Edição Comemorativa Cooperabaeté 90 anos

Publicação da Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté e Região Ltda.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Presidente: Eustáquio Márcio de Oliveira Diretor Administrativo: José Soares dos Santos Diretor Comercial: Rogério Lage de Oliveira Conselheiros Vogais: Adelson E. de Campos Ramiro Eustáquio Márcio de Oliveira Eugênio Antônio da Costa Filho Presidente da Cooperabaeté Geraldo Magela de Carvalho Jr. Guilherme A. Pereira Mendes

CONSELHO FISCAL JUBILEU DE ÁLAMO João Mendes Souza Filho Nove décadas de grandes conquistas Geraldo Fernandes Damacena Valdelina Maria da Silva e Silva Suplentes: A Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté e Região Ltda, Newton de Sousa Lino Filho a Cooperabaeté, completa noventa anos de existência, com a Wilma Jane Alves de Noronha Ismênia de Oliveira Martins convicção de ter cumprido fielmente a sua missão de apoiar e participar do desenvolvimento do agronegócio da microrregião COOPERABAETÉ CNPJ - 16.505.554/0001-80 onde está inserida. IE - 002.088.863-0042 Praça Amador Álvares, 122 Ao longo de sua história, contada em detalhes nesta revista, 35.620-000 - Abaeté - MG Geral: (37) 3541-6400 a cooperativa fez as necessárias mudanças e adaptações, [email protected] sempre com vistas a atender aos anseios dos produtores JORNALISTA RESPONSÁVEL rurais da região. Christiane Ribeiro - MTb 4815/MG

Hoje, a Cooperativa possui filiais em Abaeté, , REDAÇÃO Eustáquio Márcio, Rogério Lage, e , mas sua área de ação é Christiane Ribeiro, Monique Sousa, Marcos Rodrigues, Guilherme Megali. toda a região central de , onde vende rações, suplementos minerais e outros insumos de sua linha de COLABORADORES ESPECIAIS Marcelo Candiotto (CCPR), Ronaldo produção em 64 municípios. Scucato (Ocemg), Roberto Simões (Faemg), Vasco Praça (Fecoagro), Sinval Com certeza, além da competência dos seus dirigentes Lopes (Embrapa), Frederico Velasco (Vaccinar), Tales Resende (Cargill) de todos os tempos, da dedicação dos colaboradores e de parcerias importantes, outra razão dessa longevidade da FOTOGRAFIAS Arquivo Cooperabaeté, Christiane Ribeiro, cooperativa é o irrestrito apoio que sempre recebeu dos Cine Foto Centenário, Guilherme Megali, associados e das populações dos municípios onde ela atua. Valéria Silva, Jean Douglas, Studio Vantage, Giovana Moura, Maria Teresa Leal, Gilson de Souza, Mateus SV Cooperabaeté 90 anos, uma Cooperativa que fazemos juntos. DIAGRAMAÇÃO / IMPRESSÃO Aquarius Gráfica

TIRAGEM: 3.000 exemplares COOPERABAETÉ, Eustáquio Márcio de Oliveira, Origem e História presidente da Cooperabaeté

A Cooperativa dos Produtores Horizonte, praças mais próximas recentes cooperados, são os Rurais de Abaeté e Região servidas por agências bancárias. construtores dessa grande marca Limitada - Cooperabaeté - que orgulha a nossa região. Conforme narrativa de Júlio completa noventa anos de Aberto Filho, em matéria do Importante registrar que o “Banco existência neste mês de Jornal Cooperabaeté, outros Abaeté”, como era chamada a novembro de 2018. O seu embrião homens fortes e de posses que Cooperativa de Crédito, passou por foi a Sociedade Cooperativa de contribuíram para a capitalização algumas sérias dificuldades. Um Responsabilidade Limitada – da nova cooperativa foram fato interessante, talvez causa de Banco de Abaeté, fundada em 19 Dr. Edgardo da Cunha Pereira, alguns problemas enfrentados, de novembro de 1928, registrada advogado e ex-deputado estadual, era a existência de duas facções na Divisão de Cooperativismo e seu primeiro presidente; Inácio políticas antagônicas no Organização Rural do Ministério de Oliveira Campos; Luiz Gonzaga município, uma chamada Flor da Agricultura sob o número 500, de Souza, grande fazendeiro e de Amor, cujos membros eram série H. dono de fábrica de banha; Astolfo fundadores ou apoiadores da Ferreira da Silva, fazendeiro e Cooperativa, e outra adversária, A motivação dos 82 pioneiros, dono de farmácia, dentre outros. que não aderiu e passou a fazer liderados pelo Padre Miguel Vital Além do presidente, Dr. Edgardo oposição ao empreendimento, de Freitas Mourão, vigário da da Cunha Pereira, a primeira denominada Sedução. Paróquia de Abaeté e abastado diretoria teve também um fazendeiro da localidade diretor-gerente, o Sr. Júlio Alberto, A mais grave crise nos primeiros denominada Candelária, foi conhecido como Julico. anos de existência, certamente, a grande dificuldade que os foi na década de 1930, fazendeiros e comerciantes da De qualquer forma, com certeza, ocasionada por uma denúncia região enfrentavam para efetuar todos os oitenta e dois primeiros do grupo de oposição política aos transações financeiras, pois eram associados e os demais que dirigentes, de que a instituição obrigados a deslocamentos até aderiram ao projeto nos anos praticava, no caso de devedores , Pará de Minas ou Belo seguintes, inclusive os mais inadimplentes, a cobrança

Na foto histórica de inauguração do Banco de Abaeté, alguns dos 82 sócio-fundadores, como Padre Vital, Dr. Edgardo da Cunha Pereira, Sr. Júlio Alberto, Sr. Antônio Alberto, Sr. Justino Augusto de Faria, Sr. Astolfo Ferreira, Dr. Ary Pires, José Barroso e Luiz Gonzaga.

4 Dr. Edgardo da Cunha Pereira (1928 a 1940), Dr. Edgardo da Cunha Pereira Filho (1940 a 1946) e Dr. José de Campos Melo (1946 a 1971) foram os primeiros presidentes da Cooperabaeté, que, nos seus primeiros 37 anos de atividade, contava apenas com um Diretor Gerente.

O cargo foi exercido pelo Sr. Júlio Alberto (Sr. Julico), de 1928 a 1946, e pelo Sr. Francisco Soares de Andrade (Chico do Estêvão), que o sucedeu e permaneceu na diretoria até 1968.

de juros de 13% ao ano, o Araújo, capitalista, que abriu seu Banco de Abaeté, por meio da que estaria em desacordo cofre e levou alguns sacos de Assembleia Geral Extraordinária com as regras da SUMOC – dinheiro para depositar e salvar a de 08 de dezembro de 1946. Superintendência de e cooperativa. Foi ele também o responsável Crédito, do Ministério da Fazenda, pela construção da sede Depois de perder a lide na que controlava o sistema administrativa e do galpão onde primeira e segunda instâncias, financeiro nacional, papel hoje hoje funciona o supermercado de exercido pelo Banco Central. a Cooperativa obteve êxito no Abaeté. Supremo Tribunal Federal. Ao longo do processo, Vale ressaltar que essa principalmente após a decisão Antes do final do processo Assembleia Geral Extraordinária contrária ao Banco, exarada pelo judicial, em 1940, o Dr. Edgardo de dezembro de 1946 autorizou à Tribunal de Justiça do Estado da Cunha Pereira faleceu e foi diretoria a aquisição de uma das de Minas Gerais, houve uma sucedido na presidência por fábricas de laticínios existentes generalizada desconfiança dos seu filho, Edgardo da Cunha em Abaeté, bem como a adoção associados, que promoveram Pereira Filho. Nessa época, a de todas as providências uma retirada maciça dos seus denominação da cooperativa fora depósitos, com receio de que alterada para Cooperativa Banco necessárias à implantação de o órgão fiscalizador mandasse de Abaeté Limitada. uma fábrica para a Cooperativa. fechar o estabelecimento. Em 1946, assumiu a presidência Em junho de 1947, a Assembleia Para evitar a insolvência, da cooperativa o Dr. José de Geral Extraordinária alterou a a diretoria recorreu aos Campos Melo, que conduziu a sua denominação para Cooperativa fazendeiros mais ricos da região, transformação em Cooperativa de Crédito e Produção Banco de especialmente o Sr. Vicente de Mista Agropecuária Limitada – Abaeté Limitada.

5 Logo após a aprovação da mudança estatutária e instalação do posto de recebimento de leite, a Cooperativa enfrentou outro grande problema, porque não conseguiu se filiar à Itambé, em razão do excesso na produção leiteira naquela época. A diretoria não desistiu da ideia de filiação, continuou a luta e, em novembro de 1965, conseguiu o seu pleito.

A primeira captação de leite realizada pela Cooperativa aconteceu em 01 de novembro de 1965. Nos primeiros anos, a produção era muito irregular na região. Se na seca a captação diária era de 5.000 litros, nas águas, poderia passar de 15.000 litros.

Uma grande dificuldade enfrentada na época foi, sem dúvida, quando a Itambé decidiu fazer um deságio no fornecimento mensal do leite, equivalente a menos cinco dias por mês, para fazer face a uma grande crise no mercado de leite em pó. Na prática, cada fornecedor perdeu dois meses de fornecimento em um ano.

Em 20 de abril de 1969, houve a extinção da Seção de Crédito da Cooperativa, em Assembleia Geral Extraordinária, com a consequente alteração da Diretor da Cooperativa nos dois mandatos do Dr. denominação da sociedade para Cooperativa Mista de Melo e presidente por 12 anos, nosso saudoso Abaeté Limitada. Rodolpho Mourão foi responsável pela ampliação do prédio da loja (atual supermercado), pela construção Em 1971, assumiu a presidência o Sr. Rodolpho de dos galpões da plataforma de recepção de leite de Oliveira Mourão, que inaugurou um novo formato Abaeté e do posto de recebimento e resfriamento de de diretoria, com o Diretor Gerente, Sr. Osvaldo Luiz leite de Biquinhas, pela compra da plataforma e do de Oliveira, e o Diretor de Laticínios, Sr. Pedro José armazém de Paineiras, pela aquisição dos tratores Fernandes, no primeiro de seus quatro mandatos à que eram alugados aos produtores. frente da Cooperativa. Confira, nas páginas 08 e 09,

E quando o setor de laticínios tinha apenas seis uma homenagem a todas as diretorias responsáveis funcionários, era ele que trabalhava na medição pela condução deste forte empreendimento, a partir da e, mais tarde, na pesagem do leite. “Seu Mourão inauguração do setor de produção de leite, em 1965. foi o esteio e o alicerce da Cooperativa. Tudo teve a Na administração de Rodolpho de Oliveira Mourão, participação dele, que era considerado um colega de trabalho, não um diretor ou presidente. No início, houve a criação de um setor específico de apoio se você carregava uma máquina de um lado, podia à agricultura, com aquisição de máquinas e olhar que o Seu Mourão estava pegando de outro”, implementos, que eram locados aos produtores conta Orlando Ferreira Pires, um dos primeiros associados. funcionários da Cooperativa de leite. Uma grande novidade havida na captação do leite foi Na foto acima, estão também João Batista da Silva a chamada granelização, ou seja, a aposentadoria dos (Canoeiro), o primeiro motorista da Cooperabaeté, e velhos latões de 50 litros e a adoção dos tanques de Vicente Alves de Oliveira. resfriamento, de onde o leite era bombeado para os caminhões equipados com tanques térmicos, o que resultou num salto de qualidade do produto. Esse processo teve início em 1998 e se completou em 2000.

O pico de coleta de leite pela Cooperativa foi de cerca de 230 mil litros/dia, para um total de 596 cooperados fornecedores. Atualmente, a captação média diária gira em torno de 80 mil.

Em julho de 2002, a denominação da sociedade foi alterada para o nome que ostenta até a presente data: Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté e Região Limitada.

6 Atualmente, a Cooperativa quatro edições), conquistou lugar Na área administrativa, sempre atua nos ramos de produção de destaque no calendário de com o apoio da OCEMG, a agropecuária, com aquisição de feiras agropecuárias da região. Cooperativa procura manter produtos, principalmente leite e a diretoria, os membros dos A Cooperabaeté pratica e defende grãos; fornecimento de insumos conselhos e os colaboradores firmemente os princípios agropecuários, inclusive rações cooperativistas, mantém treinados e atualizados, com o e suplementos de produção constante apoio às comunidades objetivo de praticar uma gestão própria; postos de combustíveis onde está inserida e desenvolve eficiente e moderna, capaz e lubrificantes, supermercados e importantes ações de defesa de atender aos interesses dos loja de conveniência. da natureza, além de manter associados, bem como garantir a Possui estabelecimentos programas de organização sustentabilidade da Cooperativa. comerciais em Abaeté (sede), e desenvolvimento do seu Em resumo, essa é a trajetória Paineiras, Biquinhas e Morada quadro social, com eventos de Nova de Minas. disseminação da educação da Cooperabaeté, desde os cooperativista e de integração seus primeiros passos, com as No comércio de rações e entre os associados e a necessárias correções de rotas e demais insumos, atende aos diretoria, por meio dos Núcleos adaptações às novas realidades. produtores de toda a região Cooperativistas. Além da competência dos Gerais, num dirigentes de todos os mandatos, total de 64 municípios. As rações A Intercooperação também é da dedicação e empenho dos e suplementos que ostentam um dos princípios em destaque colaboradores, sem dúvida, a a marca Cooperabaeté são na Cooperativa. Prova disso foi grande razão da longevidade produtos de excelente qualidade, a recente premiação Somos desta Cooperativa é o apoio que conquistam a preferência dos Coop, da OCB. Desde a criação incondicional que sempre consumidores, graças aos rígidos do Projeto Dia de Cooperar, padrões de produção. idealizado pelo Sistema Ocemg, recebeu de seus associados e com o propósito de integrar das comunidades da microrregião Importante, também, mencionar as ações voluntárias das onde está inserida. a TECNOAGRO – a Feira do cooperativas, a Cooperabaeté Agronegócio de Abaeté e participa ativamente do mesmo, COOPERABAETÉ 90 ANOS, UMA Região, evento que, apesar de com ações que beneficiam as COOPERATIVA QUE FAZEMOS relativamente novo (foram apenas comunidades da região. JUNTOS. PARABÉNS.

