População Somada À De Camboriú, Era De Cerca De 92 Mil Habitantes
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INDICADORES SOCIOECONÔMICOS O Estado de Santa Catarina tem uma superfície de 95.443 km², representando 1,1% do Território Nacional e 16,5% da Região Sul do Brasil, da qual também fazem parte o Paraná e o Rio Grande do Sul. Economia A economia de Santa Catarina caracteriza-se pela diversidade de atividades econômicas, com importantes segmentos na indústria e na agropecuária. Chama atenção, ainda, o fato de haver uma razoável distribuição da economia por todo o território, com várias regiões a serem destacadas na caracterização econômica do Estado – a Grande Florianópolis não é a região de maior expressão econômica. Na indústria, os segmentos mais importantes são: alimentos e bebidas, têxtil e confecções, metal-mecânica, e móveis. Na agropecuária, o Estado lidera a produção nacional de alho, maçã, mel, cebola e a criação de suínos. Além disso, destacam-se a criação de trutas e as lavouras de fumo, arroz, banana, batata, feijão, milho e gengibre. Outras atividades significativas no Estado estão relacionadas ao turismo, à movimentação dos portos e à infra-estrutura (especialmente, a construção de novos portos). Outro aspecto fundamental na caracterização da economia do Estado refere- se ao setor exportador, que tem sido privilegiado nas estratégias da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc). O Estado tem como principal fonte de renda a exportação, tanto para outros estados como para o exterior. Sua pauta de exportação (US$ 2,6 bilhões, em 1998) é diversificada: motores elétricos, compressores, tecidos, entre outros. Já a produção agropecuária, como suínos, frangos e bananas, são exportados com diferencial de valor agregado. Para enfrentar a crescente competitividade internacional, os empresários têm adotado duas estratégias: busca de sócios estrangeiros e agregação de valor à produção de matéria-prima (commodities), o que vem ocorrendo nos segmentos têxtil, alimentício e cerâmico. Além disso, a Fiesc e o governo do Estado têm privilegiado, no processo de desenvolvimento, questões relativas a pequenas empresas, turismo, ramos de exportação e agricultura. Enfim, a SEADE 40 intenção é diversificar a economia, que sempre teve seu modelo de desenvolvimento ancorado em grandes grupos. A guerra fiscal entre os estados é outra questão que tem requerido atenção do governo estadual e do empresariado. Várias empresas têm saído de Santa Catarina para se instalar em outros estados ou regiões (como o Nordeste), ou optam por realizar a expansão de seus negócios fora do estado. Como exemplos, tem-se as unidades da Perdigão, que se instalaram em Goiás, e a nova fábrica de tubos da Tigre, em Rio Claro/SP. A guerra fiscal conseguiu também atrair para o Rio Grande do Sul, a industrialização da produção de leite de Santa Catarina. Existem, no Estado, 60 mil produtores de leite, sendo que 56% estão na região Oeste. O leite catarinense é transformado em queijo e outros derivados no Estado vizinho. No setor industrial, um dos segmentos que mais cresceu foi a indústria de plástico. Além dos grandes fabricantes de tubos e conexões de Joinville, têm surgido outras indústrias: copos descartáveis em Criciúma; embalagens em São José; e cordas em Itajaí. Na região de Criciúma, a produção de copos descartáveis reponde por 83% das 6 mil toneladas de copos plásticos consumidas mensalmente no país. Este pólo, com oito empresas, é responsável por 85% do faturamento do setor. A fábrica de cordas de poliéster utiliza, na produção, a reciclagem de materiais, como embalagens de refrigerantes (PETs). No segmento metal-mecânico, o grupo Weg, situado em Jaraguá do Sul, é o quinto maior fabricante de motores elétricos do mundo, exportando para mais de 50 países. A meta é tornar-se fornecedor de tecnologia e engenharia de projetos para sistemas elétricos, bem como ampliar em 25% a.a. as exportações de motores elétricos. Com isso, as exportações aumentaram de US$ 66 milhões, em 1994, para US$ 118 milhões, em 19981. No setor alimentício, houve ganho com a agregação de valor em alguns produtos: a exportação de frangos em pedaços passou de US$ 76 milhões para US$ 88,8 milhões, enquanto a venda de frangos inteiros caiu de US$ 63 milhões para US$ 47 milhões, nos cinco primeiros meses de 1999. De modo 1 Gazeta Mercantil. Balanço Anual 1999 – Santa Catarina. SEADE 40 geral, a exportação de frangos aumentou 12% em quantidade e 63% em receita. A Seara Alimentos, por exemplo, pretende concentrar seus negócios em exportação, tendo como meta novos mercados, como o Irã e o Canadá.2 No município de Quilombo, o frigorífico de aves produz mensalmente quase 3 mil toneladas de frangos inteiros e mais de 2,5 mil toneladas de frangos em pedaços, com diferenciais de qualidade na produção (processo limpo de abate e industrialização de carne), são as chamadas inovações verdes. Esta produção tem a marca Aurora, da empresa Copercentra. Além disso, o frigorífico é referência na tecnologia de automação. A estreita relação entre a agropecuária