Reunião de: 23/11/2016 Notas Taquigráficas - Comissões SENADO FEDERAL SENADO FEDERAL SECRETARIA-GERAL DA MESA SECRETARIA DE REGISTRO E REDAÇÃO PARLAMENTAR REUNIÃO 23/11/2016 - 49ª - Comissão de Educação, Cultura e Esporte O SR. PRESIDENTE (Flexa Ribeiro. Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – Boa tarde a todos. Como eu disse, temos o maior prazer e alegria em receber no Senado da República do Brasil a comitiva de Senadores da República Popular da China, os senadores Hu Zhenmin, Cao Yumin, Xu Peidong e a comitiva: Srª Zhang Jinghua, Sr. Liu Xuguang e Sr. Tian Qingfeng. Peço desculpas pelo meu mandarim. Tenho me esforçado, procurando ser fluente, mas ainda não consegui. Temos aqui presente, como já foi apresentado, o Senador Lasier Martins, Presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado Federal; o Senador Cristóvão Colombo... (Risos.) Colombo, não. É porque ele é mais importante aqui do que o descobridor da América. O SR. CRISTOVAM BUARQUE (Bloco Socialismo e Democracia/PPS - DF) – Senador, me permite um minuto? O SR. PRESIDENTE (Flexa Ribeiro. Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – Pois não. O SR. CRISTOVAM BUARQUE (Bloco Socialismo e Democracia/PPS - DF) – É que eles não conhecem Cristóvão Colombo, porque, na história da China, eles estiveram na América antes de Colombo. O SR. PRESIDENTE (Flexa Ribeiro. Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – Antes de Colombo. O Senador Cristovam Buarque é Vice-Presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal. A Senadora Vanessa Grazziotin, membro de diversas Comissões Permanentes do Senado Federal. Eu quero também apresentar e agradecer a presença do Dr. José Edmar de Queiroz – pode levantar para eles o conhecerem? –, Consultor Legislativo do Senado Federal na área de educação, e do Dr. Rafael Augusto Simões, também Consultor Legislativo do Senado Federal na área de cultura e esporte. Eu vou passar a Presidência ao Senador Cristovam para que ele possa, como membro da Comissão de Educação, transmitir aos Srs. Senadores alguns dados da educação no Brasil, assim como, após o Senador Cristovam, ao Senador Lasier, que falará sobre ciência e tecnologia. Os nossos Consultores também farão as observações sobre cultura e esporte e também sobre a área de educação. Ao concluirmos a nossa reunião aqui, nós gostaríamos que os Srs. Senadores conhecessem o plenário do Senado Federal, fizessem uma visita ao plenário para que, junto com o Senador Lasier, a Senadora Vanessa e o Senador Cristovam, nós pudéssemos apresentá-los aos demais Senadores que estiverem na sessão deliberativa que está acontecendo e, pela tela, os senhores podem ver. As sessões deliberativas do Senado, assim como as reuniões das Comissões Permanentes, são transmitidas ao vivo para todo o Brasil. Então, nós temos na tribuna agora o Senador Otto Alencar, que é Senador pelo Estado da Bahia. Nas reuniões das comissões, que se reúnem às terças, quartas e quintas, os brasileiros podem interagir nas discussões dos projetos em tempo real também, fazendo, através da internet, questionamentos aos Senadores que estejam, no momento, participando da reunião dessa comissão. 1/7 Reunião de: 23/11/2016 Notas Taquigráficas - Comissões SENADO FEDERAL Vou passar a palavra ao Senador Cristovam Buarque. Ao final das exposições, os Srs. Senadores poderão fazer as indagações que acharem necessárias. O SR. CRISTOVAM BUARQUE (Bloco Socialismo e Democracia/PPS - DF) – Eu quero, em primeiro lugar, manifestar minha pessoal admiração pela história da República Popular da China: os 5.000 anos de história, os 100 anos de República, os 70 anos da revolução e esses últimos 30 ou 40 anos das mudanças que levaram à construção da China moderna. Esses últimos anos, eu, pessoalmente, costumo dizer que são de Mao a Ma, Jack Ma à revolução de Chairman Mao, e agora essa revolução tecnológica que a China tem feito e que tem sido um exemplo para o mundo inteiro. Observando daqui, em algum momento, nos dá certa inveja de algumas razões que permitiram à China fazer esse crescimento tão rápido da sua sociedade e economia. Em primeiro lugar, a coesão do povo, sem divisões como nós temos aqui, por exemplo, em grupos, corporações separadas. O povo chinês forma um todo. Entendemos que isso não seria possível sem o papel firme do Partido Comunista Chinês, com seus 80 milhões de filiados, e toda a sua organização. Nesse ponto, uma admiração que eu tenho é pelo respeito ao mérito dentro da ascensão na política, obviamente influência ainda do tempo de Confucius. E aí, claro, tem um papel fundamental a educação, que na China tem sido uma grande prioridade ao longo de todos esses últimos anos, desde 1949. No Brasil também temos feito um esforço. Algumas décadas atrás, tínhamos muitas crianças fora da escola. A partir dos anos 80, passamos a ter uma política mais inclusiva das crianças na escola, o que se consolidou muito a partir, inicialmente, do governo Sarney, depois, do governo de Fernando Henrique Cardoso, do governo do Presidente Lula e também, na sua continuidade, da Presidente Dilma. Hoje em