O Navio-Fábrica Caranguejeiro, De Kobayashi Takiji: Tradução E Considerações

O Navio-Fábrica Caranguejeiro, De Kobayashi Takiji: Tradução E Considerações

Universidade de São Paulo – USP Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas Departamento de Letras Orientais ANDRÉ FELIPE DE SOUSA ALMEIDA O Navio-Fábrica Caranguejeiro, de Kobayashi Takiji: tradução e considerações São Paulo, SP 2016 ANDRÉ FELIPE DE SOUSA ALMEIDA O Navio-Fábrica Caranguejeiro, de Kobayashi Takiji: tradução e considerações Dissertação apresentada ao Departamento de Letras Orientais da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre. Área de concentração: Língua, Literatura e Cultura Japonesa Orientadora: Prof.ª Drª Neide Hissae Nagae São Paulo, SP 2016 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. Nome: ALMEIDA, André Felipe de Sousa Título: O Navio-Fábrica Caranguejeiro, de Kobayashi Takiji: tradução e considerações Dissertação apresentada ao Departamento de Letras Orientais da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre. Aprovado em:___________________ Banca examinadora Prof. Dr. __________________________________________ Instituição:________________________________________ Julgamento:_______________________________________ Assinatura:________________________________________ Prof. Dr. __________________________________________ Instituição:________________________________________ Julgamento:_______________________________________ Assinatura:________________________________________ AGRADECIMENTOS À minha orientadora, Prof.ª Neide Hissae Nagae, pela colaboração na produção deste trabalho e pelo apoio e incentivos de sempre. Aos professores avaliadores por terem aceitado o convite para participar da banca deste trabalho. Ao Prof. Dr. Onishi Yasumitsu, da Universidade de Mie, pelas maravilhosas aulas e por me introduzir à literatura de Kobayashi Takiji. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo auxílio concedido. Ao Centro de Estudos Japoneses da USP, pela contribuição dada a esta pesquisa, através do acesso aos acervos bibliográficos. A meu chefe Prof. Dr. Luciano Maia, que gentilmente me concedeu férias para que eu concluísse esse trabalho e à querida colega Maria da Guia, pelas mensagens de incentivo. A meus amados pais, Fernanda e Edvaldo pelo apoio incondicional a meus projetos. RESUMO ALMEIDA, André Felipe de. O Navio-Fábrica Caranguejeiro, de Kobayashi Takiji: tradução e considerações. 2016, 175 f. Dissertação (Mestrado em Língua Literatura e Cultura Japonesa) – Departamento de Letras Orientais. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. A proposta do presente trabalho consiste na tradução para o português do romance Kanikōsen (O Navio-Fábrica Caranguejeiro, 1929) de Kobayashi Takij. Para chegar ao objetivo proposto, procedemos uma historização da vida e obra de Kobayashi Takiji, no sentido de compreendermos a trajetória literária do autor, seu envolvimento no movimento proletário e o contexto sócio-político em que o romance foi escrito. Visando introduzir O Navio-Fábrica Caranguejeiro ao leitor deste trabalho, são feitos alguns apontamentos sobre o romance: uma apresentação de seu tema e narrativa, um breve levantamento histórico de seu surgimento, suas repercussões no Japão e no mundo, e um levantamento e comentário crítico da obra. Palavras-chaves: Kanikōsen. Kobayashi Takiji. Literatura Japonesa. Literatura Proletária. Tradução. ABSTRACT ALMEIDA, André Felipe de. The Crab Cannery Ship, by Kobayashi Takiji: translation and considerations. 2016, 175 f. Dissertation (Master degree in Language, Literature and Japanese Culture) – Department of Oriental Letters, Faculty of Philosophy, Letters and Human Sciences, Universidade de São Paulo (São Paulo University), São Paulo, 2016. The purpose of this work is the translation of the novel Kanikōsen (The Crab Cannery Ship, 1929) by Kobayashi Takij into Portuguese. To reach the proposed objective, we made a historical research about the life and work of Kobayashi Takiji, to understand the literary trajectory of the author, his involvement in the proletarian movement and the socio-political context in which the novel was written. In order to introduce The Crab Cannery Ship the reader of this work, we are made some observations about the novel: a presentation of its theme and narrative, a brief historical research of its appearance, its impact on Japan and around the world, and a survey and critical commentary about the work. Keywords: Kanikōsen. Kobayashi Takiji. Japanese Literature. Proletarian Literature. Translation. CONVENÇÕES 1) Os termos de origem japonesa são transcritos neste trabalho utilizando-se o Sistema Hepburn, o qual possibilita que a escrita