REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

DIÁRIO DO SENADO FEDERAL

ANO LXII - Nº 017 - QUINTA-FEIRA, 1 DE MARÇO DE 2007 - BRASÍLIA- DF MESA DO SENADO FEDERAL Presidente 3º Secretário – PMDB-AL César Borges – PFL-BA 1º Vice-Presidente 4º Secretário Tião Viana – PT-AC – PR-ES 2º Vice-Presidente Álvaro Dias – PSDB-PR Suplentes de Secretário 1º Secretário 1ª - Papaléo Paes – PSDB-AP Efraim Morais – PFL-PB 2º - Antônio Carlos Valadares – PSB-SE 2º Secretário 3º - João Vicente Claudino – PTB-PI Gerson Camata – PMDB-ES 4º - – PSDB-PA LIDERANÇAS MAIORIA (PMDB) – 20 BLOCO DE APOIO AO GOVERNO LIDERANÇA PARLAMENTAR DA (PT/PTB/PR/PSB/PC do B/PRB/PP)- 25 MINORIA (PFL/PSDB) – 30 LÍDER (vago) LÍDER LÍDER Ideli Salvatti – PT (vago) VICE-LÍDERES (vago) VICE-LÍDERES VICE-LÍDERES (vago) (vago) LÍDER DO PMDB – 20 LÍDER DO PT – 11 LÍDER DO PFL – 17 Ideli Salvatti José Agripino VICE-LÍDERES DO PMDB (vago) VICE-LÍDERES DO PT VICE-LÍDERES DO PFL (vago) (vago)

LÍDER DO PTB – 4 LÍDER DO PSDB – 13 Epitácio Cafeteira Arthur Virgílio

VICE-LÍDER DO PTB VICE-LÍDERES DO PSDB Sérgio Zambiazi (vago)

LÍDER DO PR – 4 João Ribeiro

VICE-LÍDER DO PR (vago)

LÍDER DO PSB – 3 Renato Casagrande

VICE-LÍDER DO PSB (vago)

LÍDER DO PC do B – 1 (vago)

LÍDER DO PRB – 1 (vago)

LÍDER DO PP – 1 (vago) LÍDER DO PDT – 4 LÍDER DO P-SOL – 1 LÍDER DO GOVERNO Jefferson Péres (vago) (vago)

VICE-LÍDER DO PDT LÍDER DO PRTB – 1 VICE-LÍDERES DO GOVERNO (vago) (vago) (vago) EXPEDIENTE Agaciel da Silva Maia Raimundo Carreiro Silva Diretor-Geral do Senado Federal Secretário-Geral da Mesa do Senado Federal Júlio Werner Pedrosa Ronald Cavalcante Gonçalves Diretor da Secretaria Especial de Editoração Diretor da Subsecretaria de Ata e Publicações Denise Ortega de Baere José Farias Maranhão Diretora da Subsecretaria de Taquigrafia Diretor da Subsecretaria Industrial Impresso sob a responsabilidade da Presidência do Senado Federal. (Art. 48, nº 31, RISF) CONGRESSO NACIONAL

LEI Nº 11.453, DE 28 DE FEVEREIRO DE 2007

Abre crédito extraordinário, em favor de Operações Oficiais de Crédito, no valor de R$1.000.000.000,00 (um bilhão de reais), para o fim que especifica.

Faço saber que o Presidente da República adotou a Medida Provisória nº 326, de 2006, que o Con- gresso Nacional aprovou, e eu, Renan Calheiros, Presidente da Mesa do Congresso Nacional, para os efeitos do disposto no art. 62 da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, combinado com o art. 12 da Resolução nº 1, de 2002-CN, promulgo a seguinte Lei:

Art. 1º Fica aberto crédito extraordinário, em favor de Operações Oficiais de Crédito, no valor de R$1.000.000.000,00 (um bilhão de reais), para atender à programação constante do Anexo desta Lei.

Art. 2º Os recursos necessários à abertura do crédito de que trata o art. 1o desta Lei decorrem de su- perávit financeiro apurado no Balanço Patrimonial da União do exercício de 2005.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Congresso Nacional, em 28 de fevereiro de 2007. – 186º da Independência e 119º da República, Se- nador Renan Calheiros, Presidente da Mesa do Congresso Nacional.

LEI Nº 11.454, DE 28 DE FEVEREIRO DE 2007

Abre crédito extraordinário ao Orçamento de Investimento para 2006, em favor de empresas do Grupo Eletrobrás, no valor total de R$106.726.769,00 (cento e seis milhões, se- tecentos e vinte e seis mil, setecentos e sessenta e nove reais), para os fins que especifica.

Faço saber que o Presidente da República adotou a Medida Provisória nº 330, de 2006, que o Con- gresso Nacional aprovou, e eu, Renan Calheiros, Presidente da Mesa do Congresso Nacional, para os efeitos do 03100 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 disposto no art. 62 da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, combinado com o art. 12 da Resolução nº 1, de 2002-CN, promulgo a seguinte Lei: Art. 1º Fica aberto crédito extraordinário ao Orçamento de Investimento (Lei nº 11.306, de 16 de maio de 2006), em favor de empresas do Grupo Eletrobrás, no valor total de R$106.726.769,00 (cento e seis milhões, setecentos e vinte e seis mil, setecentos e sessenta e nove reais), para atender à programação constante do Anexo I desta Lei. Art. 2º Os recursos necessários à realização dos investimentos propostos são provenientes de gera- ção própria, de outros recursos de longo prazo – controladora e de operações de crédito internas de longo prazo, conforme demonstrado no “Quadro Síntese por Receita” constante do Anexo I desta Lei, e do cancelamento de parte de dotações aprovadas para outros projetos/atividades constante do Anexo II desta Lei. Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Congresso Nacional, 28 de fevereiro de 2007. – 186º da Independência e 119º da República, Senador Renan Calheiros, Presidente da Mesa do Congresso Nacional. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03101 03102 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03103 03104 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03105 03106 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03107

ELABORADO PELA SECRETARIA DE ATA DO SENADO FEDERAL

SENADO FEDERAL

SUMÁRIO

1 – ATA DA 15ª SESSÃO DELIBERATIVA para dispor sobre a apreciação de indicação de ORDINÁRIA, EM 28 DE FEVEREIRO DE 2007 autoridade que menciona...... 03121 1.1 – ABERTURA 1.2.2 – Comunicação da Presidência 1.2 – EXPEDIENTE Abertura de prazo de cinco dias úteis para 1.2.1 – Leitura de projetos recebimento de emendas, perante a Mesa, aos Projeto de Lei do Senado nº 49, de 2007, de Projetos de Resolução nºs 4 e 5, de 2007...... 03122 autoria do Senador Heráclito Fortes, que altera a Lei 1.2.3 – Despachos da Presidência nº 6.717, de 12 de novembro de 1979, para incluir Redistribuição do Projeto de Lei do Senado dispositivos que garantam maior segurança e orienta- nº 257, de 2005, às Comissões de Ciência, Tecno- ção financeira aos ganhadores de prêmios de loterias logia, Inovação, Comunicação e Informática e de administradas pela Caixa Econômica Federal...... 03112 Constituição, Justiça e ...... 03122 Projeto de Lei do Senado nº 50, de 2007, de Redistribuição do Projeto de Lei do Senado autoria do Senador Expedito Júnior, que revoga o nº 315, de 2005, às Comissões de Ciência, Tecno- inciso VII do caput do art. 295 do Decreto-Lei nº logia, Inovação, Comunicação e Informática e de 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Direitos Humanos e Legislação Participativa...... 03122 Penal), e a alínea h do art. 242 do Decreto-Lei nº 1.2.4 – Leitura de requerimentos 1.002, de 21 de outubro de 1969 (Código de Pro- Nº 119, de 2007, de autoria do Senador Ar- cesso Penal Militar), que tratam da prisão especial thur Virgílio, solicitando voto de aplauso à Drª Dulce para diplomados em nível superior...... 03113 Fernandes Neves Pinto da Costa, médica no Ama- Projeto de Lei do Senado nº 51, de 2007, de zonas, que este ano completa 50 anos de exercício autoria da Senadora Ideli Salvatti, que altera a Lei profissional da medicina...... 03123 nº 6.259, de 30 de outubro de 1975, para garantir Nº 120, de 2007, de autoria do Senador Ger- o oferecimento de vacinação antipapilomavírus hu- son Camata, solicitando voto de pesar pelo faleci- mano (HPV) à população...... 03114 mento do Sr. Arthur José Campana, ocorrido ontem Projeto de Lei do Senado nº 52, de 2007 – em Vitória/ES...... 03123 Complementar, de autoria do Senador Gerson Ca- mata, que autoriza os Estados e o Distrito Federal a Nº 121, de 2007, de autoria da Senadora Rose- legislar sobre direito penal em questões específicas ana Sarney, solicitando a tramitação conjunta dos Pro- que define, nos termos do art. 22, parágrafo único, jetos de Lei do Senado nºs 330, 337 e 343, de 2006, da Constituição Federal...... 03115 por versarem sobre a mesma matéria. Deferido...... 03123 Projeto de Lei do Senado nº 53, de 2007, de Nº 122, de 2007, de autoria do Senador Ar- autoria do Senador Eduardo Azeredo, que altera thur Virgílio, solicitando voto de aplauso ao Sr. Til- dispositivos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de de- den Santiago, ex-Deputado Federal e que acaba zembro de 1940 – Código Penal...... 03117 de cumprir missão diplomática como Embaixador Projeto de Resolução nº 4, de 2007, de autoria do Brasil em Cuba...... 03124 da Comissão Diretora, que suprime o § 1º do art. Nº 123, de 2007, de autoria do Senador Aloi- 77 do Regimento Interno do Senado Federal, para zio Mercadante, solicitando voto de aplauso ao ex- autorizar a participação de membro da Comissão vice-presidente dos Estados Unidos da América, Al Diretora em comissão permanente...... 03120 Gore, pelo documento intitulado “An Inconvenient Projeto de Resolução nº 5, de 2007, de auto- Truth” (Uma Verdade Inconveniente)...... 03124 ria do Senador Wellington Salgado, que acrescenta 1.2.5 – Ofício inciso no art. 104-C, do Regimento Interno do Se- Nº 68/2007, de 28 do corrente, da Liderança nado Federal, Resolução nº 93, de 1970, alterado do PSDB no Senado Federal, de substituição de pela Resolução nº 1, de 2007, do Senado Federal, membro na Comissão de Assuntos Sociais...... 03124 03108 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007

1.2.6 – Ofício do Presidente da Comissão SENADOR ANTONIO CARLOS VALADARES, de Relações Exteriores e Defesa Nacional como Líder – Elogios à criação de grupo da CCJ Nº 220/2007, de 27 do corrente, comunicando para estudar proposições legislativas sobre segu- a aprovação, naquela data, do Requerimento nº 3, rança pública. Considerações sobre o aumento da de 2007-CRE, de iniciativa dos Senadores Heráclito violência no país...... 03133 Fortes e , que cria a Subco- SENADOR ELISEU RESENDE, como Líder missão Permanente de Acompanhamento do Regime – Homenagem à empresa Furnas Centrais Elétri- Internacional sobre Mudanças Climáticas...... 03124 cas, que completa hoje 50 anos de fundação...... 03138 1.2.7 – Ofício do Presidente do Tribunal de SENADOR INÁCIO ARRUDA – Necessidade Contas do Estado do Espírito Santo da desconcentração do desenvolvimento brasileiro. Nº 85/2007, de 5 do corrente, agradecendo Defesa da instalação de uma siderúrgica no Ceará. o envio de um exemplar do Relatório Final nº 6, de Alerta para potencial de produção de energia eólica 2006-CN...... 03125 no Nordeste, especialmente no Ceará...... 03139 1.2.8 – Ofício do Procurador-Geral de Jus- SENADOR CÉSAR BORGES – Críticas ao tiça do Estado do governo pelo baixo crescimento do Produto Interno Nº 119/2007, de 5 do corrente, agradecendo Bruto (PIB), em 2006...... 03141 o envio de um exemplar do Relatório Final nº 6, de SENADOR PAPALÉO PAES – Alerta que o Bra- 2006-CN...... 03125 sil foi um dos países que menos cresceu em 2006. . 03143 1.2.9 – Ofício do Presidente do Tribunal de SENADOR ALFREDO NASCIMENTO, como Justiça do Estado do Acre Líder – Discurso de apresentação, lembrando com- Nº 158/2007, de 7 do corrente, agradecendo promissos com o povo amazonense. Elogio ao Pre- o envio de um exemplar do Relatório Final nº 6, de sidente Lula pela iniciativa de lançar o PAC...... 03144 2006-CN...... 03125 SENADORA SERYS SLHESSARENKO – A 1.2.10 – Ofício do Presidente do Tribunal situação da violência em , de acordo de Contas do Estado de Rondônia com o documento intitulado “Mapa da Violência dos Nº 59/2007, de 8 do corrente, agradecendo Municípios Brasileiros”, produzido pela Organização o envio de um exemplar do Relatório Final nº 6, de dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, 2006-CN...... 03125 Ciência e Cultura (OEI)...... 03146 1.2.11 – Carta do Governador do Estado SENADOR – A passagem do de Dia Nacional do Livro Didático, celebrado ontem. S/Nº/2007, de 13 do corrente, agradecendo Proposta de reflexão sobre o conteúdo dos livros o envio de um exemplar do Relatório Final nº 6, de didáticos...... 03148 2006-CN...... 03125 SENADOR VALTER PEREIRA – Considera- 1.2.12 – Ofício do Presidente do Tribunal ções acerca da maioridade penal...... 03150 de Contas do Estado do SENADOR SIBÁ MACHADO, como Líder – Re- Nº 152/2007, de 15 do corrente, agradecendo gistro das medidas tomadas pela Caixa Econômica o envio de um exemplar do Relatório Final nº 6, de Federal para proteger o sistema de loterias...... 03152 2006-CN...... 03125 SENADOR ALVARO DIAS – Esclarecimento 1.2.13 – Carta do Presidente do Tribunal de que a Caixa Econômica Federal apresentou in- de Contas do Estado de Goiás formações contraditórias com relação à denúncia S/Nº/2007, de 16 do corrente, agradecendo formulada sobre a utilização de instrumentos da o envio de um exemplar do Relatório Final nº 6, de loteria para o crime de lavagem de dinheiro...... 03153 2006-CN...... 03126 SENADOR PEDRO SIMON – Apelo aos mi- 1.2.14 – Leitura de Proposta de Emenda nistros do Supremo Tribunal Federal (STF) para que à Constituição reflitam sobre foro privilegiado de a autoridades Nº 9, de 2007, tendo como primeiro signatá- processadas por improbidade administrativa...... 03154 rio o Senador Osmar Dias, que altera a redação do SENADOR OSMAR DIAS, como Líder – De- inciso IV do art. 52 da Constituição Federal, para fesa de investimentos em educação para diminuição incluir os chefes de missões diplomáticas de caráter da criminalidade entre jovens...... 03156 transitório, incumbidas das funções que especifica, SENADOR MARCONI PERILLO – Registro entre as autoridades cuja escolha seja aprovada de posições que defenderá durante seu mandato. 03158 previamente pelo Senado Federal, por voto secreto, SENADOR MÃO SANTA – Defesa do nome após argüição em sessão secreta...... 03126 do Deputado Michel Temer para a presidência do 1.2.15 – Discursos do Expediente PMDB...... 03168 SENADOR FRANCISCO DORNELES – Po- SENADOR ANTONIO CARLOS MAGALHÃES, sicionamento contrário à criação de fundo de inves- como Líder – Saudação ao Governador de Minas timento com o dinheiro do FGTS...... 03131 Gerais, Aécio Neves. Comentários a matéria pu- Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03109 blicada no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 1.2.17 – Apreciação de matérias hoje, sobre a duplicação, nos últimos dez anos, do Requerimentos nº 126 a 133, de 2006, lidos número de desempregados na faixa de 15 a 24 anos. anteriormente. Aprovados...... 03205 O desvirtuamento do Programa Bolsa Família...... 03172 1.2.18 – Mensagem do Presidente da Re- SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO, como Líder pública – A queda nas Bolsas de Valores da China e do Bra- Nº 40, de 2007 (nº 94/2007, na origem), de 27 sil, no dia de ontem. O baixo crescimento do PIB, do corrente, submetendo à apreciação do Senado em 2006. Descontrole, pelo Governador brasileiro, a indicação do Senhor William de Oliveira Barros documprimento dos contrapartidas por parte dos para exercer o cargo de Ministro do Superior Tribu- que são benificiados pelo Bolsa-Família. Registro nal Militar, na vaga decorrente da aposentadoria do da intrevista do diplomata Roberto Abdinur, intitu- Tenente-Brigadeiro-Ar Marcos Herndl...... 03205 lada “Nem na ditadura”, publicada pela revista Veja 1.2.19 – Comunicação da Presidência em sua edição de 7 do corrente. Registro da maté- Convocação de sessão especial, a realizar-se ria “Rodovias onde foram gastos R$ 76,9 milhões no dia 7 de março próximo, às 10 horas, destina- já têm buracos”, publicado no Jornal Folha de S. da a comemorar o Dia Internacional da Mulher e à Paulo, de 22 de janeiro último...... 03177 entrega do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz. .. 03209 1.2.16 – Leitura de requerimentos 1.2.20 – Leitura de requerimentos Nº 124, de 2007, de autoria dos Senadores Nº 134, de 2007, de autoria do Senador Edi- Flávio Arns e Alvaro Dias, solicitando voto de pesar son Lobão e outros Srs. Senadores, solicitando a pelo falecimento da atriz paranaense Lala Schnei- realização de sessão especial no Plenário do Sena- der, ocorrido hoje em Curitiba/PR...... 03188 do Federal, às 10 horas, do dia 18 de abril próximo, Nº 125, de 2007, de autoria do Senador Arthur para comemoração do Dia do Exército Brasileiro. Virgílio, solicitando voto de aplauso ao atleta amazo- Aprovado...... 03209 nense Yago Heron Carvalho Veloso, pela conquista Nº 135, de 2007, de autoria do Senador Flá- da primeira colocação na etapa inicial do Campe- vio Arns e outros Srs. Senadores, solicitando que onato Brasileiro de Bicicross, realizado em 24 de a Hora do Expediente da sessão do dia 4 de abril fevereiro de 2007, na cidade de Paulínia/SP...... 03188 próximo, seja dedicada em homenagear a Cam- Nº 126, de 2007, de autoria do Senador Romeu panha da Fraternidade de 2007, promovida pela Tuma e outros Srs Senadores, solicitando o desarquiva- CNBB, intitulada Fraternidade e Amazônia, com o mento do Projeto de Lei do Senado nº 468, de 1999. . 03188 lema “Vida e Missão neste Chão”. Aprovado...... 03210 Nº 127, de 2007, de autoria do Senador Ro- 1.2.21 – Apreciação de matéria meu Tuma e outros Srs Senadores, solicitando o Requerimento nº 94, de 2007, do Senador desarquivamento do Projeto de Lei do Senado nº Alvaro Dias, lido na sessão de 17 do corrente, que 59, de 2002...... 03191 solicita ao Tribunal de Contas da União a realização Nº 128, de 2007, de autoria do Senador Romeu de auditoria no Sistema de pagamentos das Lote- Tuma e outros Srs Senadores, solicitando o desarquiva- rias da Caixa Econômica Federal, visando verificar mento do Projeto de Lei do Senado nº 67, de 2002. ... 03193 a “lavagem” de dinheiro, bem como a possibilidade de manipulação dos resultados. Aprovado...... 03210 Nº 129, de 2007, de autoria do Senador Ro- 1.3 – ORDEM DO DIA meu Tuma e outros Srs Senadores, solicitando o Item 1 desarquivamento do Projeto de Lei do Senado nº 125, de 2002...... 03195 Substitutivo à Proposta de Emenda à Consti- tuição nº 64, de 1999, tendo como primeiro signa- Nº 130, de 2007, de autoria do Senador Pa- tário o Senador , que acrescenta paléo Paes e outros Srs Senadores, solicitando o parágrafo ao art. 57 e dá nova redação ao inciso XI desarquivamento do Projeto de Lei do Senado nº do art. 84 da Constituição Federal (comparecimento 138, de 2002...... 03197 do Presidente da República ao Congresso Nacio- Nº 131, de 2007, de autoria do Senador Ro- nal na abertura da sessão legislativa). Apreciação meu tuma e outros Srs Senadores, solicitando o transferida para a sessão de amanhã...... 03210 desarquivamento do Projeto de Lei do Senador nº Item 2 230, de 2002...... 03199 Proposta de Emenda à Constituição nº 81, Nº 132, de 2007, de autoria do Senador Ro- de 2003, tendo como primeiro signatário o Sena- meu Tuma e outros Srs Senadores, solicitando o dor , que acrescenta o art. 174-A desarquivamento do Projeto de Lei do Senado nº à Constituição Federal, para fixar os princípios da 248, de 2002...... 03201 atividade regulatória. Apreciação transferida para Nº 133, de 2007, de autoria do Senador Ro- a sessão de amanhã...... 03211 meu Tuma e outros Srs Senadores, solicitando o Item 3 desarquivamento da Proposta de Emenda à Cons- Proposta de Emenda à Constituição nº 59, de tituição nº 28, de 1999...... 03203 2005, de autoria do Senador Arthur Virgílio e outros 03110 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007

Senhores Senadores, que acrescenta o seguinte § 5º da Presidência da República e dos Ministérios da Fa- ao art. 239 da Constituição Federal, para permitir que zenda, da Educação, do Desenvolvimento, Indústria e os recursos do PASEP sejam aplicados diretamente Comércio Exterior, da Justiça, da Previdência Social, pelos Estados e Municípios. Não houve oradores na da Saúde, do Planejamento, Orçamento e Gestão, da terceira sessão de discussão, em primeiro turno. . 03211 Defesa e da Integração Nacional, no valor global de Item 4 seiscentos e noventa milhões, novecentos e oitenta Proposta de Emenda à Constituição nº 37, e sete mil, quinhentos e noventa e cinco reais, para de 2004, tendo como primeiro signatário o Senador os fins que especifica...... 03215 Antonio Carlos Magalhães, que altera a redação da 1.3.4 – Comunicação da Presidência alínea “d” do inciso II do art. 93 da Constituição Fede- Inclusão na pauta da Ordem do Dia da pró- ral (torna obrigatória a promoção por antigüidade do xima sessão deliberativa ordinária, das Medidas juiz que figurar, por duas vezes, indicado pelo Tribu- Provisórias nºs 331 a 333, de 2006...... 03216 nal competente). Não houve oradores na segunda 1.3.5 – Leitura de requerimentos sessão de discussão, em primeiro turno...... 03211 Nº 137, de 2007, de autoria do Senador José 1.3.1 – Leitura de requerimento Nery e outros Srs. Senadores, solicitando a realiza- Nº 136, de 2006, de urgência para o Projeto ção de sessão especial em homenagem à Campa- de Resolução nº 4, de 2007. Aprovado...... 03211 nha de 2007, da CNBB, Fraternidade e Amazônia: 1.3.2 – Ordem do Dia (continuação) Vida e Missão neste Chão. Aprovado...... 03286 Item Extrapauta Nº 138, de 2007, de autoria do Senador Eduar- Projeto de Resolução nº 4, de 2007, de au- do Azeredo, solicitando voto de congratulações ao Sr. toria da Comissão Diretora, que suprime o § 1º do Constantino de Oliveira Júnior, Presidente da Empresa art. 77 do Regimento Interno no Senado Federal, GOL, pela atitude de contratar como seus funcionários para autorizar a participação de membro da Comis- pessoas com deficiência e por ter implantado sistema são Diretora em Comissão permanente. Aprovado. de atendimento a pessoas com deficiência auditiva. .. 03286 Substitutivo, após Parecer nº 82, de 2007-PLEN, 1.3.6 – Discursos encaminhados à publi- proferido pelo Sr. Eduardo Azevedo...... 03212 cação Redação do vencido para o turno suplementar SENADOR ROMERO JUCÁ – Comentários (Parecer nº 83, de 2007-CDIR). Encerrada a discus- ao Relatório de Gestão 2003-2006, da Agência Es- são, sem apresentação de emendas, a matéria é pacial Brasileira (AEB)...... 03287 dada como definitivamente adotada, nos termos do art. 284 do Regimento Interno. À promulgação. .. 03213 SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO – Registro de 1.3.3 – Ofícios do Primeiro-Secretário da matérias dos jornais Folha de S. Paulo e O Globo, Câmara dos Deputados publicadas ontem, mostrando a queda nas ações Nº 27/07, de 26 de fevereiro último, submetendo da Petrobrás...... 03288 à apreciação do Senado Federal, nos termos do art. SENADOR VALDIR RAUPP – A situação da 62 da Constituição Federal, com a redação dada pela CEPLAC, que completa 50 anos de criação...... 03293 Emenda Constitucional nº 32, a Medida Provisória nº 1.3.7 – Comunicação da Presidência 331, de 2006, que abre crédito extraordinário, em favor Lembrando ao Plenário a realização de ses- do Ministério da Integração Nacional, no valor de se- são deliberativa ordinária amanhã quinta-feira, dia tenta milhões de reais, para os fins que especifica. .. 03215 1º, às 14 horas, com Ordem do Dia designada. .... 03294 Nº 28/07, de 26 de fevereiro último, subme- 1.4 – ENCERRAMENTO tendo à apreciação do Senado Federal, nos termos 2 – AGENDA CUMPRIDA PELO PRESIDEN- do art. 62 da Constituição Federal, com a redação TE DO SENADO FEDERAL, SENADOR RENAN dada pela Emenda Constitucional nº 32, a Medida CALHEIROS, EM 28-2-2007 Provisória nº 332, de 2006, que abre crédito extra- 3 – SECRETARIA-GERAL DA MESA ordinário, em favor dos Ministérios da Previdência Resenha das matérias apreciadas pelo Senado Social, do Trabalho e Emprego e do Desenvolvi- Federal no período de 1º a 28 de fevereiro de 2007. 03296 mento Social e Combate à Fome, no valor global 4 – ATAS DE COMISSÕES (publicadas em de nove bilhões, setecentos e quarenta e seis mi- suplemento a este Diário) lhões, quatrocentos e trinta e oito mil e sessenta e seis reais, para os fins que especifica; e ...... 03215 SENADO FEDERAL Nº 29/07, de 26 de fevereiro último, submetendo 5 – COMPOSIÇÃO DO SENADO FEDERAL à apreciação do Senado Federal, nos termos do art. – 53ª LEGISLATURA 62 da Constituição Federal, com a redação dada pela 6 – CORREGEDORIA PARLAMENTAR Emenda Constitucional nº 32, a Medida Provisória nº 7 – COMPOSIÇÃO DAS COMISSÕES PER- 333, de 2006, que abre crédito extraordinário, em favor MANENTES Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03111 Ata da 15ª Sessão Deliberativa Ordinária, em 28 de fevereiro de 2007 1ª Sessão Legislativa Ordinária da 53ª Legislatura

Presidência dos Srs. Alvaro Dias, Efraim Morais e Papaléo Paes ÀS 14 HORAS ACHAM-SE PRESENTES AS SRAS. E OS SRS. SENADORES: 03112 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) sobre a realização do concurso, a fixação dos prê- – A lista de presença acusa o comparecimento de 75 mios, o valor unitário das apostas, bem como sobre Srs. Senadores. Havendo número regimental, declaro o limite das despesas com o custeio e a manutenção aberta a sessão. do serviço (art. 3º). Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos tra- O presente projeto de lei propõe a inclusão, nes- balhos. se art. 3º de critérios a serem observados por ocasião Sobre a mesa, projetos que passo a ler. do pagamento dos prêmios, a fim de garantir maior São lidos os seguintes: segurança e orientação financeira aos ganhadores de grandes prêmios. PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 49, DE 2007 Nesse sentido, estamos propondo que os prêmios devam ser pagos em parcelas trimestrais atualizadas Altera a Lei nº 6.717, de 12 de novem- monetariamente, não superiores a um milhão de vezes bro de 1979, para incluir dispositivos que o valor da aposta mínima vigente na data de efetiva garantam maior segurança e orientação liberação da parcela. Assim, a título de exemplo, no financeira aos ganhadores de prêmios de caso da Mega-Sena, que tem preço mínimo de apos- loterias administradas pela Caixa Econô- ta de R$1,50 e supondo um prêmio de 40 milhões, mica Federal. inflação zero e preço mínimo da aposta inalterado no O Congresso Nacional decreta: período, o prêmio seria pago em 26 parcelas trimes- Art. 1º O art. 3º da Lei nº 6.717, de 12 novembro trais de R$1,5 milhão e uma parcela de R$1 milhão, de 1979, passa a vigorar com a seguinte redação: no período total de seis anos e meio. Com esse dispositivo, além de estarmos confe- “Art. 3º O concurso de prognósticos de rindo maior segurança aos ganhadores de grandes que trata esta lei regulado em ato do Ministro prêmios e seus familiares, estamos, também, deses- de Estado da Fazenda que disporá obrigato- timulando o uso da loteria como instrumento de lava- riamente sobre: gem de dinheiro. I – realização do concurso; Diante do exposto e da relevância da proposta, II – valor unitário das apostas; contamos com o apoio dos nobres pares para a sua III – limite das despesas com o custeio aprovação. e a manutenção do serviço; Sala das Sessões, 28 de fevereiro. – Senador IV – fixação e forma de pagamento dos Heraclitos Fortes. prêmios, que deverão ser pagos em parcelas trimestrais atualizadas monetariamente, não LEGISLAÇÃO CITADA superiores a um milhão de vezes o valor da LEI Nº 6.717, DE 12 DE NOVEMBRO DE 1979 aposta mínima vigente na data de efetiva libe- ração da parcela; Autoriza modalidade de concurso de V – orientação financeira aos premia- prognósticos da Loteria Federal regida pelo dos. (NR)” Decreto-lei nº 204, de 27 de fevereiro de Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua 1967, e dá outras providências. publicação. O Presidente da República, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguin- Justificação te Lei: A Lei nº 6.717, de 12 de novembro de 1979, au- Art. 1º A Caixa Econômica Federal fica autori- torizou a Caixa Econômica Federal a realizar, como zada a realizar, como modalidade da Loteria Federal modalidade da Loteria Federal regida pelo Decreto-Lei regida pelo Decreto-lei nº 204. de 27 de fevereiro de nº 204, de 27 de fevereiro de 1967, concurso de prog- 1967, concurso de prognósticos sobre o resultado de nósticos sobre o resultado de sorteios de números, sorteios de números, promovido em datas prefixadas, promovido em datas prefixadas, com distribuição de com distribuição de prêmios mediante rateio. prêmios mediante rateio (art. 1º), o que deu amparo Art. 2º O resultado líquido do concurso de prog- legal para que a Caixa criasse todas as loterias de nósticos, de que trata o artigo anterior, obtido depois números. de deduzidas do valor global das apostas computadas, A mesma lei delegou ao Ministro de Estado da as despesas de custeio e de manutenção do serviço, Fazenda competência para regular essas loterias por o valor dos prêmios, e a cota de previdência social de intermédio de ato que deve dispor, obrigatoriamente, 5% (cinco por cento), incidente sobre a receita bruta Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03113 de cada sorteio, destinar-se-á às aplicações previstas do Tribunal de Contas; 10) cidadãos que exerceram no item II. do artigo 3º da Lei nº 6.168, de 9 de de- função de jurados; 11) delegados de polícia e policiais zembro de 1974, com prioridade para os programas civis dos Estados e Territ6rios. e projetos de interesse para as regiões menos desen- Trata-se de instituto de direito processual penal volvidas do País. que cria categorias privilegiadas de cidadãos. É bem Art. 3º O concurso de prognósticos de que trata verdade que esse tratamento especial perdura tão- esta Lei será regulado em ato do Ministro de Estado da somente até o trânsito em julgado da condenação, ou Fazenda, que disporá obrigatoriamente sobre a realiza- seja, enquanto o indiciado ou réu é presumidamente ção do concurso, a fixação dos prêmios, o valor unitário inocente. No entanto, qual a razão para que o benefício das apostas, bem como sobre o limite das despesas seja concedido para os diplomados em nível superior? com o custeio e a manutenção do serviço. Esses, diferentemente das demais hipóteses enume- Art. 4º O item I do artigo 2º da Lei nº 6.188. de 9 de radas, não desempenham qualquer cargo ou finção dezembro de 1974, passa a ter a seguinte redação: pública que justifique a distinção de tratamento. A nos- I – A renda líquida de Loteria Federal, em qualquer so ver, o fundamento do benefício é essencialmente de suas modalidades, e da Loteria Esportiva Federal.” elitista: separar o culto do inculto; o rico do pobre. Art. 5º Esta Lei entrará em vigor na data de sua Em suma: na hipótese de dois réus primários, publicação, revogadas as disposições em contrário. por exemplo, que prejuízo teria um diplomado em nível Brasilia, 12 de novembro de 1979; 158º da Indepen- superior ficar detido na mesma cela de um agricultor dência e 91º da República. – JOÃO FIGUEIREDO. sem qualquer instrução formal? Tem-se, nesses ter- (Ás Comisssões de Constituição, Justiça mos, um critério extremamente injusto para a conces- e Cidadania e de Assuntos Econômicos, ca- são desse privilégio. bendo à última a decisão terminativa.) Assim, acreditamos que extirpar os dispositivos que prevêem tal regalia para portadores de diploma PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 50, DE 2007 de nível superior é medida que se impõe a fim de se promover a justiça e a igualdade no sistema criminal Revoga o inciso VII do caput do art. 295 brasileiro. Nesse sentido, propomos a revogação do do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de inciso VII do caput do art. 295 Código de Processo 1941 (Código de Processo Penal), e a alínea Penal e de seu similar no Código de Processo Penal h do art. 242 do Decreto-Lei nº 1.002, de 21 Militar (alínea h do art. 242). de outubro de 1969 (Código de Processo Sala das Sessões, em 28 de fevereiro de 2007. Penal Militar), que tratam da prisão especial – Expedito Júnior. para diplomados em nível superior. LEGISLAÇÃO CITADA O Congresso Nacional decreta: Art. 1º Ficam revogados o inciso VII do caput DECRETO-LEI Nº 3.689, do art. 295 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro DE 3 DE OUTUBRO DE 1941 de 1941 (Código de Processo Penal), e a alínea h do art. 242 do Decreto-Lei nº 1.002, de 21 de outubro de Código Processo Penal. 1969 (Código de Processo Penal Militar)...... Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão publicação. especiai, à disposição da autoridade competente, quan- Justificação do sujeitos a prisão antes de condenação definitiva: ...... O art. 295 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outu- VII – os diplomados por qualquer das faculdades bro de 1941 (Código de Processo Penal), prevê prisão superiores da República; especial para: 1) ministros de Estado; 2) governadores ...... de Estados ou interventores de Estados e do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos mu- DECRETO-LEI Nº 1.002, nicipais, vereadores e os chefes de Polícia; 3) membros DE 21 DE OUTUBRO DE 1969 do Congresso Nacional; 4) cidadãos inscritos no “Livro de Mérito”; 5) oficiais das Forças Armadas e militares Código de Processo Penal Militar. dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; 6) ...... magistrados; 7) os diplomados em curso de nível su- Art. 295. Serão recolhidos a quartel ou a prisão perior; 8) ministros de confissão religiosa; 9) ministros especial, à disposição da autoridade competente, 03114 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 quando sujeitos a prisão, antes de condenação irre- casos, somente é detectado por meio de exames mais corrivel: sofisticados. Dessa forma, a prevalência do HPV em ...... geral, considerando populações femininas de todo o h) os diplomados por faculdade ou instituto su- mundo, varia de 30% a 50%. Na população brasileira, perior de ensino nacional; estima-se que pelo menos uma em cada três mulheres ...... seja portadora do HPV. (Á Comissão de Constituição, Justiça e Na mulher, a maioria das infecções pelo vírus Cidadania, em decisão terminativa.) regride espontaneamente, sem qualquer tratamento. No entanto, um percentual significativo pode progre- PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 51, DE 2007 dir para lesões pré-cancerosas e cancerosas, espe- cialmente do colo uterino. Atualmente sabe-se que o Altera a Lei nº 6.259, de 30 de outu- HPV é o agente causador do câncer do colo uterino e bro de 1975, para garantir o oferecimento da maioria dos casos de vulva, vagina, ânus e pênis. de vacinação antipapilomavírus humano São registrados cerca de 20 mil casos de carcinoma (HPV) à população. de colo uterino por ano no Brasil, resultando em cin- O Congresso Nacional decreta: co mil mortes. A cada duas horas morre uma mulher Art. 1º O parágrafo único do art. 3º da Lei nº brasileira devido ao câncer cervical. 6.259, de 30 de outubro de 1975, passa a vigorar com É importante salientar que o HPV também aco- a seguinte redação: mete os homens, causando diversas lesões genitais, inclusive cânceres, porém com freqüência bem inferior “Art. 3º...... à das mulheres. Parágrafo único. As vacinações obriga- Trata-se, portanto, de um grave problema de saú- tórias, bem como a vacina quadrivalente anti- de pública, que é acentuado pelo fato de a população papilomavírus humano (HPV 6, 11, 16 e 18), brasileira ter dificuldades de acesso aos serviços de serão oferecidas de modo sistemático e gratuito saúde que poderiam prover tratamento precoce das pelos órgãos e entidades públicas, bem como lesões pré-malignas, evitando-se o desfecho fatal da pelas entidades privadas subvencionadas pe- doença. los governos federal, estaduais e municipais, Não obstante, o recente lançamento de va- em todo o território nacional. NR)” cinas contra os tipos mais perigosos do HPV (6 e Art. 2º Esta lei entra em vigor cento e oitenta dias 11, responsáveis por 90% dos casos de condiloma após a data de sua publicação. acuminado e os 16 e 18, responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo uterino) traz a esperança Justificação de livrar homens e mulheres dessa terrível doença. A infecção genital pelo papilomavírus humano Os testes realizados até o momento são bastante (HPV) é a doença sexualmente transmissível (DST) promissores, ainda que a vacina não seja capaz de mais comum entre todas as DST. No Brasil, são re- prevenir a doença em 100% das pessoas. A eficácia gistrados aproximadamente 137 mil casos por ano, da vacina já foi reconhecida por autoridades nacio- na sua forma clínica que representa apenas 1% das nais e estrangeiras, sendo que ela já é recomendada infecções, estimada em 10 milhões a cada ano. A pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças grande relevância dessa infecção é o seu papel na dos Estados Unidos e vários órgãos regulatórios na indução do câncer de colo uterino, importante causa União Européia. de morbimortalidade em nosso meio e das verrugas O objetivo da proposição legislativa ora apresen- genitais (condilomas acuminados), cujo tratamento é tada é garantir a distribuição gratuita da vacina qua- desconfortável e dispendioso, devido à freqüente re- drivalente anti-HPV, pelo Sistema Único de Saúde, a cidiva das lesões. todos os brasileiros e brasileiras que dela necessitarem, Recentemente, com o desenvolvimento de no- e contribuir decisivamente para a redução expressiva vas técnicas moleculares de diagnóstico, descobriu- da incidência de verrugas genitais e câncer de colo se que infecções pelo HPV são muito mais comuns uterino no País. do que se supunha. Muitas mulheres assintomáticas, É o que se coloca à judiciosa deliberação desta até mesmo sem alterações no exame colpocitológico Casa. (mais conhecido como “exame preventivo” ou “Papa- Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. – Se- nicolau”), podem ser portadoras do vírus, que, nesses nadora Ideli Salvatti, PT/SC. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03115 LEGISLAÇÃO CITADA e entidades públicas, bem como pelas entidades priva- das, subvencionadas pelos Governos Federal, Estadu- LEI Nº 6.259, DE 30 DE OUTUBRO DE 1975 ais e Municipais, em todo o território nacional...... Dispõe sobre a organização das ações de Vigilância Epidemiológica, sobre o Pro- (À Comissão de Assuntos Sociais, em grama Nacional de imunizações, estabelece decisão terminativa.) normas relativas à notificação compulsória de doenças, e dá outras providências. PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 52, DE 2007 – COMPLEMENTAR O Presidente da República, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguin- Autoriza os Estados e o Distrito Fede- te Lei: ral a legislar sobre direito penal em ques- Art 1º Consoante as atribuições que lhe foram tões específicas que define, nos termos do conferidas dentro do Sistema Nacional de Saúde, na art. 22, parágrafo único, da Constituição forma do artigo 1º da Lei nº 6.229, inciso I e seus itens Federal. a e d, de 17 de julho de 1975, o Ministério da Saúde, O Congresso Nacional decreta: coordenará as ações relacionadas com o controle das Art. 1º Ficam os Estados e o Distrito Federal au- doenças transmissíveis, orientando sua execução inclu- torizados a legislar sobre as questões específicas da sive quanto à vigilância epidemiológica, à aplicação da instituição de qualificadoras e de causas especiais de notificação compulsária, ao programa de imunizações aumento e diminuição de pena para os tipos previstos e ao atendimento de agravos coletivos à saúde, bem no Código Penal e na Lei de Contravenções Penais. como os decorrentes de calamidade pública. Art. 2º A autorização prevista no art. 1º pressupõe Parágrafo único. Para o controle de epidemias e a ocorrência ou justificável previsão de futura ocorrên- na ocorrência de casos de agravo à saúde decorrentes cia, no Estado, de crimes ou contravenções que, por de calamidades públicas, o Ministério da Saúde, na exe- sua natureza, pela natureza do agente ou da vítima, cução das ações de que trata este artigo, coordenará pelo modus operandi de sua execução ou por sua a utilização de todos os recursos médicos e hospita- exacerbada concentração em determinada área terri- lares necessários, públicos e privados, existentes nas áreas afetadas, podendo delegar essa competência às torial, constituam circunstância específica a requerer Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal a suplementação legislativa estadual. e dos Territórios. Art. 3º A instituição de qualificadoras e de cau- sas de aumento e diminuição de penas referentes a TÍTULO I circunstâncias comuns a diferentes Estados da Fede- Da Ação de Vigilância Epidemiológica ração continuam reservadas à competência privativa Art 2º A ação de vigilância epidemiológica com- da União para legislar sobre direito penal, sob pena de preende as informações, investigações e levantamen- exorbitação da autorização concedida por esta lei. tos necessários à programação e à avaliação das Art. 4º As causas de aumento de pena previstas medidas de controle de doenças e de situações de em legislação estadual delegada não poderão ensejar agravos à saúde. pena em concreto superior à pena máxima prevista para § 1º Compete ao Ministério da Saúde definir, em o crime ou contravenção pela legislação nacional. Regulamento, a organização e as atribuições dos servi- Art. 5º No concurso de causas de aumento ou ços incumbidos da ação de Vigilância Epidemiológica, de diminuição serão consideradas preponderantes as promover a sua implantação e coordenação. circunstâncias disciplinadas pela legislação estadual, § 2º A ação de Vigilância Epidemiológica será efe- observado o disposto no parágrafo único do art. 68, tuada pelo conjunto dos serviços de saúde, públicos e do Código Penal. privados, devidamente habitados para tal fim. Art. 6º A delegação de que trata esta Lei não se aplica aos crimes e contravenções sujeitos a julgamen- TÍTULO II to pela Justiça Federal ou Eleitoral. Do Programa Nacional de Imunizações Art. 7º Esta lei entra em vigor na data de sua Art. 3º Cabe ao Ministério da Saúde a elaboração publicação. do Programa Nacional de Imunizações, que definirá as vacinações, inclusive as de caráter obrigatório. Justificação Parágrafo único. As vacinações obrigatórias serão A presente proposição tem o objetivo de dar efe- praticadas de modo sistemático e gratuito pelos órgãos tividade a permissivo constitucional contido no art. 22, 03116 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 parágrafo único, da Constituição Federal, que prevê que LEGISLAÇÃO CITADA a União poderá autorizar, por meio de lei complementar, os Estados a legislarem sobre questões específicas CONSTITUIÇÃO DA das matérias da sua competência privativa. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Nas palavras de Ives Gandra Martins trata-se de competência privativa delegada (Cf Comentários PREÂMBULO à Constituição do Brasil, Ed. Saraiva, 3º Vol, Tomo I Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos 1992, p. 368). em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Na verdade o tema referente à distribuição das Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício competências federativas retorna agora ao debate com dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segu- o agravamento da situação da segurança pública, com rança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a ocorrência de graves eventos como o que recente- a justiça como valores supremos de uma sociedade mente vitimou o menor João Hélio. fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na Sendo assim, estamos propondo que o Congresso harmonia social e comprometida, na ordem interna e Nacional dê efetividade à possibilidade de delegação internacional, com a solução pacífica das controvér- legislativa prevista na Carta Magna autorizando os Estados a legislarem sobre a instituição de qualifica- sias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte doras, causas especiais de aumento e diminuição de CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO pena para os tipos previstos no Código Penal e na Lei BRASIL. de Contravenções Penais...... Ressalte-se aqui que a delegação que preten- Art. 22. Compete privativamente à União legis- demos está cercada de precauções, até em razão do lar sobre: ineditismo da matéria, para que não haja exorbitação Parágrafo único. Lei complementar poderá auto- pelos Estados da competência principal da União. rizar os Estados a legislar sobre questões específicas Assim é que procuramos definir com clareza as das matérias relacionadas neste artigo. “questões específicas” a que se refere o texto consti- ...... tucional, subdividindo-as em hipóteses jurídicas (art. 1º) e fáticas (art. 2º) necessárias ao aperfeiçoamento DECRETO-LEI Nº 2.848, da autorização aos Estados. DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940 Em seu art. 3º optamos por explicitar a proibição Vide texto compilado constitucional de delegação da competência legisla- tiva quando se tratar de questão comum a diferentes Código Penal. Estados da Federação. Propusemos, ainda, a vedação de aplicação das O Presidente da República, usando da atribuição qualificadoras estaduais para além das penas máximas que lhe confere o art. 180 da Constituição, decreta a cominadas pela legislação nacional (art. 4º). Afinal não seguinte Lei: seria justo nem correto que dois cidadãos brasileiros, a ...... que a Constituição reconhece expressamente a igual- Art. 68. A pena-base será fixada atendendo-se dade, sejam punidos de forma sobremaneira diferente ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão quando suas circunstâncias objetivas e pessoais fo- consideradas as circunstâncias atenuantes e agravan- rem idênticas. tes; por último, as causas de diminuição e de aumento. Fica garantida, desse modo, uma mínima homo- (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11-7-1984) geneidade na aplicação do direito penal que, frise-se, Parágrafo único. No concurso de causas de au- conservará a sua condição de direito nacional. mento ou de diminuição previstas na parte especial, Normatizamos, por fim, a situação do concurso de pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só causas de aumento e de diminuição de penas (art. 5º) diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais e enfatizamos que a legislação penal estadual não será aumente ou diminua (Redação dada pela Lei nº 7.209, aplicada pelas Justiças Federal ou Eleitoral (art. 6º). de 11-7-1984) Em face do relevante interesse público que en- Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119º da volve a matéria tratada, solicitamos o apoio dos nobres Independência e 52º da República. – GETÚLIO VAR- colegas para a aprovação da presente proposição. GAS – Francisco Campos. Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. – Gerson Camata. Este texto não substitui o publicado no DOU de 31-12-1940 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03117 (À Comissão de Constituição, Justiça e Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua Cidadania.) publicação. PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 53, DE 2007 Justificação Altera dispositivos do Decreto-Lei nº No seu título VIII que dedica aos crimes contra a 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código incolumidade pública – o Código Penal inseriu,no Capí- Penal. tulo I, os crimes de perigo comum e, no Capítulo II, os crimes contra a segurança dos meios de comunicação O Congresso Nacional decreta: e transporte e outros serviços públicos. Previu, entretan- Art. 1º Os arts. 250, 251, 260, 261, 262 e 265 do to, penas muito suaves, insuficientes como desestímu- Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código lo a essas condutas e que já não refletem sua enorme Penal, passam a vigorar com as seguintes alterações: gravidade, sobretudo quando praticadas para intimidar “Art. 250...... a população e desafiar Estado. Dai a importância de Pena – reclusão, de quatro a dez anos, elevar as sanções das principais infrações integrantes e multa desses dois capítulos, pois atualmente são inferiores Aumento de pena até mesmo à do roubo simples. A fixação de uma es- § 1º As penas aumentam-se de um ter- cala punitiva mais severa permitirá que, em cada caso ço até metade: concreto, o juiz determine a punição de modo efetiva- ...... ”(NR) mente proporcional ao grau de ofensa ao bem jurídico “Art. 251...... protegido, em fiel cumprimento ao que a Constituição Pena – reclusão, de quatro a dez anos, Federal determina ao inciso XLVI do seu art. 5º. e multa Os recentes acontecimentos do Rio de Janeiro e ...... os fatos notórios de maio de 2006, ocorridos no Esta- § 2º As penas aumentam-se de um terço do de São Paulo, deixaram muito claro que incendiar até metade, se ocorre qualquer das hipóteses ônibus ou colocar explosivos em trens causa intenso previstas no § 1º, I, do artigo anterior, ou é vi- pavor na população e pode abalar a confiança públi- sada ou atingida qualquer das coisas enume- ca na possibilidade de utilização segura dos serviços

radas no nº II do mesmo parágrafo. de transporte coletivo. É idêntico raciocínio é válido ...... ”(NR) para o vasto conjunto formado pelos crimes de incên- “Art. 260...... dio, explosão, perigo de desastre ferroviário, atentado ...... contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou Pena – reclusão, de quatro a dez anos, aéreo, atentado contra a segurança de outro meio de e multa. transporte e atentado contra a segurança de serviço § 1º ...... de utilidade pública, descritos nos arts. 250, 251, 260, Pena – reclusão, de sete a quinze anos, 261, 262 e 265 do Código Penal e que apresentam e multa. evidente afinidade , pois todos despertam espanto e ...... ”(NR) comoção envolvem perigo indeterminado a um grande “Art. 261...... número de pessoas e esse risco não atinge apenas o Pena – reclusão, de quatro a dez anos. patrimônio , mas sobretudo a vida e a integridade fisi- § 1º...... ca, afetando, portanto, direitos fundamentais. Pena – reclusão, de sete a quinze anos. Na opção por novas escalas penais, o projeto adotou ...... ”(NR) o critério de aproximá-las das penas que o Código Penal prevê para a punição do roubo, figura cuja gravidade é “Art. 262...... consensual entre nós, mas que é comparável à dos cri- Pena – reclusão, de quatro a dez anos. mes acima referidos, pela intranqüilidade social que esse § 1º Se do fato resulta desastre, a pena crime gera. Aliás, um mínimo de coerência é um postula- é de reclusão, de sete a quinze anos. do fundamental da ordem jurídica, o que justifica a alte- ...... ”(NR) ração ora proposta. Ora, não faz o menor sentido que o autor de um atentado contra um ônibus (art. 262, caput, “Art. 265...... do Código Penal) esteja sujeito, como acontece hoje, a Pena – reclusão, de quatro a dez anos, simples detenção de um ano a dois anos pena inferior às e multa. sanções que lhe seriam aplicadas se tivesse se limitado ...... “(NR) a subtrair uma pizza, intimidando a vítima com uma arma 03118 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 de brinquedo, caso em que o art. 157, caput, do Código Pena: reclusão, de três a seis anos, e multa. Penal prevê reclusão , de quatro a dez anos. Aumento de pena Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. – Se- nador Eduardo Azeredo. § 1º As penas aumentam-se de um terço: I – se o crime é cometido com intuito de obter LEGISLAÇÃO CITADA vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio; II – se o incêndio é: CONSTITUICÃO DA a) em casa habitada ou destinada a habita- REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ção; ...... b) em edifício público ou destinado a uso público TITULO II ou a obra de assistência social ou de cultura; Dos Direitos e Garantias Fundamentais c) em embarcação, aemnave, comboio ou veículo de transporte coletivo; CAPITULO I d) em estação ferroviária ou aerádromo; Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos e) em estaleiro, fábrica ou oficina; ...... f) em depósito de explosivo, combustível ou in- Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distin- flamável; ção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros g) em poço petrolifico ou galeria de mineração; e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta. e á propriedade, nos termos seguintes: Incêndio culposo ...... § 2º Se culposo o incêndio, é pena de detenção, XLV – nenhuma pena passará da pessoa do con- de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. denado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da Explosão lei, estendidas aos sucessores e contra eles executa- Art. 251. Expor a perigo a vida, a integridade física das, até o limite do valor do patrimônio transferido; ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arre- XLVI – a lei regulará a individualização da pena messo ou simples colocação de engenho de dinamite e adotará, entre outras, as seguintes: ou de substância de efeitos análogos: a) privação ou restrição da liberdade; Pena: reclusão, de três a seis anos, e multa. b) perda de bens; c) multa; § 1º Se a substância utilizada não é dinamite ou d) prestação social alternativa; explosivo de efeitos análogos: e) suspensão ou interdição de direitos; Pena: reclusão, de um a quatro anos, e multa. XLVII – não haverá penas: Aumento de pena a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; § 2º As pena aumentam-se de um terço, se ocor- b) de caráter perpétuo; re qualquer das hipóteses previstas no § 1º, do artigo c) de trabalhos forçados; anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas d) de banirnento; enumeradas no nº 2 do mesmo parágrafo. e) cruéis; Modalidade culposa XLVIII – a pena será cumprida em estabeleci- § 3º No caso de culpa, se a explosão é de di- mentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; namite ou substância de efeitos análogos, a pena é XLIX – é assegurado aos presos o respeito à de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos; nos integridade física demais casos, é de detenção, de 3 (três) meses a 1 ...... (um) ano. TITULO VIII Uso de gás tóxico ou asfixiante Dos Crimes Contra a Incolumidade Pública Art. 252. Expor a perigo a vida, a integridade fí- sica ou o patrimônio de outrem, usando de gás tóxico CAPÍTULO I ou asfixiante: Dos Crimes de Perigo Comum Pena: reclusão, de um a quatro anos, e multa. Incêndio Modalidade Culposa Art. 250. Causar incêndio, expondo a perigo a vida, Parágrafo único. Se o crime é culposo: a integridade física ou o patrimônio de outrem: Pena: detenção, de três meses a um ano. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03119 Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou trans- CAPITULO II porte de explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante Dos crimes contra a Segurança Art. 253. Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou dos Meios de Comunicação e Transporte e outros transportar, sem licença da autoridade, substância ou Serviços Públicos engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou mate- Perigo de Desastre Ferroviário rial destinado á sua fabricação: Art. 260. Impedir ou perturbar serviço de estra- Pena: detenção, de seis meses a dois anos, e da de ferro: multa. I – destruindo, danificando ou desarranjando, total Inundação ou parcialmente, linha férrea, material rodante ou de Art. 254. Causar inundação, expondo a perigo a tração, obra-de-arte ou instaração; vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem: II – colocando obstáculo na linha; Pena: reclusão, de três a seis anos, e multa, no III – transmitindo falso aviso acerca do movi- caso de dolo, ou detenção, de seis meses a dois anos, mento dos veículos ou interrompendo ou embara- no caso de culpa. çando o funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia; Perigo de inundação IV – praticando outro ato de que possa resultar Art. 255. Remover, destruir ou inutilizar, em prédio desastre: próprio ou alheio, expondo a perigo a vida, a integrida- Pena: reclusão, de dois a cinco anos, e multa. de física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir inundação: Desastre ferroviário Pena: reclusão, de um a três anos, e multa. § 1º Se do fato resulta desastre: Pena: reclusão, de quatro a doze anos e multa. Desabamento ou desmoronamento § 2º No caso de culpa, ocorrendo desastre: Art. 256. Causar desabamento ou desmorona- Pena: detenção, de seis meses a dois anos. mento, expondo a perigo a vida, a integridade física § 3º Para os efeitos deste artigo, entende-se por ou o patrimônio de outrem: estrada de ferro qualquer via de comunicação em que Pena: reclusão, de um a quatro anos, e multa. circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou Modalidade culposa por meio de cabo aéreo. Parágrafo único. Se o crime é culposo: Atentado contra a segurança de transporte maríti- Pena: detenção, de seis meses a um ano. mo, fluvial ou aéreo Subtração, ocultação ou inutilização de material Art. 261. Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a im- de salvamento pedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea: Art. 257. Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião Pena: reclusão, de dois a cinco anos. de incêndio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro § 1º Se do fato resulta naufrágio, submersão ou ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal encalhe de embarcação ou a queda ou destruição de natureza: aeronave: Pena: reclusão, de dois a cinco anos, e multa. Pena: reclusão, de quatro a doze anos. Formas qualificadas de crime de perigo comum Prática do crime com o fim do lucro § 2º Aplica-se, também, a pena de multa, se o Art. 258. Se do crime doloso de perigo comum agente pratica o crime com intuito de obter vantagem resulta lesão corporal de natureza grave, a pena pri- econômica, para si ou para outrem. vativa de liberdade é aumentada de metade; se resul- ta morte, é apticada em dobro. No caso de culpa, se Modalidade culposa do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de § 3º No caso de culpa, se ocorre o sinistro: metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada Pena: detenção, de seis meses a dois anos. ao homicídio culposo, aumentada de um terço. Atentado contra a segurança de outro meio de Difusão de doença ou praga transporte Art. 259. Difundir doença ou praga que possa Art. 262. Expor a perigo outro meio de trans- causar dano a floresta, plantação ou animais de utili- porte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcio- namento: dade econômica: Pena: detenção, de um a dois anos. Pena: reclusão, de dois a cinco anos, e multa. § 1º Se do fato resulta desastre, a pena é de re- Modalidade culposa clusão, de dois a cinco anos. Parágrafo único. No caso de culpa, a pena é de § 2º No caso de culpa, se ocorre desastre: detenção, de um a seis meses, ou multa. Pena: detenção, de três meses a um ano. 03120 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Forma qualificada Art. 1º Suprima-se o § 1º do art. 77 do Regimento Art. 263. Se de qualquer dos crimes previstos nos Interno do Senado Federal (RISF), transformando-se arts. 260 a 262, no caso de desastre ou sinistro, resulta le- o § 2º em parágrafo único. são corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 258. Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data Arremesso de projétil de sua publicação. Art. 264. Arremessar projétil contra veículo, em Justificação movimento, destinado ao transporte público por terra, O Regimento Interno do Senado Federal veda a por água ou pelo ar: participação de todos os integrantes da Comissão Di- Pena: detenção, de um a seis meses. retora em qualquer outra comissão permanente. Parágrafo único. Se do fato resulta lesão corpo- Impedidos de participar em outras comissões ral, a pena é de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) permanentes além da Comissão Diretora e dotados anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º, de um número limitado de atribuições regimentais, aumentada de um terço. os membros da Comissão Diretora têm sua atuação Atentado contra a segurança de serviço de utili- parlamentar indevidamente restringida, deixando de dade pública prestar valiosa contribuição a Casa. Art. 265. Atentar contra a segurança ou o funcio- As regras atuais sobre a participação em comis- namento de serviço de água, luz, força ou calor, ou sões permanentes provocam um verdadeiro desperdício qualquer outro de utilidade pública: do potencial de trabalho desses integrantes, tornando Pena: reclusão, de um a cinco anos, e multa. premente sua alteração. Parágrafo único. Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um Essa situação revela-se ainda mais crítica com o terço) até a metade, se o dano ocorrer em virtude de aumento registrado, nos últimos tempos, no número de subtração de material essencial ao funcionamento dos comissões permanentes no Senado Federal, reflexo de serviços. (Incluido pela Lei nº 5.346. de 3-11-1967) uma maior necessidade de avaliação dos elementos te- máticos específicos das matérias submetidas à apreciação Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico da Casa. Assim, a alteração proposta vem a contribuir ou telefônico para o fortalecimento do trabalho das comissões. Art. 266. Interromper ou perturbar serviço tele- Esta proposição traz uma solução para um me- gráfico, radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou difi- lhor aproveitamento das habilidades dos integrantes cultar-lhe o restabelecimento: da Mesa. Com essas ponderações, solicitamos o apoio Pena: detenção, de um a três anos, e multa. dos Senhores e das Senhoras Parlamentares para a Parágrafo único. Aplicam-se as penas em dobro, se aprovação do presente projeto de resolução. o crime é cometido por ocasião de calamidade pública. Sala da Comissão, CAPITULO III Dos Crimes Contra a Saúde Pública Epidemia Art. 267. Causar epidemia, mediante a propaga- ção de germes patogénicos: ...... (Á Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania – decisão terminativa.)

