Futebol: Ciência, Cultura E Sociedade

Futebol: Ciência, Cultura E Sociedade

RevistaResgates futebol: ciência, cultura e sociedade 2014 RevistaResgates futebol: ciência, cultura e sociedade 2014 Revista Resgates / Colégio Stockler. nº 4 (dezembro de 2014). São Paulo - SP. Ensaio acadêmico. Conselho editorial: Eduardo Montechi Valladares e Isa da Silva Sorrentino Design: Júlia Blumenschein Revisão: Isabel Menezes RevistaResgates futebol: ciência, cultura e sociedade 2014 Editorial 7 A evolução da tecnologia nas camisas de futebol 9 Amanda Marcondes Duarte - 3a série B Como melhorar o condicionamento físico dos jogadores de futebol 23 e seu desempenho durante o jogo por meio da alimentação Bianca Solitto Siqueira e Silva - 3a série D Direito e futebol: exploração de crianças e adolescentes 31 Catarina Eugenia Otero Fernandez - 3a série D Futebol e sociedade: inclusão X exclusão social 47 Celina Frias de Oliveira Schutt - 3a série B A física nas inovações tecnológicas de transmissão de jogos de futebol 63 Fernanda Parodi de Almeida - 3a série B A mulher no futebol 75 Flora Ainá Rossi de Araújo - 3a série A Aplicação dos conhecimentos de fsiologia muscular no esporte: em busca de um melhor desempenho no futebol 85 Giulia Costa D’Errico - 3a série D Como os fatores psicológicos podem se dar na atuação dos jogadores em campo e quais suas consequências 97 Isabella Prandato Ribas Daud - 3a série B Futebol sob as asas do Condor 107 Júlia Costa Marques - 3a série B Medicina esportiva: cada vez um desafo maior 119 Júlia Pedroni - 3a série D Futebol e marketing: o esporte como ferramenta da indústria cultural 133 Letícia Vazquez Valverde - 3a série C Futebol: a psicologia do estresse 141 Luiza Rossi Mora Brusco - 3a série A O rádio, a televisão e o futebol 151 Mariana Gelain de Andrade Garcia - 3a série D Os patrocinadores do futebol 163 Mayara Jancis Rigolo - 3a série C Coração do atleta: especifcidades e problemas relacionados 173 Rebeca Meireles - 3a série C Psicologia do esporte no futebol 183 Renata Oliveira de Almeida - 3a série C A cobrança de falta perfeita em frente ao gol 195 Yuri Elias Quental Casseb - 3a série C Turma de 2014 6 Apresentação “A velhice ranzinza e a juventude não podem viver juntas; A juventude é cheia de alegria, a velhice cheia de cuidados; A juventude é como uma manhã veranil, a velhice como o inverno; A juventude é como um verão aberto, a velhice como um inverno nu; A juventude é cheia de alegria, à velhice falta fôlego; A juventude é ágil, a velhice é manca; A juventude é intrépida e forte, a velhice é fria e fraca; A juventude é selvagem, a velhice é mansa; Velhice, eu te abomino; juventude, eu te adoro.” Shakespeare Revista Resgates é um tributo à tados em uma linguagem muito acessível. Foi o que arte da escrita. O que a torna rele- aconteceu com quase todos os alunos das terceiras vante é o fato de reunir o trabalho de séries do Ensino Médio na elaboração da monografa. jovens escritores, para quase todos é Como todo neófto, eles tiveram que enfrentar as di- o primeiro texto publicado. fculdades com todas as suas faculdades, mesmo sa- ATodo texto original é uma produção singular, uma bendo que se não pudessem compreender tudo o que criação, um acontecimento. E isso se sobressai quando se estavam lendo, podiam tirar sempre algum proveito. trata de jovens escritores. Esse fato, por si só, merece ser Uma das funções centrais da escola é incentivar o comemorado. E é justamente solenizar o esforço desses aluno, desde os primeiros anos escolares, a encarar o de- moços e moças o principal objetivo da nossa Revista. safio de penetrar no reino da leitura e da escrita, mesmo Os artigos – apesar da temática geral ser “Fute- que ele ainda não tenha todas as chaves. Jamais as tere- bol: ciência, cultura e sociedade” – falam da vida, das mos. Mas é essencial acreditar na necessidade de procu- expectativas e dos sonhos, ao mesmo tempo pareci- rar sempre alcançar algum refinamento linguístico, que dos e distintos, de cada um desses jovens escritores. não se confunde com uma escrita rebuscada, quase sem- Eles são portadores de suas esperanças, mas, acima pre redundante e confusa. Entender que o aprendizado de tudo, do seu labor. da norma culta é extremamente útil e que nas infinitas Sabemos o quanto é árduo o processo de apren- possibilidades que a língua generosamente nos oferece é dizagem da leitura e da escrita. Não se trata da mera preciso saber escolher qual é o gênero textual mais ade- junção de letras, de sílabas e de palavras. É fundamen- quado para cada ocasião. Trata-se de assegurar a todos os tal que se conheça o que está por trás do que está sendo estudantes a possibilidade do pleno desfrute das novas lido e do que está sendo escrito. É necessário compre- modalidades que foram sendo apoderadas ao longo dos ender os diálogos que o texto produzido estabelece com anos da escolaridade básica