CADERNO TÉCNICO OBSERVAR, PARA MELHORAR O CONTROLO DO TREINO E DA COMPETIÇÃO

Nº 2 DEZEMBRO 2012 www.facebook.com/andebolito

À CONVERSA COM ANA SEABRA “COMEÇOU TINHA 14 ANOS”

OPINIÃO DUARTE FREITAS MICAELA CALIFÓRNIA FIGURA DO MÊS “Fá” Monge da Silva PÁG6 ESTE MÊS Competição. Saiba tudo sobre dezembro 2012 as principais competições 20

Notícias 4 Ulisses Pereira reeleito e arbitragem pela Europa Editorial É de motivação redobrada que Figura do Mês abordamos esta segunda edi- 6 “Fá” Monge da Silva ção da revista “Andebolito” após o 1º número ter sido um sucesso, ao ter alcançado um total de 13.000 visualizações. Opinião Obrigado a todos pela receti- 8 Duarte Freitas, vidade. Ex-selecionador Nacional Feminino O Andebol Feminino, tema principal neste número, surgiu após a revolução do 25 de Abril de 1974, possibilitando às jovens Opinião o acesso à modalidade, até aí tipicamente mas- 9 Micaela Califórnia, culina. O Belenenses foi o primeiro campeão selecionadora Regional Feminino da história do Andebol feminino na época de 1974/1975 . A nível internacional, só em 1976 é que o andebol feminino passou a fazer parte dos Clube do Mês jogos olímpicos 10 Grupo Musical 1º Dezembro Em “conversa de café” sobre as diferenças do andebol masculino para o feminino, é necessário ter em conta o ponto de partida de ambos. Em relação ao surgimento do andebol em , Caderno Técnico o andebol masculino teve o seu inicio em 1931, 12 Observar para melhorar o controlo 43 anos antes do andebol feminino, dados que do treino e da competição podem sustentar a diferença técnica/tática entre géneros, mas também o número de atletas que praticam a modalidade. Por exemplo, em Lisboa, À conversa com dos 2308 atletas inscritos em 2011/12, apenas 18 Ana Seabra 13% desses eram atletas femininas. Apesar dos números serem baixos, a verdade é que o ande- bol feminino português tem tido uma evolução muito grande, sustentada pelos excelentes re- sultados alcançados pelas seleções jovens nas FICHA TÉCNICA principais provas internacionais, que nos permite antever um futuro promissor para o Andebol fe- Direcção Técnica: minino português. Tiago Oliva ([email protected]) João Antunes ([email protected]) Acompanhando a vanguarda tecnológica, no ca- Redacção: derno técnico apresentamos o Video Observer, Tiago Oliva ([email protected]) ferramenta de análise estatística que comple- João Antunes ([email protected]) menta o trabalho do treinador. Jorge Cardoso ([email protected]) Esperamos com este número dar continuidade a Colaboradores: um espaço aberto de debate e discussão, no qual Duarte Pimenta, Francisco Gomes continuamos recetivos a colaborações. Design Gráfico: Tiago Oliva Cortes ([email protected]) Capa: Ana Seabra

2 FOTO DO MÊS

AUTOR(A): Pedro Alves, PhotoReport.in JOGO: Arranque da segunda volta (12ª Jornada) do Campeonato Nacional de

Envie-nos a sua foto para [email protected] , com o nome e descrição do jogo.

02 Notícias

Liga dos Campeões: IVAN CAÇADOR e EURICO NICOLAU dirigiram o THW Kiel - BM Atletico Madrid

A dupla de árbitros Ivan co Madrid, do Grupo B da Caçador e Eurico Nicolau foi, Liga dos Campeões. O jogo novamente, nomeada para foi no dia 2 de Dezembro, dirigir um jogo da Liga dos domingo, às 17h15 locais, Campeões Masculina. Desta na Sparkassen-Arena-Kiel. feita, foi em Kiel, na Alema- O delegado foi o norueguês nha, onde a dupla dirigiu o Dagfinn Villanger. jogo THW Kiel - BM Atleti-

ULISSES PEREIRA REELEITO PRESIDENTE DA LUÍS SANTOS PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO DO FEDERAÇÃO DESPORTO

Ulisses Pereira foi reeleito, no passado dia 10 de Novembro, Figura incontornável da modalidade, Luís Santos foi durante presidente da Federação Portuguesa de Andebol (FAP), receben- 25 anos dirigente da FAP, 24 dos quais exercendo as funções de do para o mandato de 2012/2016 os 46 votos dos presentes na presidente. Assembleia Geral eleitoral. Luís Santos foi nomeado dia 18 de novembro, presidente da Fun- No novo elenco diretivo liderado por Ulisses Pereira, que presidia dação do Desporto, entidade que estava sem líder desde 2007. ao organismo desde 31 de março, após eleições intercalares, figu- O antigo presidente da Federação de Andebol de Portugal, entre ram ainda, nos cargos de vice-presidentes, Augusto Silva, Ricardo 1987 e 2008, sucede a Marques Mendes, Nobre Ferreira e Mar- Andorinho, Henrique Silva e Juliana Sousa (Eduardo Coelho como ques Pinto. Luís Santos, figura incontornável do andebol nacional, suplente). foi o primeiro presidente da Confederação de Desporto de Portu- A Assembleia Geral será presidida por Pedro Mourão, auxiliado gal e integra actualmente o Conselho Nacional de Desporto como pelo “vice” Raúl Castro, enquanto o Conselho Fiscal é encabeça- personalidade de reconhecido mérito. Recentemente recebeu o do por José Manuel Sousa, num órgão que integra ainda Gonçalo ‘European Olympic Laureus Award’ da Assembleia dos Comités Lopes e Olinto Ravara como vice-presidentes. Olímpicos Europeus e, já este ano, o governo português atribuiu- Para o Conselho de Arbitragem, o único órgão social que tinha lhe o Colar de Honra ao Mérito Desportivo. Um dos objectivos duas listas concorrentes, António Marreiros venceu a candidatura da Fundação do Desporto passa pela captação de patrocínios, de António Goulão, recebendo 24 dos 46 votos. cabendo-lhe a gestão central e financiamento dos Centros de Alto O novo elenco do Conselho de Arbitragem é ainda constituído Rendimento, bem como iniciativas de captação de fundos priva- pelos vice-presidentes Jorge Manuel Gil e Carlos Joaquim e os dos para o Desporto, maximizando o mecenato e potenciando os vogais Dário Ramos e Felisberto Silva. benefícios fiscais daí decorrentes.

Campeonato do Mediterrâneo As Juniores B femininas conquistaram a 3ª Medalha de Ouro consecutiva

As Juniores B femininas venceram a muito disputado por ambas as selecções. dificultou a organização ofensiva do Medalha de Ouro no passado dia 17 de Portugal esteve a ganhar durante quase Montenegro. Com transições muito rápi- novembro, conquistada no 8º Campeo- todo o jogo e só nos segundos finais as das, conseguimos muitos contra-ataques nato do Mediterrâneo, prova que termi- Juniores B de Portugal marcaram o golo e ganhámos o jogo. Todas cumpriram o naram sem qualquer derrota. Portugal que garantiu a Medalha de Ouro. No fi- que lhes foi pedido.” Sandra Fernandes revalidou o título que já havia conquis- nal do jogo, a seleccionadora nacional mostrou-se satisfeita e orgulhosa do seu tado em 2010 e 2011, no 6º e 7º Cam- Sandra Fernandes disse que “ganhámos grupo de trabalho. peonatos do Mediterrâneo femininos. o jogo na defesa, jogámos num sistema Para Portugal veio ainda o prémio de Me- Portugal venceu na final o Montenegro defensivo 3x2x1 muito agressivo, com lhor Guarda-Redes, que foi para Jéssica pela diferença mínima, 27-26, num jogo vários cortes nas linhas de passe, o que Ferreira.

4 Fontes: Federação de Andebol de Portugal

XVII Gala do Desporto “IHF at School project” A ex-internacional Virgínia Ganau, que no final O objectivo deste quadro de peritos da federa- da época deu por terminada a sua carreira, numa ção internacional (IHF) é contribuir para o alar- altura em que se encontrava ao serviço do gamento da base de praticantes de Andebol à Sad, recebeu o prémio Mérito Desporto - Persona- escala global. A área principal de intervenção é lidade do Ano, no Andebol, na XVII Gala do Des- junto dos Professores (de jovens dos 5 aos 11 , organizada pela Confederação do Desporto e dos 12 e os 17 anos) que pretendam apostar de Portugal. A 17ª Gala do Desporto decorreu na no andebol nas suas aulas. Mas também junto noite de 15 de novembro, no Casino Estoril e pre- dos técnicos municipais, regionais, associati- miou, ainda, os “Desportistas do Ano”, prémio para vos ou federativos que trabalhem com estes o qual estava nomeado o atleta do Sporting CP e escalões e pretendam uma formação mais da selecção nacional, . especializada.

