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PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO: ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

2017

Apoio técnico e institucional: ELABORAÇÃO: Prefeitura Municipal de Redenção-CE Prefeito: David Santa Cruz Benevides Vice Prefeito (a): Ana Paula Fonseca Braga Gabinete do Prefeito Selma Marinho Fernandes Procurador Geral do Município José Fernando Brígido Gomes Júnior Secretaria de Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano Ana Sylva Crivellaro Marques Secretaria de Saúde Rita de Cássia do Nascimento Leitão (Secretária) Priscilla Freire de Souza (Coordenadora de Assistência em Saúde) Aurélio Santiago Franklin (Coordenador de Endemias)

APOIO INSTITUCIONAL: Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do (Arce) Presidente do Conselho Diretor: Hélio Winston Leitão Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará (Cagece) Diretor-Presidente: Neurisângelo Cavalcante de Freitas

APOIO TÉCNICO: Coordenação João Rodrigues Neto – Gerente de Concessão e Regulação (Cagece) Michelyne de Oliveira Fernandes – Coordenador de Concessão (Cagece) Francisco Diego Araújo Oliveira – Supervisor de Concessão (Cagece) Ivan Barros de Oliveira Júnior – Supervisão de Planos Municipais de Saneamento Básico (Cagece) Priscila Alencar Medeiros – Supervisão de Planos Municipais de Saneamento Básico (Cagece)

Apoio técnico e institucional:

Equipe Técnica Aristóteles Sales Moreira – Analista Administrativo (Cagece) Francisco Diego Araújo Oliveira – Supervisor de Concessão (Cagece) Gilcélio Ribeiro Pereira – Geógrafo (Cagece) Ivan Barros de Oliveira Júnior – Supervisão de Planos Municipais de Saneamento Básico (Cagece) Janaína Sheyla de Lavor Brasileiro – Profissional de Educação Ambiental (Cagece) Laís Marques Moreira – Estagiária de Engenharia Ambiental (Cagece) Priscila Alencar Medeiros – Supervisão de Planos Municipais de Saneamento Básico (Cagece)

Comitê Econômico-Financeiro (Cagece) Flávia Liduina Costa Gurgel Francisco de Assis Gomes Silva Jorge Ferreira Cordeiro Keti Lene Souza Monteiro Valmiki Sampaio de Albuquerque Neto

Apoio técnico e institucional: 3 Sumário

1INTRODUÇÃO...... 23 2 METODOLOGIA DE TRABALHO...... 25 2.1Caracterização geral do município...... 25 2.2Diagnóstico Técnico...... 26 2.3Prognóstico...... 27 3 ASPECTOS LEGAIS...... 29 3.1 Legislação Federal...... 29 3.2 Legislação Estadual...... 33 3.3Legislação Municipal...... 39 3.4Unidades de Conservação (UCs)...... 43 4 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO...... 48 4.1Histórico...... 48 4.2 Localização...... 49 4.3 Aspectos Fisiográficos...... 51 4.3.1 Bacia Hidrográfica...... 51 4.3.1.1. Identificação e Caracterização das Bacias Hidrográficas...... 51 4.3.1.1.1 Bacias Metropolitanas...... 51 4.3.1.2. Compatibilidade do pacto das águas das Metropolitanas com o PMSB de Redenção...... 60 4.3.2 Clima...... 65 4.3.3 Solo...... 66 4.3.4 Relevo...... 67 4.3.5 Vegetação...... 68 4.4 Aspectos Socioeconômicos...... 68 4.4.1 Saúde e epidemiologia...... 68 4.4.1.1. Cobertura de Saúde...... 71

Apoio técnico e institucional: 4.4.1.2. Indicadores de saúde...... 73 4.4.2 Educação...... 75 4.4.3 Índices de Desenvolvimento (IDHM e IDM)...... 76 4.4.4 Demografia...... 80 4.4.5 Economia...... 83 4.4.5.1. Produto Interno Bruto (PIB)...... 83 4.4.5.2. Receitas e Despesas...... 87 4.4.6 Investimentos em Saneamento Básico...... 88 4.4.7Plano Estadual de Convivência com a Seca...... 97 5DIAGNÓSTICO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO...... 99 5.1Unidade Territorial de Análise e Planejamento...... 99 5.2Aspectos Institucionais...... 101 5.2.1Dos Sistemas operados pela Cagece...... 101 5.2.2Dos sistemas implantados pelo SISAR...... 103 5.3 Serviços, infraestruturas e instalações de saneamento...... 104 5.3.1 Abastecimento de água potável...... 104 5.3.1.1. Distrito Sede e localidades...... 108 5.3.1.1.1Manancial...... 108 5.3.1.1.2Captação e adução de água bruta...... 110 5.3.1.1.3Estação de tratamento de água...... 112 5.3.1.1.4Estações Elevatórias (EEs)...... 121 5.3.1.1.5Adutora de Água Tratada (AAT)...... 125 5.3.1.1.6Reservação de água tratada...... 126 5.3.1.1.7Rede de distribuição de água (RDA)...... 128 5.3.1.1.8 Informações comerciais das ligações e economias de água...... 130 5.3.1.1.8.1 Ligação predial...... 130 5.3.1.1.8.2 Economias...... 131 5.3.1.1.8.3 Índices de utilização da rede de água (Iura) e de cobertura dos serviços

Apoio técnico e institucional: de abastecimento de água...... 133 5.3.1.1.8.4 Medição do consumo de água (micromedição)...... 135 5.3.1.1.8.5 Volume Faturado e consumido...... 137 5.3.1.1.8.6 Controle operacional e controle de perdas...... 138 5.3.1.1.8.7 Estrutura tarifária dos serviços de água...... 141 5.3.1.1.9 Dados gerais para abastecimento de água no distrito Sede – IBGE, Prefeitura e Sisar...... 144 5.3.1.1.9.1 Levantamento de dados do IBGE...... 144 5.3.1.1.9.2 Levantamento de dados pela equipe técnica da prefeitura – abastecimento de água no distrito Sede...... 145 5.3.1.1.9.3 Levantamento de dados da localidade que possui sistema operado pelo Sisar – abastecimento de água no distrito Sede...... 148 5.3.1.2. Distrito Antônio Diogo e localidades...... 148 5.3.1.2.1Manancial...... 150 5.3.1.2.2Captação e adução de água bruta...... 150 5.3.1.2.3Estação de tratamento de água...... 150 5.3.1.2.4Estações Elevatórias (EEs)...... 150 5.3.1.2.5Adutora de água tratada...... 151 5.3.1.2.6Reservação de água tratada...... 152 5.3.1.2.7Rede de distribuição de água...... 153 5.3.1.2.8 Informações comerciais das ligações e economias de água...... 160 5.3.1.2.8.1 Ligação predial...... 160 5.3.1.2.8.2 Economias...... 161 5.3.1.2.8.3 Índices de utilização da rede de água (Iura) e de cobertura dos serviços de abastecimento de água...... 162 5.3.1.2.8.4 Medição do consumo de água (micromedição)...... 163 5.3.1.2.8.5 Volume faturado e consumido...... 164 5.3.1.2.8.6 Controle operacional e controle de perdas...... 165 5.3.1.2.8.7 Estrutura tarifária dos serviços de água...... 166

Apoio técnico e institucional: 5.3.1.2.9 Dados gerais para abastecimento de água no distrito Antônio Diogo – IBGE, Prefeitura e Sisar...... 168 5.3.1.2.9.1 Levantamento de dados do IBGE...... 168 5.3.1.2.9.2 Levantamento de dados pela equipe técnica da prefeitura...... 169 5.3.1.2.9.3 Levantamento de dados da localidade que possui sistema operado pelo Sisar – abastecimento de água no distrito Antônio Diogo...... 171 5.3.1.3. Distrito Barra Nova e localidades...... 172 5.3.1.4.Distrito Faísca e localidades...... 175 5.3.1.5.Distrito Guassi e localidades...... 177 5.3.1.5.1Informações gerais do IBGE – abastecimento de água no município de Redenção...... 180 5.3.2 Esgotamento Sanitário...... 181 5.3.2.1. Distrito Sede...... 182 5.3.2.1.1Rede coletora de esgoto (RCE)...... 184 5.3.2.1.2Estações de tratamento de esgoto (Ete)...... 184 5.3.2.1.3Emissário e corpo receptor...... 187 5.3.2.1.4Aspectos comerciais do sistema de esgotamento sanitário...... 187 5.3.2.1.4.1 Ligações de esgoto...... 188 5.3.2.1.4.2 Economias...... 189 5.3.2.1.4.3 Índices de utilização da rede, cobertura e atendimento do SES no distrito Sede...... 189 5.3.2.1.4.4 Volumes faturados e coletados e produção de esgoto média mensal...190 5.3.2.1.4.5 Estrutura tarifária dos serviços de esgoto...... 191 5.3.2.1.5Projeto técnico executivo do SES do município de Redenção-CE...... 193 5.3.2.1.5.1 Rede coletora de esgoto projetada...... 196 5.3.2.1.5.2 Estações elevatórias de esgoto (EEE) projetada...... 196 5.3.2.1.5.3 Linhas de recalque (LR)...... 197 5.3.2.1.5.4 Estação de tratamento de esgoto projetada...... 197 5.3.2.1.5.5 Emissário final...... 199

Apoio técnico e institucional: 5.3.2.1.6Levantamento de dados do IBGE – esgotamento sanitário no distrito Sede ...... 199 5.3.2.1.7Levantamento de dados pela equipe técnica da prefeitura – esgotamento sanitário no distrito Sede...... 200 5.3.2.2. Distrito Antônio Diogo e localidades...... 202 5.3.2.3.Distrito Barra Nova e localidades...... 205 5.3.2.4.Distrito Faísca e localidades...... 208 5.3.2.5. Distrito Guassi e localidades...... 209 5.3.2.6. Informações gerais do IBGE – Esgotamento sanitário no município de Redenção...... 211 5.3.3Síntese do Diagnóstico...... 212 5.3.3.1.Abastecimento de Água...... 212 5.3.3.2.Esgotamento Sanitário...... 216 6. DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS...... 219 6.1 Diretrizes...... 219 6.2 Estratégias...... 221 7PROGNÓSTICO...... 224 7.1Crescimento populacional e demanda pelos serviços...... 224 7.2 Metas e Prazos...... 229 7.3Programas, Projetos e Ações...... 232 7.3.1 Programa de Acessibilidade ao Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário...... 232 7.3.2 Programa de Melhorias Operacionais e da Qualidade dos Serviços...... 232 7.3.3Programa Organizacional Gerencial...... 232 7.4 Minuta do Anteprojeto de Lei...... 234 8 MECANISMOS E PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA...... 235 9 AÇÕES PARA SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA...... 242 9.1 Aparato Legal...... 242 9.2 Estrutura organizacional da Prefeitura Municipal de Redenção...... 243

Apoio técnico e institucional: 9.3 Plano de Racionamento...... 245 10 REGULAÇÃO...... 247 10.1 Introdução...... 247 10.2 Características da Arce...... 249 11 MECANISMOS DE CONTROLE SOCIAL...... 253 12 VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA...... 256 12.1Estudo de Viabilidade...... 256 12.1.1Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário Operados pela Cagece...... 256 12.1.2Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário Alternativos.257 12.1.3Soluções Individuais...... 257 13FONTES DE FINANCIAMENTO...... 257 13.1Reembolsáveis ou Onerosos...... 258 13.1.1Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)...... 258 13.2Não Reembolsáveis ou Não Onerosos...... 259 13.2.1Ministério do Meio Ambiente...... 259 13.2.2Ministério da Saúde/Fundação Nacional da Saude (Funasa)...... 260 13.2.3Ministério das Cidades/Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental...... 260 13.2.4Ministério da Justiça...... 261 13.2.5Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)...... 261 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...... 263 APÊNDICE A – ATA DA 1ª AUDIÊNCIA PÚBLICA...... 270 APÊNDICE B – ATA DA 2ª AUDIÊNCIA PÚBLICA...... 281 APÊNDICE C – PROGRAMA DE ACESSIBILIDADE AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO...... 283 APÊNDICE D – PROGRAMA MELHORIAS OPERACIONAIS E DA QUALIDADE DOS SERVIÇOS...... 294 APÊNDICE E – PROGRAMA ORGANIZACIONAL-GERENCIAL...... 298 APÊNDICE F – PLANO DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA...... 302

Apoio técnico e institucional: APÊNDICE G – VIABILIDADE ECONÔMICA FINANCEIRA / Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário...... 305 ANEXO A – MAPA DOS MUNICÍPIOS EM SITUAÇÃO DE URGÊNCIA, EMERGÊNCIA E ALERTA EM RELAÇÃO AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA NAS SEDES URBANAS MUNICIPAIS (FONTE: PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA COM A SECA)...... 309

Apoio técnico e institucional: LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Cartaz da Audiência Pública sobre Diagnóstico dos Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário do município de Redenção...... 26 Figura 2 - Cartaz da Audiência Pública sobre prognóstico dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário do município de Redenção...... 28 Figura 3 - Localização da APA da Serra de Baturité...... 47 Figura 4 - Mapa do município de Redenção e seus distritos...... 49 Figura 5 - Mapa de localização do município de Redenção - CE...... 50 Figura 6 - Mapa de localização da Bacia Hidrográfica Metropolitana...... 52 Figura 7 - Imagem de satélite do Açude do Meio...... 54 Figura 8 - Mapa de localização das bacias metropolitanas...... 59 Figura 9 - Precipitação média histórica no município de Redenção, no período entre 1978 e 2015...... 66 Figura 10- Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e seus subíndices para o município de Redenção (1991, 2000 e 2010)...... 78 Figura 11- Evolução do Produto Interno Bruto de Redenção (2008-2012)...... 84 Figura 12 - Percentual do rendimento mensal per capita dos domicílios particulares de Redenção em 2010...... 86 Figura 13 -Distritos e localidades do município de Redenção...... 100 Figura 14 - Croqui do SIAA de Redenção, Antônio Diogo, Acarape e Barreira...... 106 Figura 15 - Principais unidades georreferenciadas dos sistemas de abastecimento de água do município de Redenção-CE...... 107 Figura 16 - Açude Acarape do Meio (Jul/2016)...... 108 Figura 17 - Médias mensais do volume do açude Acarape do Meio, no período entre julho de 2015 a junho de 2016...... 110 Figura 18 - Tomada d'água para a Eta Acarape do Meio...... 111 Figura 19 - Unidade de filtração de fluxo ascendente...... 114 Figura 20 - Resultados médios mensais de cor aparente (uH) na saída da Eta

Apoio técnico e institucional: Acarape do Meio e na rede de distribuição do distrito Sede entre os anos 2011 a 2015...... 116 Figura 21 - Resultados médios mensais do teor de cloro residual livre na saída da Eta Acarape do Meio e na rede de distribuição do distrito Sede entre os anos 2011 a 2015...... 117 Figura 22 - Resultados médios mensais de turbidez no período de 2011-2015 das amostras coletadas após a etapa de filtração da Eta Acarape do Meio...... 118 Figura 23 - Resultados médios mensais das análises de turbidez entre o período de 2011-2015 das amostras coletadas na rede de distribuição do distrito de Redenção...... 119 Figura 24 - CMB da EEAB-01...... 122 Figura 25 - CMBs da EELF-01...... 123 Figura 26 - EERD-01 (Booster Santa Rita)...... 124 Figura 27 - Estação elevatória EEAT-03...... 125 Figura 28 - Reservatório apoiado RAP-07...... 127 Figura 29 - Solicitações/reclamações registradas na Central de Atendimento da Cagece para o distrito Sede no ano de 2015...... 129 Figura 30 - Situação das economias ativas por categoria na localidade Sede em dezembro/2017...... 133 Figura 31 - Total e idade média dos hidrômetros instalados na Sede entre o período de 2011 a 2015...... 136 Figura 32 - Volumes faturado, consumido e consumo mensais na Sede durante o período de 2011 a 2015...... 137 Figura 33 - Índice de Água não Faturada (IANF) no município no período de 2012 a 2015...... 140 Figura 34 - Índice de Perdas (IPD) no Município e no Estado do Ceará no período de 2012 a 2015...... 141 Figura 35 - Estação elevatória EERD-02 (Booster Antônio Diogo/Urucusal)...... 151 Figura 36 - Reservatório apoiado RAP-08...... 152

Apoio técnico e institucional: Figura 37 - Reservatório apoiado RAP-06...... 153 Figura 38 - Solicitações/reclamações registradas na Central de Atendimento da Cagece para o distrito Antônio Diogo no ano de 2015...... 155 Figura 39 - Resultados médios mensais das análises de cor aparente na rede de distribuição do distrito Antônio Diogo entre os anos 2011 a 2015...... 156 Figura 40 - Resultados médios mensais do teor de cloro residual livre na rede de distribuição do distrito Antônio Diogo entre os anos 2011 a 2015...... 157 Figura 41 - Resultados médios mensais da turbidez na rede de distribuição do distrito Antônio Diogo entre os anos 2011 a 2015...... 158 Figura 42 - Situação das economias ativas por categorias na localidade Antônio Diogo em dezembro de 2017...... 162 Figura 43 - Total e idade média dos hidrômetros instalados em Antônio Diogo entre o período de 2011 a 2015...... 164 Figura 44 - Consumo, volumes faturado e consumido médios mensais em Antônio Diogo nos anos de 2011 a 2015...... 164 Figura 45 -Croqui do SES existente em Redenção-CE...... 183 Figura 46 - Estação de tratamento de esgoto no bairro Boa Fé, Redenção - CE....185 Figura 47 - Leito de secagem da Ete Redenção...... 186 Figura 48 - Volumes faturado, coletado e gerado mensal de água por ligação entre 2011 a 2015...... 191 Figura 49 - Layout geral do SES projetado para a zona urbana do distrito Sede....195 Figura 50 - Fluxograma da concepção da Ete...... 198 Figura 51 - Equação da curva polinomial utilizada para projeção da população total do município com base nos Censos do IBGE 1991, 2000, 2010 e os dados compatibilizados para o ano de 2017...... 225 Figura 52 - Equação da curva polinomial utilizada para projeção da população urbana do município com base nos Censos do IBGE 1991, 2000, 2010 e os dados compatibilizados para o ano de 2017...... 226 Figura 53 - Metas para cobertura dos serviços de abastecimento de água e

Apoio técnico e institucional: esgotamento sanitário no município de Redenção...... 230 Figura 54 - Total de investimentos necessários para a universalização e melhorias operacionais dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário do município de Redenção, estimados em curto (2021, médio (2029) e longo (2037) prazos...... 233 Figura 55 - Estrutura organizacional da Arce...... 250

Apoio técnico e institucional: LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Valores estimados dos programas para o Tema Estratégico Saneamento Básico de 2016-2019 no Ceará...... 36 Tabela 2 - Metas da região do Maciço de Baturité e do estado do Ceará para o Tema Estratégico Saneamento Básico de 2016-2019...... 37 Tabela 3 - Metas da região do Maciço de Baturité e do estado do Ceará para o Programa de Oferta Hídrica para Múltiplos Usos do Tema Estratégico Recursos Hídricos de 2016-2019...... 38 Tabela 4 - Limites para diferentes níveis de estado trófico, segundo o sistema de classificação proposto por Toledo (1990)...... 56 Tabela 5 - Limites para diferentes níveis de estado trófico, segundo o sistema de classificação proposto por Toledo (1990)...... 56 Tabela 6 - Situação trófica de açudes das bacias metropolitanas em novembro de 2015...... 57 Tabela 7 - Indicador de desempenho do grau de trofia das Bacias Metropolitanas...58 Tabela 8 - Distribuição dos pontos de água nas bacias metropolitanas e no município de Redenção em 2016...... 60 Tabela 9 - Precipitação pluviométrica nas Bacias Metropolitanas no período de 2014 a 2015...... 60 Tabela 10 - Casos de morbidade e mortalidade no município de Redenção e no estado do Ceará, ocasionados por doenças relacionadas ao saneamento básico inadequado (2014)...... 70 Tabela 11 - Tipos de unidades de saúde existentes no município de Redenção em 2014...... 71 Tabela 12 - Profissionais de saúde ligados ao SUS - 2014...... 72 Tabela 13 - Crianças acompanhadas pelo Programa Agentes de Saúde (2014)...... 73 Tabela 14 - Internações e óbitos por diarreia e gastroenterite no município de

Apoio técnico e institucional: Redenção e outros municípios da microrregião de Baturité (2014)...... 74 Tabela 15 - Estatísticas vitais infantis de Redenção e do Estado do Ceará (2014)...74 Tabela 16 - Indicadores de Atenção Básica do PSF para o município de Redenção e Estado do Ceará em 2009...... 75 Tabela 17 - Número de professores e alunos matriculados em Redenção em 2014.75 Tabela 18 - Rendimento escolar do município de Redenção em 2014...... 76 Tabela 19 - Índices de Desenvolvimento Humano do Município de Redenção (IDHM), do estado do Ceará e do Brasil nos períodos de 1991, 2000 e 2010...... 77 Tabela 20 - Índices de Desenvolvimento Municipal (IDM) de Redenção nos períodos de 2000 e 2010...... 79 Tabela 21 - Evolução populacional por situação do domicílio no município de Redenção e seus distritos durante o período de 1991 a 2010...... 80 Tabela 22 - Dados de domicílios particulares e coletivos no município de Redenção e em seus distritos em 2010...... 82 Tabela 23 - Densidade demográfica de Redenção nos períodos de 1991, 2000 e 2010, em hab/km²...... 83 Tabela 24 - Produto Interno Bruto a preços de mercado e Produto Interno Bruto per capita de Redenção (2008-2012)...... 83 Tabela 25 - Produto Interno Bruto de Redenção e do Estado por setores (2012).....85 Tabela 26 - Descrição de Famílias segundo informações do Cadastro Único – Dez/2015...... 87 Tabela 27 - Receitas e despesas do município de Redenção no ano de 2013...... 87 Tabela 28 - Investimentos em Saneamento (água e esgoto) de Redenção por meio de convênios com órgãos Federais no período 2000-2016...... 89 Tabela 29 - Investimentos em Saneamento (água e esgoto) de Redenção por meio de convênios com órgãos Estaduais no período 2011-2016...... 90 Tabela 30 - Ações implementadas e executadas pelos Governos Federal e Municipal de Redenção até maio de 2016...... 92 Tabela 31 - Dados dos projetos do Programa Água para Todos até junho de 2016.. 93

Apoio técnico e institucional: Tabela 32 - Investimentos em abastecimento de água e esgotamento sanitário no município de Redenção pelo Projeto São José até junho 2016...... 95 Tabela 33 - Investimentos previstos no Plano Plurianual de Redenção (PPA – 2014/2017)...... 96 Tabela 34 - Estrutura administrativa dos núcleos Sede de Redenção e distrito de Antônio Diogo...... 103 Tabela 35 - Ficha técnica do açude Acarape do Meio...... 109 Tabela 36 - Total de análises de coliformes totais na saída da Eta Acarape do Meio e na rede de distribuição de Redenção entre os anos de 2011 a 2015...... 120 Tabela 37 - Total de análises de E. coli na saída da Eta Acarape do Meio e na rede de distribuição de Redenção entre os anos de 2011 a 2015...... 121 Tabela 38 - RDA do distrito Sede...... 128 Tabela 39 - Ligações do SAA do distrito Sede no período de 2014 a 2017...... 131 Tabela 40 - Situação das economias por categorias no distrito Sede em dezembro de 2017...... 132 Tabela 41 - Índice de utilização da rede de água da Sede de Redenção no período de 2014 a 2017...... 133 Tabela 42 - Índice de cobertura do SAA do distrito Sede durante o período de 2014 a 2017...... 134 Tabela 43 - Índice de hidrometração da localidade Sede entre o período de 2011 a 2015...... 135 Tabela 44 - Estrutura tarifária de água (valores válidos a partir de setembro de 2017) e histograma da competência de dezembro/2017 da localidade Sede...... 143 Tabela 45 - Domicílios particulares permanentes por tipo de abastecimento no distrito Sede...... 145 Tabela 46 - Tipos de abastecimento nas localidades do distrito Sede, Redenção - CE...... 146 Tabela 47 - Dados populacionais do Sisar na localidade Maleitas em 2016...... 148 Tabela 48 - Dados técnicos do Sisar nas localidade Maleitas em 2016...... 148

Apoio técnico e institucional: Tabela 49 - RDA do distrito Antônio Diogo...... 154 Tabela 50 - Total de análises de coliformes totais na rede de distribuição de Antônio Diogo entre os anos de 2011 a 2015...... 158 Tabela 51 - Total de análises de E. coli na rede de distribuição de Antônio Diogo entre os anos de 2011 a 2015...... 159 Tabela 52 - Ligações na RDA da localidade Antônio Diogo no período de 2014 a 2017...... 160 Tabela 53 - Situação das economias por categorias na localidade Antônio Diogo em dezembro de 2017...... 161 Tabela 54 - Índice de utilização da rede de água da localidade Antônio Diogo no período de 2014 a 2017...... 162 Tabela 55 - Índice de cobertura do SAA do distrito Antônio Diogo durante o período de 2014 a 2017...... 163 Tabela 56 - Índice de hidrometração da localidade Antônio Diogo entre o período de 2011 a 2015...... 163 Tabela 57 - Estrutura tarifária de água (valores válidos a partir de setembro de 2017) e histograma da competência de dezembro/2017 da localidade Antônio Diogo...... 166 Tabela 58 - Domicílios particulares permanentes por tipo de abastecimento no distrito de Antônio Diogo...... 168 Tabela 59 - Tipos de abastecimento nas localidades do distrito Antônio Diogo...... 169 Tabela 60 - Dados populacionais do Sisar na localidade Mangueiral em 2016...... 171 Tabela 61 - Dados técnicos do Sisar na localidade Mangueiral em 2016...... 171 Tabela 62 - Domicílios particulares permanentes por tipo de abastecimento no distrito de Barra Nova...... 172 Tabela 63 - Tipos de abastecimento nas localidades do distrito Barra Nova...... 173 Tabela 64 - Domicílios particulares permanentes por tipo de abastecimento no distrito de Faísca...... 175 Tabela 65 - Tipos de abastecimento nas localidades do distrito Faísca...... 176 Tabela 66 - Dados populacionais do Sisar na localidade Olho D'Água dos

Apoio técnico e institucional: Constantinos em 2016...... 177 Tabela 67 - Dados técnicos do Sisar na localidade Olho D'Água dos Constantinos em 2016...... 177 Tabela 68 - Domicílios particulares permanentes por tipo de abastecimento no distrito de Guassi...... 178 Tabela 69 - Tipos de abastecimento nas localidades do distrito Guassi...... 179 Tabela 70 - Dados populacionais do Sisar na localidade Serra Vermelha em 2016...... 180 Tabela 71 - Dados técnicos do Sisar na localidade Serra Vermelha em 2016...... 180 Tabela 72 - Domicílios particulares permanentes por formas de abastecimento de água – 2010...... 181 Tabela 73 - Ligações de esgoto no SES do distrito Sede no período de 2014 a 2017...... 188 Tabela 74 - Situação das economias por categoria no SES de Redenção até dezembro de 2017...... 189 Tabela 75 - Índice de utilização da rede de esgoto da Sede de Redenção no período de 2014 a 2017...... 189 Tabela 76 - Índices de cobertura e atendimento do SES do distrito Sede entre 2014 e 2017...... 190 Tabela 77 - Estrutura tarifária de esgoto (valores válidos a partir de setembro de 2017) e histograma da competência de dezembro/2017 do distrito Sede...... 192 Tabela 78 - Características da RCE por Sub-bacia...... 196 Tabela 79 - Informações técnicas das EEE por sub-bacia...... 197 Tabela 80 - Características das LR...... 197 Tabela 81 - Características da EEET...... 198 Tabela 82 - Domicílios particulares permanentes por tipo de esgotamento no distrito Sede...... 199 Tabela 83 - Tipos de esgotamento sanitário nas localidades do distrito Sede, Redenção - CE...... 201

Apoio técnico e institucional: Tabela 84 - Domicílios particulares permanentes por tipo de esgotamento no distrito Antônio Diogo, Redenção - CE...... 203 Tabela 85 - Tipos de esgotamento sanitário nas localidades do distrito Antônio Diogo, Redenção - CE...... 204 Tabela 86 - Domicílios particulares permanentes por tipo de esgotamento no distrito Barra Nova...... 206 Tabela 87 - Tipos de esgotamento sanitário nas localidades do distrito Barra Nova...... 207 Tabela 88 - Domicílios particulares permanentes por tipo de esgotamento no distrito Faísca...... 208 Tabela 89 - Tipos de esgotamento sanitário nas localidades do distrito Faísca...... 209 Tabela 90 - Domicílios particulares permanentes por tipo de esgotamento no distrito Guassi...... 210 Tabela 91 - Tipos de esgotamento sanitário nas localidades do distrito Guassi...... 211 Tabela 92 - Domicílios particulares permanentes, por existência de banheiro ou sanitário e tipo de esgotamento sanitário...... 212 Tabela 93 - Índices de cobertura do abastecimento de água em 2017 no município de Redenção - CE...... 213 Tabela 94 - Índices de cobertura do esgotamento sanitário em 2017 no município de Redenção - CE...... 216 Tabela 95 - Dados Censitários para o município de Redenção (1991-2010)...... 224 Tabela 96 - Compatibilização dos dados Cagece, IBGE e Prefeitura Municipal de Redenção para estimar a população atual do município em 2017...... 225 Tabela 97 - Demandas projetadas dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário para o Município de Redenção (2018-2037)...... 228 Tabela 98 - Metas de cobertura de curto, médio e longo prazos para abastecimento de água e esgotamento sanitário no município de Redenção - CE...... 230

Apoio técnico e institucional: LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Metas dos indicadores do plano da bacia metropolitana...... 63 Quadro 2 - Correlação entre as classes do SiBCS e as classificações usadas anteriormente...... 66 Quadro 3 - Doenças epidemiológicas ligadas ao saneamento básico...... 69 Quadro 4 - Lista de ações emergenciais e estruturantes para o município de Redenção apontadas no Plano de Convivência com a Seca do estado do Ceará - 2015...... 98 Quadro 5 - Aspectos Gerais do Contrato de Concessão para exploração dos serviços púbicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário celebrado entre a Cagece e o município de Redenção...... 101 Quadro 6 - Potencial poluidor–pagador do setor de saneamento...... 102 Quadro 7 - Vertentes assumidas pelo Sisar...... 104 Quadro 8 - Quadro resumo com as principais informações das EEs existente no distrito Sede...... 125 Quadro 9 - Reservatórios ativos no distrito Sede, Redenção - CE...... 128 Quadro 10 - Quadro resumo com as principais informações das EEs existente no distrito de Antônio Diogo...... 151 Quadro 11 - Reservatórios ativos no distrito Antônio Diogo...... 153 Quadro 12 - Síntese dos problemas identificados para o eixo Abastecimento de Água em 2017 no município de Redenção - CE...... 214 Quadro 13 - Síntese dos problemas identificados para o eixo Esgotamento Sanitário em 2017 no município de Redenção – CE...... 217 Quadro 14 - Programa Acessibilidade dos Serviços (Indicadores 1º Nível)...... 237 Quadro 15 - Programa Melhorias Operacionais e de Qualidade dos Serviços (Indicadores 2º Nível)...... 238 Quadro 16 - Tipos de emergência para cada componente, respectivos órgãos,

Apoio técnico e institucional: secretarias e autarquias envolvidos e nível de atuação dos mesmos...... 245

Apoio técnico e institucional:

1 INTRODUÇÃO

O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) dos serviços de abastecimento de água potável e esgotamento sanitário do município de Redenção- CE foi elaborado com base na Lei Federal de nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007, que estabelece as diretrizes nacionais e os princípios fundamentais para o setor, buscando-se a universalização, a integralidade do acesso e o fomento de medidas adequadas à promoção da saúde pública e à proteção do meio ambiente. É importante enfatizar que, de acordo com o Decreto nº 9.254/2017, que altera o Artigo 26 do Decreto nº 7.217/2010, que regulamenta a Lei n° 11.445/2007, após 31 de dezembro de 2019, a existência do PMSB é fator condicionante para acesso aos recursos orçamentários da União ou aos recursos de financiamentos geridos ou administrados por órgão ou entidade da administração pública federal, quando destinados aos serviços de saneamento básico. Com o objetivo de apoiar a elaboração deste plano, em conformidade com o art. 25, § 3º do Decreto Federal nº 7.217/2010, foi firmado convênio de cooperação técnica entre a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e a Prefeitura Municipal de Redenção. Para a coleta das informações dos estudos técnicos foram utilizados como fontes de consulta o banco de dados dos sistemas da Cagece, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministérios da Saúde e da Educação, Portais da Transparência, Prefeitura Municipal de Redenção, além das demais instituições governamentais a nível Federal e Estadual, observando-se ainda as diretrizes do Plano Diretor Participativo do Município, Lei Orgânica, Plano Plurianual, Lei de Parcelamento, Lei do Código de Postura e Política Ambiental do município de Redenção, do Plano de Gerenciamento das Águas das Bacias Metropolitanas, além da Lei Autorizativa e do Contrato de Concessão para exploração de serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário no município. Constituem-se como produtos deste plano: o diagnóstico situacional dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário; o prognóstico com os

Apoio técnico e institucional: 23

objetivos e as metas de curto, médio e longo prazos para universalização no horizonte de 20 anos; programas, projetos e ações necessárias para atingimento das metas estabelecidas; e, por fim, as ações para emergências e contingências. Todo o conteúdo do PMSB foi divulgado e apresentado em audiências públicas, garantindo-se assim mecanismos e procedimentos para avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas, por meio da ampla participação social, conforme preconiza a Lei nº 11.445/2007. Por fim, destaca-se que o plano deverá ser revisado periodicamente, em prazo não superior a 4 (quatro) anos, e deverá, posteriormente, ser compatibilizado e consolidado com os estudos dos demais serviços de saneamento básico (limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas), visando gerir de forma integrada a infraestrutura sanitária.

Apoio técnico e institucional: 24

2 METODOLOGIA DE TRABALHO

Os dados que embasaram a formulação deste plano são de natureza primária (dados originais) e secundária (oriundos de outros estudos). A coleta dos dados primários foi realizada pela equipe da Prefeitura de Redenção, que recebeu capacitação e treinamento realizados no dia 28 de julho de 2016 na Secretaria de Educação do município, ministrado pela equipe técnica da Supervisão do Plano Municipal de Saneamento Básico da Cagece, com a finalidade de promover o entendimento acerca dos conceitos teóricos inerentes ao PMSB e orientar a aplicação dos questionários referentes aos componentes do setor de saneamento básico nos distritos e localidades do município. Os agentes da prefeitura foram os responsáveis em obter informações sobre a situação das localidades e seus respectivos distritos, por meio de coleta de dados “in loco”, para a elaboração do diagnóstico. Em paralelo, foram extraídos os dados secundários dos bancos de informações de diversos órgãos e entidades da administração federal, estadual e municipal, disponíveis em seus respectivos sítios eletrônicos na Internet, conforme bibliografia citada. A metodologia adotada obedece a Lei Federal 11.445/2007 (art. 19) e foi abordada em 3 (três) etapas: a) Caracterização geral do município; b) diagnóstico técnico; c) prognóstico.

2.1 Caracterização geral do município

O levantamento das características gerais de Redenção ocorreu por meio de pesquisa bibliográfica e documental do histórico, localização geográfica, aspectos fisiográficos e socieconômicos, a partir da coleta de informações de sua bacia hidrográfica, clima, solo, vegetação, análise dos indicadores de desenvolvimento, demografia, economia, saúde e educação.

Apoio técnico e institucional: 25

2.2 Diagnóstico Técnico

O diagnóstico técnico foi baseado no levantamento de informações sobre os serviços, infraestruturas e instalações de abastecimento de água e esgotamento sanitário, apontando suas deficiências e causas, de modo que as fragilidades e potencialidades pudessem subsidiar a etapa de prognóstico do plano. Nesta etapa, foi realizada a primeira Audiência Pública, que ocorreu no dia 19 de dezembro de 2017, às 09 horas, na Câmara Municipal em Redenção (Figura 1), com a presença de representantes da Cagece, dos Poderes Executivo e Legislativo do Município e da sociedade civil, conforme Ata (APÊNDICE A).

Figura 1 - Cartaz da Audiência Pública sobre Diagnóstico dos Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário do município de Redenção.

Fonte: CAGECE, 2017.

Apoio técnico e institucional: 26

A audiência teve o objetivo de apresentar o diagnóstico preliminar à população, para permitir a oportunidade de opinar, sugerir melhorias e criticar o conteúdo até então elaborado. Após a audiência houve a revisão do diagnóstico por meio da inserção de novas informações adequadas a realidade do município.

2.3 Prognóstico

Após ao diagnóstico, foram estabelecidas as diretrizes e estratégias que balizaram o prognóstico. Este por sua vez, envolveu estudos prospectivos dos sistemas de água e esgoto, definindo os objetivos, as metas e os seus respectivos prazos de curto, médio e longo prazo, com a finalidade primordial de universalização dos serviços, que será obtida a partir da implantação e implementação de programas, projetos e ações: a) Ações para situações de emergência e contingência: buscou-se identificar essas ações, relacionando-as ao setor de saneamento, objetivando estabelecer medidas de controle para reduzir ou eliminar os possíveis riscos aos usuários e ao meio ambiente; b) mecanismos e procedimentos de avaliação e revisão: apresenta um panorama composto de indicadores divididos em nível político e estratégico, voltados para a verificação do atendimento dos objetivos e metas e avaliação dos programas e projetos; c) viabilidade econômico-financeira: etapa de finalização do plano, visando a determinação do custo estimativo dos programas, projetos e ações lançados no prognóstico, bem como das despesas de exploração, ao longo dos 20 anos de vigência do plano. Procurando apresentar e discutir melhorias nos programas, projetos e ações de curto, médio e longo prazos propostos, foi realizada a 2ª Audiência Pública que ocorreu no dia 14 de dezembro de 2018, às 09 horas, na Câmara Municipal em Redenção (Figura 2), com a participação de representantes da Cagece, dos Poderes Executivo e Legislativo do Município e da sociedade civil, conforme Ata (APÊNDICE

Apoio técnico e institucional: 27

B).

Figura 2 - Cartaz da Audiência Pública sobre prognóstico dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário do município de Redenção.

Fonte: CAGECE, 2018.

Apoio técnico e institucional: 28

3 ASPECTOS LEGAIS

3.1 Legislação Federal

A Lei Federal nº 6.938/1981, que institui a Política Nacional do Meio Ambiente, tem por objetivo a preservação, a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar no país condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana (art. 2º). Entre os seus princípios, está o planejamento e a fiscalização do uso dos recursos ambientais (art. 2º, Inc. III), objetivando entre outros à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico (art. 4º, Inc. I). Para isso, cabe ao município (art. 6º, §1º e §2º), elaborar normas supletivas e complementares relacionadas ao meio ambiente, observadas as normas e os padrões federais e estaduais (BRASIL, 1981). Posteriormente, a Constituição Federal de 1988 estabeleceu, no art. 23, Inc. VI e IX, a competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios de proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas, bem como promover a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico (BRASIL, 1988). Em relação à legislação aplicável ao setor de saneamento, a Lei nº 11.445/2007 (LNSB), que define as diretrizes nacionais para o saneamento básico no Brasil, regulamentada pelo Decreto nº 7.217/2010, orienta a articulação com políticas de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida e estabelece, entre seus princípios fundamentais, a universalização da prestação dos serviços (art. 2º, Inc. I), que é conceituada como a ampliação progressiva do acesso de todos os domicílios ocupados ao saneamento básico (BRASIL, 2007). Conforme o art. 3º da LNSB, o conceito de saneamento básico é entendido como o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais dos serviços de:

Apoio técnico e institucional: 29

a) Abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e os respectivos instrumentos de medição; b) esgotamento sanitário: composto pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente; c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas; d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas. Nesse contexto, o município de Redenção deve formular uma política que englobe os quatro componentes do saneamento básico, tendo o PMSB como instrumento de definição de diretrizes e estratégias. Em 2017, foi aprovado o Decreto nº 9.254 que altera o Artigo 26 do Decreto nº 7.217/2010, que regulamenta a LNSB. De acordo com este decreto, após 31 de dezembro de 2019, a existência do plano de saneamento básico, elaborado pelo titular dos serviços, será condição para acesso aos recursos orçamentários da União ou aos recursos de financiamentos geridos ou administrados por órgão ou entidade da administração pública federal, quando destinados a serviços de saneamento básico (BRASIL, 2017). Outra condição importante é estabelecida no Decreto 8.211/2014, que altera o art. 34 do Decreto nº 7.217/2010, deliberando que:

Apoio técnico e institucional: 30

“após 31 de dezembro de 2014, será vedado o acesso aos recursos federais ou aos geridos ou administrados por órgão ou entidade da União, àqueles titulares de serviços públicos de saneamento básico que não instituírem, por meio de legislação específica, o controle social realizado por órgão colegiado, nos termos do inciso IV do caput” (BRASIL, 2014a).

Nesse âmbito, o art. 11, inciso I, da LNSB, estabelece a existência do PMSB como condição necessária à validade do contrato de prestação dos serviços públicos de saneamento entre titular e prestador dos serviços. Esses contratos são dispositivos legais, no qual o titular dos serviços públicos (no caso, o município de Redenção) pode delegar tais serviços a prestadores (a Cagece, por exemplo), por tempo determinado, para fins de implantação, exploração e ampliação. Outro requisito exigido pelo art.11, Inciso II, da referida Lei, é a existência de estudo comprovando a viabilidade técnica e econômico-financeira da prestação universal e integral dos serviços em conformidade com o respectivo Plano, de forma a garantir sua sustentabilidade com relação aos serviços prestados em regime de eficiência. De acordo com o art. 19 da LNSB, conforme ainda a Resolução Recomendada nº 75/2009 do Conselho Nacional das Cidades, que estabelece orientações relativas à Política de Saneamento Básico e ao conteúdo mínimo dos Planos de Saneamento Básico, o plano deverá contemplar: a) Diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando as causas das deficiências detectadas; b) objetivos e metas de curto, médio e longo prazos para a universalização, admitidas soluções graduais e progressivas, observando a compatibilidade com os demais planos setoriais; c) programas, projetos e ações necessários para atingir os objetivos e as metas, de modo compatível com os respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos, identificando possíveis fontes de financiamento;

Apoio técnico e institucional: 31

d) ações para emergências e contingências; e) mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas. Além disso, a LNSB ressalta no art. 19 – § 3º, que o plano deve ser compatível com o plano da bacia hidrográfica em que o município estiver inserido. Devendo ainda, segundo o § 4º, ser revisto periodicamente, em prazo não superior a 4 (quatro) anos, anteriormente à elaboração do plano plurianual. Salienta-se ainda, que a elaboração e a revisão do PMSB deve garantir ampla participação popular sobre os procedimentos de divulgação, em conjunto com os estudos, e a avaliação por meio de consulta ou audiência pública, conforme estabelecido no art. 51 da LNSB (BRASIL, 2007). Em 2014, foi aprovado pelo Conselho das Cidades o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), que prevê investimento de R$508,5 bilhões para abastecimento de água potável, coleta e tratamento de esgoto, resíduos sólidos e drenagem urbana no país. O documento possibilita o planejamento com visão futura, para desenvolver ações nos próximos 20 anos, no horizonte de 2014 até 2033. Do total de investimentos a serem aplicados, R$299,9 bilhões serão provenientes de recursos de agentes federais e R$208,6 bilhões de outros agentes. A sua implementação requer a atuação integrada do Governo Federal, estados e municípios, além de agentes públicos e privados, sob a coordenação do Ministério das Cidades. As metas foram divididas em curto, médio e longo prazo, e definidas a partir da evolução histórica e da situação atual dos indicadores, com base na análise situacional do déficit em saneamento básico. De acordo com as metas do Plansab, o desafio da universalização para os serviços de abastecimento de água potável, em todas as áreas urbanas, está previsto para o ano de 2023. Em relação ao esgotamento sanitário, a meta principal é atender 93% das áreas urbanas até 2033. Em relação à qualidade da água potável, a Portaria nº 2.914/2011 determina os procedimentos de controle e seu padrão de potabilidade (art. 1º). Para

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isso, o art. 12, Inciso I, estabelece, entre outras, a competência das Secretarias de Saúde dos Municípios em exercer a vigilância da qualidade da água em sua área de competência, em articulação com os responsáveis pelo controle da sua qualidade para consumo humano (BRASIL, 2011b). Enquanto para os sistemas de esgotamento sanitário, a Resolução CONAMA nº 430/2011 estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, estipulando em seu art. 5º, que estes não poderão conferir ao corpo receptor características de qualidade em desacordo com as metas obrigatórias progressivas, intermediárias e final do seu enquadramento (BRASIL, 2011a).

3.2 Legislação Estadual

Considerada o marco regulatório no estabelecimento de medidas voltadas a proteção ambiental no estado do Ceará, a Lei de nº 11.411/1987, que institui a Política Estadual do Meio Ambiente, compreende o conjunto de diretrizes administrativas e técnicas destinadas a orientar a ação governamental no campo da utilização racional, conservação e preservação do ambiente, em consonância com a Política Nacional de Meio Ambiente e princípios estabelecidos na Legislação Federal e Estadual vigentes. Em 1989 foi promulgada a Constituição do Estado do Ceará, fixando no Capítulo VIII, exclusivamente, dos direcionamentos destinados ao meio ambiente. Estando definido no art. 259 que são direitos inalienáveis do povo o meio ambiente equilibrado e uma sadia qualidade de vida, impondo-se ao estado e à comunidade o dever de preservá-los e defendê-los (CEARÁ, 2016). Em relação ao saneamento básico, segundo o art. 15, Inc. IX, da Constituição Estadual, são competências do Estado, exercidas em comum com a União, o Distrito Federal e os Municípios, promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico. De acordo com o art. 252 da referida Constituição, o Estado estabelecerá política de saneamento, nos meios urbano e rural, obedecendo as respectivas

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realidades locais e regionais, constantes nos princípios da Constituição Federal, sendo estabelecidos (CEARÁ, 2016):

“§1º Assegurar-se-á a participação das comunidades, das instituições e das três esferas do Governo no planejamento, na organização dos serviços e na execução das ações. §2º Os padrões técnicos das obras e serviços de saneamento deverão ser adequados tanto ao meio físico quanto ao nível socioeconômico das comunidades, garantindo-se o mínimo de condições sanitárias. §3º O Estado assegurará os recursos necessários aos programas de saneamento, com vistas à expansão e melhoramento do setor.”

Outra importante legislação ambiental é a Política Estadual de Recursos Hídricos, Lei nº 14.844/2010, que destaca no art. 2º, entre seus objetivos, planejar e gerenciar a oferta de água, os usos múltiplos, o controle, a conservação, a proteção e a preservação dos recursos hídricos de forma integrada, descentralizada e participativa; além de assegurar que esta possa ser ofertada, controlada e utilizada em padrões de qualidade e de quantidade satisfatórios, por seus usuários atuais e pelas gerações futuras, em todo o território do Estado do Ceará. A referida Lei define no art. 3º, Inc. III, que o planejamento e a gestão dos recursos hídricos tomarão como base a bacia hidrográfica e deve sempre proporcionar os usos múltiplos (CEARÁ, 2010b). Entre suas principais diretrizes (art. 4º, Inc. V) está a integração do gerenciamento dos recursos hídricos com as políticas públicas federais, estaduais e municipais de meio ambiente, saúde, saneamento, habitação, uso do solo e desenvolvimento urbano e regional e outras de relevante interesse social que tenham inter-relação com a gestão das águas (CEARÁ, 2010b). Como importante instrumento da Política Estadual de Recursos hídricos, tem-se os comitês das bacias hidrográficas metropolitanas com atribuição de proceder estudos, divulgar e debater os programas prioritários de serviços e obras a serem realizados no interesse da coletividade, definindo objetivos, metas, benefícios, custos e riscos sociais, ambientais e financeiros. Destaca-se também como instrumento crucial de planejamento governamental, no âmbito da administração pública estadual, a Lei nº 15.929/2015,

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que dispõe sobre o Plano Plurianual (PPA) do Estado para o período 2016-2019, orientando as ações adequadas de políticas públicas. Os investimentos referentes ao saneamento básico estão previstos no Eixo Ceará Saudável, possuindo como pressupostos da cidadania: “a garantia de direitos, a promoção da saúde, o fortalecimento das ações comunitárias, a criação de ambientes favoráveis, o desenvolvimento de habilidades pessoais e mudança de estilos de vida”. Neste contexto, o Eixo Ceará Saudável contempla 03 (temas) estratégicos, sendo eles: Saúde; Esporte e Lazer; e, Saneamento Básico (CEARÁ, 2015b). Os programas de saneamento básico do PPA obedecem as diretrizes da política nacional para o setor, que preconizam a universalização, a equidade e a integridade dos serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana/manejo dos resíduos sólidos e drenagem/manejo das águas pluviais, garantindo assim a proteção do meio ambiente, adequada condição de saúde pública e a forte interação e controle social na gestão dos serviços de saneamento (CEARÁ, 2015b). Vale salientar que o maior volume de recursos do PPA para o período de 2016-2019 está destinado para o Eixo Ceará Saudável com R$ 11.939.077.047,00 (34,2% do PPA). Dessa forma, foi previsto no Tema Estratégico Saneamento Básico o valor geral de R$ 1.755.191.026,00, que corresponde a cerca 15% da quantia estimada para o eixo. Os valores de investimentos previstos para o tema Saneamento Básico foram rateados em dois programas: I) Abastecimento de água, Esgotamento Sanitário e Drenagem Urbana e II) Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário no Meio Rural. Na Tabela 1 é apresentado o detalhamento dos valores por programa do Tema Estratégico Saneamento Básico.

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Tabela 1 - Valores estimados dos programas para o Tema Estratégico Saneamento Básico de 2016- 2019 no Ceará. Programa Esfera Valor 2016 Valor 2017-2019 Investimentos Estatais 78.310.613,00 21.915.585,00 Despesas de Capital 78.310.613,00 21.915.585,00 Abastecimento de Fiscal/Seguridade Social 232.115.002,00 849.797.255,00 Água, Esgotamento Despesas Correntes 293.379,00 362.072,00 Sanitário e Drenagem Urbana Despesas de Capital 231.821.623,00 849.435.183,00 Subtotal 310.425.615,00 871.712.840,00 Total 1.182.138.455,00 Fiscal/Seguridade Social 160.079.888,00 412.972.683,00 Abastecimento de Água e Esgotamento Despesas Correntes 6.915.000,00 24.411.757,00 Sanitário no Meio Despesas de Capital 153.164.888,00 388.560.926,00 Rural Total 573.052.571,00 Fonte: CEARÁ, 2015b.

Para o período 2016-2019, o tema Saneamento Básico do PPA tem como objetivos ampliar a cobertura da população urbana do estado com acesso aos serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário e macrodrenagem e para a população rural ampliar o acesso aos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Assim, são apresentadas metas para a região de planejamento do Maciço de Baturité que abrange 13 municípios, dentre eles, Redenção (vide Tabela 2).

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Tabela 2 - Metas da região do Maciço de Baturité e do estado do Ceará para o Tema Estratégico Saneamento Básico de 2016-2019. Maciço de Baturité Estado do Ceará Programa/lniciativa 2017 2017 2016 - Total 2016 - Total 2019 2019 Ampliação do serviço de 0 5 5 7 73 80 abastecimento de água Abastecimento de Ampliação do serviço de Água, 0 3 3 12 26 38 esgotamento sanitário Esgotamento Sanitário e Promoção de ações Drenagem Urbana socioambientais de 3.218 10.648 13.866 149.421 83.872 233.293 educação e saúde (pessoas beneficiadas) Implementação de solução domiciliar de acesso à água 1.781 5.343 7.124 25.200 75.616 100.816 potável (Cisterna Implantada) Implantação do serviço de 21 78 99 378 1.100 1.478 abastecimento de água Ampliação do serviço de 3 9 12 39 137 176 abastecimento de água Melhoria do serviço de 1 6 7 16 60 76 abastecimento de água Abastecimento de Água e Implementação de solução domiciliar de esgotamento Esgotamento 24 73 97 405 1.233 1.638 Sanitário no Meio sanitário (KIT sanitário Rural implantado) Prestação de Assistência Técnica e Extensão Rural 3.863 20.198 24.061 76.200 398.440 474.640 (Produto assistido) Implantação do serviço de 1 0 1 15 3 18 esgotamento sanitário Implantação dos serviços de água com esgotamento sanitário simplificado 5 31 36 99 257 356 (Sistema de abastecimento de água implantado) Fonte: CEARÁ, 2015b. Nota 1: (-) sem informações.

