Literatura Americana ¦ Edição Revisada

Literatura Americana ¦ Edição Revisada

Perfil da LITERATURA AMERICANA ¦ EDIÇÃO REVISADA SUMÁRIO LITERATURA AMERICANA EDIÇÃO REVISADA PERÍODO INICIAL Publicado Pelo dePartamento de estado dos estados unidos da américa E COLONIAL AMERICANO ATÉ 1776 3 CORPO EDITORIAL ORIGENS DEMOCRÁTICAS E ESCRITORES REVOLUCIONÁRIOS, Escrito por: KATHRYN VANSPANCKEREN 1776-1820 14 Editor ExEcutivo: GEORGE CLACK Editor-chEfE: PAUL MALAMUD Editor colaborador: KATHLEEN HUG PERÍODO ROMÂNTICO, 1820-1860: dirEtor dE artE / dEsignEr: ENSAÍSTAS E POETAS 26 THADDEUS A. MIKSINSKI, JR. Editor dE imagEns: JOANN STERN traduzido por: MÁRCIA BIATO PERÍODO ROMÂNTICO, rEvisado por: VERA GALANTE 1820-1860: FICÇÃO 36 Editor gráfico da tradução: ELIZABETH DE SOUZA ASCENSÃO DO REALISMO: capa: © 1994 Christopher Little 1860-1914 47 O MODERNISMO E sobrE a AUTORA Kathryn VanSpanckeren A XPERIMENTAÇÃO E : 1914-1945 60 é professora de inglês na Universidade de POESIA AMERICANA, Tampa, fez palestras sobre literatura americana em vários países e foi DE NTITRADIÇÃO 1945-1990: A A 79 diretora do programa de Literatura Americana no Instituto de Verão A PROSA AMERICANA, da Fulbright para estudantes internacionais. Seus trabalhos DE 1945-1990: publicados incluem poesia e REALISMO E EXPERIMENTAÇÃO 97 conhecimento. Ela graduou-se pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, e fez doutorado na OESIA MERICANA ONTEMPORÂNEA P A C 121 Harvard University. LITERATURA AMERICANA CONTEMPORÂNEA 136 GLOSSÁRIO 157 ÍNDICE 163 Os seguintes textos não podem ser reproduzidos sem a permissão do detentor dos direitos autorais: “In a Station of the Metro” [Numa Estação do Metrô] (pág. 63), de Ezra Pound. De Personae, de Ezra Pound. Copyright © 1926 de Ezra Pound. Traduzido e reproduzido com a permissão de New Directions Publishing Cor- poration. “Stopping by Woods on a Snowy Evening” [Parando no Bosque numa Noite de Neve] (pág. 65) de Robert Frost. De The Poetry of Robert Frost [A Poesia de Robert Frost], editado por Edward Connery Lathem. Copyright 1923, © 1969 de Henry Holt and Co., Inc., © 1951 de Robert Frost. Reproduzido e traduzido com a permissão de Henry Holt and Co., Inc. “Disillusionment of Ten O’Clock” [Desilusão das Dez Horas] (pág. 66) de Wallace Stevens. De Selected Poems [Poemas Selecionados] de Wallace Stevens. Copyright 1923 e prorrogado em 1951 por Wallace Stevens. Repro- duzido com a permissão de Alfred A. Knopf, Inc. “The Red Wheelbarrow” [O Carrinho de Mão Vermelho] (pág. 66) e “The Young Housewife” [A Jovem Dona de Casa] (pág 66) de William Carlos Williams.. Collected Poems, 1909-1939. Vol. I. [Coletânea de Poemas, 1909- 1939. Vol.1] Copyright 1938 New Directions Publishing Corp. Reproduzido com a permissão de New Directions. “The Negro Speaks of Rivers” [O Negro Fala de Rios] (pág. 69) de Langston Hughes. De Selected Poems [Coletânea de Poemas], de Langston Hughes. Copyright 1926 de Alfred A. Knopf, Inc.e renovado em 1954 por Langston Hughes. Reproduzido com a permissão do editor. “The Death of the Ball Turret Gunner” [Morte do Artilheiro da Torre de Tiro] (pág. 80) de Randall Jarrell em Randall Jarrell: Selected Poems [Randall Jarrell: Poemas Selecionados]; © 1945 de Randall Jarrell, © 1990 de Mary Von Schrader Jarrell, publicado por Farrar Straus & Giroux. Permissão concedida por Rhoda Weyr Agency, Nova York. “The Wild Iris” [A Íris Selvagem] (pág. 125) de The Wild Iris por Louise Glück. Copyright © 1993 por Louise Glück. Reproduzido com a permissão de HarperCollins Publishers Inc. “Chickamauga” (pág. 126) de Chickamauga por Charles Wright. Copyright © 1995 por Charles Wright. Repro- duzido com a permissão de Farrar, Straus and Giroux, LLC. “To The Engraver of my Skin” [Para o Gravador de minha Pele] (pág. 129) de Source por Mark Doty. Copyright © 2001 por Mark Doty. Reproduzido com a permissão de HarperCollins Publishers Inc. “Mule Heart” [Coração de Mula] (pág. 130) de The Lives of The Heart [As Vidas do Coração] por Jane Hirshfield. Copyright © 1997 por Jane Hirshfield. Reproduzido com a permissão de HarperCollins Publishers Inc. “The Black Snake” [A Cobra Negra] (pág. 131) copyright © 1979 por Mary Oliver. Usado com permissão de Molly Malone Cook Literary Agency. “The Dead” [O Morto] (pág. 132) de Questions About Angels [Perguntas sobre Anjos] por Billy Collins, © 1991. Reproduzido com a permissão de University of Pittsburgh Press. “The Want Bone” [O Osso do Desejo] (pág. 133) de The Want Bone [O Osso do Desejo] por Robert Pinsky. Copyright © 1991 por Robert Pinsky. Reproduzido com a permissão de HarperCollins Publishers Inc. Yusef Komunyakaa, “Facing It” [Encarando-o] (pág. 134) de Dien Cai Dau in Pleasure Dome: New and Collec- ted Poems [Dien Cai Dau na Cúpula do Prazer: Coletânea e Novos Poemas], © 2001 por Yusef Komunyakaa e Reproduzido com a permissão de Wesleyan University Press. Algumas das ilustrações que aparecem neste volume também são protegidas por copyright, conforme indicado na própria ilustração. Estas não podem ser reproduzidas sem a permissão do detentor do direito autoral. As opiniões expressadas nesta publicação não refletem necessariamente as opiniões e políticas do governo dos EUA. 4 tras regiões, contavam­se histórias de um deus ou cultura superior. Não há, porém, longos ci clos CAPÍTULO religiosos padronizados em torno de uma divin­ dade suprema. Os equi valentes mais pró ximos­­ das narra tivas espiri tuais do Ve lho Mun do seriam relatos das ini cia ções e viagens dos xamãs. Fora isso, há histó rias sobre he róis cul tu rais, como o Ma­na­bozho, da tribo Ojibwa, ou o Coyote, da tribo PERÍODO1 INICIAL E Navajo. A esses tra paceiros são dados dife rentes COLONIAL ATÉ 1776 graus de res peito. Numa lenda, po dem agir como heróis, enquan to que nou tra, poderão parecer literatura americana se inicia com a trans­ ego ís tas ou tolos. Em bora autoridades do pas sado, missão oral dos mitos, lendas, histórias como o suíço Carl Jung, tenham desapro vado Ae letras (sem pre canções) das cul­­turas histó rias sobre trapaceiros, tachando­as de expres­ indígenas. Não havia literatura escri ta nas mais de sões do lado inferior e amoral da psi que, ou tros 500 diferentes línguas indí ge nas e culturas tribais estudiosos contempo râ neos — alguns, índios ame­ da América do Norte antes da chegada dos pri­ ricanos — ressaltam que Ulisses e Prometeu, heróis mei ros europeus. Como resultado, a litera­­ ­­­tura oral re ve ren ciados pelos gre gos, eram, em essência, dos ameri canos nativos é bem diversificada. As trapaceiros também. nar ra ti vas de culturas caça doras quase nômades, Exemplos de quase