UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ ROSALIA RITA EVALDT PIROLLI VIAGEM À FASE HEROICA DA POESIA MODERNISTA: O PROJETO TRADUTÓRIO DA ANTOLOGIA LA POÉSIE DU BRÉSIL (2012) CURITIBA 2020 ROSALIA RITA EVALDT PIROLLI VIAGEM À FASE HEROICA DA POESIA MODERNISTA: O PROJETO TRADUTÓRIO DA ANTOLOGIA LA POÉSIE DU BRÉSIL (2012) Tese apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Doutor em Letras, no Curso de Pós-Graduação em Letras, Setor de Ciências Humanas, da Universidade Federal do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Marcelo Paiva de Souza CURITIBA 2020 FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELO SISTEMA DE BIBLIOTECAS/UFPR – BIBLIOTECA DE CIÊNCIAS HUMANAS COM OS DADOS FORNECIDOS PELO AUTOR Fernanda Emanoéla Nogueira – CRB 9/1607 Pirolli, Rosalia Rita Evaldt Viagem à fase heróica da poesia modernista : o projeto tradutório da antologia La poésie du Brésil (2012). / Rosalia Rita Evaldt Pirolli. – Curitiba, 2020. Tese (Doutorado em Letras) – Setor de Ciências Humanas da Universidade Federal do Paraná. Orientadora : Prof. Dr. Marcelo Paiva de Souza 1. Poesia brasileira – História e crítica. 2. Tradução e interpretação na Literatura. 3. Modernismo (Literatura). 3. Antologias francesas. I. Souza, Marcelo Paiva de, 1971-. II. Título. CDD – B869.109 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SETOR DE CIENCIAS HUMANAS UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LETRAS - 40001016016P7 TERMO DE APROVAÇÃO Os membros da Banca Examinadora designada pelo Colegiado do Programa de Pós-Graduação em LETRAS da Universidade Federal do Paraná foram convocados para realizar a arguição da tese de Doutorado de ROSALIA RITA EVALDT PIROLLI intitulada: VIAGEM À FASE HEROICA DA POESIA MODERNISTA: O PROJETO TRADUTÓRIO DA ANTOLOGIA LA POÉSIE DU BRÉSIL (2012), sob orientação do Prof. Dr. MARCELO PAIVA DE SOUZA, que após terem inquirido a aluna e realizada a avaliação do trabalho, são de parecer pela sua APROVAÇÃO no rito de defesa. A outorga do título de doutor está sujeita à homologação pelo colegiado, ao atendimento de todas as indicações e correções solicitadas pela banca e ao pleno atendimento das demandas regimentais do Programa de Pós-Graduação. CURITIBA, 10 de Junho de 2020. Assinatura Eletrônica 10/06/2020 19:07:59.0 MARCELO PAIVA DE SOUZA Presidente da Banca Examinadora Assinatura Eletrônica Assinatura Eletrônica 11/06/2020 20:38:21.0 11/06/2020 11:20:32.0 MARTA PRAGANA DANTAS LUCIA PEIXOTO CHEREM Avaliador Externo (UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB) Avaliador Externo (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ) Assinatura Eletrônica Assinatura Eletrônica 11/06/2020 17:44:27.0 10/06/2020 16:31:48.0 LEONARDO TONUS MARIE-HÉLÈNE CATHERINE TORRES Avaliador Externo (UNIVERSITÉ PARIS-SORBONNE) Avaliador Externo (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA) Rua General Carneiro, 460, 10º andar - CURITIBA - Paraná - Brasil CEP 80060-150 - Tel: (41) 3360-5102 - E-mail: [email protected] Documento assinado eletronicamente de acordo com o disposto na legislação federal Decreto 8539 de 08 de outubro de 2015. Gerado e autenticado pelo SIGA-UFPR, com a seguinte identificação única: 43236 Para autenticar este documento/assinatura, acesse https://www.prppg.ufpr.br/siga/visitante/autenticacaoassinaturas.jsp e insira o codigo 43236 À Andressa – oásis, farol, constelação. AGRADECIMENTOS It takes a village para fazer qualquer tipo de trabalho acadêmico – sobretudo na área de Humanas – no Brasil. Ao meu orientador, Marcelo Paiva de Souza, por ter aceitado orientar este trabalho. Obrigada pelo encorajamento, pela leitura sempre muito criteriosa e pela gentileza durante a fase final de realização deste trabalho. Aos professores membros da banca de defesa: Prof. Dra. Lúcia Cherem, Prof. Dra. Marta Pragana Dantas, Prof. Dra. Marie-Hélène Catherine Torres e Prof. Dr. Leonardo Tonus. Obrigada por terem topado ler e discutir este trabalho. À Marie-Hélène Torres, agradeço ainda pelas preciosas observações e sugestões feitas na banca de qualificação. Agradeço à Andressa, minha companheira de percurso. Obrigada pelo incentivo, pela paciência, pelo encorajamento em todas as etapas deste trabalho. Sem você, este trabalho teria sido menos – e as tabelas, no geral, bem mais toscas – e o caminho todo muito mais chato e, provavelmente, muito mais solitário. Aos meus professores queridos da graduação em Letras Francês na UFPR – e amigos também! – Lúcia Cherem, Nathalie Dessartre e Eduardo Nadalin, maiores exemplos de tudo o que eu sempre quis ser. Saí do “je m’appelle” para me tornar pesquisadora/professora/tradutora. C’est pas mal! (E Lúcia, obrigada também pela leitura generosa, por ter aceitado participar também da banca de qualificação e por ter acreditado, desde sempre, no meu potencial. Do teste de nivelamento malsucedido ao semestre