Tempo, Numero Especial

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Tempo, Numero Especial http://www.aluka.org/action/showMetadata?doi=10.5555/AL.SFF.DOCUMENT.ahmtem19740430 Use of the Aluka digital library is subject to Aluka’s Terms and Conditions, available at http://www.aluka.org/page/about/termsConditions.jsp. By using Aluka, you agree that you have read and will abide by the Terms and Conditions. Among other things, the Terms and Conditions provide that the content in the Aluka digital library is only for personal, non-commercial use by authorized users of Aluka in connection with research, scholarship, and education. The content in the Aluka digital library is subject to copyright, with the exception of certain governmental works and very old materials that may be in the public domain under applicable law. Permission must be sought from Aluka and/or the applicable copyright holder in connection with any duplication or distribution of these materials where required by applicable law. Aluka is a not-for-profit initiative dedicated to creating and preserving a digital archive of materials about and from the developing world. For more information about Aluka, please see http://www.aluka.org Tempo, Numero Especial Alternative title Tempo Author/Creator Tempográfica Publisher Tempográfica Date 1974-04-30 Resource type Magazines (Periodicals) Language Portuguese Subject Coverage (spatial) Mozambique Coverage (temporal) 1974 Source Arquivo Histórico de Moçambique, PP 570 AHM Rights By kind permission of Abilio Bichinho Alfino. Description Nota da Redacção. Editorial. Proclamação da Junta Militar. Programa da Junta de Salvação Nacional. Como se processou a entrega de poderes. Primeira conferência de imprensa da Junta. Biografia dos generais António de Spínola e Costa Gomes. Primeiros decretos da J.S.N. O regresso de Mário Soares. Moçambique: da abulia à construção do futuro. O momento actual visto por ZéTó. Portugal e o Futuro (excertos do livro do general António de Spínola). Opinião. Format extent 68 page(s) (length/size) http://www.aluka.org/action/showMetadata?doi=10.5555/AL.SFF.DOCUMENT.ahmtem19740430 http://www.aluka.org %A 4 %A 4 01% uu upulu cio prog momento histórico que o Pais atravessa, deterIlminado pelo golpe militar que derrubou o .lgoverno do Prof. Marcello Caetano, levando ao Poder uma Junta de*Salvação Nacional, presidida pelo general António de Spinola, está na origem desta edição especial da nossa revista. O curto espaço de tempo de que dispusemos para a sua elaboração, o encerramento do aeroporto de Lisboa e a incerteza quanto à data da sua reabertura, não tornaram fácil este nosso trabalho. Para acautelar a publicação de imagens do movimento militar (que nos teriam sido enviadã-,de Lisboa por via aérea, se os voos da TAP se processassem normalmente), re, corremos ao serviço de telefotos, muitíssimo dispendioso e de qualidade imprevisivel, por'depender das boas ou más condições de propagação atmosférica. Outro material informativo que nos deveria ter chegado às mãos em tempo útil que permitisse a sua inclusão neste número, falhou à última hora, o que mais dificultou ainda a nossa tarefa, que não se poderia resumir à repetição do noticiário já divulgado pela imprensa diária. e pela rádio. Naturalmente que nesta edição especial se incluem documentos já tornados públicos, como por exemplo o programha de acção da Junta de Salvação Nacional, -dada a particular importância de que se revestem no contexto da situação política actual. De igual modo pomos à disposição do leitor dWiersas declarações de algumas individualidades locais e de elementos escolhidos ao acaso entre o púbfico anónimo, que nos dão, globalmente, uma ideia da repercussão que o golpe de Estado teve em Moçambique e dos sentimentos que, a seu respeito, animam a sua população. e firector: Eng.- RogÉrio de Moura. Agênclas Noticino: Franca. Prese, Inter Nationes e Dias da Silva. Propriedado : Tempográfica, SARL. Redscçio, Admnitraçã o Oficinas Av. Afonso de Albu. querque 1017 *A e R (Prédio Invicta). Telefone 261911213. Caixa Postal 2917 - Louren¢o Marques. SUMJ1IG:f ,u-E-c.Eu E A sociedede portuguesa vive a hora mais grave e anais decisiva da sua já longa história, grave e deçisiva porque de encruzilhada e de opções que determinarãe, irremediavelmente, não só o seu futuro - o que já não seria pouco , nos põe a todos diante de uma responsabilidade histórica face às gerações vindo~ras mas a sua própria sobrevivência. Quase meio século depois, o Regime que governou * este Pais ininterruptamente desde 1926 e que a si próprio so definiu come «antiliberal, anti-democrático e autoritário->, caiu, diant, de um movimento militar que, tal como aquele que procedeu a instauração desse regime, comio' que assumiu as preocupações mais profundas do homem pzraUguês e nelas encontrou a sua própria justificação. Mas se são, na realidade, múltiplos e mais ou menos conhecidos os motivos que estiveram na sua base, um há que, Pela sua importância e dimensão, desde. há muito