Socialist Register 2005 O Império Reloaded

Socialist Register 2005 O Império Reloaded

Socialist Register 2005 O Império Reloaded Editores: Leo Panitch e Colin Leys Sumário Leo Panitch e Colin Leys Prefácio Varda Burstyn A Nova Ordem Imperial Prevista Stephen Gill As Contradições da Supremacia dos EUA Leo Panitch e Sam Gindin As Finanças e o Império Estadunidense Christopher Rude O Papel da Disciplina Financeira na Estratégia Imperial Scott Forsyth Hollywood Reloaded: O Filme como Mercadoria Imperial Vivek Chibber Revivendo o Estado Desenvolvimentista? O Mito da “Burguesia Nacional” Gerard Greenfield Bandung redux: Nacionalismos Antiglobalização no Sudeste Asiático Yuezhi Zhao A Matrix Midiática: A Integração da China no Capitalismo Mundial Patrick Bond O império norte-americano e o subimperialismo sul africano Doug Stokes Terrorismo, Petróleo e Capital: A Contra- insurgência Norte-Americana na Colômbia Paul Cammarck “Sinais dos Tempos”: Capitalismo, Competitividade, e a Nova Face do Império na América Latina Boris Kagarlitsky O Estado Russo na Era do Império Norte- Americano John Grahl A União Européia e o Poder Norte-Americano Tonny Benn e Colin Leys Bush e Blair: o Iraque e o Vice-Rei Norte- Americano da Grã-Bretanha PREFÁCIO Este volume, o da 41ª Socialist Register anual, é o que acompanha o extremamente bem-sucedido volume de 2004 sobre O Novo Desafio Imperial. Planejado originalmente como um volume único que logo se mostrou demasiado grande, formam agora um par que se complementa. O Novo Desafio Imperial lida com a natureza geral da nova ordem imperial –como entender e explicá-la, e quais suas forças e fraquezas. O Império Reloaded circunda-o com uma análise das finanças, da cultura e do modo com que o novo imperialismo está penetrando nas maiores regiões do mundo –Ásia Menor, Sudeste Asiático, Índia, China, África, América Latina, Rússia e Europa. Os dois volumes são unidos por alguns temas distintivos. Todos os artigos enxergam o capitalismo globalizado e o imperialismo estadunidense como duas dimensões de um fenômeno único –um ponto que restou muito claro no artigo de Gill no presente volume. Todos reconhecem que o que melhor distingue a supremacia dos EUA na nova ordem imperial não é seu poder militar e de vigilância, apesar de imenso, mas a penetração nos estados, economias e ordens sociais dos outros países capitalistas avançados pelo estado dos EUA, por suas corporações e seus capitais. Os colaboradores divergem, no entanto, em várias questões. Uma delas diz respeito a quão longe a rivalidade interimperial persistirá na nova ordem global. Outra é até que ponto a economia dos EUA e a estrutura financeira global liderada pelos EUA são estáveis. Os artigos de Cammarck sobre a América Latina e de Kagarlitsky sobre a Rússia sugerem que há competição e rivalidade significativas entre os EUA e a Europa e que isso implica severos limites à supremacia dos EUA. Os artigos de Panitch e Gindin e Rude sugerem que a economia global dominada pelos EUA e suas estruturas financeiras são tão inerentemente fortes quanto eficientemente enredadas em uma hierarquia financeira global, em cuja estabilidade todos os países capitalistas avançados e suas classes dominantes possuem um interesse coletivo crucial. Os artigos também refletem diferenças de opinião na esquerda sobre a natureza das respostas do neoliberalismo e do domínio estadunidense. No volume atual, as contribuições de Greenfield, Chibber, Zhao e Friedmann apontam para a necessidade de uma análise muito mais radical do neoliberalismo por parte dos movimentos populares anticapitalistas e antiimperialistas, além de uma análise muito mais autocrítica de algumas de suas estratégias. Os artigos de Grahl, Bohle e Deppe desafiam a idéia, popular em alguns setores da esquerda, de que o chamado capitalismo regulado e o internacionalismo baseado em direitos da “Europa social” oferecem uma alternativa mundial e realista à globalização estadunidense. Outro forte tema do presente volume é seu foco na cultura, definida amplamente – da análise de Burstyn sobre a extensão em que mesmo os mais fantásticos elementos dos pesadelos distópicos de Huxley e Orwell acabaram por ser realizados, ou logo o serão, no coração do império; à análise de Forsyth da natureza e do impacto invasivo fenomenal do produto proeminente de Hollywood, a bomba de “ação”; ou às considerações de Zhao sobre o papel desempenhado pela mídia estadunidense na transformação do capitalismo na China. Entre nossos colaboradores do volume deste ano, Varda Burstyn é uma escritora e ativista canadense independente. Stephen Gill e Sam Gindin lecionam ciência política na York University, em Toronto. Christopher Rude, que anteriormente trabalhou para o Federal Reserve Bank de Nova Iorque, acaba de terminar sua tese de doutorado em economia na New School University em Nova Iorque. Scott