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ASSIM É | Renato Moraes JULIO BITTENCOURT

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CAÇADORES DO IMPOSSÍVEL Razão, intuição e sensibilidade fazem do ABN Amro Real um espelho para as instituições financeiras no país

o início de 2004, o analista de sistemas Vol- Agora, “se cada um mudar a sua rua ao lado, a nei Puttini foi surpreendido pelo corte do gente muda o mundo”, assegura o presidente da ins- fornecimento de energia de sua residência tituição, Fabio Barbosa. Colocando em prática tal em Jundiaí, São Paulo, feito pela Compa- conceito, decidiu-se arregaçar as mangas para recu- Nnhia Paulista de Força e Luz (CPFL). Cliente do Ban- perar o espaço deteriorado situado numa transversal co ABN Amro Real desde 1992, ele tinha certeza de da imponente Avenida Paulista, bem ao lado da sede que havia efetuado o pagamento num caixa automá- do banco. Entre investir em segurança para proteger tico de uma de suas agências, o que comprovou ao o patrimônio ou articular uma parceria com a comu- providenciar um extrato de sua conta. Mas ao entrar nidade, optou-se pela segunda via através de uma em contato com a CPFL foi informado de que o pa- mobilização que, ao custo de R$ 1,5 milhão, ocupou gamento não havia sido creditado à empresa. Pres- todo o ano de 2003, envolvendo funcionários de sentindo uma enrascada, arriscou-se a procurar o ge- diversas áreas para viabilizar o projeto de revitaliza- rente da sua agência, Anselmo Guilherme. Qual não ção do espaço urbano. Quem circula hoje pelo entor- foi sua surpresa ao ver o gerente tomar a frente de no na Alameda Rio Claro, rebatizada como “Alame- todos os procedimentos necessários para equacionar da das Flores”, encontra uma área de lazer, com uma falha interna que havia bloqueado o repasse. café, floricultura e jardins, gerando empregos para Coube a Volnei apenas a tarefa de fazer um plantão jovens de baixa renda e lucros provenientes dos em casa até a chegada dos funcionários da CPFL en- novos negócios revertidos para o Instituto Escola carregados da religação. À sua maneira, Guilherme Brasil, escolhido pela ONG Associação Paulista Viva traduziu a postura sintetizada no atual slogan do em razão de sua afinidade com os valores apregoa- banco: “Fazer mais do que o possível”. dos pelo banco. Certamente que tal conduta não pode ser aplica- São exemplos elucidativos que iluminam o novo da ao atendimento dos quase 10 milhões de clien- cenário do sistema financeiro do país. E que tem tes da instituição. Mas pode se estender, por exem- no Banco ABN Amro Real um ponta-de-lança afia- plo, à oferta de microcrédito no seu habitat. Todas do e afinado com as demandas contemporâneas, as manhãs, os compradores dos 1,3 mil boxes de reunindo idealismo, pioneirismo, ousadia e inova- hortifrutigranjeiros e flores da Centrais de Abaste- ção. Um processo que começou a ser deflagrado a cimento de Campinas (Ceasa) têm à disposição os partir da aquisição do banco brasileiro pelo holan- recursos da RealMicrocrédito com dinheiro libera- dês, em 1998. Banco de valor, como afiança seu pre- do à vista em conta do ABN Amro Real para concre- sidente, ou melhor, “de valores que inspiram, e não tizar suas compras, evitando a prática do “fiado” e de valores que restringem ou impedem”. Até che- dos riscos de inadimplência. Agentes de crédito do gar a esse estágio, porém, muita água correu por banco circulam entre os boxes divulgando e opera- baixo da ponte das duas instituições bancárias. Ou cionalizando os financiamentos. dentro de seus cofres.

