Daniel Dissertação 28Set VER

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE LETRAS E LINGUÍSTICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TEORIA LITERÁRIA AUTORIA E SUBJETIVIDADE LÍRICA EM MANOEL DE BARROS: ESTUDO SOBRE OS ELEMENTOS PARATEXTUAIS UBERLÂNDIA AGOSTO DE 2012 DANIEL PEREIRA PÉRES AUTORIA E SUBJETIVIDADE LÍRICA EM MANOEL DE BARROS: ESTUDO SOBRE OS ELEMENTOS PARATEXTUAIS Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Teoria Literária do Instituto de Letras e Linguística da Universidade Federal de Uberlândia como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Teoria Literária. Área de concentração: Teoria Literária Orientadora: Profª. Drª. Elaine Cristina Cintra UBERLÂNDIA AGOSTO DE 2012 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Sistema de Bibliotecas da UFU, MG, Brasil. P437a Péres, Daniel Pereira., 1985- 2012 Autoria e subjetividade lírica em Manoel de Barros : estudo sobre os elementos paratextuais. / Daniel Pereira Péres. - Uberlândia, 2012. 175 f. : il. Orientadora: Elaine Cristina Cintra. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Uberlândia, Programa de Pós-Graduação em Letras. Inclui bibliografia. 1. Literatura - Teses. 2. Literatura brasileira - História e crítica - Teses. 3. Barros, Manoel de, 1916- - Crítica e interpretação - Teses. I. Cintra, Elaine Cristina. II. Universidade Federal de Uberlândia. Programa de Pós- Graduação em Letras. III. Título. CDU: 82 Prelude to Winter The moth under the eaves with wings like the bark of a tree, lies symmetrically still— And love is a curious soft-winged thing unmoving under the eaves when the leaves fall. (William Carlos Williams) À Jéssyca, por todo amor, carinho e compreensão. AGRADECIMENTOS À Profa. Dra. Elaine Cristina Cintra que tornou possível a realização deste trabalho com sua paciência, sabedoria e suporte, desde a Iniciação Científica. Aos meus pais Hélida (in memoriam) e Edimar; Ao meu pai biológico Wanderli; Aos meus irmãos Laila, Juninho e Fábio; Aos meus parentes, especialmente aos tios Vanderlei, Cristina, Cleuza e Fátima; Aos amigos Janaina Rodrigues, Pollyanna Rodrigues, Thiago Lemos, Leonardo Latini, Munis Munhoz, Maurício Lacerda, Rafael Costa, Letícia Falcão, Walisson Pablo, Elias e Suelen Alvarenga. Às professoras Drª. Betina Ribeiro Rodrigues da Cunha e Drª. Maria Auxiliadora Grossi Cunha, por sua participação e pelo aconselhamento durante a Banca de Qualificação; Às professoras Drª. Kelcilene Grácia-Rodrigues e Drª. Maria Auxiliadora Grossi Cunha, por sua participação na Banca de Defesa; Aos professores do Instituto de Letras e Linguística (Ileel-UFU); A todo o pessoal da Biblioteca do Campus Santa Mônica; A todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho, principalmente aos estudiosos cuja obra constitui bibliografia aqui citada. Quem ler por último lerá melhor. (GENETTE, 2006) As coisas que não levam a nada têm grande importância (BARROS, 1970) RESUMO Manoel de Barros (1916-), poeta nascido em Cuiabá (MT) e radicado em Corumbá (MS), defende desde seu primeiro livro Poemas concebidos sem pecado, publicado em 1937, a pesquisa formal e a renovação da linguagem como as premissas centrais de sua lírica. Assim, sua poesia apresenta uma maneira bastante peculiar de lidar com a linguagem, baseada na criação de neologismos e na negação dos usos cotidianos de certas palavras. Além disso, no que diz respeito à forma dos poemas, utiliza os elementos estruturais, como a forma do poema e os paratextos, para problematizar a representação lírica e os papéis ocupados tradicionalmente neste processo: a subjetividade lírica, a figura autoral, as personagens (aqui chamadas personas ), dentre outros. Os espaços ocupados por estes papéis no corpo do poema, bem como as limitações do gênero lírico serão desdobrados, ampliados e desconstruídos, para servir à constante investigação da forma, exigida pela proposta poética de Barros. Este estudo analisará a importância que os paratextos exercem na realização de sua poesia, bem como na configuração da subjetividade lírica e da figura autoral. Serão analisados os paratextos de maior recorrência e relevância em sua lírica, dentre eles, notas de rodapé, didascálias, epígrafes, adivinhas, ditados, ilustrações, dentre outros. Também serão analisadas as entrevistas que o poeta concedeu ao longo dos anos, consideradas aqui como um paratexto que repete e continua a obra poética, permitindo a construção ficcional da figura autoral e sua mescla com a voz lírica. Palavras-chave: Manoel de Barros; poesia contemporânea; autoria; subjetividade lírica; paratextos. ABSTRACT Manoel de Barros (1916-), a poet born on Cuiabá (MT) and long-established on Corumbá (MS), sets from his first book Poemas concebidos sem pecado (Poems conceived