Plano Territorial De Desenvolvimento Rural Sustentável E Solidário Do Território Chapada Diamantina
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PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO DO TERRITÓRIO CHAPADA DIAMANTINA CHAPADA DIAMANTINA 2016 PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO CHAPADA DIAMANTINA 2016 Parcerias na Qualificação do Plano: CAR: Companhia de Ação Regional IFBA: Instituto Federal da Bahia NEDET: Núcleo de Extensão em Desenvolvimento Territorial SDR: Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural SEPLAN: Secretaria Estadual de Planejamento Equipe técnica: Henrique Oliveira de Andrade - Coordenação/NEDET (IFBA) Marco Aurélio Souza Xavier- ATIP/NEDET Marleide Silva- ATGE/NEDET Melissa Zonzon – ATGS/NEDET Edicacio Souza de Jesus: ADT/SEPLAN Colaboradores: Núcleo Diretivo: Gabriela Marques de Oliveira Vieira Wilson Pianissola Laênio Alves da Silva Katia Cristina Caires Santos Yam de Toledo Ataíde Jorge Paulo de Miranda Deodato Alcântara Filho Vinícius Gaspar Luna Freire Pitágoras de Luna Freire Alves Joaquim Facundes Santos Laurenço Santos Bruno Sandro Monteiro Cabral Coordenadores de Câmaras: Agricultura: Jorge Paulo de Miranda Assistência Social: Marcelo Alcântara Cultura: Sandy Rosane Economia Solidária, Associativismo, Cooperativismo e Comercialização: Evaristo Carneiro Educação, Esporte e Lazer: Leonardo Rodrigues Teixeira Meio Ambiente, Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade e Saneamento Ambiental: Sirlene Rosa Turismo: Paulo Ney Leite Comitê de Mulheres: Iramaia Petronílio Comitê de Juventude: Edivânio Souza _____________________________________________________________________ Contato do Colegiado Rua Manoel Fabrício, S/N - Bairro Tamboril - Seabra-Bahia. CEP. 46.900-00 Telefone: (75)3331-1113 / 3331-1117 [email protected] Sumário 1. Apresentação: .......................................................................................................................... 1 2. O Território ................................................................................................................................. 2 2.1 Histórico do Território ............................................................................................................. 2 2.2 Caracterização Geral do Território ...................................................................................... 4 2.2.1. Características Ambientais. .......................................................................................... 5 2.2.2. Aspectos Socioeconômicos .............................................................................................. 8 2.2.3. Aspectos Culturais ......................................................................................................... 15 3. Dimensões do Desenvolvimento ................................................................................................ 16 3.1 Dimensão Socioeconômica .................................................................................................... 17 3.2 Dimensão Ambiental ............................................................................................................. 18 3.3 Dimensão Sociocultural e Educacional .................................................................................. 20 3.4 Dimensão Político Institucional ............................................................................................. 23 4. Matriz de Ações ......................................................................................................................... 23 4.1. Desenvolvimento Econômico e Ambiental com Inclusão Socioprodutiva. ............................ 24 4.2. Estrutura Fundiária e Acesso à Terra .................................................................................... 29 4.3 Formação Cidadã e Organização Social ................................................................................. 30 4.4 Infraestrutura e Serviços Públicos .......................................................................................... 32 4.5. Preservação da Biodiversidade e Gestão dos Recursos Hídricos. .......................................... 35 5. Gestão do Desenvolvimento ...................................................................................................... 38 6. Bibliografia ................................................................................................................................ 41 7. Anexo I- FOTOS ....................................................................................................................... 