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Com autorização do então ministro da Fazenda, João Pandiá Calógeras, o banco inicia suas operações no Brasil com a abertura de escritórios 1914 no e em Santos 1925 Um grupo de empresas holandesas se une 1917 Mineiro, advogado, 34 anos, Clemente de Faria monta em para fundar o Banco Holandês da América uma Cooperativa Bancária com o objetivo de do Sul, sendo seus principais acionistas oferecer crédito aos fazendeiros do estado, dois anos depois o Rotterdamsche Bankvereeniging N.V. renomeada como Banco da Lavoura de Minas Gerais, e a Nederlandsche Handel-Maatschappij antecessor no tempo do Banco Real

Fundados em 1917 e 1925, respectivamente, o Ban- adotando a marca mundial da organização. Fato em co Holandês da América do Sul e a Cooperativa tudo similar ao que sucedera com o Banco da Bancária, três anos depois renomeada como Banco da Lavoura, que em 1971 transferira sua sede para a capi- Lavoura de Minas Gerais, trilharam caminhos total- tal paulista, assumindo o nome de Banco Real. E que, mente díspares até a sua fusão no ocaso do século 20. ao comemorar seu cinqüentenário quatro anos Ao abrir seus primeiros escritórios no Rio de Janeiro depois, ostentava o respeitável número de 512 agên- e em Santos, o primeiro buscava atender aos anseios cias espraiadas por todo o território brasileiro, além de dos comerciantes holandeses que, desde os tempos dez unidades sediadas em pontos estratégicos do pla- do conde João Maurício de Nassau-Siegem (1604- neta (Nova York, , , Cidade do 1679), mantinham interesses e relações comerciais México, entre outras) e doze empresas associadas. com o continente, especializando-se no financiamen- Na onda de aquisições e incorporações que pipo- to de importações de produtos industrializados e caram no setor à reboque da citada globalização, sur- exportações de commodities agrícolas, base da econo- giu uma oportunidade imperdível para que o banco mia brasileira na época. Já o Banco da Lavoura, esta- holandês consolidasse sua presença no mercado belecido num estado com clara vocação agropastoril nacional. Procurado, o Real, posicionado entre os à base de uma política do café-com-leite, optou pela quatro primeiros no ranking nacional e objeto de ênfase ao crédito pessoal acessível para os pequenos cobiça entre seus pares, desenrolou-se um período agricultores da região. De lá para cá, enfrentando e de negociações que culminou com a sua venda para superando sucessivas crises econômicas do país, dos o ABN Amro, no fim de 1998. “Da mesma forma efeitos do crash da Bolsa de Nova York, em 1929, aos como ele foi o escolhido por nós dentro da estratégia surtos inflacionários que permearam a economia que traçamos para imprimir um novo rumo na orga- brasileira nos anos 1900, um e outro procuraram se nização, também fomos o escolhido pela cúpula diri- posicionar e expandir seus negócios a partir de focos gente dele para estabelecer a parceria”, rememora e circunstâncias diversas. Ultrapassando fronteiras Fabio, então presidente do banco holandês e um dos em meados da década de 1930, o banco de origem condutores do processo de aquisição. mineira foi montando uma malha de agências país Administrador de empresas formado pela Funda- Marcos Matioli, Maria Luiza Paiva, afora até se tornar, em 1955, a maior instituição ção Getulio Vargas/SP, vice-presidente da Federação Fabio Barbosa e financeira privada nacional. Às voltas com uma legis- Brasileira de Bancos (Febraban), membro dos con- Fernando Martins: lação restritiva que durante longo tempo limitou a selhos de administração da Petrobras e da Editora idealismo, pioneirismo, ousadia e inovação ação dos bancos estrangeiros no Brasil, o Banco Abril e do Conselho de Desenvolvimento Econômi- sintonizados com as Holandês, ao contrário, concentrou-se nas operações co e Social da Presidência da República, Fabio Bar- demandas da sociedade de câmbio, créditos de curto prazo e contas corren- bosa transpôs para a nova instituição um conceito tes. Paulatinamente, foi libertando suas amarras gra- simples de larga circulação no banco que dirigia, ba- ças à associação com a Companhia Aymoré de Crédi- seado em que “o jogo é duro, mas deve ser disputa- to, Investimentos e Financiamentos, em 1963, até se do na bola, e não na canela”. Logo nos primórdios, tornar um banco múltiplo, em 1988, passando a retificou-se a rota imposta por todos os concorren- diversificar suas atividades. tes, enfatizada na importância dos bancos. Inverten- Era o gás que precisava para dar a partida a um pro- do a mão, o ABN Amro e o Real colocaram no cen- cesso de crescimento acelerado na década seguinte tro das atenções o cliente, este sim de importância sob as asas de inserção definitiva do país no contexto capital para o negócio. Para marcar posição, quando financeiro globalizado. Num ato coincidente, mudou os dois se fundiram sob um só guarda-chuva, inte- sua matriz do Rio de Janeiro para São Paulo, em 1993, grando suas operações em 2000, com o nome de acompanhando uma tendência de longa data de Banco ABN Amro Real e uma nova marca, dissemi- migração dos principais bancos instalados no país, nou-se junto a assinatura “Construindo um banco alterando sua denominação para ABN Amro e cada vez melhor para você”.