7 DIRETORIAS da Cooperabaeté GESTÃO 1965/1968

Presidente: Dir. Gerente: Diretor de Dir. Secretário: Laticínios: Confira a relação das Diretorias desde 1965, quando José de Francisco Antenor Campos Melo Soares de Rodolpho de Bontempo a Sociedade Cooperativa de Responsabilidade Andrade Oliveira de Lima Ltda / Banco de Abaeté foi transformada em uma Mourão Cooperativa de Produção de Leite.

GESTÃO 1968/1971 GESTÃO 1971/1974

Presidente: Dir. Gerente: Diretor de Dir. Secretário: Presidente: Dir. Gerente: Diretor de José de José Teófilo Laticínios: Antenor Rodolpho Osvaldo Luiz Laticínios: Campos Melo Marques Rodolpho de Bontempo de Oliveira de Oliveira Pedro José Martins Oliveira de Lima Mourão Fernandes da Costa Mourão (Pedro Pio)

GESTÃO 1974/1977 GESTÃO 1977/1980

Presidente: Dir. Gerente: Diretor Industrial: Presidente: Diretor Diretor Gerente: Rodolpho Aloísio Lucas José de Assis Rodolpho de Administrativo: Nativo Último do Espírito de Oliveira Pereira Pereira Oliveira Aloísio Lucas Santo, subst. em 1979 por Mourão (Zé do Norberto) Mourão Pereira Jorge Rodrigues Zica

GESTÃO 1980/1983 GESTÕES 1983/86, 1986/89, 1989/92, 1992/95

Presidente: Diretor Diretor Gerente: Presidente: Diretor Diretor Gerente: Rodolpho de Administrativo: Wander Jeová Ferreira Administrativo: José Balena Oliveira Aloísio Lucas Fernandes de Andrade Aloísio Lucas Gabriel Mourão Pereira (Vavá) Pereira

8 GESTÃO 1995/1998 GESTÃO 1998/2001

Presidente: Diretor Diretor Gerente: Presidente: Diretor Diretor Gerente: Aloísio Lucas Administrativo: José Balena Cássio Alves Administrativo: Marcos Antônio Pereira Eduardo Lúcio Gabriel de Oliveira Ataíde Ramiro Pereira Pereira de Campos Sousa

Conselheiros Vogais: Jeová Ferreira de Andrade, Higino Cunha Conselheiros Vogais: Leonardo Leite Praça, Ivanir Deladier da Valadares, Aníbal Rufino dos Santos e Geraldo Fagundes da Silva. Costa, Ricardo Pereira de Sousa e Isaelmon César Damasceno.

GESTÃO 2001/2004 GESTÃO 2004/2007

Presidente: Diretor Administrativo: Diretor Gerente: Presidente: Diretor Diretor Comercial: Cássio Alves Marcos Antônio Pereira Pacífico Lima Henrique Administrativo: José de Oliveira subst. por Henrique Sousa Filho Sousa Pacífico Lima Fernandes de Saldanha Saldanha Filho Paula (Lima)

Conselheiros Vogais: Ataíde Ramiro Campos, Ivanir Deladier da Conselheiros Vogais: Amador César de Faria, José Eustáquio Costa, Henrique Sousa Saldanha e Felipe Antônio de Castro. Marcelino, Eustáquio Márcio de Oliveira e Ilzimar Lúcio L. Gomes.

GESTÃO 2007/2010 GESTÃO 2010/2013

Presidente: Diretor Diretor Comercial: Presidente: Diretor Diretor Comercial: Henrique Administrativo: José Henrique Administrativo: José Eustáquio Sousa Paulo Roberto Fernandes de Sousa Eustáquio Marcelino Saldanha Silva de Paula Saldanha Márcio de Andrade Oliveira

Conselheiros Vogais: Eustáquio Márcio de Oliveira, José de Lemos Conselheiros Vogais: Eugênio Antônio da Costa Filho, Geraldo Magela Faria, José Soares dos Santos, Pacífico Lima Filho. de Carvalho, José Soares dos Santos, Telismar de Lima Ferreira.

GESTÃO 2013/2016 GESTÃO 2016/2019

Presidente: Diretor Diretor Comercial: Presidente: Diretor Diretor Comercial: Eustáquio Administrativo: Rogério Lage Eustáquio Administrativo: Rogério Lage Márcio de José Soares de Oliveira Márcio de José Soares de Oliveira Oliveira dos Santos Oliveira dos Santos Conselheiros Vogais: Adelson E. de Campos Ramiro, Eugênio Conselheiros Vogais: Arnon José de Araújo, Eugênio Antônio da Antônio da Costa Filho, Geraldo Magela de Carvalho Jr. e Guilherme Costa Filho, Geraldo Magela de Carvalho, José Eustáquio Marcelino A. Pereira Mendes.

9 Dr. Melo, o Pai da Cooperativa de Produção de Leite

Dia 19 de novembro de 1928, os 82 primeiros cooperativa por 25 anos e o responsável pela associados assinaram o livro de registro para criação dos setores de consumo e de leite. a fundação da pioneira cooperativa do Alto Ele assumiu o cargo em 1946, quando substituiu São Francisco. A “Sociedade Cooperativista de seu cunhado, Dr. Edgardo da Cunha Pereira Filho, Responsabilidade Ltda/Banco de Abaeté” foi também a primeira instituição bancária desta microrregião, eleito prefeito municipal de Abaeté em 1947. Em até se transformar, em 1º de novembro de 1965, em seus mandatos, Dr. Melo foi responsável pela uma cooperativa de produção de leite. construção da sede administrativa e do galpão, onde funciona o supermercado, além de adquirir o Uma das pessoas que mais acompanharam e terreno e construir a plataforma de recebimento de ajudaram a escrever esta história foi o advogado leite. José de Campos Melo, falecido em agosto de 2011, aos 94 anos de idade. Genro do Dr. Edgardo da Confira, a seguir, trechos de uma entrevista Cunha Pereira, o fundador do “Banco de Abaeté”, concedida por ele ao jornal CooperAbaeté e Dr. Melo foi presidente da nossa primeira publicada na edição nº 05, de fevereiro de 1999:

Dr. Melo, como surgiu a ideia nenhuma estrada, nem energia uma garrafa de cerveja. Depois de fundar a Cooperativa de elétrica para resfriar o leite. Mas de uns quatro ou cinco meses Leite em Abaeté? decidimos arriscar para ajudar de muita insistência, fomos o pequeno produtor da época, aceitos pela Itambé e só então Eu era presidente da Cooperativa que não tinha alternativa senão começamos a receber o leite Banco de Abaeté Ltda desde entregar a manteiga à “Soares dos produtores. Isso foi dia 1º de 1946 e assessor jurídico da Nogueira” e ao “Raul Alves de novembro de 1965. Itambé, que representava Araújo”, que pagavam um preço Como era a produção de 40 cooperativas de leite. insignificante pelo produto. leite em Abaeté na época? Participando de congressos de Quando a Cooperativa foi cooperativismo e conversando fundada, eu pedi sua filiação Acho que não havia uma única com pecuaristas, tivemos a à Itambé, mas o Conselho de vaca holandesa na cidade. Só idéia de fundar a Cooperativa de Administração negou, por causa tínhamos vaca de dois, três Leite na cidade. Sabíamos que do excesso de leite que havia na litros. Quando dava cinco, era as dificuldades para concretizar época. Nos anos 60, o produtor excepcional. Nos anos 60, esse projeto seriam enormes, precisava vender 22 litros e meio tínhamos um excesso violento pois não tínhamos praticamente de leite para comprar o caldo de de leite no período das águas,

10 em relação à seca. Se na seca era considerado o grande Que lembranças o senhor recebíamos cinco mil litros de ladrão de Abaeté. Como o povo tem de quando era leite, nas águas a produção era geralmente joga as crises na presidente da Cooperativa de 15 a 20 mil. Nós inauguramos responsabilidade do presidente, Banco de Abaeté? a sede própria da usina com muita gente achava que eu Naquela época, os empréstimos cerca de 10 mil litros de leite. estava ficando com o dinheiro do Com a crise do leite em pó, caiu eram de responsabilidade do leite. Mas, na realidade, a maioria para três mil e poucos litros. diretor gerente Francisco Alves dos cooperados aguentou e deu de Andrade, o Chico do Estêvão, apoio. Como foi enfrentar a crise que tinha uma responsabilidade do excesso de leite logo no Como era a qualidade do rara no mundo. Trabalhamos início da Cooperativa? leite naquela época? juntos de 46 a 65, praticamente Com a crise fantástica do leite 20 anos e, nesse tempo, o Tivemos muita sorte, porque o em pó, nós tivemos alguns fatos Chico não perdeu um tostão de setor de laticínios foi entregue ao interessantes. O Conselho da empréstimo para ninguém. Ele Mourão. E o Mourão, com aquele Itambé resolveu pagar o leite não ligava muito para cadastro. com uma defasagem de cinco jeito fechado, de pouca prosa O cadastro estava na cabeça dias entre um mês e outro. e muito trabalho, foi de uma dele, e ele nunca emprestou No mês de janeiro, pagava dinheiro para quem não dia 1º. No mês de fevereiro, pagasse. pagava dia 5. Em março, Quando o senhor dia 10. De maneira que, no saiu de Abaeté, decorrer de seis meses, continuou a militar no desaparecia o leite de um mês. E a Itambé deixava de cooperativismo. pagar dois meses por ano. Como foi isso? Mas a crise continuou Em 1969, fui convidado acentuada, e resolveram não pelo então presidente da pagar um mês. O Conselho Organização das Cooperativas reuniu os presidentes das de Minas Gerais (OCEMG), Cooperativas e aconselhou Dr. Paulo de Souza Lima, a cada um descontar 10% para representar o Estado ao mês. A Cooperativa de no Conselho Nacional de Abaeté foi a única que Cooperativismo. Depois, fui resolveu fazer o desconto escolhido para representar todo de uma vez só. Mas, a região sudeste no mesmo nos meses seguintes, Conselho. Durante dois anos, tivemos a vantagem de termos eficiência fora do comum para 10% a mais que os outros. Quer ia a Brasília uma vez por mês a Cooperativa. Ele levava o leite dizer, eles nos xingaram pelo para as reuniões na sede da de uma forma muito higiênica, nome da mãe só uma vez. Organização das Cooperativas do dentro das possibilidades. Brasil, a OCB. A crise do início da No início das atividades, a Em 71, o presidente da OCB, Cooperativa pode ser Cooperativa de Abaeté ocupava Antônio José Rodrigues Filho, me comparada à crise atual da a 33ª posição em qualidade convidou para compor a chapa pecuária leiteira? de leite, dentre as 40 filiadas como diretor, nas próximas Ela foi mais violenta, o preço da Itambé. Quando deixei a eleições. Fui diretor da OCB pago ao produtor era menor Cooperativa, em 1971, tive a por 19 anos e meio, até me e as dificuldades eram satisfação de vê-la colocada em aposentar, em dezembro de 91, enormes. Naquela época, eu 1º lugar em qualidade de leite. aos 75 anos de idade.