No Eixo Ceará Sustentável, há ainda iniciativas voltadas para aumento da disponibilidade hídrica propostas por meio do Programa de Oferta Hídrica para Múltiplos Usos do Tema Estratégico Recursos Hídricos, possuindo como objetivo a

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garantia da oferta de água para o abastecimento humano, agropecuário, industrial e de empreendimentos turísticos para centros urbanos e rurais. Na Tabela 3 são demonstradas as metas e as iniciativas definidas nesse programa.

Tabela 3 - Metas da região do Maciço de Baturité e do estado do Ceará para o Programa de Oferta Hídrica para Múltiplos Usos do Tema Estratégico Recursos Hídricos de 2016-2019. Maciço de Baturité Estado do Ceará Iniciativa 2017 2017 2016 - Total 2016 - Total 2019 2019 Ampliação e garantia da capacidade de acumulação 1 2 3 7 18 25 hídrica (Barragem construída) Ampliação e garantia da capacidade de transferência 0 40 40 128 406 534 hídrica (Adutora construída) Ampliação e garantia da captação de água 58 230 288 1.077 3.982 5.059 subterrânea (Poço instalado) Ampliação da infraestrutura de abastecimento de água às comunidades difusas (Sistema de 36 97 133 598 1.333 1.931 abastecimento de água simplificado implantado) Fonte: CEARÁ, 2015b.

No tocante à regulação da prestação dos serviços, em 2009, foi sancionada a Lei nº 14.394, que define a atuação da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (Arce), relacionada aos serviços públicos de saneamento básico, e dá outras providências (CEARÁ, 2009b). Nesse aspecto, de acordo com o art.1º, a Arce poderá celebrar convênios que lhe deleguem a regulação e fiscalização dos serviços públicos de saneamento básico no âmbito do Estado do Ceará (CEARÁ, 2009b). Com isso, segundo o art. 4º, a Arce competirá ainda pela regulação, fiscalização e monitoramento dos serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário prestados pela Cagece, exceto se observado o disposto no art. 9º, inciso II, da Lei Federal nº11.445, de 5 de janeiro de 2007 (CEARÁ, 2009b). Em referência aos sistemas de esgotamento sanitário, foi publicada pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace) a Portaria de nº 154, de 22 de julho de 2002, que dispõe sobre padrões e condições para lançamento de efluentes líquidos gerados por fontes poluidoras, com vistas a

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promover a saúde e o bem-estar humano como também assegurar o equilíbrio ecológico dos ecossistemas aquáticos em decorrência da degradação da qualidade da água dos corpos receptores.

3.3 Legislação Municipal

A Lei Orgânica de Redenção, publicada em 1990, define em seu art. 1, inciso II, como um de seus princípios fundamentais a proteção do meio ambiente, logo, competindo ao município, conforme o art. 9 inc. XVIII, instituir e manter programas para garantir a proteção e a preservação ambiental dos ecossistemas, em parceria com entidades estaduais e federais. Outra diretriz a ser considerada na lei por meio do art. 9, é que compete ao município a prestação direta ou sob regime de concessão ou permissão dos serviços públicos de interesse local, incluindo nesse caso os serviços de saneamento básico (REDENÇÃO, 1990). Prevê-se também na lei Orgânica o desenvolvimento de programas de habitação com a construção de moradias e melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico, de forma progressiva e incluindo as áreas rurais e urbanas (REDENÇÃO, 1990). Cabe ao município, em conjunto com o Governo do Estado, assegurar a implantação de infraestrutura básica e serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, com vistas à distribuição equilibrada e proporcional à concentração populacional (art. 140). Vale enfatizar que, de acordo com o art. 143, a execução da política urbana está condicionada ao direito de todo habitante aos serviços públicos essenciais, entre eles, saneamento básico. Outra ferramenta importante prevista na Lei Orgânica, art. 178, é a promoção de educação ambiental nas instituições de ensino, como instrumento de sensibilização e conscientização pública, com interferência direta na preservação ambiental (REDENÇÃO, 1990). Conforme art. 190 é dever do município a preservação dos recursos

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hídricos, bem como seu uso racional e a captação de recursos, em parcerias com entidades estaduais e federais, para a realização de programas de aproveitamento social dos mananciais, abrangendo (REDENÇÃO, 1990):

I. o fornecimento de água potável e de saneamento básico em todo o aglomerado urbano, com mais de mil habitantes, observados os critérios de regionalização de atividade governamental e a alocação de recursos; II. a expansão do sistema de represamento de água com edificação, nas jusantes de açudes públicos, de barragens, bem como a instalação de sistema irrigatório como prioridade para as populações mais assoladas pelas secas; III. o aproveitamento das reservas subterrâneas, no atendimento das comunidades mais carentes.

O Plano Diretor Participativo (PDP) do município de Redenção, foi instituído pela Lei municipal de nº 1.258, de 12 de dezembro de 2007, constituindo- se por princípios, regras e mecanismos norteadores da construção e utilização do território municipal (REDENÇÃO, 2007). Em referência ao saneamento básico, o PDP tem como objetivo específico (art. 5 inc. II) crucial: o desenvolvimento e a implantação dos sistemas de água e esgoto em todas as áreas urbanizadas e núcleos de apoio, com prioridades para aquelas mais adensadas, especialmente, a Sede municipal (REDENÇÃO, 2007). No arts. 39 e 40 da lei do PDP constam diretrizes e ações que buscam implantar o sistema de esgotamento sanitário com a adoção de projetos e programas com tecnologias adequadas e compatíveis de tratamento e disposição final das águas residuárias considerando as potencialidades e as especificidades territoriais, expansionistas e de infraestrutura de cada área do município. Ressalta- se ainda o envolvimento da participação popular nas ações de planejamento, execução e controle dos sistemas (REDENÇÃO, 2007). No Arts. 45 e 46 são traçadas diretrizes e ações que visam promover o abastecimento de água a toda a população urbana e rural, atentando para a concepção de soluções adequadas em ambas as áreas e de maneira que assegure a eficiência e o controle dos sistemas de abastecimento de água (REDENÇÃO, 2007).

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Salienta-se que os projetos e medidas dos serviços de água e esgoto devem estar integralizados e compatibilizados com os demais serviços de saneamento básico, manejo/drenagem de águas pluviais e limpeza urbana/destinação final dos resíduos sólidos (REDENÇÃO, 2007). Para a Lei de nº 946/2000, que dispõe sobre o parcelamento do solo do município, torna-se obrigatório que todo o parcelamento seja integrado à infraestrutura urbana existente (considerando sobretudo, a rede dos serviços públicos existentes e projetados) e obedecendo aos critérios da municipalidade de seus órgãos competentes (REDENÇÃO, 2000a). A Lei nº 948, de 29 de dezembro de 2000, que trata do Código de Postura, em seu art. 36 estabelece a obrigatoriedade da interligação dos domicílios que estiverem cobertos com rede pública de esgotamento sanitário. Quando não houver rede pública de esgotamento sanitário, é admitido a disposição dos esgotos das edificações em instalações individuais ou coletivas com tratamento via tanque séptico e sumidouro (REDENÇÃO, 2000b). Ainda no código de posturas, fica vetado o lançamento dos efluentes de qualquer edificação na rede de drenagem pluvial (REDENÇÃO, 2000b). A Política Ambiental do município de Redenção, Lei nº 1.529 de 14 de fevereiro de 2014, tem como premissa básica possibilitar a população o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado com prerrogativa no desenvolvimento sustentável (REDENÇÃO, 2014a). Pela Lei n° 1.529, a garantia ao saneamento ambiental de forma ampla é caracterizado como importante instrumento de ação e de competência do município, abrangendo aspectos do abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo dos resíduos sólidos, drenagem, entre outros (REDENÇÃO, 2014a). Na Política Ambiental é reforçada que nas áreas dotadas de redes públicas de abastecimento de água e esgotamento sanitário os imóveis existentes e novos deverão se interligar obrigatoriamente, sob pena de sanções previstas nas leis vigentes aos responsáveis (REDENÇÃO, 2014a). Fica impossibilitado na política em questão (REDENÇÃO, 2014a):

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a) o despejo direto de águas residuárias sanitárias e de outras origens em vias públicas e/ou na rede de drenagem; b) o a introdução de águas pluviais na rede de esgoto; c) quando não existir sistema público de esgotamento sanitário ou pela geração de efluente com características qualitativas incompatíveis com a tecnologia de tratamento adotada nos sistemas públicos, os empreendimentos de grande porte e/ou significativo potencial poluidor deverão possuir sistema de tratamento de efluentes. Destaca-se que o lançamento de esgotos de qualquer fonte poluidora só poderá ser disposto em corpo receptor se apresentar conformidade com os critérios e padrões ambientais da legislação vigente (REDENÇÃO, 2014a). No Art. 82 é previsto o monitoramento e a realização de campanhas de educação ambiental para controle da qualidade das águas dos poços, com a instalação de equipamentos de cloração. Fazendo parte das ações de educação ambiental está ainda a implantação de medidas prioritárias para minimizar as perdas nos sistemas de abastecimento de água (REDENÇÃO, 2014a). Em Redenção, Lei nº 1.538/2014, que altera a lei de nº 1.283 que criou o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA), define-se que o COMDEMA é organismo colegiado local, de caráter consultivo, deliberativo, recursal e de assessoramento do poder público, com propósito de definir normas e regulamentos da Política Ambiental e de demais questões associadas ao meio ambiente, ao desenvolvimento urbano e a melhoria da qualidade de vida dos habitantes (REDENÇÃO, 2014b). O município de Redenção, por meio da Lei Municipal nº 1.051/2003 outorga à Cagece a concessão para explorar, com exclusividade, no prazo de 30 (trinta) anos, os serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário, para fins de implantação, exploração, ampliação e melhoria dos mesmos (REDENÇÃO, 2003). A fiscalização dos serviços é de responsabilidade do município, que poderá delegar a sua execução à Arce mediante convênio a esse fim (Redenção,

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2003). O Plano Plurianual (PPA) do município, para o quadriênio 2014-2017, estabelece investimentos de R$ 10.520.00,00 (dez milhões, quinhentos e vinte mil, novecentos reais) para ações de manutenção do sistema de abastecimento de água; limpeza urbana e coleta de lixo; implantação de coleta seletiva em todo o município; construção de reservatórios de água; saneamento básico e manutenção das atividades da vigilância sanitária (REDENÇÃO, 2013). Por fim, vale ressaltar que o referido PPA deverá ser revisado à luz dos investimentos previstos no PMSB, cuja competência seja da prefeitura do município de Redenção.

3.4 Unidades de Conservação (UCs)

A Lei Federal 9.985, de 18 de julho de 2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), define como unidades de conservação:

[…] espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.

As unidades de conservação do SNUC estão enquadradas em dois grupos: Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável. No primeiro, o intuito é a preservação da natureza, sendo admitido somente o uso dos recursos naturais para fins que não envolvam o consumo, coleta, dano ou destruição destes, com exceção dos casos previstos na respectiva lei. No outro grupo de UC fica permitido o uso sustentável dos recursos naturais em observância da conservação do meio ambiente. São categorias de UCs por parte das Unidades de Proteção Integral (BRASIL, 2000): I - Estação Ecológica: […] tem como objetivo a preservação da natureza e a

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realização de pesquisas científicas; II - Reserva Biológica: […] tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais; III - Parque Nacional: […] tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico; IV - Monumento Natural: […] tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica; V - Refúgio de Vida Silvestre: […] tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.

São categorias de UCs por parte das Unidades de Uso Sustentável (BRASIL, 2000): I - Área de Proteção Ambiental: […] é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais; II - Área de Relevante Interesse Ecológico: […] é uma área em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza; III - Floresta Nacional: […] é uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas; IV - Reserva Extrativista: […] é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade; V - Reserva de Fauna: […] é uma área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos; VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável […] é uma área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica;

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VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural: [...] é uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica.

Por meio do Decreto Estadual de Nº 20.956, de 18 de setembro de 1990, foi declarada a Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra de Baturité (Figura 3), conforme Art. 1º, a região limitada “a partir da cota de 600 metros com coordenadas geométricas extremas entre 4°08’ e 4°27’ de latitude sul e 38°50’ a 30°05’ de longitude oeste, inscrita na unidade geográfica da Serra de Baturité, com área de 32.690 hectares” (CEARÁ, 1990). A APA da Serra de Baturité abrange total ou parcialmente os seguintes municípios , Baturité, Capistrano, , , Mulungu, e Redenção (CEARÁ, 1990). O maciço da Serra de Baturité possui uma cobertura vegetal bastante complexa, com características de mata úmida. Exercendo forte relevância na manutenção da disponibilidade hídrica tanto para a região do maciço como para a região metropolitana de (SEMACE, 2016). A serra representa um dos mais importantes compartimentos de relevo elevado do Ceará, com a predominância de solos Podzólicos Vermelhos-Amarelos Distróficos, que apesar da baixa fertilidade desse tipo de solo, a APA de Baturité apresenta boas condições de fertilidade natural devido à existência de folhagem e detritos vegetais advindos da vegetação que tem porte de floresta tropical úmida. Atualmente, a UC em questão integra o Complexo Florestal da Mata Atlântica (SEMACE, 2016). Conforme o Decreto Estadual Nº 20.956/1990 são objetivos específicos da APA da Serra de Baturité (Art. 2º):

a. proteger as comunidades bióticas nativas, as nascentes dos rios, as vertentes e os solos; b. proporcionar à população regional métodos e técnicas apropriadas ao uso do solo, de maneira a não interferir no funcionamento dos refúgios ecológicos; c. desenvolver na população regional uma consciência ecológica e conservacionista.

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Ainda disposto no Decreto Estadual Nº 20.956, por intermédio do Art. 3º, é vetado ou restringido:

I. A implantação ou ampliação de atividades potencialmente poluidoras, capazes de afetar os mananciais de água, as forma do relevo, o solo e o ar; II. a realização de obras de terraplanagem e a abertura de estradas, quando essas iniciativas importarem em sensíveis alterações das condições ecológicas regionais; III. a derrubada de floresta e a captura ou extermínio de animais silvestres de qualquer espécie; IV. os projetos urbanísticos, inclusive loteamento, sem a prévia autorização da Superintendência Estadual do Meio Ambiente, de acordo com os arts. 11 e 14 da Lei n.º 11.411, de 28 de dezembro de 1987; VI. o uso de agrotóxicos, em desacordo com as normas ou recomendações técnicas oficiais.

Os problemas ambientais diagnosticados na APA são ocasionados devido: caça de animais silvestres; supressão da vegetação; queimadas; práticas agrícolas inadequadas, sobretudo, pelo uso indiscriminado de agrotóxicos; disposição ambientalmente inadequada de resíduos sólidos; poluição dos corpos d'água; ausência e/ou ineficiência da infraestrutura e serviços de saneamento básico; especulação imobiliária; e, turismo de massa. Outra questão que merece atenção é a necessidade de dinamizar as alternativas sustentáveis de fontes de renda para a população local (SEMACE, 2016).

Apoio técnico e institucional: 46 Figura 3 - Localização da APA da Serra de Baturité.

Fonte: IBGE, 2010; MMA, 2016; GOOGLE EARTH, 2016; modificados.

4 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO

4.1 Histórico

O município de Redenção-CE teve origem como distrito policial nomeado inicialmente de Acarape, criado por Ato Provincial em 1842, e elevado à condição de vila em 1868, desmembrando-se do município de Baturité (IBGE, 2016). Por meio da lei Provincial de nº 2167, de 17-08-1889, Acarape foi denominado de Redenção e elevado à categoria de cidade (IBGE, 2016). O nome Redenção faz menção ao fato de ter sido a primeira cidade brasileira a libertar seus escravos, ocorrido em 01 de janeiro de 1983, quando então chegaram à vila os abolicionistas José Liberato Barroso, General Antônio Tibúrcio, Padre Guerra, Justiniano de Serpa, José do Patrocínio e João Cordeiro, com o propósito de presenciarem a libertação dos 116 escravos do lugarejo (UNILAB, 2016). Em divisão territorial mais recente, originada desde 2005, o município de Redenção é constituído por 5 (cinco) distritos: Redenção, Antônio Diogo, Barra Nova, Faísca e Guassi (IBGE, 2016), tal como representado na Figura 4.

Apoio técnico e institucional: 48

Figura 4 - Mapa do município de Redenção e seus distritos.

Fonte: adaptado IBGE, 2010. Elaborado por: Gerência de Concessão e Regulação (GECOR) – CAGECE – Junho/2016.

4.2 Localização

O município de Redenção localiza-se na porção Norte do Estado do Ceará, a aproximadamente 61 km da capital Fortaleza, situando-se na Macrorregião de Baturité, Mesorregião do Norte Cearense e Microrregião de Baturité. Possui área de 225,63 Km² e está a 88,8 m de altitude. Suas coordenadas geográficas são 4º 13' 33" de latitude, Sul e 38º 43' 50" de longitude, Oeste. Redenção faz limite com os seguintes municípios: Acarape, Guaiuba, Palmácea, Pacoti ao Norte; Aracoiaba, Barreira ao Sul; Barreira, Acarape ao Leste; Pacoti, Baturité ao Oeste (Figura 5) (IPECE, 2015). O acesso ao Município pode ser feito pela rodovia CE-060.

Apoio técnico e institucional: 49 Figura 5 - Mapa de localização do município de Redenção - CE.

Fonte: IBGE, 2010; BING MAPS, 2016 (modificados). Elaborado por: Gerência de Concessão e Regulação (GECOR) – CAGECE – Junho/2016.

4.3 Aspectos Fisiográficos

4.3.1 Bacia Hidrográfica

Este tópico aborda a exigência da LNSB, no tocante ao disposto no § 3º, do art. 19, em que os planos de saneamento básico deverão ser compatíveis com os planos das bacias hidrográficas em que estiverem inseridos. Assim sendo, foram avaliadas as informações contidas no Caderno Regional das Bacias Metropolitanas (CRBM), elaborado em 2009, e no Plano de Gerenciamento das Águas das Bacias Metropolitanas (PGAMB), elaborado em 2010.

4.3.1.1. Identificação e Caracterização das Bacias Hidrográficas

4.3.1.1.1 Bacias Metropolitanas

O município de Redenção encontra-se inserido na região das Bacias Hidrográficas Metropolitanas. Situando-se na porção nordeste do estado, limítrofe ao sul pela bacia do Banabuiú, a leste pela bacia do Baixo , a oeste pela bacia do Curu, e ao norte, pelo oceano Atlântico, conforme ilustrado na Figura 6.

Apoio técnico e institucional: 51

Figura 6 - Mapa de localização da Bacia Hidrográfica Metropolitana.

Fonte: IBGE, 2010 (modificado). Elaborado por: Gerência de Concessão e Regulação (GECOR) – CAGECE – Junho/2016.

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A área hidrográfica correspondente da bacia metropolitana é de 15.085 km², representando 10% do território do estado e fazendo parte da drenagem de 40 (quarenta) municípios cearenses (CEARÁ, 2009a). Entretanto, conforme o Decreto Estadual de nº 26.902/2003, que cria o comitê das bacias hidrográficas (CBH) da região metropolitana de Fortaleza (RMF), a área de atuação do comitê de bacias da RMF se dá somente em 31 (trinta e um) municípios. Representam os municípios drenados pela bacia: em sua totalidade Acarape, , Aracoiaba, Barreira, Baturité, , Capistrano, Cascavel, , Choro, , Eusébio, Fortaleza, Guaiúba, Horizonte, Itapiúna, , Maracanaú, , , Pacatuba, , Redenção e parcialmente os municípios de , Aratuba, Canindé, , Guaramiranga, , , , Mulungu, Pacoti, , Palmácia, , , Quixadá, e São Gonçalo do Amarante (CEARÁ, 2003; CEARÁ, 2009a). A região hidrográfica é formada por 16 (dezesseis) bacias, correspondentes aos rios: São Gonçalo, Gereraú, Cauhipe, Juá, Ceará, Maranguape, Cocó, Coaçu, Pacoti, Catu, Caponga Funda, Caponga Roseira, Malcozinhado, Choró, Uruaú e Pirangi. Dentre estas, destaca-se os sistemas Ceará/Maranguape e Cocó/Coaçu e os principais sistemas de drenagem constituído pelas bacias dos rios Choró, Pacoti, São Gonçalo, Pirangi, Ceará e Cocó (CEARÁ, 2009a). Vale ressaltar que as bacias com maior extensão de rio principal são as do Choró, com 200 km; Pirangi, com 177,5 km; e o Pacoti, com 112,5 km, todos em sentido sudoeste-nordeste (CEARÁ, 2009a). Os recursos hídricos superficiais da bacia metropolitana são caraterizados por possuir baixa capacidade de armazenamento e pouca representatividade, embora, exercendo grande importância no contexto urbano por banharem essas áreas. Possuem no total 693 reservatórios, tendo 512 com área superior a 5 hectares (CEARÁ, 2009a).

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A consolidação da disponibilidade hídrica destas bacias envolve 15 (quinze) reservatórios, em que cada detém capacidade superior a 10 milhões de metros cúbicos. São eles: Acarape do Meio, Amanary, Aracoiaba, Batente, Castro, Catucinzenta, Cauhipe, Gavião, Macacos, Malcozinhado, Pacajus, Pacoti, Pompeu sobrinho, Riachão e Sítio Novos. No tocante as águas subterrâneas, é importante mencionar que há dois sistemas aquíferos: o das rochas sedimentares (porosos e aluviais), representando unidades geológicas com boas condições de armazenamento e fornecimento hídrico; e, os das rochas cristalinas (fissurais), que apresentam potencial reduzido. Informa-se que o município de Redenção se encontra inserido na área da bacia do rio Pacoti, principal manancial da RMF, que tem nascente localizada na Serra de Baturité e drenando uma área 1.257 km² (CEARÁ, 2010a), apresentando o açude Acarape do Meio (Figura 7) monitorado em seu território.

Figura 7 - Imagem de satélite do Açude Acarape do Meio.

Fonte: GOOGLE EARTH, 2016.

A gestão dos recursos hídricos no Ceará é de responsabilidade da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará – Cogerh. Para

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as Bacias Metropolitanas, a Cogerh monitora 20 (vinte) açudes, a saber: Amanary, Acarape do Meio, Aracoiaba, Batente, Castro, Catucinzenta, Cahuipe, Gavião, Itapebussu, Macacos, Malcozinhado, Maranguapinho, Pacajus, Pacoti, Penedo, Pesqueiro, Pompeu Sobrinho, Riachão, Sítios Novos e Tijuquinha (COGERH, 2016a). Para analisar a qualidade da água dos açudes, a Cogerh utiliza como base principal o estado de eutrofização dos mesmos, levando em consideração os aspectos de: ÍET de Carlson adaptado por Toledo, nutriente limitante, volume armazenado no açude, observações das gerências regionais, contagem de cianobactérias e intensidade de plantas aquáticas presentes no espelho d’água (COGERH, 2016a). A metodologia utilizada pela Cogerh baseia-se no cálculo do IET (para reservatórios) por meio das Equações 1 e 2, a seguir: 80,32 ln PT Equação 1 IET (PT )=10×[6⋅−( )] ln 2

2,04−0,695×lnCla IET (Cla)=10x[6−( )] Equação 2 ln2

Onde: PT = concentração de fósforo total medida à superfície da água (mg.L-1 = mg/m³). Cla = concentração de clorofila a medida à superfície da água (µg.L-1 = mg/m³). ln = logaritmo natural (neperiano).

Para a classificação do IET, são considerados os seguintes estados tróficos: oligotrófico, mesotrófico, eutrófico e hipereutrófico, conforme Tabela 4.

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Tabela 4 - Limites para diferentes níveis de estado trófico, segundo o sistema de classificação proposto por Toledo (1990). Estado trófico IET P total (mg/L) Clorofila a (µg/L) Oligotrófico IET<44 <0,026 <3,81 Mesotrófico 4474 > 0,211 >76,06 Fonte: TOLEDO (1990) citado por PAULINO; OLIVEIRA; AVELINO, 2013.

Para validar o grau de trofia estimada pelo IET, a Cogerh realiza ainda a contagem de cianobactérias. Na Tabela 5 é demonstrado os intervalos da contagem de cianobactérias associadas às respectivas classes tróficas propostas (PAULINO; OLIVEIRA; AVELINO, 2013).

Tabela 5 - Limites para diferentes níveis de estado trófico, segundo o sistema de classificação proposto por Toledo (1990). Ordem Classe trófica Contagem (Cél./mL) Descrição 1 Oligotrófico até 20.000 Número baixo de cianobactérias 2 Mesotrófico entre 20.00 e 80.000 Número médio de cianobactérias 3 Eutrófico entre 80.000 e 400.000 Número alto de cianobactérias 4 Hipereutrófico acima de 400.000 Número muito alto de cianobactérias Fonte: PAULINO; OLIVEIRA; AVELINO, 2013

Na Tabela 6 é apresentado o estado de eutrofização dos reservatórios monitorados das bacias metropolitanas.

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Tabela 6 - Situação trófica de açudes das bacias metropolitanas em novembro de 2015. Fósforo Total Clorofila-a Cianobactérias Açude Estado Trófico (mg/L) (µg/L) (Células/mL) Amanary - - - - Acarape do Meio 0,144 22,86 230.164 Eutrófica Aracoiaba 0,135 60,08 404.169 Hipereutrófica Batente 0,117 90,96 123.961 Eutrófica Castro 0,185 346,83 3.292.268 Hipereutrófica Catucinzenta 0,216 62,66 693.601 Hipereutrófica Cahuipe 0,087 41,83 171.838 Hipereutrófica Gavião 0,054 32,75 441.526 Hipereutrófica Itapebussu 0,268 5,61 41.471 Eutrófica Macacos 0,108 118,82 441.927 Hipereutrófica Malcozinhado 0,382 292,53 791.316 Hipereutrófica Maranguapinho 0,265 135,00 454.624 Hipereutrófica Pacajus 0,575 11,84 46.656 Eutrófica Pacoti 0,065 57,94 157.591 Eutrófica Penedo 0,119 19,49 15.292 Eutrófica Pesqueiro 0,087 232,42 1.377.093 Hipereutrófica Pompeu Sobrinho 0,311 109,04 409.006 Hipereutrófica Riachão 0,089 55,89 361.780 Eutrófica Sitíos Novos 0,370 95,23 755.258 Hipereutrófica Tijuquinha 0,013 14,33 598.218 Hipereutrófica Fonte: COGERH, 2016a. Nota: (-) Dado inexistente por apresentar condição de reservatório seco.

As informações presentes na Tabela 6 demonstram que, no período avaliado, os açudes estavam afetados significativamente por elevadas concentrações de fósforo total, que pode ter ocasionado o crescimento excessivo de cianobactérias, corroborando assim, o processo avançado de eutrofização e, em consequência, podendo ter provocado o comprometimento dos múltiplos usos praticados nesses mananciais. A partir da análise da Tabela 6 pode-se inferir que 36,8% dos açudes encontram-se no estado eutrófico e 63,2% no hipereutrófico, classificando a bacia

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como resultado de desempenho para o grau de trofia em situação “IMPRÓPRIA”, conforme a Tabela 7.

Tabela 7 - Indicador de desempenho do grau de trofia das Bacias Metropolitanas. Faixas Situação = 100% dos reservatórios Oligotróficos Excelente > 60% dos reservatórios Oligotróficos Ótima > 60% dos reservatórios Mesotróficos Boa < 50% dos reservatórios Eutróficos Aceitável > 50 % dos reservatórios Eutróficos Insatisfatória = 100% dos reservatórios Eutróficos Imprópria Fonte: CEARÁ, 2010a.

A Figura 8, a seguir, traz a localização do município de Redenção em relação às Bacias Metropolitanas.

Apoio técnico e institucional: 58 Figura 8 - Mapa de localização das bacias metropolitanas.

Fonte: IBGE, 2010 (modificado). Elaborado por: Gerência de Concessão e Regulação (GECOR) – CAGECE – Junho/2016.

No que se refere às águas subterrâneas, estudos de quantificação e caracterização das captações nas bacias metropolitanas, a partir do cadastro dos pontos d’água da CPRM – Serviços Geológicos do Brasil (2016), indicam a existência de 59 pontos d’água no município, sendo 55 poços tubulares, 03 amazonas e 01 fonte natural, captando água tanto em rochas sedimentares como cristalinas, conforme pode ser visto na Tabela 8.

Tabela 8 - Distribuição dos pontos de água nas bacias metropolitanas e no município de Redenção em 2016. Local Poços tubulares Poços amazonas Fontes naturais Total Bacias Metropolitanas 6197 64 03 6264 Redenção 55 03 01 59 Fonte: CPRM, 2016.

Na Tabela 9 são mostrados os valores da pluviometria registrados nas Bacias Metropolitanas no período de 2014-2015.

Tabela 9 - Precipitação pluviométrica nas Bacias Metropolitanas no período de 2014 a 2015. 2014 2015 Região Hidrográfica Normal Observado Desvio Normal Observado Desvio (mm) (mm) (%) (mm) (mm) (%)

Bacias Metropolitanas 942,6 670,4 -28,9 947,7 793,5 -16,3 Fonte: FUNCEME, 2016a. Nota: A partir de janeiro de 2016, a normal climatológica adotada no calendário de chuvas considera os dados do período 1981 a 2010.

Na Tabela 9 pode ser observado que nos últimos anos (2014-2015) ocorreu uma precipitação abaixo da média pluviométrica anual para a região hidrográfica avaliada.

4.3.1.2. Compatibilidade do pacto das águas das Metropolitanas com o PMSB de Redenção

Uma vez que o município de Redenção tem sua área territorial inserida nas Bacias Metropolitanas, o PMSB deve ter seus objetivos, programas, projetos e ações compatíveis com as diretrizes estabelecidas nos planos da respectiva bacia.

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Segundo o CRBM (2009) e PGABM (2010), os principais problemas ambientais encontrados nas bacias, com impactos no saneamento básico são: a) Conflitos de uso e ocupação do solo e precariedade das redes de infraestrutura; b) degradação antrópica do meio ambiente por meio das atividades da agricultura, pecuária e carcinicultura; c) numerosa quantidade de lavras clandestinas; d) despejos de águas residuárias domésticas e/ou industriais, não tratados ou tratados ineficientemente; e) uso indiscriminado de fertilizantes/agrotóxicos; f) incidência no aumento dos processos erosivos e impermeabilização do solo; g) assoreamento dos corpos d'água; h) disposição inadequada ambientalmente dos resíduos sólidos; i) contaminação das águas subterrâneas; j) ocupação irregular e desmatamento das áreas de preservação permanente dos cursos d'água; k) alteração da paisagem natural; l) alteração da qualidade do ar, entre outros. Procurando reduzir ou extinguir as práticas antrópicas que resultam na degradação ambiental e também promover políticas e programas para o desenvolvimento sustentável, o PGABM (2010) propõe como diretrizes: a) Estimular a educação ambiental em todos os setores sociais; b) apoiar estudos técnicos e científicos sobre conservação dos recursos naturais; c) garantir o direito da sociedade ao meio ambiente equilibrado ecologicamente; d) promover o uso sustentável dos recursos naturais; e) proteger a biodiversidade e as espécies em vias de extinção; f) realizar a recuperação das áreas degradadas.

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Em busca por melhorias nas condições ambientais, voltadas ao setor de saneamento básico, o PGABM (2010) recomenda as seguintes atividades: a) criar leis de uso e ocupação do solo que definam orientações para os municípios preservarem seu patrimônio histórico, artístico e paisagístico; b) executar programas de saneamento, com condições sanitárias ambientalmente adequadas em todo o território municipal; c) adotar práticas agrícolas orgânicas e de conservação do solo, compatíveis com o relevo, com as curvas de nível, respeitando a área de preservação permanente (APP) dos mananciais; d) implementar programas de coleta seletiva dos resíduos sólidos; e) elaborar Planos Diretores de desenvolvimento municipal que identifiquem: as áreas de preservação, as zonas industriais, residenciais, de lazer, comerciais e as áreas de risco; f) realizar Códigos de Obras que regulem o modo de execução das construções nos municípios, buscando garantir condições mínimas de higiene, saúde e segurança para aqueles que as usam e seus vizinhos; g) elaborar Códigos de Postura que estabeleçam regras de comportamento para a vida em sociedade, orientando a utilização dos espaços públicos e de uso coletivo; a coleta e o destino do lixo doméstico, hospitalar e industrial; as perturbações do ambiente social urbano; h) recuperar a vegetação ciliar da APP e ao longo do curso principal; i) explorar pecuária com limite de faixa de até 4 km (quatro quilômetros) distantes da bacia hidráulica dos reservatórios; j) ampliar o reúso dos efluentes tratados, para irrigação ou para usos industriais, numa região semiárida que tem carência de água, apresenta dificuldades de implementação face ao custo entre distâncias e localizações e, principalmente, à rejeição dos eventuais

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usuários destas águas residuárias. Ainda assim, admite-se que, no futuro, a longo prazo, tal aproveitamento será obrigatório. No PGABM (2010) foi estipulado metas que visam o adequado gerenciamento dos recursos hídricos em curto, médio e longo prazos, representando dessa forma os compromissos assumidos na implantação dos programas e atividades futuras. As metas dos indicadores (Quadro 1) foram estabelecidas em cinco temáticas, levando em consideração: monitoramento ambiental e controle da poluição; controle da exploração e uso da água; infraestrutura de abastecimento de água potável; controle da erosão e assoreamento dos corpos hídricos; e, por fim, viabilidade da gestão dos recursos hídricos.

Quadro 1 - Metas dos indicadores do plano da bacia metropolitana. Curto prazo Médio prazo Longo prazo Metas 5 anos 10 anos 20 anos Monitoramento ambiental e controle da poluição Meta 01 - Plano amostral de coletas de águas para todos os Cobertura de 60% Cobertura de 80% ecossistemas com a finalidade de Cobertura de 100% dos corpos dos corpos dar suporte à instituição dos índices dos corpos hídricos hídricos hídricos de estado trófico e de qualidade de água Meta 02 - Estabelecer, conforme a Enquadramento de Resolução CONAMA nº 357/05, o Enquadramento de Enquadramento de 100% dos corpos enquadramento de todos os 50% dos corpos 70% dos corpos hídricos lênticos e recursos hídricos de abastecimentos hídricos lênticos hídricos lênticos lóticos presentes nas bacias Remoção de 50% Remoção de 75% Remoção de 100% da carga orgânica da carga orgânica da carga orgânica Meta 03 - Coletar e tratar 100% do e ampliação da e ampliação da e ampliação da esgoto urbano coleta de esgoto coleta de esgoto coleta de esgoto para 50% para 75% para 100% Controle da exploração e o uso da água Meta 04 - Montar e manter Desenvolvimento Manutenção do Manutenção do atualizado cadastro de usuários de de um cadastro de cadastro cadastro água usuários de água Infraestrutura de abastecimento de água potável

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Curto prazo Médio prazo Longo prazo Metas 5 anos 10 anos 20 anos Manutenção de Meta 05 - Possuir infraestrutura de Atingir 75% de Atingir 100% de 100% do abastecimento para atendimento de abastecimento abastecimento abastecimento 100% da população urbana urbano urbano urbano Controle da erosão e assoreamento dos corpos hídricos Criação de um Meta 06 - Incentivar a criação e a viveiro de mudas Triplicar o número Melhoramento e manutenção de viveiros e banco de de espécies de viveiros para manutenção dos sementes de espécies nativas nativas para cada cada bacia viveiros bacia Diagnosticar APPs, localizando e Meta 07 - Diagnosticar as áreas de quantificando as Recuperar 30 km² Recuperar 45 km² preservação permanente (APP) e áreas com de APP e em de APP e em em processo de desertificação. necessidade de processo de processo de Iniciar processo de recuperação recuperação. desertificação desertificação Recuperar 15 km² de APP Viabilidade da gestão de recursos hídricos Meta 08 - Atualização e integração Elaboração de Manutenção de Manutenção de das bases de dados existentes para banco de dados banco de dados banco de dados as bacias hidrográficas em estudo integrado integrado integrado Consolidação do Cadastro. Meta 09 - Estudos para a Acompanhamento Acompanhamento Determinação de implementação da cobrança da implementação da implementação tarifas e de seus impactos Meta 10 - Incentivo a programas de Ações regionais e treinamento e capacitação de Acompanhamento Acompanhamento locais em educação ambiental e comunicação e melhoramento e melhoramento Educação social alusivos à gestão de recursos das ações das ações Ambiental hídricos Fonte: CEARÁ, 2010a.

Contudo, na compatibilização entre os planos de saneamento e de gerenciamento das águas das bacias metropolitanas, o PMSB de Redenção precisará adotar diretrizes envolvendo os componentes abastecimento de água e esgotamento sanitário para contribuir no alcance dos objetivos e das ações previstas no PGABM. As principais diretrizes a serem adotadas são: a) Universalizar o acesso aos serviços de abastecimento de água e de

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esgotamento sanitário do Município, minimizando o risco à saúde e assegurando qualidade ambiental; b) articular-se com outros planos setoriais correspondentes; c) fortalecer a cooperação com União, Estado, Município e população para a aplicabilidade da política municipal de saneamento básico; d) buscar recursos Federais e Estadual compatíveis com as metas estabelecidas neste Plano Municipal de Saneamento Básico, orientando sua destinação e aplicação segundo critérios que garantam à universalização do acesso ao saneamento básico. Vale salientar que essas diretrizes servirão como orientação no estabelecimento dos programas, projetos e ações deste PMSB.

4.3.2 Clima

Segundo o IPECE (2015), o município de Redenção possui clima tropical quente úmido, tropical quente sub-úmido e tropical quente semi-árido brando, com temperatura média entre 26 e 28 °C, tendo seu período chuvoso entre os meses de janeiro a abril. De acordo com os dados pluviométricos levantados junto a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – Funceme (2016b), no período de 1978 a 2015, a precipitação média anual no município foi de 1.128 mm, destacando- se historicamente os meses de março e abril com as maiores pluviometrias registradas, com 246,7 e 252,4 mm, respectivamente. Na Figura 9 é ilustrado a média de distribuição das chuvas mensais em Redenção.

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Figura 9 - Precipitação média histórica no município de Redenção, no período entre 1978 e 2015.

240,0

a 200,0 c i r t é

m 160,0 o i v u ) l m P

120,0 m o ( ã ç a t

i 80,0 p i c e r

P 40,0

0,0 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Mês Fonte: FUNCEME, 2016b.

4.3.3 Solo

De acordo com o Perfil Básico Municipal de Redenção (IPECE, 2015), os principais tipos de solos encontrados na região são: planossolo solódico e podzólico vermelho-amarelo. É importante lembrar que no Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos – SiBCS (2013), as classes de solos passaram por mudanças na nomenclatura. Diante disso, o Quadro 2 mostra algumas correlações entre as classes do SiBCS atuais e as classificações usadas anteriormente.

Quadro 2 - Correlação entre as classes do SiBCS e as classificações usadas anteriormente. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos Classificações anteriormente usadas na (2013) Embrapa Solos Planossolos Planossolo Solódico Argissolos Podzólico Vermelho-Amarelo Fonte: IPECE, 2015; SiBCS, 2013.

Assim, seguem as características gerais dos solos encontrados no município, conforme o SiBCS: a) planossolos: solos minerais imperfeitamente ou mal drenados e que

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apresentam horizonte A ou E seguido de horizonte B plânico. Quando o horizonte plânico não tem caráter sódico, perde em precedência taxonômica para o horizonte plíntico. O conjunto de solos dessa classe ocorrem geralmente em áreas de relevo plano ou suave ondulado, especialmente em regiões sujeitas à estiagem prolongada e em condições de clima semiárido; b) argissolos: solos constituídos por material mineral, com horizonte B textural imediatamente abaixo de A ou E e argila de atividade baixa ou alta, conjugada com saturação por bases baixa ou caráter alítico.

4.3.4 Relevo

O relevo do município é caracterizado principalmente por maciços residuais e depressões sertanejas (IPECE, 2015). Os maciços residuais cristalinos são constituídos por um conjunto de formações montanhosas nos vastos aplainamentos que tipificam a depressão sertaneja. Caracteriza-se por apresentar relevos residuais de grandes dimensões, com altitudes variando entre 600 e 1.100 metros, geralmente, ocasionadas por processos de erosão superficial, sustentadas por rochas graníticas e quartzíticas (BRANDÃO, 2014). Para Souza, Lima e Paiva (1979), os maciços residuais são formados por “rochas metamóficas ou intrusivas revestidos primariamente por florestas perenifólicas ou subperenifólicas com morfogênese química e evolução associada com os processos de dissecação do relevo”. A depressão sertaneja representa a unidade de maior extensão geográfica do relevo cearense, tendo cotas mais baixas (altimetria entre 100 e 350 m) que os planaltos cristalinos e/ou sedimentares, configurando assim a superfície sertaneja como uma vasta depressão interplanáltica. Recoberta por vegetação da caatinga de porte e flora bastante diferenciáveis conforme localidade, como também a distribuição espacial dos solos é bastante diversificada. Quanto a formação das

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rochas há uma erosão superficial ao desenvolvimento de áreas aplainadas causados pelas condições de semi-aridez mais rigorosas (SOUZA; LIMA; PAIVA, 1979; BRANDÃO, 2014).

4.3.5 Vegetação

A cobertura vegetal predominante na região de Redenção é a caatinga arbustiva densa e a floresta subcaducifólia tropical pluvial (IPECE, 2015).

4.4 Aspectos Socioeconômicos

4.4.1 Saúde e epidemiologia

Muitas categorias doenças estão relacionadas à falta de saneamento podendo ser identificadas em função da forma de transmissão pela precariedade dos serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. No Quadro 3 pode-se observar as principais doenças epidemiológicas causadas pela deficiência de saneamento básico.

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Quadro 3 - Doenças epidemiológicas ligadas ao saneamento básico. Ausência de Água Resíduos Drenagem/ Doenças esgotamento contaminada sólidos inundações sanitário Amebíase x x Animais peçonhentos x Ascaridíase x x Cisticercose x Cólera x x x Dengue x Disenteria bacilar x x Esquistossomose x x Febre tifóide x x Febre paratifóide x Filariose x Gastroenterites x Giardíase x x x Hepatite viral tipo A x x x Leishmaniose x Leptospirose x x x Meningites x Meningoencefalite x Peste x Poliomielite x x Rubéola x Salmonelose x Sarampo x Shigueloses x Tétano acidental x Toxoplasmose x Tracoma x Triquinose x Fonte: Adaptado da FUNASA, 2006.

A situação epidemiológica das doenças transmissíveis tem apresentado mudanças significativas, observadas por meio dos padrões de morbimortalidade em todo o mundo, oferecendo desafios aos programas de prevenção. Doenças como

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cólera, dengue, meningites, diarreias e gastroenterites persistem, representando relevante problema de saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento. Na Tabela 10, estão apontados os casos de morbidade e mortalidade ocasionados pelos tipos de doenças citadas acima no município de Redenção e no Estado para o ano de 2014.

Tabela 10 - Casos de morbidade e mortalidade no município de Redenção e no estado do Ceará, ocasionados por doenças relacionadas ao saneamento básico inadequado (2014). Morbidade Mortalidade Doenças Município Estado Município Estado Cólera - 12 - - Febre tifóide e paratifóide - 05 - - Shiguelose - 60 - 01 Amebíase - 10 - - Diarreia e gastroenterite 132 7404 2 70 Difteria - 03 - - Poliomielite aguda - - - - Febre Amarela - - - - Dengue (clássica e hemorrágica) 21 3306 - 12 Malária - 07 - 01 Leptospirose - 38 - 01 Filariose - 03 - - Leishmaniose - 582 - 22 Sarampo - 59 - - Esquistossomose - 02 - - Meningites - 233 - 16 Ancilostomíase - 01 - - Outras doenças infecciosas e parasitárias 03 3908 - 74 Total 156 15633 02 197 Fonte: DATASUS, 2016a. Nota¹: (-) Dado(s) não disponível(is) ou inexistente(s) no sítio do DATASUS. Nota²: Consulta realizada em maio/2016.

Em 2014, a maior incidência de morbidade no município de redenção, relacionadas a insuficiência de infraestrutura de saneamento básico, foi por diarreia

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e gastroenterite (n = 132 casos), detendo 1,78% dos casos do Ceará (n = 7404) e tendo sido registrado 02 (dois) óbitos no município para este tipo de doença. Ressalta-se ainda que foram registrados 21 casos de morbidade por dengue, equivalendo a 0,64% das notificações por dengue no estado. Embora tenha existido casos de dengue no município, não houve nenhuma mortalidade.

4.4.1.1. Cobertura de Saúde

A cobertura de saúde deve buscar a universalidade do acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência, contribuindo para a promoção, proteção e recuperação da saúde da população. Para o Ministério da Saúde, estabelecimento de assistência à saúde é qualquer edificação destinada a prestação de assistência à saúde à população que demande acesso de pacientes, em regime de internação ou não, qualquer que seja o seu nível de complexidade. Na Tabela 11 estão apresentados os principais tipos de unidades de saúde existentes no município de Redenção até o abril 2016.

Tabela 11 - Tipos de unidades de saúde existentes no município de Redenção em 2014. Tipo de estabelecimento Público Filantrópico Privado Sindicato Total Academia de Saúde 01 - - - 01 Central de Regulação de Serviços de Saúde 01 - - - 01 Centro de Apoio a Saúde da Família - CASF 01 - - - 01 Centro de Atenção Psicossocial - CAPS 01 - - - 01 Centro de Saúde/Unidade Básica de Saúde 08 - - - 08 Clínica Especializada/Ambulatório Especializado 03 - 01 - 04 Consultório - - 03 - 03 Hospital Geral - 01 - - 01 Posto de Saúde 13 - - - 13 Secretaria de Saúde 01 - - - 01 Unidade Móvel Pré Hospitalar - Urgência/Emergência 01 - - - 01 Total 30 01 04 - 35 Fonte: DATASUS, 2016a. Nota: (-) Dado(s) não disponível(eis) ou inexistente(s) no sítio do DATASUS.

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Analisando-se os dados de 2014, infere-se que o município dispunha de 35 unidades de saúde, sendo a maioria de caráter pública (85,71%), de acesso universal. Em seguida aparecem os estabelecimentos privados (11,43%), denominados de Sistema de Assistência Suplementar à Saúde. E há 01 (uma) unidade de saúde, hospital geral, de esfera filantrópica. Segundo o Ministério da Saúde – Lei nº 8.080/1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências – o conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS). O quadro de profissionais de saúde ligados ao SUS, no município de Redenção, está disposto na Tabela 12 a seguir.

Tabela 12 - Profissionais de saúde ligados ao SUS - 2014. Discriminação Redenção Agentes comunitários de saúde 67 Dentistas 16 Enfermeiros 21 Médicos 29 Outros prof. de saúde/nível médio 130 Outros prof. de saúde/nível superior 28 Total 291 Fonte: SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ (SESA) citado por IPECE, 2015. Nota: Profissionais de saúde cadastrados em unidades de entidades públicas e privadas.

De acordo com a Tabela 12, a equipe de profissionais de Redenção vinculada ao SUS é composta de 291 multiprofissionais alocados em unidades básicas de saúde, possuindo em sua maioria a categoria de outros profissionais de saúde de nível médio (44,68%), representados principalmente por técnicos e auxiliares de enfermagem. Em seguida, têm-se os agentes comunitários de saúde (23,02%), que são os responsáveis por realizar visitas domiciliares e obter informações capazes de dimensionar os principais problemas de saúde que afetam

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a comunidade. O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), criado pelo Governo Federal, tem como objetivo a prevenção de doenças por meio de informações e de orientações sobre cuidados de saúde. O acompanhamento é realizado pelos agentes comunitários em famílias residentes em situações de risco epidemiológico e social. Um dos estudos realizados pelo PACS está relacionado ao aleitamento materno. Na Tabela 13, estão apresentados os dados referentes ao município de Redenção no ano de 2014.

Tabela 13 - Crianças acompanhadas pelo Programa Agentes de Saúde (2014). Discriminação Município (%) Estado (%) Até 4 meses só mamando 61,60 68,71 De 0 a 11 meses com vacina em dia 98,90 95,18 De 0 a 11 meses subnutridas (1) 0,56 1,03 De 12 a 23 meses com vacina em dia 99,13 94,74 De 12 a 23 meses subnutridas (1) 1,51 1,81 Peso < 2,5 kg ao nascer 6,31 8,23 Fonte: SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ (SESA) citado por IPECE, 2015. Nota: (1) Crianças com peso inferior a P10.

Observa-se na Tabela 13 que em Redenção 98,90% das crianças com até 11 meses de nascidas e 99,13% com idade entre 1 e 2 anos, acompanhadas pelo programa agentes de saúde, apresentaram vacinação em dia, possuindo melhor desempenho quando comparado à situação do Estado.

4.4.1.2. Indicadores de saúde

Os indicadores de saúde são constituídos por meio de dados relacionados aos casos de doenças ou mortes e são utilizados para avaliar o nível de saúde da população. Dentre os principais indicadores estão os de morbidade e mortalidade por diarreia e gastroenterite. Os dados extraídos do Datasus para esses casos, no município de Redenção, em comparação com a microrregião de Baturité, são do ano de 2014 e

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estão apresentados na Tabela 14.

Tabela 14 - Internações e óbitos por diarreia e gastroenterite no município de Redenção e outros municípios da microrregião de Baturité (2014). Município Nº de internações Nº de óbitos Baturité 03 - Capistrano 05 - Guaramiranga 03 - Itapiúna 12 - Palmácia 07 - Redenção 132 02 Total 162 02 Fonte: DATASUS, 2016a. Nota: (-) inexistência de casos de doenças ou dados não disponibilizados.

Na Tabela 14 é indicado que em 2014, no município de Redenção, houve 132 internações por diarreia e gastroenterite, representando 81,5% dos casos ocorridos na microrregião de Baturité. Em relação ao número de óbitos, foram registrados 02 (duas) mortes na microrregião, ocorridas somente em Redenção. Os dados de estatísticas vitais para o município em comparação com o Estado no ano de 2014, estão disponibilizados na Tabela 15.

Tabela 15 - Estatísticas vitais infantis de Redenção e do Estado do Ceará (2014). Indicadores Município Estado Nascidos vivos 437 127.421 Óbitos infantis 07 1.575 Mortalidade infantil/1.000 nascidos vivos 16,02 12,36 Fonte: SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ (SESA), 2013 citado por IPECE, 2015.

Para o ano de 2014 (vide Tabela 15), a taxa de mortalidade infantil no município foi de 16,02/mil nascidos vivos, superior a observada no estado (12,36 por mil nascidos vivos). Os dados mais recentes para os Indicadores da Atenção Básica do PSF são do ano de 2009, conforme Tabela 16.

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Tabela 16 - Indicadores de Atenção Básica do PSF para o município de Redenção e Estado do Ceará em 2009. Indicadores Município Estado População coberta pelo programa (%) 103,9 76,9 Mortalidade infantil por diarreia (1) 10,5 1,2 Prevalência de desnutrição (2) 1,1 3,3 Taxa de hospitalização por pneumonia (3) 3,2 17,3 Taxa de hospitalização por desidratação (3) 1,8 9,6 Fonte: DATASUS, 2016b. Nota:(1): por 1.000 nascidos vivos; (2): em menores de 2 anos, por 100; (3): em menores de 5 anos, por 1000; menores de 5 anos na situação do final do ano. (-) Dado(s) não disponível(is) ou inexistente(s) no sítio da SESA.

Destaca-se de maneira positiva na Tabela 16, o índice de cobertura da população pelo Programa de Saúde da Família que esteve acima dos 100%. Entretanto, tem-se um dado bastante preocupante para o município de Redenção que foi a taxa de mortalidade infantil por diarreia (10,5 crianças/mil nascidos vivos) superando em 875% à média do Estado.

4.4.2 Educação

Na Tabela 17 são identificados a quantidade de professores e alunos regularmente matriculados em Redenção no ano de 2014.

Tabela 17 - Número de professores e alunos matriculados em Redenção em 2014. Dependência Administrativa Docentes Matrícula inicial Federal - - Estadual 71 1669 Municipal 223 5553 Particular 43 631 Total 337 7853 Fonte: SEDUC citado por IPECE, 2015.

