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04 78 80S PREFÁCIO A era da tecnologia Paulo Furtado 06 100 50S 90S A febre do rock Os anos da flanela 08 116 60S 00S A revolução musical Retorno às origens 32 126 70S MAIS 25 Diversidade Vinis imperdíveis e experimentalismo Por: Paulo Furtado UM MOR EM VINIL É A

P-4 Fotografia: Rita Lino

uem me conhece sabe, e creio que tendência a passar com uma velocidade Amor aos artistas, ou à sua música. Ter um quem conhece o meu trabalho cada vez mais alucinante, no momento disco em vinil é como ter um bocadinho de Qtambém o saberá, que sou um homem da nossa história em que os humanos mais um artista em casa, é real, é palpável, existe que gosta de objetos. Gosto de livros, de habitam o mundo virtual, como explicar que num mundo físico. Ouvi-lo é uma espécie de guitarras, de filmes de super-8 e, claro, de haja cada vez mais pessoas que procuram tempo só nosso com esse artista, ou mesmo . Especialmente de discos de vinil. ouvir música de uma maneira aparentemente um tempo coletivo que pode ser partilhado É curioso este novo entusiasmo que tão arcaica e que, de certa forma, nos exige com amigos ou pessoas de quem gostamos existe por este belo objeto de plástico preto, tanto esforço? Provavelmente existirá uma e que também gostam desse artista. circular, que normalmente temos de retirar resposta científica ou sociológica para esta É um tempo especial. com as mãos e algum cuidado do interior pergunta, mas interessa-me uma resposta Eu faço música há muitos, muitos anos, de uma bolsa de plástico ou papel que ainda mais emocional, talvez ligada ao tato ou à desde 1990, creio. O primeiro momento em estará dentro de uma outra capa em cartão. visão ou até mesmo ao olfato. E à fruição. que achei que finalmente as coisas estavam Depois de completadas as ações descritas Um disco em vinil é um objeto mágico, a ficar reais foi quando recebi o vinil do no último parágrafo, ainda temos de ligar um é algo que se vai começando a revelar por meu primeiro disco como The Legendary gira-discos, levantar uma agulha, colocar o camadas. Manusear o cartão, sentir-lhe a Tigerman, um 10 polegadas lindo editado disco numa pequena plataforma, também espessura, analisar a qualidade da impressão, pela Munster Records, de . Ainda hoje, circular, e, com mais cuidado ainda, pousar retirar o disco, avaliar o seu peso, será de só sinto que os meus discos foram realmente a agulha muito devagar em cima do círculo 180 gramas ou apenas de 160, que bom, o editados quando os tenho em vinil, na mão, de plástico negro (ou de qualquer outra cor). inlay tem as letras, o artwork está perfeito quando os cheiro e os ouço a rodar no prato. Poucos segundos depois, podemos ouvir para o conceito do álbum ou nem por isso, O vinil voltou porque é ao mesmo tempo música. Sensivelmente 20 minutos depois, tanta coisa para usufruir e ainda nem sequer real e mágico, físico e onírico, e nos faz sentir se for um longa-duração, temos de levantar comecei a ouvir música. E quando o som especiais e únicos, e construímos com cada novamente a agulha, virar o disco e pousá-la chega e tudo faz sentido, o sentimento um deles uma relação que é só nossa. mais uma vez com muito cuidado em cima é de absoluto e completo deleite. É prazer, Longa vida ao vinil! do disco, para ouvirmos o segundo lado. prazer muito forte. Numa altura em que a vida tem alguma Um disco em vinil é amor.

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Quando Elvis Presley grava os seus primeiros hits, o mundo atravessa um período turbulento. O fim da Guerra da Coreia adensa a divisão entre Estados Unidos e União Soviética, marcando em definitivo o arranque da Guerra Fria. Tem início a revolução tecnológica, com a propagação da televisão nas casas americanas, e a corrida ao espaço, com a criação da NASA e o lançamento do Sputnik, o primeiro satélite artificial da Terra. Também a música conhece importantes desenvolvimentos, em particular graças ao contributo do homem a quem haveriam de chamar “Rei”. Com apenas onze anos, o pequeno Elvis Presley queria mesmo receber uma bicicleta, razão pela qual ficou tremendamente desapontado quando lhe ofereceram antes uma guitarra. Haveria, contudo, de se fazer valer deste instrumento, inspirando-se nas sonoridades afroamericanas da época para irromper como um tornado num mercado dominado por música mais conservadora. Começa assim a febre do rock e,

A FEBRE DO ROCK talvez por consequência, dos discos de vinil.

