Secretaria de Desenvolvimento Econômico – SEMUDE Pesquisa e Textos: Dagoberto Alvim Clos Diagramação: Fabrício de Oliveira Leites Fotos: Moacir Scherer está localizada nas margens do rio Uruguai na Fronteira Oeste do , a 29°46'55" de latitude sul e 57°02'18" de longitude oeste e faz divisa com a cidade de . Dista 643 km de , capital do Estado do Rio Grande do Sul. Pampa, termo de origem Quíchua que significa "região plana", é o Bioma onde se localiza o município de Uruguaiana. Única cidade fundada pelos farrapos (24/02/1843) e uma das poucas planejadas do Brasil no século 19. Cidade multicultural, é a mais populosa e desenvolvida da região com uma população estimada de 130.000 habitantes e reconhecida como a "Capital da Fronteira Oeste". 93% da população (120.900 habitantes) está concentrada na zona urbana e 7% (9.100) na zona rural. 2ª maior cidade fronteiriça brasileira (a 1ª é Foz do Iguaçu) e 4ª maior da Metade Sul do Estado, perdendo somente para , Santa Maria e Rio Grande. A zona urbana ocupa uma área de 45,3 km² com uma malha viária de 270 km e está dividida em 36 bairros, enquanto a zona rural está dividida em 6 distritos. A densidade demográfica é de 22 habitantes por km². Possui um PIB de R$ 2.295.349.000,00 e PIB per capta de R$ 17.714,00 segundo dados do IBGE (2014). O setor de serviços, incluído o comércio, é responsável por 73,86% do PIB, seguido pela agropecuária com 17,53% e a indústria com 8,61 %. Uruguaiana abriga o maior porto seco rodoviário da América Latina e o 3° do gênero em ordem de grandeza do mundo. É o maior plantador de arroz irrigado da América Latina. É o município com a 3ª maior extensão territorial do Estado (5.703,586 km²) depois de e . Limita-se ao norte com o município de ; ao sul com o município da Barra do Quarai e a República Oriental do Uruguai; à leste com o município de Alegrete e à oeste com a República Argentina. Pela própria configuração do relevo, que não apresenta grandes elevações, o terreno em geral é plano; no entanto, destacam-se as de Santana e Japeju. Quanto à altitude, o ponto mais alto da cidade atinge 74 metros. Com um clima subtropical, Uruguaiana possui a maior amplitude térmica do país, por isso, as estações do ano são bem definidas, onde o verão é quente, o outono e a primavera são frios e o inverno é muito frio. A temperatura máxima média é de 25,8°C e a mínima média é de 9,7°C. Quanto ao volume de chuvas, a média anual é de 1.650mm. A umidade relativa do ar é de 70,6% em média. Secretaria de Desenvolvimento Econômico – SEMUDE

Pesquisa e Textos: Dagoberto Alvim Clos Diagramação: Fabrício de Oliveira Leites Fotos: Moacir Scherer O espaço geográfico do atual município de Uruguaiana no ano do descobrimento do Brasil, em 1500, era habitado pelos índios Charrua. Charrua na língua “Quíchua" significa ribeirinho, porque eram índios que viviam nas margens dos rios e arroios. Seguidamente se deslocavam em busca de caça e pesca. A suas moradias eram feitas de couro de veado ou de boi. Antes do contato com os brancos, no século XVII, eram carniceiros e bravios. Foram chamados pelos padres jesuítas de "infiéis," porque jamais aceitaram a vida cristã nas reduções. Eram exímios cavaleiros e muito habilidosos com as boleadeiras. Uruguaiana tem sítios arqueológicos dos Charrua classificados entre os mais antigos da Região Sul do Brasil. Os padres jesuítas, em 1619, acompanhados de espanhóis e índios Guarani, foram os primeiros a visitarem o nosso atual território. Em 1626 eles fundaram a Redução de Japeju, que se tornaria a mais populosa dos Trinta Povos Guarani, com 8.000 mil índios. Os padres da Redução de Japeju, em 1657, fundam a Estância Santiago (BR 472, Km 50) para servir de suporte alimentar dos Guarani missioneiros. Mais adiante, no final do século XVII, eles expandiram as estâncias e postos de pastoreio ate o rio Negro, na atual Republica Oriental do Uruguai. No século XVIII, a Estância Grande de Japeju, se revelaria como o maior estabelecimento pecuário da América do Sul, com 500.000 cabeças de gado e 65.000 km². Essa estância abrangia toda a área situada entre os rios Uruguai, Ibicuí e Negro e abastecia várias reduções. Os índios Guarani eram os encarregados das atividades pecuárias. A Toponímia do município de Uruguaiana é toda Guarani: Uruguai, Ibicui, Ibirocai, Quaraí, Imbaá, Itapitocai, Pindai-Mirim, Garupá, etc. Mapa dos 30 Povos Guarani e as 11 estâncias missioneiras. Em 1801, Borges do Canto, um desertor do Regimento de Dragões do e seus companheiros conquistam as Missões dos espanhóis. Com a conquista das Missões, as estâncias missioneiras foram abandonadas pelos espanhóis e, consequentemente, pilhadas pelos luso-brasileiros. De 1802 a 1810, as patrulhas volantes do Regimento de Dragões do Rio Pardo faziam a vigilância da região conquistada.

