Universidade Federal Do Rio Grande Do Norte

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM LINHA DE PESQUISA: POÉTICAS DA MODERNIDADE E DA PÓS-MODERNIDADE GENI MENDES DE BRITO MORNA: IDENTIDADE E LITERATURA EM CABO VERDE Natal - RN 2019 GENI MENDES DE BRITO MORNA: IDENTIDADE E LITERATURA EM CABO VERDE Tese apresentada ao Programa de Pós- graduação em Estudos da Linguagem, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para a obtenção do título de Doutor em Literatura Comparada. Orientadora: Profª. Doutora Tânia Maria de Araújo Lima. Co-orientadoras: Profª. Doutora Simone Caputo Gomes, Profª. Doutora Doris Wieser. Natal- RN 2019 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes - CCHLA Brito, Geni Mendes de. Morna, Identidade e Literatura em Cabo Verde / Geni Mendes de Brito. - Natal, 2019. 199f. Tese (doutorado) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2019. Orientadora: Profa. Dra. Tânia Maria de Araújo Lima. Coorientador: Profa. Dra. Simone Caputo Gomes. 1. Literatura Cabo-verdiana. 2. Identidade. 3. Morna-poesia e prosa - I. Lima, Tânia Maria de Araújo. II. Gomes, Simone Caputo. III. Título. RN/UF/BS-CCHLA CDU 821.111(665.8).09 Elaborado por Heverton Thiago Luiz da Silva - CRB-15/710 Este trabalho é dedicado a Maria Mendes da Silva — D. Deliza (in memoriam) —, minha mãe, que tanto me apoiou e me incentivou para ver este sonho (dela e meu) realizado. Ao meu pai, Gonçalo Ferreira de Brito (in memoriam), homem que tinha a “palavra de rei”, “Tão ético, tão puro, um coração valente”. A eles, meu eterno reconhecimento. AGRADECIMENTOS A Deus, antes de tudo. À professora Doutora Tânia Maria Araújo Lima, minha orientadora, pela confiança e liberdade que me impulsionaram nesta pesquisa. À CAPES, por me contemplar com uma Bolsa de Doutorado, no país, e uma de “doutorado sanduíche”, pelo financiamento dos meus quatro anos de pesquisa, sem o qual eu não conseguiria dispor de recursos para viabilizar este projeto. À professora Doutora Simone Caputo Gomes, minha coorientadora da Universidade de São Paulo, fonte inesgotável de conhecimento sobre a literatura de Cabo Verde, pela leitura enriquecedora e profunda desde os primeiros textos de minha tese, em minha qualificação, e pelas sugestões que me ajudaram na escrita do trabalho. Por ela, toda minha estima. À minha coorientadora da Universidade de Lisboa, Doutora Doris Wieser, pela abertura com que me recebeu e pela forma como me ajudou na minha inserção no meio acadêmico em Portugal; pelos encontros e partilhas sobre a questão da identidade cultural dos países africanos de Língua Portuguesa, pelo empenho em ler meus textos e partilhar conhecimentos. À professora Doutora Isabel Lobo, da Universidade Lusófona de Humanidades em Mindelo — Ilha de São Vicente — Cabo Verde, pela leitura atenta dos capítulos iniciais da tese em minha qualificação, pela competência nas discussões sobre a literatura cabo-verdiana e pela partilha de material de pesquisa sobre as Mornas. Agradeço de coração à professora amiga Irene Severina Rezende da Universidade Estadual do Mato Grosso (UNEMAT), a quem tenho grande apreço e consideração, por ter sido aquela quem, por primeiro, orientou-me e deu todo suporte para a realização desta pesquisa. Em Cabo Verde, às amigas e “manas do coração” Maria do Céu Baptista, Emanuela Tavares, Tuca Tavares, Antônia Veiga, Dulce Helena Levy, que foram um apoio sincero e fundamental para obter significativa referência bibliográfica para meu trabalho de pesquisa. Agradeço, em especial, à Emanuela e à Tuca Tavares pelo acolhimento tão fraterno, em suas casas, pela amizade e carinho que me dispensaram na minha primeira visita a Cabo Verde em 2015. Em Portugal, agradeço o acolhimento e recepção agradável à amiga de Conceição Horta e seu irmão José Alberto Horta, que me apresentaram um pouco do lado cultural e histórico do mundo lusitano. Agradeço, ainda, a tão grande ajuda de me terem enviado os livros de pesquisa de Lisboa para o Brasil. Na Bélgica, agradeço o apoio fraterno e sincero de Edith Pirard, irmã da Congregação de Notre Dame, que sempre me impulsionou ao conhecimento e a lutar pelas metas estabelecidas. Meu agradecimento para Claire Dewerchin, Cécile Jacquérie, pela amizade e apoio. Na Itália, o meu agradecimento para Antonieta Michielletto, amiga de longas datas por sempre estar presente nas minhas lutas e caminhadas. Pelo apoio e amizade sempre presentes, muito obrigada! Na França, agradeço de modo especial, à Chantal Poncet, grande interlocutora das “Letras francesas”, pelos importantes e tão intensos diálogos de conhecimentos partilhados ao longo da escrita de minha tese. No Brasil, especificamente em