Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação e Humanidades Instituto de Psicologia Aureliano Lopes da Silva Junior Seis passeios pelas praias de uma ficção: notas sobre algumas movimentações de drag queens na cidade do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2011 Aureliano Lopes da Silva Junior Seis passeios pelas praias de uma ficção: notas sobre algumas movimentações de drag queens na cidade do Rio de Janeiro Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-graduação em Psicologia Social, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Orientadora: Prof.ª Dra. Anna Paula Uziel Rio de Janeiro 2011 CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJ/REDE SIRIUS/BIBLIOTECA CEH/A L864 Lopes, Aureliano. Seis passeios pelas praias de uma ficção : notas sobre algumas movimentações de drag queens na cidade do Rio de Janeiro/ Aureliano Lopes da Silva Junior. – 2011. 183 f. Orientadora: Anna Paula Uziel. Dissertação (Mestrado) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Psicologia. 1. Travestilidade – Rio de Janeiro – 2009-2010 - Teses. 2. Transexualidade - Teses. 3. Homossexualidade e arte – Teses. I. Uziel, Anna Paula. II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Psicologia. III. Título. dc CDU 316.723-055.3(815.3) Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação. ________________________________ ________________ Assinatura Data Aureliano Lopes da Silva Junior Seis passeios pelas praias de uma ficção: notas sobre algumas movimentações de drag queens na cidade do Rio de Janeiro Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-graduação em Psicologia Social, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Aprovada em 10 de junho de 2011. Orientadora: Prof.ª Dra. Anna Paula Uziel Instituto de Psicologia - UERJ Banca Examinadora: Prof. Dr. Sérgio Luis Carrara Instituto de Medicina Social - UERJ Prof. Dr. Marco Aurélio Máximo Prado Universidade Federal de Minas Gerais Rio de Janeiro 2011 DEDICATÓRIA À minha vó Quinha (in memoriam), que me amou incondicionalmente e me acompanhou em todas as minhas fantasias. AGRADECIMENTOS Aos meus pais, Aureliano e Therezinha, por todo apoio e amor que sempre me deram ao longo da vida. Eu gostaria de estar mais perto, mas me sinto muito feliz e grato por terem me permitido sair. À minha irmã Tininha simplesmente por ser minha irmã e pela nossa relação de amizade e cuidado. Agradeço também ao seu companheiro Vinícius e sua família. A toda minha família, em especial Tia Vitória e a "que tem rodinhas" Tia Diza, sempre presentes em minha trajetória desde o nascimento. Aos meus lindos e maravilhosos amigos e amigas, que tornam a cada dia minha vida ainda mais especial, de diferentes formas: a incomparável e insubstituível Aline, a querida e companheira Lúcia e a divertida e batalhadora Elisângela em Lavras; meu amigo mais chique Worney em Montes Claros; a linda Milene que foi para Viçosa; a companheira Yonara que escolheu São Paulo e o "estrangeiro" Migue; a queridíssima, amorosa e sensata (sim!) Cynthia, que está em trânsito; a sensível Kety em São João del-Rei, assim como minha amada Cris, com quem compartilho muita cumplicidade e todos os afetos possíveis. Del, Bel, Sandra, Piré, Luiz, Beth, Mara, Meire, Érica, Isadora, Lidi, Vanessa, Renata, Lilian, Aline Leonel, Ciliane, Rita, Letícia e tantas e tantos outros que continuam ao meu lado em ótimos encontros. Vocês todos e todas são música pra mim! Aos meus amigos do Rio, com quem logo construí importantes e sinceros laços de amizade: Félix, Daniela, Ane, Carol, Marina, Aline Duque, Bruno, Paola, Pâmella, Daniele, Leandro e em especial Luana, uma cigana vermelha que veio compor muito bem com meu "devir coroinha". Vocês também são música pra mim! Às famílias Amaral e Souza Cruz, que afetuosamente me acolheram e me dão todo suporte e carinho, em especial Zeny, Paulo, Paula, Tarso e Telma. Não deixo de citar ainda a querida Sheila. Aos "amigos do Thalles", conquistados e grande parceiros: Thaís, Marcelo, Louzada, Filipe e Érica. À minha querida orientadora e agora amiga Anna Uziel, que apostou muito em mim e em meu trabalho, mesmo quando não entendia muito bem o que eu pretendia. Trabalhar com ela é um prazer repleto de leveza e aprendizagem. Aos professores Sérgio Carrara e Marco Aurélio Máximo Prado pela disponibilidade em participarem da construção deste trabalho, pelas tão importantes contribuições no momento do exame de qualificação e agora como avaliadores desta dissertação. Ainda agradeço ao querido Guilherme Almeida que prontamente aceitou ser suplente desta banca. Aos professores e professoras com quem cursei disciplinas e aprendi muito: Anna Uziel, Ana Jacó-Vilela, Eduardo Passos, Cristina Rauter, Sérgio Carrara, Maria Luiza Heilborn, Fabíola Rohden, Jane