A partir de 1811 são implantadas guardas militares de fronteira, de Borges do Canto Jaguarão a São Borja, para prover o sistema defensivo da porção oeste da Capitania. As guardas de fronteira não foram suficientes para garantir a posse definitiva dessa cobiçada região. Objetivando a sua posse e consequentemente a sua exploração e povoamento, a Coroa Portuguesa, a partir de 1814, iniciou o processo de distribuição (doação) de sesmarias à militares, padres e tropeiros como retribuição por serviços (militares) prestados. Esta foi fundamentalmente a estratégia adotada pela Coroa. A sesmarias eram terras devolutas, medindo em regra 3 léguas por 1 légua (13.000 hectares) e que deram origem às estâncias de criação de gado e os latifúndios. As estâncias serviram como postos avançados que se transformavam a todo instante em trincheiras de defesa. Neste cenário é que surgiu o estancieiro militarizado, auxiliado pelo peão-soldado, que juntos cumpriram o seu papel de guardiões do espaço a eles confiados tornando-se responsáveis pela consolidação e manutenção de nossas Cerca de pedra do Juquiri fronteiras. Em 1814 foram trazidos os primeiros escravos para trabalharem nas sesmarias. A maioria deles era comprada em Porto Alegre, Rio Pardo e Rio Grande e era nascida no Brasil. O serviço numa grande estância não era pouco. Para que a criação de animais pudesse ser mantida por seus proprietários, era necessária uma boa estrutura. Os escravos, além da lida com o gado, produziam instrumentos de trabalho com o couro e o ferro, construíam cercas e mangueiras (currais) de pedras, transportavam lenha, etc. Havia ainda os serviços domésticos e a confecção de roupas e cobertores, visto existirem alfaiates e costureiras em algumas estâncias. Os filhos do estanceiro, ao lado de alguns escravos e peões, tomavam conta do numeroso rebanho da estância. No campo, o negro foi excelente peão de Escravo conduzindo tropas de mula estância, domador, laçador e carreteiro. Os negros legaram palavras do linguajar campeiro (cacimba, sanga e matungo) e deliciosos pratos típicos (feijoada e mocotó). No ano de 1838, o Governo Farrapo havia assentado uma base (coletoria e porto) no povoado de Santana do Uruguai, junto ao arroio Guarapuitã à beira do rio Uruguai. A Coletoria era estratégica e necessária à Revolução () e o porto permitia a travessia do rio. Assim, os farrapos tinham o controle da vasta região de fronteira com dois países Marco comemorativo de Santana Velha (Argentina e Uruguai), preparados para quaisquer emergências. A origem de Uruguaiana decorre da época da Revolução Farroupilha (1835 – 1845). Conscientes da posição estratégica desta área, os farrapos, em agosto de 1838 assentam uma base (coletoria e porto) no povoado de Santana do Uruguai. Do ponto de vista do Governo Farrapo, em 1840, dois fatores preocupavam as autoridades no 2° Distrito de Alegrete: as constantes inundações na povoação de Santana do Uruguai (Santana Velha), o que obrigava a população abandonar as suas moradias, e a falta de segurança nas estâncias. Numerosos salteadores oriundos de grupos revolucionários, aventureiros e desertores agiam como vândalos nas estâncias, saqueando, estuprando, furtando e roubando. Cansados da situação, todos acorrem aos farrapos em busca de uma solução. O Governo Farrapo se sensibiliza com o problema e determina a demarcação de um sítio à margem esquerda do arroio Itapitocai. Entretanto, outra área seria escolhida para a sede definitiva do povoado. Domingos José de Almeida, Ministro da Fazenda do Governo Farrapo foi quem indicou a margem do rio Uruguai como o lugar mais adequado e determinou ao Presidente da Câmara de Vereadores de Alegrete, Joaquim dos Santos Prado Lima, que procedesse a escolha da área. O local escolhido em definitivo para a nova instalação do porto, da coletoria e da população que se achava dispersa pela região, se