42 1. Apresentação: O Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário do Território é uma das principais ferramentas de planejamento, organização social e construção das políticas territoriais. Desde 2003, ano em que o Colegiado Territorial da Chapada Diamantina foi criado, já foram elaborados e qualificados quatro planos territoriais (2004, 2008, 2010, 2015). Os Planos têm por objetivo principal a elaboração do planejamento territorial por meio de concertação, diálogo e participação dos atores que compõem o território. Para além do diagnóstico socioeconômico, ambiental e cultural, bem como do histórico, constam nos Planos as demandas, visão de futuro e as estratégias que o Território visa colocar em prática em prol de seu desenvolvimento. Nesse sentido, é importante ressaltar que o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PTDRSS) deve abranger as diversas dimensões do desenvolvimento territorial, deve ser includente, e, por fim, sendo elaborado de forma participativa, deve conter as especificidades territoriais. Foi com essas preocupações que se iniciou em junho de 2016 a elaboração do PTDRSS da Chapada Diamantina. Em uma primeira etapa, os assessores da equipe do Nedet/IFBA reuniram todas as demandas territoriais oriundas do PPA, dos antigos Planos, do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE), e das Conferências de ATER, Mulher, Juventude, Juventude Rural, Fórum de Cultura, Encontro de Comunidades Quilombolas, com o objetivo de sistematiza-las e organiza-las. Em uma segunda etapa, foram realizadas oficinas com membros do Núcleo Diretivo, Câmaras Técnicas e Comitês Temáticos, a fim de validar e qualificar o documento gerado a partir da primeira etapa. Foram, ao todo, sete encontros com as Câmaras de Meio Ambiente, Agricultura, Economia Solidária, Turismo, Cultura, Educação, Comitê de Mulheres, lideranças quilombolas e de movimentos sociais de luta pela terra. No decorrer destes três meses de trabalho, o Plano foi apresentado em duas plenárias e duas reuniões de Núcleo Diretivo, com o intuito de torna-lo acessível a um maior número de pessoas, assim como permitir ao colegiado o acompanhamento, a qualificação e a validação do documento. É importante ressaltar que, para além dos encontros presenciais, muitas contribuições foram feitas por meio virtual, o que possibilitou uma maior participação dos membros do Codeter na redação propriamente dita do Plano e apropriação da metodologia de elaboração desenvolvida. Em suma, o PTDRSS da Chapada Diamantina contou com grande empenho e colaboração dos membros do Codeter. Fruto de um trabalho coletivo, ele traz importantes discussões e reflexões acerca das dimensões do desenvolvimento territorial, ao passo que aponta para possíveis caminhos a serem percorridos. 1 2. O Território 2.1 Histórico do Território Segundo o antropólogo José Augusto Sampaio, a região da Chapada Diamantina é considerada historicamente uma região de apresamento e assassinato de indígenas. O apresamento foi usado para instaurar o trabalho escravo indígena, largamente utilizado no litoral, e o assassinado para “limpar” os espaços do interior para exploração, principalmente para criação do gado. A despeito do uso tão comum do termo genérico Tapuia entre os atuais moradores da Chapada para descrever os povos originários, estudos apontam a predominância da etnia Payayá como grupo dominante na região. Dados como extintos, um grupo de Payayás, na cidade de Utinga, iniciam um processo de retomada no final do século XX e começam a reescrever a história dos indígenas na Chapada Diamantina. A historiografia registra, também, que desde o processo de colonização do Brasil observou-se a existência de um forte fluxo migratório de povos do litoral, de língua Tupi, em direção ao São Francisco, atravessando, portanto, a Chapada Diamantina e deixando suas marcas, no intuito de resistir e se proteger do extermínio que se efetivava no litoral. Assim, cada localidade da Chapada Diamantina carrega as marcas da ocupação indígena, seja em suas práticas culturais, como a forte presença indígena nos cultos do Jarê, seja na própria presença física de grupos, ou mesmo indivíduos, auto identificados e espalhados em cada canto deste território. A ocupação socioeconômica da Chapada Diamantina resultou da expansão da pecuária no Vale do São Francisco e das descobertas auríferas nas nascentes dos rios de Contas, Paramirim e Itapicuru, no início do século XVIII. Várias "bandeiras" passaram pela Chapada Diamantina à procura de ouro e pedras preciosas, e de índios para a escravidão. Contudo, o povoamento colonizador adveio inicialmente pelo oeste, com as fazendas de gado do latifundiário sesmeiro Antônio Guedes de Brito. As cabeceiras dos rios Paraguaçu, Jacuípe e Jequiriçá, e as serras do Orobó e do Sincorá foram ocupadas pelo colonizador branco, a partir de 1671, como resultado da "bandeira" de Estevão Ribeiro Baião Parente. Este vetor de povoamento atraiu populações para as terras conquistadas dos índios, inicialmente entre as cabeceiras do Jequiriçá, Sertão de Maracás e Serra do Orobó, depois entre