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NOVAS OCORRÊNCIAS DE FÓSSEIS NAS FORMAÇÕES CORUMBATAÍ E ESTRADA NOVA DO ESTADO DE SÃO PAULO E CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES SOBRE SEUS SIGNIFICADOS PALEONTOLÓGICO E BIOESTRATIGRÁFICO

Maria da Saudade A. S. MARANHÃO Setembrino PETRl

RESUMO

O presente trabalho discute ocorrências e posicionamento estratigráfico dos fósseis das formações Corumbataí e Estrada Nova, incluindoespongiários (espículas), ostracodes, microvertebrados (dentes e escamas de paleoniscídeos), estromatólitos, oogônios de carófitas e bivalves que compõem as associações fossilíferas presentes nessas formações. A análise micropaleontológica permitiu: 1) classificar espículas de espongiários como oxeas monoxônidas características da Classe Demospôngia da Ordem Haplosclerida; 2) identificar dezesseis gêneros e vinte e três espécies novas de ostracodes, com base na morfologia externa da carapaça; 3) identificar dez morfotipos de ictiodontes e quatro tipos de escamas de paleo• niscídeos; 4) descrever ocorrência de oogônios de carófitas, com os espécimes isolados, pela primeira vez, da rocha matriz. Considera-se a possibilidade das carófitas serem fósseis-índices do topo do Membro Teresina da Formação Estrada Nova, pois apresentam posição estratigráfi• ca restrita e ampla distribuição geográfica. O estudo dos bivalves foi estendido para áreas pouco conhecidas, incluindo as regiões de Santa Cruz das Palmeiras, Tambaú, , , Guareí, Taguaí e Fartura para mostrar que o zoneamento bioestratigráfico proposto para a região de Rio Claro é válido também para outras áreas de São Paulo. As biozonas apre• sentam ampla distribuição geográfica como no caso da Zona Pinzonella neotropica-Jacquesia brasiliensis que vai do nordeste ao sudoeste do Estado. As características litológicas, petrográ• ficas e estruturas sedimentares associadas às feições tafonômicas e paleoecológicas dos bio• clastos mostraram que a maioria dos fósseis das formações Corumbataí e Estrada Nova não correspondem a deposições in situ, mas foram transportados e redepositados durante suces• sivos eventos de tempestades.

ABSTRACT

Constitution, local and regional ranges and stratigraphic position of fossils of the Corumbataí and Estrada Nova formations sponge spicules, ostracodes, ichthyoliths, coprolites, probable biogenic fragments, charophyte oogonia, stromatolites and bivalves are studied. Micropaleontological analyses allowed to: 1) classify sponge spicules as monaxonid oxeas characteristic of the class Demospongia of the Haploscherida Order; 2) identify, based on the external morphology of the carapace, 16 genera and 23 new species of ostracodes; 3) identify 10 morphotypes of ichthyoliths and 4 types of PaleollÍscoidei scales; 4) describe, for the first time in , a charophyte oogonium occurrence in which the paleozoic specimens could be isolated from the rock matrix. The charophyte may eventually prove to be an index fossil as it has so far been registered only at the top of the Teresina Member of the Estrada Nova Formation; 5) identify two distinct groups of probable biogenic fragments. The study of bivalves was extended to the regions of Santa Cruz das Palmeiras, Tambaú, Porangaba, Angatuba, Guareí, Taguaí and Fartura; it is shown that the biostratigraphic zonation proposed for the Rio Claro region can be applied to other areas of the State. The biozones were widely distributed geographically, as for instance the Pinzonella neotropica-Jacquesia brasiliensis Zone, which extends from the northeast to the southwest of São Paulo State. The lithological and petrographic characteristics and the sedimentary structures associated with the taphono• mic and paleoecological features of the bioclasts showed that the fossils of the Corumbataí and Estrada Nova formations do not, in general, correspond to in situ depositions, but were transported and redeposited during sucessive storm events.

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INTRODUÇÃO seções examinadas, de modo a avaliar o conteú• do fossilífero das formações Estrada Nova e Este trabalho apresenta informações sobre Corumbataí em diferentes pontos do Estado. fósseis das formações Corumbataí e Estrada Nova Entretanto, por tratar-se de assunto muito pertencentes ao Grupo Passa Dois do Estado de extenso, serão apresentadas discussões resumi• São Paulo, Brasil, de idade neopermiana. das sobre essas ocorrências fossilíferas, as Durante décadas houve tendência em inten• descrições detalhadas e documentação fotográfi• sificar as pesquisas das ocorrências de bivalves ca completa sobre cada grupo serão objeto de da área de Rio Claro, permanecendo dúvidas diversos trabalhos específicos, em elaboração. quanto ao grau de abrangência dessas biozonas malacofaunísticas e se as mesmas seriam válidas CONSIDERAÇÕES para correlações com outras áreas do Estado. LITOESTRA TIGRÁFICAS A partir dos estudos sistemáticos sobre os Chondrichthyes do Membro Taquaral da Desde a sua introdução na literatura, os ter• Formação Irati (RAGONHA, 1978) e mos Estrada Nova e Corumbataí vêm sendo Xenacanthodii da Formação Corumbataí aplicados no Estado de São Paulo, para a (RAGONHA, 1984), houve avanço também nos seqüência superior do Grupo Passa Dois, sem estudos das ictiofaunas do Grupo Passa Dois. critérios seguros devido à: Entretanto, os paleoniscídeos mesmo sobre• 1) dificuldade para a perfeita caracterização pujando quantitativamente os outros grupos de das unidades estratigráficas e suas inter-relações peixes, continuavam pouco conhecidos, sem espaciais no Estado; descrições dos morfotipos encontrados nas for• 2) dificuldade de correlação entre a mações Estrada Nova e Corumbataí do Estado . Formação Estrada Nova presente nos estados do DUNKLE & SCHAEFER (1956) foram pre• Paraná e Santa Catarina, subdividida em mem• cursores no estudo desse grupo de peixes, bros e aquela aflorante em São Paulo, com ca• descrevendo um exemplar completo, o qual foi racterísticas litofaciológicas distintas. descoberto na rodovia Conchas- (SP). A No Estado de São Paulo, a indivisibilidade segunda ocorrência de exemplares completos foi da Formação Estrada Nova foi mantida por de SILVA-SANTOS (1991) que noticiou quatro FULF ARO (1970), LANDIM (1970) e ZAINE exemplares coletados em Angatuba (SP). Os (1980); menciona-se, contudo, a ocorrência de demais registros constam de citações sobre a pre• fácies evocativas dos membros estabelecidos sença de elementos exoesqueletais isolados, sem por GORDON Jr. (1947). descrições dos morfotipos encontrados. A princi• Para alguns autores, entretanto, a subdivisão pal informação sobre essas peças é uma estampa da Formação Estrada Nova aplicável a Santa apresentada por WÜRDIG-MACIEL (1975) que Catarina e Paraná pode também ser reconhecida ilustrou ictiodontes e escamas da Formação até a área centro-sul de São Paulo. Estada Nova (na nossa concepção Corumbataí) da Neste contexto, LELLIS (1970) caracteri• região de (SP), sem discutir as carac• zou, como típica fácies Serra Alta, a litologia terísticas morfológicas dos tipos documentados. encontrada na região de -Cesário Lange• A análise paleontológica envolveu também Bofete (SP), onde a seqüência é constituída por as espículas de espongiários já mencionadas por siltito maciço, de cor cinza escura, com fratura WASHBURNE (1930). A distribuição desses conchoidal, associado com concreções elípticas microrrestos foi avaliada por FULF ARO (1970) e níveis de calcário com espessuras variáveis, que recuperou espículas no intervalo compreen• desde poucos centímetros até 30cm. dido entre o topo do Grupo Tubarão ao topo do VIEIRA (1973) denominou Grupo Estrada Grupo Passa Dois, mas esse material não foi documentado. Nova ao conjunto das formações Irati, Serra Alta e Teresina. A Formação Serra Alta, segundo esse Nesse mesmo contexto, inseriam-se os autor (op. cit.), estende-se "do sul até próximo à ostracodes, com apenas uma ocorrência estuda• estrada -Guareí, ande se confunde da por SOHN & ROCHA-CAMPOS (1990), nas com a base da Formação Teresina (Corumbataí), proximidades de Conchas (SP), em sedimentos para voltar a reaparecer em sua litologia típica nas da Formação Estrada Nova. proximidades da Rodovia Castello Branco". Com Assim, o objetivo deste trabalho foi ampliar relação à Formação Teresina, chamou a atenção o conhecimento sobre a distribuição dos bival• para a variação nas tonalidades dos sedimentos, ves em áreas pouco conhecidas no Estado, con• cinzas ou verdes no Paraná, que adquirem co• comitantemente documentando os microfósseis loração avermelhada, no Estado de São Paulo, e microrrestos coletados em vários níveis das onde passa a ser denominada de CorumbataÍ.

