![Bromelioideae, Bromeliaceae)](https://data.docslib.org/img/3a60ab92a6e30910dab9bd827208bcff-1.webp)
Acta boI. bras. 14(1): 1-9.2000 1 NOTAS TAXONÔMICAS SOBRE NIDULARIUMLEM. E WI'ITROCKIA LINDM. (BROMELIOIDEAE, BROMELIACEAE) Maria das Graças Lapa Wanderleyl Bianca Alsina Moreira2 Recebido em 11/05/1999. Aceito em 16/11/1999 RESUMO - (Notas taxonômicas sobre Nldll/arillm Lem. e Witlrockia Lindm. - Bromelioideae. Bromeliaceae). É apresentado o estudo taxonômico de espécies do gênero Nidll/arillm e Willrockia (subfarrulia Bromelioideae, Bromeliaceae) do Estado de São Paulo. São propostos dois novos sinônimos, uma nova combinação, uma revalidação e uma nova variedade. São apresentados ilustrações e comentários sobre os táxons. Palavras-chave - Nldll/arillm, Witlrockia, sinonimizações, nova combinação, nova variedade ABSTRACT - (Taxonomic notes for Ntdll/arilll11 Lem. and Witlrockia Lindm. (Bromelioideae, Bromeliaceae). The following paper presents a taxonomic study of the genera Nldll/anilln and Wi/lrockia for the Flora of São Paulo Project, proposing new synonyms, a new combination and a new variety for Nldll/anilln species. One species was re-established. Illustrations and comments about the taxa are presented. Key words - Nidll/anum, Witlrockia, synonyms, new combination, new variety Introdução discutiu e propôs mudanças conceituais relaci­ onadas, dentre outros, aos gêneros Nidularium o conceito genérico em Bromeliaceae, es­ e Wittroclda. pecialmente na subfamília Bromelioideae, é Durante o estudo taxonômico das muito polêmico, com diferentes posicio­ Bromeliaceae da Flora do Estado de São Paulo namentos dos autores. Dentre os trabalhos mais foram observados alguns problemas de identifi­ importantes sobre as Bromeliaceae que abordam cação específica e também quanto ao as espécies brasileiras e que revelam os diferen­ posicionamento de algumas espécies nos respec­ tes conceitos genéricos, podem ser citados os tivos gêneros, especialmente em Nidularium e de Mez (1891-1894; 1934-1935) e Smith & Wittrockia. Downs (1979). Mais recentemente, Leme (1997; O gênero Nidularium, o mais representati­ 1998) apresentou um tratamento sobre vários vo em número de espécies da subfamília gêneros da subfamília Bromelioideae, onde Bromelioideae no Estado de São Paulo, foi o I Instituto de Botânica, C. Postal 4005, CEP 01061-970, São Paulo, SP, Brasil. Bolsa de Produtividade em Pesquisa,CNPq. e-mail: [email protected] Instituto de Botânica. Bolsa de Aperfeiçoamento, CNPq. e-mail: [email protected] 2 Wanderley & Moreira: Notas taxonômicas sobre Nldu/arium Lem. e WillIVclâa Lindm. que apresentou maiores problemas de identifi­ cies do subgênero Canistropsis, N. billbergioides cação, observando-se algumas vezes o uso de (Schultes f.) L. B. Sm. e N. seideliiL. B. Sm. & caracteres poucos consistentes para separação Reitz do subgênero Nidularium. Entretanto, dos táxons infragenéricos. A delimitação gené­ exceto pela presença de estolão, enquanto há rica de Nidularium e Wittroc/da também foi as­ predomínio de rizoma neste subgênero, as de­ pecto de difícil compreensão o que motivou aná­ mais características destas duas espécies estão lise dos caracteres diagnósticos utilizados, com perfeitamente enquadradas no subgênero o objetivo de conhecer melhor a taxonomia des­ Nidularium. Algumas das características consi­ ses gêneros. deradas pelo autor para manter Canistropsis um gênero separado, como sépalas apiculadas, pre­ Resultados e discussão sença de estolão e pétalas sem apêndices, tam­ Nidularium caracteriza-se pelas inflo­ bém estão presentes em Neoregelia. A segrega­ rescências ciatiformes, flores não umbeladas, ção de Canistropis em gênero, como proposto sés seis, sépalas conatas, pétalas sem apêndices, por Leme (1998), não parece a melhor solução conatas e cuculadas e óvulos sem apêndices para a taxonomia deste grupo de posicionamento (Smith & Downs 1979). Estes autores conside­ problemático. Dessa forma, no presente traba­ raram Canistropsis um subgênero de lho foi mantido Canistropsis como um Nidularium, entretanto o primeiro táxon apre­ subgênero de Nidularium, conforme proposto senta posicionamento bastante controverso. Ini­ por Mez (1891-1894; 1896) (Tab. 1). cialmente, segundo Mez (1891-1894), foi con­ Canistrum relaciona-se ao gênero siderado como subgênero de Nidularium, jun­ Wittroc/da pela presença de apêndices petalinos tamente com os subgêneros Eunidularium e pétalas agudas. Mez (1934-35) dividiu (=Nidularium) e Rege/ia (=Neoregelia, Canistrum nos subgêneros Wittrockia e subgênero Neoregelia). Em 1896, este mesmo Canistrum (=Eucanistrum), distintos entre si autor manteve Canistropsiscomo um subgênero pelas pétalas concrescidas no primeiro de Nidularium. Posteriormente, Mez (1934-35) subgênero e livres no segundo. O sub gênero retirou Canistropsis de Nidularium passando a Wittrockia, anteriormente com três espécies, um subgênero