A Formação Do Leitor Na Escola

A Formação Do Leitor Na Escola

Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL EDUARDO LOPES SILVA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA FOZ DO IGUAÇU 2013 SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL EDUARDO LOPES SILVA A FORMAÇÃO DO LEITOR NA ESCOLA Produção Didático-Pedagógica apresentada ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, como estratégia de ação prevista no Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola. Orientadora: Profª Ms. Adriane Elisa Glasser FOZ DO IGUAÇU 2013 SUMÁRIO 1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ............................................................................ 04 2 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE DIDÁTICA ..................................................... 05 3 ATIVIDADES PROPOSTAS ................................................................................ 09 3.1 Capítulo I - Gostar ou não gostar da leitura? Eis a questão!! .......................... 09 3.2 Capítulo II - Mudanças - Como nos vemos e como nos veem ......................... 12 3.3 Capítulo III - O Conto e algumas de suas possibilidades ................................. 24 3.4 Capítulo IV - A Crônica e suas possibilidades .................................................. 35 3.5 Capítulo V - Obras do vestibular em foco ......................................................... 49 3.6 Capítulo VI - Apresentações das leituras das obras do vestibular ................... 55 4 AVALIAÇÃO ........................................................................................................ 58 5 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 61 1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA Título: A formação do leitor na escola Autor Eduardo Lopes Silva Disciplina/Área Língua Portuguesa Escola de Implementação Colégio Estadual Tarquínio Santos do Projeto e sua localização Município da Escola Foz do Iguaçu – PR Núcleo Regional Foz do Iguaçu – PR de Educação Professor Orientador Profa. Me. Adriane Elisa Glasser Instituição de Ensino UNIOESTE – Foz do Iguaçu/PR Superior Resumo O projeto nasceu da percepção de adotar práticas pedagógicas que tenham como foco a formação do leitor e de uma necessidade de realizar uma intervenção pedagógica que venha de encontro a atividades de leitura de fruição. Existe uma percepção de que há um afastamento dos educandos do contato com o livro e, a partir desta informação, pensou-se que é preciso tentar resgatar a importância e o valor da leitura, notadamente a leitura literária, fonte de aprendizagem que pode auxiliar na solução de várias dificuldades na vida escolar desses educandos. O projeto será iniciado realizando-se um levantamento sobre o interesse dos alunos pela leitura e se são estimulados à leitura. A partir destas informações, tem por objetivo propor ações que possam promover a formação do leitor no ambiente escolar, através da leitura literária/textos literários. Durante o levantamento bibliográfico para dar suporte teórico a este projeto de intervenção, que precede as ações que serão desenvolvidas, percebeu-se a necessidade de direcionar as atividades de leitura para a leitura literária/leitura de fruição. Palavras-chave Literatura, formação do leitor e leitura. Formato do Material Unidade Didática Didático Público Alvo Alunos do 3º Ano de Ensino Médio do Colégio Estadual Tarquínio Santos 2. APRESENTAÇÃO DA UNIDADE DIDÁTICA Através desta Unidade Didática, objetivamos oportunizar aos alunos práticas pedagógicas que têm a formação do leitor como o seu foco principal, para tal elaboramos atividades que venham a construir o gosto pela leitura literária por meio da fruição. Serão trabalhados uma variedade de textos literários que deem suporte às necessidades de leitura de obras clássicas e autores destinados ao vestibular, assim como títulos e escritores contemporâneos, que possam estabelecer um elo entre as atividades de ler e uma consolidação da leitura como ato de lazer e deleite para nossos alunos, e quem sabe, assim, motivando o gosto por estes momentos tão importante em sua caminhada escolar. Na fase inicial, logo após a realização dos questionários, durante as negociações sobre a condução das aulas, estaremos abertos a sugestões de leituras/obras propostas por alunos, mas durante esta implementação, priorizaremos o que já está proposto para esta unidade. É através de atividades que possam promover uma efetiva formação do leitor na escola que poderemos ter cada vez mais leitores que sejam capazes de analisar e avaliar criticamente o texto lido, construindo assim a sua própria interpretação. Neste