O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) – Os projetos que acabam de ser lidos serão publica- dos e remetidos às Comissões competentes. Sobre a mesa, projetos que passo a ler. São lidos os seguintes:

PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 4, DE 2007 Suprimir o § 1º do art. 77 do Regimento Interno do Senado Federal, para autorizar a participação de membro da Comissão Di- retora em comissão permanente. O Senado Federal resolve: Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03121 LEGISLAÇÃO CITADA IX – Indicação de nomes de Presidente e Diretores de Regências Reguladoras do Setor REGIMENTO INTERNO DO SENADO FEDERAL de Telecomunicações...... Art. 77. A Comissão Diretora é constituída dos Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data titulares da Mesa, tendo as demais comissões perma- de sua publicação. nentes o seguinte número de membros: I – Comissão de Assuntos Econômicos, 27; Justificação II – Comissão de Assuntos Sociais, 21; Recentemente, o Senado Federal contribuiu de III – Comissão de Constituição, Justiça e Cida- maneira significativa para o setor da Ciência e da Tec- dania, 23; nologia no Brasil, ao criar no âmbito de seus órgãos IV – Comissão de Educação, 27; fracionários uma Comissão temática, cujo significado V – Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Con- maior está no fato de que abre um espaço necessário sumidor e Fiscalização e Controle 17; para o debate qualificado, além de fixar a estrutura e VI – Comissão de Direitos Humanos e Legislação o funcionamento de órgão técnico habilitado a opinar Participativa, 19; sobre matéria de grande relevância na atualidade. VII – Comissão de Relações Exteriores e Defesa Consignou-se para a novel Comissão, dentre outras competências, a Comunicação, a imprensa, Nacional, 19; a radiodifusão, a televisão, bem como a outorga e a VIII – Comissão de Serviços de Infra-Estrutura, renovação de concessão, permissão e autorização 23; para serviços de radiodifusão sonora e de sons e IX – Comissão de Desenvolvimento Regional e imagens. Turismo, 17; No âmbito competencial da Comissão de Ciên- X – Comissão de Agricultura e Reforma Agrá- cia, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática ria, 17. – CCT está contemplado, com clareza, a Telecomuni- § 1º O membro da Comissão Diretora não poderá cação, bem como a organização Institucional deste fazer parte de outra comissão permanente. Setor. § 2º Cada Senador poderá integrar até três co- Ocorre que, a indicação de autoridades para este missões como titular e três como suplente. (NR) setor continuou sendo, impropriamente, feita no âmbito ...... da Comissão de Serviços de Infra-Estrutura. PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 5, DE 2007 Considerando que a competência em telecomu- nicações se encontra albergada no âmbito da CCT, Acrescenta inciso no art. 104-C, do faz-se imprescindível que a indicação de autoridades Regimento Interno do Senado Federal, Re- para a composição da agência reguladora setorial solução nº 93, de 1970, alterado pela Reso- seja apreciada, igualmente, no âmbito abrangencial lução do Senado Federal nº 01, de 2007, para de competência desse órgão técnico. dispor sobre a apreciação de indicação de Assim, rogo à Casa manifestação favorável à autoridade que menciona. aprovação da presente resolução, a fim de escoimar o conteúdo da resolução recentemente aprovada. O Senado Federal resolve: Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. – Se- Art. 1º O Artigo 104-C, da Resolução nº 93, de nador Wellington Salgado. 1970, alterado pela Resolução nº 01, de 2007, passa a vigorar com o acrescido do seguinte inciso, renume- Faço saber que o Senado Federal aprovou, e rando-se os demais; eu, Renan Calheiros, Presidente, nos termos do art. 48, inciso XXVIII, do Regimento Interno, promulgo a “Art. 104-C. À Comissão de Ciência, Tec- seguinte nologia, Inovação, Comunicação e Informática compete opinar sobre proposições pertinentes RESOLUÇÃO Nº 1, DE 2007 aos seguintes temas: Cria no Senado Federal a Comissão I – ...... de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comuni- cação e Informática – CCT. II – ...... O Senado Federal resolve: 03122 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Art. 1º Os arts. 72, 77 e 107 do Regimento In- Art. 3º Fica convalidada a decisão da Comissão terno do Senado Federal passam a vigorar com as Diretora do Senado Federal datada de 31 de janeiro de seguintes alterações: 2007, que referenda atos e decisões da Presidência, da “Art. 72...... Primeira Secretaria e do Órgão Central de Coordena- ...... ção e Execução praticados no período compreendido XI – Comissão de Ciência, Tecnologia, entre o início da Terceira Sessão Legislativa Ordinária Inovação, Comunicação e Informática – CCT.” da 52ª Legislatura e o final da Quarta Sessão Legisla- (NR) tiva Ordinária da mesma Legislatura. Art. 4º Revogam-se os incisos IV e V do art. 102 “Art. 77...... do Regimento Interno do Senado Federal. XI – Comissão de Ciência, Tecnologia, Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data Inovação, Comunicação e Informática – CCT, de sua publicação. 17. Senado Federal, 8 de fevereiro de 2007. – Senador ...... ” (NR) Renan Calheiros, Presidente do Senado Federal. “Art. 107...... O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) I – ...... – Os Projetos serão publicados e, em seguida, fica- ...... rão sobre a mesa durante cinco dias úteis a fim de i) Comissão de Ciência, Tecnologia, Ino- receberem emendas, nos termos do art. 401, § 1º, do vação, Comunicação e Informática: às quar- Regimento Interno. tas-feiras, dezoito horas. O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) ...... ” (NR) – Sobre a mesa, expediente que passo a ler. Art. 2º O Regimento Interno do Senado Federal São lidos os seguintes: passa a vigorar acrescido do art. 104-C: DESPACHO “Art. 104-C. À Comissão de Ciência, Tec- nologia, Inovação, Comunicação e Informática PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 257, DE 2005 compete opinar sobre proposições pertinentes aos seguintes temas: Tendo em vista a promulgação da Resolução nº I – desenvolvimento científico, tecnoló- 1, de 2007, que “cria no Senado Federal a Comissão gico e inovação tecnológica; de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e In- II – política nacional de ciência, tecnolo- formática – CCT”. gia, inovação, comunicação e informática; Decido: III – organização institucional do setor; De acordo com o inciso X do art. 48 do Regimen- IV – acordos de cooperação e inovação to Interno do Senado Federal, redistribuir o presente com outros países e organismos internacio- Projeto de Lei à (s) Comissão (ões), CCT e CCJ, ca- nais na área; bendo a esta última a decisão terminativa. V – propriedade intelectual; Senado Federal, 28 de fevereiro de 2007. – Se- VI – criações científicas e tecnológicas, nador Renan Calheiros, Presidente do Senado Fe- informática, atividades nucleares de qualquer deral. natureza, transporte e utilização de materiais DESPACHO radioativos, apoio e estimulo à pesquisa e cria- ção de tecnologia; PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 315, DE 2005 VII – comunicação, imprensa, radio- difusão, televisão, outorga e renovação de Tendo em vista a promulgação da Resolução nº concessão, permissão e autorização para 1, de 2007, que “cria no Senado Federal a Comissão serviços de radiodifusão sonora e de sons de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e In- e imagens; formática – CCT”. VIII – regulamentação, controle e ques- Decido tões éticas referentes a pesquisa e desenvol- De acordo com o inciso X do art. 48 do Regimento vimento científico e tecnológico, inovação tec- Interno do Senado Federal, redistribuir o presente pro- nológica, comunicação e informática; jeto de lei à (s) Comissão (ões), CCT e CDIT, cabendo IX – outros assuntos correlatos.” a esta última a decisão terminativa. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03123 Senado Federal, 28 de fevereiro de 2007. – Se- Dessa forma, nos termos do art. 218 do Regi- nador Renan Calheiros, Presidente do Senado Fe- mento Interno e, de acordo com as tradições da Casa, deral. requeiro sejam prestadas as seguintes homenagens: O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) • Inserção em ata de voto de profundo – Sobre a mesa, requerimentos que passo a ler. pesar; São lidos os seguintes: • Apresentação de condolências a sua esposa Sra. Maria da Conceição Nascimento REQUERIMENTO Nº 119, DE 2007 Campana, • Aos seus filhos Arthur José Campana Requer Voto de Aplauso à Doutora Dul- Júnior e Wagner Antonio Campana. ce Fernandes Neves Pinto da Costa, médica no Amazonas, que este ano completa 50 anos Requeiro, ainda, que o Voto de Pesar seja en- de exercício profissional da Medicina. viado para o endereço: Praça Jerônimo Monteiro 116 – Centro – CEP 29 135-000 – Viana – ES. Requeiro, nos termos do art. 222, do Regimento Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. – Se- Interno, e ouvido o Plenário, que seja consignado, nos nador Gerson Camata. Anais do Senado, Voto de Aplauso à Doutora Dulce Fernandes Neves Pinto da Costa, figura de grande O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) destaque no Amazonas, que este ano completa 50 – A Presidência encaminhará os votos solicitados. anos de exercício da Medicina e 81 de vida. Os requerimentos que acabam de ser lidos vão Requeiro, ademais, que o Voto de Aplauso seja ao Arquivo. levado ao conhecimento da homenageada e do Con- Sobre a mesa, requerimento que passo a ler. selho Regional de Medicina do Amazonas. É lido o seguinte: Justificação REQUERIMENTO Nº 121, DE 2007 Dulce Fernandes Neves Pinto da Costa Formou- se em Medicina em 1965, na especialidade de Pedia- Senhor Presidente, tria, especializando-se, depois, em Ginecologia na Nos termos do art. 258 do Regimento Interno, Universidade Federal da . Muito estimada pela requeiro a tramitação em conjunto dos Projetos de Lei população de Manaus, a Dra. Dulce completa este do Senado nºs 330, 337 e 343, ambos de 2006, por ano 50 anos de exercício da Medicina e, no começo versarem sobre a mesma matéria. de março, 81 anos de vida. Ela adotou o Amazonas Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. – Se- como sua terra e ali, ao longo desse meio século de nadora Roseana Sarney. bons serviços, vem tendo forte atuação social na capi- tal do meu Estado. Detentora do registro número 62 do O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) Conselho Regional de Medicina, a Dra. Dulce integra – Com referência ao expediente lido, a Mesa proferiu a Academia Amazonense de Medicina e o Conselho decisão que passo a ler. Permanente da Mulher Executiva do Amazonas. Até DECISÃO hoje, ela exerce sua profissão. A Comissão Diretora do Senado Federal, no uso A Doutora Dulce é viúva do Dr. Theodomiro Pinto da Costa, ex-Deputado Estadual, ex-Presidente da As- de sua competência prevista no inciso VI do art. 98, sembléia Legislativa do Estado do Amazonas e ex-Se- combinado com o art. 258, ambos do Regimento Inter- cretário de Saúde do Estado. Por mérito, é merecedora no do Senado Federal, resolve deferir o Requerimento do Voto de Aplauso que proponho ao Senado. nº 121, de 2007, de tramitação conjunta. Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. – Se- Senado Federal, 2007. – Renan Calheiros – nador Arthur Virgílio, Líder do PSDB. Tião Viana – Álvaro Dias – Gerson Camata – César Borges. REQUERIMENTO Nº 120, DE 2007 O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) Faleceu, ontem em Vitória/ES, Sr. Arthur José – Aprovada a tramitação conjunta, os Projetos de Lei do Campana. Senado nº 330, 334 e 337, de 2006, voltam ao exame Arthur José Campana nasceu em 16 de outubro de 1935, em Marilândia – Espírito Santo. Por mais de da Comissão de Educação, em caráter terminativo. 50 anos residiu em Viana/ES, era fiscal aposentado do Sobre a mesa, requerimento que passo a ler. INSS e foi por 10 anos Presidente do PMDB. É lido o seguinte: 03124 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 REQUERIMENTO Nº 122, DE 2007 as atividades humanas e as possíveis conseqüências de tal fenômeno para o futuro da humanidade. Requer voto de aplauso ao Exmº Se- Mais do que o “Relatório Stern” e o Relatório so- nhor Tilden Santiago, Ex-Deputado Fe- bre Mudanças Climáticas da ONU, é esse filme de Al deral e que acaba de cumprir missão di- Gore que vem conscientizando a cidadania do planeta plomática como Embaixador do Brasil sobre esse gravíssimo problema. em Cuba. Assim sendo, parece-nos que seria de todo apro- Requeiro, nos termos do art. 222, do Regimento priado que o Senado Federal preste essa homenagem Interno, e ouvido o Plenário, que seja consignado, nos ao ex-vice-presidente Al Gore, figura pública destaca- anais do Senado, Voto de Aplauso ao Ex-Deputado Fede- da em nível mundial, que, com esse documentário, ral Tilden Santiago, pela missão diplomática que cumpriu prestou serviço inestimável a todos os países, inclu- com desvelo como Embaixador do Brasil em Cuba. sive o Brasil. Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. – Requeiro, ademais, que o Voto de Aplauso seja Aloizio Mercadante. levado ao conhecimento do homenageado e ao Ministro das Relações Exteriores, Embaixador Celso Amorim. (À Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.) Justificação O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) Ex-Deputado Federal por Minas Gerais, Tilden – O requerimento que acaba de ser lido vai à Comissão Santiago é detentor de grandeza de alma pouco co- de Relações Exteriores e Defesa Nacional. mum, além de perseverante batalhador que sempre Sobre a mesa, ofício que passo a ler. procura cumprir com responsabilidade as missões a ele deferidas. Seu exercício como Embaixador do Brasil É lido o seguinte: em Cuba, ao longo do primeiro mandato do Presidente Ofício nº 68/07-GLPSDB Lula, é um exemplo vivo dessa sua característica. É, pois, justo o Voto de Aplauso que estou pro- Brasília, 28 de fevereiro de 2007 pondo ao Senado da República, para homenagear um Senhor Presidente, político ilustre. Nos termos regimentais, indico a V. Exª, o Se- Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. – Se- nador Sérgio Guerra, para integrar como suplente a nador Arthur Virgílio, Líder do PSDB. Comissão de Assuntos Sociais, em substituição ao O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) Senador Mário Couto. – A Presidência encaminhará o voto solicitado. Na oportunidade, renovo protestos de apreço e O requerimento que acaba de ser lido vai ao distinta consideração. Arquivo. Atenciosamente, – Senador Arthur Virgílio, Lí- Sobre a mesa, requerimento que passo a ler. der do PSDB. É lido o seguinte: O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) – Será feita a substituição solicitada. REQUERIMENTO Nº 123, DE 2007 Sobre a mesa, ofício que passo a ler. Requeiro, nos termos do artigo 222 do Regimento É lido o seguinte: Interno do Senado Federal, voto de aplauso ao ex-vice- presidente dos Estados Unidos da América, Al Gore, Of. nº 220/2007-CRE pelo documentário intitulado “An Inconvenient Truth” Brasília, 27 de fevereiro de 2007 (Uma Verdade Inconveniente). Assuntos: Criação, Subcomissão. Justificação Senhor Presidente, O documentário intitulado “An Inconvenient Tru- 1. Pelo presente, informo Vossa Excelência que, du- th” (Uma Verdade Inconveniente), produzido pelo ex- rante Reunião Extraordinária realizada em 27 de fevereiro vice-presidente dos EUA, Al Gore, vem causando um do corrente ano, foi aprovado o Requerimento nº 3, de impacto extraordinário em todo o mundo. 2007-CRE, de iniciativa do Senador Heráclito Forte e do Esse filme, rico em informações e dados obje- Senador Fernando Collor de Mello, que a Subcomissão tivos, mostra com inteligência e clareza os efeitos do Permanente de Acompanhamento do Regime Internacio- aquecimento global sobre o planeta, sua relação com nal Sobre Mudanças Climáticas no âmbito desta Comis- Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03125 são de Relações Exteriores e Defesa Nacional, composta Ofício nº 59/2007/GP por sete membros titulares e sete membros suplentes, Porto Velho, 8 de fevereiro de 2007 destinada a tratar de assuntos de seu interesse. Assunto: Agradecimento de envio de Relatório 2. Aproveito a oportunidade para renovar protestos de elevada estima e distinta consideração. – Senador Senhor Presidente, Heráclito Fortes, Presidente da Comissão de Relação 1. Acuso o recebimento do OF. SF nº 94/2007, da- Exteriores e Defesa Nacional. tado de 24 de janeiro de 2007, que encaminha um exem- plar do Relatório Final nº 6, de 2006-CN, da Comissão O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) Parlamentar Mista de Inquérito criada por meio do Re- – O ofício lido vai à publicação. querimento nº 77/2006, do Congresso Nacional, com a Sobre a mesa, expediente que passo a ler. finalidade de apurar as denúncias envolvendo a “Opera- São lidos os seguintes: ção Sanguessuga”, realizada pela Polícia Federal, para investigar quadrilha que atuava na aquisição fraudulenta OF. GPTC Nº 85/2007 de insumos estratégicos para a saúde. 2. Ao agradecer a remessa do Relatório, renovo Vitória, 5 de fevereiro de 2007 protestos de consideração e apreço. – José Euler Po- tyguara Pereira de Mello, Conselheiro Presidente. Senhor Presidente, Acusamos, agradecidos, o recebimento do OF. SF nº 108/2007 desse Senado, datado de 24 de janeiro de

2007, que encaminhou um exemplar do Relatório Final nº Belo Horizonte, 13 de fevereiro de 2007 6, de 2006-CN, oriundo da Comissão Parlamentar Mista do Congresso Nacional de Inquérito, que será integrado Senhor Presidente ao acervo bibliográfico deste Tribunal de Contas. Senador Renan Calheiros Atenciosamente, – Valci José Ferreira de Sou- Acuso o recebimento de exemplar do Relatório za, Conselheiro Presidente. Final nº 6 de 2006-CN, da Comissão Parlamentar Mista OF/GAB/PGJ/Nº 119 de Inquérito das Ambulâncias. Atenciosamente, Aécio Neves da Cunha, Go- Rio Branco – AC, 5 de fevereiro de 2007 vernador. Senhor Presidente do Senado Federal, Ofício PRS/GAP nº 152/2007 Apraz-me acusar o recebimento do OF. SF nº Rio de Janeiro, 15 de fevereiro de 2007 142/2007, datado de 24 de janeiro do ano em curso, capeando exemplar do Relatório Final nº 6, de 2006- Senhor Presidente, CN, da Comissão Parlamentar de Inquérito, e ao mes- Tenho a honra de registrar o recebimento, em meu mo passo, informar que o mesmo foi encaminhado à Gabinete, no dia 2-2-2007, do Ofício SF nº 97, de 24-1- Coordenadoria de Defesa do Patrimônio Público, para 2007 com o incluso exemplar do Relatório Final nº 6, de as devidas providências. 2006-CN, da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, que Vossa Excelência encaminhou-me para conhecimen- Na oportunidade, externo protestos de elevada to e providências desta Egrégia Corte de Contas, como estima e distinguida consideração. preceitua a Lei Federal nº 10.001, de 4-9-2000. Atenciosamente, – Edmar Azevedo Monteiro Na forma do disposto no artigo 2º, do referido diploma Filho, Procurador-Geral de Justiça. legal, informo V. Exª de que esta Egrégia Corte de Contas, OF. GAPRE. Nº 158 antecipando-se, já havia determinado, excetuadas as Pre- feituras de Saquarema e São José de Ubá, a realização Rio Branco, 7 de fevereiro de 2007 de Inspeções Especiais nas demais prefeituras ali apon- Senhor Presidente, tadas, cuja relatoria coube ao Exmº Sr. Conselheiro Júlio Lambertson Rabello, resultando na Notificação Pessoal dos Ao cumprimentá-lo, acuso e agradeço o rece- respectivos responsáveis para apresentação de defesa, bimento do OF/SF/Nº 35 de 24 de janeiro de 2007, decisão preliminar essa adotada nas Sessões Plenárias capeando um exemplar do Relatório Final nº 6, de Ordinárias dos dias 30-1-07, 6-2-07 e 13-2-07. 2006-CN, da Comissão Parlamentar Mista de Inqué- Sem prejuízo da comunicação semestral a que alu- rito desse Senado Federal. Informo que o exemplar foi de o parágrafo único, do art. 2º, da referida lei, uma vez encaminhado a Biblioteca deste Poder. ultrapassadas todas as fases processuais e exercido ou Atenciosamente, – Desembargadora Izaura Maia, não o direito a ampla e irrestrita defesa por Exmº Sr. Se- Presidente. nador Renan Calheiros, Presidente do Senado Federal 03126 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 todos os interessados, este Tribunal levará ao conheci- mente, serão objeto de Inspeções Especiais, já por mim mento de Vossa determinadas, e adoção de idênticas providências. Excelência e, quando couber, das demais auto- ridades acerca da decisão final adotada, no que lhe Colho o ensejo para apresentar a V. Exª os pro- compete, relativamente à matéria. testos de minha consideração e elevado apreço. José No que diz respeito às Prefeituras de Saquarema e São José de Ubá informo Vossa Excelência de que, igual- Maurício de Lima Nolasco, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) Art. 52. Compete privativamente ao Se- – Os expedientes lidos, juntados ao processado do nado Federal: Requerimento nº 77, de 2006–CN (CPMI das Ambu- ...... lâncias), vão à publicação. IV – aprovar previamente, por voto secre- Sobre a mesa, proposta de emenda à Constitui- to, após argüição em sessão secreta, a escolha ção que passo a ler. dos chefes de missão diplomática de caráter permanente, e a dos de missão diplomática É lida a seguinte: de caráter transitório incumbida de negociar ou firmar tratados internacionais de criação de PROPOSTA DE blocos econômicos ou de adesão a estes. EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 9, DE 2007 ...... Altera a redação do inciso IV do art. Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vi- 52 da Constituição Federal, para incluir os gor na data de sua publicação. chefes de missões diplomáticas de cará- ter transitório, incumbidas das funções Justificação que específica, entre as autoridades cuja A adesão de uma Nação a bloco econômico e sua escolha seja aprovada previamente pelo permanência neles é, modernamente, tema da maior Senado Federal, por voto secreto, após ar- magnitude. Seja no plano internacional, seja no plano güição em sessão secreta. da política interna, a integração econômica é, pela sua As Mesas da Câmara dos Deputados e do Se- natureza avassaladora, algo que transcende ao que um nado Federal, nos termos do § 3º do art. 60 da Cons- dia convencionou-se chamar “política externa”. tituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao Se é certo que nas democracias modernas in- texto constitucional: cumbe exclusivamente ao Poder Executivo a condução Art. 1º O inciso IV do art. 52 da Constituição Fe- da política externa, mediante o controle do Poder Le- deral passa a vigorar com a seguinte redação: gislativo, não é concebível que o Congresso Nacional Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03127 brasileiro esteja alheio aos trâmites de negociação e ser institucionalmente proporcionado pela presente assinatura de tratados internacionais voltados para a proposta de emenda à Constituição. adesão ou criação de blocos econômicos. Vale salientar que, no Direito Constitucional com- O numerosos e diversificados temas eminente- parado, a figura da outorga senatorial para escolha de mente congressuais, por dizerem respeito ao dia-a-dia negociadores como os aqui referidos não é nenhuma do cidadão-contribuinte e derivarem das decisões dos novidade, tendo recentemente o Senado norte-ameri- blocos econômicos, por si só justificariam a ingerência cano aprovado o nome do Sr. Robert Zoellik para ser titular do órgão encarregado da gestão do comércio do Poder Legislativo na escolha de nossos negociado- exterior – USTR, United States Trade Representative res nacionais, conforme prevê o projeto. – estando, atualmente, sob a apreciação do Legislati- A obsolescência da separação entre política ex- vo o nome de seu vice-encarregado, Sr. Peter Allgeier, terna e interna, a partir dos blocos econômicos, é fato também indicado pelo Presidente George W. Bush. que dispensa demonstração. Por conseguinte, não há Cumpre também aduzir que o projeto procurou ser por que ficar o Congresso Nacional alheio ao processo bastante abrangente, pois prevê tanto a negociação como de tomada de decisões de tantas e tão conseqüentes a firma de tratados destinados à criação de blocos econô- repercussões, como as que ocorrem na construção das micos, o que, pelo Direito dos Tratados, constitui momentos zonas de livre comércio, uniões aduaneiras, mercados distintos do ato jurídico complexo em que se constitui. comuns e uniões monetárias. Destacando seu grande sentido de convalidação A criação de uma zona de livre comércio hemis- democrática, ao co- responsabilizar o Poder Legislativo, férica, como se antevê no projeto de criação da Alca, em setor tão vital das modernas relações interestatais, bem como eventuais mudanças no Mercosul, ou mes- e da própria condução da política interna, estamos con- mo ainda um estreitamento das relações comerciais victos que o Projeto, sobretudo por sua oportunidade com a União Européia, são, por exemplo, passos que e conveniência, atende aos interesses nacionais. não podem prescindir de uma interação mais efetiva Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. – Os- entre os Poderes Executivo e Legislativo, o que pode mar Dias. 03128 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03129