PORTUGAL PERDE NA TURQUIA E ESTÁ DE FORA DO PLAY-OFF DE APURAMENTO AO MUNDIAL DA SÉRVIA 2013

Portugal perdeu por 35-26, no passado dia 1 de Dezembro, em Ankara, na Turquia e foi afastada, pela selecção turca, dos jogos de play-off de apuramento para o Campeonato do Mundo Senio- res Femininos Sérvia 2013. Com a vitória desta tarde, é a Turquia que segue em frente para os play-offs. No final do jogo, João Florêncio afirmou “Nós ainda não temos -ca pacidade nem maturidade para enfrentar este tipo de ambientes. Entrámos bem, mas seguiu-se um período em que quase tudo nos correu mal e já não conseguimos reagir. Depois passamos para a fase em que queremos fazer tudo com muita vontade, mas com pouco discernimento. Não conseguimos, jogámos com uma equipa muito forte. A jogar em casa, já começamos a ter argu- mentos para jogar com estas equipas, mas fora, as coisas compli- cam-se. Sabíamos que era muito difícil e tínhamos de ter jogado melhor do que jogámos em Anadia, e nem sequer jogámos igual. Era importantíssimo que tivéssemos conseguido, mas não é por isso que vamos deitar a toalha ao chão, vamos continuar a traba- lhar para melhorar.” Qualificação Euro 2014 Portugal - Macedónia foi o jogo mais visto dos 27 jogos transmitidos Andebol De acordo com os dados do estudo feito pela EHF, referente Um caminho para o alto aos jogos da 1ª e 2ª jornadas de qualificação do Campeonato rendimento da Europa Seniores Masculinos Dinamarca 2014, 27 jogos Neste livro um grupo dos melho- foram transmitidos em directo pelas televisões dos países res especialistas portugueses da organizadores dos jogos, sendo que 23 deles foram, tam- modalidade transmitem o seu bém, transmitidos no país da equipa adversária. Para além da conhecimento, experiência e enchente registada em Espinho, dos 27 jogos com transmissão segredos na preparação de uma em directo, o jogo Portugal - Macedónia, que se disputou a 4 equipa de alto rendimento. de Novembro, na Nave Polivalente de Espinho, foi o jogo com maior número de telespectadores: 300.000 assistiram, em directo, à vitória portuguesa sobre a Macedónia, em Portugal e 160.544 telespectadores, na Macedónia.

5 “Fá” Monge da Silva

Falar sobre a Fá para mim e para qualquer jogador(a) que tenha pas- sado pelas suas mãos é sempre complicado. É como estarmos a falar da nossa mãe, e quando assim é, é sempre muito difícil arranjar adjectivos que consigam qualificar aquilo que sentimos por ela.

Pedindo a muitas pessoas des- connosco que nossos próprios isto conta muito mais do que o te meio que foram treinadas pais. Entre treinos às 7h da ma- simples ganhar! por ela para a descrever, esta é nhã, às 19h, jogos aos fins de Falar de Fá é o mesmo que falar mesmo a palavra mais repetida: semana e torneios longínquos, do Clube Desportivo e Escolar MÃE! É uma mulher que nos começou a ser muito mais que Camões! Sem ela este nunca te- deu tudo sem nunca pedir nada apenas uma treinadora mas ria existido! E seria muito mais em troca, sendo que a maior acima de tudo uma educadora fácil referir todos os títulos que parte começou a trabalhar com e uma tutora. Seria mais fácil esta mulher deu ao clube, onde ela desde os 12 anos. Nestas apenas treinar... era para isso a sua influencia foi total! Trei- idades somos todos crus e que ali estava, mas não! Sem- nou TODOS os escalões des- muito verdinhos, achamos que pre se preocupou com o nos- de iniciados a seniores, quer sabemos tudo mas ao mesmo so futuro, a nossa educação e femininos quer masculinos e tempo não percebemos nada acima de tudo nos homens e obteve sempre os melhores de nada. E assim entra em nos- mulheres que poderíamos vir resultados possíveis. E falamos sas vidas esta mulher que mui- a ser um dia. A verdadeira es- de um clube com orçamentos tas vezes passou mais tempo sência do desporto, onde tudo praticamente ZERO, e o pouco

- “Mãe Fá! Uma grande mulher, um grande exemplo” (Maria Murinello) “É como uma segunda mãe mesmo, minha mentora e foi com ela que aprendi a jogar e a ser mel hor pessoa” (Paula Malcato, jogadora) “Simplesmente a pessoa responsável por eu jogar andebol e o treinador que mais me marcou... para além disso também a considero uma amiga” (João Oliveira, jogador) “Mais que uma treinadora, uma segunda mãe, com ela cresci como jogador e homem. Devo a ela grande parte da minha felicidade pois deu-me a conhecer o andebol, os meus amigos e a minha mulher, obrigado mãe Fá” (José Rua, jogador) “Amiga companheira. Uma senhora que nos mostrou os valores que ainda hoje usamos e temos. Mãe!” (Pedro Sércio, jogador) “A melhor treinadora que já tive. Uma referencia do andebol nacional. Se o Camões está onde está, deve-se a maior parte ao trabalho desenvolvido pela Fá ao longo dos anos, tanto na formação como nos séniores.” (Hugo Costa, jogador) “Uma amiga, uma grande treinadora a quen o andebol português e o Camões em particular devem muito. Uma grande senhora de elevada estatura humana, uma gradne personalidade com quem aprendi e de quem tenho o privilegio de ser amigo” (Albano David, treinador)a“A melhor treinadora que já tive, percebe mais de andebol a dormir que muitos acordados” (Hugo Dias “Maradona”, jogador) “O sorriso e a brincadeira pronta no final de um dia de trabalho foram o equilibrio fundamental na vida pessoal. O sorriso e a brincadeira no antes, durante e depois da competição fizeram unir um grupo de amigos. A Fá é a mãe desse grupo” (António Trinca, arbitro) “Professora e treinadora com cabelo às mil cores que nunca deixará de brilhar em todas os campos em que cresci com ela sempre a meu lado.” (Marco Paraíba, jogador)

6 Poderia encher-vos paginas de testemunhos de jogadores, ex-jogadores e pessoas que trabalha- ram com ela, quanto a mim, é muito difícil acres- centar mais aquilo que todos dizem... Sou um sortudo! Fui um dos que foi tocado e influencia- do por essa grande mulher... e... mudou a minha vida! Nunca conseguirei pagar tudo o que me deu e o que acrescentou à minha vida. Por isso o melhor que posso dizer é... OBRIGADO MÃE FÁ!

dinheiro que havia eram mui- Pereira, todos os que lidaram nos regionais. Eram mais chati- tas vezes resultado da sua luta com essa batalha e com esta ces, mais trabalho, mais tempo extra-desportiva na junta de mulher acharam e acham que e acima de tudo mais paciência, freguesia, na Camara Municipal este seria o nome mais justo e mas a sua resposta foi pronta- e outras instituições. E assim correcto para aquele pavilhão. mente... SIM! CLARO! E depois cresceu este clube, até ao topo Mesmo falando com pessoas de tudo o que já tinha ganho e com este exemplo máximo! En- ligadas ao mundo do andebol dado, lá nos acompanhou nes- sinou-nos que a UNIAO, o TREI- que nunca tiveram nada a ver ta aventura. E mesmo deixando NO, a VONTADE, a HUMILDADE, com este clube, a opinião, de- de ser nossa treinadora há uns e o QUERER, valem mais que monstrando uma vez mais o anos atras por motivos de saú- qualquer orçamento milioná- valor que lhe é atribuído una- de, se este ano estamos na 1ª rio, e são estes e outros valores nimemente. Divisão Nacional.... DEVEMOS levamos connosco muito além Pessoalmente, lembro-me de TUDO A ELA! E é por ela que do mundo desportivo. um rapaz de 12 anos que um também lutamos e continuamos Aqui há uns anos, quando fi- dia no balneário combinou com com o espirito que ela ensinou nalmente foi inaugurado o alguns de seus colegas que en- a TODOS esses rapazes e rapari- pavilhao da Escola Secundaria graçado era um dia mais tarde gas de 12 anos. Camões, todos os que vive- estarmos ali todos juntos depois Sempre ouvir dizer que as ram esse sonho acharam que de sair dos empregos. Ora há 13 grandes pessoas existem quan- o melhor prémio e direito se- anos atras, fui ter com a Fá e dis- do tocam ou fazem a diferença ria esse pavilhão ter o nome se-lhe isso mesmo, gostávamos na vida de outra. Esta mulher Fátima Monge da Silva, sem de voltar a jogar pelo Camões tocou e fez muita diferença na querer desrespeitar e saben- e fazer uma equipa de seniores vida de muitos! do todo o valor do Prof. Moniz masculinos mesmo começando Luis Lacerda

“Amizade, dedicação, trabalho, garra, humildade, mãe. Enfim, o nosso Camões” (Francisco Barroca, Dirigente)