Em 2014, Redenção apesentava 337 docentes distribuídos entre as dependências estadual, municipal e particular, dos quais 66,17% eram da esfera

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municipal. Estes números mostram o potencial que a rede escolar tem de disseminar a educação ambiental em todos os níveis de ensino (Tabela 17). Ainda de acordo com a Tabela 17, o número de discentes matriculados chegou a 7.853, com proporção de 1 professor para cada grupo de 24 alunos. Do total de matriculados, 70,71% eram da rede municipal de ensino. Os dados mostram o público passível à formação de valores, ideias, atitudes e habilidades voltadas à prevenção, identificação e solução de problemas ambientais. Na Tabela 18 pode-se verificar os indicadores educacionais de Redenção em 2014.

Tabela 18 - Rendimento escolar do município de Redenção em 2014. Ensino Fundamental (%) Ensino Médio (%) Discriminação Município Estado Município Estado Aprovação 97,00 92,30 85,20 85,00 Reprovação 2,40 5,90 9,80 7,10 Abandono 0,60 1,80 5,00 7,90 Fonte: SEDUC citado por IPECE, 2015.

Com relação ao indicador rendimento escolar (consultar Tabela 18), que mede os resultados alcançados pelos alunos ao término do ano letivo, o município apresentou índice de aprovação superior à média do Estado no ensino fundamental, e valor similar a média estadual no ensino médio. Já para o índice de reprovação foi menor no ensino fundamental e maior no ensino médio, comparados ao Estado.

4.4.3 Índices de Desenvolvimento (IDHM e IDM)

O desenvolvimento de um município deve ser analisado sob o ponto de vista econômico e social. Portanto, havendo necessidade de se trabalhar com indicadores que forneçam informações sobre o nível geral de desenvolvimento do município, incorporando aspectos como saúde, educação e renda, por exemplo. Nessa perspectiva, procurou-se evidenciar os dados do Índice de desenvolvimento Humano do Município (IDHM) e do Índice de Desenvolvimento

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Municipal (IDM). O primeiro, é uma medida geral do desenvolvimento humano do município (envolvendo os componentes de educação, longevidade e renda) e foi criado para contrapor um outro índice: o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. Já o IDM traz uma análise multidimensional, uma vez que trabalha com 30 indicadores, divididos em 4 grupos ligados a aspectos fisiográficos, fundiários e agrícolas, demográficos e econômicos, de infraestrutura e sociais. Conforme o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2013), o IDHM é um número que varia entre 0 e 1 (quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano). Municípios com IDHM até 0,499 têm desenvolvimento humano considerado muito baixo; municípios com índice entre 0,500 e 0,599 são considerados de baixo desenvolvimento humano; entre 0,600 e 0,699, são considerados de médio desenvolvimento humano; entre 0,700 e 0,799, são considerados de desenvolvimento humano alto; e a partir de 0,800 têm desenvolvimento humano muito alto. Os resultados para IDHM do Município em relação ao estado do Ceará e ao Brasil, nos anos de 1991, 2000 e 2010 estão dispostos na Tabela 19.

Tabela 19 - Índices de Desenvolvimento Humano do Município de Redenção (IDHM), do estado do Ceará e do Brasil nos períodos de 1991, 2000 e 2010. IDHM Ranking Período Redenção Ceará Brasil Estadual Nacional 1991 0,349 0,405 0,493 37º 3286º 2000 0,478 0,541 0,612 46º 3527º 2010 0,626 0,682 0,727 56º 3561º Fonte: Adaptado PNUD, 2013.

De acordo com a Tabela 19, entre 1991 e 2010, Redenção teve um aumento no seu IDHM em torno de 79% nas últimas duas décadas, enquanto que no cenário nacional esse aumento foi de 47% e no estadual de 68%. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 42,55% entre 1991 e 2010 (PNUD, 2013).

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Com isso, o município saiu da faixa de desenvolvimento humano “muito baixo” nos anos de 1991 e 2000 para “médio” em 2010. Apesar disso, Redenção passou a ocupar a 3.561ª posição em relação aos 5.565 municípios do Brasil e, em relação aos 184 municípios do Ceará, ocupa a 56ª posição (PNUD, 2013). Os resultados da análise do IDHM e seus componentes IDHM Renda, IDHM Longevidade e IDHM Educação para os períodos de 1991, 2000 e 2010 estão representados na Figura 10.

Figura 10- Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e seus subíndices para o município de Redenção (1991, 2000 e 2010).

0,626 IDHM 0,478 0,349

0,750 IDHM Longevidade 0,702 0,597 1991 0,567 2000 2010 IDHM Renda 0,470 0,425

0,577 IDHM Educação 0,331 0,168

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1

Fonte: Modificado PNUD, 2013.

Na Figura 10, foi evidenciado que o subíndice IDHM-Educação obteve um acréscimo bastante significativo de 243% do período de 1991 para 2010, contribuindo fortemente para o progresso do índice geral. Em seguida, registrou-se os subíndices relativo à renda e à longevidade, com variação positiva menos expressiva, obtendo um aumento de 35,41% e 25,63%, respectivamente. É importante destacar ainda que a dimensão com melhor resultado de desenvolvimento humano em Redenção, embora tendo possuído menor

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variabilidade, ocorreu pela longevidade com IDHM-longevidade igual a 0,750 em 2010. O Índice de Desenvolvimento Municipal (IDM) foi lançado em 1998 com o objetivo principal de traçar um perfil dos municípios e subsidiar decisões políticas que contribuam para a erradicação da pobreza no Estado. Assim sendo, busca criar um retrato multidimensional através da análise de 30 indicadores classificados em quatro grupos socioeconômicos: IG1 – Indicadores Fisiográficos, Fundiários e Agrícolas; IG2 – Demográficos e Econômicos, IG3 – Infraestruturas de apoio e IG4 – Sociais. Os resultados para IDM e seus indicadores para o município de Redenção nos períodos de 2000 e 2010 estão dispostos na Tabela 20 a seguir.

Tabela 20 - Índices de Desenvolvimento Municipal (IDM) de Redenção nos períodos de 2000 e 2010. Índice Período Ranking Classe IG1 IG2 IG3 IG4 Global 2000 39,48 18° 2 26,08 42,63 39,22 52,14 2010 32,69 29º 3 29,25 16,12 35,23 53,83 Fonte: IPLANCE, 2002; IPECE, 2012.

Conforme os resultados apresentados na Tabela 20, Redenção caiu 11 posições passando da colocação no ranking Estadual de IDM de 18º em 2000 para 29º lugar em 2010; decaindo também para a classe 3 e se enquadrado nesta com mais 70 municípios que tiveram índice médio igual a 29,67, com variação entre 23,82 a 39,92. A queda no ranking e na classe pode ser justificada pela diminuição dos valores do grupo de indicadores IG2 (demográficos e econômicos), registrando-se uma baixa acentuada de 42,63 para 16,12 (reduzindo cerca 62%). Informa-se que o cálculo do IG2 leva em consideração os seguintes indicadores: densidade demográfica, taxa de urbanização, PIB per capita, percentual do PIB do setor industrial sobre o PIB total do município, percentual do consumo de energia industrial e comercial sobre o consumo total, receita orçamentária per capita e percentual de trabalhadores do emprego formal recebendo mais de dois salários

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mínimos mensais. Menciona-se ainda que os melhores resultados dos índices foram para os indicadores pertencentes ao IG4 (indicadores sociais), tanto em 2000 como 2010, com valores similares de 52,14 e 53,83, respectivamente.

4.4.4 Demografia

Neste estudo foram considerados os dados censitários do IBGE para os anos de 1991, 2000 e 2010. Na Tabela 21 estão apresentados os resultados da evolução populacional por situação do domicílio, abrangendo os distritos de Redenção.

Tabela 21 - Evolução populacional por situação do domicílio no município de Redenção e seus distritos durante o período de 1991 a 2010. Situação do Ano Variação Variação Município e Distrito domicílio 1991 2000 2010 1991/2000 (%) 2000/2010 (%) Total 22.757 24.993 26.415 9,83 5,69 Redenção Urbana 10.718 12.787 15.134 19,30 18,35 Rural 12.039 12.206 11.281 1,39 -7,58 Total 9.483 10.528 11.358 11,02 7,88 Redenção - Sede Urbana 6.192 7.157 7.384 15,58 3,17 Rural 3.291 3.371 3.974 2,43 17,89 Total 7.259 8.377 9.773 15,40 16,66 Antônio Diogo Urbana 4.086 5.124 6.445 25,40 25,78 Rural 3.173 3.253 3.328 2,52 2,31 Total - - 821 - - Faísca Urbana - - 444 - - Rural - - 377 - - Total 3.738 3.955 2.470 5,81 -37,55 Guassi Urbana 404 502 353 24,26 -29,68 Rural 3.334 3.453 2.117 3,57 -38,69 Total 2.277 2.133 1.993 -6,32 -6,56 Barra Nova Urbana 36 4 508 -88,89 12.600,00 Rural 2.241 2.129 1.485 -5,00 -30,25 Fonte: IBGE – CENSOS (1991, 2000 e 2010). Nota: (-) Dado(s) não disponível(eis) ou inexistente(s).

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Conforme a Tabela 21, o município de Redenção apontou crescimento populacional de 16% entre os anos de 1991 e 2010, passando de um contingente populacional de 22.757 para 26.415 habitantes. Essa evolução foi devido ao aumento da população na zona urbana, que possuiu uma taxa acentuada de crescimento de 19,30% no período 1991-2000 e de 18,35% no período 2000-2010. Já na zona rural teve um decréscimo no período de 2000 a 2010 com uma taxa negativa de -7,58%. Quanto a situação do domicílio em Redenção, no último censo realizado, tem-se que a distribuição da população se deu em 57,29% na zona urbana e 42,71% na área rural, apresentando uma distribuição, em termos quantitativos, mais homogênea. Em relação aos distritos, na Tabela 21, notou-se que Redenção Sede e Antônio Diogo assinalaram acréscimo populacional, configurando-se como as regiões com maior adensamento do município, com total de, respectivamente, 11.358 e 9.773 habitantes em 2010. Ressalta-se ainda que em ambos os distritos, um pouco mais de 65% dos residentes dessas áreas residem nos espaços urbanos. Contudo, Guassi e Barra Nova foram os distritos em que houve uma redução demográfica entre 1991 e 2010, com taxas negativas de -33,92% e -12,47%, respectivamente. Diferente de Redenção Sede e Antônio Diogo, maior parte dos habitantes de Guassi e Barra Nova residem nas áreas rurais, ocupando 85,7% e 74,5% da população total do distrito, respectivamente. Para o distrito de Faísca não foi possível efetuar uma avaliação temporal demográfica devido à ausência de dados nos Censos de 1991 e 2000. Vale destacar que Faísca detém apenas cerca de 3% da população do município (821 habitantes, em 2010), estando sua população distribuída homogeneamente nas zonas rurais e urbanas. O Censo demográfico do ano de 2010 foi utilizado para identificar o número de domicílios considerado para determinação dos níveis de atendimento e de cobertura do sistema. A Tabela 22 mostra em detalhes a distribuição dos dados de domicílios particulares e coletivos existentes no município, em nível de distrito.

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Tabela 22 - Dados de domicílios particulares e coletivos no município de Redenção e em seus distritos em 2010. Município Situação Total Domicílios Média de moradores Domicílios Domicílios e do de particulares por domicílio particular particulares coletivos distritos domicílio domicílios ocupados ocupado (hab/dom) não ocupados Total 9.026 7.405 3,56 1.616 5 Redenção Urbana 5.100 4.298 3,51 797 5 Rural 3.926 3.107 3,63 819 - Total 3.590 3.100 3,66 487 3 Redenção Urbana 2.352 2.059 3,58 290 3 - Sede Rural 1.238 1.041 3,82 197 - Total 3.482 2.817 3,47 663 2 Antônio Urbana 2.238 1.872 3,44 364 2 Diogo Rural 1.244 945 3,52 299 - Total 333 262 3,13 71 - Faísca Urbana 175 137 3,24 38 - Rural 158 125 3,02 33 - Total 872 651 3,79 221 - Guassi Urbana 170 96 3,68 74 - Rural 702 555 3,81 147 - Total 749 575 3,47 174 - Barra Nova Urbana 165 134 3,79 31 - Rural 584 441 3,37 143 - Fonte: IBGE, 2010. Nota: (-) Dado(s) não disponível(eis) ou inexistente(s).

Em 2010, Redenção possuiu um total de 9.026 domicílios, estando maior parte dessa quantia situada nos distritos de Redenção Sede e Antônio Diogo, abrangendo 39,77% e 38,58%, respectivamente, do total existente no município. Salienta-se ainda que cerca de 65% dos domicílios dos distritos citados anteriormente estão inseridos nas áreas urbanas (vide Tabela 22). Analisando-se a Tabela 22, pode-se inferir que, em 2010, 17,90% dos domicílios particulares de Redenção não estavam ocupados, totalizando 1.616 residências distribuídas percentualmente iguais nas zonas rural e urbana do município. Traduzindo essa informação em áreas distritais tem-se um grau de desocupação de: 25,34% em Guassi, 23,23% em Barra Nova, 21,32% em Faísca,

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19,04% em Antônio Diogo e 13,57% em Redenção Sede. Os dados acerca da densidade demográfica (hab./km²) estão dispostos na Tabela 23.

Tabela 23 - Densidade demográfica de Redenção nos períodos de 1991, 2000 e 2010, em hab/km². Município Dens. dem. (1991) Dens. dem. (2000) Dens. dem. (2010) Redenção 128,35 104,31 117,09 Fonte: IPECE, 2015.

O município de Redenção registrou, no último Censo elaborado pelo IBGE (2010), uma taxa densidade demográfica de 117 hab/km² (consultar Tabela 23).

4.4.5 Economia

4.4.5.1. Produto Interno Bruto (PIB)

O PIB é o indicador que demonstra a evolução da economia municipal. Os dados do PIB de Redenção no período de 2008 a 2012 estão apresentados na Tabela 24 e na Figura 11.

Tabela 24 - Produto Interno Bruto a preços de mercado e Produto Interno Bruto per capita de Redenção (2008-2012). PIB a preços de mercado PIB per capita Período Valor (R$ Mil) Variação (%) Valor (R$ 1,00) Variação (%) 2008 90.982 - 3.417 - 2009 98.212 7,95 3.669 7,37 2010 120.713 22,91 4.568 24,50 2011 140.358 16,27 5.289 15,78 2012 139.485 -0,62 5.232 -1,08 Fonte: adaptado de IPECE, 2015.

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Figura 11- Evolução do Produto Interno Bruto de Redenção (2008-2012).

8 5 180.000 5 8 .3 .4 3 0 9 160.000 1 4 3 .7 1 1 0 2 140.000 2 1 2 1 8 .2 120.000 .9 8 0 9 100.000 9 80.000 60.000

7 9 8 9 2 40.000 1 6 6 8 3 5 2 2 .4 .6 . . . 20.000 3 3 4 5 5 0 2008 2009 2010 2011 2012 Ano PIB a preços de mercado (R$ por mil) PIB per capita (R$)

Fonte: adaptado de IPECE, 2015.

Considerando valores nominais (preços correntes), ou seja, sem efeito inflacionário, verificou-se na Tabela 24 que o PIB deteve um aumento de aproximadamente 53,31% quando analisado o ano de 2012 (R$ 139.485.000,00) referente à 2008 (R$ 90.982.000,00), porém ressalta-se que houve um recuo de 0,62% no PIB do ano de 2012 para 2011. O PIB per capita apresentou comportamento semelhante ao PIB dos preços de mercado, com aumento de 53,12% entre 2008 e 2012 e com um recuo de 1,08% no ano de 2012 quando comparado a 2011. É válido mencionar ainda que a maior taxa de avanço dos indicadores ocorreram em 2010 (acréscimo de 22,91% do PIB a preço de mercado e de 24,50% do PIB per capita comparados ao ano de 2009), seguido do ano 2011 (acréscimo de 16,27% do PIB a preço de mercado e de 15,78% do PIB per capita comparados ao ano de 2009). Na Tabela 25 são indicados os resultados mais recentes (2012) do PIB por setores (agropecuária, indústria e serviços) no município de Redenção.

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Tabela 25 - Produto Interno Bruto de Redenção e do Estado por setores (2012). Variável Município Estado PIB a preços de mercado (R$ mil) 139.485 90.131.724 PIB per capita (R$) 5.232 10.473 Agropecuária 6,10 3,38 PIB setorial (%) Indústria 14,96 22,84 Serviços 78,95 73,78 Fonte: adaptado de IPECE, 2015.

Na Tabela 25 foi possível observar que a participação dos setores da economia no PIB do município acompanhou a tendência do estado, com a maior representatividade o de serviços (78,95% em Redenção e 73,78% no estado); em segundo, o da indústria (14,96% em Redenção e 22,84% no estado); e, com menor influência no PIB, o setor agropecuário (6,10% em Redenção e 3,38% no estado). O PIB de Redenção em 2012 foi de cerca de 139 milhões de reais, representando 0,15% do valor do PIB estadual (R$ 90.131.724.000,00). Já o PIB per capita cearense foi de R$10.473 reais e o do município com R$ 5.232,00, detendo 49,96% do indicador estadual. Esse valor relativamente reduzido, pode demonstrar fragilidade social e econômica do município, além de indicar também baixa capacidade de pagamento da população. Na Figura 12 é ilustrado a renda familiar mensal dos domicílios no município de Redenção em 2010.

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Figura 12 - Percentual do rendimento mensal per capita dos domicílios particulares de Redenção em 2010.

Sem rendimento 3,42 Mais de 20 salários mínimos 0,23 Mais de 10 a 20 salários mínimos 0,49 Mais de 5 a 10 salários mínimos 2,73 Mais de 2 a 5 salários mínimos 18,99 Mais de 1 a 2 salários mínimos 31,66 Mais de 1/2 a 1 salário mínimo 26,15 Até 1/2 salário mínimo 16,33 0 5 10 15 20 25 30 35

Domicílios particulares permanentes (%) Fonte: IBGE, 2010. Nota¹: Salário mínimo utilizado: R$ 510,00. Nota ²: A categoria Sem rendimento inclui os domicílios com rendimento mensal domiciliar somente em benefícios.

Conforme demonstrado na Figura 12, a maioria dos domicílios particulares permanentes (74,14%) vivem com menos de dois salários mínimos (SM) por mês, tendo: 31,66% com renda mensal entre 1-2 SM; 26,15% com renda mensal entre 1/2-1 SM; e, 16,33% com até meio SM. É notório observar que ainda 3,42% dos domicílios ocupados não possuem rendimento, possuindo como fonte de rendimento somente em benefícios. Na Tabela 26 estão apresentados, para o município de Redenção, os dados do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), que traz informações sobre famílias com renda mensal per capita de até 1/2 salário mínimo ou renda domiciliar mensal de até três salários mínimos. Tais famílias, com filhos entre idade de 0 a 17 anos, têm perfil para inclusão no Programa Bolsa Família (PBF).

Apoio técnico e institucional: 86

Tabela 26 - Descrição de Famílias segundo informações do Cadastro Único – Dez/2015. Identificação Quantidade Famílias cadastradas 5.889¹ Famílias cadastradas com renda mensal per capita de até ½ salário mínimo 5.459¹ Famílias beneficiadas no Programa Bolsa Família 3.817* Valor total repassado às famílias R$ 557.370,00* Fonte: MDS, 2016. Nota1: Atualizado até Dezembro de 2015. Nota2: Salário Mínimo em 2015: R$ 724,00. * Mês de referência: maio/2016.

Pode-se inferir que 64,82% das famílias cadastradas no CadÚnico são beneficiárias do PBF, e 92,70% têm renda mensal per capita de até 1/2 salário mínimo.

4.4.5.2. Receitas e Despesas

A situação das finanças municipais em 2013 pode ser analisada por meio do levantamento de suas receitas e despesas públicas, conforme Tabela 27 seguir. Tabela 27 - Receitas e despesas do município de Redenção no ano de 2013. Valor Valor Receitas Despesas R$ mil % R$ mil % Receita total 51.563 100 Despesa total 47.572 100 a) Receitas correntes 50.178 97,31 a) Despesas correntes 46.309 97,35 Receita tributária 1.472 2,85 Pessoal e encargos sociais 31.201 67,38 Receita de contribuições 1.879 3,64 Juros e encargos da dívida 1 0,00 Receita patrimonial 1.520 2,95 Outras despesas correntes 15.107 32,62 Receita de serviços - - b) despesas de capital 1.263 2,65 Transferências correntes 43.621 84,60 Outras receitas correntes 1.686 3,27 Investimentos 945 74,84 Inversões financeiras - - b) receitas de capital 1.385 2,69 Amortização da dívida 318 25,16 Fonte: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO citado por IPECE, 2015.

Foi evidenciado na Tabela 27 que o município fechou o ano fiscal de 2013 com saldo positivo de R$ 3.991.000,00. Nesse contexto, as receitas correntes constituíram o principal componente de entrada (97,31%), tendo as transferências correntes como maior fonte de receita (84,60%). Essas transferências são compostas de participação na receita da União, com destaque à cota-parte do

Apoio técnico e institucional: 87

Fundo de Participação dos Municípios (FPM), de dezessete milhões de reais; bem como na receita do Estado, com destaque à cota-parte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de três milhões de reais. Em relação aos desembolsos totais, as despesas correntes compuseram a principal componente de saída (97,35%), tendo dessa porção como maiores despesas os gastos com pessoal/encargos sociais (67,38%) e outros gastos correntes (32,62%).

4.4.6 Investimentos em Saneamento Básico

Nas Tabela 28 e Tabela 29 estão descritas as informações acerca de investimentos realizados ou previstos por meio de convênios estabelecidos por entes da federação (União e Estado, respectivamente) com o município de Redenção no período de 2000 a 2014.

Apoio técnico e institucional: 88 Tabela 28 - Investimentos em Saneamento (água e esgoto) de Redenção por meio de convênios com órgãos Federais no período 2000-2016. Ente Órgão Nº Convênio Objeto Vigência Valor conveniado (R$) 569397 Sistema de abastecimento de água Jun/06 a Fev/11 -

530397 Melhorias sanitárias domiciliares Dez/04 a Jan/09 79.700,97

477595 Execução de melhorias sanitárias domiciliares Dez/02 a Dez/04 69.995,12

443477 Execução de melhorias sanitárias domiciliares Jan/02 a Out/03 50.000,00 Ministério da 439634 Execução do sistema de melhorias sanitárias domiciliares Dez/01 a Out/03 46.681,99 Saúde Govern 439621 Execução de sistema de abastecimento de água Dez/01 a Set/03 75.000,00 o Federal 438721 Execução de melhorias sanitárias domiciliares (Projeto Alvorada) Dez/01 a Jan/03 47.500,00

413859 Construção de melhorias sanitárias domiciliares Jan/01 a Set/02 22.153,85

569404 Sistema de esgotamento sanitário Jun/06 a Jun/07 270.000,00

613591 Implantação de sistema de abastecimento de água Dez/07 a Jan/12 135.800,00 Ministério da Integração Nacional 589208 Obras de infraestrutura hídrica em Redenção - CE Jan/07 a Jun/10 126.181,81

Total (Federal) 923.013,74

Fonte: PORTAL DA TRANSPARÊNCIA GOVERNO FEDERAL, 2016. Nota¹: (-) Dado(s) não disponível(eis) ou inexistente(s); Tabela 29 - Investimentos em Saneamento (água e esgoto) de Redenção por meio de convênios com órgãos Estaduais no período 2011-2016. Ente Órgão Nº SIC Objeto Vigência Valor conveniado (R$) (SPJ-005744/CONV-2011/0051) Implantação de SAA com captação por meio de injetamento em adutora existente que abastece o distrito de Antônio Diogo, consta de adutora de água tratada de 190m, reservatório 710839 Mai/11 a Jun/12 120.580,67 semi enterrado com volume de 30m³, casa de proteção da estação elevatória, reservatório elevado de 15m³ com fuste de 9m, rede de distribuição de 1410m e 51 ligações prediais (SPJ-005743/CONV-2011/0050) Implantação de SAA com captação por meio de injetamento em adutora existente que abastece o distrito de Antônio Diogo, consta de adutora de água tratada de 317m, reservatório 710754 Mai/11 a Jun/12 131.233,34 semi enterrado com volume de 30m³, casa de proteção da estação elevatória, reservatório elevado com volume de 15m³ e fuste de 9m, rede de distribuição de 1937m e 51 ligações prediais CT 164/2014 - COPPE - Constitui objeto deste contrato, contratação de Secretaria do empresa na prestação de serviços de engenharia para implantação de Governo 943511 Nov/14 a Jun/16 1.524.295,84* Desenvolvimento 14 sistemas de abastecimento de água em comunidades no meio rural, Estadual Agrário no âmbito do programa água para todos no estado do Ceará CT 034/2013 - COPPE - Contratação de empresa para serviços de transporte e instalação de 14.228 cisternas de polietileno acompanhadas de bombas manual, nas comunidades rurais dos 887924 Abr/13 a Jun/16 17.560.000,00* municípios de: , Quixelô, , , , , Redenção, Pacoti, Horizonte, Capistrano, Itapiúna, Alcântaras, Graça e CC 149/2011 - COPPE/cisternas - Construção de 1.780 (um mil setecentos e oitenta) cisternas de placas nos municípios de Aratuba, 722288 Jul/11 a Jan/13 2.869.195,72* Guaramiranga, Mulungu, Pacoti, Redenção, Palmácia, Baturité, Itapiúna e Barreira no estado do Ceará Construção de 1.832 cisternas de placas nos municípios de Acarape, 554255 Aratuba, Barreira, Baturité, Caucaia, Guaramiranga, Meruoca, Mulungu, Mar/10 a Nov/11 3.028.540,80* Pacoti, Pacujá, Palmácia e Redenção no estado do Ceará Fonte: PORTAL DA TRANSPARÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, 2016. Nota¹: (-) Dado(s) não disponível(eis) ou inexistente(s); Nota²: (*) Investimento total do Governo Estadual para os municípios cearenses, incluindo-se Redenção. Tabela 29 - Investimentos em Saneamento (água e esgoto) de Redenção por meio de convênios com órgãos Estaduais no período 2011-2016. (Conclusão) Ente Órgão Nº SIC Objeto Vigência Valor conveniado (R$) CT 165/2014 - COPPE - Constitui objeto deste contrato, contratação de empresa na prestação de serviços de engenharia para implantação de 943508 Nov/14 a Ago/16 4.481.852,70* 20 sistemas de abastecimento de água em comunidades no meio rural, no âmbito do programa água para todos no estado do ceará CT 049/2013 - COPPE - Aquisição de 14.228 bombas d'água manuais, em ferro fundido dúctilo e 14.228 válvulas de pé com crivo de bronze, 892743 para instalação em cisternas de polietileno de 16.000 litros, para p Jun/13 a Jun/14 1.338.570,24* Secretaria do Governo programa água para todos, nos municípios de Acopiara, Tarrafas, Desenvolvimento Estadual Redenção, Horizonte, Capistrano e Sobral Agrário CT 177/2012- COPPE - Contratação de empresa na prestação de serviços de ação social e concepção de sistemas simplificados de abastecimento de água, no âmbito do programa água para todos, nos 881128 territórios do Cariri, Sertão Central Sul, Chapada da Ibiapaba, Sobral, Dez/12 a Jun/14 5.393.726,13* Litoral Extremo Oeste, Sertão Central, Sertões Inhamus/Crateús, Sertões de Canindé, Vale do Curu/Aracatiaçu, Metropolitano Fortaleza, Médio Jaguaribe, Litoral Leste e Maciço de Baturité Total (Estadual) 36.447.995,44 Fonte: PORTAL DA TRANSPARÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, 2016. Nota¹: (-) Dado(s) não disponível(eis) ou inexistente(s); Nota²: (*) Investimento total do Governo Estadual para os municípios cearenses, incluindo-se Redenção.

A partir da análise da Tabela 28, notou-se que o maior montante de investimentos em saneamento básico, contemplando apenas os serviços de água e esgoto, no período 2001-2012, a nível Federal, foi proveniente do Ministério da Saúde com R$ 661.031,93 para execução de melhorias sanitárias domiciliares e em sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Em seguida, no âmbito federal, encontram-se os investimentos oriundos do Ministério da Integração com R$ 261.981,81 para a construção de obras de infraestrutura hídrica e implantação de sistemas de abastecimento de água no município. Em nível estadual, os investimentos ocorreram por parte da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (Tabela 29), em que fora incluído o município de Redenção por alguns convênios, que somados, custaram mais de R$ 36 milhões, para implantação de cisternas de polietileno e de placa, recuperação e/ou ampliação de sistemas de abastecimento de água em vários municípios do estado do Ceará, inclusive com recursos destinados principalmente para as comunidades rurais. Na Tabela 30 são mostradas as ações implementadas e executadas, até maio de 2016, no combate a seca e convivência com a estiagem em Redenção, por intermédio do Governo Federal em parceria com os governos locais.

Tabela 30 - Ações implementadas e executadas pelos Governos Federal e Municipal de Redenção até maio de 2016. Ações e Equipamentos Quantidade Carros pipa em operações (Governo Federal) 05 Carros pipa em operações (Governo Estadual) 0 Cisternas construídas 2.186 Bolsa estiagem (nº de bolsas) 1.131 Garantia safra (nº de benefícios) 2.982 Retro (máquinas entregues) – PAC 01 Motoniveladora (máquinas entregues) – PAC 01 Número de operações (linha de Crédito) 1.420 Volume ofertado R$ 6.908.778,09 Fonte: OBSERVATÓRIO DA SECA DO GOVERNO FEDERAL, 2016.

Apoio técnico e institucional: 92

É esboçado na Tabela 30 que atualmente Redenção, que está em situação de emergência de estiagem, conta com o reforço no abastecimento da operação de 05 (cinco) carros pipas, além de ter sido executado até recentemente a construção de 2.186 cisternas. Outro importante programa concebido pelo Governo Federal é o “Água para Todos”, que tem como objetivo universalizar o acesso e o uso da água para populações carentes. O Ministério da Integração é o Órgão Federal financiador, sendo a Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) o Executor do programa no Estado do Ceará. Pode ser visto na Tabela 31, a partir do programa Água para Todos, os investimentos para implantação de sistemas de abastecimento de água em áreas rurais do município de Redenção até a competência de junho/2016.

Tabela 31 - Dados dos projetos do Programa Água para Todos até junho de 2016. Nº do Comunidade Situação Nº de famílias Valor (R$) projeto beneficiada 1077 Currais I Em execução 107 660.193,37 1078 Currais II Em execução 146 129.520,01 1079 Lagoa Dantas Paralisado 120 579.846,21 Elaborado pela SDA e Encaminhado 1080 Pirambu 61 54.419,85 ao Projeto São José para Licitação 1081 Serra Verde Em execução 45 215.678,75 1082 Sítio Saco do Guassi Em execução 49 119.267,17 Elaborado pela SDA e Encaminhado 1083 Susto I e II 147 715.949,61 ao Projeto São José para Licitação Total 675 2.474.874,97 Fonte: SDA, 2016.

No Programa Água para Todos, conforme a Tabela 31, tem-se registrado até junho/2016 um valor de investimento no total de R$ 2.474.874,97, destinados a implantação de sistemas de abastecimento de água em áreas rurais do município de Redenção que irá beneficiar 675 famílias. Recentemente, o Governo do Estado do Ceará criou o Programa de Combate à Pobreza Rural, em que está inserido o Projeto São José - atualmente em

Apoio técnico e institucional: 93

sua terceira fase, sendo responsável por investimentos em infraestrutura básica e da organização da agricultura familiar, com implantação de sistema de abastecimento de água, melhorias sanitárias e mecanização agrícola nas comunidades rurais com até 500 famílias no interior do Estado. O Projeto tem atuação em 177 municípios e prioriza os grupos sociais mais carentes, organizados por interesses comuns e representados por suas entidades associativas devidamente legalizadas (produtores rurais, pescadores, artesãos, etc). Destacam-se como órgãos estaduais parceiros do Projeto a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATERCE), a Superintendência de Obras Hidráulicas (SOHIDRA), a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), o Centro de Educação Tecnológica do Estado do Ceará (CENTEC), além dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Sustentável (CMDS) que são os responsáveis pela aprovação das propostas de financiamento e fazem o acompanhamento da implantação e operacionalização dos investimentos. O Governo do Estado participa com 90% dos recursos financeiros, dos quais 15% são provenientes do Tesouro do Estado e 75% de empréstimos contratados junto ao Banco Mundial, enquanto a Comunidade participa com 10% do custo do subprojeto, que geralmente são materiais e mão de obra (SDA, 2014). De acordo com a Sohidra (2016), o Projeto São José beneficiou, até 2011, cerca de 88.833 famílias no Estado, por meio de 1.637 sistemas de abastecimento domiciliar construídos e 44 em execução. Já em 2012, até o mês de maio, mais de 17 sistemas foram concluídos, atendendo a 607 famílias, num total de R$1.071.269,29 investidos. Em relação ao município de Redenção, os dados mais recentes do Projeto São José foram disponibilizados pela Cagece, SDA e SOHIDRA, conforme Tabela 32.

Apoio técnico e institucional: 94

Tabela 32 - Investimentos em abastecimento de água e esgotamento sanitário no município de Redenção pelo Projeto São José até junho 2016. Famílias Valor Comunidade Entidade Representativa beneficiadas (R$) Sistemas de abastecimento de água Associação do Desenvolvimento Maleitas 51 91.171,98 Comunitário de Itapai Mangueiral Associação Vitoria do Mangueiral 51 86.651,72 Associação Comunitária de Serra Serra Vermelha 69 81.797,76 Vermelha Associação dos Agricultores de Baixas Piroás 113 565.969,98 do município de Redenção Total 284 825.591,44 Sistemas de esgotamento sanitário Associação dos Agricultores de Baixas Piroás 104 630.563,59 do município de Redenção Associação Comunitária de Serra Serra Vermelha 16 96.759,17 Vermelha Total 120 727.322,76 Fonte: CAGECE, 2016; SDA, 2016; SOHIDRA, 2016. Nota: (-) Dado(s) não disponível(eis) ou inexistente(s).

Os investimentos executados/licitados do projeto São José para os sistemas de abastecimento de água em Redenção, no período de 2010 a 2016, contemplaram 284 famílias, com total de recursos financeiros em R$ 825.591,44. Já para os sistemas de esgotamento sanitário foram atendidas 120 famílias com investimentos totalizando R$ 727.322,76. Na Tabela 33 são especificadas as ações em saneamento básico do Plano Plurianual (PPA) do município de Redenção para o período de quatro anos (2014-2017).

Apoio técnico e institucional: 95

Tabela 33 - Investimentos previstos no Plano Plurianual de Redenção (PPA – 2014/2017). Valor (R$) Investimento/Ação Total (R$) 2014 2015 a 2017 Manutenção do sistema de 130.000,00 450.000,00 580.000,00 abastecimento de água Limpeza urbana e coleta de lixo 600.000,00 1.940.000,00 2.540.000,00 Implantação da coleta seletiva em 70.000,00 140.000,00 210.000,00 todo o município Construção de reservatórios de água 300.000,00 650.000,00 950.000,00 Saneamento básico 2.500.000,00 3.000.000,00 5.500.000,00 Manutenção das atividades de 170.000,00 570.000,00 740.000,00 vigilância sanitária Total 10.520.000,00 Fonte: REDENÇÃO, 2013.

No município de Redenção está previsto no PPA investimentos em torno de R$ 10,5 milhões em ações voltadas ao saneamento básico, construção de reservatórios, limpeza urbana e coleta de resíduos sólidos, coleta seletiva, entre outros.

Apoio técnico e institucional: 96

4.4.7 Plano Estadual de Convivência com a Seca

Diante da escassez de chuvas nos últimos anos, o Governo do Estado apresentou, em fevereiro de 2015, o Plano Estadual de Convivência com a Seca – Ações Emergenciais e Estruturantes. Este documento é um referencial importante para as ações do governo no enfrentamento do problema e na promoção de iniciativas de bases sustentáveis para o desenvolvimento do Estado. O plano tem uma concepção de curto (ações emergenciais) e de médio e longo prazo (ações estruturantes), com soluções pensadas pautadas em ações necessárias para o atendimento das demandas dos diversos setores da sociedade, o que transcende apenas a visão hídrica do problema. Para tanto, o documento foi concebido em torno de 06 (seis) grandes eixos de atuação, que correspondem as principais linhas de atuação do Governo do Estado a fim de se alcançar os objetivos pretendidos. Assim, tendo como base o desenvolvimento sustentável e de convivência com a seca, foram definidos os seguintes eixos: I - Gestão Institucional Integrada; II - conhecimento e inovação; III - segurança hídrica; IV - segurança alimentar; V - sustentabilidade econômica; VI - benefícios sociais. Analisando-se o eixo Segurança Hídrica, Redenção integra a lista de municípios em situação de alerta, com possibilidade de entrar em colapso entre outubro e dezembro de 2015 (ANEXO A - Mapa 7 do Plano Estadual de Convivência com a Seca). Para isso, são previstas ações emergenciais e, em conjunto, medidas estruturantes que devem ser implantadas com vistas a garantir uma solução mais efetiva e duradoura para o problema da seca, assim como listados no Quadro 4.

Apoio técnico e institucional: 97

Quadro 4 - Lista de ações emergenciais e estruturantes para o município de Redenção apontadas no Plano de Convivência com a Seca do estado do Ceará - 2015. Tipo Ação Aquisição de Etas móveis (29 para uso em todo o Estado) Instalação e eletrificação, com chafariz, de poços existentes na zona rural - Água para Todos (395 em 115 Municípios) Locação, construção, teste de vazão com análise físico-química e instalação de sistemas sim- plificados com chafariz em poços (300 poços) Teste de vazão com análise físico-quimica de poços profundos já perfurados pela Sohidra (300 poços) Construção direta de novos poços nas Sedes municipais pela Sohidra (750 Poços em todo o Estado) Instalação e eletrificação, com chafariz, de poços existentes com dessalinizador de 800L/h (100 em todo o Estado) Emergencial Instalação e eletrificação, com chafariz de 5.000L de poços existentes com vazão acima de 1.000L/h. (500 em todo o Estado) Aquisição de unidade para tratamento de água - Sistema de Abastecimento de Água (SAA) (900 em 129 Municípios) Manutenção do setor apícola – colmeias (168 municípios) Execução do programa leite fome zero (36,5 milhões de litros para atender gestantes, nutrizes e idosos) Execução das ações do programa garantia safra 2015 (334.113 vagas para agricultores em 182 municípios) Implantação do projeto seguro pesca para pescadores continentais (2.871 pescadores benefici- ados) Implantação de sistema de abastecimento de água e esgotamento sanitário - Projeto São José III (90 sistemas na zona rural de 50 municípios) Implantação de Sistema Simplificado de Abastecimento de Água (SSAA) - Água para Todos (603 sistemas simplificados em 148 municípios) Implantação dos distritos de medição e controle para redução de perdas Aquisição e instalação de macromedidores para grandes consumidores agrícolas (Todo o Esta- do) Implantação de kits de irrigação (2.187 kits em 131 municípios) Capacitação de famílias e implantação de projetos produtivos em comunidades rurais – Projeto São José III e Paulo Freire (933 projetos produtivos) Estruturante Implantação de unidades de palmas para formar produtores de palmas sementes – projeto Re- palma (30 unidades de um hectare em 26 municípios) Implantação de projetos produtivos em assentamentos federias – Incra (1.911 famílias em 73 assentamentos de 30 municípios) Implantação de um conjunto de inovações tecnológicas voltadas para escassez hídrica (convê- nio com o Governo Holandês - projeto piloto em um município)* Fortalecimento do Sistema de Monitoramento e Previsão de Secas (Estações meteorológicas, infraestrutura de processamento, etc) Elaboração de estudos e pesquisas sobre a alocação de águas (Projeto da Transposição do Rio São Francisco: bacias doadora e receptoras) Fonte: CEARÁ, 2015a (modificado). Nota¹: (*) Projeto piloto com município a ser escolhido.

Apoio técnico e institucional: 98

5 DIAGNÓSTICO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

O diagnóstico dos serviços, infraestruturas e instalações públicas de abastecimento de água potável e esgotamento sanitário busca retratar a situação de cada componente do saneamento básico do município de Redenção, a partir dos quais foram obtidas informações indispensáveis para auxiliar os gestores no planejamento e na tomada de decisões, bem como para a discussão com os vários setores da sociedade, visando garantir a integridade e a efetividade das ações a serem empreendidas.

5.1 Unidade Territorial de Análise e Planejamento

Para efeito do presente diagnóstico, adota-se o distrito como unidade territorial de análise e planejamento. Desta forma, mesmo quando existirem dados, informações ou indicadores por localidade, estes serão agregados e analisados em nível de distrito. O município de Redenção possui 05 (cinco) distritos, a saber: Redenção (Sede), Antônio Diogo, Barra Nova, Faísca e Guassi. Na Figura 13 estão identificadas as localidades existentes por distritos, obtidas a partir do levantamento dos dados realizados pela prefeitura.

Apoio técnico e institucional: 99 Figura 13 -Distritos e localidades do município de Redenção.

Fonte: IBGE, 2010; PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017.

5.2 Aspectos Institucionais

5.2.1 Dos Sistemas operados pela Cagece

O município de Redenção delegou à Cagece por meio de contrato de concessão a exploração dos serviços públicos de abastecimento de água e de coleta, remoção e tratamento de esgotos sanitários. O contrato de concessão foi celebrado em 11 de abril de 2003, com validade de 30 anos, renovável por igual período (Quadro 5).

Quadro 5 - Aspectos Gerais do Contrato de Concessão para exploração dos serviços púbicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário celebrado entre a Cagece e o município de Redenção. Contrato de Concessão Descrição Objeto Outorga, com exclusividade, à Cagece, da prestação dos serviços públicos municipais de abastecimento de água e esgotamento sanitário, para fins de exploração, ampliação e implantação dos mesmos. Fundamento Lei Estadual 9.499, de 20 de Julho de 1971, no regulamento geral de prestação de serviços de água e esgoto sanitário do Estado do Ceará, aprovado pelo Decreto Estadual nº 12.844, de 31 de julho de 1978 e na Lei Municipal nº 387/02, de 21/06/2002. Data de assinatura 11/04/2003 Data de vencimento 10/04/2033 Vigência 30 anos, renovável por igual período a critério das partes. Fonte: CAGECE, 2016.

O objeto do contrato de concessão é a outorga, por parte do município, com exclusividade à Cagece, da prestação dos serviços públicos municipais de abastecimento de água e esgotamento sanitário, para fins de exploração, ampliação e implantação dos mesmos, exceto nos aglomerados com até 1.500 habitantes. Uma das exigências deste contrato de concessão, sob responsabilidade da Cagece, é a elaboração a cada 5 (cinco) anos de um Plano de Exploração dos Serviços outorgados, contendo os investimentos a serem realizados. No entanto, com o advento da Lei nº 11.445/2007, o Plano de Exploração dos Serviços deverá ser substituído pelo Plano Municipal de Saneamento Básico, objeto do presente trabalho.

Apoio técnico e institucional: 101

Além das obrigações contratuais, a Cagece deve observar outros regulamentos, tais como as resoluções da Arce, nos termos da Lei Estadual nº 14.394/2009, que define a atuação da citada agência reguladora relacionada aos serviços públicos de saneamento básico, e dá outras providências. Outrossim, segundo a Resolução COEMA nº 08/2004, as atividades de saneamento básico desenvolvidas pela Cagece estão sujeitas ao licenciamento ambiental para construção, instalação, ampliação, modificação e funcionamento, por serem classificadas como Potencial Poluidor-Degradador (PPD), conforme mostra o Quadro 6.

Quadro 6 - Potencial poluidor–pagador do setor de saneamento. Código Grupo/Atividades PPD 29.00 Saneamento Básico 29.01 Estação de Tratamento de Água (Eta) - com simples desinfecção P 29.02 Eta Convencional M 29.03 Sistema de Abastecimento de Água com simples desinfecção P 29.04 Sistema de Abastecimento de Água com Tratamento Completo M 29.05 Sistema de Esgotamento Sanitário com ETE Não Simplificada A Sistema de Esgotamento Sanitário com ETE Simplificada - Fossa Séptica e Valas de 29.06 M Infiltração – Fossa Séptica, Sumidouros, Filtro Simplificado e Filtro Anaeróbico Fonte: RESOLUÇÃO COEMA n° 08/2004. Nota: (P) Pequeno potencial poluidor degradador; (M) médio potencial; (A) Alto potencial.

Redenção faz parte do sistema integrado de abastecimento de água dos núcleos operacionais de Redenção, Acarape, Antônio Diogo e Barreira composto pela captação no açude Acarape do Meio. A outorga de direito do uso (Nº708/2017) para captação no açude Acarape do Meio foi renovada em 12 de junho de 2017 com validade de 08 anos para a finalidade de abastecimento humano. Até a elaboração do presente plano, a licença de operação do sistema integrado de abastecimento de água de Redenção, Acarape, Barreira e Antônio Diogo encontrava-se em processo de renovação. Para o sistema de esgotamento sanitário existente apenas no bairro Boa Fé do distrito Sede não havia licença de operação. No que se refere à estrutura física e aos recursos humanos, há dois

Apoio técnico e institucional: 102

escritórios locais da Cagece no município, compreendendo as gerências de núcleos da Sede e do distrito de Antônio Diogo, onde funcionam os serviços administrativos, operacionais e comerciais. O município de Redenção está situado na área de abrangência da Unidade de Negócio da Bacia Metropolitana (UNBME), tendo seu núcleo localizado na rua Santos Dumont, nº 183, Centro, dispondo atualmente de 11 (onze) colaboradores, 01 (moto) e 01 (camionete). Já o escritório do distrito de Antônio Diogo, situado na rua Tereza Cristina s/n, onde funciona os serviços administrativos, operacionais e comerciais de água, dispondo de 03 (três) colaboradores. Na Tabela 34 segue os recursos humanos e as instalações dos escritórios existentes em Redenção.

Tabela 34 - Estrutura administrativa dos núcleos Sede de Redenção e distrito de Antônio Diogo. Turnos de Dias da Distrito Função/Tipo Quantidade trabalho Semana Técnico da Eta 01 Operador da Eta 04 Operador de Ete 01 08 às 12 h Segunda Operador de RDA 03 Sede 13 às 17 h a Sexta Gestor de núcleo 01 Estagiário 01 Moto 01 Camionete 01 Gestor de núcleo 01 Antônio 08 às 12 h Segunda Operador de RDA 02 Diogo 13 às 17 h a Sexta Moto 01 Fonte: CAGECE, 2016.

5.2.2 Dos sistemas implantados pelo SISAR

O Sistema Integrado de Saneamento Rural (Sisar) começou a ser implantado no Ceará em 1996, nas bacias do Acaraú e Coreaú. Atualmente, existem 8 (oito) unidades do Sisar distribuídos pelas bacias do estado.

Apoio técnico e institucional: 103

O Sisar beneficia pequenas comunidades e visa garantir, a longo prazo o desenvolvimento e manutenção dos sistemas implantados de forma autossustentável. Esses sistemas são Organizações Não Governamentais (ONGs) sem fins lucrativos, formados por associações comunitárias, com a participação e orientação da Cagece. Buscando fomentar as vertentes administrativa, técnica e socioambiental, os Sisars atuam nas comunidades filiadas realizando as atividades mostradas na Quadro 7.

Quadro 7 - Vertentes assumidas pelo Sisar. Gestão dos Sistemas Gestão da Associação Gestão do Meio Ambiente Capacitação das Associações Prestação de assistência técnica Promoção de ações educativas para o gerenciamento e preventiva e corretiva. sobre o uso racional da água. administração dos sistemas. Tratamento e controle da Aprimoramento da Educação Promoção de práticas voltadas à qualidade da água. Associativa. preservação dos mananciais. Fortalecimento e integração das Realização de ações de Emissão de contas. associações filiadas. Educação Sanitária e Ambiental. Preservação e conservação do Treinamento dos operadores. Sensibilização das associações meio ambiente. quanto à importância da Procedimentos de cortes, parceria com o SISAR. Implementação de Programa de religações e ligações novas. Educação em Saúde. Fonte: CAGECE, 2014.

Em Redenção, o Sisar está presente nos distritos Sede, Antônio Diogo, Faísca e Guassi.

5.3 Serviços, infraestruturas e instalações de saneamento

5.3.1 Abastecimento de água potável

O abastecimento de água no município de Redenção ocorre por diversas formas: sistema público de distribuição, poço, cisterna, carro-pipa, entre outros. A Cagece é responsável pela gestão do sistema integrado de abastecimento de água dos núcleos operacionais de Redenção, Acarape, Antônio

Apoio técnico e institucional: 104

Diogo e Barreira. No município de Redenção a Cagece atua no abastecimento de água dos distritos Sede, Barra Nova (apenas localidade Barra Nova) e Antônio Diogo. Vale destacar que a localidade Barra Nova é abastecida pelo SAA da Sede, de maneira integrada, logo todas as informações referentes aos domicílios de Barra Nova com abastecimento por meio da rede da Cagece serão abrangidas dentro do contexto do SAA de Redenção (Seção 5.3.1.1). O manancial utilizado para a captação de água bruta é o açude Acarape do Meio. Dessa forma, foram realizados procedimentos de visita técnica, levantamento em campo, análise e avaliação documental, obtenção de informações e dados gerais do sistema, bem como identificação e frequência de ocorrências. Visualiza-se na Figura 14 e na Figura 15, respectivamente, o croqui do sistema integrado e as principais unidades que compõem os SAAs no município de Redenção-CE.

Apoio técnico e institucional: 105

Figura 14 - Croqui do SIAA de Redenção, Antônio Diogo, Acarape e Barreira.

Fonte: CAGECE, 2016.

Apoio técnico e institucional: 106 Figura 15 - Principais unidades georreferenciadas dos sistemas de abastecimento de água do município de Redenção-CE.

Fonte: IBGE, 2010 (modificados). Elaborado por: Gerência de Concessão e Regulação (GECOR) – CAGECE – Junho/2016. Nota: EERD – estação elevatória de rede de distribuição; RAP – reservatório apoiado; EEAT – estação elevatória de água tratada.

5.3.1.1. Distrito Sede e localidades

O distrito Sede possui maior contingente populacional do município, cujo sistema é operado pela Cagece. Para efeito de planejamento, por se tratar de um sistema integrado, as informações aqui apresentadas contemplarão parte do sistema, constando de: captação, adução, estações elevatórias de água bruta e tratada, booster, tratamento, reservação e distribuição. A seguir são apresentadas as principais características do sistema que atende a Sede de Redenção (incluindo as localidades Sede, Boa Fé, Diamante, Itapaí e Outeiro) e a localidade Barra Nova (distrito Barra Nova).

5.3.1.1.1 Manancial

O manancial utilizado para o abastecimento de água da Sede de Redenção é o açude Acarape do Meio (Figura 16), de coordenadas UTM 522274 E, 9536488 S, localizado a aproximadamente 14 Km da Sede do município de Redenção. A capacidade de acumulação do reservatório equivale a 31.500.000 m³, assim como mostra sua ficha técnica na Tabela 35.

Figura 16 - Açude Acarape do Meio (Jul/2016).

Fonte: CAGECE, 2016.

Apoio técnico e institucional: 108

Tabela 35 - Ficha técnica do açude Acarape do Meio. Localização Município Redenção Sistema Metropolitana Rio Barrado Rio Pacoti Hidrologia Bacia Hidrográfica (km²) 210,96 Capacidade (m³) 31.500.000 Vazão Regularizada (m³/s) 1,42 Barragem Comprimento do Coroamento (m) 266,67 Largura do Coroamento (m) 4,0 Altura Máxima (m) 32,38 Cota (m) 133,02 Sangradouro Cota (m) 130,02 Largura (m) 53,0 Tomada D'água Tipo Galeria com tubulação Comprimento (m) 25,75 Diâmetro (mm) 400 Fonte: COGERH, 2016b; SRH, 2016.

Na Figura 17 apresenta-se as médias mensais do volume (%) do açude Acarape do Meio em um período de 12 (doze) meses.