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do Paraná até o Rio Tietê, nas proximidades da cidade de Piracicaba (SP). A partir desse ponto, em direção ao fianco nordeste do Estado, por recorrência das litologias seria preferível aplicar à seqüência o termo Corumbataí. A nomenclatura adotada, no presente traba• lho, concorda com essa conceituação.

METODOLOGIA

Trabalhos de Campo

Foram levantadas 21 seções estratigráficas (in MARANHÃO, 1995) sendo que as corres• pondentes à Formação Corumbataí localizam-se no norte do Estado, na área de Rio Claro, e mais ao nordeste, nas regiões de Santa Cruz das Palmeiras e Tambaú.

FIGURA I - Mapa de localização dos perfis Os afloramentos da Formação Estrada geológicos. PG I: Pedreira Pau Preto (Folha 1:50.000 Nova compreendem as ocorrências situadas no de Sarutaiá); PG 2: Estrada de Angatuba (Folha centro-sul, em Angatuba, Porangaba e Guareí, 1:50.000 de Aracaçu); PG 3: km 161,5 da Rod. Castello Branco (Folha 1:50.000 de Conchas); PG 4: e na área sudoeste, nas regiões de Taguaí e Fazenda ltaoca (Folha I :50.000 de Santa Rita do Fartura. Para este trabalho foram escolhidos Passa Quatro). quatro perfis localizados no Estado, conforme a FIGURA 1, para orientação do leitor quanto ao posicionamento dos níveis fossilíferos. Na No mapa geológico do Estado de São Paulo FIGURA 2 são apresentadas as legendas dos publicado em 1981, pelo Instituto de Pesquisas perfis da Formação Estrada Nova (FIGURAS 3, Tecnológicas, o termo Estrada Nova foi aplica• 4 e 5) e da Formação Corumbataí (FIGURA 6). do para a seqüência, subdividida em membros Serra Alta e Teresina, enquanto Corumbataí foi Análises Laboratoriais empregado para a unidade litoestratigráfica indi• visa (ALMEIDA & MELO, 1981). MELLO E SOUSA (1985) adotou essa A metodologia adotada para o tratamento mesma idéia, 'considerando as formações de amostra seguiu os procedimentos recomenda• Estrada Nova e Corumbataí estratigraficamente dos pelos laboratórios da PETROBRÁS, adapta• correlatas. Na sua opinião, a Formação Estrada dos ao material em questão que consiste de: Nova, subdividida nos membros Serra Alta 1) Pesagem de amostras - a quantidade esta• (inferior) e Teresina (superior), afiora na porção belecida foi de 500g de material previamente sudoeste do Estado de São Paulo, desde a divisa desagregado, para facilitar a reação química.

FIG. 2 - LEGENDA PARA AS SEÇOES COLUNARES L1TOLOGIA ESTRUTURAS SEDIMENTARES F6sSEIS

k".::".':-::. ":·:::1 ARENITOMUITO FINO ~ ESTRUTURA MACiÇA I 'VV' I =8EE~ci:N~;OULAOO ~ RESTOS DE PEIXES DISPERSOS

E::3 NivEl DE AREN1TO I--~ 1l.AM1NAçAQ PlANO-PARALELA 1...------1 ASSIMÉTRICASMARCAS ONDULADAS I ~)c cx I ~~~6~~~~~ES

I:-~:-....:.:.::I Sll TITO I SIl TITO ARENOSO ~~~~~~lA DE ARE~ OSTRACOOES I E I 1 ~ I ~~~~~MlGRANTES [TI

1::.:..:-.-:..-:1 SIL TITO ARGilOSO ~ ~~t;~AÇÁO PLANO- I v~ I ESTRUTURA"~ ~ EspiCULAS DE ESPONGIÂRIOS

I I~1~~T~T~I~iT~ ~~~~so I .....- I ESTRUTURA "FLASER" ~ OOLiTICO lI) COPRÓLITOS ~ CAlcARJo I ~ I ESTRUTURA "lINSEN" @:=J GRETA DE CONTRAÇÃO C!:J :~~A~~~RG~~NJ)OS

