O Desenvolvimento da Região do Baixo Mondego a partir dos anos 60. A Cultura do Arroz Naiara Soares Coimbra, 2011 O Desenvolvimento da Região do Baixo Mondego a partir dos anos 60. A Cultura do Arroz Trabalho realizado no âmbito da unidade curricular de Fontes de Introdução Sociológica – Licenciatura em Sociologia Professor: Paulo Peixoto Naiara Soares Coimbra, 2011 Ficha técnica Título do trabalho: O Desenvolvimento da Região do Baixo Mondego a partir dos anos 60. A Cultura do Arroz Unidade curricular: Fontes de Introdução Sociológica Professor: Paulo Peixoto Estudante: Naiara Teixeira Soares Número de estudante: 2011155442 Imagem da capa: https://lh4.googleusercontent.com/‐ rvOw9ZvOObg/SreevAvAe_I/AAAAAAAABh0/btumMn22pz4/Arroz_para_semear.JPG Índice 1. Introdução ............................................................................................................................. ‐ 1 ‐ 2. O Estado das Artes ................................................................................................................ ‐ 2 ‐ 2.1 O Rio Mondego ............................................................................................................... ‐ 2 ‐ 2.2 Baixo Mondego ............................................................................................................... ‐ 3 ‐ 2.3 Plano Geral de Aproveitamento do Baixo Mondego ...................................................... ‐ 4 ‐ 2.4 O Projecto Hidroagrícola e o Projecto Agrícola ............................................................... ‐ 7 ‐ 2.5 O Cultivo do Arroz ......................................................................................................... ‐ 12 ‐ 3. Ficha de leitura .................................................................................................................... ‐ 15 ‐ 4. Pesquisa Detalhada ............................................................................................................. ‐ 19 ‐ 5. Avaliação de uma página da Internet.................................................................................. ‐ 20 ‐ 6. Conclusão ............................................................................................................................ ‐ 22 ‐ 7. Referências Bibliográfica ..................................................................................................... ‐ 23 ‐ Anexo A Página da internet avaliada 1. Introdução Este trabalho, realizado no âmbito da disciplina de Fontes de Introdução Sociológica, insere‐se no tema a) ‐ caraterização diacrónica das modalidades de expansão urbana e de localização de Coimbra em relação ao Rio Mondego. História do crescimento e do desenvolvimento da cidade e do território em relação ao Rio Mondego. Evidenciação das transformações ocorridas no domínio da relação cidade/rio ‐ proposto pelo professor da disciplina, Paulo Peixoto. O Desenvolvimento da Região do Baixo Mondego a partir dos anos 60. A Cultura do Arroz é o tema deste trabalho. Portanto, nas páginas seguintes, focalizar‐me‐ei no desenvolvimento da Região do Baixo Mondego. Veremos que este desenvolvimento será proporcionado por um conjunto de programas de desenvolvimento elaborados pelo Estado português, tendo em vista o aproveitamento dos recursos hídricos que o Rio Mondego dispunha e poderia oferecer para a região. Os programas de desenvolvimento na região ganham um certo destaque na década de 60, com a elaboração do Plano Geral de Aproveitamento do Baixo Mondego. Este que tem como alvo principal combater as cheias que assolam a região do Baixo Mondego, levando à destruição total do cultivo de algumas culturas de total importância para o crescimento local. Sendo assim, são construidas barragens, há uma alteração do modo de cultivo das terras, há um aproveitamente dos solos que, por sua vez, provocará uma modificação no modo de como a população rural lida com esse novo modo de produção. Logo, é dentro deste contexto que irei referir, em especial atenção, o cultivo de arroz. Pois, os projectos elaborados pelo Estado, tanto o Plano Geral de Aproveitamento do Baixo Mondego como o Programa Integrado de Desenvolvimento Regional do Baixo Mondego (PIDR – BM), fazem com que haja um novo modo de cultivo da orrizicultura proporcionando um crescimento para os rurais locais e para toda população da região. ‐ 1 ‐ 2. O Estado das Artes O Rio Mondego, através dos seus inúmeros recursos hídricos, proporcionou a toda região que abrange, em especial destaque para a sub‐região do Baixo Mondego, uma diversificação de utilizações da àgua que serão importantes para o abastecimento de água e um grande fomento para a actividade agrícola e industrial da região. É dentro deste contexto que começo por fazer uma breve descrição do Rio Mondego. 