LEGISLAÇÃO CITADA III – aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de: TÍTULO IV a) magistrados, nos casos estabelecidos nesta Da Organização dos Poderes Constituição; b) Ministros do Tribunal de Contas da União in- CAPÍTULO I dicados pelo Presidente da República; Do Poder Legislativo c) Governador de Território; Seção IV d) presidente e diretores do Banco Central; Do Senado Federal e) Procurador-Geral da República; f) titulares de outros cargos que a lei determi- Art. 52. Compete privativamente ao Senado Fe- deral: nar; I – processar e julgar o Presidente e o Vice-Pre- IV – aprovar previamente, por voto secreto, após sidente da República nos crimes de responsabilidade, argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de bem como os Ministros de Estado e os Comandantes missão diplomática de caráter permanente; da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes V – autorizar operações externas de natureza fi- da mesma natureza conexos com aqueles; nanceira, de interesse da União, dos Estados, do Dis- II – processar e julgar os Ministros do Supremo trito Federal, dos Territórios e dos Municípios; Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de VI – fixar, por proposta do Presidente da Repú- Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, blica, limites globais para o montante da dívida con- o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral solidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e da União nos crimes de responsabilidade; dos Municípios; 03130 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 VII – dispor sobre limites globais e condições para O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco/ as operações de crédito externo e interno da União, PSB – SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de Presidente, gostaria de falar pela Liderança do PSB. suas autarquias e demais entidades controladas pelo O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) poder público federal; – V. Exª está inscrito. VIII – dispor sobre limites e condições para a con- O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS) – Pela or- cessão de garantia da União em operações de crédito dem de chegada, entendo que o Senador César Borges externo e interno: dever ser o primeiro, e eu devo ser o segundo. IX – estabelecer limites globais e condições para O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) – E eu o ter- o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Dis- ceiro. trito Federal e dos Municípios; O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) X – suspender a execução, no todo ou em parte, – Concedo a palavra ao Senador César Borges, pela de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva ordem. do Supremo Tribunal Federal; O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA. Pela ordem. XI – aprovar, por maioria absoluta e por voto se- Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, como os de- creto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da mais colegas, quero inscrever-me para uma comuni- República antes do término de seu mandato; cação inadiável antes da Ordem do Dia. XII – elaborar seu regimento interno; O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) XIII – dispor sobre sua organização, funciona- – V. Exª é o primeiro inscrito, e, em seguida, o Sena- mento, polícia, criação, transformação ou extinção dor Paulo Paim. dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e Pela ordem, concedo a palavra ao Senador Mão a iniciativa de lei para fixação da respectiva remune- Santa. ração, observados os parâmetros estabelecidos na lei O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI. Pela ordem. Sem de diretrizes orçamentárias; revisão do orador.) – Peço minha inscrição para uma XIV – eleger membros do Conselho da Repúbli- comunicação inadiável para falar, se fosse possível, até ca, nos termos do art. 89, VII. agora mesmo, dependendo da sua generosidade. XV – avaliar periodicamente a funcionalidade do O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus – Senador Mão Santa, V. Exª é o terceiro inscrito. componentes, e o desempenho das administrações O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT – AC) – Sr. tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal Presidente, pela ordem. e dos Municípios. O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos – Com a palavra o Senador Sibá Machado. I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribu- O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT – AC. Pela nal Federal, limitando-se a condenação, que somente ordem. Sem revisão do orador.) – Em primeiro lugar, será proferida por dois terços dos votos do Senado quero pedir a minha inscrição, se possível, como pri- Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito meiro suplente para uma comunicação inadiável. Acre- anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo dito que não vai acontecer, mas, se porventura houver das demais sanções judiciais cabíveis. alguma emergência que algum dos Senadores tenha que atender, inscreva-me para falar, Sr. Presidente. (À Comissão de Constituição, Justiça e Em segundo lugar, Sr. Presidente, quero fazer o Cidadania.) registro da presença de uma pessoa que muito admiro: O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) Arnaud Rodrigues. Ele fez uma dupla com Chico Anísio, – A Proposta de Emenda à Constituição que acaba de em “Baiano e Os Novos Caetanos” – lançaram discos ser lida está sujeita às disposições constantes dos arts. naquele período do início da década de 70 –, e, neste 354 e seguintes do Regimento Interno. momento, visita o Senado Federal. Reside atualmente A matéria será publicada e remetida à Comissão em Palmas, no , e deixou muita saudade; foi de Constituição, Justiça e Cidadania. um dos brilhantes humoristas do programa “A Praça Há oradores inscritos. é Nossa”, junto com Carlos Alberto, no SBT. O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco/ Agora, gostaria muito de convidar o Senador Paulo PSB – SE) – Sr. Presidente, pela ordem. Paim, se pudesse me dar a honra, bem como os de- O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – mais Senadores, para que pudéssemos tirar uma foto AP) – Tem a palavra V. Exª, Senador Antonio Carlos com Arnaud Rodrigues para registrar este momento Valadares. aqui no Senado Federal. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03131 Muito obrigado. criação do Fundo de Investimento em Infra-Estrutura O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) com recursos do FGTS. A minha discordância não é – É importante esse registro, Senador Sibá Machado. com o objetivo, mas, sim, em relação ao caminho es- Nós ficamos honrados com a visita desse grande artis- colhido. ta brasileiro, solidários ao registro de V. Exª, e também Concordo plenamente com a utilização dos re- cumprimentamos o grande artista Arnaud Rodrigues. cursos do FGTS para investimento na área de infra- O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) – Sr. Presiden- estrutura. Mas não vejo necessidade de ser criado um te, peço a palavra pela ordem. fundo de investimento específico para tal fim. Entendo O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) que esse investimento deveria seguir a mesma siste- – Tem V. Exª a palavra. mática existente para os investimentos em habitação O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI. Pela ordem. Sem e saneamento. O Conselho Curador do FGTS fixaria revisão do orador.) – É picante ter como suplente aqui periodicamente um montante de recursos a ser apli- de comunicação o Senador Sibá Machado, porque ele cado em infra-estrutura, e tais financiamentos seriam torna os efetivos Ministros. Na certa, vai sair um dos concedidos diretamente pela Caixa Econômica Fede- três aqui Ministro deste País. ral. O risco do investimento em infra-estrutura seria O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) da Caixa Econômica Federal – CEF, porque, sendo – O Senador Sibá Machado deve acreditar sempre na ela uma instituição financeira de fomento, tem por suplência. obrigação avaliar a pertinência e a qualidade de um Há oradores inscritos. projeto, a confiabilidade e a capacidade de pagamen- Concedo a palavra ao Senador Francisco Dor- to do credor. nelles, sem prejuízo da ordem de inscrições, que fez Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não estou uma permuta com a Senadora Serys Slhessarenko. Em propondo nenhuma novidade: sugiro seguir o mesmo seguida, pela Liderança do PSB, fará uso da palavra rito adotado pelo FAT, o Fundo de Amparo ao Traba- o Senador Antonio Carlos Valadares. lhador, que empresta recursos ao BNDES. O Banco O SR. FRANCISCO DORNELLES (Bloco/PP usa os recursos do FAT para conceder financiamen- – RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do tos em infra-estrutura e é inteiramente de seu risco orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero avaliar as operações e os tomadores do crédito. Se o fazer um pronunciamento sobre a constituição do fundo BNDES fizer um mau negócio, ele é que arca com os de investimento com recursos do FGTS. prejuízos. O FAT, ou melhor, o patrimônio do conjunto Inicialmente, quero manifestar o meu apoio ao dos trabalhadores nunca está em jogo. PAC, lançado pelo Governo Federal, que se tornou tema Quero colocar a seguinte questão: por que o obrigatório de todos os debates do momento, desper- BNDES pode assumir o risco dos financiamentos que tando sugestões, apoios, críticas, mas ocupando um concede a investimentos em infra-estrutura com os grande vazio até estão existente no cenário político e recursos dos trabalhadores oriundos do fundo cole- econômico do País. tivo, o FAT, e a Caixa Econômica Federal não pode Concordo plenamente com a filosofia do Pro- assumir exatamente os mesmos riscos quando con- grama. Pelo PAC, o Governo Federal transmite a sua ceder empréstimos também para infra-estrutura e preocupação com a estagnação da economia, mostra tendo como fonte os recursos oriundos também dos a sua disposição de retomar o processo de crescimen- trabalhadores? to, prioriza o investimento. É sinalizado também que O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT – RS) – Senador a poupança governamental resultante da redução da Francisco Dornelles, permita-me V. Exª um aparte, no taxa de juros será aplicada no incremento do investi- momento que entender o mais adequado? mento público e na desoneração fiscal de alguns se- O SR. FRANCISCO DORNELLES (Bloco/PP tores produtivos. – RJ) – Concedo um aparte a V. Exª. Neste contexto, os investimentos anunciados O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT – RS) – Senador pelo PAC na área das ferrovias, rodovias, portos e Dornelles, quero, primeiramente, cumprimentar V. Exª aeroportos, no campo energético, na habitação e no por sua história. Tive a alegria de ser Deputado Federal saneamento são prementes e focalizam gargalos de junto com V. Exª e a alegria – eu diria – de desfrutar do estrangulamento sem cuja eliminação o País não con- tempo em que V. Exª foi Ministro do Trabalho, durante segue retomar o processo de crescimento. o qual dialogamos inúmeras vezes sobre tema seme- Embora considerando o PAC um programa bem lhante a este. V. Exª falava comigo antes de ir à tribuna apresentado e que exige urgente implementação, de- e me informava sobre esse caminho que está apon- sejo demonstrar a minha discordância em relação à tando. Quero dar-lhe meus cumprimentos, porque, há 03132 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 mais de três meses, venho insistindo que o trabalhador O SR. FRANCISCO DORNELLES (Bloco/PP tem de ter algum tipo de garantia. Não sabia bem qual – RJ) – Muito obrigado, Senador César Borges. o caminho. Quando o Presidente da República solicitou Eu queria reiterar a minha concordância com a estudo no sentido de que o trabalhador não arriscasse aplicação dos recursos do FGTS em infra-estrutura. seu Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, veio a Mas acho a criação do Fundo de Investimento um idéia do Fundo, mas percebo que o caminho apontado precedente perigoso e desnecessário. Como justifi- por V. Exª, lembrando o procedimento já adotado no car que a poupança do trabalhador seja aplicada em FAT, é o mais adequado. Não vou tirar o seu tempo; operações de risco, sem prévia autorização do próprio só quero cumprimentá-lo por essa iniciativa. Espero trabalhador? que o Governo ouça sua sugestão, equilibrada e tran- Existe ainda um detalhe obscuro na Medida Provi- qüila, que vai assegurar, efetivamente, uma garantia sória. Os recursos transferidos do FGTS para o Fundo de que o investimento feito em obra de infra-estrutura de Investimento não vão ser aplicados em 24 horas, pela Caixa Econômica Federal não vá ferir em nada o nem em 30 dias, nem em 60 dias. O Fundo não diz a FGTS do trabalhador. Cumprimento-o pela iniciativa. quem será apropriada a remuneração dos recursos Fiz uma emenda, mas a sua proposta está bem melhor do FGTS transferidos à Caixa, enquanto eles não fo- do que as propostas que vi até o momento, inclusive a rem aplicados. minha, para proteger o trabalhador, para que não fique Eu gostaria de esclarecer. Hoje, os recursos do alvo de algum risco. Parabéns a V. Exª. FGTS depositados na Caixa, enquanto não investidos O SR. FRANCISCO DORNELLES (Bloco/PP em habitação e saneamento, são aplicados em títulos – RJ) – Muito obrigado, Senador. do Tesouro e sua remuneração pertence ao FGTS. A O Sr. César Borges (PFL – BA) – Senador Dor- Medida Provisória nº 349 é omissa em relação à remu- nelles, V. Exª me concede um aparte? neração dos recursos do FGTS transferidos ao Fundo O SR. FRANCISCO DORNELLES (Bloco/PP de Investimento, enquanto não investidos. – RJ) – Concedo um aparte a V. Exª. Senador César Borges, a Medida Provisória nº O Sr. César Borges (PFL – BA) – Senador Dor- 349 autoriza também a aplicação de 80% do patrimônio nelles, inicialmente, agradeço a V. Exª pelo aparte, líquido do FGTS contabilizado em dezembro de 2006 mas quero, em primeiro lugar, saudar V. Exª, que tem nesse Fundo de Investimento, o que corresponde a toda uma longa vida pública de serviços a este País cerca de R$16 bilhões. e chega aqui representando o seu Estado do Rio de Seria importante que o Conselho Curador veri- Janeiro, engrandecendo este Senado. Uma demons- ficasse a existência ou não, no FGTS, de um passivo tração clara disso é a profundidade desse seu pronun- não contabilizado referente aos expurgos, que hoje ciamento, dizendo, em primeiro lugar, da necessidade aparece no seu balanço como ativo diferido. de o País crescer, porque, lamentavelmente, decorri- A Lei Complementar nº 110/2001, que homolo- dos quatro anos do atual Governo, ainda não tivemos gou o Acordo, permitindo que, aproximadamente, 32 o crescimento, haja vista o PIB que hoje é colocado milhões de trabalhadores recebessem R$40 bilhões, para conhecimento da Nação brasileira, muito abaixo definiu um prazo de 15 anos para essa contabilização. das expectativas iniciais do Governo no ano passado. Mesmo a Caixa tendo acelerado essa amortização para Em segundo lugar, V. Exª disse que vamos fazer algu- 11 anos, ainda faltam seis anos para que esse montante ma coisa, temos o PAC. Espero que seja uma política seja totalmente contabilizado e, portanto, para que o correta, acertada e que o Governo leve a cabo o PAC patrimônio líquido do FGTS seja de fato real. para que volte ao País o crescimento tão desejado e tão Para finalizar, Sr. Presidente, desejo reiterar o meu necessário. Em terceiro lugar, mostra sua preocupação apoio ao PAC por considerá-lo um esforço importante com o FGTS, que é fundamental. Fiz um requerimen- para a elevação do nível de investimento, condição bá- to pedindo, inclusive, as demonstrações contábeis do sica para a retomada do processo de crescimento. FGTS relativas a 2006, que nós ainda não temos. Concordo com a aplicação dos recursos do FGTS O SR. FRANCISCO DORNELLES (Bloco/PP em infra-estrutura, mas, como já disse, discordo do – RJ) – Vou comentar esse assunto, Senador. caminho escolhido, isto é, da criação de um Fundo de O Sr. César Borges (PFL – BA) – Exatamente. Investimento com recursos do FGTS. Então, queria parabenizá-lo por sua preocupação, por Entendo que os recursos do FGTS aplicados em sua linha correta de raciocínio. Precisamos preservar infra-estrutura devem seguir a mesma sistemática dos esse patrimônio, que é um patrimônio do trabalhador aplicados em habitação e saneamento, isto é, aplicação brasileiro. Parabéns e muito obrigado por me conce- por intermédio da Caixa Econômica Federal, a quem der o aparte. caberia o risco da operação. Assim, daríamos o mesmo Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03133 tratamento que já vale para o FAT e os seus recursos que a mortalidade por armas de fogo cresceu 23,6% destinados igualmente a infra-estrutura, por intermédio nos anos pretéritos no meu Estado, , segundo dos financiamentos concedidos pelo BNDES. dados do Núcleo de Estudos da Violência, da Univer- Entretanto, caso o Fundo de Investimento em sidade de São Paulo, publicado em seu relatório anual Infra-Estrutura com recursos do FGTS seja criado, sobre violência por armas de fogo. dever-se-ia estabelecer que a remuneração dos re- O debate sobre a segurança pública no Brasil cursos desse Fundo, enquanto não investidos em parece provocar um racha na sociedade. De um lado, infra-estrutura, fossem alocados ao FGTS e nunca os que querem o aumento das sanções e o agrava- utilizados para a capitalização da CEF com recursos mento das sanções penais, assunto agora ilustrado dos trabalhadores. pelo debate sobre a redução da maioridade penal Muito obrigado, Sr. Presidente. dos dezoito para dezesseis anos. Do outro lado, os O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) que dizem que, antes de tudo, os problemas são de – Obrigado, Senador. natureza social e que não dá para colocar do lado de O SR. ELISEU RESENDE (PFL – MG) – Sr. fora da questão a pobreza e tampouco a ausência de Presidente, peço a palavra, em nome da Liderança aparelhos públicos que não permitem o gozo da cida- do PFL. dania por muitos brasileiros. O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) Quem tem razão? Acho que os dois lados estão – Senador Eliseu Resende, V. Exª fará uso da pala- certos! Não é possível acreditar que o agravamen- vra, pela Liderança do PFL, após o Senador Antonio to das sanções penais, por si só, irá resolver todo o Carlos Valadares, visto que S. Exª se inscreveu antes problema da violência. Não é possível acreditar que de V. Exª. o mero aumento do encarceramento dos jovens que O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Blo- cometem atos de violência no Brasil resolverá a ques- co/PSB – SE. Pela Liderança do PSB. Sem revisão do tão da criminalidade. Por outro lado, também não dá orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, volto para acreditar que o complexo e precário sistema de à tribuna para tratar de um tema que hoje domina as proteção social brasileiro, ao tornar-se efetivo e garan- discussões no Congresso Nacional. Inclusive, hoje tive- tidor da cidadania, vá fazer acabar a violência. Refiro- mos uma reunião muito movimentada na Comissão de me à violência brutal, aquela criminalidade hedionda, Constituição, Justiça e Cidadania, quando Senadores desumana, fruto da falta de coesão social, de crimes decidiram que a proposta da maioridade penal será ob- animalizados dos tipos a que já me referi. jeto de estudo, durante 45 dias, de um grupo formado Colocar a questão da violência somente como por seis Senadores e presidido pelo atual Presidente um problema social é não discutir sobre as questões da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, mais pontuais, específicas e focalizadas de uma polí- Senador Antonio Carlos Magalhães. Trata-se de uma tica de segurança pública, de uma reforma penal e do proposta de autoria do Senador Tasso Jereissati, do sistema legal sobre a matéria. Todavia, e faço questão Estado do Ceará. de deixar bem claro, com isso não estou desprezan- Sr. Presidente, ainda sob o impacto do aumento do o fator social como imperioso para a redução da da violência e do debate sobre a redução da maiori- criminalidade. dade penal volto à tribuna desta Casa. O aumento da São vários e inúmeros dados que indicam a cor- violência está no nosso cotidiano e isto causa, sem relação entre a criminalidade violenta e a pobreza, com dúvida alguma, repulsa na sociedade. A incapacidade a apresentação de todos os índices diferenciados de do Poder Público em responder e combater o crime renda, escolaridade e desemprego para os jovens não causa indignação. Ver a impunidade dos bandidos, se- brancos, favelados ou simplesmente pobres, entre os jam eles engravatados ou descalços, provoca revolta quais as taxas de homicídio são muito altas. de toda a sociedade. Srªs e Srs. Senadores, de fato, o chamado “Mapa O aumento da violência assola o Brasil. Não são da violência IV: os jovens do Brasil”, publicado pela somente os dados e as estatísticas que mostram o au- Unesco em junho de 2006, indica que, entre 1980 e mento da violência, mas o nosso cotidiano. Não preciso 2002, a taxa de vítimas por homicídio entre os homens aqui citar o caso do PCC em São Paulo, a guerra entre jovens quase duplicou nesse período, passando de 30 milícias no Rio de Janeiro, o crime desumano contra o mortes para cada 100 mil habitantes em 1980 para 54,5 garoto João Hélio, arrastado do lado de fora do carro para cada 100 mil habitantes em 2002. A taxa entre os enquanto bandidos fugiam, ou, ainda, o incêndio de não jovens permaneceu quase estável, pois passou de um ônibus lotado, com a morte de duas crianças, e o 21,3 para cada 100 mil habitantes em 1980 para 21,7 de um carro com a família presa dentro. Isso sem falar para cada 100 mil habitantes em 2002. 03134 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Levando-se em conta a cor ou a raça, a com- g) determinação de que as empresas provação da vinculação entre criminalidade e pobre- de telefonia celular bloqueiem o sinal nas pri- za, Sr. Presidente, é acentuada. O mesmo estudo da sões. Unesco, ao agrupar os jovens negros, pardos ou in- Sr. Presidente, encontram-se em tramitação na dígenas, classificando-os como negros, indica que a Câmara e no Senado vários e vários projetos que taxa de homicídio entre os jovens brancos é de 20,6 devem ser apreciados. Acredito que, por meio dessa por 100 mil habitantes, enquanto a taxa de homicídio subcomissão que agora foi organizada pela Comissão dos jovens negros é de 34 para cada 100 mil – isto é, de Constituição, Justiça e Cidadania, possamos conso- 65,3% superior. lidar esses projetos e transformá-los numa proposição O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT – AC) – Sena- que venha contribuir decisivamente para o combate dor Antonio Carlos Valadares, permite-me V. Exª um à violência em nosso País. Devemo-nos lembrar não aparte bem rápido? só dos jovens que têm menos de 16 anos, afinal de O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) contas a criminalidade não está apenas nessa faixa. A – Senador Antonio Carlos Valadares, peço-lhe com- criminalidade está em todas as faixas etárias do Brasil, preensão, pois seu tempo já se esgotou. V. Exª pode porque a violência aumentou assustadoramente, e é concluir seu discurso. Entretanto, o Regimento não preciso que tomemos providências urgentes, imediatas, permite mais apartes. para proporcionar ao Poder Judiciário o instrumento O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT – AC) – Preciso indispensável para punir os culpados e combater a de 10 segundos. violência, transformando o Brasil num país mais se- O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco/ guro e tranqüilo. PSB – SE) – O Regimento não o permite. SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO DO O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – SR. SENADOR ANTONIO CARLOS VALA- AP) – Peço a V. Exª, visando não prejudicar os outros DARES. oradores, que entenda, como tem sido seu hábito, a O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (PSB questão da ordem da Mesa. Obrigado. – SE. Sem apanhamento taquigráfico.) – Sr. Presiden- Com a palavra, o Senador Antonio Carlos Va- te, Srªs e Srs. Senadores, volto à tribuna para tratar do ladares. tema sobre a segurança pública, ainda sob o impacto O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Blo- do aumento da violência e do debate sobre a redução co/PSB – SE) – Sr. Presidente, vou passar para fren- da maioridade penal. O aumento da violência está no te o discurso, a fim de me encaminhar para o fim do nosso cotidiano, e isto causa repulsa na sociedade. A pronunciamento. incapacidade do Poder Público em responder e com- Evidentemente, diversas medidas devem ser ur- bater o crime causa a indignação. Ver a impunidade gentemente aprovadas ou efetivadas, tais como: dos bandidos, sejam eles engravatados ou descalços, a) a efetivação de um órgão central que provoca a revolta de toda a sociedade. possa coordenar os recursos e ações federais, O aumento da violência assola o Brasil. Não é melhorar as condições das polícias estaduais somente os dados e as estatísticas que mostram o au- e articular programas sociais; mento da violência, mas o nosso cotidiano: não preciso b) promover um desenvolvimento de or- aqui citar o caso do PCC em São Paulo, a guerra entre ganização, de gestão e de processos eficien- milícias no Rio de Janeiro, os crimes desumanos do tes para que a Secretaria Nacional de Segu- garoto João Hélio, arrastado pelo lado de fora do carro rança Pública possa fazer o planejamento e enquanto bandidos fugiam, ou ainda, o incêndio de um a execução; ônibus lotado (com a morte de duas crianças) e o de c) implantação efetiva de um programa um carro com a família presa dentro. Isso sem falar que de proteção e defesa das fronteiras, susten- a mortalidade por armas de fogo cresceu 23,6% nos tando a permeabilidade do tráfico de armas anos pretéritos em meu estado de Sergipe, segundo e drogas; dados do “núcleo de estudo da violência, da Universi- d) incentivar o programa de proteção das dade de São Paulo” publicado em seu relatório anual testemunhas; sobre violência por armas de fogo. e) adotar varas e processos especiais Sr. Presidente, o debate sobre a segurança públi- contra crimes organizados; ca no Brasil parece provocar um racha na sociedade. f) transformação da Força Nacional de De um lado, os que querem o aumento e agravamento Segurança Pública na tropa regular; das sanções penais, agora ilustrado pelo debate sobre Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03135 a redução da maioridade penal dos 18 para 16 anos. como negros, indica que a taxa de homicídio entre os Do outro lado, os que dizem que os problemas são, jovens brancos é de 20,6 por cada cem mil habitantes, antes de tudo, de natureza social e não dá para colocar enquanto que a taxa de homicídios dos jovens negros do lado de fora da questão a pobreza e a ausência de é de 34 para cada cem mil, isto é, 65,3% superior. aparelhos públicos que não permitem o gozo da cida- Ainda mais significativa é a escolaridade dos jo- dania de muitos brasileiros. vens que morrem assassinados no Brasil. Segundo a Quem tem razão? Os dois lados estão certos! Organização Não-Governamental Viva Rio, os jovens Senhoras e senhores Senadores, não é possível acre- com 4 a 7 anos de escola são os que mais morrem ditar que o agravamento das sanções penais, por si só, irá resolver todo o problema da violência. Não é assassinados no país. Todavia, tal estudo foi feito ape- possível acreditar que o mero aumento do encarcera- nas no Estado do Rio. Pesquisa similar foi feita em São mento dos jovens que cometem atos de violência no Paulo, pela PUC, restrita à Região Metropolitana de Brasil resolverá a questão da criminalidade. Por outro São Paulo, que apontou que a taxa de homicídio para lado, também não dá para acreditar que o complexo os homens com mais de 12 anos de estudo é de 40 e precário sistema de proteção social brasileiro, ao para cada cem mil habitantes e os homens com es- tornar-se efetivo, e garantidor da cidadania, vá fazer colaridade zero a 3 anos de estudo tem taxa de 454 acabar a violência, falo da violência brutal – aquela por cada cem mil habitantes, ou seja, ela é 41 vezes criminalidade hedionda, desumana, fruto da falta de maior. Em outro estudo, de cada 100 homicídios com coesão social, de crimes animalizados dos tipos que escolaridade informada, 80 vítimas (80%) não tinham já me referi, como do garoto João Hélio, do incêndio concluído o primeiro grau, 17 tinham de 8 a 11 anos à ônibus lotado, com morte de crianças ou da família de estudo e apenas 3 tinham concluído pelo menos o presa no carro enquanto os bandidos fugiam. primeiro ano do curso superior. Sr. Presidente, colocar a questão da violência so- Portanto, Sr. Presidente, não estou querendo mente como um problema social é não discutir sobre menosprezar a correlação pobreza e criminalidade, as questões mais pontuais, específicas, focalizadas apenas também não quero desprezar a questão da im- de uma política de segurança pública, de uma refor- punidade: um bandido é condenado, definitivamente, a ma penal e do sistema legal sobre a matéria. Todavia, 30 anos de prisão e por ter bom comportamento pode e faço questão de deixar claro, com isso não estou cumprir apenas 1/6 da pena, ou seja, 5 anos. Aí não desprezando o fator social como imperioso para a re- dá senhoras e senhores Senadores, isso é desprezar dução da criminalidade. São vários e inúmeros dados a razão da sanção penal. Não falo da sanção penal, que indicam a correlação entre a criminalidade violenta de caráter meramente jurídico, mas da representação e a pobreza, com a apresentação de todos os índices de que essa sanção expressou o pacto social firmado diferenciados de renda, escolaridade e desemprego pela sociedade, ou seja, a lei que a sociedade firmou para os jovens não brancos, favelados ou simples- para viver conjuntamente – trata-se de uma simbologia mente pobres, entre os quais as taxas de homicídios da coesão social brasileira. são muito altas. Contudo, é preciso não idealizar as leis. É preciso Sras. e Srs. Senadores, de fato, o chamado “Mapa não sonhar que o agravamento das penas irá resolver o da Violência IV: os jovens do Brasil”, publicado pela problema da violência porque supostamente a lei com- UNESCO em junho de 20061 indica que entre 1980 bate e pune os criminosos. E, por outro lado, o mais importante: é preciso não fazer da criminalidade que a 2002 a taxa de vítimas por homicídios entre os ho- decorre de uma questão social um caso de polícia! mens jovens quase duplicou nesse período, passando Srªs e Srs. Senadores, as duas correntes não de 30 mortes para cada cem mil habitantes em 1980, precisam se digladiar, afinal ambas estão juntas contra para 54,5 por cada cem mil habitantes em 2002. A taxa o aumento da violência. Elas estão discutindo a forma entre os não jovens permaneceu quase estável, pois de como combater o aumento da violência, viabilizando passou de 21,3 para cada cem mil habitantes em 1980 uma efetiva segurança pública. E creio que em vários para 21,7 para cada cem mil em 2002. pontos as duas maneiras de combater o aumento da Levando-se em conta a cor ou raça a compro- violência não se excluem, pelo contrário, muitas vezes vação da vinculação entre criminalidade e pobreza é até se completam. acentuada: o mesmo estudo da UNESCO, ao agrupar 1 Publicado pelo “Cadernos Fórum Nacional n. 5”, do Instituto os jovens negros, pardos ou indígenas, classificando-os Nacional de Altos Estudos (INEA) 03136 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 No específico campo da reforma da legislação Evidentemente que diversas outras medidas de- penal2, de fato, existem alguns projetos em tramitação vem ser, urgentemente, aprovadas ou efetivadas, tais no Congresso que se aprovados atingem a questão da como: segurança pública de modo muito mais direto e eficaz a) a efetivação de um órgão central que do que a redução da maioridade penal. É o caso do PL possa coordenar os recursos e ações federais, 4207/2001, pendente de apreciação pelo Plenário da melhorar as condições das polícias estaduais Câmara dos Deputados, que prevê o aceleramento da e articular programas sociais de prevenção; tramitação do processo penal através da unificação das b) promover um desenvolvimento de or- audiências para ouvir as testemunhas de acusação e ganização, de gestão e de processos eficientes defesa (hoje são realizadas em momentos distintos) e para que a Secretaria Nacional de Seguran- a citação por ora certa, que evita que o processo fique ça Pública (SENASP) possa fazer o planeja- parado enquanto espera-se a citação do réu. mento e a execução de operações eficazes, lidando com conflitos e uso de força, inclusive Ou o PL nº 4.203/2001, também pendente no se articular com processos de relacionamento Plenário da Câmara, que prevê uma melhor raciona- comunitário, via sociedade civil organizada, e lização do Tribunal do Júri, com a unificação de au- outras agências do poder público, como Polícia diências para ouvir testemunhas, a previsão de que Federal, Polícia Rodoviária, ABIN, etc. os atos do processo só serão adiados por motivos c) implantação efetiva de um programa excepcionais e a supressão do protesto por novo júri, de proteção e defesa das fronteiras, sustan- por ser injustificável um recurso que tenha como úni- do a permeabilidade do tráfico de armas e co fundamento o tamanho da pena aplicada, no caso, drogas; qualquer pessoa que for condenado, pelo tribunal do d) incentivar o programa de proteção das júri, a mais de 20 anos de prisão, tem automático di- testemunhas; reito a um outro julgamento. e) adotar varas e processos especiais O PL nº 4208/2001, pendente no Plenário da contra o crime organizado, inclusive assegu- Câmara, possibilita outras possibilidades do Judiciá- rando o anonimato dos juízes, promotores e rio expedir liminar para evitar o atraso do processo por agentes da segurança pública envolvidos; causa de medidas protelatórias do réu. Assim, o PL f) transformação da Força Nacional de Segurança Pública numa tropa regular; quer possibilitar que o juiz possa expedir liminar para g) Determinação de que as empresas garantir a ordem processual, como a prisão domiciliar, de telefonia celular bloqueiem o sinal nas pri- retenção de documentos ou suspensão do exercício sões do cargo público. Aliás, recentemente foi aprovado na Câmara dos O crime e a violência já geram grandes e imensos Deputados e, por isso deve ser rapidamente aprecia- problemas nacionais. Ele não pode dividir os homens do aqui no Senado Federal, o PL nº 6.793/2006, que e mulheres de bem que querem o progresso e a plena estabelece que o réu condenado por crime hediondo cidadania. Ora, enquanto se debate qual “o caminho” para conter violência, o crime permanece na sua sina só terá direito à progressão após cumprir 1/3 da pena maléfica de destruir a sociedade. Não existe caminho e não, como hoje em dia, 1/6 da pena. Este Projeto único. , homens e mulheres de bem, buscar visa regulamentar a lei dos crimes hediondos, diante saber quais os pontos em comuns, o que é consenso, do julgamento do Supremo Tribunal Federal que julgou para conter a violência. Podemos e devemos não nos inconstitucional o regime da progressão de regime pri- dividir, para que unidos possamos lutar contra o au- sional dos condenados por crime hediondo. E está nas mento da violência e combater o crime organizado. vias de ser aprovado o PL nº 1.383/2003 que acaba Era o que tinha a dizer. com a chamada prescrição retroativa, mediante a qual Muito obrigado. o tempo da pena de um criminoso começa a contar DOCUMENTO A QUE SE REFERE O a partir do recebimento da denúncia – ou seja, antes SR. SENADOR ANTONIO CARLOS VALA- mesmo de ele ser julgado. DARES EM SEU PRONUNCIAMENTO. 2 Dados colhidos do recente artigo do Ministrio da Justiça, Dr. Márcio (Inserido nos termos do art. 210, inciso Thomaz Bastos, publicado na Folha de São Paulo I e § 2º, do Regimento Interno.) Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03137 03138 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) O projeto nacional de Vargas fora seguido monoto- – Obrigado, Senador Antonio Carlos Valadares. namente por Dutra e foi retomado pelo mesmo Getúlio, Com a aquiescência do Senador Inácio Arruda, em seu período de governo democrático. concedo a palavra ao Senador Eliseu Resende, pela É nesse momento que o Brasil se dá conta de Liderança do PFL, por cinco minutos. que seu ponto fraco era a energia. A energia hidroe- Em seguida, fará uso da palavra o Senador Iná- létrica instalada no Centro-Sul, a área nacional mais cio Arruda, como orador inscrito. dinâmica, não era suficiente para o grande esforço que O SR. ELISEU RESENDE (PFL – MG. Pela Lide- deveríamos realizar. rança do PFL. Com revisão do orador.) – Sr. Presidente, A morte de Vargas desacelerou o movimento, Srªs e Srs. Senadores, subo a esta tribuna do Senado mas a eleição de Juscelino Kubitschek serviu para que da República, para render uma homenagem à empresa fosse retomado com toda a força. Furnas Centrais Elétricas, que completa hoje exata- É assim que, no mesmo ano em que Getúlio mor- mente 50 anos de contribuição para o desenvolvimento re, a empresa de Furnas é concebida. do País. A formação da empresa e a sua constituição O projeto encontrou grandes dificuldades na fase ocorreram em 28 de fevereiro de 1957. dos primeiros e discretos entendimentos, porque envol- Houve quem definisse a história como resultado via os interesses dos dois maiores Estados brasileiros, do encontro do acaso com a necessidade. Mas nem Minas e São Paulo, e o Governo da União. sempre bastam o acaso e a necessidade para o avanço Três anos depois da descoberta do ponto ideal dos homens. Ao acaso e à necessidade é preciso que da barragem, com Juscelino na Presidência da Re- se juntem o sonho e a inteligência, para a descober- pública, o grande estadista aprovava, na residência ta do óbvio desprezado. A represa de Furnas nasceu presidencial de Petrópolis, a constituição da empresa assim: antes que fosse, ela já era. – há exatamente 50 anos. Estava ali, na boca de um desfiladeiro estreito, Passadas estas cinco décadas e constatando que em que as montanhas apertavam o rio Grande. Faltava o Brasil cresceu neste meio século, podemos imagi- apenas alguém que a visse, que a erguesse sobre as nar o que seria do nosso País sem a visão daqueles bases do sonho, antes que as águas fossem subme- grandes homens dos anos 50. tidas às leis da engenharia. Na mesma época nascia a Petrobras. Sem a ener- O episódio é conhecido: o engenheiro Francisco gia elétrica e sem a Petrobras, o Brasil estaria hoje nos Noronha, que fora companheiro de turma de Murilo mesmos níveis de subdesenvolvimento dos países da Mendes, foi encarregado por John Cotrim, então diretor África, se não estivesse em situação pior. técnico da Cemig, de percorrer o rio à procura de pontes Durante essas cinco décadas, construímos novos aproveitáveis para a geração de energia. Essa amiza- portos e modernizamos outros; instalamos a indústria de fez com que o pai de Murilo, o também engenheiro química de base; desenvolvemos a produção de ve- José Mendes Júnior, convidasse Noronha para passar ículos e de navios, e entramos, firmes, na indústria um fim de semana em seu sítio, junto às corredeiras aeronáutica. do rio, conhecidas como Furnas do Rio Grande. (O Sr. Presidente faz soar a campainha.) Ao ver as duas muralhas laterais, de mais de cem metros de altura, os três ficaram assombrados. O SR. ELISEU RESENDE (PFL – MG) – Estou As barragens de Furnas aconteciam diante de seus terminando, Sr. Presidente. olhos, como um sonho de engenheiros. Para tudo isso, contribuiu a energia de Furnas – e Estávamos os brasileiros, naquela metade dos das empresas que vieram em seguida, acompanhan- anos 50, necessitando dramaticamente de energia, a do o ambicioso projeto. Hoje, a geração de energia de fim de saltar para o mundo moderno. Já caminháramos Furnas está articulada ao mais moderno e tecnologica- muito, porque nos empurrava o exemplo dos grandes mente avançado sistema de transmissão e interligação predecessores. O Brasil, ao contrário de muitos pre- das grandes geradoras nacionais. conceitos, vinha avançando com passos firmes desde Furnas foi um sonho de engenheiros, dos en- a segunda metade do século XIX. A grande depres- genheiros Francisco Noronha, José Mendes Júnior, são econômica dos anos 30 dificultou o nosso desen- Murilo Mendes Júnior, John Cotrim, Lucas Lopes, que volvimento. um médico, o Presidente Juscelino Kubitschek, trans- Com o fim da II Grande Guerra e o aproveitamen- formou em realidade. to civil da tecnologia bélica, o Brasil se deu conta de Através de José Pedro Rodrigues de Oliveira, o que devia desenvolver-se rapidamente a fim de não atual Presidente de Furnas, portanto o Presidente do ficar na retaguarda do mundo. Cinqüentenário, também mineiro, cumprimento todos Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03139 aqueles que fizeram e fazem de Furnas essa empresa Temos debatido e discutido entre os Senadores modelo no setor de energia. do Estado do Ceará algo fundamental para nós, que é Quero dizer a todos que me sinto profundamen- o investimento em torno da instalação de uma empre- te orgulhoso por ser engenheiro, por ser mineiro, por sa siderúrgica naquele Estado. Às vezes me pergun- ser brasileiro e por ter tido o privilégio de participar da tam se há ferro no Estado do Ceará. Senador Eliseu historia de Furnas. Resende, V. Exª, que é da terra do ferro, do triângulo Muito obrigado, Sr. Presidente. mineiro, imagine, eu disse que o ferro existente não O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) daria para uma rodada de auto-forno. – Obrigado, Senador Eliseu Resende. E a siderúrgica que nós pretendemos é uma si- O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT – AC) – Sr. derúrgica moderna, uma siderúrgica com redução a Presidente, peço a palavra pela ordem. gás. E me perguntam se há gás no Ceará. Não, não O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) há. O Ceará, ao contrário, é um semi-árido particular, – Com a palavra pela ordem o Senador Sibá Macha- é um cristalino, 80% do território está em cima de um do. cristalino. Não é fácil. Temos que rir, fazer graça para O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT – AC. Pela or- não chorar. E olha que temos que ter muito humor. dem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, peço a Ali não é fácil não. Há humorista do Ceará espalhado minha inscrição para falar pela liderança do PT, e farei por todo o território nacional e em muitas partes do chegar a autorização às mãos de V. Exª. mundo, porque não é fácil sobreviver em cima de um O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) cristalino. – V. Exª está inscrito, pela liderança do PT. No momen- É uma luta dura a do povo cearense para mate- to oportuno, V. Exª será chamado. Agora fará uso da rializar projetos dessa ordem, dessa natureza, esses palavra o Senador Inácio Arruda, já anunciado; em se- sonhos. Lembro-me de que o pólo denominado metal guida, o Senador César Borges, também já anunciado, mecânico do Ceará era o sonho de um ex-Senador para uma comunicação inadiável; e após o Senador da República do meu Estado, Senador da República César Borges, V. Exª fará uso da palavra. e Governador por duas vezes, um engenheiro chama- O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB – CE. do Virgílio Távora, que queria construir um Pólo Metal Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) Mecânico no Ceará, e sonhava com uma siderúrgica, – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nesta tarde, porque via as condições difíceis daquele Estado. Ele pretendo tratar de questões que considero importan- dizia: “Como desenvolver? Como atender oito milhões tíssimas e que estão ligadas ao “destravamento” do de cearenses? Como ajudar este povo a não viver desenvolvimento. Temos batalhado muito em nossas regiões, mais distantes do pólo central indutor, diga- permanentemente em uma diáspora?”. mos, do que conhecemos como regiões mais desen- É isso. Como não permanecer em uma diáspora, volvidas do País. correndo para o Norte ou para o Sudeste? Ou vamos Aqui estão os Senadores Sibá Machado, César para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais ou para Borges e Mão Santa, Senadores do Norte e Nordes- o Acre, , Amazonas, Amapá, buscando explorar te. Destravar o desenvolvimento também tem que ser outras regiões. É assim que o cearense e boa parte do acompanhado da expressão “desconcentrar o desen- Nordeste brasileiro têm agido para tentar sobreviver. volvimento”. O Sr. Mozarildo Cavalcanti (Bloco/PTB – RR) Crescimento precisa estar acompanhado de des- – Senador Inácio Arruda, V. Exª me concede um apar- concentração. Estamos acompanhando esse debate; te? estamos defendendo o plano de aceleração de cres- O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB – CE) cimento do Presidente Lula. – Por isso, o povo do Ceará tem lutado bravamente, Foi importantíssimo que, na batalha eleitoral de meu caro Senador Mozarildo Cavalcanti, para conquis- 2006, o ponto central tivesse sido desenvolvimento tar essa siderúrgica, como um investimento do Estado – desenvolver o País. O primeiro Governo significou brasileiro, que tem que se associar com setores priva- estabilidade, bolsa-família, claro, socorrer a população dos a fim de garantir esse investimento no Estado do mais carente, mas o segundo Governo do Presidente Ceará. Não é como compensação, mas como distri- Lula não pode manter taxas de crescimento limitadas. buição, como desconcentração, como desenvolvimen- O desenvolvimento precisa ser acelerado, incluindo to regional. Não é uma compensação não. Trata-se de regiões que sempre estiveram muito à margem do distribuir o desenvolvimento pelo conjunto do território crescimento e do desenvolvimento, com uma atenção nacional. Este é um País gigantesco, imenso. Portanto, especialíssima. E o Presidente tem examinado isso. é preciso pensar no conjunto da Nação brasileira, meu 03140 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 caro Senador Mozarildo Cavalcanti, a quem tenho a O SR. INÁCIO ARRUDA (PC do B. CE) – Vou honra de conceder um aparte neste momento. me encaminhando aqui para as minhas conclusões, O Sr. Mozarildo Cavalcanti (Bloco/PTB – RR) Sr. Presidente. – Senador Inácio Arruda, V. Exª cita o exemplo da mi- A região Nordeste, especialmente, Ceará, Rio gração dos nordestinos, da qual sou fruto. Meu pai era Grande do Norte, Paraíba e , entrando um cearense que migrou para Roraima na década de um pouco ali pela Bahia e sobrando um pouco lá para 40 e se casou com a filha de outro migrante, que foi o sul do País, mas especialmente essa região tem as da Paraíba para lá. Eu nasci em Roraima. Estou ob- maiores jazidas de energia eólica. Está provado; elas estão ali. servando atentamente dois pontos do seu pronuncia- Em tempo de aquecimento global, uma coquelu- mento. Em um deles, V. Exª fala em destravar. Todos che midiática. Não há as coqueluches midiáticas? No nós estamos preocupados com esse plano que visa Ceará, discutimos aquecimento global há mais ou me- destravar. Nesse caso, pergunto: quem travou esse nos 300 anos, porque sempre fomos muito aquecidos; desenvolvimento, esse crescimento? lá estamos há mais ou menos 300 anos discutindo o Parece que foi outro Governo que travou. O Go- aquecimento global. Nunca deu coqueluche. verno que assumiu no dia 1º de janeiro não é o mes- Mas nós temos, em tempos em que o assunto mo que estava há quatro anos. A outra palavra-chave se transforma na pauta da ordem do dia, uma ques- do seu pronunciamento é a questão de desconcentrar tão central. realmente o desenvolvimento, o que significa trabalhar O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP. para cumprir um preceito constitucional que é eliminar Fazendo soar a campainha.) – Senador Inácio Arruda, as desigualdades regionais. Infelizmente, não vi, nesse permita-me. Vou conceder a V. Exª dois minutos para programa, essa questão na prática. Não há realmente que V. Exª possa concluir seu discurso, sem apartes. a preocupação da eliminação das desigualdades re- O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB – CE) – É gionais. Tenho falado sobre esse assunto aqui, apre- um tempo mais do que significativo, Sr. Presidente. sentei requerimento pedindo a presença do Presidente Então veja que neste tempo de aquecimento glo- do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico bal, real, concreto, em função da poluição atmosférica e Social na Comissão de Desenvolvimento Regional que nós mesmos geramos com o desenvolvimento, temos oportunidade de, nessa região do País, gerar e Turismo e na Subcomissão da Amazônia – aliás, energia limpa. numa sessão conjunta, Senador César Borges – para O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT – AC) – Senador que ele nos explique por que esse banco aplica mais Inácio Arruda, permita-me um aparte breve, já que V. Exª nas Regiões Sul e Sudeste de maneira avassaladora, ainda dispõe de dois minutos. Está dentro do tempo. menos nas Regiões Centro-Oeste e Nordeste e mini- O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB – CE) mamente na Região Norte. Realmente, é o momento – Tenho que pedir a aquiescência da Presidência. de discutirmos esse tema, porque, sem essas duas O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) palavras-chaves que V. Exª usou, não adianta pensar – V. Exª tem dois minutos para concluir o seu pronun- em Programa de Aceleração do Crescimento se for ciamento. E o Regimento não permite apartes, depois apenas para tornar os Estados ricos mais ricos e os que se encerra o tempo do orador. pobres mais pobres. O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT – AC) – Serei O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB – CE) breve. – Acolho com muita simpatia o aparte de V. Exª, re- O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB – CE) forçando esse aspecto constitucional. Em tempo de – Concedo o aparte e, em dois minutos, declaro en- mudança constitucional para incluir cláusulas de bar- cerrado o meu pronunciamento. reira no funcionamento dos partidos, V. Exª fala de um O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT – AC) – Agrade- aspecto constitucional que significa, em vez de criar, ço muito a V. Exª. Só porque V. Exª provoca o tema. diminuir barreiras entre as regiões do País, ou seja, Primeiro, penso que o Brasil não tenha uma solução distribuir o desenvolvimento. de imediato; a iniciativa do PAC é de médio e longo prazos, mas precisa ser feito o receituário urgente- Veja como a Constituição busca proteger o con- mente. Realmente, ele não está perfeito, mas dentro junto do território nacional. das possibilidades. Na verdade, creio que o motivo Cito mais um exemplo. No Ceará, pensamos que tenha levado o Presidente Lula a chamar a aten- numa siderúrgica. ção do País é para que possamos chegar em 2022, (O Sr. Presidente faz soar a campainha.) ou seja, daqui a 15 anos, oferecendo ao nosso País Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03141 os números indicadores que toda a população deseja. Veja o corte nos investimentos para este ano, no Agora, precisa-se de um ponto de partida. O primeiro contingenciamento. De 22 bilhões de reais, 16 bilhões foi o equilíbrio fiscal. Acredito que entramos no segun- foram contingenciados, o que significa que, ao final do mandato com esse receituário resolvido; faltam al- do ano, a execução orçamentária será muito abaixo guns ajustes. Agora, em relação a infra-estrutura, dis- do previsto na lei orçamentária para o ano de 2007. tribuição de renda e outros fatores, temos de avançar Lamentavelmente, estamos acostumados com isso, ainda mais. V. Exª cobra muito bem a nossa agilidade. Sr. Presidente. Tanto a Região Nordeste quanto a Norte, que sempre Agora vejamos o resultado do que está anuncia- foram tratadas como regiões em que se buscam as do hoje pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e riquezas, processá-las fora e vendê-las para o mer- Estatística. Saiu o PIB brasileiro de 2006, o crescimen- cado exterior, agora, têm de buscar fazer o mesmo. to de todas as riquezas produzidas neste País, que é Estou com V. Exª em relação à descentralização das o Produto Interno Bruto. E quanto cresceu? O Gover- indústrias. Daqui para a frente, vamos gritar cada vez no dizia, no início do ano de 2006, que nós teríamos mais alto. A Amazônia e o Nordeste brasileiro também um crescimento de 4,5%; depois baixou para 4% Nós merecem o mesmo. viemos a esta tribuna dizer que não havia condições O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) efetivas, objetivas porque o Governo não estava dan- – V. Exª pode encerrar o seu discurso. do ao País seja juros reduzidos, seja financiamento da O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB – CE) – O produção, seja infra-estrutura, apoio à agricultura e à nosso pronunciamento está concluído com o aparte indústria. Absolutamente nada foi feito para que o País do Senador Siba, que agradeço. crescesse 4% ou 4,5% Pois bem, hoje, o IBGE já anun- E, reforçando suas palavras, afirmo que o Nor- ciou o PIB de 2,9%, em 2006. O mercado aguardava deste e o Norte do País precisam observar essa ne- 2,7%, e esses 2,9% foram alcançados porque houve cessidade da desconcentração do desenvolvimento mudança na metodologia de cálculo do terceiro e do brasileiro. quarto trimestre do ano passado. De outra forma, seria Temos ali uma possibilidade: está ali a energia 2,7%. Como houve essa metodologia, foi anunciado eólica nas mãos do Brasil, energia limpa. que o PIB brasileiro acumulado de 2006 cresceu ape- Reporto-me mais uma vez ao Senador Eliseu nas 2,9% em relação ao ano anterior. É o segundo ano Resende, que tanto discute energia no Brasil. Ela está seguido em que o resultado fica abaixo de 3% ficando barata porque caro é não ter energia. É melhor Em 2005, a economia brasileira cresceu apenas olharmos para essa energia limpa em tempos de aque- 2,3%. Então, se nós olharmos para a média ao longo cimento global. Vamos rápido para ela antes que tam- dos quatro primeiros anos do Governo Lula, o cres- bém fique escassa em algumas regiões do nosso País cimento médio quanto foi? Foi 2,6% nos quatro anos. e não tenhamos a oportunidade de utilizar aquilo que Então, o que é que nós verificamos? Que o Brasil está a nossa mão. Muito obrigado, Sr. Presidente. está crescendo metade do que o mundo cresceu. A O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) economia mundial cresceu 5,2%, e nós, nos últimos – Obrigado, Senador Inácio Arruda. quatro anos, crescemos 2,6%. Esse é o resultado do Concedo a palavra ao nobre Senador César Bor- Governo do PT durante quatro anos, um governo que ges para uma comunicação inadiável. se encerrou. O primeiro mandato está encerrado, está- V. Exª terá cinco minutos. se iniciando o segundo mandato. Aí se fala agora em O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA. Para uma PAC – PAC de pacote –, um pacote para enganar o comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) – Sr. povo brasileiro. Presidente, quem não se recorda do início do Gover- Mas, veja bem, Senador Sibá Machado, o que no do PT, do Governo do Presidente Luiz Inácio Lula está acontecendo com o dólar artificial que estamos da Silva, quando ele falava do espetáculo do cresci- vivendo. Na avaliação do PIB, sabe o que causou um mento. impacto muito negativo? As importações. Cresceram O Senador Sibá Machado deve se lembrar. O muito as importações e reduziram as exportações. E espetáculo do crescimento. Ele dizia isso no seu pri- por que isso acontece? Com o dólar artificial, deixamos meiro ano de Governo. Sua Excelência fala agora em de ser competitivos nas exportações. Isso diminui em- termos um projeto de médio e longo prazos que seria pregos no Brasil, diminui a competitividade da nossa o PAC; mas, pelo andar da carruagem, o PAC não vai indústria. Em compensação começamos a importar, fo- ser nada mais do que promessas e mais engodo por- mos comprar no exterior, é melhor. Hoje, é mais barato que sabemos que não é um projeto que vá ter recur- comprar sapato na China do que comprar sapato feito sos para ser efetivado. no , do Senador Paulo Paim, e que 03142 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 ajuda a Bahia a se desenvolver, pois várias empresas tria, porque não temos preço competitivo para expor- riograndenses abriram filiais no Estado da Bahia. Mas tação; estamos desestimulando os empregos internos, não podem competir com produtos chineses, com o dando emprego na China e na Índia, porque estamos dólar a R$2,00. aumentando as importações; e o PIB brasileiro que foi As importações cresceram 18% – foi uma forte prometido, de 4,5%, foi anunciado como 2,9%. aceleração –, enquanto que o crescimento das ex- Espero que o IBGE, com sua nova metodologia, portações, apenas 11,6%. Isso significa que estamos não esteja atendendo a um desejo do Governo de perdendo mercado. Essa é a política macroeconômi- maquiar um número que seria mais negativo. Tenho o ca do País. Estamos controlando a inflação, sim, mas maior respeito pelo IBGE e espero que o número seja estamos nos esquecendo do crescimento econômico. este: 2,9%. Mas é muito menos do que o Brasil preci- E essa é uma verdade incontestável, todos os jornais sa, está muito aquém das necessidades que temos de estão noticiando que o País não tem crescido. gerar emprego e renda, para que os nossos jovens não Vou dar alguns dados. Com a expansão do PIB fiquem morrendo pela violência, Sr. Presidente. de 2,9%, em 2006, anunciado agora, nesta quarta- feira, a economia brasileira completa onze anos de Muito obrigado. crescimento abaixo da média mundial. Se é uma po- Durante o discurso do Sr. César Borges, lítica anterior ao atual governo, o Governo Lula nada o Sr. Papaléo Paes, Suplente de Secretário, fez para modificar. Ao contrário, é levemente menor a deixa a cadeira da presidência, que é ocupada taxa de crescimento médio do Governo Lula em rela- pelo Sr. Efraim Morais, 1º Secretário. ção ao governo passado. O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) – Entre 1996 e 2006, a economia mundial cres- Eu é que agradeço a V. Exª, Senador César Borges. ceu em média 4% ao ano, enquanto a brasileira teve a expansão de apenas 2,3%. Quem calcula isso é o Concedo a palavra ao Senador Papaléo Paes. Fundo Monetário Internacional. A economia mundial, V. Exª dispõe de dez minutos. repito, cresceu 5,2% no ano passado, e o Brasil tem O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT – AC) – Sr. essa média de 2,3%. Presidente, pela ordem. É só para tirar uma dúvida. No estudo do Fundo Monetário Internacional, de O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) 177 países, o Brasil está na 142ª posição em desen- – Senador Sibá, V. Exª tem a palavra pela ordem. volvimento econômico. Estamos abaixo da economia O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT – AC. Pela mundial e muito abaixo dos países emergentes como ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, fui Índia, China, México, Irlanda. Meu Deus, um país com anunciado como orador após o Senador César Bor- tanta potencialidade! Eu tenho 58 anos. Quando fiz a ges, e a minha pergunta é: qual a posição que fiquei Escola Politécnica, eu esperava, Senador Eliseu Re- neste momento? sende, que hoje viveria num país que não fosse de O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) primeiro mundo, mas que tivesse numa rota de de- – V. Exª pede como Líder e nós fazemos aqui a inter- senvolvimento. Mas, lamentavelmente, não estamos calação entre oradores. Falou agora o Senador Cé- evoluindo. sar Borges, para uma comunicação inadiável; falará O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT – AC) – Senador o Senador Papaléo como orador inscrito. Em segui- César Borges... da, o Senador Alfredo Nascimento, pela Liderança; a O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) Senadora Serys, como inscrita, e depois V. Exª, pela – Senador Sibá, lamento informar a V. Exª que não é Liderança do PT. permitido aparte em comunicações inadiáveis. O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT – AC) – Agra- O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA) – Então, deço. o que temos que comemorar hoje? O que temos que comemorar, Senador Alfredo Nascimento, é que o O SR. OSMAR DIAS (PDT – PR) – Sr. Presi- Brasil cresceu mais do que o Haiti. Na América Lati- dente... na, o Brasil só cresceu mais do que o Haiti. Essa é a O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) comemoração, esse é o resultado, depois de quatro – Essa é a seqüência. anos do Governo do Presidente Lula, que prometeu, Tem V. Exª a palavra pela ordem, Senador Os- no primeiro ano, um “espetáculo do crescimento”. Estas mar Dias. três palavras foram do Presidente Lula: “espetáculo do O SR. OSMAR DIAS (PDT – PR. Pela ordem. crescimento”. O País hoje não tem infra-estrutura; há Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, eu gostaria um desestímulo à nossa agricultura e à nossa indús- de solicitar a minha inscrição pela Liderança do PDT. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03143 O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) chegou a prometer em 2006, que foi de 5%. Assim, – V. Exª está inscrito na intercalação, como Líder, logo o Brasil, mais uma vez, em 2006, foi a economia que após o Senador Sibá. apresentou o menor crescimento entre os principais O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) países da América Latina. Como se não bastasse, a – Tem a palavra o Senador Papaléo Paes, que dispõe taxa brasileira é uma das menores também entre os de dez minutos. países em desenvolvimento, aqueles países chama- O SR. PAPALÉO PAES (PSDB – AP. Pronuncia dos de emergentes. o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Muito A CEPAL – Comissão Econômica Para a América obrigado, Sr. Presidente. Latina, em publicação de janeiro deste ano, estimava Hoje o meu tema seria até outro, desta tribuna, que o PIB brasileiro, em 2006, alcançaria apenas 2,8%, mas o Senador César Borges iniciou seu pronuncia- o que fazia com que o País amargasse novamente a mento, fazendo uma lembrança e até se referindo ao penúltima posição do ranking de expansão dos países Senador Sibá Machado, que poderia se lembrar muito da América Latina. bem do que o Presidente Lula nos apresentou como E lembro aqui que ontem o Senador Mão Santa “espetáculo do crescimento”. Não só eu, mas acredito fez uma referência à colocação do Brasil nesse ranking, que todos nós somos testemunhas dessa pretensão fazendo uma comparação com o futebol do tempo em do Presidente Lula, que seria uma pretensão aceitá- que o acompanhava, 1950, dando até a escalação do vel se, realmente, o Governo tivesse tido o cuidado, a Fluminense. Disse que naquela época existia o Canto responsabilidade de compor este Governo de pesso- do Rio. E o Canto do Rio era o time do campeonato as comprometidas com a população, de pessoas que carioca que ficava sempre em último lugar. realmente visassem ao bem-estar do País, e não pre- O Brasil só não é o Canto do Rio no ranking eco- encher determinados cargos técnicos só porque são nômico porque existe o Haiti, que é o último. O Brasil companheiros que têm uma estrela ou qualquer outro ocupa o penúltimo lugar. símbolo no peito. Continuo: novamente ficamos à frente apenas do Eu vejo sempre que a questão do serviço público, Haiti, com crescimento estimado em 2,5%. O cresci- do Poder Público, é uma responsabilidade que aquele mento previsto para a América Latina fica, em média, que foi eleito tem, como representante maior do povo, em 5,3%, enquanto a Venezuela alcançará 10%; a de saber fazer as devidas nomeações com pessoas Argentina, 8,5%; e o Uruguai, 7,3%. competentes, para que possamos sonhar com o pro- Ainda segundo a Cepal, Peru, Colômbia, Equa- gresso deste País. dor, Bolívia, Paraguai e Chile apresentaram taxas su- Então, este título “espetáculo do crescimento” periores de crescimento. foi realmente uma figura decorativa, serviu muito para Entre os países do Bric (grupo de países emer- fazer marketing, serviu muito para cairmos naquela gentes que reúne, além do Brasil e da Índia, a Rússia e teoria que, às vezes, se concretiza: conte a mesma a China), o Brasil amarga a pior posição em 2006, bem mentira várias vezes, reproduza-a várias vezes, que atrás da China, campeã de crescimento (10,7%)... as pessoas começam a pensar que tudo aquilo é uma O Sr. César Borges (PFL – BA) – Senador Pa- verdade. paléo Paes, V. Exª me permite? E hoje nós vivemos num país da ilusão. A mídia O SR. PAPALÉO PAES (PSDB – AP) – Sim. bate muito forte em cima de maravilhas deste País, mas O Sr. César Borges (PFL – BA) – Não existe mais vivemos também o país da realidade. Vamos buscar Bric, porque Bric seria Brasil, Rússia, Índia e China, essa realidade, encontrá-la nos números, que alguém e o Brasil já está fora, porque não se desenvolve. O com responsabilidade de mostrá-la, como o Senador Brasil não está entre esses países que têm um pique César Borges, mostrou-nos ainda há pouco. de desenvolvimento: Rússia, Índia e China, sim. Não Vou também tentar passar dados concretos, ma- é mais Bric. Agora é Ric. temáticos, sobre a realidade econômica do Brasil. O SR. PAPALÉO PAES (PSDB – AP) – Agrade- Sr. Presidente, o Instituto Brasileiro de Geografia ço a colaboração. O crescimento da China ficou em e Estatística – IBGE – divulgou agora há pouco o resul- 10,7%; o da Rússia, em 6,7%; e a Índia deve ter cres- tado para o crescimento do PIB no ano de 2006. cido 9,2%. Realmente, hoje temos que considerar o Vamos reforçar o seu discurso, Senador. Brasil, que era a grande esperança dos economistas O resultado apresentado, de 2,9%, ficou um pou- brasileiros e internacionais, fora desse grupo. co acima da estimativa de analistas, que previam um Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o fato é crescimento de 2,8% para o PIB, mas é pouco mais da que o Brasil, segundo a Cepal, está entre os países metade do que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva que menos cresceram em 2006 e que menos cresce- 03144 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 rá em 2007. Lá já esteve em 2003, em 2004, em 2005 mais de 20 anos dedicados à administração pública, e, infelizmente, lá continuamos em 2006 e continua- no exercício de alguns dos mais importantes cargos remos em 2007. nos Governos do meu Amazonas. Devo muito a esse Mesmo que o IBGE divulgasse um índice maior, Estado e é por isso que desejo, antes de mais nada, não alcançaríamos a Nicarágua, que deverá registrar expressar a minha mais sincera e profunda gratidão crescimento de 3,7%. ao povo do Amazonas. E veja que, para os analistas de mercado, o pou- Venho ao Senado para o exercício da minha pri- co de crescimento que o Brasil vem obtendo deve-se, meira experiência como parlamentar. O Senado, que na principalmente, aos bons ventos da economia mundial, maioria das vezes é o ápice de uma carreira legislativa, que vem carregando as economias que fizeram suas para mim se apresenta como o princípio. E a primeira reformas estruturais, o que não é o caso do Brasil. certeza que tenho, quando aqui chego, é a de que terei Lembrem-se de que o ex-Presidente do Fede- muito a aprender com Pares tão destacados. ral Reserve – FED, o banco central americano, Alan Procurarei buscar o exemplo e trilhar o caminho Greenspan, afirmou recentemente que a economia de tantos Senadores e Senadoras que me servirão de dos Estados Unidos pode entrar em recessão ou, no paradigma para um mandato de muito trabalho, com mínimo, em desaceleração no fim deste ano. Cabe uma inarredável postura ética, compromissado com a destacar que o crescimento da economia dos Estados justiça social e, principalmente, com o desenvolvimen- Unidos já foi revisado hoje para um patamar inferior ao to de nosso País. indicado anteriormente. Foi no Amazonas que tive as melhores oportuni- Lembrem-se também de que os economistas dades de servir ao meu País. Fui Vice-Governador do deste País já concluíram que o resultado do PIB bra- meu Estado, Secretário de Fazenda do Estado e da sileiro não é tão bom assim; afinal, os números de Capital, Superintendente da Zona Franca de Manaus, 2003, 2004 e 2005 foram fracos. Portanto, os dados Secretário de Saúde do Estado e, depois, Prefeito de de 2006 e as previsões para 2007 estão consideran- Manaus por dois mandatos consecutivos. do uma base extremamente fraca. Crescemos pouco Nesse período, pude aprender e cultivar os me- em cima do pouco. lhores atributos do administrador público, pautando e O analista sênior do BES Investimento, Fábio Knij- marcando minha atuação pelos princípios da correção, nik, considera que o País não tem perspectiva de alterar da boa gestão e da preocupação com os interesses e sua posição entre os emergentes no curto prazo. necessidades do cidadão. Nas palavras do analista, “O Brasil está muito Julgo que foi o reconhecimento a esse trabalho abaixo de todos os Brics e certamente vai continuar que me trouxe a Brasília para o desafio de fazer parte porque as reformas fundamentais, como a tributária, do Governo do Presidente Lula, com quem tive a hon- fiscal e previdenciária, não foram tocadas pelo PAC ra de trabalhar e de colaborar como Ministro de Esta- – Programa de Aceleração do Crescimento. O au- do dos Transportes em seu primeiro mandato dando mento do crescimento sustentável no longo prazo é início a um novo momento para a infra-estrutura de impossível. Devemos ter picos de crescimento, mas transportes nacional. sem sustentabilidade”. Tenho a obrigação de, nesta oportunidade, falar Enfim, como se vê, o Governo do Presidente como Presidente de honra do meu Partido, o Partido Lula é incapaz de crescer mais de 3%, 3,5% de forma da República, integrante natural da base de apoio ao sustentada. E olha que este Governo não enfrentou Governo do Presidente Lula, e como ex-Ministro dos nenhuma crise externa que pudesse desestabilizar Transportes, para as Srªs e os Srs. Senadores e para seu desempenho! o povo brasileiro, os muitos passos que foram dados Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente. nos últimos quatro anos, para o enfrentamento dos pro- Muito obrigado. blemas de infra-estrutura de transportes, um processo O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) cujo amadurecimento hoje se traduz nas iniciativas do – Agradeço a V. Exª. Programa de Aceleração do Crescimento. Concedo a palavra, por delegação da Liderança O primeiro mandato do Presidente Lula será do PR, por cinco minutos, ao Senador Alfredo Nasci- lembrado como um período em que a infra-estrutura mento. de transportes passou a se tratada com a importância O SR. ALFREDO NASCIMENTO (Bloco/PR – que merece, para um País que se dedica a fomentar AM. Pela Liderança do PR. Sem revisão do orador.) o desenvolvimento. – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, chegar ao Nos últimos quatro anos, pudemos ampliar signifi- Senado Federal é o coroamento de uma trajetória de cativamente o volume de recursos aplicados pela União Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03145 e retomar não apenas obras paradas ou inacabadas, o propósito de fazer um Partido comprometido com o como também tomar as iniciativas necessárias ao início desenvolvimento e a ética do nosso País. de projetos essenciais para o desenvolvimento do País. O Sr. Arthur Virgílio (PSDB – AM) – Permita-me Falo do restabelecimento da credibilidade do Gover- V. Exª um aparte? no Federal, que passou a honrar seus compromissos O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) de modo contínuo e dentro do previsto, garantindo a – Senador Arthur Virgílio, lamentavelmente não são seus fornecedores as condições para a execução de permitidos apartes, cinco minutos... todas as obras. O Sr. Arthur Virgílio (PSDB – AM) – Sr. Presiden- Posso citar como exemplo a duplicação da BR- te, é a estréia do Senador do meu Estado. Eu gostaria 101 Sul e Nordeste, eixos fundamentais para o bom de um minuto para desejar-lhe boas-vindas. desempenho da economia brasileira, que passaram a O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) ser tratadas como prioridade pelo Governo Federal e – Estou recebendo reclamações dos demais Senado- estão em plena execução. res. E já dei mais dois minutos ao Senador... O Projeto Piloto de Investimentos, o PPI, que O Sr. Arthur Virgílio (PSDB – AM) – Senador trouxe para o setor uma fonte segura de financiamento, Efraim Morais, eu fui tão sintético... que garante a continuidade de projetos importantes. O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) Falo do Programa de Recuperação de Rodovias, que – Tudo bem. A partir de agora, vou deixar o tempo emergencialmente resgatou mais de 20 mil quilôme- que V. Exª desejar. Mas o que eu não posso é manter, tros de estradas, antes intrafegáveis, assim como do Senador... restabelecimento do planejamento nas ações voltadas O Sr. Arthur Virgílio (PSDB – AM) – Senador à infra-estrutura. Efraim Morais, não crie polêmica por uma tolice. Sin- Esse leque de iniciativas tornou possível ao Go- ceramente, sabe o carinho que tenho por V. Exª... O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) verno do Presidente Lula, Sr. Presidente, propor agora, – Não, tem V. Exª todo o tempo que desejar. logo no início do seu segundo mandato, um pacto com O Sr. Arthur Virgílio (PSDB – AM) – O Senador toda a sociedade brasileira em torno do desenvolvimen- do meu Estado estréia, e eu não posso desejar-lhe to do País. Esse pacto aproveita uma ampla janela de boas-vindas? Isto aqui não é Colégio Militar! oportunidades oferecida pelos excelentes indicadores O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) da nossa economia. Este é o Programa de Aceleração – Está V. Exª perdendo o tempo, por favor. Peço que do Crescimento, um programa com começo, meio e V. Exª não discuta com a Mesa. fim, sustentado pelas premissas da estabilidade mo- Se V. Exª quiser conceder um aparte, tem mais netária, da responsabilidade fiscal e da baixa vulnera- cinco minutos, nobre Senador Alfredo Nascimento. bilidade externa; um programa ambicioso e corajoso O Sr. Arthur Virgílio (PSDB – AM) – O tempo, para os próximos quatro anos, em que foram pensa- quem me fez perder foi V. Exª. Tem V.Exª um caminho das as necessidades de cada região e o conjunto do para se dar bem comigo, como sempre se deu, mas País; um programa que atende a todos os brasis que pode não se dar bem. É uma escolha sua. temos dentro do Brasil. Mais uma vez, a infra-estrutura O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) de transportes recebeu atenção especial, desfrutando – Senador Alfredo Nascimento, tem V. Exª cinco minu- sua posição de âncora do desenvolvimento. tos. Eu estou simplesmente seguindo... Chego ao Senado com muita energia para con- O Sr. Arthur Virgílio (PSDB – AM) – Eu quero só tinuar trabalhando para o meu Amazonas, cuidando dizer de maneira calma, o que eu já disse de maneira dos seus interesses, defendendo as causas do seu tumultuada: desejar ao Senador Alfredo Nascimento povo, mas vou trabalhar também discutindo, propondo boas-vindas ao Senado. E agora, se V. Exª aceita, eu e aprovando matérias de interesse do meu País, com lhe devolvo os cinco minutos, para que V. Exª o use da os olhos grudados neste novo Brasil que está nascendo maneira que lhe aprouver. e que haverá de ser mais justo para o seu povo. Quero O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) contribuir para isso. – Lamento que V. Exª tenha chegado em um mal mo- Tenho me dedicado, Sr. Presidente, nos últimos mento, Senador. Parece-me que V. Exª não entendeu dias, à formidável tarefa de estruturar o Partido da Re- o sentido da Mesa... pública, que nasceu da fusão do Partido Liberal com O Sr. Arthur Virgílio (PSDB – AM) – É V. Exª in- o Prona. Tenho realizado um trabalho gratificante. A delicado, Senador Efraim MoraIs. É V. Exª meu irmão cada dia, vejo valorosos e destacados companhei- querido, mas nem sempre é delicado! Nem sempre é ros Parlamentares se juntarem a nós, afinados com delicado! 03146 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) batalhamos muito na questão da violência contra a – Desculpe-me V. Exª, Senador Arthur Virgílio, mas mulher, por exemplo, no Estado de Pernambuco. Até estamos apenas cumprindo o Regimento. o então recém-eleito Governador Deputado Eduardo O Sr. Arthur Virgílio (PSDB – AM) – Sensibili- Campos esteve conosco em certa sessão conjunta do dade faz parte do nosso dever, da nossa tarefa. Um Congresso, realizada na Câmara dos Deputados, na Senador do meu Estado chega... qual ele se posicionou, e mecanismos estão sendo lá O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) criados. Certamente, isso também precisa acontecer – Tudo bem. Peço desculpas aos Senadores que estão em outros Estados, pois a violência contra a mulher inscritos, pois a Mesa será bastante liberal em relação é uma realidade. ao tempo que qualquer Parlamentar desejar usar. Digo isso, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, O Sr. Arthur Virgílio (PSDB – AM) – O que eu porque hoje, infelizmente, tenho que falar sobre uma tinha que dizer, já disse. E V. Exª vai agir na Mesa como questão complicada que está acontecendo no meu achar que deve. Eu já disse a V. Exª, Senador Alfre- Estado de Mato Grosso. Eu me manifesto quando do Nascimento, que lhe dou boas-vindas ao Senado as coisas acontecem nos outros Estados e quando da República. Espero que não seja nenhum pecado acontecem no meu Estado também. Hoje, é um grito mortal que me leve ao patíbulo, para a condenação à de socorro. pena de morte. Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, como mu- O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) lher, como mãe, como cidadã, como Senadora da Re- – Lamento que V. Exª tenha chegado em mal momen- pública, eleita pelo povo de Mato Grosso, não pode- to. ria deixar de expressar a minha angústia diante dos Senador Alfredo Nascimento, tem V. Exª a pa- números perversos que marcam a realidade no meu lavra. Estado. Estudos recentemente produzidos pela Orga- O SR. ALFREDO NASCIMENTO (Bloco/PR – nização dos Estados Ibero-Americanos para a Edu- AM.) – Muito obrigado a V. Exª, Senador Arthur Virgílio, cação, Ciência e Cultura, OEI, que levam em conta Senador que tão bem representa o meu Estado, que dados registrados de 1994 a 2004 e divulgada esta honra o Estado do Amazonas com o seu reconhecido semana através do documento “Mapa da Violência empenho nesta Casa e no cenário nacional. dos Municípios Brasileiros”, infelizmente, apontam Sr. Presidente, encerro este meu primeiro pro- o meu Estado de Mato Grosso com nada menos de nunciamento parabenizando o Presidente Lula pela quatro municípios entre os dez primeiros do ranking extraordinária iniciativa de lançar o PAC. Serei um fiel nacional de homicídios. E o mais angustiante é que defensor desse Programa em qualquer lugar que eu as cidades de Colniza e Juruena, no extremo norte estiver, pois estou convencido de que é o melhor ca- do Estado, aparecem, respectivamente – não sou eu minho que temos para o Brasil. que estou dizendo, essa pesquisa está publicada para Agradeço ao Senador Arthur Virgílio pela mani- o mundo –,nas duas primeiras colocações, com índi- festação e tenho certeza de que a nossa convivência ces de violência superiores aos registrados, claro que será cordial e produtiva para o bem do nosso povo e proporcionalmente, nos Estados do Rio de Janeiro e do nosso País. de São Paulo. Muito obrigado. A esses números vem se somar a constatação O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) de que Cuiabá, nossa capital, continua a figurar, entre – Com a palavra a Senadora Serys Slhessarenko. as capitais brasileiras, como uma das que tem o pior V. Exª dispõe de 10 minutos. desempenho dos alunos das escolas públicas e pri- A SRA. SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT vadas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), – MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da em 2006. Esse é o exame que avalia o aprendizado oradora.) – Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Sena- que os garotos e as garotas de nossa capital estão dores, hoje, pela manhã, tivemos reunião da Comissão recebendo em nossa rede de ensino, e os resultados de Constituição e Justiça – que, aliás, foi até às 2 horas não são nada animadores para todos nós governan- da tarde -, quando, entre os vários temas, foi discutida tes e parlamentares, que temos responsabilidade para a questão da maioridade penal. E essa questão está com o destino de nossa comunidade, especialmente inserida em outra maior: a questão da segurança. de nossas crianças e nossos jovens. Para ser justa também, sempre que me che- Será por acaso que a violência se amplia em gam problemas, quando faço algum pronunciamento, nossa região, no mesmo período em que os números costumo mencionar o Estado ou o Município em que da educação se mostram tão constrangedores? Esse isso está acontecendo. E, no final do ano passado, é um alerta que deve soar forte no ouvido das autori- Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03147 dades municipais, estaduais e federais. Entendo que tado de Mato Grosso em debelar um quadro tão dra- devemos unir esforços para garantir a efetiva transfor- mático como esse. mação de uma realidade tão preocupante. Da mesma forma, o Governo do Estado precisa Eu diria que o desafio que enfrentamos em Mato agir, com urgência, para melhorar os números que têm Grosso é um desafio civilizatório, já que municípios envergonhado a realidade da educação de nossos jo- como Colniza se caracterizam como um espaço geo- vens e crianças. Agora mesmo, lá em Mato Grosso, gráfico em que se manifestam os maiores fluxos mi- observa-se que o Governador Blairo Maggi não con- gratórios já registrados em Mato Grosso desde 1970. segue definir os rumos a serem seguidos pela Secre- Veja que, desde 2000, segundo dados da municipali- taria Estadual de Educação, ao mesmo tempo em que dade, a população, naquele Município, saltou de 13 mil o Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública, para algo em torno de 40 mil habitantes. São brasilei- o Sintep, alerta para aquela que pode ser uma nova ros e brasileiras honrados e trabalhadores, em busca arremetida de políticos conservadores na tentativa de de novos horizontes para as suas vidas, atraídos por impedir que o Plano Estadual de Educação seja defi- novas opções de trabalho, constituindo suas famílias nitivamente implantado. e seus negócios em ambiente em que a presença De acordo com o Sintep, cogita-se, na Assem- do Estado ainda não se consolidou devidamente por bléia Legislativa, expor o Plano Estadual de Educação meio de diversos mecanismos de regulação da con- a uma nova rodada de audiências públicas em diversos vivência social. pólos do Estado, com o objetivo mal disfarçado de ten- Não será também mero acaso que as duas cida- tar alterar a essência de um projeto que já passou por des citadas na pesquisa concentraram intensa explora- discussões das quais participaram professores, pais, ção de madeira no período pesquisado, com pesados alunos, sindicato e sociedade civil organizada. O Sin- conflitos na disputa da terra. tep e também nós entendemos que o Plano Estadual Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é eviden- de Educação de Mato Grosso contempla os anseios te que o Governo de Mato Grosso, comandado pelo da população em relação a uma política estadual de Governador Blairo Maggi, ele mesmo um migrante educação e não tem mais de ser discutido – tem de – como nós também –, não pode deixar de se sentir ser implementado. questionado diante desses números e não pode deixar É preciso que as autoridades governamentais e de reagir a essa situação tão drástica. legislativas de Mato Grosso respeitem o que saiu da Nessas cidades, onde as pessoas estão sendo Conferência Estadual de Educação, o que foi cons- mortas em proporções tão alarmantes, é preciso que truído pelos profissionais de Educação em conjunto se estabeleça imediatamente todo um esquema poli- com a sociedade organizada. Só assim teremos uma cial de emergência para reprimir o crime e preservar Educação inclusiva, uma Educação de qualidade, que a vida. O Prefeito de Colniza, Sr. Adir Ferreira, em livre o nosso Estado dos números vergonhosos que entrevista ao jornal Folha do Estado, denuncia que atualmente se registram. há vários meses a cidade não possui um delegado, e Ressalto que pode ser feita, sim, uma Educação quem responde pela delegacia é o titular do Municí- de qualidade. Já fui Secretária de Educação e Cultura pio de Aripuanã, distante 150 quilômetros, e apenas do meu Estado de Mato Grosso. À época – já faz algum três agentes policiais que atuam no Município. Não é tempo –, o então Governador avaliou a situação e disse possível. A Polícia, sem as condições necessárias, que, naquele período, ou seja, em um ano, a educa- não pode atuar. ção deu um salto de mais de dez anos na qualidade, O Governador Blairo Maggi não se pode omitir não só na universalização do ensino, mas também na – como também não se pode omitir o Governo Fede- democratização das relações de poder e na busca da ral, o governo do meu companheiro querido Presidente qualidade do ensino. É possível fazer Educação de Luiz Inácio Lula da Silva, apoiando a ação do Governo qualidade, sim. Basta determinação e vontade política. Estadual em tudo aquilo que for necessário. É necessário, sim, mudar muito na área educacional Se o “Mapa da Violência” identificou que a vio- a fim de que tenhamos inclusive a contribuição para lência se manifesta de forma desregrada em Colniza, que as questões de segurança sejam minimizadas e em Juruena, em Santa Cruz do Xingu e em Aripuanã, resolvidas. é preciso que a Secretaria de Segurança Pública de Passa por Educação, sim – não só. Essa é a ra- Mato Grosso direcione suas ações no sentido de de- zão, neste momento, da minha fala, como fiz desde o belar os focos de criminalidade que ali se manifestam. início, quanto à questão gravíssima da segurança em Nada pode justificar as dificuldades da Polícia Militar, alguns Municípios do meu Estado. O povo é trabalha- da Polícia Civil, de todo o corpo de segurança do Es- dor, determinado e sabe o que quer, mas precisa re- 03148 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 almente de que o Estado esteja presente a fim de que nosso conhecimento – só fiquei sabendo por causa tenha segurança e condições de vida com dignidade de uma denúncia que um pai fez aqui no Senado da para sobrevivência e sustento de suas famílias. Não é República –, foram retirados, de pronto, de circulação, possível que continue havendo tamanha violência lá. a mando de V. Exª. Sr. Presidente, eu gostaria de falar um pouco Presto este depoimento por uma questão de jus- mais inclusive sobre a Constituição. Houve hoje ses- tiça, porque essa foi uma postura com a qual eu, que são numa Subcomissão no âmbito da Comissão de não o conhecia pessoalmente, fiquei muito satisfeito. Constituição, Justiça e Cidadania, presidida também Por isso, aproveito este meu rápido pronunciamento pelo Senador Antonio Carlos Magalhães, para discutir sobre a importância do livro didático para lembrar que, a segurança de modo geral e não apenas a questão em 2003 – antes de ouvir o aparte que faço questão da maioridade. Ela é muito mais do que isso. de conceder a V. Exª –, um pai me procurou aqui no Portanto, fica aqui o meu recado. Voltarei a falar Senado, dizendo que sua filha negra não queria mais sobre o assunto tanto com relação à questão da segu- ir à escola, porque estava sendo ridicularizada pelos rança de modo geral no País e no meu Estado quanto colegas em função do livro. no tocante à educação, que é da maior relevância não Cumprimento V. Exª pela atitude tomada à época só para a segurança. Para a qualidade de vida da popu- e lembro ainda que, dali a três dias, fui ao MEC. Em- lação, há necessidade, sim, de educação de qualidade. bora V. Exª tenha dado o primeiro passo, o MEC, com Há necessidade, sim, de segurança. É preciso existir o Ministro Cristovam à frente, tomou uma medida no o compromisso e a responsabilidade do Governo em mesmo sentido. todas as suas instâncias em Mato Grosso, especial- Com satisfação, recebo o aparte de V. Exª. mente no que diz respeito ao Governo do Estado. O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) Muito obrigada, Sr. Presidente. – Senador Paulo Paim, pedindo desculpas ao Senador O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) Roriz, informo que, lamentavelmente, em comunicações – Agradeço a V. Exª, Senadora Serys Slhessarenko, e inadiáveis, o Regimento Interno não permite aparte. concedo a palavra ao Senador Paulo Paim, que dispõe Assim como solicitei ao Senador Arthur Virgílio, tam- de cinco minutos para uma comunicação inadiável. bém solicito a V. Exª e ao Senador Roriz compreensão O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS. Para uma nesse sentido. É o que peço a V. Exª. comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) – Sr. O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS) – Sr. Pre- Presidente, eu não poderia deixar de vir à tribuna, sidente, abro mão de meus dois minutos, se V. Exª hoje, para falar um pouco do dia de ontem, que foi o permitir, para que o Senador Roriz possa falar, porque Dia Nacional do Livro Didático. Sem sombra de dúvida, aquele foi um momento histórico, lembrado neste dia o nosso País avança nessa formulação, ampliando a em que faço uma homenagem ao livro didático. visão de uma sociedade participativa, na qual todos O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) efetivamente serão tratados de forma igual. – Tudo bem. Lamento, porque vamos ter de deixar de Mas é importante também, no dia de hoje, Sr. lado o Regimento. Presidente, fazermos uma reflexão sobre o conteú- O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS) – Apenas do do livro didático na sua amplitude. E isso permitirá se V. Exª permitir. Se não permitir, também, não há avançarmos numa visão dos meios acadêmicos, que, problema. há muito tempo, estão trabalhando uma forma de fa- O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) zer com que o livro didático seja efetivamente um ins- – Não vou criar empecilhos para não ser chato, mas trumento de formação na construção de um mundo terei que abrir mão do Regimento. melhor para todos, sem violência. V. Exª tem a palavra, o Senador Roriz, o Sena- E aí, Senador Roriz, vou me dirigir a V. Exª. Eu dor Pedro Simon, quem bem desejar. Quero abrir mão. fiz questão de, neste pronunciamento, que não vou Vamos deixar o Regimento Interno para que eu não esgotar em 5 minutos, lembrar uma passagem da possa ser reclamado depois. qual talvez nem V. Exª lembre. V. Exª era Governador O Sr. Pedro Simon (PMDB – RS) – Eu só quero de Brasília, e eu, Vice-Presidente desta Casa, quan- dizer que V. Exª tem que retirar aquela expressão. V. do eu soube que estava circulando nesta cidade um Exª nunca é chato. livro totalmente preconceituoso e racista. Liguei para O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) V. Exª, que me pediu que fosse à sua casa. Fui à sua – Muito obrigado. casa, V. Exª chamou a sua Secretária de Educação O Sr. Joaquim Roriz (PMDB – DF) – Eu lamento, e, no dia seguinte, todos os livros preconceituosos e mas sou cumpridor do dever de seguir o Regimento racistas que estavam circulando em Brasília, sem o Interno. Se assim não for possível... Só queria dizer ao Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03149 Senador, em ligeiras palavras, que fiz aquilo conscien- O Brasil vem melhorando as suas políticas pú- te de que estava cumprindo o meu dever de colaborar blicas e as suas práticas de adoção e utilização do com um homem de responsabilidade, um homem sério livro didático. que foi me solicitar algo que me convenceu de imediato. Mas Srªs e srs. Senadores, é fundamental fa- Por isso, eu o fiz, e o farei todas as vezes que se fizer zermos uma reflexão sobre a importância do conteú- necessário. Parabéns, Senador. do dos livros didáticos, e isso nos meios acadêmicos O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS) – Como eu já acontece há muito tempo e com total preparo dos havia dito, abri mão dos meus dois minutos, e peço nossos especialistas. que V. Exª considere lido na íntegra o meu pronun- A importância do livro didático não pode se res- ciamento. tringir apenas aos seus aspectos pedagógicos e as O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) suas possíveis influências na aprendizagem e no de- – A Mesa concederá mais dois minutos a V. Exª para sempenho dos alunos. concluir. É regimental a concessão desses dois mi- Eu entendo que o livro didático também é im- nutos. portante por seu aspecto político, social e cultural, na O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS) – Sr. Presi- medida em que reproduz e representa os valores da dente, para concluir, eu só diria que essa reflexão que sociedade em relação a sua visão da ciência, da his- ora faço vem neste momento em que se debate tanto tória, da interpretação dos fatos e do próprio processo a violência em nosso País, pois entendo que o com- de transmissão de conhecimento. bate à violência passa por um processo de educação. E nesse sentido que o livro didático também não Senador Geraldo Mesquita, V. Exª conhece a minha pode ser desvinculado do contexto social. E é com esta opinião a respeito. linha de pensamento que entendo que o livro didático Por isso, em uma demonstração de que o com- pode ser um agente efetivo de conquista da cidadania bate ao racismo não pode ser partidário, quero mais plena e do combate às discriminações. uma vez cumprimentar o Senador Roriz e o Senador Sr. Presidente, em 2003, enquanto estava na Cristovam, ambos de Brasília, que tiveram a mesma vice-presidência desta casa, um senhor me procurou posição em relação a esse livro. Aproveito para dizer, para denunciar um triste fato. A sua filha, negra, não Sr. Presidente, que atualmente está tramitando aqui no queria mais ir à escola pois estava sendo ridicularizada Senado um projeto de nossa autoria, de nº 63, que as- pelos colegas em função de um livro. segura que os livros didáticos e paradidáticos passem O livro adotado pela escola trazia preconceitos necessariamente por uma avaliação do MEC antes de contra os negros. serem colocados a venda em nosso País, isso a fim de Em resumo: o livro acabou sendo retirado do impedir qualquer tipo de preconceito que venha ma- mercado. E dois personagens tomaram providências cular a história e a imagem do nosso povo. imediatas para que o livro saísse de circulação. A importância que o livro didático tem para a for- Numa demonstração de que o combate ao ra- mação pessoal, para a formação do caráter e para a cismo não pode ser partidário, fui recebido pelo então formação cultural e social de nossas crianças jovens governador e atual senador Joaquim Roriz, que de é base também para a cidadania e uma cidade sem pronto determinou a retirada de circulação do livro no violência. Ou seja, nós só alcançaremos a cidadania Distrito Federal. plena, no meu entendimento, quando todos tiverem, Da mesma forma, o então ministro da Educação efetivamente, o acesso à educação plena. Tomara que e atual senador , deu a mesma um dia possamos dizer que a universidade livre, públi- orientação ao MEC. ca e gratuita é um direito de todos. Atualmente está tramitando no Senado PLS nº Encerro dentro do tempo e, mais uma vez, agra- 63/2003, de minha autoria que assegura que os livros deço a tolerância a V. Exª. didáticos e paradidáticos passem por uma avaliação do MEC. Isso a fim de impedir a disseminação de pre- SEGUE, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIA- conceitos e estereótipos. MENTO DO SR. SENADOR PAULO PAIM Srªs e Srs. Senadores, a importância que o livro O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS. Sem apa- didático tem para a formação pessoal, para a forma- nhamento taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. ção do caráter e para a formação cultural e social das Senadores, eu gostaria de fazer algumas considera- nossas crianças e jovens é base também para a rea- ções objetivas sobre a importância do livro didático, lização da cidadania. já que ontem, 27 de fevereiro, foi comemorado o Dia Ou seja, para que nós alcancemos a cidadania Nacional do Livro Didático. plena. E isso que eu estou falando aqui não é nenhu- 03150 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 ma novidade. Acredito que isto seja u ma decisão po- Será, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que lítica. esse debate que está havendo acerca da redução da Hoje nós possuímos uma lei que é considerada maioridade penal, de fato, está muito verde, muito um dos maiores avanços da legislação brasileira. Estou precoce para se enfrentar, para ser definido, aqui na Falando do Estatuto do Idoso. Lá estão assegurados Comissão de Justiça e no plenário desta Casa, esse direitos à saúde, habitação, lazer, dentre outros. que é um dos muitos remédios que a sociedade espera Ora, por que não inserirmos nos livros didáticos para conter essa onda de violência? o respeito aos idosos, aos nossos velhos, aos nossos Acerca disso, eu gostaria de fazer um breve co- aposentados? Isso leva à cidadania e à construção mentário de uma matéria que li na Internet, da lavra de homens e mulheres que vão ser os atores da so- de um magistrado do Estado de Goiás, Dr. Éder Jorge. ciedade. Ele faz uma lembrança, e é bom que todos nós pres- Poderia falar aqui das pessoas com deficiência, temos atenção: dos índios, das mulheres, da violência, dos pobres, O Código Penal de 1969 (Decreto-lei nº 1.004/69), daqueles que lutam pela livre opção sexual, enfim de que não chegou a viger, embora já estivesse em período todos os discriminados e excluídos. Por que não inse- de vacatio legis, possibilitava a imposição de sanção rirmos nos livros didáticos o respeito às diferenças? penal ao menor entre 16 e 18 anos, se este revelasse Sr. Presidente, essa minha explanação é mais no suficiente desenvolvimento psíquico, bastante para sentido de iniciar um grande debate nesta casa sobre entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se esse tema que é muito ou quem sabe o mais importante de acordo com esse entendimento. Aqui, o sistema para construirmos uma real nação brasileira. adotado foi o biopsicológico, ou seja, o de submissão Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente. da pessoa entre 16 e 18 anos a avaliação psicológica O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) – para saber se, ao tempo do fato, possuía discernimento Obrigado, Senador Paulo Paim. V. Exª será atendido. sobre a ilicitude de seus atos. Concedo a palavra, como orador inscrito, ao Se- Veja a cautela que teve a autoridade que cuida- nador Valter Pereira. va da parte judiciária daquela Carta Magna, já no ano V. Exª, nobre Senador, dispõe de dez minutos de 1969. Ou seja, lá já estava instalado o debate so- para o seu pronunciamento. bre a questão da maioridade penal. E hoje, decorrido O SR. VALTER PEREIRA (PMDB – MS. Pro- tanto tempo, vale uma pergunta, vale uma indagação: nuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) quem de V. Exªs entende que o indivíduo, no dia de – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Comissão hoje, ao atingir 16 anos de idade, pensa e age como de Constituição, Justiça e Cidadania, na manhã de um adolescente? Pode ser tido como adolescente um hoje, entendeu por consenso que deve adiar por mais jovem que sabe pilotar um carro, navegar na Internet, 30 dias, com probabilidade de prorrogação por mais por todos os cantos, conhecer todo tipo de informação 15 dias, a solução da proposta de redução da maio- e que exerce os seus direitos políticos na plenitude, ridade penal. faltando-lhe só o direito de ser votado, porque o direito Inicialmente, esse adiamento nos trouxe uma de votar no vereador, no deputado estadual, no prefei- inquietação, porque a sociedade brasileira está co- to, no governador e no Presidente ele já tem? Como brando do Congresso Nacional uma atitude viril, uma pode ser tido como um simples adolescente? atitude forte em defesa dos cidadãos, que estão si- Ora, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há tiados em suas casas, sitiados em seus escritórios, muito tempo, por força de minha formação ideológica, impossibilitados de exercerem com tranqüilidade seu eu alimentava e sustentava uma posição contrária. direito de ir e vir. Fui Parlamentar Constituinte e participei também da De fato, essa simples medida de reduzir a maio- Assembléia Revisora. Nesses dois momentos, esse ridade penal não traduz nenhuma solução global para assunto veio à tona, foi debatido, houve lobby de to- o problema. No entanto, esse é o dever de casa que o dos os cantos. Até então, mantive um posicionamento Congresso Nacional deve cumprir, como também os ideológico, um posicionamento no sentido de que essa outros Poderes; o Poder Judiciário, de sua parte, e o cláusula não deveria ser modificada. No entanto, Sr. Poder Executivo naquilo que lhe cabe. Presidente, sou obrigado hoje, ao ver esse cenário de Na discussão desse tema da redução da maiori- tanta agressão, de tanta violência, de tanto cerceamen- dade penal, muito se tem realçado sobre a necessidade to do direito de ir e vir das pessoas de bem, de ver o de discutir mais. Aliás, essa é uma solução que sempre cidadão enclausurado em sua própria casa, a não mais se impõe quando a polêmica emerge num debate de manter a mesma posição. Daí eu entender que o jovem tanta emoção como é este. de 16 anos é um jovem que pensa, um jovem que sabe Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03151 fazer avaliações, um jovem que entende muitas coisas mais tempo, até para pensar com mais calma. Quero, que até os próprios adultos não entendem. ao encerrar este aparte, dizer que o sangue desses Quem já militou no foro criminal e já teve contato mártires vítimas dessas violências não pode ficar em com o delinqüente sabe muito bem do que estou falan- brancas nuvens, não pode ficar, como já foi dito por do. O jovem de 16 anos que vive na delinqüência sabe alguns, no calor das emoções. Temos a obrigação de, não apenas manejar uma arma, mas também o texto à luz da serenidade, apresentar o que for melhor para do Código Penal, o texto do Código de Processo Penal, se corrigir tão grave distorção do comportamento que a Lei de Execuções Penais. Tudo isso é de domínio, é se tem hoje na área da criminalidade que assola o de pleno domínio daquele que inicia a delinqüência já Brasil, em muitos lugares. Por fim, os noticiários nos nos primórdios de sua vida. dizem hoje que a criminalidade diminui ou pelo me- Entendo, como a maioria desta Casa entende, nos arrefece nas capitais e começa a recrudescer em que esta medida, por si só, não vai resolver o problema. municípios onde o desempenho econômico, digamos Mas, como foi definido hoje na Comissão de Consti- assim, descentralizou-se das capitais. Fico preocupado tuição e Justiça... com a notícia, que é uma novidade para mim. Portanto, (O Sr. Presidente faz soar a campainha.) colaboro com V. Exª com este simples aparte dizendo que foi o bom senso que prevaleceu na Comissão de O SR. VALTER PEREIRA (PMDB – MS) – Eu Constituição, Justiça e Cidadania no dia de hoje. gostaria que V. Exª me desse mais uns cinco minutos O SR. VALTER PEREIRA (PMDB – MS) – Muito para eu concluir meu pronunciamento. obrigado a V. Exª. Esse consenso foi obtido – justiça A maioria da Comissão de Constituição, Justi- seja feita – graças à própria moderação do Presidente ça e Cidadania definiu hoje que, nesses próximos 45 da CCJ, Senador Antonio Carlos Magalhães. dias, um novo arsenal de medidas será definido e será O Sr. Almeida Lima (PMDB – SE) – Nobre Sena- proposto. Contudo, mesmo esse arsenal de medidas dor Valter Pereira, peço-lhe um aparte. Serei breve. que vem não será suficiente se o Poder Executivo não O SR. VALTER PEREIRA (PMDB – MS) – Pois fizer o seu dever de casa, se o Presidente Lula não não. entender que é preciso tirar a criança da rua e lhe dar O Sr. Almeida Lima (PMDB – SE) – Em primei- abrigo decente, que é preciso tirar a criança da rua e ro lugar, congratulo-me com o pronunciamento de V. colocá-la na escola. Exª. Em segundo, já que houve referência à Comis- O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT – AC) – Senador são de Constituição, Justiça e Cidadania, onde me Valter Pereira, V. Exª me permite um aparte? fiz presente durante toda a reunião, devo dizer que o O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) nobre Senador Aloizio Mercadante se comportou de – A Mesa vai conceder a V. Exª cinco minutos e pede forma civilizada. que os administre. O SR. VALTER PEREIRA (PMDB – MS) – É O SR. VALTER PEREIRA (PMDB – MS) – Muito verdade. obrigado. O Sr. Almeida Lima (PMDB – SE) – Ao contrá- Honra-me, nobre Senador Sibá Machado. rio do Presidente da República, que o fez de forma O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT – AC) – Quero muito mal-educada diante de toda a Nação, quando colaborar com o pronunciamento de V. Exª na seguinte disse que daqui a pouco vão querer também prender preocupação, que acho que foi matéria da decisão da ou matar os fetos. Em relação ao Relator da matéria, reunião da CCJ de hoje. A matéria é muito complexa Senador Demóstenes Torres, S. Exª foi muito brilhante e não daria para sairmos dali com o consenso, era im- em toda a sua argumentação. É claro que voto com o possível. O pronunciamento do Senador Demóstenes parecer do Senador Demóstenes Torres. Ontem, con- e, em seguida, o do Senador Mercadante apresen- versando com S. Exª, eu havia sugerido uma emenda taram uma riqueza de fundamentações, de pessoas ao seu substitutivo, que apresentei hoje, alterando não estudiosas da área, que dão suas contribuições, que o caput do art. 228, que altera a maioridade penal de se contradizem de pé à ponta. Portanto, na hora do 18 para 16 anos, mas dando outro tratamento ao seu debate ficou clara a profundidade do assunto. Agora, parágrafo único. A proposta, que não tive oportunida- o que não pode também – aí a recomendação que foi de de ler... feita – é, por conta de ter sido o prazo protelado para trinta dias, prorrogável por mais quinze, isso ser moti- (O Sr. Presidente faz soar a campainha.) vo para não se dar uma resposta à altura do problema O SR. VALTER PEREIRA (PMDB – MS) – Ape- que estamos vivendo. Acredito que foi o bom senso que nas solicito ao Presidente mais um pouco de tolerância prevaleceu, penso que foi melhor assim. Agora temos para concluir meu pronunciamento. 03152 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) ta Mesa. Ressalto, porém, que V. Exª não poderá ser – Vou-lhe dar dois minutos. Mais do que isso, V. Exª aparteado. vai ter quase o tempo dobrado. O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT – AC. Pela Li- O Sr. Almeida Lima (PMDB – SE) – Agradeço derança do PT. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, a V. Exª, e o meu aparte fica inconcluso. Srªs e Srs. Senadores, venho à tribuna, pela Liderança O SR. VALTER PEREIRA (PMDB – MS) – Muito do Partido dos Trabalhadores, para fazer referência à obrigado. Caixa Econômica Federal, instituição que apresenta Sr. Presidente, eu dizia que não basta o Con- 145 anos de existência em nosso País. Trata-se de uma gresso cumprir a sua função de legislar e dotar o País das mais sólidas instituições que há hoje no Brasil e de um arsenal jurídico capaz de coibir, de prever o que presta relevantes serviços ao povo brasileiro. Re- estancamento dessa grande sangria; é preciso que o centemente, tem-se esforçado ao máximo para estar Presidente Lula também faça a sua parte. mais perto das pessoas, independentemente de seu Veja o depoimento que tenho para prestar nesta poder aquisitivo. Casa. Há poucos dias procurei uma farmácia aqui no A Caixa Econômica encerra seu balanço de 2006 Distrito Federal, nas barbas do Presidente Lula. Ao com crescimento de lucro da ordem de 15,5% em re- chegar à drogaria, que estava de plantão, com as suas lação ao ano de 2005. É uma instituição que congrega portas cerradas, havia um gradil, e cliente tinha de ser hoje cerca de 33,6 milhões de pessoas, entre corren- atendido pelo lado de fora. Quando cheguei ali, estava tistas, poupadores etc; uma instituição que procura es- também do lado de fora uma criança. Toquei na cabeça tar próxima dos 5.561 Municípios brasileiros, seja com da criança e fiz uma pergunta: “O que fazes aqui a esta serviços terceirizados, seja com casas lotéricas. hora?” Eram quase onze horas da noite. E a criança É preciso dizer ainda, Sr. Presidente, que há 45 respondeu imediatamente: “Eu não roubo, não, moço. anos o regime de loterias funciona no Brasil, sempre Eu não roubo. Eu não sou ladrão”. Dez anos de idade! administrado pela Caixa Econômica Federal. É bom Hoje, a criança age em legítima defesa contra a agres- lembrar que boa parte dos recursos das loterias é são da sociedade. Fiz mais uma pergunta: “Onde você destinada aos cofres públicos da União para prestar mora”? “Eu moro na rua. Eu moro na rua, moço”. serviços à sociedade. O que estamos criando? Estamos criando mons- O esporte nacional recebeu cerca de R$267 mi- tros aqui no Plano Piloto, nas barbas do Presidente. lhões; a seguridade social, cerca de R$719 milhões; o É hora de acordar! O Presidente da República tem de Programa de Financiamento Estudantil – Fies, cerca oferecer para a Nação... de R$379 milhões; a cultura, R$121 milhões; e a segu- (Interrupção do som.) rança pública, R$127 milhões. Sem sombra de dúvida, O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) é uma instituição das maiores da América Latina. – Darei mais um minuto a V. Exª. Só mais um minuto. O Senador Alvaro Dias, a quem solicitei a pre- O SR. VALTER PEREIRA (PMDB – MS) – Agra- sença, não só nesta semana, mas anteriormente, já deço a generosidade. havia se reportado a uma desconfiança que é dele Está na hora de o Presidente da República anun- – é direito dele, como é direito de qualquer pessoa ter ciar para a Nação um tratamento de choque em defesa desconfiança sobre episódios que já permearam o dos menores e das crianças que estão abandonadas; Congresso Nacional. Lembro o caso de pessoas que um choque na educação. Assim, vai cumprir seu de- se utilizaram da loteria esportiva para justificar algumas ver de casa. rendas não lícitas. Muitas pessoas foram investigadas É preciso não só construir penitenciárias, mas pela CPI dos Bingos e por outras CPIs. Todos os ór- também dar à criança a oportunidade de viver, de ser gãos de fiscalização têm se esforçado para encontrar digna e de ser cidadã. E o Judiciário precisa ser im- alguns meliantes que tentam se aproximar deste tão placável, cumprindo também seu dever de casa, ne- brilhante trabalho, que é o da Caixa, e de uma idéia tão gando excesso de favores aos delinqüentes, tratando genial, como o sistema de loterias, que leva também com justiça esse sentimento todo, esse pavor que toma esperança para aqueles que menos têm. conta de toda a sociedade. Senador Alvaro Dias, desde a criação da lote- Muito obrigado pela tolerância, Sr. Presidente. ria esportiva – se não me falha a memória em 1972, O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) quando foi criado o campeonato brasileiro de futebol –, – Agradeço a V. Exª. de vez em quando tenho jogado em loterias. Somente Concedo a palavra ao Senador Sibá Machado, agora, semana passada, consegui fazer um terno numa por cinco minutos, com a tolerância costumeira des- quina. Ganhei R$52,22 e recebi na hora. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03153 As preocupações de V. Exª são justas, mas é pre- O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT – AC) – O ciso apenas elucidar alguns fatos. A Caixa Econômica Senador Alvaro Dias tem razão na preocupação, mas possui quatro regimes de fiscalização para essas si- as justificativas apresentadas pela Direção da Caixa tuações. O primeiro deles é do Tribunal de Contas da Econômica mostram a V. Exª e a todos nós que todas União; a segunda, da Controladoria-Geral da União; as medidas necessárias estão sendo tomadas para a terceira, de uma auditoria independente; e a quar- que jamais tamanha preocupação venha a se tornar ta, da sua própria auditoria interna. Mas é claro que princípio de realidade. é valido analisar. Era isso, Sr. Presidente. Agradeço a tolerância. Sempre que uma pessoa física ou de outra natu- O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) reza é premiada em circunstâncias que gerem qualquer – Agradeço a V. Exª. desconfiança, de imediato a Caixa Econômica remete O SR. ALVARO DIAS (PSDB – PR) – Sr. Presi- o caso para a Receita Federal, para o Ministério Públi- dente, peço a palavra pela ordem. co Federal ou para o Ministério Público dos Estados O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) em que tenha ocorrido o episódio e procura imediata- – Concedo a palavra ao Senador Alvaro Dias. mente se proteger. O SR. ALVARO DIAS (PSDB – PR. Pela ordem. Se, porventura – é claro que concordo com o Sem revisão do orador.) – Invocando o art. 14 do Regi- Senador Alvaro Dias –, pessoas de pouca reputação mento, peço a V. Exª a palavra para uma explicação pes- tentam se aproximar desse sistema e procuram des- soal, já que fui citado pelo Senador Sibá Machado. truir a sua imagem, vale a preocupação não apenas O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) de S. Exª, mas de todos nós. – Tem V. Exª a palavra, para um esclarecimento pes- Quanto à preocupação do Senador Alvaro Dias soal, de acordo com o art. 14 do Regimento, por cinco – a Caixa Econômica lembrou muito bem –, S. Exª re- minutos. Em seguida, tem a palavra o nobre Senador meteu, de ofício, um pedido de esclarecimentos, se não Pedro Simon. me falha a memória, no ano passado, ou em 2005. O SR. ALVARO DIAS (PSDB – PR. Para uma A Caixa respondeu ao ofício do Senador, que explicação pessoal. Sem revisão do orador.) – Sr. Pre- agradeceu pelas respostas. sidente, Srªs e Srs. Senadores, a Caixa Econômica O Tribunal de Contas da União fez também uma Federal apresentou informações contraditórias com auditoria sobre o assunto que preocupou o Senador relação à denúncia que formulamos relativamente ao Alvaro Dias e demonstrou total lisura da Caixa Econô- crime organizado, utilizando-se de instrumentos da mica nos seus processos. loteria na Caixa Econômica Federal para o crime de Quero deixar S. Exª seguro de que a descon- lavagem de dinheiro. fiança vale, porque todos temos que estar vigilantes Todos tomaram conhecimento de que um relatório permanentemente, principalmente quando se trata do do Coaf aponta ganhadores “iluminados”: um cidadão Erário. Mas vale ressaltar que a nossa Presidente, a ganhando 550 vezes e recebendo os prêmios na Cai- Drª Fernanda Ramos, tem todo o cuidado, como todo o xa Econômica Federal; outro cidadão ganhando 107 conjunto da Diretoria da Caixa Econômica, de se acer- prêmios em um único dia, em sete modalidades de car de todos os pressupostos legais para que jamais loterias em vários Estados da Federação. ocorram coisas dessa natureza. Claro que já houve Em um primeiro momento, a Caixa responde que algumas, mas procuraram-se corrigi-las. não compete a ela investigar e que remete ao Coaf para Daqui para frente, ficará também a minha apos- investigação. Em um outro momento, diz que investigou ta com S. Exª de estarmos juntos em nome de uma e que não apurou responsabilidade de servidores da instituição como a Caixa Econômica Federal, pelos instituição. Mas isso já disse a Caixa anteriormente. seus serviços, pelos seus bons serviços prestados à Todos os Srs. Senadores se lembram que, no população brasileira. Falo em nome dos seus 33,6 mi- episódio do caseiro, o Presidente da Caixa, agres- lhões de correntistas e dos 180 milhões de brasileiros, sivamente, autoritariamente, afirmava que nenhum que devem ter a confiança sólida de que essa é uma funcionário da Caixa estava envolvido no episódio do instituição de respeito, de crédito. Nenhum meliante crime cometido com a quebra ilegal do sigilo bancá- jamais vai se aproveitar de uma situação como essa rio do caseiro. para colocar em risco tamanha confiança. Depois, todos viram o que aconteceu. As autori- dades é que estavam envolvidas. O próprio Presidente (Interrupção do som.) da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, e o Minis- O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) tro da Fazenda, Antonio Palocci, estavam envolvidos – Para concluir, nobre Senador. e deixaram os seus cargos. 03154 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Não acontecerá, outra vez, o mesmo episódio? Se o assunto é velho, mais grave, porque se velho Não teremos a repetição desse procedimento que já é, tempo houve para que providências fossem adota- conhecemos, da parte dos dirigentes da Caixa Eco- das, e elas não foram adotadas. nômica Federal? Fica a impressão de que querem Por isso, apresentamos projeto e requerimentos. consagrar o conceito de que no Brasil existe o crime, Hoje votaremos o primeiro requerimento, o primeiro mas não existe o criminoso. No Brasil, há crime sem item da pauta, solicitando ao Tribunal de Contas da criminoso. União auditoria sobre o sistema de pagamento da Compartilho das preocupações do Senador Sibá Caixa Econômica Federal dos prêmios da loteria e, Machado de que devemos preservar a instituição. E a ao mesmo tempo, auditoria sobre denúncia de que preservamos separando: instituição, de um lado, au- haveria também manipulação de resultados. Esta não toridades que a administram eventualmente, de outro é denúncia minha, eu não faço essa denúncia, mas há a suspeição de que resultados poderiam estar sendo lado. E separando a maioria esmagadora dos funcioná- manipulados. rios, que são funcionários qualificados, competentes, Eu agradeço a V. Exª, Sr. Presidente, e ao Senador dedicados e eficientes, de alguns poucos que talvez Sibá Machado, respeitosamente. Estaremos sempre se constituam em “ovelhas negras” dentro da insti- juntos na defesa dessa formidável instituição que é a tuição. Eu não estou afirmando que funcionários da Caixa Econômica Federal. Por isso, ontem, reapresentei Caixa Econômica Federal estão envolvidos nesse es- um projeto que proíbe a privatização da Caixa Econô- cândalo de lavagem de dinheiro, mas há a suposição. mica Federal, do Banco do Brasil e da Petrobras, que Quem investiga tem que considerar todas as alterna- são instituições patrimônio do povo brasileiro. tivas possíveis, e, certamente, a Polícia Federal, com O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) a competência que aprendemos a admirar nos últimos – Agradeço a V. Exª, e concedo a palavra ao Senador tempos, e a investigação judiciária, por intermédio do Pedro Simon. V. Exª, Senador, inscrito como orador, Ministério Público, haverão de concluir, elucidando os dispõe de 10 minutos, com a costumeira tolerância fatos. É o que desejamos. desta Mesa. Da Caixa Econômica Federal, rigidez, combate O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL duro ao crime organizado e à lavagem de dinheiro, – BA) – Sr. Presidente, comunico a V. Exª que estou transparência absoluta, colocando o mal à luz, para que inscrito pela Liderança da Minoria. ele possa ser combatido e, se possível, condenado. É O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) o que estamos desejando; é o que estamos exigindo – V. Exª está inscrito pela Liderança da Minoria. Dentro em nome da sociedade brasileira. do rodízio, V. Exª será atendido. O que não podemos admitir é que o Superin- Com a palavra o Senador Pedro Simon. tendente de Loterias da Caixa Econômica Federal, a O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – Mas se pretexto de responder pela instituição, diga que temos S. Exª quiser o meu lugar, eu saio e fico esperando, outros objetivos, ao formularmos a denúncia, e que Sr. Presidente. trouxemos uma notícia requentada. O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL Primeiramente, nossos objetivos são transpa- – BA) – V. Exª não ouviu. Já pedi desculpas a V. Exª por ter interrompido. rentes, são do conhecimento da opinião pública bra- O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS. Pronun- sileira. Nossos objetivos são os de combater o crime cia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. organizado e a corrupção, tenha ela qualquer forma. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, pode parecer es- De outro lado, o crime é antigo. A prática é conhecida, tranho eu voltar a esta tribuna, mas creio que tenho a mas as informações não são requentadas, porque, se obrigação de fazê-lo em nome desta Casa. Peço no- fossem, os competentes jornalistas não ofereceriam o vamente atenção aos meus irmãos. O problema é da espaço da imprensa para a sua veiculação. maior gravidade, da maior urgência, e as providências Portanto, Sr. Presidente, o que se exige é maior devem ser imediatas. respeito à sociedade. Quando a instituição, por inter- Na segunda-feira, alertei este Plenário sobre médio da sua Presidência, designa um superintendente a inacreditável notícia, publicada nesta semana em para responder por ela, que o faça com mais compe- vários jornais e em meios de comunicação, como a tência e mais respeito ao povo brasileiro. revista Veja, o Jornal do Brasil e o Estadão, de que Na verdade, a própria Caixa admite que está ha- amanhã, quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal de- vendo lavagem de dinheiro sujo. E quais são as provi- cidirá, em definitivo, sobre a questão do devido foro e dências adotadas? responsabilização de autoridades em crime contra os Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03155 princípios constitucionais que regem a Administração Art. 3º As disposições desta lei são apli- Pública. cáveis, no que couber, àquele que, mesmo Tive a honra de ser o Relator da Lei nº 8.429/92, não sendo agente público, induza ou concor- Lei de Improbidade Administrativa, e de ver o meu pa- ra para a prática do ato de improbidade ou recer aprovado por unanimidade. Essa lei foi concebi- dele se beneficie sob qualquer forma direta da depois de intensos e extensos debates com toda ou indireta. a sociedade. Com esse instrumental jurídico, o Ministério Pú- Depois de longo debate, o Congresso Nacional blico teve como agir. E agiu com bastante seriedade, dotou o País de uma legislação objetiva rigorosa, fun- com bastante seriedade, com bastante celeridade na damentalmente prática. O seu principal objetivo era fiscalização da lisura dos atos, contratos e agentes a responsabilização de todos os agentes públicos de qualquer natureza que atentassem contra a Adminis- públicos. Milhares de processos foram instaurados por tração e principalmente contra o Erário. condutas enquadradas no espectro da lei. Faço questão de citar e referir-me ao Supremo Entretanto, por um entendimento que considero Tribunal Federal, pelo qual tenho o maior respeito e inacreditável, os Ministros do Supremo estão em vés- admiração. Tive a honra de votar em todos os mem- pera de querer se manifestar pela não aplicabilidade bros atuais daquela Suprema Corte. Conheço suas da Lei de Improbidade Administrativa aos agentes pú- biografias e suas histórias, a dignidade que compõe blicos e, em especial, a ex-ministros de Estado. as suas vidas públicas. Nesse sentido, é bom lembrar uma decisão do Faço questão de citar textualmente os artigos Supremo Tribunal Federal sobre uma reclamação de importantes desta lei. 2002 proposta pela União em favor de um ex-Ministro. É curioso que um dos ministros votantes favoravelmente Art. 1º Os atos de improbidade pratica- à reclamação foi colega contemporâneo do reclaman- dos por qualquer agente público, servidor ou do; mais curioso, também teve processo promovido não, contra a Administração direta e indireta contra ele próprio pelo Ministério Público. No mínimo, ou fundacional de qualquer dos Poderes da uma postura, uma declaração de impedimento, nes- União, dos Estados, do Distrito Federal ou se caso, envolvendo essas autoridades, poderia ser dos Municípios, do território de empresa in- manifestada. corporada ao patrimônio público ou de entida- Apelos de diversos segmentos da sociedade que de para cuja criação ou custeio o Erário haja lutam pelo fim da impunidade, pelo efetivo combate concorrido ou concorra com mais de 50% do à corrupção, estão sendo feitos: magistrados, corpo- patrimônio ou da receia anual serão punidos rações, organizações sociais e religiosas, partidos na forma desta lei. políticos, imprensa alertam a Corte Suprema sobre Enumera todas as pessoas inclusas e todas a os danos que tal decisão vem acarretar. Na prática, que se refere. teremos uma ampla, geral e – pior – restrita anistia, Parágrafo único. Estão também sujeitos anistia a possíveis criminosos. Em um efeito cascata à penalidade desta lei os atos de improbida- para autoridades na sucessiva hierarquia da Federa- de praticados contra o patrimônio de entidade ção, projetam-se um perdão e um esquecimento de que receba subvenção, benefício ou incentivo mais de 10 mil ações. fiscal ou creditício de órgão público bem como Eu volto a dizer que considero a lei da impro- daqueles para cuja criação ou custeio o erá- bidade inequívoca quanto a seus objetos penais em rio haja concorrido ou concorra com menos todos os seus aspectos: agentes, promotores, réus, de 50% do patrimônio da receita anual, limi- tipologias, apenações, densimetrias e formas. Pode tando-se nesses casos a sanção patrimonial não ser e com certeza não é a melhor das fórmulas; à repercussão do ilícito sobre a contribuição pode e deve ser melhorada. dos cofres públicos. Juridicamente tenho aqui como anexo uma quan- Art. 2º Reputa-se agente público, para os tidade expressiva de entendimentos, teses e pareceres efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que chegaram a meu gabinete das mais variadas enti- que transitoriamente ou sem remuneração, por dades. Seria exaustivo lê-los desta tribuna, mas nada eleição, nomeação, designação, contratação impede que se faça uma pausa nessa discussão no ou qualquer outra forma de investidura, ou vín- Supremo e possamos, nós Parlamentares, ministros, culo, mandato, cargo, emprego ou função nas procuradores, juristas e outros representantes da so- entidades mencionadas no artigo anterior. ciedade, debater e analisar essa questão antes que 03156 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 aconteça, volto a insistir, uma catástrofe para a probi- 2004. Dessas 476.255 pessoas, 175.548 com idade dade e a moralidade pública. entre 15 e 24 anos. Repito: não entendo essa interpretação de mem- O Brasil ocupa a perigosa quarta posição entre bros do Supremo; não entendo esse desserviço ao 84 países pesquisados: quarto lugar em violência, em combate à impunidade, mas respeito as decisões dos morte por assassinato. Uma guerra civil ocorre no Brasil outros Poderes e, como Senador, vou perseguir incan- e se concentra, principalmente, em 10% das cidades savelmente o aprimoramento da norma para que isso brasileiras: 556 cidades do Brasil são responsáveis pe- não possa mais ocorrer, mas mantenho a esperança los dados de 82% dos crimes ocorridos em 2004. de que haja uma reflexão maior do Supremo Tribunal Agora, o que me deixou ainda mais preocupa- Federal. Sua decisão pode significar uma ruptura no já do e alarmado foi que a primeira cidade do Brasil em pífio combate à corrupção. O resultado do julgamento assassinatos de jovens entre 15 e 24 anos é a bela não encerrará a disputa. Procuradores e magistrados Foz do Iguaçu, que atrai um milhão e meio de turistas têm esperança de que, se derrotados, o Supremo todos os anos e que poderia atrair muito mais, se não modifique o entendimento ao ser provocado em no- vivesse essa situação, esse drama. vos casos semelhantes aos dos ministros que estão Lá em Foz do Iguaçu, são 223,3 assassinatos de sendo acusados. jovens para cada grupo de 100 mil habitantes. Um nú- Espero, Sr. Presidente, e apelo ao Supremo para mero estarrecedor porque, na média brasileira, são 27 que amanhã não tome essa decisão; que continuem assassinatos para cada 100 mil habitantes, o que já é na gaveta os processos. Estão há tanto tempo na ga- um número elevadíssimo. Mas Foz do Iguaçu – eu tenho veta, que fiquem mais algum tempo. Agora, determinar que repetir – é a primeira colocada em assassinatos que 10 mil processos sejam arquivados – uma anis- de jovens: 223,3, quase dez vezes a média nacional. tia – é algo que não dá para entender. Não dá para E aqui estou falando apenas de jovens e, na média compreender. A sociedade, todos dizem que o ano nacional, estou falando de todas as idades. passado foi o ano mais cruel do nosso País em ter- É claro que não dá para ficar assistindo, sem fa- mos de corrupção, de seriedade, de austeridade, de zer nada. Lá em Foz do Iguaçu, o Prefeito, que é do falta de ideal. Imagina-se que este ano será um ano meu Partido, o PDT, está construindo escolas – a meta diferente; o Lula será diferente; o Brasil será diferente; é chegar a dez escolas – e pretende tirar das ruas o Congresso será diferente, mas o primeiro ato foi o crianças e jovens para colocá-los, em tempo integral, Supremo Tribunal Federal arquivar 10 mil processos no contraturno, com atividades culturais, esportivas, em andamento. Eu não acredito, Sr. Presidente. Juro didáticas, de meio ambiente. por Deus que não acredito. Por isso, faço daqui o derradeiro apelo. A votação Tive a oportunidade de conhecer uma dessas é amanhã, a reunião do Supremo está marcada para escolas em Foz do Iguaçu. O Prefeito Paulo Mac Do- amanhã. Que Deus tenha piedade de nós. Que Deus nald Ghisi tem razão: não há como enfrentar esses proteja os nossos Ministros do Supremo, para que eles índices da violência se não for por meio da educação, tenham a inspiração divina de buscar o bem do nosso de preparar a criança e a juventude e, especialmen- País e de ficarem de bem com as suas consciências. te, por meio da educação integral, porque ali ela vai Muito obrigado. Sr. Presidente. aprender música, artes marciais, cultura; vai aprender O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) a ser cidadão e vai alimentar-se adequadamente. Dez – Concedo a palavra ao Senador Osmar Dias, pela escolas em Foz do Iguaçu, tenho certeza, vão mudar Liderança do PDT. esse retrato feio de violência na cidade. S. Exª dispõe de cinco minutos. Durante a campanha eleitoral, eu abordava esse O SR. OSMAR DIAS (PDT – PR. Pela Lideran- assunto da violência, e o meu adversário dizia que isso ça do PDT. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, não era verdade. Agora, o próprio Secretário de Segu- Srªs e Srs. Senadores, o Senado debate a questão rança está dizendo, também, que esses números não da violência no País com várias propostas para tentar são reais. Mas são números divulgados pela imprensa contribuir não apenas com o debate, mas também com hoje, e acredito que, tanto eu quanto qualquer para- instrumentos legais que possam minorar essa grave naense, estamos estarrecidos diante desses números situação que vivemos. apresentados em Foz do Iguaçu. Hoje, os jornais publicam dados estarrecedores. O Senador Antonio Carlos Magalhães apresentou São dados de 2004, mas que já estão ultrapassados, um projeto de emenda à Constituição que estabelece o pior é isso, porque a situação hoje é mais grave que o direito de assistência financeira às famílias vítimas em 2004: 476.255 pessoas assassinadas no Brasil em da violência. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03157 É uma forma de minimizar o drama daqueles que – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ensina-nos estão sofrendo com a violência no País. um velho ditado chinês que uma jornada de duzen- A pedido do Senador Cristovam Buarque, estou tos quilômetros começa com um simples e singelo apresentando uma emenda a essa PEC do Senador ato: o primeiro passo. Hoje assomamos pela primeira Antonio Carlos Magalhães – é claro que essa questão vez à tribuna desta augusta Casa de Leis, cuja histó- terá que ser vista na Comissão de Constituição, Jus- ria se confunde com a construção da democracia no tiça e Cidadania – para que 10% dos recursos de um Brasil e com o fortalecimento da identidade nacional. fundo que será criado para assistir às famílias vítimas Aqui, decidiram-se temas fundamentais para garantir de violência e para melhorar a qualidade da educação a igualdade entre os cidadãos, a liberdade de credo e básica sejam, então, destinados à educação. Assim, expressão. Aqui aboliu-se a escravatura, proclamou- por meio da educação, poderemos mudar, em mé- se a República, lutou-se contra a tirania das ditadu- dio prazo, essa triste realidade, que não é só de Foz ras, redemocratizou-se o País e mostrou-se a força de do Iguaçu. Mas Foz do Iguaçu é a primeira do País, CPIs como instrumento investigativo dos desmandos localizada na tríplice fronteira, onde drogas e armas do Estado. entram livremente. O mandato como Senador pelo Estado de Goiás, Estou aqui pedindo há mais de dez anos – há Srªs e Srs. Senadores, coloca-nos diante de inúmeras doze anos estou neste Congresso – que os governos responsabilidades: representar, com sensibilidade e invistam no policiamento de fronteira – portanto, mais firmeza, os interesses de nosso alegre e lutador povo Exército, mais Polícia Federal – para impedir a entrada goiano, que nos brindou com expressiva votação e de drogas e de armas que lá estão realmente entrando. confiou-nos a tarefa de, juntamente com os demais Os jovens estão sendo contaminados, as famílias estão Senadores de nosso Estado, posicionarmo-nos em sendo contaminadas pelo vício das drogas, o caminho nome de Goiás. Queremos compartilhar experiências, mais curto para a marginalidade, para o crime e para mostrar e defender projetos que lograram êxito em a violência. Então, com educação e investimento pe- nosso Estado e, decerto, poderiam contribuir para o sado mesmo nessas cidades onde o crime e a violên- engrandecimento deste País. Mas, acima de tudo, de- cia estão tomando conta, é que nós vamos minorar o sejamos ser eterno e incansável aprendiz. sofrimento de milhares de brasileiros. Não temos pressa, mas, como observa o ilus- Quero cumprimentar o Senador Antonio Carlos tre escritor português José Saramago, não percamos Magalhães, que já foi autor da criação da Instituição tempo. O País não pode esperar; a Nação não pode do Fundo da Pobreza e, agora, propõe esse Fundo de esperar; o povo não pode esperar, porque estamos – Assistência às Famílias e às Vítimas da Violência no todos – ávidos por alternativas viáveis para solucionar Brasil. Já que o Estado não dá conta de conter a esca- os gravíssimos problemas e as angústias vividas pela lada da violência, que seja obrigado a indenizar aqueles sociedade brasileira. Estamos todos unidos num só que sofrem com ela, que cada dia assusta mais. grito para reduzir as desigualdades sociais e históricas Sr. Presidente, este assunto tem que ser abor- discrepâncias regionais, para fortalecer a produção e dado em mais tempo. fomentar o emprego, molas propulsoras do progresso É claro, Sr. Presidente, que o meu tempo está e da dignidade humana. terminando e vou obedecer ao sinal da Mesa, mas Neste plenário, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Sena- pretendo voltar para aqui abordar, mais uma vez, este dores, temos certeza, encontraremos a solidariedade assunto, já que hoje está todo mundo calmo aqui no de todos os Pares a quem dedico grande afeto. Nesta Senado. Ontem tinha gente muito brava, muito ner- Casa, manteremos o debate construtivo de idéias, com vosa aqui. Vou aproveitar esses dias com mais calma o objetivo sublime de colaborar para a construção de para falar, com mais serenidade, assunto de grande um País melhor para a brava gente brasileira. importância. Exemplos não nos faltarão de homens que mar- Era o que eu tinha a dizer. Muito obrigado. caram e têm marcado a história do Parlamento e da O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) política brasileira. Em nosso Goiás, vamos buscar a – Agradeço a V. Exª e concedo a palavra ao Senador inspiração de ícones, vamos nos iluminar nas figuras Marconi Perillo, por permuta com o Senador Renato memoráveis de Senadores que falaram e lutaram por Casagrande. S. Exª dispõe de 10 minutos. Em seguida, nosso Estado. ao Senador Mão Santa para uma comunicação inadi- Reverencio a memória de Leopoldo Bulhões, ável e de interesse do País e do Piauí. Ministro da Fazenda e líder da escola monetarista no O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO. Pro- Brasil; de Alfredo Nasser, ex-Ministro da Justiça, es- nuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) tudioso da história política goiana e defensor da liber- 03158 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 dade de imprensa; de Pedro Ludovico Teixeira, pai da O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Con- Goiânia transformadora e do Goiás contemporâneo; e cedo, com muita honra, o aparte ao ilustre Senador e de Henrique Santillo, valente tribuno que desafiava a Líder do meu Partido, Arthur Virgílio Neto. escuridão do totalitarismo com a luz da inteligência. O Sr. Arthur Virgílio (PSDB – AM) – Senador Pe- Rendo homenagem, também, ao Presidente Jus- rillo, fico extremamente feliz de vê-lo na tribuna com a celino Kubitschek de Oliveira, que honrou a represen- sabedoria e a experiência adquiridas ao longo de oito tatividade de Goiás no Senado. Sem este mineiro, ma- anos exitosos de Governo de Goiás, mas o mesmo tri- terializador de sonhos e empreendedor de aventuras, buno competente, e jovem ainda – e isso salta aos olhos o Planalto Central talvez permanecesse ainda distante –, que em 1995, aos meus olhos também se avultou na do desenvolvimentismo e das decisões da vida nacio- Câmara, combativo, assumindo posições, disputando nal, restritas, até então, ao eixo Sul e Sudeste. Ao criar bolas divididas, coerente, firme, companheiro, amigo Brasília, Juscelino deu vida e cor à vastidão imensa e de seus amigos, solidário com seus companheiros, leal arredia do Planalto Central. Fincou o nome na galeria com seus adversários. Ou seja, é um dia relevante para de baluartes da política brasileira, tais como Nilo Pe- o Senado poder presenciar esta sua estréia oficial na çanha e Getúlio Vargas. tribuna, fazendo um discurso que tem a face do seu Tenho elevado à minha geração o conceito de po- governo em Goiás: desenvolvimento, organização do lítica útil, engajada e patriótica. Não somente em tese, País e preocupação com o futuro, V. Exª que já tem mas no cotidiano, introduzimos a partir de Goiás uma um belo passado, apesar de tão jovem, para que todos prática registrada como o salto do velho populismo à nós o contemplemos. Parabéns a V. Exª. expressiva co-gestão entre Estado e sociedade. Inau- O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Mui- guramos um elevado grau de participação dos entes to obrigado, Senador Arthur Virgílio, que muito honra privados, desde os menores sindicatos trabalhistas até este pronunciamento. O Sr. José Agripino (PFL – RN) – Senador Mar- as entidades do setor produtivo ou as representações coni, permita-me um aparte? dos demais poderes. Partimos do princípio que a nós O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Se- políticos cabe a tarefa de canalizar os esforços da so- nador José Agripino, concederei com prazer, logo ciedade civil organizada, para decidirmos, em processo após o aparte do ilustre Senador e ex-Governador dialético, sincero e aberto, os rumos da política e as Alvaro Dias. diretrizes do Estado. O Sr. Alvaro Dias (PSDB – PR) – Muito obriga- Essa revolução conceitual, marcada pela gestão do, Senador Marconi Perillo. Este é um momento feliz participativa e democrática, foi assimilada e acolhida para o Senado, momento da sua valorização e, certa- como prática cotidiana pelo conjunto da sociedade mente, um avanço em matéria da conquista da credi- goiana. Se aqui chegamos pela mão de nosso povo é bilidade que, ao longo do tempo, o Poder Legislativo porque estabelecemos novos ditames para a gerência vem perdendo em função de lamentáveis escândalos do Estado em nome da vontade popular. Se aqui che- que o contaminam. A presença de V. Exª é a certeza gamos pela força de nossa gente é porque nos esfor- da afirmação ética, da competência política e da sen- çamos para fazer de nosso governo o sentimento e a sibilidade social. Mas não quero cumprimentá-lo, não; aspiração de nossa sociedade. E se me permito falar sou suspeito para esses cumprimentos, porque sou da maravilhosa experiência que foi governar nosso seu amigo de longa data. Quero cumprimentar o povo Estado por dois mandatos, é porque entendo oportu- de Goiás, que demonstrou inteligência política e reco- no num momento em que o País vive, pensa e reflete nhecimento, que soube valorizar a figura do seu líder sobre o sentido da democracia representativa. maior, importante não só para o Estado, mas também Pesa-me sobre os ombros, Sr. Presidente, Srªs para o País. Cabe, portanto, os cumprimentos ao povo e Srs. Senadores, a adoção pelo Poder Executivo do goiano. V. Exª, ao lado da Senadora Lúcia Vânia, essa método centralista e impositivo de governo. Governar grande Líder, ao lado do Senador Demóstenes Torres com a participação da sociedade não é tarefa para também do seu Estado, haverá de contribuir de forma todos, requer visão de Estado, desprendimento das decisiva para que o Congresso Nacional possa voltar vaidades políticas e partidárias e planejamento estra- aos seus melhores dias. Certamente a presença de tégico de longo prazo, o pensar cinqüenta anos em V. Exª é a certeza disso. Parabéns, Senador Marconi cinco como fez o saudoso Presidente Juscelino Ku- Perillo. Seja feliz aqui. bitschek de Oliveira. O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Agra- O Sr. Arthur Virgílio (PSDB – AM) – Permite-me deço o honroso aparte de V. Exª, Senador Alvaro Dias, um aparte, Senador Marconi Perillo? grande propulsor do desenvolvimento do Paraná. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03159 Concedo a palavra, com muita honra, ao Líder O Sr. Joaquim Roriz (PMDB – DF) – Meu preza- do PFL, Senador José Agripino Maia. do Senador Marconi Perillo, eu não poderia deixar de O Sr. José Agripino (PFL – RN) – Senador Mar- cumprimentar V. Exª quando assoma à tribuna, como coni Perillo, este seu pronunciamento estava sendo se estivesse inaugurando os seus trabalhos nesta aguardado. Quero que V. Exª saiba, na hora em que faz Casa. Fico muito feliz por isso. Primeiro, por ser seu o seu primeiro discurso, que esta Casa tem por V. Exª conterrâneo; segundo, por conhecê-lo profundamente, – digo por mim e por aqueles com quem converso, seus o seu passado e a sua luta política desde jovem. Te- Colegas, meus Colegas –, tem na presença de V. Exª nho acompanhado a sua vida pública há muito tempo. nesta Casa, nesta tribuna, as melhores expectativas. Sei das suas qualidades, homem lutador, trabalhador Senador Marconi, V. Exª foi duas vezes Governador, e e com uma grande virtude: disputou várias eleições e eu sou pela terceira vez Senador. Disputei três eleições não conhece até hoje o sabor da derrota. É um homem para o Senado e ganhei as três, mas em nenhuma vitorioso, hoje Senador brilhante. Quero aparteá-lo ape- delas tive 70% dos votos, como V. Exª teve – mais de nas para cumprimentá-lo e desejar muito sucesso no 70%! O reconhecimento do povo de Goiás, que V. Exª Congresso Nacional, para que continue representan- governou por dois mandatos seguidos, fala por si só. do tão bem Goiás como sempre o fez. Parabéns pelo Não somos correligionários; somos, sim, companheiros seu pronunciamento. de Oposição, mas V. Exª é do PSDB e eu sou do PFL. O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB – PA) – Permite-me E, no meu Estado, contra a minha vontade, o PFL e o um aparte, nobre Senador Marconi Perillo? PSDB não se dão bem, mas, se eu puder, até farei as O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Com vezes para que façamos esse casamento. Guardo uma muito prazer, meu querido Senador. imagem de V. Exª, que, na minha opinião, tem algumas O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB – PA) – Senador Mar- qualidades. Não quero enumerá-las todas, mas que- coni Perillo, o Senador Alvaro Dias disse há pouco que estaria festejando, neste instante, o primeiro discurso ro pelo menos destacar quatro delas. Acho V. Exª um de V. Exª no plenário do Senado Federal, mas que seria homem muito atento – atento a tudo, antenado; V. Exª suspeito por ser do nosso PSDB. Quero dizer que não é muito atencioso – essa é uma marca importante no há suspeição alguma, porque o Brasil inteiro e Goiás político, no homem público que queira o respeito dos conhecem o trabalho, o empenho e a competência do seus; V. Exª é atento, atencioso e solidário. Já houve Senador Marconi Perillo. O Brasil todo ainda lembra a episódios em que precisei de V. Exª e sei que contei epopéia que foi a sua candidatura, há nove anos, ao com sua solidariedade, e não foi solidariedade para Governo do Estado de Goiás: um jovem Deputado Fe- inglês ver. Foi solidariedade para valer, com coragem, deral, que abriu uma luta naquele instante tida como com determinação. O último ponto é a coragem. Te- impossível, na qual V. Exª demonstrou, pelo discurso nho certeza de que, ao lado do Líder Arthur Virgílio e claro de melhoria da qualidade de vida do povo goiano, de todos os seus companheiros do PSDB, faremos a competência para ser eleito e reeleito Governador do nossa vez aqui neste Senado; faremos a nossa linha Estado e, após oito anos de profícuo mandato, entregar de Oposição. É claro que V. Exª vai ser o Senador de ao sucessor eleito por V. Exª um Estado transformado, Goiás; é claro que V. Exª tem responsabilidades com no caminho do desenvolvimento. Quero dizer ao povo o seu Estado, que está aqui encostadinho em Brasília. de Goiás, que tem em V. Exª, na Senadora Lúcia Vânia Mas V. Exª, que é uma figura nacional, vai ser o Se- e no Senador Demóstenes Torres a representação da nador que Goiás dá ao Brasil. Nós o esperamos para, Bancada de Goiás no Senado Federal, que hoje é o juntos, pugnarmos, não para contestar governo, mas seu primeiro discurso, mas o seu trabalho em prol do para consertar o errado, para propor o certo e traba- Brasil e de Goiás já se vem desenvolvendo desde o lhar em bem da coletividade e do interesse comum do início da Legislatura nas comissões e na Comissão de povo brasileiro. Seja muito bem-vindo. Esperamos V. Exª Serviços de Infra-Estrutura, que V. Exª tão bem preside. como companheiro de primeira grandeza, uma estrela Sou testemunha do trabalho que V. Exª desenvolve em que – tenho certeza – brilhará forte neste Senado. prol do querido povo do Estado de Goiás. Parabéns O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Agra- a Goiás, parabéns a V. Exª. Desejar sucesso não é deço o aparte do ilustre Líder do PFL, José Agripino, necessário, porque tenho absoluta certeza de que o pela generosidade e gentileza de suas palavras. Tam- mandato de V. Exª será coroado de êxito em benefício bém pode considerar-se meu amigo. da nossa Nação. Concedo um aparte, com muito prazer, ao nosso O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Agra- querido Senador, ilustre goiano emprestado a Brasília, deço ao ilustre Senador Flexa Ribeiro por suas pala- grande Governador, Joaquim Roriz. vras carinhosas. 03160 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 A Srª Lúcia Vânia (PSDB – GO) – Senador Mar- O Sr. João Tenório (PSDB – AL) – Senador, V. coni Perillo, V. Exª me concede um aparte? Exª me concede um aparte? O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Con- O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Com cedo, com muito prazer, a palavra à ilustre e competente muita honra, Senador João Tenório. Senadora pelo meu Estado, Senadora Lúcia Vânia. O Sr. João Tenório (PSDB – AL) – Senador Mar- A Srª Lúcia Vânia (PSDB – GO) – Senador Mar- coni Perillo, conheço-o de pouco tempo, mas gostaria coni, a minha responsabilidade aqui hoje é muito gran- apenas de destacar algumas questões que merecem de. Tentarei expressar o desejo de todos os goianos ser ressaltadas. Primeiro, concordar com algumas qua- neste momento. Sei o quanto os goianos esperam de lificações que foram observadas pelo nosso Senador V. Exª no Senado da República, e sabemos da im- José Agripino – digo algumas, porque não o conheço portância que a sua Liderança tem para o Estado de suficiente para testemunhar todas. A atenção de V. Goiás e para a região Centro-Oeste. Foi um governo Exª é uma coisa absolutamente visível e, de fato, é do inovador, moderno que pode, sem dúvida alguma, reconhecimento de todos. Conheço também sua po- ser um destaque nacional, por sua atuação e por sua sição firme. Em momento muito recente no Senado, perseverança. Reforço as palavras do Senador José foi possível testemunhar claramente a sua atuação Agripino, que costuma sintetizar tudo; fala didatica- firme em relação à sua independência e sua concep- mente, para que o povo possa entender. Acredito que ção política das coisas. Ademais, V. Exª representa o o Senador José Agripino, se morasse em Goiás, não Estado de Goiás com a legitimidade da votação que teria sido tão feliz ao explicitar suas qualidades. V. Exª é obteve e, em sendo um Estado que foge um pouco do atento, atencioso, solidário e, acima de tudo, corajoso. núcleo do poder no Brasil, eu que sou do Nordeste, Portanto, nossos votos de que V. Exª possa brilhar aqui acho que essa liderança que aparece aqui no Senado não apenas por sua competência e capacidade, mas Federal na pessoa de V. Exª vai ajudar na descentra- que possa fazer brilhar, também, o Estado de Goiás e lização do poder e na unificação das regiões menos a Região Centro-Oeste. desenvolvidas. Sua posição será importantíssima para O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Agra- que isso aconteça. deço emocionado o aparte da ilustre Senadora Lúcia O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Agra- Vânia, grande Senadora da República. deço o aparte do ilustre Senador João Tenório. Muito Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, continuan- obrigado pelo carinho. do, quero dizer que isso requer coragem e percepção Concedo um aparte, com muito prazer, ao ilustre de que a cumplicidade dos entes sociais e o respeito ao Senador Marco Maciel. Poder Legislativo não constituem concessão do poder O Sr. Marco Maciel (PFL – PE. Com revisão do democrático, mas sua própria essência. orador.) – Nobre Senador Marconi Perillo, ao saudá- Com essa bandeira, vivemos oito anos de expe- lo por sua investidura no Senado Federal, eu gostaria riência compartilhada em uma sociedade que se or- de dizer que sei do trabalho que V. Exª desenvolveu ganiza e cresce em velocidade bem acima da média como Governador do próspero Estado de Goiás. V. nacional. Com esse instrumento, procurei reapresentar Exª foi duas vezes Governador do Estado, tendo se Goiás ao Brasil em inserção qualitativa, muito além da elegido com uma votação expressiva e se reelegido imagem periférica e provinciana com que nos deba- com votação ainda maior. O seu Estado conheceu, temos ao longo de um século. Mesmo que na prática durante os oito anos de sua administração, um perío- seja extremamente trabalhosa, a teoria é simples: efi- do de grande afluência e desenvolvimento no âmbito ciência não é prerrogativa do setor privado. Ao Estado econômico e social. Isso chama a atenção para a per- cabe adotar métodos capazes de responder à altura a sonalidade de V. Exª, um político jovem que chegou ao expectativa e as necessidades da população. Governo depois de haver sido Deputado Federal em Quase 80% dos eleitores goianos assimilaram mais de uma legislatura e, agora, em reconhecimen- essa visão e credenciaram-me a estar aqui. Entro, to ao trabalho feito em seu Estado, vem para a Casa portanto, para meu quinto mandato eletivo e terceiro da Federação – o Senado Federal. No seu discurso, mandato parlamentar, com experiência no Parlamento V. Exª já demonstra como será útil a sua presença e no Executivo, como aliado desta Casa para o mesmo nesta Casa, no deslinde de questões que dizem res- propósito de afirmação de sua imagem junto à opinião peito ao Congresso Nacional e de modo especial ao pública. Em que pese o desgaste causado pelas exce- Senado Federal. Como V. Exª sabe, o Senado é so- ções, é preciso deixar claro que o sentido natural do bretudo a Casa da Federação e possui uma série de Parlamento Brasileiro é o de comprometimento público atribuições privativas que fazem considerar o Senado e engajamento social. brasileiro como um dos mais ativos do mundo. Recen- Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03161 temente, lendo uma pesquisa sobre o funcionamento discutirmos os temas fundamentais para levar o Bra- dos legislativos, constatei que o Senado brasileiro é sil à modernidade de fato, no lugar de discutirmos a talvez o quarto mais importante dentre os países que Reforma Política, a Reforma Tributária, a Reforma praticam o bicameralismo. Por quê? Porque o Sena- Previdenciária e Trabalhista, bem como rever o Pac- do, além das atribuições concorrentes que tem com to Federativo e as Diretrizes para o Desenvolvimento a Câmara, dispõe de uma série de atribuições priva- Sustentável, seremos obrigados a nos debruçar so- tivas e, por ser o Brasil uma Federação, ser o Sena- bre uma série de medidas provisórias ou desmedidas do, como acontece e como aconteceu no precedente provisórias, conforme conceituava o saudoso Doutor norte-americano, a Casa da Federação. V. Exª, que é Ulysses Guimarães. um político jovem mas já experiente, vai trazer para Recentemente, o Governo decidiu nos gabinetes cá a sua experiência, a sua competência e o seu es- do Planalto uma série de medidas com o louvável intui- pírito público numa quadra decisiva da nossa história, to de promover o crescimento do País, mas é preciso porque a 52ª não foi uma legislatura que marcasse o dizer que esse esforço, apresentado com folguedos e Congresso Nacional, pelo contrário, sofreu o impacto comemorações, pode dar em quase nada, pode não de denúncias e de escândalos que comprometeram levar o país para nada além de parcos 3,5% de cresci- a imagem do político e do homem publico brasileiro. mento. E sabem por quê? Porque apenas remenda um Agora, com a instalação da 53ª Legislatura, ocorrida sistema tributário arcaico e antigo, que não funciona no dia 1º de fevereiro deste ano, uma nova expectativa mais, que não comporta reparos e emenda. É como se abre para o País, para as instituições e, de modo um carro velho que, malgrado o esforço do proprietá- especial, para o Congresso Nacional. Por isso, quero rio, vive dando defeito. saudar a posse de V. Exª, dizendo da alegria de vê- Concedo, com muito prazer e honra, a palavra lo, na Casa, como nosso colega, e também dizendo o ao ilustre Senador e ex-Presidente Fernando Collor quanto o País e, sobretudo o seu Estado, esperam da de Mello. contribuição que oferecerá ao nosso desenvolvimento O Sr. Fernando Collor (Bloco/PTB – AL) – Sr. e ao fortalecimento de nossas instituições, porque sei Senador Marconi Perillo, é com alegria muito grande que V. Exª é defensor das reformas institucionais, ou que o encontro no Senado da República, eleito por uma seja, das reformas políticas, indispensáveis à cons- votação que ficará marcada no história política de seu trução de uma sociedade não somente democrática, Estado, o nosso querido Estado de Goiás, como tam- mas desenvolvida e justa. bém do Brasil. Foi a ratificação dos acertos da política O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Se- que V. Exª empreendeu ao longo de sua vida pública, nador Marco Maciel, nosso ex-Vice-Presidente da Re- foi uma consagração que o seu povo concedeu a V. pública, o aparte de V. Exª engrandece e agrega muito Exª. Logo no início dos nossos trabalhos desta Legis- valor a este primeiro pronunciamento que faço. Muito latura, V. Exª vem demonstrando a sua capacidade, obrigado a V. Exª. a sua competência para exprimir com clareza o que Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, pensa a respeito do nosso atual momento político e vou abreviar este meu primeiro pronunciamento, pro- administrativo, de governo, e também uma prospecção metendo depois concluí-lo numa outra oportunidade. sobre o futuro de nosso País. Continuando, gostaria de dizer a todos que me Apresento-lhe meus cumprimentos e a minha apresento ao trabalho com elevado espírito público, ávi- satisfação muito grande de tê-lo como companheiro, do por debater conceitos e propósitos desprendidos de é uma honra ter um companheiro como V. Exª aqui no interesses momentâneos ou setoriais. O Brasil assim Senado da República. E se V. Exª me permitisse, gos- deseja e espera. O Parlamento é capaz disso, e nós o taria de fazer uma rápida digressão sobre a questão faremos. Nesta minha primeira intervenção no Senado das medidas provisórias. A medida provisória é um Federal, agradeço a Deus por estar aqui, reafirmo os instituto típico de um sistema parlamentarista de gover- compromissos com Goiás e com o Brasil. Mas é exa- no. Quando da elaboração da nossa Constituição, foi tamente pela forma como pretendo atuar no Senado constituído um grupo de sistematização, a Comissão Federal, Srªs e Srs. Senadores, que não posso concor- de Sistematização, que prepararia o anteprojeto, por dar com a insistência do Poder Executivo em governar assim dizer, da Constituição, que depois seria levado por medidas provisórias. Tampouco posso concordar a plenário para ser aprovado, reformado ou não. O com a não-apreciação dos vetos presidenciais, muitas trabalho da Comissão de Sistematização submetido vezes engavetados nesta Câmara Alta. à apreciação dos Srs. Congressistas trouxe o manda- Vejamos o momento vivido por nós neste início to de quatro anos para o Presidente da República e a de legislatura. No lugar de envidarmos esforços para mudança do sistema político de presidencialismo para 03162 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 parlamentarismo. Aí, no corpo da Constituição, veio chegou V. Exª, com a autoridade de quem teve a maior o instituto da Medida Provisória, que é típico de um votação proporcional do País, com a sua capacidade regime parlamentarista, no qual o Chefe de Governo de Governador por duas vezes do seu Estado, ainda tem a maioria, que o conduziu à chefia do governo, e, conseguindo fazer o seu sucessor. V. Exª tem uma vida para acelerar os trabalhos, ele ditaria as medidas e as jovem, mas cheia de êxitos. Eu tenho certeza de que teria aprovadas naturalmente. o Goiás vai ficar mais enriquecido ainda com a sua Isso foi mudado depois, como V. Exª sabe e conhe- presença nesta Casa fazendo o trio de uma bancada ce. Isso foi modificado bastante, resultado do trabalho realmente que usa o Parlamento para engrandecer o da Comissão de Sistematização; o sistema voltou a ser Estado de Goiás. presidencialista e não retiraram o instituto das medidas O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Agra- provisórias. O fato é que, hoje, governar sem as medi- deço ao Senador Antonio Carlos Magalhães, uma das das provisórias fica extremamente difícil na conjuntu- ilustres figuras deste País e também a voz da experi- ra em que estamos vivendo. Eu, como Parlamentar e ência nesta Casa. Muito obrigado. até mesmo como Presidente da República, sentia-me Pediria a V. Exª pelo menos mais cinco minutos constrangido cada vez que editava uma medida pro- para que eu possa conceder apartes ao Senador Tas- visória, tanto que fui o Presidente que menos editou so Jereissati, ex-Governador do Ceará; e ao Senador medidas provisórias, mesmo tendo ficado no poder Eduardo Azeredo, ex-Governador de Minas Gerais. durante dois anos e meio. A minha média mensal de O Sr. Tasso Jereissati (PSDB – CE) – Senador- edição e reedição foi a menor até hoje. Isso constrange Governador, Marconi Perillo, tive o privilégio de acom- não somente o Legislativo do qual hoje fazemos par- panhar a sua carreira, primeiro como Deputado, depois te, mas também o Presidente da República. Alguma quando se lançou muito jovem ao Governo de Goiás, coisa deverá ser feita para modificar esse estado de numa candidatura que parecia impossível, mas que coisas. E concordo com V. Exª quando faz das suas conseguiu uma das vitórias eleitorais mais brilhantes palavras um alerta em relação a esse instituto. Enfim, na história recente das disputas aos governos estadu- isso era apenas um apêndice que gostaria, com a sua ais deste País. Depois, como Governador do Estado, permissão, de colocar no brilhante discurso que V. Exª não decepcionou aqueles que acreditaram na sua ju- vem nos oferecendo. Também quero lhe cumprimentar, ventude, no seu talento, tornando o seu governo um dar os meus parabéns e, mais uma vez, dizer que me verdadeiro marco na história de Goiás. Ouço falar, por sinto honrado de tê-lo aqui como meu companheiro no intermédio de amigos que temos em Goiás, que o Es- Senado da República. Muito obrigado. tado, hoje, tem um divisor: antes e depois do Governo O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) de Marconi Perillo. Tenho certeza de que iniciou, com – Senador, para concluir. isso, uma nova era no Estado de Goiás, um Estado O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – que tem um potencial tão grande e que agora, com Agradeço o aparte do ilustre Senador, ex-Presidente essa administração moderna que V. Exª lá implantou, Fernando Collor, Presidente que foi muito importante está tendo a oportunidade de usar desse potencial. para a abertura e a desregulamentação da economia Sua presença nesta Casa, na Bancada do meu Parti- no Brasil. Esse seu pronunciamento certamente en- do, é motivo de honra e orgulho para todos nós. Tenho grandece este nosso primeiro discurso. Muito obrigado certeza absoluta de que esse desempenho que V. Exª pelas palavras. teve como Deputado e como Governador vai ser re- Peço a V. Exª, Sr. Presidente, um pouquinho petido aqui no Senado Federal e vai dar a todos nós, mais de complacência, já que este é o meu primeiro seus companheiros – e não só seus companheiros pronunciamento e estamos tendo a oportunidade de de Partido, mas a todos os companheiros do Senado sermos aqui aparteados por ilustres Senadores desta – muito orgulho para que possamos, nesta Casa, dar augusta Casa de leis. à população o tipo de comportamento político, o tipo Concedo, com muito prazer, o aparte ao ilustre de postura que ela espera do político brasileiro. V. Exª Senador Antonio Carlos Magalhães. representa esse político moderno, de postura correta, O Sr. Antonio Carlos Magalhães (PFL – BA) de visão absolutamente cheia de espírito público que – Senador Marconi Perillo, o seu Estado é um Estado agora traz para esta Casa. Sucesso e parabéns! privilegiado nesta Casa. Mandou-nos o Senador De- O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Agra- móstenes Torres, que tem sido um grande Senador; deço as palavras do Senador Tasso Jereissati, para mandou-nos a Senadora Lúcia Vânia, que trabalha minha honra, presidente do meu Partido. Muito obri- intensamente não só pelo seu Estado, mas, sobretu- gado, Senador Tasso Jereissati. do, em defesa das melhores causas do País; e agora Ouço o ilustre Senador Eduardo Azeredo. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03163 O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB – MG) – Sena- O Sr. Romeu Tuma (PFL – SP) – Senador Mar- dor Marconi Perillo, quero também desejar sucesso na coni Perillo, apenas queria cumprimentá-lo, dar boas- sua carreira de Senador da República, representando vindas e dizer que junto a minha pessoa V. Exª tem o Estado de Goiás. Pude ter o privilégio de acompanhar o melhor conceito possível, até pelo tratamento com sua vitoriosa carreira, ocupando o cargo de Governador. que sempre me distinguiu quando em visita a Goiás, Desde o início, lembro-me bem de um momento em em qualquer das funções que exerci, e pela presença que nos encontramos lá nas vizinhanças de Itumbiara constante de V. Exª nas decisões que interessavam ao – eu em Minas e V. Exª em Goiás –, naquele momen- povo de Goiás e, principalmente, a todos os brasileiros. to em que a campanha de V. Exª começava ainda nos De forma que o Senado ganha muito com a presença modestos 4% ou 5%. O seu entusiasmo contagiava a de V. Exª. Acredito que esse mandato, sem dúvida, todos nós e acabou sendo muito positivo para o Estado terá todo o brilhantismo necessário com a presença de Goiás, que cresceu e apresenta hoje uma melho- de Senadores iguais a V. Exª. ria na qualidade de vida da população. É um Estado O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Agra- de grande potencial, e nós mineiros estamos sempre deço ao Senador Romeu Tuma o aparte. muito felizes de estar junto com os goianos. Especial- Para encerrar, Sr. Presidente, não vou completar mente eu, como seu companheiro de Partido, desejo este pronunciamento que ainda discorre sobre meu que aqui, no Senado, o seu desempenho seja o mesmo pensamento em relação à educação, à segurança que teve como grande Governador que foi. pública, à saúde, ao agronegócio, ao setor produtivo, O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Agra- à reforma agrária, ao meio ambiente, dentre muitos deço pela ilustre intervenção do Senador Eduardo outros temas. Azeredo. Já que V. Exª foi extremamente generoso em rela- O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) ção ao tempo, concluo agradecendo a participação de – Para concluir, nobre Senador. todos ilustres Senadores e Senadoras que honraram O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Con- meu primeiro pronunciamento com apartes extrema- cedo, com muita honra, o aparte ao nobre Senador mente aprofundados. Demóstenes Torres. Depois, ao Senador Romeu Tuma, Chego, enfim, com muita força de vontade e de caso haja a concordância do nosso querido Presiden- trabalho, mas, acima de tudo, como Parlamentar que te, Senador Efraim Morais. fui e volto a ser, com o sonho de reconstruir no sen- O Sr. Demóstenes Torres (PFL – GO) – Senador timento do brasileiro a confiança e a esperança cada Marconi Perillo, V. Exª faz seu primeiro pronunciamento vez mais forte neste nobre Senado da República. na Casa, é um homem que tem uma passagem bri- Honrarei com dedicação, espírito público e muita lhante pelo Estado de Goiás como Governador e como disposição de luta e trabalho a Casa de Rui Barbosa. homem público. Estou aqui para lhe desejar que repita SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO DO o êxito que teve à frente do governo do Estado. E tenha SR. SENADOR MARCONI PERILLO certeza de que o alcançará, pelo dinamismo de V. Exª, pelo espírito empreendedor, já começando aqui como O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO. Sem presidente de uma comissão importante, onde terá apanhamento taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e oportunidade de discutir em profundidade todo esse Srs. Senadores, ensina-nos um velho ditado chinês arcabouço que o Governo Federal nos manda, para que uma jornada de 200 quilômetros começa com um tentar acelerar o País. E o fará com seu espírito público simples e singelo ato: o primeiro passo. Hoje, assoma- acendrado, com sua experiência de homem público, mos pela primeira vez à tribuna desta augusta Casa e repito, com a passagem muito boa à frente do Esta- de Leis, cuja história se confunde com a construção do, onde tive, inclusive, orgulho de ser seu Secretário da democracia no Brasil e com o fortalecimento da de Segurança Pública e Justiça, no primeiro governo. identidade nacional. Aqui, decidiram-se temas funda- Espero e desejo, de coração, que V. Exª venha a re- mentais para garantir a igualdade entre os cidadãos, forçar os quadros do Senado Federal. E tenho certeza a liberdade de credo e expressão. Aqui aboliu-se a de que V. Exª o fará. Parabéns pelo pronunciamento e escravatura, proclamou-se a República, lutou-se con- boa sorte no seu mandato! tra a tirania das ditaduras, redemocratizou-se o país e O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Se- mostrou-se a força de CPIs como instrumento inves- nador Demóstenes Torres, agradeço honrado o aparte tigativo dos desmandos do Estado. de V. Exª. O mandato como Senador pelo Estado de Goiás, Concedo ao ilustre Senador Romeu Tuma o apar- Srªs e Srs. Senadores, coloca-nos diante de inúmeras te solicitado. responsabilidades: representar, com sensibilidade e 03164 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 firmeza, os interesses de nosso alegre e lutador povo Tenho elevado à minha geração o conceito de po- goiano, que nos brindou com expressiva votação e lítica útil, engajada e patriótica. Não somente em tese, confiou-nos a tarefa de, juntamente com os demais mas no cotidiano, introduzimos a partir de Goiás uma Senadores de nosso estado, posicionarmo-nos em prática registrada como o salto do velho populismo à nome de Goiás. Queremos compartilhar experiências, expressiva co-gestão entre Estado e sociedade. Inau- mostrar e defender projetos que lograram êxito em guramos um elevado grau de participação dos entes nosso estado e, decerto, poderiam contribuir para o privados, desde os menores sindicatos trabalhistas até engrandecimento deste país. Mas acima de tudo de- as entidades do setor produtivo ou as representações sejamos ser eterno e incansável aprendiz. dos demais Poderes. Partimos do princípio que a nós Não temos pressa, mas, como observa o ilus- políticos cabe a tarefa de canalizar os esforços da so- tre escritor português José Saramago, não percamos ciedade civil organizada, para decidirmos, em processo tempo. O País não pode esperar; a Nação não pode dialético, sincero e aberto, os rumos da política e as esperar; o povo não pode esperar, porque estamos diretrizes do Estado. – todos – ávidos por alternativas viáveis para solucio- Essa revolução conceitual, marcada pela gestão nar os graves problemas e as angústias vividas pela participativa e democrática, foi assimilada e acolhida sociedade brasileira. Estamos todos unidos num só como prática cotidiana pelo conjunto da sociedade grito para reduzir as desigualdades sociais e históricas goiana. Se aqui chegamos pela mão de nosso povo, é discrepância regionais, para fortalecer a produção e porque estabelecemos novos ditames para a gerência fomentar o emprego, molas propulsoras do progresso do Estado em nome da vontade popular. Se aqui che- e da dignidade humana. gamos pela força de nossa gente, é porque nos esfor- Neste plenário, temos certeza, encontraremos a çamos para fazer de nosso governo o sentimento e a solidariedade de todos os pares a quem dedico grande aspiração de nossa sociedade. E se me permito falar afeto. Nesta Casa, manteremos o debate construtivo da maravilhosa experiência que foi governar nosso de idéias, com o objetivo sublime de colaborar para Estado por dois mandatos, é porque entendo oportu- a construção de um país melhor para a brava gente no num momento em que o País vive, pensa e reflete brasileira. sobre o sentido da democracia representativa. Exemplos não nos faltarão de homens que mar- Pesa-me sobre os ombros, Sr. Presidente, a ado- caram e têm marcado a história do Parlamento e da ção, pelo Poder Executivo, do método centralista e im- política brasileira. Em nosso Goiás vamos buscar a positivo de Governo. Governar com a participação da inspiração de ícones, vamos nos iluminar nas figuras sociedade não é tarefa para todos. Requer visão de memoráveis de Senadores que falaram e lutaram por Estado, desprendimento das vaidades políticas e par- nosso Estado. tidárias e planejamento estratégico de longo prazo, o Reverencio a memória de Leopoldo Bulhões, pensar cinqüenta anos em cinco, como fez o saudoso Ministro da Fazenda e Líder da escola monetarista no Presidente Juscelino. Mas isso requer coragem e per- Brasil; de Alfredo Nasser, ex-Ministro da Justiça, es- cepção de que a cumplicidade dos entes sociais e o tudioso da história política goiana e defensor da liber- respeito ao Poder Legislativo não constituem concessão dade de imprensa; de Pedro Ludovico Teixeira, pai da do poder democrático, mas sua própria essência. Goiânia transformadora e do Goiás contemporâneo; e Com essa bandeira, vivemos oito anos de expe- de Henrique Santillo, valente tribuno que desafiava a riência compartilhada com uma sociedade que se or- escuridão do totalitarismo com a luz da inteligência. ganiza e cresce em velocidade bem acima da média Rendo homenagem, também, ao Presidente Jus- nacional. Com esse instrumento procurei reapresentar celino Kubitschek, que honrou a representatividade de Goiás ao Brasil em inserção qualitativa, muito além da Goiás no Senado. Sem este mineiro, materializador imagem periférica e provinciana com que nos deba- de sonhos e empreendedor de aventuras, o Planalto temos ao longo de um século. Mesmo que na prática Central talvez permanecesse ainda distante do de- seja extremamente trabalhosa, a teoria é simples: efi- senvolvimentismo e das decisões da vida nacional, ciência não é prerrogativa do setor privado. Ao Estado restritas, até então, ao eixo Sul e Sudeste. Ao criar cabe adotar métodos capazes de responder à altura a Brasília, Juscelino deu vida e cor à vastidão imensa e expectativa e as necessidades da população. arredia do Planalto Central. Fincou o nome na galeria Quase oitenta por cento dos eleitores goianos de baluartes da política brasileira, tais com Nilo Peça- assimilaram essa visão e credenciaram-me a estar nha e Getúlio Vargas. aqui. Entro, portanto, para meu quinto mandato eletivo Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03165 e terceiro mandato parlamentar, com experiência no dutivo, mantendo a maior carga tributária do mundo, Parlamento e no Executivo, como aliado desta casa 39,5% sobre o PIB, as mais altas taxas de juros. Não para o mesmo propósito de afirmação de sua ima- é possível se pensar em uma nação com uma política gem junto à opinião pública. Em que pese o desgaste de exportação, que onera sobremaneira os estados e causado pelas exceções, é preciso deixar claro que o investe pouco no grande diferencial de competitivida- sentido natural do Parlamento Brasileiro é o de com- de, o investimento em pesquisa e desenvolvimento, prometimento público e engajamento social. Ciência e Tecnologia, inovação e educação. Já disse Apresento-me ao trabalho com elevado espírito outras vezes e repito: o Brasil carece – há décadas público, ávido por debater conceitos e propósitos des- – de um PAC para a educação. prendidos de interesses momentâneos ou setoriais. O No setor primário, mais precisamente no agrone- Brasil assim deseja e espera. O Parlamento é capaz dis- gócio, o Brasil pode experimentar verdadeiro boom de so, e nós o faremos. Nesta minha primeira intervenção, crescimento e produzir 200 milhões de toneladas de no Senado Federal, agradeço a Deus por estar aqui, alimentos. Basta, Srªs e Srs. Senadores, que o Governo reafirmo os compromissos com Goiás e com o Brasil. não atrapalhe e busque criar condições objetivas para Mas é exatamente pela forma como pretendo atuar no uma política agrícola, com segurança e competitivida- Senado Federal, Srªs e Srs. Senadores, que não posso de para quem produz as riquezas que engrandecem concordar com a insistência do Executivo em governar a nossa Pátria por medidas provisórias. Tampouco posso concordar A verdade é que o Plano de Aceleração do Cres- com a não-apreciação dos vetos presidenciais, muitas cimento não acaba com a concentração de receitas vezes, engavetados nesta Câmara Alta. da União, não retoma os princípios da Constituição Vejamos o momento vivido por nós neste iní- Federal, que prevêem impostos compartilhados e me- cio de Legislatura. No lugar de envidarmos esforços canismos de compensação. A verdade é que o Planal- para discutirmos os temas fundamentais para levar o to não promove o diálogo com os governadores para Brasil à modernidade de fato, no lugar de discutirmos pensar o Brasil, de hoje, de amanhã e das próximas a Reforma Política, a Reforma Tributária, a Reforma décadas. A verdade é que nessa toada, marcada pela Previdenciária e Trabalhista, bem como rever o Pac- falta de diálogo entre a União e os Entes Federativos, to Federativo e as Diretrizes para o Desenvolvimento andaremos em círculos, sem sair da lanterna da Amé- Sustentável, seremos obrigados a nos debruçar so- rica Latina. bre uma série de medidas provisórias ou desmedidas Mas neste dia em que nos pronunciamos pela provisórias, conforme conceituava o saudoso Doutor primeira vez, queremos convidá-los, também, para Ulisses Guimarães. o debate dos propósitos com os quais me credenciei Recentemente, o Governo decidiu nos gabinetes para este mandato. do Planalto uma série de medidas com o louvável intui- A primeira bandeira vem da consciência social to de promover o crescimento do País, mas é preciso de que na educação se constrói a sociedade. Ao lon- dizer que esse esforço, apresentado com folguedos e go das últimas décadas, todos os níveis do processo comemorações, pode dar em quase nada, pode não educativo viveram, no Brasil, os propósitos da univer- levar o país para nada além de parcos 3,5% de cresci- salização – hoje um fato. Abrimos a escola para todos mento. E sabem por quê? Porque apenas remenda um os níveis sociais e praticamos projetos financiadores sistema tributário arcaico e antigo, que não funciona da prática educacional familiar. mais, que não comporta reparos e emenda. É como Foram importantes projetos de incentivo como a um carro velho que, malgrado o esforço do proprietá- Bolsa Escola, iniciada há uma década pelo eminente rio, vive dando defeito. Senador Cristovam Buarque e disseminado por todo o O País, Sr. Presidente, não precisa de remen- Brasil, inclusive em Goiás e no Governo de Fernando dos... O País necessita de mudanças profundas no Henrique Cardoso. O Salário Escola, em Goiás, pas- sistema tributário, para reduzir, de fato, esta absurda sou a ser símbolo de distribuição de renda, em curto e inexplicável carga tributária, que chega a incríveis prazo, e de equilíbrio social e desenvolvimento susten- 39%. É a maior do mundo. O País, Srªs e Srs. Sena- tável em médio e longo prazos, o que evita a evasão dores, está carente de transformações para reduzir o escolar pela falta de rendimentos. custo Brasil e garantir a competitividade dos setores Também foram realizadas experiências notáveis produtivos. Não é possível se pensar em um país que na atuação do poder público em alguns Estados sobre não ofereça condições de competitividade ao setor pro- a educação em nível médio. Foram parcerias na ace- 03166 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 leração da aprendizagem, diminuição de repetência e tarei a meus pares a proposta de vincular o percentu- reinserção dos alunos desmotivados pela defasagem al constitucional destinado à Educação aos cálculos idade-série em nível de Segundo Grau. Vale aqui uma do Produto Interno Bruto, e não mais à arrecadação referência honrosa ao Instituto Ayrton Senna, que in- dos cofres públicos. Um país cresce na medida do troduziu esta preocupação no debate nacional e, com seu PIB, e não ao sabor das políticas momentâneas isso, conseguiu, igualmente, comprometer os projetos de receita. A Educação tem de acompanhar esta ve- governamentais que agora se iniciam em todos os ní- locidade, sob pena de perdermos espaço no mundo veis administrativos. contemporâneo. Particularmente, introduzi o conceito de com- Sobretudo, quero propor medidas que recuperem pensação estatal diante da carência de vagas para o o valor, a capacidade, a liderança e a referência que ensino superior, financiando com a Bolsa Universitária deveria ter o professor. Este disseminador de conheci- mais de um terço da comunidade universitária em Goi- mento não pode mais ser um batalhador de salário vil, ás. O projeto teve tanta eficácia que se ampliou para o movido por uma paixão mas de fôlego insustentável, País e freqüentou todos as plataformas eleitorais das último da fila na escala profissional. Pretendo propor últimas eleições. Além disso, criei a universidade es- alterações legislativas para que os professores de tadual de Goiás, segunda maior instituição pública de nossos filhos sejam a referência, e não sua chacota. ensino superior do Brasil. Não podemos descansar enquanto não garantirmos O que se apresenta diante de nós, então, é um aos educadores a condição de verdadeiros pensado- ensino universalizado, mas carente de qualidade. Con- res que reúnam em si a visão do profeta, a agudeza ceder diplomas em larga escala não produz competiti- do conhecimento do cientista e o acatamento que se vidade ou empregabilidade, porque estes dependem destina a um magistrado. de efetiva absorção de conteúdo. Embora reconheça Também levantarei a bandeira da promoção da os avanços iniciados há mais de dez anos, há relativo saúde como ação pública, e não mais como pura re- consenso de que o baixo nível educacional de nossa ação do Estado. O que temos hoje são organizações força de trabalho é um dos fatores que limitam o cresci- que, girando em torno dos doentes, empregam fortunas mento do Brasil e perpetuam a desigualdade social. em busca da cura, mas, ao fazer isso, apenas pagam Ainda nesta semana o Ministério da Educação por sua incapacidade de evitar as doenças. Em todas divulgou preocupantes resultados de provas de conhe- as áreas de atuação, a prevenção se mantém como cimento e eficiência. O estudante do 3º ano sai da es- prática acessória em um mecanismo de justificação cola com conhecimento equivalente ao que se espera da cultura da doença, na qual os interesses do mer- de alunos da 8ª série. Mais assustadores ainda são cado são mais relevantes do que a vida do cidadão. os números da desistência escolar: no ano passado, Em que pese à evolução das políticas de controle epi- 250 mil alunos do ensino médio desistiram da escola e demiológico, nada avançou, além disso, em direção à passaram a engrossar as estatísticas do subemprego, necessária cultura preventiva. do desemprego e até da marginalidade. Apresentarei a este Parlamento medidas que Neste quadro, o grande desafio que se coloca é condicionarão a concessão de benefícios e serviços estabelecer como prioridade a educação básica, am- públicos a uma prática familiar obrigatória de exames pliando-se para isso a qualidade do ensino fundamental. preventivos periódicos. Quem vai ao médico sem a do- Quanto ao ensino médio, evidencia-se a necessidade ença custa aos cofres públicos menos de um quinto do de retomada gradativa do processo tecnoprofissionali- que custaria para obter a cura. Quem busca controle zante, capaz de preparar profissionais gabaritados para preventivo não sai diretamente para a farmácia, mas um mercado competitivo. Paralelamente, a sociedade evolui na consciência da higiene pessoal e familiar, aguarda medidas para ampliar a oferta de vagas nas da alimentação correta, do culto ao bem estar físico e universidades públicas, em cursos noturnos e com in- mental. Estes conceitos precisam deixar de ser patri- centivo a disciplinas de formação profissional tecno- mônio exclusivo do rico, acessíveis somente a quem lógica, com fortalecimento da cultura da contrapartida já controla as ameaças à própria saúde. sócio-educacional, com bolsistas e beneficiários dos Mulheres de baixa renda, crianças de todos os programas sociais. níveis sócio-culturais, os idosos desiludidos, porta- Temos de transformar o sistema educacional em dores de necessidades especiais, dependentes quí- bem social, abrir a escola para a comunidade e ampliar micos terão mais do que migalhas em programas de a capacidade investidora do poder público. Apresen- atenção especial quando o recurso escasso deixar Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03167 de jorrar sem controle pelo ralo da medicina curativa. 60 mil empreendimentos surgiram em Goiás graças à As deficiências de hoje são um troféu da incompetên- ação emancipadora do Banco do Povo. cia pública, que gasta 90 por cento do que tem para Quanto ao combate ao crime, outra miopia his- curar, quando bastaria 30 por cento deste montante tórica nos afasta dos níveis ideais de segurança pú- para prevenir. Além do mais, é impossível imaginar blica. Os Estados estão sozinhos, hoje, no combate à que o SUS continue a pagar ínfimos R$ 2,00 por uma violência. Precisamos conferir urgência e prioridade a consulta médica. Está errado. É preciso agir rápido e medidas de revisão legislativa, à adequação das ins- mudar esta situação. tituições de combate ao crime, ao fortalecimento da Mesmo quando falamos em saúde da família, com organização, hierarquização e integração das polícias a disseminação das equipes que levam o médico às e de participação da sociedade civil no problema. residências, lamentamos a falta de comprometimento Apóio a criação de um Ministério de Segurança da União que há anos repassa obrigações a Estados Pública, com atribuições específicas e responsabilidade e municípios sem o correspondente aporte financeiro. sobre a formulação de uma política nacional de Segu- Por isso, estou retomando, em projeto de regulamen- rança Pública. Estou propondo uma PEC, cujo objetivo tação, o debate sobre a PEC 29, grande iniciativa do será obrigar à União a repassar de forma vinculada, ex-ministro José Serra e do Governo FHC, que dividem recursos para os Estados, já que apenas os Estados os ônus e os bônus pelo sistema de saúde pública. são obrigados a custear a segurança para o cidadão. Proponho-me a uma ofensiva parlamentar no Temos de propor uma lei orgânica das polícias, sentido de mobilizar forças para a regulamentação da com uniformização dos direitos e deveres, bem como Emenda 29. Também precisamos articular os com- promover ação integrada das forças de combate ao crime. Devemos pugnar por recursos do Fundo Peni- ponentes federal, estadual e municipal do Sistema tenciário Nacional vinculados à atividade fim, longe dos Nacional de Auditoria, de modo a verificar a correta e desvios de interesse político, sobretudo, inibir o contin- racional aplicação dos recursos financeiros nos três genciamento de recursos federais para o setor. níveis de gestão. Vamos exercer nosso papel fisca- Muito além do óbvio, que nem ainda se alcançou, lizador. Cobremos investimentos na qualificação dos trarei à reflexão de todos propostas para que o Estado gestores e técnicos das áreas de planejamento, orça- retome o controle sobre a criminalidade. O poder público mento, administração e finanças dos municípios e Es- hoje é tímido. Perde para a organização criminosa em tados, de modo a aumentar a eficiência na aplicação tudo que faz. Perde até mesmo a confiança do cidadão. dos recursos de Saúde. Todos sabem que o benfeitor da favela é o criminoso, Outra distorção histórica que nos cabe corrigir e nunca o governo. Quem representa a segurança na acontece na raiz dos problemas de segurança. As periferia pobre é o bandido, e não a polícia. Quem dá desigualdades que discriminam, segregam e violen- prêmio por alguma atuação audaciosa é a facção cri- tam as relações entre os homens o fazem com a mão minosa, e não as entidades de segurança, que não criminosa das políticas populistas e assistencialistas, pagam sequer salários competitivos. perpetuadoras da miséria como forma de controle po- Não podemos nos manter inertes diante da cons- lítico-eleitoral. O problema está na falta de uma men- tatação de que o poder público gasta muito e mal. Te- talidade inclusiva, na visão que ainda hoje se tem do mos de providenciar para que seja bem recompensado excluído como massa de manobra. quem age contra o crime. Trarei ao debate parlamen- Vivi no passado esta experiência em Goiás, onde tar propostas para viabilizar o prêmio como forma de a preocupação do gestor público vai hoje, além da eliminar a cumplicidade e o medo. Devemos premiar transferência de renda, para a fase em que a família de forma recompensadora a denúncia que resultar dependente adquire capacidade produtiva. Praticamos no desvendamento do crime. Podemos exaltar e re- qualificação profissional como contrapartida obrigató- conhecer financeiramente a ação policial destacada, ria ao benefício social. Exigimos prestação de serviço corajosa, exemplo para a Força e para a sociedade. público de quem recebe benefícios do Estado. Priori- Devemos repensar sobre a responsabilidade do estado zamos o micro-crédito com incentivo e técnica para no ressarcimento material às vítimas da criminalidade que famílias de baixa renda se estabeleçam como que não foi evitada. produtoras de bens ou de serviços. De forma objetiva, A construção deste país em termos infra-estru- transformamos indigentes em cidadãos produtivos, con- turais não pode nunca se resumir à dimensão política sumidores, cidadãos altivos. 90 mil empregos e quase reduzida das obras relacionadas pelo Planalto. De- 03168 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 fenderei com ênfase aqui ações que confiram priori- sidente Collor, gostaria de começar buscando Winston dade estratégica e racional ao desenvolvimento do Churchill, lutador, militar, líder político que fez renas- Centro-Oeste. Não por bairrismo, mas por enxergar cer a democracia, comandou a última guerra. Churchill com clareza que a desconcentração do desenvolvi- disse: “Política é como a guerra, com a diferença de mento passar por este caminho, onde a ampliação da que, na guerra, só morremos uma vez e, na política, produção e os investimentos públicos e privados se várias vezes”. tornam cada vez mais óbvios para a inserção do País Presidente Collor, “errare humanum est”, disse na economia mundial. Cícero. Errar é humano, o Congresso errou na cassa- É preciso debater o PAC. Projetos desta natureza ção de Collor, mas apresentou para o mundo e para o não podem nascer de cima para baixo sem a participa- céu Luiz Eduardo Magalhães. ção da sociedade. Obras como a Ferrovia Norte-Sul e Sr. Presidente, eu era Prefeito da minha cidade Leste-Oeste, o alcoolduto entre Goiás e Paulínia e as – V. Exª venceu lá e bonito – e, em casa, no chão, li- eclusas da hidrovia São Simão–Paranaíba–Tietê–Pa- guei a televisão. Senador Antonio Carlos Magalhães, raná, entre muitas outras, são estratégicas para nossa seu filho cresceu para mim, cumprindo a função dele economia. Realizá-las significará alterar profundamente de líder na hora da adversidade. Ali nasceu um gran- as relações comerciais do Brasil no mercado mundial. de líder! E ele não morreu, pois é exemplo para todos São projetos geradores de desenvolvimento, cresci- nós termos coragem. mento econômico, emprego, renda e tributos. Aqui estamos e não podemos fugir do jogo. Che- Estarei ombreado com tantos quantos defende- ga um Senador do PMDB novo, Neuto de Conto, nome rem estas transformações necessárias não somente italiano. Haverá uma guerra no Partido: a eleição. Temos para o futuro de nosso país, mas para o presente des- de decidir. Ô, Senador Arthur Virgílio, é como quando ta Casa. Somente com medidas de evidente interesse temos de casar: há encantadoras mulheres mil, mas público e social nos recolocaremos no conceito público temos de escolher uma só. Temos de escolher o me- como instituição verdadeiramente representativa, séria lhor candidato. E temos um candidato. e responsável. Senador Tasso Jereissati, V. Exª é colega e pre- Chego, enfim, com muita força de vontade e de sidente do PSDB. São 29 partidos e não conheço trabalho, mas, acima de tudo, como parlamentar que nenhum que tenha um presidente que supere Michel fui e volto a ser, com o sonho de reconstruir no senti- Temer. Não conheço! Eu o conheci em 1995, quando mento do brasileiro a confiança e a esperança neste governava o Piauí. E Deus escreve certo por linhas tor- nobre Senado. Honrarei com dedicação, espírito pú- tas. O PMDB tinha nove Governadores: eu, no Piauí; o blico e muita disposição de luta e trabalho, a casa de Senador Garibaldi Alves Filho; o Senador José Mara- Rui Barbosa. nhão era vice de Antônio Mariz, que estava vivo ainda; Muito obrigado. o Suruagy, extraordinário homem do Nordeste. E eles O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) pediram que eu o representasse, pois eu estava aqui. – A Mesa parabeniza V. Exª pelo pronunciamento e E eu fiquei. E vi a unidade geral do Mesquita. Eu vi. deseja êxito ao mandato que exerce em defesa do O Michel Temer juntou a Câmara para ser eleito. Eu o povo goiano. representei. E desde aí me aproximei dele. Passaram- O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr. se 12 anos e nunca vi uma indignidade, uma fraqueza; Presidente, peço a palavra como Líder do PSDB. só vi grandeza da parte do nosso presidente. O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL – PB) Temos de nos orgulhar do presidente que temos. – V. Exª terá a palavra logo após o Senador Antonio Ô, Senador Collor, dizem que o francês é tímido, não Carlos Magalhães. gosta nem de tomar banho, é preguiçoso, mas com Tem a palavra o Senador Mão Santa, para uma um grande comandante, vale por cem e por mil. Esse comunicação inadiável, por cinco minutos. Em seguida, comandante do PMDB foi Michel Temer. V. Exª foi um falará o Senador Antonio Carlos Magalhães e, poste- presidente extraordinário, um homem do Nordeste; riormente, o Senador Arthur Virgílio. Ulysses também o foi. Quércia candidatou-se, eu fui O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI. Para uma co- eleito, ele não foi, mas ele me ajudou. Maguito, irmão municação inadiável. Sem revisão do orador.) – Sr. camarada, mas ninguém cedeu a Michel Temer. Presidente Efraim Morais, Senadoras e Senadores, Olha que ele administrou o Partido com toda a brasileiras e brasileiros aqui presentes e que nos as- turbulência. Germano Rigotto queria ser presidente, sistem pelo sistema de comunicação do Senado, Pre- não foi; Garotinho merecia, não foi; Itamar Franco não Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03169 conseguiu; Pedro Simon foi o mais virtuoso de todos, companheiro.” (Sebastião Nery). Ainda tinha uma carta mas não o deixaram. aberta de um ex-aposentado federal. “Nelson Jobim, O PMDB tem uma história; a nossa começou em a mancha negra do Supremo: arrogante, pretensioso, 1972; Ulysses foi em 1974, com Sobral Pinto; Euler negligente e carreirista”. Bentes, em 1978, com Brossard; nós conquistamos Onde está o Presidente Collor? Marconi Perillo, com Elias Ximenes uma prefeitura da Parnaíba. Longo olha aqui, Roberto Jefferson é do PTB! Eu não o co- e sinuoso caminho. nheço pessoalmente. Só o conheço como todos os O PMDB é muito importante: ele é do povo, é da brasileiros. Pátria, é da democracia! Eu vi o Partido, Senador Ge- raldo, apoiar o Governo. É lógico que ajudaremos na (Interrupção do som.) governabilidade, demos apoio a Fernando Henrique O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) – Devem ler Cardoso, extraordinário estadista que também quis este livro para saber o que é o PT. eleger Alberto Goldman. Cícero Lucena – onde ele O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) está? – era do PMDB e pediu-me para votar em Alberto – Senador Mão Santa, V. Exª tem mais um minuto para Goldman. O Presidente Fernando Henrique Cardoso, concluir o seu brilhante pronunciamento. extraordinário estadista deste País, não conseguiu ele- O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) – Jarbas, este gê-lo, pois quem ganhou foi Paes de Andrade. Agora, o Lula quer eleger o nosso presidente. livro eu trouxe para V. Exª. Eu o li inteiro, e não tem É interessante. O Lula tem de eleger o Presidente mais. Busquem, precisam saber. do PT! E por que sou Michel Temer? Nunca vi nada Eu sou médico e poderia ter feito um diagnóstico contra o Michel Temer. Nós nos orgulhamos dele nesta clínico, o olho clínico, mas eu poderia errar. Mas aqui Casa. Atire a primeira pedra... estão os exames laboratoriais, aqui estão os diagnós- Agora, este outro, vejam as manchetes: “Ex- ticos, Flexa Ribeiro. Está apodrecido o negócio, está deputado aponta farsa”. “Sobre Jobim: ‘Queria que ele necrosado e gangrenado. Então, o Lula, sabendo, quer assumisse a culpa e entregasse a toga’ “, afirma João pegar o PMDB saneado por Ulysses, por Tancredo, por Cunha, Deputado Federal, V. Exªs o conhecem. Teotônio, por Juscelino – cassado, humilhado –, por “O Supremo é isento”, artigo de O Estado de S. Ramez Tebet, por Marcos Freire; por nós. E se entre- Paulo: “Jobim deve afastar candidatura”, diz manifes- garmos, ele vira o super Chávez e, aí, acabou. to de juízes. Senador Antonio Carlos Magalhães, aquele seu O Estado de S. Paulo diz: “O Supremo espera a afilhado, o Ricardo Chaves, do trio elétrico, quando aposentadoria de Jobim para não ter de cassá-lo”. É termina um show, canta: “Acabou, acabou!” Se en- como Carlos Lacerda, ele fazia assim. E Nelson Jobim, tregarem o PMDB, teremos o super Chávez. Atentai escolhendo os cargos que ocupará no futuro. Michel para isso! Temer nunca usou um partido para buscar um emprego Para defender o meu candidato, está aqui. Ó Pe- para ele, para a mulher dele, para a família dele. rillo, diz ele aqui. Por que não processam o homem? “Quebra de decoro no STF”, Opinião, O Estado Está aqui o livro, Jarbas. Diz ele que esses que pulam de S. Paulo. de partido – não vou citar, mas está aqui – ganhavam Sebastião Nery, o mais acreditado historiador da R$1 milhão de bicho e 400 mensais. Ele cita os nomes. nossa política, tem livros publicados: Nelson Jobim, Ó, Mozarildo, por que não se processam o homem? confissão, réu, fraude etc.“ E o que ele diz de Michel Temer, do PMDB, que Brizola. Ô, Senador Pedro Simon, do Rio Gran- é da Pátria, que é do povo, que é da liberdade, que é de do Sul! Quem conhece a Bahia é Antonio Carlos nosso? Atentai bem. Ele diz: Magalhães; quem conhece o Rio Grande do Sul é o Havia boatos sobre deputados que estavam rece- Brizola. V. Exª, Senador Jarbas, conhece Pernambu- bendo... [não vou citar todos os partidos e são 29, são co. Brizola disse: “A fraude de Nelson Jobim”, 60 dias muitos que recebiam]... e até numa parte do PMDB. antes de morrer. Mas ali não era algo institucional, apenas um grupo “Nelson Jobim ganha manchete com improbidade restrito ligado ao deputado José Borba, porque com o e inverdade.” (Hélio Fernandes, várias vezes preso por Michel Temer, presidente do partido, Delúbio Soares defender a democracia). Advogados todos atacam Nel- [e essa camarilha toda que ele cita aqui] não podiam son Jobim, com abaixo-assinado e tal. “Devolva a toga, ter essa conversa. Seria posto para correr. 03170 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Este é o meu candidato, Jarbas. Este é o meu O Dr. Ibrahim Al Jaefari encaminha a seguinte voto. Sei que há milhares de Líderes bons. V. Exª po- breve mensagem aos membros do Senado Federal e deria ser, Geraldo Mesquita, o nosso amigo Neuto de ao Presidente Renan Calheiros: Conto também, mas temos de escolher apenas um. Assalamo Alaicom (minhas calorosas É como ficar casado, tantas mulheres maravilhosas e saudações) para o Brasil – Governo e povo. só pude ficar com a Adalgisa e pronto. Então, só te- Trago para o povo brasileiro uma men- mos este homem. sagem de amor do povo iraquiano. Mensagem Lembro a luta de Ulysses: 20 anos. Mas me lem- de respeito por sua experiência democrática bro da luta de Moisés, 40 anos de dificuldade, Mar Ver- e mensagem de visão para o apoio industrial, melho, exército de faraó. Foram 40 anos! Ele chegou comercial e empresarial ao Iraque. à terra prometida, avistou-a e disse: “Josué, assuma!” O Iraque, como os senhores sabem, é O nosso Josué de Ulysses é Michel Temer, para a sal- uma alvorada das culturas, civilizações e pro- vação do PMDB e a contribuição do PMDB na nossa gresso. Tem uma história comum com o Bra- democracia. sil – colonização, ditadura e democracia, que Durante o discurso do Sr. Mão Santa, o Sr. Efraim estamos iniciando agora. Morais, 1º Secretário, deixa a cadeira da presidência, O Iraque é um País de várias riquezas, que é ocupada pelo Sr. Alvaro Dias, 2º Vice-Presi- culturas e povos. Está na luta pela caminhada dente. da democracia. Peço aos senhores que acei- tem minhas saudações e da delegação que O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) está me acompanhando. – Muito obrigado, Senador Mão Santa. Aproveito para transmitir, da Casa do Concedo a palavra, pela ordem, ao Senador povo para o povo, a mensagem wassalémo Eduardo Suplicy. alaicom: que é “a paz de Allah esteja con- O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT – SP. Pela vosco”. ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, gos- Meus sinceros agradecimentos. taria de informar a presença do Dr. Ibrahim Al Jaefari, Sr. Presidente Alvaro Dias, informo, até por su- que foi Primeiro-Ministro do Iraque por dois anos, re- gestão do Presidente da Comissão de Relações Ex- centemente, e é Presidente do principal Partido do Ira- teriores, Senador Heráclito Fortes, que muitas vezes que e Líder de sua Bancada. O atual Primeiro-Ministro de bom humor indica meu nome para ir ao Iraque a do Iraque é Vice-Presidente do Partido do qual ele é fim de explicar o programa de renda básica de cidada- Presidente. Ele se faz acompanhar de uma delegação nia, que transmiti ao Dr. Ibrahim Al Jaefari que aceito composta pelo Embaixador do Iraque, Sr. Sabah Al- o convite. Wali; o Sr. Ahmad Ali Saifi, do Centro de Divulgação A visita está programada para a semana do dia do Islã para a América Latina e Presidente do honra 7 de maio próximo, quando haverá, em Aman (Jordâ- da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Iraque; Sr. nia), cidade a 500 km de Bagdá, uma exposição de Aiad Muhamad Nadawe; Dr. Abdel Aziz Al Tamimi, Sr. vinte empresas brasileiras. Na oportunidade, iremos Jalal Chaya, Presidente da Câmara Brasil-Iraque; Sr. também a Bagdá para retribuir a visita honrosa do Dr. Fernando Correa, Vice-Presidente da Câmara Brasil-Ira- Ibrahim Al Jaefari. que; Sr. Darlan Dalla Roza, empresário do Rio Grande Que possamos nós, brasileiros, contribuir para a paz no Iraque e no Oriente Médio! do Sul com interação com o Iraque; e Sr. Satna Al Wali. Muito obrigado, Sr. Presidente. Todos vêm fazer uma visita ao Senado Federal. O SR. PRESIDENTE (PSDB – PR) – Muito obri- Informa o Dr. Ibrahim Al Jaefari que é sua inten- gado, Senador Eduardo Suplicy, pela comunicação. ção propor ao Parlamento iraquiano, à Assembléia As homenagens da Casa à delegação iraquiana, Nacional do Iraque que encaminhe uma carta ao Pre- que nos honra com a sua visita. Certamente o Presi- sidente Renan Calheiros para que uma delegação de dente Renan Calheiros acolherá as sugestões aqui Senadores e Deputados, possivelmente dois e dois, encaminhadas pelo Senador Eduardo Suplicy. possam fazer uma visita à Assembléia Nacional do Muito obrigado pela presença de todos. Iraque em Bagdá. (Palmas.) Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03171 O SR FLÁVIO ARNS (Bloco/ PT – PR) – Peço a presidindo esta sessão no momento em que dou esta palavra pela ordem, Sr. Presidente. notícia de pesar para o Plenário do Senado e para o O SR. PRESIDENTE (PSDB – PR) – Concedo a Brasil, como já disse, ao mesmo tempo em que destaco palavra, pela ordem, ao Senador Flávio Arns. uma carreira bela e bonita, que já inspirou e continua Em seguida, a Presidência concederá a palavra inspirando tantas pessoas no nosso País. às Lideranças: o Senador Antonio Carlos Magalhães, Daqui a pouco, farei chegar à Mesa do Senado pela Liderança do Bloco da Minoria, e o Senador Ar- Federal um requerimento de inserção em Ata de voto thur Virgílio, pela Liderança do PSDB. de pesar com a apresentação de condolências à família Em seguida, daremos início à Ordem do Dia, que e a toda classe teatral e de cultura do nosso Estado, será muito breve no dia de hoje. a fim de que todos se sintam também irmanados com Falará também, pela ordem, o Senador Flexa este voto de pesar que o Senado envia à família e a Ribeiro. todos os paranaenses. V. Exª tem a palavra, pela ordem, Senador Flá- Obrigado, Sr. Presidente. vio Arns. O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA) – Sr. Pre- O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT – PR. Pela or- sidente, peço a palavra pela ordem. dem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) Srs. Senadores, comunico ao Plenário desta Casa e – Muito obrigado, Senador Flávio Arns. Como repre- também ao Brasil, com pesar, que, nesta manhã de sentante do Paraná e em nome da Mesa do Senado quarta-feira, dia 28, morreu a atriz paranaense Lala Federal, subscrevemos a manifestação de V. Exª. Schneider, aos 80 anos. O requerimento que V. Exª apresentará à Mesa Lala Schneider é considerada a primeira dama terá o encaminhamento. V. Exª será atendido. do teatro no Paraná e já foi considerada uma das cin- A Presidência anuncia, com satisfação, a presen- co melhores atrizes do Brasil. Atriz de teatro, televi- ça, neste plenário, do Governador de Minas Gerais, são e cinema, diretora e professora de interpretação, Aécio Neves. subiu pela primeira vez em um palco em 1950, com Sua presença nos honra, Governador. Parabéns a peça “O Poder do Amor”, no teatro do Sesi. A partir pelo brilhante trabalho que realiza à frente do Governo daí, Lala fez inúmeras montagens e ganhou prêmios como o Troféu Gralha Azul, na categoria Melhor Atriz, de Minas Gerais! em 1984/1985 (Colônia Cecília) e em 1992/1993 (O Concedo a palavra, pela ordem, ao Senador Vampiro e a Polaquinha). Ao todo, foram 99 peças em Flexa Ribeiro. 52 anos de carreira. O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA. Pela or- Em homenagem à atriz, há 13 anos, o diretor João dem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sena- Luiz Fiani inaugurou seu teatro em Curitiba com o nome dor Alvaro Dias, quero saudar a visita ilustre de dois de Fundação Teatro Lala Schneider. Recentemente, companheiros do PSDB do Pará, no momento em Lala foi homenageada na exposição “Heroínas”, que que V. Exª, Senador pelo PSDB do Paraná, preside a está em cartaz no Shopping Crystal, um trabalho de sessão. Refiro-me aos companheiros Bira Barbosa e fotografias feitas pelo curitibano Cayo Vieira para um Wenderson Chamon. calendário com atrizes paranaenses de destaque. Lala Bira Barbosa é ex-Presidente da Assembléia Le- representou a personagem Clara, da peça “A Visita da gislativa do Pará, ex-Deputado, com cinco mandatos Velha Senhora”, de Friedrich Dürrenmatt. consecutivos, e ex-Líder do Governador Simon Jate- Em 2004, Lala Schneider recebeu do Centro Cul- ne, do PSDB. Quero saudar sua presença aqui, com- tural Teatro Guaíra a Medalha Comemorativa dos 50 panheiro Bira Barbosa, em meu nome e em nome do anos do Guairinha (Auditório Salvador de Ferrante), Senador Mário Couto. homenagem concedida às personalidades que fizeram Saúdo também o nosso Vereador Chamon, em parte da história do teatro paranaense. nome do Senador Nery, também da Bancada do Esta- Sr. Presidente, Senador Alvaro Dias, é uma coinci- do do Pará, unida e independente de coloração parti- dência que V. Exª, uma das Lideranças do nosso Estado dária. O Vereador Chamon é o nosso “Chamonzinho”, e também conhecedor profundo do belo trabalho que Presidente da Uvespa – União de Vereadores do Sul Lala Schneider prestou ao Paraná e ao Brasil, esteja e Sudeste do Pará. 03172 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Sintam-se recebidos aqui, no plenário do Sena- Portanto, quero não apenas saudá-lo, mas dizer do Federal. que a memória de Tancredo será lembrada, festejada. O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) Seu nome, que já está no coração de todos os brasilei- – Muito obrigado, Senador Flexa Ribeiro. ros, embora não tivesse exercido um dia do seu manda- Concedo a palavra, pela Liderança da Minoria, to, mas pelo que ele fez para que a democracia reinasse ao Senador Antonio Carlos Magalhães. Em seguida, a neste País, terá as homenagens que merece. palavra será do Líder do PSDB, Senador Arthur Virgílio, Queremos que V. Exª, no cargo de Governador e, na seqüência, daremos início à Ordem do Dia. ou em outros maiores, esteja presente aqui, para que Senador Antonio Carlos Magalhães, V. Exª dis- possamos também homenageá-lo como merece. põe, regimentalmente, de cinco minutos, pois falará Sr. Presidente, esse Governo, a cada dia, prega pela Liderança da Minoria. uma mentira para os brasileiros. Aqui, está o jornal Os demais oradores falarão depois da Ordem do O Estado de S. Paulo de hoje, em que o Sr. Marce- Dia, que será rápida no dia de hoje. lo Rehder diz que o número de desempregados com Concedo a palavra ao Senador Antonio Carlos 15 a 24 anos de idade duplicou nos últimos dez anos. Como é que dizem que o emprego cresce no Brasil Magalhães. se duplicou o número de desempregados de 15 a 24 O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL – anos? Essa é a estatística verdadeira, não é a do Pla- BA. Pela Liderança da Minoria. Sem revisão do orador.) nalto, que só faz enganar o povo brasileiro, criando – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em primeiro programas sociais que representam esmolas e desa- lugar, desejo fazer uma saudação ao Governador de pego ao trabalho. Minas Gerais, Aécio Neves, que, seguindo tradição não Portanto, quero, neste instante, pedir a transcri- só do seu pai, Aécio Cunha, como principalmente do ção do artigo de O Estado de S. Paulo, dizendo que seu avô, Tancredo Neves, realiza um trabalho notável também o jornal Folha de S.Paulo de hoje demonstra em Minas Gerais. Na Presidência da Câmara, S. Exª que não há controle no Bolsa-Família. Se um programa foi um Presidente capaz e hábil e deu muita expressão como esse, tão rico, não tem controle, evidentemente, ao Congresso, por meio da Casa que presidia. Para muito roubo há! todos nós, é uma alegria muito grande saber que Aécio Peço aos Srs. Deputados e Senadores do PT que Neves, uma das figuras mais notáveis do País, inde- advirtam o Presidente Lula a respeito disso. Não creio pendentemente de Partido, sobressai a quantos fazem que ele participe disso. Ele participa de outras coisas, da política um exercício de competência, de decência mas disso não. Peço que alertem o Presidente, para e de honestidade. que este não deixe que seu programa Bolsa-Família, Por tudo isso, saúdo esse grande Governador. E que o elegeu, seja desvirtuado. São Vereadores, es- diria mais: esse grande amigo me acompanhou no Mi- posas de Vereadores, altos funcionários de Prefeituras nistério das Comunicações, sobretudo nos primórdios municipais que recebem o Bolsa-Família. Trarei os no- da candidatura Tancredo Neves. Não preciso dizer o mes, Senador Eduardo Suplicy, porque sei que V. Exª quanto Tancredo Neves representa para o Brasil, mas sempre está com a boa causa; sei que V. Exª vai tratar aproveito a oportunidade para dizer que esta Casa tem desse assunto, pela moralidade pública e do emprego de tomar a frente, em 2010, dos festejos relativos ao dos recursos do povo. centenário desse grande homem público. Sr. Presidente, vou terminar, agradecendo a V. Creio que, no Congresso Nacional, na Câmara Exª a tolerância. e no Senado, Casas em que Tancredo brilhou – os Peço a transcrição, nos Anais da Casa, destas trabalhos realizados por Tristão da Cunha e por Aécio duas matérias, a de O Estado de S. Paulo e a da Fo- Cunha também foram notáveis; por coincidência, fui lha de S.Paulo, que representam a verdade de um Colega de todos eles –, nesse centenário de Tancredo Governo desmoralizado. Neves, o Presidente Renan Calheiros deve logo tomar DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O a frente desses festejos, que não são do Congresso, SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES EM mas de todo o Brasil, que chorou a perda – talvez, SEU PRONUNCIAMENTO. como nunca – de um homem público, com a morte de (Inseridos nos termos do art. 210, inciso Tancredo Neves. I e §2º, do Regimento Interno.) Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03173 03174 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03175 03176 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03177 O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) Vale lembrar que, ao longo dos anos Fernando – V. Exª será atendido, na forma do Regimento Interno, Henrique, tamanha sorte passou longe do Brasil: de- Senador Antonio Carlos Magalhães. ram-se as crises mexicana (1994/1995), asiática (1997), Concedo a palavra ao Senador Arthur Virgílio, russa (1998), a crise do 11 de setembro (2001) e a Líder do PSDB, por cinco minutos. argentina (2002). A mais grave delas, a da Ásia, com- O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Como pleta agora dez anos desde sua eclosão. Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Tratando sobre a marca histórica dos U$100 bi- Srs. Senadores, a economia brasileira sob Lula viveu, lhões em reservas (e não sobre a crise de ontem), o ontem, o seu primeiro teste efetivo em dia de turbu- Valor Econômico mostra estudos da Mauá Investimen- lência global por causa da queda de 8,8% da bolsa tos que medem, por meios estatísticos, a probabilidade chinesa, felizmente já revertida, em parte, por uma de uma crise. “Numa conta que leva em consideração alta de 3,94% nesta quarta-feira. O Governo Lula be- fatores como o regime de câmbio, o déficit em conta neficiou-se do maior período de bonança da histórica corrente e as próprias reservas, chega-se à conclusão econômica mundial recente, mas não aproveitou os de que, em 2002, a probabilidade de uma crise nos 12 bons ventos para tornar a economia brasileira mais meses seguintes era de cerca de 15%. Hoje, chega-se robusta. Não se sabe, agora, até quando essa chance a algo como 1,5% e 2%”, informa o jornal. de ouro perdurará. O maior problema para o Brasil é que as econo- A Bovespa caiu, ontem, 6,63% e o risco-país su- mias que puxam o trem mundial e que, de roldão, nos biu 12%. Com essa queda, o Ibovespa devolveu toda têm levado junto com elas estão justamente no centro a alta do ano e ainda ficou devendo: no acumulado dos temores. De um lado, a China e o receio de uma do ano, o indicador está caindo 2,99%. Nos Estados monumental bolha especulativa; de outro, os Estados Unidos da América, o Dow Jones registrou queda de Unidos da América sob ameaça, segundo Alan Gre- enspan, de uma recessão à espreita já no fim deste 3,29%. As quedas nas bolsas do Brasil e dos Estados ano. Os três pólos estão bastante interligados. Unidos foram as maiores desde os ataques terroristas “Se existir menos dinheiro disponível para os con- de 11 de setembro de 2001. sumidores norte-americanos, o que parece ser o caso, Os episódios desta terça-feira indicam que o eles gastarão menos. Isso representa uma má notícia País – assim como boa parte dos emergentes – está para a China. Assim, seria plausível ver tumulto no estacionado sob placas de gelo que podem derreter a mercado do país como reação às preocupações quan- qualquer momento. Seria aconselhável, Senador Mar- to ao crescimento norte-americano”, analisa a Folha co Maciel, aproveitar melhor as oportunidades quan- de S.Paulo. O Globo mostra que, entre outras coisas, do o vento estivesse soprando a favor, não apenas uma eventual freada chinesa pode afetar o preço de acumulando reservas, mas fazendo outras mudanças commodities exportadas pelo Brasil, como a soja. estruturais para fortalecer a economia, algo que, até Para o Financial Times, a turbulência de ontem agora, o Governo brasileiro não conseguiu ou não quis, pode afastar estrangeiros das economias em desenvol- Senador Mário Couto, empreender. vimento: “O sentimento sobre os emergentes é frágil”, Em texto analítico, a Folha de S.Paulo avalia que diz o Financial Times. “a turbulência de ontem foi um dos primeiros grandes Já concederei o aparte a V. Exª, Senador Edu- testes para os fundamentos da economia brasileira”. ardo Suplicy. Desde que todo o ajuste externo – o Brasil acumulou No Estadão, “para os mais pessimistas, o susto reservas internacionais, reduziu juros, economizou para desta terça-feira, que pulverizou US$100 bilhões ape- pagar juros e reduzir a relação entre a dívida pública nas no mercado chinês, é mais um sinal de que a luz interna e o Produto Interno Bruto – se deu e desde amarela foi acesa para a exuberante economia global. que os indicadores de vulnerabilidade se tornaram tão (...) O mini-crash é um sinal de que a volatilidade não bons, não houve uma grande crise internacional para morreu e que os grandes desequilíbrios mundiais ain- testar o quanto o seguro construído nos últimos anos da podem terminar mal”. poderá ser capaz de isolar o Brasil de uma turbulên- Mas a grande expectativa para o dia de hoje era cia generalizada. o anúncio oficial do crescimento do PIB no ano passa- Os últimos quatro anos são considerados os do, que foi anunciado agora há pouco e constitui uma melhores para a economia mundial desde a crise do expansão de 2,9%, na ponta superior das previsões petróleo, nos início dos anos 70. Ou seja, um céu de recentes do “mercado”. brigadeiro que não se via há mais de três décadas, Alguns dados gerais: em 2006, o setor de serviços Senador Neuto de Conto. apresentou variação de 2,4%; a indústria cresceu 3%; 03178 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 a agropecuária avançou 3,2%. O consumo do Governo O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) subiu 2,1% e o das famílias, 3,8%, completando três – Senador Arthur Virgílio, infelizmente o Senador Efraim anos de alta. A formação bruta de capital fixo, que re- Morais, que me antecedeu na Presidência da Mesa, presenta os investimentos produtivos do País, cresceu impediu a concessão de apartes em falas de Lide- 6,3% sobre o ano passado. rança, por ser regimental. Nesse caso, deixarei muito A alta do PIB brasileiro no quarto ano do Gover- mal o Senador que me antecedeu na Presidência se no Lula representa pouco mais de metade do cresci- permitir apartes. mento econômico mundial, que foi de 5,1%, segundo Portanto, peço a V. Exª compreensão. Portanto, estimativas do FMI. Na América Latina, novamente fi- apartes agora são, regimentalmente, impossíveis. caremos na rabeira, como ressaltado ontem por toda O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Aca- a imprensa nacional, à frente apenas do Haiti, que se to a decisão da Mesa, mas o Senador Efraim Morais encontra em estado de guerra civil. estava errado, estava equivocado, não estava correto. Para relembrar: no continente, a maior expansão É regimental a concessão de apartes. O que se po- econômica em 2006 deve ser da República Dominicana: deria discutir seria o tempo, que porventura não tenho 10,7% (quatro vezes mais que o Brasil!); a Venezuela, mais. Ou seja, o aparte teria de ser por boa vontade por causa do petróleo, cresceu 10,3%; a Argentina, da Mesa. Mas, não vamos inovar em relação ao Regi- apesar de visivelmente instável, 8,5%; o Uruguai, 7,3%; mento, a não ser pela via de projeto de resolução que e o Paraguai, 4%. Entre os Bric – Brasil, Rússia, Índia passe pelo consenso da Casa. e China –, a distância em relação ao Brasil é ainda Acato, por V. Exª, pela consideração que lhe te- mais cavalar: a China avançou 10,7% e a Índia deve nho, que não é menor do que a que tenho pelo Se- ter crescido algo em torno de 9,2% em 2006. nador Efraim Morais, mas S. Exª não está correto do Mas, afora o crash acionário de ontem, merece ponto de vista de interpretação do Regimento. Dentro destaque texto da Folha de S. Paulo, mostrando que do meu tempo, posso até dizer que vou falar um mi- o Governo brasileiro não controla o cumprimento das nuto e ceder quatro para o Senador Eduardo Suplicy. contrapartidas por parte dos que são beneficiados pelo Na verdade, tenho direito a sete minutos, cinco mais Bolsa-Família. Isso escancara o caráter assistencialista dois. Isso foi o acertado depois que fizemos, inclusive, e eleitoreiro do Programa. uma redução no tempo de permanência na tribuna per Vale lembrar que pesquisa recente do Iuperj mos- capita nesta Casa. Fizemos um acordo de cavalheiros, trou a estreita correlação entre as cidades mais benefi- um acordo de líderes. Mas, dentro do meu tempo, ou ciadas pelas verbas do Programa e o crescimento dos seja, dentro destes sete minutos, posso conceder ao votos no Presidente Lula, na comparação entre 2002 e Senador Eduardo Suplicy seis minutos e usar apenas 2006, concluindo que foi significativo o peso do Bolsa- um, para dizer apenas o intróito: Sr. Presidente, Srªs Família para a reeleição do Presidente. e Srs. Senadores. A Folha mostra que o Governo Federal é infor- Temos de fazer valer as prerrogativas dos Se- mado precariamente pela maior parte dos Municípios nadores. brasileiros sobre a freqüência escolar e o cumprimento Acato a decisão de V. Exª, Senador Alvaro Dias das exigências de Saúde, como a vacinação pontual – e peço desculpas ao Senador Eduardo Suplicy –, de crianças até sete anos, e a realização de um mí- por duas razões: por V. Exª, Senador Alvaro Dias, e nimo de exames pré-natal por gestantes, no tocante porque estou sem tempo, despendi o meu tempo. Mas aos beneficiários do Bolsa-Família. Eis aí, afinal, duas não vamos, agora, fazer alterações no Regimento sem contrapartidas impostas pelo Programa para manter que haja um projeto de resolução. Se querem mudar os repasses. o Regimento – isso vale para mim, para o Senador No acompanhamento das contrapartidas edu- Efraim Morais, para V. Exª – que façam um projeto de cacionais, a cobertura – que chegava, no final de resolução. Aprovado, o projeto, então, passa a ditar 2005, a 76,2% dos estudantes inscritos – está hoje uma nova regra, uma nova lei para nós outros. em 70,2%. Agradeço a V. Exª, Senador Alvaro Dias, e agra- “A União ignora se 4,9 milhões de alunos cum- deço ao Senador Eduardo Suplicy, desculpando-me. prem as exigências do Programa”. Na Saúde, os dados Era o que tinha a dizer. são mais tímidos: a União só conhece dados de 33,4% das famílias – 3,5 milhões. Em 2005, apenas 6% das SEGUEM, NA ÍNTEGRA, DISCURSOS famílias eram acompanhadas de fato. DO SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO. Sr. Presidente, antes de encerrar, concederia o O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Sem aparte ao Senador Eduardo Suplicy. apanhamento taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03179 Senadores, ocupo a tribuna neste para fazer o registro acordo com sua afinidade política e ideológica, e não por da entrevista com o diplomata Roberto Abdenur, inti- competência”, e afirma: “Um processo de doutrinação tulada “Nem na ditadura”, publicada pela revista Veja assim no Itamaraty não aconteceu na ditadura”. em sua edição de 7 de fevereiro, de 2007. Sr. Presidente, para concluir, requeiro que a re- Na entrevista, o diplomata, que se aposentou de- ferida mataria passe a integrar os Anais do Senado pois de quarenta e quatro anos de carreira, afirma que Federal. a política externa do governo Lula é contaminada pelo antiamericanismo e pela orientação ideológica. Abde- DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O nur, que em seu último posto como diplomata exerceu SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU o cargo de embaixador brasileiro nos Estados Unidos, PRONUNCIAMENTO. diz ainda que “há um sentimento generalizado no Ita- (Inseridos nos termos do art. 210, inciso maraty, de que hoje os diplomatas são promovidos de I e § 2º, do Regimento Interno.) 03180 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03181 03182 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03183 O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Sem Sr. Presidente, para concluir, requeiro que a re- apanhamento taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e ferida matéria passe a integrar os Anais do Senado Srs. Senadores, ocupo a tribuna neste momento para Federal. fazer o registro da matéria intitulada “Rodovias onde foram gastos R$76,9 mi já têm buracos”, publicada DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O no jornal Folha de S.Paulo em sua edição de 22 de SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU janeiro de 2007. PRONUNCIAMENTO. A matéria mostra que, em pelo menos 12 Es- tados, obras emergenciais lançadas pelo Presidente (Inseridos nos termos do art. 210, inciso Lula fracassaram. I e § 2º, do Regimento Interno.) 03184 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) – Agradeço a compreensão do Senador Arthur Vir- – Senador Tião Viana, diz o art. 14 do Regimento, gílio. Mas a Assessoria da Mesa confirma que é em seu inciso XII, letra b, nº 7: regimental. Em pronunciamento de cinco minutos b) não serão permitidos apartes: não há concessão de apartes. 1 – ao Presidente; O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT – SP) – Pela 2 – a parecer oral; ordem Sr. Presidente. (...) O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) 7 – a uso da palavra por cinco minu- – O que estava havendo era uma liberalidade, uma tos; concessão por parte da Mesa para que fossem apar- teados os oradores no tempo de cinco minutos. Portanto, é regimental, realmente. O Sr. Tião Viana (Bloco/PT – AC) – Caro Pre- Imagino que o Senador Arthur Virgílio teve sidente, ... razão ao conceder um aparte ao Senador Eduar- O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT – SP) – Sr. do Suplicy... Presidente, pergunto se, por ter sido citado, embo- O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Cur- ra de maneira tão respeitosa, pelo Líder, Senador vo-me ao Regimento, Sr. Presidente. Arthur Virgílio, eu poderia dar uma explicação, re- O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) gimentalmente? – ...porque era uma prática que vinha sendo ado- O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) tada. A Mesa vinha concedendo a oportunidade do – Excelência, de acordo com o Regimento, não aparte nos discursos de cinco minutos. cabe explicação, Senador Eduardo Suplicy, já que O SR. GILVAM BORGES (PMDB – AP) – Sr. o Senador Arthur Virgílio não fez nenhuma citação Presidente, temos de esclarecer bem isso. desairosa a V. Exª. O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) O Sr. Tião Viana (Bloco/PT – AC) – Peço a – Realmente, o Regimento é claro. Houve um acordo, palavra, pela ordem. inicialmente. Depois, transformou-se em resolução O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – e está no Regimento do Senado Federal. PR) – Pela ordem, tem a palavra o Senador Tião O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Peço Viana. a palavra pela ordem, Sr. Presidente. O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT – AC. Pela or- O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) dem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs – As alterações de Regimento são constantes. E e Srs. Senadores, tenho no Dr. Carreiro um profes- até se justifica a polêmica, porque me parece que o sor do Regimento, um profundo conhecedor do Re- exemplar do Regimento que está em poder do Sena- gimento Interno do Senado Federal, mas, quanto à dor Tião Viana é anterior ao exemplar que está em polêmica regimental, tive o cuidado de observar e poder do Secretário da Mesa. O Regimento que está de averiguar o Regimento e verifiquei que o Sena- em vigor é o consolidado de 2007; portanto, este é dor Arthur Virgílio está absolutamente correto. Não o mais recente e é o que deve prevalecer. O nosso há, no Regimento, quando o tempo do orador é de Ministro Carreiro, mais uma vez, demonstra que tem cinco minutos, a afirmação de que não é permitido razão ao assessorar a Presidência da Casa. aparte. Foi uma convenção da práxis política esse De qualquer forma, Senador Tião Viana, nos- tipo de entendimento. No Regimento, não há essa sos respeitos pela manifestação de V. Exª. determinação. Posso disputar uma única vez na Vamos iniciar a Ordem do Dia. vida com o Professor Dr. Carreiro. O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM.) – Sr. O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) Presidente, peço a palavra pela ordem. – O Professor Carreiro apresenta o inciso III. O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Peço – Tem a palavra V. Exª, pela ordem. a palavra pela ordem, Sr. Presidente. O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Pela O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT – AC) – Tem ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, razão. Está aqui. Pode fazer a leitura, Sr. Presi- Srªs e Srs. Senadores, vejam bem: a rigor não está dente. escrita a mudança que concertamos com o Presi- Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03185 dente Renan Calheiros. O tempo dos oradores era que terminam concedendo a palavra a todos nós de vinte minutos, e o reduzimos para dez minutos, aqui, de maneira democrática. com tolerância de cinco minutos; era de vinte mi- Esta é uma Casa que resolve as suas votações nutos, com tolerância de mais não sei quanto. Era pelo consenso, é uma Casa que não tem uma só praxe também. Para o tempo de cinco minutos, des- matéria pendente na pauta, que tem sofrido com as tinado aos Líderes e às comunicações inadiáveis, medidas provisórias do Presidente Lula, mas que ficou convencionado que a eles acresceríamos mais não tem uma só matéria pendente na pauta. Está em dois minutos de tolerância. dia com as suas obrigações. Levando-se em conta Sou uma pessoa que aceito as regras do jogo, que não temos sequer Ordem do Dia hoje, ou, se as regras convencionadas, mas não dá para um tivermos, será para discutir duas ou três PECs. O colega ilustre como o Senador Efraim, agora, dizer Líder do Governo me informou que não tinha desejo que, daqui para frente, não é mais assim. Não dá! de fazer votação nenhuma, apesar de não termos Não posso concordar com isso. Essa mudança não nenhuma objeção em fazer votações. depende de uma só pessoa, depende de todos nós. Em outras palavras, não dá para chegar na se- Depende de a aceitarmos ou não. Ou seja, então, gunda-feira e o aparte ser permitido, e, na terça-feira, a praxe valia até hoje e, a partir de hoje, não vale não poder apartear, ou, ainda, na sexta-feira, poder mais? A praxe valeu, perdurou até o momento em fazer o aparte. Ou seja, estabeleçamos uma regra. que alguém, algum membro da Mesa, imaginou que Fiquei constrangido de... Entendo V. Exª, a éti- ca com que agiu, a preocupação com o seu Colega deveria colocar o dedo numa suposta ferida. que, aliás, é um ilustre Colega nosso, mas o Sena- Sr. Presidente, posso reivindicar a volta dos dor Suplicy já me aparteou ele próprio. Eu queria vinte minutos; posso pedir para não considerarmos ter R$1,00 na minha conta bancária por cada vez mais o acordo que fizemos com o Presidente Renan. que já fui aparteado pelo Senador Eduardo Suplicy E por que fizemos o acordo? Para dar mais tempo em horário de Liderança. Eu estaria com as minhas aos oradores, para que todos pudessem falar, para finanças pessoais sanadas e saneadas. Eu estaria que todos pudessem se manifestar de maneira a bem, porque S. Exª tem o hábito, que me agrada representarem bem seus Estados, por ser esta a e me honra, de me apartear quando falo como Lí- Casa dos Estados. der. Eu já aparteei várias pessoas. Ainda há pouco, Peço respeito à praxe, apenas isto: respeito pensei em apartear o Senador Antonio Carlos, e à praxe. o motivo era importante, para saudar a presença, Então, daqui para frente, ninguém mais vai neste plenário, do Governador Aécio Neves, Go- conceder, ninguém mais vai apartear durante fala vernador do Estado de Minas Gerais, reeleito com de liderança. E sei que não será assim. Haverá um uma votação admirável, proeminente líder nacional. momento de crise, haverá um aparte momentoso Pensei em fazer isso, e o Senador Antonio Carlos de alguém que tenha o que acrescentar, e todos me concederia o aparte àquela altura. Não poderia aqui têm o que acrescentar a qualquer discurso. fazê-lo porque o Senador Efraim Morais disse que, Já falei aqui por uma hora, como Líder, em função a partir de agora, não pode mais. dos seguidos apartes, levando-se em conta a im- Enfim, simplesmente, Sr. Presidente, quero portância do tema – não a minha, que é nenhuma justiça, isonomia, quero equanimidade, quero regras –, mas a importância do tema que abordava. E os fixas para que possamos trafegar por essas regas. apartes, esses sim, colaborando para que tivésse- É o meu ponto de vista. mos uma compreensão melhor do momento vivido O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT – AC) – Sr. pelo País. Já vi os Senadores Jereissati e Merca- Presidente, peço a palavra apenas para fazer um dante, já vi tantas pessoas aqui discorrerem por esclarecimento... minutos e minutos, com apartes, até porque o que O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) valia era o substantivo, o que valia era o fundo e – Agora é a Presidência que fala para responder à não tanto a forma. Se fôssemos levar ao pé da le- questão de ordem do Senador Arthur Virgílio. É o tra o Regimento, o Senador Renan Calheiros não dever da Presidência, com o maior respeito ao Se- permitiria os tais pedidos de palavra pela ordem, nador Líder do meu Partido, a quem devoto grande 03186 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 admiração, pela sua competência política, por sua vel no texto de um Regimento de uma Casa, que é qualificação, pelo seu preparo e pela sua lealdade uma Casa de excelência, em conteúdo e forma, de aos companheiros. matérias de qualidade em redação e tudo. Eu gostaria muito de considerar correta a po- Muito obrigado e minha concordância com V. sição de V. Exª, de concordar com V. Exª, mas o Exª. Regimento diz outra coisa. A praxe foi substituída O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) pela Resolução nº 35, de 2006. Portanto, houve de- – O digitador deverá ser repreendido pela Presidência liberação do Senado Federal. Consta do Regimen- da Casa, Senador Tião Viana. A Presidência louva o to. O Regimento tem de ser respeitado; não o tem cuidado de V. Exª com a Língua Portuguesa. sido. O Senador Arthur Virgílio tem razão quando O SR. GILVAM BORGES (PMDB – AP) – E mi- afirma que não tem sido respeitado. Eu defendo o nhas desculpas também ao Dr. Carreiro. respeito ao Regimento. O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) É claro que, se a decisão da Casa for fazer – Apenas para informação: a Resolução nº 35 foi concessões, acompanho a decisão da Casa. Mas, a aprovada no dia 4 de julho e publicada no dia 18 de minha posição pessoal em relação a essa questão é agosto, apenas ela não vinha sendo respeitada. o cumprimento rigoroso do Regimento. É essa a po- Concedo, novamente, a palavra ao Senador Ar- sição que pretendo, Senador Tião Viana, defender thur Virgílio, pela ordem. nas reuniões da Mesa porque precisamos adotar um O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Pela modelo de respeito àqueles que nos acompanham. ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, tudo Adotar um modelo de sessões plenárias que possam que não quero é virar agora fiscal de tribuna. Não estimular a população a nos acompanhar, a nos fisca- quero virar bedel, ou seja, ficar atento e, quando al- lizar e não a desestimular que nos acompanhe e nos guém conceder um aparte e a Presidência disser que fiscalize. Temos de tornar as sessões do Plenário do esse aparte foi autorizado, eu diga: “Pela ordem, Sr. Senado Federal mais ágeis e produtivas, exatamente Presidente, não é possível...” Não me elegi para isso, eliminando determinadas concessões que só fazem não é isso que quero. consumir o tempo e não produzem nada a favor do Quero uma regra fixa, ou seja, se será assim Senado Federal e do povo brasileiro. daqui para frente, que todos saibam que não de- Concedo a palavra, pela ordem, ao Senador vem pedir aparte ao Líder que estiver na tribuna ou Tião Viana. àquele que estiver usando o horário da Liderança. O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT – AC. Pela ordem. Que seja assim! Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, para uma Por outro lado, acredito muito fortemente que questão de ordem, pelo art. 14. não será assim, meu prezado Presidente. Haverá O meu entendimento é o mesmo, o meu posicio- o tema momentoso: morreu o João Hélio. Está o namento é sempre o de unidade com a Mesa nessas Senador Renato Casagrande na tribuna, alguém questões. Sou um defensor intransigente do Regimen- lhe pede um aparte, S. Exª termina concedendo; o to e sou cumpridor do tempo da tribuna. Senador Gilvam Borges pede outro aparte, S. Exª Quando me referi à discordância com o Dr. Car- termina concedendo. O essencial, naquele momen- reiro, nosso Secretário, que é quem mais entende de to, é a morte de João Hélio, não é a forma. Pare- Regimento na Casa, estava pautado no último exem- ce-me que é mais o fundo, é mais o substantivo do plar do Regimento, que foi substituído agora, em 2007. que o adjetivo. A redação que nós adotamos até o mês de dezembro Agora, fico surpreso, porque, até ontem, isso do ano passado, não aceitava essa argumentação vigorava e já estava escrita a mudança, que esta- regimental que foi lida por V. Exª. va fora do alcance da minha compreensão e da do Ao ver a nova versão do Regimento, que é a da Senador Tião Viana, por exemplo, que é um emérito Resolução nº 35, que é do final de 2006, de fato, ela regimentalista. Nós estávamos com o Regimento an- incorporou essa mudança e, nesse sentido, V. Exª tigo, mas, de qualquer maneira, o Regimento já era tem absoluta razão. Só peço para fazer uma correção novo, e até ontem os apartes já ocorriam de forma depois. No final, está dito: Resolução nº 35, de 2006, bastante flácida, bastante à base do laissez-faire, com “remuneração” do inciso XIV. Isso não é aceitá- laissez-passer. Se é assim, adoro ordem. Diz aqui o Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03187 Senador Magno Malta que o que é combinado fica com seu espírito democrático, está tolerando esta mais barato. Enfim, adoro ordem, mas, de ontem minha catilinária. para hoje, não houve nenhuma decisão da Mesa. A Agradeço a V. Exª. Mesa não se reuniu para decidir que seria assim. A O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) não ser que se tenha reunido. Estou com três pes- – Senador Arthur Virgílio, creio que esse debate soas da Mesa aqui, Senador Tião Viana, Senador não foi um desperdício. Flexa Ribeiro e Senador Alvaro Dias. A não ser que Estamos iniciando o período legislativo. Pre- se tenha reunido, mas, ainda assim, teria de comu- cisamos ordenar os trabalhos do Senado Federal, nicar aos Líderes, dizer: “A partir de agora, evitem para que se produza mais em respeito à população. apartes, para evitar, inclusive, o constrangimento Não creio que, sem ordem, sem Regimento, sem de ter de negar aparte a um Colega”. a norma escrita, possamos conduzir os trabalhos Mas não vou ficar como fiscal, não. Vou apenas da Casa com eficiência, porque vai prevalecer a averiguar se isso será observado ou se não será lei de quem fala mais alto. Precisamos dar o bom observado. Meu palpite modesto é o de que não exemplo de elaborar leis, aprová-las e respeitá-las, será observado, de que em algum momento essa a começar pelo nosso Regimento. regra será rompida, em algum momento percebe- O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Blo- remos que mais importante – repito – é o fundo do co/PSB – SE) – Peço a palavra pela ordem, Sr. que a forma. O discurso de hoje era um discurso Presidente. sem muita polêmica, alertando para a crise eco- O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) nômica. E vejo que talvez me assista razão, não a – Se deliberamos, votamos, aprovamos o Regimento regimental, mas razão de fundo, porque já estou e depois o rasgamos no dia-a-dia da nossa atuação nesta palavra, concedida pela ordem, usando mais parlamentar, certamente estaremos conferindo à população do País um péssimo exemplo. tempo do que o que despendi da tribuna. Tudo por- Concedo a V. Exª, Senador Antonio Carlos que houve uma mudança... Valadares, a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) Peço a compreensão dos colegas Senadores, – A Mesa é liberal com V. Exª. para que possamos iniciar a Ordem do Dia. O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Eu V. Exª dispõe de cinco minutos, Senador An- sei, mas faz parte do caráter democrático de V. Exª. tonio Carlos Valadares. Faz parte, e por isso o aprecio tanto. Faz parte do O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Blo- caráter democrático de V. Exª, faz parte de sua for- co/PSB – SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) ma de ver o mundo. – Sr. Presidente, aproveito este ensejo, quando V. Mas o fato é esse, Sr. Presidente. Tomara que Exª, de forma democrática, debate algumas ques- seja a base... Vou agora colocar aquele disco da tões regimentais, para observar o seguinte: no caso bandeira, que é positivista. de um requerimento de destaque, em que o autor, Não sou positivista, mas “ordem e progresso”, seja no Plenário, seja em uma Comissão, tem a que seja assim. Que haja efetivamente essa ordem intenção de falar para encaminhar o requerimen- e que o Senado possa progredir. Entendo que foi to, essa sua pretensão pode ser negada? No caso uma surpresa. de ser deferida a participação do Senador no en- Gostaria muito que as decisões da Mesa fos- caminhamento do requerimento, ele terá quantos sem sempre democráticas, jamais saídas da ca- minutos para falar? beça de quem quer que seja. Que sejam sempre Faço essa indagação, Sr. Presidente, porque democráticas e partilhadas com os Líderes. Que algumas vezes tem acontecido, no Plenário ou mes- estes, por sua vez, partilhem com suas Bancadas mo no recinto de uma Comissão, de o autor encon- as decisões, para que o Senado não passe por pe- trar obstáculos para encaminhar seu requerimento, quenos choques, como o que houve neste momen- diante da velocidade com que o requerimento é to. Nada que ver com V. Exª. Se olharmos bem, V. encaminhado para ser votado. Exª está agora violando o Regimento juntamente Portanto, são duas questões que gostaria que comigo. Estou aqui falando aos borbotões, e V. Exª, V. Exª explicasse, principalmente àqueles que têm 03188 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 dúvida, que estão chegando agora: primeiro, no Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. – Se- encaminhamento do requerimento, se o Senador nador Flávio Arns. terá direito a falar e, segundo, quanto tempo, em REQUERIMENTO Nº 125, DE 2007 caso positivo, terá para fazer seu pronunciamento e defender seu destaque. Reguer Voto de Aplauso ao atleta ama- O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) zonense Yago Heron Carvalho Veloso, pela – Senador Antonio Carlos Valadares, V. Exª se re- conquista da primeira colocação na etapa fere a questões havidas em trabalhos de Comissão inicial do Campeonato Brasileiro de Bici- desta Casa. V. Exª tem razão em trazê-las ao Ple- cross, realizado em 24 de fevereiro de 2007, nário do Senado Federal. na cidade de Paulínia/SP. Regimentalmente, ao ser negada a V. Exª a possibilidade de encaminhar a votação de um re- Requeiro, nos termos do art. 222, do Regimen- querimento de sua autoria ou de quem quer que to Interno, e ouvido o Plenário, que seja consignado, seja, V. Exª poderá recorrer da decisão da Presi- nos anais do Senado, voto de aplauso ao atleta ama- dência da Comissão. Se houver negativa, V. Exª zonense Yago Heron Carvalho Veloso, que conquistou tem a possibilidade regimental de recorrer à Mesa a primeira colocação na etapa inicial do Campeonato do Senado Federal. Brasileiro de Bicicross, realizado em 24 de fevereiro O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Blo- de 2007, na cidade de Paulínia/SP. co/PSB – SE) – Mas o recurso tem de ser feito na Requeiro, ainda, que o Voto de Aplauso seja le- hora? vado ao conhecimento do homenageado e da Confe- O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) deração Brasileira de Bicicross. – Exatamente, na hora. Justificação O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Blo- co/PSB – SE) – Caso contrário, perde-se a opor- A bandeira do Amazonas brilhou, em Paulínia, tunidade. no primeim lugar do pódio da fase inicial do Campe- O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) onato Brasileiro de Bicicross, realizado no dia 24 de – Perde-se a oportunidade. fevereiro de 2007. O atleta amazonense garantiu a O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Blo- Medalha de Ouro nessa prova e assegurou sua par- co/PSB – SE) – Agradeço a V. Exª. ticipação no PanAmencano de Bicicross, na Argenti- O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) na e no Campeonato Mundial no Canadá. O atleta é, – Sobre a mesa, requerimentos que serão lidos pelo Sr. pois, merecedor do Voto de Aplauso que proponho ao 1º Secretário em exercício, Senador Flexa Ribeiro. Senado da República. São lidos os seguintes: Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. – Se- nador Arthur Virgílio, Líder do PSDB. REQUERIMENTO Nº 124, 2007 O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) Requeiro, nos termos regimentais, que o Senado – A Presidência encaminhará os votos solicitados. Federal manifeste Voto de Pesar à família, aos ami- Os requerimentos que acabam de ser lidos vão gos e à classe teatral, por ocasião do falecimento da ao Arquivo. Atriz Paranaense Lala Schneider, acontecido hoje em Sobre a mesa, requerimentos que serão lidos Curitiba – PR. Lala Schneider é considerada a primeira pelo Sr. 1º Secretário em exercício, Senador Flexa dama do teatro no Paraná, e já foi considerada uma Ribeiro. das cinco melhores atrizes do Brasil. Atriz de teatro, televisão, cinema, diretora e professora de interpre- São lidos os seguintes: tação, Lala Schneider subiu pela primeira vez em um REQUERIMENTO Nº 126, DE 2007 palco em 1950, na peça “O Poder do Amor”, no teatro do Sesi. A partir daí, Lala fez inúmeras montagens e Nos termos do art. 332, § 1º, do Regimento In- ganhou prêmios como o Troféu Gralha Azul na cate- terno do Senado Federal, requeremos o desarquiva- goria Melhor Atriz em 1984-1985 (Colônia Cecilia) e mento do Projeto de Lei do Senado nº 468, de 1999, em 1992-1993 (O Vampiro e a Polaquinha). Ao todo, que “regulamenta, em consonância com o disposto foram 99 peças em 52 anos de carreira. Lala construiu no art. 37, § 1º, da Constituição Federal, a publicida- uma bela carreira, que há muitos inspirou, devendo de de atos, programas, obras, serviços e campanhas ser lembrada como uma personalidade que construiu dos órgãos públicos. a história do teatro paranaense. Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03189 03190 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03191 REQUERIMENTO Nº 127, DE 2007 que “altera parágrafos dos artigos 1.379 e 1.942 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que institui o Nos termos do art. 332, § 1º, do Regimento In- terno do Senado Federal, requeremos o desarquiva- Código Civil”. mento do Projeto de Lei do Senado nº 59, de 2002, Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. 03192 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03193 REQUERIMENTO Nº 128, DE 2007 que “altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal – para disciplinar a execução Nos termos do art. 332, § 1º, do Regimento In- e a prescrição da pena”. terno do Senado Federal, requeremos o desarquiva- mento do Projeto de Lei do Senado nº 67, de 2002, Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. 03194 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03195 REQUERIMENTO Nº 129, DE 2007 que “altera o artigo 57 da Lei nº 9.504, de 30 de se- tembro de 1997, para obrigar os partidos a transmitir Nos termos do art. 332, § 1º, do Regimento In- a propaganda eleitoral em linguagem oficial para de- terno do Senado Federal, requeremos o desarquiva- ficientes auditivos.” mento do Projeto de Lei do Senado nº 125, de 2002, Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. 03196 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03197 REQUERIMENTO Nº 130, DE 2007 Executivo a instituir, para efeitos administrativos, a re- gião do complexo geoeconômico e social denominada Senhor Presidente, Corredor Centro-Norte de Desenvolvimento, visando à Requeremos, nos termos do § 1º do art. 332 do redução das desigualdades regionais, por meio de seu Regimento Interno, in fine, o desarquivamento do desenvolvimento, nos termos do artigo 43 da Consti- Projeto de Lei do Senado nº 138, de 2002, de autoria tuição Federal, e dá outras providências. do Senador Francisco Escórcio, que autoriza o Poder Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. 03198 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03199 REQUERIMENTO Nº 131, DE 2007 centa dispositivo à Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, que dispõe sobre o controle sanitário do comér- Nos termos do art. 332, § 1º, do Regimento Interno cio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos do Senado Federal, requeremos o desarquivamento do e correlatos, e dá outras providências”. Projeto de Lei do Senado nº 230, de 2002, que “acres- Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. 03200 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03201 REQUERIMENTO Nº 132, DE 2007 de Processo Penal), e § 3º ao artigo 792 do mesmo diploma processual, para dispor sobre a realização Nos termos do art. 332, § 1º, do Regimento In- de interrogatório a distância e a dispensa do compa- terno do Senado Federal, requeremos o desarquiva- recimento físico do acusado e das testemunhas nas mento do Projeto de Lei do Senado nº 248, de 2002, audiências, mediante a utilização de recursos tecno- que “acrescenta parágrafo único ao artigo 185 do De- lógicos de presença virtual”. creto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. 03202 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03203 REQUERIMENTO Nº 133, DE 2007 que “acrescenta artigo às disposições constitucionais gerais, dispondo sobre o regime constitucional dos Nos termos do art. 332, § 1º, do Regimento Inter- no do Senado Federal, requeremos o desarquivamento Delegados de Polícia de Carreira.” da Proposta de Emenda à Constituição nº 28, de 1999, Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. 03204 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03205 O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA. Pela ordem. – Votação em globo, dos requerimentos de desarquiva- Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, gostaria de mento dos Projetos de Lei do Senado nº 468, de 1999, requerer à Mesa, nos termos do art. 336 do Regimen- e os de nº 59, 67, 125, 138, 230, 248, de 2002, e da to Interno, que fosse colocado em votação, no dia de Proposta de Emenda à Constituição nº 28, de 1999. hoje, projeto de resolução de 2007, de minha autoria, As Srªs os Srs. Senadores que os aprovam quei- que autoriza a participação dos membros da Mesa ram permanecer sentados. (Pausa.) em comissões permanentes, com exceção do Presi- Aprovados. dente da Casa. O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT – SP) – Peço a palavra pela ordem, Sr. Presidente. É um projeto que teve o apoio de todos os mem- O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) bros da Mesa Diretora da Casa. Ocorre a presença dos – O Projeto de Lei do Senado nº 230, de 2002, volta Senadores nas comissões permanentes, muitas vezes, ao exame da Comissão de Assuntos Sociais em ca- até por necessidade de quórum ou de que os partidos ráter terminativo. preencham as indicações, mas os membros da Mesa O Projeto de Lei do Senado nº 468, de 1999, Diretora ficam impossibilitados, pelo Regimento, de e os de nº 59, 67, 125 e 248, de 2002, bem como a participar das deliberações nessas comissões ou de Proposta de Emenda à Constituição nº 28, de 1999, dar sua contribuição. retornam ao exame da Comissão de Constituição, Então, dependendo da liderança de cada um dos Justiça e Cidadania, sendo os projetos de lei em ca- partidos, que pudessem os membros da Mesa Diretora, ráter terminativo. com exceção do Presidente, participar das comissões O Projeto de Lei do Senado nº 138, de 2002, volta ao exame da Comissão de Assuntos Econômicos. permanentes. Concedo a palavra, pela ordem, ao Senador Pediria a V. Exª que deliberasse ainda hoje, porque Eduardo Suplicy. me parece que é uma matéria que tem consenso. Esse O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT – SP. requerimento, inclusive, tem a assinatura da Líder Ideli Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Salvatti e do Líder Arthur Virgílio, com a concordância agradeço à Presidência a colocação na pauta de hoje de que seja submetido hoje ao Plenário da Casa. da Proposta de Emenda à Constituição que prevê a O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) presença do Presidente da República na abertura do – Senador César Borges, V. Exª pode encaminhar à ano legislativo, todo dia 15 de fevereiro. Mas noto que Mesa o requerimento. A Presidência consultará as Li- muito provavelmente não há, pelo menos em plená- deranças dos partidos no momento da deliberação. rio, 49 Senadores, como requer o Regimento para a Sobre a mesa, mensagem que será lida pelo Sr. votação e aprovação da PEC. 1º Secretário em exercício, Senador Flexa Ribeiro. Nessa circunstância, se estiverem todos de acor- do, inclusive o Presidente, proponho que ela seja vo- É lida a seguinte: tada na próxima terça-feira, porque, para sua aprova- ção, é preciso que a casa esteja cheia na medida do MENSAGEM Nº 40, DE 2007 possível. (Nº 94/07, na origem) Muito obrigado. Senhores Membros do Senado Federal, O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) Nos termos do art. 123 da Constituição, subme- – A Mesa anunciará a decisão quando chegar a opor- to à consideração de Vossas Excelências o nome do tunidade. Tenente-Brigadeiro-do-Ar William de Oliveira Barros, Certamente, V. Exª será atendido. O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA) – Sr. Pre- para exercer o cargo de Ministro do Superior Tribunal sidente, pela ordem. Militar, na vaga decorrente da aposentadoria do Te- O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) nente-Brigadeiro-do-Ar Marcos Herndl. – Concedo a palavra, pela ordem, ao Senador César Brasília, 27 de fevereiro de 2007. – Luiz Inácio Borges. Lula da Silva. 03206 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03207 03208 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03209 Aviso nº 145-C. Civil São lidos os seguintes: Brasília, 27 de fevereiro de 2007

