
Diresã o: Nonato Silvu Layout e copa: Armando Abrou u Hormunu Mon• tenegro Publicação da Companhia Urbanizadora da 'Novo Capital do Brasil . Tôda correspondência : Divisão de Divulgação da Novacap, avenida Almirante b. Barroso, 54 - 18.• andar, telefone : 22-2626. Rio de Janeiro - Brasil. Nossa Capa - Escultura de Alfredo Ceschiatti para o Palácio da Alvorada. brasll1a a n o 2 evereiro de 1958 número 14 Brasíliat uma realidade Deputado Geraldo Mascarenhas Estão prosseguindo, em ri tmo acelerado, as obras sentido realista que o mesmo merece. E há até de construção de Brasília. Os espíritos otimistas que mesmo os que não podem raciocinar com serenidade têm oportunidade de visitar a futura Capital volt.am sôbre o fato do Rio vir a deixar de ser a Capital do com o entusiasmo que os grandes empreendimentos país. São saudosistas que se antecipam a uma ne­ sempre despertam. De fato, a implantação da nova cessidade histórica . O Rio, conforme acentuamos, Capital no interior do pais significará a redenção de cumpriu a sua mi ssão como Capital brasil e ira . Mas extensas áreas esquecida s e élbandonadas. O Rio, isso não quer dizer que tenha cump'rido o seu des­ como sede política da nação, já realizou a sua ta­ tino. A idade das grandes cidades se mede por mi­ refa, tal como a cidade do Salvador, no período lênios. Pela sua situação invejável continuará a colçnial cumprira a sua . Terminou, pràticamente, desempenhar uma função da ma is alta importância o período de civilização litorânea. Estímulos mais na vida do país. Não continuará apenas a ser o vigorosos determinam novos rumos e dessa maneira grande centro industrial, comercial. e distribuidor é que começa o interior do paí ~ a viver sua própria que é presentemente. A industrialização do vale do vida em tôda a sua plenitude. É certo que o nosso Paraíba e igualmente do interior de Minas conti­ "hinterl and" já teve acentuada importância em nuará a fazer desta cidade um grande escoadouro nossa vida econômica e política que alcançou sua e um grande empório. Ao mesmo tempo, as tradi ­ maior significação no drama da inconfidência. Mas ções sociais, de cultura, de arte continuarão a fazer deve-se notar que êsse progresso se baseava na do Rio uma capital espiritual do Brasil. transitória exploração das riquezas minerais. A O Brasil tem possibilidades para erguer em seu in ­ mudança da Capital, na segunda metade do século terior uma grande Capital e fazer, ao mesmo tempo, presente significa o prestígio do Brasil no interior. com que a antiga continue progredindo. E a êsse Locali zada no planalto central, Brasí lia terá diante respeito é elucidativo o fato que se observa na de si a paisagem imensa da Amazônia cuja inte­ Bahia, onde a velha cidade do Salvador também gração à nossa vida econômica é de in egável ne­ cresce ràpidamente e tende a se desenvolver mais cessidade e responsabilidade para o país. Os vales ainda, principalmente se t ivermos em vista o desen­ do Tocantins e do Araguaia deverão ser os primei­ vo lvimento ele novas riquezas, entre as quais avulta ros a receber os benfícios da proximidade da nova o petróleo. Capital. A investigação das riquezas, que devem Quem viaja o interior do país verifica fàcilmente o existir em extensas áreas, deverá ser procedida com entusiasmo que desperta a nova Capital. Mineiros, i n,tensidade cada vez maior. Não se trata apenas de goianos, matogrossenses, nordestinos, amazônicos, levar a populações que vegetam à margem dos rios encaram Brasília como um fato que se fixará nas e também à ma rgem d0 progresso o incentivo e páginas da história e como a incorporação de vastas também possibilidades reilis para o aproveitamento áreas esquecidas à riqueza e ao patrimônio ela nação. elos recursos que até agora, permaneciam inúteis Traduzirá, um dia, o reconhecim ento das ge ra ções embora estivessem sempre ao seu alcance. Há al­ futuras pelo esfôrço e pelo sacrifício da geração de guns espíritos mais conservadores e, por isso mesmo, hoje. Marcará a fa se da transformacão econômica descrentes nas modif icações que afinal traduzem a do Brasil, a era ela nossa industrializ.ação e eterni­ revolução da vida em suas mais variadas manifes­ zará, como um de seus grandes feitos, o govêrno tações, que não encaram o empreendimento com o do presidente Juscelino Kubitschek. a marcha da construcão, de Brasília A .marcha da construção de Brasí lia prosse ­ residenciais nas super-quadras 1 05 e 305, gue seu ritmo sempre acelerado. na aza do lado sul da cidade. O Palácio da Alvorada recebe os últimos re­ Na quadra 1 05, com 11 blocos, 8 blocos de toques para a sua inauguração a 3 de maio 82 m, 44 e 3 de 68 m, 09 de comprimento, próximo. O Hotel de Turismo também se os apartamentos serão de dois tipos, com enconiTa em fase de acabamento. área el e 199 e 166 metros quadrados, res­ pectivamente. Na Praça dos Três Poderes prosseguem as Na quadra 305, com 14 bloco;, as unidades fundações e o; fundamentos do Congresso também se rão de 2 tipos, com um mínimo Nacional. de 66 metros quadrados de área, possilitando A Esp lanada dos Ministérios está com o ser­ boa moradia aos de menores posses. O total viço de terraplenagem completamente ulti ­ das unidades previstas é de 1 . 