P-6 DÉCADA DE 1950 .

pop e

country ,

rhythm ’n’ rhythm a conquistar o primeiro lugar das o primeiro a conquistar puro, puro,

rock

rock ’n’ roll rock tabelas nos Estados Unidos. Uma mistura de géneros que traduz na que traduz de géneros Unidos. Uma mistura tabelas nos Estados as suas origens: perfeição Um álbum que mudou a música popular. O primeiro de Elvis Presley de Elvis Presley O primeiro Um álbum que mudou a música popular. de e também o primeiro Recentemente remasterizado, inclui seis temas bónus, entre os quais bónus, entre inclui seis temas remasterizado, Recentemente Rattle Me”, “Shake, Left “My Baby e três clássicos: Hotel” “Heartbreak Clawdy”. Miss e “Lawdy, and Roll” 1956 , RCA ELVIS PRESLEY ELVIS Elvis Presley

P-7 60s

É esta a década dos boémios de espírito livre, dos protestos hippie, das manifestações a favor de um mundo mais justo. A década em que as mentalidades começam realmente a mudar, em que surgem os primeiros movimentos civis em prol dos direitos dos negros, dos homossexuais, das mulheres. A década em que Martin Luther King revela o seu sonho. A década em que Neil Armstrong dá um pequeno passo para um homem e um salto gigantesco para a humanidade, ao chegar à Lua a bordo do Apollo 11. Mas é também a década da Guerra do Vietname. Do assassinato de John F. Kennedy. Do assassinato de Martin Luther King. De uma “quase-revolução” motivada por gigantescos protestos estudantis em França. De graves tensões internacionais. No meio do caos destacam-se um quarteto de Liverpool a cantar pela paz. Em 1967, no primeiro evento transmitido ao vivo, via satélite, para todo o mundo, os Beatles apelam à união através de temas como “All You Need is Love”. O público suspira e intensifica-se a Beatlemania, mas também o rock psicadélico de nomes como Led Zeppelin, The Doors, The Who e Velvet Underground. Bob Dylan escreve como ninguém, Jimi Hendrix incendeia (literalmente) a sua guitarra e mais de 400 mil pessoas juntam-se para um inesquecível “festival de paz e música” – como se autointitulava –

A REVOLUÇÃO MUSICAL A REVOLUÇÃO chamado Woodstock. É a revolução musical.

