UNIVERSIDADE FEDERAL DA CENTRO DE COMUNICAÇÃO, TURISMO E ARTES DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO CURSO DE RELAÇÕES PÚBLICAS

A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DE CASSERENGUE ATRAVÉS DAS RELAÇÕES PÚBLICAS

GUTEMBERG CARDOSO DA SILVA

JOÃO PESSOA-PB, 2017

GUTEMBERG CARDOSO DA SILVA

A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DE CASSERENGUE ATRAVÉS DAS RELAÇÕES PÚBLICAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Relações Públicas, desenvolvido na área de comunicação, em cumprimento aos requisitos de avaliação e obtenção do título de Bacharel em Relações Públicas sob orientação do Professor Mestre André Luiz Dias de França.

JOÃO PESSOA-PB, 2017

Catalogação da Publicação na Fonte. Universidade Federal da Paraíba. Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA).

Silva, Gutemberg Cardoso da.

A construção da identidade de Casserengue através das relações pública / Gutemberg Cardoso da Silva. - João Pessoa, 2017.

74f.:il.

Monografia (Graduação em Relações Públicas) – Universidade Federal da Paraíba - Centro de Comunicação, Turismo e Artes | CCTA.

Orientador: Prof. Ms. André Luiz Dias de França

1. Relações públicas. 2. Marketing Cultural. 3. Cidade de Casserengue. I. Título.

BSE-CCHLA CDU 659.4(813.3)

GUTEMBERG CARDOSO DA SILVA

A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DE CASSERENGUE ATRAVÉS DAS RELAÇÕES PÚBLICAS

Trabalho de Conclusão de Curso de graduação apresentado como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Relações Públicas.

Aprovado em: 27 de abril de 2017.

NOTA: 9,0

BANCA EXAMINADORA

______Prof. Me. André Luiz Dias de França Professor do Departamento de Comunicação /CCTA/UFPB Orientador

______Prof. Me. Joelma da Silva Oliveira Assessora de Comunicação Casa Pequeno Davi Examinadora

______Prof. Me. Ana Priscila Silva Gesteira Professora do Departamento de Comunicação /CCTA/UFPB Examinadora

Dedico essa pesquisa a minha mãe Nina e a minha avó Elisa, os pilares de minha sustentação, minhas forças, meus amores e minhas razões para continuar.

AGRADECIMENTOS A Deus pela força, coragem e sabedoria para discernir meus caminhos durante o curso, força para continuar, e por conservar minha confiança e minha autoestima notável, e pelo dom da vida e a preservação da mesma que me deu a chance de conhecer pessoas tão maravilhosas que carrego por toda a vida. A minha mãe, pelo incentivo, pelas risadas e pelos doces que me ajudavam a tirar meu stress dessa vida acadêmica, sempre com doces e comidas maravilhosas. Ao meu pai, por todo apoio, incentivo e força para continuar, pessoa que nunca deixou de acreditar em mim e sempre me incentivou independente de qualquer coisa que eu decidisse. A minha avó Elisa, por todo amor e carinho, por toda força e ainda mais por todas as bênçãos recebidas de vossas mãos e pela paz transmitida em suas palavras, onde eu fazendo graduação, mestrado e doutorado não aprenderia metade do que ela me ensinou. A minha avó Maria (in memoriam), pelo amor, carinho e risadas que sempre me motivaram e incentivaram a continuar, sempre aumentando minha autoestima, e pelos doces de jaca inesquecíveis. Ao meu orientador André Luiz, pela nobre missão de ajudar um estudante perdido, em que aceitou a missão de iniciar uma pesquisa sem nenhuma fonte já escrita, muito desse trabalho é um mérito coletivo, que eu chegava com as ideias brutas e ele as lapidava de uma maneira tão perfeita, que caminhou tudo muito bem, meu muito obrigado! Aos meus ex-colegas de trabalho da Secretaria de Administração Penitenciária, Lucas (Meu pai da SEAP), Nila e Lilian (Minhas mães da SEAP), Kátia, Janete, Renato, Bethy, Elyelson, Mary, Fátima, e dentre outros que nesses 3 anos cuidaram de mim e me incentivaram de uma forma tão carinhosa que guardarei para toda a vida. Aos meus irmãos de guerra, os Nozes (Deborah, Amanda, Isabely, Thamara, Ângelo e Gabriel) os que sempre estiveram ali quando tudo começava a dar errado, nos briefings, produções, e-mails na madruga, meu muito obrigado meus irmãos. E claro, aos semi-nozes Ana Paula, Felipe, Rose e Stênio. Aos meus nobres Yogurte´s (Joélia, Letícia, Leka, Thays, Lili, Valtecio, Thayná), que me acompanharam, fomos comparsas e me fizeram rir durante todo o magistério e a me mostraram que amigos são para sempre, e que o destino prepara várias surpresas.

Aos meus grandes amigos por todo apoio Katiana, Fernanda, Elaine, Júlia, Liliane, Jandilsom e especialmente Dudu pela parcela de contribuição nas visitas de campo. Cada professor foi uma pedrinha essencial para chegar onde estou, dentre os quais cito alguns que foram marcantes durante toda a minha vida estudantil, em que cito apenas alguns, porém todos foram pessoas em que pude aprender e guardar seus ensinamentos para a vida (Valquíria, Luzinete, Ednalva, Rosana, Rosimery, Anastácia, Valéria, Simone, Verônica, Wagner, Elza, Erasmo, Geniarle, Djanete). Durante a graduação, os professores foram mais importantes ainda, onde pude me aperfeiçoar e aprender o que hoje eu sei sobre Relações Públicas (Ana Paula Campos, Gabriela Gadelha, Joelma Oliveira, Júnior Pinheiro, Ana Priscila, Patrícia Morais, Severino Lucena, Emília Barreto, Andréa Karinne, Matheus Andrade e Denise Melo). Aos meus coleguinhas da RUMF (Jamilson, Everton, Enem, Isa, Dilma, Angélica, Josenildo) que riram e me aguentaram durante todo o curso. Aos meus primos e tios (Gustavo, Neves, Sayonara, Wilson, Samara, Thiago, Lamartine, Janaina, Cris, Dorinha, Val, Marcelino, Francisco, Elvira, Salete, Socorro, Leosita, Lourdes, Edileuza, Marize, Antônio, Dete, Nina), que torceram durante toda a graduação e estão curtindo esse momento de vitória comigo, e que tenho muito orgulho de fazer parte dessas famílias Cardoso, Araújo e Santos e amo a todos. A Prefeitura de Casserengue, na pessoa de Luciana e Câmara de Vereadores nas pessoas de Boanerges, Dôra e Chiquinho pelas informações e pela prontidão em me atender. Agradeço imensamente a você leitor, que parou e pensou em ler esse trabalho, fico imensamente feliz em saber que alguém se interessou pela minha pesquisa, espero que seja bastante útil para você e alguma coisa que escrevi fique guardado em sua memória.

Não sou nem otimista, nem pessimista. Os otimistas são ingênuos, e os pessimistas amargos. Sou um realista esperançoso. Sou um homem da esperança. Sei que é para um futuro muito longínquo. Sonho com o dia em que o sol de Deus vai espalhar justiça pelo mundo todo. Ariano Suassuna

RESUMO

O trabalho se constitui em relacionar as áreas de comunicação, turismo e marketing cultural através das Relações Públicas e suas oportunidades de atuação na cidade de Casserengue e seu fomento em busca da construção da identidade local. Discute-se também a apuração de dados sobre Casserengue, seus aspectos históricos, geográficos e econômicos. Reflexões sobre pontos com potencial turístico-cultural no município. A comunicação governamental e a opinião pública, e o acesso a informação respaldado em leis e decretos. A atuação de uma assessoria de comunicação e a atividade de Relações Públicas no cenário local. A identidade, seus conceitos e a busca de sua construção. Abordagens dos conceitos de Marketing Cultural e suas contribuições para a identidade local, e o patrocínio e mecenato como instrumentos de Relações Públicas. Reflexões sobre a atuação das Relações Públicas no turismo, sua disseminação no desenvolvimento local, e suas influências na economia e artesanato. Neste sentido, optou-se por realizar pesquisa de opinião com a sociedade civil, análises documentais e observações. Após isso iniciou-se um trabalho de busca de autores e de dados para que fosse base para esse diagnóstico. Ao fim, segue um plano de sugestões de melhoria da comunicação e desenvolvimento local. As considerações sobre a comunicação e Relações Públicas e ação dos agentes governamentais, da população, a fomentar o turismo e a cultura local.

Palavras- chave: Cidade de Casserengue. Comunicação. Relações Públicas. Turismo. Marketing Cultural.

ABSTRACT

This work is constituted in areas of communication, tourism and cultural marketing by the Public Relations course and its opportunities of action in the city of Casserengue and the development in looking for the construction of the local identity. There is also a discussion of data collection in Casserengue, its historical, geographic and economic aspects. Reflections on points with tourist- cultural potential in the municipality. Reflection on communication. Government communication and public opinion, and access to information supported by laws and decrees. The performance of a communication office and the Public Relations activity in the local environment. Identity: concepts and a quest for its construction. Approaches to Cultural Marketing concepts and their contributions to the local identity, and sponsorship and patronage as Public Relations tools. Reflections on the performance of Public Relations in tourism, the dissemination in local development and influences on economy and handicrafts. In this sense, we opted to conduct opinion research with a civil society, documentary analysis and observations. After that, a study was started to search for authors and data to be based on this diagnosis. At the end, it follows a plan of suggestions for improvement of communication and local development. As considerations on communication and Public Relations and action of government agents, population, to promote the tourism and the local culture.

Keywords: City of Casserengue. Communication. Public Relations. Tourism. Cultural Marketing.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Mapa da Localização do Municipio de Casserengue...... 20 Figura 2 – Brasão Oficial de Casserengue...... 21 Figura 3 – Campo de Sisal- Zona Rural...... 22 Figura 4 – Blocos de Granito extraídos de Casserengue...... 23 Figura 5 – Ruinas da Ponte Férrea...... 26 Figura 6 – Casa de Pedra...... 27 Figura 7 – Centro do distrito / 1ª Igreja...... 28 Figura 8 – Imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro...... 28 Figura 9 – Praça da Matriz...... 29 Figura 10 – Serra da Caxexa...... 31 Figura 11 – Vista posterior da Serra da Caxexa...... 31 Figura 12 – Pedra do Oratório...... 31 Figura 13 – Formações rochosas nos tanques...... 32 Figura 14 – Tanques do Valério...... 32 Figura 15 – Organograma da Prefeitura Municipal...... 35 Figura 16 – Site Oficial da Prefeitura...... 58 Figura 17 – Fanpage da Prefeitura Gestão 2013-2015...... 59 Figura 18 – Fanpage da Prefeitura Gestão 2016-2020...... 59

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – Indicação da cidade...... 48 GRÁFICO 2 – Atração em Belezas naturais...... 49 GRÁFICO 3 – Satisfação sobre a Serra da Caxexa...... 49 GRÁFICO 4 – Potencial turístico da Serra da Caxexa...... 50 GRÁFICO 5 – Satisfação sobre os Tanques do Valério...... 50 GRÁFICO 6- Potencial turístico dos Tanques do Valério...... 51 GRÁFICO 6- Atração em Patrimônio Histórico...... 51 GRÁFICO 8 – Satisfação sobre a Ponte Férrea...... 52 GRÁFICO 9 – Satisfação sobre a Casa de Pedra...... 52 GRÁFICO 10- Atração em eventos tradicionais...... 53 GRÁFICO 11 – Importância do patrocínio a eventos privados...... 53 GRÁFICO 12 – Conhecimento sobre os artesãos...... 54 GRÁFICO 13 – Reconhecimento dos artesãos locais...... 54 GRÁFICO 14 - Opinião sobre criação de feira de artesanato...... 55 GRÁFICO 15 - Importância da tradição religiosa...... 55 GRÁFICO 16 - Avaliação da divulgação de eventos...... 56 GRÁFICO 17 – Alcance dos veículos de divulgação...... 56 GRÁFICO 18 – Imagem da Comunicação...... 57 GRÁFICO 19 – Conhecimento do site de Casserengue...... 57 GRÁFICO 20 – Conhecimento da página do facebook...... 60 GRÁFICO 21 - Notícias sobre Casserengue...... 60 GRÁFICO 22 – Sobre as notícias...... 61 GRÁFICO 23- Ouvidoria...... 61 GRÁFICO 24 - Imagem da Cultura...... 62 GRÁFICO 25 - Imagem do Turismo...... 63 GRÁFICO 26 - Avaliação de um prognóstico...... 63

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CC – Cargo em Comissão COMTUR – Conselho Municipal de Turismo DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDH – Índice de Desenvolvimento Humano KM - Quilômetro PNUD – Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento RP – Relações Públicas SIC – Serviço de Informação ao Cidadão SUDENE – Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...... 14 2 METODOLOGIA ...... 16 3 CASSERENGUE ...... 19 3.1 Aspectos Históricos ...... 19 3.2 Aspectos Geográficos ...... 20 3.3 Aspectos Econômicos ...... 20 3.4 Patrimônio Histórico - Cultural ...... 23 3.4.1 Linha Férrea Independência ao Pichuy ...... 24 3.4.2 Casa de Pedra ...... 26 3.4.3 Devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro ...... 27 3.5 Patrimônio Natural e Meio Ambiente ...... 30 3.5.1 Serra da Caxexa ...... 30 3.5.2 Tanques do Valério ...... 31 4 COMUNICAÇÃO ...... 33 4.1 Assessoria de Comunicação ...... 34 4.2 As Relações Públicas na Prefeitura de Casserengue ...... 35 4.3 Identidade ...... 37 5 MARKETING CULTURAL ...... 40 6 TURISMO ...... 43 6.1 Turismo e Patrimônio Natural e Cultural ...... 45 6.3 Turismo como atividade econômica ...... 46 7 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ...... 48 8 PLANO DE SUGESTÕES ...... 64 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 66 REFERÊNCIAS ...... 68

14

1 INTRODUÇÃO

As organizações contemporâneas são influenciadas a mudar em virtude da globalização e devem utilizar técnicas competentes de comunicação para cada público- alvo, deve-se usar a comunicação de forma participativa para que se possa pensar estrategicamente, e com isso a organização agregue valor ao seu produto/serviço. Assim o profissional de Relações Públicas, procura alterar a situação atual, na maioria das vezes desfavorável, e busca cumprir o seu papel no desenvolvimento. O profissional de RP eleva o nível de entendimento entre as organizações e seus públicos, em que seu público em diversos casos, deseja relações de reciprocidade, fazendo então uso da comunicação para obtenção de resultados. As Relações Públicas também agem como importante meio de manutenção da identidade organizacional, impactando positivamente na melhoria da imagem. Para Poyares (1997) a imagem é aquela representação que emerge na mente, como síntese de uma ou várias sensações ou percepções. Esse entendimento vale para pessoas e organizações dos mais variados setores. Nesse entendimento, esse trabalho objetiva facilitar o uso dos meios de comunicação, tornando-os competentes para os relacionamentos da Prefeitura de Casserengue na Paraíba colaborando com a construção da delimitação da identidade da cidade com intuito de fortalecer a mesma, focando nos eixos: cultura, turismo e comunicação. Por ser uma região de clima frio, é bastante propícia ao turismo e ainda possui uma forte tradição religiosa em que o profissional de Relações Públicas pode contribuir na divulgação e valorização da cultura local e da tradição, desenvolvendo o marketing, e propiciando ao município de um grande salto na região. Com tais atributos, o RP apresenta-se como aquele que é capacitado para fomentar tais áreas em questão, aliando-se ao turismo por meio dos eventos culturais e/ou religiosos, valorizando a cultura local e da tradição propiciando ao município de Casserengue um lugar de relevância na região. Considerando essas dimensões queremos mostrar que o profissional de Relações Públicas pode contribuir com a construção da identidade, por meio da comunicação, visando entender melhor as estratégias de aproximação do público com a gestão, e como este contribui para a divulgação e desenvolvimento do município. Na seção dois, é descrita a metodologia, os métodos, técnicas, instrumentos e os caminhos trilhados até a chegada ao final deste trabalho.