~ CALcARIO OOUTICO ~ ESTRUTURA DE SOBRECARGA ITJ :~Vl~~:~~~NJ~S

~ ~~f~~NgO/CALCARENITO CLJ ~~~~~~SO~~~:SNTOS OE

ESTROMATOUTOS r;@ CALCILVTITO eu

~ NlvEL DE CALCARIO

1.•••..•••.. 1 BASAlTO

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2) Adição de água oxigenada a 130 volumes 5) Organização das lâminas secas - os - as amostras foram submetidas ao ataque por espécimes recuperados foram acondicionados água oxigenada visando sua desagregação e oxi• em células plummer, arquivadas no Acervo dação da matéria orgânica. O volume adicionado Paleontológico do Instituto Geológico. de água oxigenada variou de 100 a 300ml, sendo 6) Documentação fotográfica - após a orga• o tempo de reação estabelecido em aproximada• nização das lâminas, os espécimes-tipos foram mente 24 horas. metalizados com uma fina película (aproxi• 3) Lavagem e secagem das amostras - as madamente 400 angstrons) de ouro paládio e amostras foram separadas em peneiras de ma• fotografados com microscópio eletrônico de lhas 0,71mm, 0,50mm, 0,250mm, O,I77mm, varredura marca JEOL JXA-840A, onde se uti• 0,125mm, 0,062mm e 0,037mm, sob água cor• lizou câmera PENT AX-MX. Todo o processo rente e colocadas para secar à temperatura de foi realizado pelo pessoal técnico e equipamen• 60°C, na estufa. to do Centro de Pesquisas Leopoldo A. Miguez 4) Triagem - as frações granulométricas de Mello (PETROBRÁS/CENPES) e Instituto foram pesadas ·e.acondicionadas em frascos de• de Química da UNESP-, com o vidamente identificados, procedendo-se à sepa• acompanhamento da autora. ração dos microfósseis e microrrestos. ... _. .,.oc=.LLEX.PRÓPRIONA METADESILTITO.DO .. · CALcARIO OOLlTICONO COM CON- ESTRUTURA·TOPOSEM w.\RITMO: IRREGULAR. m ·UTOLOGIAESTRUTURASENIVEISO<·VARIEGADOCOMSILTITODE BASTANTEDISSOLUÇÃOCOM ALTERADOSILTITOSILTITO.. • --· · BASECALCARIOEDU.!~~~~~MFOSSEISOOLlTICO.PARTES DE CALC""IO · _.---1CONCREÇOESDE .1-2CmDE""'J A-::::ê;: CALcARIO SILTITOSEMELHANTE AO DA 15 .- - ""'0"'" CREÇOESLAMINAÇ1.0CARBONATICASPLf,No-PARALELAE ._.-: · _._-~-- NOCARBONATICAS.(:TOPO.-=oDESCR~O..6- SUCINTASILTITO...... · ... ENCOBERTO -b ... .. F=...=·- -::::ê - 1--._-"'-" ·_ f--_._. -::::ê ~~ ~~DXsAR.J~~~R~g:s:"""v~ '-- -_... · _ CALCARENITO.· ·-_INTERCALADOS... · SILTITO COM LAMINAÇÃO "..-C-_... _ · ~~g~I~E~ci~~CO (iDEM PRo- --_··.. -"-'" SIL1-._-f--_.-f------._.TITO;:;..LOCALMENTE COM FEN- _.•. 1 __ 1-.._'. ,5 f----... • -- ~ .. ... :;;:;-,:;>..-.- o f---._-- _.-_ - 5 .__ -- 1-.- 10 -._-- CONSIDERAÇÕES PALEONTOLÓGICAS ~===:·· -- 1--:1 ,10 -,:; A associação fossilífera presente nas for• mações Corumbataí e Estrada Nova com• 15 preende espongiários (espículas), ostracodes, ictiofósseis, coprólitos, prováveis fragmentos biogênicos, oogônios de carófitas, bivalves e estromatólitos. Os critérios utilizados para as

m 12.16 UTOLOGIA

12

SIL TITO FINAMENTE LAMINADO. 10

AREMITO MUITO FINO, CALCIFE• RO ESTRATIFICADO.

AREMITO MUITO FINO, INTER• CALADO COM CALCISSIUTO .

~ ex AREMITO MUITO FINO COM RESTOS DE PEIXES.

~[ FIGURA 4 - Perfil Geológico do afloramento FIGURA 3 - Perfil Geológico da Pedreira de situado na estrada Angatuba para Rodovia Raposo Pau Preto - Rodovia de -Fartura, marco Tavares. A 1,5 km da entrada da cidade, na pro• 12,4 km a partir de Taquarituba (Membro Teresina). priedade do Sr. Fernando Turelli (Membro Teresina).

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descrições e classificações dos vários grupos trais, tipo, número e posição dos porocanais e serão discriminados a seguir: vestíbulo, adotou-se a classificação artificial, baseada em características externas das valvas Espículas de Espongiários direita e esquerda, relação de recobrimento das valvas e contorno da carapaça em vista dorsal, As espículas descritas neste trabalho encon• que permitiu a identificação de 23 morfoespé• tram-se arquivadas na Fundação Zoobotânica do cies distribuídas por 16 morfogêneros. O gênero Rio Grande do Sul. 1 espécie 1 definido nesse trabalho está ilustrado Na ESTAMPA 1 estão ilustradas algumas na ESTAMPA 2. espículas isoladas classificadas como espículas No trabalho de SOHN & ROCHA-CAM• óxeas monaxônidas características da Classe POS (1990) sobre ostracodes da Formação Demospôngia, da Ordem Haplosc1erida Corumbataí, os espécimes descritos foram (BERGQVIST, 1978). Não foram encontrados atribuídos com dúvidas aos gêneros vestígios de sua organização nos esqueletos das Cypridopsis, Candona e Darwinula, além de esponjas. três espécies assinaladas a um gênero' desco• Associados às espículas, foram encontra• nhecido; as descrições apresentadas, entretanto, dos microrrestos identificados como possíveis não trazem detalhes sobre as cáracterísticas das ossículos (elementos calcíticos do esqueleto). duas valvas e relações de recobrimento, impossi• de ofiuróides. bilitando comparar os morfotipos aqui descritos com o material estudado por esses autores (op. Ostracodes cit.). Apenas o gênero 2 espécie 1 foi relaciona• do ao gênero desconhecido espécie 1 figurado Os ostracodes descritos neste trabalho por SOHN & ROCHA-CAMPOS (op. cit.) na encontram-se arquivados temporariamente no figura 6.13. Por outro lado, o gênero 4 espécie 1 Acervo do CENPES - PETROBRÁS. apresenta relações de contorno com Candona sp. figurada por SOHN & ROCHA-CAMPOS (op. Na ausência de caracteres morfológicos cit.). Variações são observadas, entretanto, como: charneira, impressões musculares cen- quanto ao contorno da carapaça em vista dorsal. A dificuldade de identificação das relações de

m recobrimento das carapaças descritas impede L1TOLOGIA E~JI~. FÓSSEIS DESCRI AO SUCINTA 11,18 SILTITO SEMELHANTE AO caracterizar, sob esse aspecto, possível identi• ANTERIOR. dade entre essas formas, Entretanto, detalhes das

10 margens livres indicam a provável sobreposição da valva esquerda sobre a direita ao longo das mesmas.

ARENITO MUITO FINO COM 1 Cm DE ESPESSURA. Ictiofósseis SILTITO SEMELHANTE AO ANTERIOR. Os ictiodontes e escamas descritos neste tra• ARENITO MUITO FINO, CALCI• FERO, COM 1 Cm DE ESPES. balho encontram-se depositados no Acervo ARENITO MUITO FINO, CALC • Paleontológico do Instituto Geológico, sob a FERO, C/ESPES.VARIADO DE 2-4Cm. sigla MP-IG-MV-I a MP-IG-MV-131 (MP = NlvEL DE CALCARIO C/ ESPES. IRREG. VARIANDO DE 1-7 Cm. Museu Paleontologia, IG = Instituto Geológico e NlvEL DE CALCARIO DE 3 CmOE MV = microvertebrados). A maioria dos morfotipos documentados foram recuperados nas amostras coletadas nos km 161,5 a 162 Rodovia Castello Branco, SP•

C....!! 280 (FIGURA 5), que reúne os microvertebra• '-x ~(!_·i dos mais diversificados e melhor preservados. Inicialmente, os ictiodontes foram identificados O FINO, através de microscopia óptica, em tipos designa• dos pelas letras A, B, C, D, F e G, conforme

SILTITO MACiÇO. classificação proposta por WÜRDIG-MACIEL (1975). Para observação do espécime completo e da micrornamentação do capuz apical e da fuste dentária foram obtidas fotomicrografias ao FIGURA 5 - Perfil Geológico do afloramento situado no km 161,5 da Rodovia Castello Branco microscópio e1etrônicode varredura, MEV (con• (Membro Serra Alta). forme procedimento descrito em RICHTER et

