OUTROS CÓDIGOS André Vallias Claus Clüver Clemente Padín Edgardo Antonio Vigo Erthos Albino de Souza Felipe Paros Franklin Valverde Gabriel Kerhart Nathaniel Wolfson Ornela Barisone Raquel Campos Sérgio Blank Viviane Carvalho da Annunciação GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Geraldo Alckmin | Governador Marcelo Mattos Araujo | Secretário de Estado da Cultura Renata Vieira da Motta | Coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico POIESIS INSTITUTO DE APOIO À CULTURA, À LÍNGUA E À LITERATURA Clovis Carvalho | Diretor Executivo Plinio Corrêa | Diretor Administrativo Maria Izabel Casanovas | Assessora da Direção Executiva Ivanei da Silva | Museólogo Angela Kina, Carlos Santana | Design CASA DAS ROSAS ESPAÇO HAROLDO DE CAMPOS DE POESIA E LITERATURA Frederico Barbosa | Diretor Carmem Beatriz de Paula Henrique | Coordenadora Márcia Kina | Supervisora Administrativa Fabiano da Anunciação | Assistente Administrativo Caio Nunes | Aprendiz Administrativo Neide Silva | Copeira Reynaldo Damazio | Coordenador do CAE OUTROS CÓDIGOS Maria José Coelho, Dayane Teixeira | CAE Ivanei da Silva | Museólogo Daniel Moreira | Supervisor Cultural Thaís Feitosa, Mariana Manfredini | Cultural Júlio Mendonça | Coordenador do CRHC Rahile Escaleira | Bibliotecária Leonice Alves | Assistente de Biblioteca Irana Magalhães | Assistente de Organização e Pesquisa Anelise Csapo | Supervisora Educativa Rafael Gatuzzo, Luciana Fortes Félix | Educativo Gonçalo Junior, Débora Nazari | Comunicação Waltemir Dantas | Supervisor de Produção e Manutenção Jackson Oliveira, Alan Zanatta | Produção Francisco Silva | Zeladoria sumário DOSSIÊ: OUTROS CÓDIGOS 9 • De Engenharia e de Poesia... (Ou Algo da Vida e da Obra de Erthos Albino de Souza) - Felipe Paros 9 18 • Os Opacos Matemáticos de Edgardo Antonio Vigo - Ornela Barisone 34 • Entrevista com o poeta Clemente Padín - Franklin Valverde INVENÇÃO 41 • Dois poemas de André Vallias 44 • Poema de Edgardo Antonio Vigo 40 48 • Três poemas de Erthos Albino de Souza 52 • Dois poemas de Gabriel Kerhart CIRCULADÔ 55 • Dois poemas de Sérgio Blank Revista de Estética e Literatura do Centro de Referência Haroldo de Campos ISSN - 2446-6255 ARTIGOS/ENSAIOS Diretor | Frederico Barbosa 58 • Poesia Concreta: Correspondências Entre Brasil e Reino Unido - Editor | Julio Mendonça Viviane Carvalho da Annunciação Assistente | Irana Magalhães 57 72 • Haroldo de Campos: Um Lamento Por Entre Silêncios e Acasos - Design gráfico e diagramação | Angela Kina e Carlos Santana Raquel Campos Revisão | Centro de Referência Haroldo de Campos 79 • A Correspondência entre Haroldo de Campos, Max Bense e Elizabeth Walther: Uma Primeira Leitura - Nathaniel Wolfson Revista CIRCULADÔ – Ano III – Nº 3 – agosto 2015 Risco Editorial Edição anterior: Revista CIRCULADÔ. Ano II – Nº 2 – outubro 2014 GALÁXIA HAROLDO São Paulo – Poiesis / Casa das Rosas 94 95 • Entrevista com Claus Clüver sobre Haroldo de Campos A revista CIRCULADÔ é publicada em frequência semestral. 103 SOBRE OS AUTORES A revista CIRCULADÔ aceita, para publicação, apenas artigos ainda inéditos em língua portuguesa e inglesa. 103 A extensão dos artigos pode variar de acordo com o tema abordado, sendo que a Redação se reserva o direito de propor cortes ou sugerir ampliações. As notas devem ser reduzidas ao mínimo e colocadas no final do texto. Os autores devem fornecer informações biobibliográficas, até 400 caracteres (com espaços). 6 7 editorial Dando continuidade à tarefa de difundir trabalhos de pesquisa e criação relacionados ao legado de Haroldo de Campos, publicamos nesta edição de CIRCULADÔ um dossiê dedicado às obras de Erthos Albino de Souza, Ed- gardo Antonio Vigo e Clemente Padín – poetas importan- tes da América Latina que exploram os limites do verbo poético e as possibilidades da invenção híbrida que in- terage com elementos de outros códigos. Na seção Arti- gos/ensaios, o diálogo que os poetas concretos brasilei- ros estabeleceram com seus pares na Europa, nos anos 60, é objeto de investigação em dois ensaios: um que estuda a correspondência dos brasileiros com os britâ- “que ideia é essa de querer plantar nicos e outro dedicado à leitura atenta de algumas das cartas trocadas entre Haroldo e Max e Elisabeth Walther- -Bense – cartas que fazem parte de um lote de corres- pondências adquiridas da família Bense, em 2013, pelo Centro de Referência Haroldo de Campos. Outro artigo ideogramas no nosso quintal (...)