15

No primeiro enfoque busca-se justificar a escolha do tema “A construção da identidade através das Relações Públicas”. Ela se deu em decorrência à potencialidade da cidade de Casserengue-PB que pode ser explorada a partir do desenvolvimento de estratégias do profissional de Relações Públicas. O município de Casserengue com aproximadamente 8.000 habitantes, é localizado no brejo paraibano nas divisas com o

Curimataú, cujas áreas do turismo, produção cultural e religioso serão abordados como possibilidades de atuação que podem e devem ser exploradas por um Relações Públicas. No segundo enfoque contextualiza-se a comunicação e a atividade de Relações Públicas em função da informação nas organizações, a comunicação frente à administração municipal. E discute-se a atividade de Relações Públicas como solução adequada à prática da gestão de comunicação no município de Casserengue. O terceiro enfoque está no Marketing Cultural, em que surge uma oportunidade de fomentar e promover o município através das tradições culturais como a Festa de Emancipação Política (29/04/1994), Festa de São Pedro (29/06) em que é a única cidade da região que comemora nessa data e a maior celebração da cidade a Festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (18/10/1978), em que além de trabalhar o turismo e a produção cultural. Aborda-se também o patrocínio e o mecenato e suas formas de difusão no ambiente local. No quarto enfoque aborda-se o turismo, as belezas naturais como a Serra da Caxexa que é um lugar usado para o esporte de aventura, a ponte férrea que faz parte da tradição histórica do município desde 1930, a primeira casa da cidade em que sua estrutura é feita totalmente de pedras, e o clima frio em que na maior parte do ano, com baixas temperaturas, permanece estável à noite. A zona rural do município, possui grande quantidade de granito preto que é sua riqueza mineral, além de ser um dos maiores produtores de feijão e milho da região. Pode-se dizer também que dentro dessas terras têm grandes artesãos e grupos culturais. Após essas discussões, são apresentados os resultados da pesquisa exploratória e a pesquisa quantitativa, a análise dos dados e os comentários. Expõe-se também a análise das mídias sociais da Prefeitura Municipal. Por fim, o enfoque será em sugerir que o processo de comunicação na esfera pública municipal ocorra segundo as perspectivas de funções e estratégias de comunicação do município e do gestor público, através de um projeto de desenvolvimento local que envolva os setores responsáveis, quanto da comunidade local.

16

2 METODOLOGIA

A pesquisa se caracteriza como aplicada em que a mesma objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigidos à solução de problemas específicos, envolvendo verdades e interesses locais. Já do ponto de vista do problema, a pesquisa Quali-Quanti é o mais indicado por permitir mensurar relações e avaliar os resultados de associações entre variáveis. Já do ponto de vista dos objetivos, a pesquisa é exploratória que é uma técnica não-estruturada e de caráter qualitativo que permite ao pesquisador levantar dados e ter uma visão mais ampla do problema analisado.

Pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, a cerca de determinado fato. Esse tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis. (GIL, 2012 p.27)

A partir da pesquisa exploratória foi possível identificar os principais critérios, as mediações, compreender o processo de comunicação local, contexto da linguagem, os valores e o tratamento dado a informação. Foram realizadas no decorrer da pesquisa, visitas aos pontos de estudos citados no trabalho e a Prefeitura Municipal para observações informais, como também para a busca de documentos das áreas que regem a pesquisa. O quadro exploratório decidiu revelar a dinâmica dos públicos, situação do problema, além de apresentar os maiores atributos. Como também, foi relevante para garantir uma abordagem múltipla, identificando as principais dimensões na área das áreas pesquisadas. Para os procedimentos técnicos segundo Gil (2012), podemos caracterizar como pesquisa documental que é quando elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento analítico, geralmente em órgãos públicos, a exemplo de leis, decretos, dentre outros. E pesquisa experimental quando se determina um objeto de estudo, selecionam- se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definem-se as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. Para identificar o universo da pesquisa, foi levado em consideração inicialmente que a composição do público era razoavelmente pequena, foi adotada a opção pelo censo, portanto, contemplou todos os 7.058 habitantes (IBGE 2012) independentemente de sua natureza, ou atividade econômica. O caráter descritivo da pesquisa resultou da necessidade de expor características dos grupos, como o perfil dos profissionais e a distribuição em relação ao sexo, faixa etária, tempo na função, relação entre os

17 profissionais e as áreas da comunicação, de cultura e turismo. As amostras utilizadas foram definidas como probabilísticas por agrupamento, em que reúne amostras representativas de sua população. Objetivou comparar as respostas obtidas em pesquisas exploratórias e documental com as obtidas por meio dos questionários da sociedade civil. Presume-se que as respostas divergentes não sejam superior a 30% do total, e o nível de confiança esperado é de 95% dos participantes da pesquisa, passando então a margem de erro ser de 3%. Na amostra da sociedade civil, que foram aplicados 198 formulários a pessoas de 17 a 70 anos, habitantes do município. Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram: Observação assistemática, em que não se tem planejamento, e nem controle previamente elaborados, não-participante em que o pesquisador presencia algo e não participa e observação na vida real, registro de dados à medida que acontecem. Essas observações aconteciam, nos pontos de estudo, na Prefeitura enquanto acontecia a pesquisa documental, e com a mudança de prefeito também acontecem mudanças no órgãos públicos e foram observadas constantemente. Em paralelo a pesquisa documental e exploratória, também foram realizadas observações informais na página do Facebook e no site da internet da prefeitura municipal a fim de coletar dados dos referentes aos pontos de estudo a informações básicas do município. A entrevista não-estruturada, em que se pode explorar amplamente algumas questões, a construção do roteiro de entrevista (Ver apêndice A), foi composto por vinte e quatro questões abertas, buscou identificar qual o papel do profissional da área de comunicação, de turismo e de cultura e a apropriação dos seus instrumentos mediadores, e como estas atividades são apropriadas no processo de comunicação. Porém, essa busca não obteve êxito, no contato com a secretaria de educação, cultura e desporto (Graciana Moreira) enfatizou que “A preocupação dela seria o apoio pedagógico e a cultura deveria ser tratado com o prefeito”. Já no contato com o secretário de agricultura, indústria, comércio e turismo (Gedilson Henrique) “Sempre só se tem trabalhado a agricultura e nessa gestão irá se pensar em algo para fomentar a indústria e o comércio”. Sendo assim, a abordagem qualitativa foi comprometida tendo em vista que não se conseguimos coletar o que foi planejado tematicamente. O questionário (Ver apêndice B), foi composto por vinte e seis questões semiestruturadas abertas e de múltipla escolha, buscou identificar qual o papel do profissional da área de comunicação, os instrumentos de relações públicas, e o potencial

18 turístico e cultural de Casserengue e a apropriação dos instrumentos mediadores, e como estas atividades são apropriadas no processo de comunicação. Os questionários foram entregues aos respondentes na data 11 de novembro de 2016, de maneira presencial, em que foi disponibilizado a presença do pesquisador para monitorar e esclarecer as dúvidas sobre a pesquisa. O instrumento de coleta oportunizou aos respondentes manifestarem suas percepções diante de situações e vivências atuais através de questões simples, objetivas e inteligíveis, tendo o cuidado de não causar tendências quanto aos padrões de respostas. A tabulação e apresentação dos dados se deram pela mensuração dos questionários transformados em um levantamento para suporte aos gráficos, e uma posterior análise Swot1. No período da análise e discussão dos resultados aconteceria um estudo comparativo entre as respostas em entrevistas dos gestores e os gráficos das respostas dos questionários da sociedade civil, onde foi discutida no decorrer do trabalho a importância do profissional de Relações Públicas e sua participação no Turismo, na Comunicação e no Marketing Cultural e as suas contribuições no município de Casserengue. A partir da análise dos dados da pesquisa exploratória, buscou-se construir uma matriz entre as dimensões e gráficos dos respondentes. Tais atributos permitiram testar a função da atividade de Relações Públicas, e o desenvolvimento de ambiente participativo.

1 O nome, SWOT, é uma sigla que significa Strenghts (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças). Por essa razão, o exercício também é conhecimento como análise/matriz FOFA, em português.

19

3 CASSERENGUE

Nesta seção, faz-se uma apresentação analítica do município de Casserengue, baseado em dois importantes aspectos de sua realidade: o das dotações físicas e o demográfico. O Objetivo é elaborar um conhecimento básico sobe o território Casserenguense (Conforme figura 01), com ênfase no seu complexo de condições naturais, nos principais componentes da infraestrutura historicamente criada e na população que cresce e se desenvolve, na sua existência humana, social, econômica e cultural.

3.1 Aspectos Históricos

Um bom planejamento estratégico, faz necessário conhecer o passado do objeto estudado, passamos então para uma breve análise de como se constitui historicamente a chamada Casserengue. Segundo moradores antigos, o nome Casserengue surgiu muito antes da formação do povoado; fala-se que viajantes de outras localidades da região, ao saírem em viagem que cruzavam do brejo ao Curimataú, pernoitavam naquela localidade, e durante a estadia naquele lugar percebiam nas árvores ficavam úmidas, e suas folhas ficavam molhadas. Diante dessas observações, os viajantes comentavam entre si, o seguinte: “Aqui custa a chover, mas toda noite Cai Sereno”, falaram isso a um padre antigo da região que batizou o lugar de Sítio Cai Sereno, após alguns anos, surgiu então o nome Casserengue. Após alguns fazendeiros da região, terem combinado em fundar o povoado Chico Ventania e Durval da Costa Lira resolveram procurar o prefeito do Município de Solânea, João Elísio da Rocha, para tornarem legal a formação do povoado. As lideranças da região dariam o apoio à candidatura de Epifânio Plácido da Silva que se comprometia em tornar legal o povoado de Casserengue. Após Epifânio ser eleito, alguns meses depois em 28 de Julho de 1978 criou a Lei Municipal 38/78 passando Casserengue à categoria de distrito, e em 22 de dezembro de 1978 foi aprovada a Lei nº 4.035, assinada pelo Governador Dorgival Terceiro Neto o elevou a categoria de distrito de Solânea. Quinze anos mais tarde, em 15 de novembro de 1993 em todo Brasil foram realizado plebiscitos dos municípios onde existiam povoados vilas ou distritos que cumpriam os requisitos para ser tornarem novos municípios, Casserengue foi um dos 51 municípios onde a população foi consultada a decidir pelo desmembramento do

20 município de Solânea. O projeto de lei criado pelo deputado Ramalho Leite, votado e aprovado, o então governador do estado Cícero Lucena Filho, oficializou a escolha da população, criando a lei nº 5.922 de 29 de abril de 1994, que desmembrou o distrito de Casserengue do município de Solânea. A instalação do município se deu em 1 de janeiro de 1997 foi dada posse do primeiro prefeito de Casserengue Antônio Pereira de Sousa.

3.2 Aspectos Geográficos

De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE 2010) o município de Casserengue compreende uma área terrestre de 201.381 km2 e uma densidade demográfica 2010 de 35,05 hab/km2. Na sua organização político- administrativa, Casserengue é composta por 26 sítios e assentamentos. E seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0.513, segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD (2000). Limita-se com os munícipios de: Solânea, Arara, Algodão de Jandaíra, , Damião e .

FIGURA 01- Mapa de Localização do Município de Casserengue – PB.

Fonte: Wikipédia -A enciclopédia livre (2017)

A população de Casserengue estimada pelo IBGE (2010) para 2016 é de 7.436, um aumento de 5% (378 pessoas), se comparado a dados de 2010 em que a população era de 7.058, onde também houve aumento de 6,9% (490 pessoas), já se comparando a 2000 que tinha 6.568 habitantes. Esses dados mostram que a população vem aumentando significativamente a cada ano.

3.3 Aspectos Econômicos

21

O município de Casserengue tem se caraterizado ao longo da história por apresentar uma economia primária, com pouco desenvolvimento industrial, principalmente nos setores de alta tecnologia. A cidade ainda guarda dependência do setor agrícola e de outras atividades primárias. Em seu brasão oficial está estampado suas riquezas agrícolas, conforme figura 02: FIGURA 02 – Brasão Oficial de Casserengue

Fonte: Anexo da Lei Municipal 202/2010. Art. 2º. O Brasão Municipal será composto de: I- ESCUDO: Simboliza a força do município trazendo as cores de sua bandeira. II – OCTAGRAMA: A estrela de oito pontas representando as religiões presentes nosso município. III- PÉS DE MILHO E FEIJÃO: Principal foco de produção agrícola municipal. IV- FAIXA: A faixa traz a data da emancipação política do município. V- LADO ESQUERDO SUPERIOR DO CENTRO DO ESCUDO (Família, bovino, caprino e trator): Representa a agricultura e a pecuária familiar predominante em nosso município. VI- LADO ESQUERDO INFERIOR DO CENTRO DO ESCUDO (Livros, estudante, mão): Representa a Educação no município que sempre deverá ser prioridade dos governantes. VII- LADO DIREITO SUPERIOR DO CENTRO DO ESCUDO (Mapa e bandeira, sereno, blocos de granito e serra) :Traz localização do município no mapa Paraibano, sua bandeira municipal, como também o sereno que cai sobre as terras fazendo uma alusão a origem do nome do município “Casserengue” que se origina da junção das palavras “Cai” e “Sereno”. Os blocos de Granito Preto representa o extrativismo mineral em abundância no município, e traz ainda seu ponto culminante a Serra da Caxexa. VIII- LADO DIREITO INFERIOR DO CENTRO DO ESCUDO (Figuras humanas e símbolos de saúde): Representa saúde e bem estar da população IX- MÃOS: Representa a união dos povos e o compromisso político. (Lei Municipal 202/2010).