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ai., 1985). Os aumentos utilizados para os letra do morfotipo, acompanhada de um número exemplares variaram de 25 a 100 vezes, enquan• (o ictiodonte F-l está ilustrado na ESTAMPA to para o capúz e a fuste esse aumento foi de 4). 1000 vezes. Dentre os vários tipos de ornamentação Com base na ornamentação da fuste e observados ao MEV, o mais freqüent~ consiste de tubérculos fusiformes, distribuídos longitudi• capuz apical, ao MEV, foram descritos novos nalmente por toda a superficie da fuste dentária, morfotipos designados de Ictiodonte L, estendendo-se às faces laterais. O capuz apical Ictiodonte M, Ictiodonte N e Ictiodonte O. apresenta-se liso ou com sulcos e cristas que, Foram também identificados subtipos dos pela disposição, lembram o padrão fusiforme ictiodontes A, C e F, designados pela mesma observado na fuste (ESTAMPAS 3 e 4).

m L1TOLOGIA FOSSEIS DESCRI ÃO SUCINTA Para a identificação das escamas adotou-se 19.20 l~~. ARENITO MUITO FINO. a classificação morfológica proposta por o SILT'TO ARGILOSO COM GRETAS o DE CONTRAÇÃO PREENCHIDAS RICHTER et ai. (1985), considerando-se as POR ARENITO MUTIO FINO. seguintes feições: forma geral da escama, orna•

SIL nTO ARGILOSO, HOMOGENEO. mentação superficial ao microscópio óptico, processos articulares, características das mar• gens das escamas e padrão de ornamentação observado ao MEV.

ARENITO MUITO FINO, HOMO• GENEO. Assim, identificaram-se escamas dos tipos P-l, P-2, P-3 (esta última ilustrada na ESTAM• PA 5) e C-I?, que guardam estreita relação com

RITMITO DE SIL T'TO ARENOSO E os morfotipos descritos e figurados por ARENITO MUITO FINO. RICHTER (1981) e RICHTER et ai. (1985).

Coprólitos

RAGONHA (1987) registrou a presença de coprólitos espiralados de xenacantódios na NíVEL COM OSTRACODES E RESTOS DE PEIXES. Formação Corumbataí (Estrada Nova na acepção do presente trabalho), af10rante no km 209 da SP-270, município de Angatuba. Durante a seleção dos NlvEL COM CONCENTRAÇÃO DE RESTOS DE PEIXES. microfósseis das amostras coletadas nos km SIL TITO ARENOSO EJOU ARENITO MUITO FINO COM LAMINAS MAIS 161,5 a 162 da Rodovia Castello Branco SP• FINAS SUBPARALELAS ONDULADAS DE SILTITO ARGILOSO. ALGUMAS DESSAS LAMINAS COM ESTRUTURA 280 (FIGURA 5), foram recuperados vários DE SOBRECARGA OS RESTOS DE PEIXES ESTÃO CON coprólitos, incluindo massas fecais hemicilín•

g~~m~g8~SN:IUf~,~~~Ad'OM AS dricas não espiraladas, espiraladas e PARTES MAIS ALONGADAS ORIENTADAS NO SENnDO DAS arredondadas (estas últimas estão ilustradas na ONDULAÇOES. ESTAMPA 6). A presença dos coprólitos atesta condições de baixa energia, permitindo sua conservação. Posteriormente, durante os eventos de tempes• tades, esse material foi remobilizado e redeposi• tado junto com os restos de paleoniscídeos.

Prováveis fragmentos biogênicos

Na Formação Estrada Nova foram reco• nhecidos dois grupos de prováveis fragmentos biogênicos. Os fragmentos incluídos no Grupo 1 foram coletados no Membro Serra Alta, nos FIGURA 6 - Perfil Geológico do af1oramento km 161,5 e 162 da Rodovia Castel10 Branco situado em frente à sede da Fazenda Itaoca, distante 4 km da estrada Porto Ferreira - Tambaú, a 11 km da (FIGURA 5), distinguindo-se, nesse caso, cidade de Santa Cruz da Estrela (Formação fragmentos de formas triangulares e semicir• Corumbataí). culares, translúcidos, moderadamente inf1a-

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dos e com extremidades proeminentes (OS Morfotipos semelhantes aos fragmentos primeiros estão ilustrados na ESTAMPA 7). silicificados foram também encontrados em Rio Nota-se nas fotomicrografias ao MEV que Claro, em amostras da Formação Corurnbataí, os dois tipos de exemplares apresentam superfi• coletadas no at1oramento situado na estrada vi• cies externas com pontuações semelhantes às cinal para a Fazenda Santana de Urucaia, 1 km encontradas nas escamas (P-l) e estão associa• do Ribeirão Batalha, 6 km do trevo de Rio dos aos ictiodontes e escamas (do tipo P-l e P• Claro, pela Rodovia Wilson Sinardi, no sentido 3) de paleoniscídeos, o que sugere tratar-se de Ipeúna (MARANHÃO, 1995, figo 19). microrrestos desse grupo. Os fragmentos do Grupo 2 foram recupe• Oogônios de Carófitas rados no at1oramento do Membro Teresina, si• tuado na estrada de Angatuba para a Rodovia A recuperação, pela primeira vez, de Raposo Tavares, a 1,5km dessa cidade (FIGURA espécimes silicificados de oogônios isolados da 4), distinguindo-se fragmentos silicificados com matriz, no at1oramento às margens da Represa fina ornamentação de estrias subparalelas ao Xavantes (ESTAMPA 9), possibilitou comple• comprimento (EST AMP A 8), associados com mentar a descrição de Leonardosia langei prováveis fragmentos de espinhos de peixes. (MARANHÃO et aI., em elaboração) proposta

ESTAMPA 1

ESPÍCULAS DE ESPONGIÁRIOS Fig. 1 Megasclera oxea (X200); Fig. 2 Megasclera oxea (X200); Fig. 3 Megasclera oxea (X200); Fig. 4 Megasclera oxea (X150); Fig. 5 Rocha com restos de espículas (XIOO); Fig. 6 Detalhe da figura 5 (X200); Procedência: afloramento situado na estrada de Angatuba, a 1,5km da entrada para a cidade, na propriedade do Sr. Femando Turelli.

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por SOMMER (1954), que se baseou em con• Estromatólitos tramoldes. Na Formação Estrada Nova, este vegetal Em nova ocorrência em Taguaí (SP), MARANHÃO, 1995, figo 30B, foram identifi• parece ter distribuição horizontal ampla, porém cados preliminarmente filmes microbianos, restrita ao topo do Membro Teresina, o que crostas microbianas ou estromatólitos estrati• reforça sua utilização eventual como fóssil• formes e estromatólitos dômicos ou nodulares índice. constituídos por domos múltiplos, encontrados em calcarenito parcialmente silicificado asso• Bivalves ciado com ca1cissiltito com estratificação cruza• da e ondulada. A descrição de seis novas espécies e de dois novos gêneros identificados durante a pesquisa, PALINOLOGIA bem como a complementação da diagnose de Naiadopsis lamellosus Mendes será objeto de tra• Num total de três amostras coletadas, foram balho específico desenvolvido por MARANHÃO recuperados palinomorfos em somente duas, & MEZZALIRA (em elaboração). procedentes dos seguintes locais:

ESTAMPA 2

OSTRACODES Fig. 1 Gênero 1 espécie 1 - Parátipo. Yalva direita (X96); Fig. 2 Detalhe da ornamentação da valva di• reita (X192); Fig. 3 a 6 Série ontogenética; Fig. 3 Yalva direita (X120); Fig. 4 Yalva esquerda (X120); Fig. 5 Yalva direita (X120); Fig. 6 Yalva esquerda (X120); Procedência: Pedreira de Pau Preto (município de Taguaí) - Rodovia Taquarituba-Fartura, SP-249, marco 12,4km a partir de Taquarituba.