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As exportações de café entram em queda, diminuindo sua importância na Graças à aquisição do balança comercial brasileira e, em razão Banco do Norte do Brasil disso, o Banco da Lavoura decide com suas 180 agências, o extrapolar os limites de Minas Gerais, Banco da Lavoura torna-se inaugurando sua primeira agência na a maior instituição 1933 cidade do Rio de Janeiro 1948 financeira privada nacional Os dois principais acionistas do Banco 1936 Com o falecimento de Clemente de Faria, 1955 Holandês da América do Sul se fundem, um de seus filhos, Aloysio, assume surgindo o Hollandsche Bank-Unie. o comando do Banco da Lavoura, tendo Acompanhando a mudança, o banco passa como missão transformá-lo em uma a se chamar Banco Holandês Unido, instituição financeira presente em todo especializando-se em operações de câmbio o país, começando pelo Nordeste, com agências em Salvador e JULIO BITTENCOURT “Na cola vieram alguns dos principais concorren- tes, com variações em torno do mote (“Feito para você”, do Itaú, “Colocando você sempre à frente”, do Bradesco, “Com você o tempo todo”, do Banco do Brasil)”, comenta Fernando Martins, diretor-executi- vo de Estratégia da Marca & Comunicação Corpora- tiva. Não parou por aí. Em cadeia, seguiram-se “Exis- tem muitos bancos virtuais, só um é real”, alusivo ao advento dos serviços disponibilizados pela internet, O jogo é duro, mas deve ser “O Banco da sua vida”, reforçado por “Esse banco existe? Esse banco é Real”, até desembocar no atual disputado na bola, e não na canela “Fazendo mais do que o possível”. Se competiu a Fernando e sua equipe a dinâmi- ca de construção da marca, somada a atributos e valores, vinculados às práticas do negócio e que, em meio a outras inovações, implementou pionei- ramente o uso do papel reciclado em larga escala ‘ por todas as unidades do banco a partir de 2004, coube a Maria Luiza Paiva a primazia de coordenar ’ Março 2007 | FIA | 21 Banco REAL.qxt 2/26/07 6:00 PM Page 22

Consolidada sua posição no Brasil, o Banco da Lavoura decide expandir suas operações para o exterior, abrindo um escritório em Junto com sua sede, a diretoria do Nova York. De quebra, inaugura uma Banco da Lavoura transfere-se agência em Brasília antes mesmo da sua para São Paulo, assumindo o nome inauguração, recebendo a licença nº 1 1963 Banco Real dois anos depois 197 5 1957 O Banco Holandês Unido passa 1969 Ao comemorar seus 50 anos, o Banco Real a deter 50% das ações da possuía 512 agências espalhadas por todo Companhia Aymoré de Crédito, o país, além de dez unidades sediadas em Investimentos e Financiamentos. locais estratégicos (Los Angeles, Toronto, Sete anos depois assumiria o seu Cidade do México, Bogotá, entre outras) controle total e doze empresas associadas FOTOS/DIVULGAÇÃO a inseminação de algo aparentemente impensável em uma instituição financeira. Guindada à condi- ção de autêntica muiraquitã nos dias atuais, a pe- dra de toque que estabeleceu um novo norte den- tro do ABN Amro Real atende pelo nome de desen- volvimento sustentável. O que estava predestinado a ser um desafio e uma Como é que um banco poderia experiência fugaz assumiu um papel primordial na estratégia de atuação do banco, alastrando-se pelas contribuir para preservar o meio várias diretorias e demais compartimentos, incluin- ambiente e corrigir as disparidades do clientes, fornecedores e vários segmentos da sociedade. Malu, como é conhecida, psicóloga de for- envolvendo a diversidade? mação e funcionária do ABN Amro em Amsterdã, na Holanda, foi cooptada pelo presidente mediante o ‘ convite de retornar ao Brasil para dar conta da mis- são. Missão que, em princípio, se mostrava vaga e de contornos imprecisos e imprevisíveis a serem escul- pidos empiricamente, por meio de tentativas e possí- veis erros. “Como é que um banco poderia contribuir 22 | FIA | Março 2007 ’ Banco REAL.qxt 2/26/07 6:00 PM Page 23