dia temos 97% das crianças na escola, todas elas recebendo livro didático grátis e refeição diária gratuitamente. Mas não estamos satisfeitos com a qualidade dessa educação. Consideramos, em primeiro lugar, que ainda é pequeno o número dos adolescentes que terminam o ensino médio, o secundário. Apenas 40% das nossas crianças, embora todas tenham passado pela escola, terminam o ensino secundário. E os indicadores mundiais não nos põem entre os lugares primeiros. Nós estamos num lugar muito atrás na qualidade. E sentimos que esse é o grande impedimento para o Brasil se transformar numa potência moderna. Os que terminam o ensino médio, para entrar na universidade, têm que fazer um concurso chamado vestibular, que permite a apenas poucos entrar nas melhores universidades do Brasil. Setenta e cinco por cento dos que entram na universidades têm de procurar instituições privadas e, em geral, não são as de melhor qualidade. Por isso não temos uma base firme para o desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil. Esses que entram nas universidades particulares têm que pagar; os outros, da universidade pública, não pagam, é absolutamente gratuita, o que eu creio que não é o caso da China, onde, mesmo na pública, é preciso pagar alguma coisa. De qualquer maneira, não basta isso. A partir dos estudantes universitários, é preciso haver um sistema científico e tecnológico que envolva as universidades, os institutos de pesquisa, os empresários, órgãos do Governo, fazendo pesquisas científicas. E nisso estamos muito atrasados ainda. Nós não temos um bom sistema de ciência e tecnologia no Brasil. E tudo isso faz com que, no Brasil, haja uma grande desigualdade na educação entre os filhos das camadas ricas e os filhos das camadas pobres. Mas, para resumir, o Brasil tem feito um grande esforço, nas últimas décadas, através de diferentes governos. Esperamos que, no governo atual e nos próximos, estejamos unidos para fazer o Brasil dar o grande salto na educação. Se fizermos isso, os outros saltos virão. E, para concluir, eu gostaria de fazer uma proposta, Sr. Embaixador, no sentido de aumentar a cooperação entre a comissão de educação do Parlamento chinês e a Comissão de Educação do Senado brasileiro. Eu gostaria de sugerir um convite do Parlamento ao Presidente da Comissão de Educação do Senado para que ele possa visitar e ver o esforço que a China está fazendo. O nosso Presidente da Comissão, não sei se na China é muito conhecido, mas nos países que praticam futebol é muito conhecido por ter sido um dos maiores jogadores de futebol do Brasil, o hoje Senador Romário. Eu estou convencido de que ele aceitaria, com muita alegria, esse convite, e de que, na China, haveria uma recepção muito favorável à presença dele como Senador, como Presidente da Comissão e como um atleta tão reconhecido internacionalmente. E, se ele achar conveniente, eu me inscreverei para ir junto com ele. (Risos.) Muito obrigado. 2/7 Reunião de: 23/11/2016 Notas Taquigráficas - Comissões SENADO FEDERAL O SR. LASIER MARTINS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PDT - RS) – O senhor me permite, Sr. Liu? Na área do futebol, nós sabemos que a China vem tendo um enorme desenvolvimento. Inclusive, o campeão chinês deste ano, da cidade de Guangzhou, é um clube treinado por um brasileiro chamado Felipão, Felipe Scolari, que é um gaúcho, é do meu Estado. O SR. PRESIDENTE (Flexa Ribeiro. Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – Eu quero agradecer ao Senador Cristovam Buarque e pedir até desculpas porque eu deveria, ao apresentá-lo, ter dito aos Srs. Senadores que nos visitam que ele foi Governador do Distrito Federal, aqui em Brasília, e foi Ministro da Educação do nosso País. O SR. CRISTOVAM BUARQUE (Bloco Socialismo e Democracia/PPS - DF) – E colega do Senador Flexa ainda no curso secundário. O SR. PRESIDENTE (Flexa Ribeiro. Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – Todos nós, Parlamentares do Congresso Nacional, lutamos por uma educação de melhor qualidade, porque a transformação que nós queremos para o nosso País, sem sombra de dúvida, passa pela qualidade da educação que se oferece aos nossos jovens e crianças. Com certeza, todos nós, Senadores, quando o tema é educação, seguimos a orientação do Senador Cristovam Buarque. E o mesmo eu digo do Senador Lasier Martins, que vai passar aos senhores que nos visitam alguns dados importantes sobre ciência e tecnologia no nosso País. Mas, antes, eu quero saudar os nossos posso dizer já amigos e praticamente membros permanentes do Senado, do Grupo Parlamentar Brasil-China, Ministro Wang Wei, que está sempre aqui conosco, e a Conselheira Xue Dongxiao. Sejam sempre bem-vindos. Senador Lasier Martins. O SR. LASIER MARTINS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PDT - RS) – Bem, Sr. Liu e Sr. Hu Zhenmin, eu quero ser objetivo. Já tive oportunidade, na reunião que tivemos até há pouco com os senhores, no gabinete do Senador Flexa, de externar a grande admiração por esse extraordinário desenvolvimento da China.
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