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- Amostra 1 (Membro Serra Alta): km 162 Além destes, foram observados alguns da Rodovia Castello Branco, SP-280; grãos de pólen dissacado indeterminado (ARAI -Amostra 2 (Membro Serra Alta): km 161,5 & DINO, 1995). Rodovia Castello Branco, SP-280. De acordo com ARAI & DINO (op. cit.) "a Estas amostras foram submetidas a trata• associação polínica da amostra 2 relaciona-se ao "Intervalo L" de DAEMON & QUADROS mento palinológico no Setor de Bioestratigrafia (1970) e à Zona Lueckisporites virkkiae de e Pa1eoecologia do CENPES (PETROBRÁS), MARQUES- TOIGO (1988). Esses autores sendo os estudos realizados pelo Df. Rodolfo atribuíram idade kazaniana (Neopermiano) a Dino e pelo Geólogo Mitsuru Arai. estas unidades bioestratigráficas. Por outro lado, A amostra 1 apresentou raros palinomorfos ARAI (1980) relacionou a "Fase" severamente carbonificados e/ou oxidados, o Lueckisporites, que apresentou características que impediu qualquer identificação taxonômica. semelhantes ao "Intervalo L", com o A amostra 2 forneceu os seguintes táxons: Kunguriano. Esta aparente contradição, no Alisporites aff. nuthallensis, Corisaccites entanto, não constitui um problema, já que vanus, Limitisporites sp., Lueckisporites virkkiae ARA I (1980) estudou apenas associações e Vittatina? sp. polínicas da Formação Irati, para caracterizar a

ESTAMPA 3

ICTIODONTES (Actinopterygii) Fig. I Detalhe do capuz apical (XI00); Fig. 2 Fragmento mandibular com duas fileiras de dentes (XIOO); Fig. 3 Cortes dos ictiodontes com detalhes dos canais pulpares (X350); Procedência: km 162,8 da Rodovia Castello Branco.

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"Fase" Lueckisporites. A Formação Corumbataí, A Zona Barbosaia angulata e Holdhausiella que se situa num nível estratigráfico mais alto, almeidai corresponde ao intervalo basal da pode estar mesmo no Kazaniano". Formação Corumbataí. MEZZALIRA (1980) desdobrou essa biozona em duas: a Zona ZONEAMENTOS MALACOFAUNÍSTICOS Barbosaia angulata (inferior) e a Zona Leinzia jroesi (superior), reunidas novam'ente por MARANHÃO (1986), com base na similaridade Na Formação Corumbataí, o zoneamento genérica e específica apresentada por ambas. malacofaunístico elaborado por MENDES (1952) apresenta três biozonas principais designadas da Posteriormente, após a proposição do base para o topo de: Zona Barbosaia angulata• gênero Anhembia (MEZZALIRA et al., 1990) Holdhausiella almeidai, Zona Pinzonella illusa• para as espécies A. jroesi e A. gigantea atribuí• Plesiocyprinella carinata e Zona Pinzonella das por MENDES (1949) ao gênero Leinzia, a neotropica-Jaquesia brasiliensis. referida zona passou a ser denominada Zona

ESTAMPA 4

ICTIODONTES (Actinopterygii) Fig. I Ictiodonte F-I (XIOO); Fig. 2 Detalhe da ornamentação do capuz apical (XIOOO); Fig. 3 Detalhe da ornamentação da fuste (XIOOO); Fig. 4 Ictiodonte F-l (X75); Fig. 5 Detalhe da ornamentação do capuz api• cal (X 1000); Fig. 6 Detalhe da ornamentação da fuste (X I000); Procedência: km 161,5 da Rodovia Castello Branco.

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Barbosaia angulata - Anhembia jroesi. Essa rior de HUENE (op. cit.), respectivamente, de biozona, entretanto, desde a sua proposição, tem "Zona Pinzonella e Plesiocyprinella" e "Zona sido objeto de poucos trabalhos, podendo-se Pinzonellopsis e Jacquesia". citar: MEZZALIRA (1957, 1980) e MARA• Posteriormente (MENDES, 1952), mudou a NHÃO (1986, 1995) que enfocam o conteúdo nomenclatura mais adequadamente para "Zona ma1acofaunístico dos níveis basais da Formação Pinzonella illusa e Plesiocyprinella carinata" e Corumbataí. "Zona Pinzonella neotropica e Jacqúesia A descoberta de novas ocorrências dessa brasiliensis". MEZZALIRA (1980) simplificou biozona mostra diversidade específica alta, com as designações dessas biozonas adotando apenas identificação de seis novas espécies e dois o nome das primeiras espécies. gêneros novos (MARANHÃO & MEZZALI• Novos exemplares procedentes dessas duas RA, em elaboração). As zonas média e superior biozonas, permitiram a proposição de duas novas (Zona Pinzonella illusa - Plesiocyprinella cari• espécies, uma para a Zona Pinzonella illusa e nata e Zona Pinzonella neotropica - Jacquesia outra para a Zona Pinzonella neotropica brasiliensis do zoneamento de MENDES (1952) (MARANHÃo & MEZZALIRA, em elaboração). correspondem aos horizontes malacofaunísticos reconhecidos por HUENE (1928), respectiva• mente nas ferrovias Ajapi-Ferraz (nível inferior) CORRELAÇÕES REGIONAIS e Batovi-Itirapina (nível superior). No primeiro zoneamento formal, MENDES A utilização do zoneamento malacofaunísti• (1945) denominou os horizontes inferior e supe- co proposto por MENDES (1952) para corre-

ESTAMPAS

ESCAMAS (Actinopterygii) Fig. 1 Escama P-3 (X50); Fig. 2 Detalhe da superfície (XlOO); Fig. 3 Detalhe da superfície da costela (XlOO); Procedência: km 161,5 da Rodovia Castello Branco.

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lações regionais, tem por décadas despertado o reglao de Fartura mostram que as zonas interesse dos pesquisadores. Barbosaia angulata, Pinzonella illusa e O próprio MENDES (1962) correlacionou Pinzonella neotropica (MENDES, 1952) apre• as ocorrências de bivalves da região de sentam distribuição horizontal ampla, ultrapas• Angatuba à Zona Pinzonella illusa• sando os limites da área norte do Estado. Plesiocyprinella carinata. Posteriormente, FUL• A Zona Barbosaia angulata com. maior FARO (1964) reconheceu as Zonas Pinzonella número de ocorrências na área de Rio Claro • illusa-Plesiocyprinella carinata e Pinzonella Piracicaba, ultrapassa os limites regionais, com neotropica-Jacquesia brasiliensis, respectiva• níveis correlacionáveis nos afloramentos do mente em Conchas-Anhembi e Bofete• Membro Serra Alta, expostos nos km 161,5 Porangaba. (MARANHÃO, 1995, figo 24) e 163 da Rodovia As novas ocorrências registradas na Castel10 Branco, na Estrada Monte Cristo • Formação Corumbataí em afloramentos situa• Ribeirão Grande (MARANHÃO op. cit., figo 27) dos nas regiões de Santa Cruz das Palmeiras e e no km 235 da Rodovia Angatuba • Tambaú, bem como nos da Formação Estrada Paranapanema (MEZZALlRA, 1966). Nova situados no centro-sul (regiões de A Zona Pinzonella illusa bem representada Porangaba e Guareí) e mais ao sudoeste, na na área de Rio Claro, apresenta desenvolvimen-

ESTAMPA 6

COPRÓLITOS Fig. 1 Copró1ito (X50); Fig. 2 Coprólito (X50); Fig. 3 Copró1ito (X75); Fig. 4 Coprólito (X50); Procedência: km 161,5 da Rodovia Castell0 Branco.