Russo, Horacio Sívori, Maria Cláudia Pereira Coelho e em especial Marisa Lopes da Rocha e Heliana Conde. À Anna Paula Vencato pelas indicações, prontidão e sua linda dissertação sobre drag queens, primeiro texto sobre o tema que entrei em contato. A todos e todas do Programa de Pós-graduação em Psicologia Social da UERJ e a CAPES pela bolsa concedida durante a realização deste trabalho. Aos companheiros e companheiras de GDE (Rio/UERJ e Lavras/UFLA), Diversidade Sexual na Escola (UFRJ) e LIDIS (UERJ). Às queridas companheiras e amigas de supervisão, que com muita animação e comilanças me ajudaram muito no momento final deste trabalho: Sônia, Daniele, Jimena, Carol, Célia, Gizele, Lia e Antônia. Às artistas que acompanhei neste trabalho pelo simples fato de insistirem em seus espetáculos e travestilidades. E também àqueles e àquelas que as apoiam e possibilitam terem seu espaço, como Almir França, grande admirador e responsável pela visibilidade da travestilidade e transformismo no Rio de Janeiro. A todos os cantores, cantoras, bandas, divas, artistas diversos, canais de música e entretenimento que eu amo da forma mais sincera possível. Isto torna a vida mais divertida e colorida. It's like riding on the wind and it never goes away, Touches everything I'm in, Got to have it everyday! E, finalmente, ao Thalles, pelo apoio incondicional, por nossa deliciosa relação de companheirismo e construção de uma bonita trajetória juntos. Por ser o maior interlocutor deste trabalho, ouvindo atentamente minhas ideias e contribuindo para a construção desta dissertação, além de ter me acompanhado na maioria destes passeios. E também por ter me trazido ao Rio... Ela tem nome de mulher guerreira E se veste de um jeito que só ela Ela vive entre o aqui e o alheio As meninas não gostam muito dela Ela tem um tribal no tornozelo E na nuca adormece uma serpente O que faz ela ser quase um segredo É o ser ela assim, tão transparente Ela é livre e ser livre a faz brilhar Ela é filha da terra céu e mar Dandara Ela faz mechas claras nos cabelos E caminha na areia pelo raso Eu procuro saber os seus roteiros Pra fingir que a encontro por acaso Ela fala num celular vermelho Com amigos e com seu namorado Ela tem perto dela um mundo inteiro E à volta outro mundo, admirado. Dandara Francisco Bosco e Ivan Lins RESUMO LOPES, Aureliano. Seis passeios pelas praias de uma ficção: notas sobre algumas movimentações de drag queens na cidade do Rio de Janeiro. 2011. 183 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social) - Instituto de Psicologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011. O presente trabalho tem por objetivo traçar breves notas sobre algumas movimentações de drag queens e outras artistas da travestilidade que tiveram lugar na cidade do Rio de Janeiro, nos anos de 2009 e 2010. Através de um trabalho de observação participante, foram selecionados alguns locais e espetáculos que poderiam ser representativos desta categoria artística, não se pretendendo um levantamento extenso sobre quem são e onde estão tais artistas. Nomeio como artistas da travestilidade aqueles corpos que têm o ato de travestir-se como central em sua construção artístico-cultural, principalmente construindo corporalidades baseadas em um gênero diferente daquele identificado socialmente no nascimento, como drag queens, atores transformistas, travestis e transexuais artistas. Apoiando-me em pressupostos dos métodos cartográfico e etnográfico assumi, nesta dissertação, o posicionamento de um pesquisador-espectador, objetivando o contato com aquilo que drag queens e outras artistas da travestilidade desejam tornar público, ou seja, seus shows e espetáculos. Acompanhei diversas apresentações deste tipo em teatros, boates, bares e clubes de bairro, bem como em outros locais nos quais se fizeram presentes, como na Parada do Orgulho LGBT do Rio de Janeiro e em alguns blocos do carnaval carioca. Tendo ainda como campo de diálogo alguns postulados da Esquizoanálise – vertente teórica fundamentada principalmente nas contribuições de Gilles Deleuze e Félix Guattari –, pretendi situar e afirmar as drag queens e a arte da travestilidade dentro dos estudos de gênero e sexualidade, principalmente aqueles mais diretamente relacionados às manifestações de uma subcultura camp e cultura gay e/ou homossexual. Palavras-chave: Drag queen. Travestilidade artística. Camp. Corporalidade. Cultura gay. ABSTRACT This paper aims to draw some brief notes on the contemporary drag queens' and other female impersonators artists movements, following what took place in the city of Rio de Janeiro during the years 2009 and 2010. Through a study of participant observation, I selected some sites and shows that could be representative
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