Finalmente! Chegamos à 6º Aliás, Alê Roit foi um dos funda- Edição da Revista Palco Aberto! dores do grupo Parlapatões, junto A partir da próxima já estaremos com Hugo Possolo, nosso entrevis- ÍNDICE no segundo ano. É inevitável que, tado desta edição. em uma véspera de virada, nós Outro grande amigo que avaliemos nossos esforços para ganhamos com a Revista é o atira- 4 BJC atingir os objetivos e principalmen- dor de facas Dalmo Mariano, que te, se eles foram atingidos.O que traz também nesta edição, uma antes era uma idéia, um sonho, hoje reportagem sobre sua arte, com 6 Convenção latina é uma realidade! Uma Revista de técnica conhecida por poucos. O qualidade, distribuída gratuitamente leitor mais atento poderá notar que e com alcance mundial! na edição nº 2 da Revista, há uma 8 Arremesso de Facas Muitas pessoas ajudaram e carta deste mesmo Dalmo, nos compraram a nossa idéia, e sem elas oferecendo sua preciosa ajuda. a existência desta Revista teria sido Aliás, nesta edição tivemos 10 Entrevista Hugo muito mais difícil. Agradecemos a que ficar sem a seção do Painel todos que nos ajudaram e através Aberto, por exclusiva falta de cartas. deste contato percebemos que os Por isso, mandem suas mensagens 14 Galeria de Fotos malabaristas, circences e artistas de para a gente, vamos nos comunicar. rua, se aproximaram ainda mais. O Apesar disso, há outras maté- conhecimento e as idéias estão ser- rias interessantes nessa edição, co- 17 Entrevista PC vindo para unir os artistas. mo a do histórico 1º Festival de Já temos nosso “correspon- Circo e Espetáculos de Rua e uma dente internacional” e grande ami- pequena entrevista com PC, o sur- Festival de Circo go: Negão Balu, que nos escreveu fista de corrente. sobre a Convenção na Finlândia, na Portanto, fazendo um balanço 18 e Espetáculo de rua edição nº 4 e, nesta edição volta a deste fim de ciclo e início de um escrever, desta vez sobre a novo, nós percebemos que atingi- Convenção Britânica. E promete mos alguns objetivos e que o 20 Faça mais! grande valor que a Revista Palco Outros colaboraram, como Aberto nos trouxe foi o de co- Du Circo, Paulo Andringa e o nhecer mais sobre as artes e tam- 22 Acontece malabarista Toto, nosso primeiro bém as pessoas que exercem essa entrevistado que se manteve pró- tão nobre atividade, a atividade de ximo e nos escreveu uma matéria artista circense e/ou de rua. 24 Indicações na edição passada. Alê Roit, outro entrevistado, Que vocês desfrutem desta, mas na edição nº 3, também se man- a última Revista do PRIMEIRO ANO 25 Notas teve próximo a nós e nos presen- DE NOSSAS VIDAS! teia, nesta edição, com uma matéria sobre a Convenção Latina de Circo. Duico - Editor 26 Crônica

ERRAMOS Rodrigo Racy completou sua travessia de monociclo pelo Caminho de Santiago no dia 16 de junho, diferente do que aparece (16 de julho) na 5ª edição da Revista Palco Aberto.

EDITORES Antonio Marcos Pires Gil e Luiz Franscisco “Duico” de Vasconcelos PRODUÇÃO GRAFICA Edgar Marculino FOTO CAPA Maria Inês Pires Gil ARTISTA CAPA Guilherme SP ACABAMENTO Dobragraf 55 11 3932.2783 COLABORADORES Alê Roit, Cristiano “Negão” Resende, Dalmo Mariano, Luciana Gil, Luisa Horta e Tetê Balestreri IMPRESSÃO Layout Digital 55 11 3935.2111 TIRAGEM 3.500 exemplares Mai/Jun 2005 Distribuição Gratuita CONTATO 55 11 7155.3708 [email protected] É permitida a reprodução de qualquer artigo ou matéria publicada na Revista Palco Aberto desde que seja citada a fonte. Os artigos assinados e anúncios não expressam necessáriamente a opinião deste veículo, sendo assim de responsabilidade exclusiva de seus autores. 4 começaram juntos a cantar parabéns, é claro que depois voltaram rapidamente a treinar por Negão Balu como loucos. 00:10, primeiro Open Stage: começamos com Nigel (Irlanda), muito simpático, monta seu espetáculo em uma cena de jantar com Convenção uma mesa completa (garfo, prato, colher e Britânica de copo), tudo pronto para o jantar, mas ops... Malabares não janta, faz contato e equilíbrio com os objetos da mesa. Nesta noite, depois do Quatro horas da tarde, 31 de março de segundo artista que se apresentou a música 2005, primavera, ± 8° C; Perth, capital começou a dar problemas técnicos, três medieval da Escócia e cidade preferida da artistas se apresentaram assim. Todos com uma rainha Elezabeth II, essa foi a cidade escolhida fisionomia triste por causa do som defeituoso, para sediar a 18° British Juggling Convention. até que chega Luke Barrage e, como num Vieram para convenção britânica 450 toque de mágica resolve o problema da música malabaristas, um pouco mais que a metade e se apresenta na seqüência, fazendo um da convenção anterior em Derby/2004, mas número com três bolas e sua jaqueta passando encontraram um belo e estruturado centro as bolas pelas mangas, etc… O público delira esportivo (Bell Sports Center), localizado no e aplaude de pé, um número simples mas final da cidade. Contava com um amplo espaço muito criativo. Depois um mascarado, Guy para camping; um ginásio para praticar Heartcote, com seu yo-yo mágico, também malabares enorme, 24hs aberto com música; muito aplaudido e a noite continua até as outro um pouco menor para as apresentações três da manhã com muita gente treinando! (Open Stage e Renegados); mais três salas Ufaa… primeira noite na barraca, 0° C, Vixe! de squash e duas salas para workshops; um Acho que vai nevar (deus não faz isso comigo, restaurante; seis banheiros e dois para tomar vou morrer de frio!) tive sorte! Não nevou… banho quente, sempre limpos. Primeiro de abril, acordo e saio da De acordo com a organização a (baixa) barraca. A terra toda úmida e mole, parece quantidade de pessoas ocorreu em con- areia movediça, saio da convenção e vou para seqüência da localização da convenção longe a cidade buscar um bar que vende o famoso de Londres (onde se encontra a maior parte breakfast inglês (café da manhã), encontrei dos malabaristas britânicos). uma promoção com ovo, bacon, champignon, “- Atenção, Atenção! Aniversário da Mini feijão doce, torrada, panqueca, lingüiça, café Mansel! Mas quem e Mini Mansel?” - uma ou chá... Isso era só o café da manhã! Pelo das organizadoras da convenção. Todas as preço de cinco libras. Neste dia nem almocei! pessoas do ginásio pararam de treinar e Depois voltei correndo para a convenção porque começavam os workshops. Durante o dia aconteciam todos os workshops, uma variedade incrível, para todos os gostos: monociclo hockey, yo-yo, laço, truques de cinco bolas, spinning, monociclo tricks swap, manipulação de clave, passes, chapéu, escultura de balão... Tudo com uma foto Marika pontualidade britânica. Todos os workshops que vi e fiz estavam cheios de gente entu- siasmada para aprender, e os profissionais que foi o Ciyt Hall de estavam ali ensinavam com muita vontade: Perth um teatro destaque para um de devil stick avançado, grandioso e luxu- um alemão que fazia dois devil sticks com os oso. Os Raspini olhos fechados; Luke Barrage com um Brothes (Barry workshop de truques de cinco bolas e Ian Friedman e Dam Deady com manipulação de claves, um Hozman), uma du- workshop que aconteceu todos os dias da pla californiana fan- convenção, quatro horas por dia. tástica, muito criati- Mais tarde, as 18:00 começa o Young vos e interativos, Juggler of the Year, uma competição em que o foram os aresen- público escolhe o melhor malabarista jovem tadores da noite, do ano, eram oito os competidores, com uma com várias interven-