2.1 O Rio Mondego O Rio Mondego, quinto maior rio de Portugal, “é o mais importante de todos os que têm o seu curso em território exclusivamente português” (Wikipédia, 2011). Nasce a 1425 metros de altitude, na Serra da Estrela e desagua no Oceâno Atlántico, na cidade de Figueira da Foz. O comprimento total do rio é de 234 quilómetros e abrange os concelhos de Gouveia, Guarda, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Mangualde, Seia, Nelas, Carregal do Sal, Santa Comba Dão, Mortágua, Oliveira do Hospital, Tábua, Penacova, Vila Nova de Poiares, Coimbra, Montemor‐o‐Velho e Figueira da Foz. A Bacia Hidrográfica do Rio Mondego possui uma área de aproximadamente 6644 km2 e os seus principais afluentes são: o Rio Dão na margem direita e os rios Alva, Ceira, Arunca e Pranto na sua margem esquerda. Esta bacia tem uma enorme diversificação de utilizações da água que contribuem para o desenvolvimento de actividades agrícolas e industrais, etc. Os recursos hídricos pertencentes à bacia são de grande relevância, que exigiu, a nível judicial e constitucional, a criação de uma entidade gestora para o aproveitamento desses recursos na região. O armazenamento total dos recursos hídricos da bacia é de, aproximadamente, 540hm3. ‐ 2 ‐ Imagem I – Os afluentes do Rio Mondego Fonte – Programa Prof2000 Vimos que o Rio Mondego oferece, para a região em que tem o seu curso, um grande número de recursos hídricos. Dentre dessas regiões, analisaremos a região do Baixo‐ Mondego. 2.2 Baixo Mondego O Baixo Mondego é uma sub‐região, abrangendo parte da Região Centro e do Distrito de Coimbra, que “ocupa uma área com cerca de 2425,1 km2, e inclui ainda os concelhos Catanhede, Coimbra, Condeixa‐a‐Nova, Figueira da Foz, Montemor‐o‐Velho, Mealhada, Mortágua, Penacova e Soure”(Câmara Municipal, 2010). Esta sub‐região, apesar de corresponder a 19% da “globalidade da superfície da bacia hidrográfica deste nosso Rio, o certo é que ele é, a nosso ver, e dos pontos de vista geológico e hridrogeológico, a parcela mais rica e diversificada de toda esta área” (Veloso, 1992). Coimbra e Figueira da Foz são os principais pólos da região, dotados de uma especializção no comércio e serviços, enquanto que nas restantes regiões predomina a actividade agrícola – cultura do arroz e do milho e a produção leiteira. ‐ 3 ‐ Imagem II – A sub‐região do Baixo Mondego Fonte – Google Imagens Portanto, uma vez caracterizado o Rio Mondego e a sub‐região do Baixo Mondego, passaremos a analisar os Planos de desenvolvimento elaborados e executados nessa região, a partir da década de 60. 2.3 Plano Geral de Aproveitamento do Baixo Mondego A sub‐região do Baixo Mondego, no início dos anos 60, foi marcada por um período de cheias que destruíram searas de milho e arroz, aproximadamente 5 000 hectares, de uma tal maneira que foi necessária a intervenção do Estado com o objectivo de minimizar as perdas sofridas pelos agricultores. É neste contexto, e tendo em vista a resolução do problema que assola a sub‐região do centro de Portugal, que é lançado o Plano Geral de Aproveitamento do Baixo Mondego, em 1962, uma vez que o problema da região é “visto como o de um regime hidráulico desordenado que vai causar graves prejuízos à cultura de uma vasta área de terrenos situados a jusante de Coimbra – os Campos do Mondego” (Hespanha & Reis, 1988). ‐ 4 ‐ Logo, é fácil concluir que o problema é predominantemente agrícola, sendo causado pelo desornamento do regime hidráulico que provoca as cheias. Portanto, o objectivo principal do plano visa combater as cheias. Lançado em 1962, as obras do Plano iniciaram‐se dez anos mais tarde devido a várias questões: a falta de participação e cooperação dos principais interessados no Plano, os agricultores da região, uma vez que estes “pareciam incapacitados de representarem os seus próprios interesses e já pareciam convencidos de que as obras não se realizariam” (Hespanha & Reis, 1988). Porém, quando esta iniciou‐se estes rurais ficaram receosos e esperaram a sua finalização para ficarem certos das condições favoráveis para a produção. Outros obstáculos ao Plano foram a indefinição do programa para a reconversão da agricultura da zona, devido à imperfeição dos estudos, a falta de decisão política e o custo da obra. Para além dos obstáculos atrás referidos, a realização do Plano estava ligado com a estrutura social e económica da sub‐região, uma vez que o trabalho nos campos era resultado do esforço principal da reprodução económica dos famílias lá estabelecidas. Porém, cientes de que a “regularização da água no Baixo‐Mondego permitiria uma regularização das produções e esta a regularização dos rendimentos dos produtores” (Hespanha & Reis, 1988), o Plano foi posto em prática, já que conduziria ao progresso das culturas agrícolas aí dominantes, e em consequência disso o desenvolvimento da sub‐região.
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