UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA O 4º e o 3º milénios a.n.e. no sítio da Ota (Alenquer) Perscrutando por entre colecções antigas e projectos recentes Volume I André Texugo Lopes Dissertação de Mestrado em Arqueologia 2016 UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA O 4º e o 3º milénios a.n.e. no sítio da Ota (Alenquer) Perscrutando por entre colecções antigas e projectos recentes André Texugo Lopes Dissertação de Mestrado em Arqueologia Tese orientada pela Professora Doutora Ana Catarina Sousa 2016 AGRADECIMENTOS A realização desta dissertação de mestrado só foi possível graças à colaboração e ao contributo, de forma directa e indirecta, de várias pessoas e instituições, para as quais gostaria de exprimir algumas palavras de agradecimento, admiração e reconhecimento: Aos meus pais e irmão, por serem o núcleo duro do que eu sou, por me formarem em todas as valências da palavra, por terem lutado, acreditado e reconhecido o meu futuro. Obrigado por me terem proporcionado este momento e por termos sido uma família, em todos os momentos deste percurso, face a tantas e tão duras adversidades. Ao Diogo Lourenço, Nelson Mota e Ricardo Pereira, agradeço a amizade, ajuda em diversos pontos desta dissertação, nomeadamente, nos desenhos técnicos, mas, sobretudo, a presença, a confraternização, o empenho na elevação da moral e a resistência ao meu fatigante estado de alma. Ao António Carlos Valera, que de forma directa, ainda que sem se aperceber (creio eu!), funcionou como exemplo de boas práticas e caminhos necessários na investigação, incutindo sempre um grande grau de exigência, que se reflecte em muitas das ideias apresentadas na dissertação. Também a forma como acarinhou a minha paixão pela Arqueologia, fazendo-me, desde o primeiro momento, saber qual seria a meta a atingir. À Câmara Municipal de Alenquer, por pôr em marcha uma mudança em Alenquer, de forma sustentada, em que o Património Cultural tem lugar no discurso, caminhando-se para uma recuperação, valorização e divulgação de uma herança cultural que é de todos, e é, sem dúvida, um dos pontos mais destacados desta Vila. Ainda neste ponto, quero particularizar as pessoas de Rui Costa (Vice-Presidente da Câmara Municipal de Alenquer) e Paulo Franco (Vereador) que acederam sempre aos meus pedidos, correspondendo, com muito interesse, e tornando possível esta dissertação, nos moldes aqui apresentados. Ao Filipe Rogeiro, uma enorme palavra de gratidão por ter me proporcionado, com extrema paciência, o acesso à colecção e os meus “caprichos” científicos. Ao José Carlos Morais, por me ter confiado, em primeira instância, a coordenação dos trabalhos de arqueologia do Canhão Cársico de Ota e ter reconhecido em mim a capacidade e o engenho para os levar a cabo. Obrigado, também, pelo apoio na cartografia e nas questões climáticas, faunísticas e botânicas. À restante equipa do Canhão Cársico de Ota agradeço-lhes a aprendizagem, o entusiasmo e qualidade dos trabalhos produzidos, que irão reconhecer, devidamente, a excepcionalidade da paisagem cársica de Ota. Às instituições de Ota, nomeadamente, a Junta de Freguesia de Ota e Centro Social Recreativo e Desportivo da Ota, representada pelos seus presidentes Diogo Carvalho e Alexandre Azevedo, respectivamente, que acederam afirmativamente a todos os meus pedidos e se demonstraram confiantes no sucesso dos trabalhos produzidos. A toda à população de Ota, por me terem criado no vosso seio, por me terem ensinado a viver em segurança e em sociedade (para comigo e com os “outros”), por me terem apoiado, por um lado, e suportado, por outro, e me terem incutido um patriotismo desmedido, por esta terra. Ao Miguel Cipriano Costa pelo apoio na bibliografia, nos trabalhos de campo e pela síntese que realizou nos seus trabalhos, que em muito serviram nesta dissertação. Aos doutorandos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, especialmente, ao Marco, César e Henrique, pela prospecção e a ajuda no que concerne às geologias locais e aos locais de aprovisionamento. Aos meus colegas de curso, particularmente, ao Gonçalo Sá-Nogueira, Álvaro Pereira, Richard Peace, Luís Constantino Rendeiro, Cátia Delicado, Ana Olaio, Patrícia Castanheira, Pedro Abade e Filipa Santos, uma enorme gratidão por terem feito parte do meu percurso académico, e de inúmeras histórias, discussões e sonhos, sempre tendo como pano de fundo uma Arqueologia melhor. Ao João Pedro Cunha-Ribeiro, por ter acolhido os meus desafios e propostas, sempre com um entusiasmo contagiante. À Ana Catarina Sousa, minha orientadora, que na verdade foi sempre mais do que isso, orientadora nos trilhos da Arqueologia, incansável, presente e, consistentemente, dedicada aos alunos, trabalhos, Arqueologia e ao 4º e 3º milénio a.n.e. Neste caso, partilhou o “brilhozinho