idade de 15 a 20 anos, venceu Jonh (Inglaterra) ções geniais! A noite foto Marika de 16 anos com um número de três claves, mais esperada da ganhando um prêmio de 200 libras. A noite convenção começou com um trio (duas estava só começando, fomos todos para o mulheres e um homem) que jogavam com lado de fora do ginásio onde começaria o sinalizadores de trânsito fluorescente, fazendo show de fogo; quando cheguei já estava cheio figuras belíssimas; Luke Barrage e Toby Whilly, de gente porque como era fora do ginásio as fizeram uma disputa entre claves e argolas pessoas da cidade paravam para olhar o que Luke fazia um número de claves e Toby acontecia ali. Uma jovem começou a dançar colocava uma música em um equipamento já com uma tocha de swing no ritmo de uma no palco, mudavam e Toby faz igual só que música clássica, em seguida chegaram cinco com aros enquanto Luke mexe na música, crianças e rapidamente mudou-se a música chegam a marcar 6 objetos tecnicamente para um techno, o clima ficou mais dançante perfeito! Merk Sigal faz sua apresentação com e agitado com as crianças fazendo tudo 3 chapéus e uma mala; Yam (Suiça) com uma sincronizado. Daí entraram oito pessoas rotina de dois yo-yo perfeita, usando a trilha fazendo poi, tudo precisamente coreografado, sonora do filme Grease; Carlott (França) em quatro devil stick e mais quatro pessoas seu monociclo com uma roupa de ballet, fazia fazendo passes com tochas. Foi um grande o monociclo dançar em cima do palco, uma espetáculo de fogo! bailarina em cima de uma roda. 22:00, Ceilidh (dança típica escocesa) Pela manhã o ânimo aumenta com o Sol com participação de uma banda ao vivo (Last aparecendo, secando a terra úmida e Tramate Auchenshugle), muito divertido! Com massacrada do camping. É hora de desmontar a presença dos moradores de Perth que a barraca e fazer a viagem de volta, foi ensinavam as coreografias, uma dança realmente uma grande convenção, mesmo divertidíssima. sem a presença antes confirmada de Gandini Para continuar a noite e a tradição Project, quem sabe na do próximo ano? escocesa: Haggis Juggling World Record, uma competição diferente (para não falar esquisita), Cristiano Resende mais conhe- usam umas lingüiças que pesam ± 500g que cido como BALU, NEGÃO chamam haggis. Começam a estourar as é malabarista, mineiro e lingüiças tentando bater o recorde (nojento), reside em Milão, Itália. esse ano foi de 33 segundos com 5 haggis. [email protected] O local escolhido para o Public Show 6 CONVENÇÃO LATINA DE CIRCO texto e fotos: Alê Roit “...onde o único animal é produção teatral em Bogotá. duzentas pessoas, mas a esti- Felipe!” Essa foi a paródia do Com mão de ferro, conduz de mativa de público foi de 50 mil lema da convenção – que na maneira muito disciplinada a espectadores. Parte desse nú- verdade dizia ‘...onde o único programação, junto a uma equipe mero foi devido às pessoas que animal é o Homem!’ – que acon- de 16 pessoas, o que faz com assistiram a vários espetáculos, teceu em Bogotá, Colômbia, que divida as opiniões dos parti- mas mesmo assim, não deixa de entre 19 e 26 de março, com cipantes sobre a sua atuação. ser um número invejável. Entre representantes de quinze países. Essa origem se refletiu no os quinze países represen- Mas quem é Felipe? resultado: o que no papel é cha- tados, a grande maioria era de Felipe García é o persona- mado de Convenção, na prática colombianos e venezuelanos. gem que promove e organiza a se configura muito mais como Eu e alguns dos “conven- convenção desde a sua primeira um Festival. Infra-estrutura de cionistas” pagamos um preço edição. Um homem de Teatro que convenção – com espaço para por isso: no meu caso, dei aulas encontrou no Circo, uma ma- barracas de camping, refeições todos os dias, fiz quatro sessões neira de aliviar a pressão exer- acessíveis e condições excelen- do meu espetáculo e toquei na cida por uma elite que aparente- tes para treino – e uma progra- banda de dois cabarés, maratona mente monopoliza os meios de mação de festival – cada oficina que me deixou com pouca tem sete dias, e acontecem de energia para treinar. Entretanto cinco a sete espetáculos por dia isso não impediu de maneira ao longo de todos os dias, além alguma a confraternização. dos ingressos pagos, mesmo que Apesar do pouco treino – que muito baratos. Até as compe- se deve também a uma incurável tições ganharam caráter de preguiça – o espaço propiciava espetáculo. O embate Conven- a convivência quase que integral ção-Festival mostrou-se inte- entre os participantes. Para ressante, pois a abordagem quem é de São Paulo e já esteve puramente técnica ficou balan- num deles, imagine que um dos ceada com a quantidade de ma- CEUs da prefeitura abrigasse nifestações artísticas, mesmo uma Convenção. Servitá – o no- que boa parte delas não tivesse me desse espaço público – está nenhum conteúdo circense, afastado de centros comerciais como alguns espetáculos de e tem toda estrutura necessária, Antonio marionetes e um de dança con- e apesar de algumas restrições Benitez temporânea. de horários para banhos e re- artista Os participantes da con- feições, todos podiam se dedicar espanhol venção ficaram em torno de sem maiores preocupações aos treinos, oficinas e espetáculos. Além disso, por ser um espaço controlado por seguranças durante as 24 horas do dia, o uso de drogas ou consumo de álcool eram proibidos. Para se ter uma idéia da di- versidade da programação, basta dizer que de 12 oficinas diferen- tes, apenas duas eram especi- ficamente de Malabares e outras seis eram de outras técnicas de circo. As restantes variavam por temas mais ligados ao Teatro e à expressão corporal. O que pude entender des- Plazoleta, apresentações ao céu aberto se movimento todo, é que o movimento circense na Colôm- tes rodas informais de tambo- Ao final do evento, uma bia é bem recente, e objetiva- res e fogo ou renegados de últi- sensação que talvez um pouco mente em relação ao Malabares, ma hora, mas um dos momentos mais de convenção e menos de muito da ética e da técnica que mais marcantes ficou por conta festival teriam sido mais diver- se pratica em Bogotá, deve-se à de uma dupla de mãe e filho. Em tidos e menos estressantes. Por influência de Antonio Benitez, um dos cabarés Dani, um “dis- outro lado, a satisfação da comu- um espanhol que mora em cípulo” de Antonio, entra muito nidade que acompanhou a pro- Bogotá há mais de três anos. bem vestido e convida para o gramação de espetáculos foi gra- Antonio é um estudioso teórico palco sua mãe, que também mui- tificante. Voltei para casa com e prático, com uma abordagem to elegante, entra com seu acor- sensação de missão cumprida e aprofundada das possibilidades deão. Depois de uma sincera e no dia certo, pois a vacina de fe- matemáticas do malabares. O tocante declaração de amor pela bre amarela demora 10 dias para resultado disso está em cenas mãe, eles juntos fazem um nú- fazer efeito. que unem técnica e execução mero emocionante, e chegam a Quando for para Colômbia, impecáveis. Vale uma citação ao trocar de posições: Dani as- não deixe de tomar sua dose... número de bolas de luz sobre sume o acordeão e a mãe a duras de vacina. Vivaldi e Beethoven, pautado em penas joga três bolinhas. A pla- rotinas precisas de siteswap. téia veio abaixo. Isso só foi supe- Alê Roit é artista e rado pelo aplauso gerado pelas Uma das tônicas da Con- comunicador venção era o clima “família”. roubadas que a mãe fazia sem Com pouca música eletrônica e parar de tocar, enquanto Dani [email protected] muita percussão, eram freqüen- mantinha suas cinco bolas no ar. 8 Arremesso de Facas por Dalmo Mariano / fotos Duico “O pão cai sempre com a manteiga pra Assim, como dissemos, o arremesso de meia baixo.” Isto porque a distância da mesa ao chão, volta é feito pela lâmina. O segundo arremesso, em geral, só permite meia volta ao pão! O feito aproximadamente entre 3 e 3,60 metros mesmo princípio se aplica ao Arremesso de do alvo, é feito pelo cabo, e é chamado de Facas: a gente tem que entender o número “arremesso de uma volta”. Depois, vem o de voltas que a faca dá, da mão ao alvo, para “arremesso de uma volta e meia” (entre uns acertar de ponta. Assim, o arremesso básico 4 e 4,50 metros) que volta a ser feito pela lâ- é o chamado “arremesso de meia-volta”, onde mina. A regra é, todos os arremessos múltiplos a faca descreve meia volta entre a mão e o de meia volta são feitos pela lâmina, os de alvo. É realizado entre 1,80 e 2,40 metros do uma volta pelo cabo. alvo, dependendo do tamanho da faca e do Dica: aprenda a acertar suas distâncias arremessador, do estilo, força, etc. Esse contando passos até o alvo e marcando no arremesso é feito segurando a faca pela chão os pontos de onde você consegue fincar lâmina. as facas. Isso ajuda muito no começo. Na foto ao lado, demonstro o Arremesso Agora, passamos às duas modalidades (no caso, pela lâmina): o pé à frente normal- principais do Arremesso de Facas: mente é o oposto à mão que lança; a faca Arremesso Esportivo ou de Competição: deve ser “solta”da mão (deslizar, quando É um esporte de tiro ao alvo, como a se abrem os dedos) e não ser jogada Arqueiria, por exemplo. A idéia é arremessar no momento em que o antebraço fica um determinado número de facas a alinhado com o alvo. alvos colocados em diferentes Deixe a própria faca seguir o alturas, em distâncias que variam movimento que ela vai encontrar o entre 2,40 e 6,30 ms, ganhando alvo da forma certa. O movimento quem conseguir maior número de arremesso de facas é semelhante de pontos na somatória do re- ao de um golpe cortante com uma sultado de todas as distâncias. espada. O braço nunca deve cruzar o Arremesso Circense: corpo, e sim seguir paralelo. Depois do É aquele arremesso, continue o movimento até visto em a mão descansar naturalmente na altura Circos e teatros, onde um pro- da coxa (follow-through). fissional experiente arremessa O segredo é repetir sempre exa- facas em alvos (balões, cartas) ou tamente os mesmos movimentos e, ao em volta de uma partner contrário do que normalmente se (Implement Arts). Esses números pensa, manter o pulso firme, como se com partners só são feitos após estivesse “travado”.O “joguinho”de muito treino, pelo risco que pulso faz a faca girar além do neces- oferecem. David Adamovich, sário. Olhe sempre para o alvo e não considerado o melhor arremes- para a faca! Talvez a lição mais im- sador circense do mundo disse portante do Arremesso de Facas é que “se você não tiver certeza de que os arremessos são feitos al- que vai acertar um milhão de vezes ternando-se a empunhadura entre em um milhão de tentativas, você a lâmina (ponta) e o cabo da faca. ainda não está pronto”. ALVOS: Procure usar sempre alvos de madeira macia, tipo pinus ou cedrinho, e de preferência molhada, isso facilita a penetração da faca e aumenta a durabilidade do alvo. Use de duas a quatro tábuas pregadas umas nas outras, como se fosse uma cerca. “Discos”de árvores macias (Pinus, palmas) também dão excelentes alvos.