11 Uma Cooperativa-Modelo

A extensa trajetória de sucesso da Cooperabaeté, Esse trabalho é de uma relevância tremenda, que certamente enaltece seus produtores uma vez que contribui para a fixação das futuras cooperados, é motivo de orgulho para a CCPR gerações na atividade rural. Seus núcleos Itambé. Nossa sólida parceria já dura mais de 53 cooperativistas têm contribuído diretamente no anos e é marcada pela sintonia de propósitos. desenvolvimento técnico da pecuária leiteira da Temos a mesma missão: defender e estimular região. os associados para que possam se fortalecer e Outra ação que preciso ressaltar é a valorização crescer. Essa história exitosa foi possível porque das mulheres na produção de leite. Me chama a Cooperabaeté manteve, em sua essência, os muito a atenção a forma como a cooperativa princípios fundamentais do cooperativismo sem, vem capacitando, integrando, valorizando e no entanto, deixar de se modernizar. Não tenho empoderando as produtoras, contribuindo para que dúvida de que este é um dos pilares de sua força. elas sejam agentes atuantes na nossa cadeia do E, em nome do atual presidente Eustáquio Márcio leite. de Oliveira, parabenizo a todos que ocupam (e também os que já ocuparam) cadeiras na diretoria Tudo isso, não há dúvida, é resultado de da cooperativa, contribuindo para a construção da investimento em treinamento e desenvolvimento. bela história. Como conselheiro do Sistema Ocemg, tive chance de testemunhar o envolvimento da Cooperabaeté A Cooperabaeté é hoje referência na região onde nos seminários, congressos, workshops e atua, trabalhando pelo desenvolvimento de cursos promovidos. A entidade não desperdiça produtores de cidades como Paineiras, Biquinhas oportunidade de promover a capacitação dos e Morada Nova de Minas. Ao longo do tempo, seus associados, sendo um canal para a a entidade soube diversificar sua atividade profissionalização dos produtores em prol da comercial, se tornando proprietária de lojas de melhoria dos resultados nas fazendas. insumos agropecuários, postos de combustíveis, supermercados, loja de conveniência, além de Ao contrário de muitas cooperativas que se uma fábrica destinada à produção de rações e dissolvem em pouco tempo, a Cooperabaeté não suplementos para gado de leite. Como uma das só manteve sua presença e representatividade no organizadoras da TecnoAgro, que se tornou uma mercado, ela se fortaleceu e ampliou seu papel. das principais feiras de agronegócios da região, Celebro com todos os cooperados esses 90 anos a entidade contribuiu para que seus produtores de existência, com a convicção de que a história tivessem acesso a tourinhos e novilhas de da cooperativa será ainda muito longeva. Mais uma elevada qualidade genética, além de modernos vez, cumprimento a todos que ajudaram a construir equipamentos. Não por acaso, a Cooperabaeté essa tornou-se um modelo de atuação comercial para cooperativa- outras cooperativas. modelo.

Mas não posso deixar de destacar aqui minha admiração por outra frente de atuação da Cooperabaeté, a do trabalho social. Seus projetos inovadores estreitam o relacionamento com o associado e fazem surgir um sentimento de pertencimento que vai além do próprio produtor - Marcelo Candiotto envolve também suas famílias! Presidente da CCPR Itambé

12 Cooperabaeté e Sicoob Credioeste Duas trajetórias de sucesso que se complementam

Durante 24 anos, o presidente do Sicoob Credioeste, Aloísio Lucas Pereira, integrou a diretoria da então denominada Cooperativa Mista de Abaeté. Eleito como diretor gerente em março de 1974, ao lado do presidente Rodolpho de Oliveira Mourão e do diretor administrativo José de Assis Pereira (Zé do Norberto), ele foi diretor administrativo da Cooperabaeté por outros seis mandatos, sendo dois presididos por Mourão e quatro por Jeová Ferreira de Andrade (Vavá). Na gestão 1995-1998, atuou como presidente, ao lado do diretor administrativo Eduardo Lúcio Pereira de Sousa e do diretor gerente José Balena Gabriel. Nesse último mandato, a diretoria passou a contar com o apoio do Conselho de da Cooperativa Mista e funcionou durante algum Administração, cujos primeiros integrantes foram tempo no mesmo prédio, ao lado do supermercado. Vavá, Higino Valadares, Aníbal Rufino e Geraldo Foi uma época de muito sacrifício, muita luta e Fagundes. liderança”, destaca, recordando desafios como o fechamento do Banco Nacional de Crédito Aloísio lembra que, na década de 1970, a Cooperativa (BNCC) pelo governo Collor, em março cooperativa era bem restrita, tinha um pequeno de 1990, a mudança de moeda e o confisco dos armazém e fornecia aproximadamente 4 mil litros depósitos bancários superiores a 50 mil cruzeiros de leite/dia. Como um fato marcante e de muita por um prazo de 18 meses, justamente no dia em coragem, ele cita a aquisição de 15 máquinas que a Itambé havia feito um depósito para pagar agrícolas, em 1976, época em que Abaeté não tinha os fornecedores de leite. “Foi um sufoco para cultura de produção agrícola e poucas fazendas desbloquear esse dinheiro”, lembra. contavam com um trator. “Essas máquinas eram alugadas aos produtores quase a preço de custo. Em meio a saudosos colegas da diretoria e do Isso deu uma alavancada na agricultura e o gado quadro de funcionários, Aloísio destaca o Zé do de leite expandiu muito”, historia. Quinzinho como símbolo, não só da Cooperativa, mas do cooperativismo, pelo alto espírito de Para ele, o grande destaque foi a criação da solidariedade. E, com orgulho de ter participado Cooperativa de Crédito Rural de Abaeté, hoje o dessa história, ele parabeniza a Cooperabaeté Sicoob Credioeste, em 1988, período em que os pelos “90 anos gloriosos, de relevantes serviços juros dos bancos brasileiros chegaram ao patamar prestados a toda a comunidade, a toda a região, de mais de 80% ao mês, inviabilizando qualquer especialmente por fomentar o crescimento da atividade econômica. “O Credioeste nasceu dentro nossa produção leiteira”.

Para Aloísio, um fato marcante e de muita coragem nas primeiras gestões da Cooperabaeté foi a aquisição de 15 máquinas agrícolas, em 1976, época em que Abaeté não tinha cultura de produção agrícola e poucas fazendas contavam com um trator. Gratidão aos colaboradores integrantes da Família Cooperabaeté

Através de D. Florinda Lucy Alves de A Florinda é única nesse sentido. Sousa, a Cooperabaeté agradece e E todos nós devemos muito a ela”, presta uma homenagem a todos os destacou Dr. Ricardo Pereira de Souza. funcionários que ajudaram e ajudam a construir esta grande empresa Em 1966, bem no início do setor de nonagenária. Admitida em 03 de agosto produção de leite, a Cooperabaeté de 1956 como contadora da antiga contava com apenas 17 funcionários. Cooperativa Banco de Abaeté Ltda, D. Este número subiu para 70 em 1980 Florinda entra para a história como a e chega hoje a 251. São pessoas que colaboradora de maior tempo de casa: vestem a camisa da empresa, onde 49 anos. se sentem em casa, em família, e Depoimentos publicados no jornal procuram prestar o melhor serviço aos Cooperabaeté quando ela deixou associados e clientes. “Somos parte a Cooperativa, em junho de 2005, de uma engrenagem onde todos são destacam seu exemplo de honestidade, importantes: cooperados, clientes, competência, solidariedade e amizade. diretoria, funcionários, terceirizados, para “Florinda era a prata da casa, era continuarmos em pleno crescimento”, quem resolvia tudo do ponto de vista sintetiza o gerente da Cooperabaeté financeiro, e resolvia com mão de ferro. em Paineiras, Edvânio Sousa (Galo). Uma pessoa incorruptível, com uma rigidez de caráter tremenda e uma Em nome de todos os colegas, ele eficiência a toda prova. Esses quase 50 agradece a oportunidade de integrar anos que ela dedicou à Cooperativa são esse grupo vitorioso, essa grande família um recorde. Cooperabaeté. MemóriasMemórias

O Supermercado Cooperabaeté, Dentre as boas lembranças hoje com moderno layout e de D. Florinda, destacam-se constantes inovações, já foi grandes amigos e colegas de Por muitos anos, as assembleias da bem mais simples... mas sempre trabalho, como Arlete Freitas, Cooperativa foram realizadas no galpão contou com uma equipe que Nilda Sousa, Aparecida Portes e da usina de laticínios, junto a sacos de veste com alegria a camisa da o caminhoneiro Arturzinho. ração e outros insumos agropecuários. empresa.

14 a Cooperabaeté entre os MELHORES DO ANO Eustáquio Márcio de Oliveira, presidente da Cooperabaeté

O prêmio SomosCoop Melhores do Ano, criado pela O prêmio foi o reconhecimento da importância do Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), é Consórcio Central Grupo Cooperativo – CCGC, com uma forma de reconhecimento das boas práticas sede em , para as cooperativas das cooperativas com benefícios comprovados aos parceiras e dos benefícios que o mesmo gera para seus associados e às comunidades. Através dele, a todos os seus associados, em razão das vantagens OCB pretende incentivar as cooperativas a difundir o obtidas pelo sistema integrado de compras de orgulho de integrar o movimento cooperativista, que insumos agropecuários e vários produtos de interesse pratica a ajuda mútua, a gestão democrática, defende do agronegócio da região. o meio ambiente e se interessa pelas comunidades, A premiação foi realizada em Brasília, no dia 30 de promovendo ações limpas em suas atividades. outubro de 2018, em solenidade que contou com a Em 2018, o prêmio contemplou sete categorias: presença de representantes das cooperativas inscritas. Comunicação e Difusão do Cooperativismo; Os presidentes de todas as cooperativas que integram Memórias Cooperativa Cidadã; Cooperjovem; Desenvolvimento o CCGC compareceram e receberam os respectivos Sustentável; Fidelização; Inovação e Tecnologia; troféus. e Intercooperação. Participaram do certame A diretoria da Cooperabaeté tem muito orgulho de cooperativas de todo o Brasil e dos diversos ramos do participar desse importante mecanismo de compra cooperativismo. conjunta, que gera benefícios aos seus associados, A Cooperabaeté venceu na categoria Intercooperação, principalmente em razão da lisura dos processos e juntamente com a Coopatos (Cooperativa Mista da importância das cooperativas participantes para o Agropecuária de Patos de Minas Ltda), a Cemil agronegócio de Minas Gerais. (Cooperativa Central Mineira de Laticínios Ltda), a A propósito, o troféu recebido chega num momento Coopervap (Cooperativa Agropecuária do Vale do muito especial, como um presente de aniversário, Paracatu Ltda), a Coopa (Cooperativa Agropecuária quando se comemoram os noventa anos da de Patrocínio Ltda), Comadi (Cooperativa Mista Cooperabaeté. Agropecuária de Dores do Indaiá Ltda) e Carpec (Cooperativa Agropecuária de Carmo do Paranaíba Ltda).

15 Orgulho para o cooperativismo mineiro

Chegar aos 90 anos não é tarefa fácil. Temos muito orgulho de ter, em nosso quadro social, cooperativas como a Cooperabaeté, com uma trajetória de determinação e sucesso no ambiente do agronegócio mineiro. A saúde e a vitalidade da cooperativa demonstram a importância das boas práticas de gestão e do aprimoramento constante de toda a equipe, empregados, cooperados e potencializa diretoria. De fato, motivos não faltam para a a relação com comemoração dessas nove décadas de atuação. o quadro social. Um Rumo ao seu primeiro centenário, a história da claro sinal de que está alinhada Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté a todas as ações em prol das boas práticas de e Região tornou-se exemplo, não apenas no gestão. segmento cooperativista, como também para Recentemente, em 2016, foi uma das 30 signatárias a região. Um empreendimento que espelha os da fundação da Fecoagro Leite Minas, entidade valores e princípios cooperativistas, que promove criada com nosso apoio para a defesa dos o crescimento e desenvolvimento dos membros interesses das cooperativas de leite e agropecuárias envolvidos diretamente com o negócio e também do Estado. Um trabalho que evidencia a essência de toda a comunidade local. cooperativista. A Cooperabaeté se transformou, ao longo dos anos, Em suma, os 90 anos da Cooperabaeté são uma consolidando sua vocação relacionada à cadeia mostra inequívoca de que a cooperativa que produtiva do leite. Destaca-se como uma das compreende sua função social de promover o maiores do ramo Agropecuário, com mais de 1.700 bem-estar e a prosperidade alcança resultados associados e 270 empregados. Sem dúvida, um e atravessa com propriedade as mais variadas empreendimento de sucesso, com uma profícua intempéries que o tempo pode trazer. relação com o Sistema Ocemg, de longa data. Há ainda que se ressaltar um registro histórico. A Parceira de primeira ordem, a cooperativa Cooperabaeté foi berço do cooperativista e emérito foi desde sempre participativa em todas as jurista Dr. José de Campos Melo, que, com sua atividades propostas e difundidas pela entidade. luminosidade intelectual, muito contribuiu para o Valoriza e usufrui das iniciativas de capacitação, cooperativismo mineiro e brasileiro. monitoramento e promoção social realizadas pela Casa do Cooperativismo Mineiro, contribuindo Na pessoa do seu presidente, o sempre atuante de maneira singular para o aprimoramento e Eustáquio Márcio de Oliveira, parabenizo cada um competitividade de todo o segmento em Minas. dos cooperados e empregados pelo Desde o início, aderiu ao Dia C e há 10 anos aniversário de 90 confirma seu comprometimento em retornar anos dessa exemplar à sociedade os ganhos que obtém por meio de cooperativa. Que sua atividade econômica, o que, mais uma vez venham muito mais reafirmamos, é motivo de muito orgulho para décadas de sucesso! todos nós do Sistema. Também é preciso destacar que está engajada em programas como o PDGC, para o desenvolvimento da gestão, GDA, de Ronaldo Scucato acompanhamento econômico, e o Educa OQS, que Presidente do Sistema Ocemg

16 Educação COOPERATIVISTA

Dia 10 de novembro, com apoio da Ocemg/Sescoop e Sebrae/MG , Cooperabaeté e Sicoob Credioeste promoveram o III Encontro de Jovens e Mulheres Cooperativistas, no Espaço de Eventos Hangar. Marcos Rodrigues, Coordenador dos Núcleos Cooperativistas da Cooperabaeté