A agricultura contribui com a maior parte da economia de Casserengue. Dentre os produtos agrícolas destacam-se: feijão e o milho, que é cultivada em todas as regiões

22 do município. Outro produto de grande importância é o sisal2, em que representa uma grande importância histórica no estado com relativa circulação no mercado nacional. De acordo com os levantamentos do IBGE, verificamos em ordem os 10 produtos agrícolas mais importantes para o estado, levando em consideração o valor anual da produção, sendo eles: Cana- de-açúcar, abacaxi, banana, feijão, mandioca, algodão, batata-doce, coco, sisal, milho. A agricultura de subsistência, amplamente praticada em Casserengue, possui baixa produtividade, porém tem uma função social, já que a mesma constitui a base alimentar da população. FIGURA 03 – Campo de sisal – Zona rural de Casserengue

Fonte: Arquivo pessoal do pesquisador A pecuária concentra-se na zona rural do município, destacando-se o gado bovino, caprinos e suínos. O gado de corte é mais difundido em todo o município, enquanto o leiteiro possui seu espaço, mas devido ao clima não é em todas as épocas do ano que existe grande produtividade. A atividade mineradora também concentra-se na zona rural do município, por meio da empresa FUGIU- S/A Mármore e Granito, e existe desde 1999, no sítio Pinhão. Sendo a única da microrregião com esse tipo de riqueza mineral.

2 Nome dado a uma planta e às fibras que ela produz. Com as fibras de sisal fabricam-se cordas, tapetes, cestas e outros objetos.

23

FIGURA 04- Blocos de Granito extraídos de Casserengue

Fonte: Arquivo pessoal do pesquisador 3.4 Patrimônio Histórico - Cultural

Pensar o patrimônio histórico, neste caso particular, que está presente na cidade de Casserengue, nos direciona para uma questão crucial: aquilo que diz respeito sobre os vínculos existentes entre os moradores de cada lugar e os elementos que pertencerem às gerações passadas. Olhando assim, destacamos os adolescentes e jovens, em que se faz necessário relacionar a história com a época em que vivem, ou ainda com o passado e o patrimônio histórico da cidade. Não devemos considerar que a seleção e indicação do patrimônio histórico de um local na grande maioria, excluem a participação da população nesta construção, o que faz dos lugares, casarões e monumentos se tornarem totalmente desconhecidos, ignorados e às vezes depredados. Talvez, na mesma proporção daquela velha expressão “eles que são brancos que se entendam”, ou seja, patrimônio da cidade é dos outros e não nos pertence, nem nos interessa o seu conhecimento, preservação e valorização. Esse longo percurso histórico se faz necessário para compreendermos as diferentes ideias de patrimônio ao longo das sociedades e como estes bens estão a serviço da educação, da memória e da ideia de pertencimento. Nesse sentido, na nossa Constituição Federal de 1988 nos traz a preocupação com o nosso patrimônio, seja ele local, ou nacional, vejamos: Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,

24

arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

§ 1º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. § 2º - Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.

Percebemos que é um documento que apresenta uma ideia de patrimônio bastante ampla e defende a sua relação com o direito a memória e ao mesmo tempo a colaboração da comunidade para a proteção ao patrimônio. O importante hoje em dia é que mobilize a comunidade para realizar a enorme e patriótica tarefa de preservação do patrimônio cultural, possibilitando a partilha e usufruto sociais entre coletividade e o proprietário do bem tombado. Ao poder público compete, através dos meios de comunicação (livros, internet, tv), de exposições e cursos, sensibilizar a população para a importância do assunto.

3.4.1 Linha Férrea Independência ao Pichuy

O trem chegou à Província da Paraíba ainda no século XIX. Antes de sua chegada, o problema de distância por aqui era resolvido, na maioria das vezes, pelo carro de boi, que fora uma das principais alternativas até a chegada do trem na província. Por muito tempo a Paraíba se viu limitada a apenas 114 quilômetros de estrada de ferro. Percebe-se assim que, as microrregiões do brejo e sertão permaneceram distantes das estações ferroviárias. Fato que atrapalhava bastante o crescimento econômico do estado, já que, algumas cidades do brejo e sertão se destacavam por sua prosperidade econômica. Muitos foram os decretos que tramitaram nas mãos dos parlamentares da época com o objetivo de prolongar as ferrovias. Entre eles o decreto nº7632, de 28 de outubro de 1909 o qual fazia menção ao prolongamento de Independência () à Picuí, no qual estava inserido a região estudada. A linha atravessaria uma região de grande produtividade, como também a região do Curimataú, propícia às frequentes secas. O desenvolvimento esperado se manifestava no plano econômico. A falta de estradas de rodagem de boas condições no estado fazia

25 com que a produção e o transporte de gêneros alimentícios entre regiões gerassem grandes despesas ou perca da carga. Ao assumir o governo, o presidente Epitácio Pessoa, iniciou a construção de novas linhas férreas, que segundo Epitácio seria o combate ao flagelo. Em 1913 o prolongamento da linha Independência-Picuhy atingiu Borborema e o Governo Federal se viu obrigado a suspender os trabalhos por falta de recursos. Reiniciados os trabalhos em 1920 e com certa rapidez a linha chega a , com direito a estação e armazém para servir de depósito. O plano governamental de seguir com a estrada ferroviária até o município de Picuí, encontrava uma certa dificuldade no trecho de Bananeiras, devido a serra da viração, porém esta não impediu que o plano fosse adiante e a solução foi a abertura do túnel para que o trem pudesse passar. O Projeto que ligaria as regiões do Brejo e Curimataú não chegou a ser concluído parando na cidade de Bananeiras. A estrada de ferro era financiada com recursos federais e, ainda em 1922, devido à política econômica adotada por Arthur Fernandes, presidente do Brasil na época. As obras, ora em andamento no nordeste sofreram diminuições, devido a crise financeira do país e das obras contra a seca. Logo após, a conclusão das obras do túnel de Bananeiras, 25 de novembro de 1923, chegou a primeira locomotiva a cidade atravessando o túnel. O fato foi considerado de grande importância para o munícipio, pois poderia abrir as portas para a prosperidade. As obras férreas chegam a essa região por volta da década de 50, onde ainda não existia a cidade de Casserengue, nem a cidade de Solânea, tudo ainda era município de Bananeiras. Os trilhos nunca chegaram a ser colocados, o trem viria de Solânea em linha reta e seguiria para Barra de Santa Rosa. Até hoje, ainda existem as lembranças e vestígios das obras férreas, o tempo não conseguiu destruir essas lembranças. Para cruzar essa região foram usados cortes, aterros, pontilhão e a ponte férrea sobre o Rio Salgado. Segundo moradores antigos os cortes de terra eram cavados manualmente e para quebrar as pedras usavam-se bombas e a terra era retirada de jumentos.

26

FIGURA 05 – Ruinas da Ponte Férrea

Fonte: Arquivo pessoal do pesquisador A Ponte férrea seria o ponto chave de ligação entre as regiões o sítio Salgado (Atualmente município de Casserengue, antes Bananeiras) com o Sítio Bola (Atualmente município de Barra de Santa Rosa, antes Serra do Cuité), pois o rio do Salgado é um dos pontos de limites entre o município. Os trabalhadores da linha férrea, fizeram grandes amigos e ajudavam as comunidades que passavam. No sítio Salgado, existem fatos que marcam e ajudam a contar a história da ferrovia, na época das obras férreas, também foi tempo de construção da capela de N. Sr.ª da Conceição, padroeira do lugar, datada sua inauguração em 08.12.1939, segundo os moradores o piso da capela foi doação dos trabalhadores da linha e eles mesmo o construíram. Outro fato é que na construção da Ponte, eles fizeram um tanque de pedra para a comunidade tirar água do rio, que existe até hoje. O plano de governo de fazer chegar o trem até o Curimataú não obteve êxito, indo apenas até Bananeiras. E, depois de tanto trabalho, quando o trem atinge a cidade, aparece a figura de um novo ministro da Aviação e obras públicas e apaga o sonho dos que tanto esperavam pela passagem do trem. Ele extinguiu a estrada de ferro e arrancou os trilhos que tinham sido postos sob grandes sacrifícios, e hoje existem poucos registros existem, é como se aquela linha nunca tivesse existido.

3.4.2 Casa de Pedra

Os casarões tem a função de memorizar o passado ou de informar sobre o presente. A "primeira casa" de Casserengue foi construída por alguns pioneiros da

27 localidade, não conseguimos os nomes dos primeiros donos, mas são os pais de Fernando Macena da Silva, segundo relato da atual moradora da casa D. Nazaré. Sua estrutura inicial é feita completamente de pedras, tiradas das matas da propriedade da família, que compreendiam os sítios Valério, Serra Branca e uma parte de Casserengue. Desde então, aos cuidados da administração pública, a "Primeira Casa" não teve função específica, nem utilização adequada. FIGURA 06 – Casa de Pedra

Fonte: Arquivo pessoal do pesquisador 3.4.3 Devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Ao entrar em Casserengue pode-se perceber que a cidade oferecerá ao visitante uma visão imponente de construções, a cidade não conservou os casarões antigos. Seguindo pela Rua Durval da Costa Lira, avista-se na parte central umas casas com traços históricos, trata-se da primeira igreja da cidade, a Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, continuando o percurso chegando próximo ao prédio da prefeitura, onde foi a primeira escola do lugar, observa-se ao norte, a Matriz de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro que por causa das suas cores e do seu tamanho, destaca-se entre as outras construções do entorno. Para quem mora na cidade, o mês de outubro é a oportunidade de sair às ruas, em passos largos, e se juntar aos devotos na procissão que acontece todos os anos em devoção a Senhora do Socorro. As preces, cantos e orações dirigidas a santa durante os festejos religiosos e a construção de uma igreja em sua homenagem encontram relatos vindos antes até da própria história da cidade. A devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, iniciou por meio do Padre José Fidélis, quando celebrou a primeira missa embaixo de um Juazeiro, em 1º de maio

28 de 1962, onde geralmente eram celebradas as missas no lugar, atualmente é a residência de Neco Isidoro. Em visitas de Frei Damião até a comunidade, ele encomendava a população que a igreja deveria ser construída próximo a esquina da Raimundo Soares com a Durval da Costa Lira. Mas, assim não aconteceu, o José Bento, homem de influência na época, dono de padaria e casas a alguns metros daquele lugar, fez com que a igreja fosse construída próxima a suas propriedades. FIGURA 07- Centro do Distrito de Casserengue/ 1ª Igreja

Fonte: Arquivo retirado do site Casserengue Notícias (2017) A primeira imagem da padroeira foi doada por José Macena da Silva, trazida da Bahia em 18 de outubro de 1978 e se encontra na igreja- mãe, dia em que se comemora a Festa da Padroeira. Já o quadro original veio do Vaticano e a réplica do quadro original foi doada por Dom Antônio Muniz e entregue a população e deixada na Igreja Matriz em 12 de outubro de 2003, em sua inauguração. FIGURA 08 – Imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Fonte: Arquivo pessoal do pesquisador

29

Conforme a população foi crescendo, se fez necessário a construção de uma Igreja maior, foi iniciada em 2000, após erros arquitetônicos, chuvas fortes e outros acontecimentos que levaram a estrutura cair por três vezes, ela conseguiu ser concluída e inaugurada em 2003. Embora o templo possa ter sido modificado em diferentes aspectos, sempre com a aprovação da comunidade, mantendo-se em bom estado de conservação, pois mantem sua funcionalidade, para o que foi projetada. FIGURA 09 – Praça da Matriz

Fonte: Arquivo pessoal do pesquisador Se por um lado a igreja “mãe” mantém por anos o envolvimento dos casserenguenses com a fé que aquele lugar proporciona, por outro não podemos observar quando olhamos para as ruas e casarões da cidade, que ano após ano em algumas construções que acompanharam o surgimento da cidade e principalmente nos tempos da elite de fazendeiros, desapareceram ou estão ameaçadas de desaparecer da memória da cidade. Muitas ruas de Casserengue tiveram seus nomes em decorrência de homenagens e necessidades locais, embora seja comum as pessoas não assimilarem os nomes novos e continuam a denominar as ruas pelos apelidos, ou seja, faz parte da memória dos antigos. A exemplo a rua Padre Fidélis apelidada de rua do buraco. Como já mencionamos anteriormente, a manutenção da memória a partir da preservação dos bens móveis e imóveis cuja importância é de interesse coletivo é um direito do cidadão garantido, inicialmente pela Constituição Federal (artigo 216 § 4º). Através do tombamento e das ações pertinentes a cada órgão de proteção dos bens estabelecem-se normas para que a história impregnada no bem tombado não se esvaeça no tempo. Dentre os prédios mais antigos existentes na zona urbana que traduzem seu passado e de certa forma de seus moradores estão o prédio da Prefeitura, da Câmara Municipal, as casas próximas a capela, casas próximas onde eram celebradas as primeira missa, a capela, a Escola Fernando Macena e alguns outros locais.

30

Sendo assim, a cidade de Casserengue precisa ser mais ainda preservada do esquecimento a partir da valorização do seu patrimônio histórico e ao mesmo tempo conhecida, sentida e valorizada pelos seus moradores, constituindo dessa forma o primeiro passo para uma cidadania mais plena para o lugar e para todos que ajudaram a construí-la.

3.5 Patrimônio Natural e Meio Ambiente

O município de Casserengue possui uma diversidade paisagística muito interessante, que vai desde a exuberância das serras e lajedos, até os ambientes secos e áridos, que são bastante presentes nos extremos do município. Essas múltiplas paisagens tornam o território casserenguense rico para o desenvolvimento de estudos. Quando se pensa no espaço geográfico sob uma luz crítica, torna-se indispensável o conhecimento do ambiente físico e natural, como ferramenta fundamental para uma análise mais precisa dos fenômenos geográficos que se desenrolam em sua superfície. Casserengue possui uma cobertura vegetal rica, que é de fundamental importância para o desenvolvimento dos solos, do relevo, dos climas, como do ser humano. Nesta área do Curimataú, a composição e estrutura da vegetação é caracterizada pelo clima quente e seco e sua vegetação é de Caatinga.

3.5.1 Serra da Caxexa

Dentre as serras principais da região está a da Caxexa, que destaca na paisagem do município de Casserengue pela “expressão topográfica”, constituindo uma porção bem elevada do relevo local. A Serra chama a atenção pelos arranjos rochosos de matações que expõe, quanto pela vista panorâmica da depressão do Curimataú que se deslumbra do seu topo, já que fica encravada no limite da Escarpa Oriental do Planalto da Borborema com a referida depressão. Nas maiores altitudes, na encosta da Serra do Caxexa a caatinga apresenta- se mais rala, esparsa e baixa, formada por pequenos arbustos isolados em grandes extensões de solo, nu ou recobertos por um tapete gramíneo e herbáceo. Entre as espécies mais características citamos: Mandacaru, Facheiro, Xique-xique, Pinhão, Macambira, Caroá, Catingueira, Jurema.

