UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO BRASILEIRA POTENCIALIDADES DO JOGO AFRICANO MANCALA IV PARA O CAMPO DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, HISTÓRIA E CULTURA AFRICANA RINALDO PEVIDOR PEREIRA FORTALEZA 2016 RINALDO PEVIDOR PEREIRA POTENCIALIDADES DO JOGO AFRICANO MANCALA IV PARA O CAMPO DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, HISTÓRIA E CULTURA AFRICANA Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Educação Brasileira da Universidade Federal do Ceará (UFC), como requisito parcial para a obtenção do título de Doutor em Educação. Área de concentração: Educação Orientador: Prof. Dr. Henrique Antunes Cunha Junior FORTALEZA 2016 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará Biblioteca Universitária Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a) P1p PEREIRA, Rinaldo Pevidor. Potencialidades do Jogo Africano Mancala IV Para o Campo da Educação Matemática, História e Cultura Africana / Rinaldo Pevidor PEREIRA. – 2016. 336 f. Tese (doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Fortaleza, 2016. Orientação: Prof. Dr. Henrique Antunes Cunha Junior. 1. Jogos Mancala. 2. Educação Matemática. 3. Ensino de História. 4. Cultura Africana e Afro-brasileira. I. Título. CDD 370 RINALDO PEVIDOR PEREIRA POTENCIALIDADES DO JOGO AFRICANO MANCALA IV PARA O CAMPO DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, HISTÓRIA E CULTURA AFRICANA Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Educação Brasileira da Universidade Federal do Ceará (UFC), como requisito parcial para a obtenção do título de Doutor em Educação. Área de concentração: Educação. Aprovada em 20 de setembro de 2016. BANCA EXAMINADORA __________________________________________________ Professor Dr. Henrique Antunes Cunha Junior (Orientador) Universidade Federal do Ceará (UFC) __________________________________________________ Professora Dra. Celecina de Maria Veras Sales Universidade Federal do Ceará (UFC) __________________________________________________ Professora Dra. Sandra Haydée Petit Universidade Federal do Ceará (UFC) __________________________________________________ Professora Dra. Cicera Nunes Universidade Regional do Cariri (URCA) __________________________________________________ Professora Dra. Zuleide Fernandes de Queiroz Universidade Regional do Cariri (URCA) AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por tudo que tens feito e por tudo que ainda vais fazer. Obrigado Jesus por ter me ajudado a alcançar mais essa grande vitória em minha vida. Tu, ó Deus, és a inspiração filosófica do meu viver. Este trabalho é uma prova viva da tua fidelidade. Eu tomei posse da tua promessa por ter a certeza que “tudo posso naquele que me fortalece”. Apesar de todas as dificuldades no decurso da pesquisa, nunca estive sozinho, “a tua vara e o teu cajado me consolaram”. O trabalho só foi possível porque eu tenho um grande Deus que é fiel, que me capacitou e me deu sabedoria para escrever esta tese. Mais uma vez, obrigado Jesus. Agradeço imensamente ao meus pais, Nelson e Rosaly, que sempre me apoiaram no decurso da pesquisa. Ao meu pai em memória, que infelizmente não pode contemplar a minha conquista. As minhas filhas, Hemily, Gabriela e Fernanda, obrigado pelo carinho e pelo apoio. Quero agradecer especialmente a minha companheira Fabiane Silva Rodrigues Pevidor Pereira, pelo apoio, pelas palavras que elevaram minha autoestima e, acima de tudo, por me fazer acreditar que eu alcançaria essa vitória. Tenho imensa gratidão pelo Dr. Vanisio Luiz da Silva e o Dr. Arthur B. Powell por ter intermediado o contato em Moçambique. Agradeço ainda muitissimamente ao Dr. Abdulcarimo Ismael que me enviou a carta de aceite para a pesquisa. Ao Ms. Abudo Atumane Ossofo, meu amigo, obrigado pela recepção e pelo apoio na pesquisa. A sua contribuição foi primordial. Ao presidente Carlos Muapanco, muito obrigado por me acompanhar cotidianamente na pesquisa. O seu apoio foi essencial para o êxito deste trabalho. Aos meus amigos moçambicanos, não tenho palavras para expressar tamanha gratidão. Ao professor José Lucas, Jessemusse Cacinda, Raul Amade, Artur José, Malfo Luís, Menrage Juma, Patrício Intupere Muravia, Emílio Daniel Tadeu, Carlos Canipuella Vieirina, Shadreque Tininho Manhique, Juma Ernestino, Inácio Pinto Inácio, Jaime Benedito Tocolo, Mecussete Ali Abdala, Aurélio Mendes Muconha, Inácio Pinto Inácio, Trintachantre, Saíde Bacar Saíde, Fátima, Rosa Fernando Alua, Suzana Paiva, Janfar Silemane, Ossofo Rackman, muito obrigado. Estes acima citados foram os que concederam entrevista. Entretanto, obrigado ao povo moçambicano pelo carinho com que me acolheu enquanto estive em Moçambique para fazer esta pesquisa. Me senti em casa, foi um retorno a nossas origens africanas. Agradeço as prefeituras