Organizar o Quadro Social (OQS), segundo a literatura, Atualmente a Cooperabaeté possui oito Núcleos é dividir os integrantes em grupos geográficos de Cooperativistas (Cacimbas/Poções/Atoleiro, / interesse comum, com o objetivo de potencializar os Galheiros, Morada Nova de Minas, Paredão, Santa Maria, canais de comunicação e estreitar o relacionamento São Simão/Potreiro/Parizinho, Serra do Palmital/Lagoa do entre associado e cooperativa, por meio da Educação Palmital, Vau das Flores), além do Núcleo de Mulheres. Cooperativista. O grande desafio desse trabalho consiste Ao longo dos últimos 11 anos, os Núcleos Cooperativistas em desenvolver nos participantes o sentimento de sócio têm contribuído diretamente no desenvolvimento de um empreendimento, no qual ele é responsável direto da pecuária leiteira na região, através de inúmeras pelo seu sucesso. palestras técnicas com temas relevantes à produção Na Cooperabaeté, mais que um ideal, esses conceitos eficiente e sustentável. Além do compromisso com fazem parte do dia a dia dos associados desde 2007, o progresso da pecuária leiteira e da importância de quando foi firmado um convênio de cooperação manter os associados sempre bem informados sobre técnica entre o Sistema OCEMG Sescoop/MG, a os assuntos do seu interesse, as reuniões dos Comitês Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Cooperabaeté, Educativos tornaram-se um grande acontecimento para a realização de um estágio supervisionado e a nas comunidades onde são realizadas. São o ponto de implantação do programa. encontro, um momento de lazer para os participantes, com direito a alegres confraternizações de final de ano, O diferencial da OQS na Cooperativa vai do apoio irrestrito ao tradicional torneio de truco e ao divertido bingo. do Conselho de Administração, desde a sua implantação, ao envolvimento dos coordenadores das comunidades Merece destaque também o Encontro de Jovens e locais, que exercem um papel de liderança positiva, Mulheres, realizado anualmente, sempre trazendo não medindo esforços para manter a organização conhecimentos sobre o Cooperativismo e difundindo dos núcleos. Vale destacar a atuação dos parceiros a Educação Cooperativista no quadro social. E os comerciais da Cooperativa, que prestam excelentes colaboradores são convidados a participar de cursos serviços na disponibilização de conhecimentos técnicos de cooperativismo, para que tenham um conhecimento e inovações tecnológicas aos participantes, sempre mais claro das peculiaridades do sistema cooperativista com o intuito de desenvolver o nosso negócio. E todos e maior consciência do papel de cada um dentro do seu os participantes que cedem as suas casas, seus universo de atuação. estabelecimentos, criando um ambiente familiar muito agradável, onde prevalece o respeito e amor ao próximo.

17 Responsabilidade Socioambiental no DNA da Cooperabaeté

Para as cooperativas, atuar com responsabilidade socioambiental voltadas ao desenvolvimento das comunidades onde estão inseridas é mais que uma tendência, modismo ou algo suplementar, como no caso das empresas mercantis. O interesse pela comunidade, sétimo princípio do cooperativismo, faz parte do seu DNA. É a sua própria razão de ser.

Em consonância com este princípio, a Cooperabaeté incentiva e promove ações sociais, filantrópicas, culturais, de preservação do meio ambiente, dentre outras, de forma a estimular o desenvolvimento equilibrado das comunidades nas quais está inserida e o bem-estar dos seus associados.

Por meio da participação no Dia de Cooperar – Dia C, iniciativa do Sistema OCEMG Sescoop/MG, diversas campanhas e ações sociais são promovidas desde 2009, em parcerias com outras cooperativas, órgãos públicos, empresas, profissionais liberais, Núcleo de Mulheres Cooperativistas, voluntários da comunidade em geral.

Dentre as ações já desenvolvidas, destacam-se as Manhãs de Cidadania com prestação de vários serviços sociais, casamentos comunitários, mutirão de limpeza e coleta de lixo nas estradas rurais, arrecadação de alimentos e recursos para a Vila Vicentina e Associação de Pais e Amigos Excepcionais de Abaeté, obras ou reformas em escolas e na zona rural, incentivo ao esporte, cultura e lazer.

Este ano, junto ao Sicoob Credioeste, WG Reciclagem, Prefeitura Municipal de Abaeté e Secretaria Municipal de Educação, a Cooperabaeté iniciou uma campanha pela implantação da coleta seletiva de lixo em Abaeté, escolhida para o desenvolvimento de um projeto piloto na cidade.

Outro projeto, desenvolvido em Morada Nova de Minas, arrecadou dinheiro para vacinas e ração para cães e gatos de ruas, em apoio ao trabalho desenvolvido pela Associação Protetora de Animais APAMOR. Exemplos de “atitudes simples que movem o mundo”, estimulam a solidariedade e a intercooperação.

18 TECNOAGRO O CRESCIMENTO DE UMA IMPORTANTE FEIRA CRIADA PARA FOMENTAR O AGRONEGÓCIO DA REGIÃO

O mês de agosto já está consagrado negociação nos estandes, e aos na região de Abaeté como aquele produtores, que valorizaram o que a que oferece aos produtores rurais a feira tinha para oferecer a eles, nos oportunidade de realizar excelentes ramos da agricultura, pecuária de negócios, aprimorar conhecimentos leite e corte”. técnicos, ver de perto as grandes “Embora estejamos muito novidades em genética, produtos e sacrificados com a política de leite no serviços agropecuários, participar de Brasil, a Cooperabaeté está fazendo torneio leiteiro, assistir palestras de uma gestão extraordinária, investindo alto nível, trocar ideias e experiências. muito em favor de nós, pecuaristas. Agosto é o mês da Feira de A Tecnoagro é um bom exemplo Agronegócio de Abaeté e Região, a disso”, avalia o cooperado Edvar Tecnoagro, promovida há quatro anos Morato, satisfeito com os negócios pela Cooperabaeté e Sindicato Rural, realizados na quarta edição da feira com apoio de vários parceiros. e com novidades, como o Campo Demonstrativo de Milho, Sorgo e Na avaliação do coordenador geral do Cultivares de Pastagens. evento, Marcos Rodrigues, “em 2018, a Tecnoagro subiu de patamar, pelo A equipe organizadora já prepara a nível de organização, de repercussão Tecnoagro 2019, que terá ainda mais positiva junto aos expositores, que novidades e oportunidades para a gostaram muito do montante de classe rural.

19 Um projeto que nasce para estimular a consciência de pertencimento do associado à Cooperabaeté e dar sustentabilidade sócio-econômica-ambiental ao produtor de leite.

Integrantes da equipe técnica do Cooperabaeté Assist: profissionais qualificados, com treinamento padrão e constante, para suprir com maior agilidade e eficiência a crescente demanda tecnológica do setor leiteiro.

Rogério Lage de Oliveira tamanho de suas produções. Nos países capitalistas Zootecnista e Diretor Comercial da Cooperabaeté que dominam a produção leiteira mundial, como os Estados Unidos da América e Nova Zelândia, Cooperabaeté Assist é o projeto de extenção rural da por exemplo, apenas 10% dos produtores ficaram Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté e região, no negócio e, mesmo assim, a produção cresceu voltado à assistência técnica ao produtor rural da sua significativamente a partir da década de 1970. microrregião de abrangência. Nasceu diante de uma demanda do segmento produtivo regional, que clama Na região de influência da Cooperabaeté, há uma por extensão rural qualificada, ampla, dinâmica e classe desassistida de produtores que migram para efetiva. outro segmento produtivo desde meados da década de

O Cooperabaeté Assist iniciou-se com a pecuária 1980, época que coincide com o não tabelamento do leiteira, razão principal da existência desta Cooperativa. leite pelo governo federal, e da década de 2000, com a No entanto, não se pode fechar os olhos aos outros granelização do produto, onde os produtores regionais produtores rurais, conscientes de que a atividade perderam competitividade no mercado globalizado e leiteira passa por momentos difíceis e ficarão no vêm sendo “engolidos” pelo seu amadorismo. Essa mercado apenas os eficientes e com perfil específico classe migra para a pecuária de corte e para outros à pressão do mercado de leite no mundo globalizado - setores do agronegócio regional, onde também há talvez os empresários e os produtores de mão de obra competitividade, exigência de profissionalismo e familiar, porém todos profissionais, independente do necessidade de assistência técnica.

20 Perfil do Produtor Rural Cooperado da Cooperabaeté

Produtores rurais cooperados ativos 1.772 (100%) da Cooperabaeté

Produtores de leite cooperados da 627 (35,38%) Cooperabaeté (CCPR e outros)

Produtores de leite cooperados da 178 (10,04%) Cooperabaeté (CCPR)

Por volta de 1990, a Cooperabaeté possuía aproximadamente 1000 cooperados ativos que lhe entregavam toda a sua produção de leite, algo em torno de 250 mil litros/dia. A Cooperativa efetuava toda a logística de captação desse leite em latões, do resfriamento em suas filiais e o transporte até a indústria. Recebia 2,5% do valor do leite entregue, como um repasse pela intermediação na comercialização do produto.

Após o processo da granelização, essa logística de captação foi transferida para a CCPR, e o repasse pela intermediação caiu para 0,33%. Para agravar o quadro econômico, houve uma queda na produção leiteira diária de 250 mil para 76,5 mil. Portanto, se “Temos que administrar a propriedade rural como as Cooperativas sobrevivessem apenas do comércio uma empresa. Se não aprendermos a lidar com de leite, elas provavelmente não mais existiriam, números e aperfeiçoar as técnicas, como muitas não existem nos dias atuais e muitas o negócio não vai pra frente”. não existirão em um futuro próximo. Nesse período, Newton de Sousa Lino Filho, produtor de 1.500 a produção leiteira de nossa bacia de captação caiu litros/dia e integrante do Cooperabaeté Assist 16%, enquanto a produção nacional cresceu 131%.

Com uma proposta inovadora de assistência e consultoria técnica na pecuária leiteira e o propósito de mudar o perfil técnico-econômico do produtor de leite, o Cooperabaeté Assist disponibiliza uma equipe qualificada, com treinamento padrão e constante. A proposta não é extinguir a assistência técnica institucional, mas reajustá-la, de modo que possa suprir com maior agilidade e eficiência a crescente demanda tecnológica do setor leiteiro. Certamente é este o único caminho para a evolução econômica do setor.

Uma assistência técnica efetiva requer custo- benefício positivo, tem que se pagar. É preciso quebrar o paradigma de que assistência técnica é custo e não investimento, achar que não vale a pena investir recursos próprios em assessoria técnica.

O Cooperabaeté Assist conta com uma equipe de extensão rural que abrange Consultoria em:

1. Agricultura (dois Engenheiros Agronômos) – em “Há três meses, eu participo do programa execução; Cooperabaeté Assist, e a melhor sensação que eu experimento é a de não estar mais sozinho para 2. Pecuária Leiteira (Parceria de Prestação de Serviços lidar com tantos desafios na fazenda. Parece que, com sete Veterinários) – em execução; com essa assistência técnica, a gente consegue tirar um pouco do peso das nossas costas e começa 3. Pecuária de Corte (Parceria de Prestação de a trabalhar mais com a cabeça, podendo avaliar a Serviços com Veterinários/Zootecnistas) – em situação real da fazenda e ter dados suficientes pra planejamento; tomada de decisões”.

4. Piscicultura (Contratação de Vendedor/Consultor na Fernando Viana, produtor de 1.000 litros de leite/ área de Piscicultura) – em execução. dia na Fazenda Ouro Branco / Abaeté

21 “Ser um bom agricultor é premissa O Projeto é segmentado em quatro níveis de básica para ser um bom pecuarista” assistência:

A viabilização financeira do Cooperabaeté Assit vem de • Nível 1 aportes de: Reprodução (Controle e Diagnóstico Reprodutivo) 1. Fats (Fundo de reserva de apoio à Assistência Sanidade e Manejo (Implantação do Calendário Técnica) do resultado da Cooperabaeté – 33% do Sanitário) Fats estão sendo destinados como subsídio ao produtor, proporcional ao capital social; Qualidade de Leite (Controle de CCS e CBT)

2. Receita do leite intermediado entre Cooperado Nutrição (Dietas) x CCPR – 50% do repasse do leite estão sendo destinados como subsídio ao produtor, proporcional Gestão (Controle Financeiro da Propriedade) à produção leiteira; • Nível 2 3. Comercialização de produtos Cooperabaeté – 1% do Reprodução (Controle e Diagnóstico Reprodutivo) valor da comercialização de produtos Cooperabaeté está sendo destinado como subsídio, proporcional Sanidade e Manejo (Implantação do Calendário ao volume de compras de cada produtor; Sanitário)

4. Aporte da Itambé SA, repasse de verbas da indústria Qualidade de Leite (Controle de CCS e CBT) para a assistência técnica, benefício tributário de isenção de PIS e , para o devido fim – Nutrição - Dietas subsidiando 50% do valor do pagamento do técnico; • Nível 3 5. Aporte do produtor – Embora cada cooperado tenha um subsídio específico, precisa contribuir Reprodução (Controle e Diagnóstico Reprodutivo) com, no mínimo, 20% do valor do projeto. É certo Sanidade e Manejo (Implantação do Calendário que nada de graça recebe o devido valor e, com Sanitário) a responsabilidade do pagamento, o produtor se sentirá mais à vontade para exigir do técnico, da Qualidade de Leite (Controle de CCS e CBT) coordenação e da cooperativa a eficiência do projeto. Os pequenos e médios produtores contam com um • Nível 4 subsídio extra, para viabilizar a assistência técnica. Reprodução (Controle e Diagnóstico Reprodutivo) As bases do projeto são: Sanidade e Manejo (Implantação do Calendário 1) Qualidade de Leite (básico); Sanitário)

2) Reprodução (básico); A escolha do técnico fica a critério dos produtores. Eles são inicialmente segmentados e direcionados para 3) Sanidade e Manejo; uma assistência específica, até que se mapeie o perfil de cada produtor e que a demanda de consultoria 4) Nutrição; faça com que ele migre dos níveis inferiores para os 5) Controle Financeiro e Gestão; superiores.