Apoio técnico e institucional: 109

Figura 17 - Médias mensais do volume do açude Acarape do Meio, no período entre julho de 2015 a junho de 2016. 4 45 ,9 0 6 4 5 9 ,3 , 8 7 3 7 3 6 40 3 6 ,1 7 ) , , 5 0 6 5 3 7 8 3 3 % , 9 ( 3 , 3 2 2 3 e 35 ,7 0

m 3

u 4 l ,2 0

o 7 ,3 30 2 6 1

V 2 ,7 4 2 25

20 5 5 5 5 5 5 6 6 6 6 6 6 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 l o t t v z n v r r i n ju g e u o e a e a b a u a s o n d j f a m j Mês m Fonte: COGERH, 2016c (modificado). Acesso em 06.07.2016

Nos últimos meses, o reservatório Acarape do Meio registrou menor capacidade de volume em março de 2016 (24,71%, em média) e tendo registrado nos meses seguintes aporte considerável de água que permitiu acumulação no manancial, conforme apontado na Figura 17. No mês de junho o açude atingiu a capacidade média de 35,76%, representando um aumento de 44% do volume em percentual frente ao registrado em março. No que se refere à área preservação e proteção do corpo hídrico, há perímetro de proteção sanitária na área do manancial próxima ao ponto de captação, contribuindo assim para a qualidade ambiental do recurso hídrico naquele trecho.

5.3.1.1.2 Captação e adução de água bruta

A captação no açude Acarape do Meio é realizada superficialmente por um sifão, seguindo para uma caixa de passagem no interior da parede do açude e depois aduzida por uma adutora em aço com diâmetro de 900 mm, que transporta água bruta por gravidade até o açude Gavião. Na AAB de 900mm sai inicialmente uma derivação em ferro fundido (FºFº) de diâmetro de 200mm (ver Figura 18) para abastecer por gravidade a Eta Acarape

Apoio técnico e institucional: 110

do Meio, com extensão de 12 metros. É importante mencionar o frequente surgimento de vazamentos ao longo da AAB de 900mm, que funciona desde a década de 1970, sendo evidenciado bastante furtos e fraudes (CAGECE, 2014).

Figura 18 - Tomada d'água para a Eta Acarape do Meio.

AAB FºFº Ø 200 mm

AAB Aço Ø 900 mm

Fonte: CAGECE, 2016.

No ponto de tomada d’água para Redenção há grande variação de vazão, devido a este ponto estar sujeito às flutuações de demanda de água dos sistemas a jusante do SAA integrado de Redenção (CAGECE, 2014). De acordo com Cagece (2014), a AAB existente para a Eta Acarape do Meio está subdimensionada diante da necessidade de produção da estação, não permitindo o funcionamento integral dos filtros da Eta. Em referência a operação e a manutenção, atualmente, o sifão utilizado na captação gerenciado pela Cogerh se encontra danificado, não sendo possível regulá-lo para buscar a captação em melhor nível de qualidade na coluna d'água. O acesso ao longo da linha de adução é difícil, com percurso da adutora existente em

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vegetação abundante. Não há medição da água bruta captada pela Eta. Durante a visita técnica, constatou-se que há identificação do manancial e que sua área é destinada ao abastecimento público, entretanto a placa de sinalização que identifica o manancial está com sinalização desgastada.

5.3.1.1.3 Estação de tratamento de água

A Eta Acarape do Meio está localizada próxima ao açude Acarape do Meio, com vazão de projeto de 331 m³/h e regime de funcionamento de 24 horas. Até 2017, a vazão disponibilizada para tratamento era de 270 m³/h, insuficiente para atender ao funcionamento integral dos filtros da Eta, pois caso todos os filtros entrem em operação poderá ocasionar falta d'água em algumas localidades. O acesso ao sistema de produção é um pouco dificultoso, percorrendo por vias não pavimentadas com trechos de difícil circulação (estreito, aclive/declive acentuado) e com deformações na superfície das vias (buracos, corrugações, entre outros). Quanto a sinalização, não há placa de identificação da estação e nem que a área pertence a Cagece. Toda a área está devidamente delimitada. A estação de tratamento dispõe da seguinte infraestrutura: laboratório, casa de química, estação elevatória de água bruta EEAB-01, estação elevatória de água tratada EEAT-01, estação elevatória para lavagem do leito filtrante EELF-01, 01 (um) floculador, 01 (um) decantador, 12 (doze) filtros de fluxo ascendente, 03 (três) torres de níveis, 03 (três) filtros de pressão e 01 (um) reservatório semienterrado (RSE-01). Na Figura 14 está o croqui do SIAA de Redenção/Acarape/Barreira/Antônio Diogo, onde pode ser visto a infraestrutura da Eta. Destaca-se que atualmente os filtros de pressão estão desativados devido a vazão disponibilizada pela Cogerh não ser suficiente para atender a demanda da estação para o funcionamento dos filtros de pressão, sob consequência de gerar falta d'água em alguns pontos da rede de distribuição.

Apoio técnico e institucional: 112

A tecnologia do tratamento é do tipo convencional (ciclo completo), consistindo das etapas de coagulação, floculação, decantação, filtração, desinfecção e fluoretação. A Eta poderá ainda adotar o tratamento por filtração direta ascendente desde que a qualidade da água bruta seja compatível a essa tecnologia. O tratamento se inicia com a pré-oxidação da água bruta a partir da aplicação de hipoclorito de cálcio. Logo após, a água é destinada ao floculador, onde é aplicado por meio de condutos d'água flexíveis o coagulante policloreto de alumínio (PAC-23) e o polímero floculante. A dosagem do coagulante não é feita em zona de alta turbulência, portanto sendo necessário ajustar o ponto de dosagem para o trecho de maior agitação, com vistas a fornecer melhores condições de dispersão do coagulante. O processo de clarificação da água não tem a eficiência desejada já que durante a floculação não é possível potencializar a agregação das partículas coloidais promovendo a formação dos flocos, pois muitas chicanas estão danificadas, contendo áreas do floculador que não proporcionam a mistura lenta. Em decorrência disso, a sedimentação de algumas partículas em suspensão pode não ocorrer de forma satisfatória no decantador. O floculador e o decantador são feitos de concreto. No floculador, as chicanas são confeccionadas em placas de PVC fixadas em barrotes de madeira. As paredes do floculador estão deterioradas e a câmara do decantador apresenta rachaduras por onde há pequenos vazamentos. Ressalta-se ainda que na passagem de acesso as câmaras do floculador e do decantador não há guarda-corpo, como também no entorno dessas unidades há alguns trechos que não existem guarda- corpo. A água que sai do decantador é transportada por meio da EEAB-01 para a unidade de filtração (vide Figura 19), que possui taxa de filtração de projeto de 150 m³/m²xdia. No momento, apenas 07 (sete) filtros de fluxo ascendente estão em operação, os demais filtros estão fora de operação por necessidade de manutenção e/ou substituição do material do leito filtrante. Os filtros são compostos de fibra de vidro, com 08 (oito) possuindo 2,5 m de diâmetro e 04 (quatro) com diâmetro de 3,0

Apoio técnico e institucional: 113

m.

Figura 19 - Unidade de filtração de fluxo ascendente.

Fonte: CAGECE, 2016.

Após passar pelos filtros, a água segue para o RSE-01, onde é realizado a desinfecção e a fluoretação com a adição de cloro gasoso e fluossilicato de sódio, respectivamente. A água armazenada no RSE-01 é utilizada na lavagem de filtros e, depois, aduzida para a distribuição. As estações EEAB-01, EELF-01 e EEAT-01 não têm conjunto motobomba reserva. Não há também equipamentos reserva de dosagem de coagulantes e desinfetantes. O lodo produzido no decantador e as águas de lavagens dos filtros são dispostos de forma imprópria em um corpo receptor, já que a Eta não dispõe de estação de tratamento de resíduos gerados (ETRG). A destinação final ambientalmente adequada dos rejeitos gerados nas estações de tratamento de água tem despertado preocupação das prestadoras de serviços de saneamento básico. Uma solução apropriada é o uso de tecnologia que

Apoio técnico e institucional: 114

permita a redução do volume dos rejeitos, uma vez que estes apresentam elevado teor de umidade e concentrações de sólidos reduzidas, promovendo assim a minimização dos custos com transporte e disposição final. No período da visita (julho/2016), a Eta Acarape do Meio estava passando por reformas visando proporcionar melhorias nas unidades de tratamento, prediais e demais infraestruturas de apoio. Entre as instalações que estavam sujeitas as reformas, a casa de química já se encontrava em fase de conclusão e, quanto a sinalização, parte da estrutura predial estava com pintura nova aguardando a execução dos serviços de identificação da área interna e de seus equipamentos. Com relação a qualidade da água, a Portaria nº 2.914/11 do Ministério da Saúde trata do padrão de potabilidade da água para consumo humano e os procedimentos de controle e vigilância da qualidade, objetivando, portanto, a garantia da promoção da saúde à população. Atendendo aos requisitos da Portaria MS nº 2914/11, a Cagece realiza a coleta de amostras de água bruta, tratada e distribuída, fazendo análises físicas, químicas e microbiológicas para atender ao padrão de potabilidade. Dentre os parâmetros analisados, destacam-se: cor, turbidez, pH, cloro residual livre e flúor (a cada 2 horas); trihalometanos e oxigênio consumido (trimestral); ferro, alumínio, manganês, cloreto, alcalinidade e dureza (semestral); dentre outros. A cor aparente representa um dos principais parâmetros organolépticos monitorados nos sistemas de abastecimento, podendo trazer repulsa a aceitação da água para consumo humano. Este parâmetro de água reflete o grau de redução da intensidade da luz na água ocasionado pela presença de substâncias em suspensão e dissolvidas da amostra. Na Figura 20 é demonstrada, nos últimos 05 (cinco) anos, os resultados médios mensais das análises de cor aparente das amostras coletadas na saída da Eta e na rede de distribuição.

Apoio técnico e institucional: 115

Figura 20 - Resultados médios mensais de cor aparente (uH) na saída da Eta Acarape do Meio e na rede de distribuição do distrito Sede entre os anos 2011 a 2015.

60,0

50,0 e t n e ) r 40,0 a H p u ( a

r

o 30,0 C 20,0

10,0

0,0

1 1 1 1 2 2 2 2 3 3 3 3 4 4 4 4 5 5 5 5 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 1 4 7 0 1 4 7 0 1 4 7 0 1 4 7 0 1 4 7 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 Período Saída da Eta Rede de distribuição VMP

Fonte: CAGECE, 2016.

A partir dos resultados expostos na Figura 20, observou-se que em partes do período analisado os resultados médios mensais de cor aparente da água tratada e distribuída para a Sede de Redenção não estava em conformidade com o padrão de potabilidade exigido (VMP = 15 uH). Nesse intervalo de tempo cerca de 46% das amostras da rede de distribuição obedeceram ao padrão legal. Tal fato pode ser atribuído a baixa qualidade da água bruta, principalmente, no período de estiagem; agravado ainda pelo problema já mencionado anteriormente no ponto de captação; e, consequentemente, afetando a eficiência da estação de tratamento na remoção de cor. No tocante ao processo de desinfecção, são apontados na Figura 21 as concentrações de cloro residual livre analisadas na saída da Eta e na rede de distribuição do distrito Sede entre os anos de 2011 a 2015.

Apoio técnico e institucional: 116

Figura 21 - Resultados médios mensais do teor de cloro residual livre na saída da Eta Acarape do Meio e na rede de distribuição do distrito Sede entre os anos 2011 a 2015. 5,5

5,0 e r v i

l 4,5

l

a 4,0 u d i

) 3,5 s L e / r

g 3,0 o r m ( o

l 2,5 c

e 2,0 d

r 1,5 o e

T 1,0 0,5 0,0

1 1 1 1 2 2 2 2 3 3 3 3 4 4 4 4 5 5 5 5 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 /2 1 4 7 0 1 4 7 0 1 4 7 0 1 4 7 0 1 4 7 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 Período Mínimo (água fornecida) Saída da Eta VMP Mínimo (distribuição) Rede de distribuição Máximo recomendado

Fonte: CAGECE, 2016.

Conforme observado na Figura 21, os resultados médios mensais das análises de CRL na saída do sistema de tratamento estiveram dentro dos limites aceitáveis pela Portaria 2914/2011 (mínimo na água fornecida = 0,5 mg/L e VMP = 5,0 mg/L). Na rede de distribuição, todos os resultados médios estiveram com valores atendendo aos limites obrigatórios do padrão de potabilidade (entre 0,2 e 5,0 mg/L, mínimo e VMP na distribuição, respectivamente). Ressalta-se que na saída do tratamento 100% das amostras analisadas de CRL entre 2011-2015 estiveram de acordo com o padrão legal e na rede de distribuição houve 1,41% das amostras analisadas de CRL não atendendo aos limites legais. Outro parâmetro de extrema relevância nos estudos de controle de qualidade das águas é a turbidez. Nos sistemas de abastecimento a turbidez é utilizada tanto no monitoramento dos processos de clarificação como também tem importância sanitária no processo de desinfecção. Por definição, a turbidez é um

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parâmetro físico que traduz o grau de redução de intensidade que um feixe de luz sofre ao atravessar uma amostra de água, causado pela presença de sólidos em suspensão. O Anexo III da Portaria n° 2.914/11, estabelece metas progressivas para atendimento ao VMP de 0,5 uT para filtração rápida (tratamento completo ou filtração direta) da água pós-filtração ou pré-desinfecção, a saber: a) No final do 1°ano, ou seja, dezembro de 2012, em no mínimo 25% das amostras a turbidez < 0,5 uT e no restante < 1,0uT; b) no final do 2°ano, ou seja, dezembro 2013, em no mínimo 50% das amostras a turbidez < 0,5 uT e no restante < 1,0uT; c) no final do 3°ano, ou seja, dezembro 2014, em no mínimo 75% das amostras a turbidez < 0,5 uT e no restante < 1,0uT; d) no final do 4°ano, ou seja, dezembro 2015, em no mínimo 95% das amostras a Turbidez < 0,5 uT e no restante < 1,0uT.

Na Figura 22 é possível visualizar o histórico dos últimos 05 (cinco anos) dos resultados médios mensais de turbidez das amostras coletadas após a filtração.

Figura 22 - Resultados médios mensais de turbidez no período de 2011-2015 das amostras coletadas após a etapa de filtração da Eta Acarape do Meio.

4,5 4,0 3,5

z 3,0 e ) d i T 2,5 b u r (

u 2,0 T 1,5 1,0 0,5 0,0

Período Saída da Eta VMP Fonte: CAGECE, 2016.

Observando a Figura 22, constata-se que durante o período de 2011 a

Apoio técnico e institucional: 118

2015 as amostras analisadas na etapa pós-filtração estiveram predominantemente acima do VMP de turbidez de 0,5 uT (limite máximo obrigatório vigente em pelo menos 95% das amostras após o final do 4º ano da publicação da Portaria), portanto, não cumprindo ao padrão de turbidez definido na legislação para a etapa de pós filtração. Do total de amostras analisadas nesse intervalo de tempo (2011- 2015) cerca de 91% estiveram acima do padrão estabelecido na Portaria. O não atendimento da turbidez na etapa pós-filtração é também acentuado pela qualidade da água bruta fornecida, sobretudo, no período de estiagem; outra questão relevante é a deficiência do floculador e do decantador e da limitação de operação dos filtros, comprometendo assim a eficiência da Eta na remoção de turbidez. Lembra-se ainda que o sifão está captando água em um nível fixo não sendo possível regular este dispositivo para captar água em uma altura na coluna d'água de melhor qualidade. Os resultados das análises da turbidez na rede de distribuição podem ser vistos na Figura 23.

Figura 23 - Resultados médios mensais das análises de turbidez entre o período de 2011-2015 das amostras coletadas na rede de distribuição do distrito de Redenção. z e ) d i T b u r ( u T

Periodo Rede de distribuição VMP Rede

Fonte: CAGECE, 2016.

De acordo com a Figura 23, os valores médios mensais de turbidez na distribuição detiveram-se predominantemente abaixo do VMP de 5,0 uT. Entre os

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anos de 2011-2015 apenas 8% das amostras analisadas não obedeceram ao limite legal vigente. Na avaliação da qualidade microbiológica da água para consumo humano, os parâmetros mais rotineiros no monitoramento em sistemas de abastecimento são os coliformes totais e a Escherichia coli. Para a Portaria do MS 2914, o parâmetro coliformes totais funcionam como indicadores microbiológicos de eficiência do tratamento, na saída da Eta, e de integridade do sistema de distribuição, em reservatórios e rede. Já a bactéria E. coli representa diretamente o indicador de contaminação fecal, pois é a única espécie do grupo dos coliformes termotolerantes cujo habitat exclusivo é o intestino humano e de animais homeotérmicos, onde ocorre em densidades elevadas. Na Tabela 36 é assinalada o resumo das amostras de coliformes totais analisadas entre os anos de 2011 a 2015 na saída do tratamento e na rede de distribuição do distrito Sede de Redenção.

Tabela 36 - Total de análises de coliformes totais na saída da Eta Acarape do Meio e na rede de distribuição de Redenção entre os anos de 2011 a 2015. Saída da ETA RDA Ano Nº total de Amostras em desacordo¹ Nº total de Amostras em desacordo² amostras Total % amostras Total % 2011 103 3 2,91 335 15 4,48 2012 103 8 7,77 224 14 6,25 2013 104 22 21,15 156 31 19,87 2014 102 16 15,69 161 29 18,01 2015 99 16 16,16 246 57 23,17 Total 511 65 12,72 1122 146 13,01 Fonte: CAGECE, 2016. Nota ¹: Valor máximo permitido: Ausência em 100 mL; Nota ²: Ausência em 100 mL em 95% das amostras examinadas no mês.

Percebe-se na Tabela 36 que nos anos estudados foram constatados algumas amostras de coliformes totais em desacordo com os padrões de potabilidade tanto na saída da Eta como na rede de distribuição. Tal condição pode estar associada ao fato da Eta não possuir dispositivo para manter o tempo de

Apoio técnico e institucional: 120

contato mínimo a ser observado para a desinfecção por meio da cloração. Não se descarta também que durante a distribuição da água tratada possa existir alguma fonte de contribuição de coliformes totais por infiltrações nas tubulações. Contudo, a Cagece afirma que em situações de contaminação por coliformes totais é efetuado a descarga de rede no local e, em seguida, faz a recoleta de amostra para nova análise bacteriológica para constatação da qualidade da água após a adoção de medidas corretivas, quando necessárias. Para verificar se há indícios de contaminação fecal é imprescindível efetuar a análise de E. coli. Na Tabela 37 segue o quantitativo das amostras analisadas de E. coli na saída da Eta e na rede do distrito Sede durante o período de 2011 a 2015.

Tabela 37 - Total de análises de E. coli na saída da Eta Acarape do Meio e na rede de distribuição de Redenção entre os anos de 2011 a 2015 Saída da ETA RDA Ano Nº total de Amostras em desacordo¹ Nº total de Amostras em desacordo¹ amostras Total % amostras Total % 2011 103 0 0 338 0 0 2012 103 0 0 224 0 0 2013 104 0 0 156 0 0 2014 102 0 0 161 0 0 2015 99 0 0 246 8 3,25 Total 511 0 0 1122 8 0,71 Fonte: CAGECE, 2016. Nota ¹: Valor máximo permitido: Ausência em 100 mL.

Todas as amostras analisadas de E. coli na saída da unidade de tratamento durante os anos de 2011 a 2015 estiveram em conformidade com o padrão de potabilidade, assim como discriminado na Tabela 37. No sistema de distribuição, apenas em 2015 houve amostras em desacordo com o padrão (3,25% do total analisada em 2015).

5.3.1.1.4 Estações Elevatórias (EEs)

Apoio técnico e institucional: 121

Na Eta Acarape do Meio há 03 (três) estações elevatórias: a) A estação elevatória de água bruta EEAB-01, cuja finalidade é o bombeamento da água após o decantador para a unidade de filtração (vide Figura 24). Essa EE dispõe apenas de 01 (um) conjunto motobomba (CMB), não dispondo de CMB reserva e nem de dispositivo de proteção antigolpe. O prédio da EEAB-01 está apresentando telhado danificado e parte de suas paredes estão deterioradas. O CMB e suas tubulações e acessórios necessitam de serviços de pintura e identificação. O quadro de força e comando do CMB está sendo energizado pelo quadro da EE de lavagem dos filtros, sendo preciso a instalação de um painel de comando na EEAB-01;

Figura 24 - CMB da EEAB-01.

Fonte: CAGECE, 2016.

b) a estação elevatória para lavagem do leito filtrante EELF-01 possui 02 CMBs (Figura 25), 01 (um) em operação e 01 (um) reserva que durante a visita apresentava-se com defeito. A EELF-01 e seus CMBs não estavam em bom estado de conservação, estando danificados a base de fixação dos CMBs, o registro de sucção/recalque e a válvula de retenção da EELF-01. A condição de manutenção do quadro de força também não está adequada e não existe dispositivo de proteção

Apoio técnico e institucional: 122

antigolpe.

Figura 25 - CMBs da EELF-01.

Fonte: CAGECE, 2016.

c) a estação elevatória de água tratada EEAT-01, com a finalidade de adução da água tratada do reservatório semienterrado RSE-01 (localizado na Eta Acarape do Meio) para a rede distribuição do sistema integrado. Há 02 (dois) CMBs na EEAT-01, 01 (um) em operação e 01 (um) reserva que durante a visita se encontrava com defeito. A condição de manutenção do quadro de força também não está adequada. Não existe dispositivo de proteção antigolpe. Na rede de distribuição de água existente no perímetro do distrito Sede há a estação elevatória EERD-01 (booster Santa Rita). O booster Santa Rita possui 02 (dois) CMBs, 01 (um) em operação e 01 (um) reserva que durante a visita se encontrava com problema (vide Figura 26). Esse booster tem como finalidade atuar na elevação e pressurização da água para abastecimento da comunidade do Alto da Santa Rita, que está assentada em terreno de cota mais elevada. A EERD-01 está bem protegida, porém, está sem identificação. O painel de comando dos CMBs está em bom estado de conservação.

Apoio técnico e institucional: 123

Figura 26 - EERD-01 (Booster Santa Rita).

Fonte: CAGECE, 2016.

Ainda no território da Sede, na linha de adução da tomada d'água da adutora do sistema integrado para Antônio Diogo encontra-se a estação elevatória de água tratada EEAT-03 (Figura 27). A EEAT-03 tem a função de transportar água tratada por meio de 01 adutora com 01 injetamento retirado para a localidade do Alto da Boa Fé e outro para o reservatório apoiado RAP-07 (que abastece a localidade de Itapaí), ambas localidades da Sede, e, seguindo, depois, por esta adutora até a distribuição de Antônio Diogo. A EEAT-03 é composta por 02 (dois) CMBs, 01 (um) em operação e 01 (um) reserva que durante a visita estava com defeito. O quadro de força e comando dos CMBs está em bom estado de conservação. Contudo, a EE não apresenta bom estado de sinalização e conservação: a identificação desse equipamento está desgastada e seu espaço físico possui rachaduras. Não há dispositivo de proteção antigolpe. Os CMBs e suas tubulações e acessórios necessitam de serviços de manutenção.

Apoio técnico e institucional: 124

Figura 27 - Estação elevatória EEAT-03.

Fonte: CAGECE, 2016.

Em resumo é explicitado no Quadro 8 todas as EEs que integram o sistema de abastecimento para o distrito Sede.

Quadro 8 - Quadro resumo com as principais informações das EEs existente no distrito Sede. Especificações técnicas CMBs Tipo de Coordenadas Altura Elevatória Origem/Destino Localização Vazão Potência água (UTM) Nº manométrica (m³/h) (CV) (mca) Água Água pós 522731/ EEAB-01 01 250 15 20 bruta decantada/Filtros 9536663 Reservatório 522731/ EELF-01 Eta Acarape 02 250 15 20 RSE-01/Filtros 9536663 do Meio Reservatório 522731/ EEAT-01 RSE-01/RDA 02 290 * 50 9536663 Redenção Água Reservatório RDA 529951/ tratada EERD-01 RAP-02/RDA 02 18 40 5 Redenção 9533325 Redenção RDA Redenção/RDA RDA 530196/ EEAT-03 02 60 140 50 Redenção e Redenção 9532858 Antônio Diogo Fonte: CAGECE, 2016.

5.3.1.1.5 Adutora de Água Tratada (AAT)

A linha de adução entre a Eta Acarape do Meio e a reservação de

Apoio técnico e institucional: 125

Redenção possui extensão de 12.815 metros com diâmetro de 250 mm em FºFº. As adutoras de água tratada possuem ventosas, registros, estações pitométricas e macromedidor proporcional. Vale salientar que trechos adutora de água tratada percorre por área particular, acarretando, muitas vezes, dificuldades para a realização de serviços de manutenção corretiva e preventiva.

5.3.1.1.6 Reservação de água tratada

Na reservação, inicialmente, há 01 (um) reservatório de água tratada do tipo semi-enterrado (RSE-01) com capacidade de 75m³, localizado na Eta Acarape do Meio. O RSE-01 recebe água dos filtros, sendo utilizado para lavagem dos filtros da Eta, por meio da EELF-01, e na adução para a rede de distribuição do sistema integrado dos núcleos operacionais de Redenção, Acarape, Antônio Diogo e Barreira. A próxima unidade de reservação existente no distrito Sede é o reservatório apoiado RAP-01 com capacidade de 50m³ e que está desativado. Existe ainda mais 03 (três) reservatórios desativados na Sede, os reservatórios apoiados RAP-03, RAP-04 e RAP-05 com capacidade de 220, 220 e 250 m³, respectivamente. Para abastecimento da Sede do município é utilizado o reservatório apoiado RAP-02 com capacidade de 250m³ que recebe água da derivação da adutora do sistema integrado para Redenção. Integrando ainda o abastecimento do distrito Sede, tem-se o reservatório apoiado RAP-07 (Figura 28) com capacidade para 50m³ que recebe água da EEAT- 03 e a distribui para a localidade de Itapaí.

Apoio técnico e institucional: 126

Figura 28 - Reservatório apoiado RAP-07.

Fonte: CAGECE, 2016.

Todos os reservatórios ativos mencionados acima estão em cumprimento com o cronograma de limpeza e desinfecção periódica. Em relação ao estado de conservação e manutenção, durante a visita foi notado que os reservatórios, que estão ativos, não estão em boas condições. Não há medidor de nível nos 03 (reservatórios), a pintura e a identificação destes equipamentos estão desgastadas. O RSE-01 que tem como objetivos a reunião, a lavagem dos filtros e o fornecimento para o sistema integrado está com capacidade de armazenamento insuficiente, no momento da lavagem de filtros é necessário paralisar o recalque de água para a distribuição. De forma mais específica, o RAP-02 não possui dispositivo de ventilação, a tampa da caixa de inspeção está deteriorada, parte da cerca de proteção apresenta-se danificada e sem tampa na caixa de registro do macromedidor. O RAP- 07 possui escada de acesso sem gaiola de proteção, a tampa de inspeção é inadequada, a cerca de proteção está deteriorada e não há dispositivo de ventilação. No Quadro 9 é apontado resumidamente as unidades de reservação ativas que são utilizadas no abastecimento do distrito Sede e suas localidades a

Apoio técnico e institucional: 127

partir do sistema operado pela Cagece.

Quadro 9 - Reservatórios ativos no distrito Sede, Redenção - CE. Capacidade Coordenadas Tipo Identificação Finalidade Localização (m³) UTM Recebe água dos filtros com Semi- função de reunião, lavagem dos Eta Acarape 522731/ RSE-01 75 enterrado filtros e abastecimento de água do Meio 9536663 tratada para o sistema integrado Atua na reservação e RDA 529551/ Apoiado RAP-02 250 abastecimento para o distrito Sede Redenção 9533422 Recebe água tratada da EEAT-03 RDA 530206/ Apoiado RAP-07 50 e abastece a localidade de Itapaí Itapaí 9527014 Fonte: CAGECE, 2016.

5.3.1.1.7 Rede de distribuição de água (RDA)

A RDA da Sede é composta atualmente por 21.282,00m de tubulação em PVC Ø 50mm, 5.732,00m em PVC Ø 75mm, 1.325,00m em PVC Ø 100mm e 512,00m em FºFº Ø 125mm (Tabela 38).

Tabela 38 - RDA do distrito Sede. Materiais/Extensões Total Ano PVC FºFº (m) L (m) Ø (mm) L (m) Ø (mm) 20.051 50 2011 5.482 75 512 125 27.370 1.325 100 20.777 50 2012 5.482 75 512 125 28.096 1.325 100 20.777 50 2013 5.482 75 512 125 28.096 1.325 100 21.192 50 2014 5.732 75 512 125 28.761 1.325 100 21.282 50 2015 5.732 75 512 125 28.851 1.325 100 Fonte: CAGECE, 2016.

Conforme visualizado na Tabela 38, durante o ano de 2012 houve uma

Apoio técnico e institucional: 128

ampliação de rede de 726,00m em PVC Ø 50mm; em 2014, essa ampliação foi de 665,00m em PVC, sendo 415,00 e 250,00 m com Ø 50 e 75 mm, respectivamente. E para 2015, o incremento de rede foi de 90,00m em PVC Ø 50mm. Destaca-se que no distrito Sede existem registros de manobras na rede, permitindo a execução dos serviços de manutenção de maneira controlada a partir do isolamento dos setores hidráulicos afetados. Na visita técnica realizada em julho de 2016 foram evidenciadas algumas não conformidades como ausência de macromedição na RDA. As áreas críticas com problemas de abastecimento são apenas as que estão em regiões de altitude mais elevadas como Alto do Santo Rita (distrito Sede) e Barra Nova (distrito Barra Nova). Em relação as solicitações de serviços e reclamações registradas na central de atendimento para a RDA do distrito Sede, segue na Figura 29 a síntese dos registros levantados no ano de 2015.

Figura 29 - Solicitações/reclamações registradas na Central de Atendimento da Cagece para o distrito Sede no ano de 2015.

22,74%

46,11%

31,16%

Vazamentos Falta d'água/baixa pressão Demais solicitações/reclamações Fonte: CAGECE, 2016.

No ano de 2015 foram registradas 475 (quatrocentos e setenta e cinco) reclamações e solicitações a partir da central de atendimento telefônico da Cagece (0800 275 0195). Dos serviços solicitados na central, 46,11% dos chamados fazem referência aos vazamentos (n = 219); 31,16% em menção a falta d'água e/ou baixa

Apoio técnico e institucional: 129

pressão no abastecimento (n = 148); e 22,74% em relação as demais solicitações/reclamações (n = 108). Para o mesmo período, o Relatório de Controle Operacional (Recop) de Redenção, registrou vários vazamentos na distribuição e com direcionamento das equipes de campo para a retirada dos mesmos (CAGECE, 2016). Em alusão a continuidade, verificou-se problemas de falta d'água/baixa pressão concentrados no Alto da Santo Rita e Barra Nova, áreas que apresentam cota desfavorável.

5.3.1.1.8 Informações comerciais das ligações e economias de água

O sistema comercial em empresas de saneamento compreende um conjunto de atividades que possui a finalidade de proporcionar a satisfação do usuário e permitir que os serviços prestados sejam integralmente faturados e cobrados. Este sistema compõe-se basicamente de ligações prediais, economias, categorias de consumo, atendimento e cobertura dos serviços, que serão detalhados a seguir. Vale salientar que nas localidades operadas pela Cagece no distrito Sede, considerou todas as informações comerciais desses lugares em uma única classificação por localidade denominada de Redenção ou Sede, inclusive abrangendo também os dados da localidade Barra Nova (distrito Barra Nova).

5.3.1.1.8.1 Ligação predial

A ligação predial é um conjunto de tubos, peças, conexões e equipamentos que interliga a rede pública à instalação predial do usuário. Com relação às ligações do sistema de abastecimento de água de Redenção, a Cagece identifica diferentes situações, como pode ser visualizado na Tabela 39.

Apoio técnico e institucional: 130

Tabela 39 - Ligações do SAA do distrito Sede no período de 2014 a 2017. Situação/Ano 2014 2015 2016 2017 Ativa1 3.608 3.715 3.807 3.846 Cortada2 229 248 279 339 Factível3 265 265 270 273 Faturada por4 outro imóvel 0 0 0 0 Ligação sem5 faturamento 0 0 0 0 Potencial6 214 216 215 215 Suprimida7 274 284 315 321 Suspensa8 03 03 03 03 Total 4.593 4.731 4.889 4.997 Fonte: CAGECE, 2017.

Na Sede o número de ligações ativas do SAA, entre os anos de 2014 a 2017, registrou um aumento considerável de 6,60%, totalizando 3.846 ligações ativas em 2017. É importante destacar ainda que a quantidade de ligações cortadas e suprimidas ampliaram entre o período de 2014 e 2017, com aumento de quase 48% e 17%, respectivamente. Entretanto, apesar da obrigatoriedade de interligação dos domicílios constante na Política Ambiental do município (Lei nº 1.529/2014) e na Lei 11.445/2007 (art. 45), percebe-se que ainda existem ligações factíveis, totalizando a quantia de 273 ligações nesta situação no ano de 2017.

5.3.1.1.8.2 Economias

1 Conectadas à rede de abastecimento, com os serviços de água prestados regularmente. 2 Com abastecimento de água interrompido, geralmente devido à falta de pagamento. 3 Apresenta rede de água disponível para ligação, mas não está interligada. 4 Interligação feita no hidrômetro de outro imóvel. 5 Indicação de hidrante instalado. 6 Não apresenta rede de água disponível para ligação. 7 São aquelas onde houve suspensão dos serviços de abastecimento de água, não ocorrendo, portanto, a emissão de conta. 8 Faturamento suspenso.

Apoio técnico e institucional: 131

O conceito de economia é traduzido como imóvel de uma única ocupação, ou subdivisão de imóvel com ocupação independente das demais, perfeitamente identificável ou comprovável em função da finalidade de sua ocupação legal, dotado de instalação privativa ou comum para o uso dos serviços de abastecimento de água ou de coleta de esgoto. Na Tabela 40 é indicada o resumo da situação das categorias de economias até dezembro de 2017.

Tabela 40 - Situação das economias por categorias no distrito Sede em dezembro de 2017. Faturada por Sem Categoria Ativa Cortada Factível Potencial Suprimida Suspensa Total outro imóvel fatur Comercial9 147 31 41 0 0 03 49 03 274 Entidade 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Filantrópica10 Industrial11 04 06 02 0 0 0 05 0 17 Mista12 30 25 0 0 0 0 10 0 65 Pública13 67 01 05 0 0 01 29 0 103 Residencial14 3.723 331 226 0 0 211 267 0 4.758 Total 3.971 394 274 0 0 215 360 03 5.217 Fonte: CAGECE, 2017.

Em menção à situação das economias na Tabela 40, destaca-se que 76,12% delas estão ativas (n = 3.971); 7,55% cortadas (n = 394); 6,90% suprimidas (n = 360); 5,25% factíveis (n = 274); 4,12% potenciais (n = 215) e 0,06% suspensas (n = 03). Na localidade Redenção não existem economias do tipo entidades filantrópicas. Ressalta-se ainda, que a categoria residencial é a que possui maior número de economias ativas (93,75%), seguidas pelo comércio (3,70%) e o setor

9 Para exercício de atividade não classificada nas categorias Residencial, Pública ou Industrial. 10 Entidades sem fins lucrativos. 11 Para exercício de atividade classificada como industrial pelo IBGE. 12 Imóvel que possuir mais de uma categoria de uso. 13 Para exercício de atividades de órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ou autarquias e fundações vinculadas aos poderes públicos. 14 Exclusivamente para fins de moradia.

Apoio técnico e institucional: 132

público (1,69%), assim como disposto na Figura 30. A categoria mista representa aproximadamente 0,76% das economias e a categoria industrial apenas 0,10%.

Figura 30 - Situação das economias ativas por categoria na localidade Sede em dezembro/2017.

3,70% 1,69% 0,76% 0,10%

93,75%

Comercial Industrial Mista Pública Residencial Fonte: CAGECE, 2017.

5.3.1.1.8.3 Índices de utilização da rede de água (Iura) e de cobertura dos serviços de abastecimento de água

Na Tabela 41 estão apresentados os valores do Índice de Utilização da Rede de Água (Iura) da Sede. Indicador este de caráter setorial utilizado para monitorar o alcance dos serviços de abastecimento de água.

Tabela 41 - Índice de utilização da rede de água da Sede de Redenção no período de 2014 a 2017. Ano Iura (%) 2014 82,46 2015 82,35 2016 81,51 2017 80,49 Fonte: CAGECE, 2016.

É atestado na Tabela 41 que até 2017 cerca de 20% da população que dispõe de infraestrutura de rede de água não a utiliza, logo, buscando outras alternativas como fonte de abastecimento por meio de poços ou cacimbas. Dessa

Apoio técnico e institucional: 133

forma, deve-se atentar para a possibilidade de contaminação a partir da ingestão de água tratada de forma inadequada ou até mesmo sem tratamento. Outra informação a ser destacada na Tabela 41 é que do ano de 2014 a 2017 o Iura registrou uma tendência decrescente ao longo dos anos. A cobertura dos serviços de abastecimento de água refere-se aos domicílios que possuem serviço de abastecimento a disposição, podendo ou não estar interligados à rede. A Cagece adota o seguinte cálculo para a determinação do índice de cobertura (Ic):

(Nº econ . resid . cobertas - Nº imóveis desocupados -C .E .C) Ic= ×100 Equação 3 [Nº economias residenciais totais ]

Onde: Economias residenciais cobertas = ativas + cortadas + factíveis + suprimidas; Economias residenciais totais = ativas + cortadas + factíveis + suprimidas + potenciais; Contagem excessiva de cadastro (C.E.C) = corresponde a uma economia para cada uma das ligações de água com 10 ou mais economias cadastradas. Para a Sede encontram-se dispostos na Tabela 42 os índices de cobertura de água nos últimos anos.

Tabela 42 - Índice de cobertura do SAA do distrito Sede durante o período de 2014 a 2017. População População coberta População ativa de Índice de cobertura Ano projetada (hab) de água (hab) água (hab) de água (%) 2014 7923 7578 6573 95,65 2015 8068 7725 6193 95,75 2016 8193 7858 6665 95,91 2017 8313 7980 6660 96,00 Fonte: CAGECE, 2017.

O índice de cobertura de abastecimento dos domicílios da localidade Redenção registrou um acréscimo sútil entre os anos avaliados, estando em 2017 com 96,00% da população coberta, equivalente a 7.980 habitantes (ver Tabela 42).

Apoio técnico e institucional: 134

5.3.1.1.8.4 Medição do consumo de água (micromedição)

A micromedição é efetuada mensalmente por meio da apuração do consumo de água, que contempla a leitura do hidrômetro, o cálculo e a emissão da conta de um determinado usuário. O volume fornecido é obtido pela diferença entre a leitura atual e leitura anterior. Já o cálculo do valor da conta é feito considerando esse volume, a categoria de uso do imóvel, número de economias, estrutura tarifária e tipo de tarifa. A micromedição periódica do consumo de água constitui-se em um importante instrumento para obtenção de tarifas justas e confiáveis, inibição ao desperdício, redução dos índice de perdas e eficiência no faturamento da companhia de saneamento. Fazendo referência ao índice de micromedição no distrito Sede, na Tabela 43 é apontado o índice de hidrometração entre os anos de 2011 a 2015.

Tabela 43 - Índice de hidrometração da localidade Sede entre o período de 2011 a 2015. Ano Índice de hidrometração (%) 2011 100,0 2012 100,0 2013 100,0 2014 100,0 2015 100,0 Fonte: CAGECE, 2016.

A Sede registrou durante o período analisado excelente índice de hidrometração, com 100,0% das ligações de água dispondo de hidrômetros. A manutenção dos hidrômetros é de suma importância, pois com o passar do tempo, eles sofrem desgastes e seu funcionamento fica comprometido. Isso faz com que o desperdício de água e vazamentos muitas vezes não sejam percebidos, dificultando o combate às perdas. Além disso, esse controle assume papel fundamental na entrada de receita das empresas de saneamento e garante recolhimento justo das tarifas referentes aos serviços prestados. Segundo a Portaria nº 246/2000 do Inmetro, os hidrômetros deverão ser

Apoio técnico e institucional: 135

verificados periodicamente, em intervalos não superiores a 5 (cinco) anos. Podendo ser utilizados pelas empresas de saneamento enquanto os seus erros de indicação se mantiverem dentro das tolerâncias admissíveis no regulamento técnico metrológico. No caso da Cagece, a mesma adota o prazo médio de 5 anos para troca de seus hidrômetros, os quais possuem diâmetro padrão de ¾ polegadas. Na Figura 31 é visualizada o total e a idade média de hidrômetros instalados na Sede de Redenção no período de 2011 a 2015.

Figura 31 - Total e idade média dos hidrômetros instalados na Sede entre o período de 2011 a 2015. 3800 5

3700 4

s 3600 o r t e

m 3

ô 3500 e r d d i a h d

I e 3400 d

2 o r e 3300 m ú

N 1 3200

3100 0 2011 2012 2013 2014 2015 Ano Quantidade Idade Média

Fonte: CAGECE, 2016.

Analisando a Figura 31, registrou-se do ano de 2011 a 2015 que o parque de hidrômetros instalados teve um incremento de 15,05%, totalizando 3.708 hidrômetros em 2015. Em relação a idade média do parque de hidrômetros, no período de 2011 a 2013 a idade média foi de 3 anos e em 2014-2015 de 4 anos.

Apoio técnico e institucional: 136

5.3.1.1.8.5 Volume Faturado e consumido

Para a Cagece o volume de água faturado é aquele debitado para fins de faturamento. Enquanto o volume consumido está relacionado ao consumo medido por leitura em hidrômetro. Na Figura 32 são assinaladas as médias dos volumes faturado e consumido mensais na Sede nos anos de 2011 a 2015. Consta ainda na Figura 32 o consumo médio mensal.

Figura 32 - Volumes faturado, consumido e consumo mensais na Sede durante o período de 2011 a 2015.

50000 12,00

11,50 ) 45000 o ã ) ³ ç a m ( g

11,00 i l e / ³

m 40000 m u ( l

o

10,50 o V m u

35000 s 10,00 n o C 30000 9,50 2011 2012 2013 2014 2015 Ano Vol. faturado (m³) Vol. consumido (m³) Consumo mensal (m³/lig)

Fonte: CAGECE, 2016.

Entre os anos de 2011 a 2015, as médias mensais do volume faturado da água estiveram entre 39.844,17 e 45.722,42 m³, sendo que os volumes médios consumidos oscilaram entre 33.004,25 e 38.446,42 m³. Em síntese, o volume consumido representou, em média, de 76 a 86% do faturado. Esses valores podem ser ratificados pelo fato da estrutura tarifária da Cagece, baseada na Lei nº 11.445/2007, adotar o volume de 10 m³ como o mínimo para faturamento. Assim, uma família que consome abaixo de 10 m³, pagará a tarifa mínima associada a este volume. O consumo médio mensal por ligação manteve-se próximo ao mínimo

Apoio técnico e institucional: 137

definido para faturamento com valor situando entre 10 e 12 m³/mês, assim como sinalizado na Figura 32.

5.3.1.1.8.6 Controle operacional e controle de perdas

Conforme o Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água (PNCDA, 2003), as perdas são agrupadas em reais (ou físicas) e aparentes (ou não físicas) e, portanto, podem comprometer o equilíbrio financeiro das companhias prestadoras de serviços de abastecimento de água. Tendo em vista que em praticamente todos os componentes dos sistemas de abastecimento de água apresentam perdas, dependendo da sua magnitude, essas podem ser consideradas aceitáveis ou não. Os parâmetros propostos pela International Water Association (IWA) para a caracterização das perdas no serviço de abastecimento de água são: a) Volume de entrada no sistema: volume de água que de fato entra no sistema de abastecimento, os quais os cálculos para o balanço de água estão relacionados; b) consumo autorizado: volume de água ao qual está sendo (ou não) medido, tomado por clientes autorizados, fornecedor de água e outros, com autorização implícita ou explicita, com finalidade residencial, comercial e industrial; c) perdas de água: corresponde a subtração do valor de entrada no sistema e o consumo autorizado. Podem ser divididas em perdas aparentes (ou perdas não físicas) e perdas reais (ou perdas físicas); d) perda real ou física: são as perdas correspondentes ao volume de água produzido, mas que não chega de fato à casa do consumidor, estas perdas podem ser provocadas por vazamento nas adutoras, nas redes de distribuição e nos reservatórios, bem como devido a extravasamentos nos reservatórios; e) perdas aparentes ou não físicas: são identificadas como o volume de

Apoio técnico e institucional: 138

água consumido, mas que não é contabilizado pela prestadora de serviços. Essas perdas são provocadas por erros de medição, ligações clandestinas, falhas de cadastro comercial e fraudes; f) água efetivamente paga: é o valor dos recursos efetivamente arrecadados; g) inadimplência: corresponde aos recursos que deixam de ser arrecadados devido à falta de pagamento; h) água não faturada (ANF): corresponde à diferença entre o volume de entrada no sistema e o consumo faturado autorizado, ou seja, corresponde ao volume de água produzida e consumida que deixa de ser arrecadada por falta de faturamento e medição mais precisa e efetiva. O Índice de água não faturada (IANF) engloba o consumo autorizado não faturado, as perdas aparentes e as perdas reais e é calculado a partir da Equação 4.

Vdis−(Vfat+Vcnf +Vpipa+Vrce+Vrel) IANF= Equação 4 Vdis

Onde: Vdis = Volume distribuído; Vfat = volume faturado total; Vcnf = Volume recuperado de fraudes; Vpipa = Volume carro-pipa. Vrce = Volume recuperado do consumo elevado. Vrel = Volume recuperado de erro de leitura.

Os índices reais médios do IANF para o município de Redenção, em comparação com o Estado do Ceará, entre os anos de 2012 a 2015, estão representados na Figura 33.

Apoio técnico e institucional: 139

Figura 33 - Índice de Água não Faturada (IANF) no município no período de 2012 a 2015. 100 90 80 70

) 60 2 % ( 4

50 , F 6 0 8 7 2 3 N 1 8

40 9 1 , , , , A 6 5 I 4 4 2 2 6 6 2 2 30 1 0 9 7 , , , 2 1

20 0 1 1 10 1 0 2012 2013 2014 2015 Redenção Ceará

Fonte: CAGECE, 2016.

A partir de 2013, nota-se que os valores do IANF no Município estiveram predominantemente menores que os do Estado. No ano de 2015 a média ficou em torno de 12% em Redenção e 26% no Ceará. Para o cálculo do Índice de Perdas (IPD) foi utilizada a Equação 5.

[Vdis−(Vcons+Vcnf +Vpipa+Visen+Vdips+Vprop+Vsoc+Vhid+Vcop)] IPD= Equação 5 Vdis Onde: Vdis = Volume distribuído; Vcons = volume consumido total (micromedido); Vcnf = Volume recuperado de fraudes; Vpipa = Volume carro pipa; Visen = Volume isentos de faturamento; Vdisp = Volume dispensado; Vprop = Volume unidades próprias; Vsoc = Volume conjuntos sociais; Vhid = Volume hidrantes bombeiros; Vcop = Volume consumo operacional, descargas, esvaziamento de redes para manutenção e limpeza de reservatórios.

Na Figura 34 são demonstrados os resultados dos Índices de Perdas (IDP) para o distrito de Redenção em comparação com o Estado do Ceará no

Apoio técnico e institucional: 140

período de 2012 a 2015.

Figura 34 - Índice de Perdas (IPD) no Município e no Estado do Ceará no período de 2012 a 2015.

100,00 90,00 80,00 70,00 5 1 ,

60,00 8 ) 0 0 8 2 3 5 2 4 , 9 , , % , 5 ( 50,00 0 9 9

7 6 3 4 7 3 , 3 3 D 1 3 1 ,

40,00 , P 3 I 7 6 2 30,00 2 20,00 10,00 0,00 2012 2013 2014 2015 Redenção Ceará Fonte: CAGECE, 2016.

Percebe-se que os resultados de IPD de Redenção variaram bastante nesse período, em geral, abaixo dos valores do Estado, que por sua vez praticamente se mantiveram constantes. Observa-se que em 2015 a média de IPD foi de 26,37% em Redenção, inferior a IPD do Estado (39,20%). Entretanto, no ano de 2012 os resultados de perdas foram bem elevados para Redenção, com valor médio de 48,15% no município contraposto a média de 37,92% do Ceará.

5.3.1.1.8.7 Estrutura tarifária dos serviços de água

O modelo tarifário da Cagece leva em consideração os custos dos serviços de água e esgoto e uma parcela destinada a investimentos. Estes custos são representados pelas despesas de pessoal, energia elétrica, material de manutenção, produtos de tratamento, combustíveis, depreciação e uma parcela para fazer frente aos juros e amortizações de financiamentos realizados para implantação de sistemas de água e esgoto. A estrutura tarifária da Cagece, depois de aprovada pela Diretoria Colegiada da Companhia é submetida à aprovação da Arce e da Autarquia de

Apoio técnico e institucional: 141

Regulação, Fiscalização e Controle dos Serviços Públicos de Saneamento Ambiental (ACFOR). A estrutura adota vários tipos de tarifa de consumo, de acordo com o tipo de economia/categoria (residencial, comercial, industrial, pública e entidade filantrópica), com a finalidade principal de subsidiar a tarifa paga pelos clientes com menor poder aquisitivo e de incentivar o consumo consciente, evitando assim o desperdício da água tratada, numa demonstração de preocupação com o meio ambiente. Na Tabela 44 mostra-se o modelo tarifário da Cagece e o histograma de consumo da localidade Sede.

Apoio técnico e institucional: 142

Tabela 44 - Estrutura tarifária de água (valores válidos a partir de setembro de 2017) e histograma da competência de dezembro/2017 da localidade Sede. Faixa de Tarifa Valor da Nº de % Categoria Consumo (m³) (R$/m³) Conta (R$) Economias Acumulada Social 0-10 1,13 11,30 206 5,32 0-10 2,31 23,10 2.140 60,64 11-15 3,94 42,80 618 76,61 Popular 16-20 4,27 64,15 299 84,34 21-50 7,34 284,35 186 89,14 Residencial > 50 13,08 - 04 89,25 0-10 3,29 32,90 133 92,69 11-15 4,27 54,25 35 93,59 Normal 16-20 4,62 77,35 22 94,16 21-50 7,91 314,65 23 94,75 > 50 13,97 - 0 94,75 Total Residencial 3.666 94,75 Popular 0-13 3,94 51,22 74 1,91 Comercial 0-50 8,25 412,50 59 3,44 Normal > 50 13,08 - 01 3,46 Total Comercial 134 3,46 0-15 7,29 109,35 04 0,10 Industrial Normal 16-50 8,65 412,10 0 0,10 > 50 13,44 - 0 0,10 Total Industrial 04 0,10 0-15 4,81 72,15 26 0,67 Pública Normal 16-50 7,16 322,75 23 1,27 > 50 11,49 - 16 1,68 Total Pública 65 1,68 0-10 2,31 23,10 0 0 11-15 3,89 42,55 0 0 Entidade Filantrópica 16-20 4,18 63,45 0 0 21-50 7,16 278,25 0 0 > 50 12,63 - 0 0 Total Filantrópica 0 0 Total Geral 3.869 100,00 Fonte: CAGECE, 2017.

De acordo com a Tabela 44, o maior contingente de economias enquadra- se na categoria residencial, somando 3.666 economias (94,75% do total geral). Desta porção, 3.247 famílias pertencem a categoria residencial popular (83,92% do total geral), registrando 58% (n = 2.140) do total residencial com faixa de consumo de até 10 m3, tarifa de R$ 2,31/m3 e valor final de R$ 23,10 cobrado na conta pela

Apoio técnico e institucional: 143

prestação dos serviços de água. Salienta-se ainda que 206 economias estão classificadas na categoria residencial social, em que a Cagece cobra por meio do consumo real com distribuição uniforme do subsídio para consumo de até 10 m³. Esta categoria de clientes que utiliza a rede de água paga de R$ 1,13 a R$ 11,30, variando de acordo com os metros cúbicos consumidos. Em seguida por quantidade de economias na Tabela 44 estão as categorias comercial, pública e industrial com 3,46%, 1,68% e 0,10% do total geral, respectivamente.

5.3.1.1.9 Dados gerais para abastecimento de água no distrito Sede – IBGE, Prefeitura e Sisar

Em complemento às informações expostas, foi consultado o Censo 2010 do IBGE para identificar, de modo geral, as principais formas de abastecimento utilizadas no distrito Sede. Além disso, utilizou-se o levantamento de informações da equipe técnica da prefeitura, in loco, nas diversas localidades deste distrito, e por fim, também foram considerados os dados das localidades atendidas por sistemas implantados pelo Sisar.