situava na estância de Joaquim Manoel do Couto, no local denominado Capão do Tigre, à margem do rio Uruguai, divisa com a localidade de Restauración (hoje Paso de Los Libres-RA), cujo território constituía o 2° Distrito de Alegrete ou Distrito de Santana. Em 24 de fevereiro de 1843 era criada uma Capela Curada denominada "Capela do Uruguai", conforme uma resolução que foi sancionada pela Assembleia Constituinte e Legislativa de Alegrete. Por essa iniciativa e empenho, Domingos José de Almeida é considerado o fundador oficial de Uruguaiana. No dia 29 de maio de 1846 a Capela do Uruguai era elevada à categoria de Vila e desmembrada de Alegrete. A nova freguesia, de início, teve a denominação de Santana do Uruguai e logo depois, Domingos José de Almeida, reunindo os Planta da cidade de Uruguaiana - 1865 nomes Uruguai (rio) e Ana (Nossa Senhora de Santana - padroeira da Vila) altera o nome para Uruguaiana. A própria invocação de Uruguaiana teve influência dos padres jesuítas. Uruguaiana foi elevada à categoria de cidade em 6 de abril de 1874 e em 29 de março de 1875 se tornava uma Comarca independente. Além de Domingos de Almeida, também merecem destaque Bento Gonçalves da Silva, Davi Canabarro e Joaquim dos Santos Prado Lima, por todos os esforços que dispenderam para a criação do povoado. Uruguaiana foi a única cidade fundada pelos farrapos e uma das poucas cidades planejadas do Brasil no século 19. Em 5 de agosto de 1865, 7300 paraguaios, sob o comando do Tenente Coronel Estigarríbia, invadiram Uruguaiana. O general Davi Canabarro, procurando evitar o combate na Vila, determinou a evacuação do povoado e concentrou as tropas brasileiras na região de Santana Velha, (Rio Uruguai), onde aguardou reforços. D. Pedro II, entendendo que sua presença na área do conflito serviria como apoio moral às tropas na luta contra o invasor, expôs ao Ministro da Guerra essa sua intenção e partiu para Uruguaiana no dia 10 de julho, acompanhando de seu genro Duque de Saxe, o Ministro da Guerra Ângelo Ferraz e dos ajudantes de campo – Marquês de Caxias e General Francisco Cabral. No dia 11 de setembro chegam a Uruguaiana e dormem no acampamento do Barão do Porto Alegre, Comandante-em-Chefe das tropas brasileiras. No dia 12 de setembro, apesar de forte chuva, foi instalado o acampamento imperial numa , no lado leste da Vila de Uruguaiana (hoje imediações do CTG Sinuelo do Pago), local escolhido pelo próprio D. Pedro II. No dia seguinte, às 9h e 30min, o Imperador visitou a flotilha comandada pelo Visconde de Tamandaré, na qual se encontrou com os demais chefes aliados. Na manhã do dia 18 de setembro, D. Pedro e comitiva se encontravam em frente ao cemitério (antigo prédio do IRGA-PMU) entre os batalhões brasileiros. Os invasores paraguaios estavam desmoralizados. D. Pedro decidira sitia-los sem trégua, interceptando suas comunicações por meio da esquadra. Sem saída, o inimigo se rendeu e entregou as armas. As 16h em todas as direções eram vistos soldados brasileiros, cada um com um soldado paraguaio na garupa. D. Pedro fez desfilar o exército inimigo (oficiais e soldados) desarmado, antes de entrar na Vila de Uruguaiana. Já era noite quando o Imperador e os chefes brasileiros entraram numa Uruguaiana, saqueada, destruída e fétida, onde primeiro visitaram a igreja que os paraguaios escolheram para quartel general. Depois, procuraram uma casa para jantar, alojando-se na residência do padre Antônio Dornelles (onde hoje funciona a loja P&S do Sr. Paulo Pavin), onde jantaram. Após a ceia, D. Pedro e comitiva regressam ao Rendição Paraguaia acampamento. Litografia de Pedro Américo No dia 19 de setembro D. Pedro II percorreu toda a trincheira erguida pelo inimigo. Em 23 de setembro a barraca Imperial é visitada pelo Sr. Eduardo Thornton, que fora enviado pela Rainha Vitória da Inglaterra como porta- voz para reatar as relações diplomáticas