Maria Helena, Fernando e Belmiro Almeida, Fazendas Bicué e Galheiros / Abaeté:

“Estamos apostando no novo foco da Cooperabaeté, acreditando que vamos viver uma com o lançamento do programa Cooperabaeté Assist. A expectativa é que o produtor seja melhor assistido, receba mais apoio”.

22 Plantões Veterinários

Para atender à demanda de assistência clínica veterinária do pecuarista, diante do contrato formalizado entre Cooperabaeté x prestadores de serviços, estão disponibilizados plantões veterinários da equipe com revezamento de profissionais. Assim, em todos os dias da semana, inclusive aos domingos e feriados, haverá um veterinário de plantão na base da Cooperabaeté.

Estratificação de Produtores Cooperabaeté / CCPR

Faixa de Produção Nº de Produtores % Produção Média de Produção

1 a 50 48 26,97% 1285,13 26,77

51 a 100 29 16,29% 1980,07 68,28

101 a 250 23 12,92% 3819,77 166,08

251 a 500 29 16,29% 10675,97 368,14

501 a 750 22 12,36% 13977,63 635,35

751 a 1000 09 5,06% 7807,53 867,50

1001 a 1500 11 6,18% 12807,17 1164,29

1501 a 3526 06 3,37% 15798,07 2633,01

acima de 3527 01 0,56% 8421,60 8421,60

TOTAL 178 100% 76572,94 430,19

23 “Fui o primeiro ou um dos primeiros produtores a aderir ao Cooperabaeté Assist, há uns quatro meses, e estou muito satisfeito com o programa. Procuro assistência técnica desde que passei a tirar 50 litros de leite. É importante demais o produtor ter esse acompanhamento. Uma grande vantagem do Cooperabaeté Assist é o baixo custo, uma vez que a Cooperativa e a CCPR estão subsidiando a maior parte. Além disso, temos agora um veterinário de plantão para nos atender nas emergências. Era o que faltava pra gente.”

José Paulino Nunes, ao lado do filho João Luís, produtores de 800 litros/dia na Fazenda Lagoa do Palmital / Paineiras.

A ideologia do projeto é um O Cooperabaeté Assist conta É imprescindível considerar que o trabalho de equipe e de com uma coordenação, para não objeto da assistência técnica deve intercooperação entre os cair no mesmo erro de equipes ser o homem e não o rebanho. É envolvidos (CCPR, Cooperabaeté, anteriores e para que possa no homem (proprietário, familiares produtores de leite e técnicos), monitorar a evolução do projeto e empregados) que está a origem com treinamento constante, para e a entrega de serviços dos da maioria dos problemas - por que possamos ter profissionais profissionais. decisões inadequadas ou por de alto nível e mesma base falta de decisão. O homem será A diretoria da Cooperabaeté não tecnológica. o principal agente das mudanças medirá esforços para viabilizar que venham a ser implantadas. A equipe técnica é toda o Cooperabaeté Assist, pois terceirizada, formada por qualquer empreendimento sério A diretoria acredita que o prestadores de serviço por pressupõe a sua realização Cooperabaeté Assist mudará o intermédio de Pessoa Jurídica. em pelo menos três fases legado da Cooperabaeté para Os profissionais foram - planejamento, execução e com os produtores rurais da selecionados através de prova de avaliação. Acaba de ser iniciada a região. conhecimentos técnicos, de teste segunda fase, portanto há muito de diagnóstico de perfil (Profiler), que evoluir ainda. aprovação do departamento pessoal e aprovação final da diretoria executiva.

24 Programa Fazenda Nota 10, da CCPR, muda a gestão nas propriedades cooperadas

Bruna Pereira Leonel Projetos Agropecuários

Uma fazenda diferenciada se baseia no cuidado Vitro (FIV) com subsídio de 50% do valor total da com os detalhes, desde a gestão até a qualidade prenhez. E o valor residual ainda pode ser parcelado do leite. É essa a premissa do programa Fazenda na Folha do Leite. Outra forma de contribuição Nota 10, uma inovação proposta pela CCPR Itambé. para a melhoria dos rebanhos é o Repasse de "Se o produtor ganha, toda a cadeia leiteira ganha Animais, realizado anualmente. Nessas ocasiões, junto", costuma dizer o presidente da Cooperativa os produtores podem adquirir matrizes leiteiras Central, Marcelo Candiotto. O programa está levando de altíssima qualidade genética e touros com informação qualificada até as fazendas dos resultado andrológico de alta capacidade produtiva, cooperados com o objetivo de ajudá-las a avançar com custo satisfatório e excelentes condições de na gestão das pessoas e na padronização dos pagamento. No último Repasse, realizado no dia processos. 26 de outubro, 101 animais foram comercializados,

Sete frentes de trabalho, 100% focadas no entre novilhas, novilhas prenhas e tourinhos. desenvolvimento das No que diz respeito à gestão propriedades, estão previstas: da qualidade do leite, a CCPR consultoria técnica e gerencial, Itambé tem sido uma defensora gestão da qualidade do leite, incansável do controle de resíduo controle de resíduos de de antibiótico. E tem levado antibióticos, programas de aos produtores campanhas multiplicação genética, produção de orientação técnica para de volumosos e compra de evitar a contaminação e, insumos, além do programa consequentemente, as rigorosas Boas Práticas na Fazenda, cujo penalizações do Ministério da projeto-piloto foi concluído no fim Agricultura. de agosto. Para garantir insumos com O Boas Práticas na Fazenda se menor custo, a CCPR mantém baseia no controle de quatro uma estratégia permanente pilares: gestão, bem-estar animal, para identificar as melhores oportunidades de qualidade e infraestrutura. Dentro do projeto, as aquisição de polpa cítrica, excelente ingrediente propriedades recebem visitas de consultores e são orientadas sobre ajustes que precisam fazer. Ao nutricional para as dietas do rebanho. A central faz longo do projeto-piloto, 175 produtores participantes a compra em condições especiais para repassar descobriram que pequenas iniciativas podem aos produtores. garantir excelentes resultados nas fazendas. Ideias Promover o crescimento sustentável das simples, que não exigem grandes investimentos, propriedades é o objetivo maior do programa podem ser solução para problemas antigos.Diante Fazenda Nota 10. Por isso, dentro dos Projetos do grande sucesso da iniciativa, a Cooperativa Agropecuários, consultores dão apoio técnico e Central já informou que lançará uma segunda gerencial em todas as regiões de captação da etapa em 2019. Cooperativa Central. Esta consultoria especializada Já na área do desenvolvimento genético, o leva aos cooperados informações essenciais no dia programa Mais Produtividade, lançado neste a dia da fazenda. “As cooperativas e os produtores semestre, vem oferecendo melhoramento do são os donos da CCPR”, diz Candiotto. “É para plantel por meio da técnica de Fertilização in melhorar a rentabilidade deles que trabalhamos.”

25 FAEMG e Cooperabaeté Unidas em prol do desenvolvimento do homem do campo

A produção de leite é uma das principais atividades na comercialização produtivas empreendidas pelo homem do campo dos insumos em Minas Gerais. Confunde-se com a história e o e produtos desenvolvimento das regiões do estado, onde, nos agropecuários, da primórdios da conquista de territórios, os tropeiros aglutinação e governança fundavam vilas e estabeleciam comércios. dos produtores.

Ao longo do tempo, muita coisa mudou. A COOPERABAETÉ é um dos exemplos Tradicionais regiões produtivas declinaram. Outras de cooperativa que tem contribuído para o se expandiram, especialmente pela oferta de desenvolvimento social, técnico e econômico do alimento para o rebanho. Mas o que permaneceu homem do campo. Completar 90 anos e apresentar em todas elas foi a gana do produtor pelo trabalho, resultados tão expressivos, num país que tem conhecimento e cuidado com o rebanho. atravessado crises de toda ordem, é consequência de administrações competentes e idôneas, motivo Dando um salto na história, vamos aos dados de orgulho não só para os associados, mas para preliminares do Censo Agropecuário 2017/18. A todo o agronegócio brasileiro. produção de todos os municípios do nosso estado chegou a 8,9 bilhões de litros. A importância Em se tratando de caminhos para o futuro, a social do leite pode ser medida pela participação revolução 4.0 “quarta era industrial” já se torna de propriedades pequenas até os grandes realidade, pois nenhuma atividade econômica empreendimentos que processam o próprio ficará de fora deste processo. Focando na pecuária produto. de leite, antevemos uma grande transformação tecnológica, com a automação nas ordenhas, A cadeia láctea representou 11,6% no PIB do gestão da pecuária leiteira por aplicativos e drones, agronegócio de Minas em 2017, gerando R$ além da internet das coisas e do funcionamento 22,3 bilhões, sendo que a produção dentro das em rede. propriedades foi de 77%. Dada a importância da agregação de valor, verifica-se que a agroindústria A visão esperançosa para a cadeia produtiva é (industrialização do leite e produção de derivados) alvissareira nos próximos anos, tendo a vocação de movimentou R$ 5 bilhões, destacando-se o produzir alimento com eficiência e eficácia, desde papel das cooperativas no processamento e na o bem-estar animal, passando pela gestão dos comercialização dos produtos. recursos do negócio rural com sustentabilidade e,

E, por entender que juntos somos mais fortes, cabe por fim, fornecendo produtos nobres à mesa das destacar o trabalho de parceria entre o Sistema famílias mundo afora. FAEMG e o cooperativismo agropecuário. Muitas das Juntos, poderemos transpor os desafios e reafirmar ações em prol dos produtores o compromisso com o produtor, garantindo e do desenvolvimento o propósito da regional em Minas Gerais sustentabilidade, o são realizadas pelos nossos fortalecimento das sindicatos e as cooperativas. nossas instituições

Enquanto o Sistema FAEMG e a permanência na representa os interesses cadeia produtiva. do produtor rural perante o Parabéns, Estado e, por meio do Senar COOPERABAETÉ! e do Inaes, oferece cursos e Sigamos juntos! assistência tecnológica, as Roberto Simões cooperativas são o braço vital Presidente do Sistema FAEMG

26 CONFORTO E BEM ESTAR ANIMAL COM ALTO ÍNDICE DE PRODUTIVIDADE

Maior produtor de leite da Cooperabaeté, Além do aumento de produtividade e Eugênio Antônio da Costa Filho (Geninho) outros benefícios, como melhoria da colhe bons frutos de um intensivo qualidade do leite, com redução da investimento em genética, conforto de células somáticas (CCS) animal e agricultura irrigada para a e menor incidência de mastite bovina, nutrição bovina. O produtor, que há o sistema ainda oferece um composto 11 anos produzia 280 litros de leite, orgânico de alto valor agregado. “É um contabiliza hoje 9.300 litros diários, com adubo de excelente qualidade, que pouco mais de 400 vacas em lactação. utilizamos nas lavouras”, explica o produtor. Há cerca de 10 meses, as 324 mais produtivas desfrutam de todo o bem- A tecnologia de produção de lavouras estar proporcionado pelo galpão de de milho irrigado é outro aspecto descanso para gado leiteiro (Compost apontado por ele para a alavancagem Barn), equipado com sistema de da pecuária leiteira na fazenda. “Há refrigeração e uma grande área de quatro anos, instalamos o primeiro pivô cama comum, feita com serragem, bem para aumentar a produção e melhorar próxima à água e alimentação. “Aqui, a qualidade de silagem. Hoje, temos a vaca fica confortável e produz mais. 32 hectares de milho irrigados, ainda É um investimento muito bom, que se plantamos um pouco de sequeiro e, paga em dois a três anos. Depois que no próximo ano, vamos construir um montei o galpão, a produção média sistema de irrigação de malha, com 18 por animal subiu de 18 para 25 litros”, hectares. Consideramos que a tecnologia celebra Geninho, ao lado do veterinário de produção de lavouras tem ajudado Márcio Henrique Viana, que há sete anos muito a diluir o custo e a produzir uma acompanha a Fazenda São Sebastião da comida de melhor qualidade para as Morada, em Abaeté. vacas”, avalia. Além de facilitar o manejo. por animal, dentro do composto”, trabalho. Aguentando firme nas Mesmo com a elevada produção, destaca Márcio, citando os crises e buscando inovar para a fazenda conta com apenas projetos de construção de uma se fortalecer”. Na sua visão, a seis funcionários diretos, além do nova ordenha e um segundo Cooperativa faz o que pode para veterinário, que presta consultoria galpão para acolher mais 100 ajudar os produtores, mas essa três vezes por mês. E todo o vacas. parceria tem que ser dos dois rebanho é produção própria. “Em Integrante do Conselho de lados. “O produtor precisa querer 2019, provavelmente já teremos Administração da Cooperabaeté, evoluir. Ou não adianta tentar 100% de inseminação artificial, Geninho brinca que a Cooperativa ajudar”, pondera, parabenizando para ter um gado mais voltado começou pequenininha e cresceu a Cooperabaeté pelos 90 anos. para o holandês. Nossa meta é bastante, como ele mesmo. Satisfeito por fazer parte dessa conseguir uma média de 30 litros “Com boa administração e muito importante história.