5.3.1.1.9.1 Levantamento de dados do IBGE

Complementando as informações apresentadas anteriormente, foi realizado levantamento por meio do Censo 2010 do IBGE acerca dos tipos de abastecimento de águas encontradas nas zonas urbana e rural do distrito Sede (consultar Tabela 45).

Apoio técnico e institucional: 144

Tabela 45 - Domicílios particulares permanentes por tipo de abastecimento no distrito Sede. Formas de abastecimento Poço ou Poço ou Zona Rede Carro Outro Total nascente na nascente fora Cisterna geral pipa tipo¹ propriedade da propriedade Urbana 1.956 04 16 - - 77 2.053 Rural 693 87 181 - - 80 1.041 Total 2.649 91 197 - - 157 3.094 Fonte: IBGE, 2010. Nota 1 - na coluna outro tipo está acrescentado a informação das residências que possuem como forma de abastecimento: água da chuva armazenada de outra forma; rio, açude, lago ou igarapé; entre outros tipos.

No contexto urbano o tipo de abastecimento se dá quase integralmente por rede geral, detendo 95% dos domicílios urbanos (n = 1.956). Já na zona rural o abastecimento por meio de rede abrange maioria dos domicílios embora com percentual mais reduzido cerca de 67% (n = 693). Na área rural há ainda outros fontes que têm importância no abastecimento como os poços ou nascentes, sendo utilizados por aproximadamente 26% dos domicílios rurais (n = 268). Dessa fração, 32% são residências com poços ou nascentes dentro da propriedade e 68% com poços ou nascentes fora da propriedade. Informa-se ainda que uma quantia de 80 domicílios rurais que dispõem de outros tipos de formas de abastecimento.

5.3.1.1.9.2 Levantamento de dados pela equipe técnica da prefeitura – abastecimento de água no distrito Sede

Com o objetivo de verificar a situação atual (2017) dos sistemas de abastecimento da Sede de Redenção, sobretudo na zona rural, a equipe técnica da Prefeitura Municipal por meio dos Agentes de saúde coletou informações in loco em diversas localidades, as quais estão dispostas na Tabela 46. Destaca-se que um domicílio pode apresentar mais de uma alternativa de abastecimento.

Apoio técnico e institucional: 145

Tabela 46 - Tipos de abastecimento nas localidades do distrito Sede, Redenção - CE. Sistema público com rede Nº de Fonte Pública Carro- Localidade Total de Fonte de Cisterna Poço domicílios sem rede pipa domicílios abastecimento cobertos Alto da Bela 218 218 Açude/Cagece 0 0 01 0 Vista Araticum 85 - - 85 59 08 0 Beco Santa 07 07 Açude/Cagece 0 0 0 0 Rita Boa Fé 338 338 Açude/Cagece 0 03 0 0 Boa Vista 56 56 Poço 0 49 0 0 Centro 83 83 Açude/Cagece 0 0 0 0 Comunitário Conjunto Antônio 117 117 Açude/Cagece 0 6 0 0 Bonfim Diamante 48 48 Açude/Cagece 0 0 4 0 Fraza 16 16 Açude/Cagece 0 6 2 0 Gurgurí 108 - - 100 86 0 08 Itapaí 221 221 Açude/Cagece 0 5 0 0 Major José 29 29 Açude/Cagece 0 0 0 0 Gabriel Maleitas 59 59 Açude/Sisar 0 5 0 0 Manoel Dias 141 132 Açude 0 07 09 - Manuel 44 44 Açude/Cagece 0 1 0 0 Antônio Lima Outeiro 525 525 Açude/Cagece 0 18 09 0 Parque da 308 308 Açude/Cagece 0 02 09 0 Liberdade Prourb 229 229 Açude/Cagece 0 0 0 0 R. Padre 07 07 Açude/Cagece 0 0 0 0 Barros R. Santo 21 21 Açude/Cagece 0 0 0 0 Agustino Rua Santa 45 45 Açude/Cagece 0 0 0 0 Rita Santo Antônio 100 - - 100 - 0 0 São Bento 83 81 Olho d'água 0 76 - 02 Sede 777 777 Açude/Cagece 0 18 02 0 Segefredo 86 86 Açude/Cagece 0 0 0 0 Franco Serra Verde 62 0 - 48 55 - 14 Travessa 14 14 Açude/Cagece 0 0 0 0

Apoio técnico e institucional: 146

Sistema público com rede Nº de Fonte Pública Carro- Localidade Total de Fonte de Cisterna Poço domicílios sem rede pipa domicílios abastecimento cobertos Santa Rita Vila Tomaz 20 20 Açude/Cagece 0 0 0 0 Total 3.847 3.481 - 333 396 44 24 Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017. Nota: (-) Informação não disponível. (*) Incluso os domicílios que utilizam abastecimento coletivo por bica, poço ou chafariz da prefeitura, e até mesmo, diretamente do açude.

Segundo o levantamento da prefeitura (vide Tabela 46), cerca de 91% dos domicílios são cobertos por sistema público com rede (n = 3.481), estando a Cagece, a Prefeitura e o Sisar detendo, respectivamente, 90,58%, 7,73% e 1,69% destas residências. Outras formas utilizados no abastecimento nas localidades do distrito Sede, especialmente, na zona rural, são por cisterna (10,3%), fonte pública sem rede (8,7%), poço (1,1%) e carro-pipa (0,6%). Para os sistemas públicos sem água canalizada as fontes de abastecimento se dão por poços, chafarizes e diretamente no açude. Em referência ao tratamento da água, com exceção das localidades operadas pela Cagece, foi informado pela Prefeitura que apenas as localidades Santo Antônio e Serra Verde realizam uma simples desinfecção pela aplicação de cloro (hipoclorito ou água sanitária). As demais localidades não foram apontadas se há algum tratamento empregado. Diante dos dados expostos, deve-se atentar para a possibilidade de riscos a saúde da população rural do distrito Sede pelo consumo de água sem conhecimento e controle da sua procedência e tratamento, bem como da possibilidade de contaminação que pode haver pelo transporte, armazenamento e acondicionamento inadequados.

Apoio técnico e institucional: 147

5.3.1.1.9.3 Levantamento de dados da localidade que possui sistema operado pelo Sisar – abastecimento de água no distrito Sede

No distrito Sede, o Sisar atua na localidade Maleitas, sendo abastecida por meio de injetamento realizado pelo SIAA de Redenção/Acarape/Barreiras/Antônio Diogo. Portanto, o tratamento de água é o realizado na Eta Acarape do Meio, do tipo convencional (ciclo completo). Nas Tabela 47 e Tabela 48 estão dispostos as informações técnicas dos sistemas operados pelo Sisar.

Tabela 47 - Dados populacionais do Sisar na localidade Maleitas em 2016. Índice de Ligações Ligações Pop. coberta Pop. Atendimento Localidade hidrometração totais ativas total abastecida real (%) (%) Maleitas 59 47 223 178 100 80 Fonte: CAGECE, 2016.

Tabela 48 - Dados técnicos do Sisar nas localidade Maleitas em 2016. Diâmetro Material da Extensão Volume Capacidade Capacidade Funcionamento Localidade Fonte da adutora adutora e da rede médio REL (m³) RAP (m³) h/dia e rede (mm) rede (m) (m³) Maleitas Cagece 60 PVC 2.000 20 20 12 2 Fonte: CAGECE, 2016.

A tarifa média cobrada na localidade Maleitas é de R$ 8,48 (incluídos os custos de operação e manutenção), com atendimento real de água de 80%. O monitoramento da qualidade da água distribuída é feita por meio das análises de pH, cor, turbidez, residual de cloro e bacteriológico.

5.3.1.2. Distrito Antônio Diogo e localidades

A Cagece também realiza a prestação de serviços de água para o distrito de Antônio Diogo. O abastecimento desse distrito é parte do sistema integrado de abastecimento de água dos núcleos operacionais de Redenção, Acarape, Antônio Diogo e Barreira. O sistema local é composto por adução, reservação e rede de distribuição

Apoio técnico e institucional: 148

de água, estando algumas unidades dos sistemas (captação, tratamento e parcela da adução) inseridas no limite territorial do distrito Sede. Lembrando que as unidades de captação, tratamento e outras instalações, localizadas no perímetro do distrito Sede, que influenciam no abastecimento para Antônio Diogo já foram mencionados e caracterizadas nas Seções 5.3.1.1.1, 5.3.1.1.2 e 5.3.1.1.3.

Apoio técnico e institucional: 149

5.3.1.2.1 Manancial

Consultar Seção 5.3.1.1.1 Manancial.

5.3.1.2.2 Captação e adução de água bruta

Consultar Seção 5.3.1.1.2 Captação e adução de água bruta.

5.3.1.2.3 Estação de tratamento de água

Consultar Seção 5.3.1.1.3 Estação de tratamento de água.

5.3.1.2.4 Estações Elevatórias (EEs)

Na rede de distribuição de água existente no perímetro do distrito de Antônio Diogo inicialmente há estação elevatória EEAT-03 que tem a função de transportar água tratada por meio de 01 adutora com 02 injetamentos retirados para 02 (duas) localidades do distrito Sede, e, seguindo, depois, por esta adutora até a rede distribuição de Antônio Diogo. Mais detalhes com relação a EEAT-03 constam na Seção 5.3.1.1.4 Estações Elevatórias (EEs). A outra estação elevatória existente na rede de Antônio Diogo é a EERD- 02 (booster Antônio Diogo/Urucuzal). Esse booster possui apenas 01 (um) CMB em operação, tendo como finalidade recalcar água do reservatório apoiado RAP-06 para abastecimento da localidade de Urucusal. Destaca-se que esta EE não dispõe de CMB reserva. A EERD-02 está bem protegida e com identificação. O painel de comando e os CMBs estão em bom estado de conservação. Porém, não há dispositivo de proteção antigolpe. Na Figura 35 é mostrado a EERD-02.

Apoio técnico e institucional: 150

Figura 35 - Estação elevatória EERD-02 (Booster Antônio Diogo/Urucusal).

Fonte: CAGECE, 2016.

Em resumo é explicitado no Quadro 10 todas as EEs que integram o sistema de abastecimento para o distrito em questão.

Quadro 10 - Quadro resumo com as principais informações das EEs existente no distrito de Antônio Diogo. Especificações técnicas CMBs Tipo de Coordenadas Altura Elevatória Origem/Destino Localização Vazão Potência água (UTM) Nº manométrica (m³/h) (CV) (mca) RDA Redenção/RDA RDA 530196/ EEAT-03 02 60 140 50 Água Redenção e Redenção 9532858 tratada Antônio Diogo RDA Antônio 528525/ EERD-02 RAP-06 01 18 49 5 Diogo 9523442 Fonte: CAGECE, 2016.

5.3.1.2.5 Adutora de água tratada

A linha de adução entre a EEAT-03 e a reservação de Antônio Diogo possui extensão de 11.060 metros com diâmetro de 150 mm em FºFº. As adutoras de água tratada possuem ventosas, registros, estações pitométricas e macromedidor proporcional.

Apoio técnico e institucional: 151

5.3.1.2.6 Reservação de água tratada

A primeira unidade de reservação da RDA de Antônio Diogo é o reservatório apoiado RAP-08 com capacidade de 200 m³. O RAP-08 é utilizado em todo o sistema de distribuição de Antônio Diogo (Figura 36). Durante a visita foi notado que o reservatório não estava em boas condições. Não há medidor de nível, a pintura e a identificação deste equipamento está desgastada. O RAP-08 possui dispositivo de ventilação, porém, as tampas das caixas de inspeção estão deterioradas e parte da cerca de proteção apresenta-se danificada. Foi relatado que há extravasamentos nesse reservatório.

Figura 36 - Reservatório apoiado RAP-08.

Fonte: CAGECE, 2016.

A outra unidade que compõe a reservação do distrito é o reservatório apoiado RAP-06 com capacidade de 17 m³. O RAP-06 é utilizado somente na distribuição da localidade de Urucusal (Figura 37). Constatou-se que o RAP-06 apresenta condições inadequadas, a pintura e a identificação deste equipamento está desgastada. Não há dispositivo de ventilação. Todos os reservatórios mencionados acima estão em cumprimento com o cronograma de limpeza e desinfecção periódica.

Apoio técnico e institucional: 152

Figura 37 - Reservatório apoiado RAP-06.

Fonte: CAGECE, 2016.

No Quadro 11 é apontado resumidamente as unidades de reservação que são utilizadas no abastecimento do distrito Antônio Diogo a partir do sistema operado pela Cagece.

Quadro 11 - Reservatórios ativos no distrito Antônio Diogo. Capacidade Coordenadas Tipo Identificação Finalidade Localização (m³) UTM

Atua na reservação e RDA Antônio 528509/ Apoiado RAP-08 200 abastecimento para todo o distrito Diogo 9523690

Atua na reservação e 528525/ Apoiado RAP-06 abastecimento apenas para a 17 RDA Urucusal 9523442 localidade de Urucusal Fonte: CAGECE, 2016.

5.3.1.2.7 Rede de distribuição de água

A RDA de Antônio Diogo é composta atualmente por 31.754,00m de tubulação em materiais de PVC e DEFºFº, com Ø variando de 32 a 150mm, assim como indicado na Tabela 49.

Apoio técnico e institucional: 153

Tabela 49 - RDA do distrito Antônio Diogo. Materiais/Extensões Total Ano PVC DEFºFº (m) L (m) Ø (mm) L (m) Ø (mm) 225 32 26.921 50 2011 519 150 31.504 1.746 75 2.093 100 225 32 27.056 50 2012 519 150 31.639 1.746 75 2.093 100 225 32 27.056 50 2013 519 150 31.639 1.746 75 2.093 100 225 32 27.056 50 2014 519 150 31.639 1.746 75 2.093 100 225 32 27.171 50 2015 519 150 31.754 1.746 75 2.093 100 Fonte: CAGECE, 2016.

Conforme visualizado na Tabela 49, houve ampliação de rede entre 2011 e 2015 com o incremento de 250,00m em PVC Ø 50mm. Informa-se que existem registros de manobras na rede, permitindo a execução dos serviços de manutenção de maneira controlada a partir do isolamento dos setores hidráulicos afetados. Na visita técnica realizada em julho de 2016 foi evidenciada ausência de macromedição na RDA. Em relação as solicitações de serviços e reclamações registradas na central de atendimento para a RDA de Antônio Diogo, segue na Figura 38 a síntese dos registros levantados para o ano de 2015.

Apoio técnico e institucional: 154

Figura 38 - Solicitações/reclamações registradas na Central de Atendimento da Cagece para o distrito Antônio Diogo no ano de 2015.

Vazamentos Falta d'água/baixa pressão Demais solicitações/reclamações Fonte: CAGECE, 2016.

No ano de 2015 foram registradas 197 (cento e noventa e sete) reclamações e solicitações a partir da central de atendimento telefônico da Cagece (0800 275 0195). Dos serviços solicitados na central, 51,78% dos chamados fazem referência aos vazamentos (n = 102); 38,07% em menção a falta d'água e/ou baixa pressão no abastecimento (n = 75); e 10,15% em relação as demais solicitações/reclamações (n = 20). Para o mesmo período, o Relatório de Controle Operacional (Recop) de Antônio Diogo, registrou vários vazamentos na distribuição e com direcionamento das equipes de campo para a retirada dos mesmos (CAGECE, 2016). Em alusão a continuidade, verificou-se problemas de baixa pressão concentrado no Alto da Bela Vista, no Alto do Cemitério e em parte da Colônia. No que se refere a qualidade da água distribuída, na Figura 39 é demonstrada, nos últimos 05 (cinco) anos, os resultados médios mensais das análises de cor aparente na RDA de Antônio Diogo.

Apoio técnico e institucional: 155

Figura 39 - Resultados médios mensais das análises de cor aparente na rede de distribuição do distrito Antônio Diogo entre os anos 2011 a 2015. 45,0 40,0 e t 35,0 n e r ) a

H 30,0 p u ( a

r 25,0 o

C 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0

Rede de distribuição Período VMP Rede

Na Figura 39 nota-se que parte dos resultados médios mensais de cor aparente da água distribuída estiveram acima do padrão de potabilidade exigido (VMP = 15 uH). Cerca de 56% das amostras coletadas na rede de distribuição durante o período de 2011 a 2015 obedeceram o limite legal. As amostras de cor aparente em desacordo na RDA de Antônio Diogo podem ser justificadas, principalmente, pela qualidade da água bruta utilizada na Eta Acarape do Meio, que compromete a capacidade de tratamento. No tocante ao processo de desinfecção, são apontados na Figura 40 as concentrações mensais de cloro residual livre analisadas na rede de distribuição do distrito Antônio Diogo entre os anos de 2011 a 2015.

Apoio técnico e institucional: 156

Figura 40 - Resultados médios mensais do teor de cloro residual livre na rede de distribuição do distrito Antônio Diogo entre os anos 2011 a 2015.

5,5 e r v

i 5,0 l

l

a 4,5 u d

i 4,0 ) s L e /

r 3,5

g o r

m 3,0 ( o l

c 2,5

e

d 2,0

r

o 1,5 e T 1,0 0,5 0,0

Período VMP Mínimo (distribuição) Rede de distribuição Máximo recomendado

Fonte: CAGECE, 2016.

Na rede de Antônio Diogo todos os resultados médios apresentaram valores de CRL atendendo aos limites obrigatórios do padrão de potabilidade (entre 0,2 e 5,0 mg/L, mínimo na distribuição e VMP, respectivamente), embora 1,39% das amostras analisadas de CRL no período de 2011-2015 não tenham atingido ao valor mínimo obrigatório. Vale ressaltar que antes da chegada da água no RAP-08, há 01 (um) ponto de recloração com fins de assegurar a qualidade da água tratada na distribuição de Antônio Diogo. Destaca-se que alguns resultados foram acima do teor máximo recomendado (2,0 mg/L), entretanto essa dosagem um pouco acima do recomendado está em conformidade com o padrão de potabilidade, sendo necessário em alguns cenários para assegurar o teor mínimo de CRL em trechos de ponta rede e garantir a qualidade sanitária da água para consumo humano. Na Figura 41 são demonstrados os resultados médios mensais das análises da turbidez na rede de distribuição para os anos de 2011 a 2015.

Apoio técnico e institucional: 157

Figura 41 - Resultados médios mensais da turbidez na rede de distribuição do distrito Antônio Diogo entre os anos 2011 a 2015. z e ) d i T b u r ( u T

Periodo Rede de distribuição VMP Rede Fonte: CAGECE, 2016.

De acordo com a Figura 41, os valores médios mensais de turbidez na distribuição detiveram-se predominantemente abaixo do VMP de 5,0 uT. Entre os anos de 2011-2015 apenas 6,27% das amostras analisadas mantiveram-se acima do limite legal vigente. Fazendo referência aos padrões microbiológicos na rede de distribuição do distrito de Antônio Diogo, segue na Tabela 50 a situação analítica das amostras de coliformes totais analisadas entre os anos de 2011 a 2015.

Tabela 50 - Total de análises de coliformes totais na rede de distribuição de Antônio Diogo entre os anos de 2011 a 2015. RDA Ano Amostras em desacordo¹ Nº total de amostras Total % 2011 191 17 8,90 2012 139 11 7,91 2013 145 10 6,90 2014 150 9 6,00 2015 159 17 10,69 Total 784 64 8,16 Fonte: CAGECE, 2016. Nota ¹: Ausência em 100 mL em 95% das amostras examinadas no mês.

Apoio técnico e institucional: 158

Percebe-se na Tabela 50 que nos anos avaliados foram constatados coliformes totais em aproximadamente 8% das amostras analisadas. Isto pode estar atribuído ao fato da Eta não possuir dispositivo para manter o tempo de contato mínimo a ser observado para a desinfecção por meio da cloração. Não se descarta também que durante a distribuição da água tratada possa existir alguma fonte de contribuição de coliformes totais por infiltrações nas tubulações. Contudo, a Cagece afirma que em situações de contaminação por coliformes totais é efetuado a descarga de rede no local e, em seguida, faz a recoleta de amostra para nova análise bacteriológica para constatação da qualidade da água após a adoção de medidas corretivas, quando necessárias. Para verificar se há indícios de contaminação fecal é imprescindível efetuar a análise de E. coli. Na Tabela 51 é designado o quantitativo das amostras analisadas de E. coli em Antônio Diogo durante o período de 2011 a 2015.

Tabela 51 - Total de análises de E. coli na rede de distribuição de Antônio Diogo entre os anos de 2011 a 2015. RDA Ano Amostras em desacordo¹ Nº total de amostras Total % 2011 191 0 0,00 2012 139 1 0,72 2013 145 0 0,00 2014 150 0 0,00 2015 159 1 0,63 Total 784 2 0,26 Fonte: CAGECE, 2016. Nota ¹: Valor máximo permitido: Ausência em 100 mL.

No período entre 2011 e 2015, apenas 02 (duas) amostras do universo analisado (nº de amostras = 784) esteve em desacordo com o padrão de microbiológico para E. coli, assim como relatado na Tabela 51. Considerando a amostragem total realizada na RDA de Antônio Diogo nos últimos 05 (cinco) anos é possível que essas amostras contaminadas com E. coli seja devido à ocorrência de falhas no procedimento de coleta e acondicionamento

Apoio técnico e institucional: 159

da amostra ou, até mesmo, falhas na execução da análise em laboratório.

5.3.1.2.8 Informações comerciais das ligações e economias de água

Primeiramente, informa-se que nas localidades operadas pela Cagece no distrito Antônio Diogo todas as informações comerciais estão agrupadas em uma única classificação por localidade denominada Antônio Diogo.

5.3.1.2.8.1 Ligação predial

Pode ser visualizado na Tabela 52 as diferentes situações das ligações da RDA da localidade de Antônio Diogo.

Tabela 52 - Ligações na RDA da localidade Antônio Diogo no período de 2014 a 2017. Situação/Ano 2014 2015 2016 2017 Ativa 2.594 2.679 2.791 2.764 Cortada 233 222 196 234 Factível 338 322 323 326 Faturada por outro imóvel 0 0 0 0 Ligação sem faturamento 0 0 0 0 Potencial 252 245 243 236 Suprimida 67 78 110 124 Suspensa 01 01 01 01 Total 3.485 3.547 3.664 3.685 Fonte: CAGECE, 2017.

Na localidade Antônio Diogo, o número de ligações ativas entre os anos de 2014 a 2017 registrou um aumento de 6,55%, totalizando 2.764 ligações ativas em 2017. Entretanto, apesar da obrigatoriedade de interligação dos domicílios constante na Política Ambiental Municipal (Lei nº 1.529/2014) e na Lei 11.445/2007 (art. 45), percebe-se que em 2017 ainda existiam 326 ligações factíveis, embora tenha tido uma redução de quase 3,6% de 2014 para 2017.

Apoio técnico e institucional: 160

5.3.1.2.8.2 Economias

Na Tabela 53 é indicada o resumo da situação das economias por categorias até dezembro de 2017.

Tabela 53 - Situação das economias por categorias na localidade Antônio Diogo em dezembro de 2017. Faturada por Sem Categoria Ativa Cortada Factível Potencial Suprimida Suspensa Total outro imóvel fatur Comercial 78 08 34 0 0 04 06 01 131 Entidade 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Filantrópica Industrial 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Mista 08 0 08 0 0 02 0 0 18 Pública 29 01 14 0 0 05 03 0 52 Residencial 2.688 228 282 0 0 228 115 0 3.541 Total 2.803 237 338 0 0 239 124 01 3.742 Fonte: CAGECE, 2017.

Em menção à situação das economias na Tabela 53, destaca-se que 74,91% delas estão ativas (n = 2.803); 9,03% factíveis (n = 338); 6,39% potenciais (n = 239); 6,33% cortadas (n = 237); e, 3,31% suprimidas (n = 124). Na localidade Antônio Diogo não existem economias do tipo entidades filantrópicas. Ressalta-se ainda, que a categoria residencial é a que possui maior número de economias ativas (95,90%), seguidas pelo comércio (2,78%) e o setor público (1,03%), assim como disposto na Figura 42. A categoria mista possui apenas 08 (oito) economias ativas e não há nenhuma ativa na categoria industrial.

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Figura 42 - Situação das economias ativas por categorias na localidade Antônio Diogo em dezembro de 2017.

1,03% 0,29% 2,78%

95,90%

Comercial Industrial Mista Pública Residencial

Fonte: CAGECE, 2017.

5.3.1.2.8.3 Índices de utilização da rede de água (Iura) e de cobertura dos serviços de abastecimento de água

Na Tabela 54 estão apresentados os valores do Índice de Utilização da Rede de Água (Iura) para a localidade de Antônio Diogo.

Tabela 54 - Índice de utilização da rede de água da localidade Antônio Diogo no período de 2014 a 2017. Ano Iura (%) 2014 80,27 2015 81,16 2016 81,61 2017 80,17 Fonte: CAGECE, 2017.

Verifica-se na Tabela 54 que até 2017 cerca de 20% da população que dispõe de infraestrutura de rede de água não a utiliza. Observou-se ainda que de 2014 a 2017 o valor do Iura manteve-se praticamente inalterado, com variação pouco expressiva. Para Antônio Diogo encontram-se dispostos na Tabela 55 os índices de

Apoio técnico e institucional: 162

cobertura de água nos últimos anos.

Tabela 55 - Índice de cobertura do SAA do distrito Antônio Diogo durante o período de 2014 a 2017. População População coberta População ativa de Índice de cobertura Ano projetada (hab) de água (hab) água (hab) de água (%) 2014 6.896 6.673 5.648 96,77 2015 7.023 6.798 5.893 96,79 2016 7.133 6.913 5.924 96,92 2017 7.254 7.036 5.892 96,99 Fonte: CAGECE, 2017.

O índice de cobertura de abastecimento dos domicílios da localidade Antônio Diogo registrou um acréscimo sútil entre os anos avaliados, indo de 96,77% em 2014 para 96,99%, em 2017. O contingente populacional atual coberto com rede de água corresponde a 7.036 habitantes, com 83,74% dessa população ativa.

5.3.1.2.8.4 Medição do consumo de água (micromedição)

Na Tabela 56 é apontada o índice de hidrometração entre os anos de 2011 a 2015 para Antônio Diogo.

Tabela 56 - Índice de hidrometração da localidade Antônio Diogo entre o período de 2011 a 2015. Ano Índice de hidrometração (%) 2011 100,0 2012 100,0 2013 100,0 2014 100,0 2015 100,0 Fonte: CAGECE, 2016.

Assim como indicado na Tabela 56, a localidade Antônio Diogo tem excelente índice de hidrometração, com micromedição em 100,0% das ligações de água. Com relação a quantia e a idade média do parque de hidrômetros, ilustra- se na Figura 43 as informações para a RDA de Antônio Diogo.

Apoio técnico e institucional: 163

Figura 43 - Total e idade média dos hidrômetros instalados em Antônio Diogo entre o período de 2011 a 2015. 3200 5 s o

r 3150 t e 3100 4 m ô

r 3050 d i

h 3000 3

e e d 2950 d

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2900 2 I e

m 2850 ú

N 2800 1 2750 2700 0 2011 2012 2013 2014 2015

QuantidadeAno Idade Média

Fonte: CAGECE, 2016.

Entre 2011 e 2015 o parque de hidrômetros instalados apresentou um incremento de 15,45% (ver Figura 43), com uma quantia em 2015 de 3.160 hidrômetros possuindo idade média de 05 anos, prazo limite para troca pela Cagece.

5.3.1.2.8.5 Volume faturado e consumido

Na Figura 44 são assinaladas as médias por consumo, volumes faturado e consumido mensais de água nos anos de 2011 a 2015.

Figura 44 - Consumo, volumes faturado e consumido médios mensais em Antônio Diogo nos anos de 2011 a 2015. 36000 10,50 ) o ã

10,00 ç 32000 a g i l ) / ³ 9,50 ³ m m ( (

28000 e o m 9,00 m u u l s o n

V 24000 8,50 o C

20000 8,00 2011 2012 2013 2014 2015 Ano Fonte: CAGECE, 2016.

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Entre os anos de 2011 a 2014, as médias mensais do volume faturado de água na localidade Antônio Diogo estiveram entre 31.719,00 e 33.714,42 m³, sendo que os volumes médios consumidos, para esse período, oscilaram entre 23.955,14 e 26.519,75 m³. Em síntese, o volume consumido representou, em média, de 75 a 79% do faturado, justificando-se pela cobrança do volume de 10 m³ como o mínimo para faturamento. Em referência ao ano de 2015, a média mensal do volume faturado (23.955,25 m³) praticamente se igualou ao volume médio consumido (23.346,50 m³), conforme visualizado na Figura 44. Segundo a Coordenadoria Comercial da UNBME, essa queda registrada em 2015 no volume faturado foi decorrente de problemas operacionais e ajustes técnicos no abastecimento do distrito de Antônio Diogo, no período de novembro/2014 a dezembro/2015, passando assim a efetuar o faturamento pelo consumo real. O consumo médio mensal por ligação manteve-se próximo ao mínimo definido para faturamento com valor situando entre 8,5 e 10 m³/mês, assim como sinalizado na Figura 44.

5.3.1.2.8.6 Controle operacional e controle de perdas

As informações do IANF e do IPD já foram demonstradas na Seção Erro: Origem da referência não encontrada que aponta os valores totais dos sistemas da Cagece no município, onde já estão considerados os dados dos sistemas da Sede e de Antônio Diogo. Não foi possível mensurar estas informações por distrito pela insuficiência do sistema de medição em Antônio Diogo, sendo em algumas partes do sistema e da rede de distribuição a informação calculada por estimativas. Em vista desse problema, aponta-se a necessidade como programa de melhoria crucial a instalação de medidores de vazão nas unidades do SAA de Antônio Diogo.

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5.3.1.2.8.7 Estrutura tarifária dos serviços de água

Na Tabela 57 mostra-se o modelo tarifário da Cagece e o histograma de consumo da localidade Antônio Diogo em junho de 2016.

Tabela 57 - Estrutura tarifária de água (valores válidos a partir de setembro de 2017) e histograma da competência de dezembro/2017 da localidade Antônio Diogo. Faixa de Tarifa Valor da Nº de % Categoria Consumo (m³) (R$/m³) Conta (R$) Economias Acumulada Social 0-10 1,13 11,30 47 1,86 0-10 2,31 23,10 1.500 61,15 11-15 3,94 42,80 494 80,67 Popular 16-20 4,27 64,15 205 88,77 21-50 7,34 284,35 144 94,47 Residencial > 50 13,08 - 01 94,51 0-10 3,29 32,90 47 96,36 11-15 4,27 54,25 08 96,68 Normal 16-20 4,62 77,35 05 96,88 21-50 7,91 314,65 02 96,96 > 50 13,97 - 0 96,96 Total Residencial 2.453 96,96 Popular 0-13 3,94 51,22 36 1,42 Comercial 0-50 8,25 412,50 16 2,06 Normal > 50 13,08 - 0 2,06 Total Comercial 52 2,06 0-15 7,29 109,35 0 0,00 Industrial Normal 16-50 8,65 412,10 0 0,00 > 50 13,44 - 0 0,00 Total Industrial 0 0,00 0-15 4,81 72,15 14 0,55 Pública Normal 16-50 7,16 322,75 08 0,87 > 50 11,49 - 03 0,99 Total Pública 25 0,99 0-10 2,31 23,10 0 0,00 11-15 3,89 42,55 0 0,00 Entidade Filantrópica 16-20 4,18 63,45 0 0,00 21-50 7,16 278,25 0 0,00 > 50 12,63 - 0 0,00 Total Filantrópica 0 0,00 Total Geral 2.530 100,00 Fonte: CAGECE, 2017.

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De acordo com a Tabela 57, o maior contingente de economias enquadra- se na categoria residencial, somando 2.453 economias (96,96% do total geral). Desta porção, 2.344 famílias pertencem a categoria residencial popular (92,65% do total geral), registrando aproximadamente 61% (n = 1.500) do total residencial com faixa de consumo de até 10 m3, tarifa de R$ 2,31/m3 e valor final de R$ 23,10 cobrado na conta pela prestação dos serviços de água. Salienta-se ainda que 47 economias estão classificadas na categoria residencial social, em que a Cagece cobra por meio do consumo real com distribuição uniforme do subsídio para consumo de até 10 m³. Esta categoria de clientes que utiliza a rede de água paga de R$ 1,13 a R$ 11,30, variando conforme os metros cúbicos consumidos. Em seguida por quantidade de economias na Tabela 57 estão as categorias comercial e pública 2,06% e 0,99% do total geral, respectivamente.

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5.3.1.2.9 Dados gerais para abastecimento de água no distrito Antônio Diogo – IBGE, Prefeitura e Sisar

Em complemento às informações expostas, foi consultado o Censo 2010 do IBGE para identificar, de modo geral, as principais formas de abastecimento utilizadas no distrito de Antônio Diogo. Além disso, utilizou-se o levantamento de informações da equipe técnica da prefeitura, in loco, nas diversas localidades deste distrito, e por fim, também foram considerados os dados das localidades atendidas por sistemas implantados pelo Sisar.

5.3.1.2.9.1 Levantamento de dados do IBGE

Complementando as informações apresentadas anteriormente, foi realizado levantamento por meio do Censo 2010 do IBGE acerca dos tipos de abastecimento de águas encontradas nas zonas urbana e rural (consultar Tabela 58).

Tabela 58 - Domicílios particulares permanentes por tipo de abastecimento no distrito de Antônio Diogo. Formas de abastecimento Zona Rede Poço ou nascente Poço ou nascente Carro Outro Total Cisterna geral na propriedade fora da propriedade pipa tipo¹ Urbana 1.769 47 26 - 2 23 1.867 Rural 273 53 280 18 217 102 943 Total 2.042 100 306 18 219 125 2.810 Fonte: IBGE, 2010. Nota 1 - na coluna outro tipo está acrescentado a informação das residências que possuem como forma de abastecimento: água da chuva armazenada de outra forma; rio, açude, lago ou igarapé; entre outros tipos.

No contexto urbano o tipo de abastecimento se dá quase em totalidade por rede geral, detendo 95% dos domicílios urbanos (n = 1.769). Já na zona rural as fontes de abastecimento são mais diversificadas com aproximadamente 35% dos domicílios utilizando poços ou nascentes (n = 333); destacando-se ainda os que utilizam rede (29%) e cisternas (23%).

Apoio técnico e institucional: 168

5.3.1.2.9.2 Levantamento de dados pela equipe técnica da prefeitura

Com o objetivo de verificar a situação atual (2017) dos sistemas de abastecimento do distrito Antônio Diogo, sobretudo na zona rural, a equipe técnica da Prefeitura Municipal por meio dos Agentes de saúde coletou informações in loco em diversas localidades, as quais estão dispostas na Tabela 59. Destaca-se que um domicílio pode apresentar mais de uma alternativa de abastecimento.

Tabela 59 - Tipos de abastecimento nas localidades do distrito Antônio Diogo. Sistema público com rede Nº de Fonte Pública Carro- Localidade Total de Fonte de Cisterna Poço domicílios sem rede pipa domicílios abastecimento cobertos Antônio Diogo 310 310 Açude/Cagece 0 0 0 0 Carnaúbas 141 131 Açude/Cagece 34 30 0 10 Ceru 228 207 Açude/Cagece 21 0 0 0 Chico Lima 95 95 Açude/Cagece 15 05 0 0 Colônia 201 201 Açude/Cagece 0 106 0 0 Conjunto Novo 219 219 Açude/Cagece 0 01 0 Croatá 19 0 - 0 19 0 19 Currais I 118 0 - 08 83 0 27 Currais II 130 0 - 15 120 10 40 DERT 149 149 Açude/Cagece 0 07 37 0 Euclides Alves 22 22 Açude/Cagece 0 0 0 0 Francisco 28 28 Açude/Cagece 0 0 0 0 Barro Francisco Silva 42 42 Açude/Cagece 0 10 0 0 Frei Augusto 20 20 Açude/Cagece 0 10 0 0 Frexeira 12 0 - 0 12 4 8 Horto 56 0 - 56 20 18 - Irmã Diomira 59 58 Açude/Cagece 0 08 01 0 João Vicente 13 13 Açude/Cagece 0 08 0 0 José Simeão 70 70 Açude/Cagece 25 08 0 0 Lagoa Dantas 133 0 - - 119 2 131 Luís Soares 127 127 Açude/Cagece 0 0 0 0 Luiz 25 0 - 25 22 0 0 Domingues Mangueiral 52 52 Açude/Sisar 0 11 0 0

Apoio técnico e institucional: 169

Sistema público com rede Nº de Fonte Pública Carro- Localidade Total de Fonte de Cisterna Poço domicílios sem rede pipa domicílios abastecimento cobertos Padre Antônio 25 25 Açude/Cagece 0 05 0 0 B. Padre 158 158 Açude/Cagece 10 02 0 0 Severiano Rua Irmã 73 73 Açude/Cagece 0 06 0 0 Augusta Susto 223 - - 135 212 10 78 Tereza Cristina 10 10 Açude/Cagece 0 0 0 0 Terezinha P. 65 65 Açude/Cagece 17 05 0 0 Travessa Luís 12 12 Açude/Cagece 0 0 0 0 Soares Urucunzal 372 366 Açude/Cagece 02 09 07 0 Total 3.207 2.453 - 363 838 89 313 Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017. Nota: (-) Informação não disponível. (*) Incluso os domicílios que utilizam abastecimento coletivo por bica, poço ou chafariz da prefeitura, e até mesmo, diretamente do açude.

Registra-se na Tabela 59, conforme dados da Prefeitura, que quase 76% dos domicílios dispõem de sistema coletivo com rede, tendo neste caso a Cagece como a principal prestadora com abrangência de 98% da parcela abastecida com rede. As outras fomas de abastecimento observadas em Antônio Diogo são representadas por cisterna (26,1%), sistema público sem rede (11,3%), carro-pipa (9,8%) e poço (2,8%). Nos sistemas públicos sem água encanada as fontes utilizadas são poços, olho d'água e chafarizes, lembrando que, não foi assinalado pelo município se é realizado qualquer tipo de tratamento da água fornecida por esses sistemas. Vale enfatizar que as localidades operadas pela Cagece possui água com tratamento feito por tecnologia do tipo convencional. Conforme dados apresentados, desperta-se a preocupação pela ingestão de água contaminada por parte da população do distrito de Antônio Diogo em face de não se ter a segurança da procedência e do tratamento da água em algumas localidades e também pelas condições impróprias de transporte e armazenamento

Apoio técnico e institucional: 170

que podem ser adotadas pela população.

5.3.1.2.9.3 Levantamento de dados da localidade que possui sistema operado pelo Sisar – abastecimento de água no distrito Antônio Diogo

No distrito Antônio Diogo, o Sisar atua na localidade Mangueiral, sendo abastecida por injetamento realizado pelo SIAA de Redenção/Acarape/Barreiras/Antônio Diogo. O tratamento de água no SAA de Mangueiral é do tipo convencional (ciclo completo). Nas Tabela 60 e Tabela 61 estão dispostos as informações técnicas do sistema operado pelo Sisar.

Tabela 60 - Dados populacionais do Sisar na localidade Mangueiral em 2016. Índice de Ligações Ligações Pop. coberta Pop. Atendimento Localidade hidrometração totais ativas total abastecida real (%) (%) Mangueiral 52 44 197 166 100 85 Fonte: CAGECE, 2016.

Tabela 61 - Dados técnicos do Sisar na localidade Mangueiral em 2016. Diâmetro Material da Extensão Volume Capacidade Capacidade Funcionamento Localidade Fonte da adutora adutora e da rede médio REL (m³) RAP (m³) h/dia e rede (mm) rede (m) (m³) Mangueiral Cagece 60 PVC 3.000 30 25 12 2 Fonte: CAGECE, 2016.

A tarifa média cobrada na localidade Mangueiral é de R$ 8,48 (incluídos os custos de operação e manutenção), com atendimento real de água de em 85%. O monitoramento da qualidade da água distribuída pelo Sisar é feita por meio das análises de pH, cor, turbidez, residual de cloro e bacteriológico.

Apoio técnico e institucional: 171

5.3.1.3. Distrito Barra Nova e localidades

O levantamento das informações pelo IBGE acerca das formas de abastecimento encontradas no referido distrito estão apresentados na Tabela 62.

Tabela 62 - Domicílios particulares permanentes por tipo de abastecimento no distrito de Barra Nova. Formas de abastecimento Zona Rede Poço ou nascente Poço ou nascente Carro Outro Total Cisterna geral na propriedade fora da propriedade pipa tipo¹ Urbana 127 02 02 - - 03 134 Rural 89 67 147 - 04 134 441 Total 216 69 149 - 04 137 575 Fonte: IBGE, 2010. Nota 1 - na coluna outro tipo está acrescentado a informação das residências que possuem como forma de abastecimento: rio, açude, lago ou igarapé; entre outros tipos.

No distrito de Barra Nova foi observado que as formas predominantes de abastecimento são por poços/nascentes (37,91% do total) e rede geral (37,56% do total). No contexto urbano a preminência no abastecimento se dá por rede com abrangência de 95% das residências e no rural a maioria dos domicílios (48,53%) utilizam poços/nascentes. Na zona rural destaca-se também a utilização de outros tipos e rede geral como abastecimento, com percentual de 30% e 20%, respectivamente, do total dos domicílios rurais. Em menor número, consta como uma das formas de abastecimento em Barra Nova as cisternas. Com o objetivo de verificar a situação atual (2017) dos sistemas de abastecimento do distrito Barra Nova, sobretudo na zona rural, a equipe técnica da Prefeitura Municipal por meio dos Agentes de saúde coletou informações in loco em diversas localidades, as quais estão dispostas na Tabela 63. Destaca-se que um domicílio pode apresentar mais de uma alternativa de abastecimento.

Apoio técnico e institucional: 172

Tabela 63 - Tipos de abastecimento nas localidades do distrito Barra Nova. Sistema público com rede Nº de Fonte Pública Carro- Localidade Total de Fonte de Cisterna Poço domicílios sem rede pipa domicílios abastecimento cobertos Araticum de 03 0 - 03 0 0 0 Baixas 16 0 - 15 12 01 0 Barra Nova 251 243 Açude/Cagece 0 73 08 0 Brenha 130 0 - 129 123 01 0 Calção 06 0 - 06 04 0 0 Canadá 101 22 Poço 0 0 0 79 Comburão 08 0 - 08 05 0 0 Genipapo 07 0 - 07 05 0 0 Leão 13 18 0 - 18 16 0 0 Mosquito 05 0 - 04 05 01 0 Piancó 15 0 - 15 13 01 0 Piroás I 20 0 - 20 11 0 0 Piroás II 112 0 - 111 90 01 0 São Gerardo 11 0 - 10 02 01 0 Serra Grande 09 0 - 0 09 09 0 Total 712 265 - 346 368 23 79 Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017. Nota: (-) Informação não disponível. (*) Incluso os domicílios que utilizam abastecimento coletivo por bica, poço ou chafariz da prefeitura, e até mesmo, diretamente do açude.

De acordo com os dados levantados pela Prefeitura, mostrados na Tabela 63, apenas 37% dos domicílios recebem água por meio de rede de distribuição, estando a Cagece responsável pelo abastecimento somente na localidade Barra Nova (n = 243 residências) e na localidade Canadá a operação é realizada pela própria Associação Comunitária/Prefeitura que atende parcialmente os moradores da região (n = 22 domicílios). Salienta-se que todas as informações técnicas, comerciais e operacionais do sistema que abastece a localidade Barra Nova já foi descrita anteriormente, contextualizada nas Seções que tratam do SAA do distrito Sede. As outras fontes de abastecimento existentes em Barra Nova de maior alcance são representadas por cisterna (51,7%) e sistema público sem rede (48,6%)

Apoio técnico e institucional: 173

com maior. Com menor proporção estão os domicílios que utilizam carro-pipa (11,1%) e poço (3,2%). Nas fontes públicas coletivas sem água encanada são utilizadas poços, chafarizes e, até mesmo, coletam-se diretamente no açude. Em referência ao tratamento da água, com exceção das localidades operadas pela Cagece, foi informado pela Prefeitura que apenas as localidades Leão 13 e São Gerardo realizam uma simples desinfecção pela aplicação de cloro (hipoclorito ou água sanitária). As demais localidades não foram apontadas se há algum tratamento empregado. A partir dos dados apresentados acima, revela-se a preocupação de riscos a saúde pública em parte das localidades de Barra Nova devido a ingestão de água de procedência e controle imprecisos, como também pela possibilidade de transporte e armazenamento inadequados da água consumida.

Apoio técnico e institucional: 174

5.3.1.4. Distrito Faísca e localidades

O levantamento das informações pelo IBGE acerca das formas de abastecimento encontradas no referido distrito estão apresentados na Tabela 64.

Tabela 64 - Domicílios particulares permanentes por tipo de abastecimento no distrito de Faísca. Formas de abastecimento Zona Rede Poço ou nascente Poço ou nascente Carro Outro Total Cisterna geral na propriedade fora da propriedade pipa tipo¹ Urbana 01 06 25 - - 105 137 Rural 13 06 86 - 01 19 125 Total 14 12 111 - 01 124 262 Fonte: IBGE, 2010. Nota 1 - na coluna outro tipo está acrescentado a informação das residências que possuem como forma de abastecimento: água da chuva armazenada de outra forma; rio, açude, lago ou igarapé; entre outros tipos.

No distrito de Faísca foi observado que as formas predominantes de abastecimento são por poços/nascentes (46,94% do total) e outros tipos (47,32% do total). No contexto urbano a predominância no abastecimento se dá por outros tipos, com abrangência de 77% das residências, e no rural a maioria dos domicílios (74%) utilizam poços/nascentes. Em menor número, consta ainda como as formas de abastecimento em Faísca: rede (n = 14 residências) e a cisterna (n = 01 residência). Com o objetivo de verificar a situação atual (2017) dos sistemas de abastecimento do distrito Faísca, sobretudo na zona rural, a equipe técnica da Prefeitura Municipal por meio dos Agentes de saúde coletou informações in loco em diversas localidades, as quais estão dispostas na Tabela 65. Destaca-se que um domicílio pode apresentar mais de uma alternativa de abastecimento.

Apoio técnico e institucional: 175

Tabela 65 - Tipos de abastecimento nas localidades do distrito Faísca. Sistema público com rede Nº de Fonte Pública Carro- Localidade Total de Fonte de Cisterna Poço domicílios sem rede pipa domicílios abastecimento cobertos Boqueirão 120 80 Poço 20 90 10 0 Faísca 179 153 Poço 20 157 03 03 Oiticica 133 0 - 80 80 08 03 Olho D'Água 46 46 0 30 0 0 Bananeira Olho D'Água do 236 236 Poço/Sisar 0 100 02 03 Constantino Praianos 02 0 - 0 02 02 0 Riacho das 68 0 - 55 63 13 0 Pedras Total 784 515 - 175 522 38 09 Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017. Nota: (-) Informação não disponível. (*) Incluso os domicílios que utilizam abastecimento coletivo por bica, poço ou chafariz da prefeitura, e até mesmo, diretamente do açude.

Segundo levantamento da Prefeitura (Tabela 65) cerca de 66% dos domicílios dispõem de água por rede de distribuição, com 54% desta quantia com fornecimento de água por sistemas operados pela Prefeitura (n = 279) e 46% dos domicílios pelo Sisar (n = 236). As outras fontes de abastecimento existentes em Faísca de maior alcance são representadas por cisterna (67%) e sistema público sem rede (22%) com maior. Com menor proporção estão os domicílios que utilizam poço (5%) e carro-pipa (1%). Nas fontes públicas coletivas sem água encanada são utilizadas poços, chafarizes e, até mesmo, utilizam água diretamente do açude. Em referência ao tratamento da água, foi informado pela Prefeitura que apenas as localidades Olho D'Água Bananeira, Olho D'Água do Constantino e Oiticica efetuam uma simples desinfecção com aplicação de cloro (hipoclorito ou água sanitária). As demais localidades não foram apontadas se há algum tratamento empregado. A partir dos dados apresentados acima, revela-se a preocupação de riscos a saúde pública em parte das localidades de Barra Nova devido a ingestão de

Apoio técnico e institucional: 176

água de procedência e controle imprecisos, como também pela possibilidade de transporte e armazenamento inadequados da água consumida. No distrito Faísca, o Sisar atua na localidade Olho d´Água dos Constantinos. Nas Tabela 66 e Tabela 67 estão dispostos as informações técnicas do sistema operado pelo Sisar.

Tabela 66 - Dados populacionais do Sisar na localidade Olho D'Água dos Constantinos em 2016. Índice de Ligações Ligações Pop. coberta Pop. Atendimento Localidade hidrometração totais ativas total abastecida real (%) (%) Olho d'Água dos 236 167 892 631 100 71 Constantinos Fonte: CAGECE, 2016.

Tabela 67 - Dados técnicos do Sisar na localidade Olho D'Água dos Constantinos em 2016. Diâmetro Material da Extensão Volume Capacidade Capacidade Funcionamento Localidade Fonte da adutora adutora e da rede médio REL (m³) RAP (m³) h/dia e rede (mm) rede (m) (m³) Olho d'Água dos Poço 60 PVC 5.000 - - 24 2 Constantinos Fonte: CAGECE, 2016.

A tarifa média cobrada na localidade Olho d´Água dos Constantinos é de R$ 10,60 (incluídos os custos de operação e manutenção), com atendimento real de água de 71%. O tratamento da água é feito por simples desinfecção (cloro) com monitoramento da qualidade da água distribuída a partir das análises de pH, cor aparente, turbidez, cloro residual e microbiológicas.

5.3.1.5. Distrito Guassi e localidades

O levantamento das informações pelo IBGE acerca das formas de abastecimento encontradas no referido distrito estão apresentados na Tabela 68.

Apoio técnico e institucional: 177

Tabela 68 - Domicílios particulares permanentes por tipo de abastecimento no distrito de Guassi. Formas de abastecimento Zona Rede Poço ou nascente Poço ou nascente Carro Outro Total Cisterna geral na propriedade fora da propriedade pipa tipo¹ Urbana 20 06 70 - - - 96 Rural 02 163 335 - 04 51 555 Total 22 169 405 - 04 51 651 Fonte: IBGE, 2010. Nota 1 - na coluna outro tipo está acrescentado a informação das residências que possuem como forma de abastecimento: água da chuva armazenada de outra forma; rio, açude, lago ou igarapé; entre outros tipos.

No distrito de Guassi foi observado que a forma predominante de abastecimento é por poços/nascentes (88,17% do total), compreendendo na zona urbana 79,17% das residências e na rural 89,73% das residências. Em menor número, consta ainda como as formas de abastecimento em Guassi: outros tipos (n = 51 domicílios), rede (n = 22 domicílios) e cisternas (n = 04 domicílios). Com o objetivo de verificar a situação atual (2017) dos sistemas de abastecimento do distrito Guassi, sobretudo na zona rural, a equipe técnica da Prefeitura Municipal por meio dos Agentes de saúde coletou informações in loco em diversas localidades, as quais estão dispostas na Tabela 69. Destaca-se que um domicílio pode apresentar mais de uma alternativa de abastecimento.

Apoio técnico e institucional: 178

Tabela 69 - Tipos de abastecimento nas localidades do distrito Guassi. Sistema público com rede Nº de Fonte Pública Carro- Localidade Total de Fonte de Cisterna Poço domicílios sem rede pipa domicílios abastecimento cobertos Arvoredo 20 0 - 20 18 0 0 Guassi 180 128 - 34 126 18 0 Serra Negra 09 0 - 0 09 09 0 Serra Vermelha 83 83 Poço/Sisar 0 0 0 0 Serrinha Bela 68 0 - 65 18 03 0 Sítio Alegre 06 0 - 06 05 0 0 Sítio Camará 31 0 - 13 17 03 11 Sítio Catarina 03 0 - 0 02 0 02 Sítio Miranda 14 0 - 14 14 0 0 Sítio Palmeira 03 0 - 03 0 0 0 Sítio Paraíso 14 0 - 0 11 0 03 Sítio Saco 40 0 - 36 40 0 04 Total 471 211 - 191 260 33 20 Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017. Nota: (-) Informação não disponível. (*) Incluso os domicílios que utilizam abastecimento coletivo por bica, poço ou chafariz da prefeitura, e até mesmo, diretamente do açude.

