5318 DIARIO DA REPUBLICA - I SERIE-A N. a 194 - 18deAgosto de2004 da alfnea c) do n.? 1 do artigo 198.° da Constituicao, o Governo decreta 0 seguinte: CAPITULO I Disposicoes gerais Artigo 1.0 Objecto o presente diploma estabelece 0 regime juridico da conservacao, fomento e exploracao dos recursos cine­ geticos, com vista a sua gestae sustentavel, bern como os principios reguladores da actividade cinegetica. Artigo 2.° Deflnicfies Para efeitos do presente diploma, considera-se: a) «Aparcamentos de gado», exploracao pecuaria que pratica processos de pastoreio ordenado em areas compartimentadas; b) «Areas classificadas», areas que sao considera­ das de particular interesse para a conservacao MINISTERIO DA AGRICULTURA, da Natureza, nomeadamente areas protegidas, sitios da Lista Nacional de Sitios, sitios de inte­ DESENVOLVIMENTO RURAL EPESCAS resse comunitario, zonas especiais de conser­ vacao e zonas de proteccao especial criadas nos Decreta-Lei n.?202/2004 termos das normas juridicas aplicaveis onde 0 de 18 de Agosto exercicio da caca pode ser sujeito a restricoes ou condicionantes: A Lei de Bases Gerais da Caca estabelece os prin­ c) «Areas de proteccao», areas onde 0 exercicio cipios orientadores que devem nortear a actividade cine­ da caca pode causar perigo para a vida, saude getica nas suas diferentes vertentes, com especial enfase ou tranquilidade das pessoas ou constitui risco para a conservacao do meio ambiente, criacao e melho­ de danos para os bens; ria das condicoes que possibilitam 0 fomento das espe­ d) «Arcas de refugio dc caca», areas dcstinadas cies cinegeticas e exploracao racional da caca, na pers­ a assegurar a conservacao ou fomento de espe­ pectiva da gestae sustentavel dos recursos cinegeticos, cies cinegeticas, justificando-se a ausencia total o importante contributo da actividade cinegetica para ou parcial do exercicio da caca ou locais cujos a economia do meio rural, a necessidade de compa­ interesses especfficos da conservacao da natu­ tibilizacao permanente com as restantes actividades que reza justificam interditar a caca; se desenvolvem nestes espacos, os aspectos culturais, e) «Armas de caca», armas de fogo, legalmente sociais e ambientais relacionados e, ainda, a componente classificadas como de caca, 0 arco, a besta e hidica associada revestem a caca de uma complexidade a lanca; acrescida, com reflexos directos na propria legislacao. f) «Batedor», auxiliar de cacador com a funcao A experiencia de aplicacao da regulamentacao da Lei de procurar, perseguir e levantar caca maior sem de Bases Gerais da Caca tcm vindo a dcmonstrar a ajuda de cacs ou caca mcnor com ou scm ajuda necessidade de se proceder a alteracoes que permitam de caes; urn melhor enquadramento da actividade cinegetica, na g) «Caca», a forma de exploracao racional dos salvaguarda do interesse publico e dos cidadaos, bern recursos cinegeticos; como a sirnplificacao e clarificacao de imimeros aspec­ It) «Cacador», individuo que, com excepcao dos tos, que permitam adequar 0 ediffcio legislativo a rea­ auxiliares, pratica 0 acto venatorio, sendo titular lidade do sector, que ao longo das ultimas decadas tern de carta de cacador ou dela esta dispensado vindo a sofrer profundas alteracoes. nos termos previstos na lei; Competindo ao Governo a regulamentacao da lei, i) «Campos de treino de caca», areas destinadas compete igualmente a este orgao de soberania proceder a pratica, durante todo 0 ano, de actividades a sua alteracao por forma a garantir a salvaguarda do de caracter venatorio, nomeadamente 0 exer­ superior interesse nacional, assegurando uma maior jus­ cicio de tiro e de treino de caes de caca eaves tica, transparencia e rigor em materia de caca, com vista de presa, a realizacao de provas de caes de caca, agestae sustentavel destes recursos naturais. de aves de presa, corricao e de provas de Santo Foram ouvidos os orgaos de governo proprio das Huberto, sobre especies cinegeticas produzidas Regi6es Autonomas e a Associacao Nacional de Muni­ em cativeiro; cipios Portugueses. j) «Direito a nao caca», faculdade dos proprie­ Assim: tarios ou pessoas singulares ou colectivas que No desenvolvimento do regime juridico estabelecido detern direitos de usa e fruicao nos termos pela Lei n.? 173/99, de 21 de Setembro, enos termos legais, neste caso quando as formas contratuais N° 194-18deAgosto de2004 DIARIO DA REPUBLICA - I SERIE-A 5319 de uso e fruicao incluem a gestae cinegetica, de determinada area geografica, cuja elaboracao de requererem, por periodos renovaveis, a proi­ compete aDGRF, com a colaboracao das OSC; bicao da caca nos seus terrenos; bb) «Recursos cinegeticos», as aves e os mamiferos I) «Enclave», terrenos situados no interior de zona terrestres que se encontrem em estado de liber­ de caca nao inclufdos na mesma, ou que con­ dade natural, quer