sentido e para que se caminhe em direção de uma leitura prazerosa, em que o aluno a realize com gosto, pois: Com "leitura — fruição de texto" estou pretendendo recuperar de nossa experiência uma forma de interlocução praticamente ausente das aulas de língua portuguesa: o ler por ler, gratuitamente. E o gratuitamente aqui não quer dizer que tal leitura não tenha um resultado. O que define este tipo de interlocução é o 'desinteresse' pelo controle do resultado. (GERALDI, 1984, p. 126). Precisamos caminhar na direção da leitura de fruição como prática didático-pedagógica consistente que é, pois atividades de leitura nunca são gratuitas e sempre há um interesse e um objetivo em nossas práticas de aprendizagem. Entre tantas atividades de leitura em sala de aula, as práticas que objetivam a fruição do texto são as que mais contribuem para se desenvolver e consolidar o gosto pela leitura. Pois, muito embora esta pareça ser uma tarefa fácil, não é. E, por isso mesmo, os objetivos são difíceis de serem totalmente atingidos. Leitura certamente não é apenas decifrar códigos em quaisquer meio em que estejam impressos, pois quem lê tem que tem a consciência da necessidade de 5 partir para outras etapas, como: entender, imaginar, criar e recriar o mundo real e transportá-lo para o imaginário, integrando-os e transformando nossa realidade. Jean Foucambert (1994), estabelece, em parte, o mesmo conceito: ler significa ser questionado pelo mundo e por si mesmo, significa que certas respostas podem ser encontradas na escrita, significa poder ter acesso a essa escrita, significa construir uma resposta que integra parte das novas informações ao que já se é (FOUCAMBERT, 1994, p. 5). A escola tem como papel promover o acesso à leitura, deve também incentivar a leitura como importante ferramenta de inserção em uma vida que pretendemos que seja mais plena e consciente, pois entendendo melhor o mundo em que estamos, interagiremos melhor em todas a situações que se apresentarem no mesmo. Também é preciso ir um pouco além e buscar despertar em nossos educandos, através de novas abordagens e práticas de leitura em sala de aula, vontade de ler para não apenas decifrar o que está sendo lido, mas através destes mundos que nos são propiciados pela leitura, interagir de maneira mais efetiva na sociedade ao qual pertencemos, pois Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É, a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significação, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a esta leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista. (LAJOLO, 1982, p.59). O desenvolvimento deste projeto tem por objetivo uma abordagem das atividades de leitura muito mais voltada para a leitura de fruição, de uma forma que os alunos sintam-se mais próximos da literatura, percebendo que ela é primordial no auxílio da construção e legitimação de um uso efetivo e melhor da língua portuguesa. E não apenas isso, também é uma ótima forma de conhecer outras culturas e de conhecimento, de uma forma que só a literatura proporciona. Para isso, objetiva-se que o material a ser desenvolvido alcance as expectativas, tanto de alunos quanto de professores, no sentido de que sejam um bom suporte para a relação ensino/aprendizagem, já que 6 O material a ser produzido deve oferecer ao aluno a ajuda que ele precisa no grau exato de seu adiantamento e de suas necessidades, preenchendo possíveis lacunas. A análise inicial das necessidades deve ser capaz não só de estabelecer o total das competências a serem desenvolvidas, mas também descontar dessas competências o que o aluno já domina. O saldo dessa operação é o que o aluno precisa aprender. (LEFFA, 2008, p.17). A leitura permite que o leitor vá além do texto, que dialogue com ela, que se veja como um sujeito capaz de agir e mudar seu contexto social, de ver-se transformado, já que ― toda leitura altera o leitor (YUNES, 2006, p.13). 7 UNIDADE DIDÁTICA Ler não é uma tarefa fácil... Já lemos ou ouvimos está frase em não sei quantos livros didáticos que passaram por nossas mãos ou em inúmeras situações. Mas é dever do professor buscar alternativas que faça com que nossos alunos tenham menos aversão ao texto escrito, para que possa se aventurar no Ilustração 1: maravilhoso mundo da leitura. Escolher textos na suposição de que http://www.bapl.o rg/assets/elements são interessantes para nossos educandos também é pura /teenread.jpg pretensão nossa, mas mesmo que não sejam “interessantes” para eles, com o tempo, imagina-se pelo menos, que sabemos escolher textos que prendam a atenção e provoque certa emoção nos nossos educandos, mesmo

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