Impacto Do Jogo Afecta Um Quinto Dos Jovens

Impacto Do Jogo Afecta Um Quinto Dos Jovens

Instituto Cultural recolhe UE renova compromisso objectos com “valor” de união antes do divórcio de antigos estaleiros com o Reino Unido Pág. 11 Pág. 12 • • • HOJE 130C/210C Fonte SMG Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 5210 • Segunda-feira, 27 de Março de 2017 10 PATACAS FOTO JTM Impacto do jogo afecta um quinto dos jovens Uma investigação conduzida pela “Rede de Serviços sobre a percepção dos pais em relação à participação de Juvenis Bosco” mostra que cerca de 20% dos jovens en- menores no jogo aponta que as famílias têm o hábito de trevistados, com idades entre 13 e 21 anos, reconhecem jogar com eles, tendendo mesmo a considerar que com- que o jogo terá afectado “de forma crítica” os estudos e as pete ao Governo e ao sistema educativo alertar os mais relações familiares e sociais. Na mesma linha, um estudo jovens para as consequências nocivas do vício. Pág. 5 “Espaço Cidadão” na RAEM é uma meta FOTO EPA sem calendário Pág. 6 Gerente de banco implicado em burla com empréstimos Pág. 7 Gabinete de Ligação quer FAOM com mente “emancipada” Pág. 9 Portugal a 7 horas de diferença O horário de Verão foi ontem LI YING, DOCENTE DO DEPARTAMENTO implementado em Portugal, DE COMUNICAÇÃO DA UM, com os relógios a adiantarem 60 EM ENTREVISTA AO JTM minutos, voltando a reduzir as- sim para sete horas a diferença relativamente a Macau. Em Por- “Temos uma tugal Continental e na Ilha da Madeira, a hora foi reajustada à passagem da uma da madruga- da, enquanto que nos Açores a sociedade mudança ocorreu à meia-noite. PRIMEIRA MULHER A LIDERAR RAEHK Até ao regresso à hora de Inver- no, no final de Outubro, Portu- sem orgulho gal terá mais uma hora TMG, Carrie Lam obteve o que significa que está no fuso horário mais um do que o do meridiano de Greenwich, que se vitória folgada cívico” Págs. 2 a 4 Pág. 13 convencionou usar como marca- dor para o tempo. 02 JTM | LOCAL Segunda-feira, 27 de Março de 2017 FOTOS JTM LI YING, DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO DA UM, EM ENTREVISTA AO JTM Eleições centram-se na “noção de fraternidade” O Governo de Macau tem um problema de relações públicas e enfrenta uma crise de falta de confiança da população, que munida de “cinismo” questiona todas as decisões oficiais e encara o Executivo como “corrupto e inapto”, alerta Li Ying, académica da Universidade de Macau (UM). Apesar disso, considera que as campanhas eleitorais locais centram-se nas relações humanas em detrimento do debate de ideias, porque o eleitorado é pouco instruído e está ligado principalmente às suas raízes culturais e emocionais. Em entrevista ao Jornal TRIBUNA DE MACAU, a docente do Departamento de Comunicação da UM refere ainda que os estudantes locais são conservadores e pouco inovadores, defendendo por isso a criação de um programa de voluntariado para os levar, por exemplo, a países africanos de língua portuguesa, onde poderiam ajudar comunidades, afastando-se assim da sociedade “comercial e hedonista” da RAEM Liane Ferreira artistas, dão prendas, é um to fragmentado. Por exemplo, evento cultural e não político. os chineses do Continente têm Mas muitas pessoas vão dizer a sua ideologia e assuntos que uma altura em que [Eleitores de associações como Fujian que Macau é assim, é uma ci- os preocupam, os portugueses já se vêem movi- dade de contactos. Na maior têm outros interesses e os jo- mentações eleitorais, e Jiangmen] estão totalmente desligados parte do tempo estão em cau- vens entre os 20 e 30 anos têm Ncomo é que os candidatos de- sa as relações humanas e não uma posição muito liberal e vem comunicar com os eleito- do dia a dia do território, dos assuntos mais o assunto em si. Os eleitores progressiva e tendem a reunir- res? não se afastam do seu contexto -se em torno de candidatos que - Idealmente, os candida- prementes, por isso, o processo de votação relacional e pessoal para olhar falam sobre orientação sexual, tos devem diferenciar-se uns é muito desapontante para quem vive para um problema social e to- empreendedorismo e são críti- dos outros, através daquilo mar uma decisão. As eleições cos do sistema. Ou seja, mesmo que lutam e defendem. Assim, efectivamente aqui e tem coisas em jogo, são sobre relações, confiança, neste bloco relativamente edu- num mundo ideal teríamos um uma certa noção de fraternida- cado as pessoas não partilham mercado de ideias em que uma que sente que precisam de ser discutidas de, têm uma componente emo- os mesmos assuntos. Para além população bem informada iria cional que arrebata a tomada disso, não temos um ambiente tomar uma boa decisão. Mas, de decisão racional. As pessoas em termos de meios de comu- não temos um mundo ideal. são apegadas aos candidatos e nicação