EMPUNHADURA ou “Grip”: Outro dado importante é como se segura a faca para o arremesso.A empunhadura mais comum é a chamada Hammer Grip onde se segura a faca como se estivéssemos dando a mão para alguém. Outra opção é o chamado Thumb Grip, onde o polegar se apóia na “espinha”da faca. Ambos podem ser usados tanto no ar- remesso pela lâmina quanto pelo cabo.

SEGURANÇA: Finalizando, outro dado importantíssimo é a Segurança: a área de arremesso deve ficar longe de objetos danificáveis, e nenhum assistente deve ficar a menos de 4 metros do arremessador. Use sempre óculos de proteção e cal- çado, no começo é muito comum as facas ricochetearem, esse é o único real perigo no Arremesso de Facas. Uma boa dica é, se as facas estiverem ricocheteando em sua direção ou para os lados, aproxime-se um pouco do alvo, isso irá corrigir o problema. É importante destacarmos que o TIPOS DE FACAS: Facas de arremesso arremesso de facas não visa a auto-defesa, são mais grossas e pesadas do que facas caça ou qualquer tipo de violência, é tão comuns. Não possuem corte, para permitir somente um esporte de habilidade e que sejam arremessadas pela lâmina sem risco concentração. de ferimentos. Por isso, não use facas de cozinha para arremesso – elas têm também uma têmpera mais dura, e podem estilhaçar, Dalmo Mariano é Arremessador de Facas há causando acidentes. O ideal mesmo é comprar mais de 25 anos. Pratica e ensina o arremesso facas próprias para arremesso. Ou fazer suas de competição e o arremesso de Circo, é próprias facas, o que não é difícil. Barras de membro da WFKT, observer da Northeast aço de suspensão de Kombi, por exemplo, Throwers e foi indicado para o International podem dar facas razoáveis para se iniciar no Hall of Fame de 2005. esporte. [email protected] 10 ENTREVISTA HUGO POSSOLO Filho de baiano com portuguesa, capixaba de nascença, mas paulista de coração pois veio para São Paulo com apenas um ano de idade, Hugo Possolo, 42 anos, afirma que quase foi de família tradicional circense já que sua tia avó fugiu e morreu no Circo, em um incêndio. “É uma lenda que eu gosto de acreditar.” Atual Coordenador de Circo da Funarte – Fundação Nacional de Arte, é um dos criadores do grupo Parlapatões, Patifes e Paspalhões e nos concedeu um tempo entre uma série de compromissos, para uma entrevista na sede do grupo onde nos contou um pouco de sua história. Como foi o seu começo? aprofundar demora um tempo. Você trabalhava como palhaço? Com 14 para 15 anos me inte- Mas que haja espetáculos men- Fiz muita animação de festinha. ressei por teatro e procurei o sais com certa regularidade. Isso Eu falo que animação de festa é grupo de teatro infantil Mon- é muito importante porque faz um castigo que você passa. Por teiro Lobato, onde eu descobri parte da formação do artista se isso será perdoado e recebido o aspecto cômico. Então resolvi apresentar! nos céus. É um espaço muito in- buscar uma escola de Circo. grato de manifestação artística, Quando abriu o Circo Escola Você citou o trapézio de vôos mas é uma escola gigantesca. Picadeiro eu fui lá. Essa é minha e o palhaço. O que mais fazia Você tem que no meio de bexi- ligação com o Circo, mas tenho no Circo? gas, crianças violentas e pais uma ligação com teatro desde Eu treinei bastante arame. desatentos, chamar a atenção e pequeno. Desde moleque eu Também fazia uma palhaçada na tornar aquilo um elemento dizia que queria ser dramaturgo. cama elástica. Passei pelo rola- artístico. rola e o trapézio americano. Mas Você ingressou no Circo para a paixão ficou com o palhaço e Como surgiu o trabalho na rua? buscar o palhaço? com o vôos. Foi aí que eu pro- Depois que eu fiz muita ani- Sim, mas descobri outras coisas. curei me especializar. O malaba- mação de festa infantil, eu come- Morria de medo de altura e foi res veio depois com os Parlapa- cei a fazer teatro infantil, viajan- no trapézio que eu perdi esse tões. Quando eu saí do Picadei- do pelo interior. Então resolvi medo. Peguei uma paixão e- ro eu jogava três bolinhas, mas romper com tudo o que eu fazia norme pelo trapézio de vôos e eu achava muito repetitivo. Até e resolvi arriscar ir para a rua. comecei a fazer um palhaço no hoje não sou um aficionado. Fui sozinho algumas vezes, de- trapézio de vôos. Foi uma pois comecei a convidar alguns experiência excelente! Até Em qual ano entrou no Circo amigos e em uma determinada porque naquela época o Circo Escola Picadeiro? época formou o núcleo básico Escola Picadeiro tinha espetá- Entrei em 1984 para 1985. de onde nasceu os Parlapatões, culos abertos ao público todos Quando estava estreiando o mais ou menos em 1990. Esse sábados e domingos. Então você Ubu, Folias Físicas e Patafísicas núcleo foi mudando, se transfor- era aluno e ao mesmo tempo do grupo Ornitorrinco. Eu acho mando e eu acho que se carac- atuava em espetáculos. este espetáculo o grande ícone terizou mesmo com o Sardana- da década de 80 porque marca a palo que deu uma cara e uma Você acha interessante essa junção bem feita do teatro com identidade ao grupo. Mas a rua forma de Circo Escola, que o Circo. Eu pude acompanhar os determinou a forma dos Parlapa- mistura aprendizado com bastidores daquilo porque os tões. Porque a gente estabe- espetáculos? artistas ensaiavam lá. Esse foi leceu além da linguagem circense Eu sou um defensor de que realmente um momento muito a relação direta com o espec- todas as Escolas deveriam significativo da minha vida tador e isso é muito importante. ter isso como formação. como artista. Fiquei no Pi- Não precisa ser com essa cadeiro cerca de três in- Essa linguagem do Circo de regularidade semanal por- tensos anos. Depois que saí Rua é distinta da linguagem que eu acho que as moda- eu continuei com ativi- do Teatro, por exemplo? lidades circenses são dades de palhaço Eu acho muitas vezes que o tea- muito diversas e pa- além de teatro tro se priva da relação com o ra você conseguir infantil. público, não que seja melhor ou pior. A nossa opção é estabe- especialmente se ele é fixo em estão os seus grupos, com as lecer uma relação com a platéia uma cidade e quer ter o reco- características que lhe perten- porque a gente acredita que o nhecimento dessa cidade. cem. Porque aí você enxerga a público deva interferir onde não característica cultural da cidade. pode estabelecer os códigos Atualmente quem faz parte Os grupos precisam amadure- que está acostumado na cultura dos Parlapatões? cer e construir as suas sedes. É de massa. A tendência da mídia Eu, o Raul Barreto, o Claudinei como a cidade os reconhece. de uma forma geral é estabele- Brandão e o Henrique Stroeter cer uma relação com o seu pú- formamos o núcleo artístico bá- No começo, você imaginava blico que o visa como consu- sico. Mas existem outras pes- que Os Parlapatões iria che- midor. Isso achata todos ao soas que também estão por gar onde está agora? mesmo nível. Já a nossa arte trás do grupo e merecem Sim, e em função disso nós ti- não, ela faz uma interferên- todo o crédito como Par- vemos uma grande preocupa- cia na vida das pessoas no lapatões. A Cristiane ção, que eu acho que todo artista sentido transformador. Zonzini, o Lourero que deve ter: os