UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Instituto de Biociências – Campus de Botucatu Pós-Graduação em Ciências Biológicas – AC: Zoologia

ESTRUTURA DA COMUNIDADE DE AVES EM DOIS FRAGMENTOS FLORESTAIS NO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL

FREDERICO AUGUSTO MARTIGNON OVINHA

BOTUCATU, SP 2011



UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Instituto de Biociências – Campus de Botucatu Pós-Graduação em Ciências Biológicas – AC: Zoologia

ESTRUTURA DA COMUNIDADE DE AVES EM DOIS FRAGMENTOS FLORESTAIS NO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL

FREDERICO AUGUSTO MARTIGNON OVINHA

Orientador: Prof. Dr. Reginaldo José Donatelli

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Botucatu, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas - Área de concentração: Zoologia.

BOTUCATU, SP 2011



FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉC. AQUIS. TRATAMENTO DA INFORM. DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: ROSEMEIRE APARECIDA VICENTE Ovinha, Frederico Augusto Martignon. Estrutura da comunidade de aves em dois fragmentos florestais no interior do estado de São Paulo, Brasil / Frederico Augusto Martignon Ovinha. – Botucatu : [s.n.], 2011

Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Botucatu. Orientador: Reginaldo José Donatelli Capes: 20400004

1. Ave - População. 2. São Paulo (SP). 3. Florestas - Conservação.

Palavras-chave: Aves; Conservação; Fragmentação florestal; Pontos de contagem.



À Renatha Almeida de Araújo, fonte incessante de incentivo! ϯ 

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Reginaldo José Donatelli, por todas as oportunidades, pela orientação e pelos valorosos ensinamentos.

Ao Sr. Toninho Maia por permitir a realização desta pesquisa em sua propriedade.

Ao Dr. Leopoldo Andrade de Figueiredo e à Dra. Maria Eugênia Zerlotti Mercadante por permitirem a realização desta pesquisa na área do Instituto de Zootecnia.

À Profa. Dra. Carolina Demetrio Ferreira pelas oportunidades e pelo incentivo.

Aos companheiros de campo Césão, Fer, Flávio e Marcelo “Marcelinhooo” Ocara, pelos ensinamentos, troca de informação e por estarem sempre dispostos a adubar a vida! Agradeço também ao Gil Brother Away, ao Micuim e aos filhos da Madonna.

À Renatha Almeida de Araújo por viver comigo e, ainda assim, me amar! Obrigado por dividir sua vida comigo. Sonho que se sonha junto é realidade. Te amo, sua linda!

À todos que fazem minha vida mais feliz: meus pais, Flávio e Ângela; minha irmã Érika, meu cunhado Gian e meu sobrinho Heitor (no prelo); meu irmão Rafael e minha cunhada Verônica; meu sogro Irapuan; minha sogra Simone e ao Cícero.

À Pankeka Maria e ao Eduardo Suplicy (Supla) por darem o gratificante trabalho que dão.

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ϱ  Estrutura da comunidade de aves em dois fragmentos florestais no interior do estado de São Paulo, Brasil.

RESUMO

A fragmentação florestal é uma das principais causas do declínio da biodiversidade mundial. Assim, o presente estudo teve como objetivo analisar a estrutura das comunidades de aves de dois fragmentos florestais no interior paulista através de levantamentos quali-quantitativos - a Mata dos Maias (MM - 350 ha) e a Mata do Instituto de Zootecnia (MIZ – 250 ha). O levantamento qualitativo foi realizado através de caminhadas nos fragmentos e áreas adjacentes. Para o levantamento quantitativo foi utilizada a metodologia de pontos de contagem com distância ilimitada. Foram registradas 151 espécies de aves na MM e 162 na MIZ, durante o período de janeiro a dezembro de 2010. A maior parte da avifauna apresentou frequência de ocorrência de até 50%. Foram registradas seis espécies ameaçadas e sete quase ameaçadas para o estado de São Paulo. Os resultados do índice pontual de abundância (IPA) indicam um padrão já conhecido, no qual poucas espécies ocorrem com abundância relativa alta e a maioria das espécies apresenta abundância relativa de média a baixa. O índice de diversidade foi de H’= 3,36 na MM e H’= 3,46 na MIZ. Estes valores encontram-se dentro dos padrões observados em outros levantamentos em áreas fragmentadas do interior paulista. A distribuição das categorias alimentares seguiu o padrão para matas da região tropical, com maior porcentagem de aves insetívoras. O atual panorama da fragmentação florestal do estado de São Paulo e os resultados obtidos neste trabalho apontam a importância dos fragmentos para a conservação das biodiversidades locais.

ϲ  Structure of bird communities of two forest fragments located in the middle of São Paulo state, .

ABSTRACT

Forest fragmentation is one of the main cause of biodiversity loss world-wide. Thus, this study aimed to analyse the structure of birds communities in two forest fragments in São Paulo state through qualitative and quantitative surveys – the Mata dos Maias (MM – 350 ha) and The Forest of the Instituto de Zootecnia (MIZ – 250 ha). The qualitative survey was made by walking in fragments and adjacent areas. For the quantitative survey we used the point counts with unlimited distance methodology. We recorded 151 bird species in the MM and 162 in the MIZ during the period of January to December 2010. Most of the birds showed occurrence frequency of up to 50%. Were recorded six endangered species and seven almost threatened for São Paulo state. The results of abundance index values (IPA) indicate a familiar pattern, in which few species occur in high relative abundance and a large number of species with intermediate and low rates. The diversity index was H’= 3.36 in MM and H’= 3.46 in the MIZ. These values are within the patterns observed in other surveys in fragmented areas of São Paulo state. The distribution of food items followed the pattern for tropical forest regions, with the highest percentage of insectivorous birds. The current panorama of forest fragmentation in São Paulo state and the results of this study indicate the importance of the fragments on conservation of local biodiversity.

ϳ 

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Imagem aérea da paisagem em que a Mata dos Maias está inserida...... 16

Figura 2.Climatograma (temperaturas médias mensais e pluviosidade mensal) do município de Quatá, SP...... 17

Figura 3. Imagem aérea da paisagem em que a Mata do Instituto de Zootecnia está inserida...... 18

Figura 4. Climatograma (temperatura média mensal e pluviosidade mensal) do Instituto de Zootecnia, município de Sertãozinho, SP, de janeiro a dezembro de 2010...... 19

Figura 5. Curva cumulativa da riqueza de espécies observadas na MM e na MIZ....27

Figura 6. Ordenação decrescente do índice pontual de abundância das espécies de aves registradas na MM e na MIZ...... 29

Figura 7. Possível corredor ecológico ligando a MM a fragmento vizinho (FV)...... 35

Figura 8. Possível corredor ecológico ligando a MIZ a fragmentos vizinho (FV)...... 36

ϴ 

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Comparação entre a riqueza específica, o tempo de amostragem e o local de estudo entre os diferentes trabalhos...... 26

Tabela 2. Número e porcentagem de espécies nas classes de frequência de ocorrência das aves registradas nos fragmentos e áreas adjacentes...... 27

Tabela 3. Relação das 10 espécies de aves mais abundantes na MM e na MIZ .....29

Tabela 4. Categorias alimentares da comunidade de aves da MM e da MIZ em termos de riqueza (R) e abundância (A)...... 31



ϵ  LISTA DE ANEXOS

Anexo 1. Exemplo de planilha utilizada no levantamento quantitativo...... 44

Anexo 2. Lista de espécies encontradas na Mata dos Maias e na Mata do Instituto de Zootecnia...... 45

ϭϬ  SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÂO ...... 12

2 - MATERIAIS E MÉTODOS ...... 16

2.1 ÁREAS DE ESTUDO ...... 16

2.1.1 Mata dos Maias...... 16

2.1.2 Mata do Instituto de Zootecnia ...... 18

2.2 LEVANTAMENTO QUALITATIVO ...... 19

2.3 LEVANTAMENTO QUANTITATIVO ...... 20

2.4 ANÁLISE DOS DADOS ...... 21

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...... 25

3.1 RIQUEZA DE ESPÉCIES ...... 25

3.2 ABUNDÂNCIA DAS ESPÉCIES ...... 28

3.3 DIVERSIDADE ...... 30

3.4 CATEGORIAS ALIMENTARES ...... 31

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 35

5 REFERÊNCIAS ...... 37

ANEXOS ...... 43



ϭϭ  1 - INTRODUÇÂO

O uso de áreas florestais surgiu há alguns milhares de anos com a população nativa (Dean 1995), porém o histórico de devastação no Brasil teve início com a chegada dos portugueses e sua colonização de exploração no início do século XVI. (Tófoli 2006). Desde então, a cobertura florestal original vem sendo continuamente degradada e modificada.