de Aregelia (= Neoregelia). Smith segundo Mez (1934-35), foi considerado por (1955) retomou as espécies de Canistropsispara Smith (1955) no status genérico, permanecen­ Nidularium, sem entretanto dividir o gênero em do as espécies do subgênero Canistrum (pétalas subgêneros. Apenas em 1979, Smith & Downs, livres) no gênero Canistrum. retomaram a proposta inicial de Mez (1891- Após o tratamento de Mez (1934-35), vá­ 1894), dividindo o gênero Nidularium em dois rias espécies novas foram descritas para subgêneros, contendo o subgênero Canistropsis Wittrockia, ficando o gênero com sete espécies apenas duas espécies, N. microps E. Morren ex (Smith & Downs 1979), sendo que algumas des­ Mez e N. burchellii(Baker) Mez. sas novas espécies reuniam características mais Leme (1998) elevou o subgênero próximas de Nidularium do que de Wittrockia. Canistropsis (gênero Nidularium) ao status ge­ Em decorrência disto, o gênero Wittrockia tor­ nérico, considerando como principais caracte­ nou-se bastante artificial, com espécies muito rísticas diferenciais deste táxon o hábito distintas da espécie-tipo Wittrockia superba estolonífero, inflorescências com ramificações Lindm. Este problema foi levantado por Leme mais compactas, pétalas concrescidas apenas na (1997; 1998), que considerou o conceito caóti• base, suberetas e patentes na antese e com ápice co principalmente por este gênero abrigar espé­ acuminado, agudo ou apiculado e sem apêndi­ cies com presença simultânea de apêndices ces. O autor incluiu neste táxon, além das espé- petalinos e tubo da corola, características per- Acta bot. bras. 14(1): 1-9.2000 3 Tabela I. Principais mudanças taxonômicas para os gêneros Nidularium e Wittrockia e para o subgênero Callistropsis. Gêneros Nidularium Lemeire Canistropsis Mez Wittrockia Lindman Autores Mez (1891-1894) Com três subgêneros: Nidularium Subgênero de Nidularium juntamen- Subgênero Nidulariopsis do gê­ Lem., Regelia Lem., Callistropsis te com Nidularium (espécies atuais nero Canistrum Morr. (com uma úni­ Mez de Nidularium) e Regelia (N. wa- ca espécie: C. amazoniculll Mez) wreallum = Wittrockia superba e N. pubisepalum = N. burchellii) Mez (1896) Com dois subgêneros: Nidularium Subgênero de Nidularium com uma Subgênero de Canistrum com duas Lem. e Canitropsis Mez única espécie, Nidulariwn burclzellii espécies: C. amazolliculll Mez e Mez C. superbum Mez Mez (1934-1935) Com dois subgêneros: OrtllOnidula­ Retirou do gênero Nidularium e Subgênero de Canistrum Morr. com rium Mez (atualmente em Nidula­ passou para um subgênero de Are- três espécies, além das duas ante­ rium) Pseudollidularium Mez lia (= Neoregelia) riores, C. minutum (Mez) L. B. Sm. (com uma espécie N. loeseneri Mez) Smith (1955) Nidularium sem subdivisão infra­ Incluiu as especles de Callistropsis Considerou como gênero a parte e genérica dentro do gênero Nidulariulll, sem descreveu W campos-portai am­ dividir este gênero em categorias pliando o conceito genérico infragenéricas Smith & Downs Com dois subgêneros: Nidularium e Concordaram com Mez (1891-1894) Incluíram novas espécies com ca­ (1979) Canistropsis Mez como subgênero de Nidulariulll racterísticas mais semelhantes a Ni­ dularium do que com Wittrockia. Consideraram Nidularium minu­ tum Mez em Wittrockia Leme (1998) Elevou o subgênero Canistropsis ao Elevou à categoria genérica, inclu­ Considerou caótico o conceito ge­ status genérico, transferindo duas indo no gênero todas as espécies do nérico, por abrigar espécies com espécies do subgênero Nidulariulll subgênero Canistropsis e duas do características semelhantes e simul­ para Canistropsis subgênero Nidulariulll tâneas a outros gêneros e descreveu nova espécie para o gênero. Trans­ feriu para este gênero duas espécies de Canistrum Presente trabalho Mantém o gênero Nidulariulll senso Concordam com Mez (1891-1894) Foi feita a nova combinação: Nidu­ lato, incluindo o subgênero Canis­ e Smith & Downs (1979), conside- lariulll campos-porto i (L. B. Sm.) tropsis. Foram sinonimizadas espé­ rando Canistropsis um subgênero de Wand. & B. A. Moreira. cies e proposta uma nova combina­ Nidulariulll Propõem uma nova variedade para ção e uma nova variedade uma espécie de Nidularium tencentes a vários gêneros, dentre eles Aechmea, ros. Neste sentido, a passagem de espécies de Neoregelia e Nidularium. Wittrockia para Nidularium é adequada, ampli­ Leme (1997) descreveu uma nova espécie ando o conceito deste último, que passaria a para Wittrockia e transferiu duas espécies de abrigar espécies com ou sem apêndices Canistrum para este gênero, além de sinonimizar petalinos. Entretanto, a transferência das espé­ uma espécie de Nidularium, descrita pelo pró• cies de Canistrum para Wittrockia como propos­ prio autor, no gênero Wittrockia. Este autor pro­
Details
-
File Typepdf
-
Upload Time-
-
Content LanguagesEnglish
-
Upload UserAnonymous/Not logged-in
-
File Pages9 Page
-
File Size-