Manual De Reportagem

Manual De Reportagem

Manual de Repotagem A reportagem é o género nobre do jornalismo. Mais do que compilar estudos académicos e experiências dos repórteres, o que se pretende neste Manual de Reportagem é dar lugar ao debate e à reflexão, trazer pontos de vista sobre a Manual de história, a narrativa, a ética, de como tudo isto se cruza no ensino da reportagem e nas suas diversas linguagens. Seja com sons, com texto, com imagens ou juntando tudo isto e acrescentando novas ferramentas digitais no multimédia, é a reportagem que melhor nos mostra a rua e o mundo. Mas, ao mesmo tempo, é Reportagem este género jornalístico que mais sofre com a escassez de meios técnicos, a redução de jornalistas nas redações e o imperativo do imediato na informação, que castra o tempo de pesquisa e maturação de que a reportagem precisa. As quase três dezenas de vozes inquietas que aqui reunimos contam-nos histórias (ORG.) Bonixe, Luís Coelho, Ana Isabel Reis, Pedro limite, revelam-nos dilemas éticos, expõem-se a eles e ao método que usam para relatarem, “com todos os sentidos”, a realidade que observam. A esta lista faltarão Pedro Coelho nomes (faltariam sempre) que, por muitas razões, deveriam estar. Ainda são muitos os que em Portugal erguem a pena em defesa do jornalismo." Ana Isabel Reis Luís Bonixe (ORG.) Editora LabCom www.labcom.ubi.pt MANUAL DE REPORTAGEM PEDRO COELHO ANA ISABEL REIS LUÍS BONIXE (ORG.) LABCOM COMUNICAÇÃO & ARTES Ficha Técnica Título Manual de Reportagem Organização Pedro Coelho, Ana Isabel Reis e Luís Bonixe Editora LabCom www.labcom.ubi.pt Coleção Livros de Comunicação Direção Gisela Gonçalves Design Gráfico Cristina Lopes Daniel Baldaia Mantraste (capa) ISBN 978-989-654-698-4 (papel) 978-989-654-700-4 (pdf) 978-989-654-699-1 (ePub) Depósito Legal 477263/21 Tiragem Print-on-demand Universidade da Beira Interior Rua Marquês D’Ávila e Bolama 6201-001 Covilhã Portugal www.ubi.pt Covilhã, 2021 © 2021, Pedro Coelho, Ana Isabel Reis e Luís Bonixe. © 2021, Universidade da Beira Interior. O conteúdo desta obra está protegido por Lei. Qualquer forma de reprodução, distribuição, comunicação pública ou transformação da totalidade ou de parte desta obra carece de expressa autorização do editor e dos seus autores. Os artigos, bem como a autorização de publicação das imagens, são da exclusiva responsabilidade dos autores. Índice Nota Introdutória 11 Pedro Coelho, Ana Isabel Reis e Luís Bonixe Prefácio 13 Adelino Gomes PARTE I – A REPORTAGEM: O GÉNERO NOBRE 29 Introdução 31 Ana Isabel Reis Capítulo 1 – Genealogia da reportagem 33 Jacinto Godinho Capítulo 2 – A reportagem e o jornalismo literário 57 Isabel Soares Capítulo 3 – Investigar o sensível. A ética ao serviço da reportagem 77 Carla Baptista Capítulo 4 – O ensino da reportagem em Portugal e no Brasil 95 Sandra Marinho, Pedro Coelho e Lourival Galvão Júnior PARTE II – A REPORTAGEM E A ESPECIFICIDADE DAS PLATAFORMAS 121 Introdução 123 Luís Bonixe Capítulo 5 – O texto: elemento âncora da reportagem 127 António Granado Capítulo 6 – O som: elemento âncora da reportagem 147 Madalena Oliveira, Francisco Sena Santos e Miguel van der Kellen Capítulo 7 – A imagem: elemento âncora da reportagem 163 Pedro Coelho Capítulo 8 – Quando as linguagens se fundem na reportagem multimédia 185 Teresa Abecasis PARTE III – A EXPERIÊNCIA DE... 207 Introdução 209 Pedro Coelho As bolas de fogo 213 Adriano Miranda A Casa de Svetlana tem vista para os refugiados 217 Cândida Pinto O tempo que o tempo tem 221 Carlos Rico Alagie 225 Catarina Santos Gente com cócegas 231 Cristina Lai Men Olhos que veem, coração que cala 235 Fernanda Oliveira Ribeiro Notas breves de um repórter vadio e intermitente 239 Fernando Alves O pivô também como repórter 243 Francisco Sena Santos Perdemos demasiado à procura de ganhar tempo 249 Hugo Alcântara A máquina do tempo e a arte dos mergulhos 253 Joana Beleza O lugar de escuta 257 Joana Gorjão Henriques Elogio do diferido 263 João Paulo Baltazar Aquele segundo em que o telefone toca 267 João Santos Duarte Ver com todos os sentidos 273 José Manuel Mestre A reportagem que parecia impossível 277 José Manuel Rosendo Todas as cores do arco-íris 283 Luís Miguel Loureiro A lente num véu afegão 289 Luís Pinto Reportagem de proximidade: como o local se pode impor ao alinhamento nacional 295 Miguel Midões Reflexões de 20 anos como repórter em construção 299 Miriam Alves História em busca de bússola 305 Nuno Amaral Conversas com terroristas 311 Nuno Tiago Pinto Prontuário de gerúndios 317 Paulo Barriga Jornalismo de causas ou a causa do jornalismo? 