Segundo Wilson (1994), a principal ameaça à diversidade tem sido a perda de habitats provocada pela destruição ou alteração de ambientes naturais. A avifauna residente nos fragmentos pode ser fortemente afetada por fatores como as dimensões e isolamento da área, distância de outros fragmentos, efeito de borda, mudanças físicas e bióticas, além da influência da paisagem circundante (Bierregard et. al. 1992, Andrén 1994, Almeida 2002). Fragmentos com pequena diversidade de habitats interiores apresentam menor probabilidade de manter uma alta diversidade de espécies e populações e a maior parte destas populações possivelmente não sobreviverá posteriormente. O próprio processo de fragmentação e diminuição das populações das espécies presentes no fragmento coloca as mesmas em risco de extinção estocástica (Pires 1995).

A taxa com que o homem altera as paisagens naturais é muito maior do que a perturbação natural dos ecossistemas (Tabarelli e Gascon 2005) e maior que a produção científica sobre preservação (Pozza 2002), mesmo com o aumento do quadro de profissionais de conservação, que tornou o país líder mundial em conservação da biodiversidade (Mittermeier et al. 2005).

O Brasil possui uma das maiores biodiversidades do planeta, disputando o título de nação de maior riqueza biológica com a Indonésia (Mittermeier et al. 2005). Acredita-se que cerca de 13% de toda a biota mundial pode ser encontrada no Brasil (Lewinsohn e Prado 2005). Com dimensões continentais e grande amplitude latitudinal, o Brasil apresenta seis biomas distintos, sendo que dois deles, o Cerrado e a Mata Atlântica, figuram entre os 25 hotspots de biodiversidade mundial, por possuírem grande diversidade biológica e altos índices de endemismo (Mittermeier et al. 1999).

ϭϮ  O conjunto de ecossistemas representados por savanas, matas, campos e matas de galeria que ocorrem no Brasil Central é comumente chamado de Cerrado (Eiten 1977, Ribeiro et. al. 1981). Originalmente com dois milhões de km2, é o segundo maior bioma brasileiro, ocupando 21% do território nacional (Klink e Machado 2005).

De acordo com Mittermeier et. al. (1999), somente 20% das áreas de Cerrado permanecem inalteradas e apenas 1,2% se encontram em unidades de preservação. Estima-se que, se as taxas de desmatamento se mantiverem em 1,1% ao ano, o Cerrado desaparecerá em 2030 (Machado et. al. 2004). A fragmentação florestal acometeu à Mata Atlântica de forma semelhante.

A Mata Atlântica estendia-se por toda a costa brasileira, avançando ao leste do Paraguai e nordeste da Argentina. Apresentando diferentes fisionomias e formações florestais que variam de florestas Ombrófilas nas regiões costeiras a floresta Estacional Semidecídua no interior do país. Originalmente possuía 1,5 milhões de km2 e abrangia 17 estados brasileiros (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2008).

A ocupação do território brasileiro se iniciou nas regiões costeiras, onde se desenvolveu o maior pólo industrial do país e que atualmente abriga cerca de 60% da população do país (Viana e Tabanez 1996, Fundação SOS Mata Atlântica e INPE 2002). Consequentemente, quase toda a cobertura florestal original foi destruída e seus remanescentes encontram-se extremamente fragmentados e sob forte pressão antrópica. Apesar de possuir uma das maiores biodiversidades do planeta, restam apenas 7,6% da vegetação original da Mata Atlântica (Morelatto e Haddad 2000, Myers et. al. 2000, Oliveira-Filho e Fontes 2000, Tófoli 2006, Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2008). A situação é ainda mais grave em regiões com maior concentração populacional.

O estado de São Paulo é o mais industrializado do país e, em consequência ao modelo econômico adotado para seu desenvolvimento, sofreu um intenso processo de supressão da sua vegetação original (CESP e SEMA 1998, Nalon et al. 2008). Na época do descobrimento os dois principais biomas paulistas, Cerrado e Mata Atlântica, recobriam quase a totalidade do estado. O Cerrado ocupava 14% do

ϭϯ  território e devido ao aumento das ações antrópicas como desmatamentos para colonização, construção de estradas e a ampliação das áreas de plantio e pastagens teve sua área original reduzida a pouco mais de 1%, restritos a pequenas manchas. (São Paulo 1999, Durigan et al. 2004, Motta-Junior et al. 2008). Enquanto a Mata Atlântica, que originalmente cobria 83% do estado, teve sua área reduzida a 13,94%. A Floresta Estacional Semidecidual é o ecossistema mais ameaçado do Domínio Florestal Atlântico; menos 2% desta formação ainda está intacta e menos de 1% se encontra protegida em unidades de conservação (Viana e Tabanez 1996, Viana et. al. 1997, Cullen et. al. 2001). Em algumas regiões do estado, o Cerrado e a Mata Atlântica se encontram, estas regiões são chamadas de áreas de tensão ecológica (IBGE 2004).

De forma geral, a vegetação natural paulista remanescente está altamente fragmentada. Apenas 0,5% dos fragmentos apresentam mais de 500 ha, enquanto 80,2% possuem menos de 20 ha (Nalon et.al. 2008). Esta fragmentação pode afetar negativamente a avifauna como mostram os estudos de Willis (1979), Vielliard e Silva (1990), Aleixo e Vielliard (1995), Anjos e Boçon (1999), Anjos (2006), Donatelli et al. (2004, 2007).

O estado de São Paulo possui 792 espécies de aves, o que representa 43,23% da avifauna brasileira. A avifauna paulista é relativamente bem amostrada, já que existem inventários na maioria dos municípios, fato que não descarta a necessidade de monitoramento da avifauna nas regiões que apresentem condições críticas para a conservação (Silva e Silveira 2006). O monitoramento destas áreas é importante para a compreensão de como as comunidades de aves reagem a paisagens fragmentadas. Muitas espécies de aves são consideradas boas indicadoras de qualidade ambiental em ambientes terrestres (Stotz et. al. 1996). Neste sentido, é possível avaliar as condições do ambiente e sua capacidade de preservar a biodiversidade original através da análise de como as aves reagem à fragmentação florestal (Gimenes e Anjos 2003).

Segundo Machado (1995), o grupo das aves tem sido cada vez mais utilizado como indicador de mudanças ambientais de uma região, sejam estas de caráter natural ou antrópico. Alguns fatores contribuem para esta utilização: 1- a taxonomia estável facilita a identificação mesmo sem a manipulação do indivíduo; 2- fácil

ϭϰ  observação em campo; 3- algumas espécies de aves apresentam uma estreita relação com o tipo de ambiente e seu estado de conservação, fato esse que permite a realização de inferências sobre a situação de outros grupos de espécies ou outros grupos faunísticos.

Tendo em vista o panorama de fragmentação florestal no interior do Estado de São Paulo e a situação precária de muitas espécies de aves que habitam estes fragmentos, faz-se necessário um maior esforço no monitoramento da avifauna em remanescentes florestais, tanto em unidades de conservação quanto em propriedades privadas.