7 OPINIÃO UM CONTEXTO COMPETITIVO MAIS PROMOTOR Duarte Freitas

O desenvolvimento do andebol económicas do nosso país e de muitos andebol. Sim, é certo que as nossas feminino passa essencialmente pelo países na europa, condicionam de atletas manifestam carências a dife- desenvolvimento da atleta portugue- forma marcante o nosso atual contex- rentes níveis (fatores antropométricos sa, estando diretamente relacionado to competitivo. Mas é um aspeto que e a capacidade física ainda são um com o contexto onde a atleta exerce a podemos encarar de forma positiva. E handicap, a maturação do jogo e sua sua prática. Assim sendo, partimos do outros aspetos que surgem entretan- consistência em regime de grande princípio que os aspetos contextuais to, podem ser motivos potenciadores. intensidade revela muitas irregulari- que mais influenciam a melhoria das Por exemplo, nestas circunstâncias, dades). Mas... capacidades das atletas são o treino e temos mais tendência para ser menos Muito sinceramente, acredito que a competição. esbanjadores e gerimos os recursos se lhes proporcionarmos contextos Na minha opinião, é este último disponíveis com maior cuidado e competitivos com maior qualida- a esfera potenciadora de todo o eficiência. de, com a melhoria da competição processo: a competição, o jogo! Estes Por outro lado, penso que nos últimos interna ou mesmo passando pela são determinantes para uma maior dez anos, nunca tivemos uma federa- inclusão de atletas em campeonatos ou menor motivação. Queremos uma ção com sensibilidade para tratar do mais competitivos no estrangeiro, a competição que desencadeie em andebol feminino como ele merece, atleta portuguesa também chegará a todos os agentes (atletas, árbitros, com respeito pelos seus intervenien- patamares de excelência. Já tivemos, treinadores, dirigentes, espectadores, tes, em especial pelas atletas. Pode- num passado bem recente, exemplos patrocinadores, e demais interve- mos constata-lo não só pelo discurso, disso. Não queria aqui mencionar nientes), motivação suficiente para mas mais importante, pela atuação, nomes, pois poderia esquecer-me de que, diariamente, se dediquem com pela forma como têm materializado as referenciar alguém e não seria correto, mais tempo e qualidade ao andebol, suas intenções. Bem hajam os novos mas desculpem lá falar de jogadoras de modo a promover um espaço de dirigentes federativos. de primeira linha como Juliana Sousa valorização da própria atleta. Não é pelo facto das nossas atuais e Alexandrina Barbosa. Falamos de Esta valorização daquilo que a atleta atletas não terem a competência ao atletas que atingiram altos patamares. faz, vai muito além do ser ou não nível das melhores do mundo que as O nosso sucesso será maior quanto ressarcida financeiramente. O aspeto iremos desprezar. Elas demonstram maior for a nossa dedicação, quer monetário é importante, permitirá a diariamente, ano após ano, atitude sejamos atletas, treinadores, árbitros muitas o prolongar de uma carreira que merece todo o nosso respeito e ou outro qualquer interveniente. que, muitas vezes por razões profis- empenho no sentido de melhorarmos Façamos o andebol com dedicação, sionais, é interrompida precocemente. as suas condições para prática do com muita dedicação, e no mínimo Nalguns casos pode não ser determi- respeitem os que se dedicam de nante, mas lá que ajuda, ajuda. forma positiva e que acreditam ser Hoje, vivemos um período possível um melhor andebol crítico no andebol feminino, e que são feminino. As muitos no nosso dificuldades país.

8 OPINIÃO ANDEBOL FEMININO: PONHAM-NOS À PROVA! Micaela Califórnia

O estado actual do andebol feminino encontra-se em fase de mu- devido à dedicação imensurável de todos os inter- dança positiva! Havendo muito ainda a palmilhar! venientes, muitas vieram de muitas colectividades e Não pode haver paragens, nem retrocessos no que deve ser clubes pequenos que, com muitas dificuldades, nunca um projecto consubstanciado na qualidade e no rigor. E aqui deixaram de apoiar e de acreditar no andebol feminino. é fácil… Basta ir igualando ao que é definido e realizado no Um dos aspectos positivos prende-se com o facto de sector masculino. Há que ter ideias e ideais, apostas, investi- haver cada vez mais técnicos (mulheres e homens) quali- mentos diversificados, exigências e objetivos cada vez mais ficados e com provas dadas a agarrarem equipas femininas. ambiciosos. E para os mais cépticos, estejam seguros que As condições de treino, nos últimos anos, também são bem “elas” saberão retribuir de forma exemplar! melhores, situação que tem promovido a qualidade do trabalho Esta forma de viver e sentir o andebol obedece a que realizado nas sessões de treino e de competição, optimizando haja um envolvimento, de corpo e alma, de todos os in- a qualidade individual das atletas, bem patente, no número de tervenientes. Sozinho, ninguém é nada e nada faz! jogadoras que ganharam o seu lugar em equipas estrangeiras. Considero que estamos numa fase em que o andebol A palavra equidade é simples e ao mesmo tempo forte, pois feminino, paulatinamente, tem crescido, tem melhora- traduz tudo aquilo que eu gostaria de ver e sentir como pano de do a sua qualidade, mas de uma forma desequilibrada fundo do andebol feminino. Todavia, tem havido alguma sensibi- a nível nacional. Para existir mais atletas precisamos de lidade dos responsáveis para adaptar os modelos competitivos às aumentar o número de raparigas a jogar andebol, au- dificuldades e recursos dos clubes. A qualidade do andebol femi- mentando fortemente a base de trabalho e a sua quali- nino nacional depende de comportamentos e decisões que terão dade. Há “matéria-prima feminina” em todo o lado, que de vir de dentro para fora (nacional/Internacional), tornando os necessita de mais oferta, que deve e merece ter as mes- campeonatos mais competitivos, que promovam a evolução das mas oportunidades e ser estimulada, motivada por for- atletas - e de baixo para cima (dos escalões mais jovens para os ma a ganharem gosto pela modalidade e usufruírem do menos jovens) e só assim conseguiremos dar uma resposta cada retorno que ela oferece a nível físico, emocional e social. vez mais competente e afirmarmo-nos, decididamente, a nível in- Sabe-se que o crescimento deve andar de braço dado ternacional. com o desenvolvimento, logo, o trabalho exercido tem Aos clubes é exigido terem determinadas equipas de forma- de ser responsável, de qualidade e sistemático para que, ção e a grande maioria, opta pelos escalões masculinos! Então, cada vez mais, surjam talentos femininos no andebol. por que não obrigar a que metade dessa exigência seja obede- A cultura desportiva nacional não é das mais fortes e cida com a formação de equipas femininas?! Continuariam a há muito a ser feito no sector feminino, nomeadamente no trabalhar a formação, a desenvolver o andebol e aumentaría- andebol. Nos países nórdicos, por exemplo, as equipas femi- mos tremendamente o número de praticantes femininos! ninas conseguem encher pavilhões, demonstrando uma alta Nada é definitivo e se houver boa vontade nada é im- competência nas suas performances, sem nunca perderem a sua possível! Apenas custa mudar! condição feminina. O ANDEBOL É ESPECTACULAR E O ANDEBOL FEMI- Os nossos talentos femininos de outrora e de agora, apareceram, NINO EM PARTICULAR É… FENOMENAL!

9 CLUBE DO MÊS Desde sempre, o Grupo Musical 1º Dezembro de Queijas teve como objectivo a formação de jogadores de Andebol

1º Dezembro foi fundado em 1 de dezembro Atualmente, o clube 1º Dezembro de Quei- de 1915, tendo já recebido a Medalha de Mé- jas, está empenhado em desenvolver um rito Municipal (Grau Cobre). Foi no Atletismo novo projeto desportivo, projeto esse inseri- que o Clube começou a ganhar a sua dimen- do no Plano de desenvolvimento do Andebol são, porém, só mais tarde o Andebol começou em Portugal, estimulando a prática de activi- a ser a modalidade principal do Clube. dades de Andebol devidamente adequados Desde sempre, o Grupo Musical 1º Dezem- aos escalões etários. bro de Queijas teve como objectivo a forma- O projeto converge para uma criação de Oção de jogadores de Andebol, destacando-se Escolas de Andebol que serão locais de práti- nesta área o ex-jogador do Sporting, João ca desportiva, enquadrados por Treinadores/ Pinto, formado desde os minis, e tendo ocor- Técnicos, responsáveis pela atracção e envol- rido a sua transferência na passagem para os vimento social dos jovens. Estes grupos de Juniores. jovens deverão ter direito à prática despor- Relativamente a títulos conquistados pe- tiva – ANDEBOL – em condições de aprendi- los diversos escalões do clube, há a ressaltar zagem simples e de qualidade, mas de igual o titulo ganho pelas jovens atletas do clube, modo organizado em estruturas bases de mo- que na época 2003/2004 se sagraram cam- delo associativo. peãs da zona sul. Também os infantis têm no O intuito deste projeto é fomentar o Des- seu currículo, a conquista do torneio de en- porto Jovem como uma base atrativa, didá- cerramento de infantis, tendo-o vencido na tica, saudável e onde o maior objectivo é época 2002/2003 bem como o campeona- acompanhar O JOVEM no seu desenvolvimen- to regional de Lisboa, na época 2010/2011. to global e harmonioso em todas as vertentes Quanto ao andebol sénior, subiu à 1ª divisão através da igualdade de oportunidades na na época 2003/2004, tendo-se mantido du- prática desportiva. rante 2 anos, no escalão máximo. A melhor Destaca-se ainda o regresso nesta tem- classificação alcançada foi o 3º lugar no cam- porada do escalão de juniores masculinos à peonato nacional da 1ª divisão, na época competição, uma aposta no desenvolvimento 2003/2004. do andebol no clube.