Assuntos: Indicação de autoridade REQUERIMENTO Nº 134, de 2007 Senhor Primeiro Secretário, Encaminho a essa Secretaria Mensagem na Sr. Presidente, qual o Excelentíssimo Senhor Presidente da Re- Requeremos, nos termos do art. 199 do Regi- pública indica o nome do Tenente-Brigadeiro-do-Ar mento Interno, a realização de sessão especial no William de Oliveira Barros, para exercer o cargo de Plenário do Senado Federal, às 10 horas do dia 18 de Ministro do Superior Tribunal Militar, na vaga decor- abril do corrente ano, para comemoração do “Dia do rente da aposentadoria do Tenente-Brigadeiro-do-Ar Exército Brasileiro”. Marcos Herndl.

Atenciosamente, – Erenice Guerra, Ministra de Justificação Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da Repú- blica, Interina. No longínquo 19 de abril de 1648, em verdadeira simbiose da organização tática portuguesa com ope- (À Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.) rações irregulares, genuinamente brasileiras, brancos, índios e negros unidos pelo sentimento nativista, que O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) aflorava na gente brasileira, expulsaram o invasor es- – A matéria vai à Comissão de Constituição, Justiça trangeiro, escrevendo nas páginas da nossa história e Cidadania. a memorável epopéia de Guararapes. O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) Nesta luta vitoriosa não havia apenas homens – A Presidência, nos termos do art. 2º, da Resolução nº 2, de 2001, convoca sessão especial do Senado, reunidos em torno de um simples ideal de liberta- a realizar-se no dia 7 de março de 2007, às 10 horas, ção, mas sim, as bases do Exército Nacional de uma destinada a comemorar o Dia Internacional da Mulher Pátria. e à entrega do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Luz. Desta forma, no dia 19 de abril comemora-se o Sobre a mesa, requerimentos que serão lidos dia do Exército Brasileiro e hoje, nesta sessão especial, pelo Sr. 1º Secretário em exercício, Senador Flexa esta importante instituição de nosso País, justamente, Ribeiro. será homenageada. 03210 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 REQUERIMENTO Nº 135, DE 2007 Amazônia como patrimônio nacional, incentivando que Requeiro, nos termos do Art. 160, combinado com sejam desencadeadas políticas e iniciativas efetivas o Art. 199 do Regimento Interno do Senado Federal, para o seu desenvolvimento sustentado, garantindo- que a Hora do Expediente da Sessão do dia quatro se o progresso das suas populações e a preservação de abril seja dedicada em homenagear a Campanha da biodiversidade lá existente. A atualidade do tema da Fraternidade de 2007, promovida pela Conferên- da Campanha da Fraternidade vai ao encontro das cia Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, intitulada prementes preocupações mundiais acerca da preser- Fraternidade e Amazônia, com o lema – Vida e Mis- vação ambiental, em um momento em que o aqueci- são neste Chão. A feliz escolha representa uma opor- mento global é apontado como uma grande ameaça tunidade ímpar para que, em todo o Brasil, desperte à espécie humana no Planeta. uma maior conscientização sobre a importância da Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007.