com o Brasil, rompidas por ocasião da Questão Christie, ocorrida no litoral do Rio Grande. Naquela oportunidade, o Ministro britânico no , Sr. Christie, acusou os moradores do litoral do Rio Grande de terem assassinado os tripulantes de um navio inglês naufragado. Na verdade, aqueles tripulantes morreram afogados. Mas a Inglaterra exigiu do Brasil pesadas indenizações, no que não foi atendida. A seguir, a Inglaterra, na época a maior potência do mundo, reconhecendo que agira de modo precipitado, pediu clemência a D. Pedro II. No dia 1º de outubro, após as despedidas oficiais, D. Pedro e comitiva partem às 10 horas da manhã. Na revolução de 1923 Uruguaiana suportou o sitio de numerosa força revolucionaria, comandada por Honório Lemes. A defesa da cidade coube à Guarda Republicana, organizada pelos Drs. Sérgio Ulrich de Oliveira e José Antônio , na época Intendente do Município e comandante civil da praça. Enquanto o Dr. Flores da Cunha, com seu piquete à cavalo foi ao encontro do inimigo e o veio entretendo e tiroteando até a localidade do Cerrito, o Dr. Sérgio Ulrich de Oliveira com seus comandados, improvisou trincheiras em todas as bocas de ruas. Os sitiantes, depois de frustrados esforços para penetrarem na cidade, retiraram- Tropa Legalista reunida por Flores da Cunha se no dia 3 de abril de 1923. Uruguaiana pouco sofreu e assistiu calma o sitio, sendo nesse dia, cognominada “Cidade Invicta”. A fundação da Vila e do Porto de Uruguaiana em 1843, em novo local ao abrigo das cheias, já foi planejada pelo Governo Farrapo prevendo o crescimento do comércio e do transporte de mercadorias via fluvial para Buenos Aires e Montevideo, como também para o centro do Brasil e a Europa. Logo após a fundação da Vila de Uruguaiana e do seu Porto no rio Uruguai, houve uma grande procura por parte dos produtores e comerciantes de várias regiões da Província de São Pedro, por esse novo entreposto comercial. A partir de 1850, com o comércio de mercadorias que circulava amplamente, os negócios dos comerciantes da Vila cresceram, despertando a cobiça dos estrangeiros, principalmente espanhóis, franceses e italianos (que residiam em Buenos Aires e Montevideo) e de outros países sul-americanos, europeus e árabes, impulsionando o seu desenvolvimento. Assim, Uruguaiana ia se consolidando como um pólo de grande concentração de mercadorias e transações comerciais. Uruguaiana iniciou seu comércio internacional legal em 1850. As exportações eram de produtos derivados da área pastoril e tinham como destino a Argentina, Uruguai, Chile, Cuba, Alemanha, Bélgica, França, Inglaterra, além do Rio de Janeiro e outras praças do Brasil. Nessa época, duas classes se sobressaiam, a dos estancieiros e a dos comerciantes, ambas vivendo em harmonia. A livre navegação no rio Uruguai a partir de 1856 favoreceu a economia da região. Mais de 400 navios atracaram no Porto de Uruguaiana em 1858, carregados com mais de 2.300 toneladas de produtos. As principais mercadorias comercializadas eram produtos farmacêuticos, vinhos, licores, champagnes, queijos, azeitonas, conservas, azeite, frutas secas, fumo, cigarros, tecidos, metais e vários tipos de louça. Quase todo o trabalho de embarque e desembarque das mercadorias era feito pelo braço escravo até o ano de 1884, quando se deu a abolição no município, em 31 de dezembro. Uruguaiana foi uma das pioneiras na libertação dos escravos no Brasil. Durante a Guerra do Paraguai (1864 – 1870), a cidade foi invadida por 7.300 paraguaios comandados pelo tenente coronel Estigarríbia em 05/08/1865, sendo retomada pelas tropas da Triplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) em 18 de setembro do mesmo ano; daí, a navegação comercial foi interrompida. Após a retomada, Uruguaiana estava devastada, mas ainda mantinha o seu porto, o que favoreceu a sua rápida recuperação. Em 1874, Uruguaiana foi elevada à