Forsyth está no Departamento de Filme e Vídeo na York University, e Harriet Friedmann leciona sociologia na Universidade de Toronto. Vivek Chibber é do Departamento de Sociologia da New York University e Gerard Greenfield é colaborador independente, organizador e pesquisador ambiental, que vive em Bangkok. Yuezhi Zhao está na Escola de Comunicação na Simon Fraser University em Vancouver e Patrick Bond é Diretor do Centro para a Sociedade Civil na Universidade de Kwazulu-Natal em Durban. Doug Stokes leciona política internacional na Universidade de Wales, Aberystwyth, e Paul Cammack é Chefe do Departamento de Política e Filosofia na Manchester Metropolitan University. Boris Kagarlitsky é escritor e ativista independente residente em Moscou e John Grahl é Professor de Administração Global de Negócios na London Metropolitan University. Dorothee Bohle está no Departamento de Ciência Política na Universidade da Europa Central em Budapeste e Frank Deppe leciona política na Universidade Marburg na Alemanha. Tony Benn, após cinco décadas como deputado, ministro e proeminente voz da esquerda no Labour Party Britânico, está “livre finalmente”. Agradecemos a todos os colaboradores o esforço envidado neste volume, ao mesmo tempo lembrando os leitores de que nem os colaboradores nem os editores concordam necessariamente com todo o seu conteúdo. Gostaríamos, também, de agradecer a nossos editores colaboradores, cujo envolvimento no planejamento deste e do volume anterior foi particularmente importante para seu alcance e qualidade. Pesa-nos comunicar o desligamento de Norman Geras, colaborador brilhante em muitas das Registers anteriores, após uma década em nosso coletivo editorial. No entanto, estamos muito felizes em relatar a aquisição de três novos editores colaboradores: Bárbara Harriss-White, Diretora do Centro de Estudos sobre o Desenvolvimento de Oxford, Queen Elizabeth House; Terry Eagleton, Professor de Teoria da Cultura no Departamento de Inglês e Estudos Americanos da Manchester University; e Vivek Chibber, o qual já havíamos mencionado como colaborador nesse volume. Estamos, ainda, muito satisfeitos em anunciar que Atílio Boron, Secretário Executivo do CLACSO (Conselho Latino Americano de Ciências Sociais) se juntará a nós como nosso editor correspondente em Buenos Aires. Os tempos estão mudando e a Register tem registrado essa mudança não apenas em suas páginas, mas em suas vendas. O Novo Desafio Imperial rapidamente se esgotou e foi reimpresso, pela primeira vez desde 1990, com novas edições estrangeiras sendo iniciadas. Agora, existem distintas edições anuais em inglês publicadas na Índia e Grécia; uma edição coreana foi iniciada com o volume de 2003 e uma edição turca com o volume de 2004; e, também iniciando com o volume de 2004, uma edição em espanhol publicada na América Latina, que será lançada e amplamente distribuída no Fórum Social Mundial em Porto Alegre em janeiro de 2005. A Merlin Press recentemente publicou The Globalization Decade, uma coletânea de dez artigos-chave da Register de 1994 a 2003, editada por Martijn Konings, Alan Zuege e por nós. Alan Zuege também realizou um trabalho de dimensões heróicas como nosso assistente editorial para o volume atual; e Louis McKay mais uma vez desenhou uma capa brilhante. Agradecemos a eles e também a Marsha Miemeijer, que mantém nosso website. A Tony Zurbrugg e Adrian Howe da Merlin Press devemos agradecimentos especiais não apenas por seu trabalho neste volume, mas por todos os seus esforços com relação à Register. Não podemos terminar o Prefácio deste ano sem expressar nossa tristeza quanto ao falecimento de tantos socialistas importantes no ano passado, entre eles Hamza Alavi, Paul Foot, William Hinton, Maxim Rodinson, Edward Said, Paul Sweezy e Neal Wood. Membros de uma brilhante e corajosa geração de intelectuais e ativistas de esquerda que inspiraram muito do trabalho mostrado na Register ao longo dos anos. L. P. C. L. Julho de 2004. A NOVA ORDEM MUNDIAL PREVISTA Varda Burstyn No mundo de Matrix e suas seqüências, máquinas inteligentes tomaram conta de um planeta devastado e cultivaram seres humanos como sua fonte de energia primária. Embalados como larvas em casulos finos, assustadores, observados e oprimidos por simulações das máquinas, os humanos são induzidos a experimentar uma alucinação de existência comum por toda sua vida, uma alucinação criada para assegurar que permaneçam passivos e como um combustível sem resistência para os grandes e onipotentes computadores. Ao final do ciclo de três filmes, os poucos rebeldes obtiveram – à luz do que acontecera antes – uma trégua temporária e completamente irreal, com um futuro incerto. Nos últimos 25 anos, Hollywood produziu uma safra considerável de filmes distópicos horríveis, de Blade Runner a Matrix (reloaded e outros) –

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