Maria Adelaide Amaral E Eça De Queirós Na Minissérie “Os Maias”

Maria Adelaide Amaral E Eça De Queirós Na Minissérie “Os Maias”

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – UFBA FACULDADE DE COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO E CULTURAS CONTEMPORÂNEAS KYLDES BATISTA VICENTE OS EPISÓDIOS DA VIDA ROMÂNTICA: MARIA ADELAIDE AMARAL E EÇA DE QUEIRÓS NA MINISSÉRIE “OS MAIAS” Salvador 2012 Kyldes Batista Vicente Os episódios da vida romântica: Maria Adelaide Amaral e Eça de Queirós na minissérie “Os Maias” Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas, Faculdade de Comunicação, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor. Orientadora: Profa. Dra. Maria Carmem Jacob de Souza Salvador 2012 2 Vicente, Kyldes Batista V632e Os episódios da vida romântica: maria adelaide amaral e eça de queirós na minissérie “os maias”. / Kyldes Batista Vicente, Salvador, 2012 287 f. Orientador: Profª Drª Maria Carmem Jacob de Souza Tese (Doutorado) Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Comunicação, Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporânea, Salvador, BR-BA, 2012. 1. Literatura - Ficção. 2. Análise – Adaptação audiovisual. 3. Televisão - Minissérie. 4. Eça de Queirós. 5. Maria Adelaide Amaral. 6. Luiz Fernando Carvalho. I. Título II. Comunicação. III. Cultura Contemporânea. CDU: 316.774: 82-31 Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária – Maria Madalena de Camargo – CRB8/298 3 Kyldes Batista Vicente OS EPISÓDIOS DA VIDA ROMÂNTICA: MARIA ADELAIDE AMARAL E EÇA DE QUEIRÓS NA MINISSÉRIE “OS MAIAS” Tese apresentada como requisito para obtenção do grau de Doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: Maria Carmem Jacob de Souza - Orientadora - _____________________________________ Doutora em Ciências Sociais, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC/SP, Brasil. Faculdade de Comunicação, Universidade Federal da Bahia, Brasil. Carlos Antonio Alves dos Reis - _________________________________________________ Doutor em Literatura Portuguesa, Universidade de Coimbra, Portugal. Instituto de Língua e Literatura Portuguesas, Faculdade de Letras, Universidade de Coimbra, Portugal. Maria Cristina Palma Mungioli - ________________________________________________ Doutora em Ciências da Comunicação, Escola de Comunicações e Artes – ECA/USP, Brasil. Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, Brasil. Mirella Márcia Longo Vieira Lima - _____________________________________________ Doutora em Letras, Teoria Literária e Literatura Comparada, Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Instituto de Letras, Universidade Federal da Bahia, Brasil. Guilherme Maia - ____________________________________________________________ Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, Universidade Federal da Bahia, UFBA, Salvador, Brasil. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Salvador, agosto de 2012. 4 5 A Enedina Pereira Batista (in memorian), minha mãe, por nos ter ensinado a acreditar nos sonhos e porque desejava muito ver esta tese pronta! João Batista Vicente (in memorian), meu pai, para quem eu sempre fui “a baiana”. 6 AGRADECIMENTOS À Professora Maria Carmem Jacob de Souza, por sua orientação, por sua amizade, pela parceria, pela confiança e, sobretudo, por sua generosidade intelectual. Saliento, agradecida, a riqueza das suas sugestões, o rigor nas revisões e ainda a disponibilidade e compreensão que sempre demonstrou. A minha gratidão vai igualmente ao professor Wilson Gomes, por seu profissionalismo, atenção e amizade. Aos professores Mirella Márcia Longo Vieira de Lima, pesquisadora da área de literatura comparada, e Guilherme Maia, pesquisador do audiovisual (e um Maia!), pela leitura atenta e direcionamento ao meu trabalho na qualificação. À Maria Adelaide Amaral, pela simpatia e delicadeza em disponibilizar os roteiros para a análise; e ao professor Carlos Reis pela gentileza em apresentar-me a ela e também pela disponibilização de textos generosidade intelectual. Ao amigo Eli Pereira da Silva, companheiro apaixonado pelas letras portuguesas, pela interlocução; e Neusa Bohnen, pela leitura cuidadosa. Às amigas: Cristiane Jordão, Liliane Scarpin, Martha Holanda, Lula, Silvéria e Silvana, por estarem comigo nos momentos críticos; Darlene e Paula Karini, pelo companheirismo; Adriana Freitas, D. Ieda Ramos, Lícia Andrade, Nívea Palma e Luzia Ramos pela força da amizade. Também sou grata à Dinda e ao Miranda, pelo incentivo; Rodrigues, Iraci e Tainara, pela compreensão e cuidados com a minha casa; Patrik, Alexandre, João Nunes e Rodrigo, pelo afeto; ao querido amigo Fábio D’Abadia, pelas primeiras conversas; e aos colegas da Unitins. Agradeço especialmente aos meus irmãos, Keides e João Filho, pela compreensão, pela paciência, pela torcida, pelo incentivo e pelo amor em tantos momentos de angústia e de consternação. Agradecimento que também é devido a toda a minha família e aos meus amigos aqui não mencionados, mas lembrados em meu coração. Aos camaradas do Grupo A-Tevê, pela leitura e contribuição nas reflexões, especialmente ao Rodrigo Lessa; e à Michele, pelo bom humor que sempre nos atendeu na secretaria do programa. Por fim, agradeço à Unitins e à CAPES, pelo apoio para a realização do doutorado. 