BAMBIS MINIS INFANTIS

Em cima: Rui Carvalho, Luís Ribeiro (Treinadores), Em cima : João Lopes, Pedro Santos(Dirigentes), Bruno Treinador: Luís Ribeiro; dirigente: Sérgio Alves. Vítor Carrilho, Carolina, Tiago Sempere, Afonso Lopes, Cristiano Ferreira, Gonçalo Ferronha, Gonçalo Jogadores: André Grilo, Bernardo Grilo, Bernardo Duarte, (Dirigentes) Pedro Santos, João Lopes Seco, Alexandre Melgueira, Vítor Carrilho, Rodrigo Ferronha, Artur Teixeira, Francisco Matos, Guilherme Em baixo: Paula Santos (Fisioterapeuta) Rodrigo Carvalho e Treinador Rui Carvalho Alves, Miguel Morgado, Miguel Brandão, Rodrigo Santos, Tomas Sempere, Carolina Ribeiro, Sara Alves. Em baixo : Bruno Evaristo, Afonso Costa, Afonso Serra, Rodrigo Barrocas, Tiago Lourenço, Tomas Duarte, Gonçalo Lourenço, João Santos. Campos.

10 BILHETE DE IDENTIDADE Grupo Musical 1º de Dezembro Oficiais Associação: Associação de Andebol Lisboa Nome Esc./Função Recinto: Noronha Feio (Queijas) Eduardo Martins OFI Dirigente Nac. Largo 1 Dezembro, 2790-860 Queijas Helena Carqueja OFI Dirigente Nac. João Lopes OFI Dirigente Nac. Telefone: 214175209 Fax: 214175892 José randão OFI C.Seg. em Form. E-mail: [email protected] Nuno Nunes OFI C.Seg. em Form. Website: www.queijasclube.org Paula Santos OFI C.Seg. em Form. Blog: http://gm1dezembroqueijas.blogspot.pt/ Paulo Serra OFI C.Seg. em Form. Pedro Santos OFI C.Seg. em Form. Pedro Soares OFI C.Seg. em Form. Troféus Ricardo Sousa OFI Dirigente Nac. Sérgio Almeida OFI C.Seg. em Form. Campeãs da Zona Sul 2003/2004 (Feminino) Vencedor 2002/2003 - torneio de encerramento de infantis. Treinadores Vencedor 2010/2011 - campeonato Regional de Lisboa (Infantis) Nome Esc./Função António José Ferreira Duarte TEC Grau 1 Edgar Goncalves Madureira TEC Grau 3 Luís Miguel Ferreira Ribeiro TEC Grau 2 Pedro Alexandre Simões TEC Grau 3 Rui Fernando Carvalho TEC Grau 1

INICIADOS JUVENIS JUNIORES

Treinador: Tozé Duarte ; dirigente: Nuno Alexandre Treinador: Pedro Simões; dirigente: Helena Carqueja Treinador: Edgar Gonçalves Madureira; dirigente: Nunes e Ricardo Pavoeiro de Sousa Jogadores: Alexandre Alves, Gonçalo Nunes, Daniel Eduardo Martins Jogadores: Gonçalo Nunes, Diogo Soares, João Bento Nunes, João Noura Duarte, João Brandão, Josué Jogadores: Josué Quiala, Bruno Rodrigues, Daniel Trindade, João Moura Duarte, Diogo Dias, Francisco Quiala, Gonçalo Andrade, Xavier Gaspar, Pedro Cace- Nunes, Ricardo Matos, João Brandão, Diogo Car- Arriaga, Miguel Angel Gaspar, Ricardo Rocha, Diogo la, Bruno Patrício, Tiago Silva, Gonçalo Pereira, Wil- reteiro, Alexandre Alves, Frederico Serra, Carlos Baptista, e Francisco Sousa. son Solere . Brazão, André Sancho, , Gonçalo Mar- tins e João Lynce,

11 CADERNO TÉCNICO

OBSERVAR, PARA MELHORAR O CONTROLO DO TREINO E DA COMPETIÇÃO

João Castro, Treinador de Andebol

Andebol é um jogo multifactorial, com um desenvolvem a sua acção no contexto do Alto O contexto eminentemente táctico, desta- Rendimento, deve ser uma preocupação para cando-se o carácter espontâneo dos compor- os treinadores que actuam noutros níveis de tamentos. prática (Iniciação, Aperfeiçoamento, Rendi- Durante a competição/treino o treinador mento). não tem a possibilidade de controlar todos Como tal, optamos por apresentar um exem- os comportamentos in loco, necessitando de plo de possibilidade de actuação nesta área observar, registar e analisar o treino/competi- no contexto dos Escalões de Formação (Aper-

LLLL A Análise do Jogo visa recolher informação objectiva, relevando indicadores de rendimento de um jogador ou da equipa, pois têm uma correlação com o sucesso.

ção à posteriori, recorrendo ao suporte digital, feiçoamento Desportivo), através da utilização para procurar indicadores / critérios que auxi- de um instrumento de observação – software liem no desenvolvimento da performance dos VideoObserver. seus atletas. Assim sendo, a análise que decorre da obser- ANALISAR O JOGO – UMA NECESSIDADE… vação, permite melhorar o controlo do treino e A complexidade e variedade de factores que da competição. O controlo do processo é uma influenciam o desenrolar do jogo de -Ande problemática evidente no planeamento dos bol, tornam a componente táctica um aspecto Jogos Desportivos Colectivos, devido à sua fundamental para resolver os problemas que especificidade. ocorrem no jogo, fruto da imprevisibilidade Julgamos que este artigo aborda uma temá- (Garganta, 1997) na ocorrência, bem como na tica que, embora normalmente desperte um sequência de situações em jogo, e igualmente maior interesse junto dos intervenientes que da sua frequência.

12 OBSERVAR, PARA MELHORAR O CONTROLO DO TREINO E DA COMPETIÇÃO

“a análise que decorre da observação, permite melhorar o controlo do treino e da competição”

João Castro

A elevada complexidade dos Jogos Despor- sustentar análises preditivas, com o propósito tivos Colectivos, e em particular o Andebol, de contribuir para a modelação da performan- explica-se pelo carácter espontâneo (Anguera, ce (Marcelino, Sampaio, & Mesquita, 2011), Blanco Villaseñor & Losada López, 2001) das enunciando indicadores importantes para in- diferentes acções de jogo. fluenciar o nível da condução do processo de No contexto de jogo ocorrem actividades, in- treino. teracções e tácticas (Garganta, 1997), cujo Na Análise de Jogo, enquanto na investigação conhecimento resultam como essenciais para científica trabalhamos com bases de dados descrever, compreender e analisar a perfor- alargadas, utilizamos metodologia apropriada mance desportiva. e interpretamos os resultados à luz do “esta- A Análise do Jogo visa recolher informação do da arte”, para comprovar/rejeitar teorias e objectiva (Hughes & Franks, 2004), relevando princípios (Silva, 2011), na análise do treina- indicadores de rendimento (eficácia e eficiên- dor, por vezes, é realizada somente utilizando cia) de um jogador ou da equipa, pois têm uma um jogo com uma metodologia empírica, in- correlação com o sucesso (Hughes & Bartlett, terpretando os resultados em função da equi- 2002). pa ou do adversário, para definir um plano de A necessidade de aumentar o conhecimento jogo com a estratégia principal e os cenários da componente táctica, faz da Análise de Jogo alternativos. um procedimento fundamental para um tipo de conhecimento difícil de explicar, mas que é OBSERVAR NO ALTO RENDIMENTO possível descrever (Lopes, 2008). A análise do jogo permite aos treinadores aceder à infor- E NOS ESCALÕES DE FORMAÇÃO mação, aumentando o seu conhecimento dos adversários e da sua equipa. Qual o propósito da Observação e Análise Hierarquizamos os factores-chave que contribuí- do Jogo? Sobretudo, para encontrar padrões ram, ou que podem contribuir para uma melhor de comportamento de equipas e jogadores e performance, de modo a integrá-los no processo definir probabilidades de ocorrências desses de preparação desportiva (Prudente, 2011). comportamentos (Lopes, 2008). Em Portugal, no Andebol foram apresentados A observação não se esgota no olhar (Pruden- recentes estudos científicos (Prudente, 2006; te, 2011), através da sua utilização é possível Ferreira, 2006; Silva, 2008; Gomes, 2008; Lo- descrever a realidade e analisá-la, permitin- pes, 2008, Sequeira, 2012) que deram impor- do adquirir “bases de dados”, traduzidas em tantes contributos neste campo da Análise do informação pertinente sobre a performance Jogo. Estes estudos, apesar de serem predomi- das equipas e de cada atleta, identificando nantemente descritivos, procuram igualmente padrões de comportamentos observáveis e