O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) – Em votação os requerimentos. – Passa-se à As Srªs e os Srs. Senadores que os aprovam ORDEM DO DIA queiram permanecer sentados. (Pausa.) A Presidência informa ao Plenário que os itens 1 Aprovados. e 2 ficam transferidos para a sessão de amanhã. Será cumprida a deliberação do Plenário. O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) São os seguintes os itens transferidos: – Na sessão do dia 17, foi lido o Requerimento nº 94, 1 de minha autoria, solicitando, nos termos do art. 71, SUBSTITUTIVO À inciso IV, da Constituição Federal, seja realizada, pelo PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Tribunal de Contas da União, auditoria no sistema de Nº 64, DE 1999 pagamentos das loterias da Caixa Econômica Federal, (Votação nominal) visando verificar a “lavagem” de dinheiro, bem como a Votação, em segundo turno, do Substituti- possibilidade de manipulação dos resultados. vo à Proposta de Emenda à Constituição nº 64, Em votação o requerimento. de 1999, tendo como primeiro signatário o Sena- As Srªs e os Srs. Senadores que o aprovam quei- dor Eduardo Suplicy, que acrescenta parágrafo ram permanecer sentados. (Pausa.) ao art. 57 e dá nova redação ao inciso XI do art. Aprovado. 84 da Constituição Federal (comparecimento do A Presidência tomará as providências necessá- Presidente da República ao Congresso Nacional rias para cumprir a deliberação do Plenário. na abertura da sessão legislativa). Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03211 Parecer sob nº 1.941, de 2005, da Co- oferecidas emendas assinadas por um terço, no míni- missão de Constituição, Justiça e Cidadania, mo, da composição do Senado. Relator: Senador Aloizio Mercadante, ofere- Transcorre hoje a terceira sessão de discussão, cendo a redação para o segundo turno. em primeira forma. Em discussão a Proposta e a Emenda nº 1-CCJ, 2 de redação. (Pausa.) PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Não havendo quem peça a palavra, matéria cons- Nº 81, DE 2003 tará da Ordem do Dia da próxima sessão deliberativa (Votação nominal) ordinária, para prosseguimento. Votação, em primeiro turno, da Propos- O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) ta de Emenda à Constituição nº 81, de 2003, – Item 4: tendo como primeiro signatário o Senador PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Tasso Jereissati, que acrescenta o art. 174-A Nº 37, DE 2004 à Constituição Federal, para fixar os princípios da atividade regulatória. Discussão, em primeiro turno, da Pro- Pareceres sob nºs 270, de 2004, e 75, posta de Emenda à Constituição nº 37, de de 2007, da Comissão de Constituição, Jus- 2004, tendo como primeiro signatário o Se- tiça e Cidadania, Relator: Senador Demós- nador Antonio Carlos Magalhães, que altera tenes Torres, 1º pronunciamento: favorável; a redação da alínea d do inciso II do art. 93 e 2º pronunciamento: sobre as Emendas nºs da Constituição Federal (torna obrigatória a 1 e 2, de Plenário, acolhimento parcial das promoção por antiguidade do juiz que figu- Emendas, nos termos da Subemenda que rar, por duas vezes, indicado pelo Tribunal apresenta. competente). O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) Parecer sob nº 16, de 2007, da Comissão – Portanto, passemos ao item 3: de Constituição, Justiça e Cidadania: Relator Item 3: Senador Demóstenes Torres, favorável, com as PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Emendas nºs 1 a 4-CCJ, que apresenta. Nº 59, DE 2005 A Presidência esclarece ao Plenário que, nos Discussão, em primeiro turno, da Pro- termos do disposto no art. 358 do Regimento Interno, posta de Emenda à Constituição nº 59, de a matéria constará da Ordem do Dia durante cinco 2005, de autoria do Senador Arthur Virgílio e sessões deliberativas ordinárias consecutivas, em fase outros Senhores Senadores, que acrescenta de discussão em primeiro turno, quando poderão ser o seguinte § 5º ao art. 239 da Constituição Fe- oferecidas emendas assinadas por um terço, no míni- deral, para permitir que os recursos do PASEP mo, da composição do Senado. sejam aplicados diretamente pelos Estados e Transcorre hoje a segunda sessão de discussão, Municípios. em primeiro turno. Parecer sob nº 1.094, de 2006, da Co- Em discussão a Proposta. (Pausa.) missão de Constituição, Justiça e Cidadania, Não havendo quem peça a palavra, matéria cons- Relator: Senador João Batista Motta, favorável, tará da Ordem do Dia da próxima sessão deliberativa com a Emenda nº 1-CCJ, de redação. ordinária, para prosseguimento da discussão. O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) A matéria constou da Ordem do Dia da sessão – Sobre a mesa, requerimento que será lido pelo Sr. 1º deliberativa ordinária do último dia 15, quando deixou Secretário em exercício, Senador Flexa Ribeiro. de ser apreciada em virtude da falta de acordo de lide- ranças para a deliberação do item 1 da pauta. É lido o seguinte: A Presidência esclarece ao Plenário que, nos termos do disposto no art. 358 do Regimento Interno, REQUERIMENTO Nº 136, DE 2007 a matéria constará da Ordem do Dia durante cinco Senhor Presidente, sessões deliberativas ordinárias consecutivas, em fase Requeremos urgência, nos termos do art. 336, de discussão em primeiro turno, quando poderão ser inciso , do Regimento Interno, para o Projeto de Re- 03212 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 solução nº 41 de 2007, autoriza a participação dos ocupação é se não caberia uma ressalva em relação membros da Mesa em comissões permanentes. a uma repetição entre Presidência e Vice-Presidência Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. das Comissões. Talvez, coubesse uma ressalva em re- lação a isso. Quanto a ser membro titular ou suplente das Comissões, não faço ressalva – penso que isso é até bastante interessante –, mas indago a V. Exª, Sr. Presidente, quanto à possibilidade de os membros da Mesa também presidirem as Comissões. O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) – Senador Sibá Machado, a proposta de V. Exª é in- compatível, uma vez que, pertencendo à Comissão, o Senador está autorizado a ser Presidente ou Vice-Pre- sidente. É evidente que isso depende da deliberação das Bancadas e, principalmente, das Lideranças, mas, regimentalmente, seria incompatível alguém pertencer à Comissão e não poder ser Presidente ou Vice-Presi- O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) dente. Mas, certamente, esse fato não ocorrerá, porque – A Presidência consulta as Lideranças partidárias as Lideranças são competentes ao dividirem tarefas sobre o requerimento proposto pelo Senador César entre os Parlamentares de cada Partido. Borges com o apoio de outros Srs. Senadores. Concedo a palavra à Senadora Lúcia Vânia pela Como se posiciona a Liderança do PT, Senador Liderança da Minoria. Tião Viana, a respeito do requerimento de urgência do O SR. JOSÉ NERY (P-SOL – PA) – Sr. Presiden- Senador César Borges para a aprovação do projeto de te, peço a palavra. resolução que permite aos Membros da Mesa participa- O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) rem das Comissões, exceto o Presidente da Casa? – Após a Senadora Lúcia Vânia, eu lhe concederei a O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT – AC. Pela ordem. palavra. Sem revisão do orador.) – Caro Presidente, Srªs e Srs. A SRª LÚCIA VÂNIA (PSDB – GO) – Sr. Presi- Senadores, nossa posição é de absoluta concordância. dente, o PSDB é favorável. A matéria é de mérito inquestionável, traz um respeito O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) – ao que vive o Senado em termos de composição e de A Senadora Lúcia Vânia encaminha o voto favorável. proporcionalidade, porque a relação de 81 Senadores Senador José Nery, V. Exª vai tratar do assun- para a composição de 11 Comissões já traz uma difi- to? culdade muito grande, principalmente quando a isso O SR. JOSÉ NERY (P-SOL – PA) – Não, Sr. Pre- se somam as subcomissões. Essa matéria vem abrir sidente. Falarei logo em seguida. uma oportunidade de composição melhor dos Sena- O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) dores nas Comissões e, ao mesmo tempo, respeita a – Pois não, Senador. atividade do parlamentar, mesmo sendo membro da O PFL já se manifestou. Mesa, dentro de uma Comissão. Em votação o requerimento. É de mérito inquestionável. Tem absoluta harmo- As Srªs e os Srs. Senadores que o aprovam quei- nia com as prerrogativas e com as atribuições de cada ram permanecer sentados. (Pausa.) Senador da Mesa ou não. Aprovado. Meu parecer é favorável. O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) Passamos à imediata apreciação da matéria. – O PT vota de forma favorável ao requerimento. O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT – AC) – Sr. – Item extrapauta: Presidente, conceda-me a palavra apenas para um PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 4, DE 2007 esclarecimento. O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) Projeto de Resolução nº 4, de 2007, de – Tem a palavra V. Exª, Senador Sibá Machado. iniciativa da Comissão Diretora, que supri- O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT – AC. Pela or- me o § 1º, do art. 77, do Regimento Interno dem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, quanto do Senado Federal, para autorizar a parti- ao mérito e à apresentação da defesa feita pelo Se- cipação do membro da Comissão Diretora nador Tião Viana, não há discussão, mas minha pre- em Comissão permanente. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03213 Ao Projeto, poderão ser oferecidas emendas até O Senado Federal resolve: o encerramento da discussão. Art. 1º O §1º do art. 77 do Regimento In- Em discussão. terno do Senado Federal passa a vigorar com Concedo a palavra ao Senador Eduardo Azeredo, a seguinte redação: para proferir parecer sobre o projeto, em substituição Os membros da Comissão Diretora, ex- à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, uma ceto o Presidente da Casa, poderão integrar vez que a deliberação se dá em regime de urgência. outras comissões permanentes. Tem a palavra o Senador Eduardo Azeredo. Essa resolução entra em vigor na data PARECER Nº 82, DE 2007– PLEN de sua publicação. O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB – MG. Para É o seguinte o parecer na íntegra: proferir parecer.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senado- res, do ponto de vista formal, a proposição não apre- PARECER Nº , DE 2007 senta qualquer vício de natureza constitucional, jurídica De Plenário, em substituição à Comis- ou de técnica legislativa. são de Constituição, Justiça e Cidadania, Quanto ao mérito, trata-se de projeto que resgata sobre o Projeto de Resolução nº 4, de 2007, a isonomia e a justiça entre os Srs. Senadores, pois, de autoria da Comissão Diretora, que “re- enquanto um membro da Comissão Diretora fica res- voga o § 1º do art. 77 do Regimento Interno trito a nela atuar, os demais integrantes desta Casa do Senado Federal, para autorizar a parti- podem ser titulares de três Comissões permanentes cipação de membro da Comissão Diretora e suplentes em outras três, ou seja, podem participar em comissão permanente”. de seis Comissões. Além disso, de acordo com os próprios argumentos Relator: Senador Eduardo Azeredo contidos na justificação, os membros da Mesa têm “um I – Relatório número limitado de atribuições regimentais”. Entretanto, A Comissão Diretora, nos termos do art. 401 do nessa afirmativa, há uma evidente ressalva a ser feita: Regimento Interno, apresenta projeto de resolução o Presidente do Senado Federal exerce um conjunto com o propósito de revogar o dispositivo regimental (§ muito expressivo de poderes, não só na Casa como na 1º do art. 77) que veda a participação dos membros Mesa do Congresso Nacional. Além disso, seu papel de da própria Comissão Diretora em outras comissões magistrado não é compatível com outras atribuições. permanentes do Senado Federal. Desse modo, incorporar os integrantes da Mesa Sinteticamente, o fundamento do projeto está em – à exceção do Presidente – aos trabalhos das demais que, com as regras, atuais, “os membros da Comissão Comissões permanentes é atitude justa e necessária, Diretora têm sua atuação parlamentar indevidamente pois esses Parlamentares não podem ficar à margem restringida, deixando de prestar valiosa contribuição de parte relevante dos trabalhos legislativos. à Casa”. Quero ainda ressaltar que houve um aumento Ao Projeto não foram apresentadas emendas. do número de Comissões do Senado nos últimos dois Esse é o relatório. anos, e, portanto, a matéria justifica-se mais ainda por esse motivo, já que somos apenas 81 Senadores. II – Relatório Para que a vedação do § 1º do art. 77 do Re- Do ponto de vista formal, a proposição não apre- gimento continue a ser aplicada ao Presidente do senta qualquer vício de natureza constitucional, jurídica Senado, mas deixe de ser adotada em relação aos ou de técnica legislativa. membros da Mesa, torna-se necessária uma emen- Quanto ao mérito, trata-se de um projeto que da substitutiva da proposição, que será formulada ao resgata a isonomia e a justiça entre os Senhores Se- final deste parecer. nadores, pois enquanto um membro da Comissão Di- Isso posto, opino pela aprovação do referido retora fica restrito a nela atuar, os demais integrantes Projeto de Resolução, nos termos do seguinte subs- desta Casa podem ser titulares de três comissões per- titutivo: manentes e suplentes em outras três, ou seja, podem Emenda nº 1 Altera o § 1º do art. 77 do participar de seis comissões. Senado Federal, para permitir que os mem- Além disso, de acordo com os próprios argu- bros da Comissão Diretora, à exceção do Pre- mentos contidos na justificação, os membros da Mesa sidente, possam integrar outras Comissões têm “um número limitado de atribuições regimentais”. permanentes. Entretanto, nessa afirmativa, há uma evidente ressal- 03214 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 va a ser feita: o Presidente do Senado Federal exerce As Srªs e os Srs. Senadores que a aprovam per- um conjunto muito expressivo de poderes, não só na maneçam como se encontram. (Pausa.) Casa como na Mesa do Congresso Nacional. Além Aprovado o substitutivo, fica prejudicado o pro- disso, o seu papel de magistrado não é compatível jeto. com outras atribuições. A matéria vai à Comissão Diretora para a redação Desse modo, incorporar os integrantes da Mesa do vencimento para o turno suplementar.. – à exceção do Presidente – aos trabalhos das demais comissões permanentes é uma atitude justa e necessá- O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) ria, pois esses Parlamentares não podem ficar à mar- – Sobre a mesa, parecer da Comissão Diretora, ofe- gem de parte relevante dos trabalhos legislativos. recendo a redação do vencido para o turno suplemen- Para que a vedação do § 1º do art. 77 do Regimento tar, que será lido pelo Sr 1º Secretário, em exercício o continue a ser aplicada ao Presidente do Senado, mas Senador Flexa Ribeiro. deixe de ser adotada em relação aos membros da Mesa É lido o seguinte: torna-se necessária uma emenda substitutiva da propo- sição, que será formulada ao final deste parecer. PARECER Nº 83, DE 2007 III – Conclusão do Voto (Comissão Diretora) Isso posto, opino pela aprovação do referido Redação do vencido, para o turno su- Projeto de Resolução, nos termos do seguinte subs- plementar, do substitutivo ao Projeto de titutivo: Resolução nº 4, de 2007. EMENDA Nº 1 – (SUBSTITUTIVO) A Comissão Diretora apresenta a redação do Altera o § 1º do art. 77 do Regimento vencido, para o turno suplementar, do substitutivo ao Interno do Senado Federal, para permitir Projeto de Resolução nº 4, de 2007, que suprimir o § que os membros da Comissão Diretora, à 1º do art. 77 do Regimento Interno do Senado Federal, exceção do Presidente, possam integrar para autorizar a participação de membro da Comissão outras comissões permanentes. Diretora em comissão permanente. Sala de Reuniões da Comissão, 28 de fevereiro O Senado Federal resolve: de 2007. Art. 1º O § 1º do art. 77 do Regimento Interno do Senado Federal (RISF) passa a vigorar com a se- guinte redação: “Art. 77...... § 1º Os membros da Comissão Diretora, exceto o Presidente da Casa, poderão integrar outras comissões permanentes...... ” Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. – Edu- ardo Azeredo, Relator. O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) – O parecer é favorável com a Emenda nº 1-Plenário (Substitutivo), que oferece. Antes da votação, a Mesa registra a emenda do Senador Wellington Salgado. Como S. Exª não está presente para defender a sua proposta, a Mesa não a submeterá ao Plenário. Registramos, portanto, o encaminhamento da Emen- da, mas não podemos submetê-la à deliberação. Votação da Emenda nº 1-Plenário (Substitutivo), que tem preferência regimental. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03215 ANEXO AO PARECER Nº 83, DE 2007 Medida Provisória nº 331, de 2006, do Poder Executi- vo, aprovada na Sessão Plenária do dia 14-2-07, que Redação do vencido, para o turno su- “Abre crédito extraordinário, em favor do Ministério da plementar, do substitutivo ao Projeto de Integração Nacional, no valor de R$70.000.000,00 (se- Resolução nº 4, de 2007. tenta milhões de reais), para os fins que especifica”, Faço saber que o Senado Federal aprovou, e eu, conforme o disposto no art. 62 da Constituição Fede- Presidente, nos termos do art. 48, item 28, do Regi- ral, com a redação dada pela Emenda Constitucional mento Interno, promulgo a seguinte nº 32, de 2001. 2. Encaminho, em anexo, o processado da re- RESOLUÇÃO Nº ,DE 2006 ferida Medida Provisória e os autógrafos da matéria Altera o § 1º art. 77 do Regimento In- aprovada nesta Casa. terno do Senado Federal, para permitir que Atenciosamente, Deputado Osmar Serraglio, os membros da Comissão Diretora, à exce- Primeiro-Secretário. ção do Presidente, possam integrar outras comissões permanentes. Of. nº 28/07/PS-GSE O Senado Federal resolve: Brasília, 26 de fevereiro de 2007 Art. 1º O § 1º do art. 77 do Regimento Interno do Se- Assunto: envio de MP para apreciação nado Federal passa a vigorar com a seguinte redação: Senhor Secretário, “Art 77...... Encaminho a Vossa Excelência, a fim de ser sub- § 1º Os membros da Comissão Diretora, metida à consideração do Senado Federal, a inclusa exceto o Presidente da Casa, poderão integrar Medida Provisória nº 332, de 2006, do Poder Executi- outras comissões permanentes. vo, aprovada na Sessão Plenária do dia 14-2-07, que ...... ”(NR) “Abre crédito extraordinário, em favor dos Ministérios da Previdência Social, do Trabalho e Emprego e do Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data Desenvolvimento Social e Combate à Fome, no valor de sua publicação. global de R$9.746.438.066,00 (nove bilhões, setecentos O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) e quarenta e seis milhões, quatrocentos e trinta e oito – Poderão ser oferecidas emendas até o encerramen- mil e sessenta e seis reais), para os fins que especi- to da discussão. fica”, conforme o disposto no art. 62 da Constituição Discussão da matéria, em turno suplementar. Federal, com a redação dada pela Emenda Constitu- (Pausa.) cional nº 32, de 2001. Não havendo quem peça a palavra, encerro a 2. Encaminho, em anexo, o processado da re- discussão. ferida Medida Provisória e os autógrafos da matéria Encerrada a discussão, sem apresentação de aprovada nesta Casa. emendas, a matéria é dada como definitivamente ado- Atenciosamente, Deputado Osmar Serraglio, tada nos termos do art. 284 do Regimento Interno. Primeiro-Secretário. A matéria vai à promulgação. O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) Of. nº 29/07/ PS-GSE – Esgotadas as matérias constantes da Ordem do Brasília, 26 de fevereiro de 2007 Dia. Sobre a mesa, ofícios que serão lidos pelo Sr. 1º Assunto: envio de MP para apreciação Secretário em exercício, Senador Flexa Ribeiro. Senhor Secretário, São lidos os seguintes: Encaminho a Vossa Excelência, a fim de ser submetida à consideração do Senado Federal, a in- OF. Nº 27/07/PS-GSE clusa Medida Provisória nº 333, de 2006, do Poder Brasília, 26 de fevereiro de 2007 Executivo, aprovada na Sessão Plenária do dia 14- 2-07, que “Abre crédito extraordinário, em favor da Assunto: envio de MP para apreciação Presidência da República e dos Ministérios da Fa- Senhor Secretário, zenda, da Educação, do Desenvolvimento, Indústria e Encaminho a Vossa Excelência, a fim de ser sub- Comércio Exterior, da Justiça, da Previdência Social, metida à consideração do Senado Federal, a inclusa da Saúde, do Planejamento, Orçamento e Gestão, da 03216 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Defesa e da Integração Nacional, no valor global de São as seguintes as medidas provisó- R$690.987.595,00 (seiscentos e noventa milhões, rias: novecentos e oitenta e sete mil, quinhentos e noven- ta e cinco reais), para os fins que especifica”, con- forme o disposto no art. 62 da Constituição Federal, MEDIDA PROVISÓRIA Nº 331, DE 2006 com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001. Abre crédito extraordinário, em favor 2. Encaminho, em anexo, o processado da re- do Ministério da Integração Nacional, no ferida Medida Provisória e os autógrafos da matéria valor de R$70.000.000,00 (setenta milhões aprovada nesta Casa. de reais), para os fins que especifica. Atenciosamente, Deputado Osmar Serraglio, Primeiro-Secretário. O Congresso Nacional decreta: Art. 1º Fica aberto crédito extraordinário, em O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) favor do Ministério da Integração Nacional, no valor – Com referência às Medidas Provisórias nºs 331 a de R$70.000.000,00 (setenta milhões de reais), para , que acabam de ser lidas, a Presidên- 333, de 2006 atender às programações constantes do Anexo des- cia comunica ao Plenário que o prazo de 45 dias para ta Lei. apreciação das Medidas Provisórias nºs 331 a 333, Art. 2º Os recursos necessários à abertura do de 2006, esgotar-se-ão nos próximos dias 28 de fe- crédito de que trata o art. 1º desta Lei decorrem de vereiro e 3 e 10 de março, respectivamente, e o de 60 dias de vigência, nos dias 15, 18 e 25 de março, superávit financeiro apurado no Balanço Patrimonial respectivamente. da União no exercício de 2005. Assim sendo, a Presidência inclui as matérias na Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua pauta da sessão de amanhã. publicação. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03217 03218 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 MENSAGEM Nº 1.046, DE 2006 5. A relevância e urgência da matéria são justi- Senhores Membros do Congresso Nacional, ficadas pelas graves conseqüências oriundas da es- Nos termos do artigo 62 da Constituição, submeto tiagem, como a frustração da safra dos agricultores à elevada deliberação de Vossas Excelências o texto da familiares, a carência de alimentos e o esgotamen- Medida Provisória nº 331, de 4 de dezembro de 2006, to das reservas hídricas; e das fortes chuvas, como que “Abre crédito extraordinário, em favor do Ministério riscos à saúde da população e a danificação da in- da Integração Nacional, no valor de R$70.000.000,00, fra-estrutura local, responsáveis por sérios transtor- para os fins que especifica.” nos com significativos danos humanos, materiais e Brasília, 4 de dezembro de 2006. – Luiz Inácio ambientais. Lula da Silva. 6. Esclareça-se que a proposição está em con- formidade com o disposto no art. 62, combinado com EM nº 283/MP/2006 o § 3º do art. 167, da Constituição, e será atendida Brasília, 30 de novembro de 2006 com recursos provenientes de superávit financeiro apurado no Balanço Patrimonial da União do exercí- Excelentíssimo Senhor Presidente da Repú- cio de 2005. blica, 7. Nessas condições, tendo em vista a relevân- 1. Dirijo-me a Vossa Excelência para apresen- tar Proposta de Medida Provisória que abre crédito cia e urgência da matéria, submeto à consideração extraordinário no valor de R$70.000.000,00 (setenta de Vossa Excelência, em anexo, Proposta de Medida milhões de reais), em favor do Ministério da Integra- Provisória, que visa a efetivar a abertura do referido ção Nacional. crédito extraordinário, em favor do Ministério da Inte- 2. O crédito tem por finalidade viabilizar atendi- gração Nacional. mento às populações vítimas de fortes estiagens ocor- Respeitosamente, Paulo Bernardo Silva. ridas recentemente em municípios do semi-árido, em especial no Nordeste, bem como de chuvas intensas Of. nº 27/07/PS-GSE que provocaram inundações e alagamentos em mu- nicípios das regiões Sul e Sudeste, fatos esses que Brasília, 26 de fevereiro de 2007 resultaram no reconhecimento pelo Governo Federal Assunto: envio de MP para apreciação do estado de calamidade pública ou da situação de emergência em que se encontram. Senhor Secretário, 3. O atendimento será feito mediante interven- Encaminho a Vossa Excelência, a fim de ser sub- ções de recuperação e reconstrução da infra-estrutura metida à consideração do Senado Federal, a inclusa urbana e rural, das habitações de pessoas de baixa Medida Provisória nº 331, de 2006, do Poder Executi- renda e edifícios públicos; de reabilitação de cená- vo, aprovada na Sessão Plenária do dia 14-2-07, que rios de desastres, mediante remoção de escombros, “Abre crédito extraordinário, em favor do Ministério da limpeza e descontaminação das áreas afetadas; e Integração Nacional, no valor de R$70.000.000,00 (se- de abastecimento de água com carro-pipa, forneci- tenta milhões de reais), para os fins que especifica”, mento de cestas básicas, medicamentos, colchões, conforme o disposto no art. 62 da Constituição Fede- cobertores, barracas e gastos com combustível, en- ral, com a redação dada pela Emenda Constitucional tre outros. nº 32, de 2001. 4. Vale ressaltar que as famílias a serem benefi- ciadas com ações de socorro não são contempladas 2. Encaminho, em anexo, o processado da re- por financiamentos no âmbito do Programa Nacional ferida Medida Provisória e os autógrafos da matéria de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF, aprovada nesta Casa. portanto, não contam com as vantagens do Sistema Atenciosamente, – Deputado Osmar Serraglio, de Seguro da Agricultura Familiar. Primeiro–Secretário. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03219