É formalizada a aquisição Com base na nova legislação regulamentando do Banco Real pelo ABN a operação dos chamados bancos múltiplos, Amro Bank, a que se soma integraram-se as estruturas e atividades do a compra do Banco do Banco Holandês Unido e da Companhia Aymoré, Estado de Pernambuco originando o Banco Holandês 1993 (Bandepe) 2000 1988 O Banco Holandês muda sua matriz 1998 O ABN Amro Bank e o Banco Real do Rio de Janeiro para São Paulo, integram suas operações, passando adotando a marca internacional da a se chamar Banco ABN Amro Real organização, passando a e adotando uma nova marca denominar-se ABN Amro Bank

para a preservação do meio ambiente ou para a cor- mercado, intimamente ligado à estratégia do banco reção das disparidades presenciadas na questão e de olho em oportunidades, investidores e clien- envolvendo a diversidade, das mulheres e dos afro- tes. “Hoje temos a marca mais atrativa depois do descendentes aos portadores de deficiência?”, per- Itaú”, assegura Marcos Matioli, responsável pelo se- guntava-se Malu. tor. Enfileirando números e estatísticas, ele passa a Sabendo a priori que não possuía todas as respos- limpo um pouco da história recente da instituição tas, mas que, em contrapartida, não tinha medo das após a fusão e a aquisição do Sudameris, em 2003, perguntas, saiu à cata de subsídios compatíveis com entre outros. De 2001 a 2006, o número de corren- a adoção de uma postura socio-ambiental responsá- tistas dobrou, beirando hoje os 10 milhões. Com 1,2 vel na companhia de seu diminuto grupo de subor- mil agências e cerca de 800 postos de atendimento dinados, indo bater às portas da Universidade Es- bancário (PABs), é o banco que apresentou o maior tadual de Campinas (Unicamp) e de ONGs vincula- crescimento em sua carteira de crédito, superando das ao tema em questão. Rompendo com paradig- os gigantes Bradesco, Itaú e Unibanco, saltando de mas e muita resistência interna, estruturou um R$ 14 bilhões para R$ 45,5 bilhões nos últimos cin- “modelo orgânico que, apesar de apresentar resulta- co anos. Durante esse período, o volume de depósi- dos mais lentos, assegura a sua perenidade”. Hoje, tos elevou-se de R$ 9,4 bilhões para os atuais R$ 48 livre do risco do efêmero, ganhou o status de uma bilhões. “Isso é reflexo de confiança”, afirma Mar- divisão de educação e sustentabilidade, dirigida por cos, fruto de “melhores produtos e maiores conve- ela, com direito a assento nos comitês de mercado, niências” oferecidos pelo ABN Amro Real. O resul- gestão e ação social. tado pode ser avaliado pelo desempenho geral, Reconhecido pela matriz holandesa, a quem ser- sinalizando um lucro na casa de R$ 1,5 bilhão em viu de inspiração e ganhador de vários prêmios, 2006, doze vezes maior do que o espelhado no como os do jornal Financial Times (World Business balancete do Real um ano antes de sua compra. Award 2006), da Câmara Americana de Comércio Gestores do maior fundo brasileiro de investimen- junto com a Organização das Nações Unidas (uma to em infra-estrutura, selecionado pelo Banco Inter- das dez organizações privadas mundiais comprome- americano de Desenvolvimento (BID) e um grupo de Em plena manhã, tidas com os Objetivos de Desenvolvimento do fundos de pensão do país, receberam um comentário na Ceasa de Campinas, Milênio) e da revista Exame (Guia da Boa Cidadania), inusitado após a apresentação que lhes garantiu o uma cena inusitada: conquistados em 2006, o modelo tem servido de privilégio. Segundo Marcos, ao depararem com os funcionários da área do microcrédito com âncora para a plataforma almejada de “um novo ban- cartões de visita dos membros do banco, todos con- dinheiro à vista, co para uma nova sociedade”. feccionados em papel reciclável, assim como o docu- liberado para os clientes Nada mau se considerarmos que o ABN Amro foi mento impresso entregue, ouviram um elogio lison- um dos co-fundadores e primeiros signatários dos jeiro: “Existe atitude por trás daquilo que vocês pen- Princípios do Equador, espécie de suma de orienta- sam e propagam”. ções e diretrizes gestadas pelas grandes corporações Pensando o tempo todo no cliente, ao redor do financeiras mundiais em 2002, visando estabelecer qual tudo gravita na instituição, existe até mesmo critérios socioambientais para a concessão de uma plaqueta, colocada estrategicamente nas empréstimos, créditos e financiamentos de projetos. mesas de reunião em que se lê a indagação: “Nessa Nada mau também se pensarmos que tais princípios reunião que você está participando, o cliente vai ser se introjetaram de vez entre os 30 mil funcionários beneficiado por ela?” A conclusão é óbvia. Se ela da instituição no país, sendo incorporados por uma não vier trazer nenhum benefício, simplesmente vasta gama de parceiros e fornecedores, dos escritó- não deveria acontecer. rios de advocacia à empresa de motoboys. Alinhado globalmente com a direção-geral na Ho- Razão, intuição e sensibilidade que se estendem landa mas agindo localmente com uma grande dose a núcleos mais áridos como o de relações com o de autonomia, Fabio Barbosa, paulista de 52 anos, e

