UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA Robert Southey e a Experiência da História de Portugal: Conceitos, Linguagens e Narrativas Cosmopolitas (1795-1829) André da Silva Ramos Mariana 2013 UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA Robert Southey e a Experiência da História de Portugal: Conceitos, Linguagens e Narrativas Cosmopolitas (1795-1829) André da Silva Ramos Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História do Departamento de História do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto. Área de Concentração: Poder e Linguagens. Linha: Ideias, Linguagens e Historiografia. Orientador: Prof. Dr. Valdei Lopes de Araujo Mariana 2013 R175r Ramos, André da Silva. Robert Southey e a experiência da história de Portugal [manuscrito]: conceitos, linguagens e narrativas cosmopolitas (1795-1829)/ André da Silva Ramos. – 2013. 226f. il. Orientador: Prof. Dr. Valdei Lopes de Araújo. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Instituto de Ciências Humanas e Sociais. Departamento de História. Programa de Pós- graduação em História. Área de concentração: Poder e Linguagens. 1. Southey, Robert, 1774-1843 - Teses. 2. Historiografia - Teses. 3. Portugal - História - Teses. I. Araújo, Valdei Lopes de. II. Universidade Federal de Ouro Preto. III. Título. CDU: 94(469) Catalogação: [email protected] AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer aos meus pais Francisco e Lêda e à minha irmã Cláudia pelo amor, suporte e incentivo aos meus estudos desde a tenra idade. Ao orientador desta pesquisa Valdei Lopes de Araujo pelo incentivo, amizade, compreensão e intenso envolvimento com o trabalho desde os seus primeiros passos. Aos pesquisadores Giorgio Lacerda, Bruno Diniz e Flávia Varella que deram contribuições importantes nos momentos iniciais da pesquisa. Aos amigos Bruno Medeiros e Marcelo Rangel que contribuíram decisivamente com críticas e sugestões para meu desenvolvimento intelectual, respectivamente no estágio docência e no exame de qualificação. Ao professor Temístocles Cezar pelas críticas e sugestões no exame de qualificação. A Thamara Rodrigues pela cumplicidade e apoio. Aos companheiros de grupo de estudos Bruno Gianez, Bruno Omar, Jussara, Camila, Luna, Gabriel, João e Anderson por contribuírem com a intensidade do debate intelectual. Aos professores do Departamento de História da Universidade Federal de Ouro Preto, especialmente Mateus Pereira e Luiz Estevam pela colaboração nos debates realizados durante as disciplinas na pós. Devo agradecimentos especiais ao professor Sérgio Campos Matos pelo acolhimento em suas aulas na Universidade de Lisboa e aos amigos estudiosos da obra de Southey, Alexandre Dias Pinto e Carlota Miranda, pelas colaborações intelectuais, generosos cuidados e recepção afável naquela cidade. À professora da Universidade Nova de Lisboa, Maria Zulmira Castanheira, por ter me recebido no CETAPS - the Centre for English, Translation and Anglo- Portuguese Studies - e possibilitado o acesso às pesquisas produzidas naquele núcleo. Aos bons e velhos amigos dos tempos de República Sé pela convivência e carinho. Aos grandes amigos Marcella, Aikon e Hannah por sempre me acolherem. Agradeço especialmente a Maria Fernanda pelo amor, compreensão e dedicação que foram fundamentais para a realização deste trabalho. Agradeço à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES – por ter apoiado financeiramente esta dissertação. Agradeço também à Cátedra Jaime Cortesão da Universidade de São Paulo por ter concedido uma bolsa que me permitiu realizar um estágio de pesquisa em Lisboa durante os meses de outubro e novembro de 2012. Sou grato às professoras Lúcia Maria Paschoal Guimarães, Íris Kantor e Andréa Lisly por terem aceitado escrever cartas de referência que possibilitaram concorrer à seleção da bolsa. RAMOS, André da Silva. Robert Southey e a Experiência da História de Portugal: Conceitos, Linguagens e Narrativas Cosmopolitas (1795-1829). Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Ouro Preto. Instituto de Ciências Humanas e Sociais. Departamento de História. Programa de Pós-Graduação em História. RESUMO Nessa dissertação, analisa-se como os escritos de Robert Southey sobre Portugal e seus domínios Imperiais emergiram enredados em uma compreensão metanarrativa do processo histórico que expressa de forma ambivalente tanto a possibilidade de rejeição quanto do resgate da dimensão formativa do passado e recuperação da sua relativa autonomia estética. Explora-se como os relatos de viagem de Southey sobre Portugal, suas correspondências privadas, seu projeto de escrita de uma história erudita e filosófica desta nação, a reedição dos romances de cavalarias ibéricos, os