categoria de cidade. Nessa época, ela havia se transformado em um importante centro econômico, além de ter o maior porto fluvial do rio Uruguai (lado brasileiro), com intenso movimento de embarcações estrangeiras. Os primeiros anos do século 20, trouxeram um período de crescimento demográfico em função da alta rotatividade de negócios, gerando muito capital para os seus empreendedores. A cidade era muito importante para o desenvolvimento do Estado e a ocupação das fronteiras. Nesse período, Uruguaiana viveu seus dias de glória com o florescimento da economia e da cultura. Essa classe do “grande comerciante dos portos” só teve seu poderio derrubado a partir de meados da década de 1920, com o assoreamento dos rios e logo depois com o transporte rodoferroviário. Até a década de 1920, os rios eram os principais meios de comunicação da região e Uruguaiana vivia sob a influência dos países da Bacia do Prata, dos quais herdou grande parte dos seus costumes, hábitos e linguagem. Secretaria de Desenvolvimento Econômico – SEMUDE Pesquisa e Textos: Dagoberto Alvim Clos Diagramação: Fabrício de Oliveira Leites Fotos: Moacir Scherer Localização: Rua Santana. Em 1861 foi iniciada a sua construção. Sofreu um incêndio em 1906. No ano de 1926 foi demolida. A sua reconstrução levou 20 anos, quando em 1946 foi reinaugurada. Possui um rico acervo de arte sacra. A estátua de Nossa Senhora Santana foi esculpida pelo escultor Acário Carvalho. É o maior templo católico da fronteira oeste. Localização: Rua Santana esquina 15 de novembro. Construída na segunda metade do sec. XIX. Foi a residência do rico estancieiro Urbano José Vilella, patriarca da família Vilella. Prédio em estilo veneziano. A biblioteca foi inaugurada em 29 de maio de 2008. Localização: Rua 15 de novembro. Em 1901 foi lançada a pedra fundamental, na gestão do Intendente Gabriel Rodrigues Portugal. Inaugurada em 1908 na gestão do Intendente João Câmara Vasquez. Em anexo também funcionou o Fórum e a Escola Municipal. Prédio em estilo neorromano construído por Antonio Parga e João Lapitz. Localização: Rua Santana esquina Duque de Caxias. Construído em 1913 pelo construtor Domingo Francisco Rocco, que residia em Buenos Aires. Era a residência de Baldomero Barbará (argentino), um dos empresários mais ricos da época. Serviu como Vice-consulado da Argentina. Em 1930 foi negociado com o Exército Brasileiro, onde foi instalado o Quartel General, funcionando até o ano de 1976. No ano de 1978 foi inaugurado o Centro Cultural (Museu, Biblioteca, Sala de Exposições, etc). Atualmente, o prédio abriga o Museu Crioulo e o Arquivo Histórico. Localização: Rua 15 de Novembro esquina Bento Martins. Fundado em 1893 pelos principais comerciantes de Uruguaiana. Inaugurado em 1899. O prédio, em estilo neoclássico, é uma réplica da Biblioteca de Varsóvia, na Polônia, destruída pelo Exército Alemão durante a 2ª Guerra Mundial, e idealizado pelo rico comerciante italiano Luiz Bettinelli. Ele morreu de um ataque cardíaco jogando bilhar no próprio clube, em 1911. É um dos maiores e mais luxuosos clubes do Rio Grande do Sul. Localização: Rua Bento Martins. Em 1847 foi instalada a primeira Câmara de Vereadores de Uruguaiana. O prédio, em estilo neorromano, foi inaugurado em 1927, quando o Intendente era João Arregui. No local funcionou a Delegacia de Polícia e a Cadeia. Localização: Rua Santana. O clube foi fundado em 1885 pelos caixeiros (empregados do comércio) e o prédio inaugurado em 1912, na Gestão do Presidente Ricardo Kramer. O italiano Pascoal Minoggio foi o construtor do prédio em estilo eclético. Localização: Entre as Ruas 15 de Novembro e Duque de Caxias. Em 1843 a praça foi demarcada pelo agrimensor alemão Schuster. No ano de 1870, a Câmara Municipal com o objetivo de homenagear a Retomada de Uruguaiana nomeou de Praça da Rendição. A estátua do Barão do Rio Branco foi esculpida em