nos olhos” pela estremadura portuguesa e persuadiu-me (não foi difícil) a trabalhar a minha “casa”, num percurso semelhante, com as devidas diferenças, ao seu. À Ana Catarina Basílio por ter sido tudo desde o primeiro momento, pela paciência (e a falta dela), pela genialidade que lhe é característica e que me obrigou a crescer, por ter partilhado este caminho comigo, estando sempre pronta ajudar-me com textos, opiniões, discussões e grafismos. Agradeço-lhe tudo neste meu percurso, sendo muito mais do que qualquer linha que pudesse redigir. Obrigado pelo carácter, amizade, carinho, genialidade e coerência. O 4º e 3 milénio a.n.e. no sítio da Ota (Alenquer): perscrutando por entre colecções antigas e projectos recente. A Ota tem sido, recorrentemente, integrada em mapas, em discursos e dados empíricos sobre as mais diversas temáticas, em muito devido à sua larga diacronia de ocupação - Neolítico Final ao Período Islâmico – essencialmente baseada no espólio do “Castro” de Ota, em depósito no Museu Hipólito Cabaço (Alenquer). Este foi integralmente apresentado em 1956, por Ernani Barbosa num artigo expositivo, funcionando, ainda nos dias de hoje, como base ilustrativa do espólio existente. O estudo presente nesta dissertação conjuga as duas realidades disponíveis até à data, a coleção do Museu e o resultado do projecto COTA – Canhão Cársico de Ota – procurando o seu enquadramento sociocultural e cronológico. O vazio de conhecimento existente sobre as estruturas e espaços do sítio, em toda a diacronia, tornou de extrema utilidade esta abordagem, procurando compreender, e relacionar, a paisagem antrópica dos períodos Neolítico/Calcolítico, com a “Macro” Região da Estremadura Portuguesa e com a região imediata perfilada pela bacia hidrográfica dos rios de Alenquer, Grande da Pipa e Ota, que partilham a mesma base geológica – Jurássico “Lusitaniano”. Apesar da fragilidade resultante da ausência de contextos, a procura de paralelos com os sítios mais reconhecidos, em áreas limítrofes, permitiu o estabelecimento de uma caracterização cronológica relativa e genérica dos materiais arqueológicos. A sua análise seguiu muitas das propostas de outros autores, ainda que se tenha procurado desenvolver alguns aspectos em particular, gerando interpretações e justificações preparadas para lidar, em alguns casos, com possíveis adaptações locais. O arqueossítio da Ota terá sido, acreditamos nós, em finais do IV milénio e nos séculos seguintes do III, vivenciado mais intensamente por um conjunto de comunidades, cuja tipologia de ocupação do espaço, ainda se encontra por determinar, em especial porque pode ganhar ritmos diferenciados consoante a cronologia. Ainda que, segundo os dados disponíveis, as actividades agrícolas e florestais se encontrem, minimamente, fundamentadas, em associação ao elevado número de elementos de tear que poderão, também, suportar uma possível ocupação enquanto povoado, do local em estudo. Simultaneamente, as comunidades revelam a manutenção de contactos inter-regionais, lidos através de algumas matérias-primas encontradas, quer seja devido a um intenso grau de mobilidade ou relacionado com redes de troca. Esta influência encontra-se registada em materiais como o anfibolito, os metais, o xisto e algumas tipologias cerâmicas. É certo que esta abordagem careça de um estudo futuro de proveniências, a fim de alargar o conhecimento acerca das matérias- primas em questão, ainda assim parecem-nos bons pontos de partida. A Ota representa assim, mais do que um regresso a um sítio clássico, um regresso à Estremadura Portuguesa, que carece de novas visões, dados, abordagens e preconceitos. The 4th and 3rd millennium a.n.e. at the site of Ota (Alenquer): Peering through old collections and recent projects. Ota has been recurrently integrated into maps, speeches and empirical data on the most diverse themes, much due to its wide diachronic occupation - Late Neolithic to the Islamic period - essentially based on the collection of the "Castro de Ota” in deposit at the Museum Hipólito Cabaço (Alenquer). The collection was fully published in 1956 by Ernani Barbosa in an exhibition article, running, still today, as the illustrative basis of the existing artifacts. The study presented in this dissertation combines the two realities available to date, the collection of the Museum and the result of the project COTA – Canhão Cársico de Ota - looking for its socio-cultural and chronological framework. The emptiness existing regarding the knowledge about the structures and spaces of the site, across the diachronic, has turned this approach extremely useful, once is seeking to understand and relate the anthropic landscape of Neolithic / Chalcolithic periods, with the "macro" region of Extremadura
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