municipais de Cariacica e Vitória – ES, pelo apoio e por ter concedido licença remunerada para eu cursar o doutorado. Obrigado ainda a todos os meus colegas de trabalho pelo apoio, incentivo e palavras que elevaram a minha autoestima. Agradeço também a todos os meus familiares. Aos meus irmãos, Rogério, Cleber, Rubia, Bruno, as minhas cunhadas, aos meus sobrinhos(as) e aos meus cunhados, muito obrigado pelo apoio. Não poderia jamais esquecer de agradecer ao meu orientador Dr. Henrique Antunes Cunha Junior. Obrigado pelo apoio, pela orientação, por me receber em sua casa. Meu amigo Cunha, muito obrigado por tudo que fez, por acreditar, por me apoiar. Agradeço aos meus amigos do NACE (Núcleo de Africanidades Cearenses) pelo apoio. A professora Dra. Sandra Haydée Petit, muito obrigado pelo seu apoio e pelas suas sugestões. A minha amiga Dra. Cicera Nunes, obrigado pelo apoio e pelas sugestões. Muito obrigado professora Dra. Celecina de Maria Veras Sales, as suas sugestões deram muito trabalho, entretanto, valeu a pena cada comentário que deixou, enriqueceu o meu trabalho. Não posso deixar de agradecer as recomendações detalhadas deixadas pela professora Dra. Zuleide Fernandes de Queiroz. Agradeço ainda a professora Dra. Rosa Maria Barros Ribeiro pelas sugestões proferidas quando participou da minha banca na segunda qualificação. Obrigado a todas(os). “O temor do SENHOR é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução” Provérbios 1:7 RESUMO A Lei 10.639/03 trata da obrigatoriedade de inclusão do ensino de história e cultura afro- brasileira, nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficial e particulares. Para tal, se faz necessário a formação e a capacitação de professores nas diversas áreas do saber. No campo da matemática, concluímos na pesquisa do mestrado, que é possível articular o ensino desta área do saber com a Lei 10.639/03, por intermédio de jogos africanos, em particular, o jogo Mancala. O termo Mancala é utilizado para designar uma família com mais de duzentas variações de jogos de covas, classificados por Mancala II, III e IV. No mestrado, a pesquisa concentrou-se no Mancala II, por ser esta, uma variação de fácil manuseio bem como a mais conhecida pelo mundo ocidental. Já o Mancala IV, é mais conhecido na África Oriental e na Ásia. É a variação mais complexa desses jogos, tanto em seu manuseio como nas operações matemáticas envolvidas em sua prática. Além disso, esta variação traz consigo práticas culturais provenientes da África Oriental, pouco conhecido por nós ocidentais. Foi neste contexto que percebemos a necessidade de aprofundarmos a pesquisa iniciada no mestrado com o Mancala II para o Mancala IV. Neste sentido, a tese se propõe a investigar as potencialidades do jogo africano Mancala IV para o campo da educação matemática, ensino de história e cultura africana. Para tanto, nos propomos a construir conceitos de matemática bem como conhecimentos sobre história e cultura africana a partir de situações concretas do jogo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com abordagem exploratória, tipo etnográfica, que teve como lócus da pesquisa, três cidades da província de Nampula em Moçambique. Os sujeitos da pesquisa foram um grupo de trinta pessoas, alguns deles, membros da Associação Provincial de Jogos Tradicionais de Nampula, outros, intelectuais do campo da filosofia e sociologia e, a grande maioria, com pouca instrução escolar. Em Moçambique, a investigação ficou centrada em duas variações do Mancala IV, o M’pale e o Mthadje. No campo da história e cultura africana, concluímos nesta pesquisa, que este jogo contribui para preservar a identidade cultural do africano, pois enquanto jogam, os anciões transmitem para os mais jovens, os saberes ancestrais africanos. Na prática do jogo, também se transmite valores filosóficos e sociais que contribuem para a convivência coletiva. Dentre os referenciais culturais africanos apurados, encontramos a circularidade, partilha, coletividade, ancestralidade, cosmovisão africana, religiosidade, ludicidade e oralidade. Estes referenciais também estão presentes nos valores civilizatórios afro-brasileiros. Sendo assim, concluímos nesta pesquisa que o jogo Mancala IV também pode contribuir para o ensino de história e cultura afro-brasileira. O Mancala IV é um jogo de estratégia que exige rapidez mental e muita concentração. É um jogo matemático por estar envolvido em sua prática o cálculo mental e operações matemáticas simples e complexas. As diversas possibilidades de movimentos podem ser potencializadas para a construção de conceitos matemáticos sistematizados pela a escola. Neste sentido, consideramos que este jogo pode contribuir, dependendo da orientação do professor, como um material
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