Segundo levantamento da Prefeitura (Tabela 69) cerca de 61% dos domicílios dispõem de água por rede de distribuição, com 61% desta quantia com fornecimento de água por sistemas operados pela Prefeitura (n = 128) e 39% dos domicílios pelo Sisar (n = 83). As outras fontes de abastecimento existentes em Guassi de maior alcance são representadas por cisterna (55%) e sistema público sem rede (41%). Com menor proporção estão os domicílios que utilizam poço (7%) e carro-pipa (4%). Nas fontes públicas coletivas sem água encanada são utilizadas poços, chafarizes e, até mesmo, buscam água diretamente do açude. Em referência ao tratamento da água, foi informado pela Prefeitura que apenas a localidade Serra Vermelha faz uma simples desinfecção com aplicação de cloro (hipoclorito). As demais localidades não foram apontadas se há algum tratamento empregado. A partir dos dados apresentados acima, revela-se a preocupação de

Apoio técnico e institucional: 179

riscos a saúde pública em parte das localidades de Barra Nova devido a ingestão de água de procedência e controle imprecisos, como também pela possibilidade de transporte e armazenamento inadequados da água consumida. No distrito Guassi, o Sisar atua na localidade Serra Vermelha. Nas Tabela 70 e Tabela 71 estão dispostos as informações técnicas do sistema operado pelo Sisar.

Tabela 70 - Dados populacionais do Sisar na localidade Serra Vermelha em 2016. Índice de Ligações Ligações Pop. coberta Pop. Atendimento Localidade hidrometração totais ativas total abastecida real (%) (%) Serra 83 78 314 295 100 94 Vermelha Fonte: CAGECE, 2016.

Tabela 71 - Dados técnicos do Sisar na localidade Serra Vermelha em 2016. Diâmetro Material da Extensão Volume Capacidade Capacidade Funcionamento Localidade Fonte da adutora adutora e da rede médio REL (m³) RAP (m³) h/dia e rede (mm) rede (m) (m³) Serra Vermelha Poço 60 PVC 4.000 - 20 12 3 Fonte: CAGECE, 2016.

A tarifa média cobrada na localidade Serra Vermelha é de R$ 10,60 (incluídos os custos de operação e manutenção), com atendimento real de água de 94%. O tratamento da água é feito por desinfecção (cloro). A qualidade da água distribuída é monitorada a partir das análises de pH, cor aparente, turbidez, cloro residual e microbiológicas.

5.3.1.5.1 Informações gerais do IBGE – abastecimento de água no município de Redenção

Por fim, na Tabela 72 estão apresentados os dados gerais de domicílios particulares permanentes segundo a forma de abastecimento de água no município de Redenção, conforme o Censo 2010 do IBGE.

Apoio técnico e institucional: 180

Tabela 72 - Domicílios particulares permanentes por formas de abastecimento de água – 2010. Formas de abastecimento Município de Poço ou Poço ou Rede Outro Total Redenção nascente na nascente fora Carro-pipa Cisterna geral tipo¹ propriedade da propriedade Zona urbana 3.873 65 139 - 02 208 4.287 Zona rural 1.070 376 1.029 18 226 386 3.105 Total 4.943 441 1.168 18 228 594 7.392 Fonte: IBGE, 2010. Nota 1 - na coluna outro tipo está acrescentado a informação das residências que possuem como forma de abastecimento: água da chuva armazenada de outra forma; rio, açude, lago ou igarapé; entre outros tipos.

De acordo com os dados apresentados, 66,9% dos domicílios particulares permanentes do município rede geral como principal forma de abastecimento, a maioria destes localizados na zona urbana (n = 3.873). Por conseguinte, estão os domicílios que utilizam poços ou nascentes com alcance de 21,8% do total, com maior parcela situado na zona rural (n = 1.168). Com menor dimensão, encontra-se os domicílios que têm como forma de abastecimento outros tipos (8,0%), cisternas (3,1%) e carro-pipa (0,2%).

5.3.2 Esgotamento Sanitário

O município de Redenção não dispõe de um sistema público de esgotamento sanitário, embora, já exista um sistema que cobre uma pequena extensão da população do distrito Sede, apenas com abrangência para o bairro Boa Fé, contemplado por meio do programa Prourb com coleta e tratamento biológico. Nas demais regiões do município, zona urbana e rural, são empregadas, principalmente, soluções individuais como fossas sépticas, fossas rudimentares, valas, até mesmo, com despejo de seus efluentes diretamente nas vias públicas. Abaixo serão discutidos as informações relativas ao sistema de esgotamento sanitário existente. É importante mencionar que em 2015 a Cagece elaborou um Projeto Técnico Executivo do Sistema de Esgotamento Sanitário de Redenção-CE, que compreenderá toda a população urbana do distrito Sede.

Apoio técnico e institucional: 181

Portanto, após apresentação do SES atual será apresentado um resumo das informações técnicas do novo projeto do SES.

5.3.2.1. Distrito Sede

O SES existente na Sede foi instalada apenas para abrangência do bairro Boa Fé com atendimento até 2017 de apenas 269 ligações ativas. O sistema é composto por rede coletora, estação de tratamento de esgoto (ETE), emissário e corpo receptor (Figura 45).

Apoio técnico e institucional: 182

Figura 45 -Croqui do SES existente em Redenção-CE.

Fonte: CAGECE, 2016.

Apoio técnico e institucional: 183

5.3.2.1.1 Rede coletora de esgoto (RCE)

A RCE no distrito Sede abrange apenas a coleta e o transporte do esgoto gerados nas residências do bairro Boa Fé para a Ete Redenção (instalada no mesmo bairro), com extensão total de 2.209,86 m Ø 150 mm em PVC. A rede coletora está em bom estado de conservação, porém foi relatado pela gerência de núcleo de Redenção a má utilização da rede pela população, com o despejo de águas pluviais e descarte de resíduos de óleos de cozinha junto ao esgoto. No período de inverno ocorre extravasamentos nas vias locais pela contribuição irregular demasiada de água das chuvas na rede de esgoto. Para o RCE em questão, no ano de 2015 foram registrados 13 reclamações e solicitações a partir da central de atendimento telefônico da Cagece (0800 275 0195), sendo 85% destas relativas a verificação de dados cadastrais e apenas 01 (um) registro para serviços de desobstrução de rede.

5.3.2.1.2 Estações de tratamento de esgoto (Ete)

Unidade operacional que tem como finalidade, a partir de processos físicos, químicos e/ou biológicos, a remoção de poluentes do esgoto, devolvendo ao meio ambiente o efluente tratado em conformidade com os padrões exigidos pela legislação ambiental vigente. O município de Redenção possui somente a estação de tratamento de esgoto do bairro Boa Fé (Figura 46), que possui vazão de projeto de 7,43 m³/h. A Ete de Redenção conta com tecnologia de tratamento por reatores anaeróbios de fluxo ascendente, comumente denominado de UASB (do inglês Upflow Anaerobic Sludge Blanket). A ETE é contemplada por: gradeamento, poço de sucção com bomba submersível (funciona com 02 CMBs, um em operação e um reserva), 02 reatores UASB circular, dosador de cloro, tanque de contato e leito de secagem. Não há identificação deste equipamento e nem que ele pertence a Cagece.

Apoio técnico e institucional: 184

Em relação a segurança, operação e manutenção, a Ete está devidamente delimitada e apresenta adequada condição de manutenção e conservação.

Figura 46 - Estação de tratamento de esgoto no bairro Boa Fé, Redenção - CE.

Fonte: CAGECE, 2016.

Inicialmente, o esgoto passa por um poço de visita na Ete e segue para a unidade de tratamento preliminar (gradeamento). O material removido do gradeamento é armazenado em uma célula na estação e quando atinge volume suficiente é disposto no lixão do município, constituindo-se como uma destinação final ambientalmente inadequada. Na sequência, o esgoto é destinado ao poço de sucção com bomba submersível, que detém a função de recalcar o esgoto sobrenadante e introduzi-lo na base do reator. No ato da visita, o poço de sucção estava funcionando com o CMB reserva e o CMB titular encontrava-se com defeito. Informa-se ainda que a Ete não possui grupo gerador de energia elétrica. No reator UASB é promovido por meio de processos biológicos anaeróbios a degradação da matéria orgânica pela passagem do esgoto em um escoamento ascendente, percorrendo pelos compartimentos de digestão, de decantação e o separador trifásico (gás, líquido e sólido). Nessa tecnologia de tratamento biológico são gerados produtos nos estados físicos líquido, sólido e gasoso: o efluente tratado, o lodo digerido e o biogás

Apoio técnico e institucional: 185

(composto, principalmente, por metano que possui elevado poder calorífico). Por fim, o efluente do reator UASB segue para um tanque de contato, onde é aplicado o processo de desinfecção por cloração no esgoto tratado antes do lançamento ao corpo receptor. O sistema de dosagem de produtos químicos (hypocal) é manual e ocorre de forma incipiente, necessitando de automação para melhorar a eficiência da cloração. Parte do lodo digerido descartado do reator UASB é encaminhado para desidratação nos leitos de secagem (Figura 47), onde por meio de processos naturais ocorre a redução do teor de água e possível remoção de patógenos pela exposição a radiação, garantindo assim redução do volume a ser transportado e disposto ou até mesmo permitindo o reaproveitamento do lodo para fins agrícolas. Os resíduos sólidos da Ete, material retirado nas grades e o lodo produzido nos leitos de secagem, são dispostos inadequadamente com disposição final no lixão do município.

Figura 47 - Leito de secagem da Ete Redenção.

Fonte: CAGECE, 2016.

Com relação à qualidade do efluente tratado, o Plano de Monitoramento e Controle da Ete de Redenção executado pela Cagece, determina a frequência para análise dos seguintes parâmetros: a) Mensal: potencial hidrogeniônico, sólidos suspensos totais, demanda química de oxigênio total, cloro residual livre, coliformes totais e E. coli;

Apoio técnico e institucional: 186

b) trimestral: materiais flutuantes e temperatura; frequência semestral para as análises de nitrogênio amoniacal, sólidos sedimentáveis e sulfeto; c) anual: cromo hexavalente, ferro dissolvido, manganês dissolvido, óleos e graxas, sulfato e sulfito. O Relatório de Verificação de Conformidade Legal e Ambiental da saída da Ete Redenção, no ano de 2015, demonstra que alguns resultados apresentaram não conformidades com os padrões de lançamento estabelecidos pela Portaria 154/2002 da SEMACE (Art. 4º), sendo eles: DQO, SST, materiais flutuantes, sólidos sedimentáveis, E. coli. Segundo a Cagece (2016), o reator está operando com carga orgânica elevada, comprometendo, deste modo, a eficiência na remoção de poluentes durante o tratamento e levando a produção de esgoto tratado fora dos padrões de lançamentos da legislação vigente.

5.3.2.1.3 Emissário e corpo receptor

O emissário tem uma extensão aproximada de 350 m com diâmetro de PVC OCRE 150mm. O esgoto tratado na ETE é disposto no rio Belinha. No emissário parte da tubulação está danificada em seu trecho inicial, a cerca de 30 m do vertedouro (CAGECE, 2014).

5.3.2.1.4 Aspectos comerciais do sistema de esgotamento sanitário

Os aspectos comerciais a serem mencionados nesta seção estão relacionados à (ao): quantidade de ligações de esgoto; quantidade de economias e situação por categoria; índices de utilização da rede, cobertura e atendimento do SES no distrito Sede; volumes faturados e coletados e produção de esgoto média mensal; estrutura tarifária dos serviços de esgoto.

Apoio técnico e institucional: 187

5.3.2.1.4.1 Ligações de esgoto

Na Tabela 73 é demonstrada a quantidade e a situação de ligações de esgoto na Sede do município por categoria do imóvel.

Tabela 73 - Ligações de esgoto no SES do distrito Sede no período de 2014 a 2017. Situação/Ano 2014 2015 2016 2017 Ativo Condominial15 0 0 0 0 Ativo Normal16 287 283 272 269 Factível17 08 08 11 10 Faturado por Outro Imóvel18 0 01 01 01 Ligado sem Interligação19 04 04 04 04 Ligado sem Condição de Interligar20 0 0 0 0 Potencial21 4.281 4.419 4.574 4.682 Suspenso22 12 15 17 18 Tamponado23 01 01 10 13 Total 4.593 4.731 4.889 4.997 Fonte: CAGECE, 2017.

Analisando a Tabela 73 verifica-se que o número de ligações ativas normais de esgoto decresceu durante os anos de 2014 a 2017, com uma redução de 6%, possuindo somente 269 ligações ativas normais de esgoto em 2017. As ligações suspensas e tamponadas tiveram um aumento, passando, respectivamente, de 12 e 01 ligações em 2014 para 18 e 13 ligações em 2017. É importante ressaltar a quantidade de ligações potenciais, detendo 4.682 ligações no ano de 2017.

15 Apresentam rede de esgoto interligada à rede coletora condominial. 16 Apresentam rede de esgoto ligada à rede coletora. 17 Apresentam rede de esgoto disponível para ligação, mas não está interligada. 18 Ligações ativas, onde o seu faturamento é pago por outro imóvel. 19 Apresentam rede de esgoto disponível para ligação com ramal e caixa de inspeção, mas não está interligada. 20 Existe caixa coletora, mas o nível da caixa não permite escoamento. 21 Não apresentam rede de esgoto disponível para ligação. 22 Ligações com faturamento suspenso. 23 Ligações lacradas.

Apoio técnico e institucional: 188

5.3.2.1.4.2 Economias

É apresentada na Tabela 74 o resumo da situação das categorias de economias até a competência de dezembro de 2017.

Tabela 74 - Situação das economias por categoria no SES de Redenção até dezembro de 2017. Faturada Ligado s/ Ativa Ativa por Lig. s/ condição Categoria Factível Potencial Suspensa Tamponada Total condominial normal outro interligação de imóvel interligar Comercial 0 01 0 0 0 0 273 0 0 274 Entidade 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Filantrópica Industrial 0 0 01 0 0 0 16 0 0 17 Mista 0 0 0 0 0 0 65 0 0 65 Pública 0 01 0 0 0 0 102 0 0 103 Residencial 0 267 09 01 04 0 4.446 18 13 4.758 Total 0 269 10 01 04 0 4.837 18 13 5.217 Fonte: CAGECE, 2017.

Observa-se que apenas 5,16% (n = 269) das economias estão na situação ativa normal, com 267 destas enquadradas na categoria residencial. Cerca de 94% das economias (n = 4.837) estão na situação de ligação em potencial, ou seja, não existe infraestrutura de rede de esgoto disponível para interligação.

5.3.2.1.4.3 Índices de utilização da rede, cobertura e atendimento do SES no distrito Sede Na Tabela 75 estão apresentados os valores do Índice de Utilização da Rede de Esgoto (Iure) da Sede. Indicador este de caráter setorial utilizado para monitorar o alcance dos serviços de esgotamento sanitário.

Tabela 75 - Índice de utilização da rede de esgoto da Sede de Redenção no período de 2014 a 2017. Ano Iure (%) 2014 95,83 2015 95,83 2016 92,06 2017 91,43 Fonte: CAGECE, 2017.

Apoio técnico e institucional: 189

Na Tabela 75 nota-se que em 2017 cerca de 91% da população coberta com infraestrutura de rede de esgoto está interligada, embora o sistema tenha abrangência pequena somente de uma parcela da população que reside no bairro Boa Fé. Logo, percebe-se que a maioria dos domicílios utilizam soluções individuais, muitas se caracterizando como formas de tratamento de águas residuárias inadequadas, a exemplo do uso de fossas rudimentares e disposição no solo, expondo-se dessa forma ao risco iminente de contaminação e doenças relacionadas a falta infraestrutura de saneamento básico. Ainda analisando a Tabela 75, observa-se que entre 2014 a 2017 o Iure teve com uma leve redução de, aproximadamente, 96% em 2014 para 91% em 2017. Abaixo, na Tabela 76, são designados os índices de cobertura e atendimento do SES do distrito de Redenção no período de 2014 a 2017.

Tabela 76 - Índices de cobertura e atendimento do SES do distrito Sede entre 2014 e 2017. População População População Ativa Coberta de Índice de Cobertura de Ano projetada de Esgoto Esgoto Esgoto (%) (hab.) (hab.) (hab.) 2014 7.902 580 537 7,34 2015 8.034 568 515 7,07 2016 8.166 561 492 6,87 2017 8.321 560 482 6,73 Fonte: CAGECE, 2017.

Entre 2014 e 2017, o índice de cobertura de esgoto apresentou uma redução indo de 7,34% para 6,73%, respectivamente. Ou seja, mais de 90% da população do distrito Sede não tem alcance de infraestrutura de esgotamento sanitário.

5.3.2.1.4.4 Volumes faturados e coletados e produção de esgoto média mensal

Na Figura 48 são exibidos os volumes faturado, coletado e a geração

Apoio técnico e institucional: 190

média mensal de esgoto no distrito de Redenção para os anos de 2011 a 2015.

Figura 48 - Volumes faturado, coletado e gerado mensal de água por ligação entre 2011 a 2015.

2000 8,00 7,00

1800 ) o ) 6,00 ³ ã ç m a (

5,00 g

1600 i e l / ³ m 4,00 u m l ( o 1400

3,00 o V ã ç

2,00 a 1200 r e

1,00 G 1000 0,00 2011 2012 2013 2014 2015 Ano Vol. faturado (m³) Vol. coletado (m³) Consumo mensal (m³/lig) Fonte: CAGECE, 2016.

Conforme visualizado na Figura 48, no intervalo de tempo avaliado o volume faturado médio mensal variou entre 1555 e 1976 m³, sendo que o volume coletado esteve com percentuais entre 90 e 97% do faturado. Em menção à geração média mensal de esgoto por ligação, foi registrado mínimo de 5,10 m³/ligação, em 2011, e máximo de 6,45 m³/ligação em 2012.

5.3.2.1.4.5 Estrutura tarifária dos serviços de esgoto

O consumidor usuário pela prestação dos serviços de esgotamento sanitário pela Cagece paga o equivalente a 80% do volume faturado de água pela. “Na prática, a Cagece continua tratando 100% do esgoto produzido nas residências, mas fatura 20% a menos do volume na emissão de suas faturas, estimulando, assim, o uso do serviço de esgotamento sanitário” (CAGECE, 2016). Na Tabela 77 mostra-se o modelo tarifário da Cagece e o histograma de consumo do distrito Sede.

Apoio técnico e institucional: 191

Tabela 77 - Estrutura tarifária de esgoto (valores válidos a partir de setembro de 2017) e histograma da competência de dezembro/2017 do distrito Sede. Faixa de Tarifa Valor da Nº de % Categoria Consumo (m³) (R$/m³) Conta (R$) Economias Acumulada Social 0-10 1,13 11,30 108 48,00 0-10 2,31 23,10 57 73,33 11-15 3,94 42,80 50 95,56 Popular 16-20 4,27 64,15 08 99,11 21-50 7,34 284,35 0 99,11 Residencial > 50 13,08 - 0 99,11 0-10 3,61 36,10 0 99,11 11-15 4,70 59,60 0 99,11 Normal 16-20 5,06 84,90 0 99,11 21-50 8,69 345,60 0 99,11 > 50 15,36 - 0 99,11 Total Residencial 223 99,11 Popular 0-13 4,33 56,29 0 0,00 Comercial 0-50 9,11 455,50 01 0,44 Normal > 50 14,39 - 0 0,44 Total Comercial 01 0,44 0-15 8,03 120,45 0 0,00 Industrial Normal 16-50 9,50 452,95 0 0,00 > 50 14,78 - 0 0,00 Total Industrial 0 0,00 0-15 5,29 79,35 0 0,00 Pública Normal 16-50 7,86 354,45 0 0,00 > 50 12,63 - 01 0,04 Total Pública 01 0,44 0-10 2,31 23,10 0 0,00 11-15 3,89 42,55 0 0,00 Entidade Filantrópica 16-20 4,18 63,45 0 0,00 21-50 7,16 278,25 0 0,00 > 50 12,63 - 0 0,00 Total Filantrópica 0 0,00 Total Geral 225 100,00 Fonte: CAGECE, 2017.

De acordo com a Tabela 77, 99,11% das economias pertencem a categoria residencial (n = 223). Cerca de 48% do total de economias estão classificadas na categoria residencial social (n = 108) e aproximadamente 51% pertencem a categoria residencial popular (n = 115). Da categoria residencial popular maior parcela apresentam faixas de

Apoio técnico e institucional: 192

consumo de até 10 m3 (n = 57) e de 11-15 m³ (n = 50), com tarifas, respectivamente, de R$ 2,31 e 3,94/m3 e valores finais, respectivamente, de R$ 23,10 e R$ 42,80 cobrados na conta pela prestação dos serviços de esgoto.

5.3.2.1.5 Projeto técnico executivo do SES do município de Redenção-CE

Em 2015, a Cagece elaborou o Projeto do Sistema de Esgotamento Sanitário da Sede urbana do município de Redenção. Neste projeto a Cagece desconsiderou o sistema existente devido a não compatibilidade deste com as normas de recebimento da companhia (fora dos padrões de assentamento e tratamento). O projeto do SES de Redenção é para implantação de um sistema do tipo separador absoluto, constituído de ligações prediais, intradomiciliares, rede coletora, estações elevatórias, linhas de recalque, estação de tratamento e emissário final. O sistema projetado apresenta infraestrutura e tecnologia compatíveis ao tratamento de águas residuárias domésticas. O SES foi dividido em 05 (cinco) sub-bacias (SB) de contribuição. Cada sub-bacia terá uma estação elevatória e linha de recalque, transportando assim todo o esgoto gerado até a estação de tratamento de esgoto. O horizonte do projeto é de 20 anos (2015-2034) com vazão máxima de fim de projeto de 34,44 L/s. No projeto do SES de Redenção está previsto o atendimento para 100% da população urbana do distrito Sede (população total de fim de plano igual a 11.877 habitantes), contemplando 2.316 unidades de ligações domiciliares, 1.158 ligações intradomiciliares e 148 módulos sanitários. É importante mencionar que a Ete do Prourb será aproveitada no novo projeto, onde irá se configurar como uma das EEE devido o sistema existente ser de pequena dimensão e por estar fora das normas de técnicas de recebimento da Cagece. O valor do orçamento do projeto em questão foi de R$ 19.922.301,38 (atualizado em setembro de 2016). Até o momento de aprovação deste PMSB,

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encontra-se aguardando abertura de processos seletivos/linhas de financiamento para captação de recursos financeiros para execução da obra. Na Figura 49 é mostrada o layout geral do SES projetado.

Apoio técnico e institucional: 194 Figura 49 - Layout geral do SES projetado para a zona urbana do distrito Sede.

Fonte: CAGECE, 2015.

5.3.2.1.5.1 Rede coletora de esgoto projetada

A rede projetada é do tipo convencional (separador absoluto) com extensão total de 18.989,30 m em PVC OCRE, contemplando toda área urbana do distrito Sede, dividida em 05 (cinco) sub-bacias. Na Tabela 78 são apresentados as informações da rede coletora por sub- bacia (diâmetro e extensão).

Tabela 78 - Características da RCE por Sub-bacia. Comprimento de Rede Sub-bacias Total Ø 150 mm Ø 200 mm Ø 250 mm Ø 300 mm Sub-bacia 1 1980,60 - - - 1.980,60 Sub-bacia 2 6.420,30 127,20 20,40 - 6.567,90 Sub-bacia 3 768,90 - - 17,20 786,10 Sub-bacia 4 8.267,20 185,70 8,90 - 8.461,80 Sub-bacia 5 1.192,90 - - - 1.192,90 Total 18.989,30 Fonte: CAGECE, 2015.

5.3.2.1.5.2 Estações elevatórias de esgoto (EEE) projetada

A Sede será contemplada com 05 (cinco) EEE cada uma com a seguinte configuração: tratamento preliminar por gradeamento, calha parshall, gerador e CMB reserva. Apenas a EEE-03, que recebe contribuição de todas as sub-bacias e destina o esgoto para a Ete, terá tratamento preliminar completo (com caixa de areia). As bombas a serem instaladas são do tipo submersível, com 01 ativa e 01 reserva. A Tabela 79 mostra as informações técnicas das EEE por sub-bacia.

Apoio técnico e institucional: 196

Tabela 79 - Informações técnicas das EEE por sub-bacia. Bacia Q (L/s) – 20 anos Hman (m) Potência (CV) Elevatória atendida Q min Q med Q max Q EEE 20 anos 20 anos EEE-01 Sub-bacia 01 1,20 1,46 3,03 5,00 13,9 2,7 EEE-02 Sub-bacia 02 4,34 6,81 14,39 15,40 23,6 15 EEE-03 Sub-bacia 03 1,38 16,07 23,08 36,00 34,9 25 EEE-04 Sub-bacia 04 5,17 7,45 15,61 16,10 12,2 5 EEE-05 Sub-bacia 05 0,91 1,14 2,51 4,90 16,6 3,8 Fonte: CAGECE, 2015.

5.3.2.1.5.3 Linhas de recalque (LR)

As linhas de recalque das elevatórias foram dimensionadas para a vazão de fim de plano e suas características estão identificadas na Tabela 80. A extensão total das LR é de 4.654,73 m.

Tabela 80 - Características das LR. Localização Vazão Comprimento Diâmetro LR Material Lançamento Montante Jusante (L/s) (m) (mm) LR1 SB-1 SB-2 5,00 802,60 PVC DEFºFº 100 EEE-02 LR2 SB-2 SB-3 15,40 1.471,51 PVC DEFºFº 150 EEE-03 LR3 SB-3 Ete 36,00 626,37 PVC DEFºFº 150 ETE LR4 SB-4 SB-3 16,10 818,45 PVC DEFºFº 150 EEE-03 LR5 SB-5 SB-4 5,10 935,80 PVC DEFºFº 100 EEE-04 Fonte: CAGECE, 2015.

5.3.2.1.5.4 Estação de tratamento de esgoto projetada

A Ete será projetada considerando a vazão de fim de plano, pois o crescimento previsto populacional e a demanda não favorece a modulação por etapa. Por se tratar de esgoto sanitário doméstico foi adotado o tratamento biológico com tecnologia por reatores UASB acompanhado de lagoas de polimento. As unidades da Ete são representadas por: 02 reatores UASBs, 02 lagoas de polimento, 06 células de leitos de secagem, emissário final, 01 estação elevatória de esgoto tratado (EEET) e 01 casa de operação.

Apoio técnico e institucional: 197

Figura 50 - Fluxograma da concepção da Ete.

Fonte: CAGECE, 2015.

O lodo descartado dos reatores UASB serão desidratados nos leitos de secagem e, em seguida, encaminhados ao aterro sanitário. O líquido percolado dos leitos de secagem serão recolhidos por meio de um sistema de drenagem e destinado as lagoas de polimento. Há ainda a EEET, situada em um dos PVs do emissário final, que objetiva o recalque do efluente final até o reservatório de esgoto tratado (RET) e, posteriormente, a reutilização do esgoto tratado na irrigação das plantas da área da Ete. Quando o efluente tratado não for reutilizado ele retornará a tubulação do extravasor e será lançado no corpo receptor. A EEET terá 01 bomba ativa e 01 reserva do tipo submersível. Na Tabela 81 segue as informações referentes a EEET.

Tabela 81 - Características da EEET. Linha de recalque Hman Potência Q (L/s) Elevatória Extensão (m) (CV) Montante Jusante 20 anos FºGº Ø 50mm 20 anos 20 anos Lagoa de EEET-01 RET 13,00 2,2 17,0 3,8 polimento 2 Fonte: CAGECE, 2015.

Apoio técnico e institucional: 198

5.3.2.1.5.5 Emissário final

O emissário terá extensão de 50,00 m e diâmetro de 300 mm em PVC rígido OCRE. O esgoto tratado será destinado por meio do emissário final até o córrego sem denominação nas proximidades da Ete.

5.3.2.1.6 Levantamento de dados do IBGE – esgotamento sanitário no distrito Sede

As soluções individuais e coletivas empregadas na destinação final de efluentes do distrito Sede estão descritas na Tabela 82.

Tabela 82 - Domicílios particulares permanentes por tipo de esgotamento no distrito Sede. Tipos de Esgotamento Sanitário Distrito Rede geral Fossa Fossa Recursos Outro Sem Total Sede de esgoto Vala séptica rudimentar hídricos tipo banheiro ou pluvial Zona urbana 300 446 1.114 156 - 09 28 2.053 Zona rural 02 180 706 21 - 04 128 1.041 Total 302 626 1.820 177 - 13 156 3.094 Fonte: IBGE, 2010.

Para o IBGE (2010), classifica-se como solução adequada de esgotamento sanitário os seguintes tipos: a) Rede coletora de esgoto ou pluvial: quando a canalização das águas servidas e dos dejetos está ligada a um sistema de coleta que os conduz a um escoadouro, mesmo que o sistema não disponha de estação de tratamento da matéria esgotada; b) fossa séptica: quando as águas servidas e os dejetos são esgotados para uma fossa, onde passam por um processo de tratamento ou decantação, sendo a parte líquida absorvida no próprio terreno ou canalizada para um escoadouro. Em relação ao número total de domicílios particulares permanentes do distrito Sede, nota-se que menos de 30% dispõem de formas consideradas

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adequadas de esgotamento sanitário (rede e fossa séptica), n = 928 domicílios. No contexto urbano essa condição é de 36% e no rural cai por volta de 17%. Cerca de 70% (n = 2.166) das residências continuam utilizando métodos inadequados de destinação final, destacando-se as fossas rudimentares como a principal forma de destinação imprópria, detendo um percentual de 84% dentro desta parcela inadequada. Consta ainda na Tabela 82 a existência de aproximadamente 5% dos domicílios que não possuem banheiros ou sanitários, estando maior quantidade situada na zona rural (n = 128 domicílios).

5.3.2.1.7 Levantamento de dados pela equipe técnica da prefeitura – esgotamento sanitário no distrito Sede

Tendo em vista a topografia do município, alguns logradouros deverão ter solução para o tratamento diferenciada, em relação à solução coletiva empregada para o restante da Sede municipal. Para esses logradouros, no qual o atendimento está previsto para uma etapa posterior, será indicado o emprego de soluções individuais para o destino adequado dos dejetos. A equipe técnica da Prefeitura coletou informações in loco, nas localidades do distrito Sede, as quais estão dispostas na Tabela 83.

Apoio técnico e institucional: 200

Tabela 83 - Tipos de esgotamento sanitário nas localidades do distrito Sede, Redenção - CE. Tipo de esgotamento sanitário Nº de Fossa Localidade Rede de Fossa Sem domicílios Séptica + Outro tipo* esgoto rudimentar banheiro sumidouro Alto da Bela 218 0 0 218 0 0 Vista Araticum 85 0 0 64 21 21 Beco Santa 07 0 0 07 0 0 Rita Boa Fé 338 0 05 321 12 12 Boa Vista 56 0 0 50 0 06 Centro 83 0 0 83 0 0 Comunitário Conjunto Antônio 117 0 0 117 0 0 Bonfim Diamante 48 0 0 47 0 01 Fraza 16 0 0 16 0 0 Gurgurí 108 0 0 92 16 16 Itapaí 221 0 0 209 12 12 Major José 29 0 0 29 0 0 Gabriel Maleitas 59 0 0 47 06 12 Manoel Dias 141 0 0 132 09 09 Manuel Antônio de 44 0 0 43 0 01 Lima Outeiro 525 0 0 525 0 0 Parque da 308 0 0 308 0 0 Liberdade Prourb 229 229 0 0 0 0 R. Padre 07 0 0 07 0 0 Barros R. Santo 21 0 0 21 0 0 Agustino Rua Santa 45 0 0 45 0 0 Rita Santo 100 0 0 80 20 20 Antônio São Bento 83 0 0 72 11 11

Apoio técnico e institucional: 201

Tipo de esgotamento sanitário Nº de Fossa Localidade Rede de Fossa Sem domicílios Séptica + Outro tipo* esgoto rudimentar banheiro sumidouro Sede 777 0 0 777 0 0 Segefredo 86 0 0 86 0 0 Franco Serra Verde 62 0 0 57 0 05 Travessa 14 0 0 14 0 0 Santa Rita Vila Tomaz 20 0 0 17 03 03 Total 3.847 229 05 3.484 110 129 Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017. Nota (*): Efluente lançado a céu aberto (rua ou quintal). Conforme levantamento realizado pela prefeitura podem estar considerados nesse campo, além dos domicílios sem banheiro, aqueles que possuem banheiro lançando em fossa e que parte dos esgotos produzidos nas residências (especialmente as águas servidas) são lançadas também a céu aberto; Nota (-): Dados não disponíveis ou inexistentes.

Nas localidades do distrito Sede quase 94% das residências dispõem de seus esgotos de maneira inadequada, com maior parte apresentando como forma de disposição final imprópria as fossas rudimentares (90,56% do total de domicílios). Apenas 5,95% possuem destinação adequada por meio de rede coletora de esgoto (de baixa cobertura e com sistema insuficiente) e 0,13% por fossa séptica mais sumidouro. Foi registrado ainda que cerca de 3% das residências tem seu esgoto destinado a céu aberto, nesta condição agrava-se ainda mais o risco à saúde pública da comunidade local e ao meio ambiente pela poluição do solo e dos recursos hídricos. Além disso, há 3,35% dos domicílios que não possuem banheiros ou sanitários, ou seja, não contém sequer instalações e condições sanitárias mínimas ficando expostos aos seus próprios dejetos.

5.3.2.2. Distrito Antônio Diogo e localidades

Os tipos de esgotamento sanitário encontrados no distrito Antônio Diogo

Apoio técnico e institucional: 202

estão dispostos na Tabela 84.

Tabela 84 - Domicílios particulares permanentes por tipo de esgotamento no distrito Antônio Diogo, Redenção - CE. Tipos de Esgotamento Sanitário Distrito Rede geral General Fossa Fossa Recursos Outro Sem Total de esgoto Vala Tibúrcio séptica rudimentar hídricos tipo banheiro ou pluvial Zona urbana 02 157 1.682 09 01 01 15 1.867 Zona rural - 165 666 43 01 11 57 943 Total 02 322 2.348 52 02 12 72 2.810 Fonte: IBGE (2010).

Conforme a Tabela 84 constata-se que no distrito Antônio Diogo cerca de 88% dos domicílios dispõem seus dejetos de maneira inadequada (n = 2.486 residências). Dessa quantia 94,45% usam fossa rudimentar (n = 2.348) para descarte final de seus efluentes. Vale enfatizar que tanto na área rural como urbana prevalece como tipo de esgotamento sanitário a fossa rudimentar, com abrangência de aproximadamente 71% e 90% das residências, respectivamente. No distrito Antônio Diogo existem ainda 72 domicílios sem banheiro. A Prefeitura Municipal de Redenção coletou dados em relação ao esgotamento sanitário nas localidades de Antônio Diogo, como pode ser visto na Tabela 85.

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Tabela 85 - Tipos de esgotamento sanitário nas localidades do distrito Antônio Diogo, Redenção - CE. Tipo de esgotamento sanitário Nº de Fossa Localidade Rede de Fossa Sem domicílios Séptica + Outro tipo* esgoto rudimentar sumidouro banheiro Antônio 310 0 0 310 0 0 Diogo Carnaúbas 141 0 0 140 01 01 Ceru 228 0 0 228 0 0 Chico Lima 95 0 0 95 0 0 Colônia 201 0 0 201 0 0 Conjunto 219 0 0 219 0 0 Novo Croatá 19 0 0 19 0 0 Currais I 118 0 0 107 11 11 Currais II 130 0 0 130 0 0 DERT 149 0 0 149 0 0 Euclides 22 0 0 22 0 0 Alves Francisco 28 0 0 28 0 0 Barro Francisco 42 0 0 42 0 0 Silva Frei Augusto 20 0 0 19 01 01 Frexeira 12 0 0 09 03 03 Horto 56 0 0 46 10 10 Irmã Diomira 59 0 0 59 0 0 João Vicente 13 0 0 13 0 0 José Simeão 70 0 0 70 0 0 Lagoa 133 0 0 129 04 04 Dantas Luís Soares 127 0 0 126 0 01 Luiz 25 0 0 25 0 0 Domingues Mangueiral 52 0 0 41 03 11 Padre 25 0 0 24 01 01 Antônio B. Padre 158 0 0 158 0 0 Severiano R. Irmã 73 0 0 73 0 0

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Tipo de esgotamento sanitário Nº de Fossa Localidade Rede de Fossa Sem domicílios Séptica + Outro tipo* esgoto rudimentar sumidouro banheiro Augusta Susto 223 0 0 223 0 0 Tereza 10 0 0 10 0 0 Cristina Terezinha P. 65 0 0 65 0 0 Travessa 12 0 0 12 0 0 Luís Soares Urucunzal 372 0 0 372 0 0 Total 3.207 0 0 3.164 34 43 Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017. Nota (*): Efluente lançado a céu aberto (rua ou quintal). Nota (-): Dados não disponíveis ou inexistentes.

De acordo com o levantamento da Prefeitura, foi registrado que 100% dos domicílios do distrito Antônio Diogo lançam seus esgotos de forma imprópria, destes 98,66% possuem fossa rudimentar e 1,34% não possuem banheiros ou sanitários, ou seja, não apresentam instalações e condições sanitárias mínimas estando com problemas de saúde pública pela maior exposição e contato com seus dejetos. Por fim, destaca-se que não há rede pública de esgotamento sanitário em Antônio Diogo.

5.3.2.3. Distrito Barra Nova e localidades

Os tipos de esgotamento sanitário encontrados no distrito Barra Nova estão apresentados na Tabela 86.

Apoio técnico e institucional: 205

Tabela 86 - Domicílios particulares permanentes por tipo de esgotamento no distrito Barra Nova. Tipos de Esgotamento Sanitário Distrito Rede geral General Fossa Fossa Recursos Outro Sem Total de esgoto Vala Tibúrcio séptica rudimentar hídricos tipo banheiro ou pluvial Zona urbana - 01 124 01 01 - 07 134 Zona rural - - 339 02 - - 100 441 Total - 01 463 03 01 - 107 575 Fonte: IBGE (2010).

No distrito Barra Nova há 463 domicílios (80,52%) que dispõem seus dejetos em fossa rudimentar. Tanto na zona urbana como na rural esse tipo de esgotamento sanitário predomina, com abrangência de aproximadamente 93% e 77% das residências, respectivamente. Ressalta-se ainda que quase 19% dos domicílios de Barra Nova não possuem banheiro, com 100 destes localizados, sobretudo, no ambiente rural. A Prefeitura Municipal de Redenção coletou dados em relação ao esgotamento sanitário nas localidades de Barra Nova, como pode ser visto na Tabela 87.

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Tabela 87 - Tipos de esgotamento sanitário nas localidades do distrito Barra Nova. Tipo de esgotamento sanitário Nº de Fossa Localidade Rede de Fossa Sem domicílios Séptica + Outro tipo* esgoto rudimentar sumidouro banheiro Araticum de 03 0 0 03 0 0 Baixo Baixas 16 0 0 13 03 03 Barra Nova 251 0 0 251 0 0 Brenha 130 0 0 127 03 03 Calção 06 0 0 06 0 0 Canadá 101 0 0 89 12 12 Comburão 08 0 0 05 03 03 Genipapo 07 0 0 06 01 01 Leão 13 18 0 0 10 08 08 Piancó 15 0 0 15 0 0 Mosquito 05 0 0 04 01 01 Pirroás I 20 0 0 19 01 01 Piroás II 112 0 29 70 13 13 São Gerardo 11 0 0 11 0 0 Serra Grande 09 0 0 09 0 0 Total 712 0 29 638 45 45 Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017. Nota (*): Efluente lançado a céu aberto (rua ou quintal). Nota (-): Dados não disponíveis ou inexistentes.

Segundo levantamento da Prefeitura, apontou-se que quase 96% dos domicílios do distrito Barra Nova lançam inadequadamente seus esgotos, com apenas 4% dispondo adequadamente em fossa séptica mais sumidouro. Vale ressaltar que a forma predominante de despejo de efluentes ocorre por meio de fossa rudimentar (89,61% do total) e mais de 6% dos domicílios não possuem banheiros ou sanitários, ou seja, não apresentam instalações e condições sanitárias mínimas estando com problemas de saúde pública pela maior exposição e contato com seus dejetos. Por fim, destaca-se que não há rede pública de esgotamento sanitário em Barra Nova.

Apoio técnico e institucional: 207

5.3.2.4. Distrito Faísca e localidades

Os tipos de esgotamento sanitário encontrados no distrito Faísca estão apresentados na Tabela 88.

Tabela 88 - Domicílios particulares permanentes por tipo de esgotamento no distrito Faísca. Tipos de Esgotamento Sanitário Distrito Rede geral General Fossa Fossa Recursos Outro Sem Total de esgoto Vala Tibúrcio séptica rudimentar hídricos tipo banheiro ou pluvial Zona urbana - - 122 02 - - 13 137 Zona rural - 03 96 03 - 02 21 125 Total - 03 218 05 - 02 34 262 Fonte: IBGE (2010). No distrito Faísca há 218 domicílios (83,21%) que dispõem seus dejetos em fossa rudimentar. Tanto na zona urbana como rural esse tipo de esgotamento sanitário predomina, com abrangência de aproximadamente 89% e 77% das residências, respectivamente. Ressalta-se ainda que quase 13% dos domicílios de Faísca não possuem banheiro (n = 34). A Prefeitura Municipal de Redenção coletou dados em relação ao esgotamento sanitário nas localidades de Faísca, como pode ser visto na Tabela 89.

Apoio técnico e institucional: 208

Tabela 89 - Tipos de esgotamento sanitário nas localidades do distrito Faísca. Tipo de esgotamento sanitário Nº de Fossa Localidade Rede de Fossa Sem domicílios Séptica + Outro tipo* esgoto rudimentar sumidouro banheiro Boqueirão 120 0 0 110 14 10 Faísca 179 0 0 179 10 0 Oiticica 133 0 0 119 0 14 Ollho D'Água do 236 0 0 236 0 0 Constantino Olho D'Água 46 0 0 43 03 03 da Bananeira Praianos 02 0 0 0 02 02 Riacho das 68 0 0 66 02 02 Pedras Total 784 0 0 753 31 31 Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017. Nota (*): Efluente lançado a céu aberto (rua ou quintal). Nota (-): Dados não disponíveis ou inexistentes.

De acordo com o levantamento da Prefeitura, foi registrado que 100% dos domicílios do distrito Faísca lançam seus esgotos de forma imprópria, destes 96,05% possuem fossa rudimentar e 3,95% não possuem banheiros ou sanitários, ou seja, não apresentam instalações e condições sanitárias mínimas estando com problemas de saúde pública pela maior exposição e contato com seus dejetos. Por fim, destaca-se que não há rede pública de esgotamento sanitário em Faísca.

5.3.2.5. Distrito Guassi e localidades

Os tipos de esgotamento sanitário encontrados no distrito Guassi estão apresentados na Tabela 90.

Apoio técnico e institucional: 209

Tabela 90 - Domicílios particulares permanentes por tipo de esgotamento no distrito Guassi. Tipos de Esgotamento Sanitário Distrito Rede geral General Fossa Fossa Recursos Outro Sem Total de esgoto Vala Tibúrcio séptica rudimentar hídricos tipo banheiro ou pluvial Zona urbana 01 - 94 - - - 01 96 Zona rural - 01 436 08 01 05 104 555 Total 01 01 530 08 01 05 105 651 Fonte: IBGE (2010).

No distrito Guassi há 530 domicílios (81,41% do total) que dispõem seus dejetos em fossa rudimentar. Tanto na zona urbana como na rural esse tipo de esgotamento sanitário predomina, com abrangência de aproximadamente 98% e 79% das residências, respectivamente. Ressalta-se ainda que quase 16% dos domicílios de Faísca não possuem banheiro (n = 105), estando estas residências, em sua totalidade, situadas na zona rural (n = 104). A Prefeitura Municipal de Redenção coletou dados em relação ao esgotamento sanitário nas localidades de Guassi, como pode ser visto na Tabela 91.

Apoio técnico e institucional: 210

Tabela 91 - Tipos de esgotamento sanitário nas localidades do distrito Guassi. Tipo de esgotamento sanitário Nº de Fossa Localidade Rede de Fossa Sem domicílios Séptica + Outro tipo* esgoto rudimentar sumidouro banheiro Arvoredo 20 0 0 20 0 0 Guassi 180 0 0 164 16 16 Serra Negra 09 0 0 03 03 06 Serra 83 0 0 83 0 0 Vermelha Serrinha Bela 68 0 0 68 0 0 Sítio Alto 06 0 0 04 02 02 Alegre Sítio Camará 31 0 0 27 04 04 Sítio Catarina 03 0 0 03 0 0 Sítio Miranda 14 0 0 09 05 05 Sítio 03 0 0 02 01 01 Palmeira Sítio Paraíso 14 0 0 14 0 0 Sítio Saco 40 0 0 33 07 07 Total 471 0 0 430 41 41 Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017. Nota (*): Efluente lançado a céu aberto (rua ou quintal). Nota (-): Dados não disponíveis ou inexistentes.

Segundo o levantamento da Prefeitura, foi registrado que 100% dos domicílios do distrito Guassi lançam seus esgotos de forma imprópria, destes 91,30% possuem fossa rudimentar e 8,70% não possuem banheiros ou sanitários, ou seja, não apresentam instalações e condições sanitárias mínimas estando com problemas de saúde pública pela maior exposição e contato com seus dejetos. Por fim, destaca-se que não há rede pública de esgotamento sanitário em Guassi.

5.3.2.6. Informações gerais do IBGE – Esgotamento sanitário no município de Redenção

Na Tabela 92 estão apresentados os dados gerais de domicílios

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particulares permanentes por existência de banheiro ou sanitário e tipo de esgotamento sanitário no município de Redenção, conforme o Censo 2010 do IBGE.

Tabela 92 - Domicílios particulares permanentes, por existência de banheiro ou sanitário e tipo de esgotamento sanitário. Tipos de Esgotamento Sanitário Município Rede geral Total de de Fossa Fossa Recursos Outro Sem de esgoto Vala domicílios Redenção séptica rudimentar hídricos tipo banheiro ou pluvial Zona urbana 303 604 3.136 168 02 10 64 4.287 Zona rural 02 349 2.243 77 02 22 410 3.105 Total 305 953 5.379 245 04 32 474 7.392 Fonte: IBGE, 2010.

De acordo com os dados apresentados na Tabela 92, 6,41% dos domicílios particulares permanentes do município de Redenção tem situação agravada pela exposição aos seus próprios dejetos, uma vez que não possuem infraestrutura mínima com banheiro ou sanitário. Salienta-se que apenas 17,02% emprega esgotamento sanitário adequado por meio do uso de fossa séptica (n = 953) e de rede (n = 305). No entanto, cerca de 77% das residências tem destinação imprópria de seus esgotos, com maior parte possuindo como alternativa de disposição as fossas rudimentares (quase 73% do número total).

5.3.3 Síntese do Diagnóstico

5.3.3.1. Abastecimento de Água

Na Tabela 93 são apresentados os índices de cobertura de abastecimento de água no município de Redenção, representado pelos domicílios que possuem rede e/ou cisterna. Estes índices foram calculados a partir do consolidado de todas as informações levantadas pela Cagece (2017), Sisar(2016) e Prefeitura Municipal de Redenção (2017) e projeções dos dados a partir do Censo do IBGE (2010).

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Tabela 93 - Índices de cobertura do abastecimento de água em 2017 no município de Redenção - CE. Nº de domicílios (unidades) Distritos/Município Índice de cobertura (%) Coberto Total Sede 4.949 5.697 86,87% Antônio Diogo 3.813 4.288 88,91% Barra Nova 560 712 78,65% Faísca 660 784 84,18% Guassi 345 647 53,32% Redenção 10.327 12.128 85,15% Fonte: IBGE(2010); CAGECE (2017); SISAR (2016); PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO (2017).

De acordo com a Tabela 93, tem-se aproximadamente 85% dos domicílios de Redenção com serviço de abastecimento de água adequado, estando cerca de 15% destes com carência ou ineficiência de serviço abastecimento de água apropriado. Observando a cobertura nos distritos, visualiza-se que Guassi apresenta o menor índice de cobertura dos serviços de abastecimento de água (53,32%) e com maior índice está o distrito Antônio Diogo (88,91%) seguido do distrito Sede (86,87%). Os distritos Faísca e Barra Nova possuem, respectivamente, 84,18% e 78,65% dos seus domicílios com cobertura de abastecimento de água. No entanto, foram observadas localidades onde não se tem controle sobre a procedência da qualidade da água fornecida e em outras delas foram relatados problemas de descontinuidade do abastecimento. Os principais problemas identificados no diagnóstico dos serviços, infraestruturas e instalações públicas da componente abastecimento de água são listados abaixo (Quadro 12).

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Quadro 12 - Síntese dos problemas identificados para o eixo Abastecimento de Água em 2017 no município de Redenção - CE. Distrito Unidade Problema Responsável Sede Identificação e sinalização que a área é destinada ao Cogerh abastecimento público encontra-se desgastada Sifão com problema de não ser regulável, logo não é possível ajustá-lo para captar água bruta de melhor qualidade ao longo da coluna d'água AAB derivada para o SIAA de Redenção/Acarape/Barreira Captação e Antônio Diogo encontra-se subdimensionada com vazão de captação abaixo da demanda necessária para a Cogerh/Cagece garantia integral do tratamento e da distribuição Flutuação de vazão de água bruta para o SIAA devido a variação de demanda dos sistemas a jusante, além das ocorrências de furtos e fraudes ao longo da AAB que segue até o açude Gavião Ausência de identificação e sinalização da Eta Problemas operacionais e/ou de infraestrutura no processo de clarificação (Etapas: Coagulação, Floculação e Filtração) Ausência de dispositivos para tratamento dos rejeitos gerados na Eta (água de lavagens dos filtros e resíduos sólidos) produzidos na Eta Quantidade significativa de amostras com análises realizadas de cor aparente e de turbidez na saída da Eta Acarape do Meio em não conformidade com os padrões Cagece de potabilidade Tratamento Ocorrências de algumas amostras com resultado das análises de Coliformes Totais em desacordo ao padrão de potabilidade Necessidade de manutenção e melhorias nas elevatórias existentes na Eta Acarape do Meio (ausência ou problema com CMB reserva, sinalização e pintura deterioradas, necessidade de pequenos serviços de reforma predial e elétricos, ausência de dispositivo antigolpe, entre outros) Existência de localidades que fazem uso de água não tratada Prefeitura Ausência de monitoramento da qualidade da água nas localidades onde foi detectado algum tipo de tratamento Adução de Trecho da adutora de água tratada transpassando Cagece água tratada propriedade particular RDA Quantidade significativa de amostras das análises de cor aparente acima do padrão de potabilidade permitido Ocorrências de algumas amostras de Turbidez, Coliformes Totais e Escherichia coli em desacordo com o padrão de potabilidade

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Distrito Unidade Problema Responsável Necessidade de manutenção e melhorias nas elevatórias existentes na Eta Acarape do Meio (ausência ou problema com CMB reserva, sinalização e pintura deterioradas, necessidade de pequenos serviços de reforma predial e elétricos, ausência de dispositivo antigolpe, entre outros) Ausência de medidores de níveis nos reservatórios ativos; pintura e sinalização deterioradas; necessidade de pequenos serviços de manutenção Ausências de dispositivos de macromedição em trechos da RDA Problemas de abastecimento em algumas áreas de altitude mais elevada (Alto da Santa Rita) Cerca de 20% da população em 2017 atendida por infraestrutura de rede de água não estava interligada Existência de aglomerados populacionais descobertos por Prefeitura sistema coletivo de abastecimento Existência de localidades que fazem uso de água não tratada Tratamento Prefeitura Ausência de monitoramento da qualidade da água nas localidades onde foi detectado algum tipo de tratamento Quantidade significativa de amostras das análises de cor aparente acima do padrão de potabilidade permitido Ocorrências de algumas amostras de Turbidez, Cloro Residual Livre, Coliformes Totais e Escherichia coli em desacordo com o padrão de potabilidade Ausência de dispositivo antigolpe e de CMB reserva na Antônio elevatória existente Diogo Ausência de dispositivos de macromedição de volume Cagece RDA Ausência de medidores de níveis nos reservatórios ativos; pintura e sinalização deterioradas; necessidade de pequenos serviços de manutenção; ocorrências de extravasamentos Problemas de baixa pressão de água no Alto da Bela Vista, no Alto do Cemitério e em parte da Colônia Cerca de 20% da população em 2017 atendida por infraestrutura de rede de água não estava interligada Existência de aglomerados populacionais descobertos por Prefeitura sistema coletivo de abastecimento Barra Existência de localidades que fazem uso de água não Nova tratada Tratamento Prefeitura Ausência de monitoramento da qualidade da água nas localidades onde foi detectado algum tipo de tratamento RDA Quantidade significativa de amostras das análises de cor Cagece

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Distrito Unidade Problema Responsável aparente acima do padrão de potabilidade permitido Ocorrências de algumas amostras de Turbidez, Coliformes Totais e Escherichia coli em desacordo com o padrão de potabilidade Problema no abastecimento de água causado por baixa pressão da rede Ausência de dispositivo de macromedição Existência de localidades que fazem uso de água não tratada Faísca Tratamento Prefeitura Ausência de monitoramento da qualidade da água nas localidades onde foi detectado algum tipo de tratamento Existência de localidades que fazem uso de água não tratada Guassi Tratamento Prefeitura Ausência de monitoramento da qualidade da água nas localidades onde foi detectado algum tipo de tratamento Fonte: IBGE, 2010; CAGECE, 2017; SISAR, 2016; PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017.