e a indústria no estado, agregando valor a produtos primários, como frango e suínos, fez recentemente mais uma associação: vem crescendo o cultivo de produtos orgânicos e a industrialização de alimentos. No nordeste catarinense, a produção de banana está se expandindo e conquistando o mercado externo, com preço e qualidade satisfatórios. Existem na região seis agremiações, com 560 associados que respondem por 70% da produção local concentrada em: Schroeder, Corupá, Guaramirim, Massaranduba, Jaraguá do Sul e São João de Itaperiú. Nesta região, há também a cultura do arroz, em Guaramirim e Massaranduba. Na agropecuária, merece destaque também a produção de trutas, no município de Lages, que, iniciada nos anos 70, conquistou o mercado externo, como o Japão e a França. A chamada “rota da truta” 3 passa por São Joaquim, Irupema e Bom Jardim da Serra. Desta região, a criação de truta se espalhou para outras partes do estado, chegando a Garuva e Rio Negrinho (na divisa com o Paraná). Santa Catarina é responsável por 30% da produção de truta do país, com um total de 32 criadores que produziram 600 toneladas, em 1998. O que corresponde a um aumento de 50% em relação ao ano anterior (em meados de 70, haviam somente quatro criadores no estado). A produção estadual de peixe em cativeiro passou de 12 mil toneladas, em 1997, para 14 mil toneladas, no ano seguinte.4 2 idem. 3 Rodovia SC-438, que liga Lages à Serra do Rio do Rastro. 4 Gazeta Mercantil Balanço Anual 1999 – Santa Catarina. SEADE 40 No município de Turvo, a criação de peixe conta com todas as etapas da cadeia produtiva, inclusive a industrialização. A Cooperativa Regional Sul Catarinense (Copersulca) construiu um frigorífico especialmente para a industrialização de peixe. Também destaca-se, neste município, a comercialização de arroz, pela Copersulca, o primeiro sem agrotóxico do país. Outra cultura que tem aumentado é a produção de gengibre, na região de Itajaí. Mais de 70% do gengibre produzido no Estado é exportado para os Estados Unidos, Inglaterra e Israel, entre outros. Embora o Estado tenha mantido a mesma estrutura fundiária há várias décadas – baseada em pequenas propriedades familiares –, os centros urbanos têm crescido envolvendo significativas mudanças. No comércio, por exemplo, várias cidades vêm absorvendo hábitos de consumo já bastante difundidos nas grandes cidades do país. Trata-se da construção e inauguração de shoppings centers em municípios como Itajaí, Camboriú e São Bento do Sul. O turismo no estado, que explora o extenso litoral, com 561 quilômetros de praias, tem destaque no Balneário de Camboriú. Em 1996, sua população somada à de Camboriú, era de cerca de 92 mil habitantes. Nos meses de temporada de 1997/98, estes dois municípios receberam cerca 750 mil turistas, sendo que destes quase 200 mil eram estrangeiros (cerca de 80% argentinos). Com uma exploração mais recente, o turismo rural também vem se ampliando no Estado, sobretudo na região de Lages. O turismo incipiente na região serrana, explorado tanto no inverno quanto no verão, funciona em muitos casos em caráter complementar à atividade tradicional das fazendas, onde estão instaladas as pousadas. Há ainda, o turismo religioso, no município de Nova Trento, também conhecido pela produção de vinho e por sua tradição italiana. Santa Catarina possui três portos – Itajaí, São Francisco do Sul e Imbituva –, sendo cada um com um modelo diferente de gestão: municipal, estadual e privada, respectivamente. Em menos de três anos, devem estar concorrendo com outros dois portos que estão sendo construídos pela iniciativa privada (Itapoa e Navegantes), nas redondezas dos portos já existentes. SEADE 40 Itajaí é o quarto porto do país em movimentação de conteineres e o maior em exportação de carnes. A atividade portuária que se desenvolve em São Francisco do Sul, principal porto de Santa Catarina, está relacionada à exportação de grãos, trigo e açúcar do oeste catarinense e do Paraná, servindo também como receptor do petróleo bruto para a Refinaria de Araucária, localizada no Paraná. A Fiesc realizou pesquisa com 100 principais empresas exportadoras do estado, com o objetivo de identificar as dificuldades enfrentadas no sistema portuário, entre as quais destacaram-se: custos (43%), carência de escala de navegação (22%), e morosidade (16%). A pesquisa também possibilitou identificar os principais setores que utilizam o transporte marítimo para o escoamento das mercadorias: madeireiro (17%), têxtil (12%), de plástico (10%), e mecânico e de material elétrico (10%). Quanto à infra-estrutura, o gasoduto Brasil-Bolívia, a duplicação da Rodovia BR-101 e a construção da hidrelétrica de Itá são as principais obras do estado. No que se refere à caracterização regional da economia, as regiões de maior dinamismo econômico são: Vale do Itajaí/Joinville e Florianópolis. Na região do Vale do Itajaí/Joinville destacam-se os municípios de Blumenau e de Joinville como principais pólos. Em Blumenau, as atividades econômicas predominantes são aquelas relacionadas à indústria têxtil e de confecções.