31

FIGURA 10- Serra da Caxexa

Fonte: Arquivo retirado do site Casserengue Notícias (2017) FIGURA 11- Vista posterior da Serra da Caxexa

Fonte: Arquivo retirado do site Casserengue Notícias (2017) FIGURA 12- Pedra do Oratório

Fonte: Arquivo retirado do site Casserengue Notícias (2017) 3.5.2 Tanques do Valério

Os Tanques do Valério são uma formação rochosa localizada no Sítio Valério, que recebe esse nome em decorrência do morador antigo do lugar. É composto com grandes pedras, que formam depósitos de água, que na seca serve para saciar a sede dos

32 animais, mulheres da região pode lavar suas roupas e em dias de chuva pessoas vão tomar banho nesse lugar. O chão de pedras e a vegetação escassa da região se destacam dentro da caatinga. FIGURA 13 – Formações rochosas dos tanques

Fonte: Arquivo pessoal do pesquisador Os Tanques ficam a cerca de 1,5 km da cidade de Casserengue (acesso por estrada de terra) e está situado dentro de uma propriedade particular. Geralmente, as pessoas que visitam o lugar, gostam de curtir um programa simples, porém marcante, o pôr do sol com vista para a Serra da Caxexa. FIGURA 14- Tanques do Valério

Fonte: Arquivo pessoal do pesquisador

33

4 COMUNICAÇÃO

Um comunicador independente de área de estudo deve ter domínio do que pretende falar, transmitindo a informação de maneira honesta e transparente. O feedback se torna então essencial no processo de comunicação, pois transmite a sensação de resolução, e de importância no diálogo. A comunicação é a solução de problemas e a falta dela, os pode ocasionar. A comunicação é o diálogo, a conversa, o falar, o agir, a troca de relações e a troca de informações. O art. 5º da constituição federal 1988 inciso XIV “é segurado a todo o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício principal”. Todo mundo deve saber o que acontece com as finanças públicas, até por que os gestores públicos administram o tesouro da população, deve se manifestar, e saber o que é realizado. Refletindo bem, a transparência avalia a imagem do governo e pode ter fatores positivos para a imagem perante a população. Como falado no início, o feedback vai transmitir a sensação de importância, mostrando que se importa em mostrar o que acontece com o dinheiro público. O art. 6º do decreto municipal 04/2015 diz que “é dever do poder executivo municipal independente de requerimento, a divulgação em seu site da internet de informações de interesse coletivo ou geral produzidas ou custodiadas por seus órgãos da administração direta e indireta”. Atualmente existem leis de todas as instâncias defendendo a transparência e o acesso a informação, garantindo a participação da população naquilo que é seu de direito, os bens públicos. Essa comunicação entre governo e cidadãos consiste em uma modalidade de relação na comunicação de estado e sociedade, em que o maior objetivo é gerar um vínculo de integração e acima de tudo participação do público nas tomadas de decisões, tornando estas relações mais compreensivas e com maior confiabilidade de ambas as partes. A administração pública deve estar sempre a par das necessidades dos cidadãos para poder executá-las e consequentemente gerar uma imagem institucional positiva em relação a governos anteriores, mostrando estar sempre preocupados com as necessidades e prontos a atender e ouvir o povo, cumprindo com suas obrigações. (JAQUES, 2014, p.16-17)

A população ao manifestar interesse, tem o direito de receber a resposta. Deve- se ouvir, entender e transformar em solução as demandas impostas pela sociedade. Os órgãos públicos na maioria das vezes possuem uma estrutura de comunicação simples, e ligadas ao gabinete maior, a fim de transmitir visibilidade, e ter participação nas decisões do governo e para que as ações aconteçam conforme planejado.

34

4.1 Assessoria de Comunicação

As Relações Públicas dentro de uma assessoria de comunicação possuem uma função administrativa que faz uso dos meios de comunicação para atingir seus propósitos pré-estabelecidos. Na sociedade contemporânea que vivemos, o assessor serve como apoio, ao seu chefe ou área e dentro de comunicação e deve refletir sobre o agir e as interações com os públicos, Mafei (2015) argumenta que Embora a vanguarda em termos de assessoria fosse pensar e agir mais como jornalista do que como relações públicas, dentro das assessorias ainda era muito forte o modelo predominante das relações públicas- voltado para a administração de relacionamentos e não para a informação jornalística. (MAFEI, 2015 p.37)

Para Fortes (2003) as Relações Públicas na função de assessor, deverá tomar ciência dos dados, sentimentos e opiniões, em particular do público interno. Pensando assim, a Assessoria da Prefeitura de Casserengue atuando como função de linha ligada no organograma junto as hierarquias de estratégias em nível de tomada de decisão como Gabinete do prefeito. Porém, não há obrigatoriedade da existência passar pela assessoria, como se vê nas palavras de Mafei (2015): A assessoria de imprensa deve buscar, pelo menos, alcançar o equilíbrio entre as versões da mídia para os fatos. E isso só será possível se a equipe de comunicação participar efetivamente do círculo de tomada de decisões sobre como agir diante da mídia. Em vez de ser acionada apenas para repassar a imprensa o que a organização ou a personalidade resolveu fazer, o assessor deve interferir na escolha do que, efetivamente, deve ser feito nessas horas. (MAFEI, 2015, p.112)

Espera-se que a sociedade tenha por meio da imprensa uma boa imagem do órgão, porém ajustada a realidade. Considerando que o assessor de comunicação deverá ficar posicionado no organograma na tomada de decisões, deve-se prezar pela escolha de profissionais capacitados, para expressar através dos veículos o entendimento da opinião pública. Para Martinez (2002), a exceção de capitais do estado, os governos municipais são carentes de estruturas de comunicação capacitadas e eficientes. Elas acontecem, em geral, de maneira improvisada, sem contar a interferência do aspecto político, em que prevalece a indicação ou o amigo do governante, o que acontece desde o nível da presidência da república e dos ministérios aos governos dos estados, prefeituras e secretarias de estado (MARTINEZ, 2002, p. 233)

O respectivo desconhecimento do processo de comunicação ou do repertório do público-alvo da mensagem justifica possíveis falhas na comunicação. Em órgãos públicos, a exemplo da Prefeitura de Casserengue, uma análise segura de como a

35 imagem está estampada na mídia se torna difícil de se obter pela falta de investimentos em comunicação. Cabe aos assessores dar a tônica do discurso utilizado com cada público, sempre buscando fortalecer a imagem e as ações de comunicação com o assessorado. Um órgão público ao promover a divulgação de campanhas públicas está interessado no bem comum. Mas, na maioria dos casos, a importância dessa promoção é a imagem do gestor da área e do próprio governo que serão avaliados pela população.

4.2 As Relações Públicas na Prefeitura de Casserengue

A Prefeitura Municipal de Casserengue é formada por seis secretarias e quatro estruturas ligadas ao Gabinete do prefeito (conforme figura nº 15). O Departamento de Relações Públicas foi criado a partir da lei n° 029/97, de 04 de junho de 1997, lei essa que cria a Estrutura organizacional básica da prefeitura Municipal de Casserengue. Foi institucionalizada na gestão do Prefeito Antônio Pereira de Souza. FIGURA 15 – Organograma da Prefeitura Municipal

Fonte: Adaptado pelo autor de acordo com a lei 029/97

Esse progresso do Departamento de Relações Públicas estar ligado ao Gabinete do Prefeito contribui tanto para a imagem da Prefeitura para ficar mais fortalecida diante da população, quanto para conseguir realizar o trabalho de alinhar as demais

36 secretarias com a política de comunicação pensada pela gestão através da elaboração de um Plano de Comunicação. De acordo com a referida Lei, o Departamento conta com a diretoria que gerencia o departamento, a coordenadoria de Atos Oficiais e a Seção de Assessoria de imprensa. O trabalho do departamento nunca existiu. As ações deste departamento devem estar direcionadas a criar ou fortalecer relacionamentos com a sociedade Casserenguense de forma ampla, assim como com os servidores. O Departamento não tem sede, nem com essa pesquisa foi possível delinear seu trabalho, porém sempre teve um responsável à sua frente. Nessa última gestão, não foi nomeado ninguém para a vaga de Chefe de Seção de Assessoria de Imprensa, sendo mantido somente os cargos de Diretor de Relações Públicas e Coordenador de Atos Oficiais. Sendo que estas funções foram exercidas por profissionais de outras áreas e acabam sendo colocados a exercer estas funções. Nota-se claramente que a atividade de Relações Públicas sempre teve espaço em Casserengue, porém, só no organograma da Prefeitura, mas não foi possível encontrar registros documentais ou de relatos que houve efetivamente a atividade. Os profissionais contratados são remanejados e atuam em diretorias que executam atividades distintas das que são contratados, como por exemplo, nessa última gestão 2013-2015 o coordenador de Atos oficiais, trabalhava como assistente administrativo na Secretaria de Saúde. O fato de não serem executadas as atividades que são de profissionais da aérea de RP têm impactos negativos diante da grande capacidade de atuação da área de Relações Públicas, visto que estes profissionais tem um papel ímpar nas organizações [...]. É possível assegurar que o profissional disperso nas demais diretorias perde força de atuação e ocasiona o afastamento de atividades privativas e de grande importância para a área, gerando consequências inconvenientes à organização. (JAQUES 2014, p.25)

O desenho organizacional da Prefeitura de Casserengue, adequa o aparato burocrático ao seu estilo de administrar, onde a área de comunicação está ligada ao prefeito como forma de Staff ou de assessoria. Sabemos que as assessorias apresentam inúmeras vantagens, entre as quais as de estabelecer uma forma de comunicação direta com o gestor público, objetivando não sobrecarregar as demais secretarias municipais, assim as assessorias permitem processar e decidir com maior rapidez e com responsabilidade, flexibilizando o atendimento.

37

As remunerações são divididas por cargo e não por secretaria, vejamos no quadro abaixo os valores da época em que foi criada a estrutura organizacional e os valores atualizados. QUADRO 01 – Quadro de remunerações de Cargos Comissionados 1997* 2017** CARGO SÍMBOLO VENCIM. GRATIF. VENCIM. GRATIF. Secretários PMC- CC-1 R$ 200,00 R$ 200,00 R$ 3.000,00 R$ 3.000,00 Assessor/ Diretor PMC- CC-2 R$ 150,00 R$ 150,00 R$ 2.250,00 R$ 2.250,00 Coordenador PMC- CC-3 R$ 100,00 R$ 100,00 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 Chefe de Seção PMC- CC-4 R$ 75,00 R$ 75,00 R$ 937,00 R$ 937,00 * Dados extraídos da lei nº 029/97. ** Valores estimados pelo autor do trabalho baseados na remuneração dos secretários municipais definidos pela lei nº 281/2016, com um decréscimo de 25%, como é definido na lei nº 029/97.

Percebemos que as remunerações são atrativas para a realidade regional e que poderia atrair interessados qualificados para exercer a função. Observamos também que em Casserengue, as assessorias e os departamentos são independentes entre si e atuam vinculadas ao Prefeito, que atende às demandas do prefeito e das secretarias. A comunicação sugere e encaminha matérias informativas, notícias, esclarecimentos à comunidade relativas à divulgação e publicidade quando entende que são temas de interesse municipal. É possível perceber que muitas das secretarias desconhecem a posse de informações importantes. Fatos significativos, capazes de gerar notícia de interesse à população e que devem ser divulgadas pelo teor informativo. Muitos gestores desconhecem o potencial informativo que poderia ter na mídia local, em função dos dados que detém em suas secretarias. Essas informações quando bem encaminhadas podem ampliar o conceito de credibilidade e respeito do executivo municipal junto à população.

4.3 Identidade

Existem atualmente diversos estudos de identidade em que estão se tornando uma indústria do direito próprio. Segundo Castells (1999, p.23), “identidade é o processo de construção de significado com base em atributo cultural, ou ainda, um conjunto de atributos culturais inter-relacionados, os quais prevalecem sobre outras fontes de significado”.

38

A formação da identidade e sua manutenção se dá por meio dos fatores que envolvem o ambiente da realidade do indivíduo. Identidades organizam significados, enquanto papéis organizam funções, define significado como identificação simbólica, por parte de um ator social, da finalidade da ação praticada por tal ator. Identidade agora se tornou um prisma, através do qual outros aspectos tópicos da vida contemporânea. Identidade não é uma questão privada e sim ela precisa ser constante. Atualmente, o fato de a nossa individualidade ser socialmente produzida é uma verdade trivial; mas o oposto dessa verdade ainda precise ser repetido com maior frequência: a forma da nossa sociabilidade, e assim da sociedade que compartilhamos, depende por sua vez da forma como a tarefa de individualização é enquadrada e respondida. (BAUMAN 2008, p.183)

Cada tipo de processo de construção de identidade leva a um resultado distinto no que tange a construção a sociedade. A identidade destinada à resistência leva a formação de comunas ou comunidades, é provável que seja o tipo mais importante de construção de identidade. Ele dá origem a formas de resistência coletiva diante de uma opressão que, do contrário, não seria suportável, em geral com base em identidades que, aparentemente, foram definidas com clareza pelas ciências, facilitando assim a especialização dos limites da resistência. Ter a necessidade de nos transformar no que somos é uma característica da vida moderna. A modernidade substitui a determinação da posição social por uma autodeterminação compulsiva e obrigatória. A tarefa de “auto identificação” colocada diante de homens e mulheres uma vez que as estruturas espessas dos estados foram quebradas no começo da idade moderna, reduziu o desafio de viver “fiel aos seus”, de conformar-se ativamente com os tipos e modelos sociais de conduta estabelecidos para se imitar, sem sair do ritmo, sem se desviar da norma. Angenti (2014) em sua obra, define identidade das organizações em que também passa por constantes mudanças, “a identidade de uma organização é manifestada pelo nome, marca, lema, pessoas, produtos e serviços dentre demais peças que dá visibilidade e que são criadas por elas e repassadas a diversos públicos”. Já a imagem é o reflexo da identidade sob o olhar de seus públicos. A construção da identidade é a única parte da reputação da empresa que pode ser completamente controlada pelos gestores, segundo Argenti (2014), existem então alguns aspectos que podem ser regulados e planejados para uma melhor identidade corporativa, são eles: visão corporativa inspiradora, marca corporativa elaborada com foco em nomes e marcas, e uma auto apresentação coerente e integrada.

39

Em sua obra, Argenti (2014) estabelece um programa de gerenciamento de identidade em ação, que requer equilíbrio entre uma análise aprofundada e a ação, e seu objetivo final é ter um impacto positivo sobre a reputação da empresa. Para embasar recomenda seis passos: Fazer uma auditoria da identidade, definir objetivos para a identidade, desenvolver design e nomes, desenvolver protótipos, lançar e comunicar e implementar o programa. Todas essas questões de imagem, identidade e reputação passam pelo planejamento, análise e ação permanente O patrimônio histórico tem importante parcela na construção da identidade e tem sofrido mudanças ao longo do tempo. Essas alterações ocorrem porque o homem busca sua identidade em meio a variedade de informações dos diversos setores, decorrentes da globalização da cultura e do avanço da tecnologia. O patrimônio histórico-cultural de um lugar, pode ser representado por monumentos, edificações ou construções que pretendem marcar ou eternizar um fato ou acontecimento. São símbolos usados para identificar que determinado lugar, pessoa ou acontecimento tem ou tiveram grande importância para a sociedade local. É o caso do monumento que lembra o abastecimento de água da cidade, que foi exposto no centro da cidade, bem em frente à Prefeitura Municipal. Em Casserengue, existem alguns sítios arqueológicos que compõem o patrimônio histórico-cultural da cidade. São heranças culturais muito esquecidas no tempo e sem valor para as pessoas que podem salvar esses marcos históricos. A globalização vem gerando consequências sobre essas identidades culturais, consequências essas que influenciam no nascimento de novas identidades. No processo de identidades nacionais foram eleitos determinados objetos que guardam uma inesgotável representação imaginária de parte da sociedade. A identidade do lugar é o que realmente atrai, pela autenticidade e pela diferença dos outros lugares. Essa percepção não dada por quem percebe o lugar e sim por quem vê, avalia, partindo dos seus sentidos e experiências, mais o que realmente dá sentido ao lugar é o conjunto de significados, símbolos e o que a cultura imprimiu nele, e é isso que leva o outro a sentir, partindo dos valores do lugar ao qual se visita.