Desta forma, o presente estudo teve como objetivos:

- Analisar a estrutura das comunidades de aves de dois fragmentos e áreas circundantes por meio de dados qualitativos, como riqueza e frequência de ocorrência;

- Analisar quantitativamente as comunidades de aves em dois fragmentos por meio dos índices de diversidade e abundância;

- Analisar a estrutura tróficas das comunidades de aves;

- Fornecer informações para ações que visem à conservação das áreas, bem como das comunidades de aves presentes nas mesmas.

ϭϱ 

2- MATERIAIS E MÉTODOS



2.1 Áreas de Estudo

2.1.1 Mata dos Maias

A Mata dos Maias (22º19’S; 50º45’W) está localizada no Município de Quatá, região oeste do estado de São Paulo (Figura 1), na Província Geomorfológica do Planalto Ocidental Paulista, nas Zonas do Médio Parapanema e do Peixe (Maciel 2011).

Figura 1. Imagem aérea da paisagem em que a Mata dos Maias está inserida. Fonte: Google Earth.

Segundo o Mapa de Relevo do IBGE, o relevo regional é classificado como “Planalto do Rio Paraná” e pertence ao segundo Domínio Morfoestrutural denominado Bacias e Coberturas Sedimentares Fanerozóicas. Este se caracteriza

ϭϲ  por planaltos e chapadas desenvolvidos sobre rochas sedimentares com altitude média de 550 m (IBGE 2006). O fragmento estudado está inserido em uma região de contato entre os Biomas Mata Atlântica e Cerrado, com predomínio de atividades agrárias e áreas antropizadas com vegetação secundária. A mata dos Maias possui aproximadamente 350 ha e está localizada em meio a uma fazenda de criação de gado. Sua vegetação é composta tanto por elementos de Cerrado como de Floresta Estacional Semidecidual, já que está localizada em uma área de transição entre estes domínios. Em meio à paisagem composta por culturas de cana-de-açúcar e bovinocultura, a área de estudo figura como abrigo para muitas espécies animais, como: onça-parda, jaguatirica, mão-pelada, tatus, gambá, cotia entre outros, sendo algumas destas espécies, consideradas ameaçadas de extinção. Lianas são comuns nas bordas e em clareiras e, em alguns pontos, não possui estratificação bem definida. O Município de Quatá apresenta clima classificado por Köppen como sendo do tipo Aw, definido como tropical quente com chuvas de verão, temperatura média de 23°C e pluviosidade média inferior a 2.000mm/ano (Figura 2).

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Ϭ Ϭ :ĂŶ &Ğǀ DĂƌ ďƌ DĂŝ :ƵŶ :Ƶů ŐŽ ^Ğƚ KƵƚ EŽǀ Ğnj ŵĞƐĞƐ Figura 2. Climatograma (temperaturas médias mensais e pluviosidade mensal) do município de Quatá, SP. Fonte: Cepagri (2011) 

ϭϳ 

2.1.2 Mata do Instituto de Zootecnia

A mata do Instituto de Zootecnia (21º09’S; 48º05’W) (Figura 3) é um dos fragmentos que compõe a Reserva Biológica de Sertãozinho, distante 15 km do centro da cidade. A área de estudo está contida no Planalto Ocidental Paulista e pertence à unidade geomorfológica denominada de Patamares Estruturais de Ribeirão Preto situada no interflúvio Mogi-Pardo (Invernizzi 2001).

Figura 3. Imagem aérea da paisagem em que a Mata do Instituto de Zootecnia está inserida. Fonte: Google Earth.

As formas de relevo são denudacionais, constituídas basicamente por colinas amplas e baixas, com topos tabulares. A altitude é de 540 m e as declividades médias estão entre 2% e 10%. Esta unidade de relevo é constituída litologicamente por basaltos e os solos são do tipo Latossolo Roxo, nos terrenos mais aplainados, e Terra Roxa Estruturada nas vertentes mais inclinadas (Invernizzi 2001).

A mata do Instituto de Zootecnia apresenta aproximadamente 250 ha e, assim como ocorre na Mata dos Maias, está localizada em meio à paisagem composta por

ϭϴ  culturas de cana-de-açúcar e bovinocultura. Observa-se a presença de lianas e considerável efeito de borda. Ainda assim, os remanescentes florestais do interior paulista são imprescindíveis para a manutenção de diversas espécies animais. O Município de Sertãozinho apresenta clima do tipo Aw pela classificação de Köppen, definido como tropical quente com chuvas de verão, temperatura média de 22,7°C e pluviosidade média inferior a 2.000mm/ano (Figura 4).

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Ϭ Ϭ :ĂŶ &Ğǀ DĂƌ ďƌ DĂŝ :ƵŶ :Ƶů ŐŽ ^Ğƚ KƵƚ EŽǀ Ğnj ŵĞƐĞƐ Figura 4. Climatograma (temperatura média mensal e pluviosidade mensal) do Instituto de Zootecnia, município de Sertãozinho, SP, de janeiro a dezembro de 2010. Fonte: Ciiagro (2011).

2.2 Levantamento qualitativo A finalidade deste levantamento é fornecer a listagem mais completa possível da avifauna da área a ser estudada. Através do estudo qualitativo é possível conhecer a riqueza da comunidade de aves avaliada.

ϭϵ  O levantamento qualitativo foi realizado mensalmente no período de janeiro a dezembro de 2010. Foram realizadas caminhadas no entorno das áreas amostradas ao longo do dia e início da noite, incluindo o período da amostragem quantitativa, totalizando aproximadamente 100 horas de observação por área estudada. As aves foram identificadas visualmente, com auxílio de binóculos (Nikon 8x40) e a confirmação de suas identificações, quando necessário, foi baseada em guias de identificação (Peña e Rumboll 1998, Mata et al. 2006, Ridgely e Tudor 2009). As espécies também foram identificadas por meio de suas manifestações sonoras, registradas com auxílio de um gravador Sony TCM-5000 EV e microfone Sennheiser ME67 direcional e gravador digital Panasonic RR-US450 e microfone direcional Yoga Ht-81. As gravações foram depositadas no acervo sonoro do Laboratório de Vertebrados da UNESP de Bauru.

2.3 Levantamento quantitativo O levantamento quantitativo foi realizado através da amostragem por pontos de contagem. Esta metodologia foi desenvolvida por Blondel et al. (1970) e adaptada para as regiões tropicais por Vielliard e Silva (1990). Esta metodologia consiste em registrar todos os indivíduos detectados em um determinado período de tempo, em pontos pré-estabelecidos com distância fixa entre si, sorteados antes do início da amostragem (Blondel et al. 1970). Este levantamento permite estabelecer parâmetros populacionais como o Índice Pontual de Abundância (IPA), índice de diversidade das áreas e equidistribuição, para posterior comparação com espécies de outras áreas (Almeida 2002).

Foram locados 10 pontos em cada área, equidistantes 200 m entre si e 150 m da borda do fragmento. Cada ponto foi avaliado mensalmente por 10 minutos, nos períodos matutino (minutos antes do nascer do sol) e vespertino (estendendo-se alguns minutos após o pôr-do-sol), no período de janeiro a dezembro de 2010. Os dados de cada ponto foram registrados em uma planilha de campo dividida em quadrantes (Anexo 1). Segundo Vielliard e Silva (1990), contato é definido como a ocupação de território ou presença de um indivíduo de uma espécie detectada pelo observador. Considerou-se como contato cada indivíduo detectado durante as amostragens, seja visualmente ou por meio de manifestações sonoras. Espécies ϮϬ  que não foram identificadas prontamente tiveram suas vocalizações registradas e identificadas posteriormente.

