Produção Digital Na Mistika

Produção Digital Na Mistika

www.filmeb.com.br FESTIVAL DO RIO SETEMBRO DE 2012 PRODUPRODUÇÃOÇÃO DIGITALDIGITAL Como a tecnologia está transformando o cinema brasileiro, das filmagens à finalização O IMPACTO DA NOVA LEI DA TV PAGA NO MERCADO AUDIOVISUAL CINEASTAS BRASILEIROS RELATAM SUAS EXPERIÊNCIAS NO EXTERIOR PARCERIAS SE CONSOLIDAM NO LANÇAMENTO DE FILMES NACIONAIS Revista Filme B setemBRo 2012 • 1 100 FILMES EM PRODUÇÃO NO BRASIL 2 • Revista Filme B setemBRo 2012 Amazônia - Planeta verde: filmado em 3D digital Editorial Revolução tecnológica Paulo Sérgio Almeida DIGITAL NA PRODUÇÃO divulgação Foto: No momento em que o digital invade todos os Profissionais do audiovisual contam como a revolução digital04 está elos da cadeia cinematográfica – da distribuição transformando a realização de filmes no Brasil. à exibição, passando pela infraestrutura (equipa- mentos, laboratórios) – uma pergunta está no ar: será que o setor da produção está preparado para a NOVA LEI DA TV PAGA revolução tecnológica? 10 Em vigor a partir deste ano, marco regulatório da lei de Para tornar o cenário ainda mais complexo, uma TV por assinatura movimenta o setor da produção nova lei para a TV por assinatura, aprovada recen- temente, e que obriga os canais a exibirem conte- ENTREVISTAS údo nacional (independente e recente) em horário Jérôme Paillard, diretor do mercado do Festival de Cannes, nobre, tem deixado um sentimento de urgência no 18 e Bernardo Bergeret, do Ventana Sur, fazem um balanço de setor da produção, principalmente nas produtoras seus eventos independentes, que em muitos casos também fa- zem cinema. BRIC NO CINEMA Ao que tudo indica, a produção audiovisual terá Um painel do mercado de cinema nos países do bloco das um crescimento nunca visto antes, somado a um 22 economias emergentes, conhecido como BRIC (Brasil, modelo tecnológico também inédito. Como será Rússia, Índia e China) esse futuro, agora tão presente? Para tentar responder a questões tão complexas, CINEASTAS INTERNACIONAIS fomos em busca das posições dos diferentes seto- res para sabermos onde estamos pisando, quanto 28 Walter Salles, Fernando Meirelles, Vicente Amorim e temos de realidade conquistada e quanto ainda te- Heitor Dhalia comentam suas experiências no exterior remos de caminhar para atendermos a todos com modernidade, qualidade e democracia. Falamos PARCERIAS NA DISTRIBUIÇÃO com produtores, finalizadores, executivos dos ca- 32 Lançamentos de filmes nacionais em conjunto por duas ou nais por assinatura e o governo. Sentimos que não mais distribuidoras se consolidam será uma tarefa fácil, mesmo sabendo que o proces- so parece ser irreversível. FILMES EM PRODUÇÃO NO BRASIL Mas, afinal, o digital é um problema ou uma solu- Uma relação de mais de 100 filmes em produção no país ção? Depende muito do ponto de vista. Poderá ser 38 bom para todos, desde que cada setor se informe sobre as suas possibilidades e faça os investimen- FILME B | www.filmeb.com.br tos corretos. Como também pode ser uma perda de O Filme B é um portal especializado no mercado de cinema no Brasil. Todas as terças-feiras, o tempo e dinheiro, caso os diferentes agentes quei- Boletim Filme B informa os resultados das bilheterias e reúne as principais notícias da indústria no ram apenas olhar e proteger o seu negócio. Brasil e no mundo. O portal traz ainda as seções Calendário de Estreias, Quem é Quem no Cinema no Nesse inevitável conflito de interesses, o governo Brasil, Filmes em Produção, Database Brasil, Database Mundo, e a recém-criada seção Editais, com as (Ancine) vem criando um conjunto de investimen- principais linhas de financiamento do setor. A revista Filme B, com reportagens mais aprofundadas tos e leis – e boa parte delas já passou por consultas sobre os assuntos do mercado, é publicada três vezes por ano, nas ocasiões do Show de Inverno, em públicas, aprovação, e regulamentação. Nesta edi- Campos do Jordão (maio); RioMarket, do Festival do Rio (setembro); e Show Búzios, no Festival de ção, resolvemos focar nos desafios da produção na Búzios (novembro). era digital. Que portas estão se abrindo e como o REVISTA FILME B >>> Diretor: Paulo Sérgio Almeida Editor: Pedro Butcher Editor-assistente: setor está se preparando para enfrentar as novas Gustavo Leitão Repórter: Beatriz Leite Estagiários: Camile Cotta e Tiago Maranhão. Comunicação tecnologias, e a oportunidade de entrar definitiva- e marketing: Denise do Egito Projeto gráfico: Cardume Design Diagramação: Ana Soares Revisão: mente no mercado da televisão. Cristina Siaines Pesquisa: Elizabeth Ribeiro Foto da capa: Paulo Sérgio Almeida Gráfica: Walprint Revista Filme B setemBRo 2012 • 3 CAPA equipe de Amazônia – Planeta verde já não tinha uma tarefa PRODUZIR NA das mais fáceis: documentar o denso interior da floresta ama- zônica, longe da energia elétri- Aca e com a umidade do ar de 85% como ERA DIGITAL inimiga. Mas os profissionais envolvi- Profissionais do cinema explicam como dos no longa – uma coprodução Brasil- França que une ficção e documentário as