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to menos expressivo na região nordeste do margens da Represa Xavantes (ROHN et aI., Estado, com níveis correlacionáveis no aflo• 1995 e MARANHÃO op. cit., figs. 33A e 33B). ramento situado na estrada vicinal para a Estas ocorrências mostram que o zonea• Fazenda Santa Iria, a 3km do trevo da Cachoeira mento proposto por MENDES (1952) pode ser das Emas (Santa Cruz das Palmeiras) e no km considerado válido nos diversos pontos do 164 da Rodovia Castello Branco, equivalente a Estado de São Paulo. base do Membro Teresina. Os perfis geológicos, destes dois afloramentos, foram apresentados por MARANHÃO (op. cit.), respectivamente INTERPRETAÇÃO PALEOAMBIENT AL nas figs. 15 e 25. A Zona Pinzonella neotropica tem dis• As associações das formações CorumbataÍ e tribuição geográfica mais ampla que as biozonas Estrada Nova não diferem em relação ao seu con• precedentes, sendo reconhecida nas regiões de teúdo fossilífero. A freqüência dos grupos de fós• Tambaú e Rio Claro (SP) e além do sudoeste em seis está relacionada à área de proveniência dos afloramento do Membro Teresina situado às sedimentos em que as faunas estão presentes.

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PROVÁVEIS FRAGMENTOS BIOGÊNICOS Fig. 1 Provável fragmento biogênico - Grupo 1 (X200); Fig. 2 Provável fragmento biogênico - Grupo 1 (X350); Fig. 3 Provável fragmento biogêruco - Grupo 1 (X200); Procedência: km 161,5 da Rodovia CasteIlo Branco.

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ESTAMPA 8

PROVÁVEIS FRAGMENTOS BIOGÊNICOS Fig. I Provável fragmento biogênico - Grupo 2 (X100); Fig. 2 Detalhe da superficie (X350); Fig. 3 Provável fragmento biogênico - Grupo 2 (X50); Fig. 4 Detalhe da superficie (X350); Procedência: afloramento situado na estrada vicinal para a Fazenda Santana de Urucaia, a lkm do Ribeirão Batalha, 6km do trevo de Rio Claro, pela Rodovia Wilson Sinardi, no sentido Ipeúna, município de Rio Claro (SP).

Espículas de Espongiários desenvolvimento do grupo foi favorecido pelo ambiente de águas rasas, com maior disponibili• Na Formação Corumbataí, a recuperação de dade de carbonatos e maior estabilidade em ter• espículas é mais alta nos níveis da porção mos de temperatura e oxigenação que os sis• média, onde são encontradas como elementos temas mais profundos do Membro Serra Alta. dissociados, não sendo possível conhecer sua Para os ostracodes, a salinidade tem con• disposição no esqueleto da esponja. trole significativo no grau de ornamentação e Segundo FLÜGEL (1982), durante o calcificação de suas carapaças, bem como para a Paleozóico, os espongiários desenvolveram-se diversidade e abundância específicas. tanto em águas calmas como freqüentemente grau de calcificação dos ostracodes está associados às fácies coquinóides, o que expli• ° caria as altas porcentagens de espículas nos diretamente relacionado às condições físico• níveis com bivalves. químicas durante a ecdise; assim, em ambiente supersaturado em carbonatos e com baixa Ostracodes pressão do CO2 dissolvido, os ostracodes serão bem calcificados com ornamentação forte. Por As altas taxas de recuperação de ostracodes outro lado, num meio com maior solubilidade no Membro Teresina mostra que neste caso o de carbonatos (sob elevada pressão do COz dis-

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ESTAMPA 9

OOGÔNIOS DE CARÓFITAS Figs. I a 4 Leonardosia langei (XlOO) Vista lateral; Procedência: afloramento situado às margens da Represa Xavantes, noroeste de Fartura (SP).

solvido, abundância de RC03 e tendência ácida) apud TOLDERER-FARMER, 1985). Assim, a maior demanda fisiológica para rápida cons• a fraca reticulação observada nos morfo• trução da carapaça, reflete no aparecimento de tipos recuperados na Pedreira de Pau formas pouco ca1cificadas e com fraca ornamen• Preto (FIGURA 3) e na Pedreira velha de tação (COIMBRA & MOURA, s.d.). Taguaí (MARANRÃO, 1995, figo 29) reforça a De acordo com COIMBRA & MOURA hipótese de águas mixohalinas. (op. cit.), ostracodes marinhos apresentam maior Por outro lado, a maioria dos grupos de complexidade das carapaças, com ornamentação microfósseis, não apresenta meios seguros para o reconhecimento dos elementos autóctones e forte, tubérculos oculares e porocanais normais crivados, enquanto ostracodes du1ceaqüícolas, alóctones, entretanto, para os ostracodes as por sua vez, apresentam carapaças frágeis e avaliações da composição ontogenética das po• lisas. Os morfotipos recuperados no Membro pulações, são critérios importantes para obser• vações dessa natureza. O crescimento dos ostra• Teresina são pouco ornamentados (lisos ou fra• codes ocorre por sucessivas ecdises até atingir a camente reticulados), característica mais com• maturidade, o organismo passa normalmente por patível com formas mixohalinas. oito estágios (instares), definidos pelas carac• A reticulação, segundo BENSON (1969 terísticas de tamanho, forma e ornamentação das apud TOLDERER-FARMER, 1985), represen• carapaças. Assim, a fossilização dos diferentes taria reforço da carapaça, estando sua intensi• taxa, compreende o registro de uma série de val• dade relacionada com a elevação da salinidade vas de diversos tamanhos, formas, pesos e pro• (e.g., SANDBERG, 1969 e BENSON, 1969 priedades hidrodinâmicas, de modo que qual-