bronze pelo escultor Rodolfo Bernardelli e trazida do Rio de Janeiro em 1914. Nesse ano, a praça sofreu a primeira grande reforma. O Intendente na época era o Dr. Antônio Monteiro. A Intendência Municipal, em 1943, trocou o nome da Praça para Barão do Rio Branco, pois uma comitiva de paraguaios visitaria a cidade e, assim, os visitantes não ficariam constrangidos. José Maria Piquet era o Intendente. Localização: Rua 13 de Maio esquina Tiradentes. O Consulado da Argentina em Uruguaiana foi instalado em 1859. Prédio construído na década de 20 (sec. XX) em estilo Florentino. Foi a residência do Dr. Manoel Pacheco Prates (advogado). O nome Vila Dolores foi uma homenagem a sua esposa Dolores Cunha Prates. Desde o ano de 1998 funciona o Consulado da República Argentina. Localização: Rua Duque de Caxias. O prédio, construído por Domingo Francisco Rocco, foi inaugurado em 1911, para servir como uma das agências do Banco da Província. Em 1956 foi comprado pela Exatoria Estadual do RS, funcionando até o ano de 2008. No dia 10 de maio de 2012 foi inaugurada no local, a Secretaria de Cultura, a qual funcionou até o ano de 2016. Desde 10 de março de 2017 funciona a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Localização: Rua Tiradentes. Prédio em estilo veneziano construído no final do século XIX pelo construtor italiano Carlos de Grazia. Era a residência do rico estancieiro Francisco Martins de Carvalho. Depois de sua morte, a filha Palmira, casada com o Dr. João Fagundes, herdou a propriedade, onde residiam. Em 7 de dezembro de 2012 foi inaugurado no local o museu histórico. O museu, em 2014, foi escolhido pela Secretaria de Turismo do Estado do RS como o principal atrativo cultural da cidade de Uruguaiana. Localização: Av. Presidente Vargas na confluência com a Rua Flores da Cunha. Inaugurado em 18 de setembro de 1965 no Centenário da Retomada de Uruguaiana, na gestão do prefeito Homero Tarragô. O monumento foi custeado pela prefeitura e pelo Lions Club. Localização: Av. Presidente Vargas, na Praça Farroupilha. Idealizado pelo professor Raul Vurlod Pont e esculpido pelo escultor Acário Carvalho. O monumento em homenagem a Domingos José de Almeida (fundador oficial de Uruguaiana) foi custeado por seus descendentes e pela Maçonaria. Foi inaugurado em 15 de maio de 1975, na época do prefeito Oscar Miranda Schimit. Localização: No largo das Ruas Andradas e Flores da Cunha, em frente a Praça Dom Hermeto. Construída pelos engenheiros ingleses da empresa BGS e inaugurada em 1887 (hoje Parque D. Pedro II). Em 1922 foi construída a nova estação. Sofreu um incêndio em 1943. Em 1945 foi construída uma nova. Inaugurada em 30 de dezembro de 2012. Hoje, no local, funcionam alguns setores da Secretaria de Saúde. Localização: Rua 15 de Novembro. Projetado por um arquiteto de Ouro Preto-MG e construído pelo engenheiro Jorge Soares. Foi inaugurado em 1958. O castelo mescla os estilos Tudor, Normando e Renascentista. Era a moradia do Dr. Jorge Pouey de Oliveira. Localização: Rua Flores da Cunha O prédio foi inaugurado em 1892 pelo italiano Luiz Bettinelli, para servir de moinho e fabrica de massas. O moinho levava o nome de “O Colonisador”. Luiz Bettinelli foi o empresário mais rico da Sociedade Italiana de Uruguaiana. Inaugurada em 17 de dezembro de 2012. Localização: Rua Flores da Cunha Em 1870, o francês Aleixo Vurlod, vindo de Montevideo, onde trabalhara como guarda- livros (contador) do Banco Mauá, funda o Colégio União. Vurlod lecionava línguas, física e matemática. O nome do colégio era uma homenagem a Tríplice Aliança. É o 4º colégio particular mais antigo do Estado. Localização: Rua Vasco Alves A residência foi inaugurada em 1922, onde morava o rico comerciante argentino Miguel Barbará e sua família. Parte do material construtivo foi importado da Itália e da França, vindo de navio de Buenos Aires e Montevideo. Hoje serve