MINISTÉRIO DA CULTURA, GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO E SECRETARIA DA CULTURA APRESENTAM 2014 TEMPORADA ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO TEMPORADA 2014 32 ASSINATURAS 144 Capa_Assinatura_4.0.indd 1 25/10/13 11:40 Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo prepara uma temporada inesquecível com grande satisfação, e plena certeza da importância em dar continuidade ao tra- para celebrar, em 2014, seus 60 anos de existência. balho desta entidade, que me dirijo ao público da Orquestra Sinfônica do Estado A É uma oportunidade especial para desfrutar da beleza e da técnica desta que é Éde São Paulo, pela primeira vez, na condição de presidente do seu Conselho a melhor orquestra sinfônica do Brasil e, por sua excelência, reconhecida internacional- Administrativo. mente como uma das melhores do mundo. Não é missão fácil suceder o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que, Num testemunho da força e do acerto do modelo de gestão implantado pela Fundação Osesp, ao longo dos últimos oito anos desempenhou esta função com muito empenho e competência. a orquestra vê fortalecida sua vocação de promover transformações culturais e sociais profundas. Uma coisa é certa: daremos continuidade ao amparo, criação e fomento de novas Têm destaque, em sua programação, os concertos a preço popular, os concertos ma- ideias que ampliem a visibilidade da instituição e fortaleçam seu vínculo com a socie- tinais gratuitos e as apresentações ao ar livre. E é motivo de grande orgulho o Osesp dade. Seguiremos com o propósito de excelência e disseminação da cultura, que per- Itinerante e os programas educativos da Fundação. meia o dia-a-dia dos músicos, do corpo diretivo e dos colaboradores da Fundação. Toda vez que nossos músicos se apresentam na Sala São Paulo ou nos grandes palcos do país É certamente um grande desafio, um tanto facilitado pelo fato de se tratar de uma institui- e do mundo, é nosso Estado que está representado na forma de um trabalho coletivo da mais ção consolidada e respeitada e com inúmeros feitos e conquistas ao longo dos últimos anos. alta qualidade. Mas, ao sair dos grandes palcos, em maratona itinerante por cidades de nosso E por falar em tempo, nada mais significativo que assumir esta posição exatamente no interior, muitas das vezes em regiões com poucas opções culturais, a orquestra cumpre a no- ano em que a Osesp completa 60 anos de atividades. Anos bem vividos, e construídos à bre missão de fomentar cultura e disseminar música clássica por todo o Estado. base de muito esforço, perseverança, coragem, dedicação e do sonho visionário de atingir Em 2013, a Osesp Itinerante passou por 50 municípios e reuniu, desde sua criação em patamares jamais imaginados para uma instituição cultural brasileira. 2008, em suas atividades e atrações mais de 228 mil pessoas: paulistas de todas as idades, O orgulho em fazer parte deste projeto, que conta com um público tão prestigioso com ou sem conhecimento musical. quanto seus profissionais – tanto os músicos quanto a equipe administrativa -, me acom- Já os programas de iniciação musical da Fundação Osesp trazem 120 mil crianças e ado- panhará ao longo dos próximos anos e, com o apoio dos meus companheiros do Conselho lescentes por ano à Sala São Paulo, além de cerca de 900 professores das redes pública e e de toda a comunidade Osesp, juntos, vamos prosseguir na consolidação dessa orquestra privada, que recebem formação para orientar seus alunos. que é de toda a sociedade. Com essas iniciativas, a Osesp contribui para desmistificar a ideia de que o concerto sin- fônico é “para poucos”. O que queremos é justamente o contrário: cultura de qualidade ao alcance de nossa população. O Governo do Estado e a Secretaria de Estado da Cultura convidam, mais uma vez, a po- pulação paulista para vivenciar e aplaudir esses momentos inesquecíveis com a Osesp, um dos mais extraordinários patrimônios da cultura de São Paulo e do Brasil. GERALDO ALCKMIN FÁBIO COLLETTI BARBOSA GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA FUNDAÇÃO OSESP 4 5 UM OLHAR FEITO DE OUTROS OLHARES inda não tendo chegado à quadra dos 50, ostento a honra de ter participado de metade da existência da AOsesp. Visar essa bela senhora sexagenária já me traz um turbilhão de lembranças. O tempo é uma medida incerta sem o tempero dos fatos e, quando me pergunto o que foi mais relevante nessa epopeia, não tenho dúvida de que foram as pessoas que fizeram da Osesp um caso de sucesso, orquestra tão querida dos paulistas e dos brasileiros. Tenho um olhar privilegiado dessa história. Um olhar for- stou muito feliz por fazer parte da família Osesp no mo- mado a partir das visões de tantos e bons fautores da nossa mento em que a orquestra inicia a temporada de cele- causa. Como não lembrar do olhar enérgico e autossuficiente Ebração de seus 60 anos de existência. E certamente há de Eleazar de