7 VICENTE, Kyldes Batista. Os episódios da vida romântica: Maria Adelaide Amaral e Eça de Queirós na minissérie “Os Maias”. 287 f. il. 2012. Tese (Doutorado). Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Comunicação, Salvador, 2012. RESUMO Nesta pesquisa é examinada a hipótese de que quando os romances de Eça de Queirós Os Maias, A Relíquia e A Capital foram adaptados para a minissérie Os Maias, a roteirista autora e o diretor geral objetivaram maior aproximação possível ao estilo do autor português. Ao encontrar, na crítica à minissérie, uma tendência a considerá-la pouco próxima ao estilo de Eça de Queirós, este trabalho procurou questionar a posição dessa crítica, analisando o modo como foi possível à equipe de realizadores a criação de estratégias para a composição de programas de efeitos que aproximassem a minissérie ao texto queirosiano, sem deixar de imprimir suas marcas no produto realizado. As bases conceituais que nortearam esta investigação estão fundamentadas na ideia da adaptação como tradução ou transposição entre sistemas semióticos, desenvolvida por Plaza; na ideia de dialogismo e intertextualidade em Bakhtin; e na teoria da adaptação proposta por Hutcheon. A teoria assinada por Bourdieu possibilita o entendimento e a análise do contexto de produção do campo literário e do televisivo para compreender como a perspectiva autoral de Maria Adelaide Amaral e de Luiz Fernando Carvalho colaborou em uma adaptação de Eça de Queirós para a televisão brasileira, caracterizada por uma perspectiva autoral dos adaptadores em que procuravam um resultado em que os traços do estilo de Eça pudessem ser reconhecidos. Os resultados da pesquisa demonstram que a adaptação operada por Maria Adelaide Amaral e Luiz Fernando Carvalho, autores da minissérie, apresentou aproximações com o estilo de Eça de Queirós no que se refere à condução da narrativa, ao modo como a história foi contada, ao cuidado com a música, à apresentação dos presságios e indícios. Neste caso, o objetivo dos adaptadores configurou-se em um grau elevado de aproximação, em que foram resguardados os traços do escritor português, atitude que colocou em risco a recepção da minissérie pelo público. O objeto de análise desta tese foi constituído pelos 42 capítulos da minissérie Os Maias, exibida de terça a sexta-feira, pela Rede Globo de Televisão, de 09 de janeiro de 2001 a 23 de março de 2001, às 23h. A articulação entre a matriz metodológica que orienta os trabalhos do Laboratório de Análise Fílmica – a Poética do Filme e as proposições advindas da análise que examina as instâncias de produção, fruição e consumo de teleficção – orientada por Bourdieu – fomentaram a análise que observou os efeitos sensoriais, sentimentais e cognitivos que a obra pode produzir sobre o apreciador, nesse caso, a minissérie fruto da adaptação de romances para a televisão brasileira. Palavras-chave: Televisão. Literatura. Minissérie. Adaptação. 8 VICENTE, Kyldes Batista. Episodes of a romantic existence: Maria Adelaide Amaral and Eça de Queirós in the miniseries “Os Maias”. 287 p. il. 2012. Thesis (Doctorate). Federal University of Bahia, Media School, Salvador, 2012. ABSTRACT This study investigates the hypothesis stating that when the novels Os Maias, A Relíquia and A Capital, written by Eça de Queirós, were adapted to a miniseries called Os Maias, the scriptwriter and the director aimed to get as closer as possible to the style of this Portuguese author. As we found out, in the miniseries reviews, a trend to consider it little close to Eça de Queirós style, this work question the position of these critics by analyzing how it was possible for the team involved with the production of the miniseries to create strategies to set effects that brought the miniseries closer to the text written by Eça de Queirós, while leaving the production own marks. Conceptual basis that lead this research are stated in the idea of adaptation as a translation or a transposition between semiotic systems, developed by Plaza; the idea of dialogue and inter- text in Bakhtin; and the theory of adaptation proposed by Hutcheon. The theory signed by Bourdieu makes it possible to understand and analyze the production context in literary and television domains in order to understand how the authorship perspective from Maria Adelaide Amaral and Luis Fernando Carvalho side with an adaptation of

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