artigos publicados em periódicos sobre história contemporânea e a História do Brasil estavam imersos nesta compreensão ambivalente do processo histórico. Analisam-se como os conceitos, linguagens e narrativas em vigor nestes textos circularam em obras de letrados britânicos e luso-brasileiros contemporâneos a Southey. Dessa forma, explora-se tanto como Southey interagiu com o campo discursivo estabelecido nas macronarrativas ilustradas europeias do século XVIII em vigor em obras de letrados britânicos e luso-brasileiros, quanto como a performance dos seus textos respondiam aos debates político-historiográficos contemporâneos em vigor na Europa e na América. Com efeito, analisa-se como Southey se valeu da circulação transatlântica de textos com o objetivo de instruir e entreter os leitores com suas obras, o que demandou do letrado o equilíbrio entre o juízo filosófico com a assimilação empática do outro no tempo/ espaço. Palavras-chave: Robert Southey, História da Historiografia, Historicidade, História de Portugal RAMOS, André da Silva. Robert Southey e a Experiência da História de Portugal: Conceitos, Linguagens e Narrativas Cosmopolitas (1795-1829). Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Ouro Preto. Instituto de Ciências Humanas e Sociais. Departamento de História. Programa de Pós-Graduação em História. Abstract In this dissertation, I analyze how the writings of Robert Southey about Portugal and its Imperial domains emerged entangled in a metanarrative understanding of the historical process that expresses in an ambivalent fashion both the possibility of rejection and recovery of the formative dimension of the past and its relative aesthetic autonomy. It explores how the travel writings of Southey about Portugal, his private correspondences, his project of the written erudite and philosophical history of this nation, the re-edition of the chivalry romances, the articles published in periodicals about contemporary history and the History of Brazil emerged immersed in this ambivalent understanding of the historical process. I analyze how the concepts, languages and narratives existing in these texts circulated in works of British and luso-brazilian contemporaries of Southey. Thus, I explore both how Souythey interacted with the discursive field established in the enlightened european macronarratives of the eighteenth century existing in works of british and luso-brazilian men of letters, and how the performances of his texts answered the political and historiographical contemporary debates existing in Europe and America. Furthermore, I analyze how Southey availed himself from the transatlantic circulation of texts with the aim of instructing and entertaining the readers with his works, which demanded a balance between the philosophical judgement with the empathical assimilation of the other in time/ space. Key-Words: Robert Southey, History of Historiography, Historicity, History of Portugal Sumário INTRODUÇÃO: ROBERT SOUTHEY E A EXPERIÊNCIA DA HISTÓRIA DE PORTUGAL: OS (DES)CAMINHOS DE UM DEBATE HISTORIOGRÁFICO ................................................................. 8 CAPÍTULO 1 .............................................................................................................................. 38 AS PERSPECTIVAS DO VIAJANTE: DA (IM)POSSIBILIDADE DE SE APRENDER COM A HISTÓRIA DE PORTUGAL ....................................................................................................... 38 1.1 DA (IN)EXISTÊNCIA DO GÊNIO E DO GOSTO: DO CURSO DE LEITURAS HISTÓRICAS AO ESSAY ON THE POETRY OF SPAIN AND PORTUGAL ................................................................. 39 1. 2 IRONIAS, SÁTIRAS E METÁFORAS: A ESTÉTICA NARRATIVA EM VIGOR NAS LETTERS WRITTEN DURING A SHORT RESIDENCE IN SPAIN AND PORTUGAL ........................................ 50 1.3 NOS HORIZONTES DA LINGUAGEM DA POLIDEZ: A RECEPÇÃO DE SOUTHEY E WILLIAM COSTIGAN ............................................................................................................................. 61 1.4 ENTRE A LINGUAGEM DA POLIDEZ E A DIGNIDADE GÓTICA: A RECEPÇÃO DE JAMES CAVANAH MURPHY E A SEGUNDA VIAGEM DE SOUTHEY ................................................... 79 CAPÍTULO 2 .............................................................................................................................. 97 METANARRATIVA, ERUDIÇÃO E AMBIVALÊNCIA ..................................................................... 97 2.1 PERSPECTIVAS COSMOPOLITAS DE ESCRITA DA HISTÓRIA ........................................... 98 2.2 DA TRADUÇÃO PARA O INGLÊS DE UM PASSADO EM COMUM ....................................
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