Parabenizo e dou o testemunho os eventos do cooperativismo Raul Gil, pra Cooperabaeté eu do sucesso da Cooperabaeté mineiro e nacional, sempre tiro o chapéu, porque ela nunca nesses 90 anos, destacando reivindicando pelos produtores negou estribo ao produtor rural. a alegria de termos essa forte rurais, por Minas Gerais e pela Parabéns, produtores! Parabéns e atuante cooperativa como Cooperabaeté. a todos que transformaram a integrante da Fecoagro Leite Cooperabaeté numa grande Para nós, que integramos Minas. cooperativa. também o Grupo de Compras A Cooperabaeté tem do Consórcio Cooperativo (CCGC), demonstrado um forte espírito soma muito contar com o nosso de cooperativismo e muita presidente Eustáquio, com suas competência no seu sistema de modernas ideias e seu jeito gestão. Salientamos a qualidade simpático, sempre junto. dos seus produtos, como a ração, Cumprimento a eficácia desses comercializada aos produtores 90 anos da Cooperabaeté, a rurais de várias regiões, que gestão moderna, eficiente e garante uma produção de leite aglutinadora da diretoria e excelente de nossas matrizes deixo o meu abraço, o meu Vasco Praça Filho leiteiras aplauso a todos os cooperados, Presidente da Fecoagro Leite Minas, da Cemil e da Associação Brasileira O presidente Eustáquio Márcio funcionários, diretores e gerentes. das Pequenas e Médias Cooperativas e está sempre presente em todos Parafraseando o apresentador Empresas de Latricínios (G100)

28 Família que trabalha e cresce unida... como a Cooperabaeté

Adriana, entre João Carlos e Sérgio: “Nos últimos 25 anos, vi a Cooperabaeté só crescendo, igual a gente, graças a Deus. Espero, que, quando completarmos 90 anos, estejamos igual a cooperativa, quem sabe, para deixar uma boa estrutura, um bom legado para os netos.”

“Devagar se vai ao longe”. É pautado por essa automático para retirar a teteira no tempo certo, máxima que o casal João Carlos e Adriana Oliveira, evitando a sobreordenha. da Fazenda Vai-Vem, em Abaeté, vem construindo e A formulação de dieta e acompanhamento reprodutivo aprimorando uma história de muito trabalho, inovação ficam por conta de Sérgio, um dos veterinários tecnológica e sucesso na produção leiteira, com integrantes do programa Cooperabaeté Assist. participação especial do filho Sérgio. “Há 25 anos, “Intensificamos bem a inseminação artificial no começamos tirando 100 litros, fomos aumentando inverno e estamos hoje com 60% das vacas gestantes”, devagarzinho e, este ano, chegamos a produzir 3 mil”, celebra, contando que o próximo investimento comemora Adriana. “Já tivemos que trocar o tanque tecnológico da fazenda será um sistema de irrigação, de resfriamento duas vezes, melhoramos o sistema para aumentar a produtividade da lavoura de milho. de ordenha e, se Deus quiser, daqui a uns anos vamos fazer o galpão (Compost Barn), para dar mais conforto Ele aproveita a oportunidade para convidar todos os ao gado e aumentar nossa produtividade”, completa. produtores a conhecer e ingressar no Cooperabaeté Assist. “Procurem a Cooperativa, fiquem do lado Um grande passo nesse sentido foi dado há um dela, porque é o maior bem que o produtor de leite ano, quando os produtores instalaram uma sala de tem hoje. Estamos trabalhando juntos, pra ajudar resfriamento com dois ventiladores e um sistema de o produtor a aumentar a produtividade, a renda e aspersão, onde as vacas e novilhas ficam por cerca de melhorar os índices da região”, assegura. 30 minutos, antes da ordenha, recebendo água e vento intercalados, com o objetivo de baixar sua temperatura Apaixonada pela Cooperativa, Adriana reforça o convite corporal e gerar mais conforto. “Esse resfriamento e destaca a alegria de ter acompanhado tantas melhora a taxa de ruminação e de concepção dos melhorias na empresa. “Lembro direitinho quando animais, que sempre caem muito nessa época do começamos, a gente ia fazer compras e era aquele ano. As vacas parecem mais calmas e fica melhor pouquinho de coisas, bem simples. Depois, aumentou para os ordenhadores, que refrescam também”, avalia o supermercado, mudou a parte de insumos, veio a João Carlos. fábrica de ração. A Cooperabaeté foi só melhorando, igual a gente, graças a Deus. Espero, que, quando Após muitos anos trabalhando sozinhos, este ano completarmos 90 anos, estejamos igual a cooperativa, os produtores contrataram um casal para ajudar no quem sabe, para deixar uma boa estrutura, um bom serviço da fazenda. Outra facilidade veio com a troca legado para os netos”, finaliza Adriana, parabenizando do sistema de ordenha, que conta agora com medidor a Cooperabaeté pelas nove décadas de prestação de eletrônico de leite por animal e um mecanismo serviços ao produtor rural.

29 De pai para filho Tradição e inovações tecnológicas

Cooperado há 18 anos, Nilson José da Silva (Nilson gente faz, para vender quando eles atingirem cerca Cantagalo) é um dos que acreditam, e muito, na de 10 arrobas. Esse é outro projeto muito bom da força da pecuária para alavancar a economia da Cooperativa, que conta com grande adesão dos região e do país, especialmente quando aliada à produtores”, analisa. assistência técnica, inovações tecnológicas, empenho e vontade de crescer por parte dos produtores. “Vejo Produtor de 180 litros de leite/dia e de cerca de que a pecuária está evoluindo na nossa região, 80 cabeças de gado de corte, Nilson investe, principalmente na genética. Nos últimos 10 anos, os especialmente, na qualidade das pastagens. “No produtores estão investindo muito em inseminação, tempo do meu pai, a gente não colocava calcário, não comprando touros melhores, inserindo novas raças. adubava. Hoje, fazendo as análises e correções do E a atuação da Cooperativa tem sido fundamental solo, você produz mais com menos terra”, ensina, ao para impulsionar essa evolução, especialmente com lado do caçula Gabriel, para quem espera repassar e a criação da Tecnoagro e do programa Cooperabaeté atualizar importantes aprendizados. “A primeira coisa é Assist”, destaca. o estudo, mas com o pé na fazenda, Produtor de pra aprender a dar gado de leite valor e a trabalhar, e de corte na igual meu pai me fazenda Santa ensinou”, ressalta Maria, em o cooperado, que Abaeté, Nilson também já foi peão tem como foco principal do de rodeio. seu trabalho a Ao cumprimentar compra e venda a Cooperabaeté de bovinos para Nilson Cantagalo com o filho Gabriel: “a pecuária está pelo 90º aniversário, o frigorífico, evoluindo na nossa região, principalmente na genética”. ele enfatiza que atividade a direção está no que exerce caminho certo, ao valorizar e estimular cada vez mais há 17 anos. Para ele, tão importante como a boa o aprimoramento tecnológico do homem do campo. administração do negócio é essa diversificação “Espero que a Cooperativa continue nessa linha e que da atividade. “Outra coisa que tem ajudado muito os produtores da região acreditem e participem mais o produtor de leite é o confinamento de bezerros holandeses no grão de milho inteiro”, acredita. “Mesmo de eventos e projetos promovidos por ela. Parabéns a que não seja tão lucrativo, é uma poupança que a todos”, finaliza.

Supremo Carnes & Cooperabaeté empacotadas, destinadas aos clientes nacionais ou exportadas, principalmente para o continente A qualidade do rebanho na região foi o que asiático. “Chegamos a abater 300 animais/dia na incentivou a vinda do Supremo Carnes para Abaeté, Unidade Abaeté, mas o mercado está ruim e é um em meados de 2015. O frigorífico, que tem 30 momento de entressafra”, explica o gerente. anos de mercado e a matriz em Ibirité, é parceiro no fornecimento de carnes para o Supermercado A expectativa dele é que, a médio prazo, surjam Cooperabaeté, há cerca de oito meses. “Com a novas e boas possibilidades. “A planta de Abaeté instalação do açougue, essa parceria deve ficar já está habilitada para fazer desossa e exportação ainda mais sólida”, acredita o gerente Rodrigo para os países da lista geral, porém, devido a esse Pereira da Silva. momento turbulento, demos uma brecada nos investimentos. O projeto é abater e desossar 500 Ele conta que, atualmente, 99% da carne dos animais/dia e gerar 300 empregos, mas temos que cerca de 160 animais abatidos diariamente na esperar o mercado mudar”, informa o gerente do cidade seguem para Ibirité, onde são desossadas, frigorífico, hoje com 160 funcionários.

30 Importantes parceiras da Cooperabaeté demonstram o potencial agropecuário da região

Alexandre (à direita), com integrantes da equipe técnica e administrativa da Fazenda Flores: “O desenvolvimento da agricultura estimula o crescimento da pecuária de uma forma mais tecnificada, com maior domínio do custo e retorno por hectare”.

A fartura de água disponível na represa de Três a construção de um silo de grãos com capacidade Marias e a fertilidade do solo plano são alguns dos de armazenamento de 120 mil sacos. Interessante fatores que têm estimulado a instalação de grandes observar que o desenvolvimento da agricultura empresas agropecuárias na região. Enquanto algumas estimula o crescimento da pecuária de uma forma se dedicam à monocultura do eucalipto, outras se mais tecnificada, com maior domínio do custo e destacam pelo desenvolvimento de uma produção retorno por hectare”, destaca Alexandre. diversificada, com geração de emprego, estímulo à economia local e preocupação com o meio ambiente. Ele conta que, em 2018, 70% dos cerca de sete milhões de reais investidos na propriedade foram É o caso da Agropecuária São Pedro, integrante do destinados à pecuária, com destaque para renovação poderoso grupo produtor de minério de ferro J. Mendes, de pastagens e de pivôs, energia elétrica, correção de que possui três fazendas em Morada Nova de Minas. solo, distribuição de água por toda a fazenda, além da Duas delas, Traçadal e Conjunto Santa Quitéria, são melhoria da raça. “Hoje, temos 80% de nelores, 15% reservas florestais. Já a Fazenda Flores apresenta de angus e apenas 5% entre mestiços e nelorados, nada menos que 3.750 hectares de área produtiva, criados a pasto, em sistema de semiconfinamento. com cultivos irrigados de milho, soja, feijão, algodão Nenhum animal precisa andar mais de 800 metros e brachiaria, além da criação de 2.300 bovinos de para beber água”, diz, destacando também a corte, no sistema de integração lavoura-pecuária (ILP). preocupação da empresa com o desenvolvimento do “Acredito muito na região, tanto para produção de local onde ela está inserida. grãos, como para a pecuária. Os pastos são formados com alta tecnologia, e tem boa mão-de-obra técnica A maioria dos 22 colaboradores diretos e dos disponível”, avalia o gerente da Unidade Agropecuária, trabalhadores terceirizados da Fazenda Flores Alexandre Augusto Silva, que também administra são moradores da própria região. Dentre eles, o fazendas do grupo em Itaúna, e Campo cooperado e ex-diretor comercial da Cooperabaeté Belo. José Eustáquio Marcelino, que concilia a produção Em Morada Nova, dos 85 mil sacos de milho de aproximadamente 150 litros de leite/dia em sua produzidos em 2018, 50% foram destinados à Fábrica propriedade com o cargo de auxiliar administrativo de Ração da Cooperabaeté, dentro da parceria firmada da grande empresa. “Além de priorizar a mão-de- há cerca de dois anos. Para 2019, a estimativa é obra local, estamos fazendo as compras nas cidades produzir 107 mil sacos de milho, 55 mil de soja, 10 próximas. Uma das nossas primeiras parceiras foi a mil de feijão e saltar dos seis para 700 hectares de Cooperativa. Começamos com o serviço de oficinas, algodão, uma cultura introduzida este ano na Fazenda as compras de supermercado e o combustível. Há um Flores. “Nos próximos 60 dias, a diretoria deve aprovar ano, nos tornamos cooperados”, conta Alexandre.