321 Paulo Moura Como nasceu um projecto de jornalismo transfronteiriço 327 Paulo Pena O anexo 333 Pedro Coelho A surpresa na reportagem 337 Pedro Mesquita O peso da sorte na construção de uma carreira de repórter 341 Ricardo Alexandre Prefácio sonoro para Pyongyang 347 Rita Colaço O repórter não arde no fogo 353 Rodrigo Lobo Notas Biográficas 357 Nota Introdutória REC – REPÓRTERES EM CONSTRUÇÃO O REC é um consórcio de pessoas preocupadas com o jornalismo e com a formação dos jornalistas. A ideia nasceu em janeiro de 2017, no 4º Congresso dos Jornalistas Portugueses. A Comissão Organizadora, liderada pela jornalista Maria Flor Pedroso, decidiu for- mar uma redação multiplataforma para cobrir os quatro dias do evento. A redação, composta por 80 estudan- tes de jornalismo de 10 licenciaturas, de outras tantas escolas superiores, e coordenada por professores de jornalismo e jornalistas das diversas plataformas, apon- tava diretamente para o futuro. O entusiasmo do último dia, vencendo a efemeridade própria do entusiasmo dos últimos dias, foi a verdadei- ra semente do REC. Feliz e oportuna coincidência: as entidades que organizaram o Congresso (Sindicato dos Jornalistas, Casa da Imprensa e Clube dos Jornalistas), acreditaram no REC e financiaram os primeiros dois anos de vida ativa do projeto. O REC é atualmente constituído por professores e alu- nos de universidades e politécnicos portugueses de todo o país. A estes, juntam-se jornalistas de vários órgãos de comunicação social nacionais e regionais. A rede in- tegra ainda o Cenjor. O REC é um projeto aberto à colaboração com todos os órgãos de comunicação social. Desde o ano de 2020 que os trabalhos jornalísticos produzidos pelos estudantes que integram o REC são emitidos mensalmente num programa que vai para o ar na Rádio Renascença e estão disponíveis no site do projeto (https://www.reporteresemconstrucao.pt/). O REC posiciona-se no privilegiado interstício que separa a academia (os cursos de jornalismo-comunicação) do jornalismo profissional. E, nesse lu- gar, o REC esforça-se por preencher vazios sem invadir o território que aos dois mundos pertence. O REC é o lugar onde a formação em jornalismo se alimenta da partilha de reflexões e experiências de estudantes, professores e jornalistas. O alvo é preciso: trabalhar a reportagem. Este Manual é o espelho dessa reflexão e um elogio absoluto ao eterno gé- nero nobre. O futuro do jornalismo depende da forma como, em conjunto, conseguirmos valorizar a Reportagem. Os organizadores Pedro Coelho Ana Isabel Reis Luís Bonixe 12 A reportagem: o género nobre – Nota Introdutória Prefácio (Em jeito de carta aberta à geração REC e pais funda- dores, com um PS para Sena Santos e acenos a Jacinto Godinho e Pedro Coelho) Salve, IV Congresso dos Jornalistas Portugueses! Salve, pais fundadores da iniciativa de montar e animar uma redacção de estudantes-candidatos-a-jornalistas em pleno cinema S. Jorge! Salve, alunos que ousaram realizar a primeira cober- tura real time de um acontecimento – sempre intenso, emotivo e com pingos de conflitualidade – protagoniza- do por jornalistas profissionais, entre eles os monitores e “examinadores” (logo, com interesses na narrativa que dali ia saindo…)! Salve, alunos, monitores e professores que no pós- -congresso não só alimentaram a chama como a fizeram crescer em escolas de jornalismo, onde hoje se traduz em realizações regulares concretas com base nas me- lhores práticas. Algumas destas, até em media de referência, banidas do quotidiano redactorial, sob o pre- texto de roubarem tempo à edição! Salve todos os que pensaram, executaram e aderiram a esta outra iniciativa nestas páginas consubstanciada! Este Manual é uma preciosidade. Pelas circunstâncias que o geraram, pelo fim a que se destina, pela qualidade que da ideia resulta. Não há capítulo prescindível. Perderá sempre alguma coisa quem salte testemunhos. A vocês, alunos e candidatos a jornalistas que dele queiram beneficiar, com- pete explorar o vasto e rico território conceptual e prático que oferece. Quem falhar por falta de comparência (preguiça ou sobranceria) terá chum- bo merecido no exame da profissão. Mas igualmente imperdoável se me afigura a atitude dos que o lerem sem vontade de aprender, nele aprendam para logo esquecerem, ou lhe decorem conceitos e conselhos, mas nenhum levem à prática. Quando recebi o convite para escrever este prefácio, respondi a Sena Santos que preferia mil vezes ter sido colocado no grupo dos que dão testemunho. Ao ler os textos que me foram enviados (não todos, o que só reforçou a minha inquietação, também pela injustiça que ignorá-los pode implicar) concluí que faria bem se tivesse deixado o rabecão para quem melhor o sabe tocar. Sim, tudo o que poderia dizer-vos enquanto prefaciador está aqui escrito, nas três partes do Manual. E muito do que está aqui escrito, eu não sabia. Agora, não me resta outra saída que não seja intentar um mix do cânone prefacial com a corrente de pensamento, aqui e além quase diria autobio- gráfico. Quero dizer: a partir do que nestas páginas li e aprendi, partilharei convosco ideias, experiências, lições de décadas a andar e ver andar gente que pratica esta ofício boots on the ground dos acontecimentos que marcam a actualidade. Faço-o em jeito de carta aberta, que é a maneira mais coloquial de me dirigir a todos e cada um, sem guardar segredos em matéria que, por natureza, exige transparência.

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