CONSULTORIA DE ORÇAMENTO A Medida Provisória (MP) em análise, editada em E FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA conformidade com o disposto no art. 62, combinado com o § 3º, do art. 167, da Constituição, abre crédito NOTA TÉCNICA DE MP – Nº 30/2006 extraordinário, em favor do Ministério da Integração Na- cional, no valor de R$70.000.000,00 (setenta milhões Subsídios à apreciação da Medida Pro- de reais), para atender à programação constante do visória nº 331, de 4 de dezembro de 2006 Anexo que a Integra, destinando recursos à programa- (Publicada no DOU em 5-12-2006), quanto a ção orçamentária 06.182.1029.4564.0101 – Socorro e adequação orçamentária e financeira. Assistência as Pessoas Atingidas por Desastres (Crédi- I – Relatório to Extraordinário) – Nacional e 06.182.1029.4570.0103 – Recuperação de Danos Causados por Desastres A presente Nota Técnica atende à determina- (Crédito Extraordinário) – Nacional. ção do art. 19 da Resolução nº 1, de 2002 – CN, que A edição da Medida Provisória é justificada na estabelece a elaboração, pelo órgão de consultoria e Exposição de Motivos em razão da necessidade de assessoramento orçamentário da Casa a que perten- atender “às populações vítimas de fortes estiagens cer o relator, de nota técnica com subsídios acerca ocorridas em municípios do semi-árido, em especial da adequação financeira e orçamentária da medida no Nordeste, bem como de chuvas intensas que pro- provisória. vocaram inundações e alagamentos em municípios 03220 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 das regiões Sul e Sudeste o que resultou no reconhe- proceder ao devido acompanhamento da evolução das cimento pelo Governo Federal do estado de calami- receitas e despesas públicas para compensar o impac- dade pública ou da situação de emergência em que to decorrente do crédito extraordinário sob análise, a se encontram. fim de que, na execução orçamentária do presente O atendimento às populações será feito mediante exercício, seja atingida a meta de resultado primário intervenções de recuperação e reconstrução da infra- estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias para estrutura urbana e rural, das habitações de pessoas 2006. Além disso, deve-se manter controle do saldo de baixa renda e edifícios públicos; de reabilitação de do superávit financeiro, a fim de dar cumprimento ao cenários de desastres, mediante a remoção de escom- disposto no art. 63 §§ 11 e 13 da LDO 2006, Lei nº bros, limpeza e descontaminação das áreas afetadas; 11.178, de 20 de setembro de 2005. e de abastecimento de água com carro-pipa, forneci- Por último, observe-se que as despesas a serem mento de cestas básicas, medicamentos, colchões, custeadas pelo crédito e extraordinário em análise cobertores, barracas e gastos com combustível. Vale não se caracterizam como despesa obrigatória conti- ressaltar que as famílias a serem beneficiadas com nuada, e assim não se subordinam às exigências da ações de socorro não são contempladas por financia- Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei Complementar nº mentos no âmbito do Programa Nacional de Fortale- 101, de 2000. cimento da Agricultura Familiar – PRONAF, portanto, Brasília, de dezembro de 2006. – Marcelo de não contam com as vantagens do Sistema de Seguro Rezende Macedo, Consultor de Orçamento e Fisca- da Agricultura Familiar. lização/CD. A relevância e urgência da matéria são justifica- PARECER DO RELATOR, PROFERIDO NO das pelas graves conseqüências oriundas da estiagem, PLENÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS EM como a frustração da safra dos agricultores familiares, SUBSTITUIÇÃO À COMISSÃO MISTA a carência de alimentos e o esgotamento das reservas DE PLANOS, ORÇAMENTOS PÚBLICOS hídricas; e das fortes chuvas, como riscos à saúde da E FISCALIZAÇÃO, À MEDIDA PROVISÓRIA população e a danificação da infra-estrutura local. Nº 331, DE 2006, E EMENDAS Os recursos para viabilização da abertura do cré- dito são provenientes de superávit financeiro apurado no O SR. DR. RIBAMAR ALVES (Bloco/PSB – MA. Balanço Patrimonial da União do exercício de 2005. Para emitir parecer. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Deputados, passo a ler, neste II – Subsídios Referente à momento, o parecer. Adequação Financeira e Orçamentária Parecer sobre a Medida Provisória nº 331, de 4 de Na forma do art. 19, da Resolução nº 1, de 2002/ dezembro de 2006, (Publicada no DOU, em 5-12-2006), CN, deve-se proceder, nesta Nota, ao exame dos as- que “Abre crédito extraordinário, em favor do Ministério pectos financeiro e orçamentário da medida provisória da Integração Nacional, no valor de R$70.000.000,00, e a sua compatibilidade ou adequação com o Plano para os fins que especifica. Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o e Relatório. Orçamento Anual. Com base no art. 62, combinado com o art. 167, De acordo com a mesma Resolução, cabe à Co- § 3º, da Constituição Federal, o Exmº Sr. Presidente missão Mista de Planos Orçamentos Públicos e Fiscali- da República encaminhou ao Congresso Nacional, por zação proferir parecer à referida Medida Provisória, no intermédio da Mensagem nº 151, de 2006, a Medida prazo previsto, onde deverá emitir parecer único, onde Provisória nº 331, de 4 de dezembro de 2006, que se manifestará, dentre outros aspectos, sobre sua ade- ‘Abre crédito extraordinário, em favor do Ministério da quação financeira e orçamentária e compatibilidade ou Integração Nacional, no valor de R$70.000.000,00, adequação com o plano plurianual, a Lei de Diretrizes para os fins que especifica”. Orçamentárias e o Orçamento Anual. A Exposição de Motivos nº 283/2006, que acom- Diante dos fatos citados, a referida proposição panha a referida mensagem presidencial, informa atende os requisitos constitucionais, tendo em vista que: tratar-se de crédito extraordinário. Ressalte-se, con- 1. O crédito tem por finalidade viabilizar tudo, que a utilização de recursos oriundos de supe- atendimento às populações vítimas de fortes rávit financeiro apurado no Balanço Patrimonial para estiagens ocorridas recentemente em municí- aplicação em despesas primárias afeta a meta de re- pios do semi-árido, em especial no Nordeste, sultado primário preconizado na LDO. Entretanto, isto bem como de chuvas intensas que provoca- poderá ser reparado pelo Poder Executivo, que deverá ram inundações e alagamentos em municípios Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03221 das regiões Sul e Sudeste, o que resultou supostos constitucionais de admissibilidade referentes no reconhecimento pelo Governo Federal do à relevância, à urgência e à imprevisibilidade previstos estado de calamidade pública ou da situação nos arts. 62 e 187, § 3º, da Constituição Federal, haja de emergência em que se encontram esses vista a necessidade de atuação imediata e eficaz do municípios. Governo Federal nas ações objetos do crédito extra- 2. O atendimento às populações será ordinário, uma vez que a urgência e a relevância da feito mediante intervenções de recuperação e matéria são justificadas pelas conseqüências oriundas reconstrução da infra-estrutura urbana e rural, da forte estiagem ocorrida recentemente em municípios das habitações de pessoas de baixa renda e do semi-árido, em especial no Nordeste, bem como de edifícios públicos; de reabilitação de cenários chuvas intensas que provocaram inundações e alaga- de desastres, mediante remoção de escom- mentos em municípios das regiões Sul e Sudeste. bros, limpeza e descontaminação das áreas Adequação orçamentária e financeira da medi- afetadas; e de abastecimento de água com da provisória. carro-pipa, fornecimento de cestas básicas, Da análise da adequação orçamentária e finan- medicamentos, colchões, cobertores, barracas ceira da medida provisória, verifica-se que o crédito e gastos com combustível. extraordinário não contraria os dispositivos constitu- 3. Ressalta que as famílias a serem be- cionais. neficiadas com ações de socorro não do con- Tendo em vista tratar-se o presente crédito ex- templadas por financiamento no âmbito do traordinário de típica despesa relevante e urgente, Programa Nacional de Fortalecimento da Agri- conforme exige a Constituição Federal no caput do cultura Familiar – PRONAF, portanto, não con- seu art. 62, entendemos não aplicáveis as exigências tam com as vantagens do Sistema de Seguro atinentes às outras modalidades de crédito adicional. da Agricultura Familiar. Contudo, diante do impacto fiscal negativo da presente 4. A relevância e urgência da matéria medida, salientamos a necessidade de que a despe- são justificadas pelas graves conseqüências sa aprovada seja devidamente compensada durante oriundas da estiagem, como a frustração da o processo de execução do Orçamento da União, a safra dos agricultores familiares, a carência fim de que a meta de resultado fiscal estabelecido em de alimentos e o esgotamento das reservas anexo específico da Lei de Diretrizes Orçamentárias hídricas; e das fortes chuvas como risco a seja atingido. saúde da população e a danificação da infra- Cumprimento da exigência prevista no § 1º do estrutura local. art. 2º da Resolução nº 1, de 2002-CN. 5. Os recursos para viabilização da aber- A Exposição de Motivos nº 283, de 2006, do Minis- tura do presente crédito são provenientes de tro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão, superávit financeiro apurado no Balanço Patri- supre a exigência prevista no § 1º do art. 2º da Resolu- monial da União do exercício de 2005. ção nº 1, de 2002-CN, que trata do envio de documento À Medida Provisória foram apresentadas 15 emen- expondo a motivação da medida provisória. das. Mérito É o relatório. O crédito extraordinário destina recursos para Voto do Relator. atendimento de despesa de extrema necessidade no O art. 5º , da Resolução nº 1, de 2002, que dis- âmbito de competência do Ministério da Integração põe sobre a apreciação pelo Congresso Nacional das Nacional. Os recursos consignados têm por finalidade medidas provisórias a que se refere o art. 62 da Cons- atenuar situação da população vítima da forte estia- tituição Federal, prevê que o parecer a crédito extraor- gem ocorrida recentemente em municípios do semi- dinário deve ser único, contendo manifestação sobre a árido, em especial, no Nordeste, bem como de chuvas matéria quanto aos aspectos constitucional, inclusive intensas que provocaram inundações e alagamentos sobre os pressupostos de relevância e urgência, de em municípios das Regiões Sul e Sudeste, o que torna mérito, de adequação financeira e orçamentária e so- imprescindível e necessária a imediata intervenção do bre o cumprimento da exigência prevista no § 1º, art. Governo Federal. 2º, daquele diploma legal. Análise das Emendas Aspectos constitucionais e pressupostos de re- Inicialmente, destacamos que foi aprovada no levância e urgência. Congresso Nacional, em 22 de dezembro de 2006, e Do exame da medida provisória de crédito extra- publicado no Diário Oficial da União, em 26 de de- ordinário, verificou-se que a iniciativa atende aos pres- zembro de 2006, a Resolução nº 1, de 2006-CN, que 03222 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 “Dispõe sobre a Comissão Mista Permanente a que 2006-CN (nº 1.046, de 4-12-2006, na origem), a Medi- se refere o § 1º do art. 166 da Constituição, bem como da Provisória nº 331, de 4 de dezembro de 2006, que a tramitação das matérias a que se refere o mesmo “Abre crédito extraordinário, em favor do Ministério da artigo”. Especificamente quanto às emendas a crédi- Integração Nacional, no valor de R$70.000.000,00, to extraordinário, dispõe o novo texto, em seu art. 111 para os fins que especifica”. que “Somente serão admitidas emendas que tenham A Exposição de Motivos nº 00283/2006-MP, que como finalidade modificar o texto da medida provisória acompanha a referida Mensagem Presidencial, infor- ou suprimir dotação, total ou parcialmente.” Caso fosse ma que: aplicado tal dispositivo ao presente crédito extraordi- 1. O crédito tem por finalidade viabilizar nário, deveriam ser consideradas inadmitidas todas as atendimento às populações vítimas de fortes emendas apresentadas. estiagens ocorridas recentemente em municí- Contudo, as emendas em tela tiveram prazo final pios do semi-árido, em especial no Nordeste, de apresentação em 11 de dezembro de 2006, quando bem como de chuvas intensas que provoca- ainda achava-se em vigor a Resolução nº 1, de 2001, ram inundações e alagamentos em municípios com alterações. Dessa forma, entendemos que se deve das regiões Sul e Sudeste, o que resultou aplicar a legislação vigente ao tempo da elaboração e no reconhecimento pelo Governo Federal do apresentação das emendas, não se aplicando a atual estado de calamidade pública ou da situação resolução aos atos já executados. de emergência em que se encontram esses Ainda assim, constatamos irregularidades em municípios. várias emendas ao presente crédito extraordinário. 2. O atendimento às populações será As Emendas nos 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11 devem ser feito mediante intervenções de recuperação e consideradas inadmitidas, por contrariarem dispositivos reconstrução da infra-estrutura urbana e rural, constitucionais, legais ou regimentais, tendo em vista das habitações de pessoas de baixa renda e a não-indicação dos cancelamentos compensatórios. edifícios públicos; de reabilitação de cenários Quanto às demais emendas, não obstante o reconheci- de desastres, mediante a remoção de escom- mento dos nobres propósitos nelas contidos, devem ser bros, limpeza e descontaminação das áreas rejeitadas, pois a sua eventual aprovação compromete- afetadas; e de abastecimento de água com ria a integridade do crédito extraordinário, em prejuízo da eficácia das inadiáveis ações nele contidas. carro-pipa, fornecimento de cestas básicas, Diante do exposto, somos favoráveis à aprova- medicamentos, colchões, cobertores, barracas ção da Medida Provisória nº 331, de 2006, nos termos e gastos com combustível. propostos pelo Poder Executivo, tendo por inadmitidas 3. Ressalta que as famílias a serem be- as Emendas nos 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11 e rejeita- neficiadas com ações de socorro não são das as demais. contempladas por financiamentos no âmbito Sr. Presidente, somos pela aprovação. do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF, portanto, não (PARECER ESCRITO ENCAMINHADO contam com as vantagens do Sistema de Se- À MESA.) guro da Agricultura Familiar. PARECER Nº , DE 2007 – CN 4. A relevância e urgência da matéria são justificadas pelas graves conseqüências Parecer sobre a Medida Provisória nº oriundas da estiagem, como a frustração da 331, de 4 de dezembro de 2006 (Publicada no safra dos agricultores familiares, a carência DOU em 5-12-2006), que “Abre crédito extra- de alimentos e o esgotamento das reservas ordinário, em favor do Ministério da Integra- hídricas; e das fortes chuvas, como riscos à ção Nacional, no valor de R$70.000.000,00, saúde da população e a danificação da infra- para os fins que especifica”. estrutura local. Autor: Poder Executivo 5. Os recursos para viabilização da aber- Relator: Deputado Ribamar Alves tura do presente crédito são provenientes de I – Relatório superávit financeiro apurado no Balanço Patri- monial da União do exercício de 2005. Com base no art. 62, combinado com o art. 167, § 3º, da Constituição Federal, o Excelentíssimo Senhor À medida provisória foram apresentadas 15 emen- Presidente da República encaminhou ao Congresso das. Nacional, por intermédio da Mensagem nº 151 de É o relatório. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03223 II – Voto do Relator II.4 – Mérito O art. 5º, da Resolução nº 1, de 2002-CN, que O crédito extraordinário destina recursos para o dispõe sobre a apreciação, pelo Congresso Nacional, atendimento de despesas de extrema necessidade no das medidas provisórias a que se refere o art. 62, da âmbito de competência do Ministério da Integração Na- Constituição Federal, prevê que o Parecer a crédito cional. Os recursos consignados tem por finalidade ate- extraordinário deve ser único, contendo manifestação nuar a situação da população vítima da forte estiagem sobre a matéria quanto aos aspectos constitucional, ocorrida recentemente em Municípios do semi-árido, em inclusive sobre os pressupostos de relevância e urgên- especial no Nordeste, bem como de chuvas intensas que cia, de mérito, de adequação financeira e orçamentária provocaram inundações e alagamentos em municípios e sobre o cumprimento da exigência prevista no § 1º, das regiões Sul e Sudeste, o que torna imprescindível e art. 2º, daquele diploma legal. necessária a imediata intervenção do Governo Federal. II.1. Aspectos Constitucionais e Pressupostos de II.5 – Análise das Emendas Relevãncia e Urgência Inicialmente, destacamos que foi aprovada no Congresso Nacional em 22 de dezembro de 2006, e Do exame da medida provisória de Crédito Extra- publicada no Diário Oficial da União em 26 de de- ordinário, verificou-se que a iniciativa atende aos pres- zembro de 2006, a Resolução nº 1, de 2006 – CN, que supostos constitucionais de admissibilidade referentes “Dispõe sobre a Comissão Mista Permanente a que à relevância, à urgência e à imprevisibilidade previstos se refere § 1º do art. 166 da Constituição, bem como nos arts. 62, e 167, § 3º, da Constituição Federal, haja a tramitação das matérias a que se refere o mesmo vista a necessidade de atuação imediata e eficaz do artigo”. Especificamente quanto às emendas a créditos Governo Federal nas ações objeto do crédito extraordi- extraordinários, dispõe o novo texto em seu art. 111 nário, uma vez que a urgência e a relevância da matéria que “Somente serão admitidas emendas que tenham são justificadas pelas graves conseqüências oriundas como finalidade modificar o texto da medida provisória da forte estiagem ocorrida recentemente em municípios ou suprimir dotação, total ou parcialmente.” Caso fosse do semi-árido, em especial no Nordeste, bem como de aplicado tal dispositivo ao presente crédito extraordi- chuvas intensas que provocaram inundações e alaga- nário, deveriam ser consideradas inadmitidas todas as mentos em municípios das regiões Sul e Sudeste. emendas apresentadas. II.2 – Adequação Orçamentária e Financeira da Contudo, as emendas em tela tiveram prazo final Medida Provisória de apresentação em 11 de dezembro de 2006, quando Da análise da adequação orçamentária e finan- ainda achava-se em vigor a Resolução nº 1, de 2001, ceira da medida provisória, verifica-se que o crédito com alterações. Dessa forma, entendemos que se deve extraordinário não contraria os dispositivos constitu- aplicar a legislação vigente ao tempo da elaboração e cionais. apresentação das emendas, não se aplicando a atual Tendo em vista tratar-se o presente crédito extra- Resolução aos atos já executados. ordinário de típica despesa relevante e urgente, confor- Ainda assim, constatamos irregularidades em me exige a Constituição Federal no caput do seu art. várias emendas ao presente crédito extraordinário. As 62, entendemos não aplicáveis exigências atinentes emendas de nos 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11 devem ser às outras modalidades de crédito adicional. Contudo, consideradas inadmitidas, por contrariarem dispositivos diante do impacto fiscal negativo da presente medida, constitucionais, legais ou regimentais, tendo em vista salientamos a necessidade de que a despesa aprovada a não indicação dos cancelamentos compensatórios. seja devidamente compensada, durante o processo de Quanto às demais emendas, não obstante o reconheci- execução do Orçamento da União, a fim de que a meta mento dos nobres propósitos nelas contidos, devem ser de resultado fiscal estabelecido em anexo específico rejeitadas, pois a sua eventual aprovação compromete- da Lei de Diretrizes Orçamentárias seja atingida. ria a integridade do crédito extraordinário, em prejuízo da eficácia das inadiáveis ações nele contidas. II.3 – Cumprimento da Exigência prevista no § 1º, Diante do exposto, somos favoráveis à aprova- do Art. 2º da Resolução nº 1, de 2002-CN ção da Medida Provisória nº 331, de 2006, nos termos A Exposição de Motivos nº 283/2006-MP, do Minis- propostos pelo Poder Executivo, tendo por inadmitidas tro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão, as emendas nos 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11 e rejeita- supre a exigência prevista no § 1º, do art. 2º, da Resolu- das as demais. ção nº 1, de 2002-CN, que trata do envio de documento Sala das Sessões, 2007. – Deputado Ribamar expondo a motivação da edição da Medida Provisória. Alves, Relator. 03224 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03225 03226 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03227 PARECER Nº , DE 2007 À Medida Provisória foram apresentadas, no pra- zo regimental, 15 emendas. De Plenário, sobre a Medida Provisó- É o relatório. ria nº 331, de 4 de dezembro de 2006, que “Abre crédito extraordinário, em favor do II – Voto do Relator Ministério da Integração Nacional, no va- A teor do art. 5º, caput, da Resolução nº 1, de lor de R$70.000.000,00, para os fins que 2002 – CN, a manifestação desta CMO deve alcançar especifica”. os aspectos de constitucionalidade, inclusive os pressu- Autor: Poder Executivo postos de relevância e urgência, de mérito, de adequa- Relator: Senador Augusto Botelho ção financeira e orçamentária e sobre o cumprimento I – Relatório da obrigatoriedade de encaminhamento de documento expondo a motivação da medida provisória. Com base no art. 62 da Constituição Federal, o Presidente da República adota e submete à aprecia- II.1 – Dos Aspectos de Constitucionalidade e Pres- ção do Congresso Nacional, por intermédio da Men- supostos de Relevância e Urgência sagem nº 151, de 2006 (nº 1.046/2006, na origem), a Da análise levada a efeito, constata-se que a Medida Provisória nº 331, de 4 de dezembro de 2006, Medida Provisória nº 331 atende aos preceitos cons- que “Abre crédito extraordinário, em favor do Ministério titucionais insertos nos arts. 62 e 167, § 3º, no que da Integração Nacional, no valor de R$70.000.000,00, concerne à imprevisibilidade das despesas, haja vista para os fins que especifica”. O crédito tem por objetivo atender à progra- a necessidade de pronta e eficaz atuação do Estado mação constante das Funcionais e Programáti- nas ações contempladas pelo crédito. cas nº 06.182.1029.4564.0101 – Socorro e Assis- A imprevisibilidade constitucionalmente exigida tência às Pessoas Atingidas por Desastres e nº para abertura de crédito extraordinário, no caso, pode 06.182.1029.4570.0103 –Recuperação de Danos Cau- ser admitida com relação ao montante das dotações sados por Desastres, sob responsabilidade do referido necessárias para atender à situação que se analise. Isso Ministério. No primeiro subtítulo, são alocados recur- porque, na lei orçamentária para o corrente exercício sos orçamentários no valor de R$45.000.000,00, para de 2006, foi alocada dotação genérica (Nacional), na atender a despesa de custeio (GND-3) e, no segundo, Funcional e Programática nº 06.182.1029.4570.0001 R$25.000.000,00, para investimento (GND-4). – Recuperação de Danos Causados por Desastres Conforme explicita a exposição de motivos, trata- – Nacional, no valor de R$1.050.000,00, o que revela se especificamente de prestar socorro “às populações que tais despesas são previsíveis. vítimas de fortes estiagens ocorridas recentemente em Ocorre, entretanto, que, a despeito de ser esse municípios do semi-árido, em especial no Nordeste, bem um tipo de demanda recorrente – fortes estiagens, en- como de chuvas intensas que provocaram inundações chentes, sinistros de toda ordem etc. –, que se repete e alagamentos em municípios das regiões Sul e Sudes- ano após ano, as instâncias de decisão ainda não se te, fatos esses que resultaram no reconhecimento, pelo conscientizaram da necessidade de dotar a defesa civil Governo Federal, do estado de calamidade pública ou do volume de crédito necessário para atender essas da situação de emergência em que se encontram”. demandas. Na verdade, o que se tem observado nessa As ações implementadas pelo Governo Federal, área é um tipo de operação “apaga incêndio”: sempre ainda de acordo com a exposição de motivos, consistem que há ocorrência de prejuízo ou dano, o Poder Execu- em “intervenções de recuperação e reconstrução da in- tivo adota uma medida provisória para socorrer àquela fra-estrutura urbana e rural, das habitações de pessoas situação. Não há, como se vê, prévia disponibilização de baixa renda e edifícios públicos; de reabilitação de cenários de desastres, mediante remoção de escombros, de meios orçamentários, para que as ações sejam limpeza e descontaminação das áreas afetadas; e de adredemente planejadas e assim produzam resultados abastecimento de água com carro-pipa, fornecimento mais eficazes e eficientes. Prevalece, portanto, o puro de cestas básicas, medicamentos, colchões, cobertores, empirismo, grande fonte do desperdício. barracas e gastos com combustível, entre outros”. De fato, neste exercício de 2006, somente o Mi- Para viabilizar a abertura do crédito, são ofere- nistério da Integração Nacional foi contemplado com cidos recursos provenientes do superávit financeiro dotações para atender ao subtítulo “Reparação de apurado em Balanço Patrimonial da União do exercício Danos Causados por Desastres – Nacional”, por meio de 2005, no valor de R$70.000.000,00, montante esse de quatro medidas provisórias, conforme indica o qua- que corresponde ao exato valor do crédito aberto. dro abaixo: 03228 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007

Adicionado o valor de R$1.050.000,00 proveniente quanto ao atendimento das normas orçamentárias e da lei orçamentária para o corrente exercício ao mon- financeiras vigentes, em especial a conformidade com tante demonstrado no quadro, observa-se que o valor a Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, a global destinado a atender esse tipo de ação perfaz Lei do Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamen- R$100.028.422,00. tárias e a Lei Orçamentária da União”. A execução orçamentária do presente exercício Sob tais aspectos, percebe-se que o crédito não revela, até o início de dezembro, por meio dos dados colide com quaisquer dispositivos que regem o orde- constantes do Siafi, que, do total de recursos acima namento orçamentário-financeiro do País, em espe- mencionado, remanesce um saldo não empenhado de cial no que diz respeito a sua compatibilidade com o R$42.684.978,41, assim demonstrado: plano plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO/2006), a Lei Orçamentária Anual e a LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal. A despeito de o crédito estar sendo custeado com fonte financeira (fonte 300 – saldo do exercício anterior) para atender a despesas primárias, o que pro- duz alteração no resultado primário previsto no art. 2º da LDO/2006, tal fato não parece constituir óbice para aprovação da matéria, tendo em conta que o superávit No saldo remanescente, estão incluídos que vem sendo realizado pelo Poder Executivo supera R$13.000.000,00 referentes às programações constantes em muito, no presente exercício, o legalmente previsto. da Medida Provisória nº 325, de 2006, já aprovada pelo A previsão constante do Anexo de Metas Fiscais, con- Senado Federal, e R$25.000.000,00 da presente Medida forme o mesmo art. 2º, in fine, é no sentido de que, na Provisória, perfazendo um total de R$38.000.000,00. execução do orçamento, seja gerado um superávit pri- Da mesma forma, pode-se afirmar que se en- mário correspondente a 4,25% do Produto Interno Bruto contram satisfeitas as condicionantes para a adoção (PIB), enquanto o efetivamente realizado, até o final do de medida provisória, quais sejam a urgência e a re- mês de outubro do corrente ano, conforme divulgado levância da matéria por ela albergada, na medida em pelo Banco Central do Brasil, atingiu 5,32% do PIB. que as situações que se tem em vista acudir exigem II.3 – Do Mérito pronta ação do Estado. II.2 – Da Adequação Financeira e Orçamentária Quanto a esse aspecto, não há que se questionar as finalidades do crédito, tendo em vista que sua desti- O exame da compatibilidade e da adequação orça- nação atende a despesas de caráter humanitário, com mentária e financeira das medidas provisórias, na forma vistas a minimizar o sofrimento de milhares de seres preconizada pelo citado art. 5º, § 1º, da referenciada humanos com a reconstrução de suas casas, e com Resolução, “abrange a análise da repercussão sobre a a aquisição de alimentos, além da implementação de receita ou a despesa pública da União e da implicação ações de saúde para prevenir epidemias. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03229 II.4 – Do Cumprimento do § 1º do art. 2º da Reso- ção do Congresso Nacional, por intermédio da Men- lução nº 1, de 2002 sagem nº 151, de 2006 (nº 1.046/2006, na origem), a Medida Provisória nº 331, de 4 de dezembro de 2006, A exposição de motivos que acompanha a men- sagem contém as informações necessárias para o que “Abre crédito extraordinário, em favor do Ministério entendimento das razões que motivaram a edição da da Integração Nacional, no valor de R$70.000.000,00, medida provisória. para os fins que especifica”. O crédito tem por objetivo atender à progra- II.4 – Das Emendas mação constante das Funcionais e Programáticas Da análise das 15 emendas apresentadas, cons- 06.182.10294564.0101 – Socorro e Assistência às Pes- tata-se que algumas devem ser declaradas inadmiti- soas Atingidas por Desastres e 06.182.1029.4570.0103 das, por contrariarem norma constitucional, legal ou – Recuperação de Danos Causados por Desastres, regimental, conforme estipula o art. 20 da Res. nº 1, de sob responsabilidade do referido Ministério. No pri- 2001 – CN. Assim, devem ser declaradas inadmitidas meiro subtítulo, são atacados recursos orçamentários as emendas nos 3 a 11, por infringirem as disposições no valor de R$45.000.000,00, para atender a despesa constitucionais do art. 166, § 3º, inciso II, vale dizer, por de custeio (GND-3) e, no segundo, R$25.000.000,00, não indicarem as fontes de cancelamento. para investimento (GND-4). A seu turno, as emendas nos 1, 2, 12 a 15, não Conforme explicita a Exposição de Motivos, trata- obstante o mérito implícito em cada uma delas, opina- se especificamente de prestar socorro “às populações mos por sua rejeição, tendo em vista que a dotação vítimas de fortes estiagens ocorridas recentemente em constante do crédito tem por objetivo atender a despesa municípios do semi-árido, em especial no Nordeste, bem específica, orçada no exato montante das necessidades. como de chuvas intensas que provocaram inundações Assim, aprovar qualquer delas implica a desfiguração e alagamentos em municípios das regiões Sul e Sudes- do foco das necessidades que se tem em vista suprir. te, fatos esses que resultaram no reconhecimento, pelo Desse modo, não há como acolher as pretensões dos Governo Federal, do estado de calamidade pública ou ilustres Pares, na medida em que a inclusão no crédito da situação de emergência em que se encontram.” de determinada programação somente será viabilizada As ações implementadas pelo Governo Federal, com o cancelamento de valor correspondente da pro- ainda de acordo com a Exposição de Motivos, consistem gramação constante da medida provisória. em “intervenções de recuperação e reconstrução da in- II.5 – Conclusão fra-estrutura urbana e rural, das habitações de pessoas Diante de todas as razões expostas, o nosso voto de baixa renda e edifícios públicos; de reabilitação de é no sentido de que a Medida Provisória nº 331, de 4 cenários de desastres, mediante remoção de escombros, de dezembro de 2006, atende aos preceitos constitu- limpeza e descontaminação das áreas afetadas; e de cionais que devem orientar sua adoção, e, no mérito, abastecimento de água com carro-pipa, fornecimento somos por sua aprovação nos termos propostos pelo de cestas básicas, medicamentos, colchões, cobertores, Poder Executivo, tendo por inadmitidas as emendas barracas e gastos com combustível, entre outros.” nos 3 a 11 e rejeitadas as de nos 1, 2, 12 a 15. Para viabilizar a abertura do crédito, são ofere- Sala das Sessões, 2007. – Senador Augusto cidos recursos provenientes do superávit financeiro Botelho, Relator. apurado em Balanço Patrimonial da União do exercício PARECER Nº , DE 2007 de 2005, no valor de R$70.000.000,00, montante esse que corresponde ao exato valor do crédito aberto. De Plenário, sobre a Medida Provisó- À Medida Provisória foram apresentadas, na pra- ria nº 331, de 4 de dezembro de 2006, que zo regimental, 15 emendas. “Abre crédito extraordinário, em favor do É o relatório Ministério da Integração Nacional, no va- lor de R$70.000.000,00, para os fins que II – Voto do Relator especifica”. A teor do art. 5º, caput, da Resolução nº 1, de Autor: Poder Executivo 2002 – CN, a manifestação desta CMO deve alcançar Relator: Senador Augusto Botelho os aspectos de constitucionalidade, inclusive os pressu- postos de relevância e urgência, de mérito, de adequa- I – Relatório ção financeira e orçamentária e sobre o cumprimento Com base no art. 62 da Constituição Federal, o da obrigatoriedade de encaminhamento de documento Presidente da República adota e submete à aprecia- expondo a motivação da medida provisória. 03230 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 II.1 – Dos Aspectos de Constitucionalidade e Pres- chentes, sinistros de toda ordem etc. –, que se repete supostos de Relevância e Urgência ano após ano, as instâncias de decisão ainda não se Da análise levada a efeito, constata-se que a conscientizaram da necessidade de dotar a defesa civil Medida Provisória nº 331 atende aos preceitos cons- do volume de crédito necessário para atender essas titucionais insertos nos arts. 62 e 167, § 3º, no que demandas. Na verdade, o que se tem observado nessa concerne à imprevisibilidade das despesas, haja vista área é um tipo de operação “apaga incêndio”: sempre a necessidade de pronta e eficaz atuação do Estado que há ocorrência de prejuízo ou dano, o Poder Execu- nas ações contempladas pelo crédito. tivo adota uma medida provisória para socorrer àquela A imprevisibilidade constitucionalmente exigida situação. Não há, como se vê, prévia disponibilização para abertura de crédito extraordinário, no caso, pode de meios orçamentários, para que as ações sejam ser admitida com relação ao montante das dotações adredemente planejadas e assim produzam resultados necessárias para atender à situação que se analise. mais eficazes e eficientes. Prevalece, portanto, o puro Isso porque, na lei orçamentária para o corrente exer- empirismo, grande fonte do desperdício. cício de 2006, foi alocada dotação genérica (Nacional), De fato, neste exercício de 2006, somente o Mi- na Funcional e Programática 06.182.1029.4570. 0001 – Recuperação de Danos Causados por Desastres nistério da Integração Nacional foi contemplado com – Nacional, no valor de R$1.050.000,00, o que revela dotações para atender ao subtítulo “REPARAÇÃO DE que tais despesas são previsíveis. DANOS CAUSADOS POR DESASTRES – Nacional”, Ocorre, entretanto, que, a despeito de ser esse por meio de quatro medidas provisórias, conforme in- um tipo de demanda recorrente – fortes estiagens, en- dica o quadro abaixo:

Adicionado o valor de R$1.050.000,00 proveniente No saldo remanescente, estão incluídos da lei orçamentária para o corrente exercício ao mon- R$13.000.000,00 referentes às programações constantes tante demonstrado no quadro, observa-se que o valor da Medida Provisória nº 325, de 2006, já aprovada pelo global destinado a atender esse tipo de ação perfaz Senado Federal, e R$25.000.000,00 da presente Medida R$100.028.422,00. Provisória, perfazendo um total de R$38.000.000,00. A execução orçamentária do presente exercício Da mesma forma, pode-se afirmar que se encontram revela, até o início de dezembro, por meio dos dados satisfeitas as condicionantes para a adoção de medida pro- constantes do Siafi, que, do total de recursos acima visória, quais sejam a urgência e a relevância da matéria mencionado, remanesce um saldo não empenhado de por ela albergada, na medida em que as situações que se R$42.684.978,41, assim demonstrado: tem em vista acudir exigem pronta ação do Estado. II.2 – Da Adequação Financeira e Orçamentária O exame da compatibilidade e da adequação orça- mentária e financeira das medidas provisórias, na forma preconizada pelo citado art. 5º, § 1º, da referenciada Resolução, “abrange a análise da repercussão sobre a receita ou a despesa pública da União e da implicação quanto ao atendimento das normas orçamentárias e Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03231 financeiras vigentes, em especial a conformidade com constante do crédito tem por objetivo atender a despesa a Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, a específica, orçada no exato montante das necessidades. lei do plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias Assim, aprovar qualquer delas implica a desfiguração e a lei orçamentária de União”. do foco das necessidades que se tem em vista suprir. Sob tais aspectos, percebe-se que o crédito não coli- Desse modo, não há como acolher as pretensões dos de com quaisquer dispositivos que regem o ordenamento ilustres Pares, na medida em que a inclusão no crédito orçamentário-financeiro do País, em especial no que diz de determinada programação somente será viabilizada respeito a sua compatibilidade com o plano plurianual, a lei com o cancelamento de valor correspondente da pro- de diretrizes orçamentárias (LDO/2006), a lei orçamentária gramação constante da medida provisória. anual e a LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal. II.5 – Conclusão A despeito de o crédito estar sendo custeado com fonte financeira (fonte 300 – saldo do exercício Diante de todas as razões expostas, o nosso voto anterior) para atender a despesas primárias, o que pro- é no sentido de que a Medida Provisória nº 331, de 4 duz alteração no resultado primário previsto no art. 2º de dezembro de 2006, atende aos preceitos constitu- da LDO/2006, tal fato não parece constituir óbice para cionais que devem orientar sua adoção, e, no mérito, aprovação da matéria, tendo em conta que o superávit somos por sua aprovação nos termos propostos pelo que vem sendo realizado pelo Poder Executivo supera Poder Executivo, tendo por inadmitidas as Emendas em muito, no presente exercício, o legalmente previsto. nºs 3 a 11 e rejeitadas as de nºs 1, 2, 12 a 15. A previsão constante do Anexo de Metas Fiscais, con- Sala das Sessões, de de 2007. – Senador Pre- forme o mesmo art. 2º, in fine, é no sentido de que, na sidente, – Senador Augusto Botelho, Relator. execução do orçamento, seja gerado um superávit pri- mário correspondente a 4,25% do Produto Interno Bruto MEDIDA PROVISÓRIA Nº 332, DE 2006 (PIB), enquanto o efetivamente realizado, até o final do Abre crédito extraordinário, em favor mês de outubro do corrente ano, conforme divulgado dos Ministérios da Previdência Social, do pelo Banco Central do Brasil, atingiu 5,32% do PIB. Trabalho e Emprego e do Desenvolvimento II.3 – Do Mérito Social e Combate à Fome, no valor global de R$9.746.438.066,00 (nove bilhões, sete- Quanto a esse aspecto, não há que se questionar centos e quarenta e seis milhões, quatro- as finalidades do crédito, tendo em vista que sua desti- centos e trinta e oito mil e sessenta e seis nação atende a despesas de caráter humanitário, com reais), para os fins, que especifica vistas a minimizar o sofrimento de milhares de seres humanos com a reconstrução de suas casas, e com O Congresso Nacional decreta: a aquisição de alimentos, além da implementação de Art. 1º Fica aberto crédito extraordinário, em favor ações de saúde para prevenir epidemias. dos Ministérios da Previdência Social, do Trabalho e Em- II.4 – Do Cumprimento do § 1º do art. 2º da Reso- prego e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, lução nº 1, de 2002 no valor global de R$9.746.439.066,00 (nove bilhões, setecentos e quarenta e seis milhões, quatrocentos e A Exposição de Motivos que acompanha a Men- trinta e oito mil e sessenta e seis reais), para atender sagem contém as informações necessárias para o à programação constante do Anexo I desta Lei. entendimento das razões que motivaram a edição da Art. 2º Os recursos necessários à abertura do medida provisória. crédito de que trata o art. 1º desta Lei decorrem de: II.4 – Das Emendas I – superávit financeiro apurado no Balanço Pa- trimonial da União no exercício de 2005, no valor de Da análise das 15 emendas apresentadas, cons- R$8.868.842.934,00 (oito bilhões, oitocentos e ses- tata-se que algumas devem ser declaradas inadmiti- senta e oito milhões, oitocentos e quarenta e dois mil, das, por contrariarem norma constitucional, legal ou novecentos e trinta e quatro reais); regimental, conforme estipula o art. 20 da Res. nº 1, de 2001 – CN. Assim, devem ser declaradas inadmitidas II – excesso de arrecadação, no valor de as emendas nos 3 a 11, por infringirem as disposições R$158.993.990,00 (cento e cinqüenta e oito milhões, constitucionais do art. 166, § 3º, inciso II, vale dizer, novecentos e noventa e três mil, novecentos e noven- por não indicarem as fontes de cancelamento. ta reais), sendo: A seu turno, as emendas nos 1, 2, 12 a 15, não a) R$30.427.228,00 (trinta milhões, qua- obstante o mérito implícito em cada uma delas, opina- trocentos e vinte e sete mil, duzentos e vinte e mos por sua rejeição, tendo em vista que a dotação oito reais) de recursos ordinários; e 03232 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 b) R$128.566.762,00 (cento e vinte e III – anulação parcial de datações orçamantárias, oito milhões, quinhentos e sessenta e seis no valor de R$718.601.142,00 (setecentos e dezoito mil, setecentos e sessenta e dois reais) de milhões, seiscentos e um mil, cento e quarenta e dois contribuições sobre a remuneração devida ao reais), conforme indicado no Anexo II desta Lei. trabalhador e relativa à despedida de empre- Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua gado sem justa causa; e publicação. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03233 03234 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03235 MEDIDA PROVISÓRIA N.º 332, DE 2006 senta e oito milhões, oitocentos e quarenta e dois mil, novecentos e trinta e quatro reais); Abre crédito extraordinário em favor II – excesso de arrecadação, no valor de dos Ministérios da Previdência Social, do R$158.993.990,00 (cento e cinquenta e oito milhões, Trabalho e Emprego e do Desenvolvimento novecentos e noventa e três mil, novecentos e noven- Social e Combate à Fome, no valor global ta reais), sendo: de R$9.746.438.066,00, para os fins que a) R$30.427.228,00 (trinta milhões, qua- especifica. trocentos e vinte e sete mil, duzentos e vinte e O Presidente da República, no uso da atribuição oito reais) de Recursos Ordinários; e que lhe confere o art. 62, combinado com § 3º do art. b) R$128.566.762,00 (cento e vinte e 167, da Constituição, adota a seguinte Medida Provi- oito milhões, quinhenos e sessenta e seis mil, sória, com força de lei: setecentos e sessenta e dois reais) de Con- Art. 1º Fica aberto crédito extraordinário, em fa- tribuições sobre a Remuneração Devida ao vor dos Ministérios da Previdência Social, do Trabalho Trabalhador e Relativa à Despedida de Em- e Emprego e do Desenvolvimento Social e Combate pregado sem Justa Causa; e à fome, no valor global de R$9.746.438.066,00 (nove III – anulação parcial de dotações orçamentárias, bilhões, setecentos e quarenta e seis milhões, quatro- no valor de R$718.601.142,00 (setecentos e dezoito centos e trinta e oito mil, sessenta e seis reais), para milhões, seiscentos e um mil, cento e quarenta e dois atender à programação constante do Anexo I desta reais), conforme indicado no Anexo II desta Medida Medida Provisória. provisória. Art. 2º Os recursos necessários à abertura de Art. 3º Esta Medida Provisória entra em vigor na que trata o art. 1º decorrem de: data de sus publicação. I – superávit financeiro apurado no Balanço Pa- Brasília, 7 de dezembro de 2006; 185º da Inde- trimonial da União no exercício de 2005, no valor de pendência e 118º da República. – Luiz Inácio Lula R$8.868.842.934,00 ( oito bilhões, oitocentos e ses- da Silva. 03236 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03237 03238 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03239 03240 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 MENSAGEM Nº 1.508, DE 2006 EM nº 286/2006/MP Senhores Membros do Congresso Nacional, Brasília, 5 de dezembro de 2006 Nos termos do artigo 62 da Constituição, sub- meto à elevada deliberação de Vossas Excelências o Excelentíssimo Senhor Presidente da República, texto da Medida Provisória nº 332, de 7 de dezembro 1. Dirijo-me a Vossa Excelência para apresen- de 2006, “Abre crédito extraordinário, em favor dos Mi- tar proposta de medida provisória que abre crédito nistérios da Previdência Social, do Trabalho e Empre- extraordinário, em favor dos Ministérios da Previdên- go e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, cia Social, do Trabalho e Emprego e do Desenvolvi- no valor global de R$9.746.438.066,00, para os fins mento Social e Combate à Fome, no valor global de que especifica”. R$9.746.438.066,00 (nove bilhões, setecentos e qua- Brasília, 7 de dezembro de 2006. – Luiz Inácio renta e seis milhões, quatrocentos e trinta e oito mil, Lula da Silva. sessenta e seis reais), com a seguinte configuração:

2. No que tange ao Ministério da Previdência 4. Os recursos destinados ao Ministério do Desen- Social, o presente crédito destina-se a garantir o volvimento Social e Combate à Fome visam possibilitar pagamento da parcela de dezembro de 2006 de be- o pagamento dos benefícios relativos à renda mensal nefícios aos segurados da previdência social, tais vitalícia e à prestação continuada a idosos e a pesso- como aposentadoria rural e urbana; auxilio-doença as portadoras de deficiência, de acordo com os arts. previdenciário, acidentado e reclusão, tanto rural 20 e 44) da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, quanto urbano; pensões rural e urbana; salário-fa- Lei Orgânica da Assistência Social, em decorrência do mília e aposentadorias especiais, bem como para aumento do valor dos benefícios e do número de be- quitação de precatorios oriundos da Justiça Comum neficiários acima do estimado quando da elaboração Estadual. do Projeto de Lei Orçamentária de 2006. 3. O crédito ao Ministério do Trabalho e Em- 5. A urgência e relevância dessa medida decor- prego objetiva viabilizar o pagamento dos benefí- rem da possibilidade de suspensão do pagamento dos cios seguro-desemprego, nas suas diversas mo- benefícios seguro-desemprego e abono salarial, das dalidades, e abono salarial, até o final do ano, em transferências ao FGTS dos recursos arrecadados das razão do aumento do número de beneficiários em contribuições criadas pela Lei Complementar nº 110, relação ao previsto na elaboração do Projeto da Lei de 29 de junho de 2001, dos benefícios assistenciais Orçamentária de 2006, bem como o complemento às pessoas idosas e portadoras de deficiência, e dos da atualização monetária do Fundo de Garantia do benefícios previdenciários, bem como do pagamento Tempo de Serviço – FGTS. de débitos judiciais. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03241 6. Cabe ressaltar que encontram-se em tramitação Provisória que visa efetivar a abertura do referido cré- no Congresso Nacional os Projetos de Lei nº 10 e 30, dito extraordinário. encaminhados pelas Mensagens Presidenciais nº 650, Respeitosamente, Paulo Bernardo Silva. de 31 de julho de 2006 e nº 877, de 13 de outubro de OF. Nº 28/07/PS-GSE 2006, respectivamente, que abrem crédito suplemen- Brasilia, 26 de fevereiro de 2007 tar para reforço das dotações relativas as despesas acima mencionadas. Contudo, tais projetos de lei não Assunto: envio de MPv para apreciação foram aprovados até o presente momento, fazendo-se Senhor Secretário, necessária a edição da presente medida, uma vez que Encaminho a Vossa Excelência, a fim de ser sub- tratam-se de despesas obrigatórias do caráter continu- metida à consideração do Senado Federal, a inclusa ado cujo não pagamento causaria grande transtorno e Medida Provisória nº 332, de 2006, do Poder Executivo, prejuízo à parcela mais carente da população. aprovada na Sessão Plenária do dia 14-2-07, que “Abre 7. Esclareça-se que a proposição está em confor- crédito extraordinário, em favor dos Ministérios da Pre- midade com o disposto no art. 62, combinado com o § vidência Social, do Trabalho e Emprego e do Desenvol- vimento Social e Combate à Fome, no valor global de 3º do art. 167, da Constituição, e será atendido com re- R$9.746.438.066,00 (nove bilhões, setecentos e quarenta cursos provenientes de superávit financeiro apurado no e seis milhões, quatrocentos e trinta e oito mil e sessenta Balanço Patrimonial da União do exercício de 2005, de e seis reais), para os fins que especifica”, conforme o dis- excesso de arrecadação de Recursos Ordinários e de posto no art. 62 da Constituição Federal, com a redação Contribuições sobre a remuneração devida ao trabalhador dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001. e relativa à despedida do empregado sem justa causa e 2. Encaminho, em anexo, o processado da re- de anulação parcial de dotações orçamentárias. ferida Medida Provisória e os autógrafos da matéria 8. Nessas condições, tendo em vista a urgência aprovada nesta Casa. e a relevância da matéria, submeto à consideração Atenciosamente, Deputado Osmar Serraglio, de Vossa Excelência, em anexo, Proposta de Medida Primeiro Secretário. 03242 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 NOTA TÉCNICA abra crédito extraordinário à lei orçamentária anual, DE ADEQUAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA o exame e o parecer serão realizados pela Comissão Mista prevista no art. 166, § 1º, da Constituição Fede- Brasília, 13 de dezembro de 2006 ral, conforme previsto no § 6º do art. 2º da Resolução Assunto: Subsídios para análise da adequação orça- nº 1, de 2002-CN, que regula o processo legislativo mentária e financeira da Medida Provisória nº 332, de 7 de apreciação de medidas provisórias. de dezembro de 2006, que “abre crédito extraordinário, Determina, ainda, o art. 19 da Resolução nº 1, de em favor dos Ministérios da Previdência Social, do Tra- 2002 – CN, que o órgão de consultoria e assessora- balho e Emprego e do Desenvolvimento Social e Com- mento orçamentário da Casa a que pertencer o relator bate à Fome, no valor global de R$9.746.438.066,00, da matéria deverá elaborar nota técnica com subsídios para os fins que especifica”. acerca da adequação orçamentária e financeira da medida provisória, a ser encaminhada aos relatores Interessado: Comissão Mista de Planos, Orçamentos e demais membros da comissão mista. Públicos e Fiscalização, a quem compete examinar e A nota técnica deve atender ao disposto no art. emitir parecer sobre Medidas Provisórias que abram 5º, § 1º, da Resolução nº 1, de 2002-CN, que pres- crédito extraordinário, conforme dispõe o § 6º do art. creve os requisitos a serem observados quando do 2º da Resolução nº 1, de 2002-CN. exame de compatibilidade e adequação orçamentá- I – Introdução ria e financeira: “análise da repercussão sobre a re- A presente Nota Técnica atende à determinação ceita ou a despesa pública da União e da implicação constante do art. 19 da Resolução nº 1, de 2002-CN, quanto ao atendimento das normas orçamentárias e que estabelece, verbis: financeiras vigentes, em especial a conformidade com a Lei Complementar nº 101, de 2000, a Lei do Plano “Art 19. O órgão de consultoria e asses- Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei soramento orçamentário da Casa a que per- Orçamentária da União”. tencer o relator da medida provisória encami- Para a apreciação da Medida Provisória em ques- nhará aos relatores e à Comissão, no prazo de tão compete a esta Consultoria de Orçamentos, Fisca- 5 (cinco) dias de sua publicação, nota técnica lização e Controle elaborar a respectiva nota técnica. com subsídios acerca da adequação financeira e orçamentária de medida provisória”. II – Síntese da Medida Provisória No art. 62, § 9º, a Constituição estabelece que A Medida Provisória nº 332, publicada no DOU em caberá a uma comissão mista de deputados e sena- 8 de dezembro de 2006, abre crédito extraordinário em dores examinar as medidas provisórias e sobre elas favor dos Ministérios da Previdência Social, do Trabalho emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessões e Emprego e do Desenvolvimento Social e Combate separadas, pelo plenário de cada uma das Casas do à Fome, no valor global de R$9.746.438.066,00, com Congresso Nacional. No caso de medida provisória que a seguinte destinação: Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03243 A Exposição de Motivos – EM nº 286/2006/MP, relativas às despesas acima mencionadas”. Argumen- de 5 de dezembro de 2006, do Ministério do Planeja- ta-se que, tendo em vista o fato de tais projetos de lei mento, Orçamento e Gestão, que acompanha a Medida ainda não terem sido aprovados, fez-se necessária “a Provisória em exame, apresenta a aplicação a ser feita edição da presente medida, uma vez que se tratam com os recursos em cada um dos órgãos. De acordo de despesas obrigatórias de caráter continuado cujo com a referida Exposição de Motivos, as dotações, não-pagamento causaria grande transtorno e prejuízo para cada ministério, têm as seguintes destinações à parcela mais carente da população”. e justificativas: Expõe-se, por fim, que está sendo oferecido como Ministério da Previdência Social contrapartida para o presente crédito os recursos pro- “Destina-se a garantir o pagamento da parcela venientes de superávit financeiro apurado no Balanço de dezembro de 2006 de benefícios aos segurados Patrimonial da União do exercício de 2005, o excesso de da previdência social, tais como aposentadoria rural arrecadação de Recursos Ordinários e as Contribuições e urbana; auxílio–doença previdenciário, acidentado sobre a Remuneração Devida ao Trabalhador e Relativa e reclusão, tanto rural quanto urbano; pensões rural à Despedida de Empregado sem Justa Causa, além de e urbana; salário-família e aposentadorias especiais, anulação parcial de dotações orçamentárias. bem como para quitação de precatórios oriundos da A EM não informa as medidas que serão adotadas Justiça Comum Estadual”. para evitar prejuízos ao alcance da meta de superávit primário estabelecida no art. 2º da Lei nº 11.178, de Ministério do Trabalho e Emprego 20 de setembro de 2005 (LDO 2006). “Objetiva viabilizar o pagamento dos benefícios seguro-desemprego, nas suas diversas modalidades, e III – Subsídios Acerca da abono salarial, até o final do ano, em razão do aumento Adequação Financeira e Orçamentária do número de beneficiários em relação ao previsto na Conforme mencionado na introdução desta nota elaboração do Projeto da Lei Orçamentária de 2006, técnica, o exame de compatibilidade e adequação orça- bem como o complemento da atualização monetária do mentária e financeira deve analisar a repercussão sobre Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS”. a receita ou a despesa pública da União e a implicação Ministério do Desenvolvimento Social e Combate quanto ao atendimento das normas orçamentárias e à Fome financeiras vigentes, em especial a conformidade com “Visam possibilitar o pagamento dos benefícios a Constituição, a Lei Complementar nº 101, de 2000, a relativos à renda mensal vitalícia e à prestação conti- Lei do Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamen- nuada a idosos e a pessoas portadoras de deficiência, tárias e a Lei Orçamentária da União. de acordo com os arts. 20 e 40 da Lei nº 8.742, de 7 Preliminarmente, importa destacar que a Cons- de dezembro de 1993, Lei Orgânica da Assistência tituição Federal estabelece, no art. 167, § 3º, que “a Social, em decorrência do aumento do valor dos be- abertura de crédito extraordinário somente será admi- nefícios e do número de beneficiários acima do esti- tida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, mado quando da elaboração do Projeto de Lei Orça- como as decorrentes de guerra, comoção interna ou mentária de 2006”. calamidade pública, observado o disposto no art. 62”. A justificar a urgência e relevância da Medida em Tal é a hipótese para a abertura de crédito extraordi- análise, a citada exposição de motivos informa que tal nário que eclode das disposições constitucionais. situação está amparada na “possibilidade de suspen- Não sendo a despesa caracterizada como “im- são do pagamento dos benefícios seguro-desempre- previsível e urgente”, nem correspondendo a situação go e abono salarial, das transferências ao FGTS dos àquelas hipóteses em que a Lei Orçamentária admite recursos arrecadados das contribuições criadas pela a abertura de crédito suplementar por decreto, deve Lei Complementar nº 110, de 29 de junho de 2001, dos o Poder Executivo promover a alteração orçamentária benefícios assistenciais às pessoas idosas e portadoras por meio de projeto de lei. de deficiência, e dos benefícios previdenciários, bem Cumpre, quanto ao ponto em análise, esclarecer como do pagamento de débitos judiciais”. que despesa “imprevisível” não é sinônimo de despesa Também é informado, pela aludida EM, que se “não-prevista”. A despesa “imprevisível” é aquela em encontram em tramitação no Congresso Nacional os relação à qual não haveria meio de o administrador “Projetos de Lei nos 10 e 30, encaminhados pelas Men- antecipar a sua ocorrência, tendo em vista derivar de sagens Presidenciais nº 650, de 31 de julho de 2006 e acontecimento fortuito que escapa à sua alçada. Nesse nº 877, de 13 de outubro de 2006 respectivamente, que sentido, a Constituição Federal, em seu art. 167, § 3º, abrem crédito suplementar para reforço das dotações exemplifica os fatos, considerados imprevisíveis, que 03244 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 justificam a abertura de crédito extraordinário como Deve-se ainda registrar que consta do Orçamen- sendo os “decorrentes de guerra, comoção interna to para 2006 dotação ainda não utilizada, no valor de ou calamidade pública”. A despesa “não-prevista”, por R$5,7 bilhões, para “garantir o reajuste dos benefí- outro lado, é aquela que o administrador teria condi- cios da seguridade social decorrente do aumento real ções de antecipar e de aportar recursos, mas não o do salário mínimo”. Em face da existência de tal do- fez em face do planejamento que optou adotar. Caso tação, seria mais apropriado oferecer como fonte de a administração resolva incluir, ao longo do exercício cancelamento tais valores, antes de se lançar mão financeiro, uma despesa inicialmente “não-prevista” em do superávit apurado em balanço patrimonial. Tal foi seu rol de gastos, será necessária a abertura de um o caminho adotado no PLN nº 10, que tratou, entre crédito adicional, o qual jamais poderá adotar a mo- outros, da suplementação do Fundo do Regime Geral dalidade de extraordinário, em face de não se tratar de Previdência Social para garantir o aumento real do de despesa “imprevisível”. salário mínimo. De fato, a justificativa básica para a edição da IV – Conclusão medida provisória em exame é o fato de não terem sido ainda aprovados os PLN nos 10 e 30, de 2006. São esses os subsídios que consideramos mais No entanto, tal justificativa não se apresenta consis- relevantes para a apreciação da Medida Provisória nº tente, uma vez que a aprovação dos aludidos projetos 332, de 7 de dezembro de 2006, quanto à adequação de lei ainda se apresenta possível, não se podendo orçamentária e financeira. – André Miranda Burello, admitir, em qualquer caso, a ocorrência de despesa Consultor de Orçamentos. imprevisível. Desse modo, pode-se afirmar que em PARECER DO RELATOR PROFERIDO NO nenhuma das dotações constantes do presente cré- PLENÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM dito extraordinário é possível afirmar que foi cumprido SUBSTITUIÇÃO A COMISSÃO MISTA o requisito da “imprevisibilidade”, indispensável nesta DE PLANOS, ORÇAMENTOS PÚBLICOS hipótese, consoante expressa disposição do art. 167, E FISCALIZAÇÃO, À MEDIDA PROVISÓRIA § 3º, da Constituição. Nº 332, DE 2006, E EMENDAS Cumpre ainda mencionar que, no caso de crédito extraordinário, não está o Poder Executivo legalmente O SR. ROBERTO SANTIAGO (PV – SP. Para emi- obrigado a indicar a fonte dos recursos utilizados para tir parecer. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, acorrer aos novos gastos, embora no presente caso, Srªs e Srs. Deputados, nos termos da art. 62, combi- tal indicação tenha sido feita. nado com o § 3º do art. 167 da Constituição Federal, De se notar, quanto à meta de superávit primário o Presidente da República submete é apreciação do estabelecida no art. 2º da Lei nº 11.178, de 20 de se- Congresso Nacional a Medida Provisória nº 332, de 7 tembro de 2005 (LDO 2006), que a LDO não exige, no de dezembro de 2006, que abre crédito extraordinário presente caso, demonstrativos acerca do impacto do em favor dos Ministérios da Previdência Social, do Tra- crédito no superávit (hipótese que somente se aplica balho e Emprego e do Desenvolvimento Social e Com- aos casos de créditos suplementares ou especiais). No bate à Fome no valor global de R$9.746.438.066,00, entanto, seria oportuno exigir que o Poder Executivo para os fins que especifica. adote, caso já não o tenha feito, em prazo exeqüível, Segundo a Exposição de Motivos nº 286/2006/ medidas que evitem que o crédito aberto acarrete pre- MP, de 5 de dezembro de 2006, do Ministro do Pla- juízos à obtenção da citada meta de superávit primário nejamento, Orçamento e Gestão, a não aprovação e as informe à Comissão Mista de Orçamentos. Vale dos Projetos de Lei nºs 10 e 30, que abriam crédi- lembrar que, quando do envio do PLN nº 10, o qual to suplementar para reforço das datações previstas foi substituído pela medida provisória em exame, foi na presente medida provisória, encaminhados por apontada que o acréscimo de despesa foi considera- meio das Mensagens Presidenciais nº 650, de 31 de do no cálculo do referido resultado primário, conforme julho de 2006, e nº 877, de 13 de outubro de 2006, explicitado no Relatório de Avaliação de Receitas e respectivamente, levou o Poder Executivo a editar a Despesas do 4º bimestre de 2006. No entanto, como medida provisória em comento, a fim de possibilitar na medida provisória em exame o valor de superávit o pagamento de despesas obrigatórias de caráter do exercício anterior utilizado ultrapassa em R$2,78 continuado. bilhões aquele utilizado no referido PLN, não há ga- O crédito do Ministério da Previdência Social rantia de que esse novo montante não irá ter impacto destina-se a garantir o pagamento da parcela de de- sobre o resultado primário. zembro de benefícios aos segurados da Previdência Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03245 Social, bem como da quitação de precatórios oriundos Pagamento de pensões – área rural: 552,1. da Justiça Comum Estadual. Pagamento de salário-maternidade – área rural: O crédito no Ministério do Trabalho e Emprego 340,4. objetiva viabilizar o pagamento do seguro-desempre- Pagamento de pensões – área urbana: 741,7. go, em razão do aumento de número de beneficiários Pagamento de auxílio-doença previdenciário, em relação ao previsto na elaboração do projeto de auxílio-doença a auxílio-doença acidentário e auxílio- lei orçamentária para 2006, bem como para o comple- reclusão - área urbana: 2.521,3. mento da atualização monetária do Fundo de Garantia Pagamento de salário-maternidade – área ur- do Tempo de Serviço – FGTS. bana: 66,0. Os recursos destinados ao Ministério do Desenvol- Cumprimento de sentença judicial transitada em vimento Social e Combate à Fome visam a possibilitar julgado (precatórios) oriunda da Justiça Comum Es- o pagamento dos benefícios de prestação continuada tadual: 58,0. e da renda mensal vitalícia a idosos e a pessoas por- Ministério do Trabalho e Emprego: 169,0. tadoras de deficiência, em decorrência do aumento Complemento da atualização monetária dos re- do valor dos benefícios e do número de beneficiários cursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço acima do estimado quando da elaboração do projeto – FGTS: 159,0. de lei orçamentária para 2006. Fundo de Amparo ao Trabalhador: 1.583,3. De acordo com o Poder Executivo, a urgência e Bolsa de qualificação profissional para trabalha- relevância da medida provisória decorrem da possi- dor com contrato de trabalho suspenso: 3,6. bilidade de suspensão do pagamento dos benefícios Pagamento do benefício abono salarial: 565,9. seguro-desemprego e abono salarial, das transferên- Pagamento do seguro-desemprego: 918,4. cias do FGTS, dos benefícios assistenciais às pessoas Pagamento do seguro-desemprego ao pescador idosas e portadoras de deficiência, e dos benefícios artesanal: 92,8. previdenciários, bem como do pagamento de débitos Pagamento do seguro-desemprego ao trabalha- judiciais. dor doméstico: 0,4. Os recursos para pagamento das despesas são Pagamento do seguro-desemprego ao trabalhador provenientes de superávit financeiro apurado no Ba- resgatado de condição análoga a de escravo: 2,2. lanço Patrimonial da União do exercício de 2005, de Fundo Nacional de Assistência Social: 836,2. excesso de arrecadação de Recursos Ordinários e de Renda mensal vitalícia por idade: 18,7. Contribuições sobre a Remuneração Devida ao Traba- Renda mensal vitalícia por invalidez: 0,7. lhador e relativa à despedida de empregado sem Justa Benefício de Prestação Continuada a Pessoa Causa, bem como de anulação parcial de datações Idosa – LOAS: 393,9. orçamentárias conforme abaixo – os valores estão Benefício de Prestação Continuada a Pessoa expressos em milhões de reais. com Deficiência – LOAS: 422,8. Superávit Financeiro Apurado em Balanço Patri- Total: 9.746,4. monial da União no exercício de 2005:8.868,8. A exposição de motivos não informa as medidas Excesso de Arrecadação: recursos ordinários, que serão adotadas para evitar prejuízos ao alcance 30,4; Contribuição sobre a Arrecadação Devida ao da meta de superávit primário estabelecida no art. 2º Trabalhador e Relativa à Despedida de Empregado da Lei nº 11.178, de 20 de setembro de 2005 (LDO Sem Justa Causa, 128,6 2006). Anulação parcial de dotações orçamentárias: Decorrido o prazo regimental, não se registraram 718 mil. emendas à medida provisória. Total: 9.746,4. É o relatório. Visto sob a ótica das unidades orçamentárias Voto do Relator. e ações, a composição do crédito extraordinário se O art. 2º, § 6º, da Resolução nº 1, de 2002-CN, apresenta conforme quadro a seguir. estabelece que compete à Comissão Mista de Planos, Unidade Orçamentária/Ação. Orçamentos Públicos e Fiscalização – CMO o exame Fundo do Regime Geral de Previdência: 7.167,9. e a emissão de parecer à medida provisória que abra Pagamento de aposentadorias – área rural: crédito extraordinário, conforme art. 62 e art. 167, § 3º, 2.779,3. da Constituição Federal. Pagamento de auxílio-doença previdenciário, Consoante o art. 5º da Resolução, combinado auxílio-doença acidentário e auxílio–reclusão – área com o art. 6º, §§ 1º e 2º, a Comissão deve emitir rural: 109,2. parecer único, manifestando-se sobre a matéria, 03246 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 em itens separados, quanto aos aspectos constitu- o espírito da Lei Maior no tocante à abertura de cré- cional, inclusive sobre os pressupostos de relevân- ditos extraordinários. cia e urgência, de mérito, de adequação financeira Exame da adequação financeira e orçamentá- e orçamentária e sobre o cumprimento da exigên- ria. cia prevista no § 1º do art. 2º, os quais passamos Da análise da adequação orçamentária e finan- a examinar. ceira da medida provisória, percebe-se que o crédito Exame do aspecto constitucional – pressupostos extraordinário não contraria os preceitos legais perti- de relevância, urgência e imprevisibilidade. nentes, em particular no que diz respeito à sua com- Segundo o art. 62 da Constituição Federal, o patibilidade com o Plano Plurianual, com a Lei Orça- Presidente da República poderá, em caso de rele- mentária para 2006 (Lei nº 11.306, de 16 de maio de vância e urgência, adotar medidas provisórias com 2006) e com a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei força de lei, devendo submetê-las ao Congresso Complementar nº 101, de 2000). Nacional. Verificação do cumprimento da exigência prevista Segundo expõe a Constituição em seu art. 62, no § 1º do art. 2º da Resolução nº 1, de 2002-CN.