40

5 MARKETING CULTURAL

Marketing para Kotler (2000, p.30) é “um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtém aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com os outros”. Já o Marketing Cultural no Brasil está diretamente ligado ao apoio às artes e a produção cultural por parte das organizações que põe em prática, buscando relacionamento com os diversos públicos, onde se inclui consumidores, fornecedores, governos e entre outros envolvidos. Aplicando assim a realidade local, essa área pode ser entendida no apoio a artistas locais, valorização do patrimônio histórico artístico locais, através da produção cultural de eventos que busquem trabalhar a imagem por meio da cultura. O mecenato segundo a lei 8.316, conhecida como lei Rouanet é “a proteção e o estimulo das atividades culturais e artísticas por parte de incentivadores”. “A origem do Marketing Cultural está relacionada ao mecenato, o qual aparece como a primeira forma de associação entre o capital e as artes”. É importante esclarecer alguns conceitos associados ao Marketing Cultural, apresentados na Lei Rounet de 1991, Doação é a transferência gratuita, em caráter definitivo, á pessoa física ou pessoa jurídica de natureza cultural sem fins lucrativos, de numerário para a realização de projetos culturais, sendo vedado o uso de publicidade paga para a divulgação do ato. Patrocínio: Transferência gratuita, em caráter definitivo, a pessoa física ou jurídica de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos, de numerário para a realização de projetos culturais com finalidade promocional e institucional de publicidade e; Cobertura de gastos ou utilização de bens móveis ou imóveis, do patrimônio do patrocinador, sem a transferência de domínio, para a realização de projetos culturais por pessoa física ou jurídica de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos (Mais conhecido como Apoio)

Quando se trabalha o Marketing Cultural, devemos diferenciar o produto de serviço cultural. Portanto, o produto de serviço cultural se define como algo tangível e de duração como: CDs, livros, discos entre outros em que grande maioria recebe patrocínio. O serviço cultural pode ser definido como eventos culturais que tem início, meio e fim. Quando uma organização decide investir em ação cultural, seja pública ou privada promove a publicidade, melhorando através da comunicação sua imagem corporativa, formando o elo entre sua marca, organização e comunidade. Para Reis (2003) o marketing cultural É toda ação cultural de marketing que usa a cultura como veículo de comunicação para se difundir o nome, produto ou fixar imagem de uma empresa patrocinadora. Para se fazer marketing cultural não há fórmula

41

fechada, pois há variáveis que, conforme combinadas, podem resultar numa excelente ação de marketing. (REIS, 2003.p 48) O autor tem sua visão focada em 02 vertentes do marketing cultural, no projeto cultural diretamente e na necessidade do financiamento e a outra na busca da organização de uma maior comunicação com seu público estratégico. Em uma organização contemporânea sente a necessidade de ser diferenciar das demais, ao patrocinar a cultura, a organização toma para si valores do projeto em que apoia como: tradição, competência, criatividade, popularidade dentre outros. Em um mercado em que todos usam o mesmo diferencial, através dos eventos culturais para se diferenciar, Casserengue faz uso do marketing cultural de fim, em que seus eventos tem a missão de promover e difundir a cultura local, partindo então para o planejamento de estratégias para atrair públicos diferenciados a exemplo de datas de festas em que na região não há comemoração. A vinculação de uma empresa a projetos culturais normalmente se dá através de alocação de recursos financeiros. VAZ (2003, p. 223-224) descreve quatro canais jurídicos básicos: a) Custeio: O patrono assume integralmente a direção administrativa e os custos do projeto cultural, embora muitas vezes possa haver repasse para terceiros. Nesses casos, geralmente o projeto inclui em sua denominação a marca do patrono; b) Doação: O patrono transfere definitivamente recursos para o patrocinado, sem proveito pecuniário e sem qualquer retorno institucional ostensivo obrigatório. Em tais circunstâncias, o que geralmente ocorre é o reconhecimento público por meio de depoimentos do artista, em entrevistas e ouras exibições nos meios de comunicação; c) Patrocínio: Ocorre uma destinação de recursos para a produção e promoção do projeto cultural, também sem proveito pecuniário ou patrimonial direto para o patrono. O apoio normalmente está vinculado à exibição da marca do patrono como créditos em cartazes, folhetos, programas, faixas e outros veículos de comunicação; d) Investimento: A aplicação de bens e numerário é feita com interesses comerciais havendo a perspectiva de proveito pecuniário ou patrimonial. O investidor pode assumir integralmente os ônus do negócio ou associar-se a outros investidores.

Cada organização determina mais precisamente qual a sua melhor estratégia de marketing cultural, através de um planejamento, ferramenta essa que permite segmentar seu público. As ações mais utilizadas são eventos, shows, amostras, criação de produtos culturais, dentre outros, existem diversas formas de desenvolver as artes e fomentando a produção cultural. Os poderes públicos já criaram diversas leis de incentivo à cultura, sejam elas aplicadas pelos estados e municípios, e seguem o raciocínio parecido com o de renúncia fiscal.

42

Cada estado e cada município traduz as peculiaridades aplicando a sua realidade local em suas próprias leis, em vários casos, o projeto precisa ser proposto por um produtor cultural local. Em Casserengue algumas gestões anteriores, pensaram e tiveram uma preocupação em relação a cultura e seu fomento. A Lei Orgânica do município (2002) em seu Capitulo III, Seção II regulamenta a cultura. Art. 161. O município garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes das culturas nacional e regional a apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. Parágrafo único. Os programas culturais do município serão sempre desenvolvidos de forma articulada coma ação educativa. Art. 162. A lei disporá sobre a fixação das datas comemorativas de alta significação para o município e sobre a obrigatoriedade do culto aos símbolos municipal, estadual e nacional. Art. 163. Caberá ao município utilizar-se do sistema de comunicação e do seu Sistema Municipal de Educação como meio de preservação, dinamização e divulgação da cultura. Art. 164. Constituem patrimônio cultural os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade, nos quais se incluem: I- As formas de expressão; II- Os modos de criar, fazer e viver; III- As criações artísticas, cientificas e tecnológicas; I. As edificações urbanas e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e cientifico. Contudo, as leis municipais ainda são incipientes em comparação às estaduais e federais, que permitem o uso de grandes quantitativos de investimento e são mais trabalhadas. Cada organização que decide apoiar uma iniciativa cultural local pode receber do estado incentivo de até 100% de valor investido, variando em cada estado. Mas, para ser aprovado pelas Secretarias de Cultura, deve valorizar a cultura local e ser específico na questão financeira. A organização deverá assumir papel de responsabilidade e preocupação com o meio local, o Marketing Cultural pode se tornar o novo diferencial, inovando em comunicação, abordagem público-empresa e melhoria para sociedade.

43

6 TURISMO

Segundo Ruschmann (1990) o turismo é antes de mais nada, o movimento de pessoas, ramo das ciências sociais que transcende as relações, é a atividade em que mobiliza diversos setores entre bens e serviços, técnicos e profissionais e ainda práticas do governo. Já o produto turístico é o conjunto de bens e serviços unidos pela interação e interdependência que o torna complexo, em outras palavras o turismo se torna pura comunicação, as Relações Públicas As ações de Relações Públicas nessa área, devem estar voltadas para desfazer os receios que o turismo gerará gastos quanto ao custo de vida. Sempre busca obter a boa vontade e hospitalidade da população, consiste em lhe proporcionar o acesso à infraestrutura cultural, desportiva e criativa, tudo criado pela atividade turística.

O objetivo das relações públicas no turismo é o de "estabelecer, através de um esforço deliberado, planejado e contínuo, um clima de compreensão e de confiança mútuas, entre organização e o público, permitindo que a atividade turística se processe de forma harmoniosa e num ambiente favorável. (RUSCHMANN, 1990 p.47)

A ação das Relações Públicas consiste basicamente em oferecer informações e elementos que tornem a organização familiar à sociedade, gozando de bom conceito e imagem favorável. Para Fortes (2003) as Relações Públicas percebem o turismo de dois modos: Como uma indústria, em que deve se estruturar como tal e desenvolver suas ações à maneira das demais empresas, e como um veículo de comunicação dirigida aproximativa de toda uma cidade, região ou país, que precisa reunir em torno de si todas as demais empresas, como integrantes da comunidade, para identificarem os interesses convergentes e avaliarem as implicações decorrentes da iniciativa. (FORTES,2003, p.353)

A atividade de Relações Públicas aplicada ao turismo procura promover a confiança das pessoas que buscam alguma atividade turística, e em busca de uma imagem positiva e confiável. Os turistas são todas as pessoas que se deslocam de sua residência, por diversos motivos, seja profissional ou recreacional, para isso o destino deve estar preparado para receber esses turistas, transmitindo a melhor imagem possível. Para Vaz (1995, p. 95), “imagem é um termo usado para designar a percepção geral que uma pessoa ou coletividade fazendo uso de um determinado objeto, em que este último pode ser uma outra pessoa, uma empresa ou qualquer tipo de organização”. O profissional de Relações Públicas age como mediador da comunicação entre as organizações e público, fazendo com que o público adquira confiança na organização

44 que está se relacionando e se satisfaça o determinado serviço. O esforço começa pela investigação da imagem projetada atualmente pelos seus públicos, e a missão das Relações Públicas é levar informação completa e verdadeira, isenta e imparcial. Seu principal interesse é o público. A unidade de turismo precisa preparar-se, equacionando suas pendencias internas, e articular-se com instituições congêneres para haver um bom relacionamento com todos os segmentos comunitários, transformando-os em públicos, mediante a aplicação dos processos de relações públicas. (FORTES, 2003 p.353)

A atividade de Relações Públicas busca o equilíbrio entre a imagem e a identidade relacionada à opinião pública, tentando sempre favorecer a harmonia entre ambas, elas tem o aspecto fundamental de convivência entre diferentes culturas. Em Casserengue, o órgão responsável por administrar o turismo é a Secretaria de Agricultura, Indústria, Comércio e Turismo, foi interessante durante a formação do município, embora sendo de interior, vivendo muitas vezes de agricultura de subsistência, foi pensado no turismo e nos ganhos econômicos e culturais que podem gerar. A Prefeitura Municipal de Casserengue em sua Lei Orgânica (2002) cita o turismo como atividade econômica e como forma de desenvolvimento: SEÇÃO V DO TURISMO Art. 155 – O Município apoiará e incentivará o turismo, como atividade econômica, reconhecendo como forma de proteção e desenvolvimento social e cultural. Art. 156 – O Município, juntamente com os segmentos envolvidos no setor, definirá a política de turismo, observadas as seguintes diretrizes e ações: II. Adoção de plano integrado e permanente, estabelecido em lei para o desenvolvimento do turismo; III. Desenvolvimento de infraestrutura bem como todo o potencial natural que venha a ser de interesse turístico; IV. Estímulo à produção artesanal típica, mediante política de redução de tarifas devidas por serviços públicos; V. Apoio a programas de orientação e divulgação do turismo regional; VI. Apoio à iniciativa privada no desenvolvimento de programas de lazer e entretenimento para a população de modo geral. É importante que cada município dispense atenção à produção cultural, belezas ambientais, artesanato e o patrimônio histórico. Os órgãos públicos devem incentivar e contribuir no aspecto de infraestrutura motivando comerciantes a vender, desenvolvendo a economia local e os turistas através da comunicação, atraindo seu público-alvo.

45

6.1 Turismo e Patrimônio Natural e Cultural

O turismo é uma atividade que converte elementos espaciais em atrativo, na qual o espaço geográfico passa a ser organizado e apropriado para suprir as necessidades de lazer do homem. Já o geoturismo um novo segmento do turismo de natureza divulgar patrimônio geológico possibilitando a conservação, utiliza feições como atrativo, divulgando a geodiversidade associando a atividades de ecoturismo. O geoturismo consiste na disponibilização dos serviços e meios interpretativos que promovem o valor e o benefício social dos geositíos assegurando semelhantemente a sua conservação para uso de estudantes e turistas. Muitos são os fenômenos que podem comprometer à geodiversidade, o que torna de suma importância a criação de medidas que venham assegurar a sua conservação. A construção de uma visão estratégica na gestão do turismo cultural e sua progressiva valorização como meio cultural urbano são fatores de revitalização dos fluxos de interesse turístico. Em Casserengue conta-se com uma variedade de riquezas naturais, com grande potencial turístico, educacional e de pesquisa a ser desenvolvido, mas que falta é uma gestão estratégica, pois sem uma visão estratégica integrada não há projeto cultural ou turismo autossustentável. O turismo age como possibilidade de reencontro, de fantasia, descanso e de felicidade e consigo a busca do que se perdeu. Dessa forma, o homem sai em busca de existência enquanto ser, longe de tudo, que pode significar um tempo que não seja construído por ele mesmo. O que realmente interessa no turismo são os aspectos peculiares de cada lugar, o caráter autêntico de sua gente e de seu cotidiano original. Porém, é preciso limitar a ação do turismo para que os lugares e suas culturas permaneçam integro, voltado para o turismo sustentável. O desenvolvimento do turismo sustentável para Ruschmann (1990) é “aquele que atende às necessidades dos turistas atuais, sem comprometer a possibilidade do usufruto dos recursos pelas gerações futuras”. Esse conceito está diretamente ligado a sustentabilidade dos meios cultural e natural, considerados os atrativos básicos do turismo. Cada lugar se define pela sua história, pela cultura que é construída através de suas heranças históricas. As influências deixadas pelos antepassados e preservada pelos atuais. A cultura, então, se torna comunicação com o ser e o universo em que ele

46 vive, relações bem próximas, resultado do processo de viver entre o meio em que se vive e o ser.