como sede de uma escola de samba. Localização: Rua Vasco Alves Em 1934 foi inaugurada a Igreja Nossa Senhora do Carmo, da Ordem dos Carmelitas Descalços. Foi a primeira igreja construída pela Ordem no sul do Brasil. Predomina o estilo gótico, muito comum nas igrejas europeias na Idade Média. A estátua de Jesus Cristo foi esculpida em madeira Pau- Brasil e trazida de Portugal. A igreja possui um rico acervo escultórico. Localização: Rua General Câmara. Prédio construído no final do sec. XIX. No local funcionou uma ferraria e marcenaria dos imigrantes espanhóis Cañellas (marceneiro) e Barris (ferreiro). No porão da casa existiam argolões de ferro, onde se prendiam os escravos. Existiu um túnel, hoje soterrado, que tinha a finalidade de esconder mercadorias contrabandeadas. Nessa época, também funcionou um estaleiro. Em 9 de janeiro de 2008 foi inaugurado o museu. Localização: Margens do Rio Uruguai – Bairro Mascarenhas de Moraes. A fundação da Vila e do Porto de Uruguaiana em 1843, em novo local ao abrigo das cheias, já foi planejada pelo Governo Farrapo prevendo o crescimento do comércio e do transporte de mercadorias via fluvial para Buenos Aires e Montevideo, como também para o centro do Brasil e a Europa. Pelo porto de Uruguaiana chegava a riqueza, o progresso, os migrantes, o desenvolvimento e a cultura, principalmente da Europa. O contato com Buenos Aires e Montevideo, via rio Uruguai e Bacia do Prata, era feito por modernas embarcações. Localização: Próximo as margens do Rio Uruguai, no inicio da Rua Vasco Alves e Rua General Vitorino – Bairro Bela Vista. Obra em concreto do artista plástico Acário Carvalho, inaugurado em 1985. No sincretismo religioso, a imagem é associada a Nossa Senhora dos Navegantes pelos católicos; e pelos umbandistas, a imagem representa um dos orixás. No dia 2 de fevereiro, os fiéis das duas religiões realizam as suas procissões. Principal atrativo natural com fluxo turístico, o rio Uruguai (rio dos pássaros na língua Guarani) banha Uruguaiana e divide o Brasil da Argentina. O rio oferece espaços para atividades esportivas, pesca e lazer. O pôr do sol no rio Uruguai é um dos mais bonitos do Brasil. Em 21 de maio de 1947 foi inaugurada a Ponte Internacional Rodoferroviária Getúlio Vargas/ Agustín Justo, com 2 km de extensão, considerada a obra-prima da engenharia latino- americana da época. A inauguração contou com a presença dos presidentes do Brasil, Eurico Gaspar Dutra e da Argentina, Juan Domingo Perón. Hoje, a Ponte Internacional é a principal porta de entrada e saída para a comercialização de produtos, tornando Uruguaiana o maior porto seco da América Latina e o 3° do mundo. Ela não é apenas o cartão de visita da cidade, mas o marco que identifica Uruguaiana como o “Portal do Mercosul”, uma peça fundamental na engrenagem que movimenta o comércio internacional sobre rodas do Brasil com os países do Cone Sul. Secretaria de Desenvolvimento Econômico – SEMUDE

Pesquisa e Textos: Dagoberto Alvim Clos Diagramação: Fabrício de Oliveira Leites Fotos: Moacir Scherer O Parque Natural é uma unidade de proteção integral com rica flora e fauna, com uma área de 3.000 hectares. Criado em 5 de junho de 2001, através do Decreto nº 316, é o local de maior visitação do interior do município. Dista 50 km da cidade em estrada pavimentada. Limita-se ao norte com o Passo do Aferidor, ao sul com a Vila de São Marcos e a leste numa largura mínima de 500 metros a partir da margem do rio Uruguai. Cabe ressaltar que a ilha Japeju, incluída na área do Parque, está preservada. O Parque Natural integra o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, definido na Lei Federal nº 9.985/2000. São realizadas no Parque pesquisas científicas, atividades de recreação e lazer nos balneários do Cantão e Formosa, sendo importante observar a beleza cênica e a conservação ambiental. A Estância Santiago (BR 