Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-65-86753-06-6 EIXO TEMÁTICO: ( ) Biogeografia e a Paisagem ( ) Biogeografia e as Mudanças Climáticas ( ) Biogeografia e a Educação Ambiental ( ) Biogeografia e Saúde ( ) Biogeografia Histórica ( x ) Biogeografia e Conservação ( ) Biogeografia e Agronegócio ( ) Biogeografia e Agroecologia ( ) Biogeografia e SAFs ( ) Biogeografia e a Educação Ambiental Análise de integração do plano diretor do município de Colorado/PR com o Plano da Bacia do Piraponema. Gustavo Luciano Blonski Silva Mestrando em Geografia pela UNESP [email protected] Rodrigo Babora Borri Mestrando em Geografia pela UNESP [email protected] 120 Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-65-86753-06-6 Resumo: O estudo diz respeito a importância de integração entre o plano diretor municipal e o plano de bacia, escolhendo para análise o município de Colorado, localizado no estado do Paraná, que é abastecimento pelos rios Pirapó e Paranapanema 3 e 4, como forma de garantia do fornecimento do recurso natureza água, para as necessidades da população, mas também com a preocupação de não contaminação, conservação de nascentes e recurso hídricos. Palavra-chave: Plano Diretor; Bacias Hidrográficas; Recursos Hídricos; Gerenciamento. 121 Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-65-86753-06-6 INTRODUÇÃO O presente artigo científico tem por objetivo a análise da integração do plano diretor aplicado no município de Colorado/PR com o plano da Bacia do Piraponema. No entanto para que a análise fosse apresentada, fez-se necessário a conceituação do que seria o plano diretor, seu modo de criação e a sua finalidade, além de apresentar a definição de Plano de Bacias Hidrográficas e Gerenciamento de Recursos Hídricos que, em conjunto, formam todo o campo de pesquisa sugerido no presente artigo. Ainda, preocupou-se em trazer dados geográficos sobre a localidade do município de Colorado/PR, bem como a sua história de fundação, rememorando o modo primitivo que era, para hoje gerar a um município de mais de 20 mil habitantes. Também busca-se, no presente estudo a análise do Plano Diretor Municipal de Colorado associado ao Plano da Bacia do Piraponema, em especial ao texto legal trazido pelo artigo 66 do PDM, o qual estabelece as diretrizes da política municipal de saneamento básico e a necessidade de uma integração entre os planos em busca de um objetivo único que é a preservação das áreas permanentes, constituídas por nascentes. Para tanto utilizou-se do método dedutivo-hipotético, através de estudos de materiais bibliográficos constituído pela legislação brasileira, artigos científicos, dissertações de conclusão de curso, livros e sites disseminados pela internet. DESENVOLVIMENTO BREVE CONSIDERAÇÃO Os Planos de Bacias Hidrográficas são um instrumento de gestão de recursos hídricos que definem as diretrizes gerais para o desenvolvimento local e regional em curto, médio e longo prazo. A área de abrangência do Plano é a Unidade Hidrográfica de Gerenciamento de Recursos Hídricos, que pode compreender uma bacia hidrográfica, um conjunto de bacias hidrográficas e/ou partes de uma bacia hidrográfica, por ser de grande extensão ou localizada dentro de uma base territorial de mais de uma unidade federativa. Segundo a Lei Estadual 12.726/99, que instituiu a Política Estadual de Recursos Hídricos e cria o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recurso Hídricos no Estado do Paraná, são partes integrantes dos Recursos Naturais do Estado: a Política Estadual de Recursos Hídricos e o Plano de Bacia Hidrográfica. 122 Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-65-86753-06-6 A Política Estadual de Recursos Hídricos pode ser entendida como o plano estratégico da gestão dos recursos hídricos, traçando as principais linhas de aproveitamento e proteção dos recursos hídricos do Estado, sendo elaborado com base em planejamentos efetuados nas bacias hidrográficas. Já o Plano da Bacia Hidrográfica pode ser compreendido como o conjunto de ações a serem desenvolvidas nas bacias, além de ter a função de orientar na implementação da Política Estadual de Recursos Hídricos. Entretanto, para que o Plano seja aprovado, necessário a sua apresentação e anuência perante o Comitê de Bacia e a sua execução pela AGUASPARANÁ, de acordo com as atribuições conferidas pela Agência da Bacia Hidrográfica. O artigo 9º da Lei Estadual 12.726/99 dispõe que: Art. 9º. O Plano de Bacia Hidrográfica é de longo prazo, com horizonte de planejamento compatível com o período de implantação de seus programas, projetos, ações e atividades e terá o seguinte conteúdo mínimo: I - diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos; II - análise de cenários alternativos de crescimento demográfico, de