6.3 Turismo como atividade econômica

Uma sociedade atuante e organizada é o pilar de toda ação cultural concreta. E aí onde o turismo como atividade econômica se impõe. Não há fluxos turísticos perenes e economicamente interessantes se não há uma sociedade receptora bem organizada e consciente de seu projeto de futuro. Sem isso, Casserengue continuará a ser um destino turístico de última classe, desconhecido e com motivações do mais fútil e barato entretenimento. O turismo como atividade econômica incorporou os patrimônios históricos e culturais às suas necessidades de reprodução, bem como comprometeu a existência de patrimônios culturais, geofísicos e simbólicos, como meio ambiente, habitat e atividades de subsistência como pesca, agricultura e artesanato. Através da lei complementar municipal 04/2015 que institui tratamento diferenciado e favorecido as pequenas e microempresas, descreve que a administração pública poderá realizar parcerias com entidade de apoio ao desenvolvimento turístico, que visem a melhoria e produtividade e da qualidade de produtos turísticos do município. Com base na mesma lei institui o Conselho Municipal de Turismo - COMTUR e determina as suas funções de disciplinar e coordenar as ações necessárias à consecução dos objetivos das parcerias referidas, atendidos os dispositivos legais pertinentes, e diz que o município concentrará seus esforços no sentido de promover o desenvolvimento do turismo nas modalidades características da região. Uma herança histórica aliadas às técnicas faz do artesanato casserenguense mais um motivo para atrair turistas. Essa herança cultural que se aprimora, absorvendo a mão-de-obra de novas gerações e despertando o interesse de visitantes dos mais diferentes recantos do mundo. O artesanato tem força estratégica de atração e disseminação de cultura popular pela via de atividade turística, voltando-se para suas características econômicas ou culturais, sem uma preocupação maior com o aspecto das repercussões sociais que essa atividade desperta em seus produtos e usuários. A compreensão dos contornos que passam pela atividade artesanal não pode ser isolada pelo ângulo econômico ou cultural, pois esses aspectos influem no modo de vida

47 de quem produz e de quem consome. Por isso, devem caminhar juntos, pois o trabalho do artesão e seu produto, acabam se confundindo pelos consumidores que visitam os locais de venda. Em Casserengue, o trabalho artesanal tem passado de geração em geração, que se torna fácil constatar, pois na região não existem escolas ou espaços para formar ou qualificar esse pessoal. O que marca o artesanato local é a sua essência rural, que quando se insere na vida urbana, conservando hábitos e representações próprias de herança rural. Seus referenciais de vida e de trabalho são depositados nas peças que produzem, lhe trazendo originalidade que atrai o interesse de habitantes e turistas.

48

7 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Para delimitar a amostragem da pesquisa, foi utilizado como instrumento de coleta de dados um questionário quantitativo (ver Apêndice A) aplicado a 198 habitantes da cidade de Casserengue. O questionário foi composto por vinte e seis perguntas de caráter objetivo, utilizando como parâmetros da maioria das perguntas as expressões antagônicas “Sim/Não/Não sei”, existindo entre essa separação estágios intermediários, ligados à uma neutralidade demonstrada pela pessoa entrevistada, ou ainda por uma dúvida sobre a temática que envolvia à pesquisa. Partindo para a análise dos gráficos, as primeiras respostas demonstram uma abertura ao debate sobre as intenções de indicar ou não Casserengue para um turista (ver GRÁFICO 01), visto que pouco mais da metade das pessoas entrevistadas concorda em indicar Casserengue, mostrando que acreditam em seu potencial. GRÁFICO 1 – Indicação da cidade Você indicaria Casserengue para algum turista?

20% SIM 54% 26% NÃO NÃO SEI

Fonte: Elaborado pelo autor

Os dados mostram que 26% dos entrevistados não indicariam Casserengue para um turista, se fazendo assim um número bastante alto, levando a refletir nas causas desse índice como desconhecimento das belezas ou desinteresse. O meio ambiente está presente em nosso dia-a-dia e influencia toda nossa vida, sendo elemento fundamental na formação de nossa identidade cultural, no gráfico 2 abordamos o interesse dos entrevistados por belezas naturais.

49

GRÁFICO 2 – Atração em Belezas naturais

Em sua opinião, Belezas naturais atraem turistas?

4% 5% SIM NÃO 91% NÃO SEI

Fonte: Elaborado pelo autor O gráfico acima traz um debate a respeito da atração dos entrevistados a respeito de belezas naturais e mostra que 91% se sentem atraídos, levando em consideração que podem ser considerados parques ecológicos, serras, cachoeiras, serras, sítios e também o que esse tipo de atividade proporciona. Na sequência questionamos sobre a satisfação da Serra da Caxexa e falamos sobre seu conhecimento e sua aprovação. GRÁFICO 3 – Satisfação sobre a Serra da Caxexa Sobre a Serra da Caxexa:

4% GOSTEI

50% 46% NÃO CONHEÇO

CONHEÇO, MAS NÃO GOSTEI

Fonte: Elaborado pelo autor

A necessidade de preservação do meio ambiente é muito importante para nossa vida e também para a atividade turística, pois o meio ambiente também é atração turística, tomamos como exemplo, as praias do nordeste brasileiro que atraem turistas de vários locais do país e até do mundo. A pesquisa mostrou dados interessantes: apesar de pouco menos da metade (46%) declarar não conhecer a Serra da Caxexa, mostrando um alto número de desconhecimento, apesar de ser o ponto turístico mais divulgado pela prefeitura municipal, nos levando a refletir sobre as causas do desconhecimento, podendo ser a falta de infraestrutura para visitantes ou falta de incentivo a visitar o lugar. Contudo 50% das pessoas entrevistadas responderam que gostaram do lugar. A seguir veremos o potencial turístico do mesmo:

50

GRÁFICO 4 – Potencial turístico da Serra da caxexa Você considera que a Serra da Caxexa tem potencial para ser ponto turístico atrativo?

18% 9% SIM 73% NÃO NÃO SEI

Fonte: Elaborado pelo autor

Contrapondo a posição do gráfico anterior, significativos 73% acreditam que a Serra da caxexa tenha potencial turístico embora apenas 50% conhecem e gostam. Outros consideráveis 18% preferiram se mantiver neutros ou duvidosos sobre a questão. No gráfico seguinte foi abordado o grau de satisfação dos tanques do Valério e sua importância. GRÁFICO 5 – Satisfação sobre os Tanques do Valério Sobre os Tanques do Valério:

13% GOSTEI 19% NÃO CONHEÇO 68%

CONHEÇO, MAS NÃO GOSTEI

Fonte: Elaborado pelo autor

Apesar de mais da metade (68%) declarar gostar dos Tanques do Valério, ainda assim mostra um alto número de desconhecimento (19%). Apesar do mesmo ser dentro da zona urbana do município, aparecem algumas causas do desconhecimento como: não ser um local divulgado pela prefeitura, e não reconhecido como ponto turístico. A seguir no gráfico 6, veremos a avaliação sobre o potencial turístico do lugar.

51

GRÁFICO 6- Potencial turístico dos Tanques do Valério

Você considera que os Tanques do Valério, tem potencial para ser ponto turístico atrativo?

29% 50% SIM 21% NÃO NÃO SEI

Fonte: Elaborado pelo autor

O ecoturismo é a utilização dos patrimônios natural e cultural de forma sustentável para satisfazer o desejo de estar em contato com a natureza visando a conservação e a consciência local. Embora os Tanques tenham grande espaço de visitação, uma vista ampla do município e também da Serra da Caxexa, a proximidade da zona urbana e uma variedade de plantas e pedras, 21% ainda não acreditam que os Tanques possuem potencial para ser ponto turístico, um dado favorável é que 50% acredita sim nessas belezas e no turismo ecológico e 29% se mostram indecisos. Todo e qualquer artefato humano que tenha um forte componente simbólico, seja de maneira representativa da sociedade da região, de uma determinada época, auxiliando a melhor compreensão do contexto histórico em que foi criado, é logo considerado patrimônio histórico cultural. Na sequência, após se discutir de patrimônio natural, vamos agora no gráfico 7, falaremos sobre o interesse dos entrevistados em patrimônio histórico. GRÁFICO 7- Atração em Patrimônio Histórico

Em sua opinião, Patrimônio Histórico atrai turistas?

17% 5% SIM NÃO 78% NÃO SEI

Fonte: Elaborado pelo autor A partir do dados em que 78% dos entrevistados acreditam que o patrimônio histórico atrai turistas, e 17% se mostram indecisos, números interessantes e que a partir

52 deles, percebe-se que a sociedade interessadas nessa área e que há fundamentos para investir no tema. A seguir busca-se avaliar a satisfação e o grau de conhecimento sobre a Ponte Férrea localizada no sítio Salgado. GRÁFICO 8 – Satisfação sobre a Ponte Férrea Sobre a Ponte Férrea do Salgado:

GOSTEI 4% 18%

NÃO CONHEÇO 78% CONHEÇO, MAIS NÃO GOSTEI

Fonte: Elaborado pelo autor

Neste gráfico encontramos um alto índice de desconhecimento (78%) sobre a Ponte Férrea que despertou uma possível justificativa dessas respostas: dificuldade de acesso, por se tratar de ser zona rural, e as pessoas apenas passam ao lado dela e não foi dado importância ou estudado. Apesar de ser um local que marca as divisas do município, e que consigo traz a bagagem cultural, que seria um grande avanço econômico para a região. A seguir busca-se avaliar a satisfação e o grau de conhecimento sobre a primeira casa da cidade, feita em sua estrutura inicial totalmente de pedras. GRÁFICO 9 – Satisfação sobre a Casa de Pedra Sobre a Casa de Pedra: (1ª Casa da cidade)

GOSTEI 3% 50% 47% NÃO CONHEÇO

CONHEÇO, MAS NÃO GOSTEI

Fonte: Elaborado pelo autor

Já neste gráfico aponta um alto índice de desconhecimento (50%) sobre a Casa de Pedra, por outro lado quase metade dos entrevistados gostaram da casa, em que desperta outro olhar sobre a justificativa: ser de propriedade privada e apenas passam ao

53 lado dela e nunca foi dado importância ou estudado. Embora, seja dentro da cidade e de fácil acesso. Vamos agora analisar sobre eventos tradicionais e o grau de atração de turistas. GRÁFICO 10- Atração em eventos tradicionais Em sua opinião, Eventos Tradicionais atraem turistas?

1% 7% SIM NÃO 92% NÃO SEI

Fonte: Elaborado pelo autor

O turismo de eventos promove o desenvolvimento socioeconômico, gera empregos e cria uma infraestrutura que beneficia não só o turista como a população local. Esses dados em que 92% dos entrevistados acreditam nesse tipo de turismo para atração de turistas. O turismo de eventos se torna uma solução ideal para que durante todo o ano a cidade recebam esses turistas. Eventos tradicionais, atraem bastante turistas de acordo com o gráfico anterior, mas agora buscamos medir o grau de importância do patrocínio a eventos privados. GRÁFICO 11 – Importância do patrocínio a eventos privados Você acha importante o patrocínio da Prefeitura a eventos privados, como forma de motivar a promoção de eventos na cidade?

17% SIM 16% 67% NÃO NÃO SEI

Fonte: Elaborado pelo autor

É importante ressaltar que neste trabalho que os conceitos são distintos: O patrocínio e o mecenato, conforme discutidos na seção 5 desta pesquisa. 67% dos nossos entrevistados acreditam nesse tipo de incentivo e os 16% possivelmente não acreditam pois levam em conta a realidade local em que os patrocínios realizados de caráter festivo sem agregar nenhum valor cultural ao lugar.

54

Um evento seja privado ou público reúne várias pessoas tanto para se realizar como também para participar dele. As pessoas não viajam apenas nas férias, mas também por interesses profissionais, unindo o trabalho e o lazer. O turismo de eventos faz com que o turista retorne com a família ao local que lhe agradou. Buscamos discutir agora sobre o artesanato local, e o grau de conhecimento sobre os artesãos locais. GRÁFICO 12 – Conhecimento sobre os artesãos Você conhece os artesãos de nosso município?

15% SIM 43% 42% NÃO NÃO SEI

Fonte: Elaborado pelo autor

No gráfico 12 encontramos um alto índice de desconhecimento 42% sobre os nossos artesãos, contudo com uma diferença de 1%, a maioria conhece nossos artesãos sejam de madeira, metal, couro, pedra, osso, brinquedos, dentre outros. Acaba indiretamente mostrando que os artesãos não são divulgados no contexto local, já no gráfico seguinte questionamos o reconhecimento que esses artesãos merecem. GRÁFICO 13 – Reconhecimento dos artesãos locais Você acha que os artesãos merecem destaque/reconhecimento e espaço para mostrar seu trabalho?

0%7% SIM NÃO 93% NÃO SEI

Fonte: Elaborado pelo autor

Embora 42% dos entrevistados desconheçam nossos artesãos, 93% acreditam que eles merecem um espaço de destaque e de reconhecimento para expor seu trabalho. A comunicação das áreas que já são promovidas e reconhecidas, já é um pouco difícil, e incluir o artesanato local que não é nem lembrado, ficará mais difícil ainda. Visto que os

55 artesãos merecem um espaço para se expor, uma feira de artesanato seria ideal para isso, no gráfico seguinte avaliamos a opinião dos entrevistados quanto a isso. GRÁFICO 14- Opinião sobre criação de feira de artesanato Baseado em seus conhecimentos, uma feira de artesanato atrelada a alguma festa tradicional atrairia turistas?

10% 4% SIM NÃO 86% NÃO SEI

Fonte: Elaborado pelo autor

O turismo de eventos é uma alternativa em época de baixa temporada para que a cidade esteja sempre em desenvolvimento gerando benefícios a população. É constituído por congressos, exposições, seminários, feiras e são muito importantes para o desenvolvimento do turismo no local. Em Casserengue uma feira de artesanato seria a forma de destaque e reconhecimento que os artesãos locais precisam e atrelada a uma festa tradicional, levando em conta que as festas tradicionais são a única coisa em que se acontece divulgação, 86% de nossos entrevistados também acreditam que a feira virá a somar, nos mostrando assim uma boa aceitação. As festas locais muitas vezes estão ligados ao turismo religioso, no gráfico abaixo busca-se medir o grau de importância da tradição religiosa. GRÁFICO 15- Importância da tradição religiosa Você acha importante a tradição religiosa no município?

3% 1% SIM NÃO 96% NÃO SEI

Fonte: Elaborado pelo autor

Destacamos ainda nesse gráfico que a pesquisa foi aplicada com os entrevistados independente de religião, e nos gerou um índice de importância de 96% sobre a tradição

56 religiosa no município, em que é o marco tradicional de diversas festas de cidades de interior. Um bom evento só acontece se for bem divulgado e com boa disseminação, visto isso, vamos agora analisar a avaliação a respeito da divulgação de eventos de Casserengue. GRÁFICO 16- Avaliação da divulgação de eventos Como você avalia a divulgação de eventos em nossa cidade?

BOA 12% 20% 10% 0% ÓTIMA RAZOÁVEL 58% RUIM PÉSSIMA

Fonte: Elaborado pelo autor

Neste gráfico encontramos bem distribuídas as opiniões sobre a avaliação da divulgação, em que mais da metade (58%) acha razoável, em que para nós isso não é positivo. E apenas 12% avalia como boa, e somando ruim e péssima chegaremos ao resultado de 30% de entrevistados que se encontram insatisfeitos. Após analisar o grau de satisfação, no gráfico seguinte vamos discutir como os entrevistados ficam sabendo da programação dos eventos. GRÁFICO 17 – Alcance dos veículos de divulgação Como você fica sabendo da programação?

0%10% TV 48% RÁDIO 42% INTERNET PELOS OUTROS

Fonte: Elaborado pelo autor

Continuando na análise da divulgação dos eventos, 48% ficam sabendo da programação de maneira informal. Os órgãos públicos municipais usam como principal meio de divulgação as rádios mais próximas, e os resultados da pesquisa mostram que apenas 10% do público entrevistado é atingido por esse veículo, mostrando que está em desuso pelos entrevistados.