Natal (RN), agradeço imensamente à Professora Paula Pires, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e a seu esposo Evandro, pelo sempre alegre acolhimento em sua casa, pela alegria e pelo humor sempre partilhado na boa convivência e apoio. Às amigas de Teresina, em especial à Flávia Sampaio e à Cleuma Magalhães, colegas de Mestrado, sempre presentes, pelo apoio emocional e material de que lancei mão em muitas ocasiões. A vocês, um abraço grande e sempre próximo. Agradeço, ainda, à Iracema, Joana, Emília, Elda, Edna, Dodô, Ana Lúcia Gomes, Marilene, Marilúcia, Maurilene, Mônica Batista, Lúcia Fernandes, Genésia Xavier, Núbia Lima pelo apoio e pela nossa amizade. Agradeço às amigas de outros estados brasileiros, que me apoiaram nessa empreitada, como Cleusa Denz (Fortaleza- CE), Fátima Jerônimo (Fortim- CE), Giseuda Rocha e Lourdes Barreto (São Paulo- SP), Eva Ferreira (Curitiba- PR), Maria Regina Soletti (Tangará da Serra- MT), Maria Cilene (Tangará da Serra- MT), Laine Andrade (Cuiabá- MT), Simone Gadelha (Fortaleza- CE), Irmã Annette Dumoulin (Juazeiro- CE) e a tão querida amiga Josilda e família (Canoa Quebrada- CE) Agradeço, também, aos colegas professores Élio Ferreira, Sebastião Teixeira, Assunção Sousa, que sempre me apoiaram de forma fraterna; a vocês, toda minha gratidão. Um especial agradecimento aos membros da minha banca, ao professor Dr. Amarino Oliveira de Queiros (da UFRN), Professor Dr. Sebastião Cardoso (da UERN), à Professora Dra. Rosilda Alves Bezerra (da UEPB) e a professora Dra. Érica Antunes que, com dedicado empenho e observação, ajudaram-me a enriquecer e aprofundar minha pesquisa sobre Cabo Verde e a Literatura presente nas ilhas. Por fim, um agradecimento especial aos meus queridos irmãos Gumercindo, Vicença, Regina, Gerson, Gabriel e Ribamar, pelo apoio sincero e amigo, pela compreensão das longas etapas de ausência, pelo apoio material e fraterno. Muito obrigada. RESUMO A literatura, em Cabo Verde, conheceu um significativo desenvolvimento, no final do século XIX, contando com o impulso dos jornais que dinamizavam a criação ficcional e poética. Mas, foi no século XX, com o surgimento da revista Claridade (1936) que se alicerçou o projeto literário cabo-verdiano. Nessa revista, os escritores do arquipélago procuram fixar-se em temáticas predominantemente crioulas, como o drama das secas e da fome, da emigração e da evasão, da insularidade e da saudade, expressas através da Morna, gênero musical que, conforme Simone Caputo Gomes (2008), assume um lugar privilegiado na literatura cabo- verdiana e estabelece um diálogo com a poesia e com a prosa de ficção com as quais ela interage, constituindo um diversificado percurso no panorama literário. Dada essa importância, propõe-se, nesta pesquisa, traçar a forma como poetas e ficcionistas cabo- verdianos definem, caracterizam e apresentam a Morna ora como tema principal de suas obras, ora como um dos elementos que conferem a identidade cabo-verdiana aos textos, atribuindo-lhe uma função narrativa, lírica, descritiva e dramática. Para a construção do presente trabalho: “Morna, identidade e literatura, em Cabo Verde”, a proposta metodológica concentrou-se, na pesquisa documental e bibliográfica, com base em fontes literárias, históricas, antropológicas. A fundamentação teórico-crítica foi realizada a partir dos estudos de Juliana Brás Dias, Benilde Justo Caniato, Manuel Ferreira, Moacyr Rodrigues, Simone Caputo Gomes, Vasco Martins, Gabriel Mariano. Percebe-se que, dentre os diversos gêneros musicais presentes em Cabo Verde, a Morna é, sem dúvida, a forma musical e poética mais cultivada, em todas as ilhas do arquipélago, uma vez que ela simboliza sentimentos cabo- verdianos, como a tristeza, a angústia e as dores, que, sob o peso da dominação colonial e cultural, resistem e se manifestam, principalmente, através da língua crioula, símbolo maior que ressignifica o universo cultural cabo-verdiano. Palavras-chave: Literatura cabo-verdiana. Identidade. Poesia. Morna. Prosa. ABSTRACT Literature in Cape Verde experienced a significant development at the end of the 19th century, relying on the impulse of the newspapers that dynamized its fictional and poetic creation. However, it was in the twentieth century, with the emergence of the magazine Claridade (1936) that the Cape Verdean literary project was consolidated. In this magazine, the writers of the Archipelago try to focus, predominantly, on Creole themes, such as: the drama of droughts and their consequences, emigration and evasion, insularity and longing, recurrent themes told and sung through Morna- a musical

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