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quer espécie representada por proporções equi• fig_ 30B); nestes locais os ostracodes estão asso• valentes de toda seqüência ontogenética ou de ciados a esteiras algáceas, tratando-se, provavel• sua maior parte, pode ser considerada autóctone mente, de formas fitais caracterizadas por cara• (WHATLEY,1988). paças alongadas, lisas e pouco calcificadas. Na Pedreira de Pau Preto, a recuperação de proporções equivalentes da maior parte da Ictiofósseis seqüência ontogenética do gênero I espécie I, gênero 2 espécie I e gênero 3 espécie I, eviden• Os paleoniscídeos responsáveis pelas con• cia caráter autóctone dessa assembléia, caracte• centrações de restos isolados são os fósseis me• rizando-a como do Tipo 1, conforme histogra• lhor representados em termos de freqüência e va• mas propostos por WHATLEY (op. cit.), para riedade, tanto na Formação Corumbataí como na representar as características da população, face Formação Estrada Nova (Membro Serra Alta). os regimes de energia. Entretanto, o transporte dos ictiofósseis é Além disso, a maioria dos ostracodes tem evidente pela grande quantidade de elementos suas carapaças imediatamente desarticuladas, exoesqueletais isolados distribuídos por toda quando do processo de ecdise e sob qualquer seqüência, em contraposição a raros peixes com• grau de turbulência. Desta forma, para uma po• pletos (DUNKLE & SCHAEFFER, 1956 e pulação fóssil, a associação de porcentagens SILVA-SANTOS, 1991). Isto pode ser observa• significativas de carapaças articuladas, em está• do nos bone beds do afloramento do km 161,5 gios ontogenéticos iniciais, caracteriza elevada da Rodovia Castello Branco (FIGURA 5) e da taxa de mortalidade que, provavelmente, resul• exposição da Fazenda Itaoca (FIGURA 6), onde tou de condições ambientais desfavoráveis. concentrações de dentes e escamas ocorrem nas Como exemplo, em Weymouth (Inglaterra) depressões das marcas onduladas, denotando a em ambientes de baixa energia da fácies ação de fluxos oscilatórios de tempestades. Em Corrallian do Oxfordiano Superior, são encon• apoio a essa conclusão, no primeiro afloramento trados estratos delgados de arenitos grossos e citado, SIMÕES & ROHN (1996) registraram a oolíticos, onde 75% a 90% de carapaças articu• concentração de sedimentos fosfatizados em ladas de ostracodes jovens indicam alta mortali• contato erosivo com siltitos atribuindo sua dade por soterramento rápido, durante tempes• gênese a processos erosivos, provavelmente, tades, que acarretam o aporte de material associados às correntes de tempestades. arenoso (WHATLEY, 1983a apud WHATLEY, Estudos realizados na Formação Estrada 1988). Nova (no Rio Grande do Sul), comprovaram que Por analogia, a análise populacional dos as ictiofaunas encontradas são constituídas de ostracodes da Pedreira de Pau Preto, que se elementos parautóctones e autóctones. encontram em grande número em estágios juve• WÜRDIG-MACIEL (1975) chamou a atenção nis (com carapaças articuladas) permite inferir para a associação Xenaeanthus com dentes e mudanças na taxa de sedimentação com corres• escamas de paleoniscídeos o que, na sua pondente aumento nos índices de mortalidade. opinião, poderia atestar "uma carga transportada As estruturas hummoeky, presentes nesta de ambiente continental para o interior de uma seqüência, comprovam mudanças repentinas de baía ou de um mar interno". RICHTER et aI. energia. (1985) analisando a ictiofauna do Intervalo Outro aspecto a ser ressaltado é a importân• denominado I1b (equivalente às formações Irati, cia da vegetação (principalmente algas) na dis• Serra Alta e Teresina), observaram mistura de tribuição dos ostracodes, como tem sido demons• faunas, com elasmobrânquios de águas doces trado por vários autores, especialmente os associados com gêneros interpretados como europeus. Ostracodes fitais estão freqüentemente marinhos (Orodus e Ctenaeanthus). associados com algas como Laminaria, Assim, na opinião de RICHTER et aI. (op. Caulerpa, Vidalia e algas calcárias, cada planta eit.) os restos dispersos de paleoniscídeos "são abriga uma assembléia diferente das demais bons indicadores da energia paleoambiental, (COIMBRA & MOURA, s.d.). Durante as cole• porém nada podem indicar, neste estágio de co• tas realizadas, foram recuperadas duas assem• nhecimentos, a respeito da paleo-salinidade". bléias desse tipo, no afloramento situado na Pelos aspectos bioestratinômicos discutidos, estrada de Angatuba para a Rodovia Raposo as ictiofaunas das formações Corumbataí e Tavares, a 1,5 km da entrada desta cidade Estrada Nova (em São Paulo e no Rio Grande (FIGURA 4) e no afloramento situado na estrada do Sul), têm origem mista, reduzindo a confia• vicinal para o bairro Bocaina, no sentido Tejupá, bilidade do emprego desses fósseis em recons• 2km do trevo de Taguaí (MARANHÃO, 1995, truções paleoecológicas.

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Oogônios de Carófitas raCiOCllllO, as faunas de São Sepé (RS) e Guiratinga (MT), do Grupo Tubarão, possuem A presença de oogônios decarófitas na formas similares às do Grupo Passa Dois do Formação Corumbataí (RAGONHA & norte da Bacia do Paraná, embora mais antigas, SOARES, 1974) é forte argumento dos como salientado por SIMÕES (1992). Assim, de pesquisadores que defendem a hipótese de acordo com este autor (op. cit.), "podem repre• ambiente límnico. Entretanto, a salinidade não é sentar assembléias em parte predecessoias das o único fator limitante para o estabelecimento faunas de pelecípodes do Grupo Passa Dois, dessas algas. Pois, como bem colocado por intermediárias entre estas e os estoque marinhos ROHN (1994), "as carófitas não foram re• encontrados no Grupo Tubarão (Subgrupo gistradas na Formação Rio do Rasto, onde as Itararé e Formação Rio Bonito) ... " condições teriam sido realmente límnicas". Considerando-se que a fauna do Grupo Passa Tratando-se de microfósseis deve-se consi• Dois originou-se da evolução de gêneros mari• derar o efeito do transporte, conforme FÜRSICH nhos, sob condições restritas, os bivalves (1994) oogônios de carófitas são facilmente atribuídos aos gêneros Pyramus (RUNNEGAR transportados para o mar. Exemplos atuais rela• & NEWELL, op. cit.) e Cypricardinia cionados por BURNE et aI. (1980) mostram (SIMÕES & FITTIPALDI, 1989) representa• ocorrências de carófitas em ambientes com sali• riam formas adaptadas a tais condições. É o nidades superiores a 20%0 e até em lagos onde os caso, também, das espécies atribuídas por valores situavam-se em torno de 70%0. Esses ROCHA-CAMPOS et aI. (1990) a Pyramus autores constataram que, em alguns lagos aus• Dana, Vacunella Waterhouse e Praeundulomya tralianos com deposição de evaporitos, o desen• (?) Dickins, gêneros típicos do Permiano mari• volvimento das carófitas ocorre nas margens, nho da Austrália, encontrados na Rodovia onde a interface com água doce é maior. Assim, Castello Branco, 200m antes do km 165. Neste nesses locais, isolados por barreiras do corpo sentido, SIMÕES & ANELLI (1995) revisaram aquoso principal, os oogônios são produzidos e parte dessa fauna, atribuindo as formas denomi• posteriormente transportados para o lago salino. nadas como Vacunella ao gênero endêmico Runnegariella. O transporte por fluxos de alta energia (água doce) pode explicar o aporte de oogônios Outra questão importante é o condiciona• mento dos bivalves às litofácies. De acordo com produzidos em áreas mais marginais, associados com formas jovens de bivalves, no nível FA-15, MENDES (1952) na Zona Pinzonella neotropica do afloramento às margens da Represa Xavantes os fósseis estão dispostos em forma de coquinas e na Zona Pinzonella illusa situados em um (MARANHÃO, 1995, figs. 33A e 33B). A alta porcentagem de espécimes de bivalves com val• banco de arenito. Contudo, estudos bioestra• vas articuladas fechadas evidencia seu rápido tinômicos realizados nestas assembléias por SIMÕES et ai., 1994; TORELLO & SIMÕES, soterramento, impedindo a desarticulação dos mesmos. Portanto, os oogônios de carófitas iso• 1994; SIMÕES, 1996; SIMÕES et ai., 1996, ladamente não são bons indicadores da paleo• permitiram interpretá-Ias como concentrações salinidade, sendo que sua ocorrência mostra geradas por episódios de tempestades. As novas ocorrências registradas neste trabalho reforçam alguma influência de água doce num contexto paleoambiental. as interpretações dos autores acima menciona• dos. Por exemplo, na estrada para a Fazenda Santana do Urucaia a 6 km do trevo de Rio Claro BIVALVES (SP), os bivalves da Assembléia Pinzonella illusa ocorrem numa fácies de arenito fino Na elaboração das hipóteses sobre os paleo• (MARANHÃO, 1995, figo 19), ao passo que em ambientes do Grupo Passa Dois, muitas contro• outros níveis dessa estrada formam coquinas. vérsias têm surgido, decorrentes de confusões Situação similar foi observada na conceituais entre estoque ancestral que deu Assembléia Pinzonella neotropica, onde os origem aos bivalves e ambiente de sedimentação, bivalves estão concentrados em coquinas no conforme enfatizado por MENDES, 1961. afloramento de Camaquã (MARANHÃO, op. BEURLEN (1954, 1957) admitiu a hipótese cit., figo 21) enquanto, numa seção a nordeste, da migração de ancestrais marinhos para uma aflorante na Rodovia Padre Donizetti (distante 7 bacia geograficamente isolada. Conforme esta km do trevo Santa Cruz das Palmeiras), os bio• conceituação RUNNEGAR & NEWELL (1971) clastos, na porção média da seqüência, formam compararam a história dos bivalves da Bacia do coquinas e mais próximo ao topo distribuem-se Paraná à evolução da malacofauna do Mar esparsamente em siltito cinza (MARANHÃO, Cáspio no Cenozóico Superior. Nesta linha de op. cit., figo 14). Por outro lado, no afloramento