2.4 Análise dos dados A frequência de ocorrência (FO) das espécies, expressa em porcentagem, é a relação entre o número de visitas nas quais determinada espécie foi observada e o número total de visitas (Vielliard e Silva 1990). Para o cálculo deste índice utilizou-se os dados obtidos no levantamento qualitativo. Este índice pode indicar o status (ocasional, residente, migrante) da espécie de acordo com o valor obtido. Os dados para o cálculo desta análise foram obtidos de acordo com a fórmula:

ࡺ࢕ FO = x 100 ࡺ࢚

FO = frequência de ocorrência No = número de visitas em que a espécie foi observada Nt = número total de visitas a campo

As espécies foram designadas a uma categoria de abundância segundo adaptação de Rodrigues et al. (2005). Foram consideradas: abundantes - espécies registradas entre 75,1% e 100% das visitas a área, isto é, com frequência de ocorrência entre 75,1% e 100%; comuns - com frequência de ocorrência entre 50,1% e 75%; escassas - com frequência de ocorrência entre 25,1% e 50%; raras - com frequência de ocorrência de até 25%.

Para verificar a similaridade qualitativa entre os fragmentos estudados, utilizou-se o coeficiente de similaridade de Sørensen (Cs). O coeficiente Cs foi calculado seguindo a fórmula (Valentin 2000):

૛ࢇ Cs = ૛ࢇା࢈ାࢉ

Cs = coeficiente de similaridade de Sørensen

a = número de espécies comum as duas áreas

Ϯϭ  b = número total de espécies da área “1”

c = número total de espécies da área “2”

O índice pontual de abundância (IPA) por espécie amostrada relaciona a média de contatos de determinada espécie com o número total de amostras. Deste modo é possível estimar a proporção de cada espécie na comunidade. É um valor relativo, comparável somente entre medidas da mesma espécie em datas, locais e comunidades diferentes (Aleixo e Vielliard 1995).

Segundo Almeida (2002), o IPA pode variar com a real abundância da espécie e também com o padrão de atividade e distribuição de cada uma. Portanto, é necessário o conhecimento da biologia de cada espécie para uma análise mais complexa de populações de aves, pois algumas possuem naturalmente baixa densidade populacional ou não são tão distintas. O IPA foi calculado através do levantamento quantitativo das espécies pelo Método de Amostragem por Pontos através da fórmula:

ࡺ࢏ IPA = ࡺࢇ

IPA = índice pontual de abundância

Ni = número de contatos da espécie “i”

Na = número total de amostras (pontos x visitas)

Devido aos baixos valores, os dados de abundância apresentados correspondem ao IPA x 100 (Aleixo 1999, Silva e Vielliard 2000, Ubaid 2009).

O índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’) foi utilizado para expressar a diversidade das comunidades de aves encontrada nos fragmentos. Este índice indica como se comporta um sistema ecológico baseado em dois componentes: a riqueza e a abundância relativa das espécies. O H’ foi calculado seguindo a fórmula:

H’ = െ σሺ࢖࢏Ǥ ܔܖǤ ࢖࢏ሻ

H’ = índice de diversidade de Shannon-Wiener

ϮϮ  pi = proporção dos indivíduos da espécie “i” em relação ao número total de indivíduos da comunidade ln = logaritmo neperiano.

Assim, quanto maior for a riqueza e mais semelhante for o número de indivíduos de cada espécie, maior será a diversidade da comunidade. Os valores deste índice não ultrapassam 5,0 (Krebs 1999).

A equidistribuição avalia a distribuição numérica das espécies na comunidade observada. A distribuição das espécies estará mais próxima da relação logarítmica natural quanto mais próximo de um for o valor encontrado. O índice de equidistribuição é importante para comparar o índice de diversidade de Shannon- Wiener de áreas distintas, pois representa a relação entre a diversidade observada (H’) e a diversidade máxima (H’max) possível para o mesmo numero de espécies (Almeida 2002).

Através do índice de equidistribuição é possível conhecer o quanto de riqueza uma área pode abrigar, em função da abundância de espécies. A equidistribuição apresenta um valor compreendido entre zero e um. O valor é máximo quando todas as espécies são igualmente abundantes e aproxima-se de zero quanto menos equilibrada for a distribuição numérica das espécies (Allegrini 1997). Este índice é determinado pela fórmula:

ࡴƍ E = ࡴƍ࢓ࢇ࢞

E: Índice de equidistribuição

H’: Índice de diversidade de Shannon-Wiener

H’max: Diversidade ideal caso as espécies sejam repartidas numericamente.

As comunidades de aves registradas nos fragmentos foram analisadas quanto a suas categorias tróficas. A classificação das categorias tróficas foi baseada nas propostas de Willis (1979), Motta Júnior (1990) e Sick (1997), além de observações em campo. Desta forma, foram consideradas seis categorias alimentares: carnívoros – espécies que se alimentam de vertebrados; detritívoros – dieta composta principalmente por matéria orgânica em decomposição; frugívoros – espécies que se Ϯϯ  alimentam de frutos, sementes e grãos; insetívoros – dieta composta por insetos e artrópodes; nectarívoros – espécies que se alimentam de néctar e pequenos artrópodes; onívoros – espécies cuja dieta é baseada em diversas fontes alimentares em proporções semelhantes.

Os nomes científicos e a ordenação taxonômica adotados, tanto nas relações de espécies, quanto nas matrizes taxonômicas, seguirão o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – CBRO (2011).



Ϯϰ  

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Riqueza de espécies O levantamento qualitativo registrou 151 espécies de aves distribuídas em 48 famílias, 27 não-Passeriformes e 21 Passeriformes na mata dos Maias (MM) e 162 espécies divididas em 46 famílias, 27 não-Passeriformes e 19 Passeriformes na mata do Instituto de Zootecnia (MIZ) (Anexo 2).

As famílias Passeriformes mais representativas em relação à riqueza na MM foram Tyrannidae (23), Thraupidae (8), Emberizidae (6) e Icteridae (6). Entre as famílias não-Passeriformes, as mais representativas foram Columbidae (8) e Picidae (8). Na MIZ, as famílias Passeriformes mais representativas foram Tyrannidae (22), Thraupidae (10) e Emberizidae (9). A família não-Passeriformes mais representativa foi Ardeidae (9). A maior representatividade dos Tyrannidae nas áreas de estudo concorda com outros estudos realizados na região tropical (Donatelli et al. 2004, 2007).

A riqueza das áreas amostradas apresenta valores semelhantes a outros levantamentos realizados no interior paulista (Tabela 1). Aleixo e Vielliard (1995) registraram 134 espécies, em 23 meses de amostragem, na Mata de Santa Genebra (251 ha). Almeida et al. (1999) pesquisando a avifauna em fragmentos de mata ciliar na bacia do rio Jacaré-Pepira identificaram 130 e 151 em fragmentos de 40 e 30 ha, respectivamente. Pozza e Pires (2003) trabalharam em dois fragmentos florestais, onde registraram 172 espécies na Fazenda Santa Cecília (100 ha) e 145 na Estação Ecológica de São Carlos (75 ha). Enquanto o levantamento realizado por Donatelli et al. (2007) na fazenda Rio das Pedras (350 ha) registrou 180 espécies. A maior riqueza observada na MIZ deve estar relacionada a presença de outros fragmentos próximos.

Ϯϱ  Tabela 1. Comparação entre a riqueza específica, o tempo de amostragem e o local de estudo entre os diferentes trabalhos.

Área Nº de Tempo de Local Fonte (ha) espécies Amostragem

Aleixo e Vielliard Mata de Santa Genebra 251 134 23 meses (1995) Mata da Fazenda Santa 40 130 12 meses Almeida et al. (1999) Eliza Mata da Fazenda Morro 30 151 12 meses Almeida et al. (1999) Chato

Fazenda Santa Cecília 100 172 12 meses Pozza e Pires (2003)

Estação Ecológica de 75 145 12 meses Pozza e Pires (2003) São Carlos Mata da Fazenda Rio 350 180 12 meses Donatelli et al. (2007) das Pedras

Mata dos Maias 350 151 12 meses presente estudo

Mata do IZ 250 162 12 meses presente estudo

Segundo Vielliard e Silva (1990), a riqueza específica em matas de planalto do interior paulista é de 280 espécies e qualquer redução neste valor pode ser interpretada em função de perturbações ambientais, desde que o levantamento seja razoavelmente completo.