472, km 50, em direção à Itaqui) é a mais antiga das 11 estâncias missioneiras. Foi fundada em 1657 pelos padres jesuítas da Redução de Japeju - RA, para servir de suporte alimentar dos índios Guarani. Por ali a gadaria era amansada, loteada e marcada antes de ser transferida para a demais estâncias e reduções. Pela importante localização geográfica, ela teria sido a sede da Estância Grande de Japeju. Das construções, restam as ruínas da capela, um poço d'água e quatro mangueirões (currais) de pedras. Patrimônio histórico e cultural de Uruguaiana, é o local histórico mais visitado do interior. O quilombo Rincão dos Fernandes, localizado à 70 km de Uruguaiana (Distrito de Vertentes), foi certificado pela Fundação Cultural Palmares de Brasília em 2010 e tombado pela Prefeitura de Uruguaiana como Patrimônio Histórico e Cultural em 2011. As famílias descendentes dos escravos de Antonio Martins de Oliveira recebem os visitantes com pratos típicos, mostram seu artesanato e contam muitas histórias. É o 2° ponto histórico mais visitado da Zona Rural. Antigo porto e posto de pastoreio dos jesuítas da Redução de Japeju em 1660. Por Santana Velha passaram os franceses Saint Hilaire (botânico) em 1821 e Arsene Isabelle (comerciante) em 1833. Em agosto de 1838, o Governo Farrapo, aproveitando a posição estratégica do local, instalou a Coletoria (posto fiscal) e Porto de Santana. Quando da invasão paraguaia, em agosto de 1865, para dar combate aos invasores, foi organizado em Santana Velha um poderoso exército, que reuniu-se às forças e uruguaias, formando a Tríplice Aliança, que no dia 18 de setembro derrotam os paraguaios na Retomada de Alojamento dos empregados da Coletoria de Santana Uruguaiana. Patrimônio Histórico e Cultural e o 3º local histórico mais visitado. Secretaria de Desenvolvimento Econômico – SEMUDE

Pesquisa e Textos: Dagoberto Alvim Clos Diagramação: Fabrício de Oliveira Leites Fotos: Moacir Scherer O "Carnaval Fora de Época de Uruguaiana" é o evento de maior destaque do município e chega a levar 100.000 pessoas nas três noites de folia para a "Passarela do Samba", na Avenida Presidente Vargas. As escolas de samba desfilam com grande número de participantes e assemelham-se às escolas do Rio de Janeiro, graças à influência recebida dos fuzileiros navais na década de 50 (século 20). As musas e os intérpretes do carnaval carioca todos os anos se apresentam na “Passarela do Samba”. O evento é realizado pela Prefeitura de Uruguaiana, logo após o carnaval oficial do Brasil. A "Califórnia da Canção Nativa" surgiu em 1971 e foi idealizada pelo poeta, compositor e escritor Colmar Pereira Duarte. Sua 1ª edição aconteceu no ano de 1971, promovida pelo CTG Sinuelo do Pago e tinha como objetivo revitalizar os valores da cultura regional. Até a década de 90, foi o maior festival de música nativista do Brasil, atraindo um grande público, não só do Rio Grande do Sul, mas também de outros estados. Era realizado na "Cidade de Lona" - Sociedade Agrícola e Pastoril. Atualmente trata-se de um festival de âmbito estadual, sendo realizado no Teatro Municipal Rosalina Pandolfo Lisboa no mês de dezembro, com duração de três dias. Secretaria de Desenvolvimento Econômico – SEMUDE

Pesquisa e Textos: Dagoberto Alvim Clos Diagramação: Fabrício de Oliveira Leites Fotos: Moacir Scherer A Festa de Yemanjá (organizada pela ARUANDA) ocorre em 2 fevereiro, nas margens do rio Uruguai, onde os umbandistas fazem oferendas à Yemanjá (Orixá das águas). É a 4ª maior do Estado no gênero, ficando atrás somente de Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande. A Romaria de Nossa Senhora Conquistadora (organizada pela Diocese de Uruguaiana), realizada no final do mês de outubro, reúne 20.000 pessoas e recebe fiéis de várias cidades da Fronteira Oeste, Missões e centro do Estado, movimentando a rede hoteleira, restaurantes e lancherias.