evolução de atividades produtivas e de modificações dos padrões de ocupação do solo; III - balanço entre disponibilidade e demandas futuras dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade, com identificações de conflitos potenciais; IV - metas de racionalização de uso, adequação da oferta, melhoria da qualidade dos recursos hídricos disponíveis, proteção e valorização dos ecossistemas aquáticos; V - medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a serem implantados, para o atendimento de metas previstas; VI - divisão dos cursos de água em trechos de rio, com indicação da vazão outorgável em cada trecho; VII - prioridades para outorga de direitos de uso de recursos hídricos; VIII - diretrizes e critérios para cobrança pelos direitos de uso dos recursos hídricos; IX - propostas para a criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos e dos ecossistemas aquáticos. X - propostas de enquadramento dos corpos de água em classes segundo usos preponderantes. (Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009) Dentro do Plano da Bacia Hidrográfica se faz necessário traçar, além dos objetivos acima especificados, o enquadramento dos corpos de água em classes segundo o seu uso preponderante, visando assegurar qualidade às águas, bem como subsidiar o processo 123 Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-65-86753-06-6 de concessão de outorga de direitos de uso dos recursos hídricos e promover a redução dos custos de combate à poluição das águas, mediante ações preventivas permanentes. Além da Política Estadual de Recursos Hídricos e o Plano de Bacia Hidrográfica, não podemos deixar de mencionar acerca dos planos diretores, que é instrumento básico da política de desenvolvimento de um Munícipio, possuindo como finalidade, orientar a atuação do poder público e da iniciativa privada na construção de espaço urbanos e rurais com oferta de serviços públicos essenciais, assegurando melhores condições de vida à toda a população. Contudo, o plano diretor somente é exigido para municípios com mais de 20.000 habitantes, sendo criado por iniciativa de quem detém o cargo de Prefeito, que deve criar elementos de investimento em saneamento, transporte coletivo, educação, saúde, ou seja, todos os setores que beneficiem a população residente naquela localidade. Não obstante, para que o Plano Diretor Municipal seja criado, e as demais leis urbanísticas que a compõem, se faz necessário que estejam em consonância com os demais dispositivos legais vigentes como: a Constituição Federal, a Constituição do Estado do Paraná, o Estatuto da Cidade (Lei n°10.257/01), a Política de Desenvolvimento Urbano da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano do Paraná (Decreto n°. 2.581 de 17/02/04), a Lei Estadual n°. 15.229/2006, o Decreto Federal n°. 5.031/04 que instituiu o Conselho das Cidades (CONCIDADES), a Lei Orgânica Municipal, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Plano Plurianual (PPA) Municipal, a Lei Federal n°. 6.766, o Código Florestal, dentre outras. Ademais, os planos diretores têm como objetivo: promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano. (Brasil, 1988). Sendo de extrema importância que seja analisado pelos municípios, quando da criação do plano diretor pelo Poder Executivo Municipal, a análise adequada de ocupação e uso do solo, considerando as fragilidades e a capacidade de sua extensão, visto que nas últimas décadas, a grande expansão desenfreada das zonas urbanas e a desqualificação do Estado em solucionar o problema da necessidade de moradias para os moradores de baixa renda, acabam sendo resolvidos pelo Município que constroem em locais de risco para desastres ambientais e em regiões periféricas de difícil acesso. Razão que, é importante o planejamento adequado para se reduzir e prevenir desastres e garantir a inclusão dessas pessoas em um ambiente digno. Para José Afonso da Silva, têm-se como fundamental que: 124 Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-65-86753-06-6 [...] os planos sejam exatamente adequados à realidade do Município, que correspondam aos problemas efetivamente sentidos pela população e àqueles que existem objetivamente, ainda que não sejam bem conscientes na comunidade (SILVA, 2009). No entanto, muito se observa que, na maioria das cidades, o contraste na divisão de riquezas está inserido em bairros ou condomínios de luxo, em decorrência da localidade geográfica ao qual pertencem. A cidade é vista cada vez mais como um centro de aglomeração e replicação capitalista, ao mesmo tempo, também concentra pobreza e fragilidades, principalmente pela separação socioespacial. A esse respeito, é preciso considerar que: Por conseguinte, na complexa
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