Carvalho, olhar general e força da natureza, que muito o que comemorar em relação a esta orquestra de re- soube instilar nos jovens de minha geração a missão da música nome internacional, que incorpora e sintetiza o espírito do sé- sinfônica como um bem a ser protegido pela humanidade. O culo xxi no Brasil. Apaixonada, entusiasta, capaz e enérgica, a olhar corajoso de Mário Covas que, sob os olhares incrédulos de Osesp é a orquestra do futuro, cujo tempo é agora. tantos melômanos castigados pelos anos de desesperança, idea- lizou uma sala de concertos como jamais se sonhou. O olhar Fazer parte de uma organização cujo governo compreende urgente de John Neschling, olhar perseverante que deu azo a e apoia o valor do acesso às artes para todos os cidadãos é ins- essa utopia. O olhar maduro e ubíquo do presidente Fernando pirador em si mesmo; isto associado à oportunidade de tocar Henrique Cardoso e seus companheiros que, nas crises do cres- numa das mais belas salas de concerto do mundo, para o pú- cimento, trouxeram-nos ao eixo, mostrando o norte e confe- blico mais caloroso e receptivo que já conheci, faz de minha rindo estabilidade e vida institucional ao que era apenas projeto. estada aqui um sonho tornado realidade. Hoje celebramos uma realidade plena de novas possibilidades, inspirados pelo olhar instigante de Marin Alsop e sob o abrigo É profundamente gratificante trabalhar com pessoas que de- dos olhares argutos do Conselho, pessoas que entendem os si- dicam tamanho zelo a sua orquestra, cidade e país. Sinto um nais do nosso tempo. imenso orgulho de fazer parte desta excepcional orquestra, Mas, de todos os olhares, dois sempre foram insuperáveis. O neste momento especial de sua história. olhar úmido e transbordante do público ao fim dos concertos, olhar de recompensa que acompanha a orquestra, anos a fio, Meus sinceros agradecimentos a todos pelo seu apoio e com paixão incondicional pela música clássica, dos momentos envolvimento. inglórios nas salas de concerto improvisadas aos dias de farto da jubilosa Sala São Paulo. E, por fim, mas sobretudo, o olhar de cada músico, olhar de sacerdote, de esperança e de renún- cia, olhar vigilante de soldado, companheiro de trincheira MARIN ALSOP que, nos tempos e contratempos de cada ano, nos acelerandos DIRETORA MUSICAL E REGENTE TITULAR DA OSESP e ritardandos da vida, cumpre sua missão de erguer a cada dia as catedrais da música que a tantos emociona. A esses, meus olhares de agradecimento. MARCELO LOPES DIRETOR EXECUTIVO - 30 ANOS DE OSESP EM 2014 6 7 APRESENTAÇÃO ARTHUR NESTROVSKI 8 9 m 1954, a população do Brasil atingia 57 milhões de Muito mais poderia ser mencionado como evidência do caráter pessoas, pouco mais de um quarto do que temos hoje. extraordinário daquele instante para a cultura do Brasil: desde EA cidade de São Paulo contava três milhões e meio de romances e contos de Clarice Lispector até os afro-sambas habitantes, no ano em que o presidente Getúlio Vargas dava de Baden Powell, sem esquecer do cinema novo de Glauber serenamente o primeiro passo “no caminho da eternidade” e Rocha e Nelson Pereira dos Santos, do neoconcretismo de saía da vida “para entrar na História”. Menos de um mês de- Lygia Clark e dos primeiros trabalhos de Helio Oiticica, do pois daquele fatídico evento, o governador Lucas Nogueira Teatro Oficina de Zé Celso Martinez Corrêa, e dos poemas de Garcez promulgava, no dia 13 de setembro, a Lei de criação da João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira e dos concretis- Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. tas paulistas. Naquele breve interregno democrático, entre o Estado Novo getulista e o golpe militar de 1964, uma década Vivia-se um momento de grande comoção política. A insta- marcada por incentivos inéditos à industrialização (com conse- bilidade só começaria a ser aplacada com a eleição de Juscelino quências mistas, vendo as coisas em retroespecto), assim como Kubitschek para a presidência da República, no ano seguinte, por avanços na educação pública (interrompidos não muito de- dando início, então, a um dos mais extraordinários períodos pois), o Brasil punha em ação potências até então represadas. de desenvolvimento do país. E a Osesp nascia justamente às vésperas dessa brevíssima era, cujas repercussões e desdobramentos definem até hoje tanto Vale ressaltar o quanto, em 1954, nem tinham surgido ainda do que nos caracteriza. muitas daquelas que hoje estão entre as marcas mais expressi- vas da nossa identidade. Grande Sertão: Veredas é de 1956. Pelé Nessa Temporada 2014 comemoramos, então, os 60 anos da e Garrincha jamais tinham feito uma partida pela seleção, que Osesp. Que ela própria tenha se tornado, agora, uma marca só venceria sua primeira Copa em 1958, encantando o mundo da identidade paulista e paulistana, que a Osesp concretize com um estilo “brasileiro” de jogar.
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