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Co-autor e um dos signatários dos Princípios Entre outros prêmios, o Banco ABN Amro Real recebe o de Banco do Equador, normas adotadas por alguns dos Sustentável do Ano em mercados emergentes, concedido pelo principais bancos do mundo, o Banco ABN jornal Financial Times, e o World Business Award 2006, da Amro Real amplia suas diretrizes em relação Câmara Americana de Comércio (Amcham) em parceria com a posturas socioambientais para a obtenção a ONU, conferido a dez organizações privadas do mundo 2001 de empréstimos. E adquire o Banco Sudameris 2004 comprometidas com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio O banco cria um grupo de 2003 O papel reciclado 2006 trabalho para riscos passa a ser socioambientais, tendo em utilizado em vista a análise de práticas larga escala pelo corretas para a concessão banco em todas de crédito e financiamento as suas áreas FOTOS/ ALEXANDRE TORRES seu grupo aguerrido de colaboradores vão semeando novas árvores no concreto que sempre imperou em sua área de atuação. Certos de que, para cativar clientes e conquistar novos – pesquisas freqüentes realizadas apontam o ABN Amro Real como um dos dois preferidos do público para uma eventual opção de troca, caso não tivesse conta em outro –, é neces- Não somos os melhores nem sário seguir a bula segundo a qual, para satisfazê-los, piores, mas seguramente os funcionários também têm que estar satisfeitos. Para isso devem ser pessoas satisfeitas consigo mes- questionadores. Queremos apenas mas. “Não somos melhores nem piores, mas segura- construir um banco, um mercado mente questionadores”, garante Fabio. Para quem vira e mexe é citado como um possível integrante do e um país melhores primeiro escalão do governo do presidente Luiz Iná- ‘ cio Lula da Silva, fato que afirma não ter qualquer fundamento, o que de fato lhe cabe e interessa é “apenas construir um banco melhor, um mercado melhor e um país melhor”. Dentro do possível, fazen- do um pouco mais do que o possível. 24 | FIA | Março 2007 ’