grupos precisam ter Por isso, a relação com está desde o início dos uma base, um conteúdo, coisas o público precisa res- Parlapatões, o Claudi- que signifiquem o que você quei- peitar as individuali- nei, o Pedro Guilher- ra expressar. O sucesso em si é dades. me, enfim. Eu acho que vazio. Nós já tivemos grandes a gente aprendeu a sucessos, grandes bilheterias. Existe alguma diferença compartilhar esses Mas não é com isso que traba- entre os Parlapatões do louros, que durante lhamos, e sim com a necessida- início para o atual? um tempo nós come- de expressiva. Queremos dizer Eu acho que a essência é a temos o equívoco de coisas para a sociedade! mesma e se a gente perder essa não fazer isso. De só ca- essência fatalmente desmonta o racterizar um, dois ou três Você se auto-entitula um dos grupo. Essa essência é a relação rostos que apareciam no cartaz. pioneiros na arte de rua em direta com a platéia, é mesclar O grande problema da arte é que São Paulo? elementos que estejam funda- ela envolve também a questão Eu não tenho essa pretensão. Em mentados naquilo que quere- da vaidade. E essa é mais uma geral as pessoas acreditam que mos dizer. O que é diferente lição que a gente aprendeu em o pioneirismo garante a qualida- hoje é o fato de termos um toda a nossa trajetória,Você de. O pioneirismo não significa trabalho construído. Com isso precisa perceber que o perfil de nada. Você ser o primeiro de al- temos mais visibilidade, mais um grupo tem que respeitar as guma coisa, não quer dizer bu- acesso á mídia e mais conhe- individualidades, mas não pode lhufas! O que significa é você dar cimento do público, que se sucumbir a elas. O coletivo está continuidade a um projeto, a um aproxima mais. Nós fomos ao acima do individual. trabalho no qual você acredita, longo do tempo construindo as e isso é o mais difícil pois você nossas relações. Acho que o São poucos os grupos que precisa ter paciência, perseve- grupo se institucionalizou de possuem a estrutura dos rança, generosidade, humildade maneira muito mais avançada. E Parlapatões. A que se deve esse e essas coisas não se encon- posso dizer que nos últimos feito? tram em quantidade por aí. tempos, de uns três anos para Desde o início tínhamos a preo- cá, isso ganhou uma força muito cupação de institucionalizar o Quais seus objetivos como grande. Nós passamos a ter grupo. Muitas vezes os grupos Coordenador de Circo da patrocínios, passamos a interfe- fogem, com medo de se torna- Funarte? rir politicamente através das rem quadrados. Mas a gente sabe O que eu gostaria de deixar nossas ações. Entendemos a de exemplos vitoriosos no constituído é um mapeamento nossa responsabilidade em re- teatro no sentido de se institu- onde pudéssemos saber toda a lação à cidadania e isso é funda- cionalizar. É muito importante diversidade de produção, em vá- mental para um grupo de teatro, que a cidade identifique onde rios níveis. O tamanho dos Cir- 12 cos, desde o malabarista de rua trabalho. Mas o artista precisa Para finalizar, como você vê até o Circo que cabe 3.000 pes- se especializar e melhorar suas o futuro do Circo? soas. Isso tudo precisa estar le- qualidades técnicas. Eu atuo nos De hoje para frente eu espero vantado! Não só com dados eco- vários campos porque me aju- que o Circo conquiste mais visi- nômicos, frios, mas com análise dam a ter uma visão maior da- bilidade e prestígio perante à so- de pesquisadores que tenham quilo que eu quero dizer. Acho ciedade. Durante muito tempo conhecimento desse campo. que é preciso dar mais valor ao o Circo foi uma atividade ligada Meu outro foco é deixar cada trabalho e mais especificamente à idéia da itinerância, e hoje nem vez mais evidente para os circen- à questão da produção feita no tanto, porque há pessoas fixas ses, que os mecanismos de edi- país. Não que eu seja um nacio- na cidade que trabalham com tais públicos, democráticos, nalista, mas a gente precisa dar Circo. Que isso permita ser um transparentes e com comissões valor a nossa produção cultural, canal de visibilidade e de pres- julgadoras isentas são extrema- para que não nos tornemos tígio, porque o Circo merece. mente importantes. Ao invés de produtores de mão de obra ba- Muitas vezes ele é colocado, uma idéia arcaica, de que você rata para o exterior. Nós temos mesmo em relação às outras ar- pode fazer um acordo de balcão um valor muito forte na nossa tes, como um gênero menor. com uma pessoa do poder públi- cultura, para passá-la a preço de Eu fico muito feliz que hoje co. Esse tipo de ação é imoral e banana, lá para fora. tenha uma coordenação de antiética. Tem que ter um edital Circo dentro do Governo Fe- público, com comissão julgadora deral, porque mostra que há uma isenta. Se conseguir deixar essas preocupação ampla em tratar to- duas coisas, estou satisfeito. dos os seguimentos de lingua- gem de maneira igual. Não é a Fale um pouco sobre a “ Lei arte em si, é a cultura, o plano do Circo” . maior. E isso faz diferença na vida O problema do Circo Itinerante das pessoas. Isso torna a socie- não é exatamente a disputa pela dade melhor. Não é reprimir verba pública nem do patrocínio, Há muita diferença nos bandido que resolve o problema porque eles nunca disputaram interesses de cada classe do crime, é melhorar a qualidade isso. A dificuldade é burocrática, circense? de ensino, a qualidade cultural e é o entrave que cada cidade cria Claro que há conflitos, há dife- da saúde. Isso melhora a vida em na circulação desse espetáculo, renças de interesses. Você está sociedade e tira a violência. A porque eles vivem da bilheteria. no governo e é vidraça o tempo repressão é importante, mas Então nós criamos uma lei que todo, e essa vidraça é justa. As não é o principal, e sim a quali- visa facilitar esses entraves. Mas pessoas têm que questionar e dade de vida e a construção da é claro que, posteriormente, o procurar seus interesses. E se cidadania. Estado deve criar mecanismos esses interesses, mesmo que de fomento, com verbas, para corporativos, representam uma Mais alguma coisa que você manter esse patrimônio que tem coletividade de interesses, o go- queira falar? sido destruído por falta de pre- verno tem que olha-los. Eu acho muito legal que vocês sença do poder público. tenham esse projeto de estar É inevitável então que você difundindo idéias, a partir do Você já foi palhaço, atuou, tenha sua vida artística atrapa- malabarismo, principalmente o dirigiu, hoje é Coordenador de lhada pela vida política? de rua. Porque a disputa nem Circo da Funarte, enfim, como Claro, eu preciso responder a sempre é por aquilo que você você se define? essa tarefa pública, dividir horá- está apresentando, não é uma Quando eu preencho uma ficha rios e ser muito claro, porque revista ou um espetáculo, é a em um hotel, por exemplo, tenho uma responsabilidade disputa pelo espaço de pen- coloco que sou palhaço. Minha muito grande. Muitas vezes eu samento, que na sociedade está profissão é palhaço que é o que tenho que deixar o meu campo tratado de maneira muito está na minha carteira de artístico em segundo plano. equívoca Cabeza de Martillo Pablo, representante da Banda de Dar Dó foto: Luciana Gil