57

Quando analisamos ainda mais o resultado, reforçamos a importância da organização nas mídias sociais, em que quase a metade das pessoas entrevistadas (42%) afirma que fica sabendo através das plataformas digitais. Ainda nessa linha, podemos agora avaliar a imagem da comunicação. GRÁFICO 18 – Imagem da Comunicação Como você avalia a imagem de Casserengue no aspecto Comunicação?

BOA 20% 21% ÓTIMA 23% RAZOÁVEL 36% RUIM PÉSSIMA

Fonte: Elaborado pelo autor

No gráfico acima encontramos as opiniões sobre a avaliação da comunicação, em que mostra apenas 21% avalia como boa, e 36% acha razoável. Somando Ruim e Péssima chegaremos ao resultado de 43% de insatisfação. Onde se apresenta para nós uma necessidade de ação na comunicação. Um site institucional é de elevada utilidade pública para população, através dele a população pode se manter informada das ações da administração pública. No gráfico abaixo, avaliação o grau de conhecimento do site da Prefeitura Municipal. O projeto para implementação do site da Prefeitura de Casserengue teve início em 2012, na 2ª gestão do atual prefeito Genival Bento da Silva. Inicialmente o projeto tinha como objetivo de informar o público externo e servir como ferramenta de interação e comunicação para o público interno. Há cerca de cinco anos, o site ainda não está totalmente estruturado, atualmente são atualizadas as notícias e fatos que acontecem na cidade, e muitas vezes de caráter político. GRÁFICO 19 – Conhecimento do site de Casserengue Sobre o Site de Casserengue:

INTERESSANTE 19% 27% NÃO CONHEÇO 54% CONHEÇO, MAS NÃO GOSTEI

Fonte: Elaborado pelo autor

58

A pesquisa nos faz refletir sobre alguns dados, como o alto índice de desconhecimento do site, mais da metade (54%) declara não conhecer o veículo público de comunicação, mostrando não haver divulgação. FIGURA 16 – Site Oficial da Prefeitura

Fonte: Imagem do site www.casserengue.pb.gov.br

O Site3 da cidade apresenta facilidade de acesso, em que também tem alguns fatores positivos como: os links são fáceis de serem visualizados e acessados, disponibiliza informações para o contato com a Prefeitura, disponibiliza Contracheque online. E alguns pontos fracos como: não existe opção de pagamentos de débitos municipais como IPTU e ISS, existem poucos serviços à disposição online, e seu layout necessita de reformas, não apresenta solução de conflitos entre usuários e instituição visitada, não oferece link de sugestões ou reclamações do site o que prejudica o aprimoramento do mesmo. A página da prefeitura existe para cumprir a lei de acesso a informação da Constituição Federal adaptada em Casserengue como forma de decreto nº 04/2015. O projeto da Fanpage da Prefeitura de Casserengue teve início em 04.02.2015, data em que foi postada a primeira foto, na gestão do ex-prefeito Luís Carlos Francisco dos Santos. Acredita-se que o projeto tinha como objetivo informação o público externo e servir como ferramenta de interação e comunicação para o público interno. FIGURA 17 – Fanpage da Prefeitura (Gestão 2013-2016)

3 www.casserengue.pb.gov.br

59

Fonte: Imagem extraída do site https://www.facebook.com/Prefeitura-Municipal-de-Casserengue- 1578327382381207/

Na nova gestão do Prefeito Genival Bento da Silva (2017-2020), não foi aproveitada a primeira página, e sim criada uma nova4, porém com erros presentes na antiga. FIGURA 18 – Fanpage da Prefeitura (Gestão 2017-2020)

Fonte: Imagem extraída do site https://www.facebook.com/Prefeitura-de-Casserengue-PB-PMC- 1840617549540004/

A fanpage e o site funcionam geralmente como um mural de avisos, em que são postados fotos e vídeos de eventos e de ações, as quais tem o mesmo conteúdo. A Prefeitura que opta utilizar uma página no Facebook ela se torna um canal de utilidade

4 https://www.facebook.com/Prefeitura-de-Casserengue-PB-PMC-1840617549540004/

60 pública para população, ela se mantem informada das ações da administração pública, no gráfico 20, avaliação o grau de alcance do site da página. GRÁFICO 20 – Conhecimento da página do facebook Sobre a página de Casserengue no facebook:

INTERESSANTE 29% 29% NÃO CONHEÇO 42% CONHEÇO, MAS NÃO GOSTEI

Fonte: Elaborado pelo autor

Continuando a reflexão sobre o índice de desconhecimento dos veículos de comunicação, pouco menos da metade (42%) declara não conhecer a página de Casserengue no facebook e 29% conhece e não gosta. Uma das principais causas de desinteresse em páginas institucionais de órgãos públicos é a desatualização. Sabemos das dificuldades que o profissional de RP se depara na empresa, principalmente quando a mesma é um órgão público, onde as coisas e pedidos não são tidos como prioridade. Na primeira página da gestão 2013-20155a publicação de maior destaque foi em 26.06.2015, a programação da festa de São Pedro, em que gerou 39 curtidas, 52 compartilhamentos e 04 comentários, é um número pequeno, mas comparado ao número total de curtidas da página (534). Veremos agora no próximo gráfico, se os entrevistados acompanham muitas notícias sobre Casserengue. GRÁFICO 21- Notícias sobre Casserengue Você vê/ouve muitas notícias sobre Casserengue nos veículos de comunicação?

12% SIM 55% 33% NÃO NÃO SEI

5 https://www.facebook.com/Prefeitura-Municipal-de-Casserengue-1578327382381207/

61

Fonte: Elaborado pelo autor

Não conseguimos identificar se as respostas estavam ligadas propriamente à notícias públicas ou de jornais. A maioria de 55% dos entrevistados afirma ver ou ouvir muitas notícias sobre Casserengue nos veículos de comunicação, e com um número aproximado 33% diz que não, uma diferença relativamente pequena. O gráfico seguinte vem mostrar ao leitor, a função dessas notícias e a influência delas na divulgação da cidade. GRÁFICO 22 – Sobre as notícias Essas notícias divulgam e promovem os atrativos e belezas do município?

NÃO SEI SIM 30% 21% SIM NÃO NÃO 49% NÃO SEI

Fonte: Elaborado pelo autor

No gráfico anterior afirma que 55% acompanha notícias sobre Casserengue, porém 49% também afirma que essas notícias não divulgam e não promovem as belezas do lugar, acaba criando uma imagem, não como a gestão gostaria que fosse. Se faz necessário um clipping e um intenso trabalho de comunicação como forma de rever esse quadro. O gráfico abaixo mostra o grau de interesse em opinar junto a administração pública, indiretamente se fala de uma ouvidoria. GRÁFICO 23- Ouvidoria Seria interessante um espaço para opinar/sugerir em nosso município?

10% 4% SIM NÃO 86% NÃO SEI

Fonte: Elaborado pelo autor

Destacamos neste gráfico o desejo de expor sua opinião junto à gestão e sugerir mudanças contribuindo para uma gestão transparente e atenta para a população. O ato

62 de conhecer e interpretar a opinião pública em busca de uma satisfação mútua é um dos pilares das Relações Públicas, neste caso a Ouvidoria Municipal seria o setor responsável estando a frente uma pessoa qualificada para buscar as informações solicitadas e responder prontamente as demandas, além de encaminhar as sugestões e reclamações que vierem a surgir aos responsáveis. Embora, o trabalho seja de curta duração, já trouxe diversas questões importantes para o município, se o canal de comunicação em discussão existisse, traria à gestão o feedback de suas ações e melhoraria o planejamento de ações futuras. No gráfico abaixo, realizamos uma avaliação da imagem da Cultura de Casserengue, vista pelos entrevistados. GRÁFICO 24- Imagem da Cultura Como você avalia a imagem de Casserengue no aspecto Cultura?

BOA 20% 23% ÓTIMA 14% RAZOÁVEL 43% RUIM PÉSSIMA

Fonte: Elaborado pelo autor

Podemos definir cultura de várias maneiras, desde o cultivo de determinada espécie de vegetal até o conhecimento adquirido por uma pessoa ou civilização durante a sua vivência. Avaliando então a Cultura em Casserengue chegamos ao resultado de que apenas 23% avalia como Boa, mostrando estar satisfeito e 34% somando ruim e péssima compõem um quarto de insatisfação. A cultura está sempre se transformando, incorporando novos valores, acompanhando o tempo. Em tempos atuais, ainda escutamos que uma cultura é mais avançada ou mais desenvolvida que outra, isso é questionável, pois cada cultura é única e incomparável. Quando se fala em turismo, aprende-se sobre muitos povos e outras culturas, por isso devemos preservar a nossa cultura para que continue viva e valorizada, preservando nossos bens históricos, artísticos e naturais. No gráfico abaixo, realizamos uma avaliação da imagem de Turismo de Casserengue, vista pelos entrevistados. GRÁFICO 25- Imagem do Turismo

63

Como você avalia a imagem de Casserengue no aspecto Turismo?

BOA 13% 19% ÓTIMA 27% RAZOÁVEL 41% RUIM PÉSSIMA

Fonte: Elaborado pelo autor

No gráfico acima encontramos as opiniões sobre a avaliação do Turismo, em que mostra apenas 19% se mostra satisfeito, e 41% acha razoável, 27% avaliar como ruim e 13% como péssima chegando ao resultado de 40% de insatisfação. Um índice que precisa ser pensado estrategicamente para um melhor desenvolvimento local. No gráfico abaixo, realizamos uma avaliação de um prognóstico de Casserengue, vista pelos entrevistados, se houvesse algum projeto de desenvolvimento local. GRÁFICO 26- Avaliação de um prognóstico

Na sua opinião, se houvesse uma divulgação/promoção dos atrativos turisticos, você na posição de turista, gostaria de conhecer Casserengue?

9% 10% SIM NÃO 81% NÃO SEI

Fonte: Elaborado pelo autor Nossa pesquisa mostrou dados curiosos: no gráfico Nº 01 apenas 54% indicaria Casserengue para um turista. Mas, após a reflexão de que se houvesse divulgação e promoção dos atrativos turísticos, o entrevistado se coloca na posição de turista e nos mostra em números um índice bastante motivador e favorável cumprindo mais de três quartos do resultado (81%). Chegando à conclusão da análise de nossa pesquisa, mostrando que a comunidade local conhece e sabe que Casserengue tem potencial a ser trabalhado e refletem negativamente pela falta de investimento e de atenção nessa área, mostrando que ao contrário seria diferente e a realidade seria outra.

64

8 PLANO DE SUGESTÕES

Os principais problemas de comunicação encontrados na Prefeitura de Casserengue foram a ausência de uma comunicação planejada para fomentar o turismo, cultura e o acesso à informações passadas aos visitantes. Através da coleta de dados sobre a cidade de Casserengue, feita por meio de questionários com a população, foi possível perceber que estes problemas ocorrem devido a inexistência de um profissional qualificado que fique responsável apenas pela parte da comunicação. Dessa forma, outros funcionários que não possuem o perfil, assumem o compromisso desses cargos e acabam não executando o mesmo de forma eficiente e eficaz. Uma das funções básicas na atuação das Relações Públicas é trabalhar a identidade e a melhoria da imagem no relacionamento com seus públicos. Essa prática se faz necessária, para que haja rigor e sistematização de informações, para abrir canais de comunicação e de relacionamento, levando em conta o ambiente e a realidade em que a instituição está inserida. Um programa de Relações Públicas busca minimizar os problemas de comunicação da Prefeitura, diante da necessidade de adotar uma postura e uma visão estratégica de promoção e comunicação no ambiente institucional e na tentativa de transmitir informações, que retratam o contexto do lugar. Sugere-se então algumas ações que podem ser realizadas pelo poder público como forma de contribuir para a construção da identidade da Prefeitura de Casserengue: a) Criação do Calendário de Eventos Municipal – Com a oficialização de datas já comemoradas como: Padroeira, emancipação política, São Pedro e a inclusão de novas datas como a da Cavalgada dentro da Festa da Padroeira, criação de uma feira de artesanato dentro da Festa de São Pedro valorizando a arte local. E o registro de mais datas de interesse público; b) Criação de uma lei de estímulo ao patrocínio cultural e apoio a programas de desenvolvimento turístico como forma de dedução fiscal; c) Reconhecimento de prédios antigos como forma de Patrimônio Histórico- Cultural do município (Casa de Pedra, Igreja mãe, Prefeitura, Escola Fernando Macena, Casa de: D. Galega, D. Silvinha, Sr. Antônio Grosso, Ruínas da Ponte Férrea); d) Oficialização dos Patrimônios Naturais do município como forma de ponto turístico (Serra da Caxexa, Tanques do Valério);

65 e) Ação de desenvolvimento da infraestrutura dos pontos turísticos como forma de desenvolvimento do potencial (Serra da Caxexa, Tanques do Valério, Ruinas da Ponte Férrea); f) Placas informativas em pontos turísticos e locais que contribuíram para a história do lugar; g) Ação de desenvolvimento da infraestrutura dos órgãos públicos que trabalham diretamente com a identidade cultural local, com profissionais qualificados e ambiente equipado para desenvolver um trabalho adequado (Departamento de Relações Públicas, Coordenadorias de Turismo, de Eventos e a desenvolvimento cultural e meio ambiente); h) Elaboração de um Manual de identidade visual – Justificando o uso da logomarca oficial em diferentes plataformas e as formas de adesivar, como também os locais adequados para uso; i) Campanhas publicitárias para veículos de massa de abrangência local e estadual – Programas e vinhetas para rádio, jornal impresso, publicações em sites e página do facebook; j) Criação da Ouvidoria Municipal como canal direto com as demandas da população; k) Criação da Casa do Turista, com informações e artes locais.