Tanto a MM como a MIZ estão inseridas em fazendas de criação de gado, circundadas por pastos e culturas de cana-de-açúcar, que atuam diretamente sobre a composição e riqueza original destes remanescentes. Os fragmentos ainda sofrem ação do efeito de borda, mais acentuado na MIZ, tais como presença de plantas invasoras devido à luminosidade, aumento de temperatura e invasão de espécies de borda.

A curva cumulativa de espécies (Figura 5) não se estabilizou ao longo de 12 meses de estudo, de forma que no último mês de amostragem ainda foram registradas quatro novas espécies na MM e uma na MIZ.

Ϯϲ  Figura 5. Curva cumulativa da riqueza de espécies observadas na MM e na MIZ.

 Segundo o SEMA (2008), algumas espécies encontradas na MM estão ameaçadas de extinção no estado de São Paulo: Pilherodius pileatus, Jabiru mycteria e Campephilus melanoleucos; e outras quase ameaçadas como: Penelope superciliaris, Mycteria americana, Amazona aestiva, Casiornis rufus, Antilophia galeata e Gnorimopsar chopi. As aves da MIZ ameaçadas no estado são: Pilherodius pileatus, Busarellus nigricollis, Amazona amazonica, Tachornis squamata e Campephilus melanoleucos; e as quase ameaçadas são: Mycteria americana, Synallaxis albescens, Casiornis rufus e Gnorimopsar chopi.

De acordo com os valores obtidos pela frequência de ocorrência (F.O.) (Tabela 2), a classe mais representativa para os fragmentos foi a 0 – 25%. As espécies registradas em todas as visitas (F.O. 100%) correspondem a 14,8% na MIZ e 13,2% na MM, enquanto que as espécies observadas apenas uma vez nas áreas correspondem a 11,7% na MIZ e 20,5 na MM.

Tabela 2. Número e porcentagem de espécies nas classes de frequência de ocorrência das aves registradas nos fragmentos e áreas adjacentes.

Classe de F.O. (%)

única 0-25 (%) 25,1-50 (%) 50,1-75 (%) 75,1-100 (%) 100 (%) vez nº de 52 25 34 51 24 19 espécies MIZ % relativa 32,1 15,4 21,0 31,5 14,8 11,7 nº de 45 39 28 39 20 31 espécies MM % relativa 29,8 25,8 18,5 25,8 13,2 20,5

Ϯϳ  Alguns estudos realizados em fragmentos florestais no interior paulista apresentaram valores similares em relação às espécies com 100% de frequência de ocorrência. Nessa categoria são encontradas espécies conspícuas e abundantes, além de espécies com grande capacidade de adaptação à ambientes modificados. Vielliard e Silva (1990) registraram que 10% da avifauna da fazenda Rio Claro estavam presentes em todas as visitas. Maciel (2011) registrou que 11,17% da avifauna da Mata do Peixe estavam presentes em todas as amostras. As proporções de espécies de aves com 100% de F.O. nos dois fragmentos amostrados por Donatelli et al. (2007) foram 8% e 12%. Esses autores sugerem que a escassez de recursos alimentares e a perda de habitats específicos podem ser responsáveis pelos baixos percentuais de espécies com 100% de F.O..

A maior parte da avifauna (55,6%) da MM e uma parcela considerável da avifauna (47,5%) da MIZ foram registradas em até 50% das visitas. Segundo Donatelli et al. (2007), a baixa porcentagem de espécies com 100% de F.O. e a alta porcentagem com F.O. menor que 50% podem representar um baixo índice de indivíduos nas populações das espécies na comunidade. Outro fator que pode gerar baixa F.O. é a dificuldade de detecção de determinadas espécies, como alguns troquilídeos.

As áreas apresentam 123 espécies em comum. O coeficiente de similaridade de Sørensen foi de 0,68. Esse valor é relativamente alto e pode estar relacionado com a semelhança das áreas adjacentes às matas, já que as fisionomias destas são dissimilares.

3.2 Abundância das espécies O levantamento quantitativo registrou 77 espécies na MIZ, o equivalente a 47,5% da riqueza total da área. Foram registrados 2589 contatos, com média de 10,8 contatos por ponto. Na MM foram registradas 80 espécies no levantamento quantitativo, o que corresponde a 53% das espécies registradas pelo levantamento qualitativo. Foram obtidos 2507 contatos, com média de 10,4 contatos por ponto. As médias de contato são similares à encontrada por Donatelli et al.( 2007) na fazenda Santa Maria ll (10,2 contatos/amostra), porém maior do que a média de 6,6 contatos/amostra encontrada por Maciel (2011) na Mata do Peixe (565 ha) distante

Ϯϴ  20km da MM. A diferença entre as médias encontradas por Maciel (2011) e este estudo pode ser explicada pela ausência parcial de dossel na MM e em boa parte da MIZ, o que facilita a contagem de bandos de psitacídeos e columbídeos que utilizam os fragmentos e elevam as médias dos contatos por amostra.

O IPA das espécies da MIZ variou entre 0,42 (um contato) e 149,17 (358 contatos) (Figura 6), sendo que as dez espécies mais abundantes (Tabela 3) correspondem a 58,9% do total de contatos. Na MM o IPA variou entre 0,45 (um contato) e 215,45 (474 contatos) (Figura 6). Os contatos das dez espécies mais abundantes (Tabela 3) equivalem a 61,5% do total de contatos.

DD D/ ϮϱϬ͕ϬϬ ϮϱϬ͕ϬϬ

ϮϬϬ͕ϬϬ ϮϬϬ͕ϬϬ

ϭϱϬ͕ϬϬ ϭϱϬ͕ϬϬ /W /W ϭϬϬ͕ϬϬ ϭϬϬ͕ϬϬ

ϱϬ͕ϬϬ ϱϬ͕ϬϬ

Ϭ͕ϬϬ Ϭ͕ϬϬ ϭ ϭϭϮϭϯϭϰϭϱϭϲϭϳϭ ϭ ϭϭϮϭϯϭϰϭϱϭϲϭϳϭ EƷŵĞƌŽĚĞĞƐƉĠĐŝĞƐ EƷŵĞƌŽĚĞĞƐƉĠĐŝĞƐ

Figura 6. Ordenação decrescente do índice pontual de abundância das espécies de aves registradas na MM e na MIZ.

Tabela 3. Relação das 10 espécies de aves mais abundantes na MM e na MIZ .

D/  DD Espécies IPA Espécies IPA Patagioenas picazuro 149,17 Patagioenas picazuro 215,45 Thamnophilus pelzelni 97,50 Thamnophilus pelzelni 150,00 Brotogeris chiriri 95,00 Basileuterus flaveolus 65,91 Taraba major 49,58 Brotogeris chiriri 53,64 Aratinga auricapillus 48,75 Aratinga leucophthalma 48,18 Amazona amazonica 42,50 Herpsilochmus atricapillus 39,55 Synallaxis frontalis 42,08 Basileuterus culicivorus 37,27 Pitangus sulphuratus 37,92 Turdus leucomelas 35,45 Coragyps atratus 37,08 Hemitriccus margaritaceiventer 29,55 Tangara sayaca 36,25 Coragyps atratus 25,91

Ϯϵ  A espécie mais abundante nas duas áreas foi Patagioenas picazuro, que sozinha corresponde a 18,9% dos contatos da MM e 13,8% dos contatos da MIZ. Esta espécie ocorre do nordeste ao , incluindo áreas centrais do país e ampliam sua distribuição e densidade populacional acompanhando desmatamentos (Sick 1997). A segunda espécie mais abundante nas áreas foi Thamnophilus pelzelni com 234 contatos na MIZ e 330 contatos na MM. Estas duas espécies também figuram na lista dos maiores IPAs em outros fragmentos do interior paulista (Almeida 2002, Maciel 2011).