japonesa seja representada em alfabeto latino. Tal sistema representa os sons da língua japonesa de acordo com a pronúncia inglesa, o que gera problemas de pronuncia com a língua portuguesa. Para que não haja confusões, citamos abaixo os esclarecimentos sobre esse sistema, conforme o Dicionário Michalis Japonês- Português (2003)1: - “r” pronuncia-se como consoante alveolar, como em “caro” em português. - “h” é pronunciado como aspirado, como em “hungry” em inglês; - “e” e “o” são pronunciados com som fechado, como nas palavras “poema” e “onde”; - “w” é uma semivogal e te som equivalente ao “u” da palavra “mau”; - “y” é uma semivogal e tem som equivalente ao “i” da palavra “mais”; - “s” é pronunciado como sibilantes, como “ss” e “ç” em português; - “sh” tem com de “x” ou “ch”, como em “chá”; -“ge” e “gi” pronunciam-se como “gue” e “gui”, respectivamente; - “ō”, “ū” e “ei” são pronunciados como vogais longas como “oo”, “uu”, e “ee” respectivamente. - “ch” se lê como “tch” em “tia”, e “j” como “dj” em “dia”. 1 Michaelis: Dicionário Prático Japonês-Português, Ed. Melhoramentos e Aliança Cultural Brasil-Japão, Coord. Katsunori Wakisaka, São Paulo, 2003. - “kk”, “tt”, “pp”, “ss” indicam uma pausa brusca entre uma sílaba e outra. 2) Os nomes próprios japoneses são escritos na ordem original, isto é, o sobrenome precedendo o prenome. 3) Entende-se como tradução nossa as passagens traduzidas no corpo do texto, quando não assinaladas. SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................. 11 1. KOBAYASHI TAKIJI: VIDA E OBRA ............................................ 15 1.1. Infância e juventude ............................................................... 15 1.2. Takiji e o movimento proletário ................................................ 18 1.3. Perseguição e morte ............................................................... 27 2. CONSIDERAÇÕES SOBRE O NAVIO-FÁBRICA CARANGUEJEIRO . 32 2.1. Apresentação da obra ............................................................. 32 2.2. As origens ............................................................................. 38 2.3. Reverberações no Japão e no Mundo ......................................... 41 2.4. Sob o olhar da Crítica .............................................................. 46 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................... 53 4. TRADUÇÃO DE O NAVIO-FÁBRICA CARANGUEJEIRO ................. 55 Um — A gente vai é pro inferno! ....................................................... 55 Dois .............................................................................................. 68 Três .............................................................................................. 81 Quatro ........................................................................................... 99 Cinco ........................................................................................... 117 Seis ............................................................................................ 133 Sete ............................................................................................ 140 Oito............................................................................................. 148 Nove ........................................................................................... 154 Dez ............................................................................................. 161 Apêndice ...................................................................................... 177 4.1. Notas da tradução ................................................................ 178 Mapas: ........................................................................................... 187 INTRODUÇÃO Durante o Período Taishō (1912-1926) em decorrência da crescente demanda por uma arte de massas, observou-se o surgimento de importante corrente literária do Japão 2 que ficou conhecido como movimento da literatura proletária (puroretaria bungaku). A vertente era composto por diversos escritores e intelectuais japoneses esquerdistas que tinham como objetivo usar a literatura como um instrumento para promover uma reforma estrutural na sociedade, ou mesmo uma revolução, em respostas às injustiças sociais. Durante a década de 1920, o movimento proletário extrapolou as esferas de grupos políticos de esquerda, e ganhou grande espaço nas discussões acerca de literatura no país em diversos meios. Já no início da década de 1930, praticamente metade dos artigos publicados nas principais revistas “burguesas” foram escritos por membros da escola proletária (KEENE, 1976). Com as fortes repressões

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