P-8 ÍNDICE (The) Cure, 98 Creedence Clearwater Revival, 27 Coldplay, 117 Cat Stevens, 38 C Bruce Springsteen, 58 Brian Eno, 69 Bob Dylan,15 Blondie, 71 Black Sabbath, 49 Björk, 108 Beck, 113 (The) Beatles, 13 (The) BeachBoys, 17 (The) Band,25 B Arctic Monkeys, 122 Aretha Franklin, 20 Arcade Fire, 121 Amy Winehouse, 123 Alice Cooper, 44 AC/DC, 77 ABBA, 57 A Green Day, 109 Grateful Dead,37 George Michael,96 Genesis, 56 Franz Ferdinand, 120 Frank Zappa,35 Fleetwood Mac,66 Fairport Convention, 30 F Etta James,12 Eric Clapton, 107. Elvis Presley, 7 Elton John,55 Elvis Costello, 70 Eagles, 65 E Duran Duran, 82 (The) Doors,18 Dire Straits, 88 Depeche Mode, 101 Deep Purple, 46 Dead CanDance, 102 , 47 D Kraftwerk, 59 King Crimson,31 Kate Bush,73 K Joy Divison,76 Joni Mitchell, 42 Johnny Cash,24 John Lennon, 43 John Lee Hooker, 9 Joan Baez, 10 (The) JimiHendrix Experience, 22 Jefferson Airplane, 19 Jeff Buckley, 111 Jean MichelJarre, 63 Janis Joplin,39 James Brown, 14 J Isaac Hayes, 29 Iron Maiden,80 Iggy Pop, 67 I Guns N’Roses, 95 L P (The) Smiths, 91 Led Zeppelin, 28 Patti Smith, 60 Sonic Youth, 97 Leonard Cohen, 23 Pearl Jam, 104 Stevie Wonder, 64 Lou Reed, 50 Peter Gabriel, 90 (The) Stone Roses, 99 Pink Floyd, 51 Supertramp, 75 M Pixies, 92 Madonna, 86 PJ Harvey, 125 T Marvin Gaye, 41 (The) Police, 72 Talking Heads, 79 Massive Attack, 103 Portishead, 112 Tina Turner, 87 Metallica, 89 Primal Scream, 106 Tom Waits, 84 Michael Jackson, 83 Prince, 85 Mike Oldfield, 53 U Motörhead, 74 Q U2, 94 Muddy Waters, 11 Queen, 61 Muse, 119 V R Vampire Weekend, 124 N Radiohead, 118 Van Morrison, 26 Neil Young, 34 (The) Ramones, 62 Vangelis, 81 Nick Cave and the Bad Seeds, 114 (The) Rolling Stones, 40 Velvet Underground & Nico, 21 Nick Drake, 45 Roxy , 52 Nirvana, 105 Y S Yes, 48 O Santana, 36 Oasis, 110 Sex Pistols, 68 W Otis Redding, 16 Simon and Garfunkel, 33 (The) Who, 54 Outkast, 115 Siouxsie and the Banshees, 93 INFORMAÇÃO TÉCNICA TIRAGEM IMPRESSÃO REDAÇÃO DESIGN EDIÇÃO COORDENAÇÃO RESPONSÁVEL DOPROJETO DIREÇÃO PROPRIEDADE ISBN em queosprocuras. que algunsdosdiscos selecionadosnãoestejam disponíveis no momento o mercado da musicaestá emconstante movimento, peloqueépossível A seleçãodeste guiaéoreflexo dasnossas escolhas, massabemosque a tienriquecê-laaosabordastuasprópriasdescobertas. ou redescoberta destes discos. Esta seleçãoéapenasumguia,cabe compilações. Esperamos quesintas omáximoprazer nadescoberta sempre quepossível, osálbunsoriginais emdetrimento dasinúmeras envelhecer outrair-se, masosdiscos, esses, ficam:privilegiámosporisso, trás osmaisatuais acontecimentos dahistória do o Apresentamos, décadaadécada,obras-primas incontornáveis, desde a paixão, construindo umadiscoteca ideal. para todos aquelesquedesejem mergulhar no mitos eheróis,através deumaseleçãodiscos eoutras tantaspistas a descoberta dosdiferentes rostos deste Perante esta extraordinária riqueza, este guiado a umououtro. assaltos do cultos, com osseustemplos emissionários, eaindaresiste aosrepetidos segunda metadedoséculoXX.Hoje, o de amorentre culturas eestilos musicaismudouaface domundona Nascida nosEstados Unidosetendo crescido emInglaterra, esta história de barulhoefuror. regressar àssuasorigens.Esses anosdoativismo do Este marco parece-nos adesculpa necessária para festejar e, porque não?, adolescência. Masarealidade équejálávãomaisde70 anosdeexistência. O Os especialistas musicaisdaFNAC rockabilly rock 978-972-98435-7-0 das lojasFNAC. um dosálbunsdeste guianospontos deescuta Não percas aoportunidadededescobrir cada , pelasuarebeldia, sempre foi porexcelência amúsicada RitaSantaMarta

Tiago Matos

10 000 Departamento Direção Comercial deEntretenimento Aléxia Costa, Tatiana Trilho, FNAC Lidergraf dosanos50ao rap

FNAC

, da Adagietto -RuaAlexandre Herculano, 2-3.ºEsq.,1150-006Lisboa

Francisco Chaveiro punk , do definaisdosanos70, nãodeixando para techno rock “enfant terrible” . Enemsequerevita juntar-se aindaéobjeto dediferentes rock pop rock rock ouaprofundar rock . Asbandaspodem , com osseus , cheios daFNAC propõe

Num disco de vinil ouvimos Elvis Presley revolucionar o rock. Num disco de vinil ouvimos Michael Jackson apresentar o seu Thriller. Num disco de vinil ouvimos os Beatles ascenderem ao topo do mundo. E ouvimos Janis Joplin, Kate Bush, Pink Floyd, Led Zeppelin. E ouvimos ABBA, Madonna, Eric Clapton, Metallica.

Ouvimos e continuamos a ouvir.

É que, 70 anos após o aparecimento do primeiro disco de 33 rotações, o vinil permanece connosco. E até as novas gerações redescobriram em anos recentes a sua qualidade de som incomparavelmente rica.

O seu inigualável charme.

Se o vinil também é a tua onda, este guia sugere-te o que ouvir. São mais de uma centena de álbuns essenciais para qualquer colecionador e apaixonado por boa música, numa viagem pelo tempo que percorre também os mais distintos estilos, do rock ao pop, sem esquecer , blues ou heavy metal.

Porque o vinil está cá para ficar. E a música ouve-se melhor assim.