assim tão robusto que Temos um eleitorado maiori- não aos assuntos. Existe uma faça com que estas pessoas se tariamente pouco instruído, afiliação às heranças e tradi- reúnam e falem sobre os pro- comparado com outras cidades apelo à afinidade de um grupo tras cidades. Na altura de vo- ções. blemas. Temos jornais portu- do Delta do Rio das Pérolas. particular. tar é que vêm a Macau, porque - A opinião pública em Ma- gueses, chineses, cantonenses Nas eleições passadas, associa- - Ou seja, associações mais pensam nas relações. Ou seja, cau não é instruída? e ingleses, o que torna um sí- ções focadas num eleitorado tradicionais têm mais poder estão totalmente desligados - Não diria a opinião públi- tio tão pequeno como Macau mais instruído tiveram muito em Macau... do dia a dia do território, dos ca, simplesmente o público. muito fragmentado. Por outro pouco apoio. Por isso, quando - Sim, especialmente as de assuntos mais prementes, por - Então, como é que novos lado, há diversidade, muitos temos um público pouco infor- regiões próximas como Jiang- isso, o processo de votação é grupos podem tentar eleger grupos sociais, o que torna a mado, este afilia-se a candida- men ou Fujian, que é um gran- muito desapontante para quem um candidato? cultura mais vibrante do que tos que vêm da mesma região, de bloco de votação em Macau. vive efectivamente aqui e tem - Um dos problemas é que numa cidade homogénea, mas os conterrâneos, porque têm o A maior parte dos eleitores des- coisas em jogo, que sente que existe um grande grupo de politicamente é difícil criar al- mesmo sotaque e experiências sas associações não tem interes- precisam de ser discutidas. pessoas que não está envolvi- gum tipo de aliança, pois o sen- comuns. Para além disso, orga- se em saber sobre outros assun- - Como descreveria as ac- do na vida pública, não vive tido de pertença está fragmen- nizam eventos, dão pequenas tos ou candidatos. Vão votar ções de campanha? em Macau, mas do outro lado tado. Macau, devido ao estilo prendas, prometem uma mu- automaticamente nesses can- - São diferentes do que se vê da fronteira, não vê televisão de governação português pou- dança legislativa que benefi- didatos. Isso é muito especial na televisão ou mesmo das que nem lê jornais locais, apenas se co interventivo, sempre teve cia directa e rapidamente esse aqui, porque muitas pessoas observei nos EUA, onde a base interessa por coisas pequenas. um governo pequeno e uma eleitorado. É uma política de que podem votar são imigran- da discussão são temas polí- É difícil para aqueles que ape- sociedade muito maior com interesses, mas quando é assim tes recentes, que conseguiram ticos ou pelo menos ainda se lam a um bloco racional obter todas estas associações novas não se focam na situação glo- adquirir a residência, através ouvem mais políticas e ideias uma reacção neste grupo. O se- e velhas, que são demasiadas. bal. Este é o factor número um de quaisquer meios existentes a serem apresentadas. Aqui, gundo problema é que o grupo A classe média e mais educada nas eleições, não há um deba- e muitos nem sequer vivem em os candidatos reúnem recursos instruído, que inclui jovens ou é fraca como grupo, daí termos te de ideias claro, mas sim um Macau, mas em Zhuhai e ou- para fazer um show, convidam expatriados residentes, é mui- visto resultados tão distorcidos JORNAL TRIBUNA DE MACAU Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Diniz • Director: Sérgio Terra • Editora: Liane Ferreira • Redacção: Catarina Almeida, Inês Almeida, Pedro André Santos, Rima Cui e Viviana Chan • Correspondentes: Ricardo Jorge (Portugal) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Costa Santos Sr., Fátima Almeida, Helder Fernando e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Fotógrafo: Alex Sampaio • Secretária de Redacção: Carmen Sou • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected] • Fax: 28389886) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua • Exclusivos: Finantial Times, Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd •Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral) Segunda-feira, 27 de Março de 2017 JTM | LOCAL 03 nas últimas eleições. tras? Isso é outro assunto. Por exemplo, - Como assim? no caso do Metro Ligeiro e da rota, ve- - Um certo grupo teve tantos votos mos que está a ser construído na Taipa e que o candidato mais novo da lista con- em Macau está em suspenso, porque to- seguiu entrar na Assembleia Legislati- cou em tantos nervos diferentes. É uma va. Isto fez com que este grupo tivesse resposta típica: não podemos lidar com uma voz mais pesada, ofuscando os isto agora, não há solução, mas sentem- assuntos que outros candidatos querem -se tão pressionados que fazem qual- debater.

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