200 aparta­ mado, iniciando-se os preparativos para as mentos. fundações. A rodovia Brasilia-Anápolis, com É de prever que em março de 1959 estejam seus 130 quilômetro; já entregue ao tráfego, prontos 8 blocos e, em em agôsto de 1959, e será inaugurada solenemente a 3 de maio ma is 3 blocos, completando-se, assim, a vindouro. quadra 105. A Fundação da Casa Popular envida todos A quadra 305 deverá estar construída até os esforços, no sentido de entregar no dia março de 1960. 3 de maio próximo 500 casas para inaugu­ Já foram inic iados 09 estudos para a cons­ ração e habitação. trução da sede do I . a. p . i., a qual, segundo Os Institutos de Previdência redobram o a idéia atualmente preponderante, ficará em ritmo de trabalho, para a conquista de sua conjunto com as sedes dos demais In stitu­ tarefa. tos, na, parte mais central da cidade. O ·1. p . a. s. e. termina os trabalhos de fun ­ O I. a. p. i. gentilmente nos fornecerá o se­ dações. O I. a. p. c. iniciou a construção de gu inte relatório, que temos o 'prazer de pu­ 3 edifícios. O I . a. p. e. t. c. já instalou o blicar : canteiro de obras e estocou o material. O "Pioneiro de Brasília; com a construção e a I. a . p . b. apresent - as seguintes obra;: con­ instalação de um hospital que está atendendo cretagem da terceira lage do primeiro blo­ a tôdas as necessidades médica; de Brasília co, segunda Iage do segundo bloco; em e dos municípios vizinhos, o I. a. p : i. se de­ término, as fundações do terceiro bloco; dica, atualmente, à construção dos conjuntos em início as fundações do quarto bloco. 2 1 · ~ci.ma à esquerda, fachada posterior do Pa. :b'O. da Alvorada em fase de acabamento. r ;oco maquete do mesmo edifício permi­ /n ?d uma comparasão entre o projeto e a ea'1 ode. 2 ' Yista áerea do Palácio da Alvorada e alo­ ~am~ntos de operários. Adiante, um aspec- 0 o local onde será o lago. 3 3 4 · Casas populares. · Uma visão do conjunto das Ca- s ~ s Populares. " S. V, sta aérea da Prasa dos. Trc.s ~•cloro s , Esplanada dos Mm os lc­ nos o Ei xo Monumental. 6. Vi sta da Capola, através dos OS• 7. 'lUadrias do polá<io da Alvoroda. Fa<hado principal do Palácio da Al vorgdQ. • 9 8 . Doi s blocos do conjunto resid en cial do I.A.P .B., em con strução. 9 . Detalhe de um dos blocos do I. A.P.B. , em pleno andamento. 10 . Fachada principal do Colégio D. Bosco, por ocasião de suo inaugurOcão em 1.o de f e.. verciro, ~ 11. Fas e dos traba lhos de terrap lenagem. 1 o 11 arquitetura e urbanismo Urbanismo - Lúcio Costa Arquitetura - Oscar Niemeyer As Artes em Brasília Em Brasília as artes brasileiras, em conjunto, pintura, tapeçaria, vitrais, já estão prontos e .,nfrentarão seu primeiro grande desafio, outros estão sendo executados, por artistas fato a que j á está atenta a opinião critica como Portinari, Di Cavalcanti, Volpi, Bruno mundial. Trata-se, por outro lado, de uma Giorgi, Mary Vieira, Ceschiatti, Athos Sul­ das raras tentativas, em nosso século, em cão, Maria Martins e vários outros. todo o mundo, de integrar as várias artes Nossos arquitetos, portanto, não são dos que visuais num só vasto trabalho, e dentro, acreditam não haver lugar para as várias art·es quanto possível, da mesma perspectiva -se plásticas na arquitetura de hoje. Não pen­ não do mesmo estilo, até do mesmo módulo, sam, como a lguns de seus colegas, que a como os perfeicionistas poderiam a lm ejar. arquitetura moderna, tendo chegado a sua Os realizadores de Brasília (à frente dois maturidade, deva ficar tal como é, ou pros­ artistas de renome internaciona l, como o são seguindo sua evolução nas vias estreitas de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer) não têm es­ um funcionalismo técnico. Sabem, pelo con­ camoteado o problema, demasiado importan­ trário que, além disso tudo, a arquitetura te para o sucesso da experiência da nova moderna tem ainda de desenvolver seus e le­ capital. No campo isolado da a rquitetura, mentos espirituais, sem os quais ser-lhe-á essa experiência já tem seu êxito assegurado di fiei I tomar lu gar entre as grandes épocas pela à vontade com que colaboram, de longa da história da arte.
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