todo gênero oral podem co­­mo os Navajo, diferem das histórias con ta das ser encontrados na literatura indígena americana: por tribos agrícolas, como os Acoma, que viviam letras de canções, cânticos, mitos, contos de fada, em pueblos (aldeias). Histórias dos ha bitantes anedotas, encantamentos, enigmas, provérbios, épi­ dos lagos do Norte, como os Ojibwa, muitas vezes cos e lendas. São muitos os registros de migrações diferem radi calmente das con ta­­das por tribos do e de ancestrais, bem como cantos de visões e de deserto, como os Hopi. cura e lendas sobre trapaceiros. Algumas histórias As tribos mantinham sua própria religião — ado­ da criação são particularmente populares. Numa ravam deuses, animais, plan tas ou pes soas sagra­ das mais co nhe cidas, con tada em várias tribos das. Os sistemas de governo incluíam democracias, com variações, uma tartaruga susten ta o mundo. conselhos de anciãos e até teocracias. Essas varia­ Numa versão Cheyenne da lenda, o criador Maheo ções tribais aparecem tam bém na litera tura oral. tem quatro chances para modelar o mundo a partir Mesmo assim, é possível fazer algumas gene­ de um universo aquoso. Ele manda quatro aves ralizações. As histórias indígenas, por exem­­plo, aquáticas mergulharem para tentar trazer terra do brilham com reverências à natu reza como mãe fundo. O ganso da neve, o mergulhão­do­norte e o espiri tual e física. A natureza está viva e dotada pato selvagem voam até bem alto e depois mergu­ de forças espiri tuais; os princi pais per so na gens lham, sem conseguir alcançar o fundo; o pequeno podem ser animais ou plan tas ou freqüen temente galei rão, contudo, que não pode voar, consegue totens associados a tribos, a grupos ou indivíduos. trazer um pouco de lama em seu bico. Apenas uma Na literatura americana mais recente, o que mais se criatura, a humilde Vovó Tartaruga, possui as formas apro xima do sen tido sagrado indígena é a “Over- necessárias para sustentar o mundo de lama que Soul” [Sobre­Alma] transcendental de Ralph Waldo Maheo forma sobre­­ seu casco — por isso o nome Emer son, que permeia toda vida. indígena para a América, ‘Ilha da Tartaruga’. As tribos mexicanas reverenciavam o divino As canções ou poesias, como as narrativas, vão Quetzalcoatl, deus dos toltecas e astecas e, nou­ do sagrado ao leve e humorístico: há cantigas de 5 ninar, cantos de guerra, canções de amor e canções e Mon treal. especiais para jogos infantis, jogos de azar, várias Porém, os primeiros exploradores da Améri ca tarefas, cerimônias de magia ou de dança. Em geral, não foram ingleses, espanhóis ou franceses. O pri­ são canções repe titivas. Curtas can ções­poema meiro registro europeu de exploração­­ da América rece bidas em sonhos podem às vezes transmitir as está numa língua escan ­­­di nava. Vinland­Saga­[A Saga ima gens claras e o clima sutil associados ao haicai de Vinland] conta como Leif Eriksson e um bando japonês ou à poesia imagística influenciada pelo de nórdicos errantes se fixaram brevemen te na costa Oriente. Uma canção Chippewa diz: nor des te da América — talvez na No va Escócia, no Canadá — na primeira década do século 11, quase Pensei que fosse um mergulhão 400 anos antes da próxima descoberta européia Mas era o remo registrada do Novo Mundo.

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