66

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desejo da realização dessa pesquisa nasceu durante o curso, em que houve a identificação com a realidade local do município, a afinidade e a vontade de desenvolve-lo por meio das Relações Públicas, em que veio aumentando a medida que se desenvolviam as temáticas, e essa pesquisa mais do que isso mostra que existe caminhos para isso. Todo lugar, seja qual for, ele remete e traz consigo uma imagem, uma mensagem, uma identidade, Casserengue não seria diferente, só que a mesma nunca foi trabalhada e nem explorada como deveria, a pesquisa buscou mostrar as belezas naturais e culturais que devem ser associadas à marca desse lugar. A realização deste trabalho possibilitou evidenciar o entendimento da população sobre o potencial de Casserengue, tanto turístico como cultural, faltando apenas esse mesmo entendimento da gestão, para que possa desenvolver essas áreas tão ricas na cidade por meio da comunicação. Durante a pesquisa, houve diversas limitações quanto ao acesso às informações como para coletar as entrevistas, leis e decretos, informações financeiras e de recursos humanos. Embora, esteja previsto em lei, e em decreto o Serviço de Informação ao Cidadão (SIC), em que também não existe o aparato físico do mesmo e de alguns setores como por exemplo, o Departamento de Relações Públicas e o COMTUR. Diante das informações coletadas durante a pesquisa, em que defende também o acesso a informação, percebe-se que existem leis de cunho federal, estadual e municipal, as quais defendem que o exercício público seja divulgado e a população esteja sempre ciente do que a gestão faz, de certa forma tantas leis repetindo a mesma coisa, acaba sendo monótono onde bastava-se apenas fazer valer a Constituição Federal de 1988 que já defende essa divulgação de informações. Com este trabalho constatamos que o site precisa ser melhor trabalhado e se adequar as leis de acesso a informação, onde diversos links permanecem em construção, e os órgãos públicos que trabalham a imagem e a reputação da cidade em locais desconhecidos, eles precisam ser estruturados, e com bons profissionais, além de se ter fácil localização para o acesso da população local e do turista, disponibilizando informações, tirando dúvidas, pesquisas, dentre diversas atividades que os mesmos podem e dever executar. A pesquisa proporciona também aos gestores da prefeitura um conhecimento e interpretação da opinião pública sobre o potencial da cidade e o desejo da população de

67 melhorar, e apresenta ainda uma chance de desenvolvimento econômico e cultural. Proporcionou ainda a descoberta de informações, estratégias e apresenta soluções necessárias para uma eficiente operação de desenvolvimento e sua importância na vida local. Ao longo da pesquisa, foi possível conhecer melhor os conceitos de turismo, marketing cultural, identidade e suas aplicações nas relações públicas e na comunicação. Esse estudo realizado na cidade de Casserengue, serve e deve dar prosseguimento a pesquisas nessas áreas, e ainda em outras que não foram abordadas como: economia, gestão, tecnologia da informação, dentre outras que trabalhem projetos e processos de desenvolvimento local. É importante ressaltar que no quadro de servidores, há vagas de Relações Públicas, que já é um grande passo para a realização da atividade. Acaba sendo um desperdício financeiro, remunerar um profissional e não desempenhar as atividades, ou colocar um profissional que não domina área de conhecimento, em que o mesmo não realizará com tanta facilidade ou com o mesmo cuidado. A realidade é que não se conhece as estruturas físicas e nem as atividades de Relações Públicas ou do Departamento de Relações Públicas, ou da Assessoria de Imprensa, ou Coordenadoria de Turismo ou de eventos e diversos setores, embora sempre houveram pessoas nomeadas para os cargos, acaba sendo um descaso das gestões no trato com áreas tão importantes para o município. No decorrer deste trabalho, ficou clara a necessidade de um incentivo para o patrocínio e o mecenato, através de lei ou decreto municipal, como falado anteriormente a população tem o desejo, e temos muitos artistas, esse incentivo aos comerciantes como forma de dedução fiscal, seria a melhor forma de incentivar o comércio a contribuir e colaborar com a disseminação da cultura. Por fim, percebe-se que identidade de um lugar é o que atrai, o diferencial, o que o torna distinto, e o que marca a identidade de Casserengue é a sua falta de identidade. As Relações Públicas se tornam então a solução para uma gestão da comunicação de qualidade, pois o profissional de RP, identifica os erros e busca repará-lo de maneira ágil e eficiente, é o elemento fundamental para a criação dessa identidade, avaliando o potencial e os fatores que nela existem.

68

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Cândido Teobaldo de Souza. Para entender Relações Públicas. São Paulo: Loyola, 1993.

ARGENTI, Paul A. Comunicação Empresarial: a construção da identidade, imagem e reputação.6 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2014.

BAUMAN, Zygmunt. A sociedade individualizada: vidas contadas e histórias vividas. Rio de Janeiro, Editora Zahar ed. 2008.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p.

BRASIL. Lei 8.316, de 23 de dezembro de 1991.Estabelece princípios da lei 7.505 e institui o programa de incentivo à cultura. Brasília, DF. 23. Dez. 1991.

BRASIL. Lei nº 029/97, de 04 de Junho de 1997. Dispõe sobre a criação da Estrutura Organizacional Básica da Prefeitura Municipal do Casserengue. Casserengue, PB, 04. Jun. 1997.

BRASIL. Lei Complementar nº 03/2015, de 31 de março de 2015. Cria a Controladoria Geral do Município de Casserengue - CGC. Casserengue, PB, 31. Mar. 2015.

BRASIL. Lei Complementar nº 04/2015, de 01 de dezembro de 2015. Institui tratamento diferenciado e favorecido as pequenas e micro empresas. Casserengue, PB, 01. Dez. 2015.

BRASIL. Lei nº 202/2016, de 06 de abril de 2010. Dispõe sobre a criação do brasão municipal. Casserengue, PB, 06. Ab. 2010.

BRASIL. Lei nº 281/2016, de 16 de maio de 2016. Fixa o subsídio dos Secretários municipais e dá outras providências. Casserengue, PB, 16. Maio. 2016.

BRASIL. Decreto nº 04/2015, de 02 de fevereiro de 2015. Regulamenta a lei federal nº 12.527 que dispõe do acesso a informação. Casserengue, PB, 02. Fev. 2015.

CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

CASSERENGUE Notícias. Disponível em: http://http://www.casserenguenoticias.blogspot.com.br/>. Último acesso em: 17. Mar. 2017.

FORTES, Waldyr Gutierrez. Relações Públicas: processo, funções, tecnologias e estratégias. São Paulo: Summus, 2003.

FOSSATTI, N.C. Gestão da comunicação na esfera pública municipal. Porto Alegre- RS. Editora Sulina, 2006.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. - 6. ed. - São Paul: Atlas, 2008.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: . Último acesso em: 12. Abr. 2017.

69

JAQUES, Marcieli Quevedo. A atuação dos profissionais de Relações Públicas na comunicação do Governo do estado do Rio Grande do Sul (Monografia) Curso de Comunicação Social- Relações Públicas, UFPA, São Borja, 2014.

KOTLER, Philip. Administração de marketing: a edição do novo milênio. São Paulo: Prentice Hall, 2000.

MAFEI, Maristela. Assessoria de Imprensa: Como se relacionar com a mídia. São Paulo: Contexto, 2015.

MARTINEZ, Maria Regina E. Implantando e Administrando uma Assessoria de Imprensa. In: DUARTE, Jorge (org.). Assessoria de Imprensa e Relacionamento com a Mídia: teoria e técnica. Brasília: Editora Atlas, 2002.

NETO, Manoel Marcondes Machado. Marketing Cultural: das práticas à teoria. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2005.

POLARI, Rômulo Soares. A Paraíba que podemos ser: dá crítica à ação contra o atraso. – João Pessoa: Editora da UFPB, 2012.

POYARES, Walter. Imagem pública: glória para uns, ruína para outros. São Paulo: Ed. Globo, 1998.

Prefeitura Municipal de Casserengue. Disponível em: . Último acesso em: 13. Mar. 2017.

REIS, Ana Carla Fonseca. Marketing Cultural e financiamento da cultura. São Paulo. Thompson Learning, 2003.

RUSCHMANN, Doris. Marketing Turístico: Um enfoque promocional. Campinas – SP: Papirus, 1991.

VAZ, Gil Nuno. Marketing Turístico: receptivo e emissivo: um roteiro estratégico para projetos mercadológicos públicos e privados. São Paulo: Pioneira, 1999.

______. Marketing Constitucional: O mercado de ideias e imagens. São Paulo: Pioneira, 1995.

70

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO Informações para o(a) participante voluntário(a): Idade:______Sexo: ( ) Masc ( ) Fem Você está convidado(a) a responder este questionário anônimo que faz parte da coleta de dados da pesquisa “As Relações Públicas na Construção da Identidade de Casserengue" sob responsabilidade do pesquisador Gutemberg Cardoso da Silva e Prof. André Luiz Dias de França, ambos da Universidade Federal da Paraíba. QUESTIONÁRIO: 1. Você indicaria Casserengue para algum turista? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei 2. Sobre a Serra da Caxexa: ( ) Gostei ( ) Não Conheço ( ) Conheço, mas não gostei 3. Em sua opinião, Belezas Naturais atraem turistas? ( ) Muito ( ) Não ( ) Não sei 4. Você considera que a Serra da Caxexa tem potencial para ser ponto turístico atrativo? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei 5. Sobre os Tanques do Valério: ( ) Gostei ( ) Não Conheço ( ) Conheço, mas não gostei 6. Você considera que os Tanques do Valério têm potencial para ser ponto turístico atrativo? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei 7. Em sua opinião, o Patrimônio Histórico atrai turistas? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei 8. Sobre a Ponte Férrea do Salgado: (Construída em 1959, sobre o rio salgado da linha Independência ao Picuhy, trajeto que levaria o trem de Guarabira a Picuí) ( ) Gostei ( ) Não Conheço ( ) Conheço, mas não gostei 9. Sobre a Casa de Pedra: (1ª Casa da Cidade, totalmente de pedras, construída por Fernando Macena) ( ) Gostei ( ) Não Conheço ( ) Conheço, mas não gostei 10. Em sua opinião, Eventos tradicionais atraem turistas? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei 11. Você conhece os muitos artesãos locais (renda, madeira, barro, tecido, papel e etc), em nosso município? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei 12. Você acha que os artesãos locais merecem destaque/reconhecimento e espaço para mostrar seu trabalho? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei 13. Baseado em seus conhecimentos, Uma feira de artesanato atrelada a alguma festa tradicional (São Pedro, Emancipação, Padroeira) atrairia turistas? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei 14. Seria interessante uma forma de diálogo opinar/sugerir, uma ouvidoria em nosso município? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei 15. Você acha importante o patrocínio da Prefeitura a eventos privados, como forma de motivar a promoção de eventos na cidade? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei 16. Você acha importante a tradição religiosa no município?

71

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei 17. Como você avalia a divulgação dos eventos em nossa cidade? ( ) Boa ( ) Ótima ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssima 18. Como você fica sabendo da programação dos eventos da cidade? ( ) TV ( ) Rádio ( ) Internet ( ) Pelos Outros 19. Como você avalia a imagem de Casserengue no aspecto Turismo? ( ) Boa ( ) Ótima ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssima 20. Como você avalia a imagem de Casserengue no aspecto Cultura? ( ) Boa ( ) Ótima ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssima 21. Como você avalia a imagem de Casserengue no aspecto Comunicação/Divulgação? ( ) Boa ( ) Ótima ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssima 22. sobre a página de Casserengue no Facebook : ( ) Interessante ( ) Não Conheço ( ) Conheço, mas não gostei 23. sobre o site de Casserengue; ( ) Interessante ( ) Não Conheço ( ) Conheço, mas não gostei 24. Você vê/ouve notícias sobre Casserengue nos veículos de Comunicação? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei 25. Essa notícias divulgam e promovem os atrativos e belezas do município? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei 26. Na sua opinião, se houvesse uma divulgação/promoção dos atrativos turísticos (Belezas naturais, patrimônio histórico, artes, eventos), você na posição de turista, gostaria de conhecer Casserengue? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei

72

APÊNDICE B – ENTREVISTA (Prefeito / Sec. de Educação, Cultura e desporto / Sec. de Agricultura, Indústria, Comércio e Turismo)

1. Você indicaria Casserengue para algum turista? Por que? 2. Em sua opinião, Belezas Naturais atrai turistas? Por que? 3. Você considera que a Serra da Caxexa tem potencial para ser ponto turístico atrativo? Existem planos para isso? 4. Você considera que os Tanques do Valério têm potencial para ser ponto turístico atrativo? Existem planos para isso? 5. Em sua opinião, a exemplo de Bananeiras e Areia, Patrimônio Histórico atrai turistas? Por que? 6. Sobre a Ponte Férrea do Salgado: (Construída em 1959, sobre o rio salgado da linha Independência ao Picuhy, trajeto que levaria o trem de Guarabira a Picuí), você acha que tem potencial para ser ponto turístico? Existem planos de restauração ou de melhoria da mesma? 7. Sobre a Casa de Pedra: (1ª Casa da Cidade, totalmente de pedras, construída por Fernando Macena), você acha que tem potencial para ser ponto turístico? Existem planos de tombamento da mesma? 8. Em sua opinião, os Eventos tradicionais de nosso município atraem turistas? 9. Nosso município possui muitos artesãos locais seja de: renda, madeira, barro, tecido, papel e etc, você acha que eles merecem destaque/reconhecimento e espaço para mostrar seu trabalho? 10. Baseado em seus conhecimentos uma feira de artesanato atrelada a alguma festa tradicional (São Pedro, Emancipação, Padroeira) atrairia turistas? 11. Seria interessante um espaço de diálogo, pra opinar/sugerir, uma ouvidoria em nosso município? Existem planos pra isso? 12. Você acha importante o patrocínio da Prefeitura a eventos privados, como forma de motivar a promoção de eventos na cidade? 13. Você acha importante a tradição religiosa no município? Existem planos de restruturação ou de melhoria da mesma? 14. Como você avalia a divulgação dos eventos em nossa cidade? E a programação? 15. Como você avalia a imagem de Casserengue no aspecto Turismo? Você acha que tem como melhorar?

73

16. Como você avalia a imagem de Casserengue no aspecto Cultura? Você acha que tem como melhorar? 17. Como você avalia a imagem de Casserengue no aspecto Comunicação/Divulgação? Você acha que tem como melhorar? 18. Sobre a página de Casserengue no Facebook, como se dá as postagens, a avaliação e as sugestões de divulgação? De onde partem o desejo de publicar? 19. Sobre o site de Casserengue; como se dá as postagens, a avaliação e as sugestões de divulgação? De onde partem o desejo de publicar? 20. Dentre as notícias que aparecem de Casserengue nos veículos de Comunicação, essas notícias divulgam e promovem os atrativos e belezas do município? Seria interessante, um espaço para essa promoção do lugar? 21. Na sua opinião, se houvesse uma divulgação/promoção dos atrativos turísticos (Belezas naturais, patrimônio histórico, artes, eventos), você na posição de turista, gostaria de conhecer melhor Casserengue?

74

APÊNDICE C- REQUERIMENTO À PREFEITURA MUNICIPAL

Á Coordenadoria de Recursos Humanos Prefeitura Municipal de Casserengue

R E Q U E R I M E N T O

Eu Gutemberg Cardoso da Silva, CPF 100 189 004-37, cidadão morador do município de Casserengue, graduando em Relações Públicas pela Universidade Federal da Paraíba em fase de conclusão de curso, venho solicitar algumas informações de fins acadêmicos, levando em consideração o Decreto 04/2015 que normatiza o Serviço de Informação ao Cidadão – SIC.

Solicito: - Cópia da lei 029/97 e seus anexos que cria a estrutura organizacional de Casserengue; - Conforme o Decreto 04/2015- Art 6º - VI – “Remuneração e subsídios recebidos por ocupante de cargo, posto, graduação, função e emprego público [...]”; Ou seja, necessito saber os ocupantes dos cargos comissionados, escolaridade e remunerações (Não precisa ser a específicas, não quero saber salários de ninguém, me basta saber valor de gratificação específica para cada cargo), se possível anexar documentos a resposta para fins de comprovação.

Casserengue-PB, 01 de fevereiro de 2017

______Gutemberg Cardoso da Silva CPF 100189004-37 RG 3979585 SSP PB