A distribuição dos IPAs das localidades estudadas mostra que existe um grande número de espécies com baixos valores de IPA enquanto poucas espécies apresentam valores de IPAs elevados. Este padrão também é observado em outros levantamentos por pontos de escuta realizados em áreas fragmentadas do interior do estado (Vieilliard e Silva 1990, Aleixo e Vieilliard 1995, Almeida et al. 1999, Pozza e Pires 2003, Donatelli et al. 2007, Ubaid 2009, Maciel 2011). De acordo com Almeida et al. (1999), alguns fatores como comportamento conspícuo e vocalizações constantes e/ou de longo alcance podem contribuir para que algumas espécies apresentem elevados valores de IPA.

3.3 Diversidade O índice de diversidade encontrado na MIZ foi H’= 3,46, com variação de H’= 2,84 em julho a H’= 3,52 em dezembro. Na MM o índice de diversidade foi H’= 3,36, variando de H’= 2,78 em junho a H’= 3,44 em janeiro.

Os valores de diversidade obtidos nas localidades estudadas estão próximos aos observados em outras áreas fragmentadas do interior paulista. Almeida (1997) avaliando as matas Santa Elisa (40 ha) e Morro Chato (30 ha) obteve H’= 3,59 e H’= 3,64, respectivamente. Valores semelhantes encontraram Pozza e Pires (2003), que registraram H’= 3,54 na Estação Ecológica de São Carlos (75 ha) e H’= 3,49 na Reserva Ambiental da Fazenda Santa Cecília (100 ha). Donatelli et al. (2004) analisando um remanescente florestal de 600 ha em Lençóis Paulista registraram H’= 3,10 e Maciel (2011) registrou H’= 3,53 na Mata do Peixe (565 ha), no município de Quatá.

ϯϬ  O índice de diversidade possibilita a comparação de áreas distintas ou a avaliação da mesma área em diferentes épocas, através dele é possível identificar o grau de heterogeneidade das áreas, baseando-se na proporção numérica de cada espécie da comunidade. Para avaliar a distribuição numérica das comunidades observadas foi utilizado o índice de Equidistribuição (E). O valor encontrado foi de E= 0,80 para MIZ e E= 0,77 na MM. Estes valores indicam que as espécies registradas nos fragmentos apresentam distribuição pouco equilibrada devido ao fato de algumas espécies possuírem elevada abundância enquanto a maioria apresentou abundância abaixo da média. Os valores calculados neste estudo estão próximos aos valores obtidos por Almeida (1997) – 0,73 e 0,74 e Maciel (2011) – 0,79.

3.4 Categorias alimentares As categorias alimentares estão distribuídas de forma semelhante nas localidades estudadas em relação à riqueza. As aves insetívoras apresentaram maior representatividade (MM - 39,07% e MIZ - 39,51%), seguidas pelas onívoras, que foram 6,30% mais representativas na MM (Tabela 4). A MIZ apresentou riqueza semelhante entre os carnívoros (27 spp.) e frugívoros (26 spp.), enquanto que na MM os frugívoros e carnívoros correspondem, respectivamente, a 15,23% e 11,26% da riqueza específica. Os nectarívoros correspondem a menos de 5% e Coragyps atratus foi a única ave detritívora observada nas duas áreas.

Tabela 4. Categorias alimentares da comunidade de aves da MM e da MIZ em termos de riqueza (R) e abundância (A).

MM MIZ Categorias R % A % R % A %

Carnívoro 17 11,26 35 1,40 27 16,67 34 1,31

Detritívoro 1 0,66 57 2,27 1 0,62 89 3,44

Frugívoro 23 15,23 883 35,22 26 16,05 985 38,05

Insetívoro 59 39,07 1016 40,53 64 39,51 1040 40,17

Nectarívoro 7 4,64 58 2,31 7 4,32 22 0,85

Onívoro 44 29,14 458 18,27 37 22,84 419 16,18

Totais 151 100 2507 100 162 100 2589 100

ϯϭ 

As proporções das categorias tróficas variam quando analisadas em relação à abundância no interior das matas. Os insetívoros continuam sendo a categoria mais representativa nos fragmentos com 1016 contatos na MM e 1040 na MIZ. As famílias mais representativas desta categoria são Tyrannidae e Thamnophilidae, sendo que somente Thamnophilus pelzelni representa 31,7% na MM e 23% na MIZ da abundância total dos insetívoros. Os frugívoros apresentaram valores próximos aos insetívoros e foram representados na sua maior parte pelas famílias Psittacidae e Columbidae. Os onívoros correspondem a 18,27% (MM) e 16,18% (MIZ), enquanto as categorias alimentares restantes não atingem 6% dos contatos.

De modo geral, as proporções das guildas corroboram com outros estudos realizados em fragmentos florestais no estado de São Paulo (Motta Junior 1990, Pozza 2002, Maciel 2011) e segue o padrão para matas da região neotropical, apresentando superioridade específica dos insetívoros (Sick 1997). Este panorama é esperado pelo fato dos insetívoros englobarem grande parte das famílias de maior representatividade numérica do estado de São Paulo: Tyrannidae (76), Furnariidae (36) e Thamnophilidae (34) (Figueiredo 2002).

Em oposição ao observado em ambientes preservados, os onívoros foram a segunda categoria mais representativa neste trabalho. Este parece ser o panorama mais comum em áreas fragmentadas (Willis 1979) que, aparentemente, favorecem as espécies com maior plasticidade alimentar. Deste modo, hábitos alimentares generalistas seriam uma forma de minimizar a deficiência de recursos alimentares em fragmentos florestais. Willis (1979) observou que existe uma tendência de redução dos frugívoros diante do crescimento dos onívoros em pequenos fragmentos.

Os frugívoros são elementos importantes na manutenção e regeneração da integridade biótica nas comunidades tropicais (Loiselle e Blake 1991), pois desempenham consideráveis funções biológicas ao interagirem com plantas, como a dispersão de sementes (Pizo 2001). Áreas fragmentadas apresentam um ou mais períodos anuais de escassez de frutos forçando as aves frugívoras modificarem suas dietas parcialmente ou se deslocarem para áreas próximas em busca de frutos

ϯϮ  (Galetti et al. 2000). Os frugívoros de grande e médio porte são aves de interesse especial para a conservação. Estes são os primeiros a desaparecer em matas alteradas por não conseguirem suprir suas exigências alimentares ao longo do ano (Almeida 2002).

Nas áreas estudadas foram detectados frugívoros ameaçados e quase ameaçados para o estado de São Paulo. Na MIZ observou-se a presença de pequenos grupos de Amazona amazonica em todas as visitas. Aparentemente esta espécie utilizava um eucaliptal próximo ao fragmento como dormitório. Na MM foi registrado em 63,6% das visitas o jacupemba (Penelope superciliaris), a presença desta espécie e do papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) indica que o fragmento está relativamente bem conservado. Entre os representantes de médio porte destaca-se Patagioenas picazuro que foi a ave mais abundante em ambas as áreas. Segundo Ubaid (2009), o elevado crescimento populacional desta espécie está relacionado à sua capacidade de explorar recursos em diversos ambientes, inclusive o florestal.

Os carnívoros foram representados na sua maior parte pelos Accipitridae e Falconidae. Um registro importante para esta categoria foi o gavião-belo (Busarellus nigricollis) na MIZ. Esta espécie, aparentemente regular, mas com poucos registros (Willis e Oniki 1993) está ameaçada para o estado de São Paulo. Espécies carnívoras de maior porte podem ser afetadas negativamente em áreas modificadas, pois necessitam de uma grande área de vida e um ecossistema equilibrado, onde a abundância de suas presas permaneça estável (Aleixo 1999). Espécies carnívoras estão entre as mais sensíveis aos efeitos da fragmentação florestal e, deste modo, seriam as mais vulneráveis à extinção local em pequenos fragmentos (Donatelli et al. 2007).

