ANGOLA, JEJE E KETU Memórias E Identidades Em Casas E Nações De Candomblé Na Região Metropolitana Da Grande Vitória (ES)

ANGOLA, JEJE E KETU Memórias E Identidades Em Casas E Nações De Candomblé Na Região Metropolitana Da Grande Vitória (ES)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS MILENA XIBILE BATISTA ANGOLA, JEJE E KETU Memórias e identidades em casas e nações de candomblé na Região Metropolitana da Grande Vitória (ES). VITÓRIA – ES 2 0 1 4 1 MILENA XIBILE BATISTA ANGOLA, JEJE E KETU Memórias e identidades em casas e nações de candomblé na Região Metropolitana da Grande Vitória (ES). Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais da Universidade do Espírito Santo, como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciências Sociais, na área de concentração Culturas, Identidades e Territórios Sociais. Orientador: Dr. Osvaldo Martins de Oliveira VITÓRIA – ES 2 0 1 4 2 MILENA XIBILE BATISTA ANGOLA, JEJE E KETU Memórias e identidades em casas e nações de candomblé na Região Metropolitana da Grande Vitória (ES). Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais da Universidade do Espírito Santo, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Ciências Sociais, na área de concentração Culturas, Identidades e Territórios Sociais. Aprovada em 28/01/2014. COMISSÃO EXAMINADORA Prof. Drº Osvaldo Martins de Oliveira. Universidade Federal do Espírito Santo. Orientador Prof. Drº Sandro José da Silva. Universidade Federal do Espírito Santo. Membro titular _______________________________________________ Prof.ª. Drª. Cleyde Rodrigues Amorim Professora do Centro de Educação UFES/ Docente do PPGCS-UEM Membro titular externo _______________________________________________ Profª. Drª.Sandra Regina Soares da Costa Martins Universidade Federal do Espírito Santo. Membro Suplente 3 Batista, Milena Xibile, 1981- B333a Angola, jeje e ketu : memórias e identidades em casas e nações de candomblé na Região Metropolitana da Grande Vitória (ES) / Milena Xibile Batista. – 2014. 245 f. : il. Orientador: Osvaldo Martins de Oliveira. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Humanas e Naturais. 1. Candomblé - Vitória, Região Metropolitana de (ES). 2. Cultos afro-brasileiros - Vitória, Região Metropolitana de (ES). 3. Identidade. 4. Memória. 5. Comunidade. I. Oliveira, Osvaldo Martins de, 1962-. II. Universidade Federal do Espírito Santo. Centro de Ciências Humanas e Naturais. III. Título. CDU: 316 4 À minha doce mãe, a grande senhora da minha vida, Rita de Cássia Mendonça Guzzo 5 AGRADECIMENTOS Meu caminhar durante a realização dessa dissertação foi marcado por muitos momentos de dificuldade, cansaço, falta de tempo, mas também de muita ajuda, companheirismo, amizade, fé e festas! Agradeço a todos que direta ou indiretamente ajudaram na realização desse sonho. Deus, deuses, orixás, minkisi (nkisi), voduns, santos e entidades, enfim a todas as energias que me fortaleceram nesse caminhar. A senhora Rita de Oxum, minha mãe amada, razão desse trabalho. A pessoa que mais aguentou o meu mau-humor e a minha ausência, obrigada por tudo que me ensinou a quem eu devo tudo de melhor que sou. Mutumbá. Sr. José Carlo Marinho de Souza, meu pai pequeno, que contribui imensamente para a realização desse trabalho, com sua inteligência e sabedoria. Dr. Osvaldo Martins de Oliveira, meu orientador, amigo, parceiro de todas as horas, obrigada pelo seu zelo, amizade e generosidade. Obrigada pela sua paciência! Esse trabalho é nosso, resultado de um sonho sonhado junto e por isso virou realidade! A Rafael Guzzo Peres, meu irmão querido que sempre torceu por mim. A Carla Wanseller Rossoni, minha amiga querida, que me deu suporte ajudando em meus afazeres para me dedicar à dissertação. José Elias irmão-amigo de todas as horas. Impossível pensar em um sem enxergar o outro, parceria, sintonia e amizade. Karina Melo Pessine irmã-amiga, amada. Com quem dividi os melhores e os piores momentos e sentimentos. Aos meus entrevistados: Rogério de Iansã, Rita de Oxum, Dezinha da Oxum e Edinéa de Iemanjá que fizeram desse trabalho algo especial e mágico, emprestando suas histórias de vida e seus exemplos de fé. 6 Aos meus parentes de santo e amigos de fé, em especial: Paulo do Ogum, Jô da Oxum, Janaína da Oxum, Ogã Gilson, Eliane de Iansã, Ogã Marcos, Felipe de Oxaguiã, Jean de Oxóssi, Mailú, Ogã Valdeci, Luciana e Fabíola Colares. Jerônimo Carvalho do Amaral pela amizade, carinho, confecção do mapa e outras ajudas técnicas. Amigos de mestrado Edmilson, Márcio, Ligia, Luciana, Larissa, Felipe, Washington Luiz e Washington Carneiro que foram grandes parceiros e confidentes fiéis. Compartilhamos mais que experiências, dividimos nossos sonhos mais íntimos. E cada um de certa forma contribuiu para a elaboração da mesma. Jane Siqueira e Larissa Albuquerque que transcreveram grande parte das minhas entrevistas e me