13 CADERNO TÉCNICO

OBSERVAR, PARA MELHORAR O CONTROLO DO TREINO E DA COMPETIÇÃO

registáveis, que são, sem dúvida, factores de tribuição das acções. eficácia dos jogos. Nas equipas de Rendimento, a análise do jogo Desta forma, os treinadores podem tornar as por parte do treinador deve actuar em dois decisões mais conscientes, de modo a inter- vectores: definir a estratégia da própria equi- ferir na preparação prévia, facilitando a an- pa; antecipar a estratégia do adversário (Silva, tecipação, e consequentemente a tomada de 2011). Recolhemos informação sobre ques- decisão, aumentando a objetividade das deci- tões colectivas e individuais, tais como a con- sões tomadas pelos treinadores (Cruz, 2012). figuração da equipa e das características dos Com a análise dos dados recolhidos através jogadores (7 base e substituições frequentes); da observação, pretendemos aumentar o con- sistemas defensivos (principal e alternativos); trolo/avaliação da actividade (competição/ movimentações ofensivas (caracterização e treino), diminuindo a imprevisibilidade, para eficácia); situações tácticas especiais (livres, melhorar as opções desenvolvidas ao nível relações numéricas). das competências individuais dos atletas e da equipa. APLICAÇÃO PRÁTICA – UM EXEMPLO COM O Quando avaliamos, utilizando como método VIDEOOBSERVER a observação, esta opção implica manter um equilíbrio entre percepção, a interpretação e o A tecnologia actual aumentou a informa- conhecimento prévio do observador (Anguera, ção que podemos recolher do contexto real 2001), ou seja atribuímos um significado aos (jogo). A modernização e aumento dos recur- eventos que observamos, tendo em conside- sos tecnológicos, ao nível da quantidade, mas ração as experiências anteriores e o nosso co- sobretudo pelas possibilidades qualitativas nhecimento, valorizando determinados even- (precisão) das acções recolhidas alargam a im- tos em detrimento de outros. portância metodológica de utilização destas Uma correcta observação e interpretação dos ferramentas (Anguera, 2004). Instrumentos eventos tornará o planeamento e a prepara- como o Match Vision Studio ou o Longo Match, ção das equipas mais adequada e eficaz. Logo, e mais recentemente o VideoObserver possi- treinar a capacidade de observar e interpretar bilitam uma melhor preparação das equipas e as informações recolhidas, o “olhar crítico”, é dos atletas, influenciando o planeamento dos uma capacidade fulcral para o desempenho treinadores. como treinador, seja no modelo do Alto Rendi- Planear significa projectar o futuro, organi- mento ou nas equipas de Formação. zando da melhor forma o processo de treino Nos escalões de Formação recorremos à ob- desportivo que, visa atingir determinados ob- servação para definir objectivos mais apro- jectivos, utilizando determinados conteúdos, priados, tendo em consideração as etapas de operacionalizando as metodologias mais ade- desenvolvimento dos jovens praticantes e os quadas. Toda esta dinâmica tem de ser per- indicadores observáveis no decorrer do jogo. manente controlada e avaliada, para aferir e A orientação do treino deve refletir a infor- corrigir o processo. mação extraída da competição, sendo consi- Como referimos anteriormente, é a partir desta derada uma das variáveis que mais afectam a observação do comportamento dos jogadores aprendizagem e a eficácia da acção desportiva e das equipas que se aprende o que se deve (Hughes & Franks, 1997) treinar, para jogar melhor, fornecendo pistas Nas equipas de Formação, a análise do jogo para resolução de problemas que os treinado- por parte do treinador deve estar centrada no res sentem na sua prática (Silva, 2008), favo- processo da própria equipa. Recolhemos indi- recendo a sistematização das aprendizagens e cadores de observação ao nível dos indicado- do treino. res de execução técnica das diferentes acções Um maior reconhecimento dos eventos, detec- de jogo, do tempo de utilização dos jogadores tando as acções de jogo mais representativas, e eventualmente ao nível da ocorrência/ dis- ou críticas, particularmente se experimenta-

14 OBSERVAR, PARA MELHORAR O CONTROLO DO TREINO E DA COMPETIÇÃO

LLLL A tecnologia actual ... possibilita uma melhor preparação das equipas e dos atletas, influenciando o planeamento dos treinadores.

dos e adquiridos nas fases de aprendizagem Video Observer – Dados Totais – Equipa Adversária (Garganta, 1997), colmata uma necessidade, procurando uma maior eficiência de controlo do processo de competição/treino. O software VideoObserver é um instrumento de observação que analisa o jogo de Andebol, possibilitando registar os comportamentos na situação real (contexto de jogo), de modo a garantir a perspectiva dinâmica das condutas. Esta é a realidade do Andebol, em que os com- portamentos de execução assentam na toma- da de decisão. É importante definir critérios (categorias) apropriados com o intuito de perceber os Video Observer – Dados Totais – Nossa Equipa factores determinantes para o rendimento, recorrendo à análise quantitativa/qualitativa de alguns indicadores individuais e colectivos ofensivos, tais como: remates efectuados; go- los marcados; falhas técnicas; faltas sofridas, entre outros e ainda, indicadores relaciona- dos com a análise do processo defensivo, tais como: acções defensivas realizadas – blocos, desarmes e intercepções; faltas realizadas; re- mates sofridos; golos sofridos. Após o registo de todas as acções de jogo pre- viamente categorizadas, os dados podem ser analisados: - verificando a distribuição dos eventos, no Podemos seleccionar somente uma variável campo de jogo e na baliza; para proceder à respectiva análise, e conse- - procedendo à análise estatística das acções quente interpretação dos resultados obtidos. da equipa e de cada jogador; - observando em vídeo, individualmente cada Video Observer – Total Remates realizados acção ou possibilitando o visionamento de to- das as acções de uma categoria (ex. golos).

Video Observer – Dados Totais do Jogo

Esta análise pode ser realizada relativamente ao adversário ou para estudar a prestação da nossa equipa nesse determinado indicador.

15 CADERNO TÉCNICO

OBSERVAR, PARA MELHORAR O CONTROLO DO TREINO E DA COMPETIÇÃO

Video Observer – Golos marcados Video Observer – Remates falhados (baliza)

Video Observer – Remates falhados É possível proceder à respectiva análise de todas as restantes categorias que foram pre- viamente seleccionadas, a partir dos eventos registados ao longo do jogo.

Video Observer – Acções Defensivas

Um indicador (categoria) que envolva finali- zação pode ser analisado, igualmente, com auxílio da distribuição das acções na baliza graficamente representada. Esta oportunida- de pode contribuir para a preparação teórica e táctica dos Guarda-Redes. Video Observer – Falhas Técnicas

Video Observer – Golos sofridos (baliza)

LLLL O software VideoObserver é um instrumento de observação que analisa o jogo de Andebol, possibilitando registar os comportamentos na situação real (contexto de jogo), de modo a garantir a perspectiva dinâmica das condutas

16 OBSERVAR, PARA MELHORAR O CONTROLO DO TREINO E DA COMPETIÇÃO

LLLL Relativamente à análise estatística, julgamos que a avaliação do processo nos escalões de formação pode recolher dados significativos para aferir a performance, tanto através da análise do desempenho global da equipa, como da análise prestação indivi- dual de cada jogador.

Video Observer – Faltas Cometidas Video Observer – Estatística Global

Todos os eventos registados permitem tam- Video Observer – Estatística por Jogador bém a análise, segundo o Mapa de Calor no campo, a partir da frequência dessas ocorrên- cias.

Video Observer – Golos (mapa de calor)

rante o jogo). Outra das potencialidades que pode ser ex- plorada com a utilização deste software é a possibilidade de observar em vídeo, indivi- dualmente cada acção ou permitindo o visio- Relativamente à análise estatística, julgamos namento de todas as acções de uma categoria que a avaliação do processo nos escalões (ex. golos). de formação pode recolher dados significati- Por último, numa ferramenta mais adequada vos para aferir a performance, tanto através ao Alto Rendimento, o VideoObserver permite da análise do desempenho global da equipa, o envio de todos estes dados para cada um como da análise prestação individual de cada dos atletas da equipa. jogador. Em suma, actualmente, a recolha de dados Para além da análise das acções individuais ou significativos da competição/treino está faci- dos respectivos totais, outra janela de oportu- litada pelo desenvolvimento tecnológico dos nidade situa-se na análise de acções colecti- instrumentos ao dispor do investigador, sendo vas de cada equipa. Naturalmente, tal como as um meio de treino que potencia o controlo do restantes, estas acções colectivas têm de ser processo de treino desportivo, tanto no con- categorizadas previamente (exemplo: analisar texto do Alto Rendimento como dos Escalões todas as entradas do extremo registadas du- de Formação.