em que eu quis desistir, das aventuras em Grenoble às atividades essenciais durante a IC sobre Letramento, que me tornaram uma professora – e, no geral, um ser humano, melhor. Jamais terei palavras suficientes para agradecer isso tudo.) Às miga das Letras – Boganika, Pati, Manu, mulheres incríveis, sempre disponíveis, que me acolheram e me ajudaram das formas mais variadas possíveis, de revisões a indicações de bibliografia, de conselhos a seções de desabafo (Merci les filles!) – e às miga que, embora não saibam, necessariamente, o teor deste trabalho, mas que estiveram por aqui, durante esse percurso maluco – Guida, Kathellyn, Lulu. Aos migo: Daniel, pela revisão, pelas conversas, pela leitura receptiva; ao Alan, pelas incursões às bibliotecas da USP – a tabela sobre as antologias francesas teria sido impossível sem a tua ajuda – e pelo resumo em inglês. Às colegas professoras de francês – Sandra, Cecília, Fer – pelos pitacos nas traduções. Às minhas colegas de área, Viviane Pereira e Cláudia Daher, pelas sempre carinhosas palavras de apoio. À minha mãe, pelos cafés que me fizeram ir pra aula, na distante época do cursinho e por não ter me deixado desistir da graduação, quando as coisas ficaram difíceis. Ao Tchubilas e à Bolota, pelo ronron nas horas de aperto. À super Thais, nossa secretaria incrível da Pós-Graduação em Letras. Nenhum problema é difícil demais que ela não resolva. Às livrarias alternativas e aos sebos de todo o Brasil, onde encontrei vários tesourinhos, como a antologia do Orban de 1914! Caso alguém precise desse material – a maior parte das antologias que constam lá no belo Apêndice 2 -, não deixe de entrar em contato comigo, pois terei o maior prazer em compartilhar essa riqueza! Aos projetos de digitalização de documentos e de fontes primárias, no Brasil e na França. Que trabalho fantástico! E quanta pesquisa esperando pra ser descoberta! Às bibliotecárias que me ajudaram em algum ponto da pesquisa, principalmente à gentil Florence, da Bibliothèque nationale de France (BnF). À Capes, por ter financiado três anos e meio deste trabalho. Sem esse apoio financeiro, esta pesquisa simplesmente não teria existido. À UFPR, por tudo. Vida longa à universidade pública! Às minhas futuras leitoras. Precisamos ocupar os espaços de pesquisa! It takes an ocean not to break. É preciso criar a poesia deste país de sol! Pobre da tua poesia e dos teus amigos, Pobre dessa poesia nostálgica, Dessa poesia de fracos diante da vida forte. A vida é força. A vida é uma afirmação de heroísmos quotidianos, De entusiasmos isolados donde nascem mundos. Lá vai passando uma mulher… Chove na velha praça… Pobre dessa poesia de doentes atrás das janelas! Eu quero o sol na tua poesia e na dos teus amigos! O Brasil é cheio de sol! O Brasil é cheio de força! É preciso criar a poesia do Brasil! Manuel Bandeira, “A invenção da poesia brasileira” […] a tradução assim ancorada nesse solo poético pode modificar o devir da poesia, revelar possibilidades latentes da língua. É o círculo fecundo da tradução e da escrita. Antoine Berman (1995) RESUMO Nesta tese, realizamos uma análise do projeto da antologia La poésie du Brésil (2012), organizada e traduzida majoritariamente por Max de Carvalho, e da porção de poemas da fase inicial do Modernismo, produzidos entre 1922 e 1930. Segundo o antologista, a publicação foi pensada como um trabalho de vocação panorâmica, pretendendo preencher uma lacuna observada pelo seu editor, Michel Chandeigne, em relação à história da poesia brasileira em tradução na França. Contando com 134 poetas e 478 poemas traduzidos, o volume cobre cinco séculos de produção poética brasileira, abrindo-se com uma seção de cantos e mitos indígenas e encerrando-se com a produção dos anos 1980. A partir disso, desenvolvemos este trabalho em duas etapas: (i) a análise dos dados liminares da antologia, através do exame do aparato paratextual que envolve essa publicação – capa, contra- capa, prefácio, epígrafes, notas – e do papel dos diversos agentes implicados – editora, editor, tradutor/antologista, leitores críticos –, buscando descrever, conforme os Estudos Descritivos da Tradução, e compreender o projeto subjacente à sua confecção (LAMBERT; VAN GORP, 1985; TOURY, 1995; BERMAN, 1995); e (ii) a análise de um conjunto de poemas traduzidos que compõem a seção “Modernes”, procurando identificar quais foram as estratégias empregadas, como o tradutor operou criativamente com a língua, como construiu suas traduções e quais efeitos obteve em língua francesa (MESCHONNIC, 1982, 1999; FALEIROS, 2012; BRITTO, 2012, 2017). Palavras-chave: Poesia brasileira traduzida. Modernismo. Crítica de tradução. Antologia francesa. ABSTRACT In this thesis, we provide an analysis of the anthology project La poésie du Brésil (2012), organized and translated primarily by Max
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