
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EPIDEMIOLOGIA MUDANÇA DA ATIVIDADE FÍSICA NA ADOLESCÊNCIA E SEUS PREDITORES: UM ESTUDO PROSPECTIVO NO SUL DO BRASIL TESE DE DOUTORADO SAMUEL DE CARVALHO DUMITH ORIENTADORA: DENISE PETRUCCI GIGANTE CO-ORIENTADOR: MARLOS RODRIGUES DOMINGUES ORIENTADOR EXTERNO: HAROLD WILLIAM KOHL III PELOTAS, RS - 2010 - Universidade Federal de Pelotas Faculdade de Medicina Departamento de Medicina Social Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia Mudança da atividade física na adolescência e seus preditores: um estudo prospectivo no Sul do Brasil Doutorando: Samuel de Carvalho Dumith Orientadora: Denise Petrucci Gigante Co-orientador: Marlos Rodrigues Domingues Orientador externo: Harold William Kohl III A apresentação desta tese é um requisito do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (PPGE/UFel) para a obtenção do título de doutor em Epidemiologia. Pelotas, RS, janeiro de 2010. II D888m Dumith, Samuel de Carvalho Mudança da atividade física na adolescência e seus preditores: um estudo prospectivo no Sul do Brasil / Samuel de Carvalho Dumith ; orientadora Denise Petrucci Gigante. – Pelotas : Universidade Federal de Pelotas, 2010. 225 f. : il. Tese (doutorado) – Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, 2010. 1. Epidemiologia 2. Atividade física I. Título. CDD 614.4 Ficha catalográfica: M. Fátima S. Maia CRB 10/1347 III SAMUEL DE CARVALHO DUMITH MUDANÇA DA ATIVIDADE FÍSICA NA ADOLESCÊNCIA E SEUS PREDITORES: UM ESTUDO PROSPECTIVO NO SUL DO BRASIL Banca examinadora Profª. Drª. Denise Petrucci Gigante Presidente da banca – UFPEL, RS Prof. Dr. Bernardo Lessa Horta Membro da banca – UFPEL, RS Prof. Dr. Mario Renato Azevedo Junior Membro da banca – IFSUL, RS Prof. Dr. Mauro Virgílio Gomes de Barros Membro da banca – UPE, PE Pelotas, 19 de janeiro de 2010. IV AGRADECIMENTOS Agradeço a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para que eu obtivesse o título de doutor, desde a minha infância, passando por minha adolescência, até os dias atuais. Foi uma caminhada longa (mais de 20 anos estudando), às vezes árdua, mas compensadora. E, após o término de cada missão, novos desafios surgem pela frente, sendo este um ciclo natural e comum a todos. Infelizmente, muitas pessoas que contribuem em nossa formação, que investem “suas fichas” em nós, acabam não vendo o resultado de todo esse esforço. Por isso, evitarei citar nomes, para não desapontar alguns, nem magoar outros. Quero apenas dizer que nada na vida se constrói sozinho. Para tudo precisamos de gente por perto, ora nos apoiando, ora nos criticando, ora nos valorizando, ora nos desafiando. Por isso, sou muito grato a todos aqueles (colegas, professores, amigos, parentes, familiares) que estiveram comigo nessa trajetória, e contribuíram com suas palavras, atitudes, ensinamentos e lições de vida. A todos vocês, o mínimo que posso dizer é MUITO OBRIGADO. Com certeza, o período de doutoramento foi muito válido, não só para minha formação acadêmica, como também para meu crescimento como pessoa e cidadão. V SUMÁRIO SEÇÃO PÁGINA 1. APRESENTAÇÃO 1 2. PROJETO DE PESQUISA 2 3. RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO 60 4. ARTIGOS 104 4.1 ARTIGO DE REVISÃO 105 4.2 ARTIGO ORIGINAL 1 140 4.3 ARTIGO ORIGINAL 2 171 4.4 ARTIGO ORIGINAL 3 197 5. MATÉRIA PARA IMPRENSA 219 VI APRESENTAÇÃO Esta tese é fruto do trabalho de pesquisa para conclusão de doutorado em Epidemiologia de Samuel C. Dumith, o qual teve como orientadores Denise P. Gigante e Marlos R. Domingues do Programa de Pós graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas e Harold W. Kohl, da Universidade do Texas, Estados Unidos, onde foi realizado o doutorado sanduíche, no período de abril a novembro de 2009 Ela é composta por quatro partes, apresentadas na seguinte ordem: 1) Projeto de Pesquisa; 2) Relatório do Trabalho de Campo; 3) Artigos; 4) Matéria para Imprensa. Os artigos desenvolvidos e que serão apresentados para a Banca estão descritos a seguir: Artigo de revisão) Título: Physical activity change during adolescence: a systematic review and a pooled analysis. Este artigo teve por objetivo descrever, por meio de uma revisão sistemática da literatura, a mudança da atividade física ao longo da adolescência; e quantificar tal mudança por meio de uma abordagem meta-analítica. Está submetido ao Pediatrics. Artigo original 1) Título: Physical activity prevalence and correlates among adolescents from Southern Brazil. Este artigo teve como objetivo determinar a prevalência de atividade física em adolescentes de 14/15 anos de idade e investigar os fatores associados. Está aceito na Revista de Saúde Pública. Artigo original 2) Título: A longitudinal evaluation of physical activity in adolescents: tracking, change and predictors. Este artigo teve como objetivo analisar a mudança e a estabilidade no nível de atividade física de adolescentes, acompanhados aos 11 e aos 15 anos de idade. Será submetido após incorporar as alterações sugeridas pela banca. Artigo original 3) Título: Predictors of physical activity change during adolescence: a 3.5 years follow-up. Este artigo teve como objetivo avaliar os fatores associados à mudança na prática de atividade física do início para o meio da adolescência. Um dos poucos estudos longitudinais sobre este tópico. Será submetido após incorporar as alterações sugeridas pela banca. 