5.3.3.2. Esgotamento Sanitário

Na Tabela 94 são apresentados os índices de cobertura de esgotamento sanitário em Redenção, representados pelos domicílios que dispõem de rede pública e/ou fossa séptica seguida de sumidouro. Estes índices foram calculados de forma análoga ao cálculo do índice de cobertura de água. Vale ressaltar que não foram levados em conta os dados do SISAR para esse cálculo, uma vez que não existem sistemas de esgoto implantados pelo mesmo.

Tabela 94 - Índices de cobertura do esgotamento sanitário em 2017 no município de Redenção - CE. Nº de domicílios (unidades) Distrito/Município Índice de cobertura (%) Coberto Total Sede 5 5.697 0,09% Antônio Diogo 0 4.288 0,00% Barra Nova 29 712 4,07% Faísca 0 784 0,00% Guassi 0 647 0,00% Redenção 34 12.128 0,28% Fonte: IBGE(2010); CAGECE (2017); PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO (2017).

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Analisando a Tabela 94, evidencia-se a pouca abrangência da utilização de alternativas apropriadas de esgotamento sanitário no município, com cobertura de somente 0,28% das residências. Nesse resultado está incluso também as residências que não possuem banheiro. Devido à ineficiência do SES existente no distrito Sede este foi desconsiderado como solução adequada no cálculo de cobertura. Dessa forma, torna-se necessária a massificação de investimentos no setor visando a implantação de infraestrutura e de serviços de esgotamento sanitário com foco na universalização e melhoria da qualidade dos serviços. Devendo também estar atento aos aspectos de viabilidade técnica, econômica e financeira das alternativas de destinação adequada dos esgotos sanitários a serem empregadas nas localidades, podendo ser utilizados sistemas coletivos ou fontes individuais. Os principais problemas identificados no diagnóstico dos serviços, infraestruturas e instalações públicas da componente esgotamento sanitário são listados abaixo Quadro 13.

Quadro 13 - Síntese dos problemas identificados para o eixo Esgotamento Sanitário em 2017 no município de Redenção – CE. Distrito Unidade Problema Responsável Sede SES existente de pequena abrangência, cobertura apenas para a localidade Boa Fé Má utilização da rede coletora pela população: RCE contribuição de águas pluviais e descarte de óleos de Cagece cozinha Rede coletora fora dos padrões técnicos e operacionais adotados pela Cagece para recebimento de sistema Tratamento Concepção da tecnologia de tratamento empregada Cagece simplificada, ineficiente e fora dos padrões técnicos e operacionais para recebimento pela Cagece Ete atuando com carga orgânica elevada Disposição inadequada dos resíduos sólidos produzidos na Ete (material retido na grade e lodo proveniente dos leitos de secagem) Efluente tratado lançado fora dos padrões de lançamento da legislação vigente (Portaria 154/2002 da Semace) para os parâmetros de DQO, SST, materiais

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Distrito Unidade Problema Responsável flutuantes, sólidos sedimentáveis, E. coli Emissário com parte da tubulação deteriorada Demais Sistema público Ausência de sistema público coletivo de esgotamento Prefeitura distritos Coletivo sanitário Conforme IBGE cerca de 70% dispõem de soluções inadequadas* de esgotamento sanitário Soluções Sede Prefeitura individuais De acordo com a Prefeitura, 129 domicílios não dispõem de banheiro e aproximadamente 91% das residências lançam seus esgotos em fossa rudimentar Conforme IBGE cerca de 88% dispõem de soluções inadequadas* de esgotamento sanitário Antônio Soluções Prefeitura Diogo individuais De acordo com a Prefeitura, 43 domicílios não dispõem de banheiro e aproximadamente 99% das residências lançam seus esgotos em fossa rudimentar Conforme IBGE cerca de 99,9% dispõem de soluções inadequadas* de esgotamento sanitário Barra Soluções Prefeitura Nova individuais De acordo com a Prefeitura, 45 domicílios não dispõem de banheiro e aproximadamente 90% das residências lançam seus esgotos em fossa rudimentar Conforme IBGE cerca de 99% dispõem de soluções inadequadas* de esgotamento sanitário Soluções Faísca Prefeitura individuais De acordo com a Prefeitura, 31 domicílios não dispõem de banheiro e aproximadamente 96% das residências lançam seus esgotos em fossa rudimentar Conforme IBGE cerca de 99,7% dispõem de soluções inadequadas* de esgotamento sanitário Soluções Guassi Prefeitura individuais De acordo com a Prefeitura, 41 domicílios não dispõem de banheiro e aproximadamente 91% das residências lançam seus esgotos em fossa rudimentar Fonte: IBGE, 2010; CAGECE, 2017; SISAR, 2016; PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017. Nota (*): Fossa rudimentar, vala, recurso hídrico, outro tipo e incluso os domicílios sem banheiro.

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6 . DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS

A seguir, são elencadas as diretrizes e estratégias propostas para o PMSB de Redenção, que foram estabelecidas com base na proposta do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab). As diretrizes baseiam-se no conjunto de instruções para se tratar e levar a termo um plano, enquanto as estratégias consistem no que se pretende fazer e quais os objetivos que se quer alcançar, ambas visando assegurar o alcance das metas estabelecidas e sua gradual tradução nas ações programáticas e nos objetivos que se pretende concretizar com a implementação do PMSB.

6.1 Diretrizes

As diretrizes deverão orientar, em nível geral, a execução do PMSB de Redenção e o cumprimento das metas estabelecidas e estão organizadas em três blocos temáticos:

a) Relativas às ações de coordenação e planejamento no setor para efetiva implementação da Política Municipal de Saneamento Básico: são diretrizes fundamentais para assegurar o avanço institucional da Política Municipal de Saneamento, com perenidade e sustentação ao longo do período de implementação do PMSB, a saber: • Fortalecer a coordenação da Política de Saneamento Básico do Município de Redenção, utilizando o PMSB como instrumento orientador das políticas, programas, projetos e ações do setor, considerado seu caráter vinculante ao poder público e aos prestadores de serviços, buscando sua observância na previsão orçamentária e na execução financeira, cuja prioridade de alocação deve observar critérios sanitário, epidemiológico e social na alocação de recursos para ações de saneamento básico; • Englobar a integralidade do território do município e ser compatível com o disposto nos demais planos correlatos, sendo revisto periodicamente, em prazo não superior a quatro anos, anteriormente à elaboração dos planos plurianuais;

Apoio técnico e institucional: 219

b) relativas à prestação e regulação dos serviços de saneamento básico, com vistas à sua universalização: buscam assegurar o fortalecimento da prestação dos serviços, bem como do papel do titular, a partir das atividades de gestão e regulação, na perspectiva da maior eficiência e eficácia do setor: • Buscar a universalização e a integralidade da oferta de abastecimento de água potável e de esgotamento sanitário nas zonas urbana e rural, com vistas a minimizar o risco à saúde e assegurando qualidade ambiental, adotando-se tratamento dos esgotos em nível compatível com os padrões de lançamento de efluentes e requisitos de qualidade de água dos corpos receptores; • Fortalecer a gestão institucional, bem como o papel do titular dos serviços, apoiando a capacitação técnica e gerencial dos operadores públicos de serviços de saneamento básico, ações de comunicação, mobilização e educação ambiental, e a transparência e acesso às informações, bem como à prestação de contas, e o controle social; • Fomentar a transparência e acesso às informações, bem como à prestação de contas por parte dos prestadores de serviço, visando à qualificação da participação; • Assegurar ambiente regulatório que reduza riscos e incertezas normativas e estimule a cooperação entre os atores do setor, por meio do apoio à agência reguladora nas atividades de acompanhamento. c) Relativas ao investimento público e à cobrança dos serviços de saneamento básico: visam a assegurar o fluxo estável de recursos financeiros para o setor e mecanismos para sua eficiente utilização e fiscalização, com base no princípio de qualificação dos gastos públicos e da progressiva priorização de investimentos em medidas estruturantes24.

24 Medidas Estruturantes: fornecem suporte político e gerencial para a sustentabilidade da prestação dos serviços. Encontram-se tanto na esfera do aperfeiçoamento da gestão, em todas as suas dimensões, quanto na da melhoria cotidiana e rotineira da infraestrutura física.

Apoio técnico e institucional: 220

• Assegurar recursos compatíveis com as metas e os resultados estabelecidos no PMSB, orientando sua destinação e aplicação segundo critérios que visem à universalização dos serviços, priorizando os beneficiários com menor capacidade de pagamento; • Buscar maior eficiência, eficácia e efetividade nos resultados, estabelecendo metas de desempenho operacional para os operadores públicos de serviços de saneamento básico. Por fim, a elaboração do PMSB baseia-se no pressuposto de que seja um planejamento estratégico e de acompanhamento contínuo, com vistas à sua adaptação aos cenários que se apresentarem.

6.2 Estratégias

Das diretrizes citadas decorrem as estratégias, as quais deverão ser observadas na execução da Política Municipal de Saneamento Básico de Redenção durante a vigência deste PMSB, tanto na execução dos programas, projetos e ações, como no cumprimento das metas estabelecidas. As estratégias são apresentadas a seguir, agrupadas em três blocos temáticos: a) Relativas às ações de coordenação e planejamento no setor, para efetiva implementação da Política Municipal de Saneamento Básico: • Criar órgão na estrutura administrativa municipal para a coordenação, articulação e integração da política, a partir das diretrizes do PMSB, fortalecendo a capacidade técnica e administrativa, por meio de recursos humanos, logísticos, orçamentários e financeiros; • Desenvolver gestões e realizar avaliações periódicas para que a previsão orçamentária e a execução financeira, no campo do saneamento básico, observem as metas e diretrizes estabelecidas no PMSB, o qual deve estar integrado com os demais planejamentos setoriais fortalecendo uma visão integrada das necessidades de todo o território municipal. b) Relativas à prestação, gestão e regulação dos serviços de saneamento

Apoio técnico e institucional: 221

básico, com vistas à sua universalização: • Promover a melhoria da eficiência dos sistemas de tratamento de água e de esgotos existentes, reduzindo a intermitência nos serviços de abastecimento de água potável, com vistas ao atendimento das metas estabelecidas, assim como o atendimento à legislação de qualidade da água para consumo humano, incluindo aquela referente à exigência de informação ao consumidor; • Promover práticas permanentes de educação ambiental, a partir da qualificação de pessoal e da capacitação de professores, agentes comunitários e técnicos educacionais de todos os níveis da rede municipal para elaboração de projetos e materiais educativos adequados voltados para saneamento básico a ser divulgado com vistas a informar sobre a prestação dos serviços e do controle social por meio da participação em conselhos, audiências públicas, reuniões comunitárias e demais ações de mobilização social, e a capacitação continuada de conselheiros e representantes de instâncias de controle social em questões específicas de saneamento básico; • Delegar as atividades de fiscalização e regulação dos serviços de saneamento básico à Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (Arce). c) Relativas ao investimento público e cobrança dos serviços de saneamento básico: • Inserir os programas propostos pelo PMSB nos PPAs, definindo, para cada ano, os valores a serem investidos, por fonte de recursos e por componente do saneamento básico, prevendo o aumento progressivo dos recursos para medidas estruturantes ao longo dos anos, para a gestão dos serviços com vistas a garantir a eficiência e efetividade do investimento em medidas estruturais25 e na melhoria da gestão; • Implantar sistema de avaliação e monitoramento das metas e demais

25 Medidas Estruturais: constituídas por obras e intervenções físicas em infraestrutura de saneamento.

Apoio técnico e institucional: 222

indicadores de resultados e de impacto estabelecidos pelo PMSB, além de acompanhar a aplicação das verbas destinadas no orçamento público.

Apoio técnico e institucional: 223

7 PROGNÓSTICO

O prognóstico para os serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário tomará como base a projeção do crescimento populacional para que as diversas intervenções atendam plenamente o objetivo da universalização das zonas urbana e rural de Redenção para o horizonte de 20 anos.

7.1 Crescimento populacional e demanda pelos serviços

Para atingir a universalização do abastecimento de água e esgotamento sanitário de Redenção, ao longo de 20 anos, é necessário atender às demandas atuais e acompanhar o seu crescimento, fazendo-se indispensável visualizar a projeção de crescimento populacional do município. Partindo dos dados populacionais obtidos nos Censos de 1991, 2000 e 2010 do IBGE, calculou-se o incremento médio anual das populações rural e urbana do Município, cujas taxas de crescimento encontram-se dispostas na Tabela 95.

Tabela 95 - Dados Censitários para o município de Redenção (1991-2010). População Taxa de crescimento (%) Ano Período Urbana Rural Total Urbana Rural Total 1991 10.718 12.039 22.757 - - - - 2000 12.787 12.206 24.993 19,30 1,39 9,83 1991/2000 2010 15.134 11.281 26.415 18,35 -7,58 5,69 2000/2010 Fonte: IBGE, 2010.

Inicialmente, foi necessário uma compatibilização dos dados apontados pela Cagece, prefeitura e a projeção com base nos Censos do IBGE para o ano de 2017 para se estimar a população atual do município (Tabela 96).

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Tabela 96 - Compatibilização dos dados Cagece, IBGE e Prefeitura Municipal de Redenção para estimar a população atual do município em 2017. População Ano Urbana Rural Total 2017 18.086 12.559 30.645 Fonte: IBGE, 2010; CAGECE, 2017; PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017.

A seguir, fez-se a estimativa de crescimento populacional para os próximos 20 anos, com base na taxa de crescimento polinomial para a população total e urbana, pois apresentou-se como modelo com melhor correlação dos dados. A projeção da população rural foi calculada pela diferença entre as populações total e urbana. Na Figura 51 segue os parâmetros da curva polinomial utilizada para a projeção da população total do município.

Figura 51 - Equação da curva polinomial utilizada para projeção da população total do município com base nos Censos do IBGE 1991, 2000, 2010 e os dados compatibilizados para o ano de 2017.

35.000 ) s e t 30.000 n a t i 25.000 b a h (

20.000 o ã

ç 15.000 a l u

p 10.000 o

P f(x) = 8,1761x^2 - 32489,6294x + 32299091,0949 5.000 R² = 0,9582 0 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 Ano Fonte: CAGECE, 2017.

Na Figura 52 segue os parâmetros da curva polinomial utilizada na projeção da população urbana do município.

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Figura 52 - Equação da curva polinomial utilizada para projeção da população urbana do município com base nos Censos do IBGE 1991, 2000, 2010 e os dados compatibilizados para o ano de 2017. 20.000 ) s e t 15.000 n a t i b a

h 10.000 (

o ã ç a l 5.000 f(x) = 4,7690x^2 - 18838,2802x + 18613187,9976 u p

o R² = 0,9951 P 0 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 Ano

Fonte: CAGECE, 2017.

Para cada distrito que apresentou população em estado saturado ou taxa de crescimento anual próxima de zero, considerou-se a taxa mínima de crescimento de 0,2% ao ano. A taxa mínima de crescimento de 0,2% ao ano foi adotada também para o distrito de Barra Nova, pois apesar deste apresentar uma taxa positiva de crescimento anual, com base nos dados dos últimos censos, esta taxa aplicada a longo prazo segundo o município não condiz com a expectativa de crescimento da população desse distrito haja visto o porte pequeno da população apontado no último censo do IBGE e no levantamento realizado pela prefeitura. Observou-se ainda que a simples aplicação da metodologia descrita gera divergência entre a soma das populações projetadas desagregadas (por distritos) e a população projetada total agregada (população do município de Redenção). Esta inconsistência é removida no modelo mediante a parametrização das taxas de crescimento. O parâmetro de calibração utilizado consistiu na relação entre taxas para diferentes horizontes: TCAi / TCDi Em que: • TCAi é a Taxa de Crescimento da População Total Agregada para o horizonte de projeto i;

Apoio técnico e institucional: 226

• TCDi é a Taxa de Crescimento da População para o horizonte de projeto i. A metodologia descrita foi então aplicada para os dados disponíveis. Com relação a estimativa das demandas no período de 20 anos, estimou- se para as zonas urbanas dos distritos Sede e Antônio Diogo o consumo de água de 150 L/hab/dia, enquanto na zona rural desses distritos adotou-se 100 L/hab/dia. Nos demais distritos admitiu-se 100 L/hab/dia, já incluindo as perdas e infiltrações, e a contribuição do esgoto equivalente a 80% do volume de água demandado. O resultado apontou que a população total de Redenção, no ano de 2037, será em torno de 43.372 habitantes, com demandas totais de 117,47 L/s para consumo de água e 93,97 L/s para esgoto, conforme a Tabela 97.

Apoio técnico e institucional: 227

Tabela 97 - Demandas projetadas dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário para o Município de Redenção (2018-2037). Demanda Total projetada* População projetada (hab) Ano (L/s) (L/s) Total Rural Urbano Água Esgoto 2018 30.747 12.296 18.452 83,27 66,62 2019 31.265 12.399 18.866 84,67 67,74 Curto Prazo 2020 31.798 12.509 19.290 86,12 68,90 2021 32.348 12.625 19.723 87,61 70,09 2022 32.914 12.749 20.166 89,14 71,31 2023 33.497 12.879 20.618 90,72 72,58 2024 34.096 13.016 21.080 92,34 73,88 2025 34.712 13.160 21.551 94,01 75,21 Médio Prazo 2026 35.343 13.311 22.032 95,72 76,58 2027 35.991 13.469 22.523 97,48 77,98 2028 36.656 13.633 23.023 99,28 79,42 2029 37.337 13.805 23.532 101,12 80,90 2030 38.034 13.983 24.051 103,01 82,41 2031 38.747 14.167 24.580 104,94 83,95 2032 39.477 14.359 25.118 106,92 85,53 2033 40.223 14.558 25.666 108,94 87,15 Longo Prazo 2034 40.986 14.763 26.223 111,00 88,80 2035 41.765 14.975 26.790 113,11 90,49 2036 42.560 15.194 27.366 115,27 92,21 2037 43.372 15.420 27.952 117,47 93,97 Fonte: CAGECE, 2017. Nota: *Adotou-se no cálculo da demanda o consumo médio per capita de 130 L/hab/dia.

Apoio técnico e institucional: 228

7.2 Metas e Prazos

As metas foram estabelecidas a partir dos dados, informações e indicadores que apontaram as deficiências dos serviços no diagnóstico. Ressalta-se que, como foram consultadas diversas fontes (IBGE, Prefeitura, Cagece, entre outros), houve necessidade de operar com estimativas. Notadamente, isto incorrerá em análises e ajustes futuros para melhor adequação de seus valores e orientar a consolidação dos indicadores ao longo do tempo, com as revisões previstas em até 4 anos. Entretanto, o diagnóstico possibilitou estabelecer valores de referência para a cobertura, a partir dos quais definiram-se as metas, relativas à universalização dos componentes do setor, classificadas como de curto (de 0 a 4 anos), médio (de 5 a 12 anos) e longo (de 13 a 20 anos) prazos. As metas de cobertura estabelecidas, e seus respectivos prazos, encontram-se organizadas na Tabela 98. Dessa forma, as metas de cobertura são fundamentais para o acompanhamento da execução da política ao longo dos próximos 20 anos, por meio do monitoramento e avaliação, tendo em vista a implantação dos programas, projetos e ações necessários para o seu alcance, cuja abordagem encontra-se no subitem a seguir.

Apoio técnico e institucional: 229

Tabela 98 - Metas de cobertura de curto, médio e longo prazos para abastecimento de água e esgotamento sanitário no município de Redenção - CE. Índices Prazos Fórmula/Variáveis Município/Distritos Atuais Curto Médio Longo

(2017) 2018-2021 2022-2029 2030-2037 Redenção 85,15% 92,56% 96,14% 100,00% ÁGUA Percentagem do Antônio Diogo 88,91% 96,00% 98,00% 100,00% número de domicílios Barra Nova 78,65% 90,00% 95,00% 100,00% ou da população com cobertura de Faísca 84,18% 90,00% 95,00% 100,00% abastecimento de água Guassi 53,32% 70,00% 85,00% 100,00% no município Sede 86,87% 93,00% 96,00% 100,00% ESGOTO Redenção 0,28% 15,00% 53,00% 100,00% Percentagem do Antônio Diogo 0,00% 11,00% 53,00% 100,00% número de domicílios ou da população com Barra Nova 4,07% 31,00% 61,00% 100,00% cobertura de Faísca 0,00% 29,00% 60,00% 100,00% abastecimento de esgotamento sanitário Guassi 0,00% 31,00% 61,00% 100,00% no município Sede 0,09% 12,00% 51,00% 100,00% Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017.

A Figura 53 permite visualizar a evolução da cobertura para o alcance da universalização do saneamento básico no município, ao longo dos 20 anos, considerando sua totalidade territorial.

Figura 53 - Metas para cobertura dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário no município de Redenção. 100,00% 90,00% 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% 2017 2021 2029 2037 Água Esgoto

Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017.

Apoio técnico e institucional: 230

Pode-se visualizar na Figura 53 que a universalização dos serviços de abastecimento de água esgotamento sanitário deverá ocorrer em 2037.

Apoio técnico e institucional: 231

7.3 Programas, Projetos e Ações

Objetivando atender as demandas referentes aos serviços de saneamento básico, propõe-se 3 (três) programas para Redenção, com os respectivos projetos e ações a serem executados, traduzindo, desta forma, as estratégias para alcance dos objetivos e metas estabelecidos.

7.3.1 Programa de Acessibilidade ao Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário

Este programa engloba 07 (sete) projetos dos componentes abastecimento de água e esgotamento sanitário, com respectivas ações, destinados a ampliar a cobertura, na busca da universalização dos serviços conforme normas legais e regulamentares, cujos detalhamentos encontram-se no Apêndice C deste PMSB.

7.3.2 Programa de Melhorias Operacionais e da Qualidade dos Serviços

Programa que abrange 03 (três) projetos, com suas respectivas ações, voltados para o incremento de melhorias operacionais e da qualidade das componentes do Setor (água e esgoto), cujo detalhamento encontra-se no Apêndice D deste PMSB.

7.3.3 Programa Organizacional Gerencial

Este programa contempla 03 (três) projetos, com suas respectivas ações, objetivando o fortalecimento da gestão e dos recursos institucionais do titular dos serviços de saneamento básico, cujo detalhamento encontra-se no Apêndice E deste PMSB. Considerando esses três programas, na Figura 54 tem-se a estimativa de

Apoio técnico e institucional: 232

investimentos necessários para a universalização e melhorias operacionais dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário do município no horizonte de 20 anos, estratificados em períodos de curto, médio e longo prazos.

Figura 54 - Total de investimentos necessários para a universalização e melhorias operacionais dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário do município de Redenção, estimados em curto (2021, médio (2029) e longo (2037) prazos.

R$ 40.000.000,00 R$ 35.000.000,00 R$ 30.000.000,00 R$ 25.000.000,00 R$ 20.000.000,00 Água R$ 15.000.000,00 Esgoto R$ 10.000.000,00 R$ 5.000.000,00 R$ 0,00 CURTO MÉDIO LONGO Fonte: CAGECE, 2017.

Dessa forma, foram estimados até o final do horizonte do plano cerca de R$ 20,37 milhões para o setor de abastecimento de água e R$ 65,37 milhões para esgotamento sanitário, totalizando mais de R$ 85,74 milhões, que deverão ser investidos gradativamente para atender a demanda populacional, buscando sempre a universalização dos serviços, de forma integral e com qualidade.

Apoio técnico e institucional: 233

7.4 Minuta do Anteprojeto de Lei

De acordo com orientações do governo federal e no sentido de oferecer maior segurança institucional ao Plano de Saneamento Básico de Redenção, é necessária a aprovação do mesmo por meio de lei municipal. Entretanto, para além da execução do Plano e de sua aprovação, importa também a sua garantia de continuidade. Assim, para que o plano seja sustentável torna-se importante, dentre outros aspectos, no mínimo:

a) Consolidar a regulação dos serviços de saneamento básico por meio da Agência Reguladora de Serviços Delegados do Estado do Ceará (Arce), haja vista a obrigatoriedade do acompanhamento do plano por uma entidade reguladora; b) Estabelecer estrutura no âmbito municipal responsável pela operacionalização do PMSB; c) Definir o conselho responsável pelo controle social.

Diante do exposto, foi elaborado projeto de lei que se encontra no Anexo B.

Apoio técnico e institucional: 234

8 MECANISMOS E PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA

A Lei Federal nº 11.445/2007, no seu art. 9º, inciso VI do caput, prevê o estabelecimento de sistema de informações sobre os serviços, articulado com o Sistema Nacional de Informações em Saneamento (SINISA). Já o inciso IX do caput do art. 2º da mesma lei prevê a transparência das ações, baseada inclusive em sistemas de informações. Diversos outros artigos reforçam a necessidade de sistema informatizado para o acompanhamento dos índices de qualidade e serviços prestados, bem como das ações estabelecidas no PMSB. Importante ressaltar que o sistema de informações a ser implantado deve ser estruturado e voltado para absorver os dados e informações das soluções individuais e não apenas dos prestadores de serviços, que certamente serão as principais fontes para a alimentação do sistema (Cagece, Sisar, associações) ou do titular, quando este presta diretamente os serviços. O sistema de informações municipal deve ser uma ferramenta de gestão integrada, mas com foco específico no acompanhamento dos programas, projetos e ações do Plano. O objetivo é reunir todas as informações do Município de Redenção, provendo interfaces para cadastro e manipulação de tais dados, além de consultas e análises posteriores, por meio de indicadores. Este capítulo apresenta um painel de indicadores que servirá para avaliação objetiva de desempenho dos objetivos e metas de curto, médio e longo prazos para alcance da universalização dos serviços, entendida como a ampliação progressiva do acesso de todos os domicílios ocupados aos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. O painel compõe-se de indicadores de nível político e de nível estratégico, voltados para a avaliação dos programas e/ou projetos, doravante denominados apenas de indicadores de primeiro e segundo níveis, respectivamente. O acompanhamento das ações de cada projeto será feito diretamente em cadastro próprio com atualizações periódicas. Os indicadores de primeiro e segundo níveis foram definidos, em sua

Apoio técnico e institucional: 235

maioria, a partir do Sistema Nacional de Informações em Saneamento (SNIS). Os de primeiro nível são voltados para avaliação direta dos índices de cobertura e de atendimento dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário (Quadro 14). Enquanto os de segundo nível serão utilizados de forma complementar para avaliação indireta da universalização, em termos de qualidade e melhoria dos serviços prestados (Quadro 15). Vale ressaltar que o Município de Redenção ainda não possui sistema de indicadores para acompanhamento que compreenda o seu território integralmente. A implantação desse sistema está prevista até 2021, como objeto do Projeto 2 do Programa Organizacional Gerencial (POG-02/2017). O desenvolvimento do sistema para acompanhamento do PMSB, no qual se insere o Plano de Redenção, adotará as normas do Decreto Estadual nº 29.255, de 09/04/2008, que trata, entre outros, da padronização do desenvolvimento de sistemas de informação na utilização de software livre e que está em sintonia com as diretrizes do Governo Federal. Desta forma, serão disponibilizados cadastros por meio de sistema interligado, gerando consultas estatísticas para avaliação e acompanhamento do Plano nos seus componentes. Não se estabeleceu metas para todos os indicadores adotados neste PMSB, haja vista que o diagnostico não propiciou a determinação dos valores atuais de alguns deles. Para estes, caberá a Arce instaurar metas progressivas, consoante o artigo 23, inciso III da Lei no 11.445/2007, as quais deverão ser incluídas nas futuras revisões deste Plano.

Apoio técnico e institucional: 236 Quadro 14 - Programa Acessibilidade dos Serviços (Indicadores 1º Nível). Objetivos e Metas Parâmetro Componente Indicador Conceito Objetivo Fórmula e Variáveis Referência Estratégicas ou Setor

Avaliar o nível de Domicílios ou população do Porcentagem do número de domicílios ou acessibilidade ao município com abastecimento de AA01b Cobertura de Cobertura da população com cobertura de abastecimento de água, em água disponível (nº) / Total de (IRAR) água abastecimento de água no município. relação à possibilidade de domicílios ou população total do adaptado ligação da população total. município (nº)

Avaliar o nível de População urbana atendida com Índice de Porcentagem da população urbana do acessibilidade efetivo ao abastecimento de água (nº) / I023 (SNIS) Garantia do atendimento município com abastecimento de água abastecimento de água, ou População urbana do município adaptado acesso ao urbano de água disponível e interligado. seja, o percentual da ÁGUA (nº) abastecimento de população urbana interligada. água

Atendimento Avaliar o nível de Porcentagem da população acessibilidade efetivo ao População total atendida com Índice de total do município com abastecimento de água, ou abastecimento de água (nº) / I055 (SNIS) atendimento total abastecimento de água seja, o percentual da População total do município (nº) adaptado de água disponível e interligado. população total interligada.

Porcentagem do número de Avaliar o nível de domicílios ou da população acessibilidade de esgotamento Domicílios com esgotamento AR01a Cobertura de Cobertura com cobertura de sanitário, em relação à sanitário disponível (nº) / Total de (IRAR) esgoto esgotamento sanitário no possibilidade de ligação da domicílios (nº) adaptado município. população total.

Garantia do acesso Avaliar o nível de Porcentagem da população População urbana atendida com ESGOTO ao esgotamento Índice de acessibilidade efetivo ao I024, I047 urbana do município com esgotamento sanitário (nº) / sanitário atendimento esgotamento sanitário, ou seja, (SNIS) esgotamento sanitário População urbana total do urbano de esgoto o percentual da população adaptado disponível e interligado. município (nº) urbana interligada. Atendimento Avaliar o nível de Porcentagem da população Índice de acessibilidade efetivo do População total atendida com total do município com I056 (SNIS) atendimento total esgotamento sanitário, ou seja, esgotamento sanitário (nº) / esgotamento sanitário adaptado de esgoto o percentual da população População total do município (nº) disponível e interligado. total interligada. Quadro 15 - Programa Melhorias Operacionais e de Qualidade dos Serviços (Indicadores 2º Nível). Objetivos e Metas Parâmetro ou Componente Indicador Conceito Objetivo Unidade Fórmula e Variáveis Referência Estratégicas Setor Porcentagem do Avaliar o nível de sustentabilidade número de ligações da Ligações ativas de água Índice de Micromedição ativas no município infraestrutura, em relação à % micromedidas (nº) / Ligações I009 (SNIS) hidrometração que possuem medição do consumo real dos ativas de água (nº) x100 hidrômetros. usuários. [Volume de água Avaliar o nível de sustentabilidade macromedido (m³) - Volume Porcentagem do da de água tratado exportado Índice de volume de água infraestrutura dos serviços, em (m³)] / [Volume de água Macromedição % I011 (SNIS) macromedição produzido que é relação à existência de produzido (m³) +Volume de macromedida. capacidade de medição da água tratada importado (m³) - produção. Volume de água tratado Redução de Perdas exportado (m³)] x100 e combate ao desperdício Volume de água produzido (L/dia) + Volume de água Avaliar o nível de sustentabilidade Índice de perdas tratado importado (L/dia) – Volume diário de água da I051 Ligação por (L/dia)/ligação Volume de água de serviço perdido, por ligação. infraestrutura dos serviços, em (SNIS) ligação (L/dia) - Volume de água relação às perdas. consumido (L/dia)] / Ligações ÁGUA ativas de água (nº). Avaliar o nível de sustentabilidade Densidade de Número de vazamentos Vazamentos na rede de operacional, em relação à Rede de vazamentos na na rede de distribuição, distribuição (nº/ano) / AA16 existência de um número nº/100/km/ano distribuição rede por unidade de Comprimento total da rede (IRAR) reduzido de vazamentos na rede de distribuição comprimento. de distribuição (km) x100 de distribuição Índice de Consumo total de energia consumo elétrica em Otimização, Avaliar o nível de sustentabilidade de energia Consumo de energia sistemas de abastecimento Economia e Uso Consumo de ambiental dos serviços, em I058 elétrica por unidade de volume Kwh/m³ de água (Kwh) / [Volume de racional dos energia relação à utilização adequada dos (SNIS) em sistemas de de água tratado. água produzido (m³)+ Volume recursos recursos energéticos. abastecimento de água tratado importado de água (m³)] Fornece indicação, em termos Autonomia de Capacidade de reserva de médios, de quanto tempo é fornecimento de água água na adução e na Capacidade Capacidade de possível assegurar o AA13 Reservação tratada pelos dias distribuição (m³) / Água Operacional reserva de água fornecimento de água aos (IRAR) reservatórios de entrada no sistema (m³/ano) consumidores em caso de falha adução e distribuição. x 365 de alimentação. Objetivos e Metas Parâmetro ou Componente Indicador Conceito Objetivo Unidade Fórmula e Variáveis Referência Estratégicas Setor Porcentagem do Amostras para análises de ÁGUA número total de Avaliar o nível de qualidade dos cloro Incidência das análises de cloro serviços, em relação ao residual com resultado fora análises de cloro residual realizadas na cumprimento de parâmetros % do I075 (SNIS) residual fora do água tratada não legais de qualidade da água padrão (nº) / Amostras padrão conforme com a fornecida. analisadas para aferição de legislação aplicável. cloro residual (nº) x 100 Cloro residual Amostras analisadas para Porcentagem de aferição de cloro residual (nº) Índice de análises de cloro Avaliar a qualidade dos serviços, / conformidade da residual requeridas em relação ao cumprimento das Mínimo de amostras quantidade de pela legislação exigências legais de % I079 (SNIS) obrigatórias amostras - cloro aplicável que foram monitoramento da qualidade da para análises de cloro residual realizadas. água fornecida. Adequar residual qualidade da (nº) x 100 água Percentagem do Amostras para análises de Incidência das número total de Avaliar o nível de qualidade dos coliformes totais com análises de análises de coliformes serviços, em relação ao resultado coliformes totais totais realizadas na cumprimento de parâmetros % fora do padrão (nº) / I084 (SNIS) fora água tratada não legais de qualidade da água Amostras do padrão conforme com a fornecida. analisadas para aferição de Coliformes legislação aplicável. coliformes totais (nº) x100 totais Índice de Amostras analisadas para Porcentagem de Avaliar a qualidade dos serviços, conformidade da aferição de coliformes totais análises de coliformes em relação ao cumprimento das quantidade de (nº) totais requeridas pela exigências legais de % I085 (SNIS) amostras - / Mínimo de amostras legislação aplicável que monitoramento da qualidade da coliformes obrigatórias para coliformes foram realizadas. água fornecida. totais totais (nº) x100

Avaliar o nível de sustentabilidade Tempo de execução dos Duração média Tempo médio gasto dos serviços, em relação à serviços de água (hora) / dos I083 (SNIS) Atendimento Serviços para execução dos capacidade de solução das hora/serviço Quantidade de serviços de serviços adaptado serviços de água. demandas reclamadas e/ou água executados solicitadas pelos usuários. executados (n°) Atendimento Serviços Reclamações Avaliação da percepção Avaliar o nível de sustentabilidade % Reclamações dos usuários Plano dos do usuário a respeito dos serviços, em relação às dos Mairinque usuários da qualidade da demandas reclamadas e/ou serviços de água (nº) / Total (ADERASA) prestação dos serviços solicitadas pelos usuários. de adaptado de água. economias ativas de água (nº) x 100 Objetivos e Metas Parâmetro ou Componente Indicador Conceito Objetivo Unidade Fórmula e Variáveis Referência Estratégicas Setor Tratamento Porcentagem máxima Permite avaliar a folga existente % Volume mensal máximo de AA13 (IRAR) Utilização das da capacidade das em termos de estações de água tratada (m³/mês) / Capacidade estações de estações de tratamento tratamento relativamente aos Capacidade mensal máxima Operacional tratamento existentes que foi períodos do ano de maior de tratamento (m³)/mês) x utilizada consumo. 366 Reclamações de falta de Avaliação da percepção água Avaliar o nível de sustentabilidade Plano do usuário a respeito dos usuários dos serviços Continuidade/ Reclamações de dos serviços, em relação às Mairinque Serviços da qualidade da % (nº) / Regularidade falta de água reclamações de falta de água (ADERASA) prestação dos serviços Total de economias ativas de pelos usuários. adaptado de água e esgoto água (nº) x 100

Porcentagem do número total de Avaliar o nível de qualidade dos Amostras para análises de Incidência das análises de DBO serviços, em relação ao DBO com resultado fora do I084 DBO análises de DBO realizadas no esgoto cumprimento de parâmetros % padrão (nº) / Amostras adaptado fora do padrão tratado não conforme legais de qualidade da água analisadas para aferição de (SNIS) com a legislação fornecida. DBO (nº) x100 aplicável Porcentagem do Amostras para análises de Adequar a número total de Avaliar o nível de qualidade dos coliformes totais com qualidade dos Incidência das análises de coliformes serviços, em relação ao resultados fora do padrão esgotos análises de Coliformes Totais totais realizadas no cumprimento de parâmetros % (nº) I084 (SNIS) coliformes totais esgoto tratado não legais de qualidade da água / Amostras analisadas para fora do padrão conforme com a fornecida. aferição de coliformes totais legislação aplicável. (nº) x 100 ESGOTO Avaliar o nível de qualidade dos Extravasamentos Frequência de Extravasamento de esgotos serviços, em relação à frequência extravasamentos/ Extravasamentos de esgotos por extravasamentos de registrados (nº) / Extensão I082 (SNIS) de extravasamentos que se Km extensão de rede esgoto por Km de rede de rede de esgoto (Km) verifica no serviço prestado Avaliar o nível de sustentabilidade Volume de esgoto tratado Avaliar a Porcentagem do esgoto Índice de da infraestrutura dos serviços, em (m³) / [Volume de esgoto capacidade do Tratamento coletado que é tratado % I016 (SNIS) tratamento relação ao efetivo tratamento da coletado (m³) + Volume de tratamento em ETE totalidade do esgoto coletado. esgoto importado (m³)] x100 Índice de Avaliar o nível de sustentabilidade Consumo total de energia consumo de Otimização, Consumo de energia ambiental dos serviços, em elétrica em sistemas de Consumo de energia elétrica economia e uso por unidade de volume relação à KWh/m³ esgotamento sanitário I059 (SNIS) energia em sistemas de racional de esgoto tratado utilização adequada dos recursos (Kwh)/Volume de esgoto esgotamento energéticos. coletado (m³) sanitário Objetivos e Metas Parâmetro ou Componente Indicador Conceito Objetivo Unidade Fórmula e Variáveis Referência Estratégicas Setor Avaliar o nível de sustentabilidade Tempo de execução dos Duração média Tempo médio gasto dos serviços, em relação à serviços de esgoto (hora) / Serviços dos serviços para execução dos capacidade de solução das hora/ serviço I083 (SNIS) Quantidade de serviços executados serviços de esgoto. demandas reclamadas e/ou executados (n°) solicitadas pelos usuários. ESGOTO Atendimento Avaliação da percepção Avaliar o nível de sustentabilidade Reclamações dos usuários do usuário a respeito Plano Reclamações dos serviços, em relação às dos serviços de esgoto (nº) / Serviços da qualidade da % Mairinque dos usuários demandas reclamadas e/ou Total de economias ativas de prestação dos serviços (ADERASA) solicitadas pelos usuários esgoto (nº) x 100 de esgoto.

9 AÇÕES PARA SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA

As ações de emergência e contingência, contidas neste PMSB, identificam e priorizam riscos que envolvem as componentes de abastecimento de água e esgotamento sanitário. O objetivo destas ações é estabelecer medidas de controle para reduzir ou eliminar os possíveis riscos aos usuários e ao meio ambiente. As situações de emergência originam-se de acidentes nos sistemas, cuja previsibilidade é incerta, além de atos de vandalismo, os quais necessitam de ações corretivas e rápidas soluções. Já as situações de contingência são eventualidades que podem ser mitigadas por meio de planejamento preventivo de ações.

9.1 Aparato Legal

O plano de ações de contingências deve ser entendido como um documento que identifica e prioriza riscos, estabelecendo medidas mitigadoras ou de eliminação dos mesmos. Determina, ainda, processos para verificar a eficiência da gestão dos sistemas de controle dos efeitos em caso de emergência. As exigências em relação às situações de emergência estão descritas na Lei nº 11.445/2007 e Decreto nº 7.217/2010, como enfatizado a seguir. O Art. 23 da Lei nº 11.445/2007 estabelece que o ente regulador editará normas relativas às dimensões técnica, econômica e social de prestação dos serviços, que abrangerão vários aspectos, dentre eles as medidas de contingências e de emergências, inclusive racionamento (inciso XI). Em se tratando do abastecimento de água, o Art. 5° do Decreto nº 7.217/10, o Ministério da Saúde definirá os parâmetros e padrões de potabilidade da água, bem como estabelecerá os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano. O §2º do referido artigo afirma que os prestadores de serviços devem informar à população sobre os procedimentos a serem adotados em situações de

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emergência as quais ofereçam risco à saúde pública, observadas as orientações fixadas pela autoridade competente. Ainda com relação ao Decreto nº 7.217/2010, o Art. 17 afirma que a prestação dos serviços deverá obedecer ao princípio da continuidade podendo ser interrompida pelo prestador em algumas hipóteses. Um exemplo, de acordo com o Inciso I, são as situações que atinjam a segurança de pessoas e bens, especialmente as de emergência e as que coloquem em risco a saúde da população ou de trabalhadores dos serviços de saneamento básico. De acordo com o Contrato de Concessão celebrado entre Cagece e Prefeitura de Redenção, por meio da Lei Municipal nº 1.051/2003, não se caracteriza como descontinuidade no serviço, a sua interrupção em situação de emergência ou prévio aviso, quando motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações, ou ainda por irregularidade praticada pelo usuário, inadequação de suas instalações ou inadimplência do usuário, considerado o interesse da coletividade. Conforme a cláusula terceira – subcláusula sexta do Contrato de Concessão no município de Redenção, a Cagece poderá deflagrar Planos de Racionamento de Água, inclusive estabelecer quotas de consumos e outras penalidades, observada legislação de regência, quando ocorrer escassez de precipitações pluviométricas, tendo como consequência a baixa disponibilidade dos mananciais. Ademais o Art. 21 do Decreto nº 7.217/2010 esclarece que em situação crítica de escassez ou contaminação de recursos hídricos que obrigue à adoção de racionamento, declarada pela autoridade gestora de recursos hídricos, a entidade reguladora poderá adotar mecanismos tarifários de contingência, com objetivo de cobrir custos adicionais decorrentes, garantindo o equilíbrio financeiro da prestação do serviço e a gestão da demanda.

9.2 Estrutura organizacional da Prefeitura Municipal de Redenção

De acordo com as informações retiradas do site do município, a Prefeitura

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é composta por 12 secretarias, a saber: a) Gabinete do Prefeito e Procurador Geral do Município; b) Secretaria de Administração; c) Secretaria de Finanças; d) Secretaria de Educação; e) Secretaria de Saúde; f) Secretária do Trabalho e Assistência Social; g) Secretaria de Infraestrutura; h) Secretaria de Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano; i) Secretaria de Esporte; j) Secretaria de Cultura, Turismo e Juventude; k) Controladoria Geral; l) Instituto de Previdência Social. As ações e diretrizes contemplam prevenção, atuação, funções e responsabilidades nos procedimentos de atuação, envolvendo diversos órgãos, autarquias e secretarias estaduais e municipais, tais como Cagece, Sisar, SRH, Semace, Arce, Secretaria das Cidades, Secretaria Municipal de Administração, Secretaria Municipal de Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Secretaria Municipal de Infraestrutura, Secretaria Municipal de Saúde, Vigilância Sanitária, entre outros, no auxílio e combate às ocorrências emergenciais no setor de saneamento básico. Estas ações são de relevância significativa, uma vez que englobam as diversas situações que podem impactar na prestação dos serviços. Além disso, é importante observar que, em situações críticas, o atendimento e funcionamento operacional dos serviços públicos de saneamento básico envolvem custos diferenciados. Considerando-se a ocorrência de anormalidades em quaisquer dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário, a comunicação do fato deve seguir uma sequência visando à adoção de medidas que permitam com eficiência e rapidez sanar as anormalidades que caracterizam a situação, bem como o controle dos seus efeitos.

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O Quadro 16, a seguir, identifica de forma geral os tipos de emergência para cada setor, os órgãos, secretarias e autarquia envolvidos, assim como o nível de atuação dos mesmos.

Quadro 16 - Tipos de emergência para cada componente, respectivos órgãos, secretarias e autarquias envolvidos e nível de atuação dos mesmos. Nível de atuação dos Órgãos, Secretarias e Componente Tipo de emergência Órgãos, Secretarias e Autarquia envolvidos Autarquia envolvidos Vigilância Sanitária Nacional Cagece Estadual Aumento temporário da Sisar Estadual demanda, estiagem, SRH Estadual contaminação acidental, rompimento, interrupção no Arce Estadual Água bombeamento, Secretaria das Cidades Estadual contaminação acidental, enchentes, rompimento, Sec. de Agricultura, Meio vandalismo e falta de Ambiente e Desenvolvimento Municipal energia elétrica Urbano Sec. de Infraestrutura Municipal Sec. de Saúde Municipal Cagece Estadual Aumento temporário da demanda, rompimento, Arce Estadual interrupção no Secretaria das Cidades Estadual bombeamento, enchentes, Esgoto vandalismo, falta de Sec. de Infraestrutura Municipal energia elétrica, Sec. de Agricultura e Meio Municipal entupimento e retorno de Ambiente esgoto Sec. de Saúde Municipal Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017.

9.3 Plano de Racionamento

Em situação de emergência, esta deverá ser comunicada às entidades responsáveis para mobilização das ações necessárias ao atendimento, com o objetivo de normalizar a situação. Os planos de racionamento devem contemplar diversas ações, como: a) Avaliar a capacidade de oferta de água na época do racionamento;

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b) calcular o consumo per capita possível de ser ofertado; c) avaliar quais manobras da rede serão necessárias para garantia do abastecimento das economias ativas; d) realizar as manobras necessárias; e) avaliar a necessidade de alternância no abastecimento. Caso necessário, estabelecer o calendário e áreas de abastecimento; f) acionar os meios de comunicação para aviso à população atingida para racionamento (rádios e carro de som, quando pertinentes); g) informar os órgãos municipais e estaduais (SRH, COGERH, Arce, Secretaria das Cidades, etc.); h) caso o consumo per capita mínimo não possa ser ofertado, utilizar carros pipa como fonte alternativa de abastecimento; i) avaliar a inclusão de tarifas diferenciadas. Conforme citado anteriormente, a prestadora dos serviços poderá deflagrar planos de racionamento de água, estabelecendo, inclusive, quotas de consumos e outras penalidades, observada a legislação vigente, quando ocorrer escassez de precipitações pluviométricas, tendo como consequência a baixa disponibilidade hídrica dos mananciais. Ademais, o Plano de Emergência e Contingência de Redenção está explicitado no Apêndice F.

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10 REGULAÇÃO

10.1 Introdução

A regulação tem como finalidade proteger o interesse público, com vistas ao atendimento dos princípios e das diretrizes que orientam a formulação e a condução das políticas públicas. É entendida, ainda, como a intervenção do Estado nas ordens econômica e social, com o objetivo de se alcançar eficiência e equidade, traduzidas como a universalização na provisão de bens e serviços públicos de natureza essencial, por parte de prestadores de serviços estatais e privados. Além disso, a Lei nº 11.445/2007 estabelece a regulação como condição vinculante para a validade dos contratos de prestação dos serviços de água e esgoto. Esta regulação deverá ser realizada em atendimento aos seguintes princípios constantes no art. 21:

I. independência decisória, incluindo autonomia administrativa, orçamentária e financeira da entidade reguladora; II. transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões.

Constituem, ainda, objetivos da regulação definidos no art. 22 da referida Lei:

I. estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para a satisfação dos usuários; II. garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas; III. prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos órgãos integrantes do sistema nacional de defesa da concorrência; IV. definir tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos como a modicidade tarifária, mediante mecanismos que induzam a eficiência e eficácia dos serviços e que permitam a apropriação social dos ganhos de produtividade.

Desta forma, diante das diretrizes e objetivos da Lei nº 11.445/2007 e da importância que a regulação pode representar para a melhoria e o desenvolvimento do setor de saneamento básico, é necessário que os instrumentos de execução da regulação – as agências reguladoras – sejam modelados com base nas seguintes características:

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a) Quadro dirigente, com previsão de mandatos, requisitos técnicos bem definidos para sua seleção e poder de decisão não questionável por outras instâncias do poder executivo; b) financiamento da atividade de regulação por meio de taxas de regulação pagas pelos usuários dos serviços, evitando a dependência de recursos do orçamento fiscal do titular dos serviços; c) quadro de pessoal próprio, selecionado por concurso público; d) cargos do corpo gerencial intermediário (gerentes, coordenadores), de exclusividade do quadro de pessoal próprio, selecionado por critérios técnicos; e) existência de normas que estabeleçam separação entre as atribuições da agência e as do prestador de serviços. A Lei nº 11.445/2007 estabelece os critérios para a delegação da regulação dos serviços de saneamento básico, em caso do titular dos serviços não constituir sua própria agência.

Art. 23 § 1 – a regulação de serviços públicos de saneamento básico poderá ser delegada pelos titulares a qualquer entidade reguladora constituída dentro dos limites do respectivo Estado, explicitando, no ato de delegação da regulação, a forma de atuação e a abrangência das atividades a serem desempenhadas pelas partes envolvidas

No tocante aos Planos de Saneamento Básico, a interface entre a regulação e o planejamento é explicitada no parágrafo único do art. 20 da Lei nº 11.445/2007, que define as atribuições específicas da entidade reguladora quanto aos planos:

Art. 20. Parágrafo único. Incumbe à entidade reguladora e fiscalizadora dos serviços a verificação do cumprimento dos planos de saneamento por parte dos prestadores de serviços, na forma das disposições legais, regulamentares e contratuais.

Esta interface está reforçada no art. 27 do Decreto 7.217, de 21 de junho de 2010:

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Art. 27. São objetivos da regulação: II – garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas;

O Estado do Ceará já dispõe de uma agência reguladora dotada das características definidas no marco regulatório nacional, a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (Arce), constituindo-se, portanto, na responsável pelo acompanhamento da verificação do cumprimento do Plano de Saneamento Básico de Redenção, garantindo-se a efetividade dos programas, projetos e ações previstos, em consonância com o disposto.

10.2 Características da Arce

A Arce foi criada por meio da Lei Estadual nº 12.786, de 30 de Dezembro de 1997, como uma Agência Multissetorial, com competências para a regulação técnica e econômica dos serviços públicos dos seguintes setores: Distribuição de Gás Canalizado e de Transporte Intermunicipal de Passageiros, delegados diretamente pelo Estado do Ceará; Distribuição de Energia Elétrica por meio da Delegação da ANEEL; e Saneamento Básico, conforme o art. 4º da Lei Estadual nº 14.394, de 7 de julho de 2009. A estrutura organizacional atual da Arce encontra-se apresentada na Figura 55.

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Figura 55 - Estrutura organizacional da Arce.

Fonte: ARCE, 2015.