31 Para ele, fazer parte da Cooperabaeté é motivo de A Cooperabaeté é o maior cliente da empresa na orgulho. “90 anos são um exemplo para o Brasil, aquisição do milho produzido ali e parceira na para os empresários e para outras cooperativas. comercialização de silagem aos pequenos produtores, Segundo pesquisas, cerca de 70% das empresas com desconto especial. “Somos também cooperados, do país fecham as portas no primeiro ano de vida. e os insumos que usamos na fazenda normalmente Quantas chegam aos 50 anos? Falam em 10%. são adquiridos junto à cooperativa. É uma parceria de Quantas empresas vão chegar a 100 anos? Uns 3%. A mão dupla, com base na confiança. Somos novos na cooperativa e os cooperados da região se beneficiam região, com um parceiro antigo, que sempre honra de ter gestores que fizeram esse caminho bem feito. seus compromissos. Só tenho a agradecer essa Dou parabéns a todos que participaram dessa bonita parceria que temos há cerca de quatro anos”, destaca história. Parabéns também aos cooperados que Gilmar. acreditaram e souberam escolher esses diretores. Ele finaliza: “A região precisa parabenizar a cooperativa Estamos muito satisfeitos com essa parceria, por todos esses anos de prestação de serviços. esperando render e colher bons frutos, tanto pra Creio que os 90 anos, por si só, já falam tudo que ela cooperativa quanto pra nós”, finaliza o gestor. representa para a região. 90 anos não se fazem sem confiabilidade, idoneidade, sem o caráter firme de Parceria de mão dupla seus dirigentes. No Brasil, pode-se contar nos dedos uma empresa privada que dura esse tempo. Creio que Outro grande e importante parceiro da Cooperabaeté é cada cooperado deve se sentir honrado em participar o JMG Empreendimentos que, além da agropecuária, dessa cooperativa, porque 90 anos são uma história, e tem outros focos de atuação, como construção de uma história que precisa ser contada”. imóveis na capital mineira. Em Abaeté, a Fazenda Santa Maria também consorcia a produção de grãos com a criação de gado de corte. São 1.000 cabeças em confinamento e 1.300 no sistema de pastagem. Em 400 hectares, são produzidas três safras anuais irrigadas, num revezamento de culturas de milho, feijão e soja, para minimizar a ocorrência de pragas, insetos e outras condições adversas.

“Essas três safras são possíveis graças à Bacia Hidrográfica do São Vicente. Essa região é privilegiada para a agropecuária”, comemora o proprietário Gilmar de Oliveira Costa. O grande entrave, segundo ele, é a burocratização excessiva para a concessão de licenças e as condições de financiamento. “Se o governo Gilmar de Oliveira Costa, entre o presidente Eustáquio Márcio e o representante mudasse essa postura, a região poderia comercial da Cooperabaeté Jean Douglas: “Eu só tenho a agradecer a parceria realmente usar seus recursos naturais para que temos com a Cooperativa. Uma empresa não chega aos 90 anos sem confiabilidade, sem idoneidade, sem o caráter firme de seus dirigentes. crescer de acordo com seu potencial”, acredita Cada cooperado deve se sentir honrado em participar dessa história”. ele, que há três anos esbarra na dificuldade de licenciamento para triplicar a área de irrigação.

32 E OS FRUTOS DE UM BOM TRABALHO COM MELHORAMENTO GENÉTICO

A Cooperabaeté é também Essa aquisição de insumos Na visão de Ivanir, “os produtores parceira da Cooperativa dos é o foco da parceria entre as rurais que não investem em Produtores Rurais da Região de cooperativas. “Destacamos, tecnologia, não acreditam que São Simão (Coopass), fundada especialmente, a fábrica de ração, podem produzir mais com menos vão ficando para trás, em 2014, com cerca de 200 onde encontramos um produto desaparecendo do mercado”. A cooperados ativos, que fornecem de excelente qualidade com própria Coopass viu o número de a média de um milhão de litros preço bem mais acessível do que cooperados fornecedores de leite de leite mensais à Embaré. em qualquer outro lugar. Como cair de mais de 300 para cerca de “Somos uma cooperativa virtual, somos cooperados como pessoas 200, nos quatro anos de atividade. que visa exclusivamente a jurídica, estamos negociando “Apesar dos desafios, a pecuária manutenção do produtor. Como agora uma maneira de beneficiar leiteira ainda é o que sustenta a nosso custo é muito baixo, também os nossos produtores economia da nossa região, uma procuramos pagar um pouco com o programa Cooperabaeté das principais atividades tanto melhor e comprar insumos no Assist”, destaca. para a manutenção do comércio, menor preço possível”, destaca o como para a geração de emprego presidente Ivanir Deladier. e renda”, define.

Destaque na Produção do Gado Gir

Como pecuarista apaixonado média de quase 20 litros por pela atividade, Ivanir se destaca vaca. “Trabalhamos com o na criação de gado gir, em F1, que é o cruzamento do parceria com a esposa Lanize e gir com holandês, um gado o cunhado José Jurval Mendes. muito resistente, próprio para As Fazendas Rancho Belvedere e o nosso clima, que produz Porteira Velha já são reconhecidas muito leite. Vendi novilhas como produtoras de uma das de 60 a 90 dias de parida melhores genéticas da região. com produção de 37 quilos”, “Nosso gado foi o primeiro lugar propaga Ivanir, que é gerador em preço em todo os três leilões de 10 empregos diretos. da Embaré em . Esse ano, conseguimos vender Como liderança na região, Já fui integrante do Conselho de para a Calciolândia, uma grande ele deixa uma mensagem aos Administração. Depois, eu me marca de gir, da qual sempre produtores: “Não adianta ficar afastei um pouco, porque achei fomos compradores. Uma grande chorando pelos cantos, falando que a Cooperabaeté não estava que tirar leite é a pior coisa que vitória!”, festeja Ivanir. muito próxima do produtor, não tem. Não é não. Pelo contrário, é preocupava com o preço do leite, Ele conta que, nas duas fazendas, um negócio que nos dá muita depois que passou tudo para a a produção média de leite gira satisfação. E é isso que nos Itambé. Agora, percebo que esta entre 3.500 a 4.000 litros/dia, com resta: trabalhar, arregaçar administração está muito mais as mangas e fazer nossa voltada para o pequeno produtor parte, porque a política está e vem desenvolvendo programas alterando toda hora e não muito bons. Conheço demais podemos ficar esperando o as pessoas da diretoria, sei da que vai acontecer amanhã competência de todos, penso pra tocar o nosso projeto”. que o caminho é esse mesmo, Ele também parabeniza a de fazer com que o pequeno Cooperabaeté pelos 90 anos. produtor se olhe como pequeno “Participo da Cooperativa empreendedor e não apenas desde 1.900 e alguma coisa. como fornecedor de leite”, finaliza.

33 Uso de Gordura Protegida na Dieta de Vacas Leiteiras

Durante a maior parte do ano, a produção de leite altas quantidades de no Brasil é baseada, principalmente, em pastagens ração ingeridas por tropicais. No entanto, são comuns conceitos dia podem suprimir a errôneos de que esses sistemas de produção são quantidade de pasto necessariamente extensivos e de baixo potencial de consumido, elevando Frederico Osório Velasco produção, utilizando animais de reduzido potencial os riscos de uma Especialista Nutrição de Bovinos Vaccinar genético e, na maioria das vezes, com alto grau de acidose ruminal. sangue zebuíno. O fornecimento de óleos e gordura na dieta desses Quando associada à tecnologia, a produção de leite animais pode ser uma forma de suplementar a nessas áreas poderá ser altamente produtiva, se energia necessária para corrigir este desbalanço, comparando a outras atividades agropecuárias, sem aumentar os riscos de um quadro de devido aos menores custos de instalações, acidose, já que óleos e gorduras apresentam, em alimentação e problemas metabólicos nos animais. média, 2,25 vezes mais energia que carboidratos Porém, pastagens tropicais possuem grande fermentáveis, sem ser precursores de ácidos variação em sua composição nutricional e, muitas orgânicos no rúmen. No entanto, o excesso de vezes, não atendem por completo as exigências gorduras livres na dieta também pode levar a nutricionais de animais em produção. quedas na digestibilidade da fibra, resultando em Apesar do teor proteico das forragens bem queda de consumo e produção. manejadas ser geralmente alto (entre 15 a 22%), As gorduras protegidas possuem alta digestibilidade o teor de fibra (FDN e FDA) também é elevado, e alto valor energético. Além disso, por serem resultando em um menor potencial de consumo relativamente inertes em ambiente ruminal e terem da forrageira, reduzindo a ingestão de energia ação somente em condições de pH muito baixos, pelo animal. Esse desbalanço pode resultar em como o do abomaso, não afetam a utilização da mobilização excessiva de reservas energéticas fibra. Diversos trabalhos científicos embasam a corporais. E essa mobilização, dependendo da utilização desta tecnologia para vacas leiteiras a intensidade, poderá causar distúrbios metabólicos como cetose e esteatose hepática aos animais. pasto.

A suplementação com alimentos concentrados Os resultados apontam um aumento de 9,0% é a forma mais utilizada para fornecer maior do volume de leite produzido e da eficiência quantidade de energia para animais a pasto, reprodutiva, com crescimento da taxa de prenhez principalmente durante o período inicial da à primeira inseminação de 15 a 20% e queda dos lactação. Não é raro que vacas de alto mérito níveis de problemas metabólicos que comumente leiteiro, com produções acima de 25 litros de leite ocorrem logo após o parto entre 70 a 80%. Desta por dia, recebam quantidades superiores a 8 a 10 forma, a utilização de gordura protegida para kg de ração, contendo grande parte de sua energia vacas mantidas a pasto é uma boa opção a ser proveniente de carboidratos de alta fermentação, considerada, com benefícios diretos em produção e como o amido presente no milho. Além disso, indiretos em reprodução e saúde animal.

34 TECNOLOGIA , SEGURANÇA E INOVAÇÃO PARA OFERECER O MELHOR EM NUTRIÇÃO ANIMAL.

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Consulte nosso departamento de nutrição: (31) 3448-5000 | 0800 031 5959 | www.vaccinar.com.br 35 Nutrição Uma chave para o aumento da produtividade

Rentabilidade. A palavra que indica o sucesso de Quantidade qualquer atividade torna-se cada vez mais frequente Fornecida no campo. Produtores de leite são pressionados pelos custos e pelos preços de venda, buscando maneiras Para otimizar o de se manter na atividade. Apesar de sermos o quarto consumo de MS maior produtor de leite mundial, quando comparamos pelos animais, a produtividade média no Brasil, estamos muito devemos garantir abaixo de outros países, o que pode ser um fator que o montante agravante para a baixa rentabilidade de nossas necessário esteja disponível propriedades. Aumentar a produtividade dos animais Tales Lelis Resende para eles. Para não é uma tarefa banal, sendo necessário dedicação e Coordenador Técnico Comercial Cargil conhecimento da atividade. isso, devemos considerar o Responsável por 40 a 60% dos custos da atividade, a tamanho dos nutrição se apresenta como uma das chaves para o animais e a produção de leite. Podemos afirmar aumento da produtividade. Um dos principais fatores que vacas adultas irão ingerir maior quantidade nutricionais que influenciam a produtividade é a de alimentos que vacas de primeira cria. Desta ingestão de matéria seca (MS) pela vaca leiteira. MS é o forma, devemos ajustar os requisitos nutricionais peso do alimento após a desidratação. de primíparas para o consumo de MS diário. Quanto maior a produção de leite, maior será o consumo Ex.: um animal comendo 30 kg de matéria natural (MN) de MS da vaca. Por conseqüência, devemos ajustar o de silagem. Suponhamos que, no primeiro silo, ela fornecimento de alimento, permitindo o consumo dos estava com 32% de MS. Assim que esse silo acabou, nutrientes necessários para a expressão do mérito abriu-se um buraco em que a silagem estava com genético de cada animal. 28% de MS. Caso a dieta não seja corrigida, a vaca reduzirá em 12,5% o consumo. Frequência de fornecimento MS da silagem Consumo MN Consumo MS Vacas leiteiras são estimuladas a consumir com o 32% 30 kg 9.6 kg fornecimento de alimento. Para animais estabulados, 28% 30 kg 8.4 kg se aumentarmos a quantidade de tratos, podemos conseguir ganhos com consumo de MS animal. Caso Essa variação deve ser corrigida, aumentando a o aumento de fornecimento seja um complicador quantidade de silagem fornecida ou ajustando com para a fazenda, o simples ato de empurrar a comida concentrado, para evitar queda na produção de leite. para próximo do cocho irá aumentar a ingestão. Para Quando trabalhamos com animais estabulados, vacas a pasto, o fornecimento de alimentos deve ser recebendo toda a dieta no cocho, o consumo de ajustado com os horários de ordenha, fornecendo o MS é influenciado pela quantidade fornecida, pela concentrado durante ou após a extração do leite. frequência de fornecimento, pelo conforto térmico e pela qualidade do alimento. No sistema de pastejo, todos esses fatores são presentes e agravados pelo fato de a própria vaca colher seu volumoso.