Vibrante Público do 1º Festival de Circo e Espetáculos de Rua foto: Luciana Gil

Fogo na Colômbia... Alê Roit Foto:

...luz na Colômbia foto? Luciana Gil Foto: Duico foto: Luciana GilRoit Alê Foto: foto: Luciana Gil

Grafite: Produzido no 1º Festival Dalmo: VAI ENCARAR??? Trio Circo Zé Brasil no 1º Festival Foto: Duico Foto: Duico

PC “entubando” no surfe na corrente Hugo: Coordenador

Pistolinha & Petecada Hugo: Palhaço Malabares para animar a garotada!!! Foto: Acervo Parlapatões Foto: Foto: Marika Foto: Duico

Negão: Correspondente PC: Esperando a próxima onda... Internacional

PC E O SURF NA CORRENTE 17 por Duico Paulo César Gaudino de Carvalho, o PC, 26 anos, nascido em Aquidauana – Mato Gros-so do Sul, Com apenas dois meses e meio de idade veio para São Paulo, mais especificamente na Vila Madalena, bairro dos artistas da cidade. Com dezessete para dezoito anos conheceu o surf na corrente, um esporte no qual a pessoa se equilibra sobre uma corrente e executa manobras. Praticante há oito anos, PC ganhou em 2004 o famoso programa de televisão Se Vira Nos Trinta, onde os participantes têm que executar um número em 30 segundos. Pela votação da platéia, o prêmio de dez mil reais foi parar no seu bolso! Então, com vocês, a primeira entrevista de PC, o surfista de corrente.

Como surgiu o surf de corrente na sua vida? e ela deu a volta vindo bater direto na minha Aqui no bairro da Vila Madalena. Tinha um cabeça. Passei mal e tive que sair de ambulân- pessoal que fazia altas manobras e eu ficava cia direto para o hospital. Tirei umas radiogra- lá parado olhando. Era tudo em frente a uma fias e nada tinha acontecido. Mas fiquei com loja, no meio da rua. Aí resolvi começar a um inchaço na testa durante um bom tempo. treinar com eles. O que facilitou foi que eram Antes desse, só uns tombos pequenos. Apesar todos amigos e vizinhos. Então comecei a de eu nunca ter usado equipamento de segu- treinar bastante. Mas era bem difícil. O rança, é extremamente importante o uso, prin- começo é muito difícil para aprender. cipalmente para quem está começando, por- que o começo é realmente difícil e a pessoa Qual o lugar mais inusitado que você se cai muito, podendo se machucar gravemente. apresentou? Lá no Se Vira Nos Trinta. Foi o que me marcou Você se inspirou em alguém? mais. Eu estava passando por uma fase com Nos meus amigos que tiveram a paciência muitas dívidas e a grana me ajudou bastante. de me dar umas dicas no começo. Depois O mais importante foi o reconhecimento comecei a desenvolver manobras que pessoal e não financeiro. Claro que eu mesmo inventei. Essa galera que a grana é importante, mas percebi me ensinou sumiu. Essa é uma que depois que ganhei, as pessoas arte que tem poucas pessoas passaram a reconhecer mais minha arte. para se inspirar. Falam que tem campeonato aqui no Brasil, mas Você trabalha com isso? eu já corri atrás e não descobri nada. Sim, mas não consigo tirar Mas se rolasse um campeonato eu não muita grana ainda. Minha pre- sei se teria gosto de participar, porque tensão é de viver desta arte. eu gosto de me apresentar e fazer por curtição. Qual é o truque mais difícil que você faz? Para terminar, o que você espera para o O aéreo. O famoso seu futuro com o surf na corrente? batidão (risos). Eu espero que esse esporte seja reconhecido mundialmente. Porque eu estou lutando so- E a questão de se- zinho. Não conheço ninguém mais que prati- gurança para quem que. Ainda mais que se apresente! Enquanto pratica surf na cor- eu estiver vivo eu vou divulgar este esporte rente? Já sofreu algum acidente sério? para o Brasil e para o mundo. Pretendo treinar Sim, não muito tempo atrás. Caí da corrente mais e criar novos números 18 o FESTIVAL DE CIRCO texto Duico fotos Luciana Gil E espetaculos de rua Em um dia realmente his- grupo. “Mais uma vez amei ver cumprimentando e presenças tórico na Vila Madalena, cidade Petecada e Pistolinha! Parabéns, ilustres de representantestanto de São Paulo, com muito sol e foi muito legal mesmo!”- afir- do “Circo Tradicional” como do sob uma pequena lona transpa- mou Débora Varella, uma das “Circo de Rua”, todos demons- rente que permitia uma visão pessoas presentes no primeiro trando que a união da categoria completa do céu azul, aconteceu dia de espetáculo. circense é possível e necessária. o 1º Festival de Circo e Arte A dupla chilena-argentina Por volta da 21h00 o últi- de Rua. La Chalupa Cia. Malabarística era mo acontecimento deste pri- Com total apoio e organi- a próxima apresentção e fez um meiro dia, o Palco Aberto, com a zação do Circo no Beco, o Fes- espetáculo bastante correto e apresentação de Pablo Nordio do tival iniciou-se com uma banda curto. Com aproximadamente Circo Amarillo, que recebeu como que recepcionava o público com 25 minutos, a La Chalupa passou presente da platéia excelentes som de muita qualidade. o bastão para outro grupo apresentações, como a do mala- Por volta das 16h00 e re- internacional, o Circo Delírio, barista Toto e do incrível mímico presentando o bailado que há também uma dupla, desta vez Calado, entre outros. em quase todos os espetáculos formada por um argentino e um A madrugada chegou com circenses, o grupo Babado de uruguaio. Com apenas 20 minu- o término do Palco Aberto e Chita inicia a sua apresentação tos, mostraram um espetáculo após cerca de 11 horas de muito de danças folclóricas, enquanto com muitas brincadeiras e malabares, risadas, música, circo, o público chegava e a ansiedade malabares, contando com a par- confraternização, alegria e su- para a abertura oficial crescia. ticipação marcante do “uruguaio cesso, encerrou-se o primeiro selvagem”, esquete dia do Festival. onde Gonçalo (o O dia seguinte prometia! uruguaio) interpre- Um domingo de muito sol, com ta um “homem das seis grupos e um cabaré, Du cavernas bizarro” Circo nos intervalos e mais uma arrancando muitos banda no encerramento. risos da platéia. O primeiro grupo, Circo Entre uma a- Zé Brasil, atrasou um pouco sua presentação e ou- entrada, já que o público também tra, a banda de Dar demorou a chegar. Algo com- Dó dava o tom da preensível, face à maratona do festa com músicas dia anterior. Além é claro, de es- interpretadas da perar o calor amainar um pouco. Após a dança, a Banda de maneira mais cômica possível. Às 15h00, Du Circo rea- dar Dó, do Circo Zanni, tocou Após a apre-sentação das briu o Festival e chamou para algumas músicas para alegrar três duplas circenses, uma grata iniciar a apresentação o Circo mais ainda o público e decretou surpresa para os convidados, Zé Brasil que com um espetá- a abertura oficial do Festival, tendo em vista que nada havia culo muito bem marcado e ensai- chamando a dupla MD Malabares, no panfleto de divulgação, a ban- ado, o grupo cativou a platéia e formada pelos palhaços-mala- da Curumin And The Aipins man- saiu de baixo da lona com a cer- baristas Pistolinha e Petecada. teve todos dançando sob a lona, teza de ter deixado sorriso nos Apresentando um show que a essa hora já deixava trans- rostos e nas mentes das pessoas com cerca de 40 minutos com parecer um céu estrelado. ali presentes. muito malabares cômico, a dupla Durante o show da banda Era a vez de acontecer uma ganhou o público e colocou a a confraternização e a alegria e- novidade, o público seria trans- energia no alto para o próximo ram enormes, muitos amigos se portado da lona para o meio do Beco, onde os grafiteiros faziam tou e deu um clima muito maior ouvir o som da banda Kizôno-mos, sua arte nos muros desde o dia a sua já brilhante apresentação. enquanto comentavam sobre o anterior. Com isso todos A maratona já se aproxima- festival. “Foi mágico, um sonho tiveram um contato maior com va do fim e o próximo espetácu- que quem viu, ouviu e sentiu já essa forma de arte de rua. No lo seria sob a lona transparente. está com vontade do próximo. centro do Beco todo colorido, Os Irmãos Becker se apre- Todos estão de parabéns!” houve mais uma apresentação: a sentaram para uma platéia enor- declarou Rodrigo Buchiniani. do grupo brasileiro Clã Des- me, a maior de todo Festival. Não Mais um dia, mais 11 horas tinos de Teatro. havia mais lugar para ninguém. de Festival e durante essas dois Contando com uma boa Todos os espaços tomados e dias não houve cobrança de estrutura - uma Kombi com um uma iluminação na tonalidade a- entrada, cada grupo passou o palco e uma estrutura de arame marela davam o clima. A dupla chapéu, o que fez com que es- - o grupo fez uma apresentação apresentou um ótimo espetá- te fosse um legítimo festival de basicamente de “...teatro de cor- culo que mostrou competência, circo e espetáculos de rua! del, com muito texto, coisa que tanto no malabares como na ca- Outro ponto importante o público não está acostumado pacidade de apresentação. Saí- foi a enorme presença de crian- a ouvir, e ainda pouca técnica ram bastante aplaudidos pelo ças na platéia, o que demonstra circense. A utilização do arame público e com a alma lavada pelo que o Circo e os Espetáculos foi decepcionante! Só uma breve suor que escorria pelo corpo de Rua já possuem sua semente passagem, com lonja e seguran- da dupla. plantada e que essa semente, cer- do na corda. Fora isso eu gostei.” Era a hora do Cabaré de tamente dará bons frutos no fu- afirmou Emanuela Helena. Variedades com a apresentação turo próximo. Com o fim do Clã era a vez de Domigão do La Mínima. A da estréia do espetáculo do solo ligação entre o último espetá- argentino, UniCristal. Com um culo e o Cabaré, ficou a cargo começo um pouco nervoso, o de Raphael Multiartista, que público começou a envolver-se apresentou um fragmento de nos malabares, acrobacias e mu- seu espetáculo Batucantando no sicas de Carpincho, que sob um Chuveiro, uma mistura brilhante sol forte, pôs a prova seu prepa- de malabares, percussão corpo- ro físico. Ao final, uma exuberan- ral e criatividade. Logo em segui- te apresentação no tecido, que da a dança afro de Priscila Yama- fez com que o público aplaudisse moto e Flavia Nazal. Após isso muito a cada movimento do ar- Aline no trapézio fixo e o grupo tista argentino. Arena do Circo com um exce- A esta altura, houve um lente manifesto-esquete que Aqueles que desmontaram merecido intervalo para que to- misturava números tradicionais a estrutura, receberam sobre dos pudessem tomar uma água de palhaço com questões atuais, suas cabeças uma abençoada ou uma cervejinha, para aplacar além é claro, de malabares. Na chuva que só serviu para lavar o o calor do dia. seqüência, e para encerrar o espírito de todos que ajudaram Novamente Du Circo con- Cabaré de Variedades um núme- a fazer do 1º Festival de Circo e clama as pessoas ao centro do ro do Circo Delírio. Espetáculos Beco onde Alê Roit (recém che- Para finalizar o 1º Festival de Rua um a- gado da Convenção Latina, onde de Circo e Espetáculos de Rua, contecimento foi apresentar seu espetáculo) o Circo Zanni transportou toda no mundo do deu início a sua apresentação, a magia de seu espetáculo para malabares, ci- um misto de brincadeira com o baixo daquela lona transparente. rco e arte de futebol e algumas artes circen- Decretado o encerramen- rua ses. Logo no início, coincidente- to do Festival o público aplaudiu mente, surge uma saraivada de de pé. fogos de artifício, o que abrilhan- Todos ainda puderam 20 Bonito de se ver e divertido de Jogue jogar, malabarismos com cinco bolinhas (ou qualquer outro objeto) é um desafio para muitos 5 Bolinhas malabaristas. Exige muito treino e um prévio domínio com três e quatro elemen- tos. Para aprender é de vital impor- de tância o domínio de algumas movimentações com menos bolas. Treine bastante cada um desses Malabares exercícios:

FLASH - a partir do jogo com três bolinhas ou com todas paradas; - faça 3 lançamentos seguidos na altura de 5 bolinhas; - surgem dois tempos com mãos vazias, estale os dedos ou bata palmas para percerber bem.

PERSEGUIÇÃO - comece com três bolinhas em uma mão; - lance na altura de cinco as três bolas seguidas; - assim que receber, re- lance as bolas

sempre seguidas. QUATRO COMO SE FOSSEM CINCO - experimente jogar quatro bolinhas como se fosse cinco; - com duas bolas em cada mão, inicie lançando todas cruzadas na altura de cinco; - perceba o tempo de mão vazia que se alterna.

MARCANDO CINCO BOLINHAS - três bolinhas em uma mão e duas na outra; - iniciando pela mão com três bolinhas, faça cinco lançamentos; - recolha as cinco bolinhas;

Treine muito! Não espere progresso sem bas- tante tempo de treino. Aos poucos tente marcar cada vez mais lançamentos até o infinito! 22 Acontece

CIRCO NO BECO – Dia 7 de JOGANDO NO QUINTAL CLOWNS DE QUINTA – Dias maio e 12 de junho Especial Dia Primeiro final de semana de todo 11 de junhoe 9 de julho e RISOS dos Namorados, Rua Belmiro mês; sexta e sábado às 21h00 e DE SÁBADO ANOITE – Dias Braga, esquina com Rua Luis domingo às 19h00, Rua Prof° 30 de junho e 28 de julho, Rua Murat Vila Madalena – SP Vicente Peixoto, 50 Altura do Prof. Onofre Penteado Jr, 51 entrada ao chapéu n°600 da Corifeu deAzevedo Planalto Paulista – SP www.circonobeco.com.br Marques – SP; tel. 3672.1553 tel. 5583.3151 ou 9327.7780 R$ 15,00 www.claestudio.com.br ARENA DO CIRCO – Dias 22 www.jogandonoquintal.com.br de maio e 5de junho, a partir SARAU DO CHARLES – Dias das 19h00, Paço Municipal da MÁGICA NOS ARCOS festi- 14 de maio e18 de junho, das Cidade de São Bernardo do val de ilusionismo Todos os fi- 23h00 às 5h00, Rua Harmonia, Campo – SP; tel. 9375.4471 nais de semanade maio, às 17h00 921 – Vila Madalena – SP

APRESENTAÇÕES entrada ao chapéu Rua Jandaia, 281 – Bela Vista - SP tel. 3031.4946 – R$ 10,00 www.arenadocirco.com tel. 3101.7802; R$ 20 e R$10,00 www.rasodacatarina.com.br