os mesmos sejam sedentarios finam com ela em, pelo menos, quatro setimos no territorio nacional quer migrem atraves do seu perimetro; deste, ainda que provenientes de processos de m) «Epoca venatoria», periodo que decorre entre reproducao em meios artificiais ou de cativeiro 1 de Junho de cada ano e 31 de Maio do ano e CInefignrem 11:1 lista de especies CIneseja puhli­ seguinte; cada com vista a regulamentacao da presente n) «Exercicio da caca ou acto venatorio», todos lei, considerando 0 seu valor cinegetico, e em os actos que visam capturar, vivo ou morto, qual­ conformidade com as convencoes internacionais quer exemplar de especies cinegeticas que se e as directivas cornunitarias transpostas para a encontre em estado de liberdade natural, legislacao portuguesa; nomeadamente a procura, a espera e a per­ cc) «Reforco cinegetico», actividade de caracter seguicao; venatorio que consiste na libertacao de exem­ 0) «Jornada de caca», exercicio do acto venat6rio plares de especies cinegeticas criadas em cati­ de urn cacador por urn dia de caca, considerado, veiro para captura no proprio dia ou nos tres em principio, entre 0 nascer e 0 par do Sol; dias seguintes, a realizar apenas dentro dos p) «Lanca», arma de caca constituida por uma periodos venatorios dessas especies; lamina curta adaptada a uma haste suficiente­ dd) «Repovoarnento», libertacao num determinado mente longa que possibilite ser empunhada com territorio de exemplares de especies cinegeticas as maos afastadas uma da outra ou 0 conjunto com 0 objectivo de atingir niveis populacionais formado por punhal e haste amovivel de adap­ compativeis com as potencialidades do meio e tacao, destinada a prolongar 0 seu punho para a sua exploracao cinegetica; ser utilizado como lanca; ee) «Secretario ou mochileiro», auxiliar do cacador q) «Largadas», actividade de caracter venatorio que tern a funcao de transportar equipamentos, que consiste na libertacao de exemplares de mantimentos, municoes ou caca abatida eaves especies cinegeticas criadas em cativeiro para de presa; captura no proprio dia; ff) «Terrenos cinegeticos», aqueles onde e permi­ r) «Matilha de caca maior», conjunto de caes uti­ tido 0 exercicio da caca, incluindo as areas de lizados em montarias, com mirnero maximo de jurisdicao maritima e as aguas interiores; 25 animais; gg) «Terrenos murados», os terrenos circundados s) «Matilheiro», auxiliar do cacador que tern a fun­ em todo 0 seu perfrnetro por muro ou parede cao de procurar, perseguir e levantar caca maior com altura minima de 1,5 m; com ajuda de caes; hh) «Terrenos nao cinegeticos», aqueles onde nao t) «Negaceiro», auxiliar do cacador que tern a fun­ epermitido 0 exercicio da caca; cao de atrair especies cinegeticas com a utili­ ii) «Unidade biologica», area onde se encontram zacao de negaC;as; reunidos os factores fisicos e bioticos indispen­ u) «Ordenamento cinegetico», 0 conjunto de medi­ saveis para 0 estabelecimento de uma determi­ das e accoes nos dominies da conservacao, nada populacao em todas as fases do seu ciclo fomento e exploracao racional dos recursos de vida. cinegeticos, com vista a obter a producao optima e sustentada, compativel com as potencialidades do meio, em harmonia com os limites impostos CAPITULO II pelos condicionalismos ecologicos, economicos, sociais e culturais e no respeito pelas convencoes Conservacao das especies cinegeticas internacionais e as directivas comunitarias trans­ postas para a legislacao portuguesa; Artigo 3.° v) «Organizacoes do sector da caca (OSC»>, as Recursos cinegeticos organizacoes de ambito nacional representativas de organizacoes de cacadores, de entidades que 1 - Constituem recursos cinegeticos as especies iden­ se dedicam a exploracao econ6mica dos recursos tificadas no anexo I ao presente diploma e que dele cinegeticos, ou de cacadores de modalidades faz parte integrante, adiante designadas por especies especificas, a quem seja reconhecida represen­ cinegeticas. tatividade; 2 - Em cada epoca venatoria so e permitido 0 exer­ x) «Periodo de lua cheia», 0 periodo que decorre cicio da caca as especies cinegeticas identificadas em entre as oito noites que antecedem a noite de portaria do Ministro da Agricultura, Desenvolvimento lua cheia e a noite seguinte anoite de lua cheia; Rural e Pescas. z) «Plano especifico de gestae», instrumento que define as normas de ordenamento e exploracao Artigo 4.° das areas em que se verifiquem importantes con­ centracoes ou passagem de aves migradoras, Preservacao da fauna e das especies cinegeticas cuja elaboracao compete a Direccao-Geral de 1 - Tendo em vista a preservacao da fauna e das Recursos Florestais (DGRF), com a colabora­ especies cinegeticas, proibido: cao das OSC; e aa) «Plano global de gestae», instrumento que a) Capturar
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