Referências: Dada a extensão da bibliografia consultada, pode contactar autor através do endereço [email protected]

17 ANA SEABRA

18 A PRIMEIRA CHAMADA À SELECÇÃO FOI AOS 15 ANOS ...

FALANDO COM A ANDEBOLISTA BANDA Coldplay Como surgiu o Andebol na tua vida? E foi uma paixão à “primeira vista”? MÚSICA A minha abordagem ao andebol, de uma forma mais oficial, U2 whit or without you / Nickelback começou tinha 14 anos. Iniciei na escola, no desporto escolar com o – Far away Professor Paulo Veiga (ex. seleccionador nacional), que me incentivou nas aulas de educação física para a prática da modalidade. Inicial- LIVRO mente era uma modalidade que na verdade não me entusiasmava As palavras que nunca te direi porque achava sempre muito confusa, mas depois da abordagem que o Professor fez ao andebol, aliciou-me a participar nos treinos de um FILME/ SERIE TV clube da região, a Associação Académica de Águeda. Quem quer ser milionario Comecei a jogar na época 1991/1992 onde permaneci três anos. No mesmo ano participei nos trabalhos da Seleção Regional de JOGO (PC,PS3,...) Aveiro e integrei os estágios de detecção de talentos, da qual um ano Scrable mais tarde iniciei o meu percurso andebolístico na seleção Nacional. Joguei em clubes como a Associação Académica de Águeda, VIAGEM Núcleo Desportivo Colégio de Gaia, Madeira Sad, Gil Eanes, 1º de Praga Agosto (Angola). Vou agora integrar a equipa do Alavarium durante o resto da época. ATLETA (ANDEBOL)) Ivano Balic E ao longo do teu percurso de formação quais eram os tuas refe- rências a nível de jogadores? ATLETA (OUTRA MODALIDADE) Sim como todos os atletas jovens temos ídolos, pessoas que, atra- Nelson Évora vés das suas qualidades enquanto atletas, nos motivam para conti- nuar a trabalhar e a gostarmos da modalidade. No masculino o Rui EQUIPA DE ANDEBOL Almeida, ponta direita do ABC, Madeira Sad e da Seleção Nacional, Montpellier sempre foi o meu atleta de eleição, não só pelas qualidades como atleta, mas pela sua personalidade e carácter dentro e fora de campo. SELEÇÃO DE ANDEBOL Tive o prazer de conhecer o Rui, não só no pavilhão, mas socialmente. Noruega No feminino, a Ana Alves, ponta direita do Colégio de Gaia, com quem

SABIA QUE Começou tinha 14 anos

19 tive o prazer de jogar posteriormente É NECESSÁRIA ESPERANÇA, VONTADE no Colegio de Gaia e na selecção, e que realmente foi uma grande atleta E INICIATIVAS CONCRETAS.” que o andebol feminino perdeu cedo (EVOLUÇÃO DO ANDEBOL FEMININO PORTUGUÊS) demais.

... e de treinadores? especialização (José António Silva na dois meses, foi um período rico em Acho que todos os treinadores Seleção e o professor Jorge Tormen- aprendizagem. A nível da selecção, que passaram pela minha vida foram ta no Colégio de Gaia), e todos os não me posso esquecer de nomes importantes pelo que me ensinaram outros que foram passando e que me como os seleccionadores Miguel na altura. Começo por me lembrar do foram moldando e ajudando a ser Ribeiro, Filomena Santos, João Comé- treinador que me motivou a ir para a jogadora que sou hoje. Nenhum dias, Pedro Pinheiro, Paula Castro ou o andebol (Paulo Veiga), o treinador deles foi menos importante, desde Duarte Freitas. que me levou pela primeira vez à Paula Castro e Manuel Rui – Colégio Mas foi o Professor José António seleção Nacional e que iniciou o meu de Gaia, Filipe Calado- Madeira Sad, Silva foi o que mais me marcou, em processo de formação (João Paulo Aleksander Donner e João Florêncio muito devido ao que conseguimos al- – AAÁgueda), os treinadores que no Gil Eanes ou também a minha úl- cançar, ao momento de formação que me fizeram crescer durante toda a tima experiencia com o Paulo Pereira passava e aos ensinamentos que ao minha fase de formação até chegar à que, apesar de terem sido apenas longo de quatro anos me transmitiu.

SABIA QUE o Professor José António Silva foi o que mais me marcou, em muito devido ao que conseguimos alcançar

20 ACHO QUE TODOS OS TREINADORES QUE PASSARAM PELA MINHA VIDA FORAM IMPORTANTES PELO QUE ME ENSINARAM NA ALTURA.

O teu palmarés é enorme, e em vários clubes. Qual foi o título que mais te marcou, e porquê? Na selecção diria que foi o apu- ramento para o Mundial Junior da Costa do Marfim em 1997 e para o Europeu Senior em 2008. Foram dois momentos históricos e inéditos na história do andebol português A nível de clubes penso que, apesar de ter ganho muitos títulos no Madeira Andebol Sad, o primeiro muito menos nas femininas. Na ver- do trabalho tento ser exímia no campeonato pelo Gil Eanes foi algo dade faltam recursos financeiros e que faço, sou uma perfeccionista, que me marcou, isto porque também alguma vontade organizativa. É preci- algo que pode ser visto como foi a o primeiro título nacional da so entender que a mulher não vive defeito e virtude. Se é necessário história do clube. do desporto, existem alturas na vida fazer algo, tenho que o fazer bem. que a carreira desportiva se torna in- Nos meus tempos livres gosto de E a primeira chamada à Selecção compatível com o trajecto académico ver um bom filme, ler e dedicar Nacional? Imaginavas chegar até ou profissional, e aí a maioria vê-se algum tempo na internet a pes- capitã da selecção A? obrigada a abandonar o desporto, quisar temas que me interessam, A primeira chamada à selecção pois não há modo de conciliar ambas nomeadamente andebol, activi- ocorreu durante a deteção de talen- as vertentes. dade física e saúde e psicologia. tos, eu tinha 15 anos. O Seleccionador Alguns reajustes têm sido feitos Também gosto de sair com os era o professor José António Silva. para retardar o abandono, mas não é meus amigos e rir bastante. Desde aí comecei a integrar os traba- fácil para nenhum treinador exigir o lhos de seleção até aos dias de hoje. esforço de uma atleta, sabendo que Que conselhos dás aos jovens Fiz apenas uma pausa nos últimos o principal incentivo que ela tem que agora estão a começar a jogar dois anos por motivos profissionais. para ir ao treino é apenas o amor que Andebol? Não me imaginava como capitã tem pelo desporto, ou a forte relação Que lutem sempre pelos seus so- mas desde o momento que fui colo- pessoal que criou com as compa- nhos e objectivos pessoais, porque cada nessa posição tentei represen- nheiras de equipa. Muitas vezes isso ninguém o vai fazer por eles. A ins- tar esse papel da melhor forma. não chega. piração vem dos outros, a motivação vem de dentro de nós. Sem atitude, O que falta, no teu ponto de E será possivel a curto/médio vontade e alguns sacrifícios não se vista, para que Andebol feminino prazo? consegue alcançar nada. em Portugal chegue ao patamar das Quem sabe…gostaria de ter a res- grande potências como a Alemanha, posta a essa pergunta. Uma resposta Qual é o teu sete ideal? Roménia, Noruega, etc...? que ninguém consegue dar. É neces- Ponta direita – “Xuxas” Falta muita coisa, nós somos um sária esperança, vontade e iniciativas Lateral direito – Judite Paris país de futebol e o resto das moda- concretas. Não vivemos apenas de Central – Mariela Gonçalves lidades não têm peso nem interesse palavras. Lateral esquerdo – Juliana Sousa para a nossa cultura desportiva. Não Ponta esquerda – Julia Calado apostamos no desporto, não apos- E como é a Ana fora do Andebol? Pivot – Renata Tavares tamos nas modalidades amadoras, A Ana fora do andebol…. Quan- Guarda-redes – Virginia Ganau

ANA SEABRA “A inspiração vem dos outros, a motivação vem de dentro de nós. Sem atitude, vontade e alguns sacrifícios não se consegue alcançar nada.”

21 COMPETIÇÃO

Campeonato Nacional

Campeonato Nacional Seniores Masculinos - 1.Divisao Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 FC PORTO VITALIS 40 14 13 0 1 474 344 130 2 SL BENFICA 39 14 12 1 1 439 334 105 3 ABC/UMINHO 34 14 9 2 3 353 321 32 4 ÁGUAS SANTAS - MILANEZA 33 14 9 1 4 387 351 36 5 SPORTING C.P. 32 13 9 1 3 390 311 79 6 SP. C. HORTA/ELITE SECURITY 27 14 6 1 7 359 399 -40 7 A.M.MADEIRA AND.SAD 26 13 6 1 6 330 324 6 8 DELTA BELENENSES 26 14 6 0 8 372 367 5 9 C.D.XICO ANDEBOL 24 14 5 0 9 389 431 -42 10 AC FAFE 19 14 2 1 11 376 437 -61 11 A. A. AVANCA 18 14 2 0 12 337 418 -81 12 CDE CAMOES 14 14 0 0 14 265 434 -169

Ranking MVP Rnk Jogador Equipa Pts 1 5 - Gilberto Duarte FC Porto Vitalis 77,8 2 18 - Carlos Carneiro SL Benfica 67,7 3 30 - Elledy Semedo CF Os Belenenses 57,85 Nota Tecnica:

4 15 - Pedro Solha Sporting CP 53,25 Para a atribuicao dos pontos MVP aos jogadores de 5 13 - Pedro Spinola FC Porto Vitalis 48,25 campo e considerada a formula MVP = (Golos Mar- cados(Excepto 7M)*1) + (Golos Marcados de Livre 6 19 - Ricardo Moreira FC Porto Vitalis 44,45 de 7M*0,5) + (Livre de 7M sofridos*0,5) + (Assis- 7 7 - Pedro Seabra ABC 44,1 tencias*0,5) + (Accoes Defensivas*0,4) + (Remates Falhados(Excepto 7M)*-0,6) + (Remates Falhados 8 27 - Davor Cutura SL Benfica 41,3 de Livre de 7M*-0,75) + (Falhas Tecnicas*-0,6) + 9 4 - Sporting CP 40 (Exclusoes*-0,8) + (Livre de 7M cometido*-0,4) 10 8 - Rui Barreto SC Horta 38,55

andystat.com Fonte: andystat.com

22 A jornada 14 ficou marcada pelo Nos outros jogos da ronda, a maior clássico F.C.Porto - S.L.Benfica, que surpresa aconteceu em Avanca, acabou com a vitória da equipa da onde a Artística venceu o Sporting casa com um golo no ultimo segun- da Horta/Elite Security, averbando a do, num remate de anca espetacular segunda vitória neste campeonato. do portista João Ferraz. Com esta Em Fafe, o ABC/UMinho teve sérias vitória, dá-se uma cambalhota na dificuldades em ultrapassar a forma- classificação, passando o FC Porto ção fafense. Águas Santas Milaneza e Vitalis para 1º lugar, com um pon- Delta Belenenses ultrapassaram sem to de vantagem sobre a equipa da grandes sobressaltos o CDE Camões encarnada. e Xico Andebol.

Campeonato Nacional Juniores Masculinos - 1.Divisao - 1a Fase Zona Sul Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 SL BENFICA 21 7 7 0 0 250 109 141 2 SPORTING C.P. 19 7 6 0 1 233 136 97 3 CF OS BELENENSES 19 7 6 0 1 220 147 73 4 JUVE 15 7 4 0 3 207 182 25 5 NAAL PASSOS MANUEL 15 7 4 0 3 177 204 -27 6 CCR ALTO MOINHO 13 7 3 0 4 180 192 -12 7 ADC BENAVENTE 11 7 2 0 5 163 235 -72 8 C. D. PACO ARCOS 9 7 1 1 5 144 213 -69 9 GS Loures 9 7 1 0 6 153 223 -70 10 GINASIO C. SUL 8 7 0 1 6 181 267 -86

Campeonato Nacional Juniores Masculinos - 1.Divisao - 1a Fase Zona Norte Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 ABC/UMinho 30 10 10 0 0 336 209 127 2 FC PORTO 29 11 9 0 2 332 286 46 3 A. D. A. MAIA-ISMAI 24 10 7 0 3 323 280 43 4 C.D.S. BERNARDO 24 10 7 0 3 302 286 16 5 A. A. AGUAS SANTAS 24 10 7 0 3 305 247 58 6 C.D.XICO ANDEBOL 23 10 6 1 3 295 269 26 7 FC Gaia 20 10 5 0 5 259 243 16 8 S. C. ESPINHO 20 10 5 0 5 255 289 -34 9 AC FAFE 19 10 4 1 5 279 275 4 10 A.D. Sanjoanense 14 10 2 0 8 251 343 -92 11 BOAVISTA F. C. 14 10 2 0 8 242 307 -65 12 A Ac. SAO MAMEDE 12 10 1 0 9 194 262 -68 13 ALAVARIUM 11 11 0 0 11 255 332 -77

23 COMPETIÇÃO

Campeonato Nacional Juvenis Masculinos - 1.Divisao - 1a Fase Zona 1 Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 ABC ANDEBOL SAD "A" 23 8 7 1 0 246 193 53 2 A. D. A. MAIA-ISMAI 21 8 5 3 0 260 225 35 3 A. A. AGUAS SANTAS 17 8 4 1 3 222 179 43 4 CCR Fermentoes 16 7 4 1 2 200 188 12 5 FC INFESTA 16 8 4 0 4 194 197 -3 6 ABC ANDEBOL SAD "B" 14 8 3 0 5 207 230 -23 7 AC FAFE 11 8 1 1 6 209 258 -49 8 C.D.XICO ANDEBOL 11 8 1 1 6 214 233 -19 9 GC SANTO TIRSO 10 7 1 2 4 145 194 -49

Campeonato Nacional Juvenis Masculinos - 1.Divisao - 1a Fase Zona 2 Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 COL. CARVALHOS 27 9 9 0 0 331 224 107 2 FC PORTO 23 9 7 0 2 326 211 115 3 GC TAROUCA 20 8 6 0 2 266 209 57 4 N. A. PENEDONO 19 8 5 1 2 268 239 29 5 CA Leça 19 9 5 0 4 297 289 8 6 A Ac. SAO MAMEDE 18 9 4 1 4 216 234 -18 7 AC Lamego 17 9 4 0 5 282 279 3 8 GONDOMAR CULTURAL 13 9 2 0 7 226 289 -63 9 SC Salgueiros 08 11 9 1 0 8 185 310 -125 10 EA Moimenta Beira 9 9 0 0 9 201 314 -113

Campeonato Nacional Juvenis Masculinos - 1.Divisao - 1a Fase Zona 3 Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 C.D.S. BERNARDO 24 8 8 0 0 294 188 106 2 S. C. ESPINHO 21 8 6 1 1 247 189 58 3 AC SISMARIA 20 8 6 0 2 252 169 83 4 Estarreja AC 18 8 5 0 3 264 210 54 5 ALAVARIUM 15 8 3 1 4 232 275 -43 6 ADC BENAVENTE 14 8 3 0 5 225 235 -10 7 AED FUAS ROUPINHO 13 8 2 1 5 216 251 -35 8 CISTER S. A. 11 8 1 1 6 171 283 -112 9 CA Salvaterra Magos 8 8 0 0 8 154 255 -101

Campeonato Nacional Juvenis Masculinos - 1.Divisao - 1a Fase Zona 4 Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 SPORTING C.P. 27 9 9 0 0 327 202 125 2 SL BENFICA 24 9 7 1 1 280 190 90 3 Lagoa AC 22 9 6 1 2 237 222 15 4 C. VELA TAVIRA 22 9 6 1 2 235 211 24 5 GINASIO C. SUL 20 9 5 1 3 280 257 23 6 CF OS BELENENSES 17 9 4 0 5 264 229 35 7 CCP SERPA 14 9 2 1 6 237 294 -57 8 IFC TORRENSE 13 9 2 0 7 228 268 -40 9 NAAL PASSOS MANUEL 11 9 1 0 8 193 294 -101 10 ALMADA AC 9 9 0 1 8 143 257 -114

24 A jornada 7 do Campeonato Nacional Andebol dos Seniores Femininos fica marcada pelo ingresso de Ana Seabra no Alava- rium/Love tiles (6 golos), aumentando Feminino a pressão para o Madeira SAD e Colégio São João de Barros.

Campeonato Nacional Seniores Femininos - 1.Divisao - 1a Fase 1aF Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 ALAVARIUM /LOVE TILES 21 7 7 0 0 230 184 46 2 ADA Colegio Joao Barros 20 7 6 1 0 217 157 60 3 COLEGIO GAIA 17 7 5 0 2 195 182 13 4 JUVE 16 7 4 1 2 183 160 23 5 MADEIRA SAD 14 5 4 1 0 146 93 53 6 MAIASTARS 12 6 3 0 3 169 155 14 7 JAC - Alcanena 12 7 2 1 4 188 182 6 8 CA Leça 11 7 2 0 5 157 181 -24 9 C. S. JUV. MAR 10 6 2 0 4 141 156 -15 10 N. D. S. JOANA 9 7 1 0 6 156 215 -59 11 CS MADEIRA 7 5 1 0 4 128 158 -30 12 NAAL PASSOS MANUEL 7 7 0 0 7 153 240 -87

FOTO: JOÃO CORREIA - MAFRA

25 COMPETIÇÃO

Campeonato Nacional 2 Divisao Seniores Femininos - 1 FASE - ZONA 2 Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 C. VELA TAVIRA 12 4 4 0 0 118 92 26 2 ASS ASSOMADA 9 4 2 1 1 121 80 41 3 S. I. M. PORTO SALVO 9 4 2 1 1 103 77 26 4 SIR 1º Maio 5 4 0 1 3 82 120 -38 5 Batalha AC 5 4 0 1 3 73 128 -55

Campeonato Nacional Juvenis Femininos - 1 FASE - ZONA 6 Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 S. I. M. PORTO SALVO 18 6 6 0 0 186 130 56 2 ARE PORTO ALTO 16 6 5 0 1 177 128 49 3 ASS ASSOMADA 14 6 4 0 2 160 139 21 GRUPO DESPORTIVO E RECREATIVO 4 12 6 3 0 3 151 149 2 DA QUINTA NOVA 5 NAAL PASSOS MANUEL 10 6 2 0 4 124 123 1 6 CD Mafra 8 6 1 0 5 145 171 -26 7 GS Loures 6 6 0 0 6 69 172 -103