§ lº, inciso I, alínea d, é vedada a utilização do citado O § 1º do art. 2º da Resolução nº1-CN, de 2002, instrumento em “matéria relativa a planos plurianuais, prevê que, “No dia da publicação da medida provisória no Diário Oficial da União, o seu texto será enviado diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adi- ao Congresso Nacional, acompanhado da respectiva cionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. mensagem e de documento expondo a motivação do 167, § 3º. Portanto, a utilização de medida provisória ato”. para trato de matéria orçamentária é, em regra, veda- A Exposição de Motivos nº 286/2006/MP, do Mi- da pela Lei Maior. nistro de Estado do Planejamento, Orçamento e Ges- A exceção contida na parte final do dispositivo tão, supre a exigência prevista no § 1º do art. 2º da – que ressalva as situações previstas no art. 167, § 3º Resolução nº 1, de 2002-CN, acerca do envio de do- – cuida especificamente da abertura de créditos ex- cumento expondo a motivação de edição da medida traordinários. Segundo tal dispositivo, a abertura des- provisória. sa modalidade de crédito “somente é admitida para Exame do mérito. atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como Tendo em vista os argumentos trazidos na expo- as decorrentes de guerra, comoção interna ou cala- sição de motivos, que demonstram a necessidade da midade pública”. edição da medida provisória, a fim de que fosse ga- Quanto à imprevisibilidade requerida, os ar- rantido o pagamento dos benefícios previdenciários, gumentos apresentados por meio da exposição de do seguro-desemprego e abono salarial, bem como motivos não atendem, a rigor, à exigibilidade cons- da benefícios assistenciais ao final do exercício de titucional, haja vista que o aumento das despesas 2006, posicionamo-nos favoravelmente ao mérito da contempladas na medida provisória já estavam pre- medida provisória. vistas desde julho e outubro de 2006, data do enca- Ante o exposto, e considerando que o crédito minhamento das Mensagens Presidenciais nºs 650 extraordinário atende às disposições constitucionais e 877, relativas aos PLNs 10 e 30, respectivamen- quanto aos pressupostos de relevância e urgência, te. Por meio das Mensagens nºs 153-CN e 154-CN, apresenta adequação financeira e orçamentária e não o Poder Executivo solicitou a retirada dos referidos colide com dispositivos legais e infralegais menciona- PLNs da pauta, tendo em vista a edição de medida dos neste relatório, relativos á alocação de recursos provisória em comento. públicos, somos pela aprovação da Medida Provisó- Todavia, tem sido prática corrente a adoção da ria nº 332, de 2006, nos termos propostos pelo Poder aprovação de Créditos extraordinários contendo des- Executivo. pesas previsíveis. Diante desse contexto, e tendo em Sr. Presidente, feito o levantamento da destina- vista a natureza obrigatória das despesas contempla- ção do que foi pedido na Medida Provisória nº 332, das pela MP nº 332, de indiscutível importância para de 2006, constatou-se que, do total de 9 bilhões, 748 a população, e considerando, ainda, a urgência da milhões, 438 mil, 66 reais, já foram gastos 9 bilhões, aplicação dos recursos no final do exercício passado, 435 milhões, 897 mil, 502 reais e 13 centavos – por- somos pelo atendimento dos pressupostos constitucio- tanto, 97% do que foi solicitado. nais de admissibilidade. Para os casos futuros, porém, É o relatório. entendemos que devam ser promovidas gestões desta PARECER ESCRITO ENCAMINHADO Casa junto ao Poder Executivo, no intuito de resgatar À MESA. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03247 03248 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03249 03250 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03251 03252 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03253 03254 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 MEDIDA PROVISÓRIA Nº 333, DE 2006 República e dos Ministérios da Fazenda, da Educa- ção, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exte- Abre crédito extraordinário, em favor rior, da Justiça, da Previdência Social, da Saúde, do da Presidência da República e dos Minis- Planejamento, Orçamento e Gestão, da Defesa e da térios da Fazenda, da Educação, do Desen- Integração Nacional, para atender às programações volvimento, Indústria e Comércio Exterior, constantes do Anexo I desta Lei. da Justiça, da Previdência Social, da Saúde, Art. 2º Os recursos necessários à abertura do do Planejamento, Orçamento e Gestão, da crédito de que trata o art. 1º desta Lei decorra de: Defesa e da Integração Nacional, no valor I – superávit financeiro apurado no Balanço Pa- global de R$690.987.595,00 (seiscentos e trimonial da União do exercício de 2005, no valor de noventa milhões, novecentos e oitenta e R$690.987.595,00 (seiscentos e noventa milhões, no- sete mil, quinhentos e noventa e cinco re- vecentos e oitenta e sete mil, quinhentos e noventa e ais), para os fins que especifica cinco reais); e O Congresso Nacional decreta: II – anulação de dotação orçamentária, no valor Art. 1º Fica aberto crédito extraordinário no valor de R$100.000.000,00 (cem milhões de reais), confor- global de R$690.987.595,00 (seiscentos e noventa me indicado no Anexo II desta Lei. milhões, novecentos e oitenta e sete mil, quinhentos Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua e noventa e cinco reais), em favor da Presidência da publicação. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03255 03256 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03257 03258 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03259 03260 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03261 MEDIDA PROVISÓRIA ORIGINAL Nº 333, DE 2006 do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, da Justiça, da Previdência Social, da Saúde, do Planeja- Abre crédito extraordinário, em favor mento, Orçamento e Gestão, da Defesa e da Integração da Presidência da República e dos Minis- Nacional, para atender às programações constantes térios da Fazenda, da Educação, do Desen- do Anexo I desta Medida Provisória. volvimento, Indústria e Comércio Exterior, Art. 2º Os recursos necessários à abertura do da Justiça, da Previdência Social, da Saúde, crédito de que trata o art. 1º decorrem de: do Planejamento, Orçamento e Gestão, da I – superávit financeiro apurado no Balanço Pa- Defesa e da Integração Nacional, no glo- trimonial da União do exercício de 2005, no valor de bal de R$690.987.595,00, para os fins que R$590.987.595,00 (quinhentos e noventa milhões, especifica. novecentos e oitenta e sete mil, quinhentos e noventa O Presidente da República, no uso da atribuição e cinco reais); e que lhe confere o art. 62, combinado com o art. 167, II – anulação de dotação orçamentária, no valor de § 3º, da Constituição, adota a seguinte Medida Provi- R$100.000.000,00 (cem milhões de reais), conforme sória, com força de Lei: indicado no Anexo II desta Medida Provisória. Art. 1º Fica aberto crédito extraordinário no va- Art. 3º Esta Medida Provisória entra em vigor na lor global de R$690.987.595,00 (seiscentos e noventa data de sua publicação. milhões, novecentos e oitenta e sete mil, quinhentos Brasília, 14 de dezembro de 2006; 185º da Inde- e noventa e cinco reais), em favor da Presidência da pendência e 118º da República. – LUIZ INÁCIO LULA República e dos Ministérios da Fazenda, da Educação, DA SILVA – Paulo Bernardo Silva. 03262 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03263 03264 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03265 03266 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03267 03268 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 MENSAGEM Nº 1.097, DE 2006 zenda, da Educação, do Desenvolvimento, Indústria e Senhores Membros do Congresso Nacional, Comércio Exterior, da Justiça, da Previdência Social, Nos termos do artigo 62 da Constituição, sub- da Saúde, do Planejamento, Orçamento e Gestão, da meto à elevada deliberação de Vossas Excelências o Defesa e da Integração Nacional, no valor global de texto da Medida Provisória nº 333, de 14 de dezembro R$690.987.595,00, para os fins que especifica”. de 2006, que “Abre crédito extraordinário, em favor Brasília, 14 de dezembro de 2006. – Luiz Inácio da Presidência da República e dos Ministérios da Fa- Lula da Silva. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03269 03270 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03271 03272 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 OF. Nº 29/07/PS-GSE Justiça, da Previdência Social, da Saúde, do Planeja- Brasília, 26 de fevereiro de 2007 mento, Orçamento e Gestão, da Defesa e da Integra- ção Nacional, no valor global de R$690.987.595,00 Assunto: envio de MPv para apreciação (seiscentos e noventa milhões, novecentos e oitenta e sete mil, quinhentos e noventa e cinco reais), para Senhor Secretário, os fins que especifica”, conforme o disposto no art. Encaminho a Vossa Excelência, a fim de ser sub- 62 da Constituição Federal, com a redação dada pela metida á consideração do Senado Federal, a inclusa Emenda Constitucional nº 32, de 2001. Medida Provisória nº 333, de 2006, do Poder Executivo, 2. Encaminho, em anexo, o processado da re- aprovada na Sessão Pienária do dia 14-2-2007, que ferida Medida Provisória e os autógrafos da matéria “Abre crédito extraordinário, em favor da Presidência da aprovada nesta Casa. República e dos Ministérios da Fazenda, da Educação, Atenciosamente, – Deputado Osmar Serraglio, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, da Primeiro-Secretário. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03273 03274 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03275

PARECER DO RELATOR, PROFERIDO Com base no art. 62, combinado com o art. 167, NO PLENÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS § 3º, da Constituição Federal, o Exmº Sr. Presiden- EM SUBSTITUIÇÃO À COMISSÃO MISTA te da República encaminhou ao Congresso Nacio- DE PLANOS, ORÇAMENTOS PÚBLICOS E nal, por intermédio da Mensagem nº 157/2006-CN FISCALIZAÇÃO, À MEDIDA PROVISÓRIA (Mensagem nº 1.097/2006, na origem), a Medida Nº 333, DE 2006 Provisória nº 333, de 14 de dezembro de 2006, que O SR. WILSON SANTIAGO (Bloco/PMDB – PB. abre crédito extraordinário, em favor da Presidência Para emitir parecer. Sem revisão do orador.) – Sr. da República e dos demais Ministérios anteriormen- Presidente, Srªs e Srs. Deputados, parecer sobre te relacionados. a Medida Provisória nº 333, de 14 de dezembro de A Medida Provisória nº 333, de 2006, abre crédi- 2006, que “Abre crédito extraordinário, em favor da to extraordinário para os órgãos abaixo relacionados, Presidência da República e dos Ministérios da Fa- com os seguintes valores: Presidência da República, zenda, da Educação, do Desenvolvimento, Indús- 20 milhões de reais; Ministério da Fazenda, 35 milhões tria e Comércio Exterior, da Justiça, da Previdência de reais; Ministério da Educação, 10 milhões e 200 Social, da Saúde, do Planejamento, Orçamento e mil reais; Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Gestão, de Defesa e da Integração Nacional, no Comércio Exterior, 30 milhões de mais; Ministério da valor global de R$690.987.595,00, para os fins que Justiça, 68 milhões de reais; Ministério da Previdência especifica”. Social, 100 milhões de reais; Ministério da Saúde, 231 Relatório. milhões, 227 mil, 295 reais; Ministério do Planejamento, 03276 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 71 milhões, 560 mil e 300 reais; Ministério da Defesa, dos ou municípios). Em que pese a seus nobres ob- 50 milhões de reais; e Ministério da Integração Nacio- jetivos, entendemos ser inoportuna a pulverização do nal, 75 milhões de reais. crédito, uma vez que pode inviabilizar o atendimento Os recursos para a viabilização do crédito são das demandas emergenciais que justificam a adoção provenientes de anulação de dotações orçamentárias desta medida. na Dataprev, no valor de 100 milhões de reais, e de Diante do exposto, somos favoráveis à aprovação superávit financeiro apurado no Balanço Patrimonial da da Medida Provisória nº 333, de 2006, nos termos pro- União do exercício de 2005, em conformidade com o postos pelo Executivo, recomendando a rejeição das disposto no art. 62, combinado com o § 3º do art. 167 Emendas nºs 1 a 3. da Constituição Federal. Sr. Presidente, concluindo a justificativa, apre- No prazo regimental, foram apresentadas 3 emen- sentamos também a execução orçamentária da refe- das à medida provisória em exame. rida medida provisória para os respectivos Ministé- Voto do Relator rios e nela identificamos que todos os recursos que Consoante o art. 5º da Resolução nº 1, de 2002- poderão ser deslocados para outras finalidades já CN, que dispõe sobre a apreciação pelo Congresso estão totalmente cumpridos. Daí o motivo de não Nacional das medidas provisórias a que se refere existir saldo orçamentário para atendermos a algu- o art. 62 da Constituição Federal, o parecer quan- mas emendas, que na verdade são justas, já que a to à análise de créditos extraordinários abertos por medida provisória foi de dezembro de 2006 e não há medida provisória deve ser único, contendo mani- viabilidade no atendimento das referidas emendas, festação sobre a matéria no que tange aos aspec- salvo a identificação de um saldo no Ministério da tos constitucional, inclusive sobre os pressupostos Integração Nacional de pouco mais de 18 milhões de relevância e urgência, de adequação financeira de reais. e orçamentária, de mérito e sobre o cumprimento Recebemos, no dia de hoje, um destaque do da exigência prevista no § 1º do art. 2º daquele Di- Ministério da Integração Nacional em que mais de 17 ploma Legal. milhões de reais desses recursos foram destinados Do exame do crédito extraordinário, verificamos ao Ministério da Defesa para o encaminhamento or- que a iniciativa atende aos pressupostos constitucionais çamentário ao Comando do Exército, Comando Militar de admissibilidade referentes à relevância e urgência, do Nordeste, para atender aquilo que, na verdade, foi tendo em vista a natureza da matéria. tão cobrado anteriormente pelos Srs. Deputados, a Quanto à análise da adequação orçamentária e questão emergencial dos carros-pipas. financeira, percebe-se que o crédito extraordinário não O restante dos recursos foi esgotado, não poden- contraria os dispositivos constitucionais ou os preceito do, portanto, atender às emendes descritas no relatório legais pertinentes. que terminei de levar ao conhecimento do Plenário. Daí A Exposição de Motivos nº 304/2006, do Minis- por que considero satisfeitas as argumentações feitas tério de Estado do Planejamento, Orçamento e Ges- posteriormente ao relatório. tão, supre a exigência prevista no § 1º do art. 2º da Também informo ao Plenário a intenção de S. Resolução nº 1, de 2002-CN, que trata do envio de Exª, o Presidente da República, na própria justifica- documento expondo a motivação da edição da medi- tiva, de, em nenhum instante, deixar de atender aos da provisória. apelos e pleitos das medidas emergenciais citadas na No mérito, nota-se que o crédito extraordinário medida provisória, por entender que é compromisso destina recursos para o atendimento de despesas relevantes e urgentes, em ações que necessitam de do Governo não deixar de cumprir a emergência con- intervenção imediata do Governo Federal. siderada em qualquer parte do País, especificamente As emendas apresentadas propõem o direcio- no Nordeste brasileiro. namento de parte das dotações do Ministério da Inte- PARECER ESCRITO ENCAMINHADO gração Nacional para localidades específicas (Esta- A MESA. Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03277 03278 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03279 03280 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03281 03282 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03283 03284 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03285 03286 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) Sobre a mesa, requerimento que será lido pelo Sr. – Pela ordem, concedo a palavra ao Senador José 1º Secretário em exercício, Senador Flexa Ribeiro. Nery. É lido o seguinte: O SR. JOSÉ NERY (P-SOL – PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, peço expli- REQUERIMENTO Nº 137, DE 2007 cações à Mesa sobre requerimento apresentado no Nos termos do § 5º do art. 154 do Regimento início do mês de fevereiro, solicitando sessão especial Interno do Federal, requeiro a realização de Sessão para homenagear a CNBB e a Campanha da Frater- nidade de 2007, que tem como tema “Fraternidade e Especial em homenagem à Campanha de 2007 da Amazônia”. CNBB – Fraternidade e Amazônia: Vida e Missão Acabamos de aprovar aqui, sem nenhum de- neste chão –, idealizada com o objetivo de criar mérito, a importante iniciativa do Senador Flávio Arns uma “ocasião privilegiada para que o Brasil tome – e foi aprovada – que trata de requerimento idêntico, consciência aprofundada sobre a complexa proble- com data de hoje. mática da Amazônia” e construa iniciativas e políti- Então, pergunto à Mesa o motivo da não obser- cas eficazes. vância da presença do requerimento apresentado no Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. início do mês de fevereiro bem como o motivo de não ter sido incluído na Ordem do Dia, conforme solicitado naquela ocasião. O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) – A Presidência poderia, em função da semelhan- ça dos dois requerimentos – aliás, são iguais os requerimentos do Senador Flávio Arns e do Sena- dor Nery –, colocar V. Exª como co-autor. Mas, de qualquer forma, vou submeter o requerimento de V. Exª ao Plenário, e V. Exª passará a ser o autor do requerimento. O Sr. 1º Secretário fará a leitura... O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT – SP) – Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) – Pois não. O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT – SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, gostaria de propor que, evidentemente, se aprovasse igualmente o requerimento, que os dois ficassem co- O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) autores na mesma condição e ajudassem a organizar – Em votação o requerimento. a sessão de homenagem que será feita no âmbito do As Srªs e Srs. Senadores que o aprovam perma- Senado, pois sempre fazemos uma sessão em relação neçam sentados. (Pausa.) à Campanha da Fraternidade. Aprovado. Nesta sessão, seguramente, o Senador será um Passa o Senador José Nery ser autor também da dos oradores, ao lado do Senador Flávio Arns. proposta, a exemplo do Senador Flávio Arns. Acrescento, além da aprovação do requerimen- Sobre a mesa, requerimento que será lido pelo Sr. to, uma sessão de homenagem, lançamento da Cam- 1º Secretário em exercício, Senador Flexa Ribeiro. panha, e aí o nosso Senador José Nery e o Senador Flávio Arns poderiam participar, ajudando a organizar É lido o seguinte: o evento. Nós já fizemos outras vezes Campanha da REQUERIMENTO Nº 138, DE 2007 Fraternidade no plenário do Senado. O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) O Senador que esse subscreve, com base no – É o procedimento que a Mesa adota, Senador Aloizio art. 222 do Regimento Interno do Senado Federal, Mercadante. Agradecemos a sua colaboração. requer seja oficiado, ao Presidente da empresa GOL Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03287 – Linhas Aéreas Inteligentes, Senhor Constantino de A Agência Espacial Brasileira (AEB), criada Oliveira Júnior, votos de congratulações pela atitude pela Lei nº 8.854, de 10 de fevereiro de 1994, com de contratar como seus funcionários pessoas com de- o objetivo de “promover o desenvolvimento das ati- ficiência e por ter implantado sistema de atendimento vidades espaciais de interesse nacional”, tem con- a pessoas com deficiência auditiva. seguido, apesar das fortes restrições orçamentárias com que opera, a institucionalização das atividades Justificação do setor espacial, em consonância com as diretrizes Apesar de determinação legal, a contratação de estabelecidas no Programa Nacional de Atividades pessoas com deficiência pelas empresas enfrenta a Espaciais (PNAE). resistência natural à mudança, tanto das pessoas como Decorridos 50 anos do lançamento do primeiro das próprias organizações. satélite russo, inaugurando a chamada Era Espacial, A GOL, empresa que se expõe, a todo momento, podemos afirmar que o Brasil não se manteve distan- aos seus clientes e fornecedores passa a ser assim te ou omisso em relação a esse importante campo de um bom exemplo a ser estimulado fazendo com que a atuação da humanidade. lei tenha cada vez mais efetividade e que as pessoas Em quase 40 anos de estudos, pesquisas e ações com deficiência ocupem seu lugar no convívio social relacionados às ciências e às atividades espaciais, o promovendo com dignidade o seu sustento. Brasil apresenta um importante acervo de realizações Assim peço o apoio e o acolhimento da proposta quanto ao acesso ao espaço sideral. pelos nobres pares. O Programa Nacional de Atividades Espaciais Sala das Sessões, 28 de fevereiro de 2007. – Se- (PNAE) permitiu o desenvolvimento de ações que nos nador Eduardo Azeredo. garantem crescente domínio de todas as etapas da tecnologia espacial. O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) Autonomia, capacitação tecnológica, competiti- – A Presidência encaminhará o voto solicitado. vidade industrial e disponibilização de informações e O requerimento vai ao Arquivo. serviços são objetivos de interesse nacional estabe- O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) lecidos na Política Nacional de Desenvolvimento das – Os Srs. Senadores Romero Jucá, Arthur Virgílio e Atividades Espaciais (PNDAE), instituída pelo Decreto Valdir Raupp enviaram discursos à Mesa para serem nº 1.332, de 8 de dezembro de 1994. publicados na forma do disposto no art. 203, combi- A autonomia orçamentária e financeira da Agên- nado com o inciso I e o § 2º do art. 210 do Regimento cia Espacial Brasileira, a partir de 2005, permitiu mais Interno. agilidade, transparência e eficácia às ações da prin- S. Exas serão atendidos. cipal entidade de coordenação das atividades espa- O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR. Sem apa- ciais no Brasil. nhamento taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. O aumento do montante de recursos orçamen- Senadores, o desenvolvimento das atividades espa- tários alocados à AEB foi também fundamental para ciais constitui importante e poderosa ferramenta de nos tirar da situação negativa anteriormente existente, suporte para impulsionar inúmeros objetivos nacionais, cujo efeito mais terrível foi o acidente ocorrido durante contribuindo de forma decisiva para a construção da a campanha de lançamento do Veículo Lançador de soberania e autonomia, aumento do conhecimento Satélites, VLS1-03, em agosto de 2003. científico e tecnológico e o desenvolvimento econô- Podemos considerar superada essa fase crítica mico e social do País. de nosso Programa Espacial, que hoje já passou por Essa afirmação, constante do Relatório de Ges- um longo e profundo processo de revisão, inclusive tão 2003-2006 da Agência Espacial Brasileira (AEB), com assistência técnica de entidades do mais alto ní- resume com grande objetividade a importância estra- vel internacional. tégica, para um país com as dimensões continentais Ao longo dos últimos anos de atuação da AEB, como o Brasil, de manter um programa espacial com tivemos o desenvolvimento de foguetes, o lançamento fins pacíficos e objetivos claros de desenvolvimento de dois satélites de coleta de dados e de dois satélites da ciência, da tecnologia e de incorporação desse sino-brasileiros de recursos terrestres; presenciamos conhecimento ao nosso desenvolvimento social e ao também a elaboração do projeto do Centro Espacial bem-estar de nossa população. de Alcântara, no Maranhão, e a assinatura de acordos 03288 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 de cooperação com Ucrânia, Rússia, Estados Unidos, Muito obrigado! China e França. O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Sem O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), apanhamento taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e situado numa área de 620 quilômetros quadrados, Srs. Senadores, faço uso da palavra neste momento está em processo de capacitação e modernização para registrar que os jornais de ontem, notadamente de suas instalações e sistemas e em condições de a Folha de S.Paulo e O Globo, publicaram matérias atender à demanda interna e externa de foguetes de mostrando que as ações da Petrobras já caíram 8,7% sondagem, uma área de grande competição no mer- somente neste ano. Algumas corretoras, inclusive, já cado internacional. não incluem mais as ações da Petrobrás na lista da- A atualização dos sistemas de comunicação, tra- queles papéis mais recomendados. jetografia, telecomunicação, informática e de prepara- É normal que ações de grandes empresas pas- ção de lançamento, radares e estação de telemedidas sem por correções de preços de tempos em tempos. estão entre as atividades de modernização do CLA. Isso é parte da mecânica do mercado. No entanto, Implantação dos sistemas de rastreio ótico, mo- analistas especializados advertem para o fato de que nitoramento do espectro eletromagnético e da estação a “luz amarela” que se acendeu sobre a estatal é fruto de telemedidas redundante completam o processo de do aumento do risco político da empresa. modernização da infra-estrutura do Centro de Lança- Esse aumento do risco político é devido, princi- mento de Alcântara. palmente, à revisão de investimentos às vésperas do O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, criado em 1965 e situado na cidade Natal, Rio Grande anúncio do Programa de Aceleração do Crescimen- do Norte, concentra as operações de lançamento de to – PAC e ao recente acordo do gás firmado com a foguetes de pequeno e médio portes. Bolívia. O Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Ins- Anunciar ampliação de investimentos um dia tituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) realiza antes do lançamento do PAC deixou a impressão, no montagem, integração e testes funcionais e de qualifi- mínimo, de manobra política. cação de satélites e de outros sistemas orbitais. Os temores hoje existentes devem-se, portanto, O Centro de Controle e Rastreio de Satélites ao notório uso político da estatal pelo atual governo. (CRS) dispõe de um conjunto de sistemas de solo Os investimentos previstos, de evidente cunho político, que permite o rastreio e o controle em órbita de sa- se dariam em detrimento dos acionistas, o que, conse- télites. qüentemente, termina por afastar os investidores. Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, são muitas Como exemplo, cito trecho de matéria publicada as atividades e ações que estão sendo desenvolvidas pelo jornal O Globo: “No mês passado, a empresa pela Agência Espacial Brasileira. Esse conjunto de acertou com o governo boliviano o pagamento de mais ações tem sido conduzido graças ao esforço pessoal US$ 100 milhões ao ano pelo gás natural importado, à incansável dedicação de um corpo de servidores que mas essa alta não será repassada no mercado brasi- merece o reconhecimento de todos nós. leiro, ou seja, os investidores pagarão a conta”. Quero, neste momento, me congratular com os Por fim, Sr. Presidente, destaco, com muito pe- servidores, os cientistas, os técnicos, os administra- sar, que as ações da Petrobras não passam por um dores e todo o pessoal da Agência Espacial Brasileira, bom momento. E, infelizmente, não parece que isso que vêm realizando um trabalho estratégico, meritório seja resultado de uma oscilação comum de mercado. e de mais alto interesse nacional. A utilização da estatal pelo atual Governo para uso Posso assegurar que o Presidente Luiz Inácio político compromete o desempenho da empresa, que, Lula da Silva confere a mais elevada prioridade à exe- por enquanto, ainda é a mais importante da Ibovespa, cução do Programa Espacial Brasileiro, o que pode seguida bem de perto pela Vale do Rio Doce. ser comprovado pelo aumento de recursos colocados Era o que tinha a dizer. à disposição da AEB a partir de 2004. Na pessoa do doutor Sérgio Gaudenzi, Presiden- DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O te da Agência Espacial Brasileira, cumprimento todos SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU os servidores e todos os que têm contribuído para o PRONUNCIAMENTO. sucesso e para o desenvolvimento do Programa Es- (Inseridos nos termos do art. 210, inciso pacial Brasileiro. I e § 2º, do Regimento Interno.) Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03289 03290 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03291 03292 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03293 O SR. VALDIR RAUPP (PMDB – RO. Sem apa- 1.500 quilos por hectare, beirando os 2.000 quilos por nhamento taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. hectare. Senadores, a CEPLAC não é intocável, mas é indes- A área cacaueira da Transamazônica alcança os trutível, disse o ex-Governador e ex-Senador da Bahia 80% da área total do Estado. Lomanto Júnior por ocasião da Semana do Fazendeiro A partir de 21 de abril de 1971, o dia em que a de 1983, celebrada na EMARC, em Uruçuca, Bahia. CEPLAC descobriu Rondônia para o mundo cacaueiro, Atualmente, com a data de comemoração do 50º foi o Estado cenário de intenso trabalho de pesquisa, aniversário da criação da CEPLAC – dia 28 de fevereiro assistência técnica e extensão rural, de sensibiliza- – há muito pouca coisa a comemorar. Está sendo pouco ção de governantes, políticos, burocratas, técnicos de a pouco desmentida a frase otimista do ex-Governador bancos oficiais. e ex-Senador da Bahia Lomanto Júnior. Mas se dedicou, principalmente, a motivar os O dia 23 de maio de 1989 passou a ser ines- agricultores recém-assentados nos projetos de colo- quecível quando ficou identificado o primeiro foco da nização do INCRA – Instituto Nacional de Colonização enfermidade vassoura-de-bruxa na fazenda Catolé, no e Reforma Agrária. município de Uruçuca, Bahia. As matas da Amazônia – e de Rondônia – sempre A região cacaueira sul-baiana já estava quebrada, foram o berço do cacau. Ribeirinhos ou “beiradeiros” debilitada, antes mesmo da chegada da vassoura-de- sempre tiveram no cacau uma atividade extrativista bruxa à Bahia, em 1989. que complementava as suas rendas. Um instrumento de apoio científico à recupera- As grandes concentrações de matas de cacauei- ção da cacauicultura é a biofábrica, que é uma uni- ros em Chocolatal, às margens da antiga Estrada de dade destinada à produção, em escala industrial, de Ferro Madeira–Mamoré e em Cacoal, na BR–364, as- material genético de alto valor agronômico, tolerante sinalaram a presença do cacaueiro nativo. Em Rondônia foram delimitados 811 mil hecta- à vassoura-de-bruxa e de alta produtividade, que está res de solos bons para o cultivo do cacaueiro, dentre instalada numa área de 60 hectares no Banco do Pedro, uma área total prospectada de quase dois milhões à margem do rio Almada, município de Ilhéus. (1.991.140 hectares), ou seja, 53% do total é de terra A biofábrica, as áreas de multiplicação clonais fértil, propícia para o cultivo do cacaueiro ou de outras em fazendas particulares, a fábrica de biofungicidas, espécies exigentes em fertilidade natural. os experimentos básicos feitos nos laboratórios e nos As áreas estudadas são os solos ricos dos hoje campos experimentais, instalados pelos geneticistas e municípios de Ouro Preto do Oeste, Jaru, Ji-Paraná, fitopatologistas da CEPLAC, indicarão o norte, indicam Ariquemes e Cacoal. o caminho a ser trilhado para o resgate da cacauicul- Neste cinqüentenário, atrevo-me a propor, em tura do sul da Bahia. primeiro lugar, que a CEPLAC promova um amplo con- É preciso lembrar que a volta do cacau à sua ori- curso público para o preenchimento das vagas abertas gem – a Amazônia – foi uma decisão das mais impor- quer pelos falecimentos, quer pelas aposentadorias, tantes, das mais acertadas e das mais nacionalistas, que reduziram o seu quadro a quase a metade do que tomada pelo Governo do Presidente Ernesto Geisel, já foi um dia. com a criação, a aprovação e a execução do PRO- Que o envolvimento que foi construído ao longo CACAU – Diretrizes para Expansão da Cacauicultura dos anos entre a CEPLAC, o Governo do Estado e Nacional, 1976-1985, quando foi colocada a meta de suas secretarias especializadas (Agricultura e Meio novos plantios de 160 mil hectares de cacauais na Ambiente) e as Prefeituras Municipais seja transfor- Amazônia. mado em compromisso. Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, serei bre- É chegada a hora de os governantes reconhece- ve na exposição sobre a situação da cacauicultura no rem que a atividade cacaueira é importante, vital para os Estado do Pará, mas direi o suficiente para informar destinos do Brasil e, particularmente de Rondônia. a esta Casa que o número de agricultores paraenses A cacauicultura nasceu como uma atividade de alcança 7.780, com uma área plantada de 65 mil hec- colonização do Poder Federal, mas deve ser absorvida tares e uma produção de 36 mil toneladas de cacau pela sociedade de Rondônia, receber suporte político, no ano agrícola de 2003. recursos orçamentários e apoio institucional. A produtividade média é de 560 quilos por hec- Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, falta pouco, tare no Estado do Pará, mas em trechos da rodovia falta o setor público encarar com prioridade a questão Transamazônica, no município de Medicilândia, se al- do desenvolvimento e de modo particular o redesenhar cança o recorde de produtividade dos cacauais com da CEPLAC, seja na Bahia, no Pará ou em Rondônia, 03294 Quinta-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 como uma importante ferramenta, tanto na pesquisa e Comércio Exterior, da Justiça, da Previdência experimentação, como na extensão rural e assistência Social, da Saúde, do Planejamento, Orçamento técnica, como na capacitação da mão-de-obra rural. e Gestão, da Defesa e da Integração Nacio- A meta proposta pelo PROCACAU, de 100 mil nal, no valor global de seiscentos e noventa hectares de cacauais em Rondônia, poderá ser alcan- milhões, novecentos e oitenta e sete mil, qui- çada e até mesmo ultrapassada. Trabalhemos juntos nhentos e noventa e cinco reais, para os fins para demonstrar que o cacau é uma boa lavra, e a que especifica. CEPLAC, um bom caminho. Relator revisor: Muito obrigado! Prazo final: 25-3-2007 O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) 4 – Nada mais havendo a tratar, a Presidência vai encerrar os trabalhos, lembrando às Srªs e aos Srs.Senadores PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 124, DE 2006 que constará da próxima sessão deliberativa ordinária, (Em regime de urgência, nos termos a realizar-se amanhã, às 14 horas, a seguinte: do art. 64, § 1º, da Constituição Federal) ORDEM DO DIA (Incluído em Ordem do Dia nos termos do art. 353, parágrafo único, do Regimento Interno) 1 Projeto de Lei da Câmara nº 124, de 2006 (nº 7.514/2006, na Casa de origem), de MEDIDA PROVISÓRIA Nº 331, DE 2006 iniciativa do Presidente da República, que al- (Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos tera a Lei nº 11.196, de 21 de novembro de do § 6º do art. 62 da Constituição Federal) 2005 (estabelece incentivos fiscais para em- Discussão, em turno único, da Medida presas que investem em projetos de pesquisa Provisória nº 331, de 2006, que abre crédito científica e tecnológica). extraordinário, em favor do Ministério da Inte- Dependendo de leitura de pareceres das Comis- gração Nacional, no valor de setenta milhões sões de Assuntos Econômicos e de Educação. de reais, para os fins que especifica. Relator revisor: 5 Prazo final: 15-3-2007 SUBSTITUTIVO À 2 PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 64, DE 1999 MEDIDA PROVISÓRIA Nº 332, DE 2006 (Votação nominal) Discussão, em turno único, da Medida Votação, em segundo turno, do Substitu- Provisória nº 332, de 2006, que abre crédito tivo à Proposta de Emenda à Constituição nº extraordinário, em favor dos Ministérios da Pre- 64, de 1999, tendo como primeiro signatário vidência Social, do Trabalho e Emprego e do o Senador Eduardo Suplicy, que acrescenta Desenvolvimento Social e Combate à Fome, parágrafo ao art. 57 e dá nova redação ao no valor global de nove bilhões, setecentos e inciso XI do art. 84 da Constituição Federal quarenta e seis milhões, quatrocentos e trinta (comparecimento do Presidente da República e oito mil e sessenta e seis reais, para os fins ao Congresso Nacional na abertura da sessão que especifica. legislativa). Relator revisor: Parecer sob nº 1.941, de 2005, da Co- Prazo final: 18-3-2007 missão de Constituição, Justiça e Cidadania, Relator: Senador Aloizio Mercadante, ofere- 3 cendo a redação para o segundo turno. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 333, DE 2006 6 PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Discussão, em turno único, da Medida Nº 81, DE 2003 Provisória nº 333, de 2006, que abre crédito (Votação nominal) extraordinário, em favor da Presidência da República e dos Ministérios da Fazenda, da Votação, em primeiro turno, da Propos- Educação, do Desenvolvimento, Indústria e ta de Emenda à Constituição nº 81, de 2003, Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1º 03295 tendo como primeiro signatário o Senador Parecer sob nº 1.094, de 2006, da Co- Tasso Jereissati, que acrescenta o art. 174-A missão de Constituição, Justiça e Cidadania, à Constituição Federal, para fixar os princípios Relator: Senador João Batista Motta, favorável, da atividade regulatória. com a Emenda nº 1-CCJ, de redação. Pareceres sob nºs 270, de 2004, e 75, 8 de 2007, da Comissão de Constituição, Jus- tiça e Cidadania, Relator: Senador Demóste- PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO nes Torres, 1º pronunciamento: favorável; e 2º Nº 37, DE 2004 pronunciamento: sobre as Emendas nºs 1 e 2, de Plenário, acolhimento parcial das Emendas, Terceira sessão de discussão, em primei- nos termos da Subemenda que apresenta. ro turno, da Proposta de Emenda à Constitui- ção nº 37, de 2004, tendo como primeiro sig- 7 natário o Senador Antonio Carlos Magalhães, que altera a redação da alínea d do inciso II do PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO art. 93 da Constituição Federal (torna obriga- Nº 59, DE 2005 tória a promoção por antigüidade do juiz que Quarta sessão de discussão, em primeiro figurar, por duas vezes, indicado pelo Tribunal turno, da Proposta de Emenda à Constituição competente). nº 59, de 2005, de autoria do Senador Arthur O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB – PR) Virgílio e outros Senhores Senadores, que – Está encerrada a sessão. acrescenta o seguinte § 5º ao art. 239 da Cons- (Levanta-se a sessão às 18 horas e 37 tituição Federal, para permitir que os recursos minutos.) do PASEP sejam aplicados diretamente pelos Estados e Municípios. (OS Nº 10734/2007) 03296 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03297 03298 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03299 03300 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03301 03302 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03303 03304 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03305 03306 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03307 03308 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03309 03310 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03311 03312 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03313 03314 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03315 03316 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03317 03318 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03319 03320 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03321 03322 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03323 03324 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03325 03326 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03327 03328 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03329 03330 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03331 03332 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03333 03334 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03335 03336 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03337 03338 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03339 03340 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03341 03342 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03343 03344 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03345 03346 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03347 03348 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03349 03350 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03351 03352 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03353 03354 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03355 03356 Quinta-feira 1 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Março de 2007 Março de 2007 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 1 03357

COMPOSIÇÃO DO SENADO FEDERAL NA 53ª LEGISLATURA

Bahia Rio Grande do Sul Amazonas PFL – Antonio Carlos Magalhães * BLOCO-PT – Paulo Paim* PSDB – Arthur Virgílio* PFL – César Borges* PTB – Sérgio Zambiasi* PDT – Jefferson Péres* PDT – João Durval ** PMDB – Pedro Simon** PR – Alfredo Nascimento**

Rio de Janeiro Ceará Paraná PRB – Marcelo Crivella* BLOCO-PSB – Patrícia Saboya Gomes* BLOCO-PT – Flávio Arns* S PMDB – Regis Fichtner* PSDB – Tasso Jereissati* PDT – Osmar Dias * PP – Francisco Dornelles ** PC do B – Inácio Arruda** PSDB – Alvaro Dias **

Maranhão Paraíba Acre PFL – Edison Lobão* PFL – Efraim Morais* PMDB – Geraldo Mesquita Júnior* S PMDB – Roseana Sarney * PMDB – José Maranhão* BLOCO-PT – Sibá Machado* PTB – Epitácio Cafeteira ** PSDB – Cícero Lucena ** BLOCO-PT – Tião Viana**

Pará Espírito Santo PSOL – José Nery*S PMDB – Gerson Camata* PT – Delcídio Amaral * PSDB – Flexa Ribeiro*S PR – Magno Malta* PMDB – Valter Pereira*S PSDB – Mário Couto** PSB – Renato Casagrande** PSDB – Marisa Serrano**

Pernambuco Piauí Distrito Federal PFL – Marco Maciel* PFL – Heráclito Fortes* PDT – Cristovam Buarque * PSDB – Sérgio Guerra* PMDB – Mão Santa * PFL – Adelmir Santana *S PMDB – ** PTB – João Vicente Claudino** PMDB – Joaquim Roriz**

São Paulo Tocantins BLOCO-PT – Aloizio Mercadante* PMDB – Garibaldi Alves Filho * PR – João Ribeiro * PFL – Romeu Tuma* PFL – José Agripino* PMDB – Leomar Quintanilha* BLOCO-PT – Eduardo Suplicy** PFL – Rosalba Ciarlini** PFL – Kátia Abreu**

Minas Gerais Amapá PSDB – Eduardo Azeredo* BLOCO-PT – Ideli Salvatti* PMDB – Gilvam Borges* PMDB – Wellington Salgado de Oliveira*S PMDB – Neuto de Conto *S PSDB – Papaléo Paes* PFL – Eliseu Resende** PFL – Raimundo Colombo ** PMDB – José Sarney **

Goiás Rondônia PFL – Demóstenes Torres * PMDB – Renan Calheiros* BLOCO-PT – Fátima Cleide* PSDB – Lúcia Vânia* PSDB – João Tenório*S PMDB – Valdir Raupp* PSDB – Marconi Perillo** PRTB – Fernando Collor** PR – Expedito Júnior**

Mato Grosso Sergipe Roraima PFL – Jonas Pinheiro * PMDB – Almeida Lima* BLOCO-PT – Augusto Botelho*

BLOCO-PT – Serys Slhessarenko* BLOCO-PSB – Antônio Carlos Valadares* PMDB – Romero Jucá* PFL – ** PFL – ** PTB – Mozarildo Cavalcanti** ------Mandatos *: Período 2003/2011 **: Período 2007/2015 CORREGEDORIA PARLAMENTAR (Resolução do Senado Federal nº 17, de 1993)

COMPOSIÇÃO 1

Senador Romeu Tuma (PFL-SP) Corregedor (Atualizada em 1º.2.2007)

Notas: 1 Eleito na 3ª Reunião Preparatória da 1ª Sessão Legislativa da 53ª Legislatura, realizada em 1º.2.2007, nos termos da Resolução nº 17, de 17.3.93.

SECRETARIA-GERAL DA MESA DO SENADO FEDERAL Secretaria de Apoio a Conselhos e Órgãos do Parlamento (SCOP) Ala Senador Dinarte Mariz, sala nº 6 Telefones: 3311-4561 e 3311-5259 [email protected] COMISSÕES TEMPORÁRIAS

1) Comissão Temporária Externa, composta de três Senadores, com o intuito de avaliar as condições da pista do aeroporto de Congonhas.

(Requerimento nº 50, de 2007, aprovado em 13.2.2007)

Aloizio Mercadante – PT Eduardo Suplicy – PT Romeu Tuma – PFL

Leitura: 8.2.2007 Designação: 13.2.2007 COMPOSIÇÃO DAS COMISSÕES PERMANENTES 1) COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS - CAE (27 titulares e 27 suplentes)

Presidente: Senador Aloizio Mercadante – PT Vice-Presidente: Senador Eliseu Rezende - PFL TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP) Eduardo Suplicy – PT 1. Flávio Arns – PT Francisco Dornelles – PP 2. Paulo Paim – PT Delcídio Amaral – PT 3. Ideli Salvatti – PT Aloizio Mercadante – PT 4. Sibá Machado – PT Fernando Collor – PTB 5. Marcelo Crivella – PRB Renato Casagrande – PSB 6. Inácio Arruda – PC do B Expedito Júnior – PR 7. Patrícia Saboya Gomes – PSB Serys Slhessarenko – PT 8. Antonio Carlos Valadares – PSB João Vicente Claudino – PTB 9. João Ribeiro – PR PMDB Romero Jucá 1. Valter Pereira Valdir Raupp 2. Roseana Sarney Pedro Simon 3. Wellington Salgado de Oliveira Mão Santa 4. Leomar Quintanilha Gilvam Borges 5. Joaquim Roriz Neuto De Conto 6. Paulo Duque Garibaldi Alves Filho 7. Jarbas Vasconcelos Bloco da Minoria (PFL e PSDB) Adelmir Santana - PFL 1. Jonas Pinheiro - PFL Edison Lobão - PFL 2. Antonio Carlos Magalhães - PFL Eliseu Resende - PFL 3. Demóstenes Torres - PFL Jayme Campos - PFL 4. José Agripino - PFL Kátia Abreu - PFL 5. Marco Maciel - PFL Raimundo Colombo - PFL 6. Romeu Tuma - PFL Cícero Lucena – PSDB 7. Arthur Virgílio – PSDB Flexa Ribeiro – PSDB 8. Eduardo Azeredo – PSDB Sérgio Guerra – PSDB 9. Marconi Perillo – PSDB Tasso Jereissati – PSDB 10. João Tenório – PSDB PDT Osmar Dias 1. Jefferson Péres

Secretário: Luiz Gonzaga Silva Filho Reuniões: Terças – Feiras às 10:00 horas – Plenário nº 19 – Ala Alexandre Costa. Telefones: 3311-4605 e 3311-3516 Fax: 3311-4344 E – Mail: [email protected] 2) COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS - CAS (21 titulares e 21 suplentes)

Presidente: Senadora Patrícia Saboya Gomes - PSB Vice-Presidente: Senadora Rosalba Ciarlini – PFL

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP) Patrícia Saboya Gomes – PSB 1.Fátima Cleide – PT Flávio Arns –PT 2. Serys Slhessarenko – PT Augusto Botelho – PT 3. Expedito Júnior – PR Paulo Paim – PT 4. Fernando Collor – PTB Marcelo Crivella – PRB 5. Antonio Carlos Valadares – PSB Inácio Arruda – PC do B 6. (vago) Alfredo Nascimento – PR 7. (vago) 8. (vago) PMDB Romero Jucá 1. Leomar Quintanilha Geraldo Mesquita Júnior 2. Garibaldi Alves Filho Valter Pereira 3. Pedro Simon Valdir Raupp 4. Neuto De Conto Wellington Salgado de Oliveira 5. Joaquim Roriz Bloco da Minoria (PFL e PSDB) Demóstenes Torres – PFL 1. Adelmir Santana – PFL Jayme Campos – PFL 2. Heráclito Fortes – PFL Kátia Abreu – PFL 3. Raimundo Colombo – PFL Rosalba Ciarlini – PFL 4. Romeu Tuma – PFL Eduardo Azeredo – PSDB 5. Cícero Lucena – PSDB Lúcia Vânia – PSDB 6. Mário Couto – PSDB Papaléo Paes – PSDB 7. Marisa Serrano – PSDB PDT João Durval 1. Cristovam Buarque PSOL José Nery

Secretária: Gisele Ribeiro de Toledo Camargo Reuniões: Quintas – Feiras às 11:30 horas – Plenário nº 09 – Ala Alexandre Costa. Telefone: 3311-3515 Fax: 3311-3652 E – Mail: [email protected]

3) COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E CIDADANIA - CCJ (23 titulares e 23 suplentes)

Presidente: Senador Antonio Carlos Magalhães - PFL Vice-Presidente: Senador Valter Pereira - PMDB

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP) Serys Slhessarenko – PT 1. Paulo Paim - PT Sibá Machado – PT 2. Ideli Salvatti - PT Eduardo Suplicy – PT 3. Renato Casagrande - PSB Aloizio Mercadante – PT 4. Inácio Arruda – PC do B Epitácio Cafeteira - PTB 5. João Ribeiro - PR Mozarildo Cavalcanti - PTB 6. Alfredo Nascimento - PR Antonio Carlos Valadares - PSB PMDB Pedro Simon 1. Roseana Sarney Valdir Raupp 2. Wellington Salgado de Oliveira Romero Jucá 3. Leomar Quintanilha Jarbas Vasconcelos 4. Paulo Duque Valter Pereira 5. José Maranhão Gilvam Borges 6. Neuto De Conto Bloco da Minoria (PFL e PSDB) Adelmir Santana – PFL 1. Eliseu Resende – PFL Antonio Carlos Magalhães – PFL 2. Jayme Campos – PFL Demóstenes Torres – PFL 3. José Agripino – PFL Edison Lobão – PFL 4. Kátia Abreu – PFL Romeu Tuma – PFL 5. Maria do Carmo Alves – PFL Arthur Virgílio - PSDB 6. Flexa Ribeiro - PSDB Eduardo Azeredo - PSDB 7. João Tenório - PSDB Lúcia Vânia - PSDB 8. Marconi Perillo - PSDB Tasso Jereissati - PSDB 9. Mário Couto - PSDB PDT Jefferson Péres 1. Osmar Dias PSOL José Nery

Secretária: Gildete Leite de Melo Reuniões: Quartas – Feiras às 10:00 horas. – Plenário nº 3 – Ala Alexandre Costa Telefone: 3311-3972 Fax: 3311-4315 E – Mail: [email protected]

4) COMISSÃO DE EDUCAÇÃO - CE (27 titulares e 27 suplentes)

Presidente: Senador Cristovam Buarque - PDT Vice-Presidente: Senador Gilvam Borges – PMDB TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP) Flávio Arns - PT 1. Patrícia Saboya Gomes - PSB Augusto Botelho - PT 2. Alfredo Nascimento - PR Fátima Cleide - PT 3. Aloizio Mercadante - PT Paulo Paim - PT 4. Antonio Carlos Valadares - PSB Ideli Salvatti - PT 5. (vago) Inácio Arruda – PC do B 6. (vago) Renato Casagrande - PSB 7. (vago) Sérgio Zambiasi - PTB 8. (vago) João Ribeiro - PR 9. (vago) PMDB Wellington Salgado de Oliveira 1. Romero Jucá Gilvam Borges 2. Leomar Quintanilha Mão Santa 3. Pedro Simon Garibaldi Alves Filho 4. Valter Pereira Valdir Raupp 5. Jarbas Vasconcelos Paulo Duque 6. Joaquim Roriz Geraldo Mesquita Júnior 7. Neuto De Conto Bloco da Minoria (PFL e PSDB) Edison Lobão - PFL 1. Adelmir Santana - PFL Heráclito Fortes - PFL 2. Demóstenes Torres - PFL Maria do Carmo Alves - PFL 3. Jonas Pinheiro - PFL Marco Maciel - PFL 4. José Agripino - PFL Raimundo Colombo - PFL 5. Kátia Abreu - PFL Rosalba Ciarlini - PFL 6. Romeu Tuma - PFL Marconi Perillo - PSDB 7. Cícero Lucena - PSDB Marisa Serrano - PSDB 8. Eduardo Azeredo - PSDB Papaléo Paes - PSDB 9. Sérgio Guerra - PSDB Flexa Ribeiro- PSDB 10. Lúcia Vânia - PSDB PDT Cristovam Buarque 1. Jefferson Péres

Secretário: Júlio Ricardo Borges Linhares Reuniões: Terças – Feiras às 11:00 horas – Plenário nº 15 – Ala Alexandre Costa. Telefone: 3311-3498 Fax: 3311-3121 E – Mail: [email protected].

5) COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE, DEFESA DO CONSUMIDOR E FISCALIZAÇÃO E CONTROLE - CMA (17 titulares e 17 suplentes)

Presidente: Senador Leomar Quintanilha- PMDB Vice-Presidente: Senadora Marisa Serrano – PSDB TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP) Renato Casagrande – PSB 1. Flávio Arns – PT Sibá Machado – PT 2. Augusto Botelho –PT Fátima Cleide – PT 3. Serys Slhessarenko – PT João Ribeiro – PR 4. Inácio Arruda – PC do B Fernando Collor – PTB 5. Expedito Júnior – PR PMDB Leomar Quintanilha 1. Romero Jucá Wellington Salgado de Oliveira 2. Gilvam Borges Valdir Raupp 3. Garibaldi Alves Filho Valter Pereira 4. Geraldo Mesquita Júnior Bloco da Minoria (PFL e PSDB) Eliseu Resende – PFL 1. Adelmir Santana – PFL Heráclito Fortes – PFL 2. Demóstenes Torres – PFL Jonas Pinheiro – PFL 3. Edison Lobão – PFL José Agripino – PFL 4. Raimundo Colombo – PFL Cícero Lucena – PSDB 5. Lúcia Vânia – PSDB Marisa Serrano – PSDB 6. Mario Couto – PSDB Marconi Perillo – PSDB 7. Sérgio Guerra – PSDB PDT Jefferson Péres 1. (vago)

Secretário: José Francisco B. de Carvalho Reuniões: Terças – Feiras às 11:30 horas – Plenário nº 6 – Ala Nilo Coelho. Telefone: 3311-3935 Fax: 3311-1060 E – Mail: [email protected].

6) COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA - CDH (19 titulares e 19 suplentes)

Presidente: Senador Paulo Paim- PT Vice-Presidente: Senador Cícero Lucena – PSDB

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP) Flávio Arns – PT 1. Serys Slhessarenko- PT Fátima Cleide – PT 2. Eduardo Suplicy – PT Paulo Paim – PT 3. Sérgio Zambiasi – PTB Patrícia Saboya Gomes – PSB 4. (vago) (vago) 5. (vago) 6. (vago) PMDB Leomar Quintanilha 1. Mão Santa Geraldo Mesquita Júnior 2. Romero Jucá Paulo Duque 3. Joaquim Roriz Wellington Salgado de Oliveira 4. Valter Pereira Gilvam Borges 5. Jarbas Vasconcelos Bloco da Minoria (PFL e PSDB) Demóstenes Torres – PFL 1. Edison Lobão – PFL Eliseu Resende – PFL 2. Heráclito Fortes – PFL José Agripino – PFL 3. Jayme Campos – PFL Jonas Pinheiro – PFL 4. Maria do Carmo Alves – PFL Arthur Virgílio – PSDB 5. Mário Couto – PSDB Cícero Lucena – PSDB 6. Lúcia Vânia – PSDB Papaléo Paes – PSDB 7. (vago) PDT Cristovam Buarque 1. (vago) PSOL José Nery

Secretário: Altair Gonçalves Soares Reuniões: Terças – Feiras às 12:00 horas – Plenário nº 2 – Ala Nilo Coelho. Telefone: 3311-4251/2005 Fax: 3311-4646 E – Mail: [email protected]

7) COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DEFESA NACIONAL - CRE (19 titulares e 19 suplentes)

Presidente – Senador Heráclito Fortes - PFL Vice-Presidente – Senador Eduardo Azeredo - PSDB

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP) Eduardo Suplicy – PT 1. Inácio Arruda – PC do B Marcelo Crivella – PRB 2. Aloizio Mercadante – PT Fernando Collor – PTB 3. Augusto Botelho – PT Antonio Carlos Valadares – PSB 4. Serys Slhessarenko – PT Mozarildo Cavalcanti – PTB 5. Fátima Cleide – PT João Ribeiro – PR 6. Francisco Dornelles – PP PMDB Pedro Simon 1. Valdir Raupp Mão Santa 2. Leomar Quintanilha Joaquim Roriz 3. Wellington Salgado de Oliveira Jarbas Vasconcelos 4. Gilvam Borges Paulo Duque 5. Garibaldi Alves Filho Bloco da Minoria (PFL e PSDB) Heráclito Fortes – PFL 1. Edison Lobão – PFL Marco Maciel – PFL 2. Eliseu Resende – PFL Maria do Carmo Alves – PFL 3. Kátia Abreu – PFL Romeu Tuma – PFL 4. Rosalba Ciarlini – PFL Arthur Virgílio – PSDB 5. Flexa Ribeiro – PSDB Eduardo Azeredo – PSDB 6. Papaléo Paes – PSDB João Tenório – PSDB 7. Tasso Jereissati – PSDB PDT Cristovam Buarque 1. Jefferson Péres

Secretária: Maria Lúcia Ferreira de Mello Telefone 3311-3496 Fax: 3311-3546 – Plenário nº 7 – Ala Alexandre Costa Reuniões: Quintas–feiras às 10:00 horas. E – Mail: [email protected]

7.1) SUBCOMISSÃO PERMANENTE DA AMAZÔNIA (7 titulares e 7 suplentes) Presidente: Senador Mozarildo Cavalcanti - PTB Vice-Presidente: Senador Augusto Botelho - PT Relator: TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP) Augusto Botelho - PT 1. João Ribeiro - PR Mozarildo Cavalcanti - PTB 2. Fátima Cleide - PT PMDB Valdir Raupp 1. Leomar Quintanilha Pedro Simon 2. Gilvam Borges Bloco da Minoria (PFL e PSDB) Romeu Tuma – PFL 1. Marco Maciel – PFL Flexa Ribeiro - PSDB 2. Arthur Virgílio – PSDB PDT Jefferson Péres 1. Cristovam Buarque

Secretária: Maria Lúcia Ferreira de Mello Telefone 3311-3496 Fax: 3311-3546 – Plenário nº 7 – Ala Alexandre Costa E – Mail: [email protected]

8) COMISSÃO DE SERVIÇOS DE INFRA-ESTRUTURA - CI (23 titulares e 23 suplentes)

Presidente - Senador Marconi Perillo - PSDB Vice-Presidente – Senador Delcídio Amaral - PT

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP) Serys Slhessarenko – PT 1. Flávio Arns– PT Delcídio Amaral– PT 2. Fátima Cleide– PT Ideli Salvatti– PT 3. Aloizio Mercadante– PT Francisco Dornelles– PP 4. João Ribeiro– PR Inácio Arruda– PC do B 5. Augusto Botelho – PT Fernando Collor– PTB 6. João Vicente Claudino – PTB Expedito Júnior– PR 7. Renato Casagrande– PSB PMDB Romero Jucá 1. Garibaldi Alves Filho Valdir Raupp 2. José Maranhão Leomar Quintanilha 3. Gilvam Borges Joaquim Roriz 4. Neuto De Conto Valter Pereira 5. Geraldo Mesquita Júnior Wellington Salgado de Oliveira 6. Pedro Simon Bloco da Minoria (PFL e PSDB) Adelmir Santana – PFL 1. Demóstenes Torres – PFL Eliseu Resende – PFL 2. Marco Maciel – PFL Jayme Campos – PFL 3. Jonas Pinheiro – PFL Heráclito Fortes – PFL 4. Rosalba Ciarlini – PFL Raimundo Colombo – PFL 5. Romeu Tuma – PFL João Tenório – PSDB 6. Cícero Lucena – PSDB Marconi Perillo – PSDB 7. Eduardo Azeredo – PSDB Flexa Ribeiro – PSDB 8. Mário Couto – PSDB Sérgio Guerra – PSDB 9. Tasso Jereissati – PSDB PDT João Durval 1. (vago)

Secretária: Dulcídia Ramos Calhao Reuniões: Terças – Feiras às 14:00 horas. – Plenário nº 13 – Ala Alexandre Costa Telefone: 3311-4607 Fax: 3311-3286 E – Mail : [email protected]

9) COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL E TURISMO - CDR (17 titulares e 17 suplentes)

Presidente - Senadora Lúcia Vânia - PSDB Vice-Presidente – Senador Jonas Pinheiro - PFL

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP) Fátima Cleide – PT 1. Sibá Machado – PT Patrícia Saboya Gomes – PSB 2. Expedito Júnior – PR Alfredo Nascimento – PR 3. Inácio Arruda – PC do B Sérgio Zambiasi – PTB 4. Antonio Carlos Valadares – PSB Mozarildo Cavalcanti – PTB PMDB José Maranhão 1. Leomar Quintanilha Geraldo Mesquita Júnior 2. Wellington Salgado de Oliveira Garibaldi Alves Filho 3. Pedro Simon Valter Pereira 4. Valdir Raupp Bloco da Minoria (PFL e PSDB) Demóstenes Torres – PFL 1. Adelmir Santana – PFL Jonas Pinheiro – PFL 2. Jayme Campos – PFL Marco Maciel – PFL 3. Kátia Abreu – PFL Rosalba Ciarlini – PFL 4. Maria do Carmo Alves – PFL Lúcia Vânia – PSDB 5. Tasso Jereissati – PSDB Marisa Serrano – PSDB 6. Flexa Ribeiro – PSDB Cícero Lucena – PSDB 7. João Tenório – PSDB PDT Jefferson Péres 1. (vago) PSOL José Nery

Secretário: Ednaldo Magalhães Siqueira Reuniões: Quartas – Feiras às 14 horas Telefone: 3311-4282 Fax: 3311-1627 E – Mail: [email protected]

10) COMISSÃO DE AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA - CRA (17 titulares e 17 suplentes)

Presidente – Senador Joaquim Roriz - PMDB Vice-Presidente - Senador Expedito Júnior - PR

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP) Sibá Machado – PT 1. Paulo Paim – PT Delcídio Amaral – PT 2. Aloizio Mercadante – PT Antonio Carlos Valadares – PSB 3. João Ribeiro – PR Expedito Júnior – PR 4. Alfredo Nascimento – PR Augusto Botelho – PT 5. (vago) PMDB Joaquim Roriz 1. Valdir Raupp Leomar Quintanilha 2. Romero Jucá Pedro Simon 3. Valter Pereira Neuto De Conto 4. Mão Santa Bloco da Minoria (PFL e PSDB) Heráclito Fortes – PFL 1. Edison Lobão – PFL Jayme Campos – PFL 2. Eliseu Resende – PFL Jonas Pinheiro – PFL 3. Raimundo Colombo – PFL Kátia Abreu – PFL 4. Rosalba Ciarlini – PFL Cícero Lucena – PSDB 5. Marconi Perillo – PSDB Flexa Ribeiro – PSDB 6. João Tenório – PSDB Marisa Serrano – PSDB 7. Sérgio Guerra – PSDB PDT Osmar Dias 1. João Durval

Secretário: Marcello Varella Reuniões: Quintas – Feiras às 12 horas – Telefone: 3311-3506 Fax: E – Mail: [email protected]

11) COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO, COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA - CCT (17 titulares e 17 suplentes)

Presidente – Senador Wellington Salgado de Oliveira - PMDB Vice-Presidente – Senador Marcelo Crivella - PRB

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP) Marcelo Crivella – PRB 1. Expedito Júnior – PR Augusto Botelho – PT 2. Flávio Arns – PT Renato Casagrande – PSB 3. João Ribeiro – PR Sérgio Zambiasi – PTB 4. Francisco Dornelles – PP Ideli Salvatti – PT 5. (vago) PMDB Valdir Raupp 1. Romero Jucá Wellington Salgado de Oliveira 2. Garibaldi Alves Filho Gilvam Borges 3. Mão Santa Valter Pereira 4. Leomar Quintanilha Bloco da Minoria (PFL e PSDB) Demóstenes Torres – PFL 1. Eliseu Resende – PFL Romeu Tuma – PFL 2. Heráclito Fortes – PFL Maria do Carmo Alves – PFL 3. Marco Maciel – PFL José Agripino – PFL 4. Rosalba Ciarlini – PFL João Tenório – PSDB 5. Arthur Virgílio – PSDB Eduardo Azeredo – PSDB 6. Marconi Perillo – PSDB Cícero Lucena – PSDB 7. Sérgio Guerra – PSDB PDT (vago) 1. (vago)

Secretária: Égli Lucena Heusi Moreira Reuniões: Telefone: 3311-1120 Fax: 3311-2025 E – Mail:

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