?” analisa um poema pré-concreto de Haroldo, publicado em seu primeiro livro. E Claus Clüver, numa entrevista, nos revela um pouco mais do autor de “A educação dos cinco sentidos”. Na seção Invenção, além de poemas de Erthos e Vigo, criações recentes de André Vallias, Ga- Haroldo de Campos briel Kerhart e Sergio Blank. E seguimos plantando ideo- gramas no quintal. Julio Mendonça 8 9 Erthos Albino de Souza e Augusto de Campos, Na Praça C. Veloso, em São Paulo. Do muro para a rua, o poema “Bestiário”de Augusto, em Instalação do arquiteto Maurício do Fridman, evento promovido pela Bienal de Arquitetura, 1973 (foto de Lygia de Azeredo Campos). DOSSIÊ: DE ENGENHARIA E DE POESIA... (OU ALGO DA VIDA E DA OBRA DE ERTHOS ALBINO DE SOUZA) FELIPE MARTINS PAROS “Não sei muito bem como defini-lo pessoalmente. Magro, alto, o OUTROS olho meio puxado sugerindo alguma ascendência indígena, ele era muito recolhido, muito monástico e muito solitário (...) Ficava muito só, em casa, com a televisão ligada sem som, com seus gatos e len- do às vezes coisas totalmente surpreendentes, como a biografia de uma bailarina da corte de não me lembro que rei francês... Mas nos recebia com alegria (...) E foi um dos pioneiros (em escala mundial) da poesia computadorizada” (Extraído de depoimento de Antonio CÓDIGOS Risério, recebido via correio em 28 de junho de 2004). 10 11 1. Mas os computadores não falam... raram ou se aventuram pelas searas do ex- tão: Veredas” de Guimarães Rosa: Era cidas pela Universidade Federal da Bahia, No filme “Ela” (Her, 2013), de Spyke perimentalismo e da visualidade. um livro à procura de um autor (todas as que desde os anos 50 contava com colabo- Jonze, o protagonista Theodore (Joaquin edições de Castro Alves, todas as Edições radores e professores do calibre de Lina Bo Phoenix) apaixona-se por Samantha, um 2. De Ubá a Salvador e além... de Euclides...); nunca pisou na região de Bardi, Hans Joachim Koellheuter e Walter sistema operacional auto programável e Erthos nasceu em Ubá, cidade da região Canudos ou leu “Os Sertões”. Fascinava-o Smetak, entre outros. Foi nos eventos da aparentemente senciente, que se mani- da Zona da Mata de Minas Gerais, no ano a coisa em si, em que a informação pura UFBA que Erthos conheceu e fez amizade festa como uma sensual voz feminina (a de 1932. Mas acabou por mudar-se para – cultura! – tal como a luz, parecia sem- com o poeta visual Pedro Xisto. Também da bela Scarlett Johansson): uma onipre- Salvador, na Bahia. Lá, trabalhou por toda pre igual a si mesma, por numerosas e frequentavam esses eventos os precoces sença invisível que diz tudo aquilo que a vida como engenheiro na Petrobrás e es- variadas que fossem as roupagens (...) E Caetano Veloso, Waly Salomão e Antonio Theodore deseja ouvir, e que se anteci- pecializou-se na programação dos grandes quanto mais avançava, por dever de ofí- Risério (na época, jovens de 18 anos), pa a tudo que ele pode querer. Nada mais mainframes da empresa. Lidava com a lin- cio, na tecnologia computacional, mais se sendo que este último esteve com Erthos diverso da discreta “história de amor” de guagem de programação Fortran, a qual admirava antes as virtudes da síntese da na lida de “Código” em muitos dos 12 nú- Erthos Albino de Souza e seus computa- manejava através de conjuntos de cartões palavra escrita, informação em clonagem meros da revista, inclusive do primeiro (o dores, mudos e de presença quase pa- perfurados. diferenciada, proto-design de todo design qual, na verdade, foi uma iniciativa sua). quidérmica, pesada e confinada a espa- Discreto e muito recluso, Erthos permane- verbal, mais do que compacto, compac- É justamente através da soteropolitana ços “iniciáticos” como grandes empresas ceu solteiro por toda a vida. Porém, isso tual, cérebro exterior compacto. Era tam- “Código” e de outras revistas de invenção e laboratórios de universidades. Diferente não o impediu de tornar-se amigo, cola- bém um entusiasta da Arte Abstrata e um paulistanas e cariocas (tais como “Polem”, de Theodore, que se acostumou a rece- borador e mecenas, primeiramente de Ha- habitué das atividades de extensão ofere- “Poesia em Greve”, “Corpo Extranho”, “Ar- ber tudo de Samantha sem nem ao menos roldo de Campos, depois de Augusto de precisar pedir, Erthos precisou debruçar- Campos e Décio Pignatari - os fundadores -se com proverbial paciência sobre essas do Movimento da Poesia Concreta a par- gigantescas máquinas silenciosas, para tir de São Paulo. Manteve, principalmen- convencê-las a fazer algo mais compli- te com Haroldo e Augusto de Campos, cado do que simplesmente falar. A saber, uma intensa correspondência privada. fazer poesia. Pelo correio, certa vez enviou a Augusto Poesia visual ou intersemiótica, é impor- um cheque em branco, para que o mes- tante frisar. Aquela que acontece na inter- mo financiasse a 2ª edição comemorativa penetração de sistemas sígnicos diversos, do “Poetamenos”. Colaborou nas pesqui- e que pode inclusive preceder do verbo e sas que deram origem aos livros “Re-Visão mesmo da presença da palavra. Mas a pa- de Sousândrade”, “Re-visão de Kilkerry” e lavra comparece nos poemas produzidos “Pagu:
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