novas tecnologias estão transformando para contar a história de um macaqui- a realização dos filmes nho nascido em cativeiro que se perde na floresta – tiveram que enfrentar uma Por Gustavo Leitão dificuldade a mais: lidar com equipa- mentos de captação em 3D ainda pouco usados no Brasil. “Tínhamos que ficar muito atentos ao alinhamento das câ- meras. Era uma questão de milímetros”, conta Fabiano Gullane, da Gullane, a produtora nacional do projeto. O filme, rodado em câmeras digitais de altíssima resolução, sempre montadas aos pares para criar o efeito tridimensional, faz parte da primeira leva de longas brasileiros com captação em 3D, que também inclui a comédia Se puder... dirija!, da To- tal Entertainment, atualmente em filmagens. Uma onda que é só a ponta mais visível de uma revolução silenciosa: o fim da película e a consolidação do di- gital na produção e pós-produção cinematográfica do país. “Em 100 anos, o cinema teve pouquíssimas mudanças da mesma importância, como a troca da lâmpada de carvão pela de xênon, o Cinemascope e a chegada do som digital”, afirma Ronaldo Câmara, Cena de Amazônia - Planeta verde, do Labocine, um dos últimos laboratórios de pelí- coprodução Brasil-França que está sendo filmada em 3D cula no Brasil. Fotos: divulgação Fotos: 4 • Revista Filme B setemBRo 2012 A transição digital, que vem se defende Walkíria Barbosa, da Total alastrando pelo cinema mundial de Entertainment, que costuma alugar forma galopante nos últimos anos, os equipamentos de empresas espe- ainda tem seus gargalos no mercado cializadas. brasileiro, principalmente na exibi- A gama de possibilidades desse ção. Na captação e pós-produção, no casamento entre a produção e a entanto, a realidade é bem diferente. pós-produção em digital é imensa. “Hoje, 90% de nossa produção é di- “A tecnologia digital vem revolu- gital”, revela Tamis Lustre, coorde- cionando a indústria de cinema e nador de finalização da O2 Filmes e televisão, permitindo a visualização leiros em 3D. O objetivo do esforço diretor da O2 Pós, num discurso que imediata das imagens, a criação de é não só assegurar o pioneirismo da se repete em outras grandes produ- efeitos visuais, motion control (con- tecnologia no Brasil como disputar toras do país. trole automatizado dos movimen- as salas digitais hoje ocupadas por “Se a transição digital é uma trilo- tos de câmera), computação gráfica blockbusters estrangeiros no forma- gia, podemos dizer que a edição foi e, finalmente, o 3D com qualidade to. A distribuição de ambos, entre- o primeiro capítulo, a captação tanto, será tanto em digital 3D está sendo o segundo e a proje- quanto em 35mm. “Tudo colabo- ção será o terceiro”, completa “Contamos ra para que os filmes nacionais Tamis. Como a pós-produção di- sejam captados em digital atu- gital já é o padrão da indústria com câmeras almente, mas muitas produções há anos, por conta das facilida- sofisticadas por ainda precisam ser entregues em des de manipulação de imagens película, em função do parque propiciadas pela tecnologia, aca- um preço acessível. exibidor. A concorrência nas sa- bou puxando a produção para Nossa opção vai ser las digitais é muito grande”, ex- o mesmo ambiente. “Fica muito plica David Trejo, diretor geral da mais simples trabalhar quando pelo digital sempre Cinecolor do Brasil, laboratório e o processo todo é digital”, diz que possível” finalizadora do grupo Chilefilms. Leonardo Puppin, gerente de fi- A chegada do 3D à produção tam- nalização da Labocine. No caso Walkíria Barbosa, Total Entertainment bém serviu para ampliar o voca- de longas rodados em película, o bulário técnico do digital no país. misto analógico-digital significa Produtoras e finalizadoras foram mais tempo e dinheiro, já que requer surpreendente”, opina José Dias, em busca de know-how, equipamen- um processo intermediário a mais, a diretor de multimídia da TV Globo, tos e profissionais. A Total entrou criação do digital intermediate, com responsável pela captação do carna- em contato com Dias, e a Gullane o escaneamento do filme. val em três dimensões. Graças a sua trabalhou com uma estereoscopista expertise em 3D – ele é estereógrafo Por conta disso, câmeras digitais trazida pela produtora francesa Bilo- formado pela Film Factory, nos Es- como as da Arri Alexa, Red e Sony ba, que colaborou com os fotógrafos tados Unidos –, Dias foi convocado começaram a se popularizar. Primei- Manuel Teran e Gustavo Hadba nas pela produção de Se puder... dirija! ro, viraram padrão da publicidade imagens da selva. “Toda a equipe de para supervisionar as filmagens. e, agora, xodós do cinema. “É mais câmera era brasileira. No fim, estáva- mos preparados para futuros projetos barato filmar em digital porque não O filme de Paulo Fontenelle, previsto no formato”, conta Fabiano Gullane, há revelação. E, hoje, no mercado para o primeiro semestre de 2013, que já tinha participado de um curso brasileiro, contamos com câmeras ao lado de Amazônia – Planeta ver- específico na Sony, no fim de 2011.

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