CONCELHO DE ALCOBAÇA .......................................................................................................................................109 B. CARACTERIZAÇÃO ECONÓMICA DO CONCELHO DE ALCOBAÇA.................................130 C. AMBIENTE....................................................................................................................................204 D. A PERSPECTIVA MACRO-FINANCEIRA DO DESENVOLVIMENTO DAS AUTARQUIAS LOCAIS...............................................................................................................................................252 E. ANÁLISE RECENTE DA EVOLUÇÃO DAS FINANÇAS DO MUNICÍPIO DE ALCOBAÇA 268 F. CONTRIBUTO DAS FINANÇAS LOCAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DOS MUNICÍPIOS .............................................................................................................................................................297 III. A ESTRUTURAÇÃO INTERNA DE UMA ESTRATÉGIA PARA A AFIRMAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DO CONCELHO DE ALCOBAÇA NO PRIMEIRO QUARTEL DO SÉCULO XXI..................................................... 307 A. AS GRANDES OPÇÕES DA ESTRUTURAÇÃO INTERNA DA ESTRATÉGIA .....................307 B. A OPÇÃO ESTRATÉGICA EXCLUSIVAMENTE ASSENTE NO CONCELHO DE ALCOBAÇA OU NOS «COUTOS DE ALCOBAÇA»......................................................................309 C. A OPÇÃO ESTRATÉGICA DE LOCALIZAR ALCOBAÇA EM SISTEMAS ESPACIAIS MAIS AMPLOS REAIS OU POTENCIAIS..................................................................................................327 D. A OPÇÃO ESTRATÉGICA DE LOCALIZAR ALCOBAÇA NA GRANDE ÁREA METROPOLITANA DO OESTE DO SISTEMA URBANO DE LISBOA E VALE DO TEJO, VÉRTICE DE TRÊS GAMS POTENCIAIS E SERVINDO DE PLATAFORMA ESTRATÉGICA DE UM ARCO ESPIRITUAL...................................................................................................................348 SaeR – Março 2004 - 3 IV. OS CENÁRIOS CONTRASTADOS E OS FACTORES EMERGENTES.... 359 A. ENQUADRAMENTO....................................................................................................................359 B. CENÁRIOS.....................................................................................................................................372 V. CIDADE E CONCELHO: OS ASPECTOS TERRITORIAIS ......................... 381 A. A TEMÁTICA DO POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO DO TERRITÓRIO FACE AO 1º QUARTEL DO SÉCULO XXI ...........................................................................................................381 B. OS FACTORES DE ENQUADRAMENTO TERRITORIAL .......................................................389 C. OS FUNDAMENTOS DA ESTRATÉGIA ....................................................................................414 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................ 421 A. ASPECTOS GERAIS.....................................................................................................................421 B. A METODOLOGIA E AS SUAS SEQUELAS .............................................................................422 C. O QUADRO MICROGEOPOLÍTICO ...........................................................................................423 D. A AVALIAÇÃO GERAL...............................................................................................................433 E. A IDENTIFICAÇÃO DAS PERSPECTIVAS DE GERAÇÃO DE VALOR ................................436 F. REFLEXÕES FINAIS SOBRE A ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DO CONCELHO DE ALCOBAÇA.................................................................................................................................443 G. RECOMENDAÇÕES PARA A ACÇÃO.......................................................................................448 SaeR – Março 2004 - 4 «Achais, frei Elias Cravo, que desta vez o Mosteiro terá o seu fim definitivo?» «Ficarão as pedras e as paredes. Essas só o tempo lhes traçará o destino.» O meu Mosteiro nasceu com os alvores do reino, quando, por esse mundo de Deus, cistercienses e templários pensavam renovar o universo. Uns organizando a terra. Outros indo ao encontro das origens da crença, procurando o que havia de comum nos credos. Isso foi um sonho de antes que alguns fizessem da religião um montão de regras. Luís Rosa, O Claustro do Silêncio, Lisboa, 2002, pág. 10 - Há muitos que lêem nos livros, Etelvina. Outros, menos, sabem ler nas pessoas. Mais difícil é ler no tempo o sentido do tempo. Luís Rosa, ob. cit., pág. 214 SaeR – Março 2004 - 5 SaeR – Março 2004 - 6 0. INTRODUÇÃO: POSIÇÃO DO PROBLEMA Nas condições tradicionais das sociedades fechadas por fronteiras, com uma identidade económica definida por uma moeda, uma política monetária e sujeitas aos poderes de intervenção e de regulação do Estado nacional, a concepção e execução de estratégias e de políticas autárquicas estavam directamente dependentes da ligação entre a capital municipal e a capital nacional. O espaço nacional era o espaço de referência. Com a integração europeia e com a criação de um espaço integrado europeu, esta articulação entre o município e a capital política poderá alterar-se radicalmente, na medida em que o espaço de referência para os projectos municipais já não tem de estar circunscrito ao espaço nacional, a sua referência principal passou a ser o espaço europeu integrado. Com a globalização competitiva, onde a capacidade de atracção de investimentos e de actividades depende da afirmação de especializações ou de singularidades com valor nos mercados mundiais, as cidades passaram a ser plataformas económicas de primeiro plano, na medida em que são concentrações de recursos qualificados que oferecem consistência, diversidade e flexibilidade para a localização de actividades económicas. As redes entre cidades passaram a ser equipamentos globais e estar ou não estar integrado nessas redes é agora um critério decisivo para a hierarquia das cidades e para a determinação das suas potencialidades de desenvolvimento e de modernização1. O prestígio de uma capital municipal é, agora, decisivo para a avaliação do que são as potencialidades de uma autarquia local. Ter ou não ter um centro urbano com prestígio passou a ser uma condição crítica para a organização dos recursos necessários ao desenvolvimento e à modernização. Entre as oportunidades e os desafios do espaço integrado europeu, de um lado, e as exigências da globalização competitiva, de outro lado, aparece a proposta da intensificação das relações entre cidades intermédias como modo de reabilitar a dimensão do espaço nacional como espaço de oferta de competências diversificadas. As 1 Saskia Sassen, The Global City, Princeton, Princeton University Press, 1991; Cities in the World Economy, London, Pine Forge Press, 1994; Globalization and its Discontents, New York, The New Press, 1998; SaeR – Março 2004 - 7 redes de cidades intermédias seriam, assim, o recurso possível para sociedades que, não tendo cidades de prestígio nem podendo concentrar recursos no desenvolvimento desigual e desequilibrado de cidades estratégicas com relevo mundial, procuram atingir um resultado comparável através das interligações e associações entre estruturas e equipamentos urbanos de média dimensão. Esta noção da estruturação de redes de cidades intermédias deve ser considerada como aquilo que é: uma noção de recurso perante uma evolução, europeia e mundial, que é desfavorável ao desenvolvimento natural e lento de pequenos aglomerados urbanos. Para ser bem sucedida, esta formação de redes de sociedades intermédias precisa de atingir uma dimensão mínima de cerca de cinco a seis milhões de habitantes e, para além disso, precisa de oferecer uma dotação de recursos qualificados e de equipamentos que seja concorrencial com o que oferecem outros agregados urbanos já existentes. Nestes termos, a noção de redes de cidades intermédias tende a aparecer, na generalidade dos casos, como um falso modelo, como um modo de reconhecer um problema estratégico sem lhe associar uma resposta estratégica adequada e eficiente: simula-se uma resposta, aplicam-se recursos, mas o problema persiste sem solução, passando a ser ainda menor o volume de recursos disponíveis para respostas verdadeiras. Para se ter uma noção do que está aqui em causa em termos de evolução histórica na Europa, será útil

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