Os princípios da independência decisória, incluindo autonomia administrativa, orçamentária e financeira, e da transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões, indicados nos incisos do art. 21 da Lei Federal Nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007 – fundamentais para a regulação – estão contemplados no desenho institucional da Arce, o que contribui para o desenvolvimento da regulação setorial no Estado do Ceará, conforme análise a seguir: a) Independência Decisória: O quadro dirigente da Arce é composto por 3 Conselheiros-Diretores, com mandatos de 4 anos, em períodos não coincidentes, sendo vedada a exoneração por parte do chefe do Poder Executivo. Das decisões do Conselho Diretor, notadamente em matérias regulatórias, não cabe recurso impróprio;

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b) Autonomia Administrativa: Todas as funções comissionadas de coordenação técnica e de assessoria da Arce são de provimento exclusivo de servidores concursados, e de escolha do próprio quadro dirigente. Tal prerrogativa garante maior estabilidade para a tomada de decisões técnicas e minimiza a possibilidade de interferências políticas, contribuindo, também, para a independência decisória da agência; c) Autonomia Orçamentária e Financeira: Os recursos para custeio da regulação no setor de Saneamento Básico são pagos pelos usuários dos serviços por meio de repasses diretos feitos pelo prestador, não havendo, portanto, dependência do tesouro estadual. A fonte de recursos está prevista no art. 6º da Lei Estadual nº 14.394/2009; d) Transparência: Os Relatórios de Fiscalização (RF), bem como os pareceres técnicos, são disponibilizados pelo site institucional (www.arce.ce.gov.br). Esta ação coaduna-se com o § 2º do art. 26 da Lei Federal nº 11.445/2007, que determina a publicidade dos relatórios, estudos, decisões que se refiram à regulação ou à fiscalização dos serviços, na internet; e) Tecnicidade: Do quadro de servidores da Arce, mais de 80% são pós graduados; f) Celeridade e Objetividade das Decisões: As decisões da agência são fundamentadas em um conjunto de resoluções acerca das condições técnicas e econômicas da prestação aos serviços, de acordo com o art. 23 da Lei Federal nº 11.445/07. Após a promulgação da Lei Estadual nº 14.394, de 7 de julho de 2009, a Arce tornou-se reguladora dos serviços operados pela Cagece, exceto quanto ao observado no art. 9º, inciso II, da Lei Federal nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Ou seja, enquanto os municípios operados pela Cagece – atualmente 150 – não criarem suas próprias Agências ou não delegarem a regulação a outro ente, a Arce será a reguladora dos serviços. Além de fiscalizar a prestação dos serviços da Cagece, a Arce edita

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instrumentos normativos e realiza atendimento às reclamações dos usuários por meio de sua Ouvidoria, além de proceder à análise dos pleitos de revisão e reajuste de tarifas da Cagece. O trabalho exercido por esta Agência credenciou-a como referência nacional pela Associação Brasileira de Agências de Regulação (ABAR). As ações de fiscalização, diretas e indiretas, caracterizam-se como uma das principais atividades exercidas pela Arce, de competência das Coordenadorias de Regulação. A Coordenadoria de Saneamento Básico (CSB) é a responsável pelas fiscalizações diretas e indiretas dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário prestados pela Cagece. As fiscalizações diretas são auditorias que avaliam o atendimento às condições normativas e contratuais da prestação de serviços. Já a fiscalização indireta ocorre por meio de indicadores de desempenho, calculados a partir de informações fornecidas pela Cagece ou coletadas pela própria Arce. É também atribuição da Arce a definição de tarifas, propiciando a expansão do atendimento e a operação com qualidade e eficiência e, ao mesmo tempo, estabelecer preços acessíveis e compatíveis com a renda dos usuários. Tem-se, ainda, a Ouvidoria da Arce, setor encarregado de receber, processar e solucionar as reclamações dos usuários relacionadas com a prestação de serviços públicos de energia elétrica, água e esgoto, gás canalizado e transporte intermunicipal de passageiros; desde que exauridas as tentativas de acordo pelas partes em conflito. Desta forma, a Ouvidoria da Arce proporciona ao usuário do serviço público o direito de questionar, solicitar informações, reclamar, criticar ou elogiar, garantindo a cidadania. Portanto, através de sua ouvidoria, a Arce tem relevante papel no controle social da prestação dos serviços.

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11 MECANISMOS DE CONTROLE SOCIAL

De forma geral, a falta de percepção da problemática local pode inviabilizar as políticas que exigem períodos de planejamento e execução, cujos resultados são alcançados a médio e longo prazos. Em vista disso, a Lei nº 11.445/2007, em seu art. 2º, reconheceu a importância do controle social, definindo- o como princípio fundamental da prestação dos serviços na formulação de políticas e planos de saneamento básico. Deve ser entendido como “conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem à sociedade informações, representações técnicas e participações nos processos de formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de saneamento básico” (art. 3º, inc. IV). Assim, o acesso à informação torna-se imprescindível para o controle social e é garantido no art. 26 da Lei nº 11.445/2007, que assegura “publicidade dos relatórios, estudos, decisões e instrumentos equivalentes que se refiram à regulação ou à fiscalização dos serviços, bem como aos direitos e deveres dos usuários e prestadores, a eles podendo ter acesso qualquer do povo, independentemente da existência de interesse direto”. Conforme definido no inciso IV do caput do art. 3º da Lei nº 11.445/2007, compete ao titular dos serviços o estabelecimento dos mecanismos de controle social. No processo de elaboração dos Planos de Saneamento Básico, a referida lei, em seu § 5º do art. 19, assegura “ampla divulgação das propostas dos planos de saneamento básico e dos estudos que as fundamentem, inclusive com a realização de audiências ou consultas públicas”. Consoante esta assertiva, o Decreto nº 7.217/2010, em seu art. 34, declara que o controle social dos serviços públicos de saneamento básico poderá ser instituído mediante a adoção de debates e audiências públicas, realizadas de modo a possibilitar o acesso da população, podendo ser realizadas de forma regionalizada ou por meio de consultas públicas, promovidas de forma a possibilitar que qualquer do povo, independentemente de interesse, ofereça críticas e

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sugestões a propostas do Poder Público, devendo tais consultas ser adequadamente respondidas. Além da utilização de um dos mecanismos citados anteriormente, Redenção deve instituir, obrigatoriamente, por meio de legislação específica, o controle social realizado por meio de órgão colegiado, de caráter consultivo, com participação na formulação da política de saneamento básico, bem como no seu planejamento e avaliação. Suas funções e competências poderão ser exercidas por outro órgão colegiado já existente no município como, por exemplo, o Conselho de Meio Ambiente, com as devidas adaptações da legislação, sendo assegurada a participação de representantes dos titulares dos serviços, de órgãos governamentais relacionados ao setor de saneamento básico, dos prestadores de serviços públicos de saneamento básico, dos usuários de serviços de saneamento básico e de entidades técnicas, organizações da sociedade civil e de defesa do consumidor relacionadas ao setor de saneamento básico, nos termos do art. 47 da Lei nº 11.445/2007. Em suma, o Plano Municipal de Saneamento Básico, sendo oriundo de um processo de discussão com a Sociedade Civil em Redenção, será peça fundamental na formulação da política pública do setor de saneamento básico do município, tendo, como principal resultado, a definição de seus princípios e diretrizes, buscando a eficiência por meio do planejamento dos investimentos, respaldado nos interesses e no conhecimento dos técnicos e da população, rumo à universalização. Para elaboração do PMSB de Redenção foram realizadas 2 (duas) audiências públicas, para discussões do diagnóstico e prognóstico, respectivamente. Além da mobilização social, realizada pelos articuladores da Prefeitura, com aplicação de questionários a respeito dos serviços prestados no setor de saneamento básico. De acordo com o Decreto nº 8.211/2014 que altera os artigos 26 e 34 do Decreto nº 7.217/2010, que regulamenta a Lei 11.445/2007, o município de Redenção deve, até o final de 2014, instituir o órgão colegiado que exercerá as

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funções de controle social, do contrário será vedado ao município, a partir do exercício financeiro de 2015, o acesso aos recursos federais ou àqueles geridos ou administrados por órgão ou entidade da União, quando destinados a serviços de saneamento básico. Por fim, o Governo Federal instituiu a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e o Sistema Nacional de Participação Social (SNPS), por meio do Decreto nº 8.243/2014, que em seu art. 3º, incisos IV e VII, asseguram o direito à informação, transparência e ao controle social nas ações públicas, além da ampliação dos mecanismos de controle social, como algumas de suas diretrizes, respectivamente (BRASIL, 2014b).

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12 VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA

12.1 Estudo de Viabilidade

A viabilidade do processo de universalização deve estar em consonância com as diretrizes da Lei Federal nº 11.445/07, em que a universalização é compreendida como a ampliação progressiva ao acesso de todos os domicílios ocupados ao saneamento básico (art. 3º, inciso III), determinando que as condições de sustentabilidade e do equilíbrio econômico-financeiro, em regime de eficiência, sejam requisitos de validade à prestação desses serviços (art. 11, inciso IV). Diante disto, a avaliação econômico-financeira deste PMSB, teve por base as metas e objetivos, consolidadas nos programas, projetos e ações, por meio dos quais foram estimados os custos de gestão, operação e manutenção dos setores de abastecimento de água e esgotamento sanitário do município. Além disso, considerou-se os valores necessários aos investimentos para a universalização, ao longo do período de 20 anos e as receitas necessárias ao pleno funcionamento de cada sistema, sejam por meio das taxas ou tarifas cobradas ou aportes de recursos, principalmente os não-onerosos, convergindo com o princípio legal do atendimento às condições de sustentabilidade e do equilíbrio econômico- financeiro.

12.1.1 Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário Operados pela Cagece

Conforme APÊNDICE G, o Estudo de viabilidade da concessão do abastecimento de água e do esgotamento sanitário de Redenção apresentou Valor Presente Líquido (VPL) positivo ou negativo de R$ xx.xxx.xxx,xx (xxx milhões, xxx mil, xxx reais e xxx centavos) significando que, para a taxa mínima de atratividade (TMA) de 12% ao ano, a operação dos serviços de abastecimento de água (SAAs) e de esgotamento sanitário (SES) do Município de Redenção, incluindo as ações de

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universalização destes serviços, não é viável financeiramente para a empresa.

12.1.2 Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário Alternativos

Nesta forma de prestação de serviços, não há obtenção de recursos para investimentos a partir dos recursos gerados pela cobrança das tarifas. Desta maneira, os sistemas são implantados pelo Poder Público e entregues às associações comunitárias, que serão responsáveis pela operação e manutenção dos sistemas, incluindo as despesas com energia elétrica, salário do operador, consertos, entre outras. Onde houver Sisar, a associação repassa um valor para que este realize a manutenção, tanto corretiva como preventiva, e de suporte à associação no gerenciamento do sistema.

12.1.3 Soluções Individuais

De forma similar, as soluções individuais não geram recursos para investimento em implantação. Consoante sua denominação, a operação e a manutenção da solução individual cabe ao beneficiário que deverá arcar com todos os custos. As soluções individuais são implantadas pelo Poder Público ou pelo próprio usuário. No caso de implantação pelo Poder Público, a prioridade é para a população classificada como de baixa renda.

13 FONTES DE FINANCIAMENTO

Considerando os resultados do estudo de viabilidade, o município depende fundamentalmente de recursos não onerosos para o financiamento da universalização.

13.1 Reembolsáveis ou Onerosos

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13.1.1 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

a) PMI – Projetos Multissetoriais Integrados Urbanos Projetos Multissetoriais Integrados Urbanos são conjuntos de projetos que integram o planejamento e as ações dos agentes municipais em diversos setores a fim de solucionar problemas estruturais dos centros urbanos por meio de um modelo alternativo de tratamento dos problemas sociais para vários tipos de carências, como o saneamento básico. Finalidade: financiar empreendimentos referentes à urbanização e implantação de infraestrutura básica no município, inclusive em áreas de risco e de sub-habitação; infraestrutura de educação, saúde, assistência social, esporte, lazer e serviços públicos; recuperação e revitalização de áreas degradadas, de interesse histórico ou turístico; saneamento ambiental – abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos e drenagem urbana; transportes públicos de passageiros – urbanos, metropolitanos e rurais; hidroviário, sobre trilhos e sobre pneus; equipamentos e infraestrutura. Público Alvo: Estados, Municípios e Distrito Federal. As solicitações de apoio são enviadas ao BNDES por meio de Consulta Prévia, conforme Roteiro de Informações – Administração Pública disponível no site do BNDES. Para mais detalhes acesse www.bndes.gov.br. b) Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos Finalidade: apoiar e financiar projetos de investimentos públicos ou privados que tenham como unidade básica de planejamento bacias hidrográficas e a gestão integrada dos recursos hídricos. A linha Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos apóia e financia empreendimentos para: Abastecimento de água; Esgotamento sanitário; Efluentes e resíduos industriais; Resíduos sólidos; Gestão de recursos hídricos (tecnologia e processos, bacias hidrográficas); Recuperação de áreas ambientalmente degradadas; Desenvolvimento institucional; despoluição de bacias, em regiões onde já estejam constituídos Comitês; Macrodrenagem. A participação máxima do BNDES é de 80% dos itens financiáveis, podendo ser

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ampliada em até 90%. As condições financeiras da linha se baseiam nas diretrizes do produto BNDES Finem. As solicitações de apoio são encaminhadas ao BNDES pela empresa interessada ou por intermédio da instituição financeira credenciada, por meio de Consulta Prévia, preenchida segundo as orientações do Roteiro de Informações disponível no site do BNDES. Público Alvo: sociedades com Sede e administração no país, de controle nacional ou estrangeiro, empresários individuais, associações, fundações e pessoas jurídicas de direito público. Para mais detalhes acesse www.bndes.gov.br.

13.2 Não Reembolsáveis ou Não Onerosos

13.2.1 Ministério do Meio Ambiente

a) Fundo Nacional de Meio Ambiente Finalidade: o Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), criado pela Lei n° 7.797 de 10 de julho de 1989, disponibiliza recursos para ações que contribuam para a implementação da Política Nacional do Meio Ambiente. As ações são distribuídas por núcleos temáticos: água e florestas, conservação e manejo da biodiversidade, sociedades sustentáveis, qualidade ambiental, gestão e pesqueira compartilhada e planejamento e gestão territorial. Público Alvo: instituições públicas pertencentes à administração direta e indireta nos níveis federal, estadual e municipal, e instituições privadas brasileiras sem fins lucrativos cadastradas no Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas (CNEA) e que possuam no mínimo três anos de existência legal e atribuições estatutárias para atuarem em área do meio ambiente (organização ambientalista, fundação e organização de base). Para mais detalhes acesse www.mma.gov.br.

13.2.2 Ministério da Saúde/Fundação Nacional da Saude (Funasa)

Apoio técnico e institucional: 259

a) Programa de saneamento ambiental para municípios até 50 mil habitantes Finalidade: fomentar a implantação e/ou a ampliação de sistemas de saneamento básico. O apoio da Funasa contempla aspectos técnicos de engenharia e de modelos de gestão. Os projetos deverão atender os manuais da Funasa com as orientações técnicas para elaboração de projetos, disponível da página da internet da Fundação. Público Alvo: municípios com população total de até 50 mil habitantes (conforme eixo de ação 2007-2010 no componente de infraestrutura social e urbana do Programa de Aceleração do Crescimento — PAC). Para mais detalhes acesse www.funasa.gov.br.

13.2.3 Ministério das Cidades/Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental

a) Programa de saneamento ambiental para municípios acima de 50 mil habitantes Finalidade: A SNSA tem como objetivo institucional promover um significativo avanço, no menor prazo possível, rumo à universalização do abastecimento de água potável, esgotamento sanitário (coleta, tratamento e destinação final), gestão de resíduos sólidos urbanos (coleta, tratamento e disposição final), além do adequado manejo de águas pluviais urbanas, com o consequente controle de enchentes. Público Alvo: No tocante ao abastecimento de água, esgotamento sanitário e manejo de resíduos sólidos urbanos, cabe ao Ministério das Cidades, por meio da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, o atendimento a municípios com população superior a 50 mil habitantes ou integrantes de Regiões Metropolitanas, Regiões Integradas de Desenvolvimento ou participantes de Consórcios Públicos afins. Para os municípios de menor porte, com população inferior a 50 mil habitantes, a SNSA só atua por meio de financiamento com recursos onerosos para as modalidades de abastecimento de água e esgotamento sanitário.

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Particularmente, com relação ao componente manejo de águas pluviais urbanas, verifica-se a competência compartilhada entre Ministério das Cidades e Ministério da Integração Nacional, além de intervenções da Funasa em áreas com forte incidência de malária. Para mais detalhes acesse www.cidades.gov.br.

13.2.4 Ministério da Justiça

a) Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD) Finalidade: reparação dos danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico, paisagístico, bem como aqueles ocasionados por infração à ordem econômica e a outros interesses difusos e coletivos. Serão apoiados projetos de manejo e gestão de resíduos sólidos que incentivem o gerenciamento dos resíduos sólidos em áreas urbanas e rurais, contribuam para a implantação de políticas municipais ambientalmente corretas ou que promovam ações de redução, reutilização e reciclagem do lixo. Para receber apoio financeiro do FDD é necessário apresentar Carta-Consulta, conforme modelo e procedimentos divulgados pelo Ministério da Justiça. Público Alvo: instituições governamentais da administração direta ou indireta, nas diferentes esferas do governo (federal, estadual e municipal) e organizações não governamentais brasileiras, sem fins lucrativos e que tenham em seus estatutos objetivos relacionados à atuação no campo do meio ambiente, do consumidor, de bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico ou paisagístico e por infração à ordem econômica. Para mais detalhes acesse www.mj.gov.br/cfdd.

13.2.5 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

a) Fundo Social

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Finalidade: apoiar projetos de caráter social nas áreas de geração de emprego e renda, serviços urbanos, saúde, educação e desportos, justiça, meio ambiente, desenvolvimento rural e outras vinculadas ao desenvolvimento regional e social. Os recursos do Fundo Social serão destinados a investimentos fixos, inclusive aquisição de máquinas e equipamentos importados, sem similar nacional, no mercado interno e de máquinas e equipamentos usados; capacitação; capital de giro; despesas pré-operacionais e outros itens que sejam considerados essenciais para a consecução dos objetivos do apoio. A participação máxima do BNDES será de até 100% dos itens financiáveis. Público Alvo: pessoas jurídicas de direito público interno e pessoas jurídicas de direito privado, com ou sem fins lucrativos, exclusivamente em programas específicos, atividades produtivas com objetivo de geração de emprego e renda e desenvolvimento institucional orientado, direta ou indiretamente, para instituições de microcrédito produtivo (modalidade Apoio Continuado). Para mais detalhes acesse www.bndes.gov.br.

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14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BING MAPS. Bing Maps. Disponível em: . Acesso em: 2016.

BRANDÃO, Ricardo de Lima. Geodiversidade do estado do Ceará / Organização Ricardo de Lima Brandão [e] Luís Carlos Bastos Freitas – Fortaleza: CPRM, 2014. 214 p. ; 30 cm + 1 DVD.

BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Diário Oficial da União - Seção 1 - 2/9/1981, Página 16509.

______. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Diário Oficial da União - Seção 1 - 5/10/1988, Página 1.

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______. Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Diário Oficial da União - Seção 1 - 19/7/2000, Página 1.

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_____. Ministério das Cidades. Conselho das Cidades: Resolução Recomendada Conselho das Cidades nº 75, de 02 de julho de 2009. Estabelece orientações

Apoio técnico e institucional: 263

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Apoio técnico e institucional: 269

APÊNDICE A – ATA DA 1ª AUDIÊNCIA PÚBLICA

Apoio técnico e institucional: 270

Apoio técnico e institucional: 271

Apoio técnico e institucional: 272

Apoio técnico e institucional: 273

Fotos da I Audiência Pública.

Apoio técnico e institucional: 274

Apoio técnico e institucional: 275

Apoio técnico e institucional: 276

Apoio técnico e institucional: 277

Apoio técnico e institucional: 278

Apoio técnico e institucional: 279

Apoio técnico e institucional: 280

APÊNDICE B – ATA DA 2ª AUDIÊNCIA PÚBLICA

Apoio técnico e institucional: 281

Apoio técnico e institucional: 282

APÊNDICE C – PROGRAMA DE ACESSIBILIDADE AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Apoio técnico e institucional: 283

PROGRAMA DE ACESSIBILIDADE AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA (PAAA-01/2017) Distrito(s): Sede, Antônio Diogo e Barra Nova Título: Projeto de ampliação do SIAA operado pela Cagece nas zonas urbanas do distrito Sede, Barra Nova e Antônio Diogo 1 – Objetivo Universalizar a cobertura dos serviços de abastecimento de água com qualidade e quantidade, conforme normas legais e regulamentares. 2 – Justificativa O sistema existente nos distritos Sede, Barra Nova e Antônio Diogo operado pela Cagece, apresentou índice de cobertura de 96,41%, em 2017. Com este projeto, pretende-se garantir a universalização dos serviços na zona urbana destes distritos, com a cobertura da demanda futura até o ano de 2037, para o total de mais 5.046 novas ligações hidrometradas. Além disso, deve-se, paralelamente, incentivar e disseminar a importância do consumo e uso racional de água tratada. Metas estabelecidas até o ano de: 3 – Ações 2021 2029 2037 (curto prazo) (médio prazo) (longo prazo) A1 = Elaborar 01 projeto executivo para atendimento das metas estabelecidas de curto, 100,00% - - médio e longo prazos do SIAA para a zona urbana dos distritos Sede, Barra Nova e Antônio Diogo. A2 = Ampliar a cobertura para atender 2.097 novas ligações hidrometradas no SAA da zona urbana do 21,46% 57,61% 100,00% distrito Sede A3 = Ampliar a cobertura para atender 2.850 novas ligações hidrometradas no SAA da zona urbana do 19,58% 54,81% 100,00% distrito Antônio Diogo A4 = Ampliar a cobertura para atender 99 novas ligações hidrometradas no SAA da zona urbana do 33,33% 64,65% 100,00% distrito Barra Nova A4 = Melhorar a captação e ampliar as unidades no sistema (estações elevatórias, adutoras, - 100,00% - reservatórios e tratamento). A5 = Realizar programa de incentivo e disseminação da importância da interligação do Contínua imóvel à rede pública de abastecimento de água. 4 – Resultados Esperados Melhoria da qualidade dos serviços; Universalização dos serviços de abastecimento de água. 5 – Entidades Responsáveis Cagece / Prefeitura Municipal de Redenção 6 – Entidades PArceiras Secretaria das Cidades / Ministério das Cidades 7 – Orçamento Estimativo Curto Médio Longo Total R$ 580.690,23 R$ 9.805.187,62 R$ 933.388,14 R$ 11.319.265,99

Apoio técnico e institucional: 284

PROGRAMA DE ACESSIBILIDADE AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA (PAAA-01/2017) 8 – Impacto Incremental na Universalização Curto Médio Longo 8,09% 11,94% Garantir a universalização

Apoio técnico e institucional: 285

PROGRAMA DE ACESSIBILIDADE AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA (PAAA-02/2017) Distrito(s): Sede, Antônio Diogo, Faísca e Guassi Título: Projeto de ampliação dos SAAs implantados pelo SISAR nos distritos Sede, Antônio Diogo, Faísca e Guassi. 1 – Objetivo Universalizar a cobertura dos serviços de abastecimento de água com qualidade e quantidade conforme normas legais e regulamentares nas localidades de: Maleitas (distrito Sede), Mangueiral (distrito Antônio Diogo), Olho D'água Constantino (distrito Faísca) e Serra Vermelha (distrito Guassi). 2 – Justificativa Existem vários sistemas no município implantados pelo SISAR e gerenciados pelos usuários, localizados nos distritos Sede, Antônio Diogo, Faísca e Guassi, cujos índices de cobertura eram próximos de 100%, em 2017, segundo o diagnóstico. Com este projeto, pretende-se garantir a universalização dos serviços nas localidades atendidas por estes sistemas, com a cobertura da demanda futura até o ano de 2037, para o total de mais de 243 novas ligações. Além disso, deve-se, paralelamente, incentivar e disseminar a importância do consumo e uso racional de água tratada. Metas estabelecidas até o ano de: 3 – Ações 2021 2029 2037 (curto prazo) (médio prazo) (longo prazo) A1 = Elaborar 04 projetos executivos para atendimento das metas estabelecidas de curto, médio e longo prazos dos SAAs destes 100,00% - - distritos. A2 = Ampliar a cobertura para atender 68 novas ligações 20,59% 51,47% 100,00% hidrometradas no SAA das localidades Maleitas A3 = Ampliar a cobertura para atender 31 novas ligações 25,81% 58,06% 100,00% hidrometradas no SAA da localidade Mangueiral A4 = Ampliar a cobertura para atender 66 novas ligações 22,73% 59,09% 100,00% hidrometradas no SAA da localidade Olho D'Água Constantino A5 = Ampliar a cobertura para atender 78 novas ligações 28,21% 61,54% 100,00% hidrometradas no SAA da localidade Serra Vermelha A6 = Melhorar a captação e ampliar as unidades dos sistemas - 100,00% - (estações elevatórias, adutoras, reservatórios e tratamento). A7 = Realizar programa de incentivo e disseminação da importância Contínua da interligação do imóvel à rede pública de abastecimento de água. 4 – Resultados Esperados Melhoria da qualidade dos serviços; Universalização dos serviços de abastecimento de água. 5 – Entidades Responsáveis Sisar / Prefeitura Municipal de Redenção 6 – Entidades Parceiras Secretaria das Cidades / Secretaria do Desenvolvimento Agrário / Ministério das Cidades 7 – Orçamento Estimativo Curto Médio Longo Total R$ 370.044,42 R$ 1.768.138,90 R$ 213.452,27 R$ 2.351.635,59 8 – Impacto Incremental na Universalização Curto Médio Longo

Apoio técnico e institucional: 286

PROGRAMA DE ACESSIBILIDADE AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA (PAAA-02/2017) 0,46% 0,54% Garantir a universalização

Apoio técnico e institucional: 287

PROGRAMA DE ACESSIBILIDADE AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA (PAAA-03/2017) Distrito(s): Todos. Título: Projeto de implantação de SAAs onde não existe sistema coletivo de abastecimento nas localidades dos distritos. 1 – Objetivo Universalizar a cobertura dos serviços de abastecimento de água com qualidade e quantidade conforme normas legais e regulamentares. 2 – Justificativa Em Redenção existem localidades pertencentes aos distritos Sede, Antônio Diogo, Barra Nova, Faísca e Guassi que em 2017 não possuíam sistemas coletivos de abastecimento de água, segundo o diagnóstico. Com este projeto, pretende-se garantir a universalização dos serviços em tais localidades, com a cobertura da demanda futura até o ano de 2037. Além disso, deve- se, paralelamente, incentivar e disseminar a importância do consumo e uso racional de água tratada. Metas estabelecidas até o ano de: 3 – Ações 2021 2029 2037 (curto prazo) (médio prazo) (longo prazo) A1 = Elaborar 17 projetos executivos para atendimento das metas estabelecidas de curto, 100,00% - - médio e longo prazos dos SAAs destes distritos. A2 = Implantar e ampliar 17 sistemas coletivos (captação, adução, reservação e tratamento) para atender as localidades de Araticum, Gurgurí, Santo Antônio e Serra Verde (distrito Sede); Currais I, Currais II, Horto, Lagoa Dantas, Luiz Domingues e - 100,00% 100,00% Susto (distrito Antônio Diogo); Brenha e Piroás II (distrito de Barra Nova); Oiticica e Riacho das Pedras (distrito Faísca); Serrinha Bela, Sítio Camará e Sítio Saco (distrito Guassi). A3 = Realizar programa de incentivo e disseminação da importância da interligação do Contínua imóvel à rede pública de abastecimento de água. 4 – Resultados Esperados Melhoria da qualidade dos serviços; Universalização dos serviços de abastecimento de água. 5 – Entidades Responsáveis Prefeitura Municipal de Redenção 6 – Entidades Parceiras Secretaria das Cidades / Secretaria do Desenvolvimento Agrário / Ministério das Cidades 7 – Orçamento Estimativo Curto Médio Longo Total R$ 1.054.000,00 R$ 2.894.606,81 R$ 701.203,09 R$ 4.649.809,90 8 – Impacto Incremental na Universalização Curto Médio Longo - Garantir a universalização Garantir a universalização

Apoio técnico e institucional: 288

PROGRAMA DE ACESSIBILIDADE AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA (PAAA-04/2017) Distrito(s): Todos Título: Projeto de implantação de solução individual de abastecimento de água, por meio de cisternas de água de chuva, nas localidades difusas dos distritos Sede, Antônio Diogo, Barra Nova, Faísca e Guassi. 1 – Objetivo Universalizar a cobertura dos serviços de abastecimento de água com qualidade e quantidade conforme normas legais e regulamentares. 2 – Justificativa Para alcançar a universalização do abastecimento de água no município de Redenção, é necessário incluir a população não atendida por sistema de abastecimento de água e difusa, sobretudo, da zona rural. Neste caso, projetam-se soluções individuais para atender esta demanda. A solução proposta é cisterna para captação de água da chuva para consumo humano. A execução de cisternas, aliada ao trabalho de educação e saúde, contribuirá para qualidade de vida desta parcela da população. Com este projeto, pretende-se garantir a universalização em tais localidades, a partir da construção de 707 cisternas, com a cobertura da demanda futura até o ano de 2037. Metas estabelecidas até o ano de: 3 – Ações 2021 2029 2037 (curto prazo) (médio prazo) (longo prazo) A1 = Construir 707 cisternas, especialmente, nas zonas rurais, dos distritos Sede (286), Antônio Diogo 24,61% 57,14% 100,00% (134), Barra Nova (83), Faísca (79) e Guassi (125). A2 = Realizar treinamento para uso e manutenção Contínua das cisternas. 4 – Resultados Esperados Universalização dos serviços de abastecimento de água. 5 – Entidades Responsáveis Prefeitura Municipal de Redenção 6 – Entidades Parceiras Secretaria das Cidades / Secretaria do Desenvolvimento Agrário / Ministério das Cidades 7 – Orçamento Estimativo Curto Médio Longo Total R$ 382.800,00 R$ 506.000,00 R$ 666.600,00 R$ 1.555.400,00 8 – Impacto Incremental na Universalização Curto Médio Longo 1,35% 1,53% Garantir a universalização

Apoio técnico e institucional: 289

PROGRAMA DE ACESSIBILIDADE AO ESGOTAMENTO SANITÁRIO (PAES-01/2017) Distrito(s): Sede Título: Projeto de implantação e ampliação do SES na zona urbana do distrito Sede 1 – Objetivo Universalizar a cobertura e atendimento dos serviços de esgotamento sanitário, conforme normas legais e regulamentares. 2 – Justificativa Segundo o diagnóstico de 2017, a zona urbana do distrito de Redenção (Sede) dispõe apenas de um sistema público porém de baixa abrangência e fora dos padrões técnicos e operacionais de recebimento pela Cagece, portanto, segundo a Cagece este deve ser desconsiderado, tornando-se necessário a concepção de um sistema público de esgotamento sanitário para a Sede do município. Com isso, ainda são utilizadas formas inadequadas de disposição final de esgotos, como as fossas rudimentares, que podem acarretar a contaminação de poços de abastecimento de água. Dessa forma, este projeto pretende a implantação do SES com cobertura parcial dos serviços na Sede municipal, até 2029 e a garantia da cobertura da demanda futura até o ano de 2037, quando deverá atingir o total de aproximadamente 5.215 ligações (capacidade do SES estimada para atendimento de 80% da população total urbana do distrito Sede). Além disso, deve-se, paralelamente, incentivar e disseminar a importância da interligação de cada domicílio à rede de esgotamento sanitário, onde ela estiver disponível, como forma de garantir a preservação do meio ambiente e melhoria da qualidade de vida da população. Metas estabelecidas até o ano de: 3 – Ações 2021 2029 2037 (curto prazo) (médio prazo) (longo prazo) A1 = Elaborar 01 projeto executivo para atendimento das metas estabelecidas de curto, 100,00% - - médio e longo prazos do SES da Sede A2 = Implantar e ampliar a cobertura para atender - 37,50% 100,00% 5.215 novas ligações no SES da Sede A3 = Realizar programa de incentivo e disseminação da importância da interligação dos Contínua esgotos à rede pública 4 – Resultados Esperados Melhoria da qualidade dos serviços; Melhoria da qualidade de vida; Universalização dos serviços de esgotamento sanitário. 5 – Entidades Responsáveis Cagece / Prefeitura Municipal de Redenção 6 – Entidades Parceiras Secretaria das Cidades / Ministério das Cidades 7 – Orçamento Estimativo Rede Curto Médio Longo Total R$ 2.714.351,29 R$ 9.158.007,85 R$ 15.271.153.75 R$ 27.143.512,88 8 – Impacto Incremental na Universalização Curto Médio Longo - 15,19% Garantir a universalização

Apoio técnico e institucional: 290

PROGRAMA DE ACESSIBILIDADE AO ESGOTAMENTO SANITÁRIO (PAES-02/2017) Distrito(s): Antônio Diogo Título: Projeto de implantação e ampliação do SES na zona urbana do distrito Antônio Diogo 1 – Objetivo Universalizar a cobertura e atendimento dos serviços de esgotamento sanitário, conforme normas legais e regulamentares. 2 – Justificativa Segundo o diagnóstico de 2017, a zona urbana do distrito de Antônio Diogo está desprovia de sistema de esgotamento sanitário. Com isso, existem domicílios que utilizam formas inadequadas de disposição final de esgoto, como as fossas rudimentares, que podem acarretar a contaminação de poços de abastecimento de água. Dessa forma, este projeto pretende atingir implantação do SES com cobertura parcial dos serviços na Sede de Antônio Diogo, até 2029 e a garantia da cobertura da demanda futura até o ano de 2037, quando deverá atingir o total de aproximadamente 4.803. ligações (capacidade do SES estimada para atendimento de 80% da população total urbana do distrito Antônio Diogo). Além disso, deve-se, paralelamente, incentivar e disseminar a importância da interligação de cada domicílio à rede de esgotamento sanitário, onde ela estiver disponível, como forma de garantir a preservação do meio ambiente e melhoria da qualidade de vida da população. Metas estabelecidas até o ano de: 3 – Ações 2021 2029 2037 (curto prazo) (médio prazo) (longo prazo) A1 = Elaborar 01 projeto executivo para atendimento das metas estabelecidas de curto, 100,00% - - médio e longo prazos do SES de Antônio Diogo A2 = Implantar e ampliar a cobertura para atender - 37,50% 100,00% 4.803 novas ligações no SES de Antônio Diogo A3 = Realizar programa de incentivo e disseminação da importância da interligação dos Contínua esgotos à rede pública 4 – Resultados Esperados Melhoria da qualidade de vida da população; Universalização dos serviços de esgotamento sanitário. 5 – Entidades Responsáveis Cagece / Prefeitura Municipal de Redenção 6 – Entidades Parceiras Secretaria das Cidades / Ministério das Cidades 7 – Orçamento Estimativo Curto Médio Longo Total R$ 2.499.909,73 R$ 8.436.609,79 R$ 14.062.577,78 R$ 24.499.097,29 8 – Impacto Incremental na Universalização Curto Médio Longo - 13,99% Garantir a universalização

Apoio técnico e institucional: 291

PROGRAMA DE ACESSIBILIDADE AO ESGOTAMENTO SANITÁRIO (PAES-03/2017) Distrito(s): Sede, Antônio Diogo, Barra Nova, Faísca e Guassi Título: Projeto de construção de módulos sanitários ou fossas sépticas + sumidouros como solução individual para a população não atendida destes distritos por sistema público de esgotamento sanitário e difusa. 1 – Objetivo Universalizar a cobertura e atendimento dos serviços de esgotamento sanitário, conforme normas legais e regulamentares. 2 – Justificativa Para alcançar a universalização do esgotamento sanitário do município de Redenção, é necessário incluir a população não alcançada por sistema de esgotamento sanitário por rede pública e que destinam inadequadamente seus esgotos, lançando- os a céu aberto, em fossas rudimentares, entre outros. Desta forma, projetam-se soluções individuais para atender esta demanda de maneira adequada. A solução proposta são módulos sanitários com tratamento por fossa séptica e sumidouro ou, ainda, outra solução equivalente. A execução de soluções individuais para tratamento dos esgotos, bem como atividades de educação e saúde, contribuirão para a qualidade de vida desta população. Metas estabelecidas até o ano de: 3 – Ações 2021 2029 2037 (curto prazo) (médio prazo) (longo prazo) A1 = Construir 2.095 módulos sanitários em domicílios particulares dos distritos Sede (894), 23,58% 58,66% 100,00% Antônio Diogo (739), Barra Nova (140), Faísca (168) e Guassi (154). A2 = Construir 5.478 fossas sépticas+sumidouros em domicílios particulares dos distritos Sede 25,00% 55,00% 100,00% (1.884), Antônio Diogo (1.568), Barra Nova (667), Faísca (753) e Guassi (606). A3 = Realizar treinamento para uso devido e Contínua manutenção dos módulos sanitários A4 = Realizar campanhas de incentivo à utilização da fossa como destino adequado de todos os Contínua dejetos líquidos gerados na residência (pia, sanitário, lavanderia, etc). 4 – Resultados Esperados Melhoria da qualidade de vida da população; Universalização dos serviços de esgotamento sanitário. 5 – Entidades Responsáveis Prefeitura Municipal de Redenção 6 – Entidades Parceiras Secretaria das Cidades / Secretaria do Desenvolvimento Agrário / Ministério das Cidades 7 – Orçamento Estimativo Módulos Sanitários Curto Médio Longo Total R$ 1.827.800,00 R$ 2.719.500,00 R$ 3.204.200,00 R$ 7.751.500,00 Fossa Séptica + Sumidouro Curto Médio Longo Total

Apoio técnico e institucional: 292

PROGRAMA DE ACESSIBILIDADE AO ESGOTAMENTO SANITÁRIO (PAES-03/2017) R$ 1.370.000,00 R$ 1.642.000,00 R$ 2.466.000,00 R$ 5.478.000,00 8 – Impacto Incremental na Universalização Curto Médio Longo 15,37% 15,83% Garantir a universalização

Apoio técnico e institucional: 293

APÊNDICE D – PROGRAMA MELHORIAS OPERACIONAIS E DA QUALIDADE DOS SERVIÇOS

Apoio técnico e institucional: 294

PROGRAMA DE MELHORIAS OPERACIONAIS E DA QUALIDADE DOS SERVIÇOS (PMOQS-01/2017) Distrito(s): Sede, Antônio Diogo e Barra Nova Título: Projeto de adequação do fornecimento de água tratada do SIAA operado pela Cagece no abastecimento da zona urbana dos distritos Sede, Antônio Diogo e Barra Nova. 1 – Objetivo Prestar fornecimento de água com continuidade e pressão de acordo com as normas da ABNT e demais regulamentos, e adequar a capacidade de reservação dos sistemas. 2 – Justificativa O SIAA que abastece os distritos Sede, Antônio Diogo e Barra Nova são deficitários no tocante à continuidade, pressão e reservação. Ressalta-se ainda as perdas de água distribuídas para os SAAs operados pela Cagece no município atingiram em 2015 mais de 26%. Outro fator que deve ser combatido são as fraudes, responsáveis pelo aumento dos índices de água não faturada (IANF). Neste caso, em 2015, no município os sistemas apresentavam IANF acima de 12% e abaixo da média do estado do Ceará (26%). Dessa forma, com este projeto, a Cagece deverá empreender ações para equalizar o abastecimento de água no médio prazo (até o ano de 2029). Metas estabelecidas até o ano de: 3 – Ações 2021 2029 2037 (curto prazo) (médio prazo) (longo prazo) A1 = Adequar os SAAs com continuidade e - 100% - pressões entre 10 e 50 m.c.a. A2 = Adequar as produções de água tratada às - 100% - demandas destes distritos. A3 = Adequar as capacidades de reservação atuais. - 100% - A4 = Reduzir os índices de perdas de águas Contínua distribuídas. A5 = Combater as fraudes nos sistemas. Contínua 4 – Resultados Esperados Melhoria da qualidade dos serviços. 5 – Entidades Responsáveis Cagece / Prefeitura Municipal de Redenção 6 – Entidades Parceiras Secretaria das Cidades / Ministério das Cidades 7 – Orçamento Estimativo Incluso no Projeto 01 do Programa de Acessibilidade ao Abastecimento de Água. 8 – Impacto Incremental na Universalização Qualitativo

Apoio técnico e institucional: 295

PROGRAMA DE MELHORIAS OPERACIONAIS E DA QUALIDADE DOS SERVIÇOS (PMOQS-02/2017) Distrito(s): Sede, Antônio Diogo, Faísca e Guassi. Título: Projeto de adequação do fornecimento da água distribuída pelo SISAR nos distritos Sede, Antônio Diogo, Faísca e Guassi. 1 – Objetivo Adequar a capacidade de tratamento e reservação dos SAAs nas localidades de: Maleitas (distrito Sede), Mangueiral (distrito Antônio Diogo), Olho D'água Constantino (distrito Faísca) e Serra Vermelha (distrito Guassi) 2 – Justificativa Os SAAs desses distritos necessitam de melhorias referentes ao tratamento e à reservação. Dessa forma, o SISAR deverá executar ações para equalizar o abastecimento até o ano de 2029. Metas estabelecidas até o ano de: 3 – Ações 2021 2029 2037 (curto prazo) (médio prazo) (longo prazo) A1 = Adequar a produção de água tratada. - 100% - A2 = Adequar a capacidade de reservação atual. - 100% - 4 – Resultados Esperados Melhoria da qualidade dos serviços. 5 – Entidades Responsáveis SISAR/Prefeitura Municipal de Redenção 6 – Entidades Parceiras Ministério da Integração Nacional / Secretaria das Cidades / Secretaria do Desenvolvimento Agrário / Ministério das Cidades 7 – Orçamento Estimativo Incluso no Projeto 02 do Programa de Acessibilidade ao Abastecimento de Água. 8 – Impacto Incremental na Universalização Qualitativo

Apoio técnico e institucional: 296

PROGRAMA DE MELHORIAS OPERACIONAIS E DA QUALIDADE DOS SERVIÇOS (PMOQS-03/2017) Distrito(s): Sede, Barra Nova, Faísca e Guassi. Título: Projeto para realizar estudo sobre a infraestrutura dos sistemas alternativos (não operados pela Cagece) nas localidades de Boa Vista, Manoel Dias e São Bento (distrito Sede); Canadá (distrito Barra Nova); Boqueirão, Faísca e Olho D'Água da Bananeira (distrito Faísca); e, Guassi (distrito Guassi). 1 – Objetivo Avaliar os sistemas alternativos das referidas localidades, propor soluções de infraestrutura e elaborar projeto executivo 2 – Justificativa Conforme diagnóstico, há a necessidade de levantar informações para apontar as deficiências existentes, de modo que sejam empreendidas ações neste sentido com prazo até o ano de 2021. Metas estabelecidas até o ano de: 3 – Ações 2021 2029 2037 (curto prazo) (médio prazo) (longo prazo) A1 = Realizar estudo para avaliação dos SAAs 100% - - existentes nas localidades. 4 – Resultados Esperados Melhoria da qualidade dos serviços. 5 – Entidades Responsáveis Prefeitura Municipal de Redenção 6 – Entidades Parceiras Ministério da Integração Nacional / Secretaria das Cidades / Secretaria do Desenvolvimento Agrário / Ministério das Cidades 7 – Orçamento Estimativo Curto Médio Longo Total R$ 496.000,00 - - R$ 496.000.,00 8 – Impacto Incremental na Universalização Qualitativo

Apoio técnico e institucional: 297

APÊNDICE E – PROGRAMA ORGANIZACIONAL-GERENCIAL

Apoio técnico e institucional: 298

PROGRAMA ORGANIZACIONAL-GERENCIAL (POG-01/2017) Distrito(s): Todos Título: Projeto para fortalecer a gestão dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário 1 – Objetivo Aperfeiçoar a capacidade de gestão da Prefeitura Municipal de Redenção no exercício das atribuições, relacionadas aos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, com o estabelecimento de recursos humanos para atuar no setor. 2 – Justificativa Segundo o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), Medidas Estruturantes são aquelas medidas que fornecem suporte político e gerencial para a sustentabilidade da prestação dos serviços. Encontram-se tanto na esfera do aperfeiçoamento da gestão, em todas as suas dimensões, quanto na da melhoria cotidiana e rotineira da infraestrutura física. Ainda, para o PLANSAB, a consolidação de Medidas Estruturantes trará benefícios duradouros às Medidas Estruturais que são constituídas por obras e intervenções físicas em infraestrutura de saneamento. Portanto, este projeto visa fortalecer a coordenação da Política de Saneamento Básico de Redenção, utilizando o PMSB como instrumento orientador dos programas, projetos e ações do setor. Estrategicamente, faz-se necessário criar órgão na estrutura administrativa municipal para a coordenação, articulação e integração da política, a partir das diretrizes do PMSB, fortalecendo a capacidade técnica e administrativa, por meio de recursos humanos, logísticos, orçamentários e financeiros. Isto possibilitará ao município, desenvolver a gestão e realizar avaliações periódicas para que a previsão orçamentária e a execução financeira, no campo do saneamento básico, observem as metas e diretrizes estabelecidas no PMSB, o qual deve está integrado com os demais planejamentos setoriais fortalecendo uma visão integrada das necessidades de todo o território municipal. Metas estabelecidas até o ano de: 3 – Ações 2021 2029 2037 (curto prazo) (médio prazo) (longo prazo) A1 = Levantar necessidades de capacitação de recursos humanos necessários para atuação nas 100% - - atividades de gestão dos serviços. A2 = Instituir a Política Municipal de Saneamento Básico, no qual serão definidos as diretrizes para a 100% - - adequada prestação dos serviços de saneamento do Município. A3 = Elaboração do Plano Diretor de Abastecimento - 100% - de Água e Esgotamento Sanitário. 4 – Resultados Esperados Melhoria da qualidade e da gestão dos serviços pelo Titular. 5 – Entidades Responsáveis Prefeitura Municipal de Redenção 6 – Entidades Parceiras Secretaria das Cidades / Ministério das Cidades 7 – Orçamento Estimativo Curto Médio Longo Total R$ 50.000,00 R$ 300.000,00 - R$ 350.000,00 8 – Impacto Incremental na Universalização Qualitativo

Apoio técnico e institucional: 299

PROGRAMA ORGANIZACIONAL-GERENCIAL (POG-02/2017) Distrito(s): Todos Título: Projeto de implantação do Sistema de Informações em Saneamento 1 – Objetivo Implantar o sistema de avaliação e monitoramento das metas do PMSB para gestão do saneamento básico no Município. 2 – Justificativa O setor público deve sempre buscar maior eficiência, eficácia e efetividade nos resultados, estabelecendo metas de desempenho operacional para os operadores públicos de serviços de saneamento básico, além dele próprio. Para tanto, é preciso fortalecer a gestão institucional e a prestação dos serviços, apoiando a capacitação técnica e gerencial dos operadores públicos de serviços de saneamento básico, ações de comunicação, mobilização e educação ambiental, e a transparência e acesso às informações, bem como à prestação de contas, e o controle social. Em função da grande quantidade de dados e informações geradas a partir da gestão do setor, será necessário implantar sistema de avaliação e monitoramento das metas e demais indicadores de resultados e de impacto estabelecidos pelo PMSB, além de acompanhar a aplicação das verbas destinadas no orçamento público. Com este projeto, será disponibilizado, pela Arce, planilha eletrônica para os gestores municipais iniciarem os registros de dados e informações do PMSB, durante a sua execução. Posteriormente, a planilha deverá ser substituída por sistema de informações capaz de se integrar ao Sistema Nacional de Informações do Saneamento (SINISA). Metas estabelecidas até o ano de: 3 – Ações 2021 2029 2037 (curto prazo) (médio prazo) (longo prazo) A1 = Implantar a planilha eletrônica. Imediato (2019) A2 = Implantar o Sistema de Informações. 100% - - 4 – Resultados Esperados Melhoria da qualidade e da gestão dos serviços pelo Titular. 5 – Entidades Responsáveis Prefeitura Municipal de Redenção 6 – Entidades Parceiras Secretaria das Cidades / Ministério das Cidades / Arce / Cagece 7 – Orçamento Estimativo Curto Médio Longo Total Sem custos 8 – Impacto Incremental na Universalização Qualitativo

Apoio técnico e institucional: 300

PROGRAMA ORGANIZACIONAL-GERENCIAL (POG-03/2017) Distrito(s): Todos Título: Projeto de implantação de Educação Sanitária e Ambiental no Município 1 – Objetivo Desenvolver conjunto de ações sociais, educativas e ambientais voltadas à sensibilização, conscientização e comprometimento da população para utilização dos serviços de saneamento básico. Implantar a Educação Sanitária e Ambiental de caráter permanente no Município. 2 – Justificativa Disseminar a educação ambiental no Município como forma de tornar os cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres com relação à proteção do meio ambiente. Metas estabelecidas até o ano de: 3 – Ações 2021 2029 2037 (curto prazo) (médio prazo) (longo prazo) A1 = Capacitação de agentes multiplicadores. A2 = Inserção da educação ambiental em todos os níveis de ensino. A3 = Inclusão da Vigilância Sanitária nos processos educativos com as comunidades. A4 = Criar práticas de educação ambiental Contínua comunitária: centros sociais, centros comunitários, etc. A5 = Realizar campanhas de incentivo e disseminação da importância do consumo e uso racional de água tratada, bem como da destinação adequada dos rejeitos. 4 – Resultados Esperados Melhoria da qualidade de vida da população; Melhoria da qualidade e gestão dos serviços pelo titular; Universalização dos serviços. 5 – Entidades Responsáveis Prefeitura Municipal de Redenção 6 – Entidades Parceiras Ministério das Cidades / Secretaria das Cidades / Secretaria de Educação / Arce / Cagece 7 – Impacto Incremental na Universalização Qualitativo

Apoio técnico e institucional: 301

APÊNDICE F – PLANO DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA

Apoio técnico e institucional: 302 Plano de emergência e contingência do Município de Redenção

Eventos adversos Pontos vulneráveis Interrupção no Contaminação Falta de Retorno Estiagem Rompimento Enchente Vandalismo Entupimento bombeamento acidental energia de esgoto Captação/EEAB 1-4-11-16 1-4-5-11 1-4-11 3-6-7-8-11-13 1-4-10-11 1-3-4-5-11-15 1-4-11 Adutora de Água 1-4-5-7-11 Bruta ETA 4-5-11 3-6-7-8-11-13 8 1-3-4-5-6-11-15 1-4-11 EEAT 4-5-11-12 1-4-9-13 1-3-4-5-6-12-15 4-11-12 SAA Adutora de Água 1-4-5-7-11-12 Tratada Reservatórios 4-5-11-12 3-6-7-8-11-13 1-3-4-5-6-12-15 Rede de 2-4-5-7-12 3-6-7-8-11 distribuição Poços 9-11 Rede coletora 5-8 5 5-8 de esgoto Estação SES Elevatória de 5-8 8-9 5-8-9-15 8 5-8 Esgoto ETE 5-8-9-13-14 8 5-8-9-15 8 5-8 Responsabilidade Medidas emergenciais Prefeitura Municipal Prestador dos de Redenção Serviços 1 Manobras de redes para atendimento de atividades essenciais X 2 Manobras de rede para isolamento da perda X 3 Interrupção do abastecimento até conclusão de medidas saneadoras X Acionamento dos meios de comunicação para aviso à população atingida para racionamento (rádios e carro 4 X X de som quando pertinentes) Acionamento emergencial da manutenção do prestador de serviços e ou Corpo de Bombeiros se for o caso 5 X X (edificações atingidas e/ou com estabilidade ameaçada) 6 Acionamento dos meios de comunicação para alerta de água imprópria para consumo. X X 7 Realizar descarga de redes X 8 Informar o órgão ambiental componente e/ou Vigilância Sanitária X X 9 Paralisação temporária dos serviços nos locais atingidos X 10 Busca de apoio nos municípios vizinhos ou contratação emergencial X X 11 Apoio com carros pipa a partir de fontes alternativas cadastradas X 12 Apoio com carros pipa a partir do sistema principal se necessário X 13 Acionar Polícia Ambiental e Corpo de Bombeiros para isolar fonte de contaminação X X 14 Acionamento dos meios de comunicação para alerta do bloqueio (rádios, TV) X X 15 Comunicação a Polícia X X 16 Captar de manancial alternativo (superficial e/ou subterrâneo) X X

APÊNDICE G – VIABILIDADE ECONÔMICA FINANCEIRA / Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário

Apoio técnico e institucional: 305

Apoio técnico e institucional: 306

Apoio técnico e institucional: 307

Apoio técnico e institucional: 308

ANEXO A – MAPA DOS MUNICÍPIOS EM SITUAÇÃO DE URGÊNCIA, EMERGÊNCIA E ALERTA EM RELAÇÃO AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA NAS SEDES URBANAS MUNICIPAIS (FONTE: PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA COM A SECA)

Apoio técnico e institucional: 309

Apoio técnico e institucional: 310