recõnhecido unanimemente como o primeiro o mais gravo problema nacional, representou uma força decisiva no desencadear do imparável movimentodas Forças Armadas Portuguesas: o problema ultramarino. Isso mesmo o reconheceü o afirmou a Junta de Salvação Nacional no seu primeiro comunicado ao País e no Programa de Acção tornado público 24 horas depois de ter assumido o Poder. É neste contexto.que <'Tempo,, um jornal que, desde a primeirJa hora, s definiu e afirmou como órgão de Informpção independente, "apenas comprometido com Moçambique e o seu futuro» e que, ao longo destes quase quatro anos, deu sobejas provas de fazer quanto lhe era possível para manter essa independência e essas convicções, quando uma a outra não eram fáceis de manter, se julga no direito de, aqui e agora, tomar posição ,face aos importantes acontecimentos dos últimos dias. E vamos fazê-lo com a mesma coerência e dentro dessa mesma linha de rumo que a nós mesmos impusémos. Assim, se saudamos e apoiamos as medidas de c,3aneamento e salvação nacional que se propõe o novo Podar constituído, porque independentes continuaremos a ser, não podemos deixar de nos interrogar sobre a evolução da situação em Moçambique e sobre o futuro desta Terra, que ó razão da nossa própria existência. Por, outro lado - e isso não pode deixar, neste momento, de nos dar certa força - a grave situação* que Moçambique atravessa não terá sido das que menos pesou, dentro daquilo que se entende como problema ultramarino, na séria, mas responsável e patriótica decisão das Forças Armadas ao assumirem o Poder. Temos consciência de que, tal como afirma a Junta de Salvação Nacional, ta solução das guerras no Ultramar é politica e não militar» e que nu criaçãode cohdições para um debate franco e aberto a nível nacional do problema ultramarino», poderá ajudar-nos a todos a encontrar as grandes linhas dessa solução. E se nunca a julgámos fácil, também não cremos que ela seja impossível. Mas parece-nos importante que se acentue neste momento que una solução nacional do problema, seja elaqual for, não deverá ignorar ou ser feita á margem de quem quer que sej4 componente válido de uma sociedade nova,que todos queremos multirracial e integrada, justa e despida de preconceitos, sejam eles de que sinal forem, quer se trate de pessoas ou de' minorias, porque umas o outras são igualmente células vivas de qualquer sociedade. Uma autonomia progressiva e levada a cabo, como todos desejamos, sem convulsões, nos grandes territórios ultramarinos, se implica a inevitável ascens"o da grânde maioria a cargos e funções de cada vez mais ampla responsabilidade, numa participação não só igualmente desejada, mas sincera e dignamente representativa - já chega de farsa e de oportunismos mais ou menos coloridos, que nada significam nem enganam ninguém -, também não pode deixar à margem, por simplista inversão de sinais, pessoas ou minorias, sejam elas quais forem, que provem a sua boa fé e o seu desejo de participar na construção do futuro que Moçambique merece , tem ao seu alcance. E isso não sé porque as boas e sãs regras da Política e da Morai assim o determinam., porque, enfim, Moçambique é de quantos aqui vivem. trabalham e, é verdade que com erros, injustiças e alguns desmendos,* contribuiram decisivamente para aquilo que hoje MoçambiqUe já é, mas até porque nem poderá ser, sem graves consequências para a própria vida do território, de outra forma. Por outras palavras, não nos parece que seja possível mantér'o funcionamento normal das instituições ou governar Moçambique sem a presença 1 II PAGINA 4 e a participação dessas minorias o pessoas, que, vrncula. das pqr uma língua comum e por Oculos de uma presença efectiva, fazem hoje parte integrante da estrutura social e económica deste Território e cuja exclusão deixaria ,é volta um grave e insuperável vazio. Nesta hora decisiva de encruzilhada, mas também de reflexão, nós acreditamos que Moçambique pode construir o seu futuro na cooperação fecunda de todos quantos aqui vivem e trabalham e queiram, de boa fé e espírito aberto, com a grandeza de alma e a generosidade de que 'são i capazes os que acreditam numa ideia, entrar nessa grande aventura que é a de construirmos o nosso próprio futuro, estabelecendo ah regras de um novo contrato social, que conduza Moçambique e os moçambicanos a uma verda. deira sociedade multirracial melhor e mais justa. Todos não seremos demais para responder a este desafio da História. Temos consciência de que a esse futuro se abrem perspectivas imensas: Moçambique não só encontra na actual conjuntura económica mundial, que é irreversível, um papel preponderante e insuspeitado, como grande produtor de matérias-primas essenciais, copio é um território potencialmente tão rico que a sua economia está fadada a um «boom. imparável, logo que possa ser liber. tada das escleroses artificiais de uma burocracia distante e de mil e um condicionalismos, estranhos à sua própria estrutura, que a retêm e paralisam.

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