Campeonato Nacional Iniciados Femininos - 1 FASE - ZONA 6 Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 GRUPO DESPORTIVO E RECREATIVO 16 6 5 0 1 175 117 58 DA QUINTA NOVA 2 ARE PORTO ALTO 15 5 5 0 0 206 84 122 3 ASS ASSOMADA 11 5 3 0 2 152 125 27 4 S. I. M. PORTO SALVO 10 6 2 0 4 158 149 9 5 NAAL PASSOS MANUEL 7 5 1 0 4 60 176 -116 6 GDCR Quinta da Princesa 5 5 0 0 5 59 159 -100

Torneio Abertura Infantis Femininos - 1 FASE Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 ARE PORTO ALTO 12 4 4 0 0 87 35 52 2 S. I. M. PORTO SALVO 10 4 3 0 1 81 69 12 3 NAAL PASSOS MANUEL 8 4 2 0 2 75 78 -3 4 G. D. E R. DA QUINTA NOVA 6 4 1 0 3 50 59 -9 5 ASS ASSOMADA 4 4 0 0 4 70 122 -52

26 Provas Associação Andebol de Lisboa

Campeonato Nacional 2 Divisao Juniores Masculinos - 1 FASE - ZONA 5 Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 SPORTING CP "B" 30 10 10 0 0 302 214 88 2 ALMADA AC 26 10 8 0 2 261 234 27 3 VITORIA FC 26 10 8 0 2 342 248 94 4 CDE CAMOES 22 10 6 0 4 265 254 11 5 BOA HORA FC/ROFF 22 10 6 0 4 279 252 27 6 ABV Almoçageme 20 10 5 0 5 256 291 -35 7 CF Sassoeiros 16 10 3 0 7 232 259 -27 8 IFC TORRENSE 14 10 2 0 8 266 321 -55 9 CR B º JANEIRO 12 10 1 0 9 249 318 -69 10 GM 1 DEZEMBRO 11 10 1 0 9 218 279 -61

Campeonato Nacional 2 Divisao Juvenis Masculinos FASE FINAL - GRUPO III Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 C Oriental Lisboa 8 3 2 1 0 72 41 31 2 UJ Alverca 8 3 2 1 0 65 46 19 3 CF Sassoeiros 5 3 1 0 2 42 65 -23 4 GC Odivelas"B" 3 3 0 0 3 43 70 -27

FASE FINAL - GRUPO II Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 GS Loures 9 3 3 0 0 92 69 23 2 CR B º JANEIRO 5 3 1 0 2 71 84 -13 3 GM 1 DEZEMBRO 4 2 1 0 1 58 51 7 4 CSJ Brito 3 2 0 1 1 54 59 -5 5 NAAL PASSOS MANUEL"B" 3 2 0 1 1 52 64 -12

FASE FINAL - GRUPO I Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 SL BENFICA"B" 8 3 2 1 0 93 64 29 2 CD Mafra"A" 8 3 2 1 0 72 63 9 3 CD Mafra"B" 7 3 2 0 1 90 73 17 4 CD Paço Arcos 6 2 2 0 0 60 58 2 5 GC Odivelas"A" 5 3 1 0 2 70 77 -7 6 BOA HORA FC/ROFF 5 3 1 0 2 65 82 -17 7 CDE CAMOES 3 3 0 0 3 79 93 -14 8 CF OS BELENENSES"B" 2 2 0 0 2 40 59 -19

27 COMPETIÇÃO

Campeonato Nacional Iniciados Masculinos 2 FASE - ZONA 7 - SERIE C Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 SL BENFICA 9 3 3 0 0 104 68 36 2 GC Odivelas 7 3 2 0 1 79 74 5 3 CF OS BELENENSES"B" 7 4 1 1 2 96 110 -14 4 ALMADA AC 6 3 1 1 1 84 72 12 5 GS Loures 3 3 0 0 3 72 111 -39

2 FASE - ZONA 7 - SERIE B Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 CF OS BELENENSES"A" 9 3 3 0 0 141 57 84 2 SPORTING CP 7 3 2 0 1 124 59 65 3 CSJ Brito 7 3 2 0 1 87 50 37 4 GINASIO C. SUL 5 3 1 0 2 113 79 34 5 CD Paço Arcos 4 4 0 0 4 28 248 -220

2 FASE - ZONA 7 - SERIE A Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 GM 1 DEZEMBRO 9 3 3 0 0 142 47 95 2 CDE CAMOES 9 3 3 0 0 85 68 17 3 NAAL PASSOS MANUEL 5 3 1 0 2 85 96 -11 4 CD Mafra 5 3 1 0 2 68 87 -19 5 C Oriental Lisboa 4 4 0 0 4 50 132 -82

Torneio Abertura Infantis Masculinos 1 FASE - ZONA 7 - SERIE C Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 SPORTING CP"A" 6 2 2 0 0 135 7 128 2 CF OS BELENENSES 6 2 2 0 0 54 18 36 3 GS Loures 4 2 1 0 1 38 29 9 4 NAAL PASSOS MANUEL"A"/NAFs 2 2 0 0 2 15 92 -77 5 CDE CAMOES 2 2 0 0 2 6 102 -96 1 FASE - ZONA 7 - SERIE B Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 CD Mafra 6 2 2 0 0 64 38 26 2 GINASIO C. SUL 6 2 2 0 0 54 38 16 3 SPORTING CP"B" 5 3 1 0 2 74 75 -1 4 NAAL PASSOS MANUEL"B"/J. OBIDOS 4 2 1 0 1 51 35 16 5 GC Odivelas 3 3 0 0 3 40 97 -57

1 FASE - ZONA 7 - SERIE A Pos Equipa Pts JG V E D GM GS GD 1 SL BENFICA 6 2 2 0 0 79 10 69 2 NAAL PASSOS MANUEL"C" 6 2 2 0 0 43 29 14 3 GM 1 DEZEMBRO 2 2 0 0 2 23 60 -37 4 ALMADA AC 2 2 0 0 2 16 62 -46 5 CF OS BELENENSES"B" 4 4 0 0 4 92 137 -45

28 Mundo Andebol Duarte Pimenta

Viborg fora das competições Europeias https://sites.google.com/ site/maisemelhorandebol/ Tendo passado pela fase de apuramento da EHF da Liga dos Campeões Femininos, a equipa do Viborg (Dinamarca), não home conseguiu o apuramento para a fase de grupos desta com- petição para a presente época. O Campeão Europeu de 2006, 2009 e 2010, despediu-se da competição sem a conquista de um único ponto nesta fase, ficando assim também fora de qualquer competição europeia. Segundo um diretor do clube, “Esta é a primeira vez na história do clube que não vamos jogar qualquer tipo competição Europeia de Andebol na primavera “. Afirmando também que os maus resultados Europeus terão consequências financeiras no clube.

PERIÓDICOS ONLINE DA EHF EHF LIGA DOS CAMPEÕES FEMININA – FASE DE GRUPOS

O site de Atividades da Federação Euro- Após a conclusão da fase de apura- Krim Mercator (SLO) FTC Rail Cargo peia de Andebol oferece uma atualização mento, o sorteio para a fase de grupos Hungaria regular de artigos de andebol, estudos e da Liga dos Campeões Femininos foi Calendário dos jogos outras publicações. Em activities.eurohan- realizado na passada terça-feira 20 de As seis jornadas estão definidas para dball.com Técnicos da EHF, treinadores novembro, 2012 em Viena. Jornada 1: 2/3 de fevereiro de 2013 e especialistas de Andebol partilham os Fase de Grupos Jornada 2: 9/10 de fevereiro de 2013 seus conhecimentos e experiências com GRUPO 1 - Györi AUDI ETO KC Jornada 3: 16/17 de fevereiro de 2013 todos aqueles que estão interessados em (HUN), Larvik (NOR), Budućnost Jornada 4: 2/3 de marco de 2013 saber mais sobre um número de áreas téc- (MNE), Randers HK (DEN) Jornada 5: 9/10 de marco de 2013 nicas dentro do andebol. GRUPO 2 - Zvezda Zvenigorod Jornada 6: 16/17 mar 2013 Nesta edição, M. Petronijevic descreve (RUS) Rm Oltchim. Vâlcea (ROU) RK a tentativa da Federação de Andebol da Sérvia de lançar o mini-andebol nas esco- Mundial de Andebol 2013 las públicas com o intuito de desenvolver Já estão à venda os bilhetes para os 84 jogos do Mundial o andebol junto dos mais jovens. de Andebol 2013, a realizar em Espanha de 11 a 27 de Janeiro de 2013. Os bilhetes só podem ser adquiridos através do site oficial do Mundial de 2013: www.handballspain2013.com

Europeu Feminino 2012 Sérvia Grupo A / Belgrado: Noruega, Ucrânia, Sérvia, Rep. Checa Grupo B / Niš: Suécia, França, Dinamarca, ARJ da Macedónia Grupo C / Novi Sad: Croácia, Alemanha, Hungria, Espanha Grupo D / Vršac: Romênia, Montenegro, Rússia, Islândia De salientar que a lateral-esquerda Alexandrina Barbosa foi convocada para rep- resentar a seleção espanhola neste Europeu. A jogadora de 26 anos, que repre- senta o clube romeno CS Oltchim Valcea desde o início da temporada de 2012/13, nasceu em Portugal e representou por diversas vezes a seleção portuguesa. Para mais informações para o EURO 2012 EHF consultar www.ehf-euro.com

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