Os beija-flores representam quase a totalidade dos nectarívoros, apenas uma única espécie não pertence à família Trochilidae, Coereba flaveola. A diminuição dos nectarívoros pode afetar a produção de sementes ou germinação de várias espécies de plantas pela redução de seus polinizadores em áreas fragmentadas (Murcia 1996).

ϯϯ  O único representante dos detritívoros foi o urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus). Esta espécie esteve presente com frequência no interior da MM em pequenas clareiras onde eram depositados restos de bovinos. Na MIZ C. atratus era presença constante no interior da mata, utilizando tanto árvores secas como pequenos arbustos para descanso. Como já era esperado, esta categoria foi a menos representativa, uma vez que os detritívoros são representados por apenas quatro espécies no estado de São Paulo (Figueiredo 2002).

ϯϰ 

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O levantamento qualitativo proporcionou uma listagem da avifauna presente nos fragmentos estudados: A Mata do Instituto de Zootecnia, no município de Sertãozinho e a Mata dos Maias, em Quatá. Os remanescentes estudados apresentaram padrões de riqueza e diversidade semelhante a outros estudos realizados em áreas fragmentadas no interior paulista.

A presença de aves ameaçadas de extinção no estado de São Paulo associada à raridade de fragmentos maiores que 100 ha evidenciam a necessidade de monitoramento frequente destas áreas. Estudos futuros poderão avaliar, ao longo dos anos, a dinâmica populacional destas espécies, incluindo extinções locais.

Ambas as áreas possuem fragmentos próximos que, se conectados através de corredores ecológicos, aumentariam significantemente as suas áreas, favorecendo o deslocamento de espécies florestais. Na MM uma simples recuperação da mata ciliar do córrego adjacente ao fragmento (Figura 7) restabeleceria o corredor ecológico natural entre os remanescentes.

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ϯϱ  A Reserva Biológica de Sertãozinho é composta por quatro fragmentos, sendo a MIZ o maior deles. A recuperação da mata ciliar do córrego destacado (Figura 8) auxiliaria o deslocamento das aves entre os fragmentos da reserva.

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Estudos como esse possibilitam um conhecimento preliminar das comunidades de aves e um diagnóstico parcial dos fragmentos estudados, podendo servir de base para planos de manejos das áreas.

ϯϲ  5 REFERÊNCIAS

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ϰϮ 

ANEXOS

ϰϯ  Anexo 1. Exemplo de planilha utilizada no levantamento quantitativo.

Ficha de campo para o levantamento quantitativo

Local: Data: Ponto: Horário inicial: Observador (es): Vento: 0 [fraco] 1 [mod.] Chuva: 0 [-] 1 [fina] Ruído: 0 [fraco] 1 [mod.] 2 [forte] Nebul:0–25–50-75–100% Obs. Gerais:

CONTATOS = ESPÉCIES =

ϰϰ 

Anexo 2. Relação das espécies de aves registradas nos fragmentos MM e MIZ e áreas adjacentes. Classificação taxonômica segundo o CBRO (2011). (FO) frequência de ocorrência: (R) raras – frequência de ocorrência até 25%; (E) escassas - frequência de ocorrência entre 25,1 e 50%; (C) comuns - com frequência de ocorrência entre 50,1% e 75%; (A) abundantes - espécies registradas entre 75,1% e 100% das visitas; (A*) espécies presentes em todas as visitas. (IPA) índice pontual de abundancia. (CA) Categoria de ameaça segundo o SEMA (2008): (CR) criticamente em perigo, (EM) em perigo, (VU) vulnerável, (QA) quase ameaçado

MIZ MM FAMÍLIAS E ESPÉCIES CA FO IPA FO IPA Tinamidae Gray, 1840 Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) C A Crypturellus tataupa (Temminck, 1815) E 2,50 C 10,91 Anatidae Leach, 1820 Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766) E E Dendrocygna autumnalis (Linnaeus, 1758) R Cairina moschata (Linnaeus, 1758) E R Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) E E Cracidae Rafinesque, 1815 Penelope superciliaris Temminck, 1815 C 5,91 QA Podicipedidae Bonaparte, 1831 Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766) R Ciconiidae Sundevall, 1836 Jabiru mycteria (Lichtenstein, 1819) R EN. Mycteria americana Linnaeus, 1758 R E QA Phalacrocoracidae Reichenbach, 1849 Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789) R Anhingidae Reichenbach, 1849 Anhinga anhinga (Linnaeus, 1766) R Ardeidae Leach, 1820 Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783) C Nycticorax nycticorax (Linnaeus, 1758) E Butorides striata (Linnaeus, 1758) C E Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) A 8,75 A Ardea cocoi Linnaeus, 1766 R C Ardea alba Linnaeus, 1758 E C Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824) A 0,83 A Pilherodius pileatus (Boddaert, 1783) R R VU Egretta thula (Molina, 1782) R R Threskiornithidae Poche, 1904 Mesembrinibis cayennensis (Gmelin, 1789) C R Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) A 1,25 E Platalea ajaja Linnaeus, 1758 R Cathartidae Lafresnaye, 1839 Coragyps atratus (Bechstein, 1793) A* 37,08 A* 25,91 Accipitridae Vigors, 1824 Gampsonyx swainsonii Vigors, 1825 R Elanus leucurus (Vieillot, 1818) R Ictinia plumbea (Gmelin, 1788) E 1,25 E 5,91

ϰϱ  Anexo 2. Continuação.

Busarellus nigricollis (Latham, 1790) R CR Rostrhamus sociabilis (Vieillot, 1817) E Geranospiza caerulescens (Vieillot, 1817) R Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) R E Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) A* 6,67 A 5,91 Geranoaetus albicaudatus (Vieillot, 1816) R Falconidae Leach, 1820 Caracara plancus (Miller, 1777) A* 4,58 A* 8,18 Milvago chimango (Vieillot, 1816) C 2,92 A 1,36 Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) R R Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817) R 0,45 Falco sparverius Linnaeus, 1758 C A Falco femoralis Temminck, 1822 R E Aramidae Bonaparte, 1852 Aramus guarauna (Linnaeus, 1766) C Rallidae Rafinesque, 1815 Aramides cajanea (Statius Muller, 1776) E R Porzana albicollis (Vieillot, 1819) R E Gallinula galeata (Lichtenstein,1818) R E Porphyrio martinica (Linnaeus, 1766) R Cariamidae Bonaparte, 1850 Cariama cristata (Linnaeus, 1766) A A* Charadriidae Leach, 1820 Vanellus chilensis (Molina, 1782) A* A* Scolopacidae Rafinesque, 1815 Tringa solitaria Wilson, 1813 R Jacanidae Chenu & Des Murs, 1854 Jacana jacana (Linnaeus, 1766) C C Columbidae Leach, 1820 Columbina talpacoti (Temminck, 1811) A A 4,09 Columbina squammata (Lesson, 1831) A 12,50 E 0,45 Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886) R 1,36 Columba livia Gmelin, 1789 C Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) A* 149,17 A* 215,45 Patagioenas cayennensis (Bonnaterre, 1792) A 21,25 E 6,82 Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) A* 1,25 C 3,64 Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 A* 14,17 A 10,45 Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) R 0,91 Psittacidae Rafinesque, 1815 Aratinga leucophthalma (Statius Muller, 1776) C 9,17 A 48,18 Aratinga auricapillus (Kuhl, 1820) A 48,75 Aratinga aurea (Gmelin, 1788) E 2,50 Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) R 1,67 R 1,82 Brotogeris chiriri (Vieillot, 1818) A* 95,00 A* 56,64 Pionus maximiliani (Kuhl, 1820) R 0,45 Amazona amazonica (Linnaeus, 1766) A* 42,50 VU Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) A 10,91 QA Cuculidae Leach, 1820 Piaya cayana (Linnaeus, 1766) C 15,42 C 4,55 Coccyzus melacoryphus Vieillot, 1817 R Crotophaga ani Linnaeus, 1758 A 2,08 C Guira guira (Gmelin, 1788) A A 0,45

ϰϲ  Anexo 2. Continuação.