without sin ), published on 1937, the formal search and the language renovation as the mainly arguments of his lyric poetry. Thus, his poetry stands a very peculiar way of dealing with the language, based on neologism's creation and on the denial of common uses of some words. Besides, regarding the poem's form, his lyric voice uses structural elements, like poems' form and paratexts, to place a reflection about the lyric representation and some of the tradicional roles in this process: lyric subjectivity, autoral figure, characters (named here as personas ), among others. The spaces occupied by this roles on the poem's body, as well as the restrictions of lyric genre are unfurl, expanded and deconstructed, to serve the constant form investigation, demanded by Barros' poetical proposal. This study is going to analyze the importance of paratexts to Barros' lyric, as well as to the lyric subjectivity and autoral figure configuration. The paratexts of greater recurrence and relevancy of his poetry are going to be anilyzed, among these, footnotes, didaskalias , epigraphs, adivinhas , proverbs, illustrations, among others. Also, the interviews, granted by the poet over the years, are going to be analyzed, as they are considerated here as a paratext that duplicates and continues the poetical opus, allowing the construction of a ficcional autoral figure, blended with the lyric voice. Key-words: Manoel de Barros; contemporary poetry; authorship; lyric subjectivity; paratexts. SUMÁRIO INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 12 CAPÍTULO 1 DA TRANSTEXTUALIDADE PARA A PARATEXTUALIDADE ... 22 1.1 Uma reflexão sobre autoria e subjetividade ......................................................... 30 1.2 O conceito de autor simulado ............................................................................... 36 CAPÍTULO 2 AS NOTAS DE RODAPÉ ...................................................................... 39 2.1 Notas de Inclusão ou Enxerto ............................................................................... 41 2.1.1 As notas ......................................................................................................... 48 2.1.2 O caracol ........................................................................................................ 54 2.1.3 Akaki Akakievitch ......................................................................................... 55 2.1.4 O labirinto da referência paratextual ............................................................. 57 2.2 Notas (des)informativas ou (des)explicativas....................................................... 67 2.3 Notas de simulação autoral ................................................................................... 79 3 MISE EN SCÈNE : A ENTREVISTA COMO PARATEXTO POÉTICO .................. 89 3.1 Os “deslimites” do gênero entrevista.................................................................... 94 3.2 Entrevistas: teologia e pacto ................................................................................. 98 3.3 As máscaras e o mito .......................................................................................... 103 3.4 Didática ............................................................................................................... 109 3.5 Religiosidade e compromisso social .................................................................. 112 4 OUTROS PARATEXTOS ........................................................................................ 119 4.1 Didascálias .......................................................................................................... 120 4.2 Epígrafes ............................................................................................................. 130 4.3 A falsa epígrafe ................................................................................................... 138 4.4 Adivinhas e ditados populares ............................................................................ 141 4.5 Prefácios, pretextos, prólogos ............................................................................. 145 4.6 Títulos ................................................................................................................. 153 4.7 Ilustrações ........................................................................................................... 155 4.7.1 Diferenças editoriais .................................................................................... 156 4.7.2 A infância .................................................................................................... 157 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 168 REFERÊNCIAS

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