ENCERRAMENTO DO FES- CLAUN! PALHAÇOS MUDOS BICHOS DO BRASIL com a TIVAL “MÁGICA NOS AR- todo sáb. edom. 17h00, Teatro CIA. PIA FRAUS – todo sáb. e COS” – terça-feira às 21h00 Rua Glaucio Gill, Praça Cardeal dom. 16h30, Teatro do Jockey Jandaia, 281 – Bela Vista – SP Arcoverde, s/nº, Copacabana - RJ RuaBartolomeu Mitre, 1110 tel. 3101.7802; R$ 20,00 e 10,00 tel. (21) 2547.7003 Gávea - RJtel. (21) 2540.9853 R$ 12,00 e 6,00 R$ 15,00 O BRICABRAQUE com o grupo PARLAPATÕES, PATIFES MARUJO O CARAMUJO E A A ESTRÉIA DE LASANHA E E PASPALHÕES todos os sáb. e MINHOCA TAPIOCA de RAVIÓLI deMONICA BIEL dom. até 29 de maio, às 21h00 HUGO POSSOLO – todos os todo sáb. e dom. 17h00, Teatro R$ 20,00 e SARDANAPALO sáb. e dom. até 29 de maio Maria Clara Machado - Fundação com o grupo PARLAPATÕES, 16h00, Centro Cultural São Pau- PlanetárioAvenida Padre Leonel EM CARTAZ PATIFES E PASPALHÕES todas lo – Sala Paulo Emílio, Rua Ver- Franca, 240, Gávea - RJ ter. e qua. às 21h00 até 11 de gueiro, 1000 – Liberdade – SP tel. (21) 2274.7722; R$ 15,00 maio, Teatro Folha Shopping tel. 3277.3611; R$ 6,00 Pátio Higienópolis; Av. Higienó- ALMAS BERRANTES com o polis, 618, piso 2 – Centro –SP CHAPÉUZINHO VERMELHO grupo TEATRO DO ANÔNI- tel. 3823.2737; R$ 14,00 com ogrupo LE PLAT DU MO – todas sex. e sáb. 20h00 e www.teatrofolha.com.br JOUR – todos os sáb. e dom. dom. 19h00, Espaço Teatro de até 29 de maio, 16h00, Av. Adolfo Anônimo, Fundição Progresso CREPÚSCULO com NÚCLEO Pinheiro, 765 – Sto. Amaro – SP Rua dos Arcos, 24, Centro- RJ DE DRAMATURGIADO CÍR- tel. 5546.0449; R$ 6,00 tel. (21) 2240.0930 CULO DOS COMEDIANTES todas sex. 21h30, sáb. 21h e dom. CONTAROLANDO com a O QUE VOCÊ FOI QUANDO 20h até 29 de maio, Galeria Oll CIA. DOTRAMPO – todos os ERA CRIANÇA?– todo sáb. e Dog, R. Rego Freitas, 542, sáb. e dom. até 26 de junho dom. 20h00 até 29 de maio,Sesc República, Centro - SP – R$ 20,00 16h00, Teatro Bibi Ferreira Belenzinh, Av. Álvaro Ramos,915 tel. 3256.2636; Leitor da Revista Avenida Brigadeiro Luís região leste – SP – tel. 6602.3700 Palco Aberto ganha 50% de Antônio, 931, Bela Vista – SP R$7,50 a R$ 15,00 desconto. tel. 3105.3129 R$ 20,00 CURSOS E OFICINAS www.galpaodocirco.com.br tel. 3812.1676/3815.6142 323 - Vila Madalena–SP 18h00 às20h00-RuaGirassol, CIRCO - MALABARISMO COMDÚ CURSO DE TÉCNICAS DE www.rasodacatarina.com.br tel. (11)3031.4946 Vila Madalena–SP às 17h00.RuaHarmonia,921 às 22h30etodosáb.das14h00 CHARLES) – (PALHAÇODRO AZEVEDO PALHAÇO com ALESSAN- OFICINA REGULARDE www.rasodacatarina.com.br SP; tel.3031.4946;R$100,00 Rua Harmonia, 921 Vila Madalena os sábadosdas11h00às14h00 sandro Azevedo (Charles)todos das 14h00às17h00e Ales- (Spirulina) todasassextas-feiras Ministrado porSilviaLeblon JOGO DOPALHAÇO O CORPOEESTADO NO tel. (21) 2210.3324 2ª feiras, 18h00–Fundição Progresso,nº 20-RJ CENTRO INTERATIVO DECIRCO ENCONTRO CARIOCADEMALABARES Tereza -BH SANTA TEREZA, RuaSãoGotardo, 273, Santa 15h00 às20h00,DISTRITAL MERCADO no DE Francisco Sá,n°16etodosos sábados,das SPASSO ESCOLAPOPULAR DECIRCO, Rua Todas as6ªfeiras, das 18h00ÁS22H00, no ENCONTROS MINEIROS DEMALABARES www.enpauma.com.br Vila Madalena–SP; tel. 7155.3708 Belmiro Braga,esquinacomRuaLuisMurat Todas as2ªfeiras, das17h00às22h00, Rua ENCONTRO PAULISTA DEMALABARES Todas as3ªfeiras, das toda ter. das19h30 – ENCONTROS DEMALABARES [email protected] 16 SPASSO ESCOLAPOPULARDECIRCO– [email protected] ESCOLASPraça daBandeira– ESCOLA NACIONALDECIRCO– São Paulo/SP NAU DE ÍCAROS – DESão Paulo/SP GALPÃO DOCIRCO– CIRCOwww.picadeirocirco.com.br São Paulo/SP CIRCO ESCOLAPICADEIRO – São Paulo/SP CIRCENSES –CEFAC – CENTRO DEFORMAÇÃOPROFISSIONAL EM ARTES Todas as FESTIVAIS www.fmcircodobrasil.com.br 14 deagosto,BeloHoriz./MG CIRCO DOBRASIL– III FESTIVAL MUNDIALDE www.juggle.org/festival Davenport/Iowa –USA De 18a24dejulho 58th IJAJUGGLINGFESTIVAL - BeloHorizonte/MG tel. (85) 8806.3589 –próx.Portugal aometrô -CE Aldeota –Fortaleza Todas osdomingos, das18h00, apartir Praça ENCONTRO CEARENSE DEMALABARES www.arenadocirco.com 18h00 –PaçoMunicipalSãoBern. doCampo-SP CAMPO/SP DEMALABARES – ENCONTRO DESÃOBERNARDODO Cruz –CuritibaPR Todas asterças, das14h00, apartir PraçaOsvaldo ENCONTRO CURITIBANO DEMALABARES Centro –Salvador, –tel. BA (71)329.0015 as 4ºfeiras,das16h00às19h00,PasseioPúblico ENCONTRO BAIANODEMALABARES– . Tel. (11)3078.0944 . Tel. (11) 3812.1676. [email protected] . Tel. (11)3836.3708www.naudeicaros.com.br tel. 3812.1676www.galpaodocirco.com.br Rio deJaneiro/RJ Rua Guaipá, 1380– Vila Leopoldina De 10a . Tel. (31)3275.1205 Rua Girassol, 323– Vila Madalena Rua Girassol, 323– Vila Madalena Av. CidadeJardim, 1105, Jardins www.531festival.com outubro, Helsink–Finlândia JUGGLING – 5-3-1 FESTIVAL OFNEW www.ejc2005.com 20 deagosto,Ptuj-Slovenia CONVENTION – 28 EUROPEAN JUGGLING . Tel. (21)2273.2144 Praça daBandeira,4 Todas as3ºfeiras, Av. FranciscoSá, De 21a23de De 14a Todas 24 Indicações por Duico

“UNDERGROUND - MENTIRAS DE GUERRA” - Um filme de Emir Kusturica, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1995. Surreal, tem sua história baseada em um grupo d e pessoas que para fugir da guerra, vai morar no subterrâneo da cidade e para ganhar a vida, começa a produzir armas. A guerra acaba e o “traficante” prefere não avisar para eles, pois assim con- tinuaria ganhando dinheiro. Nesse filme Kusturica mistura em al- guns momentos, ficção com cenas reais que relatam a história da Iugoslávia. Em uma das primeiras cenas o aclamado diretor mostra um ataque de aviões à Bel- grado em 1941. Nesse ataque a irracionalidade, que antes estava presa com os animais em um zoológico, está agora solta com a chegada dos nazistas. Isso mostra o quão cheio de mensagens é o filme. A última cena é para discutir bastante o seu significado. Realmente um filme circense, sem ter nada a ver com o Circo!

“SALTO MORTAL” - MARION ZIMMER BRADLEY (Ed. Bertrand Brasil) - Da mesma autora de As Brumas de Avalon, Marion conta com extrema sutileza, em quase 900 páginas, uma história que desenvolve-se nos EUA, entre as décadas de 40 e 50. O mote é o relacionamento entre o principal trapezista de uma família tradicional trapezistas de vôo, os Santelli Voadores e um garoto que começa a fazer parte da trupe(Tommy Zane). O relacionamento

livro é o tema principal, mas as aventuras circenses e o desafio em conseguir executar o salto triplo mortal também possuem destaque na história. Um livro realmente sensivel!