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situado às margens da Represa Xavantes o A recuperação de microfósseis na (Membro Teresina), os bivalves da Assembléia Formação Estrada Nova é expressiva, com altas Pinzonella neotropiea ocorrem numa fácies de porcentagens de ictiofósseis e ostracodes, calcarenito coquinóide (MARANHÃO, op. eit., enquanto a microfauna recuperada na Formação figs. 33A e 33B). Corumbataí é menos diversificada, destacando• Assim, as variações observadas nas se pelo conteúdo elevado de espículas de Assembléias Pinzonella illusa e Pinzonella espongiários. ' neotropiea são decorrentes das condições o Análises bioestratinômicas das novas hidrodinâmicas (ROHN, 1994; MARANHÃO, ocorrências das Assembléias Pinzonella illusa e 1995) e das taxas de sedimentação (SIMÕES, Pinzonella neotropica indicam condições de 1996), não estando relacionadas as litologias. sedimentação episódica, sendo tais depósitos Portanto, nas formações Corumbataí e Estrada interpretados como tempestitos. Nova, as assembléias são parautóctones a alóc• o O zoneamento proposto por MENDES tones e embora de interesse para correlação bioes• (1952) é válido nos diversos pontos do Estado de São Paulo. tratigráfica, não podem ser utilizadas em interpre• tações paleoecológicas, sem o conhecimento o Nas formações Estrada Nova e prévio das condições bioestratinômicas. Corumbataí, estudos bioestratinômicos são imprescindíveis, para quaisquer análises paleo• CONCLUSÕES ecológicas, pois a maioria das assembléiasfós• seis não correspondem a deposições in situo

o Excetuando-se a presença de foraminíferos A pesquisa efetuada em af1oramentos das calcários (CAMPANHA, 1989) e fragmentos formações Corumbataí e Estrada Nova, localiza• interpretados como de ofiuróides (neste traba• dos em áreas paleontologicamente pouco co• lho), a ausência de fósseis tipicamente marinhos nhecidas, como as regiões nordeste, centro-sul e (Brachiopoda, Bryozoa etc.), exclui a possibili• sudoeste do Estado, geraram dados significa• dade do ambiente ter sido de mar aberto. As tivos sobre a distribuição dos macro e ITIÍcrofós• ocorrências esporádicas daqueles organismos seis nessas unidades. não necessariamente implicariam em proximi• o As espículas de espongiários são abun• dade ao mar. Por exemplo, GOUDIE & SPER• dantes na porção média da Formação LING (1977) registraram foraminíferos mari• Corumbataí. Na Formação Estrada Nova sua nhos nas dunas no deserto de Thar, na Índia, que ocorrência está relacionada aos níveis arenosos foram transportados pelo vento por uma distân• do topo do Membro Serra Alta, com poucas cia de 800km da costa. As evidências favorecem ocorrências significativas no Membro Teresina. a interpretação de que esses ambientes consti• tuiram-se de corpos de águas isoladas, na maior o Ostracodes ocorrem esporadicamente na porção média da Formação Corumbataí e topo parte de sua história, para o intervalo de tempo do Membro Serra Alta. A partir do Centro-Sul aqui discutido, na Bacia do Paraná. até o Sudoeste do Estado, tomam-se mais fre• qüentes no Membro Teresina, onde apresentam• AGRADECIMENTOS se com carapaças fechadas, fortemente cimen• tadas ou com valvas isoladas silicificadas. Nas A autora agradece aos geólogos da pedreiras da região de Taguaí (pedreira velha e PETROBRÁS Paulo da Silva Milhomem, de Pau Preto) a alta porcentagem de estágios Mitsuru Arai e Dr. Rodolfo Dino, pelo auxílio juvenis, com carapaças articuladas, permite nas várias etapas de análises micropaleontológi• inferir altas taxas de mortalidade, resultante do cas desenvolvidas durante a tese de doutorado, e aumento na taxa de sedimentação, associado a à Drª Gianna M. Garda, do Instituto Geológico, eventos de tempestades. pela revisão preliminar do texto. A autora

o Os ictiofósseis estão dispersos por toda a consigna ainda sinceros agradecimentos aos téc• seqüência das formações Estrada Nova e nicos Sebastião Anésio Danetto, do Instituto de Corumbataí, desde o nordeste da bacia a Física da UNESP, Campus de Araraquara, e à sudoeste do Estado. Em alguns níveis, as acu• Ligia Feijó, do SEBIPE (CENPES) pelas mulações constituem bone beds, como nos af1o• inúmeras horas dispensadas para a realização das ramentos do Membro Serra Alta expostos entre fotomicrografias. A presente pesquisa contou km 161,5 e 162 da Rodovia Castello Branco. A com o apoio financeiro da FAPESP (Processo recuperação de microfósseis nesses níveis Geologia 91/1346-7) e CNPq (Processo incluiu quantidades apreciáveis de dentes de 400305/92-5), além do suporte oferecido pela paleoniscídeos associados a escamas, coprólitos PETROBRÁS na execução de toda documen• e prováveis fragmentos biogênicos. tação das fotomicrografias dos ostracodes.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Endereço dos autores: Maria da Saudade A.S. Maranhão - Instituto Geológico/SMA, Av. Miguel Stéfano 3.900, Caixa Postal 2972, CEP 04301-903, São Paulo, SP, Brasil. Selembrino Pelri -Instituto de Geociências/USP, Caixa Postal 29.899, CEP 01498-970, São Paulo, SP, Brasil.

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