1 PROJETO DE PESQUISA 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EPIDEMIOLOGIA PREDITORES DA MUDANÇA DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E DE COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO NA ADOLESCÊNCIA PROJETO DE PESQUISA DOUTORANDO: SAMUEL DE CARVALHO DUMITH ORIENTADORA: DENISE PETRUCCI GIGANTE CO-ORIENTADOR: MARLOS RODRIGUES DOMINGUES DEZEMBRO/2007 3 APRESENTAÇÃO O presente projeto enquadra-se na área de concentração “Saúde e nutrição do adolescente”, conforme regimento do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (PPGE/UFPEL). A proposta para os três artigos que serão incluídos no volume final da tese de doutorado compreende: Artigo 1: Fatores associados à mudança no nível de atividade física e de comportamento sedentário durante a adolescência: uma revisão sistemática. Artigo 2: Preditores da mudança do padrão de atividade física em adolescentes: um estudo longitudinal dos 11 aos 15 anos. Artigo 3: Preditores da mudança do padrão de comportamento sedentário em adolescentes: um estudo longitudinal dos 11 aos 15 anos. 4 1. INTRODUÇÃO 1.1 Relação entre atividade física na adolescência, comportamento sedentário e saúde Estudos recentes apontam que a prática de atividade física (AF) na infância e na adolescência pode atuar na prevenção de doenças e na promoção da saúde, tanto neste período da vida, quanto na idade adulta (Hallal et al., 2006; Strong et al., 2005). Destaca-se que, quando a AF é estabelecida na fase inicial da vida, ela provê a maior probabilidade de impacto sobre a mortalidade e a longevidade (Hills et al., 2007). Exemplificando, a promoção da AF entre crianças e adolescentes pode surtir efeito significativo contra o aumento demasiado do índice de massa corporal (IMC) (Berkey et al., 2003; Steinbeck, 2001), sendo uma importante estratégia para reduzir a incidência de obesidade nesta faixa etária (Elgar et al., 2005; Kimm et al., 2005; Moore et al., 2003; Must et al., 2007) e na fase adulta (Kemper et al., 1999; Yang et al., 2007; Yang et al., 2006). Além disso, a prática da AF influi positivamente sobre a preservação do pico de massa óssea na adolescência, atuando na prevenção da osteoporose na idade adulta (Boreham et al., 2001; Rautava et al., 2007), e também exerce um efeito favorável sobre o perfil lipídico no início da vida adulta (Twisk et al., 2000). A prática de AF na adolescência contribui para a manutenção de um estilo de vida saudável. Por exemplo, os indivíduos que se mantêm ativos durante a adolescência apresentam menor probabilidade de começar a fumar (Rodriguez & Audrain-McGovern, 2004) e de terem hábitos alimentares inadequados (Raitakari et al., 1994). Acrescentando, a AF na adolescência ainda fornece benefícios em curto prazo sobre a saúde mental (Hallal et al., 2006) e sobre a autopercepção da saúde na idade adulta (Sacker & Cable, 2006). Por fim, a prática de AF nessa etapa da vida pode influir favoravelmente sobre o desempenho escolar (Shephard, 1997). Quanto ao comportamento sedentário (CS), os estudos são bem mais escassos que os de AF. Porém, há fortes indícios de que adolescentes com maior nível de CS, principalmente 5 o tempo de uso de mídia eletrônica (televisão, videogame e computador), pode ter um efeito nocivo sobre a saúde, tanto na adolescência (Brodersen et al., 2005) quanto na idade adulta (Hancox et al., 2004). Evidências apontam que o uso de mídia eletrônica, por crianças e adolescentes pode resultar em desfechos desfavoráveis tais como: violência e comportamento agressivo (Donnerstein, 1995; Eron, 1995), iniciação sexual precoce e sexualidade afetada (Brown et al., 1993), má nutrição e obesidade (Andersen et al., 1998; Jeffery & French, 1998), distorção na imagem corporal (Harrison & Cantor, 1997) e na auto-estima (Signorielli, 1993), uso de substâncias como álcool e cigarro e outras drogas (Strasburger, 1997), queda no desempenho escolar (Morgan, 1993), menos horas de sono (Nelson & Gordon-Larsen, 2006), inatividade física (Epstein et al., 2005) e baixa aptidão física (Hancox et al., 2004). Ressalta-se, no entanto,
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