ajudaram muito nessa empreitada. Meninas espetaculares! A Ana Paula Peçanha, amiga querida, pela tradução do resumo. Dr. Sandro Silva que desde o início fez considerações importantes para o meu trabalho, além de compor minha banca de qualificação e defesa. A Professora Cleyde Amorim pelas contribuições na qualificação e por aceitar participar da minha banca de defesa. Adel e Rutiléia, ex-estagiário e ex-funcionário da secretária do mestrado. Que sempre me deram o suporte necessário, mais do que profissionais, amigos. Ao Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais, da Universidade Federal do Espírito Santo, aos professores, em especial a Antônia Colbari pela sua generosidade, cuidado, carinho e profissionalismo, a Sandra Costa que sempre foi muito carinhosa com meu trabalho e compôs a minha banca de qualificação, contribuindo imensamente para a realização desse trabalho. Ao Paulo Magalhães, Sônia Misságia, Eliana Creado e Celeste Ciccarone ótimos mestres que contribuíram para o meu crescimento acadêmico. Aos amigos que fizeram esse trabalho virar realidade desde o início, corrigindo o projeto, enviando modelos, estudando comigo para a prova e me animando 7 sempre: a generosa, magnífica e amiga Leticia Queiroz, ao amigo Alessandro Vescovi que me ajudou muito a ter um olhar “das ciências sociais” para a prova e na correção do projeto, a amizade diária de Kelly Diniz e a correção do projeto, a Ana Luiza Siqueira, amiga de todas as horas, que me deu apoio incondicional, a Tatiana Rodrigues que foi amiga de verdade e me acompanhou a cada segundo, nas minhas manhãs até o resultado da seleção, a Luciana Rodrigues, minha mestre amada, que sempre acreditou em mim e há mais de 17 anos, acompanha e me ajuda em tudo. Bruno Lazarini que ajudou em todos meus momentos de desespero com a informática e Arley nas minhas muitas impressões desse trabalho. E aos que não me deixavam esmurecer diariamente, Juliene, Bernadete, Mário, Mary, Adriana, José Renato, Cristina, Rivana, Simoni, Robson, Paulo César, Rita, Felipe, Rafael, Angela e Érika Passos e Heitor. Aos meus alunos que torceram e acreditavam em mim. 8 “Ninguém é grande antes de crescer”. (Orixá Oxum, da minha iyalorixá) “Nós não estaremos sozinhos [...] quis dizer meus ancestrais, vou evocá-los do passado e do início dos tempos e implorar que venham me ajudar, no julgamento, eu vou incorporar a força deles e eles virão, porque nesse momento sou a única razão por eles terem existido” (Sinqué, Filme Amistad, 1997). 9 RESUMO Angola, jeje e ketu: Memórias e identidades em casas e nações de candomblé na Região Metropolitana da Grande Vitória (ES), que é o tema desta dissertação, requer adentrar em análises de categorias nativas do povo de santo, e, em seguida, passar a questões teóricas sobre esses temas. Na cidade de Serra encontram-se as quatro casas de santo onde a pesquisa de campo foi realizada com três iyalorixás e um babalorixá, que dividem suas memórias e experiências religiosas compondo um exercício teórico sobre a história e a formação do candomblé no Espírito Santo. Nesse estado, que não é referência dessa religião, a mesma encontra-se em ascensão. A preocupação dos integrantes das comunidades de terreiros é transformar parte das tradições orais em produção escrita. Tendo em vista os processos políticos de reconhecimento legal da diversidade cultural, o debate se deu em torno de hibridização e múltiplas formas de identidade. O universo encantador e mágico do candomblé é composto pelos toques dos atabaques, danças rituais e fé em forças da natureza. Os “filhos da diáspora africana” trazidos para o Brasil eram de várias regiões da África, o que nos permite entender a diversidade cultural que marca esses grupos. Em função do sincretismo entre as próprias religiões de matriz africana e delas com o catolicismo e as doutrinas espiritualistas, essas religiões encontram-se de norte a sul do país. Este encontro de crenças e rituais é tão evidente que já não dizemos religiões “africanas” e sim religiões “afro-brasileiras”. O candomblé, desde o seu surgimento, vem sendo criado e recriado pela transmissão de suas tradições e ritos. A tradição oral nas comunidades de terreiro é um dos elementos demarcadores da construção da sua identidade, a partir de uma organização interna e do aprendizado hierarquicamente transmitido pelos depositários do saber, seguindo uma ordem de senioridade de iniciação, os antigos são detentores dos saberes e segredos. Por ser uma religião iniciática, o aprendizado ocorre permanentemente, em especial o da língua ritual, onde o exercício e o contato levam a transmissão cultural. O povo de santo reconstrói uma ligação com uma comunidade imaginada que remonta a África e desenvolve relações de parentesco ficcional entre os membros das comunidades de terreiro e forma uma

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