que agora se encerra. outros textos já escritos e lidos. Enfim, reconhecer que Cada texto refete as idiossincrasias de quem o isso demanda, inegavelmente, um grande esforço. escreveu. Por outro lado, o ler de cada um envolve Essa difculdade é ainda maior quando se trata um grande número de jogos de sentidos, muitos de- de um contato inicial com textos acadêmicos, nor- les inapreensíveis, quase que intocáveis. Cada pessoa, malmente mais complexos e nem sempre apresen- com suas próprias referências, é por si um universo 7 Revista Resgates 2013 – SUSTE NTABILIDADE único. Mas o escritor pode facilitar a vida do seu própria conta. E isso não tem nenhuma relação com leitor, elaborando um texto inteligível. Só é possível a maioridade no sentido penal. Adolescentes com afirmar que se conhece um assunto quando temos bem menos de 18 anos podem já ter atingido a maio- condições de transmitir de forma clara e coerente es- ridade e adultos com idade bastante avançada ainda se conhecimento a outras pessoas. Acreditamos que viverem, por covardia ou preguiça, na menoridade. esse objetivo foi alcançado nos artigos apresentados Para exemplificar o que foi dito acima, queremos nesta edição da Revista Resgates. fazer uma homenagem a uma estudante da USP, alu- Torcemos para que outras escutas e réplicas na do Colégio Stockler entre 2010 e 2012. Em um Cine atravessem o texto de cada um dos artigos desta Re- Debate, após a apresentação de três professores, todos vista, que as falas provoquem novos embates, concor- com grande experiência e sólida formação acadêmica, dâncias e, é claro, discordâncias. Questionamentos uma pequena garota levantou decididamente o braço, que divergem, mas, ao mesmo tempo, reconhecem pedindo a palavra. Era a Ana Paula Muche Schiavo, a fala do Outro como válida e merecedora de respeito. uma aluna da 1ª série do Ensino Médio. Ela, com a voz Acreditamos que é pela fricção dos diferentes dis- ainda infantil, proclama com firmeza discordar dos ar- cursos, das distintas formas de ver o mundo e dos múlti- gumentos apresentados e elabora um discurso coerente plos projetos, que é possível contribuir para a emancipa- indicando os seus pontos de vista. Não se trata aqui de ção de cada indivíduo e da sociedade. Afinal, nada pode discutir quem estava com a razão, mas sim de ressal- ser mais ameaçador à liberdade do que o pensamento tar que aquela aluna percebeu claramente o significado único. A expressão final dos regimes totalitários. do termo debate. A riqueza do livre enfrentamento das O aperfeiçoamento da escrita deve ser visto ideias. A palavra como forma de apontar as diferentes como uma instigante experiência de autotransfor- interpretações do mundo. A resolução dos conflitos não mação. Afnal, a linguagem vai além de sua função pela força dos punhos e das armas, mas pelo discurso. comunicacional. Ela, ao possibilitar o desenvolvi- É isso que, de fato, realmente importa. No final do seu mento do pensamento crítico e abstrato, é um meio último ano no colégio, a sua monografia que falava so- essencial para compreender e modifcar o mundo. O bre “A retomada do objetivo original: (in)felicidade em seu domínio e uso constante podem contribuir para foco” foi publicada na Revista Resgates. que cada um vislumbre a importância de um saber O Projeto Político-Pedagógico do Colégio Stockler transgressivo, que rompa com a normalidade “cheia tem como um de seus pilares a crença que uma edu- de cuidados” e a pasmaceira que apenas nos entedia. cação realmente libertária é aquela que assegura as A ampliação do repertório que a escrita e a leitura condições para o desenvolvimento dos pensamentos propiciam também é decisiva no processo gradativo de e das ações autônomas de cada jovem. É que ser livre, substituição da dependência do adolescente em relação abandonar a menoridade, significa que somos os úni- ao mundo adulto por um saudável senso de sua própria cos responsáveis pela escolha de nossos objetivos e dos autonomia e, principalmente, responsabilidade. Em caminhos para atingi-los. Por isso, a Ana Paula, assim suma, da sua passagem para o mundo da maioridade. como todos os “alegres”, “ágeis” e “selvagens” alunos Maioridade aqui entendida no sentido dado por aqui presentes, merecem o nosso absoluto respeito. Kant em seu célebre artigo “O que é o esclarecimen- Somos eternamente gratos a vocês por nos lem- to?”, de 1784. Para o grande filósofo alemão a “me- brarem de algo que já adultos, às vezes, esquecemos: noridade é autoimposta se sua causa assenta-se não que a diferença entre jovens e velhos não está no nú- na falta de entendimento, mas na indecisão e falta mero de anos acumulados, mas na possibilidade de de coragem de usar seu próprio pensamento sem juntos, independente de nossas idades, vivermos com qualquer guia”. Portanto, a maioridade é alcançada intrepidez o verão.

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