Tytonidae Mathews, 1912 Tyto alba (Scopoli, 1769) R Strigidae Leach, 1820 Megascops choliba (Vieillot, 1817) R Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) R Athene cunicularia (Molina, 1782) A* A* Nyctibiidae Chenu & Des Murs, 1851 Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) R Caprimulgidae Vigors, 1825 Hydropsalis albicollis (Gmelin, 1789) R E Apodidae Olphe-Galliard, 1887 Streptoprocne zonaris (Shaw, 1796) R Chaetura meridionalis Hellmayr, 1907 E 0,83 R Tachornis squamata (Cassin, 1853) C 2,92 VU Trochilidae Vigors, 1825 Phaethornis pretrei (Lesson & Delattre, 1839) E 1,67 C 4,55 Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) C R Florisuga fusca (Vieillot, 1817) Anthracothorax nigricollis (Vieillot, 1817) E R 0,91 Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) C 0,83 C 5,45 Hylocharis chrysura (Shaw, 1812) E 2,50 C 11,82 Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) C 1,25 C 2,73 Amazilia lactea (Lesson, 1832) E 0,42 Alcedinidae Rafinesque, 1815 Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) C R Chloroceryle amazona (Latham, 1790) E E Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) R Galbulidae Vigors, 1825 Galbula ruficauda Cuvier, 1816 R E 0,91 Ramphastidae Vigors, 1825 Ramphastos toco Statius Muller, 1776 A* 7,08 R 1,36 Picidae Leach, 1820 Picumnus albosquamatus d'Orbigny, 1840 A* 14,58 A* 22,73 Melanerpes candidus (Otto, 1796) A 5,42 A 5,00 Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) R 0,42 E Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) R 0,42 R Colaptes campestris (Vieillot, 1818) A* A Celeus flavescens (Gmelin, 1788) R Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) E 0,45 Campephilus melanoleucos (Gmelin, 1788) E 1,67 E 1,82 VU Thamnophilidae Swainson, 1824 Herpsilochmus atricapillus Pelzeln, 1868 C 33,75 A* 39,55 Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764) A 9,17 E 2,73 Thamnophilus pelzelni Hellmayr, 1924 A* 97,50 A* 150,00 Taraba major (Vieillot, 1816) A* 49,58 E 1,36 Dendrocolaptidae Gray, 1840 Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot, 1818) E 1,25 E Furnariidae Gray, 1840 Furnarius rufus (Gmelin, 1788) A* A* Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin, 1788) C R Synallaxis frontalis Pelzeln, 1859 A* 42,08 R 1,82 Synallaxis albescens Temminck, 1823 R QA

ϰϳ  Anexo 2. Continuação.

Synallaxis spixi Sclater, 1856 R Cranioleuca vulpina (Pelzeln, 1856) R Pipridae Rafinesque, 1815 Antilophia galeata (Lichtenstein, 1823) C 5,45 QA Tityridae Gray, 1840 Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) E 3,18 Rhynchocyclidae Berlepsch, 1907 Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) A* 6,25 C 3,18 Poecilotriccus plumbeiceps (Lafresnaye, 1846) R 1,25 Hemitriccus margaritaceiventer (d'Orbigny & A* 29,55 Lafresnaye, 1837) Tyrannidae Vigors, 1825 Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) C 5,83 E 2,27 Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) C 9,58 E 1,36 Myiopagis viridicata (Vieillot, 1817) E 6,36 Serpophaga subcristata (Vieillot, 1817) R R 0,45 Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859 R 0,45 Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) C 7,08 A 19,55 Myiarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776) E 7,50 C 6,82 Casiornis rufus (Vieillot, 1816) E 5,42 A 25,91 QA Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) A* 37,92 A* 23,64 Philohydor lictor (Lichtenstein, 1823) R Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) A C Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) E 2,92 C 10,00 Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) C 13,75 A* 17,73 Myiozetetes similis (Spix, 1825) C 4,58 R 0,45 Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 A 13,33 C 1,82 Tyrannus savana Vieillot, 1808 E 5,42 E 0,91 Griseotyrannus aurantioatrocristatus (d'Orbigny & R Lafresnaye, 1837) Empidonomus varius (Vieillot, 1818) R R Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) R Pyrocephalus rubinus (Boddaert, 1783) R R Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766) C R Arundinicola leucocephala (Linnaeus, 1764) C R Gubernetes yetapa (Vieillot, 1818) E Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831) E 9,55 Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) E 5,00 A 23,64 Xolmis velatus (Lichtenstein, 1823) C A* Vireonidae Swainson, 1837 Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) A 12,92 A 13,64 Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) R 3,33 C 10,45 Corvidae Leach, 1820 Cyanocorax cristatellus (Temminck, 1823) R Cyanocorax chrysops (Vieillot, 1818) A* 22,27 Hirundinidae Rafinesque, 1815 Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) C 0,83 C 1,36 Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) A 1,67 C 3,64 Progne tapera (Vieillot, 1817) A 1,25 C 1,36 Progne chalybea (Gmelin, 1789) E 0,42 R Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) R Troglodytidae Swainson, 1831 Troglodytes musculus Naumann, 1823 A 6,25 E ϰϴ  Anexo 2. Continuação.

Donacobiidae Aleixo & Pacheco, 2006 Donacobius atricapilla (Linnaeus, 1766) E E Polioptilidae Baird, 1858 Polioptila dumicola (Vieillot, 1817) E 0,42 Turdidae Rafinesque, 1815 Turdus leucomelas Vieillot, 1818 A* 24,58 A* 35,45 Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 A R Mimidae Bonaparte, 1853 Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) A 2,92 A* Coerebidae d'Orbigny & Lafresnaye, 1838 Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) C 2,50 R 0,91 Thraupidae Cabanis, 1847 Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye, 1837 R 5,00 E 4,55 Nemosia pileata (Boddaert, 1783) R 0,42 Thlypopsis sordida (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) R Ramphocelus carbo (Pallas, 1764) A 2,92 Lanio cucullatus (Statius Muller, 1776) C 2,08 R 2,27 Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) A* 36,25 C 5,45 Tangara cayana (Linnaeus, 1766) A 5,00 E 2,73 Tersina viridis (Illiger, 1811) R R Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) R C 14,09 Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766) E 6,36 Conirostrum speciosum (Temminck, 1824) A* 25,83 A 9,09 Emberizidae Vigors, 1825 Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) R Ammodramus humeralis (Bosc, 1792) A C Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) C Sicalis luteola (Sparrman, 1789) R R Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) A E Sporophila lineola (Linnaeus, 1758) C R Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823) R Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) A R Arremon flavirostris Swainson, 1838 A* 27,92 C 13,18 Parulidae Wetmore, Friedmann, Lincoln, Miller, Peters, van Rossem, Van Tyne & Zimmer 1947 Parula pitiayumi (Vieillot, 1817) C 3,18 Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789) R Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) A* 37,27 Basileuterus flaveolus (Baird, 1865) C 11,25 A* 65,91 Icteridae Vigors, 1825 Icterus pyrrhopterus (Vieillot, 1819) E 0,42 R Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) R R QA Chrysomus ruficapillus (Vieillot, 1819) C E Pseudoleistes guirahuro (Vieillot, 1819) C E Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) C R Sturnella superciliaris (Bonaparte, 1850) A E Fringillidae Leach, 1820 Sporagra magellanica (Vieillot, 1805) R Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) A* 24,17 A 12,73 Passeridae Rafinesque, 1815 Passer domesticus (Linnaeus, 1758) A E

ϰϵ