MEDESKI MARTIN AND WOOD - “LAST CHANCE TO DANCE TRANCE (PERHAPS) - BEST OF (1991-1996)” Esse trio americano formado por John Medeski (teclados), Chris Wood (baixo) e Billy Martin (bateria), tem como base de sua música o , com grandes influências do hip hop, , rock e até mesmo do reggae, transformando seu som em uma miscelânea que prefiro chamar de groove-jazzístico. O som do teclado nas mú- sicas é realmente marcante, como em Bubblehouse, e o ritmo é bem dançante. Esse álbum é uma coletânea dos quatro discos de carreira do trio com uma fai- xa inédita. Destaques para Chubb Sud e The Lover e para uma “regravação” de Lively Up Yourself. Portanto, uma ótima trilha sonora para seus treinos, números

músicae o que mais a sua criatividade permitir! filme Arruar presente decidirampor Betim (MinasGerais),todosartistaseentusiastasali Três Vezes Rua-SESCSãoPaulo malabaristas os grupos passou aserumanecessidaderecorrente, quelevou carência deumespacorotativo deapresentações volvimento eatrocaentreos artistas. Contudo,a Encontro referencial detreinoeconvivência, o dos malabaristasempossuirum local circense. evento queprometedivulgareenalteceraarte de diversosartistas,quemarcarampresencaneste Santa Distrital Tereza organizadores do Belo Horizonte último dia30, aprimeiraediçãodo Palco Aberto em Belo Horizonte com dataaserdefinida; a todovaporedeveaconteceremjulho regionais: aproduçãoda Chile, Argentina eBrasil. novembro, aofimdarotasdospaises grande. Provavelmenteadataseráem passos, masavontadeparaqueconteçaé deste eventotãoimportanteaindaestánosprimeiros Convenção BrasileiradeMalabares Rota das Convenções 2005 mas praçaspúblicaseprédiosdo principalmente osdeteatrorua. público, artistaedemaisprofissionaisdaárea, SESC Consolação Rua por duas horas oespetáculo quevariou do cômico Anônimo tras, debates, oficinaseaula/espetáculo. T Paulo. Oeventocontacom:apresentações,pales- turais deSãoPauloaconteceoevento não ocorreráparajuntarforçasnaproduçãoda da noite, projeto ecolocá-lo emprática.Osapresentadores . Organizadopeloprojeto Em 2004aConvençãobrasileiraaconteceuem Criado apartirdanecessidade Cerca de200pessoaspuderamconferirno Também iniciamasconvenções A programaçãoaconteceespalhadaporalgu- De 2a29demaio,pelasruaseespaçoscul- -SP, -RJ(foto), vemestimulandoodesen- Luisinho El Individuo Alexandre Roit Rafa e . A iniciativa tomadapelosmembros , temointuitodeaproximar Encontro deMalabaresnoMercado Zaro foisaudadacomamobilizacao Cia doMiolo e São Paulo Carioca ( (foto), João Malabacanas -SP, Paulista atomaremfrente do Reflexos deCenas, está Contraposto Grupo Fora doSé- -SP, comoasededa Palco Aberto – Palco Aberto SESC provavelmente . A organização . A ), conduziram Três Vezes Três Tablado de emSão eatro de eos do 7ª lidades domundomalabares. serão quentes! dos participantessugerequeesteanoasconvenções cional brasileira; enocomeçodoanojátivemosotradi- Floriano Peixoto os gruposeartistasqueirãoseapresentarna rio dançaram umhiphopdamelhorqualidade. dancantes edosbboysdogrupo Nardi e equilibrismo. ao conceitual, [email protected] testar, apresentar eatémesmoassistir! quequeiram experimentar,tos atodosos artistas tudo indica, aindaocorrerão centenas depalcosaber- censes realizadosno tido paraofundodeinvestimento doseventos cir- Malabaris dias 2e7demaio. A entradaégratuitaeparainforma- grupos eartistasquetenhamestudostrabalhos ções entreemcontatopelostelefonesabaixo. -Rib. Preto e em artescênicasparafuturosprojetos. [email protected] tels: 3234.3009-3234.30113234.3052 SESC Consolação-ruaDr. Vila Nova, 245 boas discussõessobreasconvençõesegenera- da pressaeansiedadepelaestréiado Informe-se! Fiquepordentroedêasuacolaboração entrando emcontatocomasorganizaçõesdas exibiuumgraciosonúmerodebonecos nome eminglêsdestalista,maselapromove Encontro CarnavalescoemBarroso Aberto convenções. Muitasinformaçõesecontatos O projetotambémbuscacontatodenovos é bemconhecida,nuncaentendioporquedo de discussões. A estão naInternet,principalmenteemlistas três claves gentilmente cedidas pela . Ochapéu foi passadoeodinheiro rever- mineira. A entrega doprêmio trouxe en- que derampara tretenimento entreosartistas e público, Apesar dasfalhastécnicasdecorrentes , foienormeareceptividadedaplatéia diversos númerosdemalabares,aéreo O diferencialficouporcontade eno i eta Manicômicos Cia Teatral por Marquinhos Mercado Largo SantaCecília por: LuisaHorta

Lis [email protected] dogrupo . Porquê,pelooque Elemento X por Marquinhos El Individuo, . Essessão . A energia . A entreos , que Praça Catin Palco 25 Jr. N O T, A S 26 CRÔNICA EQUIPAMENTO DE MALABARES por Marquinho Malabarismos é: arte, aperfeiçoados cada vez materiais mais exclusivos diversão, esporte, cultura mais por fabricantes. A que os pequenos fabri- ou o que seja, onde sem- busca pela perfeição e cantes podem produzir é pre existe algum objeto eficiência é constante um grande ponto positivo. sendo manipulado, lan- nesta arte de produzir Começa a existir uma çado ou equilibrado. Este malabares. Acredito que “disputa” de mercado. Os objeto a princípio pode ser sempre será necessária que oferecem melhor qualquer coisa, mas exis- uma atenção artesanal em qualidade e preço saem na tem os clássicos mais pro- cada produto. Também frente. O malabarista para curados: bolas, claves, conheço alguns fabrican- comprar tem cada vez bastões e mais uma infi- tes e todos gostam de mais opções. Vejo isso nidade de instrumentos. jogar pondo em prova e como algo muito bom, Posso estar parecendo aperfeiçoando seus equi- pois existe espaço para um tanto quanto óbvio, pamentos. todos. O que não pode mas o malabares tem Hoje já existem al- haver é alguma disputa muito de óbvio. guns fabricantes nacionais desonesta, falta de ética Como conseguir es- que estão produzindo e nos preços e nas atitudes. ses equipamentos? Essa conseguindo se manter no A intenção tem que ser pergunta tem resposta ca- mercado. Até mesmo mais de união do que qual- da vez mais fácil. Antiga- aparecem fabricantes de quer coisa! E essa revista mente não existia a diver- brinquedos criando seus é uma prova disto, diver- sidade de fabricantes de malabares para também sos anunciantes e produ- malabares que há agora. A abocanhar o número cada tores de malabares são única alternativa era fazer vêz maior e com um po- quem possibilitam ela os próprios equipamen- tencial imenso que tem o existir e chegar até suas tos ou importar através de público de malabares. mãos. caros processos que exis- Produzir malabares é Para mim malabares tem até hoje. um grande desafio, muitos mais do que nada é diver- Alguns aparelhos de equipamentos são feitos são! Considero os pro- malabares podem ser de plásticos e materiais dutores, assim como os facilmente improvisados difíceis de se trabalhar, artistas e espectadores com materiais reciclados e exigem processos indus- desta arte muito impor- de fácil acesso como: boli- triais pesados, princi- tantes. Espero que cres- nhas com balões e semen- palmente nos preços. O çam e atinjam suas obje- tes, e claves de garrafas pequeno fabricante tem tivos. Só temos a ganhar plásticas. Isso possibilita uma desvantagem neste com isso! Cada vez mais fácil acesso a arte. ponto em relação às malabares ao ar... Os equipamentos de fábricas de brinquedos. A. Marcos P. Gil é artista, arte malabares vem sendo Porém a qualidade de educador e editor da Revista P.A.