D. Alacy e Elmo Alves D. Lucy, Antônio Carlos e Tonho do Xande - Abaeté Biquinhas

Aloísio Cunha Morada Nova de Minas

Sr. Altivo e Jucelino Biquinhas Edvar Morato e Gracélia Biquinhas 36 Conforto térmico de MS, a ingestão de matéria natural será de 36 kg de pasto. Por sua vez, a eficiência de pastejo média Elevadas temperaturas reduzem a ingestão de MS para vacas em lactação é de 40%, quando temos pelos animais. Alternativas de suavizar os estresses boa disponibilidade de forragem, que nos exige uma causados pelas elevadas temperaturas irão contribuir disponibilidade mínima de 90 kg de pasto por vaca por para o aumento do consumo, bem como da produção dia. de leite. O sombreamento natural ou artificial é importante para a diminuição da incidência solar, Praticas de adubação, divisão de pastos e redução do reduzindo o desconforto térmico. Banhos seguidos de período de permanência aumentam a produção de ventilação durante o período de espera da ordenha pasto e melhora a eficiência de pastejo dos animais, são alternativas para a redução do estresse térmico. permitindo maior taxa de lotação, ou seja, maior número de vacas por hectare. Desta forma temos maior consumo de MS por vaca e maior taxa de Qualidade dos alimentos lotação, melhorando nossa produtividade/hectare/ano. Volumosos com alto teor de fibras podem reduzir Associado às práticas de manejo de pastagem, o consumo de MS por efeito de enchimento. O devemos ficar atentos para características do enchimento ruminal é a saciedade mecânica gerada ambiente, como distância entre os piquetes e a sala pelo acúmulo de alimento de baixa digestibilidade de ordenha, relevo do caminho percorrido, formação no rúmen da vaca. Silagem colhida tardiamente de barro, entre outros. e pastagens secas são fontes de fibra de baixa degradabilidade, necessitando a substituição parcial desses alimentos por concentrados que resultam em Conclusão: maior fornecimento nutricional para a vaca. Garantir conforto aos animais e fornecer alimentos em quantidade e qualidade permitirão o aumento Ingestão de MS em sistema de pastejo do consumo de MS pela vaca, que, por sua vez, retornará com aumento de produção e melhoria na Quando direcionamos nossa produção leiteira para rentabilidade. o pasto, a mensuração do consumo de MS fica mais difícil. Como, em sistemas de pastejo, a vaca é responsável pela apreensão do alimento volumoso, Produtividade devendo caminhar ao pasto e coletar a forragem, 9,900 esse esforço dispendido aumentará a sua demanda energética, a energia que poderia ser direcionada à 7,425 produção de leite é gasta em locomoção. Aumentar a disponibilidade de forragem para a vaca é a única 4,950 forma de facilitarmos a captura no sistema de pastejo. 2,475 Ex.: Para uma vaca com produção de 15 litros de 0 leite, a ingestão de pasto deverá ser próxima a 8 EUA Brasil Alemanha kg de MS/dia. Considerando a pastagem com 22%

Paulo Roberto e equipe Morada Nova de Minas Joãozinho do Hermogenes e D. Osvaldina - Paineiras José Miranda e Vanilza Cedro do Abaeté Ricardo Assis e Ivone Abaeté

Silvio Leiteiro e Maristene Zé Abacate e Carlos Paineiras Abaeté Salmo, Josy e filhas Abaeté 37 ERABA OOOPERABAEETTÉ C CO É

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anuncio_cooperabaete.indd 1 31/10/2018 15:39:54 Sustentabilidade, Tecnologia e Mercado

Dentro da missão da Embrapa de viabilizar soluções e recuperação da de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a pastagem. Além disso, sustentabilidade da agricultura, em benefício da promove a segurança sociedade brasileira, no início de 2016, em caráter alimentar, pois agrega Sinval Resende Lopes regional, iniciou-se um projeto de cooperação diferentes meios de Embrapa Milho e Sorgo técnica, por iniciativa da Cooperabaeté e do Sicoob produção (vegetal e Credioeste, com a finalidade de capacitação de animal) proporcionando técnicos e produtores. aumento no indicador saúde ambiental e pessoal, pela redução da emissão de poluentes O projeto envolve capacitação técnica, palestras, atmosféricos e hídricos. Unidades de Referência Técnica (URTs) com diversas cultivares, encontros técnicos e dia de campo. Para o controle de pragas, foi utilizado o Controle Todas as atividades abordaram tecnologias que Biológico (CB), como alternativa aoquímico. A vespa contemplam os princípios da sustentabilidade. Trichogramma, um parasitoide de ovos, foi usada Trabalhar o social, o ambiental e o econômico, que para o CB da Spodoptera frugiperda, conhecida são os pilares da sustentabilidade, torna-se um popularmente como lagarta-do-cartucho-do-milho. imperativo para a perenização do sistema produtivo Cenários futuros apontam profundas mudanças e essencial na busca por mercados internacionais. tecnológicas no agronegócio, e aquelas Em algumas propriedades-modelo, foram utilizadas associadas à transformação digital têm ampliado as tecnologias: Gestão Eficiente da Propriedade a produtividade e o uso sustentável dos recursos. Leiteira (GEPLeite), Gestão Hídrica em Sistema Dentre elas, está a inteligência artificial, um ramo Barraginhas, Controle Biológico (CB) e Integração da ciência da computação que se propõe elaborar Lavoura-Pecuária (ILP). dispositivos que simulem a capacidade humana de raciocinar, perceber, aprender, tomar decisões. O software GEPLeite, desenvolvido pela Embrapa Isso exigirá mais investimentos e capacitação Gado de Leite, teve como objetivo, dentre outros, de equipes que possam contribuir para elevar auxiliar na gestão da propriedade apontando os a produtividade e a competitividade na indicadores econômicos, financeiros e de qualidade agricultura. Estas são ações que do leite produzido. precisam ser contempladas nos A gestão hídrica proporciona o entendimento próximos anos. da substância água nas três dimensões que Parabéns à Cooperabaete tem um sistema de produção animal: alimento, pelos 90 anos insumo produtivo e recurso natural. Exercitar dedicados ao a utilização e o manejo da água nestas três produtor dimensões proporcionará disponibilidade hídrica rural. em quantidade e com qualidade na propriedade rural. Como resultados nos últimos dois anos, foram construídas na região mais de quinhentas barraginhas.

Para a produção de forragem, foi implantado o sistema ILP, tecnologia que contribui para diversificar as alternativas de renda na propriedade, favorecendo tanto a produção de silagem de qualidade quanto a formação

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Inaugurada em 2012, na gestão do presidente Henrique Sousa Saldanha, do diretor administrativo Eustáquio Márcio de Oliveira e do diretor comercial José Eustáquio Marcelino, a fábrica de Rações Cooperabaeté ultrapassa hoje a produção de 2,5 mil toneladas/mês. de Curvelo e Felixlândia, foi contratado o representante Em janeiro de 2017, a Cooperativa deu o primeiro comercial Odair Ferreira Gomes. passo para expandir sua área de atuação, ao contratar Como houve a reestruturação da fábrica em 2016 e o zootecnista Guilherme Megali como Supervisor de ainda há espaço para crescimento de produção, a Vendas, com a tarefa de montar uma equipe estruturada Cooperabaeté decidiu contratar também Henrique de comercialização de produtos de sua fábrica. Ferreira Maciel para a região de Pompéu, onde a Dois meses depois, a contratação do primeiro Cooperativa já é conhecida pela qualidade superior dos representante comercial, Clébio Bahia de Vasconcelos, produtos fornecidos aos seus cooperados. representou um crescimento das vendas na região de Ainda em novembro de 2018, visando melhorar o , onde a qualidade da Ração Cooperabaeté atendimento aos produtores associados e clientes de superou as expectativas dos produtores. Paineiras, Biquinhas e Morada Nova de Minas, foi efetivada Esse sucesso estimulou a contratação do representante a contratação de José Wilson. Clóvis Alves Martins para a região de , onde, Hoje, a Cooperabaeté está presente em 64 municípios apesar da forte concorrência, a Cooperabaeté conseguiu de Minas Gerais, com crescimento constante, visando a maior prevalência de vendas em rações para bovinos sempre manter a qualidade de seus serviços e produtos leiteiros. (veja mapa abaixo). “Lembramos que estamos sempre Em julho de 2018, com o objetivo de crescer buscando um crescimento sustentável para esta grande comercialmente na região predominantemente leiteira empresa, que é de todos os associados”, destaca Megali.

Arturzinho, memórias do primeiro puxador de leite da Cooperabaeté

Em 1965, quando um grupo de produtores liderados direito, então, a gente tinha que se virar com enxada, pelo Dr. José de Campos Melo implantou o setor corrente. Lembro que a Sertaneja, às vezes, falhava de produção de leite na Cooperativa de Crédito de fazer as linhas até Paineiras e Morada pelo tanto de Produção de Abaeté Ltda, Artur Carlos Pereira que chovia. Mas o leite não podia falhar. Em sete (Arturzinho) foi o primeiro motorista a buscar o anos, não falhei nenhuma vez”, orgulha-se. produto nas fazendas dos pioneiros cooperados e Quando parou de puxar leite para a Cooperativa, descarregar na antiga Vaquinha. “Fiquei sete anos Arturzinho passou a atuar no transporte de gado, puxando leite para a Cooperativa. Como, na época, atividade que exerce até hoje, entre fazendas e poucos fazendeiros possuíam carro, precisava ver o frigorífico de Abaeté. “Graças a Deus, renovei o tanto de gente que andava de carona comigo, minha carteira de habilitação e pretendo continuar em cima desses latões, pra ir e voltar da cidade”, trabalhando mais algum tempo. Agradeço a Deus recorda o caminhoneiro. e a Nossa Senhora Aparecida por essa bênção”, Ele conta que, nos anos 60, a quantidade de declara ele, com boa saúde, disposição e excelente produtores era memória. bem pequena e Nas horas de folga, os desafios para Arturzinho sempre transportar o leite é visto nas praças eram enormes, e esquinas de devido ao grande Abaeté, conversando volume de chuvas com os amigos e e às péssimas contando causos. condições das À tarde, gosta estradas. “Muitas de tomar uma vezes, tinha que cervejinha. Veja, a acorrentar o seguir, uma das caminhão, que histórias que gosta vivia atolando. Não de contar: tinha nem trator

TRUCO DE ZOOLÓGICO Artur Carlos Pereira

Há algum tempo, assisti um Bezerra contra Joaquim das De Abaeté, vieram Codorna, Zé Torneio de Truco no Paredão, Éguas e Zé do Burro. Coruja, Toin Curiol, João Galinha, organizado pelo Valdemar Leão, Gê Frango, Tião Pinto, Chiquito 4 - Vicente Calango e Catengo com as seguintes duplas: Maritaca, Geraldo Papagaio, Dedé contra Zé Cobra e Sucuri. Gambá, Toin Tatu, Zé Cabrito e 1 - João Galo e Zé Peru contra Os tumbas vieram no caminhão João Pudrinho. Mauro Pinhé e Walter Urubu. do Luiz do Guacho. Do Mato O jogo teve muitas confusões. 2 - Agenor Carneiro e Zé Bode Bonito, perto de Paineiras, vieram Geraldo Preguiça, Antônio Lobo, Só não acabou em briga, graças contra Zé Tigre e Lobo da João Macaco e Cutia chapa. Da à intervenção de Geraldo Casturino. Lagoa, vieram Sapim, Zé Piaba, Preguiça, pedindo muita calma, 3 - Boi do Zé de Paiva e Toin Adão Paturi e Fernando Jacaré. e do Zé Coruja, pedindo silêncio.

42 Mantendo o firme propósito de promover a inclusão financeira e social de seus associados e comunidades onde está presente, o Sícoob Credioeste comemora em 2018 seus 30 anos.

Seu posicionamento institucional de aniversário: Sicoob Credioeste, Superação, Evolução e Resultados acompanha a historia da instituição e representa sua poderosa força empreendedora em busca de resultados, de superar desafios para evoluir e construir o futuro.

Uma cooperativa financeira sólida, resultante de uma gestão séria e comprometida, mas, principalmente da credibilidade de seus 11 mil associados que contam com um completo portfólio de produtos e serviços financeiros em condições mais acessíveis e na medida de suas necessidades.

Originada em Abaeté, consolidou sua presença na região com abertura de agências nos municípios de Biquinhas, Cedro do Abaeté, e Paineiras e com grande capacidade de evolução e de se reinventar, a partir de 2015 iniciou um plano de expansão para ocupar a região metropolitana de . Foram abertas mais quatro agências no Bairro Eldorado, Mercado Central de Contagem, Shopping Cidade e Mercado Central de Belo Horizonte, completando onze agências bem estruturadas que oferecem comodidade e conforto a associados e clientes.

Com coragem e determinação o Sicoob Credioeste evoluiu nestes trinta anos, se posicionando como uma cooperativa de vanguarda, implementando ações determinantes para o avanço do cooperativismo financeiro e do Sicoob.

Central de Atendimento Sicoob: 0800 642 0000 / Regiões Metropolitanas: 4000 1111 - Ouvidoria: 0800 725 0996 / Atendimento nos dias úteis - das 8h às 20h - Deficientes auditivos ou de fala: 0800 940 0458 / www.sicoob.com.br - Canal de comunicação de Indícios de Ilicitude: www.sicoob.com.br

43 AlimentoAlimento forteforte parapara umum rebanhorebanho dede respeito!respeito!

Uma cooperativa que fazemos juntos!

37 3541-5458